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Ano V • Nº 10 • 2008 • Verão PAMPULHA PA P PA P AM AM Águas da Vila Novo Ouro Preto Moradores se mobilizam e ajudam a combater a poluição da Bacia da Pampulha Belo Horizonte • Contagem / Minas Gerais N o 10 Págs. 04 e 05 Págs. 06

Jornal Aguas da pampulha Verão

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Jornal aguas da pampulha edição de verao!

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Ano V • Nº 10 • 2008 • VerãoPAMPULHAPAMPULHAPAMPULHAPAMPULHAPAMPULHAPAMPULHAPAMPULHAÁguas da

Vila Novo Ouro Preto

Moradores se mobilizam e ajudam a combater a poluição

da Bacia da Pampulha

Belo Horizonte • Contagem / Minas Gerais

No 10

Págs. 04 e 05

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Amigos da Pampulha“Percepção Sócioambiental dos dis-

centes das escolas públicas situadas ao longo da Bacia da Pampulha”. Esse foi o tema de mestrado em Ciências Ambien-tais, defendido em dezembro de 2007, pela pedagoga, Renata Oliveira dos Reis Faria, na Uemg - Universidade Esta-dual de Minas Gerais.

De acordo com a autora, o tema foi escolhido por causa da poluição e da situação dos morado-res que residem na Ba-cia da Pampulha e que possuem menor poder aquisitivo. A pesquisa envolveu aplicação de

questionários às crianças e adolescen-tes, que estudam em escolas públicas, estaduais e municipais, situadas na Ba-cia da Pampulha.

Além disso, foi necessário reali-zar levantamento histórico e visitas

técnicas ao Propam. “Essa pesqui-sa contribui para a recuperação da Bacia da Pampulha, a partir

do momento que envolve crianças e adolescentes nesta problemática e também, proporciona

aos professores o conhecimento que os discentes têm da Pampulha.” De-fende Renata Reis.

Venha conhecer o Circuito Intermunicipal de Percepção Ambiental “Trilhas da Pampulha” e

saiba um pouco mais sobre a Bacia da Pampulha. Podem participar estudantes de escolas

municipais, estaduais e particulares. O Circuito tem duração de três horas e aborda temas

relacionados com a geografia, história, questões culturais, sociais e ambientais da Bacia da

Pampulha.

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Trilhas da Pampulha A lagoa da Pampulha foi agraciada no final do ano de 2007, com uma bela árvore

de natal, porém continuamos sonhando com o presente mais almejado de todos: “a

limpeza de suas águas”.Dentre as ações desenvolvidas pelo

Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha destacam-se ações que buscam

a recuperação de áreas degradadas pela erosão e diversas formas de poluição, e a

urbanização de vilas e favelas, situadas em Contagem (MG) e Belo Horizonte (MG),

possibilitando a coleta de resíduos sólidos e do esgoto através dos interceptores,

minimizando o aporte destes efluentes para a Lagoa.

O monitoramento da qualidade das águas e o Programa de Educação

Ambiental continuam sendo tarefas fundamentais, realizados ou

acompanhados de perto pela equipe do Consórcio, dentro do planejamento para a implantação do Propam, Programa de

Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha.

Em 2007, o Circuito de Percepção Ambiental e o “Prêmio Águas da

Pampulha”, mobilizaram centenas de alunos de escolas públicas e privadas da

Bacia da Pampulha. A festa de premiação na Casa do Baile, para as crianças e as

escolas vencedoras foi muito bonita.É importante destacar as parcerias com

outras instituições, como a do Rotary que concentra esforços na cooperação com os trabalhos do Consórcio, colaborando com a implantação da coleta seletiva em apoio a Astemarp (Associação de Trabalhadores

em Materiais Recicláveis da Pampulha).Para o ano de 2008, planejamos a

ampliação do atendimento às escolas e iremos incentivar parcerias com empresas

privadas, no intuito de conseguir maior apoio aos programas desenvolvidos pelo

Consórcio.Com tanto envolvimento e ações

positivas, estamos confiantes de que o ano de 2008 será ainda mais promissor, cheio de realizações inovadoras,

em direção ao nosso grande sonho.

Zeca Pivara

Bacia da Pampulha é tema de mestrado

Editorial

de 2008 será ainda mais promissor, cheio de realizações inovadoras,

em direção ao nosso grande sonho.

Zeca Pivara

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O Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha firmou, no primeiro semestre desse ano, uma parceria com o Rotary Club de Belo Horizonte Lagoa. O objetivo é po-tencializar as ações, através do cooperati-vismo, permitindo uma maior aproximação entre as duas organizações que estão volta-das para as questões ambientais e sociais. A partir dessa parceria, o Rotary desenvol-veu um projeto com a Associação dos Tra-balhadores em Reciclagem da Pampulha, a Astemarp, que inclui diversas ações, entre elas a doação de um veículo, aprovada pela Fundação Rotária e pelo Rotary Club da Suíça.

No mês de agosto, os associados

do Rotary e o geólogo e professor, Edézio Tei-xeira, fizeram uma visita de reconhecimento à Bacia da Pampulha sob a orientação do técnico do Consórcio, Edinilson dos Santos, e da coor-denadora de educação ambiental, Sirlene C. Al-meida Santos. “Estamos discutindo alternativas de pequenos projetos, que podem complemen-

tar o que já tem sido feito para melhorar a vida das pessoas que habitam o entorno dos córregos. Pretendemos ajudar na Educação Ambiental com doações para a elaboração da cartilha.” Assegura a presidenta do Ro-tary Club de Belo Horizonte Lagoa, Alcione Ribeiro de Castro.

Ela afirma ainda, que apesar do Con-sórcio ter um diagnóstico e um programa de atuação, os problemas ambientais são com-

plexos e ações isoladas podem não apre-sentar os efeitos desejados. “É importante atuar com uma estratégia para a maximiza-ção de resultados. A definição de alterna-tivas é realizada pelo Consórcio, que está em contato direto com os problemas sociais e ambientais. Nós queremos somar, já que nossa atuação ajuda na conscientização dos problemas socioambientais.” Completa.

Segundo o gerente de planejamento e monitoramento ambiental da Secretaria Mu-nicipal Adjunta de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Weber Coutinho, essa parceria vai permitir um avanço no trabalho desen-volvido pela instituição. “O Rotary pode con-tribuir com recursos financeiros, doações e participação de seus membros nas diversas ações do Consórcio, visando apoiar a re-cuperação da Pampulha. E esperamos de todos nossos associados, uma participação efetiva nos trabalhos de educação ambien-tal, mobilização e conscientização da po-pulação, bem como no envolvimento direto nas ações de recuperação.” Aposta.

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Consorcio e Rotary Club firmam parceria

Seja nosso parceiro!Informações na Gerência Administrativa do ConsórcioAv. Santa Rosa, 1125, Bairro São Luís – Belo Horizonte

Tel: (31) 3277-7422 ou envie um e-mail: [email protected]

Criancas soltam a imaginaçao no “Premio Aguas da Pampulha” As crianças soltaram a imaginação e

mais de 900 trabalhos foram inscritos para a 4ª edição do “Prêmio Águas da Pampu-lha”. A premiação aconteceu na Casa do Baile, no dia 17 de outubro, e contou com a participação de aproximadamente 50 esco-las que pertencem à Bacia da Pampulha.

Essa edição teve como tema: “Cui-dar das águas da Bacia da Pampulha faz parte da minha natureza: conhecer para proteger”. O objetivo foi chamar a aten-ção de alunos de primeira à oitava série, para questões ambientais e especialmen-te para a Bacia da Pampulha. Segundo a Comissão Organizadora, foram avaliados: pertinência e coerência, adequação da lin-guagem, expressão criativa em forma de desenhos e originalidade.

Os primeiros colocados na modalidade produção de texto e desenho receberam máquinas fotográficas digitais, ipods e bicicletas e as turmas dos alunos vence-dores ganharam passaportes para brinca-

rem no parque Guanabara e ainda, uma participação no Circuito Intermunicipal de Percepção Ambiental “Trilhas da Pampu-lha”. Já a Escola Municipal Santa Terezi-nha, classificada no primeiro lugar-geral, foi premiada com um computador. “Uma premiação na participação em um evento deixa o nome da escola em evidência e alguns alunos ao verem a escola sendo destacada, e o trabalho do colega sendo exposto, faz com que eles tenham orgulho de onde estudam e que se identifiquem mais com a instituição.” Ressalta o profes-sor Jairo Rodrigues.

O Prêmio Águas da Pampulha é uma iniciativa do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha, com o patrocínio da Cemig – Companhia Energética de Minas Gerais, Parque Guanabara, Lume Ambien-tal e Refrigerantes Minas Gerais.

A 5ª edição do prêmio deve acontecer no segundo semestre desse ano. Fique atento às inscrições e participe!

CONFIRA A LISTA DOS GANHADORES:

1º LUGAR GERALE.M. Santa Terezinha

CATEGORIA DESENHO1º Lugar - Raquel Alvarenga Nogueira

(E.M. Francisca Alves de Lima)2º Lugar - Larissa Lorraine de Souza

(E.M. Profª Alice Nacif)3º Lugar - Flávia Lanny da Silveira

(E.M. Profº Domingos Diniz)

CATEGORIA REDAÇÃO1° Lugar - Fabrícia Eduarda Baia Estevam

(E.M. Santa Terezinha)2º Lugar - Nathália Werneck

(SESI Alvimar Carneiro de Rezende)3º Lugar - Leonardo Daví Guedes

(E.M. Cel. Joaquim Antônio da Rocha)

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Raquel Alvarenga (1º Lugar)

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Peixes e agua limpa, um sonho possível na Vila Novo Ouro Preto

A mobilização social e a conscientização ambiental da comunidade ajudam a

preservar e a melhorar a qualidade da água da Lagoa da Pampulha

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Lixo e esgoto a céu aberto, ratos, ani-mais mortos e muito mau cheiro. Este era o cenário vivido pelos moradores de uma vila localizada no bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte. A Vila Novo Ouro Preto, como é chamada, passou por uma grande rees-truturação e hoje é objeto de estudos de pesquisadores, estudantes universitários e o orgulho dos mais de 1500 moradores.

Mas, isso só foi possível, graças à forma diferenciada de pensar da líder comunitá-ria, Edina Barbosa, que não se conformava com a falta de conscientização das pesso-as, pois insistiam em conviver em meio ao lixo e à sujeira. “Eu vim do Norte de Minas. Lá sim tem miséria, aqui não. Aqui tem é comodismo.” Ressalta.

Ela conta que sempre quis fazer algo para mudar a realidade da Vila, que sofria há anos com enchentes, esgoto, ratos, ba-

ratas e mau cheiro. “Eu me lembro de quan-do caiu uma chuva muito forte em Belo Ho-rizonte e no outro dia havia estampado no jornal “Calamidade no bairro Ouro Preto”. A reportagem falava da sujeira, da miséria e do esgoto e isso me chamou a atenção, morávamos numa vila dentro de um bairro nobre. Somos pobres, mas não somos por-cos. Passei a entender que temos direitos, mas também temos deveres.” Afirma.

Assim como tantas outras, a Vila Novo Ouro Preto executa um papel de grande importância ambiental, o de abrigar, em uma área de 37 mil m², inúmeras nascen-tes que alimentam o Córrego Cidadania, afluente do Flor D’água que deságua na Lagoa da Pampulha. Edina então, arrega-çou as mangas da camisa e deu início a um trabalho árduo e cansativo, porém cheio de recompensas e resultados para milhares

de pessoas e o meio ambiente.A líder comunitária mobilizou as 430 fa-

mílias que vivem na Vila para um mutirão da limpeza e passou a cobrar iniciativas dos órgãos públicos. Com isso, ela atraiu o interesse tanto dos adultos, quanto das crianças que ajudaram prontamente na limpeza e na retirada de 30 toneladas de lixo do córrego e dos becos. “Eu comecei a conscientizar a população para tirar o lixo, fazer a galeria e tampar, mas percebi que era colocar o lixo debaixo do tapete, então passei a participar de várias ações para mudar a cabeça das pessoas.” Ressalta.

Mas isto não foi fácil. Segundo a líder, na época o arquiteto Paulo Dimas Rocha de Menezes a ajudou muito e fez com que a comunidade entendesse a função dos garis. “O Dimas nos orientou muito e perce-bemos que o lugar do lixo não era nas ruas

Antes

Depois

Peixes e agua limpa, Peixes e agua limpa,

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Peixes e agua limpa, 05

e muito menos no córrego, principalmente, porque ali nascia uma mina de onde bebía-mos água. Então, nos organizamos e bus-camos dinheiro no Orçamento Participativo da Prefeitura de Belo Horizonte, para ter-mos infra-estrutura social.” Relembra.

De acordo com Edina, a conquista pelos recursos não foi fácil, mas os 6 milhões de reais liberados, pelos Orçamentos Partici-pativos e pelo Ministério das Cidades, per-mitiram fazer o planejamento e transformar o sonho em realidade. Porém, havia outras questões em jogo, como a retirada das fa-mílias que moravam praticamente em cima das nascentes e a limpeza da cabeceira do córrego, que ficavam em uma área aban-donada e repleta de lixo e entulho. “Temos consciência de que para melhorar é pre-ciso preservar o córrego e ficamos felizes em ver que as mais de 40 famílias já estão morando em casa própria. Além disso, con-seguimos na Justiça a escritura do terre-no que estava abandonado e era utilizado como depósito de lixo”. Comemora.

O mutirão organizado pela líder retirou do terreno abandonado mais de 30 tonela-das de lixo que contribuíam para a prolife-ração de pragas, doenças e poluição dos córregos Cidadania e Flor D’água. O lixo deu lugar a cerca de 30 mudas de árvores frutíferas, ornamentais e de madeira de lei. Essas mudas vão recobrir o solo a fim de evitar a erosão e facilitar a recarga dos cór-regos transformando a área numa reserva de preservação ambiental.

O GRANDE SONHO: DO LIXO AO PEIXE

O sonho de Edina em ver a Vila limpa, sem sujeira e lixo pelos córregos é ape-nas o começo de uma batalha, em que as ações devem ser feitas em conjunto e não de forma isolada. Os moradores da Vila Novo Ouro Preto aceitaram o desafio e hoje existe uma integração e um compromisso assumido tanto por parte da comunidade, quanto dos órgãos públicos.

A Urbel, Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, por exemplo, vem traba-lhando para recuperar as margens do cór-rego e trazer qualidade de vida à comuni-

dade da Vila. Além de tratar as questões de risco, a Companhia possui uma equipe social que acompanha a comunidade e re-aliza trabalhos de conscientização ambien-tal.

De acordo com a coordenadora da di-visão de obras da Urbel, Ercília da Con-ceição Nunes Caldeira, a Vila Novo Ouro Preto é originária de uma ocupação ir-regular e construída num fundo de vale,

onde existe um córrego e várias nascen-tes e com isso, eram inevitáveis os pro-blemas com encostas e inundações. Ela ressalta, a participação efetiva do Propam – Programa de Recuperação e Desenvol-vimento Ambiental da Bacia da Pampulha, junto à Companhia no sentido de intervir na Vila: “o Propam foi o início de todas as conquistas, através dele que os recursos para o tratamento de fundo de vale foram conseguidos.”

Os moradores também fizeram a sua parte e buscaram ajuda. A coordenadora esclarece que as conquistas vieram a par-tir dos Orçamentos Participativos da Pre-feitura Municipal de Belo Horizonte e do programa do governo federal “Morar Me-lhor” (2004/2003) que permitiram tratar o fundo de vale, construir um Parque Linear e realocar as famílias em áreas de risco. “Fizemos uma média de 80 remoções. O risco na Vila não era só geológico, mas também de saúde. O esgoto era lançado

a céu aberto, havia muito lixo e no período chuvoso a drenagem ficava muito compli-cada.” Explica.

Ercília Caldeira afirma que as ações de melhorias, como a construção de uma via veicular, continuaram a serem desenvol-vidas. As áreas de nascentes onde havia casas ficaram desocupadas e no lugar foi construído um Parque Linear que, além de preservar as minas e recuperar as mar-gens do córrego, tem a função de controlar as enchentes. “À jusante tem uma parte ca-nalizada, o restante é em céu aberto e para a preservação das margens e controle das águas construímos duas barragens e algu-mas áreas remanescentes com pracinhas arborizadas.” Relata.

Hoje a situação da Vila Novo Ouro Preto é bem diferente daquela encontrada pela equipe da Urbel em 1998. “A Vila foi atendida no seu ponto principal, houve o tratamento de fundo de vale, o saneamen-to e a urbanização. Em termos de estudo a situação está muito boa, a população se mobilizou. Com certeza, a gente vai entre-gar uma obra e incentivar a comunidade a preservar para tornar o sonho da Edina em realidade”. Confia.

Ainda segundo Ercília Caldeira, a ex-pectativa para conclusão das obras é em junho desse ano, mas a líder comunitária, Edina Barbosa não deixa de acreditar que o sonho está cada dia mais perto. “Temos na Vila águas dormentes, se você furar meio metro no chão brota água, sem contar as minas e bicas que foram drenadas. Depois que as obras de retirada de esgoto termi-narem podemos fazer um lago e começar a criar peixes para nos alimentar e também, para abastecer a Lagoa da Pampulha, o rio das Velhas e o São Francisco, como era antigamente”. Aposta.

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Contagem ganha Reserva Particular Ecologica

No dia 15 de outubro a cidade de Conta-gem (MG) ganhou uma RPE - Reserva Parti-cular Ecológica, e quem comemora é a Lagoa da Pampulha. A reserva é de propriedade da multinacional americana Acument Brasil Sis-temas de Fixação S/A - unidade Contagem, empresa que fabrica elementos de fixação.

A RPE possui várias nascentes que es-tão distribuídas em uma área de 26 mil m² e que contribuem para o fornecimento de água

para a Lagoa da Pampulha. De acordo com o diretor de recursos humanos da Acument, Ma-rino Mantovani Neto, a empresa já possuía a área verde protegida, mas tinha como objetivo, buscar o reconhecimento dos órgãos públicos competentes. “Os maiores desafios encontra-dos para criação e sustentação da Reserva fo-ram a busca do conhecimento e a descoberta das riquezas que se encontram nessa mata. Identificamos a Secretaria Municipal de Meio

Ambiente de Contagem, que de maneira com-petente e voluntária, nos ajudou a explorar e mapear o valor dessa reserva.” Afirma.

Segundo o analista de recursos humanos da empresa, Luis Faluba, a reserva apesar de pertencer ao município de Contagem (MG), está localizada em uma área hidrográfica, que faz parte da Bacia da Lagoa da Pampulha, por isso o Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha também foi procurado para partici-par da elaboração do processo de criação da RPE. “Com o envolvimento e a troca de ex-periências dos profissionais das duas entida-des, foi possível detectar toda a flora e fauna presentes em nossa reserva, o que contribuiu para o sucesso da aprovação pelos conselhei-ros do Comac, Conselho Municipal de Meio Ambiente de Contagem, órgão responsável pela oficialização da área como reserva junto ao Município.” Ressalta Faluba.

Os planos para a RPE vão além, Faluba ex-plica que a empresa tem o objetivo de criar um “Centro de Educação Ambiental” com visitas monitoradas, para difundir a conscientização ambiental. “Estaremos recebendo as visitas dos familiares dos funcionários, escolas, creches e orfanatos, no qual o objetivo é a importância da preservação ambiental.” Completa.

Usar e ocupar o solo de forma correta:uma preocupacao ambiental urgente e necessariaA região da Bacia da Pampulha está em

pleno crescimento, onde os investimentos imobiliários estão cada vez mais competiti-vos. Porém, é preciso alertar para questões como o uso e a ocupação do solo de forma ambientalmente adequada, para que esses empreendimentos não se tornem problemas do amanhã. Uma parte da Bacia, na cidade de Belo Horizonte, por exemplo, vivenciou o crescimento desordenado e hoje sofre com construções erguidas sem critérios e próximas às margens de afluentes importantes para o abastecimento da Lagoa da Pampulha.

Segundo a secretária municipal adjun-ta de meio ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte, Flávia Mourão, foram necessá-rios inúmeros investimentos públicos para o desassoreamento da Lagoa, para a retirada da contribuição de esgotos e a contenção de erosões. No entanto, ela afirma que é preciso informar e conscientizar a popula-ção de forma contínua sobre a produção e destinação de resíduos sólidos, sobre a

manutenção da cobertura vegetal e sobre a realização de qualquer intervenção nos terrenos da bacia. “Toda a ocupação só de-veria ser feita onde existe rede coletora e interceptores de esgoto. Além disso, devem ser tomados cuidados no sentido de evitar a erosão do solo antes, durante e depois da obra e manter sempre uma parcela do ter-reno em condições naturais, com cobertura vegetal, o que permite a infiltração de águas superficiais.” Alerta.

Para minimizar esses problemas a câ-mara municipal da capital elaborou a Lei 7.166/96 que estabelece normas e condi-ções para parcelamento, ocupação e uso do solo urbano, a LPOUS. “Essas regras são diferenciadas em função do zoneamento que, por sua vez, está associado às carac-terísticas ambientais e da infra-estrutura da região. Assim, se uma determinada região é caracterizada como de proteção ambiental, ela somente poderá receber construções e atividades compatíveis com a necessidade

de proteção. Já as áreas com boa infra-estrutura implantada e sem fragilidades ambientais, podem ser mais adensadas.” Ressalta.

Além de toda essa organização, a LPOUS executa um importante papel nas questões relacionadas ao meio ambiente. Para Flávia Mourão, o cuidado com o meio ambiente é obrigação de todos e não só do poder público e a responsabilidade não foge às construtoras e à população. “Além de observar as regras previstas na legisla-ção quanto ao uso e ocupação do solo, é importante que cada construtor procure, no desenvolvimento de suas atividades, proce-dimentos que menos impactem negativa-mente o meio ambiente. Isso diz respeito à opção de projeto, às tecnologias construti-vas, ao cuidado com os efluentes gerados durante a fase de obras, à destinação de re-síduos de construção à reciclagem e, tam-bém, à utilização de material reciclado, no que couber.” Afirma.

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Projetos de adocao do verde oferecem qualidade ambiental ao meio urbano

Cuidar e manter áreas verdes na ci-dade pode fazer a diferença, tanto para o município e a população, quanto para as empresas, mas principalmente, para o meio ambiente. Só em Belo Horizonte (MG) já são mais de 300 espaços verdes incluindo praças, parques, canteiros de avenidas e jardins. A iniciativa é uma parceria entre a administração municipal, empresários e co-munidade dentro do Programa Adote o Ver-de, criado em 1987.

Segundo o gerente regional de jardins e áreas verdes da Pampulha, Marcelo Rocha Matos, o programa é destinado a qualquer ci-dadão, associação, escola, empresa, órgão público ou ONG, e é uma forma legítima para a valorização das marcas das instituições. “São empresas cidadãs, que contribuem para o bem-estar da sociedade na qual se in-serem. Com iniciativas deste tipo, a empresa associa a marca a belas áreas de convívio, criando referências para os consumidores da cidade jardim. Todos podemos ser importan-tes agentes na melhoria da qualidade de vida do meio urbano.” Afirma.

É o caso da siderúrgica Usiminas, no bairro Ouro Preto (BH), que acreditou no projeto e foi uma das primeiras empresas a firmar o convênio e adotar uma praça. Se-gundo o analista da gerência de serviços administrativos, órgão responsável pela conservação das áreas verdes da Usiminas, Haroides Batista Carvalho, as empresas do Grupo Usiminas têm como prioridade cuidar de áreas verdes. “O ganho com a marca não é a causa de nossas ações e, sim, uma conseqüência natural dos valores corporati-vos que cultivamos há mais de 40 anos. Es-pecificamente em referência a Praça Pedro Melo, a Usiminas visualizou através deste projeto a possibilidade de presentear a co-munidade com mais uma praça bem cuida-da e preservada.” Ressalta.

Além de valorizar a marca das institui-ções, o programa tem objetivos e aborda-gens mais amplas, que interferem direta-mente na preservação ambiental e na forma de atuação da sociedade. “Conscientização é a chave. Preservando e conservando o verde, menos lixo será depositado nas pra-

ças, ruas e áreas verdes. A participação de escolas é muito incentivada e valorizada neste processo.” Diz Matos.

De acordo com o gerente, o convênio é simples e o parceiro tem como responsa-bilidade manter as áreas adotadas verdes, limpas e bem cuidadas. Enquanto que, a Prefeitura fica encarregada de desenvolver o projeto de implantação ou reforma e fazer o pagamento das contas de água e de ener-gia elétrica. “Assim que é firmado o convê-nio, a Prefeitura tem 90 dias, para entregar a praça com seus jardins terminados. A partir de então, a responsabilidade do adotante é manter, mas a Prefeitura não o abandona, ficando sempre atenta para ajudar no que for preciso.” Informa.

A cidade de Contagem (MG) também, co-meçou em 2007, a desenvolver um progra-ma semelhante. “Os resultados no Município já são excelentes e eles já conseguiram ado-tar várias áreas. As empresas estão demons-trando muito interesse em participar.” Afirma Edinilson dos Santos, técnico do Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha.

Gestão 2007-2009

Diretoria - Presidente: Leonídio Soares

Vice-Presidente: Antônio Márcio Godoi

Secretário Executivo (Belo Horizonte):

Flávio de Lemos Carsalade

Secretário Executivo (Contagem): Scheilla Samartine Gonçalves

Jornalista responsável: Gercione Pinto (MG - 09987 JP)

Revisão de texto: Daniela Dias

Periodicidade: Trimestral

Projeto Gráfico e Diagramação: Gilson de Souza (MG - 12251 JP)

Distribuição: MG

Impressão: O Lutador

Tiragem: 7.000 exemplares

Consórcio de Recuperação da Bacia da Pampulha

Av. Santa Rosa, 1125 - Bairro São Luiz • Belo Horizonte / MG

• CEP: 31275-260 Tels.: (31) 3277-7419 / 3277-7422 www.

aguasdapampulha.com.br • e-mail: [email protected]

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Praça Pedro Melo - adotada pela Usiminas

Praça Castelo - adotada pelo Colégio Cavalieri

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Conheca a historia da Lagoa da Pampulha

O crescimento da cidade de Belo Hori-zonte (MG) e a expansão do município de Contagem (MG) foram algumas das causas que contribuíram para a poluição da Lagoa da Pampulha, entretanto, a falta de cons-cientização da população ajudou e muito para o agravamento do problema.

A vegetação original que recobria a Bacia da Pampulha em muitos locais foi suprimida e no lugar foram erguidas cons-truções e implantados loteamentos. Muitos empreendimentos geraram uma movimen-tação de terra e um aumento do esgoto, que tinham como destino a represa. As vilas e favelas da Bacia por muito tempo foram focos de diversos problemas. Além de não haver proteção das encostas contra

águas pluviais, os moradores não tinham acesso à coleta de lixo. Com isso, os cór-regos eram as principais vias de transporte dos detritos.

Apesar de receber mais lixo e esgoto, a Lagoa passou também a acolher vários tipos de sedimentos, entre eles terra. As chuvas, os ventos e principalmente, a falta de cobertura vegetal no solo, foram fatores que contribuíram para o acúmulo de sedi-mentos na barragem. Diante de tal situa-ção o efeito veio em cadeia.

Em 1954, a barragem passou a ter in-filtração e não suportou o peso da água e dos sedimentos, o que provocou a sua rup-tura. Na época, ninguém ficou ferido, mas cerca de 18 milhões m³ de água alagaram

parte da região à jusante, inclusive o Ae-roporto Carlos Drumond de Andrade, mais conhecido como Aeroporto da Pampulha.

Apesar do acidente, a região não parou de crescer e a qualidade ambiental da La-goa, e das margens dos córregos que com-põem a Bacia da Pampulha, piorou ainda mais. Para tentar minimizar o impacto do esgoto despejado na Lagoa, na década de 80, foi introduzido algumas amostras de aguapés. Os especialistas acreditavam que as propriedades da planta em absor-ver poluentes da água, seriam eficazes no combate à poluição. Porém, a Pampulha passou a sofrer uma nova ameaça, o dese-quilíbrio ambiental decorrente da prolifera-ção desenfreada da planta.

Parte 2 - Os problemas decorrentes da Poluição

Fonte: Secretaria de Administração Regional Municipal Pampulha/ Coletânea Pampulha

• Não perca na próxima edição: as iniciativas desenvolvidas para tentar combater a poluição e os impactos na fauna e flora da Lagoa da Pampulha.

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