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Ano IV edição nº14 Artigo Página06 Audiência Pública reúne procuradores autárquicos (In)constitucionalidade- contratação temporária - improbidade Página 08 Página07 Advocacia pública - aspectos jurídicos - Súmula nº 339 - STF Rememorando o II Congresso Nacional da ABRAP “Temos que prestar homena- gens àquelas pessoas que fazem o Bra- sil, que fazem a diferença. Então, de todo o meu coração, homenagem à OAB-CE, ao doutor Valdetário; e ao se- nador Eunício Oliveira, que é um políti- co imprecindível na atual conjuntura política nacional, por sua ética e força de trabalho. Nós precisamos de políti- cos como Mauro Benevides, Eunício Oliveira e Sérgio Souza”. (Tânia Cou- tinho, presidente da APAFECE) Notícias Página03 Termo de Ajuste de Conduta Página05 Nota Técnica - PEC 39/2012 Página05 PEC 373/2013 altera artigo 132 da CF Página 04 Uma audiência pública realizada no Pará contou com a participação de procuradores autárquicos e demais autoridades para debater sobre as necessidades, importância e diretrizes da carreira. O evento possibilitou mostrar a a importância do trabalho dos procu- radores autárquicos e debater even- tual necessidade de mudanças.

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Page 1: Jornal abrap 14

Ano IVedição nº14

Artigo

Página06

Audiência Pública reúneprocuradores autárquicos

(In)constitucionalidade-contratação temporária

- improbidade

Página 08

Página07

Advocacia pública -aspectos jurídicos -

Súmula nº 339 - STF

Rememorando o II CongressoNacional da ABRAP

“Temos que prestar homena-

gens àquelas pessoas que fazem o Bra-sil, que fazem a diferença. Então, detodo o meu coração, homenagem àOAB-CE, ao doutor Valdetário; e ao se-nador Eunício Oliveira, que é um políti-co imprecindível na atual conjunturapolítica nacional, por sua ética e forçade trabalho. Nós precisamos de políti-cos como Mauro Benevides, EunícioOliveira e Sérgio Souza”. (Tânia Cou-tinho, presidente da APAFECE)

Notícias

Página03

Termo de Ajustede Conduta

Página05

Nota Técnica -PEC 39/2012

Página05

PEC 373/2013 alteraartigo 132 da CF

Página 04

Uma audiência pública realizadano Pará contou com a participação deprocuradores autárquicos e demaisautoridades para debater sobre asnecessidades, importância e diretrizesda carreira.

O evento possibilitou mostrar aa importância do trabalho dos procu-radores autárquicos e debater even-tual necessidade de mudanças.

Page 2: Jornal abrap 14

ABRAP - ASSOCIAÇÃOBRASILEIRA DE ADVOGADOSPÚBLICOSRua Inácio Lustosa, 909. SãoFrancisco. Curitiba- PR. CEP: 80.510-000.Fone/Fax: (41) 3323 6118email: [email protected]: www.abrap.org.brDIRETORIAPresidenteMarcos Vitório Stamm1º Vice-PresidenteEdmilson Moura de Oliveira2º Vice-PresidentePaulo Eduardo de Barros Fonseca1º SecretárioAthos Pedroso

EXPEDIENTE

João Climaco Penna TrindadeMarié de Miranda PereiraEdigardo Maranhão SoaresSuplentesRose Oliveira DequechNeroci da SilvaSilvio Carlos Cavagnari

JORNAL ABRAPTiragem3.300 exemplaresImpressãoEditora Central LtdaJornalista ResponsávelFernanda Cequinel (DRT/PR 8043)

* Os artigos assinados não refletem

necessariamente a opinião deste jornal.

2º SecretárioEduardo Itagyba de Araújo Padilha1º TesoureiroLuiz Alceu Pereira Jorge2º TesoureiroLivia Cipriano Dal PiazDiretor Geral : Escola Brasileira deAdvocacia Pública dos Estados –EBRAPE  - Levy Pinto de Castro FilhoDiretor Cultural e de EventosZuleik Carvalho OliveiraDiretor de Comunicaçãoe InformaçãoJoão Gualberto Pinheiro JuniorDiretores regionais:Rodrigo Rocha Rodrigues - ESRenato Sousa Faria - GOCarlos Roberto Gonçalves Melro- AL

Francisca Tânia Coutinho - CESamir Machado - SCPaulo Roberto Coelho de Figueiredo –RJJoão Climaco Penna Trindade –SPArt Tourinho –BAAntônio Eustáquio Vieira - MGFábio de Oliveira Moura - PADiretor de Relacionamento comAdvogados Públicos Federais,Estaduais e MunicipaisEpitácio Bittencourt SobrinhoDiretor de Assuntos Jurídicos,Legislativos e de Defesa dePrerrogativasRenato Eduardo Ventura FreitasMembros Titulares do ConselhoConsultivo

MENSAGEM DO PRESIDENTENa primeira edição do Jornal da

ABRAP de 2014 devemos fazer umbreve retrospecto do que foi nossacaminhada durante o ano que findou,como poderemos ver a seguir. Muitasforam nossas ações e sobretudo tive-mos muitos avanços em relação aosnossos pleitos e cumprimento dosnossos objetivos. Temos que dar ên-fase ao nosso trabalho e participaçãoem propostas que tramitam no Con-gresso Nacional (Ex: PEC n° 39/2012,no Senado Federal, e PEC 443/2009,na Câmara dos Deputados), além doII Congresso Nacional da ABRAP, rea-lizado em Fortaleza/CE, e da publica-ção de nova Nota Técnica sob nr. 0079,de 12/12/2013, do Ministério da Justi-ça.

Ainda, é necessário lembramosque dia 07 de março, em todo o Bra-sil, é comemorado o dia “O Dia Nacio-nal da Advocacia Pública” em virtude

da Lei 12.636/2012.A Constituição Federal, alterada

pela Emenda Constitucional nº 19 de1998, estabeleceu, entre as FunçõesEssenciais à Justiça, a “AdvocaciaPública”, que consiste na atividade deEstado que é exercida pelos advoga-dos e advogadas que ocupam cargosou empregos públicos de direção nosórgãos públicos, em atividade de re-presentação judicial, consultoria, as-sessoramento ou de orientação judi-cial e defesa dos necessitados.

Ressaltamos que é patente queo padrão constitucional não esgotou amatéria, visto que, mesmo olvidadospelo legislador constituinte originário,os profissionais do Direito das entida-des autárquicas e das fundações pú-blicas, seja qual for a nomenclaturaatribuída ao cargo ocupado – advoga-do ou procurador – indiscutivelmenteexercem a advocacia pública, fato este

que pode ser verificado, muitas vezes,antes mesmo da promulgação da atu-al Carta Magna.

Desta forma, além de comemo-rarmos “O Dia Nacional da AdvocaciaPública”, nossa obrigação é alertar-mos, mais uma vez, para a necessi-dade de que seja contemplado naConstituição Federal a advocacia,igualmente pública, exercida por pro-curadores e advogados das autarqui-as e fundações públicas dos Estados,integrantes de carreira, que exercema representação judicial e o assesso-ramento jurídico nestas entidades daadministração indireta bem como oassessoramento jurídico de órgãos(secretarias de Estado) do Poder Exe-cutivo estadual.

Tal entendimento baseia-se queao estabelecer o figurino básico daadvocacia pública, embora com aslacunas apontadas, a Constituição Fe-

deral impõe a sua observância simé-trica, no detalhamento complementarda advocacia pública, avançando aoâmbito estadual e municipal.

Neste contexto é importantedestacarmos que o legislador, cons-ciente da necessidade do fortaleci-mento da advocacia pública, mais umavez, apresentou a Proposta de Emen-da à Constitucional nº 373/2013, deautoria do Deputado Marcio Marinho,que tramita na Câmara dos Deputados.

Portanto, embora devamos co-memorar “O Dia Nacional da Advoca-cia Pública”, há um longo caminho aseguir para que esta data, seja motivode comemoração de todos os advo-gados públicos seja na União, nosEstados ou nos Municípios.

Marcos Vitório Stamm

Presidente da ABRAP

Page 3: Jornal abrap 14

Termo de Ajuste de CondutaRealização de concurso público para cargo de Procurador Autárquico e Fundacional do Estado do Pará

Em 03 de dezembro de 2013,foi celebrado um Termo de Ajuste deConduta entre o Ministério PúblicoEstadual, o Estado do Pará e a Se-cretaria do Estado de Administraçãopara que o Estado se abstenha decontratar profissionais do direito forada carreira para exercer funções ine-rentes aos Procuradores Autárquicose Fundacionais e realize concursopúblico para a carreira.

Além da iniciativa do MPE defazer cumprir os dispositivos constitu-cionais legais e vigentes, a atuação

da Associação dos Procuradores Au-tárquicos e Fundacionais do Estadodo Pará (APAFEP) foi fundamentalpara que esse TAC fosse celebrado.

De acordo com o presidente daAPAFEP, Fábio de Oliveira Moura, fo-ram realizadas visitas em todas as 27autarquias e fundações públicas doPará para detectar onde se encontra-vam os servidores temporários, e tam-bém repassadas as informações àPromotoria de Direitos Constitucionais,que tomou as providencias cabíveis.

123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789

Associe-se à ABRAPwww.abrap.org.br

Tel (41) 3232-7763

Page 4: Jornal abrap 14

No dia 30 de janeiro, procura-dores autárquicos e fundacionais doEstado do Pará estiveram presentesno Auditório João Batista, da ALEPA,em audiência pública que discutiu asdiretrizes, importâncias e necessida-des da carreira.

À convite do deputado Raimun-do Santos, presidente da CCJ e ouvi-dor da ALEPA, a audiência serviucomo uma oportunidade dos procu-radores autárquicos falarem sobre acarreira, mostrando a importância dopapel que desempenham e debatereventual necessidade de mudançaspara que a prestação do assessora-mento e consultoria jurídica e a repre-sentação judicial da administração di-reta e indireta paraense seja feita como máximo de eficiência possível.

Estiveram presentes na oca-sião, autoridades do Poder Legislati-vo e Executivo, incluindo alguns diri-gentes de autarquias e fundações.

O deputado Cassio Andradetambém participou e defendeu a re-

Procuradores Autárquicos participam de Audiência

Pública para discutir diretrizes da carreira

estruturação da Advocacia Pública Pa-raense. O presidente da OAB Secci-onal Pará, Jarbas Vasconcelos, exi-giu respeito à advocacia pública pa-raense e solicitou que a AssembleiaLegislativa fizesse uma medição en-tre o Poder Executivo e as associa-ções de advogados públicos paraen-ses para um debate sobre as neces-sidades das categorias. O deputadofederal Arnaldo Jordy e o presidenteda ABRAP, Marcos Stamm, propuse-ram a reestruturação da AdvocaciaPública do Estado do Pará, como umanecessidade à sociedade paraense.O evento também contou com a pre-sença do sub-procurador geral fede-ral Renato Vieira, que detalhou o his-tórico da evolução da AGU e a impor-tância dos Procuradores Federais narecuperação de créditos para o erá-rio.

A audiência pública encerroucom uma proposta de a APAFEP e aACONJUR, que também participou doevento, reunirem com o Deputado

Raimundo Santos para a elaboraçãoe encaminhamento do projeto de re-

estruturação da Advocacia Pública doEstado do Pará.

Marcos Stamm-Presidente ABRAP; Fábio Moura-Presidente APAFEP; Luis Carlos-Presidente ACONJUR (Associação dos Consultores Jurídicos do Estado do Pará); Deputa-do Estadual Raimundo-PEN/PA-Santos-Presidente da CCJ e Ouvidor da ALEPA; DeputadoCássio Andrade-PSB; Renato Vieira-Sub Procurador Geral Federal; CONJOVEN Conselhode Jovens da Associação Comercial do Pará.

Deputado Cássio Andrade-PSB/PA Fábio Moura- APAFEP

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Ministério da Justiça emitenova Nota Técnica sobre a

PEC 39/2012

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PEC 373 altera artigo 132da Constituição Federal

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N.º , DE 2013(Do Sr. Márcio Marinho e outros)

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nostermos do § 3º do artigo 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinteEmenda ao texto constitucional:

Art. 1º O art. 132 da Constituição Federal passa a vigorar com a se-guinte redação:

“”Art. 132............................................................................................. § 1º Os cargos efetivos e as funções estáveis da administração dire-

ta, das Autarquias e Fundações Públicas, com atribuição de assistência eassessoramento jurídico, e os cargos efetivos de representação judicial eextrajudicial das Autarquias e Fundações Públicas, integram para todos osfins, a Advocacia Pública dos Entes Federados, sendo regidos pelas mes-mas garantias, direitos e deveres prescritos às carreiras referidas no caputdeste artigo.

§ 2º Aos procuradores e advogados públicos referidos neste artigo éassegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante ava-liação de desempenho perante os órgãos próprios após relatório circuns-tanciado das corregedorias.

Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de suapromulgação.

A PEC 373/2013, de autoria dodeputado federal Marcio Marinho, al-tera o artigo 132 da Constituição Fe-deral, conforme texto abaixo transcri-to, possibilitando esclarecer o trata-mento igualitário a todos os advoga-dos públicos.

“A Constituição Federal, quan-do tratou do sistema jurídico do Esta-do, não fez qualquer diferença entreos procuradores da administração di-reta e da indireta. Ao contrário, em seuart. 132 denomina-os todos como Pro-curadores dos Estados, significa di-zer, Procuradores do Estado que re-presentam e defendem a administra-ção direta e os Procuradores Jurídi-

cos Estaduais que defendem a admi-nistração indireta, precisamente asautarquias e fundações públicas”, ex-plica o deputado.

De acordo com a análise em-preendida pelo Ministério da Justiçaa proposta está em consonância comos ditames constitucionais e a técnicalegislativa; e o entendimento do STFquanto ao alcance do termo “procura-dores”.

No mérito, a alteração do art.132 da Constituição objetiva que o seucaput se aplique não só aos procura-dores e advogados públicos daUnião, “mas também àqueles ligadosaos demais entes políticos e suas

autarquias e fundações”, com a obri-gatoriedade de prestação de concur-so público, com participação da OAB.

Ademais, a PEC invoca o prin-cípio da simetria constitucional paradispor que as carreiras dos procura-dores e advogados públicos de to-dos os entes da Federação, inclusi-ve daqueles vinculados à administra-ção direta e indireta, integrarão o sis-tema jurídico da Advocacia Pública dasrespectivas unidades federadas.

Page 6: Jornal abrap 14

A Súmula n. 339/STF nasceucom a Emenda Regimental de 28/03/63 da Jurisprudência Predominante noSupremo Tribunal Federal, por influ-ência do então Min. Victor Nunes Leal.Entretanto, não possui o efeito vincu-lante, como as que foram editadas apartir da EC nº 45/2004 e regulamen-tada pela Lei nº 11.417 de 19/12/2006. (...) em decorrência da concep-ção vigente à época, o Poder Judici-ário foi praticamente impedido de re-parar a lesão de direitos dos servido-res públicos com fundamento na iso-nomia, com a majoração dos venci-mentos, pois isso representava umaverdadeira interferência no âmbito dacompetência do Poder Legislativo,com base exatamente na clássica tri-partição dos poderes, pois seria vio-lado o art. 36 da CF/1946. Entretanto,com o advento da atual Carta Política,esse quadro mudou, pois atualmenteo Juiz além de ser um aplicador dodireito sobre o caso concreto. (...) Porisso, no Estado democrático de direi-to, o Poder Judiciário passa a ter ocontrole dos atos legislativos, inclusi-ve os de iniciativa do Chefe do PoderExecutivo, sobre as leis que dispo-nham sobre a criação, extinção decargos públicos, fixação dos venci-mentos, etc. Se existem distorçõesnas legislações infraconstitucionaisque afrontam a Constituição, estasdevem sofrer o controle pelo PoderJudiciário, para adequá-las conveni-

ADVOCACIA PÚBLICA – Aspectos jurídicos sobre a aplicação

dos artigos 135,39, § 4º de CF e a Súmula nº 339 do STF

Ubirajara Dias Falcão 

Professor do Curso de Direito do Centro de Ciências Jurídicas

da UFSC e Procurador Autárquico aposentado.

entemente as situações concretassobre os direitos que sofreram ouestão na iminência de sofrer lesão,aplicando-se o Princípio da Constitu-cionalidade, o qual deverá prevalecersobre a Súmula n. 339/STF e legisla-ções contrárias a Carta Política de1988. A autonomia que possuem osEstados para organizarem-se admi-nistrativamente, em face do princípiofederativo, não tem a faculdade deultrapassar os limites ou marcos insti-tuídos pela Lei Fundamental. (...) Oresultado é que para os servidoresdas autarquias e fundações das car-reiras da Advocacia Pública (Título IV,Capítulo IV, Seção II, da CF/88), osquais integram as Funções Essenci-ais à Justiça (RE 558.258-SP), algunsEstados não observam as determina-ções constitucionais expressamentedefinidas, inclusive, nas Cartas Políti-cas Estaduais, as quais reproduzirampraticamente o modelo federal. (...)

O assunto é complexo, masdeve ser observado com as cautelasnecessárias, de modo que não se al-tere em sede de exegese a própriaconformação ou a intenção do Consti-tuinte Originário. As determinações ouimposições constitucionais previstasno art. 135 c/c o art. 39, §4º da CF eart. 104-A, c/c 23-A da CE/SC, nãoestão sendo observadas, pois a re-muneração para os advogados públi-cos das autarquias e fundações de-veria ser sob a forma de subsídio

obrigatório, obedecidos os critériostanto do §1º do art. 39, como dos arti-gos 37, XI e 135 da CF, o que implicanecessariamente na fixação de pa-drões remuneratórios compatíveiscom a institucionalidade, a essencia-lidade e da relevância das funções ouatividades exercidas. (...) Portanto, seexiste o direito, há de existir a açãocorrespondente que o assegure, paraque as normas constitucionais alcan-cem a eficácia plena.CONCLUSÕES

1) A Súmula n. 339/STF (semefeito vinculante), não deve ser obje-to de aplicação indiscriminada a ca-sos concretos de afronta à Constitui-ção Federal, pois haverá por certo,conflito com as normas e os princípi-os constitucionais supervenientes queasseguram a isonomia ou aplicaçãodireta dos dispositivos constitucionaismencionados;

2 )  A referida Súmula não pode-rá excluir de forma direta ou indiretada apreciação do Poder Judiciário, le-são ou ameaça de direito (Art. 5º, in-ciso XXXV da CF), nos casos concre-tos, como os que foram aqui apresen-tados;

3) O inciso X do art. 37 da CFnão deverá ter incidência, quando jáexista legislação infraconstitucional

com a finalidade de atender as exi-gências previstas na Lei Fundamen-tal, ou quando ocorre a aplicação di-reta dos preceptivos apontados. OPoder Judiciário no exercício da suafunção jurisdicional, nesse caso, exer-ce o controle do ato legislativo edita-do nessas condições, sem que comque esse procedimento venha a in-fringir o princípio da reserva legal ouda Súmula n. 339 do STF, pelo cará-ter sobretudo declaratório que possu-em as decisões judiciais nesse senti-do (MS n. 997-DF, STJ, Rev. STJ n.46, pp. 43 e 44);

4) O mandado de segurança,tem sido admitido, como veículo pro-cessual para que seja reparado o di-reito líquido e certo violado nessascondições, ou em situações análogas.A propósito, veja-se os julgados epi-grafados: MS 997/DF Reg. 91120685 -DJ. 20.4.92, MS 1706/DF - STJ DJ.13.10.92, MS TJGO nº 12768-9/10,MS/TJSC nº 7310, MS/TJSC nº 8553,MS/TJSC nº 9612 e MS/TJPR nº029011-5, etc. 

Esse artigo foi resumido com au-

torização do autor, acesse inteiro teor

no site da ABRAP: http://abrap.org.br/

wp-content/uploads/2014/02/estudo-

sumula 339.pdf

Page 7: Jornal abrap 14

1. INTRODUÇÃODesde a Constituição Federal de

1988, quando passou a ser identificadacomo uma das funções essenciais à Jus-tiça, conforme se vê nos seus arts. 131 e132, a advocacia pública conseguiu umenorme avanço para melhor desempe-nhar seu papel de prestar com eficiênciaa consultoria e assessoramento jurídicoe a representação judicial do Estado. (...)Dispusemo-nos a responder dois questi-onamentos: 1- é constitucional a contra-tação de Procuradores Autárquicos eFundacionais por meio de contrato tem-porário? 2- se a contratação temporáriaem questão for inconstitucional seria aconduta do gestor que a promoveu con-siderada um ato de improbidade admi-nistrativa? (...)

2. ADVOCACIA PÚBLICA NACONSTITUIÇÃO FEDERAL E O PRO-VIMENTO Nº 114/2006 DO CONSELHOFEDERAL DA OAB

A advocacia, incluindo a pública,exerce função essencial à Justiça, con-forme prevê o art. 131 e 132 da CartaMagna, em conjunto com o MinistérioPúblico e as Defensorias Públicas. (...) Oexercício dessa função essencial deveser acompanhado de independência téc-nica, de valorização remuneratória, boascondições de trabalho, apoio de carrei-ras especializadas, aperfeiçoamento pro-fissional e comprometimento e empenhopessoal de cada membro que compõe aadvocacia pública, pois são servidorespúblicos, pagos com dinheiro público etêm a obrigação de servir à sociedade,defender os interesses de Estado e nãotrabalhar com o intuito de agradar o Go-verno do momento.

A (in) constitucionalidade da contratação temporária deprocuradores de autarquias e fundações públicas e a

improbidade administrativa

Fábio de Oliveira Moura

Procurador Autárquico do Detran/PA – Presidente da Associação dos

Procuradores Autárquicos e Fundacionais do Estado do Pará – APAFEP –

Diretor Regional da ABRAP/PA

3. PROCURADORES AUTÁRQUICOS EFUNDACIONAIS NA CONSTITUIÇÃOFEDERAL - RECENTES DECISÕES DOSTFOs Procuradores das Autarquias e Fun-dações estão inseridos nos arts. 37, XI e132 da Carta Magna ou estes dispositi-vos se referem tão somente aos Procura-dores dos Estados, advogados públicosque exercem seu mister nas Procurado-rias Gerais de cada estado? (...) Comocompreender que o STF interprete o art.37, XI, afirmando que o termo “Procura-dores” é polissêmico e ao mesmo tempodizer que não pode ser dada a mesmainterpretação ao art. 132? Não haveriaqualquer razoabilidade nessa interpreta-ção, até porque não existe advogado pú-blico essencial à justiça e advogado pú-blico não essencial. (...) é indiscutível aconclusão de que os Procuradores dasAutarquias e Fundações estaduais estãoprevistos nos arts. 37, XI e 132 da CartaMagna e, por via de consequência, tam-bém exercem função essencial à Justi-ça.

4. A (IN) CONSTITUCIONALIDA-DE DA CONTRATAÇÃO TEMPORÀRIADE PROCURADORES AUTÁRQUICOSE FUNDACIONAIS – PROPOSTA DESÚMULA VINCULANTE Nº 18/2009(...) a contratação temporária de Procu-rador para as autarquias e fundaçõespúblicas é inconstitucional porque: 1) ferea obrigatoriedade do concurso público(art. 37, II); 2) fere o princípio da razoabili-dade, pois o meio é inadequado (contra-tação temporária) para o fim que se bus-ca (representação judicial e consultoriajurídica do Estado); 3) viola a legalidade,pois a Constituição Federal não prevê esta

hipótese 4) viola o princípio da isonomia,pois se os demais cargos que desempe-nham funções essenciais à justiça nãocomportam a contratação temporária damesma forma deveria ocorrer na advo-cacia pública;  5) afronta a impessoali-dade, pois acaba deixando para um gru-po político que temporariamente ocupao Governo o poder indevido de contratarquem quiser e, obviamente, são estes osmais simpáticos e comprometidos comgovernantes, lembrando-se, de passa-gem, que a função do advogado públiconão é ser simpático ao Governante e simser técnico para colaborar com a con-cretização das políticas públicas, desdeque estejam de acordo com a lei; 6) afron-ta a moralidade, pois privilegia alguns aoinvés de premiar o mérito. (...)

5. A CONTRATAÇÃO DE PRO-CURADORES AUTÁRQUICOS E FUN-DACIONAIS SEM CONCURSO - PRIN-CÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMI-NISTRAÇÃO PÚBLICA E A IMPROBI-DADE ADMINISTRATIVA

(...) O que se defende aqui é quetodo gestor sabe que o assessoramento,consultoria jurídica e representação ju-dicial são funções permanentes e essen-ciais ao Estado e por isso devem ser de-sempenhadas por servidores concursa-dos. Se assim não age, pelo menos o dologenérico se revela, pois desobedeceu aregra constitucional do concurso públi-co. (...) é evidente que a contratação deProcurador Autárquico e Fundacional é

inconstitucional, viola inúmeros princípi-os da administração pública, é praticadacom dolo e, por isso, enquadra-se perfei-tamente na conduta descrita no Art. 11,caput e inciso I da Lei nº 8.429/1992, con-figurando-se a improbidade administrati-va.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS(...) Em razão disso, não há como

se dar tratamento diferenciado a atoresque exercem funções essenciais à justi-ça. Se a figura do servidor temporário nãoexiste para os Magistrados, para os Pro-motores de Justiça, para os Procurado-res do Estado, também não deve existirpara a carreira de Procurador Autárquicoe Fundacional. (...) além de inconstituci-onal, esse tipo de contratação se enqua-dra no art. 11, caput e inciso I da Lei nº8.429/1992, configura-se improbidadeadministrativa. (...) A inclusão dos Procu-radores temporários não traz prejuízo so-mente para a carreira, que precisa serprestigiada para bem exercer o suas mis-sões. Tal conduta é danosa à sociedade.(...) é preciso que o Estado atente para ospreceitos constitucionais, acabe com ascontratações temporárias e realize con-curso público para o preenchimento dasvagas desocupadas ou indevidamenteocupadas por Procuradores temporários.

Esse artigo foi resumido, com au-

torização do autor, acesse inteiro teor:

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Page 8: Jornal abrap 14

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Rememorando o II Congresso Nacionalda ABRAP (Fortaleza - CE)

“Essa homenagem me engrandece de emoção e me enche de alegria e,

simultaneamente, de responsabilidade. Quero dizer, aos senhores e as senhoras,

que atuam profissionalmente junto a Advocacia Geral da União, da Procuradoria

Geral da Fazenda Nacional, das Defensorias e Procuradorias Públicas da União,

dos Estados. Que os senhores, advogados públicos, sejam cada vez mais valo-

rizados profissionalmente. E eu tenho como papel fundamental, dentro do meu

mandato, respeitar aquilo que é formal, do ponto de vista de instituições. Todas

às vezes, que as pessoas me procuram, em nome de uma instituição, eu me

sinto no dever de dar a retribuição da maneira mais transparente e mais correta

possível. Essa homenagem eu quero dividir com todos os cearenses, eu quero

dividir com todos os nordestinos”.

(Senador Eunício Oliveira)

O II Congresso Nacional da ABRAP (outubro/2013), realização ABRAP e APAFECE e apoio institucional OAB-CE, contou com a participação de importantesnomes da advocacia pública e da política brasileira. Confira abaixo manifestações de algumas das autoridades presentes no evento.

“Nós entendemos que a advocacia no Brasil, a partir da Ordem dos Advo-

gados do Brasil é uma, e deve ser tratada assim e deve ser enfrentada em suas

demandas da mesma forma. Então, é muito importante trazer para o Nordeste,

para o estado do Ceará exposições, debates, palestras sobre a advocacia pública

e a Constituição Federal no contexto dessa advocacia pública para permitir que

as pessoas possam conhecer mais e os próprios advogados públicos dessa re-

gião do país possam se assegurar dos seus direitos e buscar melhorias na quali-

dade da prestação de serviço e também uma remuneração condigna e mais pró-

xima do sul do país”.

(Valdetário Monteiro, presidente da OAB- Seccional Ceará)

“Durante os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, e na condição

de ser o primeiro vice-presidente, relembro - senhores advogados públicos - a

honra que tive de proclamar aprovada a deliberação em torno das carreiras jurídi-

cas, com o parecer da Comissão de Sistematização, da lavra do saudoso sena-

dor Afonso Arinos e a indispensável chancela do relator Bernardo Cabral, o grande

companheiro e figura estelar dos ciclos judiciários. Vinculei-me, por isso, às três

carreiras das quais tenho recebido demonstrações de atenções inequívocas do

plano estadual e federal”.

(Deputado Federal Mauro Benevides)

O governador Antonio Anastasia recebeu, no dia 03 de fevereiro, noPalácio Tiradentes, em Belo Horizonte, a Comenda da Ordem do Mérito daAdvocacia Pública, concedida pela Associação Brasileira de AdvogadosPúblicos.

A honraria é destinada a agraciar autoridades e pessoas físicas ejurídicas, civis e militares que, reconhecida e efetivamente, tenham colaboradocom o aperfeiçoamento da advocacia pública no Brasil. Anastasia é o primeiromineiro a receber a comenda. A placa foi entregue pelo presidente da ABRAP,Marcos Vitório Stamm.

ABRAP entrega Comenda ao governador de MG