21
Uma publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano III n N o 27 n agosto de 2009 Impresso Especial 1000013823-DR/CE FIEC CORREIOS 3 A experiência internacional e a teoria econômica mostram que a geração de emprego depende de vários fatores. Entre os mais importantes estão a educação de boa qualidade, os investimentos e o crescimento econômico sustentável. Leis sozinhas não criam empregos. Jornada de trabalho menor não cria emprego

Jornada de trabalho menor não cria emprego - fiec.org.br · Federação das Indústrias do Estado do ceará — FIEc DIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente

Embed Size (px)

Citation preview

Uma publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno III n No 27 n agosto de 2009

ImpressoEspecial

1000013823-DR/CEFIEC

CORREIOS

3

A experiência internacional e a teoria econômica mostram que a geração de emprego depende de vários fatores. Entre os mais importantes estão a educação de boa qualidade, os investimentos e o crescimento econômico sustentável. Leis sozinhas não criam empregos.

Jornada de trabalho menor não cria emprego

S E Ç Õ E S5 MENSAGEM DA PRESIDêNcIAMais emprego é com crescimento

6 NotAS&FAtoS FIEC lança Guia Industrial 2009

15 INovAçõES&DEScobERtASCelulose na fabricação de pneus

19 PoNto DE vIStAEstaleiro no Mucuripe

Minimizando prejuízosAs fortes chuvas que castigaram o Ceará em 2009 trouxeram diversos prejuízos à economia e as consequências devem perdurar por alguns meses. Para tentar minimizar os efeitos gerados pela dificuldade de acesso nas estradas que cortam o estado, governo estadual e Dnit iniciaram obras de recuperação.

33CEARÁ

20 CredibilidadecoMPRoMISSoRevista da FIEC completa dois anos antecipando tendências na indústria cearense de forma moderna e abrangente.

AGoSto 2009 | No 27

Uma publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

RefisREcuPERAçãoPublicação de Lei 11.941/2009 abre a perspectiva de futuro para milhares de empresas de vários segmentos e tamanhos.

30

................................................................................................

P&DINvEStINDo PoucoO Brasil investe, anualmente, cerca de 1% do Produto Nacional Bruto (PNB) em inovação.

8

CICDEbAtESPrograma televisivo da entidade amplia espaço de discussão, contribuindo para o desenvolvimento social do estado.

28

................................................................................................

Responsabilidade socialAGENtESFruto de programa desenvolvido pelo FIRESO, Instituto Jandaia abre oportunidade para jovens no mercado de trabalho.

16Reciclagem

FEIRASindverde e INDI vão promover o Recicla Nordeste mostrando a evolução de equipamentos na área de reciclagem industrial.

25

InovaçãoEDItAISSENAI do Ceará aprova projetos inovadores e lucrativos nas áreas de inclusão social e preservação ambiental.

12

Federação das Indústrias do Estado do ceará — FIEcDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Roberto de Carvalho Fujita, Pedro Alcântara Rego de Lima e Wânia Cysne Medeiros Dummar Diretor administrativo Affonso Taboza Pereira

Diretor financeiro Álvaro de Castro Correia Neto Diretor administrativo adjunto José Moreira Sobrinho Diretor financeiro adjunto José Carlos Braide Nogueira da Gama. Diretores Verônica Maria Rocha Perdigão, Abraão Sampaio Sales, Antônio Lúcio Carneiro, Cândido Couto Filho, Flávio Barreto Parente, Francisco José Lima Matos, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hercílio Helton e Silva, Jaime Machado da Ponte Filho, José Sérgio França Azevedo, Júlio Sarmento de Meneses, Manuel Cesário Filho, Marco Aurélio Norões Tavares, Marcos

Veríssimo de Oliveira, Pedro Jorge Joffily Bezerra e Raimundo Alves Cavalcanti Ferraz CONSELHO FISCAL Efetivos Frederico Hosanan Pinto de Castro, José Apolônio de Castro Figueira e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Hélio Perdigão Vasconcelos,

Fernando Antonio de Assis Esteves e José Fernando Castelo Branco Ponte Delegados na CNI Efetivos Roberto Proença de Macêdo e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Manuel Cesário Filho e Carlos Roberto de Carvalho Fujita

Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Rubens Fontenele Albuquerque

Serviço Social da Indústria — SESICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Alexandre Pereira Silva,

Carlos Roberto Carvalho Fujita, José Moreira Sobrinho e Marcos Silva Montenegro Suplentes Flávio Barreto Parente, Geraldo Basto Osterno Júnior, Vanildo Lima Marcelo e Verônica Maria Rocha Perdigão Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco

Assis Papito de Oliveira Suplente André Peixoto Figueiredo Lima Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes do Sindicato das Indústrias de Frios e Pesca no Estado do

Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria

Efetivo Aristides Ricardo Abreu Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — SENAICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Affonso Taboza Pereira,

Álvaro de Castro Correia Neto, Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo e Ricardo Pereira Sales Suplentes José Carlos Braide Nogueira da Gama, Francisco José Lima Matos e Hercílio Helton e Silva Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima

Suplente Samuel Brasileiro Filho Representante do Ministério do Trabalho Efetivo André Peixoto Figueiredo Lima Suplente Francisco Assis Papito de Oliveira Delegado da Categoria Econômica da Pesca Efetivo Maria José Gonçalves Marinho Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria Efetivo Francisco Antônio Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima

Diretor do Departamento Regional do SENAI-CE Francisco das Chagas Magalhães

Instituto Euvaldo Lodi — IELDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

Revista da FIEC. – Ano 3, n 27 (ago. 2009) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

MensagemdaPresidênciaRoberto Proença de Macêdo

Mais emprego é com crescimento

ada a relevância do tema referente à PEC 231/95, que trata da redução da jornada de trabalho de 48 para 40 horas e do aumento do valor adicional da hora extra de 50% para

75%, abordado na edição anterior desta Revista da FIEC, trago mais algumas informações e reflexões, como contribui-ção à fundamentação da luta para que essa despropositada medida não venha a se efetivar. Para se ter uma ideia dos seus efeitos negativos, basta-se atentar para o fato de que uma aprovação dessa PEC resultaria imediatamente em um aumento de 10% dos custos dos salários.OAntes de tudo, quero reafirmar a minha convicção de que a redu-ção de jornada de trabalho não gera emprego. Ao contrário do que pensam os defensores dessa PEC, a geração de emprego só é possível pela via do crescimento econômico. É um contrassenso pensar em estímulo ao crescimen-to econômico, que é desejo de em-presários e trabalhadores, aumen-tando-se os custos de produção. Na verdade, a nossa produção já é sobrecarregada de impostos de toda natureza e dos mais variados encargos trabalhistas, que nos co-locam em desvantagem na competição global.OEstá comprovado, com base em experiências e estudos de outros países, que as reduções de jornadas de trabalho ocor-ridas não geraram aumento de emprego. Há casos de países que, como a França, após terem reduzido suas jornadas estão tentando negociar a volta aos patamares anteriores, na tenta-tiva de recuperação da competitividade que perderam.OUm dos graves defeitos da proposta que está em questão no Brasil é que, além de não aumentar emprego, ela não considera as particularidades e as necessidades das empre-sas, dos setores e das regiões, em um país que, por suas

dimensões continentais, tem tantas diversidades.OPor outro lado, o tema é igualmente inoportuno por estar sendo tratado no momento em que o Brasil está em vias de retomar o curso do seu crescimento, interrompido pela crise econômica internacional, o que poderia prejudicar sig-nificativamente a consolidação da sua posição de destaque mundial como membro dos BRICs.OSe para as grandes empresas essa medida poderia trazer grandes transtornos, imagine-se o que ela acarretaria para

as pequenas e médias empresas, que constituem a esmagadora maioria dos empreendimentos empresariais brasileiros. No Ceará, onde o peso dos pequenos negócios é também muito considerável, o impacto dessa PEC afetaria gravemente a economia estadual, com repercussões muito negativas no nosso tecido social.OEm vez de engessar o regime de ho-ras de trabalho com mais regulamen-tações legais, o que necessitamos é a ampliação das possibilidades de fixa-ção da carga horária, de acordo com as características regionais e setoriais, por meio da livre negociação entre as partes. Afinal, empregados e em-pregadores são as pessoas que mais bem conhecem as características, a

realidade e o potencial de seus setores de atividade. Por isso, podem chegar juntos a acordos que busquem objetivos co-muns, compartilhem resultados e garantam o crescimento econômico e a criação de empregos.OPolíticas adequadas para a geração de empregos são aquelas voltadas para a redução do custo das empresas e da carga tributária. São elas que estimulam o empreendedoris-mo, aliviam a folha de pagamento, colocam mais dinheiro no bolso de quem trabalha, estimulam a qualificação pro-fissional, enfim, promovem o crescimento econômico e o desenvolvimento do país.

DEm vez de engessar o regime de horas de

trabalho com mais regulamentações legais, o que necessitamos é a ampliação das possibilidades de fixação da carga horária, de acordo com as características regionais e setoriais, por meio da livre negociação entre as partes.

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) — DRT/CE Nº 53 Redação Ângela Cavalcante ([email protected]), David Negreiros Cavalcante ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]) e Luiz Henrique Campos ([email protected]) Fotografia José Sobrinho

Diagramação Taís Brasil Millsap Coordenação Gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085) 3421.5435 e 3421.5436 Fax (085) 3421.5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com

a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Coordenador da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Celigráfica Publicidade (85) 3421-5434 e 9187.5063 — [email protected] e [email protected]

Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

| RevistadaFIEC | Agosto de 2009� �Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

M ICRO e pequenas indústrias de calçados do Cariri terão

um novo estímulo à sua competitividade a partir da incorporação do controle de qualidade em seus processos produtivos. O novo serviço será disponibilizado pelo SENAI/CE por meio do laboratório móvel do Programa Unidades Móveis (Prumo). Dezenas de empresas terão acesso, em suas próprias dependências, a serviços especializados, como testes de componentes

dos calçados, seleção de matérias-primas e o acompanhamento dos processos de fabricação. A iniciativa é fruto de parceria entre o SENAI/CE, SENAI Nacional, Finep e Sebrae. Além do Ceará, mais nove estados serão contemplados com laboratórios móveis. Os furgões foram apresentados em julho ao presidente da CNI, Armando Monteiro, e a presidentes de federações de indústrias, entre eles, Roberto Proença de Macêdo, da FIEC.

A PROXIMAR as empresas industriais cearenses a seus

clientes e fornecedores, facilitando a realização de negócios e investimentos. Esse é o objetivo do Guia Industrial do Ceará, publicação que teve a edição 2009 lançada em julho pela FIEC. Elaborado pelo INDI, o Guia Industrial é uma fonte de informação sobre as indústrias cearenses ao alcance não apenas do meio empresarial local, mas de investidores nacionais e internacionais, fomentando negócios para o setor. Sobre as 2.415 indústrias listadas, a publicação informa a razão social, CNPJ, endereço completo, telefone, produtos, número de funcionários e nome do principal executivo, dentre outros dados. O Guia Industrial 2009 conta com a parceria do Sebrae e da CNI. Informações: (85) 3421-5490.

Notas&Fatoso q u E A c o N t E c E N o S I S t E M A F I E c , N A P o L í t I c A E N A E c o N o M I A

FieC lança Guia industrial 2009

NEGócIoSPRêMIo

GinástiCa laboRal do sesi eleita a melhoR do país

Notas&Fatos

SENAI

espeCialização em qualidade dos alimentos

cALçADoS

n EnCERRADA A AltA estação do fluxo turístico de meio de ano, Fortaleza reafirmou sua posição como destino preferencial, tendo ocupação média de 86% nos pequenos hotéis e pousadas em julho. Em toda a rede hoteleira, a taxa média de ocupação dos hotéis foi de 81,06%. Os resultados são levemente superiores aos ocorridos em 2008, quando a média de ocupação se situou em torno de 80%.

n O BRASIl gastou cerca de R$ 50 bilhões em dinheiro retirado diretamente de seu orçamento para combater os efeitos da crise econômica global. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a conta é “menos salgada” do que a dos países ricos e “valeu à pena”.

n MAIOR EMPRESA da América Latina e terceira empresa mais lucrativa em 2008 entre todas as petrolíferas das Américas, a Petrobras deu cada vez menos retorno a seus investidores nos últimos cinco anos, sob o impacto do câmbio e da política de não repassar grandes variações no preço do petróleo aos combustíveis. Levantamento feito a pedido do jornal Folha de São Paulo mostra que, em 2003, a Petrobras era a empresa do setor mais rentável das Américas para seus investidores, com índice de 45,96%. Em 2008, caiu para a sexta posição, com índice de retorno de 22,86%.

>> Cartas à redação contendo

comentários ou sugestões de

reportagens podem ser enviadas

para a Assessoria de Imprensa

e Relações com a Mídia (AIRM)

Avenida Barão de Studart, 1980,

térreo, telefone: (85) 3421-5434.

E-mail: [email protected]

G RAnDES nomes brasileiros das áreas de vendas, marketing

e administração estarão reunidos em Fortaleza para o Congresso Brasileiro de Vendas. O evento – que conta com o apoio da FIEC e de outras instituições – será realizado em 20 e 21 de novembro no Centro de Convenções do

Ceará. Após dez anos, essa será a primeira vez que o congresso é levado a efeito fora de São Paulo. A expectativa é reunir cerca de 2.000 profissionais das áreas de venda, marketing e administração. Informações e inscrições no site da 2LA Eventos (www.2la.com.br) ou pelo telefone (85) 3444-3355.

evento traz grandes nomes da área a Fortaleza

vENDAS...................................................

n EM PARCERIA com a Aduaneiras, o CIN/CE realizará em 9 e 10 de setembro o curso Assistente de Exportação e Importação. O objetivo é capacitar os participantes para as atividades de exportação e de importação, nos aspectos internacionais e administrativos. Informações e inscrições: (85) 3421-5419 ou no site www.sfiec.org.br/cin.

AGENDA

SSt

sesi Realiza Campanha de ConsCientização

O SESI venceu o 10º Prêmio Marca Brasil. A instituição foi eleita a melhor marca de ginástica laboral do país no setor de segurança no trabalho. O prêmio, considerado um dos mais importantes do setor empresarial brasileiro, reconhece e destaca os fornecedores de produtos e serviços que apresentam o maior respeito entre os consumidores. A eleição das empresas e instituições vencedoras ocorreu via pesquisa realizada com leitores da revista Cipa. Essa é a 4ª edição seguida que o SESI vence a mesma categoria do prêmio. Em todo o país, o Ginástica na Empresa atende diariamente 750.000 trabalhadores de 2.500 indústrias. No Ceará, o programa executado pelo SESI/CE atende atualmente 14.308 industriários de 42 indústrias.

O SESI está desenvolvendo em todo o país campanha com foco na segurança e saúde no trabalho. A ideia é sensibilizar operários e empresários para a busca por melhorares condições de trabalho nas indústrias, a partir de mudanças de comportamento, possibilitando a prevenção de acidentes e doenças do trabalho e aumentando a competitividade das empresas. A sensibilização se dará mediante material educativo que já está disponível gratuitamente às indústrias. Para solicitá-lo, basta as empresas acessarem o site da campanha (www.sesi.org.br/campanhasst). Aprovada a solicitação, a empresa receberá o material gratuitamente. Informações no SESI/CE pelo telefone (85) 3421-5808.

senai terá laboratório móvel para mpes

cooPERAção

SENAI E ItAMARAty ASSINAM coNvêNIo O SENAI Nacional e a Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, assinaram convênio para a construção de cinco centros de formação profissional no exterior e para o fortalecimento de outras parcerias já existentes. Os novos centros serão construídos na Guatemala, em São Tomé e Príncipe, na Jamaica, no Haiti e em Moçambique. Com isso, o SENAI aprofunda os esforços de cooperação internacional

visando a formação técnica e profissional de trabalhadores para a indústria de países que não têm os mesmos recursos que o Brasil. O convênio prevê ainda o fortalecimento da cooperação com nações em que já existem centros de formação profissional instalados pelo SENAI, como Paraguai, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Marrocos, Peru, Colômbia, Suriname e Cabo Verde, esse último sob responsabilidade do SENAI/CE.

CURTAS---------------------

A UnIVERSIDADE, Corporativa de Alimentos do Brasil (UNICA.br), ligada ao SENAI/CE, está com inscrições abertas para a segunda turma do curso de especialização em Gestão da Qualidade e Segurança dos Alimentos, ministrado e certificado pela FEA/Unicamp. O curso prepara especialistas na área de alimentos, da produção à mesa do consumidor e áreas correlatas, para que possam desenvolver ações e gerir negócios orientados à qualidade e segurança alimentar. Informações: (85) 3421-5123/9944-4278 ou [email protected].

Foto

: Jos

é Pau

lo la

cerd

a / c

NI

| RevistadaFIEC | Agosto de 2009� �Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

Nosso país investe, anualmente, apenas cerca de 1% do Produto Nacional Bruto (PNB) em inovação.

Inovação é essencial para o Brasil conquistar mercados

retomada do crescimento econômico brasileiro no pós-crise dependerá da capacidade de inovar, dis-se o presidente da Confe-

deração Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, na abertura do 3º Congresso Brasileiro de Inova-ção na Indústria, quarta-feira, 19 de agosto. O evento teve a participação de uma comitiva formada por 17 em-presários e executivos do Ceará, lide-rada pelo presidente da FIEC, Rober-to Proença de Macêdo.

Monteiro Neto ressaltou que o investimento em inovação, princi-palmente na indústria de transfor-mação, está diretamente ligado à competitividade internacional do setor. “Só por meio do intenso e contínuo investimento em inova-ção é que a indústria brasileira terá

A

Presidente da CNI, Armando Monteiro, participa da abertura do 3º Congresso de Inovação na Indústria, realizado em São Paulo

Pesquisa e desenvolvimento

condições de aumentar sua partici-pação no mercado externo.”

Ele enfatizou que não é pouco o que o país faz em termos de Pesquisa e De-senvolvimento (P&D). “Nosso esforço não é pequeno, mas é muito distante do que precisamos”, acrescentou.

O Brasil investe, anualmente, em torno de 1% do Produto Nacional Bru-to (PNB) em inovação, de acordo com dados da Organização para a Coope-ração e o Desenvolvimento Econômi-co (OCDE) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) de 2007. Metade desse valor é investido pelo setor pú-blico e metade pelo setor privado.

O desafio, segundo Monteiro Neto, é primeiro mobilizar o empresariado a investir ainda mais, e depois afinar a parceria com o setor público, de modo a aplicar recursos em inovação nos mesmos níveis dos vistos em paí-

ses avançados (acima de 3% do PNB). “Podemos afirmar que o Brasil está maduro para levar adiante a parceria entre governo e setor privado na ino-vação”, concluiu o presidente da CNI.

Na avaliação do presidente da FIEC, Roberto Macêdo, o congresso promovido pela CNI marca o início de uma mudança de mentalidade do em-presário brasileiro em relação à ino-vação. “Essa é a única condição para que nossas empresas sobrevivam. Daqui para a frente, a tecnologia e a velocidade com que ocorrem as mu-danças nos hábitos e exigências dos consumidores vão exigir que as em-presas estejam preparadas para ino-var permanentemente em produtos e processos, reduzindo seus custos e tendo competitividade em relação ao resto do mundo”, disse o empresário cearense, para completar: “É preciso

também mudar a base do ensino no país, que deve preparar um cidadão completo, pronto para absorver as tecnologias que surgem”.

MANIFESTO. No Manifesto pela Inovação nas Empresas, divulgado no encontro, os industriais advertem para a importância da inovação para o desenvolvimento do país, mais es-sencial do que nunca neste período de crise da economia mundial.

O Manifesto esclarece que “ino-vação é agregação de qualidade – mas não só. É incorporação de tecnologia – mas não só. Inovação é o requisito para uma economia competitiva, próspera e sustentável, com maior produtividade, com me-lhores empregos e salários.”

“A crise internacional reforça esse quadro”, assinala o documen-to. “O mundo mudará de forma significativa nos próximos anos. As economias desenvolvidas voltam-se ainda mais para novos setores e tecnologias, com ênfase na susten-tabilidade. E temos fortes competi-dores entre os países emergentes.”

O Manifesto reconhece que o Brasil, em especial as empresas bra-sileiras, avançou em inovação. “Ino-vamos mais que qualquer economia latino-americana, com as empresas respondendo por metade do gas-to nacional com pesquisa. Mas são avanços insuficientes. Nosso desem-penho é muito inferior ao das econo-mias desenvolvidas. Ou superamos esse descompasso, ou corremos o risco de agravar o nosso atraso.”

O documento esclarece que a Mo-bilização Empresarial pela Inovação, uma iniciativa da CNI, foi criada para estimular as empresas a investir mais e melhor em inovação, consoli-dar a cultura inovadora nas empre-sas e fortalecer a parceria estratégica entre o governo e o setor privado.

“O desenvolvimento requer po-líticas de Estado, de longo prazo, em educação e inovação, e uma estratégia de fortalecimento da ca-pacidade produtiva. O Brasil quer se integrar cada vez ao mundo. Mas para isso precisa de empresas capazes de competir globalmente. Nenhum país abre mão de políti-cas de apoio ao conteúdo local e à agregação de conhecimento à ma-triz industrial”, reforça o Manifesto pela Inovação nas Empresas.

Investimento ainda pequeno

M etade de tudo o que se investe em P&D no Brasil vem do setor privado: em 2007, as

empresas aplicaram R$ 17,5 bilhões em inovação. Desse total, 76,6% (R$ 13,4 bilhões) saíram diretamente do caixa das empresas e 23,4% (R$ 4,1 bilhões) tiveram apoio governamental, seja por meio de incentivos fiscais, seja por subvenção econômica.

No entanto, ainda se investe pouco em inovação no país: 1% do Produto Nacional Bruto (PNB), entre gasto público e privado, ante 3,17% no Japão e 2,61% nos Estados Unidos. O Brasil também fica atrás de economias emergentes que disputam mercado com o país, Em 2006, China e a Rússia investiram, respectivamente, 1,36% e 1,38% dos seus PNBs em Pesquisa e Desenvolvimento.

“Podemos e devemos avançar, até porque inovação e P&D são determinantes do aumento da competitividade”, defende o diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi. Ele afirma que só será possível aumentar os investimentos no Brasil em P&D, de modo a alcançar os percentuais investidos pelas principais economias do mundo, se houver integração entre o poder público e as empresas. “Um dos objetivos da Mobilização Empresarial pela Inovação é fazer um esforço de

coordenação das ações entre os setores público e privado para o desenvolvimento da inovação no Brasil”, resume.

Essa parceria é necessária porque uma parte do empresariado, notadamente os de micro e pequeno portes, investe em P&D a partir de incentivos fiscais ou de subvenção econômica. O total de gasto público em inovação cresceu de R$ 2,3 bilhões em 2006 para R$ 4,1 bilhões em 2007, de acordo com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Apesar do crescimento, os incentivos e as subvenções representam somente 30% de tudo o que é investido em inovação no Brasil.

Crédito para inovar

L ançado no fim de julho do corrente ano, o Programa BNDES de Sustentação do Investimento

(BNDES PSI) é uma iniciativa com a proposta de apoiar empresas no desenvolvimento de capacidade para empreender atividades inovadoras em caráter sistemático, bem como apoiar projetos de inovação de natureza tecnológica que envolvam risco tecnológico e oportunidades de mercado.

De acordo com Fernando Aragão, coordenador do Posto Avançado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na FIEC, essa é mais uma iniciativa da instituição financeira para fomentar a inovação nas empresas. “O BNDES reconhece a importância da

inovação no desenvolvimento sustentável das empresas. O PSI é mais uma iniciativa nesse sentido”, diz.

Entre os itens financiáveis no programa estão projetos de inovação de natureza tecnológica que busquem o desenvolvimento de produtos e/ou processos novos ou significativamente aprimorados (pelo menos para o mercado nacional) e que envolvam risco tecnológico e oportunidades de mercado. Também estão inclusos investimentos em capitais tangíveis, incluindo infraestrutura física, e em capitais intangíveis, que deverão ser consistentes com as estratégias de negócios das empresas e ser apresentados conforme modelo de Plano de Investimento em Inovação

Rafael Lucchesi, diretor de operações da CNI

Foto

MIg

uel a

Ngel

o / c

NI

| RevistadaFIEC | Agosto de 2009� 9Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

Ceará é exemplo

N o Ceará, a cultura inovadora faz parte do DNA de várias empresas, ou seja, a inovação

está na origem delas. Em comum, além do investimento contínuo em novos produtos e/ou processos, elas possuem trajetórias semelhantes de sucesso. É o caso da Nuteral e da Fotosensores Tecnologia Eletrônica Ltda., empresas de base tecnológica, incubadas no Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec) da Universidade Federal do Ceará (UFC), que continuam investindo em inovação. A Nuteral, que chega a destinar por ano 20% de seu faturamento no desenvolvimento de novas pesquisas, produz suplementos nutricionais e biotecnologia em nutrição humana. A empresa também vem ampliando continuamente seu faturamento, especialmente com lançamento de inovações, numa média de dez inovações a cada três anos.

A Fotosensores é especializada na área de tecnologia eletrônica e versatilidade em controle de tráfego, fabricante de um Sistema de Monitoramento de Tráfego (SMT 9010), compreendendo monitor de semáforo, barreira eletrônica e radar fixo. Entre 1998 e 2005, o faturamento anual da Fotosensores saltou de R$ 10 milhões para R$ 27 milhões, um crescimento de quase 200%. Desse faturamento anual, a Fotosensores investe anualmente em torno de 7% a 10% em pesquisas e inovação tecnológica. Empresa de capital aberto, segundo seu diretor

Francisco Baltazar Neto, a empresa tem procurado, por meio da inovação, servir à sociedade, contribuindo para a boa formação de cidadãos, na reeducação dos motoristas e principalmente no apoio à administração pública no que diz respeito à gestão de dados, engenharia de tráfego, fiscalização das vias e na modificação do comportamento dos maus condutores.

Outro exemplo de empresa cearense que aposta na inovação é a Protensão Impacto. Com larga experiência na construção civil, sua estratégia de comercialização também é inovadora porque, além de venda tradicional, aluga a maioria de seus produtos e presta serviços de consultoria na área da construção.

Explica seu proprietário, Joaquim Caracas, que em 2006 a empresa apresentou a primeira versão da casa popular de plástico. Segundo Caracas, ela foi construída a partir das experiências anteriores da empresa com a utilização do plástico na construção civil. De montagem bastante simples, dispensa mão de obra especializada para sua construção.

O resultado é uma casa com baixo custo em relação à construção convencional, além de possuir a vantagem de ser facilmente transportada para o local escolhido. O sistema inovador desenvolvido pela Impacto é a construção de formas de plástico para funcionarem como vigas e pilares, em substituição à madeira. “Hoje, já cortamos 80% da madeira que utilizávamos nas obras”, afirma Caracas. A casa de sua família, em Guaramiranga, por exemplo, é 100% de plástico reciclável. “Além disso, o uso das formas de plástico é de fácil manuseio, dispensando mão de obra especializada, e ecologicamente sustentável porque utiliza material reciclado”, completa. Atualmente, a empresa atua no Distrito Federal e nos estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Paraná. Atende também, por meio de outras empresas, as capitais Manaus, Belém, Boa Vista, Natal, Rio de Janeiro, São Luís, Teresina, João Pessoa, Maceió, Aracaju, São Paulo e Vitória.

(PII) que capacitem as empresas a desenvolver atividades inovadoras em caráter sistemático.

O valor mínimo para apoio nos projetos é R$ 1 milhão. Para a segunda modalidade, os investimentos previstos terão valor máximo de R$ 200 milhões, por grupo econômico, no período de 12 meses. Em relação à taxa de juros, nos financiamentos a projetos de inovação tecnológica a taxa fixa é de 3,5% ao ano. Para investimentos em capitais tangíveis, a taxa fixa prevista é de 4,5% ao ano. O prazo total para pagamento vai de 96 a 120 meses. Já o prazo de carência vai de 24 a 36 meses. Até 100% do valor dos itens financiáveis. As condições, diz Fernando Aragão, não poderiam ser mais atrativas. “Especialmente em tempos de crise, quando as empresas devem aproveitar para investir em inovação para saírem desse momento mais fortalecidas e competitivas”, reforça.

Em Russas, na região do Vale do Jaguaribe, outro bom exemplo de inovação e sustentabilidade ambiental vem da Cerâmica Dantas (Cedan), com um forno à lenha que evita poluentes. O processo utilizado pela empresa fabricante de tijolos e telhas, o forno Cedan, reduz em dois terços o volume de lenha utilizado por intermédio de técnicas convencionais. “Com a inovação, a cada mil telhas produzidas são consumidos atualmente 700 gramas de lenha. Antes, o consumo queimava cerca de dois quilos para produzir a mesma quantidade”, ressalta o proprietário da empresa, Paulo Dantas.

O produto é composto por 12 fornos, que, acoplados uns aos outros, facilitam a transferência do calor e dos gases necessários para a combustão, com a redução do tempo utilizado para a produção das peças. Com o forno, são necessárias apenas 18 horas para produzir de 13.000 a 20.000 tijolos. Nos fornos convencionais, esse processo pode levar de 30 a 70 horas. O produto final é mais homogêneo, devido à uniformidade da temperatura que circula de um forno ao outro, garantindo uma maior competitividade na comercialização.

A temática da inovação continuará em pauta no Ceará. De 21 a 23 de

setembro, sempre das 14 horas às 20 horas, a sede da FIEC será palco do 4º Seminário da Inovação Tecnológica do Nordeste (Inova 2009). Entre os objetivos do evento está mostrar a importância do papel da inovação tecnológica no cotidiano das empresas como um diferencial competitivo de mercado. A iniciativa é realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), órgão ligado à FIEC, com promoção e organização da Dinâmica Eventos.

A programação do Inova 2009 traz duas conferências magnas e cinco painéis, abordando, entre outros temas, os programas de financiamento à inovação,

as estratégias para projetos e os programas e instrumentos de apoio às empresas que desejarem seguir o caminho da inovação. Outros destaques são as rodadas de negócios e a apresentação de trabalhos técnicos que resultaram no desenvolvimento de tecnologias, produtos ou processos diferenciados. Cerca de 30 trabalhos de pesquisadores de diversas universidades e centros de pesquisa participarão do evento e concorrerão ao Troféu Inova 2009.

No dia 22, entre os destaques da programação estão o painel promovido pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) da CNI, às 14 horas, e para o painel Estratégias para Projetos de Inovação, às 18 horas, a ser ministrado por Clayton Campanhola, diretor executivo da Agência Brasileira

de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Nesse mesmo dia, haverá o painel Inovação na Empresa, com a apresentação de casos de sucesso das empresas SK Bombas, Durametal, Dry Wash e Ibyte.

A programação do dia 23, entre outras atividades, tem agendado um painel sobre Programas de Financiamento à Inovação, com as participações de José Sydrião de Alencar Júnior, superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), e Daniel Breda, representante da Agência Comercial Holandesa

Mais informações sobre o Inova 2009 pelos telefones:

(85) 3433-6959 e 3421-5490

S E R V I ç O

Evento discute inovação nas empresas

Hoje, já cortamos 80%

da madeira que utilizávamos nas obras.

Joaquim Caracas, proprietário da Protensão Impacto

Forno Cedan evita poluentes e reduz em dois terços o volume de lenha utilizado

Monitor de semáforo

| RevistadaFIEC | Agosto de 200910 11Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

Iniciativas cearenses são inovadoras, viáveis e lucrativas, além de contribuir para a inclusão social e ambiental

O

SENAI/CE aprova dois projetos

Centro de Formação Pro-fissional Waldyr Diogo de Siqueira (CFP WDS) e o Centro de Educação e Tec-nologia Alexandre Figuei-

ra Rodrigues (CET AFR), unidades do SENAI/CE, tiveram dois projetos aprovados no sexto Edital SESI-SENAI de Inovação Tecnológica. Criado em 2004 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da gerên-cia de Inovação e Difusão Tecnológi-ca da Unidade de Inovação e Tecno-logia (Unitec) do SENAI, a iniciativa visa expandir a cultura da inovação tecnológica para um maior número de empresas brasileiras, incentivando o processo de pesquisa e desenvolvi-mento com foco na indústria.

Na edição 2009 foram aprovados 55 projetos em todo o país. No Ce-ará, entre eles está o do CFP WDS, em parceria com a empresa Icasol Telecomunicações, e diz respeito ao desenvolvimento e comercialização de um novo tipo de torre de teleco-municações. O segundo, do CET AFR e da empresa Hectoplast, denomina-se cadeira escolar ergonômica inje-tada com termoplásticos reciclados. Apesar de concebidas em áreas sem nenhuma relação entre si, as duas propostas têm algo em comum: o fato de serem inovadoras, viáveis e lucra-tivas, além de tencionar contribuir para a inclusão social.

É o caso da iniciativa do empresário

Alexandre Mota, proprie-tário da Hectoplast, que produzirá mó-veis escolares utilizando plástico reciclado como ma-téria-prima. Estudo desen-volvido pela equipe do SENAI CET AFR, sob a coordenação do engenheiro Rogério Augusto, prevê que no estágio inicial de produção da cadeira serão necessárias aproximada-mente 30 toneladas mensais de sucatas plásticas, podendo chegar a cem.

Esse montante beneficiará em torno de 130 empresas recicladoras da re-gião metropolitana de Fortaleza, que recolhem e trituram 1.500 toneladas de sucata plástica anualmente, e que, por não terem consumidores locais su-ficientes para esse material, são expor-tadas para outros estados com perdas significativas de lucratividade. “Com a produção da cadeira denominada Eco-desk, esses fornecedores passarão a ter mais um grande cliente para abas-tecer, gerando impostos ao governo e trabalho para famílias carentes”, explica Rogério.

O empresário ressalta que, além do impacto na geração de empre-go e renda, sua inovação trará vantagens relativas ao meio am-biente porque a reciclagem mi-nimiza a utilização de fontes naturais, muitas vezes não-renováveis, e reduz a quan-

Edital SESI-SENAI de Inovação

tidade de resíduos que necessitam de tratamento final, como aterramento ou incineração. “O mercado em que a cadeira Ecodesk pretende se inse-rir possui uma grande capacidade de crescimento, primeiro pela pro-posta inovadora da utilização da matéria-prima prevista no produto escolar e, segundo, pelo fato de co-laborar com o meio ambiente inse-rindo um produto alternativo aos atualmente utilizados, fabricados em aço e madeira”, explica.

Além de beneficiar a empresa – e a sociedade de forma geral –, o de-senvolvimento do projeto também trará vantagens ao SENAI/CE. Se-gundo Rogério Augusto, o trabalho para tirar a ideia do papel até che-gar à linha de montagem levará de 14 a 18 meses (período padrão para todos os projetos) e demandará es-forços em várias áreas, numa par-ceria empresa/instituição de ensino rica em aprendizado para todos os envolvidos. “Com o trabalho, vamos adquirir experiência numa área até então pouco estudada – a da utiliza-ção de termoplásticos no processo industrial, ampliando, assim, a visi-bilidade do nome da instituição nes-se mercado”, afirma Rogério. A pro-posta aprovada pelo SENAI Nacional para o desenvolvimento da cadeira Ecodesk será financiada da seguinte forma: Departamento Nacional: R$ 190.380; SENAI/CE: R$ 42.173 e empresa: R$ 266.648.

Com a produção da

cadeira Ecodesk, empresas recicladoras passarão a ter mais um grande cliente para abastecer, gerando impostos ao governo e trabalho para famílias carentes.

Rogério Augusto, engenheiro da equipe do SENAI CET AFR

Alexandre Mota, proprietário da Hectoplast, e Rogério Augusto, engenheiro da equipe do SENAI CET AFR

F oi pela internet que os empresários Rubens Andrade e Antônio Vasconcelos Vidal tiveram conhecimento do Edital

SENAI-SESI de Inovação. O ambiente virtual tem sido, desde a fundação, o principal meio de comercialização da Icasol, que fabrica antenas para recepção de sinal de rádio e internet. Eles contam que o negócio de antenas nasceu por acaso, quando atuavam como provedores de internet e um dos seus antigos clientes reclamou de defeitos na transmissão do sinal.

Indo ao local (Praia do Cumbuco, município de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza) para verificar o que havia de errado, os dois detectaram

Rápido e eficiente

C liente do Sistema FIEC há alguns anos, o empresário Alexandre Mota conta que tomou conhecimento do

Edital SESI-SENAI de Inovação durante as reuniões do Programa Vínculos, promovidas pelo IEL/CE, do qual a empresa participa como fornecedora. “A partir da dica, resolvi procurar o SENAI de Maracanaú, no final de abril, a fim de expor minhas ideias. Fui muito bem atendido pelos profissionais, que logo identificaram potencial em um dos projetos. Para minha surpresa, eles resolveram adequá-lo e submetê-lo ao edital. Três meses depois, fomos um dos escolhidos em todo o país”, afirma Alexandre.

Nos dois projetos apresentados pelo SENAI/CE, os relatórios produzidos contemplam, entre outros assuntos, o plano de negócio, orçamento financeiro, estudo de mercado, impactos sociais, análise de risco e estratégias de comercialização. “O objetivo do Edital SESI-SENAI de Inovação é financiar não apenas o desenvolvimento de um produto inovador, mas fazer com que ele apareça e se mantenha no mercado. Por isso, o cuidado vai desde os aspectos técnicos, financeiros e culturais, passando pela linha de montagem, até chegar à comercialização. Ou seja, é um trabalho completo”, arremata Alexandre Mota.

Mundo virtual, sucesso realque o problema estava na ausência de uma antena capaz de receber e transmitir o sinal com eficiência. A procura pelo equipamento durou dez dias, até eles confirmarem que não havia no mercado local um fornecedor que atendesse a tal demanda.

Dessa forma, tiveram de produzir a própria antena. O resultado foi tão bom que meses depois eles fecharam o provedor e abriram o negócio de antenas estaiadas (sustentadas por cabos). “Para nossa surpresa, a carência do mercado de antenas com as mesmas especificações que necessitávamos não era apenas do mercado cearense, mas nacional. Hoje, vendemos pelo país afora e não

| RevistadaFIEC | Agosto de 200912 13Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

conseguimos atender todos os clientes”, revelam Rubens e Antônio.

Apesar do sucesso garantido, com crescimento superior a 100% em 2008, em plena crise mundial de produção e consumo, eles perceberam que seria impossível ir adiante sem inovação. Além disso, aos poucos detectaram um outro filão de mercado: o de antenas autoportantes de médio porte sem estaios. “Chegamos no limite do nosso conhecimento. Daí percebemos que, para ampliar o negócio e aproveitar mais esse nicho, somente contando com a ajuda de uma instituição como o SENAI Waldyr Diogo, reconhecido em todo o país como um dos mais bem equipados na área eletroeletrônica”, contam os empresários.

No SENAI, foram orientados pela engenheira eletrônica Michelle Queiroz Silva. Do mesmo modo que ocorreu com o caso anterior, o discernimento da profissional em perceber o grande potencial da ideia foi fundamental para sua aprovação no edital nacional. “Como era algo de fato inovador, que requeria pesquisa de patente, pesquisamos em bases oficiais de mais de dez países, incluindo Estados Unidos e Japão, considerados os maiores inventores do mundo. Para nossa surpresa e alegria, o projeto era inédito”, conta Michelle.

Sobre as vantagens do projeto, Rubens explica que existem no mercado de telecomunicações diversas torres com características específicas, mas que não satisfazem a todas as demandas. As autoportantes de grande porte, por

O Edital SENAI-SESI de Inovação 2009 bateu o recorde de projetos aprovados e de recursos

direcionados para a inovação de processos, produtos e tecnologias sociais. Das 267 propostas enviadas, 55 foram selecionadas. A novidade este ano fica por conta da parceria com o SESI, no fomento de projetos na área de inovação social. As duas entidades do Sistema Indústria vão direcionar, juntas, R$ 10 milhões para o custeio. Além desses recursos, o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq), disponibilizou R$ 2,5 milhões para bolsas de desenvolvimento tecnológico industrial para atender aos projetos.

De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Tendências e Prospecção (Unitep) do SESI, Fabrízio Machado Pereira, essa parceria com o SENAI vai

ao encontro do novo posicionamento da instituição, implementada desde 2008, que visa a aproximação com as indústrias. “O SESI está migrando de prestador de serviço para provedor de soluções. E, para isso, requer uma forte estratégia no campo da inovação. Esse edital é uma grande oportunidade para a instituição aprender a gerar resultados e visibilidade para as tecnologias sociais, com impacto no setor produtivo industrial”, diz Pereira. “Não temos um modelo como o SENAI com seus centros de tecnologia, mas temos as competências instaladas nas unidades do SESI, que têm condições de apresentar projetos inovadores em parceria com empresas”, ressalta.

Neste ano, o aporte por proposta é de R$ 200.000, em caso de projetos em parceria com departamentos regionais

exemplo, necessitam de uma infraestrutura robusta para sua instalação e montagem, além de matéria-prima onerosa, o que torna inviável a sua utilização em alguns projetos. Já as torres estaiadas têm custo reduzido e facilidade na montagem e instalação, porém necessitam de uma área muito grande, além de possuir limites em sua capacidade física, o que também a torna inviável em muitos empreendimentos.

“O projeto que vamos desenvolver no SENAI possui características intermediárias entre as torres autoportantes e as estaiadas. Suas características somam custos reduzidos, facilidade de instalação e redução da área de instalação. Com isso, atenderemos a essa fatia de mercado,

que vem sofrendo prejuízos significativos com a inviabilidade da execução de seus projetos”, explica Antônio Vidal.

Rubens ressalta ainda que, com a redução dos custos, a produção do equipamento gerará oportunidades de inclusão digital, além de emprego e renda. “Por custarem cerca de 15% das torres convencionais, moradores de localidades no interior do país, por exemplo, poderão adquirir o produto com certa facilidade, possibilitando o acesso a serviços de entrega de voz, dados e imagens via internet. Outros beneficiados serão os pequenos empreendedores, que poderão abrir seu próprio negócio de provedor a partir dessa torre”, finaliza Rubens Andrade.

de apenas uma das instituições, ou R$ 300.000, se a proposta envolver unidades do SENAI e do SESI. Quanto à divisão dos projetos, para a parceria apenas com o SENAI, 32 foram classificados. Na área de inovação social, em parceria com o SESI, 18 propostas foram aprovadas, e para as ações compartilhadas SENAI/SESI, cinco projetos foram selecionados. O desenvolvimento das iniciativas será realizado em 17 departamentos regionais e o repasse dos recursos está previsto para este mês.

De acordo com o gerente-executivo da Unitec, Orlando Clapp Filho, a carteira de recursos, somada à contrapartida das empresas, deve ser superior a R$ 20 milhões, o dobro em relação ao ano passado, quando foram apresentados 99 projetos e 24 foram selecionados.

Rubens Andrade e Antônio Vasconcelos Vidal e as novas antenas autoportantes

Novidades e recorde

Pesquisadores da universidade do estado do Oregon, nos Estados Unidos, estão tentando diminuir os impactos de um dos maiores vilões do meio ambiente: os pneus de automóveis. O trabalho consiste em substituir parte da sílica usada na fabricação por celulose. O professor Kaichang Li e sua equipe descobriram que a celulose microcristalina – fabricada facilmente a partir de qualquer tipo de planta – pode substituir uma parte da sílica como carga de preenchimento na fabricação de pneus. Os principais benefícios são a diminuição da energia consumida no processo produtivo e redução de custos, além da produção de um pneu mais eficiente. Os pesquisadores conseguiram substituir até 12% da sílica, mantendo todas as suas características de resistência, flexibilidade e tração. “A única variação detectada foi para melhor: sob altas

temperaturas, a resistência ao rolamento do pneu com celulose é menor da que a resistência do pneu tradicional, o que significa que os veículos consumirão menos combustível nos dias quentes”, afirma Li. A próxima fase é a de testes de durabilidade. Mas eles afirmam que a tecnologia está pronta para ser testada por qualquer fabricante de pneu em escala real.

O Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), do Rio de Janeiro, desenvolveu um processo capaz de transformar resíduos de

rochas ornamentais, como mármore e granito, que sobram depois da serragem para transformação de blocos de pedra em chapas, em matéria-prima para a indústria do vidro. As pesquisas foram feitas pela física Michelle Babisk. Ela explica que a transformação de resíduos de granito e mármore em vidro é viabilizada pela presença de óxidos, como a sílica, que são matérias-primas utilizadas em larga escala na produção de vidros sodo-cálcicos. “Com a utilização desses resíduos, haverá uma considerável diminuição dos impactos ambientais, já que antes eles eram descartados no solo. Por outro lado, o uso do material reduz o consumo de areia, minimizando outro problema, que é a extração excessiva desse recurso”, justifica. O processo está sendo patenteado e será apresentado no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 25 de setembro, na 11ª Conferência Internacional de Materiais Avançados.

VIDRO CRIADO A PARtIR DE RESíDUOS DE ROChAS ORnAMEntAIS

O Fundo Comum de Commodities (CFC) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) financiará uma iniciativa, orçada em US$ 1 milhão, que aproveitará resíduos líquidos do sisal baiano para a produção de bioinseticida, parasiticida e até adoçante. O bioinseticida será utilizado para combater pragas na agricultura. Segundo o engenheiro químico Adalberto Luiz Cantalino, sua vantagem em relação aos inseticidas disponíveis no mercado é a ausência de drogas químicas nocivas ao meio ambiente e ao ser humano. O projeto também prevê a produção de um parasiticida para combater pragas comuns em ovinos, bovinos e caprinos. O adoçante extraído do sisal é a inulina, um produto de origem natural, que pode ser utilizado em substituição ao açúcar na indústria alimentícia e farmacêutica, pois não é absorvido pelo organismo, ou seja, é uma solução natural à substituição dos ciclamatos utilizados na indústria dos dietéticos.

nOVA tECnOlOGIA PROMEtE PROtEGER

PRéDIOS COntRA tERREMOtOS

BIOInSEtICIDA E ADOçAntE SERãO PRODUzIDOS DO SISAl

InovaçoesDescobertas&

Cientistas ingleses e franceses desenvolvem escudos capazes de tornar casas, prédios e outras estruturas civis imunes a terremotos. A tecnologia, que está em fase de testes, usa anéis concêntricos de plástico que serão colocados na superfície da terra nas proximidades das construções, ou mesmo nas fundações, a serem protegidas. Segundo os pesquisadores, controlando a dureza e a elasticidade dos anéis, as ondas sísmicas passariam suavemente através do escudo protetor, sendo comprimidas em pequenas flutuações de pressão e densidade. “O caminho das ondas pode ser dirigido para formar um arco que as levaria para fora do local a ser protegido”, explica o matemático Sebastien Guenneau, da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, que desenvolveu a ideia em conjunto com Stefan Enoch e Mohamed Farhat, do Instituto Fresnel, na França. Quando ocorre um terremoto, são gerados dois tipos de ondas sísmicas: as ondas de corpo ou volume, que viajam no interior do planeta, sob a superfície; e as ondas superficiais, que são justamente as mais perigosas e que os escudos prometem eliminar. Os pesquisadores já começaram os testes do seu escudo antiterremotos em pequena escala, usando ondas geradas artificialmente.

PESqUISADORES USAM CElUlOSE nA FABRICAçãO DE PnEUS

| RevistadaFIEC | Agosto de 20091� 1�Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

iz o ditado que sonho que se sonha só é apenas um sonho, mas o sonho que se sonha junto se torna uma realidade. Na prática, o

provérbio serve para mostrar que a união em torno de um propósito co-mum pode tirar do papel uma bela ideia e transformá-la em realidade. E é exatamente isso que vem ocorren-

Fruto do Programa Agentes de Responsabilidade Social desenvolvido pelo SESI/CE, Instituto Jandaia de Educação dá oportunidade de trabalho a centenas de jovens

Agentes de transformação

D

Responsabil idade social

do no Instituto Jandaia de Educação. Criado a partir do Programa Agentes de Responsabilidade Social desen-volvido pelo SESI/CE, por meio do Núcleo de Responsabilidade Social, o instituto é hoje responsável por trans-formar a vida de 200 jovens oriundos de escolas da rede pública nos muni-cípios de Pacajus e Horizonte, na re-gião metropolitana de Fortaleza.

O Programa Agentes de Respon-sabilidade Social foi lançado em 2006 na FIEC com o objetivo de ampliar a atuação das empresas cearenses no campo da responsabi-lidade social. O projeto funciona por meio da sensibilização e formação de profissionais, das mais diversas áreas, em executores de projetos sociais. Esses, por sua vez, engajam

Aulas de matemática, inglês, gestão de qualidade e informática fazem parte da capacitação teórica dos alunos

POR GEVAN OLIVEIRA

as empresas onde trabalham em re-des que atuam promovendo ações de responsabilidade social. Até julho de 2009, foram formados 199 agentes, representantes de 134 empresas.

A Sucos do Brasil S/A (Jandaia), instalada no município de Pacajus, é uma das que apostaram na iniciativa e hoje lidera um grupo denominado Teia da Educação, criado para atuar na área de educação profissional de jovens, visando inseri-los no mercado de trabalho. Inicialmente, o grupo era formado por cinco grandes empresas (Cemec, Gerdau, Termoceará, Cagece e Provider). O número cresceu. Hoje, são 28 parceiros.

Para a responsável pelo setor de Recursos Humanos da Sucos Jan-daia e diretora executiva do institu-to, Mônica Rabelo, entre os motivos que fizeram com que o grupo esco-lhesse atuar na área de formação profissional está o fato de existir, somente em Pacajus, mais de 4.000 jovens, segundo o Sine, aguardando uma oportunidade de participação em programas de capacitação pro-fissional. Enquanto isso, dezenas de indústrias da região carecem de pro-fissionais qualificados.

A coordenadora pedagógica do instituto, Larissa Oliveira, explica que o projeto foi desenvolvido não apenas para formar mão de obra qualificada, mas na intenção de “criar uma nova forma de educar despertando e po-tencializando as várias dimensões de atuação do ser humano na sociedade, tais como profissional, cultural, polí-tica, cidadã, espiritual, tecnológica, ambiental e educacional”, diz.

Esse trabalho vem sendo feito por meio do programa Desenvolven-do Gerações, que oferece cursos de aprendizagem industrial nas áreas de eletromecânica, produção, qualidade e logística. O público-alvo são jovens de 14 a 21 anos matriculados ou que tenham concluído os estudos em es-cola da rede pública. Inicialmente, os alunos participam do módulo básico, desenvolvido em parceria com Secre-taria de Desenvolvimento Social do Ceará, com carga de 240 horas/aula, com o objetivo de revisar conheci-mentos nas áreas de matemática, co-municação oral e escrita, informática básica, inglês instrumental e noções em gestão da qualidade.

Ao concluir essa fase, os alunos iniciam a parte técnica dos cursos de aprendizagem industrial, em parceria com o SENAI/CE, e na área comer-cial, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Essas duas instituições enviam seus docentes para ministrarem aulas no próprio instituto. No caso do SENAI, um laboratório móvel também foi dis-ponibilizado para os cursos. Atualmen-te, 200 jovens estão engajados, sendo que cem ingressaram em dezembro de 2008. Os outros cem em maio deste ano. Da primeira turma, 83% estão atuando como menor aprendiz em uma das empresas parceiras. A forma-ção da primeira turma está prevista para julho de 2010.

Privilégio

P ara as empresas parceiras, contribuir com o Instituto Jandaia de Educação proporciona mais do que a sensação

do dever cumprido. Trata-se, na verdade, de um privilégio. É assim para o empresário Edilson Santana Júnior, proprietário da Serlares, empresa produtora de refeições industriais. Ele é o responsável pelo

O projeto criará uma nova forma de educar despertando e potencializando as

várias dimensões de atuação do ser humano na sociedade.

Larissa Oliveira, coordenadora pedagógica do Instituto Jandaia de Educação

fornecimento diário das refeições a todos os alunos. “Acreditamos nesse projeto pela seriedade e consistência com que vem sendo realizado. Nosso sentimento em contribuir para a formação profissional desses jovens é o de fazermos investimento em um mundo melhor, mais humano e com menos diferenças”, frisa Edilson Santana.

Além do ganho social, as empresas parceiras também se beneficiam da utilização de mão de obra qualificada. Na Santana Têxtil, por exemplo, 38 jovens já foram contratados como menores aprendizes nas áreas de produção (5), compras e estoque (7), mecânica de manutenção, manutenção eletroeletrônica e gestão da qualidade. Para a coordenadora de Recursos Humanos da empresa, Fabíola Aguiar Peixoto, os alunos têm bons conhecimentos teóricos, além do interesse em aprender e mostrar serviço. “Profissionais bem qualificados e com interesse em crescer são difíceis no mercado. É isso que temos visto nesses jovens”, afirma.

Fabíola explica que todos os alunos são tratados como se fossem funcionários efetivos. A ideia é proporcionar a melhor experiência possível no primeiro emprego. “Para a grande maioria, essa oportunidade representa uma chance única que marcará sua vida profissional. Portanto, eles precisam

Fabíola Aguiar Peixoto coordena os Recursos Humanos da Santana Têxtil

| RevistadaFIEC | Agosto de 20091� 1�Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

Construindo sonhos

P ara os jovens que fazem parte do projeto, ter sido escolhido entre centenas de estudantes da rede

pública de ensino pode ser considerado um grande passo para mudar de vida. É o caso dos alunos Michael Douglas de Farias (16) e Palloma Criz Silva (19), moradores dos municípios de Horizonte e Pacajus, respectivamente. Eles contam que passaram por testes de português, matemática e até representação teatral, entre outros.

“No meu caso, a seleção envolveu 120 alunos do Liceu de Horizonte. E posso dizer que o esforço valeu a pena porque estou me qualificando, de graça, numa área que tem grande procura no mercado atualmente”, diz Michael. Ele faz parte da primeira turma que iniciou em dezembro do ano passado e escolheu o curso Técnico em Sistema da Qualidade. O estágio é na Santana Têxtiles, onde espera ser efetivado. “Vou me esforçar muito para ser contratado, caso surja uma oportunidade. No entanto, se não puder ser na Santana, certamente será em outra empresa, pois o curso habilita o profissional a atuar em qualquer lugar”, anima-se.

Palloma Criz também está animada com a futura profissão. Integrante da segunda turma, ela ainda está na fase de aulas teóricas, mas faz planos para os

próximos anos baseada nos ensinamento recebidos. “Os professores nos dão conselhos muito valiosos, sobretudo na área da comunicação interpessoal. Eles afirmam que manter um bom relacionamento e ser sempre comunicativo é um importante passo para o sucesso profissional”, frisa. Palloma planeja fazer, no local, o curso de logística. Sonha, ainda, em cursar Psicologia. “Estudar é sempre necessário. Quanto mais qualificado, mais oportunidades surgirão”, garante a estagiária.

Pelo coletivo

A o mesmo tempo em que prepara empresas e profissionais para agir em favor da população, o

Programa Agentes de Responsabilidade Social cria um sistema de rede de empresas, com encontros sistemáticos, que facilita a implementação conjunta das iniciativas. Para a coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social do SESI, Cybelle Borges, “o programa não tem princípio, meio e fim como outros treinamentos. Mesmo depois de formados, os agentes continuam

saber que a empresa se preocupa com a sua formação”, encerra Fabíola Aguiar.

O secretário de Infraestrutura de Pacajus, Elisaldo Luiz Guerreiro, que participou da reunião bimestral de avaliação do projeto, realizada no final de julho, informa que o município está negociando a vinda de 19 novas indústrias, com potencial para gerar 5.000 empregos diretos. Nesse sentido, ele afirma que o município ampliará sua atuação no instituto a fim de contribuir para a formação de mão de obra que deverá trabalhar nessas empresas. Outra ação será a implantação, em 2010, de laboratórios de elétrica e mecânica, em parceria com o município de Horizonte. “Prevemos que em breve a demanda será tão grande, ou maior que a oferta. Quando isso ocorrer, esperamos que o instituto esteja capacitando em grande escala. Esse será o panorama ideal para todos”, comenta.

Até lá, segundo o diretor José Luís Eduardo Figueiredo, as capacitações dos cursos técnicos serão promovidas graças ao laboratório móvel da unidade do SENAI em Maracanaú, que suprirá as necessidades até que outros parceiros invistam na construção de unidades permanentes de capacitação. “Nosso objetivo é montar vários laboratórios/oficinas em parceria com as empresas. Isso será possível se cada unidade pensar no coletivo e acreditar que essa ideia beneficiará a todos”, explica.

Segundo Luís Eduardo, o Instituto Jandaia contratou uma empresa especializada em marcas para alterar o nome do programa. A intenção é deixar claro que o projeto não pertence a nenhuma empresa. “Por levar o nome Jandaia, infelizmente alguns empresários têm dificuldade em contribuir com a ideia. Acreditamos que uma nova denominação deixará claro que o objetivo não é aparecer, mas transformar a vida de centenas de jovens”, ratifica.

se encontrando mensalmente. A ideia é que a rede não tenha fim e formemos um grande movimento de responsabilidade social envolvendo todo o Ceará”.

Segundo a facilitadora do Núcleo, Loredana Sofia, os processos básicos do programa incluem a nomeação dos agentes pela direção das empresas, a capacitação na metodologia teia da vida, coaching individual de diagnóstico, capacitação em responsabilidade social, planejamento estratégico da rede e a

diplomação dos agentes. Ao todo, são 80 horas, sendo 50 horas de vivência prática e 30 de aprendizado teórico. “Em sala de aula, os agentes estudam sobre responsabilidade social corporativa e investimento social privado, além de conhecerem ferramentas de gestão”, explica.

Empresas e profissionais interessados na formação de agentes, ou em ajudar os projetos em andamento, devem entrar em contato com o Núcleo de Responsabilidade Social do SESI pelos telefones (85) 3421-5850 e 3421-5851.

Estudar é sempre necessário. Quanto

mais qualificado, mais oportunidades surgirão.Palloma Criz Silva, jovem que faz parte do projeto

Michael Douglas: projeto é grande passo para mudança de vida

PontodeVistaAffonso taboza

Affonso Taboza é engenheiro civil e militar, oficial reformado do Exército, empresário e diretor da FIEC

Estaleiro no Mucuripeusta-me acreditar no que tem publi-cado a imprensa, nos últimos dias, sobre a construção de um estaleiro de porte médio no Mucuripe. Mes-mo com ares de verdade absoluta,

de decisão definitiva por parte do governo do es-tado, do tipo prego batido e ponta virada, não acredito na notícia.

A TV divulgou a informação com fartura de ima-gens, mostrando o lugar onde será perpetrado o cri-me contra a cidade, um belo sítio digno de melhor destino. Só que o repórter não denunciou a ideia como um atentado. Limitou-se a noticiar friamente a constru-ção, que estaria na ordem do dia, como se fosse a coisa mais natural do mundo plantar-se uma indústria pesada, poluido-ra, em zona nobre de uma me-trópole, num recanto de praia belíssimo de uma cidade com vocação turística.

Será um tiro de misericór-dia na Praia Mansa! Um lugar privilegiado, de onde se tem a vista mais bonita da cida-de, condenado ad aeternum a essa vizinhança incômoda! Pelo que se ouve falar, a prática do destempero só depende da aprovação dos órgãos do meio ambiente. É essa a hora de tais órgãos mostrarem lucidez.

Confio na sensatez dos nossos governantes, por isso recuso-me a acreditar que tal projeto vá à frente. Queremos indústrias, sim, e muitas, para o desenvolvimento do nosso estado. E não poderia ser outra a posição de um diretor da FIEC. Mas não queremos indústria a qualquer preço.

Construção naval, do porte que se pretende ins-talar no Mucuripe, é indústria pesada, geradora de

tráfego pesado e intenso em suas proximidades. Será que pensaram nos reflexos disso no nosso já caótico tráfego? E que não se alegue a existência da Via Expressa, ou a previsão de melhoramento radical no sistema viário daquela região. Num ho-rizonte de 20 anos, como estará a balbúrdia?

E a poluição das nossas já sofridas praias? A sujeira que nelas será jogada, por mais cuidado que se tenha...? Ou alguém imagina que um em-preendimento desse tipo não suja qualquer praia onde se instale, não degrada suas águas e as águas do seu entorno...?

Alguns anos atrás falou-se muito na construção de uma torre esbelta de concreto na Praia Mansa, uma obra majes-tosa com restaurante de luxo no topo. Seria um ícone da ci-dade, uma obra monumental que identificaria nossa terra, como a Torre Eiffel identifica Paris. A área em torno seria ajardinada e preparada para o turismo. Por que não se fala mais nisso? Por que não se pensa grande? Falta de dinhei-

ro para uma obra que pessoas de visão curta ta-chariam de faraônica? Que se pense, então, numa PPP. Ver-se-á que não faltarão empresários de vi-são, ávidos de arrancar lucros dessa obra “faraôni-ca”. Mas, pelo amor de Deus, não pode ter a feiúra de um estaleiro ao lado!

O Ceará tem 580 quilômetros de praia. Será que não existe, em toda essa vastidão, um lugar ade-quado a tal tipo de empreendimento? Construir um estaleiro no Mucuripe é despropósito. E o pior é que não se vê debate na imprensa. A sociedade está anestesiada. Nem os ecologistas se pronunciam. Onde estão os “verdes”?

C

Queremos indústrias, sim,

e muitas, para o desenvolvimento do nosso estado. Mas não queremos indústria a qualquer preço.

| RevistadaFIEC | Agosto de 20091� 19Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

Sob a égide da união e do fortalecimento sindical, a Revista da FIEC completou em maio dois anos fiel ao compromisso de se antecipar às demandas da indústria cearense, de forma moderna, participativa e abrangente

A

Marco na história da FederaçãoRevista da FIEC com-pletou em maio dois anos de existência. Mais do que um novo meio de comu-nicação com a função de

divulgar informações sobre o Sistema FIEC, o veículo é a personificação da nova proposta para a entidade presidida pelo empresário Roberto Proença de Macêdo. Sob a égide da união e do fortalecimento sindical, a

publicação tem sido fiel ao compro-misso de se antecipar às demandas da indústria cearense, de forma mo-derna, participativa e abrangente. Mais que isso, ela corresponde a um instrumento de defesa dos interes-ses da classe industrial, do estado e da sociedade cearense.

Cumprindo o papel de dar vez e voz a todos que compõem a indús-tria do Ceará, o veículo consolida o

objetivo traçado pelo presidente da FIEC ao lançá-lo oficialmente du-rante a solenidade comemorativa ao Dia da Indústria, em junho de 2007. “Queremos que os empresários bus-quem na publicação informações que interessam ao seu negócio. E quanto mais os sindicatos participa-rem, melhor para todos nós”, afir-mou Roberto Macêdo. O convite do líder classista foi uma forma de rati-

ficar a promessa de reunificação feita na cerimônia de posse, em setembro de 2006: “A Casa é nossa, a FIEC é dos industriais, temos que exercitar a participação de todos”. O novo veícu-lo de comunicação é ferramenta que possibilita a maior participação dos sindicatos. Foi pensando assim que Roberto Macêdo anteviu: “Ela (a Re-vista da FIEC) será um marco na história da nossa Federação”.

Desde então, temas como o cres-cimento industrial, atração de em-preendimentos estruturantes para o estado, infraestrutura, tecnologia, educação, saúde, esporte, cultura, arte, responsabilidade social e am-biental, formação profissional, de-senvolvimento sustentável, mercado livre de energia, agronegócio, turis-mo, exportações, inovação, carga tributária, crise financeira e os res-

pectivos impactos gerados por cada assunto enfocado permearam as pá-ginas da publicação, demonstrando o posicionamento do Sistema FIEC sobre cada um deles. No âmbito do Sistema Indústria, a revista tem con-tribuído para disseminar políticas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgar a implementação de projetos, incentivar a participação e valorizar o trabalho dos sindicatos.

Revista da FIEC

| RevistadaFIEC | Agosto de 200920 21Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

“Na nossa administração, partimos de princípios e conceitos nos quais acredita-mos e defendemos. Para que pudessem ocorrer as mudan-ças, precisaríamos usar fer-ramentas estratégicas para chegar aos objetivos pre-tendidos. A principal delas é a comunicação. Sem uma comunicação clara e precisa dos princípios que defende-mos e das regras definindo limites, nosso trabalho não seria pos-sível. Sem um informativo capaz de transmitir tudo isso aos nossos asso-ciados, seria difícil avançar em nosso propósito de trabalho e gestão”, reco-nhece Roberto Macêdo.

Segundo ele, além das reuniões, seminários e demais trabalhos para implementar o planejamento estra-

tégico no Sistema FIEC, bem como a abertura de espaço nas reuniões da diretoria plena a fim de que os sin-dicatos expressem e divulguem suas conquistas, o veículo tem sido o me-lhor meio para incentivar o processo de profissionalização dos sindicatos e para difundir a importância de serem representativos e não entidades de um só dono, que agem movidas por interesses próprios.

“Nesses dois anos, tivemos mo-mentos de muita luta e todo o tra-balho foi difundido na revista. Ela foi nosso campo de defesa na bata-lha contra a CPMF, contra a crise e outros fatores que atrapalham o de-senvolvimento da indústria cearense. Nela, ficam registradas a resistência, a ação e as conquistas que obtivemos até agora”, diz Roberto Macêdo, para enfatizar: “Estamos felizes em ter um instrumento de qualidade, com o qual conseguimos promover a comu-

nicação com os nossos sindicatos, a comunidade industrial e a sociedade como um todo”.

O empresário Carlos Prado, anti-go opositor que se tornou aliado da atual gestão da FIEC devido à políti-ca de reunificação empreendida pelo presidente Roberto Macêdo, diz que a revista corrobora com a previsão do

presidente da FIEC. “Ela é o marco de um novo tempo na Casa da Indústria, que graças a Deus vem se firmando. Nesse momento em que está se con-cluindo o novo regulamento eleitoral da entidade, fecha-se com chave de ouro uma nova etapa da história da Federação documentada desde o iní-cio pela Revista da FIEC”, reconhe-ce Carlos Prado, para quem a publica-ção traduz o espírito de participação e abertura da era Roberto Macêdo.

“Na comissão que traba-lhou na elaboração do estatuto e do regulamento eleitoral do Sistema FIEC, vemos pessoas antes oponentes à direção da Casa da Indústria unidas a nomes que disputaram a mesma eleição que elegeu Roberto Macêdo”, ressalta o empresário.

Para ele, o clima de democracia e conciliação hoje vivenciado na Fede-ração é expresso, estimulado e con-solidado mensalmente na revista. Carlos Prado afirma não ter dúvida que está se confirmando o que Ro-berto Macêdo prometia: “Depois de apaziguar os ânimos, o presidente consolida a reunificação da Casa da Indústria”. E acrescenta: “Eu, que fui um dos mais ativos na oposição, sin-to-me gratificado em estar participan-do desse momento de concretização das mudanças. Fico feliz em ver que a Revista da FIEC completa dois anos de circulação, tendo inaugurado uma nova fase em nosso Sistema”.

O industrial Fernando Cirino Gurgel, presidente da Durametal e ex-presidente da FIEC, reforça a im-portância da publicação no fortale-cimento dos sindicatos e do Sistema Indústria, bem como a competência com a qual ela é conduzida. “A re-vista é filha natural do jornal. Ela representa o avanço de um trabalho bem

conduzido que visa fortalecer o sis-tema sindical e as duas instituições que são os pilares do Sistema CNI: SESI e SENAI. A Revista da FIEC tem sido o espaço de difusão dos sindicatos e das empresas que fazem algo merecedor de ser divulgado. Por isso, fortalece o Sistema Indús-tria como um todo”, reforça.

O profissionalismo inerente à pu-blicação também é reconhecido pela classe jornalística cearense. O jor-nalista Ildefonso Rodrigues, diretor-editor do jornal Diário do Nordeste, ressalta a importância do periódico para a Federação e para o estado. “A publicação é um produto de exce-lência a uma entidade com tamanha representatividade no Ceará como a FIEC. O seu conteúdo aprofunda e apresenta um panorama de nos-sa economia, sempre balizado por formadores de opinião. Por isso, é imprescindível para a instituição no sentido de a entidade se posicionar ou mesmo apresentar o seu traba-lho”, reconhece Rodrigues.

Para a jornalista e empresária Wânia Dummar, também vice-pre-sidente da FIEC, “a Revista da FIEC tem ocupado um importante papel no dia-a-dia da cultura em-presarial cearense”. A qualidade da publicação, segundo ela, é mérito da equipe de profissionais que a conduz. “Acredito muito na inteli-

gência coletiva. E esse grupo editor da publicação nos coloca em rede de conhecimento empresarial, nos mantendo informados dos últimos processos de inovação e transfor-mação industrial”. E arremata: “Ela (a revista) tem sido o radar da in-teligência do empreendedorismo corporativo cearense. E mais um tento da gestão Roberto Macêdo”, reforça Wânia Dummar.

O colunista econômico Egídio Serpa vê a Revista da FIEC como um canal de divulgação que une a direção da entidade líder do empre-sariado cearense ao seu público ex-terno, ao mesmo tempo em que pro-paga os atos e os fatos da indústria para além das divisas estaduais. “É uma iniciativa que marca a austera e transparente gestão do empresá-rio Roberto Macêdo na presidência da FIEC”, enfatiza o jornalista. “No momento em que a revista celebra seus dois primeiros anos de vida in-tensa, saúdo seu editor-geral, jorna-lista Luiz Carlos Cabral de Morais, e sua equipe de redatores, desta-cando a qualidade do produto e o apuro da linha editorial, sempre comprometida com o crescimento da economia cearense e com a am-pliação dos programas sociais, es-pecialmente os voltados à educação e à capacitação dos in-dustriários”, resume.

O crescimento sustentável da economia do Ceará depende da

consolidação de projetos estruturantes, como a Siderúrgica Ceara Steel, as Zonas de Processamento de Exportação e a exploração da jazida

de urânio de Itataia. junho de 2007

No Ceará, há vários exemplos de empresas que

investiram em inovação e se deram bem. Somente no Padetec, 14 empreendimentos já caminham com

as próprias pernas. julho de 2007

A carga tributária brasileira chegou a

R$ 222,39 bilhões no primeiro trimestre deste ano, contra 195,59 bilhões do mesmo

período de 2006.

Apesar das tentativas do governo federal em tentar reverter uma situação que já se

pronunciava, a crise econômica internacional também pegou no Brasil. Mas muitos consideram que nosso país é a única grande economia que não terá uma forte desaceleração de sua atividade econômica nos

próximos seis meses.

setembro de 2007

dezembro de 2007

O Ceará saiu da quarta colocação na exportação de mel

de abelha para o terceiro lugar no país, com um total comercializado em 2008 de

US$ 6,74 milhões. março de 2009

Em março, a Adece concluirá

estudo para identificar as potencialidades da cadeia produtiva do segmento. O estado deverá se tornar ainda este ano o principal produtor do país, com capacidade instalada superior a 500

megawatts. fevereiro de 2009

| RevistadaFIEC | Agosto de 200922 23Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

de quatro meses depois, o jornal Diário do Nordeste anuncia que mel de abelha foi o maior destaque dos últimos sete meses nas exportações cearenses, com alta de 153,8% nas exportações realizadas até julho, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Em sete meses, a venda do produto cearense no mercado externo obteve US$ 8,1 milhões, frente ao resultado de US$ 3,2 milhões em 2008. “Apesar de ser mensal, a Revista da FIEC publica muitas matérias que trazem à tona a realidade cearense, antecipando-se até mesmo aos informativos diários”, afirma Luiz Carlos Morais.

Na edição de junho, por exemplo, o veículo informativo teve a coragem de afirmar que a indústria cearense reagiria bem e se manteria este ano na contramão da crise financeira internacional. Os jornais de Fortaleza, na edição de 5 de agosto, estamparam em suas páginas matérias onde são feitas projeções de que nosso estado terá em 2009 o maior crescimento do país. Quando afirmou isso, cita Luiz Carlos Morais, a publicação da Federação das Indústrias enumerou nove razões mostrando que o estado do Ceará seria o menos afetado pela crise.

O editor chama a atenção para a veracidade das matérias veiculadas. Segundo ele, os textos mostram realidades baseadas em constatações, em verdades

Trajetória vencedora

A trajetória da Revista da FIEC começou bem antes de seu primeiro exemplar ser editado. Conforme

ressaltou Fernando Cirino Gurgel, o periódico é filho natural do Jornal da FIEC. O profissionalismo da publicação tem como base o trabalho pioneiro empreendido a partir de abril de 1988, quando foi publicado o número um do jornal, até maio de 2007, data de sua última veiculação.

Em comum, além da credibilidade, os dois veículos de comunicação têm à frente o mesmo profissional: o jornalista Luiz Carlos Cabral de Morais. Editor do jornal e da revista desde a primeira edição de ambos e gestor da Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM), ele acredita que a credibilidade da publicação foi herdada do jornal, tendo por base o profissionalismo e a seriedade com que o trabalho é executado. A diferença, segundo ele, é que o novo formato permite um maior aprofundamento dos conteúdos abordados. Para o jornalista, a Revista da FIEC é uma publicação vencedora. “O que mais nos gratifica é ver que ela venceu, tornando-se uma publicação importante para todo o estado porque não divulga apenas o dia-a-dia do Sistema FIEC”, diz o jornalista. “Em suas páginas, também são tratadas as grandes questões que envolvem o estado do Ceará, a Região Nordeste e o país, sobretudo em matérias de natureza econômica, que muitas vezes se antecipam à realidade iminente”, destaca.

A matéria Doce Mel, publicada na edição de março deste ano, retrata o crescimento da participação do mel de abelha na pauta de exportações cearenses, à época, passando da quarta para a terceira colocação do ranking. A revista alerta para o potencial do produto e para a sua tendência de ampliação nas vendas internacionais brasileiras. Em 13 de agosto, pouco mais

• Julho/2008 – A refinaria, a siderúrgica e a ZPE no Ceará.• Agosto/2008 – Inovação, caminho para o desenvolvimento.• Setembro/2008 – Cultura exportadora.• Outubro/2008 – Energia para crescer.• Novembro/2008 – Novos caminhos para o turismo.• Dezembro/2008 – Enfrentando a crise com otimismo.• Janeiro/2009 – Alta carga tributária.• Fevereiro/2009 – Potencial da cadeia eólica.• Março/2009 – Exportação de mel de abelha cresce no Ceará• Abril/2009 – Revitalização da indústria naval brasileira.• Maio/2009 – Responsabilidade social.• Junho/2009 – Indústria reage e se mantém na contramão da crise.• Julho/2009 – investimentos para a Copa de 2014.

• Junho/2007 – Ceará potencial para crescer.• Julho/2007 – inovação, o Ceará que dá certo.• Agosto/2007 – Indústria pesqueira cearense.• Setembro/2007 – Brutalidade tributária.• Outubro/2007 – inovação, caminho para crescer.• Novembro/2007 – A força do caju.• Dezembro/2007 – O mercado de capitais.• Janeiro/2008 – Mercado livre de energia.• Fevereiro/2008 – Tributo a Luiz Esteves Neto.• Março/2008 – Plantio de algodão no Ceará.• Abril/2008 – Fruticultura em alta.• Maio/2008 – Mercado de tecnologia da informação.• Junho/2008 – Sistema tributário brasileiro.

Apesar de ser mensal, a

Revista da FIEC publica muitas matérias que trazem à tona a realidade cearense, antecipando-se até mesmo aos

informativos diários.Luiz Carlos Morais, editor da revista e gestor da Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia da FIEC

verdadeiras, porque o processo histórico não pode ser construído em cima de falácias. “Mesmo retratando a realidade, a revista procura passar uma visão de futuro e de otimismo”, observa o jornalista, para quem o sucesso do veículo de comunicação está baseado no trabalho árduo, mas gratificante, desempenhado pela equipe de profissionais que nele atua e no apoio recebido da diretoria da FIEC, especialmente da presidência da Casa. “Desde seu nascedouro, quando o Jornal da FIEC se transformou em revista, a publicação tem contado com a parceria do presidente Roberto Macêdo. Ouso até dizer que ele nutre, tanto quanto eu, um carinho especial pela Revista da FIEC”, arremata.

Cronologia da Revista da FIEC:

Na contramão da crise

financeira mundial que ainda persiste, o estado não vive o pior dos mundos. Mas não é hora

de relaxar. junho de 2009

Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resí-duos Domésticos e In-dustriais do Estado do Ceará (Sindverde) e o

Instituto de Desenvolvimento Indus-trial do Ceará (INDI), órgão da FIEC, vão promover em Fortaleza, com data

Evento deve trazer a Fortaleza as principais empresas da região e mostrará a evolução de máquinas e equipamento, além de soluções para a reciclagem industrial

Sindverde e INDI vão promover Recicla Nordeste

O

Reciclagem

prevista para novembro de 2010, no Centro de Convenções, a Feira Recicla Nordeste. O anúncio foi feito duran-te a 1ª Mostra de Reciclagem e Meio Ambiente, realizada em junho no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A feira será uma oportunidade de as empre-

sas exporem o que o Ceará e o Nor-deste fazem em termos de reciclagem e preservação ambiental.

Segundo o presidente do sindi-cato, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, uma pessoa gera em nossa capital por dia uma média de 0,8 quilo de lixo. Considerando a

Foto: agêNcIa brasIl

| RevistadaFIEC | Agosto de 20092� 2�Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

Segundo o presidente do Sindverde, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, as empresas recicladoras passam por dificuldades no estado

PRODUÇÃO DE LIXO

FortaleZa ProduZ

2,5 milhões de quIlos de resíduos sólIdos dIarIaMeNte

No brasIl, são

150.000 toneladas dIÁrIas, MaIs de

60 milhões Por aNo

população de Fortaleza, esse mon-tante significa que a cidade produz mais de 2,5 milhões de quilos de resíduos sólidos diariamente. No Brasil, são 150.000 toneladas diá-rias, mais de 60 milhões por ano. Caso esse lixo fosse reciclado, se-riam criados mais de dois milhões de empregos e auferida uma renda de R$ 40 bilhões para o país. “O lixo é uma fonte de riqueza e de renda muito grande, mas ainda não tem sua importância reconhecida devi-damente”, frisa Marcos Augusto.

Números do sindicato mostram que no país são reciclados apenas 12% dos restos não-orgânicos. Nos lixões, encontram-se pilhas de garra-fas, sacos plásticos e latinhas, dentre

outros itens, que, acumulados, po-luem o meio ambiente. No Ceará, de acordo com o Sindverde, somente 84 indústrias trabalham com reci-clagem em Fortaleza, dentro de um universo de mais de 11.000 empre-sas industriais existentes. No total, as recicladoras são responsáveis pela compra mensal de cerca de 2.500 to-neladas de sucatas plásticas, 1.500 toneladas de sucatas de papel e pa-pelão e mais de 15.000 toneladas de resíduos ferrosos.

Para Marcos Augusto, são grandes as dificuldades por que passam as empresas do estado. No meio delas está a necessidade de equipamentos modernos destinados à reciclagem de embalagens que hoje vão para os lixões, como as da Tetra Pak – por ser composta de plástico, papel e alumínio, necessita de uma máqui-na de tecnologia alemã, ainda muito cara para a realidade local. “Estamos com 100% de utilização da nossa capacidade instalada e necessitamos do apoio do governo para adquirir novos equipamentos. Infelizmente, as dificuldades de acesso ao crédito impedem a entrada de novos inves-tidores no setor e a ampliação dos já existentes”, afirma.

Outro problema que afeta os em-presários do ramo é a dupla tribu-

tação sobre os negócios. “Pagamos impostos na compra das sucatas e também quando vamos revender para as indústrias beneficiadoras. É um peso difícil de suportar, razão pela qual pedimos a compreensão das autoridades para rever essa situ-ação”, reivindica Marcos Augusto.

Falta de mão de obra qualificada e de incentivos fiscais também atra-palha o setor. Marcos Augusto argu-menta que, por contribuírem com a limpeza e a preservação do meio ambiente, seria justo algum tipo de compensação relativa a impostos. “Por diversas vezes, procuramos os órgãos competentes, mas não obtive-mos retorno quanto ao nosso pleito de ser instituído, por exemplo, um ICMS ecológico, reduzindo a tarifa de impostos para os recicladores”, afirma o líder sindical.

Na opinião do presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, a reci-clagem dos resíduos industriais para fins de preservação do planeta é es-tratégica. “O estado precisa ampliar esse processo”, diz. E ressalta: “Tanto em casa como nas indústrias ainda te-mos muito que crescer nesse sentido. Portanto, todo o esforço visando criar uma consciência ecológica é bem-vin-do para que haja equilíbrio ambiental e sustentabilidade dos negócios”.

Contradição

N o Brasil, são mais de 150.000 toneladas de lixo urbano geradas diariamente. 55% a 60% vão

para os lixões. Apenas cerca de 12% desse total, de acordo com o último levantamento do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), é enviado à reciclagem. Segundo a entidade, ainda não existem no país sistemas de incineração de lixo urbano com controle ambiental e recuperação de energia. Só 1% do lixo é incinerado, incluindo aí os resíduos de serviços de saúde. Quanto ao lixo orgânico, a compostagem também é muito incipiente, não ultrapassando os 3% de reaproveitamento para a produção de fertilizantes.

Ao ano, a indústria de reciclagem movimenta aproximadamente R$ 10 bilhões, mantendo cerca de 550 cooperativas e emprego formal para mais de 50.000 pessoas em indústrias que reaproveitam o lixo seco. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) diz que pelo menos outros 500.000 brasileiros tiram seu sustento do lixo produzido nas grandes cidades. Em 2008, o número de municípios brasileiros com programas de coleta seletiva foi de 405 – em torno de 7% do total.

Apesar do baixo número de municípios engajados, o Brasil é campeão mundial em reciclagem de latas de alumínio. O último levantamento divulgado pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), em agosto de 2008, constatou que em 2007 o país reciclou 96,5% do total de latas de alumínio para bebidas comercializadas no mercado interno. Segundo a entidade, foram recicladas naquele ano mais de 160.000 toneladas

Experiência de sucesso

A 1ª Mostra de Reciclagem e Meio Ambiente divulgou projetos de coleta seletiva e algumas experiências

bem-sucedidas promovidas em Fortaleza e em algumas cidades do interior do estado. Já estão programadas mais duas outras exposições: uma em novembro próximo e outra em junho de 2010. O Programa Ecoelce é uma das experiências com bom resultado expostas na primeira mostra. Trata-se de uma iniciativa desenvolvida pela Companhia Energética do Ceará (Coelce) que dá desconto na conta de energia elétrica para clientes que levem material reciclável a postos autorizados. A ideia é simples, mas muito eficaz. Em vez de jogar no lixo os resíduos sólidos que aparentemente não têm mais utilidade, os resíduos são levados aos postos de coleta espalhados pelo estado. O material coletado – vidro, papel, metal e outros produtos – não é trocado por dinheiro. O consumidor ganha da Coelce descontos na conta de energia.

O projeto registra atualmente acima de quatro milhões de resíduos arrecadados para reciclagem, tendo ultrapassado a marca dos 80.000 clientes beneficiados. São mais de R$ 503.000 em descontos, e há casos de clientes que conseguiram, com as constantes trocas, zerar suas faturas de energia. O programa começou em Fortaleza, mas agora se estende por vários municípios: 31 pontos na capital, 11 na região metropolitana e 20 no interior, totalizando 62 locais de coleta. E está disponível para clientes de todas as faixas de renda.

A iniciativa foi a única de nosso país entre as dez vencedoras do World Business and Development Awards (Prêmio Empresas Globais e Desenvolvimento), em 2008, concedido em Nova York pela Câmara do Comércio Internacional, Fórum Internacional de Líderes de Negócios e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A premiação destaca ações do setor privado que contribuam para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) das Nações Unidas. Nessa edição, foram inscritos 104 projetos de 44 países.

de sucata de latas, o que corresponde a 11,9 bilhões de unidades – 32,6 milhões por dia ou 1,4 milhão por hora. Trata-se do maior resultado registrado pelo índice, desde que ele passou a ser calculado em 1990, mantendo o Brasil na liderança mundial, pelo sétimo ano consecutivo, em reciclagem de latas de alumínio. A atividade movimentou em 2007 cerca de R$ 1,8 bilhão. Somente a etapa de coleta (compra de latas usadas) injetou cerca de R$ 523 milhões na economia nacional, o equivalente à geração de emprego e renda para 180.000 pessoas.

Muito mais do que benefícios socioeconômicos, a reciclagem de latas de alumínio favorece o meio ambiente. O processo de reciclagem de latinhas libera somente 5% das emissões de gás de efeito estufa, quando comparado com a produção de alumínio primário. Ao substituir um volume equivalente de alumínio primário, a reciclagem das 160.000 toneladas de latinhas proporciona uma economia de 2.329 GWh/ano (gigawatt hora/ano) de energia elétrica ao país, o suficiente para abastecer por um ano uma cidade com mais de um milhão de habitantes, como Campinas, em São Paulo.

RECICLAgEm DE LAtAS DE ALUmínIO

eM 2007 o brasIl recIclou

do total de latas de aluMíNIo.

a atIvIdade MovIMeNtou eM 2007 cerca de

soMeNte a etaPa de coleta INJetou cerca de

Na ecoNoMIa NacIoNal, o equIvaleNte à

geração de eMPrego e reNda Para

Pessoas.

96,5%

R$ 1,8 bilhão

R$ 523 milhões

180.000

Foto

: agê

NcIa

bras

Il

| RevistadaFIEC | Agosto de 20092� 2�Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

E ste ano, o programa Ciclo de Debates promoveu as discussões

sobre temas que envolvem gestão de contas públicas e políticas, desenvolvimento sustentável, fenômenos da indigência, inclusão digital, perspectivas para a industrial em 2009, crise econômica e mercado securitário. Dentre os entrevistados destacam-se o senador Tasso Jereissati, os deputados federais Ciro Gomes e Ariosto Holanda, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, os secretários de estado Mauro Filho (Fazenda), Roberto Monteiro (Segurança Pública e Defesa Social) e Ferrucio Feitosa (Esportes), representantes da FIEC, como Roberto Proença

Com o Ciclo de Debates, as discussões que

realizamos na FIEC deixam o espaço limitado do auditório,

contribuindo, assim, para o surgimento

de novos formadores de

opinião.

Robinson de Castro e Silva, presidente do CIC

Hoje, sob o comando da vice-presidente da entidade, Roseane Medeiros, o programa vem mantendo o seu objetivo de ser um espaço pú-blico de debate, reflexão e produção de conhe-cimento sobre os diversos temas da atualidade. “A proposta do Ciclo de Debates é, por meio de uma discussão plural, contribuir não apenas para ampliar o conhecimento dos telespectado-res sobre assuntos políticos, econômicos, sociais e culturais, mas fazer com que o próprio debate seja uma ferramenta de mudança na formação de uma sociedade mais justa e mais democráti-ca. Que das discussões possam surgir ideias que ajudem na resolução de nossos principais pro-blemas, com propostas sustentáveis de desenvol-vimento e, sobretudo, no combate às desigual-dades sociais”, ressalta Roseane.

Ela lembra que já passaram pelo programa au-toridades políticas, especialistas em economia, finanças e educação, dentre as mais de cem en-trevistas realizadas. O destaque é a recente entre-vista feita com o ex-presidente Fernando Henri-que Cardoso, que veio ao Ceará a convite do CIC, pelas comemorações dos 90 anos da entidade, onde proferiu palestra sobre política e economia nos cenários nacional e internacional.

Para o presidente do CIC, Robinson de Castro e Silva, por ser a televisão uma mídia de grande alcance, que promove a interação entre milha-res de pessoas, o papel do CIC, como agluti-nador de ideias e de debates, ganha uma di-mensão maior mediante esse programa. “Com o Ciclo de Debates, as discussões que realizamos na FIEC deixam o espaço limitado do auditório e chega às casas dos cearenses, contribuindo, assim, para o surgimento de novos formadores de opinião”, afirma.

de Macêdo (presidente) e Fernando Cirino Gurgel (ex-presidente), o educador Cláudio de Moura Castro, o economista Raul Velloso, o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargador Ernani Barreira, e o presidente da Allianz Seguros no Brasil, Max Thiermann, além dos empresários Ednilton Soarez e Pio Rodrigues.

No ano passado, por ocasião das eleições para prefeito, o programa Ciclo de Debates apresentou e discutiu as propostas para Fortaleza, por meio do debate com candidatos a vice-prefeito. Os concorrentes a prefeito participaram de debates na Casa da Indústria (sede do Sistema FIEC), durante o mês de setembro, promovidos pelo CIC.

Debate plural

Programa televisivo da entidade, este ano completando 90 anos de fundação, promove discussões que contribuem para o desenvolvimento social do estado

CIC amplia troca de ideias com a sociedade

onsolidado como um fó-rum democrático de deba-tes sobre os grandes temas de interesse da socieda-de, o Centro Industrial do

Ceará (CIC), que este ano completa 90 anos de fundação, celebra o su-cesso de mais uma empreitada na sua missão de promover as discussões que possam contribuir para o desenvolvi-mento social do estado: o programa televisivo Ciclo de Debates.

Criado em 2007, na gestão do pre-sidente Francisco Baltazar Neto, o pro-grama foi idealizado em formato de

fórum de debates, numa estrutura que privilegia a participação de convidados em uma bancada composta por espe-cialistas, líderes classistas, acadêmicos, empresários e dirigentes do CIC. Produ-zido e transmitido pela TV Ceará (TVC), emissora pública (governo do estado do Ceará), com veiculação semanal (aos domingos, às 19 horas, e reprise às quartas-feiras, às 22 horas), com du-ração de uma hora, o Ciclo de Debates tem ainda a missão de preencher uma lacuna na programação das emissoras de televisão do estado em relação às discussões de temas da atualidade.

“Hoje, o Ceará se ressente de um fórum de debates que coloque em pauta os grandes temas que nos re-metam ao enorme desafio de remode-lar e pensar esse novo perfil de estru-tura social e seus aspectos políticos e econômicos para o estado”, explica o idealizador do programa, o então di-retor e atual vice-presidente do CIC, Ivo Machado. O formato do programa envolve três debatedores, sendo dois convidados de acordo com o tema em pauta e um representante do CIC, tendo como apresentador-âncora o jornalista Moacir Maia.

C

Senador Tasso Jereissati entre o apresentador Moacir Maia e representantes do CIC, Roseane Medeiros (vice-presidente) e Isabela Martin (diretora)

Fórum

anu_qua_assistencia_tecnica_01_02.ai 02.07.09 09:35:40

| RevistadaFIEC | Agosto de 20092�

Com a publicação no Diário Oficial da União da Lei 11.941/2009, abriu-se a perspectiva de recuperação ou de sobrevida para milhares de empresas brasileiras de todos os tamanhos

A

Adesão ao Refis 4 começa em agosto

Procuradoria-Geral da Fa-zenda Nacional (PGFN) e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) iniciam em 28 de agosto o

processo de adesão ao pagamento ou parcelamento dos débitos de qual-quer natureza vencidos até 30 de no-vembro de 2008. A portaria conjunta dos dois órgãos, de 23 de julho de

2009, publicada no Diário Oficial da União de 24 de julho, regulamenta a aplicação da Lei 11.941/2009 que criou a quarta versão do Programa de Recuperação Fiscal (Refis 4). O prazo para adesão termina às 20 horas de 30 de novembro e quem aderir, pessoas físicas e jurídicas, poderá parcelar todas as dívidas fiscais administradas pela Receita

Federal e Procuradoria em até 180 meses, com exceção das dívidas fis-cais do Simples Nacional, excluídas da lei. O contribuinte que efetuar o pagamento à vista terá redução de 100% de multa de mora e de ofício, de 40% de multas isoladas, de 45% dos juros e de 100% sobre o valor do encargo legal. As empresas com prejuízos acumulados poderão ain-

da compensar a base negativa do IRPJ (25%) e da CSLL (9%), com as multas e juros remanescentes após as reduções gerais aplicáveis à forma de pagamento escolhida.

A Lei 11.941/2009 também esta-belece o perdão dos débitos com a Receita Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Dívida Ativa da União, cujo valor total consoli-dado, até 31 de dezembro de 2007, seja igual ou inferior a R$ 10.000. O contribuinte também terá que re-querer o benefício protocolando re-querimento diretamente nos sites da PGNF (www.pgfn.fazenda.gov.br) ou da RFB (www.receita.fazenda.gov.br).

Nos casos de dívidas já parceladas, já que o Refis 4 permite incluir saldos remanescentes dos débitos consolida-dos no Refis inicial (Lei 9.964, de 10 de abril de 2000), no Parcelamento Especial (Paes), no Parcelamento Ex-cepcional (Paex, da Medida Provisória nº 303, de 29 de junho de 2006) e no parcelamento previsto no art. 10 da

Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, as reduções serão de acordo com a op-ção anterior do contribuinte.

O requerimento de adesão ao parcelamento implicará confissão ir-revogável e irretratável dos débitos abrangidos pelo parcelamento em nome do sujeito passivo, na condi-ção de contribuinte ou responsável, e sujeitará o requerente à aceitação plena e irretratável de todas as con-dições estabelecidas na portaria nº 6. Segundo o diretor da FIEC e presi-dente do Conselho Temático de Eco-nomia, Finanças e Tributação (Cofin) da instituição, economista Fernando Castelo Branco, o novo modelo de parcelamento proposto tornou-se re-alidade, mesmo com alguns vetos do presidente Lula, graças à articulação iniciada na FIEC, com a elaboração de uma minuta de emenda à MP 449/08, estabelecendo a possibilida-de de um amplo programa de rene-gociação de passivos tributários das empresas com o governo federal.

De acordo com Castelo Branco, “as articulações promovidas pela FIEC, por meio do Cofin e do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal), com o suporte da área jurídi-ca da entidade, da Confederação Na-cional da Indústria (CNI) e da Federa-ção das Indústrias de Brasília (Fibra), junto a parlamentares em Brasília, de modo especial ao relator da matéria, deputado Tadeu Filippelli, possibili-taram transformar o tímido e restrito parcelamento inicialmente previsto num amplo e abrangente programa de renegociação, ensejando sua regu-laridade fiscal e operacional mediante pagamento à vista, ou a prazos alon-gados, com reduções de multas, ju-ros e outros encargos legais”. Isso se fazia necessário, explica, porque em muitos casos esses encargos acabam por assumir valores bem maiores que o do principal. Para Castelo Branco, que também é membro do Conselho Temático de Economia da CNI, mes-mo com os vetos abriu-se a perspec-tiva de recuperação ou de sobrevida para milhares de empresas brasileiras de todos os portes.

Empresas que, por estarem inadim-plentes com o fisco, figuram no Ca-dastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin), um instrumento restritivo que as mantém discriminadas e ali-jadas de operar normalmente. Mas o dirigente da FIEC considera que “o parcelamento é um mecanismo palia-tivo, não se constituindo solução para a causa crucial do problema que afeta todo o empresariado brasileiro: a ele-vada carga tributária”.

Reforma tributária: complexa e distante

Bras

il36

%

cana

dá33

,3%

suiça

29,7

%

esta

dos u

nidos

28,3

%

Japã

o18

,4%

o brasIl estÁ eM 7º lugar No raNKINg MuNdIal

CARgA tRIbUtáRIA ImPOStA à ECOnOmIA nACIOnAL Em 2008A s reflexões de Castelo Branco sobre a questão tributária no Brasil são um fato facilmente constatado.

“Em 2008, por exemplo, a carga tributária imposta à economia nacional atingiu 36% do PIB, o que deixou o país em 7º lugar no ranking mundial, superando a de países desenvolvidos como Canadá (33,3%), Suíça (29,7%), Estados Unidos (28,3%) e Japão (18,4%). No mesmo ano, ainda sob os efeitos da crise econômica mundial deflagrada no último trimestre, com reflexos na economia brasileira, o PIB registrou crescimento de 5,1%, enquanto a

O parcelamento é um mecanismo paliativo.

Não é solução para a causa crucial do problema que afeta o empresariado: a elevada

carga tributária.

Fernando Castelo Branco, presidente do Conselho Temático de Economia, Finanças e Tributação da FIEC

Débitos fiscais

| RevistadaFIEC | Agosto de 200930 31Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

arrecadação de tributos federais atingiu R$ 660 bilhões, apresentando incremento de 8,3 % em relação a 2007”, analisa.

Castelo Branco reforça sua análise afirmando que, “para ficar a par da gravidade dos problemas acarretados pela complexa estrutura e perversa concentração do sistema tributário brasileiro, basta que se avaliem os dados referentes ao atual status dos créditos tributários da União. Somente na Dívida Ativa, o montante inscrito supera a cifra de R$ 651 bilhões, distribuída por mais de dois milhões de contribuintes e desdobrada em um número bem maior de processos judiciais”. Ele acrescenta: “Denote-se que desses números já foram expurgados os créditos da União considerados ‘podres’, bem como mais de 1,1 milhão de contribuintes devedores de até R$ 10.000, recentemente beneficiados com o perdão contido na MP 449/08 e incorporado à Lei 11.941/09”.

Segundo Castelo Branco, “existe também a ser considerado um estoque de créditos tributários federais, em fase final de cobrança administrativa pela Receita Federal, em montante superior a R$ 100

bilhões, afora outros R$ 400 bilhões aguardando o julgamento de recursos administrativos”. O economista diz que o somatório resultante disso é superior a R$ 1,150 bilhão, correspondendo a quase dois anos de arrecadação federal e a 40% do PIB brasileiro.

Castelo Branco vai além: “Lamentavelmente, a reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional, embora apresente vários avanços, como a unificação da legislação do ICMS, a fusão de alguns tributos federais e a introdução de um gatilho que acionaria a

calibragem de alíquotas para neutralizar a elevação da carga de tributos, sempre que ela viesse a ocorrer, não proporcionaria a redução da carga vigente ou o alargamento da base contributiva, nem tampouco equacionaria sua má distribuição”. E alerta: “O conflito político e econômico existente entre governo central, governos estaduais e municipais tem impedido a viabilização da reforma tributária necessária”.

Na visão de Castelo Branco, “a reforma desejável teria que ser mais profunda e somente teria eficácia se conjugada com medidas complementares, austeras e moralizadoras, capazes de conter a gastança desenfreada dos recursos públicos e de fechar os ralos de seus vazamentos nos diferentes níveis e esferas do poder público”. Ele ressalta que somente o exercício da cidadania, pelo voto responsável e consciente, poderia varrer do cenário público brasileiro os políticos viciados e desonestos que nele proliferam, abrindo caminho para governantes e parlamentares sérios e comprometidos com o desenvolvimento econômico e o bem-estar coletivo.

CRéDItOS tRIbUtáRIOS DA UnIÃO

Na dívIda atIva, o MoNtaNte INscrIto suPera a cIFra de

dIstrIbuída Por MaIs de doIs MIlhões de

coNtrIbuINtes

R$ 651 bilhões

maioria dos setores pro-dutivos cearenses não conseguiu contabilizar os possíveis prejuízos. Um fato, porém, é quase

unânime. As fortes chuvas ocorridas este ano no Ceará foram responsá-veis por diversos transtornos para a economia cearense. O pior é que as complicações devem perdurar por mais alguns meses. Da falta de tra-balhadores a atrasos no cronograma de entregas, passando pela queda de safra e a dificuldade de acesso nas es-

As atípicas chuvas deste ano trouxeram diversos transtornos à economia cearense e as consequências perdurarão por mais alguns meses

Fortes chuvas prejudicam economia

A

Ceará

tradas, o setor produtivo cearense foi bastante castigado nos últimos meses pelo período atípico de chuvas.

O segmento de transporte de car-gas foi um mais prejudicados, atin-gido em cheio pela dificuldade de acesso nas estradas. Segundo Clóvis Nogueira Bezerra, presidente do Sin-dicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado do Ceará (Setcarce), a consequência imediata dos problemas nas estradas é o tem-po de viagem alongado, atrasando o cumprimento de prazos de entrega.

Para a região norte do estado, uma viagem que era feita em 12 horas, ida e volta, levava até julho um dia. Clóvis ressalta, no entanto, que an-tes mesmo das enchentes de 2009 já havia graves problemas nas estradas, principalmente nas BRs. Com as chu-vas, o quadro só agravou.

Ele critica ainda o Departamen-to Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que anuncia recuperação das estradas, mas as obras não se concretizam. “O que vemos é sempre o anúncio da libe-

POR LUIZ HENRIQUE CAMPOS

33Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

o país”, destaca. A informação é con-firmada por Francisco Rogério Gal-vão, diretor da Galvão Transportes e Serviços, para quem a malha rodo-viária federal e estadual, sobretudo no Ceará, está literalmente destruída.

ração de verbas, mas quase sempre a benfeitoria não é concluída.” Para Clóvis Nogueira, por causa dessa situação, os transportadores lidam com todo tipo de problema. Um de-les é a carga perecível, sujeita à per-da do produto. Outra situação difícil diz respeito às muitas avarias que os veículos sofrem. Os gastos com pneus exemplificam bem: a vida útil em estrada ruim é de apenas um ter-ço em relação a trafegar em estrada em boas condições. Um pneu custa em torno de R$ 1.000.

Segundo Clóvis, as estradas fede-rais que cortam o Ceará estão em pior estado de conservação do que as de outros estados do Nordeste, princi-palmente em comparação ao Piauí e Maranhão, também fortemente atin-gidos pelas enchentes. “Apesar dessa situação enfrentada pelos transporta-dores, o repasse dos custos dos fre-tes encontra resistência porque os clientes alegam que não têm nada a ver com a questão”, diz. O resultado, destaca, é que os prejuízos são total-mente assumidos pelas transportado-ras, já que as seguradoras não cobrem perdas internas, como o estrago de uma carga perecível, que não é segu-rada. “O contrato só cobre acidente e roubo”, completa Clóvis Nogueira. Ele afirma que aumentou o roubo de cargas. “Existem trechos nas estradas em que os veículos são obrigados a reduzir sensivelmente a velocidade, facilitando a ação dos meliantes. “Mas esse fenômeno ocorre em todo

Seis pneus cortados

P aulo César Barbosa da Silva transporta três vezes por semana cargas de cestas

básicas para um supermercado de Fortaleza. O produto sai de Maracanaú e tem como principal via de acesso a BR-116. Por conta das estradas ruins, já cortou seis pneus este ano. No começo de julho, foi obrigado a enfrentar outro problema: uma roda traseira do caminhão soltou após cair em um buraco. Por sorte, o carro vinha em baixa velocidade, e não houve risco de acidentes mais graves.

“O tempo de entrega de mercadorias aumentou muito, bem como o custo com combustível e mecânica em ge-ral”, frisa Rogério Galvão.

Francisco Pontes, da Terminais Ma-rítimos e Contêineres e Serviços Aces-sórios Ltda. (Termaco), diz que os maiores prejuízos estão relacionados ao aumento do custo de pneus, facil-mente cortados nas estradas. Além disso, com o tempo de viagem maior, a produtividade dos veículos diminui. O representante da Termaco aponta ainda que muitas vias foram interdi-tadas. Roberto Paulo, diretor adminis-trativo da Transita Transportes Ltda., exemplifica: “Temos uma frente de trabalho que transporta produtos químicos e gás para as regiões Norte/Nordeste e tivemos uma forte queda de faturamento, principalmente pelo bloqueio da BR-316 que liga o Ceará ao Pará e a São Luís (MA)”.

No trecho interditado da BR-316, vários veículos da frota da Transita tiveram de parar por cerca de 15 dias, gerando desabastecimento de cloro para tratamento de água no Maranhão e paralisação no crono-grama de requalificação de botijões de GLP na base da Liquigás no Pará. No Ceará, várias cidades foram pre-judicadas no abastecimento de água potável devido à falta de cloro nas estações de tratamento da Cagece. “Nossa perca de receita bruta devi-do às chuvas de abril a maio foi de cerca de 40% do faturamento”, fina-liza Roberto Paulo.

Existem trechos nas

estradas em que os carros são obrigados a reduzir sensivelmente a velocidade, facilitando a ação dos meliantes.

Clóvis Nogueira Bezerra, presidente do Setcarce

Além das estradas

A dificuldade de acesso nas estradas federais e estaduais não é o único problema enfrentado pela economia

cearense por causa das fortes chuvas. Para o presidente da Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Ceará (Aedi), Edilson Teixeira, um dos efeitos imediatos ocorreu com a mão de obra das áreas mais atingidas. “São pessoas em sua maioria de baixa renda que, de alguma forma, foram atingidas pelas enchentes. É natural que a situação gere estresse e insegurança, o que termina por refletir na produtividade desse trabalhador”, ressalta Teixeira. Quanto às estradas, o dirigente classista afirma que como os compradores estão, em virtude da crise, com estoque baixo, trabalham com uma margem de risco, haja vista que nem sempre se saberá se será possível repor estoques no prazo determinado.

Com relação à queixa das transportadoras sobre a dificuldade em repassar custos dos fretes, o presidente da Aedi diz que isso está ocorrendo mais com os grandes clientes, com poder de barganha. Mas houve repasse para as pequenas e médias empresas. Como a situação, segundo ele, deverá melhorar nos próximos meses, acha que não será necessário repassar custos ao consumidor. Mesmo porque, e aí ele concorda com as transportadoras, as margens de lucro estão muito pequenas,

impossibilitando que haja qualquer alteração significativa. Apesar da dificuldade enfrentada pelas empresas, Teixeira afirma que até agora não houve – e nem deverá haver – redução do quadro de pessoal. “Nós sabemos que esse fenômeno é transitório e o empresariado de hoje não tem mais essa visão de curto prazo. Até porque, quando voltar a contratar, terá gastos para formar o profissional”, finaliza.

nO IntERIOR. Jaguaruana é um dos principais fabricantes de redes de dormir do estado. O município localizado no baixo Jaguaribe, um dos mais atingidos pelas enchentes deste ano, paralisou a produção por quase dois meses. Resultado: atraso na entrega de encomendas. Explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Redes do Estado do Ceará (Sindredes), Antônio José Carvalho de Vasconcelos, que muitas pessoas

ficaram impossibilitadas de trabalhar e várias residências onde o acabamento artesanal é feito foram alagadas.

Os empresários ceramistas das regiões Norte tiveram de lidar, inclusive, com dificuldades de acesso às próprias empresas. Esse foi o caso da Cerâmica Torres, do empresário e presidente do Sindicato da Indústria de Cerâmica do Estado do Ceará (Sindcerâmica), Fernando Antônio Ibiapina. “Paramos alguns dias em abril e maio. Era impossível ter acesso à empresa porque a área em seu entorno ficou completamente alagada”, diz. Ele afirma, no entanto, que os prejuízos ocorreram de forma mais localizada nas empresas. “Cada um tem uma história para contar”, resume Ibiapina. O problema maior, considera, refere-se às estradas, em virtude de os custos de entrega dos produtos terem aumentado.

No município de Marco, grande polo moveleiro do Nordeste, o presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado do Ceará (Sindmóveis), Geraldo Bastos Osterno Júnior, conta que as estradas causaram atraso na entrega de insumos e produtos finalizados. Até cancelamento de pedidos o segmento teve de enfrentar. “A gente tem também de negociar em desvantagem porque adiamos as entregas por circunstâncias que não nos dizem respeito.” Osterno também confirma a falta de trabalhadores por conta das enchentes.

No setor de embalagens, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Papelão, Celulose e Embalagens em Geral do Estado do Ceará (Sindiembalagens), Hélio Perdigão Vasconcelos, os reflexos das enchentes implicam atraso da produção por uma questão específica do segmento – o aumento da umidade do papel, que afeta

Apesar da dificuldade enfrentada pelas

empresas, até agora não houve e nem deverá haver redução do quadro de pessoal.Edilson Teixeira, presidente da Aedi

| RevistadaFIEC | Agosto de 20093� 3�Agosto de 2009 | RevistadaFIEC |

A estimativa inicial da safra de grãos do Ceará para este ano era de 1.367.089 toneladas. As

chuvas, porém, reduziram essa previsão em 29,60%, devendo agora atingir 962.367, afastando a possibilidade de superar a maior safra da história cearense, obtida em 2006 (1.145.558 toneladas). Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado no período de 16 de junho a 15 de julho de 2009 pelo Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará (GCEA/CE). Segundo o relatório, a continuidade das chuvas em junho, embora em menor frequência e intensidade, afetou ainda na variação de vários produtos.

De acordo com a secretária do GCEA, Regina Dias, as culturas de sequeiro (que dependem das chuvas) foram muito penalizadas. O milho, considerado carro-chefe porque representa 67% da colheita, teve

perda de cerca de 27% em relação à estimativa de janeiro deste ano. Além das inundações, que arrasaram muitos plantios, houve perda de rendimento. A queda de produção do feijão foi maior, um pouco mais da metade, mas a participação do produto é só de 22%.

Em relação à primeira expectativa do ano, cresceram apenas o arroz irrigado, o feijão de corda de segunda safra, que será colhido agora no segundo semestre, e o amendoim. A mandioca também terá safra 24,5% menor que a esperada. Em relação à mamona, a estimativa é de crescimento de mais de 100% na comparação com a colheita passada. Entretanto, esse resultado não é definitivo.

No caso da mandioca, como sofreu muito com as excessivas chuvas, a produção esperada para 2009 de 1.009.870 toneladas cairá 24,5%. O

diretamente a qualidade do produto final. “Atrasa a produção e aumenta o desperdício, exigindo um maior rigor nesse controle de qualidade”, destaca. Apesar de dizer que não enfrentou cancelamentos de pedidos, Perdigão também se queixa do atraso das entregas de insumos em função das dificuldades de acesso das estradas.

Em Sobral, região do norte do estado, de acordo com o diretor regional da FIEC, Jocely Dantas, o grande impacto

levantamento do GCEA, por outro lado, traz boas notícias para a cajucultura. A safra deverá ser de mais de 149.000 toneladas, cerca de 23% maior que a colhida em 2008. Com a continuidade das chuvas até julho, embora com menor intensidade e maiores intervalos de dias, o cenário aponta para variações em 23 produtos.

Os produtos que alteraram positivamente foram algodão herbáceo de sequeiro, arroz de sequeiro, feijão de corda de segunda safra (Vigna), milho (semente), sorgo granífero, castanha de caju (anão), coco-da-baía (seco), coco-da-baía (água), limão, manga, mamão e uva. Apresentaram queda: amendoim, feijão de corda de primeira safra (Vigna), girassol, milho (grão), cana-de-açúcar, mamona, mandioca, acerola, banana, castanha de caju e laranja.

das chuvas foi a destruição causada. Como o interior depende muito da circulação de pessoas dos distritos e fazendas em direção às cidades, no município sobralense o comércio varejista, sobretudo, sentiu redução de demanda. A indústria, por consequência, também foi atingida porque não repôs o estoque. “As que têm distribuição própria foram mais prejudicadas ainda”, ressalta. Segundo Jocely, a indústria de alimentos sofreu muito, pois em muitas locais o

abastecimento tinha que ser feito de barco. Mesmo não havendo números que quantifiquem tais prejuízos, é possível admitir que houve um determinado período, de abril a maio, em que foi notada uma redução significativa da atividade econômica nas áreas mais atingidas. Em Sobral, uma cidade-polo, a falta de trabalhadores ocorreu com maior intensidade. Ali, a mão de obra é oriunda de várias localidades, acarretando paralisação em alguns setores.

Perda da safra estimada em 29,60%

Dnit elabora plano para segundo semestre

N o plano federal, começaram as obras de restauração da BR-116 do quilômetro zero ao 12. A rodovia,

que há 29 anos só recebia intervenções de manutenção, terá a pavimentação substituída e receberá nova sinalização, construção de cinco passarelas e ainda obras em três viadutos. O orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) para o pacote é de cerca de R$ 60,3 milhões. A pavimentação será concluída em dez meses e os viadutos e passarelas em dois anos. Outra medida será a reconstrução das pistas laterais do quilômetro seis ao 12, para facilitar a saída e a entrada nos trechos mais urbanizados da rodovia.

Com relação aos viadutos, ficarão localizados nos trechos de acesso ao Cambeba, à Messejana e às avenidas Presidente Costa e Silva e Jornalista Thomas Coelho. Nesse último, serão erguidas alças (vias de acesso à pista principal) para facilitar o retorno. No viaduto de acesso ao Cambeba, será construída uma rotatória. Ainda na BR-116, entre os quilômetros 12 e 26, serão edificadas cinco passarelas, entre Fortaleza e Itaitinga. A ordem de serviço da primeira passarela a ser construída, em Jabuti (Itaitinga), no quilômetro 20, já foi assinada. Era uma reivindicação antiga da comunidade, que chegou a fechar o trecho em protesto no dia 25 de junho. Conforme previsão do Dnit, a passarela deve ficar pronta em 270 dias.

Os trabalhos de restauração da malha viária contemplam ainda as BRs 020, 222

Obras nas estradas do Ceará

A s más condições das estradas cearenses após a quadra invernosa fizeram o governo

estadual lançar em julho, de forma emergencial, o Programa de Recuperação das Estradas Estaduais (Proestradas). A intenção é atuar em mais de 11.000 quilômetros de rodovias, sendo 6.563,88 pavimentados e 4.917,57 de estradas de terra. A execução dos trabalhos dividiu o Ceará em dez distritos operacionais, com sede em Fortaleza, totalizando 284 trechos de obras pela frente. Em todo o estado, estão previstas operações tapa-buracos, restauração de pavimentos e aterros, dentre outras. As primeiras serão concluídas em até cem dias, garante o governo do estado, que priorizou as de maior fluxo de veículo, de escoamento de produção e as turísticas.

e 304. Em julho, teve início a reforma nos trechos da BR-020 que vai de Canindé até Itapebussu e na BR-304, que terá todos os seus 102 quilômetros recuperados. Em agosto, serão iniciadas as obras no trecho da BR-222 que vai de Sobral até a divisa com o Piauí; na BR-020, entre Tauá e Boa Viagem; e na BR-116, na parte que liga Jaguaribe a Pereiro.

Em outros trechos, as obras devem começar em setembro porque o processo licitatório ainda está em andamento. Encontram-se nessa situação quatro pontos da BR-116: de Pacajus a Russas; de Russas a Jaguaribe; de Ipaumirim a Milagres e de Milagres à divisa com Pernambuco. O último trecho a entrar em reforma será o da BR-222 que vai de Croatá até Sobral, que se encontra em estado crítico, com muitos buracos e danos no pavimento.

Governo lança ProestradasDe acordo com o governador Cid

Gomes, mais de R$ 72,5 milhões irão para o plano emergencial. Dos recursos, cerca de R$ 27 milhões são dos cofres do Ministério da Integração e R$ 45,5 milhões do Tesouro estadual. Segundo o superintendente do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), Quintino Vieira, as obras começaram pelas áreas turística e serrana em virtude do período de férias. Além dos R$ 72,5 milhões destinados, exclusivamente, para a recuperação emergencial das rodovias, o estado conta com mais R$ 61 milhões (R$ 53 milhões da União e R$ 8 milhões do estado) para ações gerais de reparos após as chuvas deste ano: R$ 50 milhões serão repassados aos municípios e R$ 11 milhões devem recuperar barragens e adutoras.

SAFRA DE gRÃOS DO CEARá

estIMatIva INIcIal Para este aNo era de

as chuvas, PoréM, reduZIraM essa PrevIsão eM

deveNdo agora atINgIr

1.367.089 toneladas

29,60%

962.367 toneladas

| RevistadaFIEC | Agosto de 20093�

Eu estou saindo de mais uma batalha, mas consciente de que estou em uma guerra contra o câncer. A guerra continua.VICE-PRESIdENTE JOSé ALENCAR, AFIRmAnDO AOS jORnALIStAS, nA SAíDA DO hOSPItAL SíRIO-LIbAnêS, Em SÃO PAULO,

InDO DIREtO AOS EUA, qUE PRECISAvA DAR COntInUIDADE AO tRAtAmEntO EXPERImEntAL nAqUELE PAíS. ELE E tODOS nóS

EStAmOS ESPERAnÇOSOS DE qUE O tRAtAmEntO SEjA EFICAz.

AMoR à vIDA

PRojEção 2009

economia do Ceará terá maior crescimento do país

MANCHETE PRINCIPAL dO JORNAL O POVO, EDIÇÃO DE 5/8/09, RESUmInDO PROjEÇÃO DO bAnCO

CEntRAL SObRE A ECOnOmIA CEAREnSE.

Até quE ENFIM Hoje podemos

anunciar que a obra do projeto de transposição do Rio São Francisco começou no Ceará. Isso é um registro histórico. São mais de 150 anos de luta por essa obra.dEPUTAdO WELINGTON LANdIM (PSb/CE), DURAntE PROnUnCIAmEntO nA ASSEmbLEIA LEgISLAtIvA, COmEmORAnDO O IníCIO PELO mUnICíPIO DE mAURItI, nA REgIÃO DO CARIRI, DAS ObRAS DE tRAnSPOSIÇÃO.

AcREDItE SE quISER

Conselho de Ética rejeita recursos e enterra acusações contra Sarney.

DESIGuALDADE E PobREzA a crise econômica atual não

aumentou a taxa de pobreza nas regiões metropolitanas do brasil desde o último trimestre de 2008.

CONCLUSãO dE ESTUdO DO InStItUtO DE PESqUISA ECOnômICA APLICADA (IPEA) SObRE DESIgUALDADE E PObREzA nO bRASIL DURAntE A CRISE IntERnACIOnAL, DIvULgADO Em 4/8/09.

cARGA tRIbutáRIA em menos de dez anos a carga

tributária deixou o patamar de 25% da renda nacional, no qual havia se mantido por mais de duas décadas, e se aproxima da marca de 36%. a mesma do Reino unido.

JORNALISTA GUSTAVO PATU, Em SEU LIvRO A ESCALADA DA CARgA tRIbUtáRIA.

AGoRA vAI? a economia parece estar

superando as expectativas de muitos analistas à medida que se estabiliza.

ALAN KRUEGER, ChEFE DOS ECOnOmIStAS DO tESOURO DOS EStADOS UnIDOS, AFIRmAnDO qUE A ECOnOmIA AmERICAnA SUPEROU AS PREvISõES DOS AnALIStAS E qUE SE EnCOntRA nUm PROCESSO DE EStAbILIzAÇÃO.

MANCHETE dA FOLHA ONLINE dE qUARTA-FEIRA (19/8), SObRE A DECISÃO DO COnSELhO DE étICA DE REjEItAR OS 11 RECURSOS DA OPOSIÇÃO COntRA O ARqUIvAmEntO SUmáRIO DE DEnúnCIAS E REPRESEntAÇõES COntRA O PRESIDEntE DA CASA, jOSé SARnEy (PmDb/AP), mOStRAnDO CLARAmEntE AO PAíS DE qUE mAtéRIA-PRImA ELES, OS SEnADORES, SÃO FEItOS.

Frases&Ideiast I R A D A S I N S P I R A D A S , F R A S E S c o N c E I t u A I S E o u t R A S

EDItADo PoR: LuIz cARLoS cAbRAL DE MoRAISE-MAIL [email protected]

coMPEtIção o nome do nosso jogo é

competição. temos de ser mais eficientes e mais competitivos que nossos adversários.

ABíLIO dINIz, EmPRESáRIO PAULIStA, DOnO DA COmPAnhIA bRASILEIRA DE DIStRIbUIÇÃO, qUE InCLUI A REDE DE SUPERmERCADOS PÃO DE AÇúCAR, EXtRA, COmPREbEm E SEnDAS, ALém DA REDE DE vAREjO POntO FRIO.

REcuPERAção

É possível dizer que o pior já passou.

ARMANdO MONTEIRO NETO, PRESIDEntE DA CnI,

DIzEnDO qUE A ECOnOmIA

bRASILEIRA COmEÇA A

APRESEntAR SInAIS DE

RECUPERAÇÃO.

Foto

: Fab

Io r

odrI

gues

PoZ

Zebo

M/ag

êNcI

a bra

sIl

uFA!

Com muita franqueza, não acho fácil a votação dessa matéria. há grande rejeição, há grande resistência a qualquer hipótese de aumento de imposto.dEPUTAdO MICHEL TEMER (SP), PRESIDEntE DA CâmARA FEDERAL, RECOnhECEnDO qUE O gOvERnO tERá DIFICULDADES PARA COnSEgUIR REtOmAR A vOtAÇÃO DA PROPOStA qUE CRIA A COntRIbUIÇÃO SOCIAL PARA A SAúDE (CSS), Um ImPOStO vOLtADO PARA A SAúDE E qUE SUbStItUIRIA A EXtIntA CPmF.

Foto

: ger

aldo

Mag

ela/

agêN

cIa s

eNad

o

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Escola Móvel

Localizaçãodo

SENAI

Juazeiro

Sobral

Maracanaú

Horizonte

FORTALEZA

SENAI - levando conhecimento a todo o Ceará.

| RevistadaFIEC | Agosto de 20093�

A agilidade que vocêprecisa para vender maisno Dia das Crianças.

Cliente Consulta I Ouvidoria: 0800 728 [email protected] I www.bnb.gov.br

Com o Giro Estoque, você prepara a sua empresa com muito mais agilidade para

o Dia das Crianças. É crédito rápido e fácil para investir na compra de mercadorias

e insumos para empresas comerciais, industriais, agroindustriais e de serviços.

Tudo com a menor taxa do mercado: a partir de 0,8%* a.m. e até 3 meses

para começar a pagar. Faça já o Giro Estoque, renove agora mesmo o seu

estoque e comemore o Dia das Crianças com muitos lucros.

*Sujeita a alteração. Consulte a composição da taxa de juros do dia nas agências.

ê

Giro Estoque.Melhorpara a suaempresa

COM O GIRO ESTOQUE PARA O DIA DAS CRIANÇAS.

ANTES DO GIRO ESTOQUE.

DEPOIS DO DIA DAS CRIANÇAS.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K