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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JORNAL DA ALERJ Discussão sobre criação de uma Lei Orgânica de Segurança Alimentar no estado, a Losan, motiva comissão a vistoriar comida servida à população G rande parte dos habitantes do es- tado do Rio não tem muita opção e, por causa dos dias atribulados, seja no trabalho ou na escola, hospitais e lojas, precisa se alimentar fora de casa. Com isso, entra em cena o cuidado que se precisa ter com o que se come. A preocupação justifica-se: nas últimas semanas, a Comissão de Segurança Alimentar da Alerj, presidida pela deputada Alice Tamborindeguy (PSDB), encontrou, nos estabelecimentos que servem alimentos à po- pulação, diversas irregularidades, que vão de funcionários vestidos de forma inadequada a cozinhas mal conservadas. Pensando em me- lhorar essa situação, Alice não vê outra saída a não ser instaurar no Rio uma Lei Orgânica de Segurança Alimentar. “Se nos restaurantes e bares próximos do Centro da cidade a situação já é difícil, imagina nos lugares onde a fiscalização quase não vai”, salienta a parlamentar. A cidade do Rio já conta com normas que garantem aos clientes desses locais meios para que eles possam ter um controle maior do que está ingerindo. Mesmo assim, a comissão da Alerj, através do Disque Segurança Alimentar (0800 282 0376), tem recebido inúmeras queixas sobre o descumprimento dessas determinações. “O alimento é um direito irrenunciável que deve ser assegurado através de política estadual”, co- menta o deputado Wagner Montes (PDT), autor de lei sobre o assunto. PÁGINAS 6, 7 e 8 l NESTE NÚMERO Organizações Globo recebem título e medalha do Poder Legislativo do Rio PÁGINA 3 Peças, livros e DVDs marcam homenagem da Alerj ao Ano da França no Brasil PÁGINAS 4 e 5 Coronel Jairo, o deputado olímpicoque privilegia o cidadão fluminense PÁGINA 12 Ano VII N° 201 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 2009 Rafael Wallace Fome de quê?

Jornal Alerj 201

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Jornal da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

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Page 1: Jornal Alerj 201

A S S E M B L E I A L E G I S L A T I V A D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O

JORNAL DA ALERJ

Discussão sobre criação de uma Lei Orgânica de Segurança Alimentar no estado, a Losan, motiva comissão a vistoriar comida servida à população

Grande parte dos habitantes do es-tado do Rio não tem muita opção e, por causa dos dias atribulados,

seja no trabalho ou na escola, hospitais e lojas, precisa se alimentar fora de casa. Com isso, entra em cena o cuidado que se precisa ter com o que se come. A preocupação justifica-se: nas últimas semanas, a Comissão de Segurança Alimentar da Alerj, presidida pela deputada Alice Tamborindeguy (PSDB), encontrou, nos estabelecimentos que servem alimentos à po-pulação, diversas irregularidades, que vão de funcionários vestidos de forma inadequada a cozinhas mal conservadas. Pensando em me-lhorar essa situação, Alice não vê outra saída a não ser instaurar no Rio uma Lei Orgânica de

Segurança Alimentar. “Se nos restaurantes e bares próximos do Centro da cidade a situação já é difícil, imagina nos lugares onde a fiscalização quase não vai”, salienta a parlamentar.

A cidade do Rio já conta com normas que garantem aos clientes desses locais meios para que eles possam ter um controle maior do que está ingerindo. Mesmo assim, a comissão da Alerj, através do Disque Segurança Alimentar (0800 282 0376), tem recebido inúmeras queixas sobre o descumprimento dessas determinações. “O alimento é um direito irrenunciável que deve ser assegurado através de política estadual”, co-menta o deputado Wagner Montes (PDT), autor de lei sobre o assunto.

PÁGINAS 6, 7 e 8

lNESTE NÚMERO

Organizações Globo recebem título e medalha do Poder Legislativo do RioPÁGINA 3

Peças, livros e DVDs marcam homenagem da Alerj ao Ano da França no Brasil PÁGINAS 4 e 5

Coronel Jairo, o “deputado olímpico” que privilegia o cidadão fluminense PÁGINA 12

Ano VII N° 201 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 2009

Rafael Wallace

Fome de quê?

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 20092

FRASES CONSuLTA POPuLAR ExPEDIENTE

PresidenteJorge Picciani

1ª Vice-presidenteCoronel Jairo

2º Vice-presidenteGilberto Palmares

3º Vice-presidenteGraça Pereira

4º Vice-presidenteOlney Botelho

1ª SecretáriaGraça Matos

2º SecretárioGerson Bergher

3º SecretárioDica

4ª SecretárioFabio Silva

1a SuplenteAdemir Melo

2o SuplenteArmando José

3º SuplentePedro Augusto

4º SuplenteWaldeth Brasiel

JORNAL DA ALERJPublicação quinzenalda Diretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Jornalista responsávelFernanda Pedrosa (MT-13511)

Coordenação: Everton Silvalima e Pedro Motta Lima

Reportagem: Fernanda Porto, Marcela Maciel, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Estagiários: André Nunes, Constança Rezende, Colin Foster, Érica Ramalho, Fillippo Brando, Maria Rita Manes, Natasha Costa, Raoni Alves e Ricardo Costa

Fotografia: Rafael Wallace

Diagramação: Daniel Tiriba

Telefones: (21) 2588-1404/1383 Fax: (21) 2588-1404Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 CEP-20010-090 – Rio de Janeiro/RJEmail: dcs@alerj.rj.gov.brwww.alerj.rj.gov.brwww.noticiasalerj.blogspot.comwww.twitter.com/alerj

Impressão: Gráfica da AlerjDiretor: Leandro PinhoMontagem: Bianca MarquesTiragem: 2 mil exemplares

ALERJAssEmbLEiA LEgisLAtivA do EstAdo do Rio dE JAnEiRo

“O diabetes, se diagnosticado no início, pode ser controlado e evitar uma série de outras doenças, pois 10% da população brasileira sofrem com essa enfermidade. A prevenção é o melhor remédio”Nilton Salomão (PT), na comemoração pelo Dia Mundial de Combate ao Diabetes

“Contamos com o apoio do presidente Jorge Picciani, que foi sensível à situação dos funcionários e de suas famílias. Ele encaminhou o pleito ao governador Sérgio Cabral, que concordou com o adiamento”Paulo Ramos (PDT), após saber do adiamento do fechamento da boate Help, em Copacabana

“O referido cargo pertence a uma carreira com mesma denominação e é importante que esta contenha termo que a relacione às atividades próprias da Receita Estadual, como já ocorre na grande maioria dos estados e na Receita Federal”André Corrêa (PPS), sobre projeto que altera a denominação de fiscal de renda

Rafael Wallace

Érica R

amalho

Disque Preconceitos: 0800 282 0802

DISquES “Nunca pensei que seria discriminado”

Estou na Marinha há muito tempo e nunca imaginei que pudesse sofrer algum tipo de racismo dentro do trabalho. No começo pensei que era brinca-deira, mas, depois, comecei a ser humilhado na frente de todos. Tentei conversar, mas a pessoa sempre desconversava. Quando já não aguentava mais, resolvi pro-curar ajuda dentro da corporação, através de um comandante que, para minha surpresa, não tomou nenhuma atitude e – pior – tam-bém foi racista. Depois de cinco anos sofrendo com este problema, entrando até em depressão, pois já não conseguia mais trabalhar nem sair de casa, um amigo me informou sobre o Disque Precon-ceitos e resolvi, desesperadamen-

te, procurar por ajuda. Quando cheguei à Comissão de Combate às Discriminações, fui muito bem recebido, auxiliaram-me social e juridicamente, como nunca ninguém tinha feito antes. A advogada da comissão foi comi-go falar com outro comandante, que nos recebeu muito bem, e, imediatamente, transferiu a pes-soa, pois não tinha autorização para exonerá-la. Hoje estou muito bem e espero que pessoas com o mesmo problema possam ter consciência e procurar por ajuda, pois isso é muito importante para a sociedade

Elídio Severino dos Santos, 50 anos, morador de Niterói e técnico em Tubulações, trabalha na Aguada da Marinha

Marcela Albuquerque – Rio de Janeiro

l Existe algum tipo de projeto com o ob-jetivo de desenvolver a prática dos esportes olímpicos nas escolas estaduais?

l O brasileiro é, antes de tudo, um povo generoso. Somos invencíveis, uma nação onde se participa sempre, com obstinação e orgulho, e, com isso, garantimos um bom es-petáculo. Para estimular a for-mação de novos atletas para os futuros jogos olímpicos, apre-sentei o projeto de lei 2.733/09, que dispõe sobre o programa Atletas Olímpicos nas escolas

públicas. Para a inclusão dos alunos no programa, deverão ser observados os seguintes critérios: estar matriculado e frequentar escolas da rede pública, ter bom rendimento escolar e disciplinar e ter o consentimento dos responsá-veis. Cada brasileiro tem uma história de vida única e dife-rente. Cada um ao seu jeito, à sua maneira e à sua sorte. Todo dia multiplicamos nossas capacidades pela maximização de nossa vontade em vencer na vida. Nossas crianças são novos Ronaldos, novos Garrin-chas e novos Pelés. Este projeto servirá de instrumento para que novos campeões brasilei-ros sejam descobertos.”

siga a @alerj no

www.twitter.com/alerj

Deputada Graça Matos (PMDB)

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3Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 2009R

afael Wallace

P rogramas sociais que bene-ficiam mais de 16 milhões de pessoas, empreendidos

em mais de seis mil escolas em todo o País, e que promovem a inserção social de cidadãos de comunidades carentes motivaram a entrega, no dia 10, da maior honraria concedida pelo Legislativo f luminense, a Medalha Tiradentes, à TV Globo. Sintonizada em praticamente 100% do território nacional e em mais 130 países, a Glo-bo tem, em seus 45 anos de história, diversos prêmios de excelência por promover a responsabilidade social. “A parceria com a Globo tem grande importância para este Parlamento, pois, a cada vez que uma campa-nha nossa é veiculada pela tevê, os atendimentos nos disques (serviços telefônicos gratuitos) crescem muito. Além disso, esta comenda mostra ainda que consolidar o conceito de imprensa livre, forte e independente só faz com que o País avance”, discursou o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB).

Representante das Organizações Globo, que também receberam o Tí-tulo de Benemérito do Estado, Paulo Marinho disse estar muito emocionado com o “reconhecimento público do papel social” dos veículos que formam as organizações, os jornais diários O Globo, Extra, Expresso e Diário de São Paulo, além de emissoras de TV e de rádio, uma editora, uma gravadora e uma produtora de filmes, dentre ou-tros). Para Marinho, receber a medalha significa “estar em consonância com o fortalecimento do valor social da TV aberta”. O integrante da família Mari-nho também sublinhou a importância das parcerias. “Elas são pilares indis-pensáveis em nosso trabalho social. Esta Assembleia é um espaço legítimo de debates e de ideias que devem servir à coletividade”, reforçou.

Com uma plateia formada por depu-tados, vereadores do Rio, autoridades e crianças e adolescentes que parti-cipam de programas sociais desen-volvidos e apoiados pela Globo – 90 jovens do Espaço Criança Esperança dos morros do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho, 20 da Central Única das Favelas (Cufa) e 30 do AfroReggae –, a cerimônia teve apresentação de um vídeo sobre as atividades da TV Globo e de um número musical da Orquestra de Cordas do AfroReggae. Além do Criança Esperança, que nos seus 23 anos de existência arrecadou R$ 204 milhões e beneficiou cerca de 4 mi-lhões de jovens, a Globo, em espaços publicitários, já veiculou gratuita-mente mais de 330 mil inserções de campanhas sociais, um investimento de praticamente R$ 220 milhões.

Também compuseram a mesa de cerimônia o diretor-geral da TV Glo-bo, Octávio Florisbal, o desembarga-dor Antonio Duarte e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), o acadêmico Marcos Vilaça, repre-sentando a Academia Brasileira de Letras (ABL).

hOMENAgEM

EvErton Silvalima E SymonE munay

Ações de responsabilidade social conferem à TV Globo e às Organizações Globo título de Benemérito e Medalha Tiradentes

Medalha platinada

Paulo Marinho (esq.) representou a família durante cerimônia na Assembleia

Para o coordenador do AfroRe-ggae, José Júnior, a Alerj fez “uma homenagem mais do que justa, pois a Globo é nossa parceira há mais de 10 anos”. “Temos uma relação muito próxima, que vai desde a produção de eventos até o merchandising social”, salienta. Segundo ele, existem 14 gru-pos de trabalho voltados, sobretudo, para os jovens. “A ideia é desviá-los do narcotráfico e, para isso, oferecemos uma gama de atividades, principal-mente as oficinas. Temos desde circo e teatro até as diversas modalidades de música e dança”, aponta Junior. Para o presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Celso Athaíde, o reco-nhecimento às Organizações Globo é uma premiação a todos os projetos e parcerias desenvolvidos por ela. “Meu sonho é ver esses projetos extintos e a Globo recebendo um prêmio por ter contribuído para acabar com as diferenças absurdas que existem na sociedade”, disse ele.

Parceiros destacam auxílio

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 20094

hiSTóRiA

Movimento social e político ocorrido na França no final do século XVIII, que teve como princi-pais objetivos a derrubada do Antigo Regime

e a instauração de um Estado democrático que assegurasse os direitos de todos os cidadãos, a Revolução Francesa foi escolhida pela Alerj como tema das comemorações do Ano da França no Brasil, celebrado entre abril e novembro de 2009. Apoiada no famoso momento histórico, responsável pelo nas-cimento da ideia de cidadania e embrião da divisão dos três Poderes, a Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Elerj) levou às ruas quatro esquetes sobre a revolução. Eles foram apresentados duas vezes, ao longo de quase um mês, pelos bares do Polo Gastronômico da Praça XV. Seguindo a máxima de que o artista tem que ir aonde o povo está, a Elerj criou o projeto Interferências – Brasil francês, com mistos de aulas e encenação sobre as principais passagens da Revo-lução Francesa.

As aulas livres começaram no dia 20 de outubro e foram encerradas no dia 14 de novembro, com uma apresentação extra e resumida dos esquetes na Ilha de Paquetá. Os quatro esquetes foram apresentados na Brasserie Rosário, no Mercado 32, na Adega do Timão e no restaurante Casual Retrô. “A Alerj também é fruto desse movimento, que estimulou a formação dos três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Por isso, tínhamos que estar presentes nessas comemorações. Nossa

intenção foi aproximar a Casa do público e, ao mesmo tempo, estimular o apetite político da sociedade sem, necessaria-mente, promover palestras nos auditórios da sede”, explicou a diretora da Escola, Joseti Marques.

Para o coordenador da Escola, deputado Gilberto Palmares (PT), as comemorações foram uma forma de retribuir a visibi-lidade que a França deu ao Brasil. “Ano passado, houve o ano do Brasil na França, quando eles fizeram eventos que ajuda-ram a divulgar a cultura de nosso País lá. Então, nada mais justo que a Alerj, em parceria com o Ministério da Cultura, realizasse este projeto”, justificou o parlamentar. A parceria com o ministério, que apoiou o projeto, assim como o polo gastronômico e a ONG Semear, permitiu a organização de um DVD ROM e de um livro sobre o tema (ver box).

Joseti explica que a bem sucedida ideia nasceu como uma aula padrão, que seria promovida nas dependências da escola. “Mas a dificuldade de reunir os alunos, aliada ao interesse em levar às ruas um momento tão ligado à participação popular, foi muito bem aceita pelo deputado Gilberto Palmares (PT) e pelo presidente Jorge Picciani (PMDB)”, informou, reforçando que as apresentações sobre a história da Revolução Francesa carregam em relação ao fato histórico a similaridade de levar o debate às ruas. “Nada mais atual e mais ligado aos princípios que deram origem ao nosso sistema republicano do que levar as aulas às ruas”, defendeu.

Para concretizar o projeto, a Escola do Legislativo promo-veu, dentro dos princípios de qualidade técnica exigidos pelo ministério, uma concorrência para a escalação da companhia de teatro. A escolhida foi a Companhia Dramática de Comédia, especializada em encenações de textos clássicos, como os do dramaturgo francês Moliére – o que explica a facilidade de seus

da rEdação

Escola do Legisaltivo do Estado leva para praça e restaurantes do Centro do Rio aulas abertas sobre ideais da Revolução Francesa

Fotos: Rafael Wallace

A França em quatro atos

Coordenador da Elerj, o deputado Gilberto Palmares (de terno) agradece ao público, que se emocionou com a última apresentação

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5Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 2009

integrantes em travar alguns dos diálogos no idioma francês. A representação, no entanto, serviu de pano de fundo para a aula do professor de história Renato Pellizzari, que, carismático, arrancou gargalhadas e aplausos do público. “A presença do Renato neste projeto foi crucial para a organização do texto. Ele traz elementos históricos que me permitem a montagem de um texto muito verossímil, com diálogos reais, inclusive”, elogiou o diretor da companhia, João Batista, que debuta nas apresentações deste tipo. Sua companhia empregou no projeto um total de 15 atores e dois músicos.

Embora experiente no magistério – ele é coordenador do pré-vestibular QI –, Pellizzari também é iniciante em apresen-tações deste tipo, embora, fã de teatro, já tenha dado aulas vestido de Tiradentes. “Sempre gostei de teatralizar, porque sei o efeito que isso tem sobre os alunos. Mas nas salas de aula temos pleno domínio do espaço, então a rua é um desafio, sem dúvida”, confirmou ele, rindo da ideia de ter que com-petir com garçons e copos de chope. “Mas, quando cheguei à Escola do Legislativo e conheci o projeto, vi que esta seria uma oportunidade irrecusável de unir minhas três paixões, que são a História, o Teatro e a Política”, citou.

A programação foi encerrada no último dia 13, com a en-trega da Medalha Tiradentes, maior comenda do Legislativo estadual, ao presidente do Ano da França no Brasil, Yves Saint-Geours. A homenagem foi prestada conjuntamente pelos deputados Gilberto Palmares (PT) e pelo presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), que aproveitou a solenidade para apostar no fortalecimento das relações comerciais entre os dois países. "Vejo com muito otimismo as relações entre os dois países", afirmou o parlamentar, chamando a atenção para a previsão de desenvolvimento do estado. "O Brasil vai crescer de 5% a 6% e o Rio deve crescer uma vez e meia o que o País vai crescer, atraindo investimentos”, apostou.

Após a solenidade, todos foram assistir ao último esquete apresentado, para o qual foi especialmente montado um palco em plena Praça XV. Lá, Maria Antonieta, Robespierre, Danton e Marat, importantes personagens da Revolução Francesa, puderam, pela última vez, chamar a atenção dos passantes para os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade que ganharam mundo a partir deste sangrento e importante episódio histórico. Ao final, como já vinha sendo feito nas aulas anteriores, o grupo fez ecoar pelas ruas do Centro da cidade a Marselhesa – hino revolucionário mais tarde transformado no Hino Nacional Francês.

A lembrança do bem-sucedido projeto Brasil Francês será perpetuada pelo material a que deu origem. Sob patrocínio do Ministério da Cultura, foram produzidos dois mil DVD-ROMs e 1,5 mil livros com diferentes aspectos da influência francesa na nossa história e costumes. Parte destes kits foi distribuída aos convidados da sessão de encerramento do evento que comemorou o Ano da França do Brasil na Casa, e o restante, cerca de mil livros e 1,5 mil DVDs, será doado a bibliotecas e escolas públicas em todo o Estado do Rio de Janeiro. “Queríamos desde o primeiro contato com o ministério, oferecer um material de consulta que dimensionasse esta influência, tanto histórica quanto cultural. Acho que chegamos a um material de primeira grandeza”, explica Joseti Marques.

O DVD, em formato interativo, traz informações sobre a presença francesa em diferentes momentos históricos do País, dos anos seguintes à descoberta do Brasil, no século XVI, até a chamada Belle Époque, passando por episódios históricos importantes no estado, como a criação da colônia francesa da Baía de Guanabara, conhecida como França Antártica. Já o livro que será distribuído traz, em 124 páginas, as influências francesas na Arquitetura, Arte, Literatura, Cinema, Moda e Gastronomia no Brasil. Tanto o livro quanto o DVD são ricos em imagens e trazem os textos também em francês.

Material será entregue a escolas

Dois momentos da encenação: à esq., atrizes reproduzem, no Arco do Teles, a Marcha das Mulheres Parisisenses que foi a Versalhes forçar o rei Luís XVI a voltar a Paris; e à dir., público aplaude músicos que participaram de cena sobre os motivos da Revolução

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 20096

A garantia do direito ao acesso regular e per-manente a alimentos de qualidade, em quan-tidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais. Esta é definição de Segurança Alimentar e Nutricional, que

busca alcançar este objetivo tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis. O direito à alimentação é parte dos direitos fundamentais da humanidade, definidos por pacto mundial do qual o Brasil é signatário. Para fazer valer esta garantia no estado, a população pode contar, principalmente, com a Comissão de Segurança Alimentar da Alerj. Presidida pela deputada Alice Tamborindeguy (PSDB), a comissão tem feito um trabalho de permanente fiscalização, visando à saúde dos fluminenses.

As vistorias ocorrem em diversos tipos de comércios alimen-tícios e instituições, como, por exemplo, laboratórios, escolas e hospitais. Cozinhas apertadas e mal higienizadas, funcionários sem a vestimenta adequada, acendedores de fogão inapropria-dos, cozinheiros com barba e refrigeração precária foram alguns dos problemas encontrados durante as 63 visitas já realizadas. Apenas em um dia de fiscalização, em que a comissão fez uma blitz em 15 restaurantes no Centro da cidade, apenas dois esta-belecimentos estavam de acordo com as normas. “Se no Centro do Rio só dois cumpriam a lei, imaginem em locais em que a fiscalização não chega”, comenta Alice Tamborindeguy. “Nossa intenção é visitar estes estabelecimentos para verificar se a parte nutricional está dentro das exigências e se as cozinhas estão cumprindo as normas de higiene”, ressalta a parlamentar.

Vice-presidente da comissão, o deputado Marcus Vinícius (PTB) destaca que a segurança alimentar é um direito básico e que deve ser rigorosamente garantido. “Existem diversos fatores que podem ser identificados como uma situação de insegurança alimentar, como, por exemplo, a fome, a obesidade, as doenças associadas à má alimentação e ao consumo de alimentos de qualidade duvidosa ou prejudicial à saúde”, exemplifica. “O tra-balho que a comissão vem desenvolvendo com muito empenho é, justamente, o de fiscalizar e de tentar criar uma consciência sobre o quanto é importante ter o direito à alimentação de forma saudável e correta”, frisa Marcus Vinícius.

Dentre as ações promovidas pela Alerj, a presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio (Consea-Rio), Regina Oliveira, destaca o processo de construção da Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional (Losan). “Atra-vés de um grupo criado em uma audiência, surgiu o projeto da Losan, que formulará e implementará planos que garantam a segurança alimentar sustentável”, aponta. No Brasil, segundo a Organização Panamericana da Saúde (Opas), nos próximos seis anos, três em cada quatro mulheres terão sobrepeso, mortes por diabetes aumentarão em 82% e o País terá perdido, cumulati-vamente, US$ 49 bilhões devido a doenças crônicas. De olho nestes dados, a Alerj aprovou a Lei 5.594/09, que cria o Sistema Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Sisans/RJ) para garantir alimentação em quantidade e com qualidade para toda a população do estado.

De acordo com o presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), um dos autores da lei, o papel do Parlamento também é contribuir para a definição de políticas que garantam à popu-

cApA

marcEla maciEl, vanESSa SchumackEr E conStança rEzEndE

Um prato bem feito

Comissão fiscaliza bares e restaurantes da

cidade do Rio e encontra irregularidades que põem

em xeque a segurança alimentar no estado

Page 7: Jornal Alerj 201

7Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 2009

lação seus direitos essenciais. “E a alimentação com qualidade é um deles”, salienta. “Esta lei também consolida o trabalho da comissão, pois, a partir da criação do sistema, vai fiscalizar e monitorar as ações do Governo, a fim de verificar se as políticas estão sendo implementadas”, ressalta o presidente. Também autor da lei, o deputado Wagner Montes (PDT) reforça o direito humano à alimentação adequada. “É um direito irrenunciável que deve ser assegurado através de política estadual eficiente”, comenta o pedetista.

Analista da Área de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroindústria de Alimentos, André Dutra fala sobre a importân-cia de programas de educação na área da Segurança Alimentar e cita o serviço Além do Rótulo, da Embrapa-Rio, que visa a oferecer informações úteis aos consumidores para subsidiar sua decisão de compra de alimentos in natura e processados. “É importante incluir o consumidor como o principal interessado nas políticas ligadas a alimentos e saúde desenvolvidas pelas instituições públicas e privadas voltadas à produção, comercia-lização, pesquisa e desenvolvimento. A informação precisa ser compreensível para o mais variado público em função de sua escolaridade, idade e faixa social”, avalia Dutra.

Para o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Alerj, deputado Ro-gério Cabral (PSB), é fundamental fortalecer o produtor rural, dando-lhe as indicações e o conhecimento para que ele aja de forma correta. “A partir do momento que o agricultor entender que a utilização dos agrotóxicos contamina todos, ele passará a enxergar a necessidade de uma produção sem os aditivos químicos”, diz o parlamentar.

Alice Tamborindeguy (alto, de jaleco branco) e técnicos da Alerj visitaram as cozinhas e balcões de estabelecimentos que lidam com comida em bairros como Leblon, Tijuca, Barra da Tijuca e Centro

Estabelecimento ideal

Fotos: Érica Ramalho

Os manipuladores não devem fumar; Devem usar cabelos presos e protegidos por redes, toucas ou outro acessório apropriado; Não é permitido o uso de barba e as unhas devem estar curtas e sem esmalte ou base; Durante a manipulação, devem ser retirados todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem;

As aberturas externas das áreas de armazenamento e preparação de alimentos, inclusive o sistema de exaustão, devem ser providas de telas milimetradas para impedir o acesso de vetores e pragas urbanas; As caixas de gordura e de esgoto devem possuir dimensão compatível ao volume de resíduos, devendo estar localizadas fora da área de preparação e armazenamento de alimentos; As luminárias localizadas sobre a área de preparação dos alimentos devem ser apropriadas e estar protegidas contra explosão e quedas acidentais; As instalações sanitárias e os vestiários não devem se comunicar diretamente com a área de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios; De acordo com lei municipal do Rio, os estabelecimentos devem afixar cartazes franqueando a cozinha à visitação dos clientes. Para comunicar irregularidades em restaurantes e conhecer outras exigências legais, basta ligar para o Disque Segurança Alimentar da Alerj (0800 282 0376).

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 20098

cApA

Outra conquista da Alerj pela Segurança Alimentar foi a Lei 5.559/09, de autoria do deputado João Pedro (DEM) (foto), que determina que as empresas interessadas em participar do processo de aquisição de gêneros alimentícios para escolas, penitenciárias e hospitais estaduais devem apresentar atestado da Vigilância Sanitária. Segundo o parlamentar, o objetivo da norma é verificar as condições técnicas de higiene, instalações, acondicionamento, manipulação e distribuição dos alimentos. “Em primeiro lugar, deve-se considerar que a promoção da Saúde, Assistência Social e Segurança Alimentar é competência comum da União, estados e municípios, conforme prevê o artigo 23, inciso II, da Constituição Federal. A administração do estado tem uma grande responsabilidade na aquisição de gêneros alimentícios destinados à alimentação de alunos, pacientes de hospitais e servidores estaduais”, destaca João Pedro.

“A lei é um reconhecimento da importância da matéria. Estamos estabelecendo diretrizes mínimas para a Segurança Alimentar, observando exigências da vigilância sanitária e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida da sociedade fluminense”, comenta o parlamentar. Para as empresas localizadas fora do Rio de Janeiro, a lei garante a possibilidade de apresentação de laudo técnico emitido pela secretaria estadual ou pelo Ministério da Agricultura em seu estado de origem, desde

que contenha as informações solicitadas. A norma ainda estipula que o órgão responsável pela vigilância sanitária poderá, a qualquer momento, realizar vistorias nas empresas, a fim de constatar a manutenção das condições de aptidão exigidas. Em caso de irregularidade, a empresa pode ter seu contrato de fornecimento rescindido.

Alimentação adequada e cuidado com uso de agrotóxicos preocupam

Vigilância sanitária precisa atestar qualidade da comida

l

“Vamos manter as vistorias, em especial nas escolas, para verificar a qualidade dos cardápios oferecidos na merenda escolar. A cultura do brasileiro é de não cumprir as leis. Muitos fazem isso porque não conhecem as normas. Vamos também continuar visitando hospitais. O próximo passo será o nosso envolvimento na questão dos agrotóxicos, pois tem muito agricultor que está usando incorretamente essas substâncias.”

Deputado Alice Tamborindeguy (PSDB)

“Tenho uma preocupação especial com os agrotóxicos e com a qualidade dos alimentos que estão chegando à mesa dos consumidores finais. Na Comissão de Agricultura e Política Agrária da Casa, iremos tratar deste assunto também. É fundamental promover a conscientização do produtor, não só para a colheita, mas, em especial, para o período após a colheita.”

Deputado Rogério Cabral (PSB)

“Os hábitos de vida e de alimentação, nas últimas décadas, têm contribuído bastante para este quadro preocupante que encontramos no País. A proliferação de fast foods e o baixo consumo de frutas e hortaliças, unidos ao sedentarismo, colaboram para uma alimentação nada saudável. Por isso, também precisamos trabalhar, principalmente nas escolas, na conscientização das crianças, sobre a importância de uma alimentação correta.”

Deputado Marcus Vinícius (PTB)

“É dever do poder público, em todos os níveis, da família e da sociedade em geral respeitar, proteger, promover e garantir a realização do direito à alimentação. Precisamos formar uma política sólida de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Rio. Precisamos estabelecer os parâmetros para promover ações destinadas a assegurar o direito humano à alimentação adequada. Trata-se de uma garantia que deve valer para todos.”

Deputado Wagner Montes (PDT)

Rafael WallaceRafael WallaceRafael Wallace Eduardo Naddar

Rafael W

allace

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9Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 2009

maria rita manES

Capital das serestas e serena-tas, Conservatória, distrito de Valença, no Médio Paraíba

fluminense, é agora polo cultural, histó-rico e turístico. A Lei 5.564/09, sancio-nada no dia 22 de outubro e de autoria do deputado Nelson Gonçalves (PMDB) (foto), tem o objetivo de incentivar os governos estadual e municipal a fomentar o turismo. De acordo com o parlamentar, o projeto vai dar oportunidade para que sejam feitos vários investimentos nessa região, que, hoje, está crescendo muito e já é conhecida mundialmente. “Houve um evento em Conservatória recentemente onde compareceram 8 mil pessoas. São esses eventos que promovem o distrito,

atraindo a população tanto do Brasil como do exterior. Por isso, precisamos de ações do poder público para que o distrito seja preservado e melhorado”, afirma o peemedebista.

A lei prevê ações como catalogação, recuperação e conservação do patrimônio cultural e material e a melhoria dos ser-viços de saneamento básico. A defesa do

meio ambiente e a capacitação de mão-de-obra local também são pontos importantes do projeto. “A Prefeitura de Valença tem incentivado muito os eventos que estão acontecendo. Além deles, há o seresteiro, que é o grande destaque de Conserva-tória”, destaca o autor da lei. Segundo a Secretaria de Cultura e Turismo local, o distrito receberá maior incentivo para a sua promoção e, por isso, já há um projeto voltado para a localidade, onde se desta-cam a criação de um Centro Municipal de Artesanato e a construção de uma Casa de Cultura, dentre outras ações.

“Conservatória se destaca dos outros distritos pela seresta, Alguns investi-mentos já estão sendo realizados, como a melhoria das estradas e a recuperação de alguns pontos turísticos. A recupera-ção da antiga Estação de Conservatória, atual estrada que liga Conservatória ao centro de Valença, por exemplo, está quase concluída”, explica a secretária de Turismo, Daniele Mazzêo.

Divu

lgação

Rafael WallaceDistrito de Valença ganha destaque a partir de lei que cria polo cultural, histórico e artístico na região

Conserva(ção)tória

TURiSMO

Com uma população total de 6.500 habitantes, Conserva-tória recebe em média 74 mil visitantes por ano. A localidade foi fundada em 1824 como uma reserva indígena e teve como principal base de crescimento a agricultura e o plantio de café. Hoje em dia sua economia é movida pelo turismo e a agropecuária. A atração principal são as serestas e serenatas cantadas pelas ruas da cidade, uma tradição que acontece durante todo o ano desde meados do século XIX.

O visitante também pode ver a Igreja de Santo Antônio,

construída há 159 anos, o Museu da Seresta e Serenata e o Túnel Maria Komaid Nossar, inaugurado com a presença da família Imperial. Seresteiros famosos também são homenage-ados em Conservatória: Sílvio Caldas, Gilberto Alves, Nelson Gonçalves e Guilherme de Brito têm acervo de documentos, fotografias, discos e objetos pessoais lembrados em museu. O deputado Nelson Gonçalves (homônimo do seresteiro) diz ainda que os turistas não podem esquecer das vastas belezas naturais da região, tais como a Serra da Beleza.

Palco de serestas, vilarejo foi fundado como uma reserva indígena

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 200910

DenúnciasO Disque Preconceitos (0800 282 0802) da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Alerj completou um ano, no dia 5, com 290 denúncias recebidas. A presidente da comissão, deputada Beatriz Santos (PRB) (foto), destacou que o serviço analisa as queixas recebidas, solicita providências e monitora todo o encaminhamento. “Atendemos todos que se sentem discriminados e ajudamos na busca por meios de defesa. O disque também serve como uma fonte de conhecimento sobre as leis que protegem o cidadão”, ressalta a parlamentar, lembrando que o serviço telefônico funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. PescaA empresa LLX, responsável pelas obras do Porto do Açu, em São João da Barra, região Norte fluminense, deve compensar os pescadores da colônia Z-2, já que as intervenções estão causando uma diminuição do pescado no local. Foi isto o que defendeu o presidente da Comissão Especial de Aquicultura e Pesca da Alerj, deputado Sabino (PSC), durante visita, no dia 9, ao canteiro de obras do porto. “São pais de família que encontram na pesca sua única fonte de renda”, enfatizou o parlamentar, que defende a criação de uma Secretaria de Estado da Pesca. “O Governo precisa reconhecer o grande potencial que a atividade pesqueira tem no estado. Somos os maiores consumidores de pescado e segundo maior produtor do País”, frisou.

l cURTAS SEgURANçA

A Alerj doou, no dia 11, 10 veículos Santana ano 2006 da frota do Parlamento flu-

minense para a Polícia Civil. A entre-ga foi feita pelo presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), e aconteceu em frente às escadarias do Palácio Tiradentes, na Praça XV, Centro do Rio. “Trata-se de uma ins-tituição de grande importância. Es-peramos que esta doação faça toda a diferença para a polícia. Demonstra nossa confiança na segurança pública f luminense e na atual administração da corporação, que tanto prima pelo seu poder investigativo. A instituição vem demonstrando ser uma polícia mais renovada”, declarou Picciani.

Para o presidente, nesta nova fase, cabe ao Parlamento o apoio e a parceria para melhorar a segurança pública no estado através da entrega dos veículos. “Estamos fazendo essa doação para que estes carros reforcem a atuação dos policias, essencialmente na questão do combate ao narcotráfico”, salientou o presidente, que explicou que a frota de carros oficiais da Assembleia é trocada a cada três anos. Desde 1995, a Alerj já doou mais de 90 veículos a prefeituras do

interior e à Divisão Antissequestro (DAS) da Secretaria de Estado de Segurança.

De acordo com o chefe de Polícia Ci-vil, delegado Allan Turnowski, os carros – todos descaracterizados – servirão, “sem dúvida, para que os investigadores atuem em campo com maior presteza”. “A Alerj é uma grande parceira e vem lutando com a Polícia Civil pelo bem estar do cidadão fluminense. A inicia-tiva do deputado Picciani fará com que a instituição se empenhe na melhoria da prestação de serviço à população do Rio de Janeiro”, concluiu.

BombeirosDesvincular o Corpo de Bombeiros da

Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil e associá-lo novamente à Secreta-ria de Segurança Pública será uma das propostas defendidas pelo presidente da Comissão Especial da Alerj para elaborar a proposta de anteprojeto de lei que cria o novo estatuto dos bombeiros, deputado Wagner Montes (PDT). Este foi um dos as-suntos debatidos durante a audiência pú-blica do dia 13, quando os parlamentares receberam representantes da Associação dos Cabos e Soldados (ACS-CBMERJ). “Contamos com um estatuto ultrapassado. Precisamos de uma modernização, pois temos vários artigos que conflitam com a Constituição Federal e precisam ser modificados. Está na constituição, por exemplo, que o Corpo de Bombeiros deve ser vinculado à Secretaria de Segurança Pública e vamos cobrar isso", comentou.

Parlamento doa 10 carros de sua frota para melhorar a infraestrutura da Secretaria de Estado de Segurança

FErnanda Porto

Rafael W

allace

Polícia motorizada

Veículos foram perfilados na frente do Palácio Tiradentes durante a cerimônia de entrega

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11Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 2009

TRibUTAçãO

O presidente da Comissão de Tributação, Controle da Arrecadação Estadual e Fiscalização dos Tributos, deputado Luiz Paulo (PSDB), destacou que o projeto

de lei 2.669/09, que aprova o tratamento tributário especial para a implantação e operação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), não abre mão da cobrança do ICMS, apenas adia seu recolhimento. A declaração foi feita durante audiência pública do dia 11, com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, e do diretor do Comperj, Sérgio Martins Bezerra. “Diferir é sinônimo de postergar, de adiar. Portanto, o projeto propõe que não se cobrem os impostos em cima da produção, mas sim na venda do produto para empresas que vãos produzir o produto final, as chamadas empresas de terceira geração. Isto vai incidir nas operações internas: 12% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e 7% nas opera-ções interestaduais. Não se está abrindo mão do ICMS, e sim adiando sua cobrança”, destacou o parlamentar.

“O óleo entrará e será processado sem que incida sobre ele o tributo. Quando virar plástico, alguém o comprará e, neste momento, sim, ele vira alíquota de ICMS”, explicou Luiz Paulo. Durante a reunião, a comissão propôs que a situação das empre-sas de terceira geração seja debatida, durante audiência pública, no mês de fevereiro de 2010. Para o tucano e para os deputados Gilberto Palmares (PT) e Audir Santana (PSC), presentes na discussão, as empresas de terceira geração deveriam ficar pró-ximas à produção. Já o secretário Julio Bueno afirma ter uma dúvida em relação a este posicionamento. “Não sei se a terceira geração deve ficar perto da produção ou do mercado”, afirmou o secretário, acrescentando que esta geração já possui um progra-ma de incentivo, o “Rio Polímeros”. “Precisamos discutir melhor o tema e, caso seja necessário, fazer uma revisão da Lei do Rio Polímeros, criada no Governo passado”, frisou Luiz Paulo.

De acordo com o diretor do Comperj, Sérgio Martins Be-zerra, o complexo vai produzir 1 bilhão de toneladas de eteno (ou etileno) ao ano, 800 mil toneladas de propeno, 157 mil to-

neladas de butadieno, 600 mil toneladas de benzeno e 700 mil toneladas de baraxileno. Os dois últimos, chamados produtos aromáticos, são utilizados para fazer resinas plásticas para a indústria, como, por exemplo, polietileno, polipropileno e pet. “Este é um dos maiores empreendimentos da história da Pe-trobras. O grande diferencial do Comperj, que será construído numa área de 45 milhões de metros quadrados, localizada no município de Itaboraí, é o fato de ser integrado. Serão mais de 200 mil empregos diretos e indiretos e, para capacitar a popu-lação local, oferecemos 78 cursos gratuitos. Até 2012, teremos cerca de 30 mil profissionais, sendo 82% em nível básico, 17% em nível técnico e 1% em superior”, frisou o diretor.

Tratamento tributário especial A Alerj aprovou, em discussão única, o projeto que autoriza

o Executivo a conceder diferimento tributário na taxação do ICMS para a Petrobras e as empresas de primeira e segunda gerações integrantes do Comperj. O texto foi aprovado na forma de um substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que incorporou 22 das 42 emendas que os parlamenta-res apresentaram, e será agora enviado ao governador Sérgio Cabral. “Com o auxílio de alguns parlamentares, como o de-putado Luiz Paulo (PSDB) e da própria Petrobras, construímos um substitutivo que enriqueceu o texto original”, afirmou o líder do Governo e presidente da CCJ, deputado Paulo Melo (PMDB). O texto dá diferimento no período de implantação, pré-operação e operação por até 25 anos.

Julio Bueno, Luiz Paulo e Martins Bezerra (da esq. p/ dir.) discutem decisão do Governo de adiar cobrança de ICMS das empresas do complexo

Deputados visitaram obras de implantação do Comperj em Itaboraí

Comperj em pauta

FErnanda Porto E marcEla maciEl

Casa aprova projeto que autoriza diferimento para tributos que irão incidir sobre empresas que farão parte de megaempreendimento

Fotos Érica R

amalho

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de novembro de 200912

‘Minhas demandas surgem ao pôr o cidadão em primeiro lugar’

Como foi a experiência de representar a Alerj em Compenhague?Emocionante. Vivemos pa-ralelamente a aflição da disputa com cidades for-tíssimas e os ensaios para seguirmos o protocolo do evento. A organização foi extraordinária, e o cuidado era grande para seguir as indicações: não podia sorrir, acenar, olhar fixo, eles reco-lheram todos os celulares... Ter tido a oportunidade de representar o Parlamento estadual foi um marco na minha trajetória. Passado mais de um mês, ainda sou reconhecido por pessoas que assistiram ao resultado. Tive a honra de assinar a bandeira Olímpica, prazer compartilhado por apenas 50 pessoas. E, além disso, me sinto parte integrante de um momento que nos oferecerá uma grande mu-dança social. O que mais me encanta é o retorno moral e ético que as olimpíadas vão trazer para nós. É um legado social que vai muito além da conquista da sede. É a

possibilidade de reacender-mos na nossa juventude um sentimento de orgulho ador-mecido, e, assim estimular novas lideranças. O senhor já tinha demons-trado uma preocupação com a juventude na oca-sião da criação da univer-sidade Estadual da Zona Oeste (uezo).Sim. Mas, naquele momento, quando fiz a proposta, tam-bém tinha a inten-ção de resolver uma frustração de juven-tude, quando não consegui frequentar a universidade por falta de dinheiro. Acabei indo para o serviço militar, o que me fez muito bem, mas sei que me realizo na Uezo porque ela me faz lembrar disso. E sei que minha partici-pação nesta conquista da zona Oeste será um legado que meu mandato deixará. Além disso, tenho diversas outras iniciativas em prol da educação, como indicações

solicitando Faetecs e uma moção de apoio à criação de uma faculdade de Ciências Médicas e Biológicas na zona Oeste.

E houve ainda o recente projeto do atendimento telefônico para tirar dú-vidas gramaticais.A Tele Gramática, que reputo como necessidade absolu-

ta no Rio de Janeiro. Esse atendimento – que ainda espero ver vi-gorando, se a Casa derrubar o veto ao texto aprovado – é de fundamen-tal importân-

cia, sobretudo por conta da reforma ortográfica em an-damento. O País que não se preocupa com sua língua não chega a lugar nenhum. Esse é um projeto mais importante do que se imagina. Ainda no rol de inicia-tivas de amplo alcan-ce, são suas as leis que

garantiram a licença maternidade para fun-cionárias de empresas privadas e da identidade para estudantes.Colocando o ser humano, o cidadão, em primeiro lugar, cheguei a estas demandas. Orgulha-me ser autor de normas de amplo alcance, mas a motivação é sem-pre a mesma, mesmo para projetos mais específicos, voltados, por exemplo, ape-nas para policiais: a ga-rantia de direitos básicos aos cidadãos. Seguindo este caminho, e a exem-plo da regra que garante a identificação aos alu-nos matriculados na rede pública estadual, tenho um projeto que cria uma política de estímulo ao re-gistro civil de nascimento. O texto conseguiu impor-tantes apoios, como o do Tribunal de Justiça do Rio. Recentemente, ele lançou a campanha pela erradicação do sub-registro de nasci-mento no estado, o que vai ao encontro do que busco com minha proposta.

FErnanda Porto

Conhecido pela forma acelerada como lê a pauta de votação, o primeiro vice-presidente da Alerj, deputado Coronel Jairo (PSC), define sua participação na Mesa Diretora como

um aprendizado constante. Em seu segundo mandato, o parlamen-tar atribui aos colegas o bom desempenho à frente das votações. “Conto com o apoio e o auxílio dos meus colegas para desempenhar este papel da melhor forma possível”, afirma ele, que recentemen-te recebeu de seus pares a alcunha de “deputado olímpico”, pela participação, enquanto representante do Legislativo estadual, na comitiva que foi a Compenhague defender a cidade do Rio como sede das Olimpíadas de 2016. Pai de um casal (o vereador da capi-tal Jairinho e a fisioterapeuta Thalita), o deputado vê na conquista uma esperança para a geração de seus filhos. “Tenho a certeza de que o legado irá muito além do meramente físico. Estamos vendo nascer uma geração que terá mais consciência do seu valor, uma juventude menos apática”, aposta.

lENTREViSTA CORONEL JAIRO (PSC)

Érica Ramalho

O que mais me encanta é o retorno moral e ético que as Olimpíadas de 2016 vão trazer para nós. É um legado social muito grande