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A Coluna, Abril 2013 | 1 www.facebook.com/JornalaColuna

Jornal A Coluna

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O jornal "A Coluna" é um jornal feito pela Aeiscap com a colaboração dos alunos do seu Instituto e que visa dar a conhecer à sua comunidade o que se passa no Iscap e não só.

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2 | A Coluna, Abril 2013

Com a edição de abril inciamos uma nova equipa. Equi-pa essa muito motivada, interessada, pro-ativa e um pouco maior do que as equipas anteriores, de forma a

termos sempre alguém em cima do acontecimento. Faremos com que todas as informações cheguem a ti no tempo devido. Iremos focar-nos em assuntos relacionados com o ISCAP, mas teremos, também, artigos relacionados com o mundo académico no geral.Não é uma equipa fechada, quem tiver algo de novo a acres-centar pode e deve fazê-lo.

Juntos, somos informação.

Vanessa Azevedo SilvaDiretora Jornal A Coluna

Um novo conceito!

Mensagempag. 3II Iscapadela Desportivapag. 4Fórum de Comércio Internacionalpag. 5Ação Solidária AEISCAPpag. 6XVI FETUFpag. 7Carnaval AEISCAPpag. 8Checkpoint Troikapag. 9Remodelação AEISCAPpag. 9

ISCAPOPINIÃO

Fazer um curso na maiorpag. 10

Grândola, Vila Morena!pag. 10

A Guerra de Todos Contra Todospag. 11

Estes e os Outrospag. 13

Adeus mãe, vou para Marte!pag. 14Troikapag. 15

O poder do Boatopag. 16

Reportagem: Walter Elias Disneypag. 17

Os Mandriõespag, 20

AtualDisney procura Portugalpag. 23Brevespag. 23

Sumário

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A Coluna, Abril 2013 | 3

Discurso Tomada de Posse

“Antes de mais gostaria de deixar aqui os mais sinceros cumprimentos a todos os co-legas que cessam hoje funções.

É com muita satisfação e orgu-lho que estou hoje aqui juntamente com os restantes elementos, a assu-mir formalmente as funções para os quais fomos eleitos no passado dia 13 de Dezembro. Este é de fato um dia de grande importância para mim e para todos nós. Se em de-mocracia a eleição para um cargo representa, implicitamente, o reco-nhecimento de competências e qua-lidades aos elementos eleitos, para a defesa e representação dos inte-resses de todos os que elegem, nes-te contexto particular, em que esses atributos são reconhecidos pelos colegas e amigos de todos os dias, acrescenta-se uma carga emocio-

nal da qual nos devemos orgulhar.Deste momento em diante, não

representaremos apenas aque-les que depositaram em nós o seu voto de confiança, mas sim to-dos os estudantes da mui nobre Instituto Superior de Contabili-dade e Administração do Porto. E é no interesse do bem comum que procuraremos desenvolver um trabalho sério, digno, hones-to, com perspectiva na promoção de uma maior aproximação entre a Associação de Estudantes e os alunos, no aumento doreconheci-mento da comunidade estudantil.

Tomamamos como ponto de re-ferência a consolidação dos objecti-vos e a dinâmica adotada nos 2 anos anteriores e compromotemo-nos a desenvolver novas e melhores solu-ções que sirvam a todos, por todos.

Num futuro que não se avizinha fácil, é importante que os alunos tenham uma associação de estu-dantes a seu lado, atenta e cons-ciente dos anseios e necessidades, que defenda os seus interesses. Acreditamos ser essa a nossa mis-são, enquanto interveniente re-presentativo dos estudantes e da sua vontade, naquilo que diz res-peito à pedagogia e ação social, mobilidade e empregabilidade.

A nossa identidade continuará a ser a mesma, será cada vez mais

presente, cada vez mais atuante. A equipa que lidero acredita no

Associativismo Estudantil como um veículo de inúmeras experi-ências fomentadoras do desen-volvimento individual enquanto ser social, pois na representação e no trabalho diário por causas co-muns adquirem-se muitas com-petências que de outra forma não seriam alcançadas. Neste sentido apresentamos na nossa equipa vários elementos dos primeiros anos, pois entendemos ser fun-damental cultivar precocemente uma cultura associativa interven-tiva e informada que dê primazia à acção solidária tendo em vista o bem geral. A formação de compe-tentes dirigentes associativos será sempre um objectivo destes no-vos corpos sociais, pois só assim estaremos a assegurar um futu-ro risonho a esta Associação com uns já longos 30 anos de história.

E para terminar, contamos com todos nos mais variados pro-jectos que iremos implementar porque uma Associação de Estu-dantes só faz sentido se for cons-truída com e para os estudantes.

Muito obrigado,”

Pedro Queiroga

Mensagem

Pedro Queiroga, Presidente AEISCAP

Presidente e Vices-Presidentes AEISCAP

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4 | A Coluna, Abril 2013

A segunda edição da Is-capadela Desportiva realizou-se entre os dias

21 e 24 de julho de 2012, em Es-pinho. Terminado o último exa-me da época de recurso, os alu-nos reuniram-se à porta do nosso mui nobre Instituto de malas às costas para, aquelas que se torna-ram, as melhores férias do ano.

Chegados ao Parque de Campis-mo de Espinho, num momento de grande entusiasmo, os alunos co-meçaram a montar as suas tendas. Logo depois dirigiram-se para a praia, onde começaram os Despor-tos que se prolongaram pelos três dias seguintes. Futebol de praia, Voleibol, FutVolei foram os des-portos que mantiveram juntos to-dos os alunos com o sol e a areia a servir de cenário e com um enorme espírito de competição saudável.

Já no Parque de Campismo, pela noite fora, os desportos eram ou-

tros. Realizaram-se torneios de Beer Pong e Matraquilhos, que Já no Parque de Campismo, pela noi-te fora, os desportos eram outros. Realizaram-se torneios de Beer Pong e Matraquilhos, que zdeixa-vam cada vez mais os alunos com garra para vencer cada partida.

A organização da II ISCAPade-la Desportiva contou, também, com duas festas temáticas, sen-do que a primeira se realizou nas Piscinas De Espinho- Pool Party Guerra dos Sexos-, e a segunda nas instalações do Parque de Cam-pismo- Checkpoint em Espinho.

De volta a casa, sobram as re-cordações de quatro dias de grande euforia e animação para os que participaram nesta ati-vidade que tem como objeti-vo unir os alunos iscapianos em momentos de grande diversão.

Andreia Martins

Desporto e muita animação naquela que foi já a se-gunda temporada do evento. Depois dos exames a pa-lavra de ordem é diversão!

Comissão Organizadora II ISCAPADELA DESPORTIVA

ISCAP

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A Coluna, Abril 2013 | 5

“Quando Deus quer, o ho-mem sonha e a obra nas-ce.” (Fernando Pessoa)

Neste caso, diria o renas-cimento no ISCAP do Fórum de Comércio

Internacional. O último foi rea-lizado em 2010 e para a maioria dos alunos de CI que agora estão a finalizar o curso, não tinham ou-vido falar que, em tempos, hou-ve um acontecimento do género.

O evento foi da autoria dos alu-nos de CI apoiados pela direto-ra do curso, Raquel Pereira e foi “cozinhado” durante 10 meses. Foi uma forma de projetar a li-cenciatura no mercado de traba-lho, dar nova imagem e defende--lo dentro do próprio Instituto.

A organização primou-se pela sabedoria na escolha dos oradores convidados e o tema escolhido foi “Marca Portugal – Pensar Global,

Agir Local - a Importância da Participação das Empresas Por-tuguesas nos Mercados Interna-cionais”. Uma iniciativa louvável porque se trata de futuros espe-cialistas nos mercados interna-cionais e perante a situação atual em que o país se encontra há que “arregaçar as mangas” e ir à pro-cura de mercados para os pro-

dutos da terra de Camões. Ideia apoiada pela coordenadora do cur-so no seu discurso de abertura: “…vivemos num mundo globalizado, a questão da internacionalização é uma necessidade das empresas… Aproveitem os testemunhos e ex-periências dos profissionais” e a ideia foi reforçada ainda pela vice--presidente do IPP, Cristina Pinto da Silva, que apelou aos universi-tários a terem espirito empreen-dedor e a tomarem conhecimento dos conhecimentos dos oradores e debater na profundidade os con-textos profissionais. E ainda acres-centou que são as iniciativas como estas que permitem a abertura dos cursos e escolas ao mundo.

Como diz o velho ditado: “ A união faz a força”. E foi isto que aconteceu. Os universitários mo-vidos por uma causa, abraçaram o projeto, procuraram patrocina-

dores e mentes capazes de pôr em prática o planeado. Trabalharam de forma árdua à procura de ora-dores capazes de transmitir entu-siasmo e mostrar aos estudantes que o curso tem um elevado po-tencial no mercado de trabalho. Pois, não é fácil levantar depois da queda, mas foi aqui provado que tal não é impossível, basta querer.

No mundo em que vivemos hoje, com a concorrência à nossa vol-ta há que buscar soluções para os nossos problemas e pensar a médio e longo prazo. E esse será o desafio para os próximos fóruns, isto não acaba aqui! Este foi o primeiro de uma nova era. Terão que agarrar esta iniciativa já iniciada e procu-rar alargar o seu leque quanto aos oradores e procurar sempre temas de interesse dos estudantes e nunca esquecer que a questão de interna-cionalização está relacionada com novas culturas, novos povos e no-vos costumes. Por isso, há que res-peitar as culturas diferentes e tratar o ser humano com dignidade. Se os tempos estão desfavoráveis, nós estamos cá para fazê-los melhorar. Como disse o orador Pedro Ruivo: “Viver é correr à frente do tempo”.

Maryzette Soares

O Resnascimento do Fórum de Comércio Internacional

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Quinta-feira, dia 28. Podia ser um dia igual a qualquer outro, mas não foi. Foi um “daqueles dias” que nos emocionam, que nos envolvem, que nos marcam. Foi um “daqueles dias” que nos fazem pensar que a faculdade é muito mais do que ami-gos, bons momentos e um curso porque, na verdade, a essência do ensino superior reside mesmo nos valores que nos transmite, como o voluntariado e a solidariedade.

Fazer voluntariado de forma li-vre e desinteressada não é algo fácil, pelo contrário, é muito mais complexo do que aquilo que se po-dia prever. Queremos dar carinho, amizade e amor, mas temos que ter, ao mesmo tempo, estômago para conseguir lidar com uma realida-de que dizemos conhecer mas que, no fundo, no fundo, não conhece-mos. Temos que ser fortes, trans-mitir coragem, sem transparecer que estamos comovidos demais. Percebemos que muitos nutrem uma aptidão nata mas que o vo-luntariado pode ser também algo que se ensina, que se vai aprenden-do com o tempo, principalmen-

te à medida que se vai ganhando experiência e que, por isso, não há desculpa para não o fazermos.

Foram muitas as situações co-moventes. Por mais que se tente, é impossível passar para as pala-vras aquilo que sentimos quan-do vemos casas completamente danificadas e destruídas, famílias com um olhar triste mas que nos recebem com um sorriso verda-deiro, pessoas que nos querem dar a mão só para nos sentirem por serem cegas, crianças que só por receberem um saco de amêndoas choram de felicidade, idosos que vivem sozinhos e que a única coisa que pedem é um pouco de atenção, que os ouçam falar, deitar cá para fora toda a frustração que sentem dentro deles. Podemos também fa-lar do caso de pessoas com vícios e que, por isso mesmo, se tornam mais violentas, pessoas que não se querem dar e se acanham, a maior parte por sentirem muita vergonha por não terem dinheiro para co-mer; ou até mesmo de todas aque-las pessoas ternurentas que sen-timos uma ligação imediata logo

no primeiro contacto com elas.Este foi um ‘’daqueles dias’’ em

que chegámos à conclusão que não fomos nós que ajudámos aquelas pessoas, foram aquelas pessoas que nos ajudaram a nós. O pouco que fizemos por elas representou muito para nós. Foram elas que contribu-íram para encher o nosso coração, que nos fizeram parar para pensar em quem somos e nas pessoas que nos queremos tornar. Abriram--nos os olhos para a vida, para a realidade em que muitas pessoas vivem. Hoje são eles, amanhã po-demos ser nós. A vida é incerta, nunca se sabe o dia de amanhã.

Enquanto associação de estudan-tes temos cada vez mais a noção da importância que estes projetos podem ter para estas pessoas e o dever de consciencializar e sen-sibilizar toda a comunidade Isca-piana para estas causas sociais e apelar para que se juntem a nós.

Não é à toa que usamos tantas vezes a palavras “juntos”, afinal, hoje é mais um “daqueles dias” em que sabemos que JUNTOS, PO-DEMOS FAZER A DIFERENÇA.

Maria Maia

AE ISCAP

Ação de Solidariedade

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A Coluna, Abril 2013 | 7

Em comemoração do seu 20º aniversário, a Tuna Fe-minina do ISCAP organi-

zou o XVI FETUF que se realizou no Teatro Sá da Bandeira, no dia 9 de março. Neste Festival estiveram presentes 9 Tunas, seis a concurso e duas convidadas e terminou com a magistral atuação da nossa TFDI.

A Tuna Académica da Faculdade de Economia do Porto (TAFEP), a Tuna do Instituto Politécnico de Santarém (SCALABITUNA), a Tuna Universitária de Trás-os--Montes e Alto Douro (TRANS-MONTUNA) e a Tuna Feminina da Universidade Lusíada de Lisboa (LUSITANA) foram algumas das Tunas presentes a concurso nes-te Festival Académico. A Tuna de Engenharia da Universidade do Porto e a Tuna de Contabilidade do Porto foram as Tunas convi-dadas, as quais nos presentea-ram com um fabuloso espetáculo.

Neste Festival com grande pres-tígio para o nosso magnífico Insti-tuto, não faltaram caloiros a apoiar a TFDI e a representar a praxe do ISCAP, fez-se também notar a pre-sença da AEISCAP, representan-tes dos alunos do nosso Instituto.

De entre os membros do júri destacou-se Filipe Pinto, um dos

vencedores do Ídolos Portugal, que após a entrega dos prémios se dis-ponibilizou para tirar fotografias alguns fãs e a dar alguns autógrafos.

O XVI FETUF terminou com uma mega festa no Boulevard, nos Aliados, onde rapidamente toda a discoteca ficou pintada de azul, vermelho e preto. E assim terminou a noite, com muita dan-ça, muita música e com o espíri-to académico sempre presente!

Daniela Araújo

Sá da Bandeira pintado de Azul e Vermelho!

XVI FETUF

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A AEISCAP comemorou mais um Carnaval, no passado dia 11 de feve-

reiro, na cantina do instituto. Foi outro Entrudo de sucesso e que fez furor também fora de portas.

Cerca de 1300 pessoas, iscapia-nas e não só, compareceram na data festiva. Com os DJ’s Sistema & Mundo Secreto e Carlos Maia, acompanhados dos anfitriões Merce e Jah Fumega, diversão não faltou.

No entanto, o DJ em maior

destaque na noite foi Deadmau5, ou João Pedro Nogueira, para os amigos, cuja máscara arreca-dou o prémio do concurso – um bilhete semanal para a Semana da Queima. O segundo prémio (dois bilhetes diários para o mesmo evento) foi para o Lego Diogo Ramalho.

Sem incidentes dignos de regis-to, foi apenas mais uma iniciativa de êxito levada a cabo pela AEIS-CAP. Recorde-se que o Carnaval tem sido alvo de enorme afluência,

nos últimos anos, e este não foi exceção.

José Pedro Loureiro

1º lugar Concurso de Máscaras

Carnaval 2013

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Dia 26 de março, foi dia de atividade praxística e de Checkpoint.

O auditório Magno encheu--se, mais uma vez, de preto, azul e vermelho para o ISCAP Movie Awards, uma espécie de entrega de óscares sem os vestidos de gala.

Cinco prémios foram entregues ainda que, no entanto, todos os filmes se tenham destacado por um outro pormenor. Houve esfor-ço e dedicação por parte de todos os grupos e, ainda que se tenha notado mais nuns do que noutros, estão todos de parabéns.

O Avatar, que nos arrancou umas boas gargalhadas, ganhou o prémio de Melhor Caracteriza-ção; A Rede Social levou o Melhor

Argumento; A Vida é Bela arreca-dou o prémio de Melhor Edição; finalmente, Lincoln com dois prémios, Melhor Filme e Melhor Banda Sonora.

Chegando ao fim e continuando com o espírito académico sempre presente, esperamos pelo Check-point.

O tema, desta vez, foi a Troika. E nunca esquecendo a conjutura atual, foram arrecadados 1317 € a favor do IPP Solidário. Contá-mos com algumas coisas novas, tal como a Happy Hour (segunda bebida a metade do preço) e com o Sorteio Troika que tinha como primeiro prémio um Passe Sema-nal para a Queima das Fitas.

Quem foi não ficou indiferente

ao tema e, muito menos, à Happy Hour.E como um Checkpoint nunca é apenas festa, a entrada foi de 1€ a reverter para o IPP Solidá-rio, para podermos ajudar quem sente os efeitos da Troika mais do que os outros.

Não faltou adesão por parte de estudantes, começando a encher por volta das 23h30. É uma festa que conta sempre com caras co-nhecidas onde vai sempre aquele amigo com quem nos divertimos.

Desta vez contou com a presen-ça das Freak n’Chic a começar a animação! Miguel Vasconcelos continuou com a festa, dando a vez aos Gam’Over, projeto de dois alunos Iscapianos, a encerrar.

Vanessa Azevedo Silva

Com 24 anos de existência, as instalações da AEISCAP

acompanharam a vontade de mudar e inovar com que se iniciou este novo mandato. Foi logo no início do ano que os alunos come-çaram a remodelar o nosso espaço de trabalho, tornando-o mais mo-derno, organizado e acolhedor.

Este trabalho passou pela remo-delação interna dos espaços, a ní-vel estético e materialista. Estetica-mente, as instalações da AEISCAP

sofreram alterações tais como: a pintura das paredes, aquisição de novo material de trabalho como secretárias e computadores e com uma nova disposição dos elemen-tos que compõem as salas. A nível materialista, houve uma reorga-nização dos dossiers de trabalho e de acessórios indispensáveis ao desenvolver do trabalho da Asso-ciação de Estudantes.

Com esta última tarefa, a AEIS-CAP reaproveitou todos os mate-

riais que se encontravam em bom estado (como livros, agendas, Có-digos) e conta pô-los à disposição de todos os alunos a custo zero.

Deste modo, com as remodela-ções já terminadas, convidamos todos os leitores a passarem no es-paço que é de todos nós e a darem sugestões.

Andreia Martins

Checkpoint TROIKA

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OPINIÃO

Não haverá ninguém den-tro da nossa comunida-de estudantil que nunca

tenha refletido sobre este proble-ma. Como conciliar os estudos sem abdicar de tudo aquilo que se quer fazer. Parece algo impossível de se manter nas devidas propor-ções e toda gente em redor – em especial pais e professores – fará tudo para desmistificar essa ideia assente em pressupostos que se construíram ao longo do tempo, mas que, na prática, nem sempre são verdade.

Vem tudo isto a propósito de um livro que li recente, onde o seu conteúdo facilmente se converte-rá num manual do “bon vivant” universitário para quem lhe puser os olhos em cima. Falo-vos de “Faz o curso na maior” de Nuno Ferreira e Bruno Caldeira, profes-sor e engenheiro florestal, respe-tivamente, onde a sua abordagem descomprometida nos enumera seis princípios básicos para maxi-mizar os resultados do estudo sem comprometer tudo aquilo que a vida de estudante tem de melhor.

Da assiduidade ao momento certo para começar a preparação dos exames, passando pela filtra-gem da matéria essencial ou como poderá ser útil e produtivo fazer cábulas, tudo isto é esquematiza-do e bem idealizado nesta obra, sem que em momento algum seja subentendida a ideia de facilitismo no percurso académico ou insu-cesso do mesmo.

Na verdade, o princípio é assente na perspetiva do próprio aluno.

Aquilo que é verdadeiramente melhor para si. Valerá a pena ir a todas as aulas quando estas facilmente nos aborrecem e nos dispersamos em algumas delas? Não será mais profícuo maximizar o estudo através do material de apoio e apontamentos de alguns colegas? E como ponderar o tempo despendido a cada disci-plina? Estas são perguntas que nos fazem refletir sobre os passos que devemos dar para sermos bem-sucedidos ao longo de uma graduação. Quase sempre a res-posta poderá ser encontrada bem debaixo do nosso nariz, bastando para isso saber reunir matéria-pri-ma fundamental como anotações, apontamentos ou exames de anos anteriores, para que o êxito seja garantido.

Desmistificar algumas ideias so-bre como conseguir fazer um cur-so universitário com boas notas, sem abdicar de uma “boa festa”, pode ser algo difícil de apreender à primeira vista. Estudar de forma eficaz e a enfrentar os exames, não é sinónimo ficar fechado num quarto durante uma licenciatu-ra ou mestrado. Tão importante como o estudo é motivação com que um estudante encara o seu dia a dia, para isso é essencial que os pais consigam perceber algumas opções dos filhos, desde que estes saibam corresponder com resulta-dos. Tal como refere este livro se “gostas de curtir à grande, então terás também de saber estudar à grande”.

Nelson Carvalho

É caso para dizer que Grân-dola, Vila Morena está na

moda! Mas eu pergunto: será politicamente correto utilizar esta “arma antiga” nas manifes-tações de hoje, ou estaremos a faltar ao respeito para com uma parte da história do nosso país?

Existem aqueles que podem ficar algo desiludidos ou, qui-ça, até ofendidos por ouvirem a canção-símbolo de Zeca Afonso nas manifestações atuais! Estou a referir-me aos mais velhos, aos que viveram a chamada Revolu-ção dos Cravos. Porque é que po-dem ficar ofendidos? Pois bem, não é que não estejam de acordo com as manifestações, aliás, eles próprios, os mais velhos, são dos mais insatisfeitos e dos mais ativos a protestar e a entoar, de novo, a mesma canção! Podem ficar ofen-didos sim, mas porque é cantada ao desbarato como tem aconte-cido, e porque muitos não sabem por que a cantam, nem e pior que isso, o que significou! NÃO! As-sim, não! Isso é banalizar um gri-to que marcou a nossa história!!

Concluo dizendo e defenden-do, “Grandole-se”!!! Porquê? Por-que esta musica faz lembrar um povo a quem retiram tudo por que sempre lutaram, porque é um grito de desespero baseado numa parte da história que nos fez no que somos hoje!… Ou o que éra-mos antes de tanta austeridade!!

Alerto para que nos oiçam, porque mesmo calados esta-mos a dizer que estamos fartos!!

Tiago Martins

Grândola, Vila Morena!

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A Coluna, Abril 2013 | 11

Há muita coisa que está no lodo. Não vale a pena desperdiçar caracteres

discorrendo comentários sobre o panorama político-económico que atualmente conhecemos. Di-gamos que o país se encontra po-liticamente muito degradado - a política é útil na medida em que impede o povo de se intrometer naquilo que lhe diz respeito e o obriga a decidir sobre o que não compreende. Por outro lado, o país está economicamente divi-do entre quem compra um maço de tabaco e quem tem de enro-lar o dito tabaco. É sempre bom.

Por conseguinte, não será dema-siada pretensão afirmar que não existe uma sociedade, pois a que conhecíamos perdeu todos os seus fundamentos e alicerces. Jean-Jac-ques Rousseau é peremptório: “A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna--o miserável”. Em suma, a natureza é o estado primitivo, originário da humanidade; representa a esponta-neidade e a liberdade contra qual-quer vínculo anti-natural e a escra-vidão artificial. Existe efetivamente uma desarmonia entre o homem e a natureza - o resultado está à vis-ta: o tráfico de animais é o terceiro crime mais rentável e é preocupan-te, pelo menos sob a minha pers-petiva, que subsistam pouco mais de três mil tigres na Ásia, para que gente como a Beyoncé (que de fac-to canta bem, embora as melodias sejam sempre as mesmas e as respe-tivas letras uma caca!) lance linhas de sapatos com pele de animais. Por favor! É mórbido ostentar um artigo de moda revestido a pele de animal. Qual é a vantagem? Re-quinte? Qualidade? Há ótimos sin-

téticos à disposição, é só escolher.

E estão todos muito pre-ocupados com o consumo de drogas e a pirataria. Sou apologista de ambos, lamento!

A desumanização não fica por aqui: agora decidiram abolir o que restava do Muro de Berlim e galerias de arte adjacentes para iniciarem a construção de um em-preendimento de luxo. O Muro de Berlim detinha um significado his-tórico pouco agradável, de facto, mas histórico; acoplado ao muro estavam centenas de obras-de-arte que simplesmente foram destru-ídas. Antes disto, os portugueses passaram a escrever brasileiro para que a venda de novas gramáticas e dicionários disparasse. A língua portuguesa foi profanada e ne-nhum cidadão consciente pôde interceder em seu auxílio. Como é isto possível? É possível porque socialmente está tudo no lodo.

Bellum omnia omnes “A Guerra de Todos Contra Todos”

Com esta cenografia, pouco mais nos resta senão recorrer ao sen-

timento, voltar à natureza, viver para colmatar as necessidades mais legítimas e sem grandes sacrifícios. Não há mais a desejar. A sociedade global educa-nos para seguirmos o rebanho, de acordo com padrões sociais e estéticos absolutamente decrépitos. A nossa missão na vida é, portanto, resgatar o Estado de Natureza para nós próprios e man-dar o resto às urtigas. Ninguém, na perfeita maquinação do seu inte-lecto, quererá viver no seio de uma pseudo-sociedade que é autocrá-tica, oportunista e estupidificante. A conclusão é: se vivermos em co-munhão com os ensinamentos do egocentrismo, viveremos felizes! O egocentrismo baseia-se na ilu-são de que tudo gira à nossa vol-ta, sendo que o que importa são as nossas próprias escolhas, vontades e interesses. Vai daí, qual é o pro-blema das pessoas com o egocen-trismo? Sem as ilusões do nosso imaginário, o budget da felicidade seria terrivelmente limitado. Sem a proteção do egocentrismo, não

Falaram-me os homens em humanidade, Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade. Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si. Cada um separado do outro por um espaço sem homens.

Alberto Caeiro

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12 | A Coluna, Abril 2013

passaríamos de indivíduos men-tecaptos e desprovidos de energia reativa. Há que ser egocêntrico... Se não gostares de ti, quem gosta-rá? Defendo uma abordagem pon-derada e realista deste conceito. O egocentrismo, aliado à sapiência, é o melhor trunfo nos dias de hoje.

Certamente que a Igreja e a sua catrefada de fiéis sedentos diz que é pecado, mas esta é somente mais uma entidade completamente de-sacreditada e obsoleta; já não se me oferece dizer mais nada a res-peito. O não-crente, e portanto de mente não-conspurcada, terá senso comum suficiente para per-ceber a importância e preponde-rância do egocentrismo. Trata-se apenas de valorização própria, de autoestima, de emancipação e de felicidade. Para que isto seja alcan-çável, é necessário acompanhar a falência dos padrões tradicionais e jogar com aquilo que a nossa so-ciedade proclama. Por exemplo, se o atual primeiro-ministro nos incentiva a emigrar, façamos-lhe a vontade. Depois de licenciados, numa demonstração de ipiran-ga, rumaremos ao estrangeiro e lá daremos início a uma jornada exclusivamente pessoal, verdadei-ramente entusiasmante e cultural-mente interessante. Se algo correr mal, há sempre a possibilidade de retornar à pátria e pedir ajuda aos papás; no entanto, as tentativas são uma fonte de recursos inesgotável, é uma questão de paciência. Aliás, minto!, as tentativas esgotar-se-ão no momento em que um crente ou um não-crente decidir que consti-tuir matrimónio é benéfico. É im-pressionante como ainda existem desastres bípedes que acreditam neste contrato supérfluo e, mais

uma vez, desacreditado. Também é irritante e totalmente useless ba-talhar pela igualdade de direitos relativamente a este assunto. Não se casem e pronto! Casar é o pri-meiro pé na cova, procedendo-lhe o segundo pé, pois incautamente surgirá o filho. E neste crescendo

de infortúnio, não há espaço para a misericórdia, pois enquanto a vida pessoal adquire estes contornos, a vida profissional permanece laten-te. É acordar todas as manhãs com esta sentença perpétua e macabra. Não! Não pode ser! É abdicar da vida e de tudo o que se poderá fazer até ao último sopro da existência.

D’un autre côté, se ao casamento estiver agregada uma conta bancá-ria exorbitante, talvez valha a pena, isto se fores o cônjuge pobre. De repente, chegou o momento Cin-derela e todos os desejos poderão tornar-se realidade. Eu realizar--me-ia em múltiplas vertentes: es-petáculos teatrais na Broadway e no Palace Theatre; estadias no Avalon Hotel (onde morou Mari-lyn Monroe), no Al Ponto Antico Hotel (em Veneza) e no Anatasis Apartments (na Grécia); constru-ção de uma Library of Congress particular, visto que sempre vivi oprimido por não conseguir co-lecionar literatura porque cada exemplar decente ascende os trinta euros; dezenas de estreias cinema-tográficas em tempo real e não me-ses depois aqui em Portugal... Tudo isto deixaria de ser um problema, não é fantástico? Melhor só mesmo o euromilhões, mas não é bom vi-ver nesta hecatombe iminente. In-felizmente, haverá sempre aqueles energúmenos cujo espírito e alma diminutos não os deixam fruir da vida plenamente e, por isso, julgam

os outros. São estas as pessoas que cospem para o chão, numa repre-sentação fiel do comportamento animal. O que lhes importa – di-zem orgulhosamente - é o trabalho honesto, o suor intenso, o dinhei-ro “limpo”. Poupem-me! Ninguém nasceu para servir o alheio. Nin-guém nasceu para viver no síndro-me do encarceramento, no interior de um escafandro, insensível aos raios solares e ao soprar do vento. Ninguém nasceu para viver no in-terior de uma gaiola dourada, com vista para a riqueza mal distribuída.

Em jeitos de finalizar, a ideia ful-cral que perpassa - repito - é que não temos sociedade. As suas re-miniscências são algo a dizimar. A nossa guerra é solitária e contra to-dos os outros, que se guerreiam pe-las mesmas razões. É complicado.

Rui Batista

“Live fast, die young and leave a good-looking corpse!” James Dean

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A Coluna, Abril 2013 | 13

Dizem que os amigos que se fazem na faculdade são aqueles que ficam para a

vida e eu concordo plenamente.Entramos na faculdade um tanto

ou quanto desorientados, à pro-cura de novas experiências, novos conhecimentos e novas amizades.

Numa primeira fase é tudo tão intenso e tão rápido, o primeiro ano passa mais do que a voar: num dia é setembro e dois dias depois já é maio... As recordações e tudo o que é essencial ficam guarda-

dos na nossa memória para o res-to da vida e há sempre quem diga que o ano de caloiro é o melhor ano de todos. Aqui, eu já discor-do totalmente, creio que só se fica com essa impressão por ser tão instantâneo e entusiástico, mas o melhor ano somos nós que o faze-mos, e disto, eu não tenho dúvidas.

Chegamos ao fim do primeiro ano com a memória do telemóvel a abarrotar de números novos, te-mos mil jantares marcados com mil pessoas diferentes, passamos as férias à espera de voltar a encontrar aqueles grandes amigos que foram para a terrinha, já só queremos que o tempo avance sem medos.

E o segundo ano começa um pouco apreensivo e pode che-gar a ser violento. Os jantares continuam marcados, nos mes-mos restaurantes de sempre, to-dos esperamos lá voltar e en-contrar as mesmas caras do ano anterior mas nem sempre é assim.

Esses, às vezes, não voltam da terrinha a tempo. Esses, às vezes, não podem ir jantar porque têm mesmo de fazer aquele trabalho para aquela cadeira à qual repro-varam por causa da queima. Es-ses, às vezes, não têm dinheiro e nós já não fazemos o esforço para criar uma vaquinha. Esses, às ve-zes, têm explicações à hora de jantar. Esses, às vezes, já têm ou-tros jantares, com outros amigos novos. Esses, a maior parte das vezes, querem concentrar-se no curso. Os "problemas" começam a ser as prioridades e as desculpas aparecem, umas a seguir às outras.

Mas não me interpretem mal... Eu sei que há tempo para tudo e mais alguma coisa: bas-

ta querer e saber gerir o tempo.Onde quero chegar é, como um

grande amigo meu me ensinou, à seleção natural. Ele sempre usou esta expressão relativamente à pra-xe, eu uso-a em tudo o que posso.

Os anos vão passando e aque-les que tanto estiveram connos-co no primeiro ano, começam a desaparecer. Não só por, pos-sivelmente, andarem mais de-pressa ou mais devagar, mas sim pela dita seleção natural.

No início é tudo mui-to bonito, mas só no fim se vê quem são os verdadeiros.

Aqui se separam os amigos mu-letas; os interesseiros; os de con-veniência; os das festas, de to-dos aqueles que são verdadeiros.

Tenho pena de ter conhecido tan-ta gente assim: que se fez passar por meu amigo, que só foi meu amigo uns tempos para que eu o ajudas-se a alcançar certos objetivos, que fosse meu amigo porque lhe con-vinha, que só fosse meu amigo às terças e quintas - dias de festa e de bebidas mais baratas, que fos-se meu amigo para agradar o pró-prio ego e não por haver empatia.

Quando todos estes interesses são dissipados, aí sim, se desco-brem os verdadeiros amigos. Te-nho grandes amigos. Não muitos, até porque aqui se aplica a velha máxima da qualidade versus quan-tidade. Mas tenho amigos exce-lentes e de uma grandeza humana formidável. Depois há os outros.

Os amigos que se fazem na fa-culdade são aqueles que ficam para a vida, sim. Mas só alguns...

Ana Silva

“No início é tudo muito boni-to, mas só no fim se vê quem são os verdadeiros”.

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Encontrava-me eu depo-sitada no banquinho do metro fielmente acompa-

nhada, quando me deparo com o jornal “O Metro” pousado mesmo à minha frente. Folheei-o desinte-ressadamente até que encontrei um artigo que me causou uma certa inquietação: “Empresa Holande-sa prepara viagem para Marte em 2023, com bilhete, para já, só de ida.”. Comecei de imediato a con-jeturar toda uma aventura que se-ria partir para o Planeta Vermelho.

A empresa Mars One é verdadei-ra e completamente fiável. Come-çou já a delinear o objetivo de levar um grupo de quatro pessoas civis juntamente com alguns astronau-tas que irão especificamente para realizar estudos na área (até agora continua tudo fantástico). O mais polémico da notícia defrontou-me num ápice quando descobri que esta mesma viagem será também um reality show, a mostrar nos qua-tro cantos do Mundo (e aqui está, os reality shows vencem outra vez).

Barack Obama apoia a empresa, conjuntamente com o Prémio No-bel da Física Gerard’t Hooft, apesar de demonstrarem visivelmente as suas preocupações relativas a este projeto visto que nunca algo pare-cido fora feito. O cocriador do Big

Brother, Paul Romer, alinhou nesta ideia com uma expectante enorme e declarou: “Quando os fundado-res do “Marte I” me abordaram a perguntar quando poderiam con-versar comigo sobre uma missão para Marte, a minha primeira res-posta foi: Essas pessoas são loucas! O que é que eles podem fazer que a NASA não poderia?’”. - Pois é, ja-mais alguém pensaria em idealizar tal coisa. Aqui em Portugal investe--se em estradas para nos podermos deslocar dentro do nosso próprio país. Na Holanda investem na alta tecnologia e na ciência, que não só leva pessoas aleatórias a Mar-te, como faz disso um programa televisivo altamente captador de audiências televisivas. É a vida!

Esqueçam os Big Brothers e as Casas dos Segredos, este programa televisivo necessitará mais do que uma Fanny ou de um João Mota para despertar os olhos dos teles-pectadores (a pedido de muitos a hipótese da colocação da Cátia permanece ainda em análise). As entrevistas começam já este ano (2013) e após a escolha dos candi-datos estes serão postos a uma série de testes onde cada um mostrará a sua valência. É mais um programa televisivo, o que nos enche de dú-vidas, porém tenho que concordar que este, em específico, eleva-os para um outro patamar, pelo me-nos será em Marte. Contudo, o que mais me preocupou ao longo desta pesquisa foi encontrar bons moti-vos para participar neste concurso quase suicida. Conhecer a Teresa Guilherme está completamente fora de questão, muito menos ver a Júlia Pinheiro a rebolar pelo chão,

a possibilidade de terem entrevis-tas após as expulsões é excluída pelo menos até terem a certeza de que voltam à Terra e de certeza que ninguém vai para lá “passar umas férias” ou apreciar a zona. Então, depois de uma breve refle-xão encontrei 7 vantagens que a participação neste projeto te trará:

Adeus mãe, vou p’ra Marte!

1. Vais certamente ganhar um bom dinheiro com o concurso e não precisarás de investir numa carreira musical desastrosa (Vida Loca NÃO é um estilo musical);

2. As refeições levadas são aquelas que irão ficar até ao fim. Esqueçam cigarros e banquetes à meia-noite, para além disso a qualidade gastronómica não deve ser da melhor. Uma dieta forçada não te deixará cair em tentação!

3. Grande probabilidade de chegares ao fim do concurso e ganhares. Sem expulsões, o pú-blico tem que aguentar contigo o tempo que for necessário e, con-sequentemente, poderás variar a tua atitude várias vezes ao longo do programa e parecer uma per-sonagem louca cinematográfica. Valerá um verdadeiro Óscar!

4. Não deverão existir par-tidas da Produção, se houver movimentações estranhas foge, porque vais morrer. Como não podes fugir mesmo, se não aca-bas aniquilado pelas forças do espaço, sugiro que dês numa de Rambo.

5. Estás longe de casa, podes fazer o que bem te apetecer que os teus familiares não te vão recriminar. Quando voltares, e se

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voltares, resolves os teus proble-mas;

6. É uma visita ao Planeta Vermelho, vais poder tirar foto-grafias, fazer filmagens, escrever livros e compor músicas sobre o local. Quando chegares cá já és famoso/a, tens muito material para vender e as tuas dívidas para com o Mundo estão pagas.

7. Se o dia a dia na nave se tornar bastante agradável e for aquilo que procuras para a tua vida … Por que não? Recusas-te a voltar para casa e inicias o pro-cesso de humanização em Marte, com sorte vais ser tu a salvar a Humanidade.

A partida está marcada para 2022 e, para já, muito trabalho se encontra pela frente de forma a ga-rantirem a viajem de volta à Terra, idealmente em 2023. Aqui consta a primeira e única desvantagem desta aventura, e a real poça de ouro para as televisões: Poderás não voltar.

Acabei eu de tecer todas as ex-petativas sobre tal acontecimen-to já no fim da viagem de metro, quando me lembrei do quão es-tranho seria a despedida dos mais queridos, afinal ir a Marte não é propriamente ir ali à Madeira.

A viajem acabou e chegámos a S.Bento. Deparei-me com a quan-tidade de Terráqueos que andavam pelas ruas, relembrei-me da notícia e pensei: Que bom estar em casa! Foi então que me imaginei, de mo-chila às costas, chave na mão, pron-ta a sair pela porta de casa a ber-rar: “Adeus mãe, vou p’ra Marte!”

Sara de Oliveira

Dividiram-nos para nos oprimir. Juntemo-nos para nos libertarmos.

A sociedade portuguesa encon-tra-se, hoje, com um grave proble-ma. Não se trata de um espinho no pé, mas sim de uma pistola na boca. Diziam os nossos governantes que a vinda da Troika a Portugal teria como principal objetivo salvar-nos da profunda crise em que mergu-lhávamos. Afirmavam eles que em Portugal não havia dinheiro, hoje há muito menos; não havia cresci-mento, hoje há recessão; não havia emprego, hoje estima-se que 1 em cada 5 portugueses estará no de-semprego; a precariedade era um enorme problema, hoje é regra; tinha que se fazer cumprir os com-promissos, então corromperam um dos nossos compromissos mais an-tigos, a Constituição da República e as leis que foram necessárias ig-norar para aprovar as novas medi-das impostas; tínhamos que pagar o que devíamos, foram então pedir mais empréstimos dotados de mais juros e roubar ás carteiras daque-les que trabalham todos os dias e descontaram a vida toda para asse-gurar uma velhice tranquila. Esta-rá a Troika realmente a salvar-nos?

A troika não nos ajuda, não nos resgata. Esmaga-nos, afunda--nos, mata-nos. As suas medidas de austeridade não funcionam. Não funcionam aqui, não funcio-

nam em Espanha, na Grécia, na Irlanda, em Itália ou no Chipre.

O povo já se encon-trava em fermentação, e a última, disparata-da e violentíssima co-municação ao país do primeiro-ministro e as

desastrosas e gravíssimas medidas anunciadas pelo ministro das Fi-nanças acabaram com a nossa pa-ciência e com a tolerância à men-tira política, à injustiça social e à destruição da economia. Medidas como o pagamento de propinas nas escolas secundárias públicas, novo aumento de propinas das facul-dades, aumento da luz, impostos sobre tudo o que nos envolve, con-vites á emigração para quem não vê futuro cá dentro são mais que razões para dizermos que não per-mitiremos isto, que nos roubem as vidas para salvar bancos, para au-mentar contas em paraísos fiscais (que neste momento já se tornam infernos), para injetar milhões nos grandes grupos económicos. A austeridade da troika e dos seus governos abate-se sem contempla-ções sobre cada um de nós, sobre a estrutura da nossa sociedade, sobre os nossos direitos, as nossas escolas, os nossos hospitais, a nos-sa cultura, sobre toda a nossa vida.

Simplesmente basta.

Maria Medo

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Boatos. Uma espécie de ví-rus de rápida propaga-ção. Aparecem disfarça-

dos de burburinhos entre grupos ou numa escala mais abrangente. A pergunta que se coloca é a se-guinte: serão estes inevitáveis?

Sendo eu aluna do ISCAP, não posso ficar indiferente à quanti-dade absurda de boatos que soam à minha volta. Surgem todos os dias, haja criatividade! (Pes-soal de Marketing, aprendam!)

Uma palavra mal percebida vinda de uma pessoa da qual não se gosta e, puff!, temos motivos mais do que suficientes para lançar um boato.

A meu ver, existem dois tipos: os inofensivos, aqueles que se lançam só pela piada da coisa; e há os pre-judiciais, aqueles que realmente fazem estragos na vida de alguém.

E crescem de forma desmedi-da. O raio dos boatos que nos destrói socialmente e que nos faz querer bater em quem os lança.

O quê que faz uma pessoa lançar um boato? Existem razões muito óbvias: a própria vida não é sufi-ciente, as pessoas não são aquilo que demonstram e, numa atitu-de desesperada, chamam a aten-ção para os outros, para que a sua vida não ande na boca do povo.

E depois há o/a “lançador/a de boa-tos de serviços”, a tal pessoa criativa.

E há os ingénuos. Os que acre-ditam em tudo o que lhes é dito e que, pior!, continuam a espalhar o dito sempre com pormenores no-vos e ainda mais maldosos. Enten-dam que há diferença entre boato e “mexerico”, enquanto que contar o “mexerico” é metermo-nos na vida dos outros (ainda que este seja ver-

dadeiro), um boa-to é uma invenção criada apenas por maldade, para prejudicar o ou-tro. E não serão estes, os ingénu-os, piores do que os “lançadores”?

Vocês, ingénu-os, não se acre-ditem em tudo o que ouvem. “Ver para crer!”, certo? “Inocente até prova do contrário?” Aquelas coisas que os nossos avós nos ensinam e que temos tendência a esquecer.

“Como é que eu ainda não sa-bia disto?” Pergunta que toda a gente faz aos amigos quando es-tes são alvos de boato. Bem, das duas uma... Se não sabíamos é porque não era problema nosso ou então porque nunca aconteceu.

Eu sou ingénua na medida em que acredito no Karma, acho que tudo o que nos é feito, retorna a triplicar.

Precavenham-se. “Como?”, perguntam vocês. Não deixem que a vossa vida ande a passear nos corredores. Tenham cuida-do a quem contam o que fazem ou deixam de fazer. Confiem em quem ganhou a vossa confiança, não porque “bebi a mais, nem re-parei com quem estava a falar”.

Em suma, não deem ra-zões para falarem de vocês.

E vocês, lançadores, antes de lan-çarem um boato pensem no efei-to que terá na pessoa em questão. O prejudicado será inferiorizado por todos, ficará triste, desmo-tivado, terá que arranjar razões para recuperar a sua credibilidade

e a confiança dos amigos – ain-da que sem necessidade -, tudo isto porque alguém se lembrou de “mandar umas bocas”. Porque sim. Por maldade pura e crua.

Vocês, prejudicados, vão direta-mente à fonte. Peçam explicações. Questionem tudo e mais alguma coisa. É a vossa vida que está a cor-rer o mundo. A de mais ninguém. Exijam provas do que foi espalhado.

A vida é curta. A vida acadé-mica então… Começa hoje e amanhã já estamos a desesperar por um trabalho na nossa área.

Diz-se que na faculdade fazemos amigos para o resto da vida. Acre-ditando nisto, valerá mesmo a pena estragar a vida de alguém ainda que por um curto espaço de tempo?

É mesmo assim que que-rem marcar este percurso?

Tratem os outros da maneira que gostariam de ser tratados. Não per-cam aqueles que, supostamente, se-rão os vossos amigos para o resto da vida, por uma vontade estúpida de dizer mal só porque vos apeteceu.Quem fala de um, pode sempre ouvir falar de si mesmo.“Quem? Eu? Ahahah”

Vanessa Azevedo Silva.

Corte e Costura“O Poder de Um Boato”

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Reportagem: Walter Elias Disney

“Keep moving forward”

Chovia a cântaros, como de resto todos se têm aper-cebido. Estava eu com al-

guns consócios quando se decidiu que Branca de Neve e respetivos anões seria o filme da noite. Há já algum tempo que não revia esta relíquia de 1937. Foi a primeira longa-metragem da Disney, basea-da no conto dos Irmãos Grimm e nomeada para o Óscar de Melhor Banda Sonora. A melhor de todas é que o próprio Walter Disney rece-beu um Óscar honorário, compos-to pela estatueta tradicional e mais sete em tamanho reduzido, para comemorar o primeiro filme intei-ramente animado produzido nos Estados Unidos. O senhor é o rei.

Encontrava-me portanto com um cálice de vinho na mão e a acender coisas que se acendem, convicto de que os momentos seguintes seriam de puro regozijo, quando capto uma realidade bastante obtusa que me escapara durante os cândidos anos de infância. A ambiência ex-perienciada pelos personagens de “A Branca de Neve e os Sete Anões” é sinistra e angustiante: o facto de a rainha se sentir mais feia que Bran-ca de Neve e por essa razão enco-mendar a sua execução, exigindo o coração como prova, é somente cruel. Não satisfeitos, integraram no filme duas das cenas mais me-lodramáticas na história da cine-matografia de animação: Branca de Neve a fugir à morte no interior de um bosque supostamente assom-brado e a transformação da rainha em pobre senhora velha. Após este último momento, a rainha orques-tra o golpe final, cujo clímax con-sistiria em sepultar Branca de Neve ainda viva. Falem-me disto… Eu

pergunto-me como foi possível crescer saudável e perfeitamen-te consciente das minhas capaci-dades. É devido a ensinamentos deste género que existem crianças ou pré-adolescentes que esten-dem a fantasia à realidade e acham que podem voar, até ao momento em que se esborracham no chão. Ou isto foi devido ao Son Goku? Whatever, a causa é a mesma.

Esta ambiência repete-se no filme dos dálmatas em 1961 - cuja his-tória é baseada no livro de Dodie Smith -, embora o darkside tenha dado lugar aos requintes de malva-dez protagonizados por Cruella de Vil, cuja maior ambição é esfolar cães e vestir suas peles. Eu gosta-va da Cruella até perceber que se tratava de uma serial killer de com-portamento maníaco-obsessivo. A Disney, desafiando a crítica e aba-lando as crenças do comum mor-tal, em 1966, reedita o filme, mas desta vez com personagens reais, o que piora toda a situação. Re-alizado por Stephen Herek, “101 Dálmatas” catapulta a nunca os-carizada Glenn Close para o ima-ginário dos espectadores da déca-da de 60. Posteriormente, a atriz participa em filmes deliciosos que apenas lhe valeram indicações ao Óscar de Melhor Actriz, como “Fa-tal Attraction”, “Dangerous Liai-sons” e “Albert Nobbs”. A partici-pação de Hugh Laurie (o chatinho Dr. House) é patética, mas talvez o tenha sido propositadamente.

“O Corcunda de Notre-Dame” contém cenas mais pesadas e me-lancólicas, aborda questões como a mendigagem, os maus-tratos e o preconceito. É para crianças mais dotadas e simultaneamente mais

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depressivas. Eu tenho um irmão de 10 anos que ainda é capaz de chorar perante a cena em que o corcunda é enxovalhado na praça pública! Depois temos o parado-xo entre a cigana e o Ministro da Justiça, representando a liberdade e a opressão respetivamente. Exis-tem situações que são impossíveis de compreender enquanto criança, mas que descodificamos em con-texto posterior – e aqui reside a fór-mula do sucesso. Este filme estreou em 1996 e recebeu uma indicação ao Óscar de Melhor Banda Sonora; a sua história baseia-se no clássico de Victor Hugo, também autor de “Les Misérables” (diga-se que am-bos os livros estão soberbos, são enciclopédias do conhecimento e do bom gosto). A crítica norte--americana considera-o um dos filmes mais obscuros da indústria, ao lado de “Taran e o Caldeirão Mágico”, de 1985, baseado na saga literária “As Crónicas de Prydain”, de Lloyde Alexander (lembro-me de ler os dois primeiros volumes e achar uma bosta). O vilão do filme é um cadáver de olhos vermelhos e com um par de chifres, semelhante à figura anti-católica que é o Diabo. Desta vez, a Disney esmerou-se, é que nem uma cantoria entoa du-rante o filme. Foi portanto o maior fracasso na história da marca.

Ao embrenhar-me nesta investi-gação quase académica, constatei que existe um outro aspecto que os filmes Disney comportam e que deve ser mencionado: o apreço pela morte. Apesar de patente na maioria dos filmes, esta temática adquire maior expressividade em produções como “Bambi”, realiza-do em 1942 e baseado no romance com o mesmo nome do austríaco Felix Salten – existe o livro na bi-blioteca da Faculdade de Letras, não é ótimo? Ora, a mãe corça simplesmente é abatida diante da cria. A morte não é ilustrada, mas

o meu irmão, na altura com seis anos, faleceu. Não sei até que pon-to a Disney será responsável por certos traumas infanto-juvenis que se prolongam até à idade adulta, impossibilitando o traumatizado de executar tarefas simples como discernir acerca do bem e do mal. O facto é que há pessoas assim, parvas. Não menos expressiva é a morte por enforcamento aciden-tal do vilão Clayton, em “Tarzan”. Baseado na história de Edgar Rice Burroughs (o criador literário da personagem) e lançado em 1999, foi um enorme sucesso de bilhe-teira, sendo o 5º filme mais visto desse ano, arrecadando o Óscar de Melhor Canção Original (You’ll Be in My Heart). Todavia, o momento Disney mais sádico e memorável é o fratricídio de Mufasa – primeira vez que se assiste à morte de uma personagem. “O Rei Leão”, de 1994, é a súmula de várias inspirações: “Hamlet” (Shakespeare), o próprio “Bambi” e as lendas de José e Moi-sés, personagens bíblicas. Bem, a semelhança entre a vida de Hamlet e Simba é óbvia, até porque ambos vingam a morte do pai; também existem acontecimentos que resga-tam a tragicidade lírica de “Bambi”, já para não dizer que são os pri-meiros filmes em que aparecem animais não-antropomórficos… Agora a comparação com os pro-fetas é descabida. É a décima nona melhor bilheteira do cinema e a segunda melhor bilheteira de ani-mação, sendo destronada por “Toy Story 3”. Para não variar, o filme foi galardoado com o Óscar de Me-lhor Banda Sonora e o Óscar de Melhor Canção Original (Can You Feel the Love Tonight, Elton John).

A Disney tem sido constante e mundialmente acusada

de promover o ocultismo, o espi-ritismo, o satanismo e a homosse-xualidade, entre outras formas de conduta desaprovadas pela Bíblia e pela fé cristã. Acedendo ao Youtu-be, poderemos encontrar inúmeros documentos que divulgam extensi-vamente o carácter pouco ortodo-xo característico da empresa. No entanto, há que tentar perceber que divulgações têm equivalência real e quais levantam falsos testemunhos.

A verdade é que num dos par-ques temáticos da Disney, na Fló-rida, se celebra anualmente o Gay Day at Disney World. Em 1996, os organizadores do evento usa-ram emblemas que retratavam as personagens Mickey|Donald e Minnie|Margarida como homosse-xuais. No ano seguinte, e devido a esta posição encabeçada pela Dis-ney, a maior igreja de protestantes dos Estados Unidos, a Convenção dos Batistas do Sul, iniciou um boicote a todos os produtos asso-ciados à marca. Por outro lado, são apontadas referências explícitas à homossexualidade nos próprios filmes. A personagem Scar foi cria-da por John Smith (homossexual que morrera infectado com o vírus da SIDA, portanto nada cliché…) e é descrita como “efeminada” e “roliça”. De facto o leão é estranho: afirma, gesticulando homossexual-mente, “I’m surrounded by idiots” e interpreta o tema de Shirley McLane, uma das maiores divul-gadoras da Nova Era: “a shining new era, is tiptoeing nearer”. Mais: numa entrevista para o New York Times, os actores Ernie Sabella e Nathan Lane, que emprestam a voz à dupla Timon e Pumba, afirma-ram que estas foram as primeiras personagens homossexuais da Dis-ney. Contudo, ninguém poderá ne-

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gar a personalidade também femi-nina do Bambi e muito menos do seu amigo, a doninha macho, que se chama Flor por opção própria.

Para além de gay, a Disney é sa-tânica. Na película “Cinderela”, de 1950 e baseada no conto de Char-les Perrault (a versão dos Irmãos Grimm também está boa), o gato doméstico – pérfido e dissimula-do – chama-se Lúcifer. Isto não pode ter sido sem querer… O gato é inclusivamente tratado por “sua majestade”. Em “Fantasia”, de 1940, a figura do Diabo surge efetiva-mente, inicializando um ritual que visa torturar as almas e lançá-las ao fogo. O filme está produzido de forma magistral e todos os clássi-cos musicais são conduzidos por Leopold Stokowski; algumas delas foram apresentadas pela Orquestra de Filadélfia. Esta produção arre-cadou dois Óscares honorários, devido à sua inovação em termos audiovisuais, embora tenha sido considerada uma das mais sórdi-das, por envolver nudismo, violên-cia e morte. Ora, “Pocahontas”, de 1995, o primeiro filme inspirado numa personagem real, não esca-pou ilesa a estas acusações. Em pri-meiro lugar, deve esclarecer-se que a palavra indígena “pocahontas” não significa “espíritos do abismo” como as seitas insistem em proli-ferar, mas sim “menina mimada”. A dita menina era uma índia po-whatan que viria a casar-se com um famoso comerciante inglês, algures pelos anos de 1600. Sim, menina de dezassete anos, e não um mulherão de mamas e cabelos sedosos! De facto, existem alusões ao espiritismo e à ressurreição, mas isso são tradições ancestrais que todos reconhecemos aos índios. Não é muito diabólico que a avó de Pocahontas decida ressuscitar em forma de árvore, isto no filme. Em grosso modo, o filme não está nada de especial, tendo vencido nas ca-

t e g o -rias de Melhor Canção O r i -g i n a l (Colors of the Wind) e Me-l h o r B and a S o n o -ra. Para finalizar, é nítido quando as perso-nagens, em vários filmes, utilizam o símbolo satânico com as mãos, no-meadamente a Branca de Neve ao defender-se do caçador e as irmãs de Cinderela ao comemorarem a sua vitória sobre a irmã bastarda. Acho o máximo! A capa do clás-sico “A Pequena Sereia” também merece atenção, mas seria im-próprio referir por que razões.

Quais as possíveis conclu-sões sobre este assunto? Tantas quantas forem as pessoas que contribuam com o seu pare-cer. Na minha ótica, a Disney foi impiedosamente maculada, manchada e desmembrada. Existem estudos científicos e psicológicos provenientes de vários países, mas todos bas-tante insossos e pouco argu-mentados/clarificados (um pro-veniente de Harvard, nos Estados Unidos, considera “Dumbo” um filme extremamente perigoso para as crianças, só porque o elefan-te responde com agressividade às provocações das tias…). A Disney foi o melhor que aconteceu àque-les que nasceram no tempo certo e, por isso, agora serão os respon-sáveis pela transmissão desta ba-gagem cultural às gerações vin-douras. Até porque a Disney não é o que era… os filmes produzidos atualmente, embora fantásticos e recheados de tecnologia, não en-

cerram o encanto de antigamente. Por ser tão maravilhosa e visioná-

ria, a Disney é quem tem mais indi-cações ao Óscar (com cinquenta e nove nomeações) e quem tem mais Óscares recebidos (vinte e dois), a par de Walter Elias Disney que, para além dos Óscares honorários já referidos, recebeu mais um pela criação do rato Mickey em 1932.

Parabéns!

Rui Batista

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Recentemente tenho vindo a deparar-me com uma série de comentários mui-

to pouco agradáveis, respetivos aos jovens da atualidade, oriundos de algumas pessoas de uma gera-ção mais antiga. Palavras vocife-radas pelos mesmos associam a ideia de “inutilidade”, “preguiça”, “estupidez” e até “mimo” que as pessoas, com idades compreen-didas entre os 18 e os 30 anos, supostamente carregam. Atiram ao ar insultos aos estudantes que, no seguimento das suas pequenas ideias, deveriam já estar a “traba-lhar no duro” e a “ganhar tostão” (como um bom Português diria), e que estas novas tecnologias só nos arruínam, enchendo as ca-beças de sonhos e ilusões parvas. Prolongando a cavaqueira com qualquer um destes mamíferos, podem constatar que nos respon-sabilizam pela crise económica, financeira e política em que o País se afunda e, sem qualquer tipo de alinhamento falam dos tempos antigos, onde eles podiam correr nas ruas porque não havia perigo, onde a moeda era mais rentável, não havia crises políticas e toda a gente trabalhava, aparentemente a comunidade portuguesa era mais feliz. E então, apontando o indi-cador, tão velho quanto os seus pensamentos, sem pudor, aos mais novos, crucificam aqueles que mais sofrem com toda a situação.

Estou segura de que não sou a

única a discordar de forma plena destas afirmações, deste insulto à minha pessoa e aos meus iguais, desta mediocridade que o nosso País transporta nas mentes a quem eu continuo insistentemente a chamar de “sofríveis”. É também um reflexo da geração mais antiga e tipicamente portuguesa: “A culpa é dos outros”. As pessoas qualifica-das vendem bolachas de porta em porta, o PIB começa já a brincar às escondidas e as medidas de auste-ridade estão a ter o mesmo efeito que o Titanic quando se afunda e, pelos vistos, uma boa parte da população portuguesa está mais preocupada em culpar os mais novos (que nada têm a ver com os fatores iniciais desta crise) pelo facto de não poderem tomar mais o seu maravilhoso pequeno-almo-ço no café da Laurinda (é impor-tante salientar na generalização aqui presente). Que o nosso País é inculto já se sabia, a cidadania fora completamente esquecida e a im-becilidade começou a tomar o seu lugar. Só nos resta então ironizar a situação e, dessa forma, repor a verdade, sendo esta propositada-mente uma resposta demasiado complexa para tais destinatários.

A Inutilidade advém de uma ideia sem pés nem cabeça que incide no facto de os jovens não estarem “qualificados” para os seus devidos cargos: “Vocês não servem para nada!”. E com nada eles referem-se ao cortar a lenha, vassourar o chão com perícia e cozinhar um borrego. As pessoas instruídas nas áreas das Enge-nharias, na Saúde, Gestão entre todas as outras não são precisas! O que o País necessita é de um bom samaritano, que ame as cores da Bandeira até à morte e que saiba,

acima de tudo, que condimento utilizar na confeção de uma Feijo-ada.

De seguida a Preguiça, porque nós jovens com “corpo para se fazer à vida” prolongamos os anos de estudo, ou seja, o estudo para pouco ou nada serve, a não ser para servir de desculpa para não se trabalhar. Já não bastava o 12º ano ser obrigatório, como vamos por iniciativa própria andando por aí, a vaguear, até cairmos na Universidade onde a inércia nos abate profundamente e ficamos até ao mestrado: “Boa vida…” - dizem eles! Formar pessoas é para fracos, bom mesmo é ter pessoas que não sabem assinar o seu nome e passarmos a ver mais cruzinhas no papel. Cultura? Isso não é nada se não ajuda a adivinhar o resultado do clássico Benfica-Porto. En-fim, afinal estes jovens que fazem milhares e milhares de quilóme-tros para a faculdade, onde não recebem e trabalham horas sem fim, são uns mandriões! Para eles os jovens deviam pegar nas suas lindas caras e, mesmo com muita

fominha e cansaço, ajudar a acabar com a dívida Portuguesa e contri-buir para o aumento das reformas dos outros (porque de certeza que nós não as teremos).

“Numa Socieda-de de estúpidos, os mais inteligen-tes é que são cha-

mados de parvos.”.

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A palavra estupidez é-nos atirada com algumas dúvidas (daquelas em que se atira mesmo sem pensar) e com argumentos pouco fiáveis. Um deles baseia-se no facto de a Globalização ser um ultraje, e a forma mais veloz de os povos perderem os seus costumes. Apesar de não ser, na minha opi-nião, totalmente mentira (agora poderia tecer uma série de prós e contras, mas não o vou fazer) o cerne deste problema é tudo menos inteligente. O adquirir de novos costumes e ideais, desde as saídas noturnas, novas tecnologias até à aceitação de minorias comu-nitárias e o ganho de à vontade na reivindicação de problemas políticos e sociais, todos eles incentivados pelo decorrer das mudanças em todo o Mundo, são vistos como “modernizações” não precisas no País, que causa entraves e desatenção ao fluir da cultura portuguesa (Família, Futebol e Fado). Relembram-se do tempo da PIDE e eu, incrédula, ouço-os murmurando quase com uma lágrima no canto do olho que naquele tempo eram felizes, a po-pulação era sossegada e obediente, as pessoas tinham emprego para toda a vida nem que fosse num simples café e o governo, de mesa cheia de iguarias e barriga cheia, brincava ao polícia e ladrão.

Por fim e muito fácil de enten-

der, o mimo. Porque de alguma forma, o facto de eu ter recebido um telemóvel aos 12 anos, de me terem comprado consolas, de usar frequentemente o computador e todos os seus luxos, de ter ido ao cinema várias vezes com a família, de me oferecerem livros, entre muitas outras coisas vai fazer (ou já fez e eu ainda nem me apercebi) com que não perceba o verdadeiro valor da vida, e me torne ainda mais mandriona do que, pelos vis-tos, sou. E nada, mas nada do que possas dizer vai alterar tal opinião formada. Entre ganhar qualquer coisa seja ela qual for, sem esforço, e não ganhar nada, é preferível a segunda. Porque tudo isto é visto como puro entretenimento, sem qualquer contributo para a cultura de um indivíduo ou facilitação do processo de aprendizagem. Se continuássemos a enviar cartas em vez de usarmos o telemóvel, ler a bíblia em vez de um bom roman-ce, ver as novelas portuguesas recheadas até mais não de cultura, estaríamos num bom caminho (muito diferente do de agora).

Vivemos à custa dos nossos “papás” até aos trinta anos, mas porque assim o queremos! Para além de nos terem pago a facul-dade (uma facada, já que estudar é tão inútil), depois de licenciados ainda temos a lata de lhes pedir abrigo, cuidado e alimentação. E tudo isto porque ou trabalhas 13 horas (ou mais) por dia e quando recebes os fantásticos 300 eu-ros (na melhor das hipóteses) e guardas o dinheiro todo, ou então passas horas nas filas de espera tipo as do Centro de Emprego e Segurança Social só porque gostas de fazer nada da vida. Tudo isto porque quando éramos novos nos

pagaram as coisas, vejam lá. Dão--nos um bocadinho e queremos logo tudo! Sornas, é o que somos. Portanto, não vale a pena matares--te a estudar, seres um grande humanista e sociólogo, não vale a pena teres uma mente brilhante, nem trabalhares e estudares ao mesmo tempo sem qualquer tipo de transporte a não ser o público, se recebeste um telemóvel aos 12 anos, a tua vida perderá imedia-tamente todo o sentido. “No meu tempo não havia cá dessas brinca-deiras!”.

Em forma de conclusão, e sem querer ferir ainda mais as susceti-bilidades dos mais velhos, esque-cendo um pouco a raiva que me invade quando ouço tais comen-tários e ridicularizando um pouco toda a situação, sublinho esta frase que tem tanto de irónica como de verdade: Numa Sociedade de es-túpidos, os mais inteligentes é que são chamados de parvos.

Sara Oliveira

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Atual

Mais uma vez a Dis-ney Cruise Lines volta a Portugal, a

Lisboa, para preencher 30 vagas na área da restauração, na fun-ção de empregados de mesa e de bar. Em dezembro de 2012, fo-ram contratados 60 portugueses.

A companhia que realiza cru-zeiros familiares de luxo por todo o mundo vai fazer o recrutamen-to no final do mês de maio, ain-da sem data definida, e oferece um contrato renovável, com du-ração de 6 meses, e um salário que varia entre €1.500 e €2.700.

Os candidatos selecionados têm direito a alimentação, alojamento, seguro de saúde e ainda poderão usufruir de pacotes de desconto es-peciais em produtos da Disney, fil-mes, ginásio, internet, entre outros.

Os requisitos não são muitos: os candidatos devem ter mais de 21 anos de idade, serem fluen-tes em inglês e terem pelo me-

DISNEY PROCURA EM PORTUGAL EMPREGADOS PARA CRUZEIROS DE LUXO

nos 2 anos de experiência como empregados de mesa ou de bar.

Os interessados que preencham estas condições devem enviar cur-rículo em inglês e com fotografia [email protected]. A Disney Cruise Lines entrará depois em con-

tacto para as entrevistas presenciais.“Mais do que dar-lhe uma expe-

riência pessoal inesquecível, tra-balhar numa linha de cruzeiros tão luxuosa garante-lhe excelen-tes competências e conhecimen-tos profissionais num ambiente único”, salienta a empresa de re-crutamento no seu site oficial.

Para além de Portugal, a Disney Cruise Lines vai estar também em Londres, durante o mesmo mês.

Ricardo Vasconcelos

A Coluna foi até ao Talkfest, que decorreu entre os dias 7

e 9 de março, em Lisboa, onde pro-motores, músicos, empresários e jornalistas discutiram o futuro dos festivais de música em Portugal.

Álvaro Covões (Diretor do Opti-mus Alive e da Everything is New), Hunter Halder (criador do Re--food), Chris McCormick e James Drury (Criadores do UK Festival Awards) foram alguns dos oradores presentes nos vários dias de festival.

De entre os diversos temas tra-tados nas conferências, que tive-ram local no Instituto Superior de Economia e Gestão e, entre muita discussão, a frase “os fes-tivais começam a basear-se mais em experiência do que apenas nos headliners dos concertos” re-ferida por Chris McCormick, foi uma das que marcou o evento.

Mas o Talkfest não foi só conver-sa. Houve também muita música à mistura. Durante os 3 dias ocorre-ram concertos na Aula Magna, com presença de PAUS, Capitão Fausto, Salto, doismileoito, Cavaliers of Fun e muitos outros, aos quais o público assistiu, sempre animado.

Locais para carregar os telemó-veis, casas-de-banho mais lim-pas, wi-fi grátis e sol, foram al-gumas das conclusões que se tiraram do que o público quer nos festivais, para além de boa música e excelente companhia.

E tu, o que muda-vas nos festivais de hoje?

Ricardo Vasconcelos

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A 33ª edição do Fantaspor-to, o grande festival de cinema de Portugal e um

dos 25 maiores do Mundo, reali-zou-se entre os dias 25 de fevereiro e 10 de março. Este evento foi pal-co de filmes de altíssima qualidade e de grandes autores tais como o sul coreano Kim Ki-Duk, Takahsi Miike e Guillermo del Toro. Após o seu grande êxito “o Labirinto do Fauno”, Del Toro abriu oficialmen-te o festival com “Mama”, que já fora trazida em 2008 ao Fantaspor-to nas mãos de Andrés Muschietti mas em versão de curta-metragem. Esta nova versão que foi um es-trondoso sucesso de bilheteira nos Estados Unidos, foi o grande ven-cedor deste festival. No entanto, os latinos não foram os únicos que estiveram em força. “White Tiger” realizado pela russa Karen Shakna-zarov arrecadou o Prémio Especial do Júri,Melhor Realizador e Me-lhor Ator. Por sua vez os coreanos levaram para casa o Prémio de Me-lhor Filme, Melhor Atriz, e Prémio Melhor Filme Semana dos Reali-zadores com o imperdível “Pietá”.

Neste festival foram também pres-tadas homenagens a António de Macedo com o Prémio de Carreira e a Manuel de Oliveira com uma ses-são especial dedicada aos 70 anos de estreia do mítico “Aniki Bóbó”

A 33ª edição do Festival Inter-nacional de Cinema do Porto re-sistiu á crise económica contando com o apoio constante dos espec-tadores. Os números provisórios apontam para valores próximos dos 40 000 espectadores em sala.

A organização considera que o festival superou todas as expec-tativas, num ano de crise, mas

que permitiu receber um vasto número de convidados que re-presentaram cerca de 80 % dos filmes em competição. Ao todo foram perto de 300 convidados, dos quais 120 estrangeiros. Rea-lizaram-se 175 sessões com quase 300 filmes oriundos de 37 países.

Por último, observou-se uma forte presença de estudantes de várias escolas secundárias e de cinema, que tiveram a oportu-nidade de contactar com o au-diovisual, com realizadores e o glamour do cinema em sala.

Maria Medo

Está tudo a postos para mais um InterIscas.

Nos próximos dias 10,11 e 12 de abril, o ISCAP concentra as suas forças num dos eventos despor-tivos mais esperados do ano, os 4 institutos de Contabilidade e Ad-ministração do país, o Interiscas.

O que pedimos aos nossos atletas, nada mais será de se es-perar, do que o objetivo máxi-mo da competição, conquistar a taça magna, mais uma vez.

Para aqueles que ainda não co-nhecem o evento, a taça é atribuída ao instituto participante que arre-cadar o maior número de pontos nas mais diversas modalidades: Futebol 11, Futsal Masculino e Fe-minino, Basquetebol Masculino e Feminino, Voleibol Masculino e Feminino, Andebol Masculino, Ténis de Mesa e Matraquilhos.

Como já vem sendo hábito, o nos-so instituto habitualmente alcança o primeiro lugar da competição, reafirmando-se ano após ano como uma potência desportiva não só na zona Norte do país, como a nível nacional, refletindo a grande apos-ta dos mandatos mais recentes da associação de estudantes na cul-tura do desporto e demonstran-do que cada vez mais o desporto consegue elevar o nome do ISCAP.

Com mais de 100 participan-tes, rumo a Lisboa para tra-zer a Taça Magna para casa!

Boa sorte!

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Associação de Estudantes do ISCAP

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