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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 1 POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Website: www.potafos.org - E-mail: [email protected] Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N 0 111 SETEMBRO/2005 Veja também neste número: Promover o uso apropriado de P e K nos sistemas de produção agrícola através da geração e divulgação de informações científicas que sejam agronomicamente corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis. MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO A FOME NO MUNDO E A DEMANDA AGRÍCOLA A subnutrição crônica está difundida por todo o mundo em desenvolvimento e é a expressão do pro- blema mundial da fome. De acordo com a ONU, 852 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 13% da população mun- dial, estavam subnutridas em 2000-2002 – 96% das quais se encon- travam em países em desenvolvimento (FAO, 2004). Embora o nú- mero de pessoas subnutridas nos países em desenvolvimento te- nha diminuído em cerca de 9 milhões desde 1990-1992, a Conferên- cia de Cúpula World Food de 1996 estabeleceu o objetivo de reduzir pela metade o número de pessoas famintas entre 1990 e 2015. Além do desafio de reduzir a fome, estima-se que a popula- ção mundial crescerá em 28% nos próximos 25 anos, do nível atual de 6,5 bilhões para 8,3 bilhões e, com este crescimento, haverá maior demanda por produtos agrícolas. A Tabela 1 resume as projeções populacionais e outros indicadores da demanda agrícola antecipada. Tem havido esforços para que a produção de cereais se mantenha equiparada ao aumento linear em sua utilização e, embora regularmente apresente flutuações, tem aumentado gradualmente. Pela primeira vez em quase uma década, está previsto que a pro- dução de cereais em 2004-05 excederá sua utilização em quase 2% (Figura 1). A produção mundial de cereais está intimamente relaciona- da com o consumo de fertilizantes (Figura 2). O consumo de ferti- lizantes cresceu cerca de 12% nos últimos cinco anos, enquanto o crescimento da produção de cereais foi de aproximadamente 11% no mesmo período. A produção de cereais e a demanda por fertilizantes são impulsionadas por condições climáticas favoráveis, preços mais altos de commodities e outros fatores econômicos e políticos. Os aumentos atuais e futuros na produção de cereais não seriam possíveis sem os fertilizantes comerciais. Em uma revisão recente sobre estudos de longa duração nos Estados Unidos, na Inglaterra e na América Latina, Stewart et al. (2005) relataram que pelo menos 30% a 50% da produção das culturas é atribuível à utilização de nutrientes oriundos de fertilizantes comerciais. A revi- 1 Palestra apresentada no International Symposium on Information Technology in Soil Fertility and Fertilizer Management, Satellite Symposium no 15º International Plant Nutrition Colloquium, em Pequim, República Popular da China, em 14-15 de setembro, 2005. 2 Potash & Phosphate Institute, 655 Engineering Drive, Suite 110, Norcross, GA, 30092 EUA. 3 U.S. Plant, Soil and Nutrition Laboratory, USDA-ARS, Tower Road, Ithaca, NY, 14853 EUA. David W. Dibb 2 Terry L. Roberts 2 Ross M. Welch 3 DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE – DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE – DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE – DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE – DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE – A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA NUTRIÇÃO HUMANA NUTRIÇÃO HUMANA NUTRIÇÃO HUMANA NUTRIÇÃO HUMANA NUTRIÇÃO HUMANA 1 Dessecação: alternativas de manejo ..................... 7 Nutrição Mineral de Plantas - Resenha ............... 10 Dinâmica da calagem superficial em Latossolo ... 14 Herbert Arnold Bartz – pai do plantio direto ...... 16 Colhendo saúde – o futuro da agricultura .......... 20 Encarte: Cultura da cana-de-açúcar: recuperação e manutenção da fertilidade do solo

Jornal 111 final - ipni.netipni.net/PUBLICATION/IA-BRASIL.NSF/0... · mundo. A deficiência de vitamina A é a principal causa de cegueira ... Metionina P F B1 (tiamina) Treonina

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 1

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Website: www.potafos.org - E-mail: [email protected]

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 111 SETEMBRO/2005

Veja também neste número:

Promover o uso apropriado de P e K nossistemas de produção agrícola através da

geração e divulgação de informações científicas que sejamagronomicamente corretas, economicamente lucrativas,ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis.

MISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO

A FOME NO MUNDO E A DEMANDA AGRÍCOLA

A subnutrição crônica está difundida por todo omundo em desenvolvimento e é a expressão do pro-blema mundial da fome. De acordo com a ONU,

852 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 13% da população mun-dial, estavam subnutridas em 2000-2002 – 96% das quais se encon-travam em países em desenvolvimento (FAO, 2004). Embora o nú-mero de pessoas subnutridas nos países em desenvolvimento te-nha diminuído em cerca de 9 milhões desde 1990-1992, a Conferên-cia de Cúpula World Food de 1996 estabeleceu o objetivo de reduzirpela metade o número de pessoas famintas entre 1990 e 2015.

Além do desafio de reduzir a fome, estima-se que a popula-ção mundial crescerá em 28% nos próximos 25 anos, do nível atualde 6,5 bilhões para 8,3 bilhões e, com este crescimento, haverá maiordemanda por produtos agrícolas. A Tabela 1 resume as projeçõespopulacionais e outros indicadores da demanda agrícola antecipada.

Tem havido esforços para que a produção de cereais semantenha equiparada ao aumento linear em sua utilização e, emboraregularmente apresente flutuações, tem aumentado gradualmente.Pela primeira vez em quase uma década, está previsto que a pro-dução de cereais em 2004-05 excederá sua utilização em quase 2%(Figura 1).

A produção mundial de cereais está intimamente relaciona-da com o consumo de fertilizantes (Figura 2). O consumo de ferti-

lizantes cresceu cerca de 12% nos últimos cinco anos, enquanto ocrescimento da produção de cereais foi de aproximadamente 11% nomesmo período. A produção de cereais e a demanda por fertilizantessão impulsionadas por condições climáticas favoráveis, preços maisaltos de commodities e outros fatores econômicos e políticos.

Os aumentos atuais e futuros na produção de cereais nãoseriam possíveis sem os fertilizantes comerciais. Em uma revisãorecente sobre estudos de longa duração nos Estados Unidos, naInglaterra e na América Latina, Stewart et al. (2005) relataram quepelo menos 30% a 50% da produção das culturas é atribuível àutilização de nutrientes oriundos de fertilizantes comerciais. A revi-

1 Palestra apresentada no International Symposium on Information Technology in Soil Fertility and Fertilizer Management, Satellite Symposium no 15ºInternational Plant Nutrition Colloquium, em Pequim, República Popular da China, em 14-15 de setembro, 2005.

2 Potash & Phosphate Institute, 655 Engineering Drive, Suite 110, Norcross, GA, 30092 EUA.3 U.S. Plant, Soil and Nutrition Laboratory, USDA-ARS, Tower Road, Ithaca, NY, 14853 EUA.

David W. Dibb 2

Terry L. Roberts 2

Ross M. Welch 3

DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE –DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE –DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE –DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE –DA QUANTIDADE PARA A QUALIDADE –

A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA A IMPORTÂNCIA DOS FERTILIZANTES NA

NUTRIÇÃO HUMANANUTRIÇÃO HUMANANUTRIÇÃO HUMANANUTRIÇÃO HUMANANUTRIÇÃO HUMANA11111

Dessecação: alternativas de manejo ..................... 7

Nutrição Mineral de Plantas - Resenha ............... 10

Dinâmica da calagem superficial em Latossolo ... 14

Herbert Arnold Bartz – pai do plantio direto ...... 16

Colhendo saúde – o futuro da agricultura .......... 20

Encarte: Cultura da cana-de-açúcar:recuperação e manutenção da fertilidade do solo

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

FERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTES

NUTRIÇÃO HUMANA, QUALIDADE DAS

CULTURAS E ADUBAÇÃO

A má nutrição em termos de micronutrientesaflige mais de 3 bilhões de pessoas no mundo todo(WELCH; GRAHAM, 2004). Ela é causada por dietasde baixa qualidade que são ricas em alimentos bási-cos (isto é, cereais tais como trigo, milho e arroz),porém são pobres em variedade de alimentos (isto é,frutas, legumes, verduras, produtos animais e de pei-xe), que são fontes mais ricas de minerais e vitaminasbiodisponíveis. Pelo menos 50 nutrientes são neces-sários na dieta humana para sustentar a vida – água,carboidratos, proteínas, gorduras, minerais (macro emicronutrientes) e vitaminas (Tabela 2). Tanto as vi-

taminas quanto os micronutrientes são considerados essenciaispara a nutrição humana.

A má nutrição em termos de micronutrientes, em países emdesenvolvimento, ceifa a vida de mais de 5 milhões de crianças acada ano, custando aos lares mais de 220 milhões de anos de vidaprodutiva e bilhões de dólares em produtividade perdida (FAO,2004). Mesmo deficiências leves de micronutrientes aumentam bas-tante o risco de morte e de doenças severas. As deficiências deferro (Fe), iodo (I), vitamina A e zinco (Zn) são atualmente as defi-ciências de microelementos que causam maior preocupação em re-lação à saúde no mundo em desenvolvimento.

Tabela 1. Indicadores da demanda agrícola.

Ano

1979-81 1997-99 2015 2030

População (bilhões de pessoas) 4,43 5,90 7,21 8,27Crescimento populacional (% por ano) 1,6 1,5 1,2 0,9Consumo de calorias (kcal pessoa-1 dia-1) 2.552 2.803 2.940 3.050Produção de cereais (milhões t) 1.442 1.889 2.387 2.838Produção de carne (milhões t) 132 218 300 376Produção de óleos vegetais e sementes deoleaginosas (milhões t) 50 104 157 217Subnutrição (milhões de pessoas) 8161 777 610 443

1 Linha de base estabelecida pela Conferência de Cúpula World Food de 1990-92.Fonte: FAO (2002).

Figura 1. Produção mundial de cereais e sua utilização.Fonte: FAO (2005).

Figura 2. Produção mundial de cereais versus consumo de fertilizantes(N + P

2O

5 + K

2O).

Fonte: FAOSTAT (2005); IFA Statistics (2005); HEFFER (2005).

Figure 3. Contribuição média dos fertilizantes NPK e do calcário (região tropical) para a produção das culturas de acordo com estudos de longa duraçãoem regiões temperadas (Estados Unidos e Inglaterra) e em regiões tropicais (Brasil e Peru).

Fonte: Adaptada de STEWART et al. (2005).

Indicador

são incluiu 362 safras de produção de culturas e mostrou que aporcentagem média da produção atribuível a fertilizantes variou de40% a 60% nos Estados Unidos e na Inglaterra e foi muito maior nostrópicos. A Figura 3 compara a porcentagem média da contribuiçãodos fertilizantes (e calcário) para a produção das culturas nas re-giões temperada e tropical revisada por Stewart et al. (2005).

Os fertilizantes contribuem de forma expressiva para a pro-dução de alimentos e continuarão a fazê-lo no futuro, à medida queaumenta a demanda por produção das culturas. A adubação ade-quada também pode melhorar a qualidade e a nutrição das culturase ter efeito na nutrição humana.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 3

A deficiência de Fe é a desordem nutricional mais comum nomundo. A Organização Mundial da Saúde estima que 4 a 5 bilhõesde pessoas possam ter deficiência de Fe e aproximadamente 2 bi-lhões de pessoas são anêmicas em decorrência da deficiência destenutriente (WHO, 2004). A deficiência de I afeta mais de 740 milhõesde pessoas e é a principal causa nutricional de danos cerebrais nomundo. A deficiência de vitamina A é a principal causa de cegueiraque poderia ser prevenida em crianças; entre 100 e 140 milhões decrianças apresentam esta deficiência. A deficiência de vitamina Aaumenta o risco de contrair severas infecções e de morte causadapor elas, causa cegueira noturna em gestantes e pode aumentar orisco de mortalidade materna. O crescimento infantil prejudicado éo indicador mais claro de deficiência de Zn. A prevalência da defi-ciência de Zn em humanos não está disponível, pois métodos sim-ples e de baixo custo para esta análise não são disponíveis; porém,em um relatório recente, Hotz e Brown (2004) sugeriram que umquinto da população mundial pode não estar ingerindo Zn suficien-te em sua dieta, e estimam que um terço da população mundial viveem países considerados de alto risco para a deficiência deste nu-triente. Os alimentos são a chave para a solução de problemas dedesordens nutricionais de maneira sustentável e a adubação podeinfluenciar diretamente o teor de Fe e de Zn dos alimentos e afetarindiretamente o teor de vitamina A.

Dos 50 componentes nutricionais que são requeridos parasatisfazer as necessidades metabólicas dos humanos (Tabela 2),somente água, potássio (K), fósforo (P), enxofre (S), cálcio (Ca),magnésio (Mg), boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), Fe, manganês (Mn),molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn) são considerados essen-ciais para todas as plantas. O cobalto (Co) é essencial para a fixaçãode nitrogênio (N) em leguminosas e é um componente essencial davitamina essencial cobalamina, a qual somente é sintetizada pordeterminadas bactérias. A deficiência de cobalamina (isto é, a ane-mia perniciosa) em humanos é conhecida como um problema signi-ficativo em certas regiões do mundo, incluindo o subcontinente daÍndia, o México, a América Central, a América do Sul, e entre osvegetarianos da Ásia (STABLER; ALLEN, 2004). As plantas utili-zam N e esses elementos minerais para sintetizar os componentesnutricionais essenciais (proteínas e vitaminas) dos alimentos que

os humanos consomem. A adubação com esses 14 nutrientes essen-ciais pode não só aumentar as produções das culturas, como tam-bém melhorar a qualidade da nutrição de plantas e animais.

A relação entre adubação com N, produção da cultura eproteínas é largamente reconhecida. Os resultados mostrados naFigura 4 para trigo são típicos do que deve ser observado quandofertilizantes nitrogenados são aplicados a solos responsivos. Aconcentração de proteína no trigo continua a aumentar com o au-mento da quantidade de N aplicada além daquela necessária paraobter a máxima produtividade. Quando o N disponível é limitado(isto é, na parte mais baixa da curva de produção), como geralmenteé o caso em países em desenvolvimento, a aplicação de quantidadespequenas, porém inadequadas, de N freqüentemente resulta em umdeclínio de proteína no grão. É preciso aplicar quantidades suficien-tes de N para satisfazer as necessidades de produção da planta antesque aumentos significativos em proteína possam ser esperados.

Figura 4. A produção de grãos de trigo e de proteína respondem à adubaçãocom nitrogênio no oeste do Canadá.

Fonte: GRANT et al. (2001).

FERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTES

Tabela 2. Nutrientes conhecidos e que são essenciais para sustentar a vida.

Água e energia Proteínas (aminoácidos) Lipídeos (ácidos graxos)Macro-elementos Micro-elementos Vitaminas

Água Fenilalanina Ácido linoléico Na Fe1 A 1

Carboidratos Histidina Ácido linolênico K Zn1 DIsoleucina Ca Cu ELeucina Mg Mn KLisina S I1 C (ácido ascórbico)

Metionina P F B1 (tiamina)Treonina Cl B B2 (riboflavina)

Triptofano Se B3 (niacina)Valina Mo B5 (ácido pantotênico)

Ni B6 (piridoxina)Cr B7 (biotina)Si B9 (ácido fólico)As B12 (cobalamina)LiSnV

Co (na vitamina B12)

1 Nutrientes essenciais para humanos causadores das maiores preocupações com a saúde. Fonte: WELCH e GRAHAM (2004).

A qualidade e a composição em aminoácidos da proteínatambém são afetadas pela adubação nitrogenada e, como o S é umcomponente estrutural de três aminoácidos (metionina, cistina e

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cisteína), também tem efeito sobre a qualidade da proteína (RENDIG,1984; GRUNES; ALLAWAY, 1985). A adubação nitrogenada aumentaa concentração de alguns aminoácidos não-essenciais e diminui ade outros essenciais; todavia, com base no peso de grãos, o teor deaminoácidos geralmente aumenta com o aumento da quantidade deN aplicada. A nutrição mineral usualmente tem mais efeito sobre osaminoácidos livres na fração não-protéica. O emprego de N em so-los deficientes promove o crescimento das plantas com maior teortotal de proteína, resultando em mais proteína produzida por hecta-re. Embora a genética controle mais a qualidade nutricional da pro-teína do que a adubação com N, o manejo da adubação pode in-fluenciar a combinação de aminoácidos da proteína e, assim, a utili-zação de proteínas pelo consumidor.

A IMPORTÂNCIA DO EQUILÍBRIO NUTRICIONAL

Alguns dos impactos de N, P e K sobre a qualidade dosvegetais foram revisados por Salunkhe e Desai (1988). Esses auto-res citam pesquisas que mostram que aplicações generosas de Ntendem a diminuir o teor de vitamina C em vegetais (espinafre, be-terraba, couve e couve-de-bruxelas), enquanto aplicações de K ten-dem a aumentar o teor desta vitamina (Figura 5). Observou-se que aadubação nitrogenada afeta positivamente os níveis de carotenoem cenoura e espinafre, mas aplicações pesadas de N podem afetarnegativamente a qualidade dos vegetais em decorrência do acúmulode nitrato, que é potencialmente danoso.

Outros impactos nutricionais citados por Salunkhe e Desai(1988) sugerem que a adubação com P pode aumentar o teor deaçúcares em tomate e melhorar a cor da beterraba, enquanto a defi-ciência deste nutriente leva a má granação de espigas de milhoverde. A acidez em tomate e o teor de sólidos e de amido em batatasão correlacionados positivamente com a adubação potássica. Per-kins-Veazie e Roberts (2002) documentaram outros efeitos do Ksobre a composição e a qualidade de morango, uva, pomelo, pistache,melancia e tomate. Geralmente, o K parece afetar a acidez, o pH e oteor de carotenóides. O acréscimo de K usualmente diminui o pH dasfrutas, aumentando sua acidez. Em tomate, o aumento de K melhoraa cor da polpa e aumenta o teor de licopeno. O licopeno é o carote-nóide que confere a cor vermelha ao tomate e à melancia. Os nutrien-tes N, P e K interagem para aumentar as produções das culturas ea absorção de nutrientes, deste modo melhorando a qualidade dasculturas. Os efeitos benéficos adicionais de P e K sobre a qualidadedas culturas são revisados no periódico Better Crops with PlantFood, nos artigos The influence... (1998) e Phosphorus... (1999).

Geralmente, a adubação com micronutrientes apresenta pe-queno efeito sobre o acúmulo de micronutrientes nas partes co-mestíveis das plantas, com exceção de Zn, Ni, I e selênio (Se), osquais não se encontram prontamente disponíveis em fertilizantescomerciais.

A deficiência de Zn é comum em plantas, especialmente emcereais. Cerca da metade das áreas mundiais nas quais são cultiva-dos cereais são deficientes em Zn disponível para as plantas(GRAHAM; WELCH, 1996). Arroz e trigo, fontes predominantes deenergia e de minerais para a maioria da população mundial, são parti-cularmente sensíveis à deficiência de Zn. O cultivo dessas culturasem solos deficientes em Zn limita tanto sua produção quanto suaqualidade nutricional. Experimentos de campo extensivos na décadade 90, sobre a deficiência generalizada de Zn em solos da Turquia,demonstraram a efetividade da adubação para corrigir o problema dedeficiência deste nutriente que afeta todo o país (CAKMAK, 2005).

A Anatólia Central, a região mais seca da Turquia, cobre50% da área produtora de trigo daquele país (4,5 milhões ha) e foirelatada pela FAO como tendo alguns dos solos com as mais seve-ras deficiências de Zn do mundo. Experimentos de campo e pesqui-sas com amostragens de solos e de plantas confirmaram a existên-cia de deficiência generalizada de Zn. A adubação com este nutrien-te propiciou aumentos expressivos de produção e, em certas áreasonde a produção de trigo não era economicamente viável e as pro-duções eram extremamente baixas (0,25 t ha-1), a aplicação de Znaumentou a produção em até 600% (Tabela 3).

As aplicações de Zn no solo e nas folhas e o tratamento desementes com este nutriente aumentaram efetivamente a produçãode grãos e, igualmente importante, aumentaram a concentração deZn nos grãos em até três vezes (Figura 6). A maioria da populaçãoda Turquia conta com o trigo como sua fonte primária de alimento.Na média, 45% da ingestão calórica diária naquele país é provenien-te deste cereal, o que torna crucial o fato de haver níveis adequadosde Zn no grão. Esse projeto é um dos primeiros exemplos no mundono qual a adubação foi utilizada especificamente para intervir emum severo problema de saúde humana.

INTERAÇÕES DOS NUTRIENTES

As interações entre os nutrientes fornecidos pelos fertili-zantes, o pH do solo e as condições adversas do solo, tais comoexcesso de água ou compactação, afetam o teor de nutrientes daspartes comestíveis das plantas. Nos solos pobres em nutrientes,típicos dos países em desenvolvimento, a produção das culturas é

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Figura 5. A adubação com nitrogênio e potássio afeta o teor de vitamina C em vários vegetais.Fonte: Adaptada de SALUNKHE e DESAI (1988).

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 5

geralmente limitada primeiramente por aqueles nutrientes requeri-dos em maiores quantidades, isto é, N, P e/ou K. Quando essesmacronutrientes são limitantes, sua aplicação causará aumento docrescimento radicular e, freqüentemente, resultará em aumento daabsorção de micronutrientes. Entretanto, pH alto, excesso de calcárioou excesso de P podem afetar negativamente a absorção de Zn e Fe(MARSCHNER, 1995).

A absorção de Zn pelas raízes das plantas é especialmentesensível a mudanças no pH do solo da rizosfera. O aumento do pHdo solo diminui a absorção de Zn e pode induzir a deficiência destenutriente nas plantas, embora as espécies possam variar em suaresposta ao pH do solo (LONERAGAN; WEBB, 1993). As intera-ções entre P e Zn são bem conhecidas e complexas, pois a aplicaçãode P pode induzir a deficiência de Zn, não ter nenhum efeito ouaumentar a absorção de Zn. A causa mais comum de diminuição daabsorção de Zn do solo é a supressão da infecção por micorrizasvesículo-arbusculares causada por adubação com P. A aplicaçãode N também pode aumentar a deficiência de Zn ou ajudar a dimi-nuí-la. A interação mais comum é a do N promovendo crescimentoradicular e da planta e, em menor escala, diminuindo o pH do solona zona radicular, ambos os efeitos aumentando a absorção de Zn.Outros micronutrientes também interagem com o Zn e, sob algumascircunstâncias, podem inibir sua absorção.

O ácido fítico (ou fitato), uma forma orgânica de P encontra-da em sementes de plantas superiores, também interage com ele-mentos-traço metais (BRUULSEMA, 2002b). Por exemplo, o ácidofítico abrange cerca de 70% do P total em sementes de soja. Quandoas plantas de soja crescem em solos enriquecidos com P, o P das

sementes é acumulado principalmente na forma de fitato. O ácidofítico geralmente diminui a biodisponibilidade de Zn e Fe em alimen-tos vegetais básicos. É um dos vários antinutrientes conhecidospor estarem presentes em altos níveis em muitos alimentos básicos(GRAHAM et al., 2001). O ácido fítico forma precipitados insolú-veis com vários cátions minerais polivalentes, tais como Zn, Fe eCa, diminuindo a absorção deles em humanos.

ALIMENTOS FUNCIONAIS E NUTRIENTES

PROVENIENTES DE FERTILIZANTES

A literatura contém evidências substanciais do impacto po-sitivo dos fertilizantes comerciais sobre o suprimento dos nutrien-tes que são essenciais para sustentar a vida humana. A indústria defertilizantes tem um papel-chave a desempenhar para aliviar a fomee as desordens nutricionais que existem em grande parte do mundoem desenvolvimento. Embora a má nutrição não afete diretamente amaior parte do mundo desenvolvido, as pessoas estão conscientessobre a qualidade dos alimentos e sua contribuição para a saúdehumana. Os consumidores estão se tornando cada vez mais inte-ressados em alimentos funcionais e nutracêuticos. Os alimentosfuncionais são definidos como aqueles que contêm ingredientesbioativos (por exemplo, o licopeno em tomate ou as isoflavonas emsoja), os quais são tidos como intensificadores da saúde e da boaforma física (BRUULSEMA, 2002b). Os ingredientes em alimentosfuncionais estão associados com a prevenção e o tratamento decâncer, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e outras afecções.Também denominados nutracêuticos, eles podem ser extraídos econsumidos como suplementos ou podem ter valor terapêuticoquando consumidos nos próprios alimentos. A genética de plantascontrola intensamente os componentes dos alimentos funcionais,mas outros fatores, tais como o clima, as práticas culturais e o ma-nejo dos nutrientes, também podem ter impacto.

O impacto da nutrição mineral de plantas sobre os compo-nentes dos alimentos funcionais foi recentemente revisado em umsimpósio especial da American Society of Agronomy (BRUUL-SEMA, 2002a). A seguir são comentados alguns exemplos de inte-ração de nutrientes de plantas e fitoquímicos.

O licopeno não é essencial para os humanos ou para osanimais, mas pesquisas mostraram que ele é benéfico. É uma subs-tância da família dos carotenóides que confere a cor vermelha atomate, melancia e pomelo e apresenta propriedades antioxidantes(isto é, neutraliza os radicais livres que podem causar danos às célu-las humanas). Um estudo antigo já demonstrava que o teor total decarotenóides em tomate geralmente aumentava com o aumento das

Tabela 3. Efeito da aplicação de zinco sobre a produção de grãos de trigoem diferentes locais, com níveis variáveis deste nutriente emtestes de solo na Anatólia Central.

Produção de grãos

- Zn + Zn Aumento

(mg kg-1) - - - (t ha-1) - - - (%)

Konya (centro) 0,13 2,8 5,9 111 Konya (Komaki) 0,11 0,2 1,4 600 Eskisehir 0,15 2,5 3,3 32 Sarayonu (Cesmelisebil) 0,25 1,1 2,3 109 Sarayonu (Gozlu) 0,38 1,1 1,5 36 Cumra 0,64 5,4 5,6 4

Média 0,28 2,2 3,3 53

Fonte: CAKMAK et al. (1996).

Figura 6. Efeito de diferentes métodos de aplicação de zinco sobre a produção de trigo e a concentração de zinco nos grãos em Anatólia Central, Turquia.Fonte: YILMAZ et al. (1997).

FERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTES

Local Zn no solo

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

quantidades de K na solução nutritiva (TRUDEL; OZBUN, 1971).As análises de frutas mostraram que o teor de licopeno aumentousignificativamente com o aumento de K, chegando a 56%. Os auto-res concluíram que o licopeno é o pigmento mais sensível à deficiên-cia de K e que, como o K é um co-fator essencial para a síntese deproteínas, sua deficiência poderia levar a taxas reduzidas das rea-ções enzimáticas envolvidas na síntese de carotenóides e seus pre-cursores. Um estudo ainda em andamento no Texas mostrou que osteores de carotenóides (licopeno e betacaroteno) e de vitamina Cem pomelo podem ser aumentados por adubação foliar com KNO

3

(B. Patil, dados não publicados, PPI/FAR Research Database, TX-45F). Também já foi demonstrado que a adubação com NPK aumen-ta o teor de licopeno e de sólidos solúveis (doçura) em melancia emoutro estudo em andamento em Oklahoma (Perkins-Veazie e Roberts,dados não publicados, PPI/FAR Research Database, OK-07F).

Além de fornecer uma fonte protéica de alta qualidade, acre-dita-se que a soja ajude na prevenção de câncer, doenças cardio-vasculares, osteoporose e que ajude a reduzir os sintomas da me-nopausa (BRUULSEMA, 2002b). A soja contém várias classes deanticarcinogênicos, incluindo isoflavonas, genisteína e daidzeína,e é a única fonte dietética significativa desses compostos. Tambémtem sido creditado às isoflavonas da soja o efeito de baixar ocolesterol e a redução na freqüência e na intensidade das “ondasde calor” em mulheres na menopausa. Uma pesquisa em Ontário, noCanadá, demonstrou que fertilizantes contendo K podem influen-ciar o teor de isoflavonas em soja (Tabela 4). O K aplicado aumen-tou o teor de isoflavonas em 13% em média em dois locais e em trêsanos do estudo. Os dois locais diferiam nos níveis de K no solo,sendo um muito baixo e outro alto, mas ambos foram semelhantesna resposta à adubação com K em termos de produção. Em locaisonde a soja não respondeu à aplicação de K, os níveis de isoflavonasnão diferiram, sugerindo que a deficiência de K reduz os níveis deisoflavonas em soja.

REFERÊNCIAS

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FERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTESFERTILIZANTES

Tabela 4. A adubação potássica aumenta a concentração de isoflavonasem sementes de soja em Ontário, Canadá; média de dois locais etrês anos.

Isoflavonas

Genisteína Daidzeína Gliciteína Total1

- - - - - - - - - - - - - (ppm) - - - - - - - - - - - - -

No sulco na primavera 938 967 146 2.051 Nenhuma 831 854 130 1.815 Aumento devido ao K (%) 13 13 12 13

1 A concentração total de isoflavonas é expressa como aglicona, a somados três componentes (ppm).

Fonte: BRUULSEMA (2002b).

CONCLUSÃO

A aplicação equilibrada e apropriada de fertilizantes comer-ciais é fator decisivo para a produção de alimentos no mundo e suaimportância continuará a aumentar à medida que a demanda poralimentos aumentar com o concomitante aumento de demanda pormelhoria da fertilidade do solo. A adubação adequada também me-lhora o nível de qualidade da cultura e dos alimentos, medido pelonível dos componentes nutricionais essenciais para a nutrição hu-mana. Os governos, os gestores de saúde pública e todos aquelesque trabalham na agricultura precisam reconhecer o papel primor-dial que os fertilizantes desempenham no fornecimento de alimen-tos ricos em nutrientes, fitoquímicos e proteínas e vitaminas deriva-dos de animais e plantas.

Aplicação de K

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 7

Jamil Constantin 1

Rubem Silvério de Oliveira Jr. 1

DESSECAÇÃO EM ÁREAS COM GRANDEDESSECAÇÃO EM ÁREAS COM GRANDEDESSECAÇÃO EM ÁREAS COM GRANDEDESSECAÇÃO EM ÁREAS COM GRANDEDESSECAÇÃO EM ÁREAS COM GRANDE

COBERTURA VEGETAL:COBERTURA VEGETAL:COBERTURA VEGETAL:COBERTURA VEGETAL:COBERTURA VEGETAL:

ALTERNATIVAS DE MANEJOALTERNATIVAS DE MANEJOALTERNATIVAS DE MANEJOALTERNATIVAS DE MANEJOALTERNATIVAS DE MANEJO

Mônica Cagnin Martins 2

Pedro Venícius Lopes 3

Alberto Leão de Lemos Barroso 4

No Boletim Informações Agronômicas no 109, demarço de 2005, fizemos considerações sobre o efeitoda dessecação de manejo sobre o desenvolvimen-

to e a produtividade das culturas semeadas posteriormente. De-monstramos que a modalidade aplique-plante (ou simplesmente AP)em áreas de alta infestação pode prejudicar o desenvolvimento ini-cial das culturas, redundando em queda de produtividade.

Em experimentos realizados na área de atuação das coopera-tivas COAMO e COPACOL, na safra 2003/2004, observou-se redu-ções de produtividade quando o sistema de manejo AP foi utiliza-do, ou seja, quando a semeadura foi realizada imediatamente ou atésete dias após a operação de manejo.

Nos trabalhos conduzidos dentro das estações experimen-tais das cooperativas, verificou-se que a dessecação 20 dias antesda semeadura resultou num incremento de produtividade da sojade 6,8 sacos ha-1 e 7,8 sacos ha-1, respectivamente, quando compa-rada com as dessecações realizadas sete dias antes da semeadura ena data da semeadura (AP). No milho, estas diferenças foram de10,9 sacos ha-1 e 18,5 sacos ha-1 a mais a favor da dessecaçãorealizada 20 dias antes da semeadura. Em experimentos conduzi-dos em seis áreas de cooperados da COAMO, na cultura da soja,as diferenças foram ainda maiores, resultando em queda média de11,23 sacos ha-1 no sistema AP em comparação com a dessecaçãorealizada 20 dias antes.

Conclui-se, desta forma, que a soja e o milho que emergirame tiveram o seu desenvolvimento inicial em meio à cobertura vege-

tal não totalmente dessecada (sistemas AP e sete dias antes doplantio) mostraram sua produtividade reduzida. Estes trabalhos fo-ram recentemente apresentados na 27a Reunião de Pesquisa de Sojada Região Central do Brasil (CONSTANTIN et al., 2005a, 2005b;OLIVEIRA Jr. et al., 2005).

Todos os sistemas testados acabam atingindo bons níveisde controle das infestantes com o decorrer do tempo. A diferençabásica entre eles está principalmente na velocidade de dessecaçãoda biomassa das plantas daninhas, o que, por sua vez, implica nograu de cobertura do solo no momento da emergência da cultura eno seu desenvolvimento inicial. Assim, para os sistemas de desse-cação sete dias antes do plantio e AP, as culturas emergiram e sedesenvolveram inicialmente sob intenso sombreamento (Figura 1),e mesmo estes sistemas atingindo uma boa dessecação aos 14 diasapós a semeadura, as plantas daninhas ainda continuavam “em pé”e sombreando o milho e a soja. O resultado deste fato foi o apareci-mento de clorose e estiolamento das culturas, retardando o desen-volvimento e culminando com menores produtividades (Figura 2).

São, portanto, evidentes os benefícios do manejo antecipa-do nas áreas de alta infestação e/ou elevada cobertura do solo porocasião da operação de manejo. No entanto, em muitas ocasiões aefetivação desta operação pode implicar no atraso da data da se-meadura da cultura, o que pode resultar em efeitos indesejáveispara a lavoura. A primeira aplicação de manejo depende do iníciodas chuvas que antecedem a semeadura de verão. Este fato ocorrepela necessidade de haver disponibilidade de água no solo para

1 Engenheiro Agrônomo, D.S., Doutor, Professor da área de Ciência das Plantas Daninhas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR;e-mail: [email protected]

2 Engenheira Agrônoma, D.S., Pesquisadora da Fundação Bahia.3 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador da Fundação Bahia.4 Engenheiro Agrônomo, D.S., Doutor, Professor do Departamento de Agronomia da Fundação do Ensino Superior de Rio Verde (ESUCARV).

Figura 1. Eficiência da dessecação dos diferentes manejos – aplique-plante (AP), dessecação sete dias antes do plantio (7 DAP) e dessecação 20 diasantes do plantio (20 DAP) – aos sete dias após o plantio.

Aplique-plante (AP) 7 DAP

DESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃO

20 DAP

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

que os herbicidas sistêmicos utilizados na primeira aplicação demanejo possam ser adequadamente absorvidos e translocados.Também é esperado que, entre a primeira e a segunda aplicação demanejo, haja a ocorrência de chuvas que estimulem a germinaçãodo primeiro fluxo de plantas daninhas.

Haverá ocasiões nas quais não será possível realizar duasaplicações de manejo, seja por questões de logística da proprie-dade, seja pelo atraso do início das chuvas ou mesmo pela resis-tência do produtor em adotar o sistema de manejo antecipado.Partindo do pressuposto que a decisão tomada privilegiou umaúnica aplicação de manejo em áreas-problema, é necessário traçarnovas estratégias eficazes para evitar a interferência negativa dabiomassa sobre a emergência e o desenvolvimento inicial das cul-turas semeadas.

Devido à natureza sistêmica dos herbicidas tradicionalmen-te utilizados em manejo (glyphosate e 2,4-D), o efeito sobre as

plantas daninhas é lento e a cobertura demoraalguns dias para morrer completamente. Uma daspossibilidades interessantes para acelerar este pro-cesso seria a associação destes princípios ativoscom outros de ação mais rápida. Com este objeti-vo, novos experimentos antecedendo a semea-dura da soja foram conduzidos pela Universida-de Estadual de Maringá, na safra 2004/2005, nointuito de estudar opções que viabilizassem talpossibilidade.

Nestes trabalhos, conduzidos em várias lo-calidades do Brasil pela Universidade Estadual deMaringá em conjunto com instituições como aESUCARV e a Fundação Bahia, ficou evidente queuma das alternativas viáveis seria a associação deglyphosate com flumioxazin. Dentre os aspectosfavoráveis desta associação, em comparação coma utilização de glyphosate isoladamente (Figura 3),destacam-se a maior velocidade de dessecação dabiomassa presente, estabelecendo melhores con-dições de emergência para a cultura, a maximizaçãode controle de espécies consideradas de difícilcontrole (corda-de-viola, erva-quente, apaga-fogo)e um efeito residual no controle do primeiro fluxode infestação da cultura (Figura 4). A conjunção

destes três fatores permite a emergência no limpo e impede o som-breamento inicial da cultura, além de retardar a instalação da infes-tação de plantas daninhas.

Como benefícios adicionais, em função da inibição do pri-meiro fluxo de emergência de plantas daninhas, pode-se conseguiruma postergação da época de aplicação do controle pós-emergentenas culturas, o que, no caso de culturas como a soja, por exemplo,implica no aumento da tolerância da cultura aos herbicidas utiliza-dos. A médio e longo prazos, tal manejo permite prever a redução dadensidade dos bancos de sementes de plantas daninhas presentesno solo, o que permite supor a maior facilidade no controle dasmesmas. Um outro aspecto interessante é que, dentro do panoramade intensificação do uso de glyphosate, em virtude das culturastransgênicas, a utilização de um outro herbicida com mecanismo deação distinto pode prevenir ou retardar o aparecimento de biótiposresistentes de plantas daninhas.

DESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃO

Figura 2. Estiolamento e clorose da soja no manejo AP comparado ao manejo 20 DAP,ambos aos 14 dias após o plantio.

Figura 3. À esquerda, emergência da soja no tratamento glyphosate (AP) aos sete dias depois do plantio; à direita, emergência da soja no tratamentoglyphosate + flumioxazin 50 g (AP) aos sete dias depois do plantio.

20 DAP Aplique-plante (AP)

Glyphosate + flumioxazin 50 g (AP)Glyphosate (AP)

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 9

Os experimentos demonstraram que, principalmente nos pri-meiros dez dias após a aplicação da associação glyphosate +flumioxazin, a velocidade de dessecação da biomassa vegetal foiaproximadamente o dobro daquela observada nas áreas com gly-phosate isoladamente. Este fato permitiu um melhor desenvolvi-mento inicial da soja, evitando quedas de produtividade mesmo emáreas onde se realizou o manejo na modalidade AP e que apresenta-vam grande cobertura vegetal .

Em experimento conduzido na região de Ponta Grossa (PR),cuja infestação predominante era de Brachiaria plantaginea co-brindo totalmente o solo e com altura por volta de um metro, quan-do se realizou o AP com glyphosate isoladamente a perda em pro-dutividade na soja foi de quase 12 sacas ha-1. Nesta mesma modali-dade de manejo, quando se utilizou glyphosate + flumioxazin tam-bém foram observadas perdas, mas num montante de menos de8 sacas ha-1. Por outro lado, quando a operação de manejo foi reali-zado três dias antes da semeadura, o glyphosate isolado acarretouuma perda de 8 sacas ha-1, ao passo que a associação dele comflumioxazin eliminou as perdas de produtividade. Desta forma,viabilizou-se uma alternativa para evitar a necessidade de duasoperações de manejo em áreas de alta infestação, sem que hajaprejuízos na produtividade.

Em experimento conduzido em Luis Eduardo Magalhães(BA), onde a cobertura do solo pelas plantas daninhas era da or-dem de 40% a 50%, o AP com glyphosate isolado resultou em perdade 6,7 sacas ha-1. Com a associação com o flumioxazin, estas perdasnão ocorreram.

Em área experimental estabelecida em Rio Verde (GO), cujainfestação era predominantemente de Alternanthera tenella (apa-ga-fogo), o AP com glyphosate resultou em perdas de 12,2 sacas ha-1

e quando o manejo foi realizado três dias antes da semeadura asperdas foram de 9,9 sacas ha-1. Já para a associação com flumioxazin,quer seja no AP ou três dias antes, não houve decréscimos deprodutividade.

Em outra área que recebeu o mesmo experimento, cominfestação de Parthenium hysterophorus (losna-branca), em Ma-ringá (PR), os resultados obtidos foram semelhantes aos anterio-res. No manejo AP ou na dessecação três dias antes da semeadu-ra, a utilização de glyphosate resultou em perdas de 6,6 sacas ha-1 ede 7,7 sacas ha-1, respectivamente, ao passo que a associação comflumioxazin, em ambos os casos, não afetou a produtividade. NaFigura 5 é possível observar como o sistema de manejo afetou odesenvolvimento da soja, com desenvolvimento normal nas áreasonde a dessecação foi acelerada com o flumioxazin e com o estio-lamento das plantas nas áreas onde a dessecação foi mais lenta(glyphosate isoladamente).

Figura 5. Efeito de diferentes sistemas de manejo sobre o desenvolvi-mento da soja, 24 dias após a semeadura: glyphosate isola-damente (à esquerda) e glyphosate + flumioxazin na dose de50 g ha-1 (centro) e de 80 g ha-1 (à direita).

Comprova-se, desta forma, que o fato de se poder acelerara morte da cobertura vegetal constitui um componente muito im-portante no desenvolvimento e, por conseqüência, na produtivi-dade das culturas semeadas posteriormente. A associação deglyphosate com flumioxazin demonstrou ser uma opção viávelpara a utilização desta proposta de manejo. Com base nos resulta-dos apresentados, conclui-se que, numa condição de aceleraçãoda morte da cobertura vegetal, torna-se possível a semeadura emum curto espaço de tempo após a dessecação, evitando-se gran-des perdas na produtividade.

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GLY GLY + FMZ 50 GLY + FMZ 80

DESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃODESSECAÇÃO

Figura 4. Emergência da sementeira de plantas daninhas em sistema AP aos 24 dias após o plantio (época de aplicação do pós-emergente).

Glyphosate + flumioxazin 50 gGlyphosate Glyphosate + flumioxazin 80 g

10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

A lguns livros técnicos, de texto ou de referência, sãoparecidos com certas pessoas – apresentam a ten-dência de engordar com a idade. Idade, no caso

dos livros, significa edições sucessivas. Veja-se, por exemplo, oslivros sobre Nutrição Mineral de Plantas de H. Marschner e deMengel & Kirkby: se continuar a tendência, uma nova edição doúltimo sairá em dois volumes...

Acaba de aparecer a segunda edi-ção do livro de Emanuel Epstein, “enxu-to” como a primeira – Emanuel Epstein &Arnold J. Bloom. Mineral Nutrition ofPlants: Principles and Perspectives. Sun-derlard, Massachusetts: Sinauer Asso-ciates, Inc. Publishers, 2005. 400 p.

A primeira edição saiu em 1972 eem 1975 a Editora da USP publicou a tra-dução feita por mim. No prefácio os auto-res assinalam sua posição: 1. o livro nãotentará ser completo como uma enciclo-pédia; 2. em assuntos controvertidos eles(os autores) tomam partido em vez de deixar o leitor com um saco deconclusões diferentes. A apresentação material do livro é muitomelhor que a da primeira edição – do papel às figuras em cores eilustrações várias. Com isso, a leitura e o manuseio ficam mais agra-dáveis. O que ajuda o objetivo dos autores em apresentar umavisão de conjunto com começo, meio e fim.

No Capítulo 1 é definido o objetivo do estudo da nutrição deplantas – a aquisição dos nutrientes e as suas funções na vida dasplantas. É apresentado um histórico da pesquisa começando porAristóteles, passando por Liebig e chegando a Hoagland, orientadorde E. Epstein no doutorado em Berkeley. A principal contribuiçãode Liebig seria a de ter posto fim a teoria dos humistas. O papel deleno desenvolvimento da indústria de adubos não é mencionado,sendo dada muita ênfase aos seus erros, o que não é justo.

Os meios para a nutrição de planta são o assunto do Capítu-lo 2: o solo, os meios artificiais, as soluções nutritivas. É detalhadoo comportamento das raízes no solo, sendo apresentadas fotos dosrizotrons (rhizotrons), dispositivos que estiveram na moda há algu-mas décadas e que agora voltam – interesse renovado pela metadeescondida da planta: o livro homônimo não é citado.

Os componentes inorgânicos das plantas, água e minerais,são tratados no Capítulo 3. A meu ver, é feita uma confusão nadiscussão dos critérios de essencialidade estabelecidos por Arnon& Stout e Arnon. É esquecido que, na verdade, foram estabelecidosdois critérios – o direto e o indireto. E Epstein & Bloom, depois de

NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS:NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS:NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS:NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS:NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS:

PRINCÍPIOS E PERSPECTIVASPRINCÍPIOS E PERSPECTIVASPRINCÍPIOS E PERSPECTIVASPRINCÍPIOS E PERSPECTIVASPRINCÍPIOS E PERSPECTIVAS(Segunda Edição)

1 Pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Piracicaba-SP; e-mail: [email protected]

considerar impróprio o segundo, propõe ambos com redação pou-co diferente da original. O silício, corretamente, não é consideradoessencial. Entretanto, erradamente, o mesmo tratamento é dado aoselênio, que satisfaz o critério direto de essencialidade. A análise detecidos em relação com o crescimento é discutida resumidamente.Depois de um resumo geral dos sintomas de deficiência, no qual é

feita a citação do livro de Malavolta et al.(1962), entre outros, segue-se o tratamentoindividual de cada elemento, inclusive a“orelha de rato” da pecan, causada pelafalta de níquel em condições de campo.

Toda a Parte II tem a denomina-ção genérica de Transporte. O Capítulo 4ensina a absorção de nutrientes pela plan-ta. Começa com a membrana, continuacom a parede celular e apoplasto e de-pois segue com a absorção passiva e ati-va dos solutos. As ilustrações coloridasajudam a entender ainda mais o texto. Acinética da absorção é detalhada, o mes-mo acontecendo com a energética do

processo, o papel da ATPase, os transportadores e os canais trans-membranas.

O movimento radial na raiz e o transporte a longa distânciasão a matéria do Capítulo 5. Neste caso, também a beleza e a clare-za das ilustrações fazem justiça ao texto muito claro. O movimentoda água e dos íons para a parte aérea é descrito em seguida, junta-mente com as teorias a respeito e os dados do experimento clássi-co de Stout & Hoagland (1939). A redistribuição dos elementosdentro da planta, a lixiviação, a gutação e a excreção de sais termi-nam o Capítulo.

O dilema do movimento descendente dos alimentos (orgâni-cos) e dos nutrientes (minerais) resolvido por Mason & Maskell(1928) é a matéria do Capítulo 6 em que os sistemas de vasos doxilema e do floema são escritos e claramente ilustrados – não foiesquecida a figura do afídeo com o estilete enfiado no floema. ATabela 6.1 classifica os elementos minerais quanto à sua mobilidadeno floema: o S é considerado móvel, o que não concorda com osintoma de deficiência que aparece nas folhas mais novas. Fe, Mn,Zn, Cu e Mo aparecem como intermediários. Entre os imóveis estãoo Ca e o B. O último está em duas colunas, aparecendo tambémentre os móveis devido às espécies em que se liga e é transportadocomo éster de polióis.

A Parte III cuida do “Metabolismo e Crescimento”. O títulodo Capítulo 7 é Nitrogênio e Enxofre: um Conto de Dois Nutrientes– uma clara alusão ao conto de Charles Dickens – um Conto de

Eurípedes Malavolta 1

RESENHARESENHARESENHARESENHARESENHA

É lembrado que a RevoluçãoVerde foi devida largamente

à capacidade das cultivares deporte baixo em repartir mais N

para o grão e menos paracolmos e folhas.

Em conseqüência, a responderà adubação nitrogenada sem

acamar.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 11

Duas Cidades. As diferenças quantitativas entre os dois elementossão apontadas bem como a sua conseqüência nas doses de fertili-zantes aplicadas. Há um cochilo: são mencionadas apenas ênfasesao meio ambiente e aos segmentos do ciclo desse elemento, inclu-sive à fixação biológica. Outra alusão literária é feita na descrição deplantas carnívoras – Pequena Loja de Horrores, nome de uma peçateatral da Broadway. A redução e a assimilação do nitrato são deta-lhadas e, como de costume, bem ilustradas. Em seguida, o mesmo éfeito com o S. É assinalado o alto consumo de energia respiratóriapara a redução do NO

3 e do SO

4 em plastídeos, com a participação

de ferredoxina.

No Capítulo 8, “Metabolismo Mineral”, é dado um trata-mento muito original quanto às funções dos elementos: nutrientesque são parte integral de compostos de carbono (N, S); nutrienteessencial para armazenamento e uso da energia e no genoma (P);nutrientes associados com a parede celular (Ca, B, Si); nutrientesque são constituintes de enzimas ou outros compostos essenciaisdo metabolismo (Mg, Fe, Mn, Zn, Cu, Ni, Mo); nutrientes que sãoativadores ou que controlam a atividade de enzimas (K, Na, Cl, Mg,Ca, Mn, Fe, Zn, Cu); nutrientes que servem como contra-íons paracargas positivas ou negativas (K, Na, NO

3, Cl). Em seguida, os

papéis exercidos pelos elementos são descritos e ilustrados, sendodada ênfase ao Ca, que deixou de ser sim-plesmente o tradicional componente dalamela média e neutralizador de ácidos or-gânicos do citosol.

“Nutrição e Crescimento” são oassunto do Capítulo 9. Começa com anutrição das sementes, passa pelos es-tágios de desenvolvimento e pela regu-lação da nutrição pela própria planta.Discute a relação entre nutrientes, pro-dutividade primária e fotossíntese e ter-mina discutindo os conceitos de eficiên-cia nutricional.

A Parte IV tem o título geral “He-reditariedade e Ambiente” e o Capítulo10 é intitulado “Genética Fisiológica eBiologia Molecular”. As relações entrecontrole genético e nutrição mineral são preocupação de Epsteindesde 1964. É lembrado que a Revolução Verde foi devida larga-mente à capacidade das cultivares de porte baixo em repartir maisN para o grão e menos para colmos e folhas. Em conseqüência, aresponder à adubação nitrogenada sem acamar. Genes múltiploscodificam as ATPases do plasmalema e do tonoplasto. Canais queatuam na absorção do K foram os primeiros a ser caracterizadosao nível molecular. Os genes que codificam os canais para Caainda não foram codificados. Os transportadores de metais pesa-dos caem em quatro famílias de ATPases. Transportadores parafosfato e sulfato foram identificados. A aplicação da biologiamolecular à nutrição mineral começa a ser explorada no melhora-mento das plantas para aumentar as colheitas através da eficiên-cia maior do adubo, tolerância às condições desfavoráveis, biorre-mediação e valor nutritivo.

O Capítulo II trata de “Ecologia e Distúrbios (stress) Am-bientais”. A palavra-chave do capítulo é adaptação: o organismousa o ambiente nos aspectos vantajosos para as suas necessida-des fisiológicas e ao mesmo tempo suporta os fatores que lhe sãodesfavoráveis. Parte da adaptação é a plasticidade fenotípica. Asassociações micorrízicas têm o seu papel na adaptação devido àcapacidade de aumentar a absorção de nutrientes em meios defi-

cientes, stress não definida (ou seria definido?), podendo tomarvárias formas: congelamento, alta temperatura, seca, enchar-camento, deficiências ou excessos de nutrientes. No caso dosdistúrbios nutricionais (stress minerais) são definidas as princi-pais condições: salinidade, sodicidade, toxidez de alumínio e demetais pesados, deficiências de micronutrientes, baixa relaçãoCa/Mg, baixa fertilidade. Mecanismos de tolerância a metais pe-sados são descritos resumidamente bem como a diferenciaçãoecotípica.

“Grande Retrato: Passado, Presente, Futuro” é o título doCapítulo 12. É relatada uma breve história do mundo, começandocom o big bang de 4,5 x 109 anos atrás em que se formou a cansadavagabunda terra de Manuel Unamuno (não citado). O papel daplanta verde em modificar o ambiente – fotossíntese, principalmen-te – é enfatizado.

Em seguida, são descritas as variações em fatores da atmos-fera – CO

2, temperatura, teor de gases do efeito estufa. São ofereci-

das explicações para o fato que as concentrações elevadas de CO2

aumentam a serrapilheira a qual, entretanto, contém menos nitrogê-nio. A implicação desse fato é que o teor de proteína dos alimentosdeve cair quando sobe a concentração de gás carbônico no meio. Ociclo do fósforo e do potássio são resumidos mencionando-se que

a falta do primeiro limita a produção emmuitos lugares. Entretanto, a implicaçãodo consumo crescente de P é considera-da apenas do ponto de vista do preço – oque levaria a uma OPEC do fósforo. A con-seqüência do esgotamento das reservasde rocha fosfática para o crescimento dahumanidade não foi enfocada.

O capítulo termina com prediçõesou especulações. Mais genes serão codi-ficados para os transportadores. Plantasdo gênero Brassica foram feitas toleran-tes à salinidade graças à Engenharia Ge-nética. A mesma técnica está sendo tenta-da para obter espécies acumuladoras demetais pesados tóxicos as quais poderi-am ser usadas para fitorremediação. É pro-

vável que sejam identificados transportadores para sódio, por exem-plo, os quais serão transferidos para culturas com o fim de aumentara tolerância à salinidade. O que se segue não é do livro: possibilida-de de codificar genes responsáveis pela tolerância aos excessos deAl, Mn e baixos níveis de Ca e Mg do sapé ou da samambaia eintroduzi-los no feijão ou na soja. É possível que sejam identifica-dos compostos que sirvam como sinais para guiar a raiz no sentidodo gradiente de concentração, promovendo o seu crescimento demodo semelhante ao que fazem hormônios e auxinas. Poderão serdesenvolvidas variedades mais ricas em micronutrientes, Fe, porexemplo, destinados à alimentação humana. Culturas adaptadas àirrigação com água do mar poderão ser desenvolvidas, desse modoeconomizando água doce e, em parte, fertilizantes. O crescimentoda população põe pressão na produção de alimentos de baixo cus-to, o que tem implicações agronômicas e políticas as quais devemser compatibilizadas, lembrando que adubar será preciso. No finalhá uma volta à absorção de nutrientes pelas raízes e ao papel destasno mundo de hoje e de amanhã.

Concluindo. Trata-se de um livro abrangente, sem ser enci-clopédico. É escrito em linguagem agradável, na qual não faltammuitas vezes bom humor e ironia. Epstein e Bloom estão de para-béns.

RESENHARESENHARESENHARESENHARESENHA

As associações micorrízicastêm o seu papel na adaptação

devido à capacidade deaumentar a absorção de

nutrientes em meiosdeficientes, stress não

definida (ou seria definido?),podendo tomar várias formas:

congelamento, alta temperatura,seca, encharcamento,

deficiências ou excessosde nutrientes.

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

DIVULGANDO A PESQUISA

Notas do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegraGrifos nos textos, para facilitar a leitura dinâmica, não existem na versão original

1. APLICAÇÃO TARDIA DE NITROGÊNIO NO FEIJOEIROEM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO

SORATTO, R. P.; CRUSCIOL, C. A. C.; SILVA, L. M. da; LEMOS,L. B. Bragantia, v. 64, n. 2, p. 211-218, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A adoção de técnicas que possibilitem a maximização daeficiência do uso de nitrogênio pelo feijoeiro é de extrema importân-cia para aumentar a produtividade e qualidade de grãos, reduzir ocusto de produção e evitar contaminação ambiental. O objetivo destetrabalho foi avaliar a resposta do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) àaplicação de nitrogênio em cobertura nos estádios V

4 e no início do

R7, em sistema de plantio direto. O delineamento experimental foi em

blocos ao acaso, em esquema fatorial 2 x 4, com quatro repetições.Os tratamentos foram constituídos pela aplicação de dois níveis deN (0 e 90 kg ha-1) no estádio V

4, combinados com quatro níveis de N

(0, 30, 60 e 120 kg ha-1) no início do estádio R7.

Quando não foi realizada adubação nitrogenada de cobertu-ra no estádio V

4, a aplicação de N no início do estádio R

7 aumentou

a produtividade de grãos do feijoeiro em sistema de plantio direto. Aprodutividade máxima de grãos foi obtida com a aplicação exclusivade 90 kg ha-1 de N no estádio V

4, sendo necessárias, para atingir o

mesmo nível de produtividade, maiores doses de N quando aplica-das apenas em R

7. Quando é realizada aplicação de N em V

4, aduba-

ções adicionais em R7 não resultam em aumento de produtividade.

A aplicação de N em cobertura no estádio V4 foi mais eficiente do

que a aplicação em R7, acarretando em maior incremento na produ-

tividade por unidade do nutriente aplicado. A aplicação de N emcobertura, nos estádios V

4 e início do R

7, proporcionou aumento no

teor de proteína nos grãos do feijoeiro.

2. RECUPERAÇÃO DO NITROGÊNIO DA MISTURA DEURÉIA E SULFATO DE AMÔNIO POR PLANTAS DE MILHO

VILLAS BÔAS, R. O.; BOARETTO, A. E.; GODOY, L. J. G. de;FERNANDES, D. M. Bragantia, v. 64, n. 2, p. 263-272, 2005.(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000200014&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A mistura de uréia com fertilizantes de características ácidasaplicada ao solo pode aumentar a concentração de íons H+ próxi-mos do grânulo e promover a redução da perda de N por volati-lização. O experimento foi desenvolvido em vasos com 15 kg deLatossolo Vermelho textura média, sob túnel plástico, em Botucatu(SP), nos quais foram cultivadas plantas de milho (duas plantas porvaso) até o pendoamento (66 dias após a emergência - DAE). Comotratamentos foi realizada a adubação (100 mg dm-3 N), no estádio decinco folhas (30 DAE) utilizando os seguintes fertilizantes ou mis-turas físicas: (1) uréia (UR), enriquecida com 15N; (2) sulfato deamônio (SA), enriquecido com 15N; (3) sulfnitro (80% de N-UR e20% de N-SA no mesmo grânulo); (4) mistura de UR (80% N) e SA(20% N e enriquecido com 15N); (5) mistura de UR (50% N) e SA(50% N), enriquecidos com 15N; (6) mistura de UR (50% N) e SA

4. NÍVEL CRÍTICO DE RESPOSTA DAS CULTURAS AOPOTÁSSIO EM UM ARGISSOLO SOB SISTEMAPLANTIO DIRETO

BRUNETTO, G.; GATIBONI, L. C.; SANTOS, D. R. dos; SAGGIN,A.; KAMINSKI, J. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 29,n. 4, p. 565-571, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0100-06832005000400009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

O nível crítico de potássio usado para a recomendação deadubação em solos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina com CTCa pH 7,0 entre 5,1 e 15,0 cmol

c dm-3 é de 60 mg dm-3, embora tenha

sido de 80 mg dm-3 até 2002. Este trabalho foi realizado com o obje-

3. VOLATILIZAÇÃO DE AMÔNIA COM APLICAÇÃO DEURÉIA NA SUPERFÍCIE DO SOLO, NO SISTEMA PLANTIODIRETO

ROS, C. O. da; AITA, C.; GIACOMINI, S. J. Ciência Rural, v. 35,n. 4, p. 799-805, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782005000400008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

Com o objetivo de avaliar o efeito dos resíduos culturais deaveia preta (Avena strigosa), dispostos na superfície do solo, nasperdas de N por volatilização de amônia, conduziu-se um experi-mento a campo, em 2002/03, na UFSM (RS), em um Argissolo Verme-lho distrófico arênico. O delineamento experimental foi o inteira-mente casualizado, com três repetições. Os tratamentos constituí-ram da aplicação de uréia no milho, na presença e na ausência deresíduos culturais de aveia, em três épocas (pré-semeadura, semea-dura e em cobertura). A uréia foi aplicada a lanço, sem incorporaçãoao solo, na dose equivalente a 50 kg ha-1 de N, em cada época.

Os resíduos culturais diminuíram os fluxos de volatilizaçãode amônia quando eles proporcionaram maior umidade do solo nomomento da aplicação da uréia, em relação ao solo descoberto. Emcondições semelhantes de umidade de solo, entre os tratamentoscom e sem resíduos culturais, houve maior volatilização de amôniaquando a uréia foi aplicada sobre os resíduos culturais. Quandoocorreu chuva no dia posterior à aplicação da uréia não houve efeitodos resíduos culturais na volatilização de amônia. Na soma dastrês épocas de aplicação de uréia na cultura do milho, a quantidadede amônia volatilizada não diferiu entre os tratamentos com e semresíduos culturais, com média de 17% de perda do N-uréia aplicado.

(50% N e enriquecido com 15N), (7) mistura de UR (50% N) e SA(50% N), enriquecido com 15N, diluídos em água (solução contendo3% de N) e mais um tratamento que não recebeu N.

A mistura de UR e SA não promoveu aumento na recupe-ração do N da uréia na planta de milho. Do total de 15N-fertili-zante aplicado, aproximadamente 67% foram recuperados pelaplanta de milho (29% nas folhas, 25% no caule e 13% nasraízes) e 6% no solo, com uma perda estimada de 27%. O 15Nda uréia foi recuperado em menor quantidade no caule em rela-ção ao N do sulfato de amônio.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 13

6. MOBILIDADE DE ÍONS EM SOLO ÁCIDO COMAPLICAÇÃO DE CALCÁRIO E MATERIAL VEGETALEM SUPERFÍCIE

MORAES, M. F. de. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tro-pical e Subtropical) – Instituto Agronômico, Campinas-SP, 2005.80 p.

O cultivo das culturas de grãos em sistemas plantio direto(SPD) está sendo largamente adotado no Brasil. Neste sistema acalagem é realizada na superfície do solo. A eficiência da correçãoda acidez da camada subsuperficial pela aplicação de calcário napresença de materiais vegetais de plantas de cobertura é contro-vertida e faltam informações sobre os mecanismos envolvidos noprocesso. O objetivo deste trabalho foi quantificar a contribuiçãodos materiais vegetais de plantas de cobertura, com ênfase nosseus teores de ácidos orgânicos de baixa massa molar e nutrientessolúveis, sobre a mobilização, no perfil do solo, dos produtos dadissolução do calcário aplicado em superfície. Foram conduzidostrês experimentos em laboratório usando cilindros de PVC comcolunas de 20 cm de solo de amostras deformadas de um LatossoloVermelho, textura muito argilosa. Os experimentos foram dispostosem delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Ostratamentos constituíram da aplicação isolada ou conjunta de cal-

5. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS EM NOVEGENÓTIPOS DE MARACUJÁ-AZEDO CULTIVADO SOBTRÊS NÍVEIS DE ADUBAÇÃO POTÁSSICA

FORTALEZA, J. M.; PEIXOTO, J. R.; JUNQUEIRA, N. T. V.;OLIVEIRA, A. T. de; RANGEL, L. E. P. Revista Brasileira deFruticultura , v. 27, n. 1, p. 124-127, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-29452005000100033&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

Avaliou-se o efeito de três níveis de adubação potássicanas características físicas e químicas dos frutos de nove genótiposde maracujazeiro-azedo (Passiflora edulis Sins. var. flavicarpa Deg.).Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, em esquemafatorial 9 x 3, sendo nove genótipos de maracujazeiro e três níveisde adubação potássica (0, 640 e 1.280 kg ha-1 ano-1 de K

2O),

totalizando 27 tratamentos, com quatro repetições.

Verificou-se maior influência do potássio sobre as caracterís-ticas físicas do maracujá-azedo. O rendimento total foi linear com aaplicação de potássio. Houve efeito quadrático das doses de potássiosobre o comprimento do fruto, na relação comprimento/diâmetro,na espessura de casca e no número médio de sementes por fruto.

tivo de validar o nível crítico de potássio adotado nas culturas dasoja, do milho e do sorgo. O trabalho foi composto por dois experi-mentos, instalados na área experimental do Departamento de Solosda UFSM sobre um Argissolo Vermelho distrófico arênico. O pri-meiro experimento foi instalado em 1991 e realizado até 2002, oca-sião em que foram aplicadas quatro doses de potássio (0, 60, 120 e180 kg ha-1 de K

2O) na parcela, a cada quatro anos, e reaplicados

60 kg ha-1 de K2O nas subparcelas, em 0, 1, 2 ou 3 anos. O segundo

experimento foi realizado de 1995 a 2002 e os tratamentos constaramde cinco doses de potássio (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1 ano-1 de K

2O).

Os resultados obtidos mostraram que o nível crítico depotássio extraído com Mehlich-1 no Argissolo estudado foi de42 mg dm-3. Para estes solos, com a utilização do novo nível críticoestabelecido pela Comissão de Química e Fertilidade do Solo - RS/SC,foi possível atingir mais de 95% do rendimento máximo das culturas.

cário (equivalente a 6,1 t ha-1) e materiais vegetais (equivalente a20 t ha-1) de nabo forrageiro e aveia preta, bem como das suasrespectivas soluções equivalentes de ácidos orgânicos e sais neutros.

Nos experimentos 1 e 2 foram feitas lixiviações com soluçãoequivalente a um volume de poro ou 84,4 mm de chuva imediata-mente e dez dias após aplicação dos tratamentos. No experimento 3,as lixiviações foram realizadas aos 10, 30 e 45 dias após a aplicaçãodos tratamentos, correspondendo à adição total de 253,2 mm dechuva. Análises químicas foram realizadas nas amostras de solos,lixiviado e material vegetal residual coletadas de cada experimento.Além das análises químicas de rotina, nas soluções lixiviadas reali-zou-se a quantificação dos ácidos orgânicos presente e pela técni-ca da especiação iônica foram determinadas as formas de alumínio.A calagem, isolada ou associada, promoveu a redução da acidezsomente na camada superficial (0-8 cm). A presença de materiaisvegetais teve influência relativamente pequena na mobilização deCa e Mg para as camadas inferiores. Nas condições estudadas,devido à baixa taxa de recuperação dos ácidos orgânicos adiciona-dos (≤≤≤≤≤ 7,2%), os dados obtidos sugerem que os ácidos orgânicospresentes na matéria seca do nabo forrageiro foram rapidamentedegradados ou adsorvidos aos colóides do solo, tendo pouca in-fluência na mobilização de cátions. No experimento 3, as duaslixiviações adicionais não contribuíram para aumentar a mobilizaçãode bases provenientes do calcário. Parte substancial da mobilizaçãode íons pela aplicação de material vegetal de nabo forrageiro de-veu-se ao conteúdo de bases do próprio material em vista da altasolubilidade em água do conteúdo trocável, sendo os efeitos maispronunciados na camada superficial. As concentrações de Al nassoluções lixiviadas foram baixas (< 0,1 a 2,4 mmol

c L-1). Porém, a

especiação iônica mostrou redução da porcentagem de Al livre (e oaumento correspondente de outras espécies químicas de Al) so-mente nas lixiviações realizadas imediatamente após a aplicaçãodos tratamentos, provavelmente devido à rápida degradação dosácidos orgânicos liberados pelo material vegetal.

Concluiu-se que a presença de materiais vegetais teve pou-ca influência na mobilização no perfil do solo dos produtos da dis-solução do calcário aplicado em superfície.

7. OXIDAÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DO ENXOFREELEMENTAR EM SOLOS DO BRASIL

HOROWITZ, N. Tese (Doutorado)–Universidade Federal do RioGrande do Sul, Porto Alegre-RS, 2003. 109 p.

O uso do enxofre (S) elementar como fertilizante, isola-damente ou associado a fórmulas NPK, pode reduzir os custos deadubação em solos deficientes de enxofre. Com o objetivo de avaliara viabilidade de utilização do S elementar como fonte de nutrientepara as plantas foram realizados cinco estudos com 42 amostras desolos de vários Estados do Brasil. A incubação das amostras dossolos com S elementar a 27oC demonstrou que estes solos têmcapacidade de oxidar S elementar a S-sulfato, forma disponível àplanta. As taxas de oxidação obtidas variaram entre 1,95 mg cm-2

dia-1 de S0 e 65,70 mg cm-2 dia-1 de S0 e apresentaram, entre osatributos dos solos estudados, correlação positiva com o teor dematéria orgânica e correlação negativa com o teor de alumínio e como teor de enxofre. Porém, a interação entre os atributos dos solos foio que melhor explicou a oxidação do S elementar. Métodos quedeterminam o teor de sulfato no solo, após seis dias de incubaçãocom S elementar, foram inadequados para estimar a taxa de oxidaçãoquando comparados aos métodos que utilizam, para esta estimativa,o S elementar remanescente no solo.

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

9. PRODUTIVIDADE DE FEIJÃO NO SISTEMA PLANTIODIRETO COM APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E ZINCO

FAGERIA, J.K.; STONE, L.F. Pesquisa Agropecuária Brasileira,v. 39, n. 1, p. 73-78, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000100011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A acidez dos solos de cerrado é um dos fatores mais limi-tantes na produtividade das culturas, e a deficiência de micronu-trientes desses solos está relacionada com o aumento do pH. Oobjetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de calcárioe Zn na produtividade do feijão, em Latossolo Vermelho distróficotípico. O experimento foi realizado no campo durante três anos con-secutivos. As doses de calcário aplicadas foram 0, 12 e 24 Mg ha-1

(= t ha-1) e de Zn, 0, 5, 10, 20, 40 e 80 kg ha-1.

Houve aumento significativo na produtividade do feijão coma aplicação de calcário, porém não houve resposta à aplicação dezinco. Foram estabelecidos valores adequados de algumas proprie-dades químicas do solo para a cultura do feijoeiro. Considerando amédia de duas profundidades (0-10 e 10-20 cm), estes valores foram:pH 6,6; Ca, 4,0 cmol

c kg-1; Mg, 1,2 cmol

c kg-1; H+Al, 2,4 cmol

c kg-1;

saturação por acidez, 33,9%; CTC, 7,9 cmolc kg-1; saturação por

bases, 69,3%; saturação por Ca, 46,8%; saturação por Mg,15,3%; saturação por K, 4,2%; relação Ca/Mg, 4,6; relação Ca/K,19,1 e relação Mg/K, 6,7.

8. DINÂMICA DA CALAGEM SUPERFICIAL EM UMLATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO

FIDALSKI, J.; TORMENA, C. A. Revista Brasileira de Ciênciado Solo, v. 29, n. 2, p. 235-247, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832005000200009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

As alterações químicas do solo após a calagem superficialvariam de acordo com o tempo e as precipitações pluviais. Com oobjetivo de avaliar as alterações das características químicas deum Latossolo Vermelho distrófico textura média de camada su-perficial arenosa, foi instalado um experimento em blocos ao acaso,com quatro doses de calcário dolomítico (0; 2,4; 4,8 e 7,2 t ha-1) etrês repetições, em 1999, no município de Alto Paraná, regiãonoroeste do Paraná. O calcário foi distribuído sobre resíduos deBrachiaria decumbens nas entrelinhas de um pomar de laranja emformação. As parcelas experimentais foram constituídas de 310 m2,compostas por 15 plantas em três linhas com cinco plantas cada.As amostras de solo foram coletadas nas entrelinhas das três plantascentrais da parcela nas camadas de 0-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,20, 0,20-0,40 e 0,40-0,60 m de profundidade, aos 4, 12, 18, 24, 31 e 37 mesesapós a distribuição do calcário, correspondendo alternadamente àsépocas de amostragens de solo em períodos de alta e baixa precipitaçãopluvial. As análises de variância foram efetuadas por meio do modelomatemático de blocos ao acaso no esquema de parcela subsub-dividida com medidas repetidas no tempo (ano, época do ano emfunção da precipitação pluvial e doses de calcário), utilizadas nasanálises de regressões pela técnica dos polinômios ortogonais.

Os resultados mostraram que a máxima alteração das caracte-rísticas químicas do solo foi obtida a partir de doses de calcáriosuperiores ao dobro da necessidade de calcário, convencionalmentedeterminada pelo método de saturação por bases para elevá-la a70%, na profundidade de 0,20 m. A amostragem de solo após o períodode maior precipitação pluvial foi indispensável ao ajuste dos dadosda saturação por bases na camada de 0-0,05 m. As alterações dosteores de Ca2+ limitaram-se à camada de 0-0,10 m, enquanto os teo-res de Mg2+ aumentaram progressivamente do primeiro ao terceiroano a 0-0,60 m de profundidade. Os teores de Mg2+ mantiveram-seassociados à correção da acidez do solo (pH e H + Al) e à elevaçãodos valores de saturação por bases na profundidade de 0,10-0,20 m,na qual foi constatada a menor relação de Ca2+/Mg2+ (1,06). A máximaresposta da calagem superficial ocorreu no terceiro ano da apli-cação da calagem superficial e na camada de 0-0,10 m identificadapelos modelos de regressão quadrática, momento em que se iden-tificou o estabelecimento de uma frente de alcalinização na camadade 0,10-0,20 m por meio dos modelos de regressão linear. O métodoempregado de parcelas subsubdivididas no tempo permitiu adescrição da dinâmica da calagem no perfil do solo.

Conclusões:• A máxima alteração das características químicas do solo foi

obtida a partir de doses de calcário superiores ao dobro da necessi-dade de calcário, convencionalmente determinada pelo método desaturação por bases para elevá-lo a 70 %, na profundidade de 0,20 m.A utilização de elevadas doses de calcário distribuída na superfíciedo solo foi adequada para determinar a máxima alteração das caracte-rísticas químicas do solo por meio de modelos de regressão quadrática.

• A amostragem de solo após o período de maior precipita-ção foi indispensável ao ajuste dos dados da saturação por basesna camada de 0-0,05 m. Deste modo, considera-se importante ob-servar, na época de amostragem, a distribuição das precipitaçõespluviais e conteúdo de água no solo para o estudo do mecanismode mobilidade do calcário no perfil do solo.

• As alterações dos teores de Ca2+ limitaram-se à camadade 0-0,10 m, enquanto os teores de Mg2+ apresentaram progressi-vamente do primeiro ao terceiro ano a 0-0,60 m de profundidade.Os teores de Mg2+ mantiveram-se associados à correção da acidezdo solo (pH e H + Al) e a elevação dos valores de saturação porbases na profundidade de 0,10-0,20 m, na qual foi constatada amenor relação Ca2+/Mg2+ igual a 1,06, independentemente da dosede calcário.

• A máxima resposta da calagem superficial ocorreu no ter-ceiro ano e na camada de 0–0,10 m caracterizada pelos modelos deregressão quadrática, momento em que se identificou o estabeleci-mento de uma frente de alcalinização na camada de 0,10-0,20 m pormeio dos modelos de regressão linear. O método empregado deparcelas subsubdivididas no tempo permitiu a descrição da dinâmi-ca da calagem no perfil do solo de acordo com o tempo.

10. TEORES DE NUTRIENTES E QUALIDADE FISIOLÓGICADE SEMENTES DE FEIJÃO EM RESPOSTA À ADUBAÇÃOFOLIAR COM MANGANÊS E ZINCO

TEIXEIRA, I. R.; BORÉM, A.; ARAÚJO, G. A. de A.; ANDRADE,M. J. B. de. Bragantia, v. 64, n. 1, p. 83-88, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000100009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

No presente trabalho objetivou-se avaliar os teores denutrientes minerais e a qualidade fisiológica de sementes de feijão(Phaseolus vulgaris L.), em resposta à adubação foliar com man-ganês e zinco. O experimento foi desenvolvido a campo em Latos-solo Vermelho-Amarelo distrófico fase cerrado, em Ijaci (MG).Utilizou-se o esquema fatorial em blocos casualizados, com quatrorepetições, sendo os tratamentos formados pela combinação decinco doses de Mn (0, 75, 150, 300 e 600 g ha-1) e cinco de Zn (0, 50,100, 200 e 400 g ha-1), fracionadas em duas pulverizações foliares,sendo metade aplicada aos 25 e o restante aos 35 dias após a emer-

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 15

13. FORMAÇÃO DE PASTAGEM VIA CONSÓRCIO DEBrachiaria brizantha COM O MILHO PARA SILAGEMNO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO

FREITAS, F. C. L.; FERREIRA, L. R.; FERREIRA, F. A.;SANTOS, M. V.; AGNES, E. L.; CARDOSO, A. A.; JAKELAI-TIS, A. Planta daninha, v. 23, n. 1, p. 49-58, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-83582005000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

Este trabalho teve como objetivo avaliar arranjos de semea-dura e manejo de plantas daninhas na implantação de pastagem deBrachiaria brizantha cv. MG5 Vitória consorciada com milho parasilagem no sistema de plantio direto. Foram avaliados cinco arran-jos de semeadura (milho em monocultivo; B. brizantha em mono-cultivo; duas linhas de B. brizantha na entrelinha do milho, emsemeadura simultânea; B. brizantha a lanço no dia da semeadurado milho e 30 dias após), combinados com dois manejos de plantasdaninhas (1,50 kg ha-1 de atrazine aplicado isoladamente e a misturano tanque de 1,50 kg ha-1 de atrazine com 4,00 g ha1 de nicosulfuron),mais quatro testemunhas (milho e B. brizantha em monocultivo,com e sem capina), no delineamento de blocos ao acaso, em parcelassubdivididas, sendo os arranjos de semeadura colocados nasparcelas e os sistemas de manejo nas subparcelas, totalizando14 tratamentos, com quatro repetições. A aplicação dos herbicidasfoi feita aos 18 dias após a emergência do milho. Trinta dias depoisda aplicação dos herbicidas e na colheita do milho para silagem,foram avaliadas as biomassas secas das plantas daninhas e deB. brizantha. Aos 60 dias após a colheita, fez-se nova avaliação dabiomassa seca de braquiária.

A infestação de plantas daninhas foi baixa e a produção demilho para silagem não foi influenciada pelos arranjos desemeadura nem pelos sistemas de manejo de plantas daninhas,demonstrando que, mesmo em semeadura simultânea, B. brizanthanão afeta a produtividade do milho para silagem. Maior produçãode biomassa seca de forragem foi obtida com o arranjo de duaslinhas de B. brizantha na entrelinha do milho, em semeadurasimultânea.

12. EFEITOS DA CALAGEM EM SEMEADURA DIRETADE MILHO

TISSI, J. A.; CAIRES, E. F.; PAULETTI, V. Bragantia, v. 63, n. 3,p. 405-413, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052004000300010&lng=pt& nrm=iso&tlng=pt)

As conseqüências das alterações químicas do solo, decor-rentes da calagem na superfície, sobre o crescimento radicular ea nutrição do milho cultivado em semeadura direta são pouco co-nhecidas. Com o objetivo de avaliar os efeitos da aplicação superfi-

11. EFICIÊNCIA DA CALAGEM SUPERFICIAL E INCORPO-RADA PRECEDENDO O SISTEMA PLANTIO DIRETO EMUM ARGISSOLO SOB PASTAGEM NATURAL

KAMINSKI, J.; SANTOS, D. R. dos; GATIBONI, L. C.; BRU-NETTO, G.; SILVA, L. S. da. Revista Brasileira de Ciência doSolo, v. 29, p. 573-580, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832005000400010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

A calagem altera os atributos químicos do solo, permitindoo crescimento radicular e sua eficiência em profundidade no perfildo solo. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar aeficiência da calagem superficial e incorporada sobre atributos daacidez em profundidade, passados sete anos de sua aplicação, emárea sob sistema plantio direto (SPD). O experimento foi instaladona área experimental do Departamento de Solos da UniversidadeFederal de Santa Maria, em um Argissolo Acinzentado distróficoplíntico, textura média, relevo suave ondulado com substratosaluviais recentes. Os tratamentos consistiram da aplicação superfi-cial e incorporação do calcário (uma aração e duas gradagens) nasdoses de 0,0; 2,0; 8,5 e 17,0 Mg ha-1 (= t ha-1), sendo a dose 2,0 Mg ha-1

reaplicada a cada 24 meses na superfície, independentemente daincorporação inicial, totalizando 2 + 2 + 2 + 2 Mg ha-1. Em outubro de2001, sete anos após a aplicação de calcário, foram abertas três trin-cheiras por parcela e coletadas amostras de solo em camadas de 1 cmaté 10 cm de profundidade; de 2,5 cm até 25 cm e de 5 cm até 40 cm.

Os resultados obtidos mostraram que a eficiência da cala-gem se manteve por período superior a sete anos da sua aplicaçãoem SPD, independentemente da forma de aplicação. As doses inte-grais da necessidade de calcário de solos promoveram maior avan-ço da frente de neutralização da acidez do solo, e a incorporação docalcário antes da instalação do SPD neutralizou a acidez em pro-fundidades maiores e mostrou-se mais eficiente do que a aplicaçãosuperficial.

gência das plântulas. Avaliaram-se os teores de nutrientes mineraispresentes nas sementes e sua qualidade fisiológica pelos testespadrão de germinação e de vigor, incluindo a primeira contagem,envelhecimento acelerado e da condutividade elétrica.

Com a adubação foliar com manganês e zinco foram obtidosacréscimos lineares dos teores de Mn e Zn nas sementes de feijão.Os teores de N, P, B e Cu nas sementes foram influenciados pelaadubação com manganês e zinco, não ocorrendo, entretanto, nenhumefeito destes micronutrientes sobre os teores dos demais nutrientesdeterminados nas sementes (K, Ca, Mg, Fe e S). A qualidadefisiológica das sementes mostrou-se influenciada pela adubaçãomangânica, quando estimada pelo teste de condutividade elétrica. Aqualidade fisiológica das sementes de feijão não foi afetada pelaadubação com zinco.

cial de calcário nos atributos químicos do solo, no crescimento deraízes e na nutrição da planta de milho, e seus reflexos sobre o rendi-mento de grãos, foi realizado um experimento em Latossolo Vermelhodistrófico textura muito argilosa, manejado há seis anos em semeadu-ra direta, em Tibagi (PR). Os tratamentos, aplicados em parcelas de44,8 m2, foram dispostos em blocos completos ao acaso com quatrorepetições e constaram da aplicação de quatro doses de calcáriodolomítico na superfície: 0, 1, 2 e 3 t ha-1 (PRNT = 100%). As doses decalcário (27% de CaO, 20% de MgO e 85% de PRNT) foram baseadasno requerimento de 1/3, 2/3 e na quantidade total calculada paraelevar a saturação por bases do solo, na camada de 0-20 cm, a 70%.

A calagem, após 22 meses, aumentou o pH em CaCl2

0,01 mol L-1, os teores de Ca e Mg trocáveis e a saturação por bases,e reduziu os teores de H + Al e de Al trocável, na camada superficialdo solo (0-10 cm), e ocasionou aumento de Ca trocável e redução deAl trocável no subsolo (20-40 cm). A aplicação superficial de dosesde calcário não alterou o comprimento e a distribuição relativa deraízes de milho até a profundidade de 40 cm, reduziu o raio médio deraízes e aumentou a absorção de P, Ca, Mg e S pelas plantas, semcausar reflexos sobre o rendimento de grãos. Os teores de Cu, Fe,Mn e Zn no solo e no tecido foliar do milho, bem como sua absorçãopelas plantas, não foram alterados com a aplicação de calcário nasuperfície.

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

PAINEL AGRONÔMICO

Herbert Arnold Bartz ladeado, à esquerda, por Ondino C. Bata-glia (IAC) e Tsuioshi Yamada e, à direita, por Antonio RoqueDechen (ESALQ).

HERBERT ARNOLD BARTZ É

HOMENAGEADO NA ESALQ

Herbert Arnold Bartz, Pai do Sistema Plantio Direto no Brasil,recebeu homenagem da POTAFOS pelos relevantes serviçosprestados à agricultura brasileira, durante o Workshop SASCEM –Sistema Agrícola Sustentável com Colheita Econômica Máxima –ocorrido na ESALQ em 7 de Outubro último.

Em sua palestra sobre “A história do desenvolvimento dosistema plantio direto no Brasil”, na qual foi protagonista, fez umrelato dos problemas que a erosão causava no manejo convencionale de suas peripécias pela Europa, América do Norte e Paraguai paraconseguir tecnologia, equipamentos e herbicidas necessários aonovo sistema de manejo. Falou das dificuldades e dos parceiros deluta até a vitoriosa implantação do sistema plantio direto da regiãoSul do País às fronteiras agrícolas dos cerrados.

Ao final da palestra, recebeu das mãos do Dr. Ondino C.Bataglia uma estatueta da Deusa Ceres, representando a agriculturae a fecundidade da terra, e das mãos do Dr. Antonio Roque Dechena placa de reconhecimento da POTAFOS e da ESALQ.

A homenagem prestada a Herbert Arnold Bartz resgataapenas parcialmente o débito que a sociedade tem com este agri-cultor/pesquisador, que dedicou e ainda dedica muito do seu tempoe dos seus recursos privados na divulgação do sistema plantiodireto, do qual foi o pioneiro no Brasil.

APOSENTA-SE DR. DAVID W. DIBB E ASSUME

DR. TERRY ROBERTS COMO NOVO PRESIDENTE

DO POTASH & PHOSPHATE INSTITUTE

Dr. David W. Dibb, atual presidentedo Potash & Phosphate Institute (PPI), orga-nização internacional de pesquisa agrícola,aposenta-se no final deste ano, após 30 anosde carreira, 17 deles como presidente.

Sob sua liderança, o PPI desenvolveupapel importante na disseminação de novastecnologias na produção de alimentos na América do Norte,América Central, América do Sul, Índia, China e Sudeste da Ásia.

Segundo Dr. Bill Doyle, presidente do conselho de diretoresdo PPI e do PotashCorp, “não há exagero em afirmar que o mundotem débito de gratidão com David Dibb, que por três décadas temauxiliado numerosos países no desenvolvimento de seus sistemasde produção agrícola”.

Para substituí-lo, foi eleito Dr. TerryRoberts, atual vice-presidente do PPI e doPotash & Phosphate Institute of Canada(PPIC), coordenador dos Programas Interna-cionais e vice-presidente da Foundation forAgronomic Research (FAR).

Responsável, ainda, pela direção dogrupo de comunicação do PPI, incluindo a revista Better Cropswith Plant Food, o website e as comunicações eletrônicas, Dr. Ro-berts é respeitado internacionalmente como palestrante e escritor,tendo ministrado mais de 300 palestras, entre seminários, simpó-sios e outras apresentações ao redor do mundo, e escrito mais de160 artigos técnicos e não-técnicos.

A POTAFOS agradece ao Dr. Dibb pelo apoio recebidodurante todos esses anos e parabeniza Dr. Roberts por mais estamerecida conquista.

O CAFÉ POLITICAMENTE CORRETO

O tema sustentabilidade vem sendo bastante discutido nacafeicultura. Várias “receitas” de como produzir um café de quali-dade, com respeito ao ambiente e a regras sociais e trabalhistas,garantindo a continuidade da atividade para as gerações futuras,têm surgido. Uma das sugestões ganhou corpo de três anos paracá e tem sido objeto de polêmica. É o Código Comum para aComunidade Cafeeira (CCCC), proposto pela indústria torrefadoraalemã, além da Federação Européia de Café.

A importância do código, na opinião do Diretor Executivoda Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), NathanHerszkowicz, é porque ele propõe normas de sustentabilidadenão só para cafés especiais, mas para o café verde, commodity,que representa 95% do café vendido mundialmente. O CCCC, queteria adesão voluntária e seria igual para todos os países-membrosda Organização Internacional do Café (OIC), vai na linha do“socialmente justo, ambientalmente correto”, tendência que dis-crimina qualquer tipo de artigo produzido sem respeito ao ambientee ao social. (www.jornaldocafe.com.br, 04/08/05)

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 17

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

2. SIMPÓSIO SOBRE NITROGÊNIO E ENXOFRE NAAGRICULTURA

Local: Piracicaba-SPData: 17 a 19/ABRIL/2006

1. WORKSHOPS SIMPAS

Local: Dourados-MSData: 20 a 22/MARÇO/2006

Local: Ponta Grossa-PRData: 24 a 26/ABRIL/2006

Local: Linhares-ESData: 26 a 28/JUNHO/2006

EEEEEVENVENVENVENVENTOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Informações: Silvia Abdalla ou Evandro Lavorenti; telefone/fax: (19) 3433-3254; e-mail: [email protected]

22/2/06 (4a feira)14:00-18:00 Inscrição e entrega de materiais no Hotel Antonio’s

Palace23/2/2006 (5a feira) - Auditório da COPLACANA08:00:08:30 Abertura

Painel 1. Estratégias de manejo08:30-09:30 Estratégias de manejo para alta produtividade de

milho no Brasil – A. L. Fancelli, ESALQ-USP09:30-10:00 Intervalo para café10:00-11:30 Estratégias de manejo para alta produtividade de

milho nos EUA – Achim Dobermann, Univ. Nebraska11:30-12:30 Discussão: Painel 112:30-14:00 Almoço (será fornecido sanduíche e refrigerante)

Painel 2. Manejo de invasoras, pragas e doenças14:00-15:00 Manejo de plantas invasoras na cultura do milho –

Jamil Constantin, UEM.15:00-16:00 Manejo de pragas na cultura do milho – José Magid

Waquil, EMBRAPA-CNPMS.16:00-16:30 Intervalo para café16:30-17:30 Manejo de doenças na cultura do milho – Carlos

Roberto Casela, EMBRAPA - CNPMS.17:30-18:30 Discussão Painel 2

24/2/06 (6a feira) - Auditório da COPLACANA

Painel 3. Adubação da cultura e softwares

08:00-09:00 Manejo da adubação para milho de alta produtivi-dade – Antonio Marcos Coelho, EMBRAPA-CNPMS

09:00-10:30 Manejo da adubação para milho de alta produtivi-dade no corn belt da China – Jin Jiyun, PPI/PPIC,China

10:30-11:00 Intervalo para café11:00-11:30 FertRec’X – software para balanço nutricional e reco-

mendação de adubação – José Francisco da Cunha,Tec-Fértil

11:30-13:00 Hybrid-Maize – software para estimar produtividadede milho – Mike Stewart, PPI - EUA

13:00-14:00 Discussão Painel 314:00-14:10 Encerramento

15:00-18:00 Treinamento prático do software Hybrid-Maize(50 vagas)

Nota: O software Hybrid-Maize pode ser adquirido através do site:http://hybridmaize.unl.edu. É recomendável que o tenha adquiridocom antecedência para o uso durante o workshop. Não esquecer, éóbvio, de trazer seu notebook.

Workshop sobreWorkshop sobreWorkshop sobreWorkshop sobreWorkshop sobre

ESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA ALTA PRODUTIVIDADEESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA ALTA PRODUTIVIDADEESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA ALTA PRODUTIVIDADEESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA ALTA PRODUTIVIDADEESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA ALTA PRODUTIVIDADE

NA CULTURA DO MILHONA CULTURA DO MILHONA CULTURA DO MILHONA CULTURA DO MILHONA CULTURA DO MILHO

Data: 23 e 24/FEVEREIRO/2006Local: Centro CANAGRO “José Coral” - COPLACANA

Av. Com. Luciano Guidotti, 1937 - Bairro Água BrancaPiracicaba-SP

Coordenadores: T. Yamada e A. L. FancelliTaxa de inscrição:

R$ 200,00 (até 15/2/06)R$ 250,00 (após 15/2/06)Estudantes: R$ 50,00 (50 vagas)

Informações e inscrição:Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato(POTAFOS)Fone: (19) 3433-3254E-mail: [email protected]: www.potafos.org

PROGRAMA

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

OUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOS

3. WORKSHOP SOBRE NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DA BANANA

Local: Registro-SPData: 13/OUTUBRO/2006

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

PUBLICAÇÕES RECENTES

1. POTÁSSIO NA AGRICULTURA BRASILEIRA

Editores: Yamada, T. & Roberts, T. L.; 2005.Conteúdo: World reserves and production of potash; reservas

de minerais potássicos e produção de fertilizantespotássicos no Brasil; Brasil – produção de potássiopara cima; mineralogia e formas de potássio em so-los brasileiros; análise e interpretação do potássiono solo; considerações sobre o uso do solo e a regio-nalização do balanço de potássio na agricultura bra-sileira; manejo conservacionista da adubação potás-sica; potássio – absorção, transporte e redistribui-ção na planta; interação do potássio com outros íons;protection of plants from detrimental effects of envi-ronmental stress factors; potassium effects on yieldquality; efeitos do potássio nos processos da rizos-fera e na resistência das plantas às doenças; méto-dos diagnósticos da nutrição potássica, com ênfaseno DRIS; o potássio na cultura do algodoeiro; o po-tássio na cultura do arroz irrigado; el potasio enbanano; o potássio na cultura do cafeeiro; o potás-sio na cultura da cana-de-açúcar; o potássio na cul-tura dos citros; o potássio na cultura do eucalipto; opotássio na cultura do feijão; o potássio na cultura domilho; potasio en palma aceitera; o potássio na cultu-ra da soja; o potássio na cultura do trigo; potassiuminteraction with ammonium; produção de bananeirascv. Pacovan, sob irrigação, em Cambissolo adubadocom doses de nitrogênio e potássio; avaliação da adu-bação nitrogenada e potássica em cana-de-açúcarbaseada em modelos; produtividade, avaliação eco-nômica, teores foliares de nitrogênio e potássio e atri-butos industriais de castanha em cajueiro anão pre-coce adubado com doses crescentes de nitrogênio epotássio em cultivos sob sequeiro; efeitos de dosesde nitrogênio e potássio, aplicadas via água de irri-gação, sobre a produção e a qualidade dos frutos decoqueiro anão na região litorânea do Ceará.

Número de páginas: 841Preço: R$ 120,00Pedidos: POTAFOS

Telefone/fax: (19) 3433-3254Website: www.potafos.org

2. CAFÉS ESPECIAIS: iniciativas brasileiras e tendências de con-sumo (EPAMIG. Série Documentos, 41)

Autores: Pereira, S. P.; Bartholo, G. F.; Guimarães, P. T. G..; 2004.Conteúdo: Café brasileiro no cenário internacional; conceitos bá-

sicos; cafés gourmet de qualidade superior; café deorigem certificada; cafés fair trade; cafés orgânicos;diferenciação por modo de preparo: café expresso;diferenciação por processo industrial; diferenciar ocafé é opção... cautela é imprescindível!!!

Número de páginas: 80Preço: R$ 5,00Pedidos: EPAMIG

E-mail: [email protected]: www.epamig.br

3. MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO PARA O ARROZIRRIGADO

Autores: Fageria, N.K.; Stone, L.F.; Santos, A.B. dos; 2004.Conteúdo: Classificação e atributos físicos e químicos dos solos

de várzeas; manejo da acidez dos solos de várzeas;manejo do nitrogênio; manejo do fósforo; manejo dopotássio; manejo do cálcio e do magnésio; manejodo enxofre; manejo do zinco, manejo do boro; mane-jo do cobre; manejo do manganês; manejo do ferro.

Número de páginas: 250 (ilustrado)Preço: R$ 20,00Editor: Embrapa Arroz e Feijão

E-mail: [email protected]

4. MANUAL DE FISIOLOGIA VEGETAL – teoria e prática

Editores: Castro, P. R. C.; Kluge, R. A.; Peres, L. E. P.; 2005.Conteúdo: Desenvolvimento vegetal; germinação, dominância

apical e tropismos; relações hídricas; nutrição mine-ral; fotossíntese; translocação orgânica; respiração;metabolismo de lipídeos e carboidratos; metabolis-mo secundário; fotomorfogênese; hormônios e re-guladores vegetais; fotoperiodismo e florescimento;abscisão, maturação e senescência; práticas de fisio-logia vegetal.

Número de páginas: 650Preço: R$ 108,00Pedidos: Editora Agronômica Ceres Ltda.

E-mail: [email protected]

6. NUTRIÇÃO MINERAL, FERTILIDADE DO SOLO E PRODU-TIVIDADE DO CAFEEIRO NAS REGIÕES DE PATROCÍNIO,MANHUAÇU, VIÇOSA, SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO EGUAXUPÉ - 2a. edição revista e aumentada(EPAMIG. Boletim Técnico, 72)

Autores: Martinez, H. E. P.; Souza, R. B. de; Alvarez V., V. H.;Menezes, J. F. S.; Neves, Y. P.; Oliveira, J. A. de; Alva-renga, A. de P.; Guimarães, P. T.; 2004.

Conteúdo: Estado nutricional das plantas; diagnóstico do estadonutricional, análise química e fertilidade do solo; in-terpretação dos resultados de análise de tecidos.

Número de páginas: 60Preço: R$ 5,00Pedidos: idem item 2

5. CULTIV O DO CAFEEIRO IRRIGADO EM PLANTIO CIRCU-LAR SOB PIVÔ CENTRAL

Autores: Santinato, R.; Fernandes, A. L. T.; 2002.Conteúdo: Vantagens e desvantagens do plantio circular do ca-

feeiro irrigado sob pivô central; seleção de áreas;implantação da lavoura; condução da lavoura; quimi-gação; colheita; recomendações técnicas para funci-onamento e manutenção do sistema pivô central –emissores LEPA.

Número de páginas: 252Preço: R$ 50,00Pedidos: E-mail: [email protected]

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005 19

PUBLICAÇÕES DA POTAFOS

BOLETINS TÉCNICOS

"Nutrição e adubação do feijoeiro"; C.A. Rosolem (91 páginas)"Nutrição e adubação do arroz"; M.P. Barbosa Filho (120 páginas, 14 fotos)"Potássio: necessidade e uso na agricultura moderna" (45 páginas, 34 fotos)

LIVROS"A estatística moderna na pesquisa agropecuária"; F. Pimentel Gomes (162 páginas)“Desordens nutricionais no cerrado”; E. Malavolta; H. J. Kliemann (136 páginas)"Ecofisiologia na produção agrícola"; P. R. C. Castro e outros (ed.) (249 páginas)"Nutrição mineral, calagem, gessagem e adubação dos citros"; E. Malavolta (153 páginas, 16 fotos)"Nutrição e adubação da cana-de-açúcar"; D. L. Anderson & J. E. Bowen (40 páginas, 43 fotos)"Fertilizantes fluidos"; G. C. Vitti & A. E. Boaretto (ed.) (343 páginas, 12 fotos)"Cultura do cafeeiro"; A. B. Rena e outros (ed.) (447 páginas, 49 fotos) (LIQUIDAÇÃO DE ESTOQUE)"Avaliação do estado nutricional das plantas - 2ª edição"; Malavolta e outros (319 páginas)"Manual internacional de fertilidade do solo - 2ª edição, revisada e ampliada" (177 páginas)“Cultura do algodoeiro”; E. Cia; E .C. Freire; W. J. dos Santos (ed.) (286 páginas, 44 fotos)"A cultura da soja nos cerrados"; Neylson Arantes & Plínio Souza (ed.) (535 páginas, 35 fotos)"Nutrição e adubação de hortaliças"; Manoel E. Ferreira e outros (ed.) (487 páginas)"Micronutrientes na agricultura"; M. E. Ferreira & M. C. P. Cruz (ed.) (734 páginas, 21 fotos)"Cultura do feijoeiro comum no Brasil"; R. S. Araujo e outros (coord.) (786 páginas, 52 fotos)“Fósforo na agricultura brasileira”; Yamada, T. & Abdalla, S. R. S. e (ed.) (726 p.)“Potássio na agricultura brasileira”; Yamada, T. & Roberts, T. L. (ed.) (841 p.)

CD-ROM“Monitoramento Nutricional para a Recomendação da Adubação de Culturas” (Anais/DRIS e Pass)Anais do Simpósio sobre Fisiologia, Nutrição, Adubação e Manejo para Produção Sustentável de Citros (Anais/DRIS para citros)Anais do I Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do II Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do III Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do IV Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (3 CD’s: vídeos, palestras e slides)Anais do Workshop “Relação entre Nutrição de Plantas e Incidência de Doenças” (4 CD’s: vídeos, palestras eslides)

JORNAL INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS (edição trimestral: Março, Junho, Setembro e Dezembro)

Assinatura anual (ou quatro números)

ARQUIVOS DO AGRÔNOMO

Nº 1 - A pedologia simplificada (2ª edição - revisada e modificada) (16 páginas e 27 fotos)Nº 2 - Seja o doutor do seu milho - 2 a edição, revisada e modificada (16 páginas e 27 fotos)Nº 3 - Seja o doutor do seu cafezal (12 páginas, 48 fotos)Nº 4 - Seja o doutor de seus citros (16 páginas, 48 fotos)Nº 6 - Seja o doutor da sua cana-de-açúcar (16 páginas, 48 fotos)Nº 8 - Seja o doutor do seu algodoeiro (24 páginas, 77 fotos)Nº 9 - Seja o doutor do seu arroz (20 páginas, 41 fotos)Nº 11 - Como a planta de soja se desenvolve (21 páginas, 38 fotos)Nº 12 - Seja o doutor do seu eucalipto (32 páginas, 71 fotos)No 15 - Como a planta de milho se desenvolve (20 páginas, 52 fotos)

R$/exemplar

10,0010,0010,00

20,0020,0020,0020,0020,0020,0030,0040,0040,0040,0040,0040,0040,0040,00

120,00120,00

30,0030,00

50,0050,0050,0050,0050,00

40,00

10,00cada

número

DESCONTOS

Para compras no valor de:

R$ 100,00 a R$ 200,00 = 10%

R$ 200,00 a R$ 300,00 = 15%

R$ 300,00 a R$ 400,00 = 20%

mais que R$ 400,00 = 25%

POSTAGEM:

ATENDEMOS SOMENTE VIA SEDEX A COBRAR

Formas de pagamento:

• Cheque nominal à POTAFOS anexado à sua carta com a relação das publicações desejadas.

• Depósito bancário: Bradesco S.A. - Agência 2209-8 - Conta 022442-1. Favor enviar comprovante via fax: (19) 3433-3254

Dados necessários para a emissão da nota fiscal: nome, CPF (ou razão social, com CGC e Inscrição Estadual), instituição,endereço, bairro/distrito, CEP, município, UF, fone/fax, e-mail.

Pedidos: POTAFOS - Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Telefone/fax: (19) 3433-3254, internet: www.potafos.org

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 111 – SETEMBRO/2005

• Agrium Inc.• Mosaic• Intrepid Mining,

LLC/Moab Potash• PotashCorp

• Arab Potash Company• Belaruskali• Dead Sea Works• ICL Group• International Potash Company

• K+S Kali GmbH• Tessenderlo Chemie

NV/SA• Silvinit• Uralkali

• Simplot• Yara International

Afiliados do PPI/PPIC Afiliados do IPI

ImpressoEspecial

1.74.18.0217-0 - DR/SPI

POTAFOS

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS2216/84 - DR/SPI

Tsuioshi Yamada

Setembro último estive em Pequim onde participeido XV Colóquio Internacional de Nutrição dePlantas, que teve o oportuno tema “Nutrição de

Plantas para Segurança Alimentar, Saúde Humana e ProteçãoAmbiental”.

Oportuno, pelo observado recentemente com as devas-tações causadas pelo Katrina e a seca de alguns afluentesdo Rio Amazonas. Fenômenos estes que talvez estejamapenas indicando o que está por vir caso o homem não leve asério a questão da proteção ambiental.

A economia chinesa tem crescido no ritmo de quase10% ao ano nas últimas duas décadas. O que, do ponto devista econômico e social, é louvável, pelo acesso de uma par-cela maior da população às comodidades do mundo modernoassim como pela criação de novos empregos. Mas a um custoambiental muito grande. Não sei se foi coincidência, mas duranteminha estada de pouco mais de uma semana em Pequim quasenão consegui enxergar a cidade durante o dia devido à fumaçaque a cobria. Só pude avaliar a extensão da mesma ao jantarnum restaurante rotatório, no topo de prédio de 27 andares,através das luzes das ruas, dos edifícios e dos carros emcirculação que iluminavam a imensidão da metrópole.

COLHENDO SAÚDE – O FUTURO DA AGRICULTURACOLHENDO SAÚDE – O FUTURO DA AGRICULTURACOLHENDO SAÚDE – O FUTURO DA AGRICULTURACOLHENDO SAÚDE – O FUTURO DA AGRICULTURACOLHENDO SAÚDE – O FUTURO DA AGRICULTURA

A seriedade dos problemas ambientais na agriculturachinesa pode ser percebida pelo fato de que, das sete palestrasplenárias apresentadas por cientistas chineses, apenas duasnão estavam diretamente relacionadas com poluição, princi-palmente pelo uso excessivo de nitrogênio.

Quanto à questão da segurança alimentar, apesar delater grande apelo emocional, principalmente nos países quepassaram pelas agruras da 2a Guerra Mundial, creio que,assim como a China já o faz, temos condições técnicas defornecer comida à toda população do globo. Se ainda existefome no mundo, penso que o problema é mais político queagronômico.

Palestra inspiradora, no tocante à saúde humana, foi ade Ross Welch, USDA-ARS, Cornell University, que falou sobre“Colhendo saúde – o futuro da agricultura”. Ou seja, além daprodução sustentável, com melhoria no ambiente, a agricul-tura pode melhorar também a saúde humana, suprindo asnecessidades de alguns micronutrientes, como Fe, I, Se, Zn,e várias vitaminas que afetam mais de 3 bilhões de pessoasno mundo, principalmente nas áreas pobres do hemisférioSul. É onde a ciência agronômica pode ainda dar grandecontribuição.

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