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O jornal das lutas comunitárias e da cultura popular Ano 5 - Número 44 Junho de 2010 Governo não prioriza a Educação Pública Página 11 O JAAJ foi conferir a história da Fazenda da Taquara e a Capela da Santa Cruz. Página 10 Fazenda da Taquara Página 7 Vida Saudável e Gastronomia Popular A arte de Milton Valeriano Leia a vida e a obra de um artista plástico de Jacarepaguá. Página 9 Página 3 Almir Paulo fala sobre a Declaração Universal do Direito da Mãe Terra Página 2 A luta contra a remoção! Página 5 SENAI Jacarepaguá abre inscrições para cursos Página 9 Carioquinha 2010. Confira!

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Jornal comunitário de Jacarepaguá

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O jornaldas lutas

comunitáriase da cultura

popular

Ano 5 - Número 44Junho de 2010

Governo não priorizaa Educação Pública

Página 11

O JAAJ foi conferir a história da Fazenda da Taquara ea Capela da Santa Cruz. Página 10

Fazenda da Taquara

Página 7

Vida Saudávele GastronomiaPopular

A arte de Milton ValerianoLeia a vida e a obra de um artista plástico deJacarepaguá. Página 9

Página 3

Almir Paulo falasobre a DeclaraçãoUniversal do Direitoda Mãe Terra

Página 2

A luta contraa remoção!

Página 5

SENAI Jacarepaguáabre inscriçõespara cursos

Página 9

Carioquinha2010. Confira!

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Ano 5 - Número 44 - Junho de 2010

[email protected].: (21) 7119-6044

Caixa Postal 70514 – Taquara – RJCEP 22.740-971

Publicação mensal daRPC Editora Gráfica LtdaCNPJ 08.855.227/0001-20

Conselho Editorial Almir Paulo, Ivan Lima, Manoel Meirelles,Val Costa, Jayme Rocha, Sílvia Regina,

Paulo Silva, Luciana Araujo,Sônia dos Santos, Cláudio Mattos,

Pedro Ivo e Maraci Soares

Colaboraram nessa ediçãoIone Santana, Jerônimo da Silva, JaneNascimento, Maurício Lafayete, Elena

Barros e Tatiana Santiago

Jornalista ResponsávelJayme RochaMTB - 28719

Diagramação e Arte-finalJane Fonseca

Mala-direta: Governo Federal; CâmaraFederal (bancada do Rio); Governo do Estado;

Assembléia Legislativa; Prefeitura; CâmaraMunicipal; Tribunal de Justiça; partidos

políticos; Acija; Acibarra; Acir; sindicatos;cooperativas; associações de moradores;

FamRio; Famerj; Faferj; Faf-Rio; Ong’s; Ibase;Fase; Viva Rio; rádios comunitárias

As matérias assinadas são deresponsabilidade dos autores

Distribuição gratuita

EXPEDIENTE

Cartas dos leitores

Cartas Informe nome com-pleto, telefone e endereço. Ojornal se reserva o direito de,

sem alterar o conteúdo, resumirou editar as cartas.

[email protected]. postal 70514 – Taquara –

22.740-971

Caro leitor, agora mensalmente vocêpoderá obter o exemplar do JornalAbaixo-Assinado de Jacarepaguá,gratuitamente, nos seguintes endereços:

Taquara• Centro Comercial Barão da Taquara(Prédio da Caixa)• Centro Comercial Unicenter Taquara• Padaria Nobreza• Clube PortuguêsFreguesia• Centro Com. Unicenter Freguesia• Passarela da FreguesiaPechincha• Academia Personal Studio – Estr.Tindiba, nº 185Praça Seca• Condomínio Residencial Florianópolis- portaria na R. Florianópolis, nº 1.521.• Academia Rio Swin – Rua CândidoBenício, nº 2.339

Informações e Assinaturas pelo telefone(21) [email protected] Postal 70514 – Taquara/RJ –Cep 22.740-971

Saiba onde encontrar o

Jornal Abaixo-Assinado

Tendo em vista a tragédia ocorrida apósas últimas chuvas que atingiramprincipalmente as favelas e as comunidadespobres, vimos manifestar ao Poder Públicoe à população da Cidade do Rio de Janeiroo seguinte:

Os problemas e as tragédias que hojeafligem principalmente os moradores defavelas não são frutos do acaso, mas daomissão e descaso do Poder Público quehá décadas não investe em políticas públicasde habitação, na realização de obras deurbanização, infra-estrutura, contenção deencostas, drenagem, reflorestamento,coleta de lixo e de regularização fundiáriade interesse social.

O histórico de abandono em que vivemos moradores dessas comunidades levou amais uma tragédia anunciada. É comum odescaso e a negligência com as reivin-dicações que há décadas são feitas pelascomunidades exigindo obras de contençãode encostas e de infra-estrutura quepropiciem redução dos riscos, melhorescondições e qualidade de vida.

Se já não bastasse a tragédia, sofremoscom a falta de informações precisas e detransparência em relação a situação dascomunidades e das ações emergenciais parao socorro das vítimas. E observamos aausência de articulação imediata dos órgãospúblicos na assistência aos desabrigados.

Repudiamos a arbitrariedade na relaçãocom os desabrigados que foram levadospara locais sem condições adequadas ealiciados para que assinassem laudos deinterdição genéricos sem a devida vistorialocal e com desrespeito aos critériostécnicos-legais.

Os megaeventos como a Copa de 2014,as Olimpíadas de 2016 e os grandes projetosurbanísticos como a Cidade da Música, aTranscarioca e o Porto Maravilha, que ge-ram imensos impactos sociais e ambientais,seriam, numa cidade justa, executadosvisando o interesse coletivo e não apenasdas elites e da especulação imobiliária. Comoforam ou estão sendo executadas, bene-ficiam principalmente áreas da cidade de altarenda ou concentração empresarial.

Os Poderes Judiciário e Legislativo não

podem se associar a este ataque que osgovernos promovem contra os moradoresmais pobres da cidade.

A grande mídia se mostra parcial aoveicular notícias pautadas apenas na versãoapresentada pelo governo, ignorando oponto de vista das comunidades.

É inaceitável o retrocesso/desrespeitoimposto pelo Poder Público, sobre osmarcos legais relativos ao direito à moradiaadequada e à segurança da posse(Constituição Federal, ConstituiçãoEstadual, Estatuto das Cidades, Lei doPrograma Minha Casa Minha Vida), queestabelecem o direito à regularizaçãofundiária integral, capaz de garantir aosmoradores o efetivo direito à cidade, com apermanência em suas comunidades, e comrealização das intervenções necessárias paraprover toda a infra-estrutura necessária e aredução dos riscos.

Defendemos uma reforma urbana quegaranta o direito de todos à cidade contraas tentativas de segregação e limpeza socialque hoje estão explícitas nas ameaças deremoção feitas pelos governos municipal eestadual, que se assemelham àquelasrealizadas durante a ditadura militar quecaracterizaram os governos de CarlosLacerda e Negrão de Lima.

O Programa Morar Seguro, do Governodo Estado, e o decreto 32081 da Prefeiturado Rio de Janeiro, ao invés de garantir odireito à cidade, é mais um instrumento nasameaças de despejo.

NOSSAS REIVINDICAÇÕES:1. Não às remoções!2. Pelo cumprimento do Art. 429, da LeiOrgânica Municipal; Art. 234 da Cons-tituição Estadual; Art. 6º da ConstituiçãoFederal; Art, XXV da Declaração dosDireitos do Homem; Art. 11º do Pacto In-ternacional dos Direitos Sociais Econômicose Culturais; Comentário Geral nº 04 doComitê das Nações Unidas de DireitosEconômicos, Sociais e Culturais e o Estatutodas Cidades.3. Destinar maiores investimentos aoreaparelhamento da GEO RIO e da DefesaCivil com a garantia de concurso público eparticipação da população na gestão dessesórgãos.4. Implementar a longo prazo um programaque contemple a drenagem, contenção deencostas e saneamento nas comunidades,bem como a correta manutenção das obras.5. Participação ampla das comunidades nodebate em busca de alternativas às re-moções e nas respectivas decisões.6. Apresentação de laudos técnicos de-talhados da situação mediante visita às

casas e áreas atingidas, com a participaçãoda comunidade e de entidades representa-tivas na análise e definição das soluções.7. A Interdição das casas somente pode serfeitas mediante estudo técnico detalhado, eeventual demolição só pode ser realizada,salvo perigo iminente, após ter sido ga-rantida uma solução habitacional definitivaaos moradores atingidos8. Priorizar o atendimento e o reassenta-mento das famílias desabrigadas e/ou emsituação de risco iminente, remanejando-asna própria comunidade ou em áreas pró-ximas, conforme determina a Lei OrgânicaMunicipal.9. Nas situações de emergência, garantir àsfamílias desabrigadas um aluguel-socialdigno enquanto novas unidades habitacio-nais ou obras para redução do risco nãoforem construídas.10. Garantir uma indenização justa àsfamílias que perderam seus entes nos des-lizamentos, independentemente da moradiaque possam receber.

11. Priorizar, para as áreas mapeadas comode alto risco após estudos sérios e comparticipação popular, as soluções que nãoimpliquem o reassentamento de famílias(como obras de contenção, drenagem,dragagem, reflorestamento e delimitação deárea ocupável).12. Os estudos técnicos do Programa“Morar Seguro” devem ser debatidos entreos profissionais e moradores, objetivandosoluções participativas com a reformulaçãoda Comissão Gestora deste programa paragarantir a participação popular.

Conselho Popular do Rio de Janeiro eMovimentos Sociais Unidos Contra a

Remoção

Carta aberta dos moradores de favelas ao prefeito e à cidade do Rio de Janeiro

Não à Remoção! Favela Também é Cidade!

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Opinião

fenômenos como mudança climática;• Convencidos de que em um sistema

independente não é possível reconhecerdireitos somente para a parte humanasem provocar um desequilíbrio de todoo sistema;

• Afirmando que para garantir os direitoshumanos é necessário reconhecer edefender os direitos da Mãe Terra etodos os seres, e que há culturas que opraticam e que o fazem;

Conscientes da urgência das açõescoletivas para transformar as estruturasque causam o câmbio climático e outrasameaças à Mãe Terra. A ASSEMBLÉIAGERAL PROCLAMA A PRESENTEDECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MÃETERRA, com propósito comum, para todosos povos e nações do mundo, a fim de quetantos os indivíduos quanto às insti-tuições se responsabilizarem por promover- mediante ensinamento, educação,conscientização e respeito a esses direitos-essa Declaração, e assegurar com medidase mecanismos imediatos e progressivos,de caráter nacional e internacional, seureconhecimento e aplicações universaisefetivas entre todos os povos e estadosmembros:

Artigo 1 – A Mãe Terra é um ser vivo• A Mãe Terra é uma comunidade única e

indivisível, autorregulada, de seres inter-relacionados, que sustém, contém eproduz todos os seres;

• Cada ser se define por suas próprias rela-ções como parte integrante da Mãe Terra.

• Os direitos inerentes da Mãe Terrasão inalienáveis e derivam damesma fonte de existência;

• A Mãe Terra e todos os seres têmseus direitos reconhecidos nestaDeclaração, sem distinção enenhum tipo de discriminaçãoentre seres orgânicos e inor-gânicos, espécie, origem, usopara os seres humanos ou qual-quer outro status;

• Assim como para os seres hu-manos existem direitos, todos osseres da Mãe Terra têm direitosque são específicos à sua con-dição e apropriados para sua

região e função dentro da comunidadenas quais existem;

• Os direitos de cada ser estão limitadospelos direitos de outros seres e qualquerconflito entre esses direitos deve se re-solver de maneira a manter a integridade,equilíbrio e a saúde da Mãe Terra.

Artigo 2 – Direitos inerentes da Mãe Terra• A Mãe Terra e todos os seres que a compõe

têm os seguintes direitos inerentes:1. Direito à vida e existência;2. Direito de ser respeitada;3. Direito à continuação de seu ciclo e

processos vitais, livres das alteraçõeshumanas;

4. Direito de manter sua identidade eintegridade como ser diferenciado,autoregulado e inter-relacionado;

5. Direito à água como fonte de vida;6. Direito ao ar limpo;7. Direito à saúde integral8. Direito a estar livre da conta-

minação, da poluição e de dejetostóxicos e radioativos;

9. Direito de não ser alterada geneti-camente e não ser modificada em suaestrutura, ameaçando sua integridadeou funcionamento vital e saudável;

10. Direito a uma restauração plena epronta pelas violações aos Direitosreconhecidos nesta Declaração,causadas pelas atividades humanas;

• Cada ser da Mãe Terra tem direito aum lugar e a desempenhar seu papelda Mãe Terra, para seu funcionamentoharmônico;

• Todos os seres têm o direito ao bem estare a viver livre de tortura ou trato cruelpelos seres humanos.

Artigo 3 – Obrigações dos sereshumanos para com a Mãe Terra

• Todos os seres humanos, estados partese todas as instituições públicas e pri-vadas devem:

1. Atuar de acordo com os direitos e obri-gações reconhecidas nesta Declaração;

2. Reconhecer e promover a aplicação e

implementação plena dos direitosreconhecidas nesta Declaração;

3. Promover e participar da aprendizagem,análises, interpretações e comunicaçãosobre como viver em harmonia com a MãeTerra, de acordo com esta Declaração;

4. Assegurar que a busca pelo bem estardo ser humano contribua para o bemestar da Mãe Terra, agora e no futuro;

5. Estabelecer e aplicar efetivamentenormas e leis para a defesa, proteção econservação dos direitos da Mãe Terra;

6. Respeitar, proteger, conservar e, quandofor necessário restaurar a integridadedos ciclos, processos e equilíbrios vitaisda Mãe Terra;

7. Garantir que todos os danos causadospor violações humanas dos direitosinerentes reconhecidos nesta De-claração sejam retificados, e que os res-ponsáveis assumam o papel de restaurara integridade e a saúde da Mãe Terra;

8. Conceder o poder aos seres humanos einstituições para que defendam os direitosda Mãe Terra e de todos os seres;

9. Estabelecer medidas de precaução erestrição para prevenir que as atividadeshumanas conduzam à extinção deespécies, à destruição de ecossistemasou alteração dos ciclos ecológicos;

10. Garantir paz e eliminar as armasnucleares, químicas e biológicas;

11. Promover e apoiar práticas de respeitoà Mãe Terra e de todos os seres de acor-do com suas próprias culturas, tradiçõese costumes;

12. Promover sistemas econô-micos em harmonia com a MãeTerra, de acordo com os direitosreconhecidos nesta Declaração.

Artigo 4 – Definições• O termo ser inclui os ecos-sistemas, comunidades naturais,espécies e outras identidadesnaturais que existem como parteda Mãe Terra,• Nada nesta Declaração poderárestringir o reconhecimento detodos os direitos inerentes dos se-res ou de qualquer ser em particular.

Declaração Universal dosDireitos da Mãe Terra

Em abril passado, 143 paísesestiveram presentes na I ConferênciaMundial dos Povos sobre MudançasClimáticas e os Direitos da Mãe Terra,realizada em Pacha Mama, Cochabamba,Bolívia.

Da Bolívia, no coração da Américado Sul, ouviu-se um grito humaníssimopela Mãe Terra: se não mudarmos osistema, o clima continuará mudando etornará inabitável o planeta. Urge umarevolução cultural para que façamos donecessário o suficiente. Praticando o‘bem viver’, que é a vida em plenitude,na dignidade do ser e não na acumulaçãoe desperdício do ter. A Conferênciaelaborou a Declaração Universal dosDireitos da Mãe Terra, na qual pu-blicamos na íntegra.

Faço um apelo aos mestres e alunosdas escolas públicas e particulares e aoslíderes comunitários, bem como aosleitores do nosso jornal, que leiam e façauma reflexão e o debate da presenteDeclaração Universal dos Direitos daMãe Terra. E, depois venham participardessa luta em defesa da vida e de nossaMãe Terra!

Projeto de Declaração Universal dosDireitos da Mãe Terra - Anteprojeto

(abertos a adendos e correções)Elaborado na Conferência Mundialdos Povos sobre Mudança Climática

e Direitos de Pacha Mama,Cochabamba, Bolívia, abril de 2010.

PreâmbuloNós, os povos e nações do mundo, consi-derando que todos e todas somos parteda Mãe Terra, uma comunidade indivisívele vital de seres independentes, inter-relacionados e com um destino comum:• Reconhecendo com gratidão que a mãe

terra é fonte de vida, alimento e ensi-namento, e provê tudo o que neces-sitamos para viver bem;

• Reconhecendo que os modelos econô-micos atuais não estão em harmonia coma Mãe Terra, pois produzem depredação,exploração e abuso, e têm causado gran-de sucção, degradação e alteração daMãe Terra, colocando em risco a vidacomo hoje a conhecemos, produto de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Chico

Alencar

Chico

Alencar

Editorial

(21) 7119-6125 / (21) 7119-6163E-mail: [email protected]

Emendas de Proteção

“O Senado, alegando “ajuste de redação para evitar incongruência comoutros dispositivos”, amenizou ainda mais o projeto Ficha Limpa, ao aprovar‘emendas de redação’ do senador Dornelles (PP/RJ). Elas não são deredação e sim de proteção! Ampliando a distância entre o que 1,6 milhãode brasileiro(a)s assinaram, na Iniciativa Popular de Lei, e o Legislativo, oSenado alterou o que foi definido pela Câmara dos Deputados, deixandoclaro que apenas condenações futuras gerarão inelegibilidade.

A Mesa Diretora da Câmara, zelando pelo aprovado pelosdeputados, deveria argüir a nulidade da mudança aprovada pelossenadores como ‘emenda de redação’, pois ela foi, na verdade, demérito. Não poderá fazê-lo, porém: com celeridade incomum, o projetofoi enviado ontem à noite mesmo à sanção do Presidente da República.

Por essa alteração bem mais que redacional, seguem elegíveis oscondenados por corrupção eleitoral, compra de votos, captação ilícita derecursos de campanha, os excluídos do exercício da profissão por infraçãoético-profissional e os demitidos e aposentados por decisão punitiva doserviço ou de função pública. Eles só ficarão inelegíveis se a sentençacolegiada for proferida APÓS a sanção da lei. Vale repetir: todos os que já“tenham sido condenados” por estes delitos – como dizia o texto que saiuda Câmara – poderão ser candidatos!

A lei não pode retroagir para prejudicar, justificam os senadores,mas em uma República há sempre que se indagar: não prejudicarquem, do ponto de vista do interesse público? Nesse caso, a emendado Senado prejudica a sociedade, a cidadania política e até a lisura dopróximo pleito. Os ‘fichas sujas’ de hoje, já condenados – e, ressalte-se, amaioria sequer o foi – vão continuar se candidatando. É falácia se dizerque todos os candidatos, a partir de agora, são ‘limpos’: seguirão pedindovotos pessoas sem probidade, com suas fichas ‘sujíssimas’ e... ocultas!

O projeto de ampliação da Lei das Inelegibilidades que vai à sançãopresidencial só vale para o futuro. In dubio pro reu, decidiram os senhoressenadores. Se o passado condena, não se preocupem os condenados. Sódaqui para a frente é que tudo será diferente...

Mais uma vez, caberá aos partidos, em geral tão ‘generosos’ na ofertada legenda, e, sobretudo, aos eleitores, a triagem, o ‘pente fino’, o exameda vida pública pregressa e do ideário dos postulantes. Muitos que buscamimunidade para garantir impunidade continuarão na disputa político-eleitoral,intocáveis. Impossível não lembrar Tomasi di Lampedusa, em Il Gattopardo:‘é preciso mudar, para continuar tudo como está’.”

O Jornal Abaixo Assinado participou ativamenteda campanha “Ficha Limpa” e ouviu oDeputado Chico Alencar sobre o tema.

O escritor português José Saramagochorou ao saber que a Justiça espanholadecidiu afastar o juiz Baltasar Garzón.Seu delito foi investigar crimes daditadura franquista.

O juiz Garzón, um dos mais admi-rados em de todo o mundo, construiusua carreira com base na defesa dajustiça universal e na investigação decrimes envolvendo os desaparecidos daGuerra Civil espanhola, o tráfico dedrogas, os grupos de extrema direita, asações terroristas dos separatistas e osanos da ditadura do general FranciscoFranco. Em 1998, determinou a prisãodo ex-ditador e genocida chilenoAugusto Pinochet em Londres.

Em 2008, Garzón tentou romper osilêncio sobre as atrocidades cometidasdurante a guerra civil (1936-1939) e aditadura do general Francisco Franco(1939-1975), com investigação sobre os114 mil desaparecidos nesse período.

Três organizações de extrema direita– Mãos Limpas, Falange Espanhola eLiberdade e Identidade – abriramprocesso contra o juiz, alegando que elenão tinha competência para isso e teriaignorado a lei de Anistia, decretada em1977. A Suprema Corte Espanholarejeitou as últimas apelações quepoderiam ter poupado o juiz de ir aotribunal nos próximos meses e ele foisuspenso de suas funções.

O afastamento gerou revolta emmuitos, como o escritor José Saramago,que declarou:

“As lágrimas do juiz Garzón hoje sãoas minhas lágrimas. Há anos, tomeiconhecimento de uma notícia que foiuma das maiores alegrias da minha vida:a acusação a Pinochet. Este meio-diarecebi outra notícia, esta das mais tristese desesperançadas: que quem se atreveucom os ditadores foi afastado damagistratura pelos seus pares. Ou melhordito, por juízes que nunca processaramPinochet nem ouviram as vítimas do

franquismo. Com o afastamento deGarzón, os sinos, depois do repique àglória que farão os falangistas, osimplicados no caso Gürtell, os nar-cotraficantes, os terroristas e osnostálgicos das ditaduras, voltarão adobrar por finados, porque a justiça e oestado de direito não avançaram, nemterão ganho em transparência. E quemnão avança, retrocede.”

Saramago referia-se a uma históriasegundo a qual um camponês deFlorença, durante a Idade Média, fezdobrar os sinos por finados porque,dizia, a justiça tinha morrido.

“Dobrarão por finados, sim, masmilhões de pessoas sabem reconhecer ocadáver, que não é o de Garzón,esclarecido, respeitado e querido em todoo mundo, mas o daqueles que, com todoo tipo de argúcias, não querem umasociedade com memória, sã, livre evalente.” conclui o Prêmio Nobel deLiteratura.

As lágrimas de Saramago e Garzónsão as mesmas de todos os quedefendem uma sociedade com liberdadee democracia, que lutaram contra ofascismo na Europa e na América Latina,e vêem que ainda existem, até hoje,resquícios dessa “página infeliz da nossahistória” (Chico Buarque /Francis Hime).

Choramos pela Espanha, que permitiuque seus juízes do Tribunal de OrdenPúblico – instrumento sinistro que re-primiu a liberdade de opinião e de as-sociação – fossem alçados a altos cargosda magistratura durante a transiçãodemocrática, e que normas e protocolosdo franquismo seguissem vigindo.

No Brasil, onde também tivemos umatransição para a democracia pelo alto,deploramos ver Lula, uma das principaislideranças da redemocratização que setentava desde os de baixo, ao governar,ceder às pressões conservadoras ealterar o 3º Programa Nacional deDireitos Humanos, que jogava luz sobreo período trevoso de 1964 a 1985.

*Chico Alencar é professor dehistória e deputado federal (PSOL/RJ)

Com Garzón,pela democracia

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Projeto jornalista cidadãoMoradores de Jacarepaguá, PraçaSeca,Vila Valqueire, Camorim,Cidade de Deus, Rio das Pedras,Barra, Recreio e das Vargens.Queremos sua participação emnosso jornal.Você pode escrever e nóspublicaremos suas reivindica-ções. Suas denúncias e visão

sobre os problemas da suacomunidade, assim como daregião, são fundamentais paraconstruirmos uma sociedademelhor..Enfim, entre no debate e na lutapara construir um bairro melhor.Solte o seu grito em nossaspáginas democráticas.

Os trabalhadores rurais de Cacho-eiras de Macacu estão em pé de guerracontra o governador Sérgio Cabral e aNova Cedae por causa do projeto deconstrução da Barragem Guapiaçu,que vai inundar cerca de 80% das áreascultiváveis do município.

“A barragem vai provocar a inun-dação de 4.000 hectares de terra dasmais produtivas, destruir 1.000 hectaresde mata nativa e prejudicar 650 fa-mílias de produtoresrurais. É um absur-do! Nossa luta serápermanente em de-fesa dos agricultores ede nossas famílias”.Declarala indignadoErenildo, presidente doSindicato dos Traba-lhadores Rurais de Ca-choeira de Macacú.

A agricultura é avida dos trabalha-dores. São pequenase médias proprie-dades que produzemaipim, milho, quiabo,

Cachoeira de Macacucontra construção debarragem da Cedae

jiló, feijão, berinjela, batatadoce e etc, além do leite e dascarnes bovinas e suínas. “Nãopermitiremos essa agressãocontra nossa comunidade”, dizo agricultor João Gomes, queproduz cerca de 700 caixas defeijão Mauá. Já o agricultorDionísio Felipe, que produz 700caixas de aipim, 2.000 caixasde batata doce e 200 caixas dequiabo, salienta que “a lutacontra a barragem é a favor davida e da natureza”.

Almir Paulo, coordenador doJornal Abaixo-Assinado e que participoua convite do Sindicato dos TrabalhadoresRurais de Cachoeira de Macacu de doisprotestos na cidade contra a construção dabarragem, diz que “agora ajudará ostrabalhadores na organização de umamanifestação no Palácio Guanabara paraexigir do governador que não inunde 80%de terras produtivas que representam otrabalho e o sustento de centenas defamílias de trabalhadores rurais”.

Erenildo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ruraisde Cachoeira de Macacu.

Ato contra a construção da barragem na cidade deCachoeira de Macacu.

[email protected] - Cx. Postal 70514 – Taquara/RJ – Cep 22.740-971

Frases & Pensamentos“O sentido da vida não é ter mais, é ser mais.” (Teilhard de Chagrin)

“Se alguém lhe fechar a porta, não gaste energia com o confronto, procureas janelas.Lembre-se da sabedoria da água: a água nunca discute com seus obstáculos,mas os contorna.”(Autor desconhecido)

O SENAI abre inscrições, a partirdo dia 24 de maio até o dia 02 de julho,para cursos técnicos em diversas áreas.

Os cursos disponíveis são: Técnico deEletrotécnica, Técnico de Eletrome-cânica, Técnico de Automação Industrial.

O regulamento/edital - 2º semestre/2010, para inscrição, está disponível nosite www.firjan.org.br ou na própriaunidade do SENAI onde são ofere-cidos os cursos.

Os cursos técnicos do SENAI Ja-carepaguá apresentam um ótimo de-sempenho em relação ao aproveitamentode seus egressos no mercado de trabalho,face ao aquecimento da atividadeeconômica e ao alinhamento dos cursosàs necessidades das empresas.

Para se inscrever nos Cursos Téc-nicos do SENAI, o candidato precisaestar cursando, no mínimo, a 2ª série do

Ensino Médio, preencher corretamenteo requerimento de inscrição e pagar R$15 referentes à taxa de inscrição.

A seleção para os cursos técnicosestá prevista para o dia 17 de julho, serárealizada mediante prova escritacontendo 20 questões de Matemática,20 de Língua Portuguesa e 20 questõesde Ciências da Natureza.

Serão concedidas, por meio deEdital, seis bolsas em cada turma decurso técnico formada. Tais bolsasserão concedidas aos candidatosaprovados no processo seletivo,considerando sua classificação e pré-requisitos divulgados no edital.

O SENAI Jacarepaguá fica naAvenida Geremário Dantas, nº 940,Freguesia.

Mais informações 0800 0231 231 /(21) 3312-3722

SENAI Jacarepaguá abre inscriçõespara cursos técnicos em diversas áreas

Page 6: Jornal Abaixo Assinado

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Comunidade em luta

A Associação dos Moradores doJardim Boiúna e Adjacências (Amojaba),fundada em 19 de outubro de 1986,continua sua luta de quase 22 anos pelalegalização dos terrenos da Comunidadedo Jardim Boiúna, uma antiga ocupaçãoem um terreno da prefeitura.

No último dia 10 de março, em As-sembléia Geral da Amojaba, com apresença de técnicos da SecretariaMunicipal de Habitação (SMH), discutiu-se uma forma de regularização fundiáriada comunidade. A proposta apresentadae aprovada por todas as 57 pessoaspresentes foi encaminhada para o Se-cretário Municipal de Habitação e ao Pre-feito, e consiste no seguinte ponto: comprado terreno por cada família com o valorsimbólico do metro quadrado do terrenode R$ 3,00 (três reais). Cada moradorpagará em uma única parcela o valor cor-respondente à metragem de seu terreno.

A Associação de Moradores come-çou no último dia 19 de março a atua-lização cadastral dos moradores e estárepassando as informações sobre os va-lores que cada um terá que desembolsarpara a aquisição definitiva do seu terreno.Todo esse trabalho de cadastramento dacomunidade está sendo feito de formatransparente pela diretoria da Amojabae há também o acompanhamento e

fiscalização de uma comissão de mo-radores escolhida na Assembléia Geral– formada pelos moradores Ângela,Guaraci, Marinalva e Romário. Os ca-dastros e documentos de todos os mo-radores serão enviados para a SecretariaMunicipal de Habitação (Centro Ad-ministrativo São Sebastião - Estácio - 4ºandar – aos cuidados da doutoraAngélica).

O sonho de todos na comunidade é aescritura do imóvel sendo registrada nocartório do 9º Ofício. Mas, para que issoaconteça precisam que a proposta decompra do imóvel seja efetivamenteaprovada pelo prefeito.

Parabéns para a Associação deMoradores do Jardim Boiúna pela vitóriade uma vida. Quem sabe faz a hora, nãoespera acontecer. O povo continuará aluta pela terra até a vitória final.

Associação dos Moradores doJardim Boiúna e Adjacências(Amojaba)Rua dos Biólogos nº 70 – JardimBoiúna – Jacarepaguá – RJCEP: 22723-510 – Tele-fax: (21)2440-1592 – e-mail:[email protected]

*Manoel Meirelles Entregue à população com pompa nodia 15 de maio de 2008, a reforma daPraça Barão da Taquara, a Praça Seca,está de novo com inúmeros problemas.Quando chove a praça alaga, a ilumi-nação é péssima, o chafariz não estáfuncionando, os brinquedos estão que-brados e o calçamento está irregularcom pedras soltas. Literalmente a praçaestá suja e com seus jardins maltratados.

• Vila Harmonia – 67 famílias• Santa Luzia – 223 famílias• Vila Autódromo – 236 famílias• Regata – 22 famílias• Da Curva – 26 famílias• Fazenda – 93 famílias• Rua 8w, 500 – 60 famílias• Angu Duro – 77 famílias• Beira do Canal – 238 famílias• Rio Morto – 303 famílias• Cachorro Sentado – 90 famílias• Morro do Camorim – 68 famílias• A.M. do Rio Bonito – 119 famílias• Vila Taboinha – 287 famílias• Vila Nova – 35 famílias• Rua São Tilon - 39 famílias• Caeté – 25 famílias

XXIV RA – BARRA DA TIJUCA: remoção de 2.215 famílias• Vila Doutor Crespo – 15 famílias• Servidão D – 22 famílias• Comunidade Solar da Montanha deJacarepaguá – 13 famílias• Estr. de Jacarepaguá nº 2679 – 10famílias• Estr. do Pontal nº 3561 – 6 famílias• Av. Guiomar Novaes – 8 famílias• Sítio da Biquinha – 28 famílias• Comunidade Luz Divina - 18famílias• R. Zenitildes Alves Meira nº L33 –12 famílias• Comunidade Avenida das Américas– 25 famílias• Comunidade São Gonçalo doAmarante – 50 famílias

• Canal do Arroio Pavuna – 57famílias• Estr. do Pau da Fome – 24 famílias• Pq da Pedra Branca. – 102 famílias• Santa Anastácia – 381famílias• Avenida Menezes Cortes (comEstrada dos Três Rios) – 21 famílias• Av Menezes Cortes nº 12 – 13 famílias

XVI RA – Jacarepaguá: remoção de 714 famílias• Rua Monsenhor Marques nº 277 –12 famílias• Vacaria – 15 famílias• Sítio da Amizade (retirada doComplexo 14) – 10 famílias• Rua Mirataia – 28 famílias• Portugal Pequeno – 25 famílias• Avenida Guia Lopes – 26 famílias

Associação dos Moradores doJardim Boiúna na luta pela terra

Praça Barão da Taquara abandonada de novo

Agenda comunitária• O Conselho Regional da FAMRIO (Federação das Associações de Moradoresdo Rio de Janeiro) que reúne as Associações de Moradores de Jacarepaguá,Barra e Recreio faz sempre no segundo sábado do mês, das 16 às 19h, suareunião mensal para debater os problemas da Baixada de Jacarepaguá no Postode Saúde do Tanque – Avenida Geremário Dantas nº 135. Informações pelo e-mail: [email protected]

Altair Guimarães luta emdefesa da Vila Autódromo e deoutras comunidades contra afúria da prefeitura e daespeculação imobiliária.

A Fundação Parques e Jardinsesqueceu a bendita praça e não faz coma devida atenção a manutenção e asmelhorias necessárias. Os moradoresvão novamente cobrar da Prefeituramelhorias na iluminação e a revisão dosistema de drenagem para evitar quea praça alague sempre que chover.

*Sub-síndico do CondomínioResidencial Florianópolis

• O Conselho Distrital de Saúde da AP-4 (área de planejamento 4 quecompreende toda a região da Baixada de Jacarepaguá), que reúne osdiretores das unidades de saúde, profissionais de saúde, as associações demoradores e ongs, realiza suas reuniões todas as terceiras 2ªfeiras do mêsno Posto de Saúde do Tanque, a partir das 18h, para debater os problemasde saúde da região.

Pretexto das Olimpíadas no Rio passa por cima dedireitos constitucionais do cidadão.

Veja a lista de comunidades onde haverá a remoção de imóveis.Dados da Secretaria Municipal de Habitação,

publicados no O Globo no início do ano, revelam aintenção do Secretário Jorge Bittar e do prefeitoEduardo Paes de remoção de 119 comunidadesatingindo cerca de 12.196 residências. Após oanúncio, moradores e lideranças de comunidadesformaram o Movimento “Olimpíadas Não JustificaRemoção”, para garantir seu direito à moradia econdições dignas de vida.

Em Jacarepaguá são 13 comunidades com 714famílias que serão despejadas. Na Barra da Tijuca,Recreio,Vargens e Camorim são 28 comunidadescom cerca de 2.215 famílias despejadas pelomunicípio a favor da especulação imobiliária, já quemuitas dessas áreas são particulares e não estãoem área de risco.

Segundo Altair Guimarães, presidente da Associação de Moradores daVila Autódromo (AMVA), a realização dos Jogos Olímpicos é apenas umpretexto para retirar a comunidade, que fica na Barra da Tijuca, regiãonobre na zona oeste do Rio, e que já foi ameaçada de despejo outras vezes.“Sabemos que existe o problema da especulação imobiliária naquela regiãode muitas posses, e que muitos consideram que a nossa comunidade poluivisualmente o bairro.

Nós também somos cidadãos e queremos condições dignas de vida, aoinvés de ter que sair de lá”.

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Educação

*Márcio Luiz Infelizmente a Educação Pública

na Baixada de Jacarepaguá não é vistacomo prioridade pelo Governo do Es-tado do Rio de Janeiro. O governadore a Secretaria Estadual de Educaçãoaté hoje não resolveram a situaçãocrítica e caótica das escolas públicasestaduais de ensino médio que fun-cionam em prédios alugados ou com-partilhados com a Prefeitura.

Já estamos no último ano de man-dato do governador Sérgio Cabral enada mudou na situação herdada,continuando com os mesmos problemas.

Pais, alunos e professores aguardamo cumprimento da promessa do go-vernador de transferência do ColégioEstadual Stella Matutina para o antigoprédio da Administração Regional deJacarepaguá e Detran, localizado noTanque, que está completamente aban-donado. O prédio é da própria SecretariaEstadual de Educação e o governadorprometeu uma ampla reforma, o que nãoteve início até o momento.

As escolas estaduais Stella Matutina(Tanque), Maria Terezinha (PraçaSeca) e Brigadeiro Shorcht (Taquara)funcionam em três turnos, porém, nãoatendem as reais necessidades de ab-sorver centenas de milhares de jovens

que querem estudar econcluir seu ensinomédio.

O abandono da Edu-cação Pública de Jacare-paguá é tão grandiosoque na região há outrosColégios Estaduais fun-cionando no turno danoite em escolas muni-cipais cedidas pela Pre-feitura que necessitamde melhorias em suasinstalações, sem falar nodéficit de profissionaisde educação.

Acreditamos que oGoverno do Estado doRio de Janeiro poderia perfeitamenteconstruir mais escolas de ensino médiona região e deixar as escolas municipaisoferecerem a jovens e adultos cursosprofissionalizantes.

Em Vargem Grande até hoje osalunos e professores estão aguardandoa construção da tão sonhada escola deensino médio na Região. Na Barra daTijuca tem somente o Colégio EstadualVicente Januzzi. No Recreio dos Ban-deirantes não existe nenhuma escolaestadual.

Uma outra situação vergonhosa é o

fato da região de Jacarepaguá, Barrada Tijuca e o Recreio dos Bandeirantesnão ter ainda uma insituição públicatécnica e uma faculdade pública. Anossa grande região, de mais de 800 milhabitantes, preenche todos os requisitosnecessários para ter essas instituiçõesimprescindíveis à sociedade.

Na educação infantil o número decreches públicas é insuficiente emnossa região para atender a grandedemanda de crianças de até 5 anos.As mães que querem trabalhar não têmaonde deixar seus filhos. A falta decreche é uma das principais recla-

mações dos moradores dascomunidades.

Não podemos deixar deregistrar o drama dos alu-nos com necessidades es-peciais nas escolas públi-cas de Jacarepaguá que so-frem por causa da falta deuma política pública deacessibilidade nas escolasda região. Quem é cadei-rante não consegue teracesso à sala de aula.

O governo compralaptops para os professo-res e põe ar condicionadosnas salas de aula, mas in-felizmente continua pagan-

do aos profissionais de educação umsalário de fome.

Uma pergunta ao governador SérgioCabral: cadê a tal parceria entre ogovernador, o presidente Lula e oprefeito Eduardo Paes para melhoriada educação?

Essa é a triste realidade da edu-cação pública em Jacarepaguá. Averdade é a seguinte: o Governo SérgioCabral não prioriza a educação pública.

*Ambientalista e Vice Presidenteda Associação Sócio Cultural

UZINA ECO ARTE.

A situação de abandono do ensino público em Jacarepaguá

Colégio Estadual Stella Matutina:promessa não cumprida pelo governador

A situação é tão vergonhosa na estrutura física do Colégio Estadual Stella Matutina que os alunosbatizaram o prédio alugado de Carandiru, devido as péssimas condições que se encontra.

Pra completar o quadro caótico da Educação Pública em Jacarepaguá, próximo do Colégio StellaMatutina está um prédio abandonado em precárias condições da SEEDUC- RJ (Secretaria de Estadode Educação). Este prédio pode abrigar o referido colégio.

O Colégio Stella Matutina está localizado numa área perigosa. Os alunos e professores reclamamconstantemente dos frequentes assaltos próximos ao local. Falta policiamento na área. Para agravarainda mais a situação, houve vários atropelamentos de alunos nos últimos anos.

Em maio de 2006, a Associação Sócio Cultural UZINA ECO ARTE em conjunto com um grupode mães, de alunos e de professores do Colégio Estadual Stella Matutina entregaram para o entãosenador da república e candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, numareunião no Clube Português, uma carta com um breve diagnóstico da situação caótica da Educaçãoem Jacarepaguá e um série de propostas a serem encaminhadas e implementadas.

Até hoje não vimos na prática a realização de tais ações, nem tampouco a abertura de diálogojunto à comunidade para a busca de soluções.

Colégio EstadualMaria Terezinha:obras eternas na

reforma do prédio O Governo do Estado do Rio tomou uma bela

decisão quando efetuou a compra do antigo ColégioSUSE, onde hoje funciona o Colégio Estadual MariaTerezinha, na Praça Seca. A compra do prédiotambém só se deu porque o colégio estava amea-çado de ser despejado em razão do atraso no pa-gamento dos aluguéis.

Agora o grande problema é o atraso na reformado prédio. Há meses o prédio está em obras quenunca acabam. Todos no Colégio Estadual MariaTerezinha cantam aquela bela canção de Martinho“é devagar, é devagar... devagarinho...”

Sua Escola tem problemas? Está sem manutenção? Falta professor? Denuncie ao Jornal Abaixo-Assinado.

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*Jayme Rocha

Talvez você já tenha passado poralguma praça ou rua em Jacarepaguáe reparado em um senhor altivo,defendendo sua arte e lançando coresvivas sobre suas telas. O artista emquestão que assina como M.Valerianotem por nome de batismo MiltonValeriano da Silva, bom mineiro deSabará, mas que adotou a cidademaravilhosa como seu lar há 43 anos,incorporando em suas obras muito dostraços dessa sinuosa cidade.

Morador de Jacarepaguá há 22anos, Valeriano há mais de 30 anosexerce o estilo expressionista em suasobras – que já totalizam mais de 700produzidas – e a cena descrita no iníciodesse texto retrata um pouco das suaspaixões: a pintura, o povo e a natureza,por isso o ato recorrente de pintar entreas pessoas que passam, e como umelixir aqueles que param para sanarcuriosidades, em vez de atrapalhá-lo,alimentam sua criatividade e paixãopelo ofício.

Tendo começado autodidata, oartista encontrou em grandes nomes dapintura mundial, como Michelangelo,Leonardo da Vinci e Salvador Dalí,inspiração na sua construção comoartista, em constante mutação como fazquestão de frisar. Posteriormente, elebuscou o meio acadêmico visando

melhorar seu embasamento das téc-nicas utilizadas em sua arte.

Tendo participado de um sem nú-mero de exposições – as quais sedestacam a do Lyons Club, Rottary Club,Salão Brasil-Portugal, Infraero, Casa deEspanha e Salão Fênix Maçônico – paraMilton a pintura é uma tentativa demostrar através das formas as própriasemoções, com o intuito que as pessoasconsigam entender e sentir o que estáexpresso na tela.

Valeriano consegue com muita lutano Brasil sobreviver de sua arte, sejavendendo suas telas ou mesmo atravésdas aulas que ministra, porém, reclamada pouca valorização que o artistarecebe no País, a questão cultural emJacarepaguá é mais crítica ainda poispraticamente não há espaços paradivulgação do artista.

Quando perguntado sobre os temaspreferidos usados em suas obras, comindisfarçável sorriso ele diz que suamaior inspiração vem da belezafeminina, presente com muitas curvas,além do sentimento da alegria, daí umaexplicação para a forte presença dostons de laranja e amarelo presentes em

Milton Valeriano:Cultura

talento a cores vistas

boa parte de suas obras.Caso deseje mais informações sobre

as aulas de pintura, aquisição dequadros ou horário e local de suaspalestras sobre a influência das coresdos alimentos na saúde, o artista atendepelos telefones: (21) 2435-0104 e (21)8290-0193.

* Jornalista

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Cultura

* Mauricio Lafayette Até 23 de junho de 2010 acontece a fas-

cinante exposição “Retratos do Rio” do artistaplástico Renato Salles. Renato Salles começou desde cedo a de-monstrar um grande interesse pelas ArtesPlásticas já nas primeiras séries do colegial,através do desenho. Mais tarde seu foco voltariapara a Pintura, arte que determinaria seu talentoe que o fascinava bastante, a ponto de observarnos traços, na textura e nas nuances das telasde artistas consagrados uma fonte de inspiraçãopara obras futuras. Seus grandes mestres foram Jorge Vieira eVirgílio Dias, artistas de grande expressão da linhaimpressionista que deram início a sua formaçãoartística ao lhe apontar os caminhos e segredosque ajudassem a penetrar no universo da Pintura. A exposição “Retratos do Rio” estará aberta aopúblico gratuitamente, das 10 às 21h de segundaa sexta-feira, no Espaço Cultural - CampusJacarepaguá da Universidade Estácio de SÁ – naEstrada do Capenha, nº1535, Freguesia.

*Artista Plástico e Curador

Exposição “RETRATO DO RIO”

(21) 7119-6125 / (21) 7119-6163E-mail: [email protected]

Começou a 12ª edição do Carioquinha, projeto que dá desconto ou até gratuidade em passeios para quemnasceu ou mora no Rio e Grande Rio, levando algum comprovante de residência ou nascimento. Até 30 de junho,os cariocas de nascimento ou de coração podem curtir, pagando menos, programas como vôo de parapente e asa-delta, subir de bondinho o Pão de Açúcar, e até uma volta de barco pela Baía de Guanabara (veja a programaçãocompleta no site www.carioquinha.com.br).

No caso do navio Pink Fleet, por exemplo, o passeio cai de R$ 80,00 para R$ 40,00. Para as crianças, umadica é aproveitar as exposições e experimentos do Planetário, na Gávea, que custam metade do preço (R$ 8,00).

Outro programa que tem a cara do Rio são os vôos de asa delta e parapente. Durante o Carioquinha, os vôostêm até 58% de desconto e chegam a custar R$ 100,00.

Um dos maiores cartões-postais da cidade, o bondinho do Pão de Açúcar, pode ser visitado por R$ 22,00 (opreço normal é R$ 44,00).

Também dá para fazer passeios de graça. É o caso do Museu de Arte Moderna, da Casa de Rui Barbosa e doMuseu do Índio.

Carioquinha 2010, desconto no Pão de Açúcar

Biblioteca NacionalAv. Rio Branco 219, Centro — 3095 3879. Seg a sex,de 11h às 15h. Visitas guiadas: R$ 1,00.

Centro Cultural Banco do BrasilRua Primeiro de Março 66, Centro — 3808-2000. Tera dom, de 9h às 21h. Teatro: R$ 5,00. Cinema: R$ 5,00(cinepasse, válido por um mês).

Favela TourEstrada das Canoas 722/ 201, Bl. 3, São Conrado —2179-6972. Diariamente, de 9h às 17h. Tour pelaRocinha: R$ 45,00.

Forte de CopacabanaPraça Coronel Eugênio Franco 1, Copacabana — 2287-3781. Ter a dom, de 10h às 18h. R$ 2,00 (quartas-feiras).

Jeep TourRua João Ricardo 24, São Cristóvão — 2108-5800. De7 às 21h. Corcovado e Santa Teresa: R$ 60,00.

Macuco RioMarina da Glória: Av. Infante dom Henrique s/n, lj. A-6. Diariamente, às 10h e 14h. R$ 70,00 (passeio debarco de 2 horas).

MakflyVôo de instrução de parapente e asa delta. R$ 100,00.www.makfly.com.br.

Museu de Arte ModernaAv. Infante Dom Henrique 85, $do Flamengo — 2240-4944. Ter a sex, de 12h às 18h. Sáb, dom e feriados, de12h às 19h. Grátis.

Museu Casa de Rui BarbosaRua São Clemente 134, Botafogo — 3289-4600. Ter asex, de 10h às 18h. Grátis.

Museu Chácara do CéuRua Murtinho Nobre 93, Santa Teresa — 2224-8981.Seg, qua, qui e sex, de 12h às 17h. Grátis.

Museu do ÍndioRua das Palmeiras 55, Botafogo — 2286-2097. Seg asex, de 9h às 17h30m. Sáb, dom e feriados, de 13h às17h. Grátis.

Oi FuturoRua Dois de Dezembro 63, Flamengo — 3131-3060.Peça “In on it”. Sex, sáb e dom, às 19h30m. R$ 12,00.

Passeio ecológico ‘O outro lado do Rio’Estrada da Paz 17, Alto da Boa Vista — 9809-0388.Sáb, dom e feriados. R$ 25,00 (passeio ecológico,transporte e lanche incluídos).

Pink FleetAv. Infante Dom Henrique s/n, loja 2, Flamengo —2555-4063. R$ 40,00. Sex, às 21h e 23h. Sáb, às 11h30me 14h.

PlanetárioRua Vice-governador Rubens Berardo 100, Gávea —2529-2146. Ter a sex, de 9h às 17h. Sáb, dom e fer, de15h às 18h. R$ 8,00.

* Valores informados pelas empresas participantes,favor confirmar detalhes pelos telefones de contatospara seu maior conforto.

Onde curtir

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Yakaré upá guá

*Val CostaA Fazenda da Taquara, popularmente conhecida

como Fazenda da Baronesa, localizada na EstradaRodrigues Caldas, reúne um importante acervoarquitetônico que remonta ao período colonial da nossahistória. A Capela de Nossa Senhora dos Remédiose Exaltação da Santa Cruz, construída em 1738, e acasa sede da fazenda, edificada em meados do séculoXVIII, são dois importantes bens históricos edificadosnessas terras.

Essa propriedade, então chamada Engenho deDentro, foi passada por Antônio Teles de Menezespara o seu filho, Francisco Teles Barreto de Menezes,no ano de 1757. Após a morte de Francisco TelesBarreto de Menezes, em 1806, a propriedade ficoupara sua filha mais velha, Ana Inocência Teles deMenezes, que construiu um canal de captação deágua do Rio Grande para mover as moendas do

engenho. Dona Inocência faleceu em 1836, deixandoo engenho para sua sobrinha Ana Maria Teles Barretode Menezes e para Francisco Pinto da Fonseca, que,em 1837, casaram-se e passaram a residir na casasede da Fazenda da Taquara. Francisco Pinto daFonseca e Dona Ana Maria tiveram dois filhos: MariaRosa e Francisco Pinto da Fonseca Telles, que ficoucom as terras do engenho após a morte do pai.

Francisco Pinto da Fonseca Telles foi tenente da7ª Companhia do Corpo de Cavalaria da GuardaNacional. Por seus serviços prestados na Guerra doParaguai, foi nomeado Comendador da Ordem daRosa. Também foi um grande benfeitor deJacarepaguá. Doou terrenos para o encanamento dosrios Fortaleza, Ciganos e Olho d‘Água, realizouarruamentos e cooperou para a implantação daslinhas de bondes na região. Em 21 de outubro de1882, o Imperador D. Pedro II lhe outorgou o títulode Barão da Taquara. Em 3 de maio de 1881, naCapela da Santa Cruz, o Monsenhor Vigário AntônioMarques de Oliveira celebrou o casamento do Barãoda Taquara com Leopoldina Francisca de Andrade.

D. Pedro II se hospedou durante dois meses, denovembro a dezembro de 1843, na Fazenda daTaquara. O objetivo era cuidar da saúde da princesaDona Januária, já que a região, conhecida nessaépoca como Sertão Carioca, era considerada umlocal propício para tratamentos de doenças emdecorrência do seu ar puro.

Além do tombamento da casa e da capela peloInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional– IPHAN – pelo Decreto-Lei no. 25, de 30 de

novembro de 1937, duas iniciativas do poder públicovisam garantir a integridade desse patrimôniopaisagístico e cultural do município. Uma é o Projetode Lei Nº 1907/2004, que tomba a área que restouda Fazenda da Taquara, com 83.175 m2. A outra é oDecreto Municipal 21.209/01 que cria a Área deProteção Ambiental da Fazenda Baronesa.

Apesar de ter sido desmembrada em várias glebasnos anos seguintes, a sede da Fazenda e a capela daSanta Cruz ainda pertencem aos descendentes doBarão da Taquara, que preservam essas construçõesde forma exemplar.

*Professor e Pesquisador

A Fazenda da Taquara

Nota de AgradecimentoO Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguáagradece a amável recepção oferecida pelo Sr.Francisco Rudge aos professores Val Costa eLuciana Araujo, que levaram um grupo depesquisadores para conhecer a APA da FazendaBaronesa no mês de maio.A foto mostra a Capela da Santa Cruz e uma parte da

casa sede da Fazenda da Taquara

Objetivo do Curso: Para o coordenador Almir Paulo o objetivo da Equipe do Jornal Abaixo-Assinado

de Jacarepaguá é estimular com a realização do curso a formação de novos quadros políticos com

consciência e ação socialista que compreendam a necessidade de estudar sempre para melhorar a

atuação política visando exercer com qualidade a plena defesa dos oprimidos, principalmente na

região de Jacarepaguá e das Vargens dominada pelo conservadorismo e clientelismo.

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luta contra o Capitalismo: De Karl Marx ao Século 21.

Qual o futuro do Socialismo na América Latina?”Professor Ernesto Serra

Realizou diversos cursos epalestras pelo Brasil e AméricaLatina, nas Universidades San

Marcos, Lima, Peru; Universidadede Antioquia, Medellin,

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Sábado dia 12 de junho – 20h no Restaurante Caldeirão

Rua Apiacás nº 130 – Taquara.

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Ilé IféGastronomia

Popular

Vida Saudável

Presente em alguns alimentos, principalmentede origem animal, o colesterol pode causararteriosclerose, insuficiência renal, enfarto eAcidente Vascular Cerebral, o conhecido AVC.

É aconselhado o consumo de alimentos fun-cionais como aveia, azeite, castanha-do-pará efrutas secas. Hoje, a melhor dietapara a prevenção e tratamentoda doença crônica é a domediterrâneo, rica em frutas,verduras, legumes, peixe e azeitede oliva.

O Jornal Abaixo-Assinadodivulga as recomendações doInstituto Estadual de CardiologiaAloysio e Castro sobre algunsalimentos que aumentam osníveis do HDL Colesterol ediminuem os do LDL Colesterol.� Previna-se:Exercite-se - Praticar atividadefísica diminui os níveis de LDLe aumenta os níveis de HDL.Exercícios físicos diminuem orisco de doenças do coração.Não fume. Evite os alimentosgor-durosos - Caso utilize alimentos industrializados,selecione os produzidos com gorduras não sa-turadas. Diminua o consumo de carnes vermelhas.Coma apenas três ovos por semana. Façaregulamente o monitoramento da taxa de colesterolno sangue.� Alimentos que diminuem o mau colesterol:Peixe – Estudos comprovam a importância dopeixe, principalmente os de água doce e profunda,na nossa alimentação.Azeite de Oliva – Deve ser consumido cru. Se o

azeite for usado para cozinhar algum alimento, elevai saturar, transformando tudo o que tem de bomem ruim. A quantidade recomendada é de umacolher de sopa rasa por dia.Aveia – Com alto teor protéico, ajuda no fun-cionamento do intestino e protege contra doenças

cardiovasculares. A quantidaderecomendada é de 40 gramas defarelo ou 60 gramas de farinhapor dia.Castanha-do-pará – Auxilia naprevenção de problemas cardía-cos. É aconselhado o consumode 30 gramas por dia. � Alimentos que aumentamo bom colesterol:Uva - Evita o acúmulo de gorduranas artérias, reduz o risco dedoenças do coração e, nos casosde pessoas já doentes, ajuda aevitar um segundo enfarte. Doiscopos de suco de uva ou umataça de vinho tinto por diaaumentam os níveis de HDL.Soja – É pobre em calorias egorduras, além de ser uma ótima

fonte vegetal e de proteína. A quantidaderecomendada é de 150 gramas por dia.Óleo de peixe – Promove modificações estruturaisda parede vascular. � Alimentos ricos em colesterol:Carnes gordas, gema de ovo, leite integral, queijosamarelos, camarão, lagosta, lagostim, siri,caranguejo, alimentos fritos e doces. Acompanhem nossas dicas a cada edição, é oseu jornal contribuindo para uma vida maissaudável dos seus leitores.

Alimentos que fazem diferença na sua vida

Maçã protege contra o câncer Rica em substâncias chamadas flavonóides, que são

antioxidantes potentes, a maçã diminui a oxidação do colesterol,impedindo que ele se acumule nas artérias. O consumo da fruta também pode retardar o envelhecimentoe prevenir vários tipos de câncer, já que os nutrientes que amaçã possui preservam as células. A maçã também contribui ainda para um sono tranquilo, além deprevenir infecções na garganta e, por ter propriedade adstringente,limpa as cordas vocais e a faringe, favorecendo a voz. É um excelente alimento a incorporar a sua rotina diária,barata, fácil de achar e muito saborosa.

Os peixes diminuem maucolesterol, enquanto os crustáceossão ricos em colesterol

Slow food na comunidadealimentar de Jacarepaguá

No intuito de melhorar a alimentação social nascomunidades pertencentes ao bairro de Jacarepaguáe demais localidades circundantes, o conviviumSlow Food, entidade internacional voltada para aalimentação sadia, trabalha pela criação do primeiroconvivium alimentar da zona oeste, o que permitelevar às comunidades, creches e escolas da regiãoformas saudáveis de nutrição, treinar os sentidos eestudar as técnicas de produção de alimentos,defendendo a biodiversidade e modelos sustentáveisde agricultura as quais respeitem o meio ambiente.

Presente em mais de 132 países e comaproximadamente 85 mil membros ao redor do mundo,o Slow Food é composto por produtores, pequenosagricultores, chefes de cozinha, acadêmicos e jovensde todo o planeta que são defensores da culturaalimentar dos diferentes grupos humanos.

A progressiva agressividade do homem contrao meio ambiente torna cada vez mais notáveis asalterações climatológicas, com isso a perda de safrasde alimentos destinadas ao consumo humano porenchentes. O uso extensivo de agrotóxico paracombater pragas agrícolas cada vez mais letais, deanabolizantes com fins de engorda animal e espéciesgeneticamente modificadas faz com que vivamoshoje uma das maiores calamidades da história emmatéria de alimentação.

Doenças gravíssimas, muitas vezes mortais, sãoassociadas a formas insanas de alimentação, o queocupa e preocupa as organizações civis egovernamentais do mundo, pelo qual importantesprogramas são assumidos para evitar ou pelo menosamenizar as terríveis conseqüências herdadas deculturas alimentares erradas ao longo do tempo.

A presença de Slow Food na Baixada deJacarepaguá é uma resposta a esse grande desafiodo século XXI que tem como principal metaconstruir a volta aos hábitos alimentares sadios denossos ancestrais, uma luta que deve ser de todos.*Colaboração de Maria Mariano da Silva Barbosa.

*Chef Fernando Calderón

O Jornal Abaixo-Assinado publicará a cadaedição uma coluna, intitulada Ilé Ifé:Gastronomia Popular, do cubano FernandoCalderón, Máster Executivo Chef e Membrodo Grupo dos 50, que abordará como agastronomia popular tem relação direta coma vida e a cultura de seu povo.

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