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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO COPPEAD DE ADMINISTRAÇÃO
JOÃO CARLOS BECKER COSTA
A INFLUÊNCIA DA IMAGEM DO MEGAEVENTO ESPORTIVO E
IMAGEM DA SEDE NO VALOR DA MARCA DOS PATROCINADORES
RIO DE JANEIRO
2017
JOÃO CARLOS BECKER COSTA
A INFLUÊNCIA DA IMAGEM DO MEGAEVENTO ESPORTIVO E
IMAGEM DA SEDE NO VALOR DA MARCA DOS PATROCINADORES
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós Graduação em Administração, Instituto
COPPEAD de Administração, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Administração.
Orientador: Prof. Victor Manoel Cunha de Almeida, D. Sc.
Rio de Janeiro
2017
JOÃO CARLOS BECKER COSTA
A INFLUÊNCIA DA IMAGEM DO MEGAEVENTO ESPORTIVO E
IMAGEM DA SEDE NO VALOR DA MARCA DOS PATROCINADORES
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós Graduação em Administração, Instituto
COPPEAD de Administração, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Administração (M.Sc.).
Aprovada em:
_______________________________________________________
Prof. Victor Manoel Cunha de Almeida, D. Sc. - Orientador
(COPPEAD/UFRJ)
_______________________________________________________
Prof. Otavio Henrique Dos Santos Figueiredo., D.Sc
(COPPEAD/UFRJ)
_______________________________________________________
Prof. Marcus Wilcox Hemais., D. Sc
(PUC-RJ)
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais, Cecilia Becker e Carlos Augusto Costa, por
terem me dado todo apoio necessário para chegar até aqui. Sem o apoio deles, seria muito difícil
cursar o Mestrado.
Em segundo lugar, agradeço ao meu orientador, Victor Almeida, pela sua orientação
precisa e confiável. Agradeço a ele também, por todo o processo de aprendizagem valiosa que
tive durante a preparação da dissertação.
Em terceiro lugar, agradeço à minha namorada, Ingrid Simões, por ter me dado o suporte
emocional necessário para seguir em frente.
Em quarto lugar, agradeço a todos que me ajudaram diretamente e indiretamente na
dissertação. Aos amigos da COPPEAD que tornaram este Mestrado mais prazeroso, faço aqui,
uma menção especial à Julia Goulart, parceira desde do primeiro trabalho em grupo até ao final
com o mesmo orientador. Aos amigos de outros círculos sociais que cederam seus preciosos
tempos para me ajudar na coleta. Aos membros da banca que ajudaram a elevar a qualidade
deste trabalho. Por fim, à Marly de Abreu, minha enteada, que sempre me orientou nas decisões
acadêmicas.
RESUMO
Costa, João Carlos Becker. A Influência da Imagem do Megaevento Esportivo e Imagem da
Sede no Valor da Marca dos Patrocinadores. Rio de Janeiro, 2017. Dissertação (Mestrado em
Administração) – Instituto de Pós Graduação e Pesquisa em Administração, COPPEAD,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017.
Os megaeventos esportivos são relativamente raros e tipicamente exigem grandes
investimentos. As elevadas quantias de dinheiro que as empresas investem no megaevento são
um indicativo que elas esperam um alto retorno para o investimento, porém, espera-se que boa
parte deste retorno ocorra em ativo intangível, mais especificamente, na marca. Os executivos
das empresas patrocinadoras esperam que a imagem do megaevento esportivo possa influenciar
positivamente o valor da marca da empresa patrocinadora. Assim, faz-se relevante investigar e
identificar evidências empíricas sobre a influência do patrocínio de megaeventos esportivos no
valor da marca dos patrocinadores, afim de oferecer suporte as decisões de investimento.
Usando como referencial teórico a Schema Theory (Axelrod, 1973) e Associative Network
Theory (Collins & Loftus, 1975), o presente estudo buscou investigar a influência da imagem
do megaevento esportivo e a imagem da cidade sede no valor da marca do patrocinador,
modelando tanto a congruência entre patrocinador e megaevento, quanto a congruência entre
patrocinador e cidade sede como variáveis mediadoras da relação. Investigou-se a influência da
imagem dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e da imagem de sua cidade sede, o Rio de Janeiro, no
valor das marcas Coca-Cola e Visa. Foi realizada uma survey, coletando dados de uma amostra
não-probabilística, durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, de turistas estrangeiros que estavam
presentes na cidade do Rio de Janeiro. Foram coletados 848 questionários válidos. A análise
dos dados foi realizada utilizando análise descritiva, Análise Fatorial Exploratória e Análise
Fatorial Confirmatória para verificar a confiabilidade, validade convergente e discriminante dos
construtos. Para testar as hipóteses substantivas, foi utilizada a técnica de Modelagem de
Equações Estruturais. Os resultados empíricos permitem suportar as hipóteses substantivas do
estudo, mais especificamente, o efeito de mediação parcial da congruência entre patrocinador e
megaevento esportivo, bem como da congruência entre patrocinador e a imagem da sede.
Verificou-se, outrossim, que a imagem do megaevento esportivo se confunde com a imagem
da cidade sede.
Palavras chaves: patrocínio esportivo; imagem do evento; imagem do destino; megaeventos;
marketing esportivo.
ABSTRACT
Costa, João Carlos Becker. The Influence of the Image of the Mega Sport Events and the Image
of the Host City on the Brand Equity of the Sponsors. Rio de Janeiro, 2017. MBA dissertation
– Instituto de Pós Graduação e Pesquisa em Administração, COPPEAD, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, 2017.
Sports mega-events are relatively rare and typically require large investments. The high
amounts of money that companies invest in the mega-event are indicative that they expect a
high return on that investment, however, it is expected that most of this return will occur in
intangible assets, more specifically in the brand. The executives of the sponsoring companies
hope that the image of the mega-sport event can positively influence the brand equity of the
sponsoring company. Thus, it is relevant to investigate and identify empirical evidences on the
influence of the sponsorship of sports mega-events on the brand equity of the sponsors, in order
to support investment decisions. Using as a theoretical framework the Schema Theory (Axelrod,
1973) and the Associative Network Theory (Collins & Loftus, 1975), the present study sought
to investigate the influence of the image of the sports mega-event and the image of the host city
on the brand equity of the sponsors, modeling the congruence between sponsor and mega event
and the congruence between sponsor and host city as mediating variables of the relationship.
The image of the Rio 2016 Olympic Games and the image of its host city, Rio de Janeiro, in
the equity of the Coca-Cola and Visa brands was investigated. A survey was carried out,
collecting data from a non-probabilistic sample during the Rio 2016 Olympic Games of foreign
tourists who were present in the city of Rio de Janeiro. A total of 848 valid questionnaires were
collected. Data analysis was performed using descriptive analysis, Exploratory Factor Analysis
and Confirmatory Factor Analysis to verify the reliability, convergent and discriminant validity
of the constructs. To test the substantive hypotheses, the Structural Equation Modeling
technique was used. The empirical results allow us to support the substantive hypotheses of the
study, more specifically, the effect of partial mediation of the congruence between sponsor and
sport mega-event, as well as the congruence between sponsor and the image of host city. It was
also verified that the image of the sport mega-event is confused with the image of the host city.
Keywords: sports sponsorship; event image; destination image; mega-event; sport marketing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURAS
Figura 1 - Modelo Conceitual .................................................................................................. 42 Figura 2 – Distribuição da idade por gênero. ........................................................................... 61 Figura 3 – Distribuição da idade por idioma do questionário. ................................................. 62
Figura 4 - Modelo de Mensuração da Escala MEI. ................................................................. 77 Figura 5 - Modelo de Mensuração MEI reespecificado ........................................................... 78 Figura 6 - Modelo de Mensuração da escala MEHI. ............................................................... 80 Figura 7 – Modelo de Mensuração da Escala FMEIS. ............................................................ 81
Figura 8 – Modelo de Mensuração da Escala FMEHI. ............................................................ 82 Figura 9 - Modelo de Mensuração da Escala CBBE. .............................................................. 83 Figura 10 - Modelo de Mensuração | MEI e Coca-Cola. ......................................................... 86 Figura 11 - Modelo Estrutural | MEI e Coca-Cola. .................................................................. 89
Figura 12 - Modelo de Mensuração | MEI e Visa .................................................................... 92 Figura 13 – Modelo Estrutural | MEI e Visa. ........................................................................... 95 Figura 14 - Modelo de Mensuração | MEHI e Coca-Cola. .................................................... 100 Figura 15 - Modelo Estrutural | MEHI e Coca-Cola .............................................................. 103
Figura 16 - Modelo de Mensuração | MEHI e Visa ............................................................... 106 Figura 17 - Modelo Estrutural | MEHI e Visa. ...................................................................... 109
Figura 18 - Modelo de Mensuração | MEI vs MEHI ............................................................. 114 Figura 19 – Questionário em inglês página 1 de 2 ................................................................. 137 Figura 20 – Questionário em inglês página 2 de 2. ................................................................ 138
Figura 21 – Cartão utilizado na entrevista em inglês (anverso e verso). ............................... 139
Figura 22 – Questionário em espanhol página 1 de 2. ........................................................... 140 Figura 23 – Questionário em espanhol página 2 de 2. ........................................................... 141 Figura 24 – Cartão utilizado na entrevista em espanhol (anverso e verso) ............................ 142
Figura 25 - Histograma MEI_06 ............................................................................................ 145 Figura 26 - Histograma MEI_05 ............................................................................................ 145 Figura 27 - Histograma MEI_04 ............................................................................................ 145 Figura 28 - Histograma MEI_03 ............................................................................................ 145
Figura 29 - Histograma MEI_02 ............................................................................................ 145 Figura 30 – Histograma MEI_01 ........................................................................................... 145 Figura 31 – Histograma MEI_07 ........................................................................................... 146 Figura 32 – Histograma MEI_08 ........................................................................................... 146 Figura 33 - Histograma MEI_09 ............................................................................................ 146
Figura 34 - Histograma MEI_10 ............................................................................................ 146
Figura 35 - Histograma MEI_11 ............................................................................................ 146
Figura 36 - Histograma MEI_12 ............................................................................................ 146 Figura 37 - Histograma MEI_13 ............................................................................................ 147 Figura 38 - Histograma MEI_14 ............................................................................................ 147 Figura 39 - Histograma MEI_15 ............................................................................................ 147 Figura 40 - Histograma MEI_16 ............................................................................................ 147
Figura 41 - Histograma MEI_17 ............................................................................................ 147 Figura 42 - Histograma MEI_18 ............................................................................................ 147 Figura 43 - Histograma MEI_19 ............................................................................................ 148
Figura 44 - Histograma MEI_20 ............................................................................................ 148
Figura 45 - Histograma MEI_21 ............................................................................................ 148
Figura 46 - Histograma MEI_22 ............................................................................................ 148 Figura 47 - Histograma MEI_23 ............................................................................................ 148 Figura 48 - Histograma MEI_24 ............................................................................................ 148 Figura 49 - Histograma MEI_25 ............................................................................................ 149 Figura 50 - Histograma CBBE_v01 ....................................................................................... 149
Figura 51 - Histograma CBBE_v02 ....................................................................................... 149 Figura 52 - Histograma CBBE_v03 ....................................................................................... 149 Figura 53 - Histograma CBBE_v04 ....................................................................................... 149 Figura 54 - Histograma CBBE_c01 ....................................................................................... 149 Figura 55 - Histograma CBBE_c02 ....................................................................................... 150
Figura 56 - Histograma CBBE_c03 ....................................................................................... 150 Figura 57 - Histograma CBBE_c04 ....................................................................................... 150
Figura 58 - Histograma FMEIS_v01 ...................................................................................... 150
Figura 59 - Histograma FMEIS_v02 ...................................................................................... 150 Figura 60 - Histograma FMEIS_v03 ...................................................................................... 150 Figura 61 - Histograma FMEIS_c04 ...................................................................................... 151 Figura 62 - Histograma FMEIS_c03 ...................................................................................... 151
Figura 63 - Histograma FMEIS_v04 ...................................................................................... 151 Figura 64- Histograma FMEIS_v05 ....................................................................................... 151
Figura 65 - Histograma FMEIS_c01 ...................................................................................... 151 Figura 66 - Histograma FMEIS_c02 ...................................................................................... 151 Figura 67 - Histograma FMEIS_c05 ...................................................................................... 152
Figura 68 - Histograma MEHI_01 ......................................................................................... 152 Figura 69 - Histograma MEHI_02 ......................................................................................... 152
Figura 70 - Histograma MEHI_03 ......................................................................................... 152 Figura 71 - Histograma MEHI_04 ......................................................................................... 152
Figura 72- Histograma MEHI_05 .......................................................................................... 152 Figura 73 - Histograma MEHI_06 ......................................................................................... 153 Figura 74 - Histograma MEHI_07 ......................................................................................... 153
Figura 75 - Histograma MEHI_08 ......................................................................................... 153
Figura 76 - Histograma MEHI_09 ......................................................................................... 153 Figura 77 - Histograma MEHI_10 ......................................................................................... 153 Figura 78 - Histograma MEHI_11 ......................................................................................... 153 Figura 79 - Histograma MEHI_12 ......................................................................................... 154 Figura 80 - Histograma MEHI_13 ......................................................................................... 154
Figura 81 - Histograma MEHI_14 ......................................................................................... 154 Figura 82 - Histograma MEHI_15 ......................................................................................... 154 Figura 83 - Histograma MEHI_16 ......................................................................................... 154
Figura 84 - Histograma MEHI_17 ......................................................................................... 154 Figura 85 - Histograma FMEHIS_v01 ................................................................................... 155 Figura 86 - Histograma FMEHIS_v02 ................................................................................... 155 Figura 87 - Histograma FMEHIS_v03 ................................................................................... 155
Figura 88 - Histograma FMEHIS_v04 ................................................................................... 155 Figura 89 - Histograma FMEHIS_v05 ................................................................................... 155 Figura 90 - Histograma FMEHIS_c01 ................................................................................... 155 Figura 91 - Histograma FMEHIS_c02 ................................................................................... 156 Figura 92 - Histograma FMEHIS_c03 ................................................................................... 156 Figura 93 - Histograma FMEHIS_c04 ................................................................................... 156 Figura 94 - Histograma FMEHIS_c05 ................................................................................... 156
Figura 95 – Dimensões do valor da marca segundo Keller (1993). ....................................... 158
Figura 96 – Integrantes do programa TOP durantes os Jogos Olímpicos Rio 2016 ............. 159 Figura 97 - Framework de transferência de imagem de marca através do patrocínio ........... 160 Figura 98 - A representação esquemática do conceito de proximidade em um fragmento
estereotipado da memória humana ......................................................................................... 161
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Correspondência entre as variáveis e os itens do questionário em inglês. ............. 56 Tabela 2 - Correspondência entre as variáveis e os itens do questionário em espanhol. ........ 58 Tabela 3 – Perfil geral da amostra. ........................................................................................... 60
Tabela 4 - Análise Fatorial Exploratória - MEI e Visa | Fatoração de Eixos Principais - Rotação
Oblimin. .................................................................................................................................... 64 Tabela 5 - Análise Fatorial Exploratória - MEI e Coca | Fatoração de Eixos Principais - Rotação
Oblimin. .................................................................................................................................... 65 Tabela 6 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEI -Visa. ...................................................... 67
Tabela 7 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEI – Coca-Cola. ........................................... 68 Tabela 8 - Análise Fatorial Exploratória - MEHI e Visa | Fatoração de Eixos Principais -
Rotação Oblimin. ...................................................................................................................... 70 Tabela 9 - Análise Fatorial Exploratória – MEHI e Coca | Fatoração de Eixos Principais -
Rotação Oblimin. ...................................................................................................................... 71 Tabela 10 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEHI – Visa. ................................................ 72 Tabela 11 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEHI – Coca-Cola. ...................................... 73
Tabela 12 - Diferença de médias entre grupos: questionários em inglês e espanhol. ............. 74
Tabela 13 - Indicadores de Ajuste | Modelos de Mensuração. ................................................. 84 Tabela 14 – Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEI e Coca-Cola. .................................. 87 Tabela 15 – Teste das Hipóteses H1 e H2 para a marca Coca-Cola. ......................................... 90
Tabela 16 - Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEI e Visa .............................................. 93 Tabela 17 -Teste das Hipóteses H1 e H2 para a marca Visa. ..................................................... 96
Tabela 18 - Teste Específico de Mediação | MEI ..................................................................... 97 Tabela 19 - Efeitos sobre o Valor da Marca do Patrocinador | MEI ........................................ 98
Tabela 20 - Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEHI e Coca-Cola ............................... 101 Tabela 21 - Teste das Hipóteses H4 e H5 para a marca Coca-Cola. ....................................... 104
Tabela 22 - Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEHI e Visa ......................................... 107 Tabela 23 - Teste das Hipóteses H4 e H5 para a marca Visa. ................................................. 110 Tabela 24 - Teste Específico de Mediação | MEHI ................................................................ 111
Tabela 25 - Efeitos sobre o Valor da Marca do Patrocinador | MEHI ................................... 112 Tabela 26 - Síntese dos Resultados. ....................................................................................... 115 Tabela 27 – Tradução reversa dos itens das escalas para o espanhol ..................................... 136
Tabela 28 – Frequência de nacionalidade e país de residência da amostra. ........................... 143 Tabela 29 - Lista de sedes dos Jogos Olímpicos de Verão ..................................................... 157
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADF Asymptotically Distribution Free
AFC Análise Fatorial Confirmatória
AFE Análise Fatorial Exploratória
AVE Variância Média Extraída
CBBE Customer-based brand equity
CFI Comparative Fit Index
COI Comitê Olímpico Brasileiro
CR Construct Reliability
FMEHIS Fit between Mega Event Host and Sponsor
FMEIS Fit between Mega Event and Sponsor
GFI Goodness of Fit
ID Imagem do Destino
IE Imagem do Evento
IEF Índice de Esfericidade Bartlett
KMO Kaiser-Meyr-Olkin
MEHI Mega Event Host Image
MEI Mega Event Image
MSA Measure of Sampling Adequacy
RMSEAR Root Mean Square Error of Approximation
SEM Structural Equations Modeling
TOP The Olympic Partners
SUMÁRIO
Agradecimentos ........................................................................................................................ 5
Lista de Ilustrações ................................................................................................................... 8
Figuras ....................................................................................................................................... 8
Lista de Tabelas ...................................................................................................................... 11
Lista de Abreviaturas e Siglas ............................................................................................... 12
1. Introdução ........................................................................................................................ 16
1.1. Origem e Importância do Estudo................................................................................ 16 1.2. Relevância Acadêmica ............................................................................................... 17 1.3. Relevância Gerencial .................................................................................................. 18 1.4. Estrutura do Estudo .................................................................................................... 19
2. Revisão de Literatura ...................................................................................................... 20
2.1. Megaeventos ............................................................................................................... 20 2.2. Patrocínio Esportivo ................................................................................................... 21
2.3. Valor da Marca ........................................................................................................... 23 2.4. Imagem do Destino .................................................................................................... 26 2.5. Imagem Do Evento ..................................................................................................... 27
2.6. Congruência................................................................................................................ 29 2.7. Associative Network Theory e Schema Theory. ....................................................... 31
2.7.1. Associative Network Theory do processo semântico. ................................................................... 31
Associative Network Theory .................................................................................................................... 32
2.7.2. Schema Theory ............................................................................................................................. 32
3. Método .............................................................................................................................. 34
3.1. Objetivos do Estudo ................................................................................................... 34
3.1.1. Questões específicas do estudo .................................................................................................... 34
3.1.2. Escopo do estudo ......................................................................................................................... 35
3.1.3. Sobre as empresas patrocinadoras .............................................................................................. 36
3.1.4. Sobre os Jogos Olímpicos Rio 2016 ............................................................................................. 36
3.2. Hipóteses de Pesquisa ................................................................................................ 37
3.2.1. A influência da imagem do megaevento esportivo no valor da marca dos patrocinadores ......... 38
3.2.2. A influência da congruência na relação entre imagem do megaevento esportivo e valor da
marca dos patrocinadores .......................................................................................................................... 38
3.2.3. A influência da imagem do megaevento na imagem da sede. ...................................................... 39
3.2.4. A influência da imagem da sede no valor da marca dos patrocinadores. ................................... 40
3.2.5. A influência da congruência na relação entre imagem da sede e valor da marca dos
patrocinadores ........................................................................................................................................... 41
3.3. Modelo conceitual ...................................................................................................... 42
3.3.1. Variáveis do Estudo ..................................................................................................................... 42
3.4. Natureza do Estudo .................................................................................................... 42
3.4.1. Técnica de pesquisa...................................................................................................................... 43
3.4.2. Unidade de análise ....................................................................................................................... 43
3.5. Operacionalização das Variáveis ............................................................................... 43
3.5.1. Variáveis relativas a imagem do megaevento esportivo. ............................................................. 43
3.5.2. Variáveis relativas a congruência percebida entre imagem do megaevento e patrocinador. ...... 44
3.5.3. Variáveis relativas ao valor da marca na perspectiva do consumidor. ....................................... 45
3.5.4. Variáveis relativas a imagem da sede. ......................................................................................... 45
3.5.5. Variáveis relativas à congruência percebida entre imagem do destino e patrocinador .............. 46
3.6. População e Amostra ................................................................................................. 46 3.7. Instrumento de Coleta de Dados ................................................................................ 47
3.7.1. Tradução reversa das escalas ...................................................................................................... 48
3.7.2. Pré-teste dos questionários .......................................................................................................... 48
3.7.3. Modificações em decorrência do pré-teste dos questionários ...................................................... 49
3.7.4. Versão Final do Questionário. ..................................................................................................... 49
3.8. Coleta dos dados ........................................................................................................ 49 3.9. Preparação dos Dados ................................................................................................ 50
3.10. Análise dos Dados ................................................................................................ 51
3.10.1. Análise de características gerais da amostra ............................................................................... 51
3.10.2. Análise Descritiva ........................................................................................................................ 51
3.10.3. Análise Fatorial Exploratória ...................................................................................................... 51
3.10.4. Análise Fatorial Confirmatória .................................................................................................... 52
3.10.5. Teste das Hipóteses Substantivas ................................................................................................. 54
4. Resultados ........................................................................................................................ 56
4.1. Correspondência entre as variáveis e os itens do questionário .................................. 56 4.2. Características da amostra ......................................................................................... 59 4.3. Análise Fatorial Exploratória ..................................................................................... 62 4.4. Diferença entre médias .............................................................................................. 74
4.5. Análise Fatorial Confirmatória .................................................................................. 76
4.5.1. Modelos de Mensuração das Escalas ........................................................................................... 76
4.5.2. Modelo de Mensuração da escala MEI com a marca Coca-Cola ................................................ 85
4.5.3. Teste das Hipóteses Substantivas H1 e H2 com a marca Coca-Cola ............................................ 88
4.5.4. Modelo de Mensuração da escala MEI com a marca Visa .......................................................... 91
4.5.5. Teste das Hipóteses Substantivas H1 e H2 com a marca Visa ...................................................... 94
4.5.6. Teste Específico de Mediação para a FMEI e efeitos diretos e indiretos com ambas as marcas
para escala MEI ......................................................................................................................................... 97
4.5.7. Modelo de Mensuração da escala MEHI com a marca Coca-Cola ............................................. 98
4.5.8. Teste das Hipóteses Substantivas H4 e H5 com a marca Coca-Cola .......................................... 102
4.5.9. Modelo de Mensuração da escala MEHI com a marca Visa ..................................................... 105
4.5.10. Teste das Hipóteses Substantivas H4 e H5 com a marca Visa. ................................................... 108
4.5.11. Teste Específico de Mediação para a FMEHI e efeitos diretos e indiretos com ambas as marcas
para escala MEHI .................................................................................................................................... 111
4.6. A Hipótese H3. .......................................................................................................... 113 4.7. Síntese dos Resultados ............................................................................................. 113
5. Conclusão ....................................................................................................................... 116
5.1. Sumário Executivo ................................................................................................... 116 5.2. Implicações Teóricas ................................................................................................ 117
5.2.1. Questão 1: A imagem do megaevento esportivo influencia o valor da marca do patrocinador?
117
5.2.2. Questão 2: A percepção de congruência entre patrocinador e megaevento patrocinado exerce
um efeito mediador na relação entre imagem do megaevento e valor da marca do patrocinador? ........ 118
5.2.3. Questão 3: A imagem do megaevento esportivo influencia a imagem da sede? ........................ 118
5.2.4. Questão 4: A imagem da sede influencia o valor da marca do patrocinador do megaevento? . 119
5.2.5. Questão 5: A percepção de congruência entre a sede e o patrocinador do megaevento exerce um
efeito mediador na relação entre imagem da sede e valor da marca do patrocinador? .......................... 120
5.3. Implicações Gerenciais............................................................................................. 120 5.4. Limitações do Estudo ............................................................................................... 121
5.4.1. Limitações relativas ao modelo conceitual ................................................................................ 121
5.4.2. Limitações relativas às escalas utilizadas.................................................................................. 122
5.4.3. Limitações relativas à coleta de dados e a amostra................................................................... 122
5.4.4. Limitações relativas ao modelo estrutural ................................................................................. 123
5.5. Sugestões para Estudos Futuros .............................................................................. 123
5.5.1. Aplicação do modelo teórico completo ...................................................................................... 123
5.5.2. Replicação do modelo em outros contextos ............................................................................... 123
5.5.3. Busca por escalas mais breves e mais robustas ......................................................................... 124
5.5.4. Implicações sociais ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
Referências Bibliográficas ................................................................................................... 125
Apêndices ............................................................................................................................... 136
Apêndice 1 ....................................................................................................................... 136 Apêndice 2 ....................................................................................................................... 137 Apêndice 3 ....................................................................................................................... 143 Apêndice 4 ....................................................................................................................... 145
Anexos .................................................................................................................................... 157
Anexo 1 ........................................................................................................................... 157 Anexo 2 ........................................................................................................................... 158 Anexo 3 ........................................................................................................................... 159
Anexo 4 ........................................................................................................................... 160 Anexo 5 ........................................................................................................................... 161
16
1. INTRODUÇÃO
Nesta seção são apresentadas a origem do estudo, a relevância acadêmica, a relevância
gerencial da presente investigação e a estrutura do presente estudo.
1.1. Origem e Importância do Estudo
Os gastos com patrocínio vem crescendo constantemente nos últimos anos, chegando a
totalizar $ 57.5 Bilhões em 2015 e com projeção de alta 4.7% para 2016, sendo que na América do
Norte, cerca de 70% desses gastos foram em patrocínio esportivo (IEG, 2016). As Olímpiadas são
o reflexo máximo desses valores, no ciclo Olímpico, de 1993-1996, com Lilehammer e Atlanta, as
receitas somadas com patrocínio internacional e doméstico foram de U$ 813 Milhões. Já no ciclo
Olímpico de 2009-2012, com Vancouver e Londres, as receitas somadas com patrocínio totalizaram
U$ 2,788 Bilhões (International Olympic Committe, 2014). Tais quantias investidas refletem a
importância que as corporações estão dando para o patrocínio como mais uma ferramenta a ser
adicionada ao seu mix de comunicação.
Os Jogos Olímpicos Modernos são realizados a cada quatro anos e são a maior celebração
esportiva do mundo, com o maior número modalidades de esportivas, o maior número de atletas
presentes e o maior número de pessoas de diferentes nações reunidas no mesmo tempo e espaço
(The Olympic Museum, 2013b). Os Jogos de Londres 2012 foram assistidos por 3.635 bilhões de
pessoas e transmitido para 220 países (International Olympic Committe, 2014). Além disto, o
Comitê Olímpico Internacional (COI) tem como um dos objetivos promover o olimpismo, que é
uma filosofia de vida que coloca o esporte a serviço da humanidade, e as Olímpiadas são um meio
para isto (The Olympic Museum, 2013a).
Os Jogos Olímpicos Rio 2016, o primeiro realizado na América do Sul (ver Anexo 1),
já arrecadou mais com patrocínio, do que qualquer outra edição dos Jogos, chegando na casa
dos R$ 3 bilhões (Valor Econômico, 2016). As empresas patrocinadoras, precisam saber se
tamanho investimento pode ser justificado, de forma a trazer retorno financeiro, diretamente ou
indiretamente, à curto ou a longo prazo. Então, torna-se relevante estudar e compreender os
benefícios e possíveis mazelas das relações de patrocínio, especialmente nos casos de
megaeventos esportivos, onde as cifras financeiras alcançam os maiores patamares.
17
O presente estudo busca investigar se a imagem dos Jogos Olímpicos Rio 2016 irá
impactar no valor da marca dos patrocinadores, mais especificamente, a Coca-Cola e a Visa,
patrocinadoras de nível global dos Jogos Rio 2016. Os critério de seleção para escolha das
marcas foram: (a) patrocinadoras de nível global, para que todos os entrevistados tenham mais
chances de reconhecer as marcas em foco; (b) não ser uma marca corporativa e nem apenas
B2B, para que haja uma menor confusão na mente dos entrevistados; (c) seguindo os critérios
anteriores, as duas com o valor de marca mais alto. Além disto, pretende-se investigar a
congruência como variável mediadora desta relação. Evidências apontam que a congruência
entre evento esportivo e patrocinador pode impactar na consciência (G. Koo, Quarterman, &
Flynn, 2006), personalidade (Kwon, Ratneshwar, & Kim, 2016) e valor da marca patrocinadora
(Henseler, Wilson, Götz, & Hautvast, 2007).
Devido ao cobrading que existe entre a cidade sede e os Jogos Olímpicos, descobrir se
existe influência da imagem da sede de forma direta ou indireta no valor da marca dos
patrocinadores é relevante aos mesmos, pois, se significativa a relação, é mais uma variável
para se prestar atenção antes de fechar acordos de patrocínio. A congruência entre cidade sede
e patrocinador do megaevento é algo que não foi explorado na literatura ainda, porém,
baseando-se nas teorias sobre congruência (Axelrod, 1973; Collins & Loftus, 1975), é possível
que esta congruência influencie no valor da marca do patrocinador, por tanto, não deveria ser
deixada de lado.
1.2. Relevância Acadêmica
O patrocínio esportivo começou a ganhar destaque na literatura acadêmica a partir da
década de 90, sendo que de 2000 até 2016 os números de publicações relacionadas com o tema
triplicou1. Entretanto, pesquisas sobre patrocínio no contexto de megaeventos esportivos ainda
não são tão numerosos, possivelmente por três motivos: (a) existem apenas cinco eventos
esportivos que podem ser considerados megaeventos, Jogos Olímpicos de Verão, Jogos
Olímpicos de Inverno, Copa do Mundo FIFA, Eurocopa e Jogos da Asiáticos (Müller, 2015);
(b) a periodicidade desses megaeventos, que ocorrem num espaçamento de quatro anos; (c) os
megaeventos demoram a repetir em um mesmo país e/ou cidade. Essas são possíveis razões que
dificultam os pesquisadores a darem continuidade com pesquisas sobre megaeventos. Ou seja,
1 http://search.proquest.com/results/E0ABA91272F14715PQ/1?accountid=26631
18
estudos sobre o patrocínio de megaeventos, principalmente com coletas de dados in loco,
contribuem de forma significativa para a academia.
Sobre os estudos que tratam de megaeventos esportivos, muitos abordam os legados que
serão deixados para a sede após a realização do evento (Baade & Matheson, 2004; Chengli
Tien, Huai-Chun Lo, & Hsiou-Wei Lin, 2011; S. Li & McCabe, 2013), alguns os efeitos do
patrocínio (Macintosh et al., 2012; Woisetschläger & Michaelis, 2012) e outros as motivações
para realização de acordos de patrocínio (Papadimitriou, Apostolopoulou, & Dounis, 2008; Sá
& Almeida, 2016). Porém, poucos estudos investigam a influência que a imagem do
megaevento esportivo exerce na marca do patrocinador, e, apenas um em nossa busca, verifica
o impacto da imagem do destino-sede na imagem da marca do patrocinador (Nadeau, O’Reilly,
& Heslop, 2013). Sendo assim, o presente trabalho ajuda a comunidade cientifica na tentativa
de estabelecimento de um consenso, sobre assuntos pouco explorados, especialmente no
contexto de megaeventos esportivos.
Especificamente, o estudo pretende investigar se e em que medida (a) a imagem do
megaevento esportivo influencia o valor da marca do patrocinador e a imagem do destino sede;
(b) a imagem do destino sede influencia o valor da marca do patrocinador; (c) a percepção de
congruência entre o megaevento esportivo e o patrocinador exerce efeito mediador na relação
entre imagem do megaevento e valor do patrocinador; (d) a percepção de congruência entre
imagem da sede e patrocinador exerce efeito mediador na relação entre imagem da sede e valor
da marca do evento, considerando uma rede nomológica envolvendo imagem do evento,
imagem da sede, valor da marca e congruência.
1.3. Relevância Gerencial
Os gestores de empresas que buscam utilizar o patrocínio esportivo o integrando ao mix
de comunicação da empresa, precisam tomar suas decisões da forma mais responsável possível,
visto que investimentos com patrocínio podem ser altos. Uma relação de patrocínio mal
planejada e executada pode trazer prejuízos consideráveis a empresa e maiores ainda se levar
em conta os custos de oportunidade que este dinheiro poderia trazer.
Percebe-se, então, que é essencial para os tomadores de decisões possuir o máximo de
informações sobre as relações de patrocínio, para que essas os orientem nas suas escolhas. Desta
forma, pode ser evitado acordos milionários que podem não trazer benefício nenhum à empresa.
19
Adentrando nas questões específicas abordadas por esta pesquisa, elas têm utilidade
para potenciais empresas que desejam patrocinar um megaevento esportivo, gestores públicos
e organizadores de megaeventos. Para as empresas, que buscam aumentar o valor da sua marca,
saber se a imagem do megaevento patrocinado realmente terá chances de impactar o valor da
marca minimiza as dúvidas na hora do investimento. Além disto, se a congruência entre
patrocinador e megaevento tiver influência para que o processo anterior ocorra, as empresas
podem direcionar o patrocínio a somente eventos esportivos que sejam congruentes com a sua
marca. De forma similar, a informação sobre a imagem do destino-sede impactando o valor da
marca, diretamente ou indiretamente, também minimizará dúvidas. O destaque aqui fica por
conta da magnitude deste impacto, porque, se for alto e negativo, a empresa pode desistir de
patrocinar um evento esportivo, mesmo que este tenha uma imagem positiva, pois o local que
o sediará, poderá prejudicar o valor da sua marca. Entretanto, o contrário também é verdadeiro,
se um local-sede tiver uma imagem positiva e o impacto for alto e positivo, poderá reforçar
ainda mais a decisão de patrocinar determinado evento. Para os organizadores do evento, essas
informações são úteis para dar poder de barganha com as negociações dos patrocínios.
Como ainda é forte o debate sobre os benefícios e mazelas de sediar um megaevento
esportivo, gestores públicos podem utilizar-se destes conhecimentos como mais uma referência
para a decisão de apoiar ou não os megaeventos sediados pela sua cidade/estado/país. Além
disso, o presente estudo pode ser mais um feedback para os gestores do Rio de Janeiro saberem
como a imagem da cidade e dos Jogos Olímpicos foram avaliados pelos turistas.
1.4. Estrutura do Estudo
Este projeto está organizado em seis capítulos. No primeiro capítulo são apresentadas a
introdução, a relevância acadêmica e a relevância gerencial do tema proposto. Em seguida, no
capítulo dois é apresentada uma revisão de literatura acadêmica relacionada a megaeventos,
patrocínio esportivo, valor da marca, imagem do destino, imagem do evento e congruência. No
capítulo três é apresentado o método da pesquisa, bem como o objetivo do estudo e as principais
questões de pesquisa. O capítulo quatro apresenta os resultados. O capítulo seis apresenta a
conclusão, o sumário executivo, as implicações teóricas e gerenciais do presente estudo, suas
limitações e recomendações para estudos futuros. Finalmente, no capítulo sete estão as
referências bibliográficas e, ao seu final são apresentados os apêndices e anexos do estudo.
20
2. REVISÃO DE LITERATURA
A seguir são apresentadas a revisão de literatura referente a Megaeventos, destacando
sua definição; Patrocínio Esportivo; Valor da marca; Imagem do Destino e do Evento e
Congruência.
2.1. Megaeventos
Megaeventos são “ocasiões esporádicas de duração fixa que atrai grande número de
visitantes, possui um grande alcance midiático, necessita de elevados custos e possuí um grande
impacto no ambiente construído e na população” (Müller, 2015, p. 3). Nem todos os
megaeventos têm o mesmo tamanho e proporção, podendo ser classificados de acordo com as
suas dimensões implícitas na definição: atratividade para o visitante, alcance midiático, custos
e impactos transformativos. Entretanto, está claro que os Jogos Olímpicos de Verão são o maior
evento esportivo do planeta (Müller, 2015).
Governos e comunidades tentam sediar megaeventos por diversas razões, mas os
principais motivos são econômicos, com enfoque na geração de ganho em moeda estrangeira,
aumentar produto interno bruto, gerar empregos e destravar novas oportunidades de
desenvolvimento econômico (Jago, Dwyer, Lipman, van Lill, & Vorster, 2010).
Especificamente para os governos, megaeventos esportivos podem ser usados como
instrumentos políticos e sociais, porque se por um lado suportam a ideia governamental de
projeto de construção de nação, por outro lado, também são vistos como catalisadores do
desenvolvimento econômico (Cornelissen & Swart, 2006).
Entretanto, megaeventos também possuem um amplo potencial de impactar
negativamente a cidade e/ou país sede. Ignorar ou negligenciar possíveis impactos negativos
podem levar a consequências desastrosas, como prejuízo econômico causado pelo evento, ou
uma imagem arranhada do país oriunda de terrorismo ou de falta de infraestrutura para
comportar os jogos, entre outros motivos (Jago et al., 2010). Existe uma tendência de
superenfatizar os benefícios sociais e econômicos advindos de megaeventos, portanto
organizadores do evento e a cidade/país sede devem tomar cuidados ao promover seus esforços,
para que não haja um gap enorme entre expectativa e realidade (Karadakis, Kaplanidou, &
Karlis, 2010).
21
Em se tratando dos impactos econômicos, a confusão da relação benefício/prejuízo parece
ter origem nas diferentes formas que os eventos são avaliados (Dwyer, Forsyth, & Spurr, 2005,
2006). A principal tarefa da avaliação de impacto econômico é medir a magnitude do retorno
para a comunidade local (Crompton, Lee, & Shuster, 2001). Todavia, certas avaliações violam
princípios básicos na escolha do método e das variáveis a serem analisadas (Crompton, 2006;
Crompton et al., 2001). O uso e a aceitação de avaliações que superestimam os impactos
econômicos têm sua origem nas esferas políticas e privada, visto que, os governantes precisam
justificar o investimento feito e as empresas patrocinadoras desejam se beneficiar do sucesso
dos megaeventos (Crompton, 2006). A própria comunidade local tem alta expectativas em
relação aos impactos dos megaeventos (Pillay & Bass, 2008), o que poderia facilitar a aceitação
dos números extremamente positivos apresentados.
2.2. Patrocínio Esportivo
Não existe uma definição consensual de patrocínio, existindo variações entre países.
Dentre os artigos de língua inglesa, uma definição comumente aceita é a de Meenagham
(Walliser, 2003): patrocínio pode ser entendido como “a provisão de assistência, tanto
financeira como de outro tipo para uma atividade, por uma organização comercial, com o
propósito de atingir objetivos comerciais” (Meenaghan, 1983, p. 9).
O patrocínio esportivo, pode ser conceituado com mais especificidade. O patrocínio
esportivo é a provisão de recursos (financeiros ou não), por uma organização (o patrocinador)
diretamente ao patrocinado (personalidade esportiva, autoridade esportiva, corpo esportivo).
Em troca, o patrocinador receberá direitos que serão incluídos em um acordo de patrocínio. Este
será moldado a partir da estratégia de marketing do patrocinador, que pode ser expresso em
termos de objetivos corporativos, de marketing, de vendas e /ou midiáticos, sendo que os
resultados desejados do patrocínio serão mensurados em termos de retorno de investimento
monetário e não monetário. (Heerden, 2001)
O patrocínio esportivo pode ser dividido nas seguintes categorias: patrocínio de equipes,
patrocínio de celebridades esportivas, patrocínio de eventos, patrocínio de instalações,
patrocínio de tecnologias e o patrocínio de transmissões esportivas (Rines, 2007). Obviamente,
as Olímpiadas se enquadram dentro de patrocínio de eventos, por isso, haverá enfoque, sempre
que possível, em artigos que abordem esta categoria de patrocínio.
22
As empresas buscam o patrocínio esportivo visando algum tipo de objetivo orientado
para o lucro, seja através de vendas, Market-share, novos consumidores, etc. Entretanto,
objetivos intangíveis, como a construção de uma marca mais forte, melhorar relações com
parceiros comerciais e objetivos ligados à cultura organizacional, como fortalecer os laços com
os empregados, também estão presente (Papadimitriou et al., 2008; Sá & Almeida, 2016).
Apesar de tudo, muitas empresas não definem bem os objetivos que desejam alcançar com o
patrocínio, e quando definem, algumas têm dificuldade de mensurar os resultados
(Papadimitriou et al., 2008), ignorando possíveis benefícios advindo do patrocínio. A mera
métrica de exposição na mídia já não é mais suficiente (Grohs, Wagner, & Vsetecka, 2004).
Há evidências que o patrocínio esportivo impacta positivamente no valor da marca do
patrocinador (Donlan, 2014; Grohs et al., 2004; Gwinner & Eaton, 1999; Vale, Serra, Vale, &
Vieira, 2009), todavia, para ser eficiente, o patrocínio não pode se constituir de uma ação
isolada. É necessário que faça parte do mix de comunicação da empresa e esteja integrado à
estratégia de marketing (Donlan, 2014). Além de tudo, a seleção correta do patrocínio, um que
seja congruente com a marca da empresa patrocinadora, pode contribuir para o sucesso (Rifon,
Choi, Trimble, & Li, 2004)
De uma forma geral, o patrocínio de eventos esportivos serve para atingir um público
específico, ou seja, quando uma empresa resolve patrocinar um evento de uma determinada
modalidade, ela está direcionando a sua estratégia de marketing para um público alvo, que é o
fã de determinado evento (Meenagham, 2001). Usualmente, esse fã possui características
demográficas que são do interesse da empresa. Todavia, quando pensamos em Jogos Olímpicos,
onde existem diversas modalidades esportivas acontecendo e bilhões de espectadores
acompanhando o evento, talvez a empresa já não busque um fã específico, passando a realizar
uma estratégia de marketing de massa, tentando atingir uma audiência larga e diversa.
Entretanto, não podemos negar a possibilidade de ativações locais durante os Jogos para
determinados públicos.
A geração de goodwill direcionado ao patrocinador com a relação de patrocínio, graças
ao envolvimento emocional do fã com o evento e/ou modalidade esportivo, é uma forte
premissa que dá vantagem a essa modalidade de comunicação quando comparado à tradicional
(Meenagham, 2001). Outro diferencial do patrocínio esportivo é, enquanto a propaganda
tradicional transmite sua mensagem de forma explícita e direta, o patrocínio transmite de forma
implícita e indireta, o que pode ser bom pelo lado da recepção da mensagem, porém pode gerar
23
ruídos de comunicação e a mensagem não ser interpretada pelo consumidor do jeito desejado
(Erdogan & Kitchen, 1998).
Patrocinar um evento esportivo também é menos arriscado do que patrocinar um atleta
e/ou um time. Pois, com o atleta, a empresa patrocinadora fica “refém” do bom comportamento
do mesmo dentro e fora das competições, no caso de um time, este tem fases boas e ruins, ou
seja, a empresa fica vulnerável a oscilações de performance (Nufer & Bühler, 2010). Levando
em consideração que a transferência de imagem pode abranger qualidades negativas também
(Smith, 2004), as situações mencionadas acima podem ser prejudiciais ao patrocinador. Por
isso, escolher patrocinar um evento traz menos vulnerabilidade para o patrocinador e ainda dá
a oportunidade de se associar com a imagem do evento. Entretanto, sempre há algum risco
envolvido, um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos, por exemplo, poderia trazer danos
terríveis à imagem do evento e grandes prejuízos aos patrocinadores.
Um problema comum para os patrocinadores de megaeventos esportivos é o marketing
de emboscada. Empresas se aproveitam da grandiosidade de tais eventos, para tentar se associar
de forma indireta com evento, sem que esteja patrocinado o mesmo (Preuss, Gemeinder, &
Séguin, 2008; Shani & Sandler, 1998). E, caso também haja muitos patrocinadores para um
determinado evento, os consumidores podem ficar confusos sobre o real patrocinador (Donlan,
2014). Para contornar este problema, a comunicação do patrocínio e as estratégias de ativação
são essenciais (Donlan, 2014)
Entretanto, para as marcas concorrentes não patrocinadores, o marketing de emboscada
pode ser uma estratégia interessante, já que, ao menos, os níveis de reconhecimento e
recordação podem ser semelhantes com as marcas patrocinadores e/ou até mesmo maior (Nufer
& Bühler, 2010). Todavia, a eficácia da estratégia depende muito da categoria de produto e
público alvo mensurado, além de questões morais e éticas.
2.3. Valor da Marca
O valor da marca é conceituado como um conjunto de ativos e passivos ligados ao nome
e símbolos da marca que adiciona ou subtraí o valor provido por um produto ou serviço para
uma firma e/ou para os clientes da firma. As principais categorias de ativos são: consciência
do nome da marca, lealdade à marca, qualidade percebida e associações com a marca (Aaker,
24
1996). Para mensurar o valor da marca, pode-se tanto utilizar avaliações financeiras ou não-
financeiras (Keller, 1993).
Entretanto, a abordagem aqui utilizada será o customer-based brand equity (CBBE), ou,
valor da marca na perspectiva do consumidor. Tal abordagem oferece a vantagem de mostrar
melhor a relação do consumidor com a marca. O CBBE é o efeito diferencial que o
conhecimento da marca possui na resposta do consumidor no marketing da marca (Keller, 1993,
p. 2). Uma marca possui um CBBE positivo (negativo) se os consumidores reagem mais
favoravelmente (desfavoravelmente) a um produto e à forma como ele é divulgado quando a
marca é identificada do que quando não é identificada (Kotler & Keller, 2011).
O conhecimento da marca pode ser conceituado como sendo “um nódulo da marca na
memória do consumidor na qual uma variedade de associações estão ligadas” (Keller, 1993, p.
3) e pode ser divido em duas dimensões: consciência da marca e imagem da marca. A primeira
dimensão é composta de recordação e reconhecimento da marca; já a segunda, é composta dos
tipos, favorabilidade, força e singularidade das associações com a marca (Keller, 1993). O
esquema do conhecimento da marca está representado no Anexo 2.
Um alto valor da marca é importante para as organizações, pois apresentam uma série
de benefícios, como a percepção do consumidor elevada da performance do produto, uma maior
lealdade do cliente, menos vulnerabilidade às ações competitivas de marketing e crises de
marketing, maiores margens de lucro, maior imunidade a aumento de preços, maior efetividade
de comunicação do marketing e mais oportunidades de licenças e extensão da marca (Hoeffler
& Keller, 2003).
Estudos que avaliam a efetividade do patrocínio esportivo na CBBE, costumam focar
em apenas uma das dimensões de conhecimento da marca, sendo a consciência, a mais comum
(Meenagham, 2001), talvez por ser mais fácil de se medir, já que verificar a transferência de
imagem entre as marcas do patrocinador e patrocinado é mais subjetivo. Inclusive, existe uma
relação entre a consciência do patrocínio e a imagem da marca, com a primeira impactando
positivamente a imagem da marca patrocinadora (Woisetschläger & Michaelis, 2012). Todavia,
analisar somente uma dimensão limita o resultado da efetividade do patrocínio na CBBE.
A mera exposição ao patrocínio esportivo durante um evento irá afetar positivamente
quase todas as dimensões do conhecimento da marca, impactando positivamente o CBBE
(Donlan, 2014; Grohs et al., 2004; Vale et al., 2009). Entretanto, outros fatores que ainda serão
25
comentados interferem na eficácia do patrocínio esportivo no valor da marca. A congruência,
sendo um fator amplamente estudado (Bruhn & Holzer, 2015; Cornwell, Humphreys, Maguire,
Weeks, & Tellegen, 2006; Gwinner & Eaton, 1999; Henseler et al., 2007; Rifon et al., 2004;
Roy & Bettina Cornwell, 2003; Speed & Thompson, 2000; Woisetschläger & Michaelis, 2012),
terá sua seção própria.
O alto nível de envolvimento do consumidor com o evento melhora os níveis de
consciência da marca do patrocinador (Grohs et al., 2004; Ko, Kim, Claussen, & Kim, 2008),
assim como desenvolve uma maior possibilidade de melhorar a imagem corporativa (Ko et al.,
2008). Em adição a isso, consumidores altamente envolvidos com o evento tendem a reportar
uma intenção maior de comprar os produtos dos patrocinadores (Ko et al., 2008).
A proeminência da marca é outro fator importante para a recordação e reconhecimento
do patrocinador, isto se deve, provavelmente, porque o consumidor possui uma familiaridade
maior com a marca, o que torna mais fácil para o cérebro guardar tais associações, e, além disso,
o consumidor também acha mais plausível que um patrocinador mais proeminente patrocine
um evento que exija um alto investimento (Johar & Pham, 1999). Entretanto, alguns autores
acharam dados que não são consistentes com esta hipótese, com a proeminência da marca
afetando apenas parcialmente a recordação da mesma, além de levantarem uma interessante
questão: se a hipótese for verdadeira, o marketing de emboscada poderia ser facilitado pela
proeminência da marca (Grohs et al., 2004).
Uma das armadilhas comuns que potenciais patrocinadores de eventos esportivos devem
evitar, como já dito anteriormente, é patrocinar eventos que já possuam muitos patrocinadores,
pois isto confunde o consumidor e faz com que ele tenha uma menor recordação do patrocínio
(Donlan, 2014; Nufer & Bühler, 2010). O Comitê Olímpico Internacional, a partir das
Olímpiadas de Los Angeles em 1984, criou categorias de patrocínio, antes inexistentes, que
limitou o número de patrocinadores e garantiu a exclusividade de categoria de produto por
patrocinador, provavelmente isto ajudou a evitar confusões nas mentes dos consumidores entre
os próprios patrocinadores oficiais, mas, em contrapartida, deu-se início a uma explosão de
empresas utilizando-se do marketing de emboscada para tentar se associar com as Olímpiadas
(Shani & Sandler, 1998).
Outra variável interessante diz respeito à magnitude do investimento do patrocínio, que
parece afetar diretamente o valor da marca do patrocinador. Verificou-se que categorias mais
26
altas de patrocínio, onde, normalmente, paga-se mais pelo contrato, consequentemente
ganhando o direito de determinadas exclusividades para prática da exploração comercial da
marca patrocinada, a consciência da marca desses patrocinadores foram maior quando
comparados a outros de categorias mais baixas de patrocínio (Vale et al., 2009).
2.4. Imagem do Destino
A imagem do destino vem da literatura de turismo (Nadeau, Heslop, O’Reilly, & Luk,
2008) e pode ser conceituada como “um construto atitudinal, constituído da representação
mental do indivíduo do conhecimento (crenças), sentimentos e impressões globais sobre um
objeto ou destino” (Baloglu & McCleary, 1999, p. 870). Uma imagem, pelo ponto de vista da
teoria da atitude comportamental, é composta por três dimensões: cognitiva, afetiva e conativa
(Nadeau et al., 2008). Estudos vêm se utilizando desta abordagem para mensurar a imagem do
destino (Dos Santos, Moreno, Rios, Valantine, & Emeljanovas, 2014; X. Li & Kaplanidou,
2013; Nadeau, O’Reilly, & Heslop, 2011). Neste contexto, a dimensão cognitiva representa as
crenças do indivíduo sobre o local, a afetiva a avaliação sobre o mesmo e conativa a intenção
de recomendar e/ou visitar o destino (Nadeau et al., 2008).
A literatura acadêmica sobre imagem do destino é vasta (Pike, 2002), porém, poucos
são os estudos que a investigaram em um contexto de megaevento esportivo (Auruskeviciene
et al., 2010; Heslop, Nadeau, O’Reilly, & Armenakyan, 2013; Kim, Kang, & Kim, 2014; X. Li
& Kaplanidou, 2013; Nadeau et al., 2011, 2013; Preuss & Alfs, 2011; Sun & Paswan, 2012;
Walker et al., 2013). Dentre os estudos achados, 7 têm como objeto de pesquisa os Jogos
Olímpicos de Beijing 2008 (Auruskeviciene et al., 2010; Heslop et al., 2013; Kim et al., 2014;
X. Li & Kaplanidou, 2013; Nadeau et al., 2011, 2013; Preuss & Alfs, 2011; Sun & Paswan,
2012).
Uma das razões das quais os governantes buscam sediar um megaevento esportivo é
justamente a esperança de uma mudança na imagem da sede (Matheson & Baade, 2004),
principalmente do ponto de vista turístico (S. Li & McCabe, 2013). Pela ótica acadêmica,
podemos tratar tanto o destino, quanto o evento, como marca. Neste sentido, quando um local
sedia um megaevento, existe um processo de cobranding, onde pode ocorrer transferência de
imagem entre as marcas (Heslop et al., 2013). As teorias que dão suporte à transferência de
imagem, são duas: activation spreading theory e schema theory (Smith, 2004). Ambas serão
abordadas em outra seção.
27
As evidências apontam para o impacto positivo dos Jogos Olímpicos na imagem do
destino da sede, pelo menos, para residentes de outros países. Entretanto, o impacto positivo só
ocorre em algumas das dimensões avaliadas (Kim et al., 2014; X. Li & Kaplanidou, 2013; Sun
& Paswan, 2012), e não, de forma generalizada e por igual, sendo, que sempre há preocupação
que os resultados positivos possam ser convertidos em negativos, caso, os Jogos Olímpicos não
aconteçam de forma bem sucedida (Sun & Paswan, 2012). Ainda assim, alguns autores,
acreditam no impacto positivo que a marca da sede pode ter ao receber o megaevento, porém,
isto só irá acontecer se estratégias de marketing forem cuidadosamente elaboradas, e,
particularmente, segmentada para os diferentes públicos (X. Li & Kaplanidou, 2013).
Entretanto, existem estudos que divergem da direção da transferência de imagem. A
hipótese é que a imagem do destino afete a imagem do evento (Nadeau et al., 2011, 2013). Se
considerarmos, novamente, que ambas as imagem são marcas, e que há um processo de
cobrading, no qual, as duas marcas podem se beneficiar mutuamente, as duas formas de se
pensar a direção da transferência são válidas. Todavia, no caso dos Jogos Olímpicos, a crença
da maioria, tanto dos acadêmicos quanto não acadêmicos, é que a imagem da cidade sede seja
impactada pelos Jogos (Auruskeviciene et al., 2010; Kim et al., 2014; X. Li & Kaplanidou,
2013; Preuss & Alfs, 2011; Sun & Paswan, 2012).
A imagem do destino está associada com intenções de visitar e revisitar o local (Chalip
& Green, 2003a; K. K. Kaplanidou, Jordan, Funk, & Rindinger, 2012; K. Kaplanidou & Vogt,
2007). Além disso, a experiência anterior da pessoa com o país-sede pode fazer diferença (K.
K. Kaplanidou et al., 2012; Kim et al., 2014), especialmente se existir uma incongruência entre
expectativa que foi construída na visita anterior e a mudança gerada com o Jogos (Kim et al.,
2014).
2.5. Imagem Do Evento
Tomando como base a definição de imagem da marca de Keller (1993), pode-se
conceituar a imagem do evento da seguinte forma:
[...] percepções sobre uma marca (um evento), refletida pelas as associações da
marca (evento) já existentes na memória do consumidor. As associações com a marca
(evento) são nódulos informativos que estão ligados ao nódulo da marca (evento), que
está na memória e que contêm o significado da marca (evento) para os consumidores
(Grohs et al., 2004, p. 124).
28
Numa relação de patrocínio, um dos objetivos que o patrocinador busca é ter a sua marca
associada aos significados do evento, às vezes, já pensando num possível reposicionamento da
marca (Papadimitriou et al., 2008; Sá & Almeida, 2016). Outra possibilidade, é não tentar
reposicionar a marca e somente reforçar a imagem atual através do patrocínio utilizando-se das
similaridades já existentes com o ente patrocinado (Ferrand & Pagès, 1996). Ambas as decisões
são estratégicas e necessitam de rigorosas avaliações para saber se o objetivo foi atingido com
o contrato de patrocínio.
Existe transferência de imagem entre evento patrocinado e marca patrocinadora
(Gwinner & Eaton, 1999; Kwon et al., 2016). Esta transferência, normalmente é verificada em
termos de personalidade (Drengner, Jahn, & Zanger, 2011; Ferrand & Pagès, 1996; Grohs &
Reisinger, 2014; Gwinner & Eaton, 1999). Mas, a imagem de uma marca não é somente a
personalidade (Keller, 1993), então outras dimensões da imagem podem ser investigadas.
Existe um framework teórico para compreender como funciona a transferência de
imagem entre marcas. Fatores antecedentes à transferência de imagem na mente do consumidor
influenciam o resultado final. Eles podem ser divididos em influências externas e internas aos
patrocínios. As influências externas são o domínio, a composição, o status e a duração. O
domínio se refere ao que está se patrocinando (artes, esportes, caridades, mídia), dentro de cada
domínio existe inúmeras formas (golf, tênis, futebol, etc.). A composição é o arranjo do
patrocínio, que pode ser simples (um único patrocinador principal), composto (um número
limitado de patrocinadores do mesma entidade) e complexo (grande número de patrocinadores
e ainda com categorias entre eles). O status basicamente é o porte do evento patrocinado.
Finalmente, a duração é o tempo da relação de patrocínio. As influências internas são o
conhecimento da marca (recordação e reconhecimento) e imagem da marca (favorabilidade,
força e singularidade). No processo de transferência de imagem, a avaliação do consumidor da
congruência entre as marcas e a avaliação de qualidade do patrocinador vai influenciar o
resultado final da transferência também (Smith, 2004). O modelo visual do framework da
transferência de imagem pode ser visto no Anexo 4.
Alguns estudos empíricos dão suporte a este framework (Grohs et al., 2004; Gwinner &
Eaton, 1999; Ko et al., 2008; Nufer & Bühler, 2010; Woisetschläger & Michaelis, 2012). Os
principais achados desses estudos que tangem a transferência de imagem é que realmente a
consciência do patrocínio de um evento possui um efeito direto e positivo na imagem do
patrocinador (Grohs et al., 2004; Ko et al., 2008; Woisetschläger & Michaelis, 2012), podendo
29
afetar, consequentemente a intenção de compra do consumidor (Ko et al., 2008). No caso de
megaeventos, a imagem dos patrocinadores aumentou ligeiramente após o término do evento,
entretanto, a dos competidores também (Nufer & Bühler, 2010).
A imagem do evento ainda serve como predecessor importante da satisfação geral com
o evento (K. Kaplanidou & Vogt, 2007), porém não como predecessor da intenção de revisitar
o destino (Walker et al., 2013). Esta última, pode afrontar um pouco os ideais de países que
procuraram sediar os Jogos Olímpicos na esperança de aumentar o turismo, ao menos, de forma
parcial.
2.6. Congruência
Na academia, o termo congruência vem sido usada para indicar a percepção do
consumidor de similaridade (Rifon et al., 2004), entretanto há pesquisas que investigam a
percepção de congruência de outros stakeholders, por exemplo, os gerentes (Henseler et al.,
2007).
Baseando-se no trabalho de Keller (1993) sobre imagem da marca, pode-se supor, que
a congruência ocorra em um ou mais dos seis tipos genéricos de associação que constituem a
imagem da marca, a saber: (i) atributo do produto, onde os produtos podem ser usados dentro
do mesmo contexto, ex.: Shell e esporte a motor (ii) imaginário do usuário, o mesmo tipo de
pessoa utiliza as mesmas marcas, ou seja, a empresa compartilha da mesma base de
consumidores do evento patrocinado; (iii) personalidade da marca, as marcas são vistas como
tendo atributos de personalidade similares, ex.: ambas são vistas como sendo jovens, alegres,
(melhorar) etc.; (iv) benefícios funcionais, as marcas provêm benefícios similares no uso, ex.:
suplementos alimentares e a maratona de São Silvestre teoricamente tentam trazer benefícios à
saúde; (v) benefícios experimentais, as marcas possuem similaridade no nível de afeto ou prazer
sensorial, ex.: é possível que um grande número de companhias que patrocinam esportes de
times masculinos (futebol e rugby) procurarem ligar os prazeres de socializar do esporte com
o do álcool (futebol e cerveja); (vi) benefícios simbólicos, ambas as marcas apelam para o
autoconceito do consumidor em termos de status, prestígios, exclusividade, etc. Rolex
patrocinando um evento de iate é um bom exemplo dessa associação simbólica (Smith, 2004).
Outros autores preferem apenas dividir a congruência em funcional ou de imagem
(Grohs & Reisinger, 2014; Gwinner & Eaton, 1999; Kwon et al., 2016). A primeira, refere-se
30
ao produto da empresa patrocinadora que é usado (ou pode ser usado) dentro do contexto do
evento esportivo, e a segunda, se existe similaridade simbiótica entre as imagens da marca e do
evento patrocinado. Neste sentido, os estudos concordam que a congruência impacta na
transferência de imagem (Grohs et al., 2004; Gwinner & Eaton, 1999; Kwon et al., 2016),
entretanto, há controvérsias sobre qual desses dois tipos de congruência é mais influente (Kwon
et al., 2016). Entretanto, a classificação que Smith (2004) propõe é consideravelmente mais
completa, e, portanto, será usado no presente trabalho, o que não invalida os estudos anteriores,
apenas promove uma nomenclatura diferente.
A congruência é uma variável relevante na escolha do patrocínio. Uma forte
congruência percebida entre patrocinador e patrocinado pode impactar positivamente a
consciência da marca (Johar & Pham, 1999); a atitude direcionada ao patrocinador,
consequentemente afetando a intenção de compra (Lee & Cho, 2009; Speed & Thompson,
2000);
O valor da marca parece interferir na percepção de congruência, pois há indícios, que
para determinadas categorias de produtos, a congruência entre patrocinador e evento será maior
para patrocinadores com um alto valor de marca mais do que para patrocinadores com baixo
valor de marca (Roy & Bettina Cornwell, 2003). Ou seja, talvez, patrocinadores Olímpicos com
valores de marca mais altos se beneficiem mais da relação de patrocínio, pois, possivelmente
poderão alcançar índices de congruência percebida pelos consumidores mais alto.
A articulação do patrocínio também parece ter um papel significativo, podendo ser
entendida como o ato de explicar uma relação entre entidades (Cornwell et al., 2006), sendo
que se a explicação para o patrocínio for boa, por si só, é capaz de melhorar a recordação das
marcas patrocinadoras, inclusive, em situações de não congruência entre as marcas. Ainda
melhor, explicar a razão do patrocínio para os consumidores de forma coerente pode ajudar a
diferenciar-se dos competidores, evitando marketing de emboscada (Cornwell et al., 2006).
Ainda é possível, que mesmo para relações incongruentes, a articulação ajude no sucesso do
patrocínio (Coppetti, Wentzel, Tomczak, & Henkel, 2009), todavia, patrocínios congruentes
possuem uma vantagem natural, pois são avaliados mais positivamente, mesmo sem fazer
articulação e/ou uma forte ativação, do que patrocinadores incongruentes que fazem a
articulação do patrocínio e oferecem um nível de experiência do patrocínio para o consumidor
diferenciado (ex.: um estante interativo dentro do evento) (Coppetti et al., 2009).
31
2.7. Associative Network Theory e Schema Theory.
O processo de transferência de imagem e percepção de congruência derivam dessas duas
teorias: Associative Network Theory e Schema Theory (Drengner et al., 2011; Smith, 2004).
2.7.1. Associative Network Theory do processo semântico.
Esta teoria, inicialmente foi desenvolvida para ser implementada em simulações
computadorizadas de busca de memória, ou seja, foi uma teoria desenhada para mostrar como
construir a estrutura semântica humana e processar isto dentro de um computador (Quillian,
1996). Posteriormente, a teoria foi expandida para se encaixar melhor em termos neurológicos
e explicar resultados de outras pesquisas relacionadas da época (Collins & Loftus, 1975).
A teoria prega que a quantidade de informações que uma pessoa consegue gerar sobre
qualquer conceito parece ser ilimitado. O conceito pode ser representado por um nódulo em
uma rede de informações, sendo que o nódulo está ligado, de forma relacional, a uma série de
outros nódulos conceituais. Segundo a teoria, toda rede que está interligada com um nódulo
representa o significado completo de um conceito (Collins & Loftus, 1975).
Esta rede conceitual (semântica) é organizada ao longo de linhas de similaridade
semântica (ver anexo 5). Quanto mais propriedades dois conceitos têm em comum, mais
ligações existem entre eles e mais relacionados são. Em ordem para se decidir se um conceito
combina com outro, evidência suficiente deve ser coletada para emitir um critério positivo, a
similaridade é reconhecida, ou negativo, a similaridade não é reconhecida (Collins & Loftus,
1975)
Quando um nódulo é ativado através de algum estímulo, seja por leitura ou audição,
começa uma espécie de efeito cascata, sendo ativado em sequência todos os nódulos ligados
diretamente ao nódulo inicial. Depois, o processo se repete, e todos os nódulos que foram
ativadas irão ativar outros dos quais possuem ligações diretas, e assim sucessivamente. Essas
ativações podem se dar em paralelo e vão perdendo a força continuamente, variando a
velocidade desta perda, conforme se afastam do sinal inicial, da robustez das ligações
encontrada nos caminhos e da quantidade de tempo que a ativação é estimulada. Este processo
só termina quando evidência suficiente é coletada para perceber o elo relacional com o outro
32
conceito ou refutá-lo. Porém, a ativação pode terminar caso aconteça interrupção externa ou o
tempo de busca na memória se acabe, gerando uma resposta “eu não sei” (Collins & Loftus,
1975).
Associative Network Theory é usada para explicar como a memória das marcas é ativada
quando aliada com outra marca e/ou conceito para produzir transferência (Smith, 2004) Em
relação à congruência, quanto mais ligações dois conceitos e/ou marcas possuem, mais
relacionados eles são (Collins & Loftus, 1975). Isto significa que relações entre marca do
patrocinador e evento que possuem menos conexões entre si são menos congruentes.
Consequentemente, a memória para essas relações tendem a ser menores (Cornwell et al.,
2006). Esta informação ajuda a explicar o porquê da congruência entre evento e uma
determinada marca patrocinadora influencia positivamente a consciência desta mesma marca
(Johar & Pham, 1999; G. Koo et al., 2006). Além disso, parece ser mais fácil de alcançar
transferência de imagem se as conexões associativas já existirem entre ambas as marcas (G.
Koo et al., 2006).
2.7.2. Schema Theory
A schema theory é uma teoria da psicologia, que tenta entender como uma pessoa
observa e faz sentido do mundo ao seu redor. Descreve os processos perceptivos e cognitivos
de uma única pessoa, portanto, está excluído do âmbito da teoria, tentar entender como esses
processos ocorrem dentro de um grupo pequeno, movimento social ou governo. Além disso,
mostra como ocorre as etapas do processamento de informações que o indivíduo recebe e como
ele vai dar sentido a ela. Entretanto, a teoria é imprecisa para descrever tomadas de decisão
(Axelrod, 1973).
Para processar uma nova informação, o indivíduo tenta encaixá-la dentro de um schema
que já foi utilizado anteriormente para interpretar outra informação em uma situação similar.
Para realizar o encaixe, inferências e distorções podem ser usadas (Axelrod, 1973). Um schema
pode ser definido informalmente como pressupostos pré-existentes sobre o jeito que o mundo
é organizado (Singer, 1968). Caso, a nova informação não se encaixe bem ao schema escolhido
para determinada situação e momento, o schema terá que ser alterado para que se possa
processar a nova informação de modo aceitável (Axelrod, 1973).
Um pressuposto crítico deste modelo é que uma pessoa sempre vai tentar utilizar um
schema, no qual, o encaixe pareça satisfatório à situação. E fará, de modo que os schemas que
33
se encaixem melhor a determinado caso, sejam conferidos, antes daqueles que pareçam se
encaixar menos (Axelrod, 1973). Sendo assim, quanto maior a similaridade entre patrocinador
e evento, mais fácil é para o indivíduo, receber uma nova informação do patrocinador e
interpretá-la. Ademais, consumidores usam os schemas que possuem para julgar o quanto
ambas as marcas são congruentes dentro das possibilidades existentes (Smith, 2004)
34
3. MÉTODO
Este capítulo tem como finalidade a apresentação do método e o detalhamento dos
procedimentos que foram utilizados para a realização deste estudo. Inicialmente, é apresentado
o problema de pesquisa e os objetivos do estudo. Em seguida, é apresentado o escopo do estudo,
comtemplando sua natureza, a abordagem utilizada, a técnica escolhida e o modelo conceitual
proposto. Então, são abordados a operacionalização das variáveis e os procedimentos de coleta
de dados. Finalmente, são descritas as técnicas utilizadas para a análise de dados.
3.1. Objetivos do Estudo
Os objetivos gerais do presente estudo foram formulados da seguinte forma:
Investigar se e em que medida (a) a imagem do megaevento esportivo influencia o
valor da marca do patrocinador e a imagem do destino sede; (b) a imagem do destino sede
influencia o valor da marca do patrocinador; (c) a percepção de congruência entre o
megaevento esportivo e o patrocinador exerce efeito mediador na relação entre imagem
do megaevento e valor do patrocinador; (d) a percepção de congruência entre imagem da
sede e patrocinador exerce efeito mediador na relação entre imagem da sede e valor da
marca do evento, considerando uma rede nomológica envolvendo imagem do evento,
imagem da sede, valor da marca e congruência.
Estes objetivos gerais foram traduzidos em cinco questões específicas de estudo, que
são apresentadas a seguir.
3.1.1. Questões específicas do estudo
Questão 1: A imagem do megaevento esportivo influencia o valor da marca do
patrocinador?
Questão 2: A percepção de congruência entre patrocinador e megaevento patrocinado
exerce um efeito mediador na relação entre imagem do megaevento e valor da marca do
patrocinador?
Questão 3: A imagem do megaevento esportivo influencia a imagem da sede?
35
Questão 4: A imagem da sede influencia o valor da marca do patrocinador do
megaevento?
Questão 5: A percepção de congruência entre a sede e o patrocinador do megaevento
exerce um efeito mediador na relação entre imagem da sede e valor da marca do patrocinador?
3.1.2. Escopo do estudo
Nesta seção são apresentas as delimitações do escopo do estudo. Para definir as
fronteiras do estudo, foram consideradas as seguintes restrições:
Primeiramente, decidiu-se estudar a imagem do evento dos Jogos Olímpicos Rio 2016
e a imagem do destino da cidade do Rio de Janeiro. Os Jogos Olímpicos de Verão são o maior
evento esportivo do planeta, com grande repercussão internacional, exposição de mídia e atrai
um grande número de turistas (Müller, 2015).
Em segundo lugar, optou-se por verificar o valor da marca na perspectiva do consumidor
de duas empresas: Coca-Cola e Visa. O critério de seleção para a escolha desses dois
patrocinadores foi: (a) fazer parte do programa The Olympic Partners (TOP) de patrocínio
oferecido pelo COI; (b) não ser uma marca corporativa e/ou apenas B2B; (c) seguindo os
critérios anteriores, as duas mais bem colocadas no ranking de valor da marca da Forbes2.
Em terceiro lugar, foi feita a opção por analisar a perspectiva de espectadores presenciais
do megaevento, de ambos os gêneros, sendo eles turistas internacionais, que estivessem nos
arredores das instalações olímpicas nos dias de evento. Devido à dificuldade técnica de se estar
presente dentro das instalações olímpicas, também houve prioridade em escolher competições
abertas ao público. Diante da diversidade de nacionalidades esperada paro os Jogos Rio 2016,
optou-se por realizar as entrevistas em dois idiomas: inglês e espanhol.
Finalmente, foi feita a escolha de não considerar outros antecedentes do valor da marca
do patrocinador no contexto do patrocínio esportivo além da imagem do megaevento, imagem
da sede, percepção de congruência entre patrocinador e propriedade patrocinada e a percepção
de congruência entre a imagem da sede e patrocinador do megaevento. Esta decisão foi tomada
com o intuito de não tornar o modelo demasiadamente complexo e acabar fugindo do escopo
2 http://www.forbes.com/powerful-brands/list/#tab:rank
36
do presente estudo. Decidiu-se também não considerar outras variáveis demográficas que não
o gênero, idade, país de residência e nacionalidade.
3.1.3. Sobre as empresas patrocinadoras
A Coca-Cola é uma marca de refrigerante carbonado, sediada em Atlanta, Estados
Unidos. Faz parte do conglomerado The Coca-Cola Company e é a principal marca do grupo.
A Coca-Cola está em quarto lugar no ranking da Forbes de valor da marca, com a marca valendo
aproximadamente $58.5 bilhões (Forbes, 2016). A associação da Coca-Cola com megaeventos
esportivos é de longa data. Faz parte do programa TOP desde o início, em 1986, além de ter a
mais longa relação de patrocínio com os Jogos Olímpicos de forma ininterrupta, sendo o
primeiro contrato de patrocínio nos Jogos Olímpicos de 1928 em Amsterdã (International
Olympic Committe, 2014). Em paralelo às Olímpiadas, a Coca-Cola também é parceira antiga
da FIFA, sendo patrocinadora oficial da Copa do Mundo FIFA desde 1974, mas já fazendo
propaganda em estádios da Copa do Mundo em cada edição desde 1950 (The Coca-Cola
Company, n.d.).
A Visa Inc., ou Visa, é uma empresa dos Estados Unidos de serviços financeiros com
ampla presença global. A marca Visa está em trigésimo lugar no ranking de valor da marca da
Forbes, com a marca valendo aproximadamente $19.2 bilhões (Forbes, 2016). Apesar de ser
uma marca mais recente do que a Coca-Cola, sendo fundada em 1958, a Visa também já tem
uma história significativa com patrocínio de megaeventos esportivos, sendo membra do
programa TOP desde do início (International Olympic Committe, 2014) e patrocinadora da
FIFA desde 2007, tendo acesso exclusivo há mais de 40 eventos da FIFA (Visa Inc., n.d.).
3.1.4. Sobre os Jogos Olímpicos Rio 2016
Os Jogos Olímpicos de Verão de 2016 foram realizados na cidade do Rio de Janeiro,
durante os dias 05 a 21 de Agosto. Historicamente, os Jogos Olímpicos de Verão são o maior
evento esportivo do planeta (The Olympic Museum, 2013b), atraindo milhões de visitantes para
a cidade e sendo transmitido para bilhões de pessoas em 220 países (International Olympic
Committe, 2014). Ainda não é possível se obter de forma oficial a verba arrecadada de
patrocínio dos Jogos Rio 2016, porém, nas Olímpiadas de Londres o valor foi $2,139 bilhões3.
3 O valor foi alcançado somando as receitas somadas do patrocínio doméstico e internacional
37
O COI tem um programa estruturado de patrocínio das Olímpiadas, podendo ser
dividido em patrocínio doméstico e internacional. O patrocínio internacional é exclusivo dos
participantes do programa TOP. Este programa foi desenvolvido para desenvolver relações de
longo prazo com parcerias corporativas visando beneficiar o Movimento Olímpico como um
todo. O programa TOP opera em um prazo de 4 anos, ou seja, o ciclo olímpico inteiro. Parceiros
do programa detêm contratos de direitos para o marketing global e oportunidades de oferecerem
seus serviços e produtos durante o ciclo olímpico e aos eventos relacionados de modo exclusivo.
Durante o ciclo 2009-2012, com os Jogos sendo realizados em Vancouver e Londres, a receita
advinda do programa TOP foi de $950 milhões (International Olympic Committe, 2014). Todos
integrantes do programa TOP durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 podem ser conferidos no
Anexo 2.
O patrocínio doméstico, gerenciado pelo comitê organizador dos Jogos, concede
direitos de marketing dentro de território do país sede e o contrato dura apenas uma única edição
dos Jogos Olímpicos. As receitas são usadas para facilitar a execução dos próprios Jogos. Os
Jogos Olímpicos de Londres tiveram cerca de 42 patrocinadores domésticos, divididos em
categorias de patrocinador oficial, apoiador oficial e fornecedor oficial. A arrecadação total
chegou a $1,189 bilhões (International Olympic Committe, 2014).
O Rio de Janeiro sediou os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul (The Olympic
Museum, 2013b). A situação que o Brasil vive hoje é bem diferente de quando participou do
processo de seleção e ganhou. Uma profunda crise econômica e política se instalou no Brasil
(Peres et al., 2016), quadro inesperado no passado recente, ao menos, para a maioria dos
brasileiros (Biller, 2016). Juntamente com a crise de finanças do Estado do Rio de Janeiro, que
decretou estado de calamidade pública a poucos meses antes dos Jogos (Puff, 2016), atrasos
nas obras (Veja, 2016) e promessas de legado não cumpridas (Nogueira, 2016), podem ter
minado o ânimo de alguns brasileiros para os Jogos Olímpicos. Exposto isto, faz-se necessário
levar o contexto da realidade brasileira atual na hora de analisar os resultados.
3.2. Hipóteses de Pesquisa
São cincos as hipóteses substantivas da pesquisa.
38
3.2.1. A influência da imagem do megaevento esportivo no valor da marca dos
patrocinadores
Diversos estudos comprovam que associação de uma marca com um evento esportivo
via relação de patrocínio melhora o CBBE da mesma, mesmo com os autores utilizando-se de
diferentes métodos para a métrica da CBBE (Amorim & Almeida, 2015; Donlan, 2014; Vale et
al., 2009). Lembrando que a CBBE é composta de muitas dimensões (Keller, 1993) e muitas
vezes os estudos só analisam a CBBE parcialmente, por exemplo, verificando apenas a
consciência da marca (Nufer & Bühler, 2010), outros, apenas a transferência de personalidade
do evento para a marca patrocinadora (Donahay & Rosenberger, 2007).
No caso dos patrocinadores de megaeventos, o ganho de CBBE continua mostrando ser
verdadeiro (Nufer & Bühler, 2010). Executivos das empresas patrocinadoras também parecem
ter em mente esses benefícios advindo das associações com o evento esportivo (Papadimitriou
et al., 2008; Sá & Almeida, 2016). O montante de dinheiro investido para obter o contrato de
patrocínio pode ser considerado uma prova desta crença.
Sendo assim, temos a primeira hipótese da pesquisa:
H1: A imagem do megaevento esportivo influencia positivamente o valor da marca na
perspectiva do consumidor das empresas patrocinadoras.
3.2.2. A influência da congruência na relação entre imagem do megaevento esportivo
e valor da marca dos patrocinadores
A congruência entre evento e marca patrocinadora e seu efeito no valor da marca do
patrocinador é um assunto que possui bastante interesse entre os pesquisadores (Cornwell &
Kwak, 2015; Drengner et al., 2011; Kwon et al., 2016; Woisetschläger & Michaelis, 2012).
Pesquisas comprovam empiricamente que ocorre a transferência de imagem entre evento
esportivo e patrocinador (Gwinner & Eaton, 1999; Kwon et al., 2016), sendo que a congruência
entre os dois é um fator influenciador (Henseler et al., 2007). Independentemente do tipo de
congruência entre patrocinador e evento, o patrocínio esportivo aumenta a percepção de
congruência entre as duas marcas (Kwon et al., 2016) . Entretanto, alguns estudos analisam a
percepção de congruência como variável independente, e não variável mediadora da relação
entre evento e valor da marca (Bruhn & Holzer, 2015; Grohs et al., 2004). Mas, dados recentes
39
provam o efeito positivo da congruência como variável mediadora na CBBE da marca
patrocinadora (Amorim & Almeida, 2015).
Pelos fatos expostos, temos a segunda hipótese da pesquisa:
H2: A percepção de congruência entre o megaevento esportivo e patrocinador exerce
efeito mediador na relação entre imagem do megaevento esportivo e valor da marca das
empresas patrocinadoras na perspectiva do consumidor.
3.2.3. A influência da imagem do megaevento na imagem da sede.
A imagem da destino não é restrita a um país, e sim, a qualquer região que seja
previamente delimitado pelo pesquisador (Nadeau et al., 2008). Normalmente, os estudos que
investigaram o impacto do megaevento esportivo na imagem do destino, o fizeram, avaliando
o impacto no país-sede (Auruskeviciene et al., 2010; X. Li & Kaplanidou, 2013; Nadeau et al.,
2011). Entretanto, os Jogos Olímpicos são realizados em uma cidade e é essa cidade que recebe
todo marketing associado aos Jogos. Claro, o país-sede também recebe, mas é quase que um
marketing por tabela. Outro ponto tão importante quanto o primeiro é que poderíamos ter uma
distorção dos resultados se a imagem do destino fosse referente ao Brasil, afinal, pedir a
percepção de imagem de um país de proporções continentais, como o Brasil, para um turista
que possivelmente só conheceu a cidade do Rio de Janeiro a poucos dias, poderia enviesar os
achados. Enfim, no presente trabalho, a imagem da sede se refere à imagem da cidade do Rio
de Janeiro.
Governos de diferentes países procuram sediar megaeventos esportivos, acreditando que
esta é uma excelente oportunidade para mostrar o seu país para o mundo , devida à alta
exposição de mídia que tais eventos proporcionam (Müller, 2015). Pela visão dos governantes,
e de, alguns estudos, o megaevento esportivo é um catalisador da imagem da sede (Baade &
Matheson, 2004). A melhora da imagem dificilmente irá acontecer como um todo, mas sim, em
alguns itens específicos, dependendo do lugar. Somado a isso, temos evidência que eventos
esportivos influenciam determinados aspectos da imagem da sede quando propagandas são
usadas como ferramentas de promoção da sede (Chalip & Green, 2003b), o que é o caso dos
Jogos Olímpicos.
Usualmente, os pesquisadores que estudam o impacto do megaevento na imagem da
sede só mensuram a variação da imagem antes e pós evento, sem relacionar com nenhum
40
construto de imagem do evento (Auruskeviciene et al., 2010; Kim et al., 2014; X. Li &
Kaplanidou, 2013). Os poucos estudos que relacionam divergem na direção do impacto (Dos
Santos et al., 2014; K. Kaplanidou & Vogt, 2007; Nadeau et al., 2011). De qualquer forma,
ambos demonstraram empiricamente que há relação entre imagem do evento e imagem do
destino. No presente trabalho, devido aos fatos anteriormente citados, que os governantes
buscam os Jogos para melhorar a imagem da sede e que diversos estudos comprovam a melhora
da imagem do destino após a realização do evento, acreditamos que a direção da relação se dê
da imagem do megaevento para imagem da sede.
H3: A imagem do megaevento esportivo influencia positivamente a imagem da sede.
3.2.4. A influência da imagem da sede no valor da marca dos patrocinadores.
Apenas um estudo investigou o efeito da imagem da sede no valor da marca dos
patrocinadores, ao menos, no contexto de megaeventos (Nadeau et al., 2013). Este estudo não
achou relação significativa direta entre a imagem da sede e a imagem do patrocinador, porém,
a justificativa da hipótese era que o impacto direto da imagem do país na imagem do
patrocinador era esperado, pois existe um corpo extenso de evidências que demonstram que
associações entre países e imagem de produtos podem ser baseados em uma gama de afiliações,
incluindo design, fabricação, montagem e brading. Talvez, o autor tenha hipotetizado desta
forma, pois o instrumento para mensurar a imagem do destino refletiam um mix das literaturas
de imagem do destino, oriundas do turismo, e imagem do produto-país, oriundas do marketing.
Todavia, não justificaremos a hipótese deste modo, por dois motivos. Primeiro, porque
o instrumento utilizado não será baseado na literatura de imagem produto-país. Esta imagem
reflete as percepções de um país levando em consideração as compras de produtos ou serviços,
cuja a produção é oriunda dele (Nadeau et al., 2008). O segundo motivo é relacionado ao
primeiro, pois as empresas em foco no trabalho são internacionais e oferecem e desenvolvem
seus produtos ou serviços em outros países.
Contudo, ainda manteremos a hipótese que a imagem da sede influencia no valor da
marca dos patrocinadores. Esta hipótese é de grande interesse para as empresas patrocinadores,
pois talvez, a cidade sede seja mais uma variável a se prestar atenção na hora de fechar os
contratos de patrocínio, além disso, devido à quase que indissociação de determinada edição do
Jogos Olímpicos com a cidade que o sediará, acreditamos que possa sim, ter um efeito direto
da imagem da sede no valor da marca dos patrocinadores.
41
H4: A imagem da sede do megaevento influencia positivamente o valor da marca das
empresas patrocinadoras na perspectiva do consumidor.
3.2.5. A influência da congruência na relação entre imagem da sede e valor da marca
dos patrocinadores
Não existe nenhum estudo que investigue a hipótese da influência da congruência na
relação entre imagem da sede e valor da marca dos patrocinadores. Entretanto, como a
congruência é algo que ocorre entre dois conceitos (Axelrod, 1973), não há nada de estranho
em pensar na imagem do destino como uma marca (Heslop et al., 2013), que está realizando,
de certa forma, um cobrading indireto com os patrocinadores do megaevento, já que
determinada edição dos Jogos Olímpicos é altamente relacionada com a cidade que o sedia.
Ademais, se existem evidências que a congruência media a relação entre imagem do
megaevento e valor da marca dos patrocinadores (Coelho, 2015), é plausível que ocorra
mediação na relação entre imagem da sede e valor da marca dos patrocinadores.
H5: A percepção de congruência entre a sede do evento e patrocinador do megaevento
exerce efeito mediador na relação entre a imagem megaevento esportivo e o valor da marca das
empresas patrocinadoras na perspectiva do consumidor.
42
3.3. Modelo conceitual
Figura 1 - Modelo Conceitual
3.3.1. Variáveis do Estudo
O modelo conceitual proposto articula três tipos de variáveis: (a) variável dependente,
(b) variáveis mediadoras e (c) variável independente.
A variável dependente é a customer-based brand equity (CBBE), ou, valor da marca na
perspectiva do consumidor. A variável independente é a mega event image (MEI), ou, a imagem
do megaevento. Por fim, as variáveis mediadoras são três no modelo proposto: (a) mega event
host image (MEHI), ou, imagem da sede do megaevento;(b) fit between mega event and sponsor
(FMEIS), ou, congruência entre megaevento e patrocinador; (c) fit between mega event host
and sponsor (FMEHIS), ou, congruência entre sede do megaevento e patrocinador.
3.4. Natureza do Estudo
Este estudo utilizou o método comparativo causal, por ser caracterizado como uma
investigação empírica sistemática na qual os pesquisadores não têm controle das variáveis
43
independentes, seja por serem inerentemente não manipuláveis, seja por já terem ocorrido.
Neste método, as relações entre as variáveis são inferidas, independente da variação simultânea
das variáveis dependentes independentes ( Kerlinger, 1973).
3.4.1. Técnica de pesquisa
A técnica de survey foi a técnica de pesquisa utilizada, por meio de perguntas fechadas
avaliadas pelos respondentes. Além disso, foi incluído uma única pergunta aberta ao final do
questionário.
3.4.2. Unidade de análise
O que se investigou neste estudo foi a percepção individual dos espectadores presenciais
dos Jogos Rio 2016 sobre a imagem do megaevento esportivo, a imagem da sede, a percepção
de congruência entre megaevento e patrocinador, percepção de congruência entre patrocinador
e sede do megaevento e o valor da marca na perspectiva do consumidor. Portanto, a unidade
de análise é o indivíduo.
3.5. Operacionalização das Variáveis
Foram operacionalizados cinco construtos: (a) imagem do megaevento esportivo, (b)
congruência percebida entre megaevento e patrocinador, (c) valor da marca na perspectiva do
consumidor, (d) imagem do sede e (e) congruência percebida entre sede do megaevento e
patrocinador. A operacionalização das variáveis foi realizada privilegiando a utilização de
escalas pré-existentes, que já haviam sido testadas no contexto esportivo e no Brasil.
Todos os itens das escalas utilizadas foram mensurados por meio de escalas tipo Likert
de sete pontos.
3.5.1. Variáveis relativas a imagem do megaevento esportivo.
Não existem muitos estudos que mensurem a imagem de um megaevento esportivo, ao
menos, não de forma multidimensional. Nadeau et al. (2011) desenvolveu uma escala para
medir a percepção de imagem das Olímpiadas de Beijing entre turistas que estavam em Beijing.
A construção desta escala foi baseada nas escalas de imagem do destino, porém, levando em
consideração as peculiaridades únicas que um megaevento esportivo pode ter. Ela foi criada
utilizando-se de um framework atitudinal, ou seja, primeiro foram avaliados as dimensões
44
cognitivas (crenças), afetivas (avaliação) e conativas (intenção). Embora, os autores tenham
utilizado itens de classificação geral dentro das dimensões e alguns itens apresentaram um baixo
fator de carga, este foi o primeiro trabalho que conseguimos identificar que utilizou uma escala
multidimensional em um contexto de megaevento esportivo sob a perspectiva dos turistas.
Existem alguns outros estudos com escalas que apresentaram resultados mais satisfatórios, mas
foram realizados em eventos esportivos menores (S. K. Koo, Byon, & Baker III, 2014) e/ou sob
a perspectiva dos competidores (K. K. Kaplanidou et al., 2012; K. Kaplanidou & Vogt, 2007).
O mesmo grupo de pesquisadores testou novamente esta escala, só que desta vez, somente
avaliando a dimensão afetiva da imagem do evento e em uma população que não esteve presente
nos Jogos e de outro país (Nadeau et al., 2013).
No Brasil, Coelho (2015), utilizou-se da escala criada por Nadeau et al. (2011), para
mensurar a percepção de imagem da Copa do Mundo FIFA 2014 das pessoas que participaram
do evento, porém, mensurou unicamente a dimensão cognitiva, fazendo ligeiras modificações,
como retirar os itens de classificação geral de dentro das dimensões e subdimensões. Ainda
mais, traduziu esta parte da escala para o português e espanhol e testou em uma amostra
significantemente maior. Todavia, novamente, alguns itens apresentaram fator de carga baixo
e um item com carga cruzada entre duas subdimensões.
Para o presente estudo, optamos por utilizar a escala completa de Nadeau et al. (2011),
com as três dimensões afetivas: cognitiva, afetiva e conativa. A dimensão cognitiva é composta
por três subdimensões, a saber: crenças de experiência, crenças de logística e crenças de
segurança. Para não inflar o Alfa de Cronbach, decidiu-se retirar os itens de classificação geral
de dentro das dimensões e subdimensões. Ainda na dimensão cognitiva, optou-se por utilizar
os itens traduzidos para o espanhol e modificados feitos por Coelho (2015), por já ter sido
testado em um contexto de megaevento e nacional. Para as dimensões afetivas e conativas o
processo de tradução reversa para o espanhol foi necessário.
3.5.2. Variáveis relativas a congruência percebida entre imagem do megaevento e
patrocinador.
Optou-se por utilizar a escala Sponsor-Event Fit (FIT), de cinco itens, de Speed &
Thompson (2000) para mensurar a congruência percebida entre evento e patrocinador. A
congruência entre duas marcas pode ocorrer em diferentes bases (Smith, 2004), porém, a escala
desenvolvida por Speed & Thompson, não se prende a nenhuma delas e capta a percepção de
45
congruência de forma mais geral (Speed & Thompson, 2000). Esta escala já foi testada em
diferentes estudos e sempre apresentou bons resultados (Close & Lacey, 2013; Drengner et al.,
2011; Grohs & Reisinger, 2014), inclusive, no Brasil, onde foi traduzida para o português
(Amorim & Almeida, 2015) e mais recentemente para o espanhol (Coelho, 2015). Além disto,
ela já foi utilizada em um contexto de megaevento esportivo realizado no Brasil (Coelho, 2015).
Com base no que foi exposto, utilizaremos a escala de Speed & Thompson (2000), com
ligeiras adaptações feitas por Coelho (2015) e sua versão do questionário em espanhol.
3.5.3. Variáveis relativas ao valor da marca na perspectiva do consumidor.
O valor da marca na perspectiva do consumidor possui muitas dimensões (Keller, 1993),
porém foi escolhido a escala Overall Brand Equity (OBE), que possui quatro itens, de Yoo &
Donthu (2001), na qual, é uma escala geral que pelo menos reflete quatro dimensões do valor
da marca: lealdade, qualidade percebida, associações e lembranças (Yoo & Donthu, 2001). Esta
escala já foi bastante utilizada e apresenta robustez (Delgado-Ballester & Espallardo, 2008;
Wasburn & Plank, 2002; Woisetschläger & Michaelis, 2012). Também, já foi testada em terras
brasileiras (Amorim & Almeida, 2015; Coelho, 2015; Neto & Luce, 2012; Torres, Gonçalves,
Gosling, & Veiga, 2011), sendo que dois no contexto de patrocínio esportivo (Amorim &
Almeida, 2015; Coelho, 2015) e um sendo utilizado em um megaevento (Coelho, 2015).
Não há necessidade de tradução reversa, pois a escala já foi traduzida para o espanhol
(Coelho, 2015), e também já foi adaptada para o contexto de serviços financeiros (Amorim &
Almeida, 2015).
3.5.4. Variáveis relativas a imagem da sede.
Ao contrário da imagem do evento, as escalas da imagem do destino possuem uma
literatura mais ampla e testada em diferentes países e contextos (Pike, 2002). Algumas delas já
foram utilizadas em um contexto de megaevento esportivo (Auruskeviciene et al., 2010; Heslop
et al., 2013; X. Li & Kaplanidou, 2013; Nadeau et al., 2011; Sun & Paswan, 2012; Walker et
al., 2013) entretanto, normalmente é um desenho de estudo antes-pós, na visão de turistas que
não estiveram presentes no local, e verifica-se o quanto a imagem do destino variou após a
realização do evento (Auruskeviciene et al., 2010; Heslop et al., 2013; X. Li & Kaplanidou,
2013). Assim como a imagem do evento, a imagem do destino é investigada por um framework
atitudinal, com as dimensões cognitivas, afetivas e conativa (Nadeau et al., 2008). Outros
46
autores, oriundos da área de turismo, parecem concordar com este framework (Baloglu &
McCleary, 1999; Byon & Zhang, 2010; Gallarza, Saura, & Garcı́a, 2002). Os atributos
utilizados para captar a imagem do destino costumam convergir, apesar que esses são os que
mais variam de estudo para estudo (Gallarza et al., 2002), justamente para tentar se adaptar à
realidade de cada país ou situação . Por isto, foi feita a opção de utilizar a escala presente no
estudo de X. Li & Kaplanidou (2013), no qual, nada mais é que a junção de outras escalas
testadas com sucesso presentes na literatura de imagem de destino com ligeiras adaptações. Esta
escala também foi usada em um contexto de Jogos Olímpicos.
Não foi localizado em nossa busca, nenhum estudo que tenha traduzido esta escala para
o espanhol, sendo necessário executar o processo de tradução reversa.
3.5.5. Variáveis relativas à congruência percebida entre imagem do destino e
patrocinador
Não foi identificado nenhum estudo que verificasse a percepção de congruência entre
imagem do destino e patrocinador. Todavia, como já dito anteriormente, podemos considerar
que uma cidade, estado ou país têm a sua própria marca e pode ser analisado como tal (Heslop
et al., 2013; Sun & Paswan, 2012). Sendo assim, para efetuar a mensuração da congruência
entre imagem do destino e patrocinador, consegue-se substituir na escala de Speed & Thompson
(2000), o evento esportivo pelo o destino. Acredita-se que as pessoas irão perceber a
congruência pelos mesmos processos relatados pela schema theory e spread activation.
3.6. População e Amostra
A população-alvo do estudo é composta por turistas estrangeiros que estavam presente
durante a realização dos Jogos Olímpicos de Verão realizados no Rio de Janeiro. Os locais
escolhidos para coleta foram pontos turísticos da cidade e nos entornos das instalações
olímpicas, onde a probabilidade de encontrar turistas era maior. A exclusão de brasileiros e
residentes do Brasil baseia-se no pressuposto que o tempo de vivência no País traga percepções
da cidade do Rio de Janeiro distintas dos estrangeiros.
Além do critério de ser estrangeiro, optou-se também por estabelecer a idade mínima de
18 anos e ser fluente em inglês ou espanhol. O indivíduo também não poderia ser atleta, pois
especula-se que este venha aos Jogos Olímpicos com um objetivo e foco totalmente diferente
dos demais turistas.
47
Foram utilizados algumas questões de filtro na amostra: (a) fluência em algum dos
idiomas dos questionários, (b) idade, (c) nacionalidade, (d) país de residência e (e) ser um atleta
olímpico.
3.7. Instrumento de Coleta de Dados
O questionário idealizado para a coleta de dados do presente estudo foi desenvolvido
para uma coleta assistida, em que o entrevistador indaga os entrevistados oralmente e registra
suas respostas no questionário, e contemplou sete blocos de informações. No primeiro bloco,
são apresentadas algumas perguntas de filtro e perguntas referentes a informações
demográficas.
No segundo bloco são apresentados os vinte e cinco itens referentes à imagem do evento.
No terceiro bloco são apresentados os quatro itens referentes ao valor da marca dos
patrocinadores, que são repetidos para a investigação da avaliação das duas marcas. No quarto
bloco são apresentados os cinco itens referentes à percepção de congruência entre os
patrocinadores e o megaevento, também duplicados para contemplar duas marcas. O quinto
bloco apresenta os dezessete itens referentes à imagem da cidade sede. No sexto bloco são
apresentados os cinco itens referentes a percepção de congruência entre os patrocinadores e a
cidade sede, novamente duplicados para contemplar duas marcas. No sétimo e último bloco
apresenta uma única questão aberta a respeito da realização dos Jogos na cidade do Rio de
Janeiro “Você considera que foi uma boa decisão sediar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro?
Por quê?”.
Para auxiliar os respondentes nas respostas de questões fechadas, foi elaborado um
cartão de resposta com uma escala Likert de sete pontos apresentada visualmente. O anverso
do cartão resposta concebido para apenas o segundo bloco do questionário, ou seja, para a
repostas de itens referentes à imagem do megaevento, apresenta uma gradação em termos de
atitude, que vai de 1, totalmente negativo, a 7, totalmente positivo. O verso do cartão, concebido
para todo restante do questionário, exceto o último bloco, apresenta uma gradação em termos
de concordância, que vai de 1, discordo totalmente, a 7, concordo totalmente.
Para cada idioma utilizado foram criadas duas versões do questionário: uma começando
pela marca Visa e outra começando pela marca Coca-Cola nas escalas de congruência e valor
da marca. Isto foi feito para evitar resultados enviesados devido ao fato da pergunta de um
48
determinado patrocinador preceder o outro. Considerando que foram geradas duas versões do
questionário para cada idioma, obteve-se um total de quatro versões do questionário no total. A
versão V1 começando com a Visa e a versão V2 iniciando com a Coca-Cola.
3.7.1. Tradução reversa das escalas
O presente estudo priorizou o emprego de escalas pré-existentes e previamente testadas
no contexto de pesquisas em patrocínio esportivo no Brasil. Como especificado anteriormente
na seção de operacionalização das variáveis, foi necessário, ainda assim, realizar o processo de
tradução para o espanhol nas dimensões afetiva e conativa da escala de imagem do megaevento
(MEI). A escala da imagem da sede do megaevento (MEHI) passou pelo processo de tradução
para o espanhol de forma integral, pois não foi achado nenhum estudo que à adaptava para este
idioma.
Foi utilizado o processo de tradução reversa, ou seja, foi realizada a tradução dos itens
do idioma original para o idioma destino por uma pessoa e, em seguida, outra pessoa realizou
uma nova tradução do idioma destino para o idioma original. Sendo que, essas duas pessoas
tinham como idioma nativo o espanhol. Após este processo, é verificada a convergência da
escala original com a retraduzida, sendo possível identificar erros (Malhotra, 2012).
O Apêndice 1 apresenta os resultados obtidos em cada etapa do processo de adaptação
e tradução reversa das escalas. Faço uma ressalva aqui, o item “Value of Money” foi concebido
originalmente por Nadeau et al. (2011) como “Value for Money”, mas por um erro de digitação
foi aplicado de forma inadequada nos questionários e também no processo de tradução reversa
para o espanhol, resultando em “Valor por su dinero”.
3.7.2. Pré-teste dos questionários
Foi realizada uma onda de pré-testes, a fim de verificar o correto entendimento dos itens
e funcionamento da estrutura do instrumento de coleta de dados. Dez pessoas de gêneros, idades
e nacionalidades diferentes foram entrevistadas nesta fase.
A duração da aplicação do questionário no pré-teste foi de aproximadamente doze
minutos. Foram analisados pontos de dificuldade expressados verbalmente ou por meio de
linguagem não-verbal como expressões faciais de dúvida e pausas prolongadas. Além disso, ao
final do pré-teste, os entrevistados foram indagados sobre a clareza do questionário, críticas e
49
sugestões quanto ao entendimento dos itens. As observações resultantes da onda de pré-teste
foram úteis para correção e adaptação de itens e enunciados.
3.7.3. Modificações em decorrência do pré-teste dos questionários
As principais mudanças se deram nos enunciados das questões, visto que na escala MEI
os entrevistados possuíam muitas dúvidas se o item se referia ao evento ou a cidade em si.
Imaginou-se que seria muito difícil dissociar a experiência vivida com os Jogos da cidade sede,
colocou-se então, uma afirmação guia anteriormente ao enunciado “The host city has a major
impact on your overall experience with the Olympic Games.”. Não houve mudanças nos itens
da escala.
Outra escala que teve problemas no entendimento do enunciado foi a escala de
congruência entre patrocinador e cidade sede do megaevento (FMEHIS). Talvez, por sugerir
uma situação não muito comum, na qual uma grande marca patrocina a cidade. Para que o
entrevistado se acostumasse melhor com a ideia, o enunciado foi elaborado como “If Visa and
Coca-Cola were sponsoring Rio de Janeiro city, what would be your opinion about that
relationship? Would that make sense?”. Aqui, também não houve mudanças nos itens da
escala.
As escalas MEHI, congruência entre megaevento e patrocinador (FMEIS) e valor da
marca (CBBE) praticamente não sofreram alterações nem nos enunciados e /ou nos itens.
3.7.4. Versão Final do Questionário.
A impressão dos questionários foi feita de forma a contemplar 60% de entrevistas em
inglês e 40% em espanhol. Além disso, para cada idioma, metade dos questionários foi impressa
em versão V1 e a outra metade em versão V2. Os questionários foram impressos em 2 páginas
(anverso e verso) e em folhas de papel de cores diferentes para facilitar o trabalho da equipe de
entrevistadores ao verificar o idioma a ser utilizado na entrevista. Exemplos do questionário
nos dois idiomas, bem como os cartões respostas correspondentes, são apresentados no
Apêndice 2.
3.8. Coleta dos dados
A coleta de dados aconteceu durante os dias 03-18 de Agosto durante a realização dos
Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro. A coleta foi feita em pontos turísticos da cidade
50
e ao redor de instalações olímpicas. Foram contemplados lugares como o Engenhão, Forte de
Copacabana, Praia de Copacabana, Arena de Vôlei de Praia, Maracanã, Maracanãzinho, Lagoa
e Bondinho. Devido à maior facilidade de se encontrar turistas dispostos a responder o
questionário, a Praia de Copacabana foi onde obteve-se o maior número de questionários.
A equipe consistiu em um total de 21 entrevistadores, alternando nos dias de trabalho
de forma irregular. Os entrevistadores eram alunos de graduação e/ou mestrado de diferentes
universidades do Rio de Janeiro, bem como, diferentes cursos, que dominavam o inglês e/ou
espanhol. Um dia de trabalho consistia de aproximadamente de 6 horas, sendo feito em dois
turnos: manhã/tarde ou tarde/noite.
Optou-se por abordar os entrevistados de forma aleatória, apenas certificando-se de que
atendiam aos pré-requisitos da pesquisa. Entretanto, como a amostra devia ser composta de
apenas de turistas estrangeiros, é forte a tendência de um julgamento prévio do entrevistador
para enquadrar determinado indivíduo como estrangeiro avaliando suas características físicas e
vestimenta antes de abortar o mesmo. Desta forma, não foi possível assegurar o pleno caráter
probabilístico da amostra.
Uma média de 60 questionários foram coletados por dia, porém com uma forte variação
entre os dias. Três motivos podem ajudar a explicar a variação: (a) número de entrevistadores
irregular por dia, (b) imprevistos climáticos e (c) curva de aprendizado dos entrevistadores. A
última está relacionada a dois fatores: o aprendizado dos pontos produtivos de coleta e o próprio
aprendizado dos entrevistadores em realizar as entrevistas, agilizando o processo.
3.9. Preparação dos Dados
Durante o processo de tabulação dos dados, algumas variáveis exigiram um cuidado
especial. As questões referentes as escalas CBBE, FMEIS e FMEHIS, que foram utilizadas
duas vezes cada uma devido à investigação das duas marcas patrocinadoras, apresentavam
posicionamento distinto nas duas versões do questionário (versão V1 e versão V2, para cada
idioma), porém conservando a numeração correta para itens referentes à Visa e para itens
referentes à Coca-Cola. A conservação da numeração permitiu a criação de uma única base de
dados consolidada, com os itens exatamente na mesma ordem.
51
3.10. Análise dos Dados
Foram coletados 901 questionários no total. Após a finalização da coleta, os dados foram
lançados em planilhas Excel e verificados para identificação de erros sistemáticos de
preenchimento, o que levou à exclusão de 53 questionários, resultando em um total de 848
questionários válidos. Para realizar a análise exploratória dos dados, uni e multivariada, foi
utilizado o software SPSS versão 21. Para a validação das escalas e teste das hipóteses do estudo
foi utilizado o software AMOS versão 17.
3.10.1. Análise de características gerais da amostra
Inicialmente foi realizada uma análise de características gerais da amostra, afim de
verificar sua composição em termos de gênero, nacionalidade, país de residência, idade,
presença em outra edição dos Jogos Olímpicos, presença em alguma edição da Copa do Mundo
e apoio a realização dos Jogos Olímpicos de Verão no Rio de Janeiro.
3.10.2. Análise Descritiva
Foram realizadas análises uni e multivariadas, mediante a avaliação das frequências,
médias e desvios padrão de cada variável individualmente. Também foi utilizado o teste “t”
para medir a diferença entre médias dos grupos que responderam o questionário em espanhol e
os que responderam o questionário em inglês.
3.10.3. Análise Fatorial Exploratória
A Análise Fatorial Exploratória (AFE) é um dos procedimentos estatísticos mais
comuns de validação de instrumentos psicológicos. A AFE é particularmente útil quando
aplicada a escalas que contêm uma grande quantidade de itens para medir personalidade, estilos
de comportamento ou atitudes. O ponto central da AFE é o princípio da parcimônia, onde, um
grande número de variáveis observadas podem ser explicado por um número menor de variáveis
hipotéticas, não-observadas. Estas variáveis hipotéticas são chamadas de fatores e são formadas
pelo fato das variáveis observáveis se correlacionarem entre si (Laros, 2012).
O método utilizado para todas as AFEs foi o de Fatoração de Eixos Principais, com
extração com base no autovalor. A exceção se deu quando a escala de imagem do megaevento
estava presente, neste caso, foi necessário fixar o número de fatores para corresponder às
dimensões hipotetizadas pelo autor da escala (Nadeau et al., 2011). A Fatoração de Eixos
52
Principais analisa apenas a variância comum ao extrair a estrutura fatorial e é a técnica mais
frequentemente utilizada quando a finalidade da AFE é explorar a estrutura subjacente aos
dados (Hair, Black, Babin, & Anderson, 2009).
Devido ao suporte teórico para supor que os construtos apresentariam correlação entre
si, foi utilizada a rotação Direct Oblimin, que ajusta a extração da estrutura fatorial subjacente
aos dados considerando a covariância entre os construtos. Os seguintes indicadores de
adequação da AFE foram utilizados. O indicador Kaiser-Meyr-Olkin (KMO), que deve
apresentar um valor > 0,5, e o Índice de Esfericidade Bartlett (IEF), para o qual espera-se um
p-valor inferior a 0,05. A Measure of Sampling Adequacy (MSA) também foi utilizada para
verificar a adequação da amostragem para cada variável, onde um valor < 0,5 é ruim e
recomenda-se a exclusão do item.
Também se utilizou do Alfa de Cronbach para verificar a confiabilidade dos construtos.
Tipicamente, este deve ser superior > 0,7 para indicar boa confiabilidade. Entretanto, um
construto que contenha muitos itens pode inflar artificialmente o Alfa de Cronbach (Hair et al.,
2009), por isto, é necessário um olhar atento. Apesar deste estudo utilizar-se de escalas que
possuam mais de quinze itens, elas são subdividas em diferentes dimensões, diminuindo o
número de itens por construto.
A estrutura fatorial subjacente aos dados foi analisada por meio dos fatores de carga,
verificando se os fatores ficaram adequados nos construtos, com valores superiores > 0,5,
eliminando itens que apresentavam valores inferiores ao de referência e/ou apresentavam cross
loading. Entretanto, valores de carga inferiores a 0,5 foram aceitos, caso a eliminação do item
acarretasse em um construto com menos de três itens.
Para avaliar a validade convergente e discriminante dos construtos, a matriz de
correlações de Pearson foi executada. Para se obter validade convergente é necessário que os
coeficientes de correlação dos itens do mesmo construto sejam superiores a 0,3. Já para verificar
a validade discriminante dos construtos, é necessário que os coeficientes de correlação sejam
menores que 0,3 entre itens de construtos diferentes.
3.10.4. Análise Fatorial Confirmatória
A Análise Fatorial Confirmatória (AFC) foi executada após a AFE. Ela é utilizada para
avaliar a qualidade de um modelo pré-especificado. Na AFC é testado se a estrutura fatorial
53
teórica se adequa aos dados observados. Além disso, de maneira adicional, a análise fatorial
confirmatória permite testar o ajuste relativo a modelos fatoriais concorrentes. Por fim, também
é possível analisar as validades convergentes e discriminantes da escala com este método
(Laros, 2012).
Preliminarmente, para escolher a técnica adequada a iniciar a AFC, foi realizada uma
verificação da normalidade de múltiplas variáveis. Esta verificação foi realizada através dos
indicadores Curtose item-a-item e Curtose Multivariada, obtidos no AMOS. Um C.R superior
a 5,0 indica a não normalidade dos dados, indicando o uso da técnica Asymptotically
Distribution Free (ADF).
Os modelos de mensuração do presente estudo foi especificado e avaliado em termos de
qualidade de ajuste por meio dos indicadores Qui-quadrado (χ2), Qui-quadrado normado
(χ2/gl), o Goodness of Fit (GFI), Comparative Fit Index (CFI) e a Root Mean Square Error of
Approximation (RMSEA).
De maneira geral, o χ2 não significativo sugere um bom ajuste do modelo, no entanto,
esse indicador é afetado negativamente pelo número de observações, pela intensidade das
correlações entre as variáveis do modelo e pela quantidade de parâmetros estimados, portanto,
em uma amostra superior a 400 casos, dificilmente o χ2 não será significativo, o que é o caso
deste estudo. Por isto, torna-se necessário observar outros indicadores de ajuste do modelo
conjuntamente ao χ2. O χ2/gl relativa o χ2 ao dividi-lo pelos graus de liberdade. De maneira
geral, considera que o χ2/gl deve ser menor que 3, porém alguns autores acreditam que um χ2
/ gl menor que 5 já pode ser considerado bem ajustado (Hair et al., 2009).
O GFI e CFI indicam a qualidade do modelo proposto. O modelo com GFI > 0,9 é tido
como bem ajustado. O CFI, por sua vez, é um indicador incremental, que compara o modelo
idealizado a um modelo nulo, o penalizando pelo número de parâmetros estimados. Para ser
considerado bem ajustado, é necessário um CFI > 0,9.
O RMSEA é a raiz quadrada do erro médio de aproximação, constituindo uma medida
absoluta baseada na não centralidade dos parâmetros. O valor de referência para atestar um bom
ajuste do modelo é RMSEA < 0,05. O PCLOSE é como se fosse o p-valor do RMSEA, porém
é necessário um PCLOSE > 0,50 para evidenciar a qualidade do indicador RMSEA.
54
A confiabilidade dos construtos foi aferida por meio dos CRs (Construct Reliability),
que é dada pela relação entre o somatório das cargas das variáveis do construto elevadas ao
quadrado e a soma destas mesmas cargas ao quadrado somada à soma dos erros de mensuração
dos indicadores, também elevada ao quadrado. O valor de referência para o CR ser considerado
bom é > 0,7 (Hair et al., 2009).
A validade convergente e discriminante dos construtos foi verificado por meio da
Variância Média Extraída (AVE). A AVE é calculada pelo somatório dos quadrados dos
coeficientes padronizados dividido pelo número de variáveis do construto. Um valor da AVE
superior a 0,5 sugere validade convergente adequada. Outro indicativo de boa validade
convergente é análise dos coeficientes padronizados de cada item que compõem o construo que
deve ser superior a 0,5. A validade discriminante é verificada quando o quadrado das
correlações entre os construtos não é superior à AVE do construto analisado.
3.10.5. Teste das Hipóteses Substantivas
O teste das hipóteses substantivas foi feito por meio de Modelagem de Equações
Estruturais (Structural Equations Modeling, SEM), que utiliza simultaneamente uma série
de equações de regressão múltipla separadas e independentes, permitindo estimar as
relações de dependência múltipla inter-relacionadas e estimar variáveis latentes (Hair et al.,
2009).
Por meio da SEM, foram avaliados os coeficientes dos paths, caminhos estruturais
hipotetizados no modelo conceitual. Para a confirmação das hipóteses, observou-se os sinais
dos coeficientes dos paths e adotou-se como critério de significância o p-valor < 0,05.
Para confirmar se as hipóteses H2 e H4 poderiam ser suportadas, foi realizado um teste
específico de mediação, seguindo o método de Quatro Passos de Baron e Kenny (1986) ,
seguido pelo Teste de Sobel (1982). O método de Quatro Passos requer o isolamento das
variáveis potencialmente envolvidas em uma relação de mediação no modelo. É verificado
individualmente a correlação entre a variável preditora (ou independente) diretamente sobre
a variável resultante (ou dependente), depois é avaliada a correlação da variável preditora
diretamente na variável mediadora e, posteriormente, são analisadas as correlações da
variável preditora e mediadora na variável resultante, excluindo-se a relação direta entre
preditora e mediadora. Caso todas as etapas apresentem resultados significativos, há um
55
indicativo de mediação parcial. Se a correlação direta entre variável preditora e variável
resultante for 0, então a mediação é integral.
56
4. RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados da pesquisa. Inicialmente, é apresentado
a correspondência entre as variáveis e os itens do questionário. Em seguida, é feita a
caracterização da amostra, utilizando-se de estatística descritiva. Na sequência, encontram-se
os resultados da Análise Fatorial Exploratória, seguida pelo teste “t” de diferença de médias
entre o grupo que respondeu o questionário em espanhol e o grupo que respondeu o questionário
em inglês. Após este processo, são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória
intercalada com os resultados do teste de hipóteses do estudo. Ao final, pode ser encontrado o
sumário dos resultados.
4.1. Correspondência entre as variáveis e os itens do questionário
A Tabela 1 apresenta a descrição de cada item conforme utilizado no questionário em
inglês, com seu número no questionário e a variável referente a ela na análise de dados. Esta
tabela se faz necessária para a compreensão posterior das variáveis nas análises subsequentes.
Tabela 1 - Correspondência entre as variáveis e os itens do questionário em inglês.
Variável Item
Question. Descrição do item no questionário em Inglês
MEI_01 8 Overall satisfaction
MEI_02 9 Memorability
MEI_03 10 Originality of experience
MEI_04 11 Culturally interesting
MEI_05 12 Attractive facilities
MEI_06 13 Variety of activities
MEI_07 14 Entertainment / nightlife
MEI_08 15 Ease of finding something of interest
MEI_09 16 Quality of service
MEI_10 17 Ease of getting around
MEI_11 18 Ease of attending
MEI_12 19 For the family
MEI_13 20 Safety
MEI_14 21 Peaceful
MEI_15 22 Rating compared with other events
MEI_16 23 Attractive
MEI_17 24 Likeability
MEI_18 25 Proud to visit
MEI_19 26 Worthy
MEI_20 27 Value of money
MEI_21 28 Willingness to watch on TV
MEI_22 29 Willingness to recommend to friends
MEI_23 30 Willingness to read about
57
MEI_24 31 Willingness to travel to another Olympic Games
MEI_25 32 Knowledge of the Olympic Games
CBBE_v01 33 It makes sense to use Visa instead of any other brand, even if they are the
same
CBBE_v02 34 Even if another brand has the same features as Visa. I would prefer to use
Visa
CBBE_v03 35 If there is another brand as good as Visa. I would prefer to use Visa
CBBE_v04 36 If another brand is not different from Visa in any way, it seems smarter to
use Visa
CBBE_c01 37 It makes sense to buy Coca-Cola instead of any other brand, even if they
are the same
CBBE_c02 38 Even if another brand has the same features as Coca. I would prefer to
buy Coca-Cola
CBBE_c03 39 If thereis another brand as good as Coca. I would prefer to buy Coca-Cola
CBBE_c04 40 If another brand is not different from Coca in any way, it seems smarter to
purchase Coca-Cola
FMEIS_v01 41 There is a logical connection between the Olympic Games and Visa
FMEIS_v02 42 The image of the Olympic Games and the image of Visa are similar
FMEIS_v03 43 Visa and the Olympic Games fit together well
FMEIS_v04 44 Visa and the Olympic Games stand for similar things
FMEIS_v05 45 It makes sense to me that Visa sponsors this Olympic Games
FMEIS_c01 46 There is a logical connection between the Olympic Games and Coca-Cola
FMEIS_c02 47 The image of the Olympic Games and the image of Coca-Cola are similar
FMEIS_c03 48 Coca-Cola and the Olympic Games fit together well
FMEIS_c04 49 Coca-Cola and the Olympic Games stand for similar things
FMEIS_c05 50 It makes sense to me that Coca-Cola sponsors this Olympic Games
MEHI_01 51 Safety and security
MEHI_02 52 Cleanliness
MEHI_03 53 Unpolluted/unspoiled environment
MEHI_04 54 Domestic transportation / ease of getting around in the destination
MEHI_05 55 Ease of getting to the country
MEHI_06 56 Minimum language barrier
MEHI_07 57 Cultural / historical sites
MEHI_08 58 Natural scenary
MEHI_09 59 Shopping
MEHI_10 60 Suitable accommodations
MEHI_11 61 Excellent food
MEHI_12 62 Exciting
MEHI_13 63 Pleasant
MEHI_14 64 Arousing
MEHI_15 65 Relaxing
MEHI_16 66 Enjoyable
MEHI_17 67 I have the intention to visit Brazil in the next 5 years
FMEHI_v01 68 There is a logical connection between Rio de Janeiro and Visa
FMEHI_v02 69 The image of Rio de Janeiro and the image of Visa are similar
FMEHI_v03 70 Visa and Rio de Janeiro fit together well
FMEHI_v04 71 Visa and Rio de Janeiro stand for similar things
FMEHI_v05 72 It makes sense to me that Visa sponsors Rio de Janeiro
FMEHI_c01 73 There is a logical connection between Rio de Janeiro and Coca-Cola
FMEHI_c02 74 The image of Rio de Janeiro and the image of Coca are similar
FMEHI_c03 75 Coca-Cola and Rio de Janeiro fit together well
FMEHI_c04 76 Coca-Cola and Rio de Janeiro stand for similar things
FMEHI_c05 77 It makes sense to me that Coca-Cola sponsors Rio de Janeiro
58
A Tabela 2 apresenta a descrição de cada item conforme utilizado no questionário em
espanhol, com seu número no questionário e a variável referente a ela na análise de dados.
Tabela 2 - Correspondência entre as variáveis e os itens do questionário em espanhol.
Variável Item
Question. Descrição do item no questionário em Inglês
MEI_01 8 Satisfacción general
MEI_02 9 Recuerdos
MEI_03 10 Originalidad de la experiencia
MEI_04 11 Culturalmente interesante
MEI_05 12 Atractivo de las instalaciones
MEI_06 13 Variedad de actividades
MEI_07 14 Entretenimiento/vida nocturna
MEI_08 15 Facilidad para encontrar actividades de interés
MEI_09 16 Calidad de servicio
MEI_10 17 Facilidad de transporte y movimiento
MEI_11 18 Facilidad de asistencia
MEI_12 19 Carácter familiar del evento
MEI_13 20 Seguridad
MEI_14 21 Pacífico
MEI_15 22 Valoración en comparación con otros eventos
MEI_16 23 Atractivo
MEI_17 24 Agradable
MEI_18 25 Orgulloso visitar
MEI_19 26 Vale la pena
MEI_20 27 Valor por su dinero
MEI_21 28 Disposición para ver por televisión
MEI_22 29 Disposición para recomendar a sus amigos
MEI_23 30 Disposición para leer al respecto
MEI_24 31 Disposición para viajar a otros Juegos Olímpicos
MEI_25 32 Conocimientos de los Juegos Olímpicos
CBBE_v01 33 Tiene sentido usar Visa en lugar de cualquier otra marca, incluso si son lo
mismo.
CBBE_v02 34 Incluso si otra marca tiene las mismas características que Visa yo preferiría
usar Visa
CBBE_v03 35 Si hay otra marca tan buena como Visa prefiero usar Visa
CBBE_v04 36 Si otra marca no es diferente de Visa en cualquier forma, me parece más
inteligente usar Visa
CBBE_c01 37 Tiene sentido comprar Coca-Cola en lugar de cualquier otra marca, incluso si
son lo mismo.
CBBE_c02 38 Incluso si otra marca tiene las mismas características que Coca-Cola, yo
preferiría comprar Coca-Cola
CBBE_c03 39 Si hay otra marca tan buena como Coca-Cola, prefiero comprar Coca-Cola
CBBE_c04 40 Si otra marca no es diferente de Coca-Cola en cualquier forma, me parece más
inteligente comprar Coca-Cola.
FMEIS_v01 41 Hay una conexión lógica entre los Juegos Olímpicos y Visa
FMEIS_v02 42 La imagen de los Juegos Olímpicos y la imagen de Visa son similares
FMEIS_v03 43 Visa combina bien con los Juegos Olímpicos
FMEIS_v04 44 Visa y los Juegos Olímpicos defienden los mismos ideales.
FMEIS_v05 45 Tiene sentido para mí que Visa patrocine estés Juegos Olímpicos
59
FMEIS_c01 46 Hay una conexión lógica entre los Juegos Olímpicos y Coca-Cola
FMEIS_c02 47 La imagen de los Juegos Olímpicos y la imagen de Coca-Cola son similares
FMEIS_c03 48 Coca-Cola combina bien con los Juegos Olímpicos
FMEIS_c04 49 Coca-Cola y los Juegos Olímpicos defienden los mismos ideales.
FMEIS_c05 50 Tiene sentido para mí que Coca-Cola patrocine estés Juegos Olímpicos
MEHI_01 51 Protección y seguridad
MEHI_02 52 Limpieza
MEHI_03 53 Medio ambiente no contaminado / virgen
MEHI_04 54 Transporte doméstico local / facilidad para llegar a su destino
MEHI_05 55 Facilidad para llegar al país
MEHI_06 56 Barrera del idioma mínimo
MEHI_07 57 Sitios culturales / históricos
MEHI_08 58 Paisajes naturales
MEHI_09 59 Compras
MEHI_10 60 Alojamiento adecuado
MEHI_11 61 Excelencia en la comida
MEHI_12 62 Excitante
MEHI_13 63 Agradable
MEHI_14 64 Estimulante
MEHI_15 65 Relajante
MEHI_16 66 Divertido
MEHI_17 67 Tengo la intención de visitar Brasil en los próximos 5 años
FMEHI_v01 68 Hay una conexión lógica entre lo Rio de Janeiro y Visa
FMEHI_v02 69 La imagen de lo Rio de Janeiro y la imagen de Visa son similares
FMEHI_v03 70 Visa combina bien con lo Rio de Janeiro
FMEHI_v04 71 Visa y lo Rio de Janeiro defienden los mismos ideales
FMEHI_v05 72 Tiene sentido para mí que Visa patrocine lo Rio de Janeiro
FMEHI_c01 73 Hay una conexión lógica entre lo Rio de Janeiro y Coca-Cola
FMEHI_c02 74 La imagen de lo Rio de Janeiro y la imagen de Coca-Cola son similares
FMEHI_c03 75 Coca-Cola combina bien con lo Rio de Janeiro
FMEHI_c04 76 Coca-Cola y lo Rio de Janeiro defienden los mismos ideales
FMEHI_c05 77 Tiene sentido para mí que Coca-Cola patrocine lo Rio de Janeiro
4.2. Características da amostra
A partir de um total de 848 questionários válidos, foram utilizados os critérios de gênero,
país de residência, experiência como espectador presencial de outros megaeventos esportivos,
mais especificamente, Copa do Mundo FIFA e Jogos Olímpicos, e atitude de aprovação à
realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro para traçar um perfil de amostra. Devido ao
perfil internacional do evento, também se agrupou os indivíduos por nacionalidade de um
mesmo continente. Como o continente americano correspondia a mais de 50% da amostra,
optou-se por dividir este em América do Norte, América Central e América do Sul. Os
detalhamentos são apresentados na Tabela 3.
60
Tabela 3 – Perfil geral da amostra.
Variável Geral
F F%
Entrevistados 848 100%
Masculino 548 64,6%
Feminino 300 35,4%
África 3 0,4%
América Central 10 1,2%
América do Norte 184 21,7%
América do Sul 331 39,0%
Ásia 30 3,5%
Europa 264 31,1%
Oceania 26 3,1%
Presença em edições anteriores da Copa do Mundo da FIFA 168 19,8%
Presença em edições anteriores dos Jogos Olímpicos 179 21,1%
Presença no Rio de Janeiro anteriormente 269 31,7%
Aprovação do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos 738 87,0%
Questionários em Inglês 514 60,6%
Questionários em Espanhol 334 39,4%
Não foi possível obter uma quota parecida do número de entrevistados por gênero, com
a parcela masculina da amostra alcançando 64,6%. Também verifica-se um desequilíbrio entre
os continentes, o que é natural, já que a proximidade do megaevento com o país origem do
turista e a condição socioeconômica do mesmo influencia o número de visitantes. A América
foi o continente que obteve o maior número de visitantes, totalizando 61,9% da amostra, sendo
que os sul-americanos correspondem a 39% da amostra. Os africanos foram os menos
representados na amostra, com apenas três indivíduos. No Apêndice 3 pode-se conferir a
frequência nacionalidade e país de residência de todos os países contemplados pela amostra.
A presença em megaeventos anteriores foi ligeiramente maior em edições anteriores dos
Jogos Olímpicos do que a Copa do Mundo FIFA e 31,7% já estiveram no Rio de Janeiro
anteriormente.
Um resultado curioso foi que 87% dos entrevistados consideraram uma boa decisão
realizar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Isto, mesmo com diversas notícias internacionais
divulgando problemas de preparação para os Jogos e problemas gerais do Rio de Janeiro, como
violência acentuada. As principais justificativas eram a proximidade com o país, o que tornava
a visita aos Jogos acessível para o indivíduo que morava em um país próximo; o fato de serem
61
os primeiros Jogos na América do Sul; e por fim, o fato de terem gostado do Rio de Janeiro
neste período de visita e não terem encontrado nenhum grande problema, superando as
expectativas. Entretanto, diversas pessoas classificaram como uma boa ideia, pois eles são
turistas, mas, reconhecem que, para os moradores locais, o dinheiro gasto com a realização do
evento poderia ser redirecionado para necessidades consideradas mais importantes, como saúde
e educação.
Por fim, a quota entre questionários inglês e espanhol ficou dentro do esperado. Com os
questionários em inglês chegando a 60,6% da amostra. Faço um ressalve aqui, a maior parte
dos questionários em espanhol foram preenchidos por sul-americanos.
A Figura 2 nos mostra a distribuição da frequência da idade por gênero. Apesar do
número de homens serem superior ao das mulheres, o formato da distribuição é parecido,
concentrando o maior número de pessoas de ambos os sexos na de 25-35 anos. A idade mínima
da amostra foi 18 anos e a máxima 80.
Figura 2 – Distribuição da idade por gênero.
62
A Figura 3 nos mostra a distribuição da idade por idioma do questionário. Novamente,
vemos uma frequência maior do número de questionário em inglês, porém com a forma da
distribuição sendo parecida.
Figura 3 – Distribuição da idade por idioma do questionário.
4.3. Análise Fatorial Exploratória
As cinco escalas utilizadas neste estudo – Megaevent Image (MEI), Overall Brand
Equity (CBBE), Sponsor-Megaevent Fit (FMEIS), Megaevent Host Image (MEHI) e Sponsor-
Megaevent Host Fit (FMEHIS), sendo CBBE, FMEIS e FMEHIS aplicadas duas vezes – foram
submetidas à Análise Fatorial Exploratória por meio do método de extração pelo autovalor
(Eigenvalue), com exceção quando a escala MEI estava presente. Neste caso, foi necessário
fixar o número de fatores. Foi utilizada a técnica de Fatoração dos Eixos Principais, com
Rotação Oblimin Direto. A matriz gerada pela análise (Matrix Padrão ou Pattern Matrix) foi
utilizada para relatar os achados.
63
Antes de apresentar o resultado da AFE, faz-se necessário dizer que as escalas MEI e
MEHI sofreram um processo de purificação prévio. A purificação foi feita seguindo os
seguintes critérios: (a) itens que possuem cross-loading foram excluídos; (b) itens com fator de
carga <0.5 foram excluídos; (c) dimensão que inicialmente já possuía menos de 3 itens foi
excluída integralmente; (d) admitiu-se itens que possuem cross-loading e fator de carga <0.5
apenas quando a exclusão do item resultaria em uma dimensão com menos de três itens, não
respeitando o número mínimo de itens em uma dimensão.
A purificação da escala MEI resultou na exclusão dos itens MEI_01, MEI_02, MEI_07,
MEI_08, MEI_15, MEI_20 e MEI_22. Já na escala MEHI, apenas os itens MEHI_05,
MEHI_06 e MEHI_17 foram excluídos.
Com as escalas já purificadas, optou-se por realizar a AFE em quatro grupos distintos.
Dois grupos usando as escalas MEI, FMEIS e CBBE, apenas alternando a marca em foco, e
dois grupos utilizando as escalas MEHI, FMEHI e CBBE, também alternando a marca em foco.
Nas Tabela 4 e Tabela 5 Podemos observar os resultados completo da AFE. Não houve
muitas diferenças relevantes nos achados entre as tabelas, com exceção ao item MEI_04, no
qual apresentou fator de carga <0,5, quando rodado com os itens referentes a Coca-Cola e fator
de carga >0,5 quanto rodado com itens referentes a Visa.
Na Tabela 4, o KMO apresentado foi 0,903 e o p-valor do Índice de Esfericidade de
Bartlett (IEB) foi > 0,001. Na Tabela 5, o KMO apresentado foi de 0,901 e o p-valor do IEB
foi > 0,001. Em ambos os casos, há indícios que análise fatorial do conjunto de dados é
satisfatória. A variância total explicada para os dois casos é 66%.
O item MEI_12 é o mais problemático, pois além de ser o único que apresentou cross-
loading, ainda obteve um fator de carga muito baixo. Além deste, os itens MEI_03, MEI_04
(apenas no caso da marca Visa), MEI_09 e MEI_21 também ficaram com fator de carga <0,5.
Todos demais itens apresentaram fator de carga >0,5, inclusive nas escalas FMEIS e CBBE.
64
Tabela 4 - Análise Fatorial Exploratória - MEI e Visa | Fatoração de Eixos Principais - Rotação Oblimin.
Análise Fatorial Exploratória MEI e Visa | Fatoração de Eixos Principais - Rotação Oblimin
Imagem do Megaevento Congruência do
Megaevento Valor da Marca
Experiência Logística Segurança Avaliação Intenções Visa Visa
Item α = ,774 α = ,730 α = ,715 α = ,876 α = ,596 α = ,894 α = ,908 M.S.A Comum.
MEI_03 ,442a ,953 ,432c
MEI_04 ,529 ,940 ,425c
MEI_05 ,645 ,945 ,535
MEI_06 ,610 ,943 ,493c
MEI_09 -,427a ,948 ,446c
MEI_10 -,660 ,912 ,464c
MEI_11 -,720 ,911 ,590
MEI_12(b) -,232 ,250a ,942 ,297c
MEI_13 ,902 ,848 ,757
MEI_14 ,677 ,857 ,533
MEI_16 ,585 ,892 ,651
MEI_17 ,696 ,884 ,736
MEI_18 ,766 ,912 ,685
MEI_19 ,559 ,927 ,544
MEI_21 ,415a ,787 ,197c
MEI_23 ,540 ,845 ,371c
MEI_24 ,560 ,723 ,308c
MEI_25 ,548 ,780 ,331c
FMEIS_v01 ,723 ,914 ,620
FMEIS_v02 ,781 ,881 ,673
FMEIS_v03 ,861 ,890 ,766
FMEIS_v04 ,797 ,917 ,675
FMEIS_v05 ,703 ,893 ,509
CBBE_v01 -,641 ,942 ,581
CBBE_v02 -,893 ,885 ,811
CBBE_v03 -,882 ,873 ,764
CBBE_v04 -,839 ,905 ,746
V.E* (%) 27,173 3,333 5,011 3,504 5,584 16,006 6,191
Nota: a fator de carga < 0,5; b cross-loading; c comunalidade <0.5. *Variância Explicada
65
Tabela 5 - Análise Fatorial Exploratória - MEI e Coca | Fatoração de Eixos Principais - Rotação Oblimin.
Análise Fatorial Exploratória | Fatoração de Eixos Principais - Rotação Oblimin
Imagem do Megaevento Congruência do
Megaevento Valor da Marca
Experiência Logística Segurança Avaliação Intenções Coca-Cola Coca-Cola
Item α = ,774 α = ,730 α = ,715 α = ,876 α = ,596 α = ,902 α = ,898 M.S.A Comum.
MEI_03 ,420a ,954 ,432c MEI_04 ,485a ,938 ,427c
MEI_05 ,574 ,946 ,529
MEI_06 ,566 ,938 ,497c
MEI_09 -,457a ,949 ,441c MEI_10 -,683 ,902 ,468c
MEI_11 -,737 ,904 ,592
MEI_12(c) -,252 ,245a ,944 ,302c MEI_13 ,870 ,858 ,733
MEI_14 ,687 ,861 ,552
MEI_16 ,623 ,890 ,656 MEI_17 ,728 ,882 ,747
MEI_18 ,767 ,910 ,670
MEI_19 ,569 ,921 ,538
MEI_21 ,406a ,804 ,197c MEI_23 ,519 ,858 ,360c
MEI_24 ,565 ,730 ,312c
MEI_25 ,566 ,746 ,329c
FMEIS_c01 ,704 ,908 ,622 FMEIS_c02 ,814 ,887 ,675
FMEIS_c03 ,875 ,896 ,757
FMEIS_c04 ,822 ,906 ,718
FMEIS_c05 ,733 ,898 ,538
CBBE_c01 -,661 ,936 ,574 CBBE_c02 -,900 ,872 ,793
CBBE_c03 -,886 ,864 ,762
CBBE_c04 -,807 ,903 ,673
V.E.* (%) 26,703 3,454 4,969 3,631 5,872 15,992 6,230
Nota: a fator de carga < 0,5; b cross-loading; c comunalidade <0.5. *Variância Explicada
66
Ademais, foram observados outros indicadores para confirmar a adequação da AFE, a
confiabilidade e validade dos construtos. Foram avaliados os índices MSA para todos os itens.
Para este índice, espere-se valores maiores que 0,50, o que indica adequação da AFE. O MSA
de todos os itens foi superior a 0,723. Também foi examinado o Alfa de Cronbach para verificar
a confiabilidade dos construtos. O valor de referência é α > 0,70. Entretanto, a dimensão
“Intenção” da escala MEI, obteve um alfa de 0,596 em ambos os casos. Todos as outras
dimensões ficaram acima de valor de referência.
Por último, foi verificada a comunalidade, índice para o qual espera-se valores
superiores a 0,50. Como nota-se nas tabelas, o construto “Intenções” teve a totalidade de seus
itens abaixo do valor esperado e os construtos “Logística” e “Experiência” a quase totalidade.
A dimensão “Segurança” também obteve um item com valor inferior a 0,5. Todavia, as escalas
FMEIS e CBBE, além do construto “Avaliação” alcançaram e ultrapassaram com todos os itens
o valor de referência.
A validade convergente e discriminante dos construtos foi verificada através da Matriz
de Correlação (Tabela 6 e Tabela 7). Para se conseguir validade convergente entre os construtos
espera-se um coeficiente de correlação >0,3 entre os itens do mesmo construto, isto, já
excluindo a correlação de um item com ele mesmo. Neste ponto, os únicos itens que não
cumpriram o critério estavam dentro da dimensão “Intenções” na escala MEI.
Para que haja validade discriminante entre os construtos é necessário que o coeficiente
de correlação seja <0,3 entre os itens de um construto com os itens de outro construto. Diversos
itens de diferentes construtos da escala MEI se correlacionaram acima de 0,3, o que era
esperado, pois eles pertencem à mesma escala. Todos os itens da escala FMEIS obtiveram uma
correlação >0,3 com os itens da escala CBBE, o que também era esperado, uma vez que o
modelo hipotetisa a relação entre a congruência do megaevento com o valor da marca.
67
Tabela 6 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEI -Visa.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
1 MEI_03 6,03 1,082 1
2 MEI_04 6,05 1,109 ,470 1
3 MEI_05 5,62 1,241 ,440 ,446 1
4 MEI_06 5,84 1,180 ,446 ,447 ,523 1
5 MEI_09 5,46 1,272 ,373b ,293 ,433
b,394
b 1
6 MEI_10 5,13 1,570 ,276 ,241 ,316b
,323b ,456 1
7 MEI_11 5,23 1,395 ,337b ,272 ,330
b,333
b ,467 ,512 1
8 MEI_12 5,39 1,412 ,310b ,254 ,314
b,304
b,303
b ,294 ,424b 1
9 MEI_13 5,43 1,459 ,320b ,190 ,349
v,305
b,381
b,339
b,372
b ,379 1
10 MEI_14 5,56 1,348 ,270 ,236 ,285 ,269 ,355b
,314b
,356b ,365 ,627 1
11 MEI_16 6,13 0,984 ,475b
,416b
,463b
,454b
,430b
,323b
,364b
,370b
,379b
,379b 1
12 MEI_17 6,21 0,927 ,478b
,435b
,476b
,439b
,445b
,342b
,365b
,378b
,380b
,375b ,789 1
13 MEI_18 6,47 0,841 ,436b
,423b
,416b
,399b
,366b ,268 ,297 ,297 ,335
b,359
b ,593 ,664 1
14 MEI_19 6,36 0,949 ,423b
,430b
,429b
,396b
,376b
,313b
,343b ,278 ,351
b,337
b ,547 ,588 ,664 1
15 MEI_21 5,39 1,689 ,122 ,136 ,118 ,142 ,146 ,113 ,101 ,069 ,063 ,079 ,142 ,140 ,173 ,121 1
16 MEI_23 5,64 1,427 ,229 ,213 ,167 ,244 ,211 ,166 ,262 ,176 ,149 ,121 ,200 ,202 ,247 ,244 ,346 1
17 MEI_24 5,86 1,503 ,130 ,115 ,078 ,118 ,114 ,051 ,128 ,087 ,046 ,021 ,039 ,104 ,123 ,143 ,202a
,270a 1
18 MEI_25 5,77 1,227 ,121 ,115 ,137 ,157 ,098 ,038 ,108 ,109 ,064 ,025 ,093 ,081 ,074 ,119 ,193a
,279a ,366 1
19 FMEIS_v01 4,35 2,125 ,182 ,182 ,209 ,142 ,143 ,086 ,134 ,150 ,022 ,029 ,076 ,070 ,070 ,048 ,034 ,086 ,025 ,086 1
20 FMEIS_v02 3,81 2,049 ,127 ,122 ,139 ,063 ,093 ,071 ,134 ,078 -,059 -,026 -,017 ,000 -,001 -,018 ,006 ,109 ,069 ,101 ,695 1
21 FMEIS_v03 4,40 1,990 ,156 ,193 ,205 ,168 ,148 ,110 ,179 ,125 ,051 ,026 ,083 ,096 ,129 ,086 ,062 ,083 ,090 ,076 ,675 ,685 1
22 FMEIS_v04 3,59 2,024 ,174 ,147 ,182 ,155 ,168 ,137 ,179 ,128 ,031 ,039 ,060 ,060 ,102 ,071 ,062 ,162 ,102 ,083 ,609 ,687 ,696 1
23 FMEIS_v05 4,61 2,097 ,182 ,165 ,186 ,133 ,134 ,069 ,105 ,082 ,046 ,034 ,078 ,106 ,177 ,087 ,068 ,091 ,006 ,024 ,507 ,493 ,671 ,592 1
24 CBBE_v01 4,26 2,097 ,181 ,201 ,228 ,155 ,132 ,109 ,160 ,149 ,064 ,052 ,114 ,131 ,138 ,140 ,044 ,049 ,101 ,156 ,462b
,440b
,484b
,413b
,386b 1
25 CBBE_v02 4,27 2,074 ,193 ,196 ,224 ,187 ,107 ,133 ,170 ,151 ,097 ,075 ,124 ,157 ,133 ,132 ,007 ,084 ,084 ,144 ,439b
,404b
,451b
,425b
,348b ,689 1
26 CBBE_v03 4,32 1,983 ,202 ,172 ,173 ,190 ,101 ,146 ,178 ,126 ,073 ,082 ,121 ,146 ,137 ,126 ,021 ,109 ,077 ,149 ,385b
,397b
,435b
,403b
,369b ,629 ,789 1
27 CBBE_v04 4,38 1,980 ,184 ,165 ,189 ,164 ,138 ,139 ,204 ,129 ,138 ,107 ,121 ,145 ,146 ,159 ,006 ,105 ,097 ,140 ,445b
,418b
,436b
,426b
,359b ,643 ,756 ,766 1
Matriz de Correlações (Pearson) - MEI - Visa
Item M DP
Notas: a Correlação < 0,30 entre itens do mesmo construto ;
b Correlação > 0,30 entre itens de construtos distintos
68
Tabela 7 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEI – Coca-Cola.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
1 MEI_03 6,03 1,082 1
2 MEI_04 6,05 1,109 ,470 1
3 MEI_05 5,62 1,241 ,440 ,446 1
4 MEI_06 5,84 1,180 ,446 ,447 ,523 1
5 MEI_09 5,46 1,272 ,373b ,293 ,433
b,394
b 1
6 MEI_10 5,13 1,570 ,276 ,241 ,316b
,323b ,456 1
7 MEI_11 5,23 1,395 ,337b ,272 ,330
b,333
b ,467 ,512 1
8 MEI_12 5,39 1,412 ,310b ,254 ,314
b,304
b,303
b ,294 ,424b 1
9 MEI_13 5,43 1,459 ,320b ,190 ,349
v,305
b,381
b,339
b,372
b ,379 1
10 MEI_14 5,56 1,348 ,270 ,236 ,285 ,269 ,355b
,314b
,356b ,365 ,627 1
11 MEI_16 6,13 0,984 ,475b
,416b
,463b
,454b
,430b
,323b
,364b
,370b
,379b
,379b 1
12 MEI_17 6,21 0,927 ,478b
,435b
,476b
,439b
,445b
,342b
,365b
,378b
,380b
,375b ,789 1
13 MEI_18 6,47 0,841 ,436b
,423b
,416b
,399b
,366b ,268 ,297 ,297 ,335
b,359
b ,593 ,664 1
14 MEI_19 6,36 0,949 ,423b
,430b
,429b
,396b
,376b
,313b
,343b ,278 ,351
b,337
b ,547 ,588 ,664 1
15 MEI_21 5,39 1,689 ,122 ,136 ,118 ,142 ,146 ,113 ,101 ,069 ,063 ,079 ,142 ,140 ,173 ,121 1
16 MEI_23 5,64 1,427 ,229 ,213 ,167 ,244 ,211 ,166 ,262 ,176 ,149 ,121 ,200 ,202 ,247 ,244 ,346 1
17 MEI_24 5,86 1,503 ,130 ,115 ,078 ,118 ,114 ,051 ,128 ,087 ,046 ,021 ,039 ,104 ,123 ,143 ,202a
,270a 1
18 MEI_25 5,77 1,227 ,121 ,115 ,137 ,157 ,098 ,038 ,108 ,109 ,064 ,025 ,093 ,081 ,074 ,119 ,193a
,279a ,366 1
19 FMEIS_c01 4,00 2,215 ,144 ,187 ,230 ,167 ,119 ,087 ,131 ,158 ,073 ,065 ,083 ,064 ,084 ,073 ,042 ,147 ,048 ,102 1
20 FMEIS_c02 3,74 2,109 ,122 ,165 ,160 ,104 ,121 ,036 ,116 ,114 ,006 ,041 ,046 ,044 ,081 ,084 ,063 ,144 ,104 ,072 ,695 1
21 FMEIS_c03 4,17 2,158 ,092 ,155 ,197 ,144 ,132 ,059 ,128 ,133 ,073 ,088 ,048 ,046 ,109 ,100 ,092 ,098 ,092 ,075 ,687 ,695 1
22 FMEIS_c04 3,46 2,127 ,100 ,146 ,175 ,135 ,147 ,081 ,124 ,114 ,046 ,089 ,041 ,017 ,092 ,068 ,096 ,142 ,117 ,057 ,614 ,713 ,715 1
23 FMEIS_c05 4,35 2,249 ,115 ,132 ,154 ,105 ,115 ,011 ,065 ,080 ,034 ,084 ,047 ,048 ,134 ,045 ,118 ,141 ,034 ,018 ,519 ,544 ,662 ,649 1
24 CBBE_c01 4,25 2,143 ,139 ,138 ,180 ,103 ,119 ,075 ,178 ,085 ,055 ,054 ,110 ,105 ,097 ,132 ,079 ,117 ,118 ,097 ,436b
,397b
,448b
,452b
,396b 1
25 CBBE_c02 4,39 2,123 ,135 ,136 ,208 ,144 ,144 ,137 ,180 ,088 ,077 ,086 ,128 ,126 ,111 ,148 ,039 ,114 ,089 ,055 ,431b
,365b
,403b
,415b
,336b ,681 1
26 CBBE_c03 4,29 2,074 ,139 ,120 ,177 ,179 ,129 ,125 ,178 ,083 ,062 ,082 ,132 ,120 ,118 ,131 ,062 ,114 ,076 ,055 ,401b
,378b
,377b
,412b
,330b ,624 ,781 1
27 CBBE_c04 4,30 2,074 ,160 ,120 ,191 ,141 ,162 ,127 ,241 ,091 ,112 ,108 ,106 ,128 ,111 ,158 ,046 ,143 ,086 ,096 ,412b
,381b
,361b
,395b
,312b ,605 ,705 ,731 1
Notas: a Correlação < 0,30 entre itens do mesmo construto ;
b Correlação > 0,30 entre itens de construtos distintos
Item M DP
Matriz de Correlações (Pearson) - MEI - Coca-Cola
69
O segundo grupo de análise corresponde às escalas MEHI, FMEHI e CBBE. As Tabela 8 e
Tabela 9 são as análises fatoriais exploratórias correspondente ao grupo. Sendo a primeira
referente à marca Visa e a segunda à marca Coca-Cola. Não houve diferenças expressivas entre
os achados das duas Tabelas. Ambas as análises obtiveram um KMO de 0,987 e um p-valor do
IEB < 0,001. A variância total explicada das duas foi de 64%.
Apenas alguns itens da escala MEHI tiveram um fator de carga <0,5, porém todos
maiores que 0,4, a saber: dentro do construto “Serviços e Ambiente” foi a variável MEHI_04,
no construto “Atração” as variáveis MEHI_08, MEHI_10 e MEHI_11 e por último a variável
MEHI_15 no construto “Afetiva”. Todos os outros itens da AFE ficaram com fator de carga
acima 0,5.
A dimensão “Afetiva” foi a única a possuir um Alfa de Cronbach > 0,7 (α = 0,677).
Além disto, todos os itens deste construto obtiveram uma comunalidade < 0,5. A comunalidade
< 0,5 também pode ser encontrada nas variáveis MEHI_01, MEHI_04 e MEHI_15. O MSA
encontrado mais baixo entre os itens de ambas as tabelas foi de 0,838.
A validade convergente e discriminante entre os construtos pode ser verificada na
Tabela 10 e Tabela 11. No caso da Visa a Tabela 10 e da Coca-Cola a Tabela 11. A validade
convergência se mostrou fraca no construto “Atração”, com algumas correlações apresentado
valores <0,3, os demais construtos obtiveram boa validade convergente.
Quando analisamos a validade discriminante, similarmente à escala MEI, diversos
construtos da escala MEHI apresentaram itens com correlação >0,3 com itens de outros
construtos, mas pertencentes à mesma escala, o que novamente era esperado. As variáveis da
escala FMEHIS também mostraram correlação acima do valor de referência com as variáveis
da escala CBBE.
70
Tabela 8 - Análise Fatorial Exploratória - MEHI e Visa | Fatoração de Eixos Principais -
Rotação Oblimin.
Análise Fatorial Exploratória - MEHI e Visa | Fatoração de Eixos Principais - Rotação Oblimin
Imagem da Sede Congruência
da Sede Valor da Marca
Serviços e
Ambiente Atrações Afetiva Visa Visa
Item α = ,771 α = ,677 α = ,825 α = ,920 α = ,908 M.S.A Comum
MEHI_01 ,635 ,896 ,477c
MEHI_02 ,839 ,843 ,669
MEHI_03 ,679 ,881 ,503
MEHI_04 ,443a ,930 ,298c
MEHI_07 ,561 ,846 ,309c
MEHI_08 ,477a ,876 ,320c
MEHI_09 ,534 ,909 ,316c
MEHI_10 ,472a ,919 ,334c
MEHI_11 ,428a ,926 ,315c
MEHI_12 ,767 ,881 ,547
MEHI_13 ,696 ,916 ,702
MEHI_14 ,777 ,904 ,615
MEHI_15 ,417a ,915 ,320c
MEHI_16 ,756 ,899 ,630
FMEHI_v01 ,816 ,910 ,700
FMEHI_v02 ,880 ,870 ,781
FMEHI_v03 ,844 ,919 ,779
FMEHI_v04 ,888 ,909 ,769
FMEHI_v05 ,706 ,926 ,509
CBBE_v01 ,695 ,933 ,570
CBBE_v02 ,908 ,870 ,808
CBBE_v03 ,878 ,873 ,762
CBBE_v04 ,873 ,883 ,741
V.E*. (%) 6,149 5,284 16,635 28,861 7,869
Nota: a fator de carga < 0,5; b cross-loading; c comunalidade <0.5. *Variância Explicada
71
Tabela 9 - Análise Fatorial Exploratória – MEHI e Coca | Fatoração de Eixos Principais -
Rotação Oblimin.
Análise Fatorial Exploratória – MEHI e Coca | Fatoração de Eixos Principais - Rotação Oblimin
Imagem da Cidade Congruência
da Cidade
Valor da
Marca
Serviços
e
Ambiente
Atrações Afetiva Coca-Cola Coca-Cola
Item α = ,771 α = ,677 α = ,825 α = ,920 α = ,898 M.S.A Comum.
MEHI_01 ,624 ,894 ,473c
MEHI_02 ,845 ,838 ,670
MEHI_03 ,687 ,884 ,512
MEHI_04 ,442a ,926 ,300c
MEHI_07 ,566 ,852 ,317c
MEHI_08 ,476a ,877 ,319c
MEHI_09 ,529 ,911 ,317c
MEHI_10 ,464a ,919 ,334c
MEHI_11 ,423a ,922 ,313c
MEHI_12 ,771 ,875 ,551
MEHI_13 ,697 ,914 ,703
MEHI_14 ,777 ,905 ,616
MEHI_15 ,410a ,920 ,327c
MEHI_16 ,751 ,905 ,627
FMEHI_c01 -,806 ,912 ,678
FMEHI_c02 -,896 ,868 ,792
FMEHI_c03 -,841 ,918 ,771
FMEHI_c04 -,874 ,904 ,765
FMEHI_c05 -,709 ,923 ,533
CBBE_c01 ,715 ,917 ,566
CBBE_c02 ,898 ,869 ,790
CBBE_c03 ,855 ,875 ,756
CBBE_c04 ,809 ,903 ,667
V.E*. (%) 6,178 5,292 28,906 16,498 7,669
Nota: a fator de carga < 0,5; b cross-loading; c comunalidade <0.5. *Variância Explicada
72
Tabela 10 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEHI – Visa.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
1 MEHI_01 5,07 1,612 1
2 MEHI_02 4,73 1,506 ,577 1
3 MEHI_03 4,30 1,588 ,440 ,598 1
4 MEHI_04 4,95 1,629 ,379 ,373 ,391 1
5 MEHI_07 5,64 1,268 ,189 ,195 ,164 ,165 1
6 MEHI_08 6,39 0,934 ,238 ,224 ,165 ,150 ,429 1
7 MEHI_09 5,05 1,384 ,246 ,214 ,212 ,235 ,230a
,245a 1
8 MEHI_10 5,47 1,352 ,291 ,269 ,254 ,342b
,261a
,261a ,361 1
9 MEHI_11 5,39 1,393 ,265 ,244 ,250 ,231 ,287a
,255a ,342 ,336 1
10 MEHI_12 6,43 0,888 ,278 ,257 ,274 ,201 ,238 ,297 ,154 ,251 ,357b 1
11 MEHI_13 6,28 0,897 ,416b
,413b
,385b
,329b
,308b
,397b ,275 ,373
b,356
b ,585 1
12 MEHI_14 6,08 1,127 ,299 ,310b
,324b ,251 ,200 ,325
b ,227 ,314b
,333b ,605 ,638 1
13 MEHI_15 5,64 1,483 ,263 ,244 ,301b ,219 ,244 ,263 ,247 ,217 ,287 ,316 ,477 ,464 1
14 MEHI_16 6,49 0,836 0,345b
,335b
,314b ,297 ,282 ,333
b ,202 ,306b
,331b ,594 ,676 ,579 ,453 1
15 FMEHI_v01 3,62 1,987 ,128 ,223 ,205 ,152 ,102 ,075 ,166 ,100 ,142 ,109 ,127 ,143 ,171 ,079 1
16 FMEHI_v02 3,32 1,959 ,091 ,165 ,179 ,135 ,142 ,036 ,180 ,111 ,156 ,105 ,112 ,113 ,195 ,063 ,782 1
17 FMEHI_v03 3,90 2,004 ,142 ,194 ,191 ,159 ,094 ,064 ,219 ,138 ,132 ,121 ,151 ,174 ,204 ,151 ,729 ,764 1
18 FMEHI_v04 3,41 1,981 ,110 ,190 ,207 ,147 ,130 ,087 ,196 ,113 ,149 ,118 ,127 ,151 ,183 ,130 ,704 ,777 ,767 1
19 FMEHI_v05 4,08 2,118 ,085 ,120 ,167 ,107 ,085 ,052 ,189 ,088 ,111 ,135 ,088 ,128 ,125 ,112 ,577 ,579 ,663 ,657 1
20 CBBE_v01 4,26 2,097 ,075 ,076 ,113 ,122 ,051 ,100 ,182 ,111 ,108 ,113 ,136 ,149 ,170 ,075 ,415b
,409b
,428b
,368b
,310b 1
21 CBBE_v02 4,27 2,074 ,117 ,088 ,125 ,146 ,087 ,097 ,177 ,131 ,105 ,114 ,138 ,166 ,156 ,094 ,376b
,374b
,434b
,365b
,321b ,689 1
22 CBBE_v03 4,32 1,983 ,125 ,092 ,103 ,144 ,074 ,071 ,165 ,125 ,074 ,120 ,142 ,125 ,125 ,097 ,384b
,390b
,411b
,368b
,324b ,629 ,789 1
23 CBBE_v04 4,38 1,980 ,153 ,109 ,129 ,135 ,055 ,078 ,177 ,125 ,105 ,117 ,140 ,129 ,104 ,102 ,338b
0,383b
,410b
,339b
,317b ,643 ,756 ,766 1
Notas: a Correlação < 0,30 entre itens do mesmo construto ;
b Correlação > 0,30 entre itens de construtos distintos
Item M DP
Matriz de Correlações (Pearson) - MEHI - Visa
73
Tabela 11 – Matriz de Correlações (Pearson) – MEHI – Coca-Cola.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
1 MEHI_01 5,07 1,612 1
2 MEHI_02 4,73 1,506 ,577 1
3 MEHI_03 4,30 1,588 ,440 ,598 1
4 MEHI_04 4,95 1,629 ,379 ,373 ,391 1
5 MEHI_07 5,64 1,268 ,189 ,195 ,164 ,165 1
6 MEHI_08 6,39 0,934 ,238 ,224 ,165 ,150 ,429 1
7 MEHI_09 5,05 1,384 ,246 ,214 ,212 ,235 ,230a
,245a 1
8 MEHI_10 5,47 1,352 ,291 ,269 ,254 ,342b
,261a
,261a ,361 1
9 MEHI_11 5,39 1,393 ,265 ,244 ,250 ,231 ,287a
,255a ,342 ,336 1
10 MEHI_12 6,43 0,888 ,278 ,257 ,274 ,201 ,238 ,297 ,154 ,251 ,357b 1
11 MEHI_13 6,28 0,897 ,416b
,413b
,385b
,329b
,308b
,397b ,275 ,373
b,356
b ,585 1
12 MEHI_14 6,08 1,127 ,299 ,310b
,324b ,251 ,200 ,325
b ,227 ,314b
,333b ,605 ,638 1
13 MEHI_15 5,64 1,483 ,263 ,244 ,301b ,219 ,244 ,263 ,247 ,217 ,287 ,316 ,477 ,464 1
14 MEHI_16 6,49 0,836 0,345b
,335b
,314b ,297 ,282 ,333
b ,202 ,306b
,331b ,594 ,676 ,579 ,453 1
15 FMEHI_c01 3,61 2,028 ,105 ,206 ,217 ,094 ,105 ,096 ,153 ,077 ,103 ,113 ,113 ,137 ,191 ,089 1
16 FMEHI_c02 3,40 2,019 ,104 ,171 ,206 ,110 ,151 ,069 ,161 ,097 ,144 ,126 ,136 ,131 ,243 ,092 ,771 1
17 FMEHI_c03 3,95 2,037 ,120 ,171 ,186 ,106 ,089 ,082 ,203 ,138 ,110 ,120 ,141 ,175 ,230 ,136 ,717 ,771 1
18 FMEHI_c04 3,47 2,005 ,091 ,171 ,202 ,096 ,125 ,087 ,170 ,108 ,146 ,110 ,125 ,138 ,205 ,117 ,682 ,784 ,760 1
19 FMEHI_c05 4,03 2,198 ,050 ,084 ,139 ,037 ,078 ,039 ,130 ,091 ,112 ,129 ,089 ,117 ,141 ,110 ,580 ,592 ,665 ,673 1
20 CBBE_c01 4,25 2,143 ,080 ,093 ,130 ,111 ,023 ,043 ,172 ,125 ,080 ,141 ,088 ,135 ,159 ,071 ,400b
,360b
,411b
,361b
,343b 1
21 CBBE_c02 4,39 2,123 ,132 ,147 ,168 ,156 ,073 ,066 ,206 ,163 ,127 ,112 ,134 ,158 ,168 ,110 ,369b
,370b
,418b
,372b
,336b ,681 1
22 CBBE_c03 4,29 2,074 ,147 ,147 ,179 ,144 ,067 ,087 ,210 ,146 ,109 ,123 ,138 ,142 ,150 ,116 ,383b
0,397b
,425b
,411b
,357b ,624 ,781 1
23 CBBE_c04 4,30 2,074 ,182 ,131 ,204 ,160 ,067 ,100 ,206 ,161 ,133 ,135 ,122 ,152 ,166 ,118 ,337b
0,359b
,403b
,347b
,309b ,605 ,705 ,731 1
Notas: a Correlação < 0,30 entre itens do mesmo construto ;
b Correlação > 0,30 entre itens de construtos distintos
Item M DP
Matriz de Correlações (Pearson) - MEHI - Coca-Cola
74
4.4. Diferença entre médias
Após a purificação das escalas e selecionadas as variáveis que iria continuar na análise,
também foram realizados análises univariadas no SPSS. Foram extraídos a média e desvio
padrão para cada variável individualmente e, após, foi executado o teste “t” de diferença entre
médias para dois grupos, os que responderam o questionário em inglês e os que responderam o
questionário em espanhol. Os resultados podem ser vistos na Tabela 12.
Nota-se que muitas variáveis apresentaram diferença significativa entre as médias,
indicando que os grupos possuem diferenças consideráveis. Quase todas as variáveis do grupo
que respondeu o questionário em espanhol apresentou uma média superior.
Interessante observar que os construtos que continham a marca Coca-Cola envolvida,
obtiveram menos itens com diferenças significativas entre as médias do que a marca Visa. Isto
pode ser devido ao fato que a Coca-Cola é uma marca mais conhecida mundialmente do que a
Visa.
Tabela 12 - Diferença de médias entre grupos: questionários em inglês e espanhol.
Diferença de médias entre grupos: questionários em inglês e espanhol
Idioma
Média Teste T
Item Méd. DP Inglês Espanhol t p-valor
MEI_03 6,03 1,082 5,90 6,23 4,475 ,000
MEI_04 6,05 1,109 5,93 6,23 3,955 ,000
MEI_05 5,62 1,241 5,37 6,01 7,761 ,000
MEI_06 5,84 1,180 5,66 6,13 5,779 ,000
MEI_09 5,46 1,272 5,33 5,65 3,582 ,000
MEI_10 5,13 1,570 4,94 5,43 4,421 ,000
MEI_11 5,23 1,395 5,05 5,51 4,743 ,000
MEI_12 5,39 1,412 5,07 5,89 8,859 ,000
MEI_13 5,43 1,459 5,13 5,90 7,817 ,000
MEI_14 5,56 1,348 5,35 5,88 5,753 ,000
MEI_16 6,13 ,984 5,95 6,40 6,684 ,000
MEI_17 6,21 ,927 6,04 6,47 7,013 ,000
MEI_18 6,47 ,841 6,37 6,62 4,501 ,000
MEI_19 6,36 ,949 6,19 6,62 6,846 ,000
MEI_21 5,39 1,689 5,56 5,13 -3,566 ,000
MEI_23 5,64 1,427 5,73 5,49 -2,365 ,018
MEI_24 5,86 1,503 6,01 5,63 -3,455 ,001
75
MEI_25 5,77 1,227 5,74 5,81 ,825 ,410
CBBE_v01 4,26 2,097 4,04 4,60 3,817 ,000
CBBE_v02 4,27 2,074 4,02 4,65 4,419 ,000
CBBE_v03 4,32 1,983 4,14 4,58 3,187 ,001
CBBE_v04 4,38 1,980 4,17 4,71 3,863 ,000
CBBE_c01 4,25 2,143 4,20 4,34 ,949 ,343
CBBE_c02 4,39 2,123 4,27 4,57 1,979 ,048
CBBE_c03 4,29 2,074 4,21 4,41 1,401 ,162
CBBE_c04 4,30 2,074 4,21 4,44 1,542 ,124
FMEIS_v01 4,35 2,125 4,15 4,64 3,313 ,001
FMEIS_v02 3,81 2,049 3,65 4,05 2,823 ,005
FMEIS_v03 4,40 1,990 4,16 4,76 4,280 ,000
FMEIS_v04 3,59 2,024 3,46 3,78 2,203 ,028
FMEIS_v05 4,61 2,097 4,60 4,63 ,197 ,844
FMEIS_c01 4,00 2,215 3,90 4,16 1,697 ,090
FMEIS_c02 3,74 2,109 3,68 3,84 1,055 ,292
FMEIS_c03 4,17 2,158 4,09 4,29 1,300 ,194
FMEIS_c04 3,46 2,127 3,44 3,51 ,469 ,639
FMEIS_c05 4,35 2,249 4,50 4,11 -2,415 ,016
MEHI_01 5,07 1,612 4,83 5,43 5,451 ,000
MEHI_02 4,73 1,506 4,48 5,12 6,118 ,000
MEHI_03 4,30 1,588 4,00 4,77 7,101 ,000
MEHI_04 4,95 1,629 4,72 5,31 5,184 ,000
MEHI_07 5,64 1,268 5,59 5,70 1,209 ,227
MEHI_08 6,39 ,934 6,27 6,59 5,101 ,000
MEHI_09 5,05 1,384 4,88 5,32 4,617 ,000
MEHI_10 5,47 1,352 5,26 5,80 5,785 ,000
MEHI_11 5,39 1,393 5,34 5,45 1,121 ,263
MEHI_12 6,43 ,888 6,44 6,41 -,552 ,581
MEHI_13 6,28 ,897 6,11 6,54 7,753 ,000
MEHI_14 6,08 1,127 5,88 6,39 7,078 ,000
MEHI_15 5,64 1,483 5,43 5,95 5,249 ,000
MEHI_16 6,49 ,836 6,40 6,63 4,186 ,000
FMEHI_v01 3,62 1,987 3,37 4,00 4,515 ,000
FMEHI_v02 3,32 1,959 3,19 3,51 2,208 ,028
FMEHI_v03 3,90 2,004 3,65 4,28 4,506 ,000
FMEHI_v04 3,41 1,981 3,25 3,66 2,846 ,005
FMEHI_v05 4,08 2,118 3,98 4,22 1,619 ,106
FMEHI_c01 3,61 2,028 3,45 3,86 2,937 ,003
FMEHI_c02 3,40 2,019 3,31 3,54 1,636 ,102
FMEHI_c03 3,95 2,037 3,78 4,21 3,041 ,002
FMEHI_c04 3,47 2,005 3,41 3,57 1,092 ,275
FMEHI_c05 4,03 2,198 4,06 3,98 -,506 ,613
Notas: Diferenças significativas realçadas em negrito.
76
4.5. Análise Fatorial Confirmatória
4.5.1. Modelos de Mensuração das Escalas
Preliminarmente, foi feito a Análise Fatorial Confirmatória (AFC) para validar os
modelos de mensuração de cada escala individualmente. Para decidir a técnica de estimação a
ser utilizada foram gerados histogramas de todas as variáveis (ver Apêndice 4) e realizada uma
análise dos indicadores Curtose item-a-item e Curtose multivariada. Todos os C.Rs, de todos
os modelos de mensuração, foram superiores a 5, o que não permitiu suportar a
multinormalidade dos dados (Byrne, 2009), indicando o uso da técnica ADF (Asymptotically
Distribution-free). A técnica ADF foi usada para todos os modelos de mensuração apresentados
nesta seção.
O modelo de mensuração da escala MEI pode ser visto na Figura 4. Todos os indicadores
de ajuste do modelo observados podem ser vistos na Tabela 13. Apenas, o indicador CFI
(0,726) ficou abaixo do parâmetro esperado (> 0,9). Entretanto, três de quatro itens do construto
“Intenções” (MEIi) apresentaram coeficiente padronizados < 0,5, a saber: MEI_21, MEI_24 e
MEI_25. Com base nesse fato, fez-se a opção de eliminar o construto “Intenções” de futuras
análises e modelos. Sendo assim, tornou-se necessário realizar um novo modelo de mensuração
da escala MEI sem o construto “Intenções”.
O novo modelo da escala MEI, o MEI reespecificado, pode ser encontrado na Figura 5.
Com este modelo, todos os itens obtiveram coeficientes padronizados 0 > 0,5. Inclusive, o item
MEI_04, que no modelo anterior tinha ficado abaixo do valor de referência (0,42). Os
indicadores de ajuste do MEI reespecificado são: χ2 = 205, 578, p-valor < 0,01, χ2/gl = 2,895,
GFI = 0, 913, CFI = 0,77, RMSEA = 0,045 e PCLOSE = 0,937. Sendo que, novamente, o único
indicador que ficou fora do parâmetro esperado foi o CFI, todavia, todos os outros se mostraram
satisfatórios.
77
Figura 4 - Modelo de Mensuração da Escala MEI.
78
Figura 5 - Modelo de Mensuração MEI reespecificado
79
O modelo de mensuração da escala MEHI, pode ser achada na Figura 6. Todos os itens
possuem coeficientes padronizados > 0,5. Dois indicadores de ajuste do modelo ficaram abaixo
do parâmetro (χ2/gl = 3,074; CFI = 0,805), porém os outros estão dentro do esperado (χ2 =
227,493; p-valor <0,01; GFI = 0,922; RMSEA = 0,049; PCLOSE = 0,533).
Na Figura 7, podemos observar o modelo de mensuração da escala FMEIS. Todos os
coeficientes padronizados estão > 0,7. Além disto, quase todos os indicadores de ajuste estão
dentro dos parâmetros ( χ2 = 97,635; p-valor <0,01; χ2/gl = 3,367; GFI = 0,967; CFI = 0,964),
com exceção ao RMSEA (0,053), que está bem próximo ao valor de referência e o PCLOSE
também abaixo do esperado (0,323). Todos os valores de referência podem ser encontrados na
Tabela 13.
O modelo de mensuração da escala FMEHI pode ser observado na Figura 8. Com
exceção ao item FITMEHIS_c05, que apresenta um coeficiente padronizado de 0,53, todos os
demais itens apresentam coeficiente padronizado >0,7, indicando uma boa validade
convergente do construto. Todos os indicadores de ajuste do modelo estão acima do valor de
referência (χ2 =83,451; p-valor < 0,01; χ2/gl = 2,878; GFI = 0, 969; CFI = 0,966; RMSEA =
0,047; PCLOSE = 0,638).
Por último, analisamos o modelo de mensuração da escala CBBE (Figura 9). Todos os
itens apresentam coeficiente padronizados >0,7, indicando boa validade convergente do
construto. Além disso, todos os indicadores de ajuste do modelo ficaram acima do valor de
referência (χ2 =33,825; p-valor < 0,01; χ2/gl = 2,255; GFI = 0, 983; CFI = 0,984; RMSEA =
0,038; PCLOSE = 0,852).
De uma forma geral, as escalas são satisfatórias para dar continuidade com as análises.
Com as escalas MEI e MEHI se mostrando mais fracas que as outras.
80
Figura 6 - Modelo de Mensuração da escala MEHI.
81
Figura 7 – Modelo de Mensuração da Escala FMEIS.
82
Figura 8 – Modelo de Mensuração da Escala FMEHI.
83
Figura 9 - Modelo de Mensuração da Escala CBBE.
84
Tabela 13 - Indicadores de Ajuste | Modelos de Mensuração.
Indicadores de Ajuste | Modelos de Mensuração χ2 p-valor χ2/gl GFI CFI RMSEA PCLOSE
MEI - Imagem do Megaevento 335,655 *** 2,685 0,901 0,726a 0,045 0,937
MEI - Imagem do Megaevento (reespecificado) 205,578 *** 2,895 0,913 0,777a 0,047 0,711
MEHI - Imagem da Sede do Megaevento 227,493 *** 3,074a 0,922 0,805a 0,049 0,533
FMEIS - Congruência Megaevento e Patrocinador 97,635 *** 3,367a 0,967 0,964 0,053a 0,323a
FMEHIS - Congruência Sede do Megaevento e Patrocinador 83,451 *** 2,878 0,969 0,966 0,047 0,638
CBBE - Valor da marca na Perspectiva do Consumidor 33,825 0,004 2,255 0,983 0,984 0,038 0,852
limites sugeridos < possível < 0,05 < 3,0 > 0,9 > 0,9 < 0,05 > 0,5
Nota: a Parâmetro fora dos limites esperados; *** p-valor < 0,01.
85
4.5.2. Modelo de Mensuração da escala MEI com a marca Coca-Cola
Para avaliar a validade convergente e discriminante estimou-se o modelo de mensuração
para cada instância do modelo conceitual, ou seja, foram estruturados quatro modelos. Na
Figura 10, podemos observar o primeiro modelo analisado, utilizando-se das escalas MEI,
FMEI e CBBE com a marca Coca-Cola.
Os indicadores de ajuste do modelo foram satisfatórios (χ2 =600,109; p-valor < 0,01;
χ2/gl = 2,791; GFI = 0, 913; CFI = 0,855; RMSEA = 0,046; PCLOSE = 0,934), com apenas o
CFI ficando abaixo do valor de referência ( > 0,9). Além disso, todos os coeficientes
padronizados dos itens ficaram acima de 0,5, indicando validade convergente satisfatória.
É possível contemplar melhor os dados de validade convergente e discriminante das
escalas do modelo na Tabela 14. A confiabilidade dos construtos foi verificada com a avaliação
do indicador CR. O menor CR apresentado 0,722, pertencente ao construto “Experiência”
(MEIeb), sugere a confiabilidade de todos os construtos do modelo. A Variância Média
Extraída (AVE) é outro indicador para se testar a validade convergente das escalas. Uma AVE
do construto maior que 0,5 segure convergência adequada, todavia, o construto “Experiência”
obteve uma AVE = 0,396.
Para observar a validade discriminante da escala, analisa-se o quadrado das correlações
entre os construtos. Idealmente, o quadrado das correlações não pode ser maior que a AVE,
para indicar boa validade discriminante. Entretanto, pode-se notar alguns construtos dentro da
escala MEI com o quadrado das correlações maior que a AVE, entretanto, como os construtos
são pertencentes à mesma escala, é aceitável.
86
Figura 10 - Modelo de Mensuração | MEI e Coca-Cola.
87
Tabela 14 – Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEI e Coca-Cola.
Análise Fatorial Confirmatória | ADF - Asymptotically Distribution-free
Imagem do Megaevento Congruência
do
Megaevento
Valor da
marca
Coca-Cola Experiência Logística Segurança Avaliação
Item CR = ,722 CR = ,752 CR = ,759 CR = ,840 CR = ,930 CR = ,925
MEI_03 ,562
MEI_04 ,561
MEI_05 ,731
MEI_06 ,648
MEI_09 ,711
MEI_10 ,669
MEI_11 ,747
MEI_12 ,638
MEI_13 ,745
MEI_14 ,762
MEI_16 ,847
MEI_17 ,905
MEI_18 ,630
MEI_19 ,607
FITMEIS_COCA_01 ,863
FITMEIS_COCA_02 ,875
FITMEIS_COCA_03 ,888
FITMEIS_COCA_04 ,870
FITMEIS_COCA_05 ,765
CBBE_COCA_01 ,842
CBBE_COCA_02 ,894
CBBE_COCA_03 ,913
CBBE_COCA_04 ,823
Experiência ,396a ,682 ,631 ,776 ,303 ,327
Logística ,465c ,504 ,773 ,665 ,179 ,223
Segurança ,398c ,597c ,514 ,639 ,105 ,107
Avaliação ,602c ,442 ,408 ,575 ,037 ,176
Congruência do
Megaevento ,092 ,032 ,011 ,001 ,728 ,673
Valor da marca
Coca-Cola ,107 ,050 ,011 ,031 ,453 ,755
Notas: a Coeficiente padronizado < 0,6; b Variância média extraída (A.V.E) < 0,5; c Número menor que a
A.V.E; Número em negrito na diagonal denotam a A.V.E; Números abaixo da diagonal denotam o quadrado
das correlações entre construtos; Números acima da diagonal denotam as correlações entre construtos
88
4.5.3. Teste das Hipóteses Substantivas H1 e H2 com a marca Coca-Cola
Os indicadores de ajuste do modelo foram os seguintes: χ2 =713,341; p-valor < 0,01;
χ2/gl = 3,199; GFI = 0, 897; CFI = 0,815; RMSEA = 0,051; PCLOSE = 0,348. De uma forma
geral, quase todos ficaram apenas um pouco fora dos parâmetros limites esperados.
O teste das hipóteses substantivas H1 e H2 foi realizada por meio da análise de
significância e relevância dos caminhos (paths) entre os construtos “imagem do megaevento”
(MEI), “congruência entre a imagem do megaevento e a marca Coca-Cola” (FMEIS_c) e “valor
da marca Coca-Cola percebido pelo consumidor” (CBBE_c). Foram considerados os
coeficientes padronizados, o CR e o p-valor. Foi considerado um p-valor menor do que 0,05
como critério para suportar as hipóteses (Hair et al., 2009). Os resultados deste teste estão
detalhados na Tabela 15.
As duas hipóteses foram suportadas, porém, tendo em vista que, na presença da
congruência, o efeito da imagem do megaevento no valor da marca do patrocinador se reduz,
mas continua significativo (p-valor <0,01), pode-se sugerir que a congruência exerça um efeito
mediador parcial na relação entre a imagem do megaevento e o valor da marca do patrocinador.
Todavia, esse achado deve ser tomado com cuidado pois a variância explicada da congruência
não apresenta relevância prática (0,066).
O efeito total da imagem do megaevento no valor da marca do patrocinador é de 0,255
[ (0,256 * 0,659 ) + 0,086 ].
89
Figura 11 - Modelo Estrutural | MEI e Coca-Cola.
90
Tabela 15 – Teste das Hipóteses H1 e H2 para a marca Coca-Cola.
Hipóteses Caminho
Relação
hipotetizada
Coeficiente
padronizado C.R. p-valor Resultado
H1 Valor da Marca da Coca-Cola ← Imagem do Megaevento ( + ) 0,086 2,652 0,008 Suportada
H2
Congruência do Megaevento com Patrocinador ← Imagem do Megaevento ( + ) 0,256 5,999 ***
Suportada Valor da Marca da Coca-Cola ← Congruência do Megaevento com
Patrocinador ( + ) 0,659 21,240 ***
Congruência do Megaevento com Patrocinador 0,066 a
Valor da Marca da Coca-Cola 0,471 a
Notas: *** p < 0,001; ** p < 0,05; a (R2) - variância explicada da variável latente.
91
4.5.4. Modelo de Mensuração da escala MEI com a marca Visa
O modelo de mensuração, o segundo analisado, utilizando-se as escalas MEI, FMEI e
CBBE com a marca Visa, pode ser encontrado na .
Os indicadores de ajuste do modelo foram ligeiramente melhores quando a marca Coca-
Cola foi utilizada (χ2 =579,911; p-valor < 0,01; χ2/gl = 2,697; GFI = 0, 908; CFI = 0,0849;
RMSEA = 0,045; PCLOSE = 0,975) e entretanto, o CFI continuou abaixo do valor de referência
( > 0,9). Além disso, todos os coeficientes padronizados dos itens também ficaram acima de
0,5, indicando validade convergente satisfatória.
Os dados de validade convergente e discriminante das escalas do modelo podem ser
contemplados na Tabela 14. O menor CR apresentado foi 0,726, também pertencente ao
construto “Experiência” (MEIeb). Novamente, esta dimensão apresentou problemas na AVE,
sendo < 0,5 (0,401).
Como era de se esperar, devido aos resultados apresentados anteriormente do modelo
de mensuração utilizando-se a marca Coca-Cola, o quadrado das correlações de alguns
construtos dentro da escala MEI ficaram menores que a AVE, porém todos pertenciam à mesma
escala.
92
Figura 12 - Modelo de Mensuração | MEI e Visa
93
Tabela 16 - Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEI e Visa
Análise Fatorial Confirmatória | ADF - Asymptotically Distribution-free
Imagem do Megaevento Congruência
do
Megaevento
Valor da
marca
Visa Experiência Logística Segurança Avaliação
Item CR = ,726 CR = ,767 CR = ,766 CR = ,860 CR = ,929 CR = ,938
MEI_03 ,591
MEI_04 ,554
MEI_05 ,725
MEI_06 ,650
MEI_09 ,717
MEI_10 ,665
MEI_11 ,785
MEI_12 ,621
MEI_13 ,797
MEI_14 ,744
MEI_16 ,844
MEI_17 ,877
MEI_18 ,726
MEI_19 ,656
FITMEIS_VISA_01 ,852
FITMEIS_VISA_02 ,875
FITMEIS_VISA_03 ,918
FITMEIS_VISA_04 ,848
FITMEIS_VISA_05 ,751
CBBE_VISA_01 ,823
CBBE_VISA_02 ,918
CBBE_VISA_03 ,921
CBBE_VISA_04 ,893
Experiência ,401b ,698 ,637 ,762 ,302 ,357
Logística ,487c ,524 ,828 ,648 ,230 ,243
Segurança ,405c ,685c ,525 ,693 ,080 ,161
Avaliação ,580c ,420 ,480 ,610 ,035 ,200
Congruência do
Megaevento ,091 ,053 ,006 ,001 ,723 ,626
Valor da marca
Visa ,127 ,059 ,026 ,040 ,392 ,791
Notas: a Coeficiente padronizado < 0,6; b AVE < 0,5; c Número menor que a AVE Número em
negrito na diagonal denotam a AVE; Números abaixo da diagonal denotam o quadrado das
correlações entre construtos; Números acima da diagonal denotam as correlações entre construtos
94
4.5.5. Teste das Hipóteses Substantivas H1 e H2 com a marca Visa
O modelo estrutural para se analisar as hipóteses substantivas H1 e H2 pode ser
visualizado na Figura 13.
Os indicadores de ajuste do modelo foram parecidos com o modelo utilizando-se da
marca Coca-Cola: χ2 =709,773; p-valor < 0,01; χ2/gl = 3,183; GFI = 0, 887; CFI = 0,799;
RMSEA = 0,051; PCLOSE = 0,375. Novamente, quase todos ficaram apenas um pouco fora
dos parâmetros limites esperados.
O teste das hipóteses substantivas H1 e H2 foi realizada por meio da análise de
significância e relevância dos paths entre os construtos “imagem do megaevento” (MEI),
“congruência entre a imagem do megaevento e a marca Visa” (FMEIS_v) e “valor da marca
Visa percebido pelo consumidor” (CBBE_v). Os resultados deste teste estão detalhados na
Tabela 17.
Ambas as hipóteses foram suportadas, todavia, na presença da congruência, o efeito da
imagem do megaevento no valor da marca do patrocinador se reduz, mas continua significativo
(p-valor <0,01), pode-se sugerir que a congruência exerça um efeito mediador parcial na relação
entre a imagem do megaevento e o valor da marca do patrocinador. Todavia, esse achado deve
ser tomado com cuidado pois a variância explicada da congruência não apresenta relevância
prática (0,045).
O efeito total da imagem do megaevento no valor da marca do patrocinador é de 0,239
[ (0,212 * 0,592 ) + 0,113 ].
95
Figura 13 – Modelo Estrutural | MEI e Visa.
96
Tabela 17 -Teste das Hipóteses H1 e H2 para a marca Visa.
H1 ( + ) 0,113 3,471 *** Suportada
( + ) 0,212 5,452 ***
( + ) 0,592 18,666 ***
Congruência do Megaevento com Patrocinador 0,045 a
Valor da Marca da Visa 0,392 a
H2 Suportada
Hipóteses CaminhoRelação
hipotetizada
Coeficiente
padronizadoC.R. p-valor Resultado
Congruência do Megaevento com Patrocinador ← Imagem do Megaevento
Valor da Marca da Visa ← Imagem do Megaevento
Valor da Marca da Visa ← Congruência do Megaevento com Patrocinador
Notas: *** p < 0,001; ** p < 0,05; a (R
2) - variância explicada da variável latente.
97
4.5.6. Teste Específico de Mediação para a FMEI e efeitos diretos e indiretos com
ambas as marcas para escala MEI
Para confirmar mediação do construto FMEI, foi realizado um teste específico de
mediação, seguindo o método de Quatro Passos de Baron e Kenny (1986) , seguido pelo Teste
de Sobel (1982). Na Tabela 18 é possível verificar o resultado do teste específico de mediação.
Tabela 18 - Teste Específico de Mediação | MEI
Teste Específico de Mediação | MEI
Rótulo Passos Variáveis Coeficientes não
padronizados
Erro
Padronizado p-valor
Teste de
Sobel (z)
Coca-Cola
Passo 1
Dependente CBBE - - -
Independente MEI 0,943 0,169 ***
Passo 2
5,253***
Dependente FMEI_c - - -
Independente MEI 1,051 0,195 ***
Passos 3 e 4
Dependente CBBE - - -
Mediador FMEI_c 0,635 0,027 ***
Independente MEI 1,169 0,177 ***
Visa
Passo 1
Dependente CBBE - - -
Independente MEI 0,876 0,159 ***
Passo 2
5,162***
Dependente FMEI_c - - -
Independente MEI 1,06 0,198 ***
Passos 3 e 4
Dependente CBBE - - -
Mediador FMEI_c 0,566 0,029 ***
Independente MEI 0,999 0,185 ***
Nota. *** Significativo ao nível .001
Foram também calculados os efeitos diretos, indiretos e totais compondo a variância
explicada da variável dependente do estudo, o valor da marca do patrocinador. Os resultados
podem ser observados na Tabela 19.
98
Tabela 19 - Efeitos sobre o Valor da Marca do Patrocinador | MEI
Efeitos sobre o Valor da Marca do Patrocinador | MEI
Efeitos Totais, Diretos e
Indiretos no Valor da Marca
do Patrocinador
Estimativas Padronizadas
Imagem do
Megaevento
Congruência
do
Megaevento
Valor da
Marca
Coca-
Cola
ED - Efeito Direto ,086 ,659
EI - Efeito Indireto ,169 -
ET - Efeito Total ,255 ,659
(ED)2 ,007 ,434 ,442
(EI)2 ,029 - ,029
(ET)2 ,065 ,434 ,499
Variância Explicada (a) ,471
Visa
ED - Efeito Direto ,113 ,592
EI - Efeito Indireto ,126 -
ET - Efeito Total ,239 ,592
(ED)2 ,013 ,350 ,363
(EI)2 ,016 - ,016
(ET)2 ,057 ,350 ,408
Variância Explicada (a) ,392
Nota: (a) Squared Multiple Correlation | [ Σ(ET)2 - Σ(EI)2 ]
4.5.7. Modelo de Mensuração da escala MEHI com a marca Coca-Cola
O modelo de mensuração, o terceiro analisado, utilizando-se as escalas MEHI, FMEHI
e CBBE com a marca Coca-Cola, pode ser encontrado na Figura 14.
Os indicadores de ajuste do modelo foram satisfatórios (χ2 =601,22; p-valor < 0,01;
χ2/gl = 2,733; GFI = 0, 903; CFI = 0,085; RMSEA = 0,045; PCLOSE = 0,965). O CFI ficou
um pouco abaixo do valor de referência ( > 0,9). Além disso, todos os coeficientes padronizados
dos itens também ficaram acima de 0,5.
Os dados de validade convergente e discriminante das escalas do modelo podem ser
contemplados na Tabela 20. O menor CR apresentado foi 0,737, pertencente ao construto
“Atrações” (MEHIat). Esta dimensão também apresentou AVE < 0,5 (0,353), indicando baixa
validade convergente.
99
A maioria dos quadrados das correlações ficaram abaixo da AVE, apenas um quadrado
da correlação entre a dimensão “Atração” e “Afetiva” ficou superior à AVE da dimensão
“Atração”. Como os construtos pertencem à mesma escala, isto é aceitável.
100
Figura 14 - Modelo de Mensuração | MEHI e Coca-Cola.
101
Tabela 20 - Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEHI e Coca-Cola
Análise Fatorial Confirmatória | ADF - Asymptotically Distribution-free
Imagem da Sede
Congruência
da Sede
Valor da
marca
Coca-
Cola Serviços e
Ambiente Atrações Afetiva
Item CR = ,821 CR = ,737 CR = ,854 CR = ,946 CR = ,925
MEHI_01 ,703
MEHI_02 ,791
MEHI_03 ,805
MEHI_04 ,617
MEHI_07 ,518
MEHI_08 ,500
MEHI_09 ,589
MEHI_10 ,703
MEHI_11 ,675
MEHI_12 ,636
MEHI_13 ,827
MEHI_14 ,795
MEHI_15 ,718
MEHI_16 ,688
FITMEHIS_COCA_01 ,878
FITMEHIS_COCA_02 ,957
FITMEHIS_COCA_03 ,918
FITMEHIS_COCA_04 ,899
FITMEHIS_COCA_05 ,750
CBBE_COCA_01 ,797
CBBE_COCA_02 ,900
CBBE_COCA_03 ,923
CBBE_COCA_04 ,854
Serviços e Ambiente ,537 ,558 ,543 ,367 ,291
Atrações ,311 ,363a ,699 ,384 ,302
Afetiva ,295 ,488c ,542 ,382 ,301
Congruência da Sede ,135 ,147 ,146 ,780 ,585
Valor da marca Coca-Cola ,085 ,091 ,091 ,342 ,757
Notas: a Coeficiente padronizado < 0,6; b AVE < 0,5; c Número menor que a AVE Número em negrito na
diagonal denotam a AVE; Números abaixo da diagonal denotam o quadrado das correlações entre
construtos; Números acima da diagonal denotam as correlações entre construtos.
102
4.5.8. Teste das Hipóteses Substantivas H4 e H5 com a marca Coca-Cola
O modelo estrutural para se analisar as hipóteses substantivas H4 e H5 pode ser
visualizado na Figura 15.
Os indicadores de ajuste do modelo foram melhores do que quando se utilizou a escala
MEI e FMEI, a saber: χ2 =606,506; p-valor < 0,01; χ2/gl = 2,708; GFI = 0, 903; CFI = 0,85;
RMSEA = 0,045; PCLOSE = 0,974. Entretanto, o CFI, foi o único que ficou abaixo do valor
de referência.
O teste das hipóteses substantivas H4 e H5 foi realizada por meio da análise de
significância e relevância dos paths entre os construtos “imagem da sede do megaevento”
(MEHI), “congruência entre a imagem da sedo do megaevento e a marca Coca-Cola”
(FMEHIS_c) e “valor da marca Coca-Cola percebido pelo consumidor” (CBBE_c). Os
resultados deste teste estão detalhados na Tabela 21.
As duas hipóteses foram suportadas. Tendo em vista que, na presença da congruência,
o efeito da imagem da sede do megaevento no valor da marca do patrocinador se reduz mas
continua significativo (p-valor <0,01), e ainda, considerando que o efeito da imagem da sede
do megaevento na congruência é forte (0,487) e significativo (p-valor <0,01), pode-se sugerir
que a congruência exerça um efeito mediador parcial na relação entre a imagem da sede do
megaevento e o valor da marca do patrocinador.
O efeito total da imagem da sede no valor da marca do patrocinador é de 0,377 [ (0,487
* 0,525 ) + 0,122 ].
103
Figura 15 - Modelo Estrutural | MEHI e Coca-Cola
104
Tabela 21 - Teste das Hipóteses H4 e H5 para a marca Coca-Cola.
Hipóteses Caminho
Relação
hipotetizada
Coeficiente
padronizado C.R. p-valor Resultado
H4 Valor da Marca da Coca-Cola ← Imagem da Sede ( + ) 0,122 2,915 0,004 Suportada
H5
Congruência da Sede com Patrocinador ← Imagem da Sede ( + ) 0,487 11,875 ***
Suportada Valor da Marca da Coca-Cola ← Congruência da Sede com
Patrocinador ( + ) 0,525 13,982 ***
Congruência da Sede com Patrocinador 0,237 a
Valor da Marca da Coca-Cola 0,352 a
Notas: *** p < 0,001; ** p < 0,05; a (R2) - variância explicada da variável latente.
105
4.5.9. Modelo de Mensuração da escala MEHI com a marca Visa
O modelo de mensuração, o terceiro analisado, utilizando-se as escalas MEHI, FMEHI
e CBBE com a marca Coca-Cola, pode ser encontrado na Figura 14.
Os indicadores de ajuste do modelo foram satisfatórios (χ2 =584,91; p-valor < 0,01;
χ2/gl = 2,659; GFI = 0, 907; CFI = 0,867; RMSEA = 0,044; PCLOSE = 0,985), ligeiramente
melhores quando comparados ao modelo que rodou com a marca Coca-Cola. O CFI continuou
um pouco abaixo do valor de referência ( > 0,9). Todos os coeficientes padronizados dos itens
também ficaram acima de 0,5.
Os dados de validade convergente e discriminante das escalas do modelo podem ser
contemplados na Tabela 22. O menor CR apresentado foi 0,743, pertencente ao construto
“Atrações” (MEHIat). Novamente, esta dimensão apresentou AVE < 0,5 (0,370), indicando
baixa validade convergente.
Similarmente ao modelo anterior rodado com a marca Coca-Cola, a maioria dos
quadrados das correlações ficaram abaixo da AVE, apenas um quadrado da correlação entre a
dimensão “Atração” e “Afetiva” ficou superior à AVE da dimensão “Atração”. Como os
construtos pertencem à mesma escala, isto é aceitável.
106
Figura 16 - Modelo de Mensuração | MEHI e Visa
107
Tabela 22 - Análise Fatorial Confirmatória | ADF | MEHI e Visa
Análise Fatorial Confirmatória | ADF - Asymptotically Distribution-free
Imagem da Sede Congruência da
Sede
Valor da marca
Visa
Serviços e
Ambiente Atrações Afetiva
Item CR = ,827 CR = ,743 CR = ,864 CR = ,950 CR = ,933
MEHI_01 ,725
MEHI_02 ,811
MEHI_03 ,777
MEHI_04 ,633
MEHI_07 ,552
MEHI_08 ,514
MEHI_09 ,560
MEHI_10 ,723
MEHI_11 ,667
MEHI_12 ,660
MEHI_13 ,859
MEHI_14 ,818
MEHI_15 ,665
MEHI_16 ,728
FITMEHIS_VISA_01 ,898
FITMEHIS_VISA_02 ,943
FITMEHIS_VISA_03 ,930
FITMEHIS_VISA_04 ,901
FITMEHIS_VISA_05 ,773
CBBE_VISA_01 ,802
CBBE_VISA_02 ,926
CBBE_VISA_03 ,914
CBBE_VISA_04 ,880
Serviços e Ambiente ,547 ,535 ,574 ,346 ,242
Atrações ,286 ,370a ,723 ,287 ,266
Afetiva ,329 ,522c ,563 ,256 ,274
Congruência da
Sede ,120 ,082 ,066 ,794 ,544
Valor da marca Visa ,059 ,071 ,075 ,296 ,778
Notas: a Coeficiente padronizado < 0,6; b AVE < 0,5; c Número menor que a AVE; Número em negrito na diagonal
denotam a AVE; Números abaixo da diagonal denotam o quadrado das correlações entre construtos; Números acima
da diagonal denotam as correlações entre construtos.
108
4.5.10. Teste das Hipóteses Substantivas H4 e H5 com a marca Visa.
O modelo estrutural para se analisar as hipóteses substantivas H4 e H5 com a marca Visa
pode ser visualizado na Figura 17.
Os indicadores de ajuste do modelo foram similares ao modelo utilizando a marca
Coca-Cola, a saber: χ2 =616,574; p-valor < 0,01; χ2/gl = 2,753; GFI = 0, 902; CFI = 0,857;
RMSEA = 0,045; PCLOSE = 0,958. O CFI foi o único que ficou abaixo do valor de referência.
O teste das hipóteses substantivas H4 e H5 foi realizada por meio da análise de
significância e relevância dos paths entre os construtos “imagem da sede do megaevento”
(MEHI), “congruência entre a imagem da sedo do megaevento e a marca Visa” (FMEHIS_v) e
“valor da marca Visa percebido pelo consumidor” (CBBE_v). Os resultados deste teste estão
detalhados na Tabela 23.
Ambas as hipóteses foram suportadas. Tendo em vista que, na presença da congruência,
o efeito da imagem da sede do megaevento no valor da marca do patrocinador se reduz, mas
continua significativo (p-valor <0,01), e ainda, considerando que o efeito da imagem da sede
do megaevento na congruência é forte (0,487) e significativo (p-valor <0,01), pode-se sugerir
que a congruência exerça um efeito mediador parcial na relação entre a imagem da sede do
megaevento e o valor da marca do patrocinador.
O efeito total da imagem da sede no valor da marca do patrocinador é de 0,334 [ (0,392
* 0,517 ) + 0,131 ].
109
Figura 17 - Modelo Estrutural | MEHI e Visa.
110
Tabela 23 - Teste das Hipóteses H4 e H5 para a marca Visa.
Hipóteses Caminho
Relação
hipotetizada
Coeficiente
padronizado C.R. p-valor Resultado
H4 Valor da Marca da Visa ← Imagem da Sede ( + ) 0,131 3,218 0,001 Suportada
H5
Congruência da Sede com Patrocinador ← Imagem da Sede ( + ) 0,392 10,292 ***
Suportada Valor da Marca da Visa ← Congruência da Sede com
Patrocinador ( + ) 0,517 15,496 ***
Congruência da Sede com Patrocinador 0,153 a
Valor da Marca da Visa 0,338 a
Notas: *** p < 0,01; ** p < 0,05; a (R2) - variância explicada da variável latente.
111
4.5.11. Teste Específico de Mediação para a FMEHI e efeitos diretos e indiretos com
ambas as marcas para escala MEHI
Para confirmar mediação do construto FMEHI, foi realizado um teste específico de
mediação, seguindo o método de Quatro Passos de Baron e Kenny (1986) , seguido pelo Teste
de Sobel (1982). Na Tabela 24 é possível verificar o resultado do teste específico de mediação.
Tabela 24 - Teste Específico de Mediação | MEHI
Teste Específico de Mediação | MEHI
Rótulo Passos Variáveis Coeficientes não
padronizados
Erro
Padronizado p-valor
Teste de
Sobel (z)
Coca-Cola
Passo 1
Dependente CBBE - - -
Independente MEHI 0,585 0,085 ***
Passo 2
9,031***
Dependente FMEHI_c - - -
Independente MEHI 0,992 0,099 ***
Passos 3 e 4
Dependente CBBE - - -
Mediador FMEHI_c 0,563 0,027 ***
Independente MEHI 1,194 0,099 ***
Visa
Passo 1
Dependente CBBE - - -
Independente MEHI 0,54 0,09 ***
Passo 2
7,834***
Dependente FMEHI_c - - -
Independente MEHI 0,768 0,091 ***
Passos 3 e 4
Dependente CBBE - - -
Mediador FMEHI_c 0,548 0,026 ***
Independente MEHI 0,893 0,084 ***
Nota. *** Significativo ao nível .001
Foram também calculados os efeitos diretos, indiretos e totais compondo a variância
explicada da variável dependente do estudo, o valor da marca do patrocinador. Os resultados
podem ser observados na Tabela 25.
112
Tabela 25 - Efeitos sobre o Valor da Marca do Patrocinador | MEHI
Efeitos sobre o Valor da Marca do Patrocinador | MEHI
Efeitos Totais, Diretos e
Indiretos no Valor da
Marca do Patrocinador
Estimativas Padronizadas
Imagem da
Sede Congruência
da Sede Valor da
Marca
Coca-
Cola
ED - Efeito Direto ,122 ,525
EI - Efeito Indireto ,255 -
ET - Efeito Total ,377 ,525
(ED)2 ,015 ,276 ,291
(EI)2 ,065 - ,065
(ET)2 ,142 ,276 ,418
Variância Explicada (a) ,353
Visa
ED - Efeito Direto ,131 ,517
EI - Efeito Indireto ,203 -
ET - Efeito Total ,333 ,517
(ED)2 ,017 ,267 ,284
(EI)2 ,041 - ,041
(ET)2 ,111 ,267 ,378
Variância Explicada (a) ,337
Nota: (a) Squared Multiple Correlation | [ Σ(ET)2 - Σ(EI)2 ]
113
4.6. A Hipótese H3.
A hipótese H3 não pode ser testada. Conforme pode ser visualizado na Figura 18, o
coeficiente de correlação padronizado entre os construtos de segunda ordem MEI e MEHI é de
0,98, o que é muito alto. Isto significa, que não existe validade discriminante entre as escalas
imagem do megaevento e imagem da sede do megaevento, e que, na prática, elas estão medindo
as mesmas informações.
Por esta razão, não foi possível testar o modelo conceitual na íntegra, sendo necessário
dividir em quatro instâncias menores de análises, pois não era possível utilizar as escalas MEI
e MEHI juntas.
Os indicadores de ajuste deste modelo são: : χ2 =1404,677; p-valor < 0,01; χ2/gl =
4,107; GFI = 0,833; CFI = 0,668; RMSEA = 0,061; PCLOSE = 0. Todos eles estão fora dos
parâmetros esperados.
Sendo assim, a H3, ainda há de ser testada em um futuro estudo, porém, não com as
escalas MEI e MEHI no mesmo desenho.
4.7. Síntese dos Resultados
Nesta seção é apresentado um resumo dos resultados. A Tabela 26 apresenta a síntese dos
resultados empíricos das hipóteses substantivas do estudo.
114
Figura 18 - Modelo de Mensuração | MEI vs MEHI
115
Tabela 26 - Síntese dos Resultados.
Hipóteses Caminho Relação hipotetizada Coca-Cola Visa
H1 Valor da Marca do Patrocinador ← Imagem do Megaevento ( + ) Suportada Suportada
H2
Congruência do Megaevento com Patrocinador ← Imagem do Megaevento ( + )
Suportada* Suportada* Valor da Marca do Patrocinador ← Congruência do Megaevento com
Patrocinador ( + )
H4 Valor da Marca do Patrocinador ← Imagem da Sede ( + ) Suportada Suportada
H5 Congruência da Sede com Patrocinador ← Imagem da Sede ( + )
Suportada Suportada Valor da Marca do Patrocinador ← Congruência da Sede com Patrocinador ( + )
H3 Imagem da Sede ← Imagem do Evento ( + ) Não testada
Notas: * Suportada, porém, sem relevância prática.
116
5. CONCLUSÃO
Este capítulo é dividido em cinco seções. A primeira seção apresenta o sumário
executivo, logo em seguida, na seção dois, é apresentado as respostas às questões de pesquisa,
com foco nas implicações teóricas dos resultados do estudo. A terceira seção apresenta as
implicações gerenciais. A quarta seção apresenta as limitações do presente estudo e, por fim, a
quinta seção apresenta sugestões para estudos futuros.
5.1. Sumário Executivo
Os megaeventos esportivos são relativamente raros e tipicamente exigem grandes
investimentos. As elevadas quantias de dinheiro que as empresas investem no megaevento são
um indicativo que elas esperam um alto retorno para o investimento, porém, espera-se que boa
parte deste retorno ocorra em ativo intangível, mais especificamente, na marca. Os executivos
das empresas patrocinadoras esperam que a imagem do megaevento esportivo possa influenciar
positivamente o valor da marca da empresa patrocinadora. Assim, faz-se relevante investigar e
identificar evidências empíricas sobre a influência do patrocínio de megaeventos esportivos no
valor da marca dos patrocinadores, a fim de oferecer suporte às decisões de investimento.
Usando como referencial teórico a Schema Theory (Axelrod, 1973) e Associative
Network Theory (Collins & Loftus, 1975), o presente estudo buscou investigar a influência da
imagem do megaevento esportivo e a imagem da cidade sede no valor da marca do patrocinador,
modelando tanto a congruência entre patrocinador e megaevento, quanto a congruência entre
patrocinador e cidade sede como variáveis mediadoras da relação. Investigou-se a influência da
imagem dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e da imagem de sua cidade sede, o Rio de Janeiro, no
valor das marcas Coca-Cola e Visa.
Foi realizada uma survey, coletando dados de uma amostra não-probabilística, durante
os Jogos Olímpicos Rio 2016, de turistas estrangeiros que estavam presentes na cidade do Rio
de Janeiro. Foram coletados 848 questionários válidos. A análise dos dados foi realizada
utilizando análise descritiva, Análise Fatorial Exploratória e Análise Fatorial Confirmatória
para verificar a confiabilidade, validade convergente e discriminante dos construtos. Para testar
as hipóteses substantivas, foi utilizada a técnica de Modelagem de Equações Estruturais.
117
Os resultados empíricos permitem suportar as hipóteses substantivas do estudo, mais
especificamente, o efeito de mediação parcial da congruência entre patrocinador e megaevento
esportivo, bem como da congruência entre patrocinador e a imagem da sede. Verificou-se,
outrossim, que a imagem do megaevento esportivo se confunde com a imagem da cidade sede.
5.2. Implicações Teóricas
Nesta seção são apresentadas as contribuições acadêmicas do estudo, na forma de
respostas às perguntas de pesquisa.
5.2.1. Questão 1: A imagem do megaevento esportivo influencia o valor da marca do
patrocinador?
O efeito direto da imagem do megaevento esportivo no valor da marca do patrocinador
existe, todavia, em ambas as marcas patrocinadoras analisadas, o efeito foi muito fraco, não
possuindo relevância prática. Este achado está alinhado com o estudo de Coelho (2015), que se
utilizou de um desenho de estudo similar, modelando a congruência entre evento e marca
patrocinadora como variável mediadora da relação entre imagem do evento e valor da marca
patrocinadora. O contexto utilizado pela autora também foi de megaevento esportivo, apesar de
ter sido analisado outro evento, a Copa do Mundo FIFA 2014. O que ocorreu no presente estudo
e no estudo de Coelho (2015) foi a diluição do efeito direto da imagem do evento no valor da
marca dos patrocinadores, quando a congruência entre evento e marca patrocinadora era
modelada conjuntamente.
Interessante notar que, se analisarmos somente o efeito total da imagem do megaevento
no valor da marca do patrocinador, então os resultados vão ao encontro com outros estudos que
não incluíram a congruência na modelagem (Nadeau et al., 2013). Alguns, levaram em
consideração a congruência entre o evento e o patrocinador (Grohs & Reisinger, 2014). Esses
autores suportaram um efeito direto da imagem do evento na imagem do patrocinador, porém,
modelaram a congruência como variável dependente e não mediadora. Além disto, o evento
esportivo analisado possuía um porte menor (Grohs & Reisinger, 2014).
Enfim, a escala desenvolvida por Nadeau (2011) para mensurar a imagem do evento
demostrou fragilidade psicométrica. Isto pode enviesar os resultados, consequentemente, as
conclusões. Entretanto, o presente estudo sugere que futuras pesquisas venham a aperfeiçoar
ou criar uma nova escala para mensurar a imagem do megaevento esportivo.
118
5.2.2. Questão 2: A percepção de congruência entre patrocinador e megaevento
patrocinado exerce um efeito mediador na relação entre imagem do megaevento
e valor da marca do patrocinador?
Os resultados suportaram empiricamente a mediação parcial da congruência entre
megaevento e marca patrocinadora. Entretanto, apesar de significativa, a imagem do evento
explica muito pouco a congruência entre megaevento e marca patrocinadora, subtraindo a
relevância prática da mediação parcial, pois quase toda a influência no valor da marca do
patrocinador advém diretamente da congruência.
Os resultados estão, de certa forma, alinhados com os de Coelho (2015). Todavia, o
contexto do estudo foi na Copa do Mundo FIFA 2014 e a modelagem incluía a reputação da
entidade FIFA.
O presente estudo vem a contribuir com mais evidências empíricas sobre a importância
da congruência entre megaevento e marca patrocinadora para um resultado superior no valor
da marca patrocinadora, se juntando ao corpo de evidências já presentes na literatura (Grohs &
Reisinger, 2014; Kwon et al., 2016; Speed & Thompson, 2000). Porém, de forma original, por
ter modelado a congruência como variável mediadora e tê-la investigada em um contexto de
Jogos Olímpicos, onde estudos são escassos e necessários.
Parece já não haver mais dúvidas sobre a relevância da congruência entre evento e marca
patrocinadora para o valor da marca das empresas patrocinadoras. Entretanto, outras variáveis
que impactam nos resultados do patrocínio de megaeventos, como a ativação (Donlan, 2014;
O’Reilly & Lafrance Horning, 2013), devem ser levadas em consideração e analisadas
conjuntamente com a congruência para uma decisão mais segura de investimento no patrocínio
esportivo do megaevento.
5.2.3. Questão 3: A imagem do megaevento esportivo influencia a imagem da sede?
Não se pode responder a esta questão. Todavia, o presente estudo traz uma descoberta
relevante a futuros pesquisadores. As escalas de imagem do megaevento e imagem da sede,
aqui utilizadas, não podem ser usadas conjuntamente, pois, salvo melhor juízo, capturam a
mesma informação. Especula-se, duas possibilidades para tal:
A primeira diz respeito à dificuldade de desassociar a imagem dos Jogos Olímpicos Rio
2016 da imagem da cidade do Rio de Janeiro. Esta dificuldade pode ser causada pelos itens
119
presentes na escala de imagem do megaevento, que podem induzir o pensamento à imagem da
cidade e não à imagem dos Jogos. Também, pode ocorrer que a experiência com os Jogos é
percebida como completamente interligada com a experiência com a cidade, o que geraria uma
confusão grande entre as imagens dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e a imagem do Rio de Janeiro.
A segunda possibilidade está relacionada ao processo teórico de elaboração das escalas
da imagem do megaevento, criada por Nadeau et al. (2011), e imagem da sede do megaevento,
elaborada por X. Li & Kapanidou (2013). Ambas as escalas foram desenvolvidas utilizando a
mesma base teórica da literatura, que é relativa à imagem do destino. A literatura de imagem
do destino procura mensurar a imagem de uma determinada região geográfica. Este plano de
fundo teórico em comum da criação das escalas pode também ajudar a explicar sobreposição
entre elas. Todavia, nada impede que ambas as possibilidades possam ocorrer
concomitantemente.
Apesar de tudo, ainda há estudos que indicam uma possível influência da imagem da
cidade sede na imagem do evento (K. Kaplanidou & Vogt, 2007). Sugere-se que realizem-se
mais estudos para investigar esta relação, que tem importância, sobretudo, para os gestores
públicos que precisam avaliar a possibilidade de sediar um megaevento esportivo na intenção
de melhorar a imagem da cidade/país. Recomenda-se ainda, que seja criada uma nova escala
para mensurar a imagem do megaevento, com menos fragilidades psicométricas e que não se
confunda com a imagem do destino sede do megaevento esportivo.
5.2.4. Questão 4: A imagem da sede influencia o valor da marca do patrocinador do
megaevento?
Os resultados permitem afirmar que existe uma influência direta da imagem da sede no
valor da marca do patrocinador, contudo, de forma similar à influência direta da imagem do
evento no valor da marca do patrocinador, este efeito é muito fraco, não possuindo relevância
prática. Este resultado apareceu com ambas as marcas no modelo.
O efeito total da imagem da sede no valor da marca patrocinadora é considerável, porém,
novamente, quando modelado com a congruência entre sede e marca patrocinadora como
variável mediadora, o efeito se dilui. Assim, a congruência entre sede e marca patrocinadora se
torna mais relevante que o próprio efeito direto.
120
Nadeau et al (2013) testou esta relação, encontrando resultados divergentes dos achados
no presente estudo. Porém, apesar da estudo dos autores ter sido realizado em um contexto de
megaevento esportivo, as escalas utilizadas para aferir tanto o valor da marca, quanto a imagem
do evento, não foram as mesmas . Além disto, os autores não levaram em consideração a
congruência na modelagem.
Sendo assim, estes resultados ajudam a ampliar a discussão sobre a questão, trazendo
novas evidências empíricas para o campo. Assim, outros estudos se fazem necessários, usando
uma escala que não apresente as mesmas fragilidades psicométricas. Contudo, os modelos
apresentados que utilizaram a escala de imagem da sede, obtiveram indicadores de ajuste
melhor do que os modelos com a imagem do megaevento. Vale salientar que, usualmente, as
escalas que mensuram a imagem do destino, apesar de compartilharem a mesma origem teórica,
mudam bastante os seus itens conforme a localização e situação do estudo (Nadeau et al., 2008).
5.2.5. Questão 5: A percepção de congruência entre a sede e o patrocinador do
megaevento exerce um efeito mediador na relação entre imagem da sede e valor
da marca do patrocinador?
Os resultados suportaram empiricamente a mediação parcial da congruência entre sede e
patrocinador do megaevento.
Este foi o primeiro estudo que hipotetizou e investigou esta relação, por isto, apresenta
relevância acadêmica por ter sido original. Além disto, foi o primeiro estudo a utilizar a escala
de Speed & Thompson (2000) sobre congruência entre evento e patrocinador em um contexto
de congruência entre sede do megaevento e patrocinador do megaevento.
5.3. Implicações Gerenciais
A principal contribuição gerencial deste estudo é para as empresas patrocinadoras de
megaeventos esportivos e profissionais de marketing esportivo que lidam com gestão de
patrocínio. Os gestores e/ou profissionais do setor de patrocínio nas empresas podem
aproveitar os achados deste estudo para tomar decisões em relação ao investimento em um
megaevento esportivo. Mais especificamente, caso os gestores e/ou profissionais de marketing
decidam investir em um megaevento esportivo, devem priorizar o investimento em
megaeventos congruentes com a marca da empresa. Para efeitos de valor da marca dos
121
patrocinadores, a congruência entre megaevento e marca patrocinadora é mais importante do
que a própria imagem do megaevento em si.
Além disto, os gestores e/ou profissionais de marketing esportivo devem ficar atentos à
localização do megaevento. Apesar de não ter sido possível testar neste estudo qual fator
responde pelo maior impacto no valor da marca dos patrocinadores, se é a imagem do
megaevento ou a imagem da cidade sede, ainda sim, o presente estudo suportou a ideia que a
imagem da sede pode influenciar o valor da marca dos patrocinadores de forma relevante,
principalmente através da congruência entre sede do megaevento e marca patrocinadora.
Enfim, gestores devem questionar se a marca de sua empresa possui uma alta
congruência com o possível megaevento a ser patrocinado ou, pelo menos, congruência com a
cidade sede do megaevento, antes de tomar uma decisão de investimento em um megaevento
esportivo. Caso não tenha, ou, o objetivo seja outro além de aumentar o valor da marca empresa,
a decisão de investimento no megaevento precisa ser suportada por outros critérios.
5.4. Limitações do Estudo
O presente estudo apresenta limitações decorrentes das opções metodológicas
utilizadas, mais especificamente, relativas ao: (a) modelo conceitual; (b) à operacionalização
das escalas; (c) à amostra e a coleta de dados; e (d) ao método de análise.
5.4.1. Limitações relativas ao modelo conceitual
O estudo considerou a imagem do megaevento, a congruência entre a imagem do
megaevento e marca do patrocinador, a imagem da sede do megaevento e congruência entre a
cidade sede do megaevento e a marca do patrocinador como variáveis antecedentes ao valor da
marca na perspectiva do consumidor. Entretanto, existem outras variáveis que afetam o valor
da marca da empresa patrocinadora que não foram levadas em conta no modelo, e, caso fossem,
poderiam alterar os resultados. Variáveis como tempo de patrocínio, ativação do patrocínio,
atitude prévia do telespectador com o patrocinador são exemplos de variáveis não contempladas
no modelo.
Além disso, o modelo foi testado para duas marcas globais que patrocinaram os Jogos
Olímpicos Rio 2016. Os resultados não podem ser generalizados para outros eventos e/ou onde
ocorra assimetria muito grande entre a força do evento e a força da marca patrocinadora.
122
5.4.2. Limitações relativas às escalas utilizadas
Mesmo priorizando escalas previamente testadas em outros estudos e de preferência,
que foram usadas em contexto similar ao presente estudo, a escala imagem do megaevento e
imagem da sede do megaevento apresentaram fragilidades psicométricas. Além de tudo, o alto
grau de correlação entre elas, no caso dos Jogos Olímpicos, impede concluir se a escala de
imagem do megaevento está realmente medindo a imagem dos Jogos Olímpicos ou imagem da
cidade sede dos Jogos Olímpicos
Ademais, foi necessário utilizar o processo de tradução reversa para o espanhol em
metade da escala da imagem do megaevento e a totalidade da escala da imagem da sede do
megaevento. Nenhuma tradução atinge a plenitude do entendimento do idioma, no qual, a escala
foi originalmente concebida. Ainda mais, como foram entrevistadas pessoas de diversas
nacionalidades, as diferenças culturais entre elas, podem introduzir viés de interpretação das
perguntas. Esta limitação não pode ser ignorada.
5.4.3. Limitações relativas à coleta de dados e a amostra
O estudo utilizou amostragem aleatória de turistas presentes durante os Jogos Olímpicos
Rio 2016. Como não foi possível obter autorização para entrar dentro das instalações olímpicas
para realizar a coleta dos dados, não é possível assegurar que o turista entrevistado, veio ao Rio
de Janeiro com o objetivo de assistir os Jogos Olímpicos.
Outra limitação relativa à coleta de dados foi o período de coleta. Nos primeiros dias, a
maioria dos turistas eram recém chegados à cidade e tipicamente só haviam participado de um
ou poucos eventos. Nos últimos dias, a maioria dos turistas já havia experimentado um período
maior na cidade e dos Jogos. É possível que exista uma diferença de percepção entre os turistas
entrevistados recém chegados à cidade e os turistas entrevistados que já estavam há algum
tempo na cidade.
Existe uma limitação do estudo, no que tange à diferença de médias entre o grupo que
respondeu o questionário em inglês e o grupo que respondeu o questionário em espanhol. Como
o grupo que respondeu o questionário em espanhol era majoritariamente sul-americano e o
grupo que respondeu o questionário em inglês era majoritariamente composto por europeus e
norte-americanos, especula-se que as diferenças culturais tenham causado as diferenças entre
as médias.
123
Existe também a limitação relativa aos entrevistadores. Como era uma entrevista
assistida, cada entrevistador, por mais que treinado previamente, possui uma singularidade
particular na forma de entrevistar, o que de alguma maneira, pode influenciar as respostas.
Por fim, a última limitação aqui listada diz respeito ao tamanho do questionário. O
questionário comtempla 78 perguntas, exigindo em média 10-12 minutos, ocasionalmente,
gerava uma certa impaciência no entrevistado. Este fato, pode ter enviesado certas respostas,
principalmente as que ficavam no final do questionário.
5.4.4. Limitações relativas ao modelo estrutural
A Modelagem de Equações Estruturais pressupõe a multinormalidade dos dados, que
não foi suportada no presente estudo. Entretanto, esta restrição foi contornada utilizando a
técnica ADF, que dispensa essa exigência. No entanto, esta técnica exige um grande número de
amostra. Como o tamanho da amostra foi relativamente grande (n=848) algumas análises foram
possíveis, porém, outras com modelagens mais complexas, não.
5.5. Sugestões para Estudos Futuros
Esta seção apresenta sugestões para estudos futuros.
5.5.1. Aplicação do modelo teórico completo
O modelo conceitual teórico completo não foi aplicado, por isto, sugere-se a replicação
do modelo teórico em outros estudos. Seria interessante a comparação das imagens do
megaevento e imagem da sede do megaevento em um mesmo modelo, pois no presente estudo,
elas foram modeladas em instâncias separadas, não permitindo comparações diretas. Todavia,
recomenda-se o desenvolvimento de novas escalas para mensuração da imagem do megaevento
e imagem da sede.
5.5.2. Replicação do modelo em outros contextos
O modelo conceitual proposto neste estudo deveria ser testado em outros megaeventos
esportivos, ou até mesmo, em megaeventos de outra natureza. Isto é importante para aumentar
a robustez e a confiabilidade do modelo, demostrando que também poderiam ser aplicados em
outros contextos. De forma mais específica, é necessário tal investigação, principalmente, no
caso do modelo que apresenta a congruência entre a sede do megaevento e o patrocinador do
124
megaevento como variável mediadora, pois não foram identificados na literatura estudos que
abordem essa relação.
5.5.3. Busca por escalas mais breves e mais robustas
As escalas utilizadas para mensurar imagem do megaevento e imagem da sede do
megaevento são escalas multidimensionais e extensas, compostas por mais de quinze itens.
Uma survey que apresente outras escalas em conjunto com essas, tornam a entrevista muito
longa, podendo gerar viés nas respostas. Além disso, ambas as escalas apresentaram
fragilidades psicométricas. Assim, recomenda-se que estudos futuros utilizem ou desenvolvam
escalas mais robustas e mais curtas para mensurar estes construtos.
5.5.4. Novos insights a partir dos resultados obtidos.
Obteve-se uma quantidade relativamente grande de dados no presente estudo. Nem
todos os resultados puderam ser analisados com a devida profundidade, pois se fossem,
fugiriam do escopo do estudo. Entretanto, principalmente na parte que tange a estatística
descritiva, com uma análise cuidadosa dos resultados é possível criar novos insights para
futuros estudos. Um exemplo consiste dos dados obtidos com a escala da imagem do Rio de
Janeiro, informações que podem ser bastante interessantes para pesquisas na área de turismo e
para o próprio setor turístico da cidade.
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APÊNDICES
Apêndice 1
Tabela 27 – Tradução reversa dos itens das escalas para o espanhol
Escalas Tradução do inglês para o espanhol Tradução reversa do espanhol para o inglês Formulação final após pré-teste
Valoración en comparación con otros eventos Valuation comparison with other events Valoración em comparación com otros eventos
Atractivo Attractive Atractivo
Agradable Pleasant Agradable
Orgulloso visitar Proud to visit Orgulloso visitar
Vale la pena Worth it Vale la pena
Valor por su dinero Value for money Valor por su dinero
Disposición para ver por televisión Availability to watch by television Disposición para ver por televisión
Disposición para recomendar a sus amigos Willingness to recommend to their friends Disposición para recomendar a sus amigos
Disposición para leer al respecto Availability to read about Disposición para leer al respecto
Disposición para viajar Willingness to travel Disposición para viajar
Conocimientos de los Juegos Olímpicos Knowledge of the Olympic Games Conocimientos de los Juegos Olímpicos
Protección y seguridad Safety and security Protección y seguridad
Limpieza Cleaning Limpieza
Medio ambiente no contaminado / virgen Unpolluted environment / virgin Medio ambiente no contaminado / virgen
Transporte doméstico local / facilidad para
llegar a su destino
Local / domestic transport facility to reach your
destinationTransporte doméstico local / facilidad para llegar a su destino
Facilidad para llegar al país Easy to reach the country Facilidad para llegar al país
Barrera del idioma mínimo Minimum language barrier Barrera del idioma mínimo
Sitios culturales / históricos Cultural / Historical sites Sitios culturales / históricos
Paisajes naturales Natural landscapes Paisajes naturales
Compras Purchases Compras
Cómodo alojamiento Comfortable accommodation Alojamiento adecuado
Excelencia en la comida Excellence in food Excelencia em la comida
Excitante Exciting Excitante
Agradable Pleasant Agradable
Estimulante Stimulant Estimulante
Relajado Relaxed Relajante
Divertido Fun Divertido
Tengo la intención de visitar Brasil en los
próximos 5 años
I intend to visit Brazil in the next 5 years Tengo la intención de visitar Brasil en los próximos 5 años
Escala MEI
Escala MEHI
Apêndice 2
Figura 19 – Questionário em inglês página 1 de 2
Figura 20 – Questionário em inglês página 2 de 2.
Figura 21 – Cartão utilizado na entrevista em inglês (anverso e verso).
Figura 22 – Questionário em espanhol página 1 de 2.
Figura 23 – Questionário em espanhol página 2 de 2.
Figura 24 – Cartão utilizado na entrevista em espanhol (anverso e verso)
Apêndice 3
Tabela 28 – Frequência de nacionalidade e país de residência da amostra.
Nacionalidade Residência
País F % F %
África do Sul 2 23,6% 2 0,2%
Alemanha 50 5,9% 51 6,0%
Argentina 228 26,9% 231 27,2%
Austrália 19 2,2% 17 2,0%
Áustria 3 0,4% 3 0,4%
Barbados 2 0,2% 2 0,2%
Bélgica 2 0,2% 2 0,2%
Bolívia 3 0,4% 2 0,2%
Bósnia 1 0,1% 0 0,0%
Canadá 26 3,1% 27 3,2%
Chile 37 4,4% 38 4,5%
China 11 1,3% 9 1,1%
Colômbia 27 3,2% 25 2,9%
Coreia do Sul 4 0,5% 3 0,4%
Croácia 1 0,1% 1 0,1%
Dinamarca 10 1,2% 8 0,9%
El Salvador 2 0,2% 2 0,2%
Emirados Árabes 0 0,0% 2 0,2%
Equador 7 0,8% 5 0,6%
Eslovênia 1 0,1% 1 0,1%
Espanha 5 0,6% 6 0,7%
EUA 135 15,9% 145 17,1%
Filipinas 1 0,1% 0 0,0%
Finlândia 5 0,6% 5 0,6%
França 20 2,4% 20 2,4%
Haiti 1 0,1% 0 0,0%
Holanda 42 5,0% 41 4,8%
Honduras 1 0,1% 1 0,1%
Hong Kong 0 0,0% 1 0,1%
Hungria 3 0,4% 2 0,2%
Ilhas Marshall 2 0,2% 3 0,4%
Irã 2 0,2% 0 0,0%
Israel 1 0,1% 1 0,1%
Itália 7 0,8% 6 0,7%
Japão 3 0,4% 4 0,5%
Lituânia 1 0,1% 1 0,1%
Malta 0 0,0% 1 0,1%
México 23 2,7% 22 2,6%
Noruega 3 0,4% 3 0,4%
Nova Zelândia 5 0,6% 5 0,6%
Panamá 1 0,1% 1 0,1%
Paquistão 2 0,2% 2 0,2%
Peru 15 1,8% 14 1,7%
Polônia 6 0,7% 6 0,7%
Porto Rico 2 0,2% 2 0,2%
Portugal 8 0,9% 8 0,9%
Reino Unido 69 8,1% 70 8,3%
República Checa 3 0,4% 4 0,5%
Rússia 6 0,7% 3 0,4%
Senegal 1 0,1% 1 0,1%
Sérvia 1 0,1% 0 0,0%
Singapura 0 0,0% 1 0,1%
Suécia 8 0,9% 8 0,9%
Suiça 14 1,7% 14 1,7%
Trindade e Tobago 1 0,1% 1 0,1%
Ucrânia 1 0,1% 1 0,1%
Uruguai 11 1,3% 11 1,3%
Venezuela 3 0,4% 3 0,4%
Total 848 100,0% 848 100
Apêndice 4
Figura 30 – Histograma MEI_01 Figura 29 - Histograma MEI_02
Figura 28 - Histograma MEI_03 Figura 27 - Histograma MEI_04
Figura 26 - Histograma MEI_05 Figura 25 - Histograma MEI_06
Figura 31 – Histograma MEI_07 Figura 32 – Histograma MEI_08
Figura 33 - Histograma MEI_09 Figura 34 - Histograma MEI_10
Figura 35 - Histograma MEI_11 Figura 36 - Histograma MEI_12
Figura 37 - Histograma MEI_13 Figura 38 - Histograma MEI_14
Figura 39 - Histograma MEI_15 Figura 40 - Histograma MEI_16
Figura 41 - Histograma MEI_17 Figura 42 - Histograma MEI_18
Figura 43 - Histograma MEI_19 Figura 44 - Histograma MEI_20
Figura 45 - Histograma MEI_21 Figura 46 - Histograma MEI_22
Figura 47 - Histograma MEI_23 Figura 48 - Histograma MEI_24
Figura 49 - Histograma MEI_25 Figura 50 - Histograma CBBE_v01
Figura 51 - Histograma CBBE_v02 Figura 52 - Histograma CBBE_v03
Figura 53 - Histograma CBBE_v04 Figura 54 - Histograma CBBE_c01
Figura 55 - Histograma CBBE_c02 Figura 56 - Histograma CBBE_c03
Figura 57 - Histograma CBBE_c04 Figura 58 - Histograma FMEIS_v01
Figura 59 - Histograma FMEIS_v02 Figura 60 - Histograma FMEIS_v03
Figura 63 - Histograma FMEIS_v04 Figura 64- Histograma FMEIS_v05
Figura 65 - Histograma FMEIS_c01 Figura 66 - Histograma FMEIS_c02
Figura 62 - Histograma FMEIS_c03 Figura 61 - Histograma FMEIS_c04
Figura 67 - Histograma FMEIS_c05 Figura 68 - Histograma MEHI_01
Figura 69 - Histograma MEHI_02 Figura 70 - Histograma MEHI_03
Figura 71 - Histograma MEHI_04 Figura 72- Histograma MEHI_05
Figura 73 - Histograma MEHI_06 Figura 74 - Histograma MEHI_07
Figura 75 - Histograma MEHI_08 Figura 76 - Histograma MEHI_09
Figura 77 - Histograma MEHI_10 Figura 78 - Histograma MEHI_11
Figura 79 - Histograma MEHI_12 Figura 80 - Histograma MEHI_13
Figura 81 - Histograma MEHI_14 Figura 82 - Histograma MEHI_15
Figura 83 - Histograma MEHI_16 Figura 84 - Histograma MEHI_17
Figura 85 - Histograma FMEHIS_v01 Figura 86 - Histograma FMEHIS_v02
Figura 87 - Histograma FMEHIS_v03 Figura 88 - Histograma FMEHIS_v04
Figura 89 - Histograma FMEHIS_v05 Figura 90 - Histograma FMEHIS_c01
Figura 91 - Histograma FMEHIS_c02 Figura 92 - Histograma FMEHIS_c03
Figura 93 - Histograma FMEHIS_c04 Figura 94 - Histograma FMEHIS_c05
ANEXOS
Anexo 1
Tabela 29 - Lista de sedes dos Jogos Olímpicos de Verão
Fonte:(The Olympic Museum, 2013b)
Ano Sede Continente
1896 Atenas – Grécia Europa
1900 Paris – França Europa
1904 Saint Louis – EUA América do Norte
1908 Londres – Inglaterra Europa
1912 Estocolmo – Suécia Europa
1920 Antuérpia – Bélgica Europa
1924 Paris – França Europa
1928 Amsterdã – Holanda Europa
1932 Los Angeles – EUA América do Norte
1936 Berlim – Alemanha Europa
1948 Londres – Inglaterra Europa
1952 Helsinque – Finlândia Europa
1956 Melbourne – Austrália Oceania
1960 Roma – Itália Europa
1964 Tóquio – Japão Ásia
1968 Cidade do México – México América do Norte
1972 Munique – Alemanha Europa
1976 Montreal – Canadá América do Norte
1980 Moscou – Rússia Europa
1984 Los Angeles – EUA América do Norte
1988 Seoul - Coréia do Sul Ásia
1992 Barcelona – Espanha Europa
1996 Atlanta – EUA América do Norte
2000 Sydney – Austrália Oceania
2004 Atenas – Grécia Europa
2008 Pequim – China Ásia
2012 Londres – Inglaterra Europa
2016 Rio de Janeiro – Brasil América do Sul
2020 Tóquio – Japão Ásia
Anexo 2
Figura 95 – Dimensões do valor da marca segundo Keller (1993).
Anexo 3
Figura 96 – Integrantes do programa TOP durantes os Jogos Olímpicos Rio 2016
Fonte: Rio2016 (2016).
Anexo 4
Figura 97 - Framework de transferência de imagem de marca através do patrocínio
Fonte: Smith (2004)
Anexo 5
Figura 98 - A representação esquemática do conceito de proximidade em um fragmento
estereotipado da memória humana
Fonte: Collins & Loftus (1975)