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Correio ABAESP Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo Edição Nº 7 – Novembro 2012 www.abaesp.org.br Faltam políticas para o cuidado do idoso no Brasil Quedas em calçadas da grande São Paulo, projetam custos de 2,9 bi por ano Vagner Freitas, presidente da CUT fala ao jornal Correio Abaesp VITÓRIA DE HADDAD É A VITÓRIA DA CIDADANIA PLANO DE GOVERNO CONTEMPLA IDOSOS

Jornal Correio ABAESP 07

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Correio abaespAssociação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo

Edição Nº 7 – Novembro 2012www.abaesp.org.br

Faltam políticas para o cuidado do idoso no Brasil

Quedas em calçadas da grande São Paulo, projetam custos de 2,9 bi por ano

Vagner Freitas, presidente da CUT fala ao jornal Correio Abaesp

VITÓRIA DE HADDAD É A VITÓRIA DA CIDADANIA PLANO DE GOVERNO CONTEMPLA IDOSOS

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Mobilização cobrando política para idosos

FALTAM POLíTICAS PARA O CuIDADODO IDOSO NO BRASIL

ão Paulo – Se não forem criadas políticas públicas para o cuidado do idoso

nos próximos 20, 30 anos, pode-rá haver uma crise no país. E o envelhecimento, em vez de uma conquista, resultado de inúmeros esforços para aumentar a longe-vidade, poderá ser visto como um problema social. O alerta é da as-sistente social Marília Viana Ber-zins, especialista em gerontologia e coordenadora de cursos de for-mação de cuidadores de idosos do Observatório da Longevidade (Olhe), de São Paulo. A entidade atua na pesquisa, sistematização de conhecimento e formação de gestores, prestadores de serviços e familiares sobre o processo de envelhecimento.

Entende-se por envelheci-mento o aumento da proporção de pessoas acima de 60 anos em relação à de jovens no contin-gente populacional, bem como o aumento da expectativa de vida. Em 1980, a esperança de vida do brasileiro ao nascer era de, em média, 62 anos. Atualmente, é de pouco mais de 73. Em 2030, esta-rá próxima de 80 anos.

O Estatuto do Idoso, de 2003, determina que a atenção à popu-lação idosa é responsabilidade da família, do estado e da sociedade. “A família cuida como pode e o estado tem de se responsabilizar pela questão da velhice em toda a sua plenitude, inclusive no cui-dar. Já a sociedade deve se orga-nizar para exigir e fiscalizar”, diz Marília.

No entanto, segundo ela, falta a retaguarda do estado na oferta de políticas públicas para o cui-dado com o idoso. “Esse proble-ma agravado pela incapacidade da maioria das famílias de cui-dar dos mais velhos. E isso não ocorre só porque as mulheres

SPor: Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual

passaram a trabalhar fora, como muitos preferem acreditar. Na verdade, não há mais um mode-lo único de família, não se tem mais cinco, seis filhos, como se tinha em gerações anteriores.” Atualmente, segundo o IBGE, o número de filhos é de 1,9 por família. “O Brasil já tem um con-tingente de idosos e a gente não sabe quem cuidará deles”, alerta.

A omissão do estado no cui-dado do idoso de outros grupos de pessoas dependentes, aliás, foi apontada numa pesquisa divulga-da em agosto pela Comissão Eco-nômica para a América Latina e Caribe (Cepal), órgão das Nações Unidas, que ouviu mais de 500 líderes de diversos setores em vários países latinoamericanos. De cada dez entrevistados, nove afirmam que a responsabilidade pelo cuidado é hoje assumida pe-las mulheres da família. E 95% pensam que o poder público deve ajudar a financiar o cuidado em seus países. Os consultados tam-bém acreditam que as políticas atuais são insuficientes para as demandas de cuidado e que ou-tras são necessárias.

No conjunto de cuidados à população idosa, Marília enten-de o cuidador como um profis-sional que tem de ser incluído nas políticas principais das áreas de saúde e de assistência social. Hoje, segundo ela, muitos idosos vivem sozinhos e a tendência é de o número aumentar. Assim como enfermeiros, técnicos em enfer-magem e agentes comunitários de saúde, os cuidadores devem ser mantidos em programas pú-blicos. Como ela destaca, o agen-te comunitário dos programas de saúde da família (PSF) não tem o papel desse cuidado, embora em muitas localidades seja o que de melhor o poder público ofereça

para esse segmento.A profissão de cuidador ainda

não é regulamentada. Tramita no Senado o Projeto de Lei (PLS) 248, de autoria do senador Wal-demir Moka (PMDB-MS), com relatoria da senadora Marta Su-plicy, que estabelece direitos e deveres trabalhistas para esses profissionais. A proposta já esta-va na pauta da Comissão de As-suntos Sociais (CAS), onde seria votada em caráter terminativo, mas um pedido de vistas do sena-dor Ricardo Ferraço (PMDB-ES) adiou a votação.

Há estimativas de que atual-mente 200 mil pessoas em todo o país exerçam a atividade de ma-neira formal ou informal. Segun-do projeções do IBGE, em 2050 o Brasil terá uma população de 63 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o equivalente a 164 para cada 100 jovens, o que vai aumentar a demanda por esses profissionais.

A política de cuidado, segun-do Marília, não pode se limitar ao cuidador mantido pelo poder público em casa porque as ne-

cessidades de cada idoso são di-ferentes. Por isso requer ainda a implementação de serviços para atender a essa população, como unidades onde o idoso pode fi-car enquanto os familiares tra-balham. “É preciso expandir os serviços de assistência domiciliar e reconceituar e valorizar as insti-tuições de longa permanência, os antigos asilos. Precisamos saber para que é e para quem servem numa perspectiva de assistência social e também de saúde”, diz Marília. Essas instituições, con-forme ela, são insuficientes. Ape-nas 1% dos idosos vivem nesses espaços.

Conforme a especialista, há propostas avançadas, como a da pesquisadora Ana Amélia Ca-marano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que defende que a seguridade social no Brasil garanta, além de saúde, assistência e previdência, o cui-dado de longa duração.

Marília destaca que nem todo idoso vai precisar de cuidado. “Envelhecimento não é igual a doença, incapacidade, depen-

dência. As necessidades do idoso devem ser separadas. Alguns pre-cisam de cuidados esporádicos, semanais. Outros têm total de-pendência. A população precisará de cuidados – 20 a 30% precisa-rão”, diz.

Embora o Estatuto do Idoso tenha sido aprovado em 2003, a implementação de programas compete aos municípios. “Até agora existem iniciativas pontu-ais em algumas cidades. Na capi-tal paulista, por exemplo, existe o programa Acompanhante do Idoso, em que o município reco-nhece que há idosos que vivem sozinhos. Quando o profissional chega, com uma equipe de saúde, melhora toda a vida dele”, co-menta Marília. As ações, segundo ela, dependem de recursos, mas é preciso vontade política para buscá-los.

Para piorar o quadro, a co-brança da sociedade para a ga-rantia desses direitos ainda é incipiente, quando deveria ser formalizada pelos conselhos de idosos e de saúde em todas as es-feras de poder.

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ExAMES MÉDICOS COM PREçOS POPuLARESom preços cada vez mais elevados, os planos de saúde deixam de ser uma

opção para os aposentados e pen-sionistas de renda baixa e com a falta de atendimento na saúde pú-blica, através do Sistema Único de Saúde - SUS, muitos moradores de São Paulo têm procurado os Labo-ratórios Populares para realizar seus exames de forma rápida e mais ba-rata. Relatos e pesquisas mostram que um paciente chega a esperar 60 dias pelo resultado de um exame la-boratorial, após uma espera similar pela marcação dos exames.

Através dos laboratórios po-pulares, a população pode ser atendida e ter o resultado de exa-mes de baixa e média complexi-dade em até 24 horas pela inter-net e com preços acessíveis.

Com filial na Vila Mariana, próximo do Metrô Santa Cruz, o Laboratório Militello possui um atendimento diferenciado para clientes sem convênio médico, disponibilizando exames de san-gue, fezes e urina com preços baixos, o que resultado em um grande público de idosos. “O pú-blico que mais nos procura são os aposentados sem convênio, pa-cientes que foram conveniados e não são mais e pacientes que pos-suem plano de saúde, mas que os exames são pagos à parte”, escla-rece a Dra. Ana Paula Militello, atual administradora do Labora-tório Militello e que foi Diretora Técnica do Laboratório do Hos-pital Santa Cruz na Vila Mariana. O Militello atesta a participação do laboratório nos Programas de

Controle de Qualidade da CON-TROLLAB e que um biomédico responsável assina e verifica cada exame antes de transferir para in-ternet ou entregar para o paciente ou médico.

Outro laboratório conhecido do público é o Lavoisier Popular com mais de 50 unidades, que além de oferecer preços compe-titivos, tem a facilidade de mar-car os exames laboratoriais e de imagem pelo telefone sem difi-culdades. Possui a certificação do CAP - College of American Pathologists que é a mais antiga instituição certificadora de labo-ratórios clínicos do mundo. Uma das unidades do Lavoisier fica perto do metrô República, o que facilita o acesso para pacientes idosos. Outro diferencial que

tem agradado ao público usuário destes laboratórios populares é a possibilidade de parcelamento dos exames médicos. Importante

QuEDAS EM CALçADAS DA GRANDE SÃO PAuLO, PROJETAM CuSTOS DE 2,9 BI POR ANO

ção direta ou indireta de um veículo, não é considerada como um aciden-te de trânsito, ainda que a mesma tenha ocorrido em razão de um de-feito na calçada ou na via.

Uma pesquisa nesse sentido foi desenvolvida pelo IPEA (Ins-tituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2003 e foi realiza-da na aglomeração urbana de São Paulo, levando em conta as que-das de pedestres e ciclistas o que permitiu a estimativa de valores médios amostrais para os custos associados a acidentes com pedes-tres e ciclistas, sem envolvimento de veículos motorizado, conforme tabela abaixo reproduzida:

Quedas de pedestres e ci-clistas na aglomeração urbana de São Paulo / Discriminação Valor: Domicílios visitados 354; Moradores entrevistados 1.426; Queda de pedestres e ciclistas por grupo de 1.000 pessoas 11,2; Custo

médio por acidentado (em R$ de abril/2003): 2.656.

Componentes dos custos mé-dico-hospitalares: Os componen-tes dos custos médico-hospitalares das vítimas desses acidentes englo-baram: custos do atendimento – do resgate até a reabilitação abran-gendo o custo dos procedimentos necessários de diagnóstico e tra-tamento; custos da infra-estrutura (custo fixo) – estrutura dos servi-ços de resgate, do hospital e dos centros de reabilitação necessária e disponível para suportar o atendi-mento do acidente de trânsito.

Atualização estatística: Um estudo inédito feito pelo ombusd-man da CET (Cia. De Engenharia de Tráfego), Philip Gold, atualizou pesquisa do IPEA para o ano de 2012, concluindo que 171 mil pes-soas sofrem quedas nas calçadas na região da Grande São Paulo, proje-tando um custo de 2,9 bilhões por

ano. Calcula-se que R$ 7 bilhões se-riam suficientes para que São Pau-lo reformasse todos os passeios da cidade, o que em pouco tempo pa-garia o custo causado pelas quedas.

A ABAESP– Associação dos Bancários Aposentados do Esta-do de São Paulo, prepara um pro-jeto de abordagem urbana para os problemas das calçadas da Capital e que será entregue ao prefeito elei-

to Fernando Haddad. O ideal seria que a prefeitura assumisse a responsabilidade, diretamente, em razão dos riscos elevados. Um estudo atual do Hospital das Clínicas mostra que das 197 pessoas atendidas em Agosto com ferimento por quedas, 35 contaram ter caído em calçadas. Pessoas idosas são as mais sus-cetíveis a esse tipo de acidente.

studo atualiza pesqui-sa do IPEA de 2003 e afirma que as vítimas

chegam a 171 mil. Idosos são mais suscetíveis a acidentes por quedas.

O Brasil é reconhecidamente um dos recordistas mundiais de acidentes de trânsito. Ao mesmo tempo, o subregistro no caso dos acidentes não fatais é provavel-mente maior, seja pelas dificul-dades de anotação por parte da polícia, seja pelo simples fato de que as ocorrências não são regis-tradas. Tradicionalmente, os aci-dentes de trânsito incluem apenas as vítimas envolvendo veículos. As estatísticas referentes a esses acidentes já destacam o pedestre, vítima de atropelamento como o elemento mais vulnerável no trânsito. Com tal metodologia, a queda de um pedestre na calçada ou na própria via sem a participa-

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Blog Justiça Informa

que o consumir faça uma pesqui-sa entre os laboratórios porque existem variações de preços de um mesmo exame.

Veja a média de preços, sujeitos a alteraçãoEXAME DE SANGUE (HEMOGRAMA COMPLETO): Laboratório Popular – R$ 7,80 / Preço médio de mercado – R$ 9,60HIV TESTE RÁPIDO: Laboratório Popular – R$ 25,00 / Preço médio de mercado – R$ 48,70COLESTEROL TOTAL: Laboratório Popular – R$ 3,92 / Preço médio de mercado – R$ 6,47TESTE DE GRAVIDEZ (BETA HCG QUALITATIVO): Laboratório Popular – R$ 18,20 / Preço médio de mercado – R$ 27,70UREIA: Laboratório Popular – R$ 3,92 / Preço médio de mercado – R$ 6,64TESTE DE ALERGIA (ALÉRGENOS - IgE ESPECÍFICO): Laboratório Popular – R$ 19,60 / Preço médio de mercado – R$ 24,20TRIGLICÉRIDES: Laboratório Popular – R$ 3,92 / Preço médio de mercado – R$ 7,30ÁCIDO ÚRICO: Laboratório Popular – R$ 3,92 / Preço médio de mercado – R$ 6,64 CREATININA: Laboratório Popular – R$ 3,92 / Preço médio de mercado – R$ 6,64SÓDIO: Laboratório Popular – R$ 3,92 / Preço médio de mercado – R$ 6,64POTÁSSIO: Laboratório Popular – R$ 3,92 / Preço médio de mercado – R$ 6,64

Laboratório Militello: Rua Professor Tranquilli, 99 – Vila Mariana - (11) 2501-8071 / 2501-8072Lavoisier Popular: Av. São Luiz, 51 – Centro – 3047-4488

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VITÓRIA DE HADDAD É A VITÓRIA DA CIDADANIA

m dos motivos da vitória de Haddad advém cer-tamente da elevada con-

cepção do seu plano de governo, construído de modo aberto à par-ticipação popular, complementa-do com a sua formação política de cunho socialista e pelo fato de ser ele detentor de uma visão mo-derna de gestão e possuir um res-peitável currículo como educador.

O nosso mensário do mês de Agosto, já trazia artigo intitula-do “O que há de novo na visão dos Partidos e candidatos à Prefeitura de São Paulo”, onde concluía que Russomano repre-sentava um equívoco desde a es-sência, Serra, o centralismo com viés ultrapassado e que Haddad encarnava o “novo”. A expressão “novo”, aqui nada tem a ver com faixa etária, como alguns analisa-ram, mas sim o “novo” das idéias com propostas inovadoras e ou-sadia para executá-las sob gestão democrática e participativa.

Um programa para mudar São Paulo – São Paulo ganha assim um Plano de Governo que leva em conta as reais necessida-des do município e das popula-ções, considerando as diretrizes, projetos e valores que induzirão o governo nos próximos quatro anos. O plano oferece ainda uma visão de futuro expressa na forma de como São Paulo deve se de-senvolver em relação à esfera ur-bana, econômica, social, cultural e ambiental, em tempo que apre-senta soluções para os problemas imediatos, na totalidade dos ser-viços públicos e uma projeção para os tempos vindouros. Res-gata, segundo sua apresentação, a importância de planejar e atu-

ar, com vistas a estabelecer um “novo ciclo” na história política, na organização e forma de admi-nistrar a cidade. Trata-se de com-promissos com uma gestão ética, moderna e humana, evitando tudo o que fez da nossa São Paulo o que ela reflete hoje, uma cidade caracterizada como desumana, socialmente injusta, desprovida de critérios para o equilíbrio na organização econômica, social e ambiental, e que coloca a maioria de seus habitantes espoliados em seus direitos de cidadania.

Distinguindo-se do modelo de administração Serra & Kas-sab, caracterizado pelo centralis-mo e autoritarismo, o programa de Haddad, estabelece o primado de que só a participação demo-crática será capaz de enfrentar com sucesso os graves problemas que a cidade apresenta. Nele so-bressaem valores como dignida-de, cidadania e direitos humanos pensados de antemão, desdobran-

do, como conseqüência, em pro-postas como combate à miséria, a garantia de segurança alimentar, a implantação da Renda Básica de Cidadania, esta destinada a to-dos os munícipes, o que devemos aplaudir.

Programas para o segmento

da pessoa idosa – A ABAESP – Associação de Bancários Apo-sentados do Estado de São Paulo, em parceria com o MIS - Movi-mento Idosos Solidários, contri-buíram na elaboração do Plano de Governo Haddad, propondo políticas e programas para o seg-mento dos idosos (*), das quais boa parte já se encontra inserida e contextualizada no referido Pla-no de Governo, a saber: 1) am-pliação dos Centros de Referen-cia da Saúde do Idoso (CRI´s); 2) – implantação de Casas ou Cen-tros Dia com garantia de acesso ao atendimento de alta comple-xidade destinados à idosos sem autonomia plena; 3) Ampliação dos Centros de Convivência, en-tendidos como locais destinados a idosos detentores de autonomia plena; 4) Criação de programas sociais de moradia destinada ao público idoso de baixa renda; 5) Incentivo à formulação de uma cultura do envelhecimento que dialogue de maneira intergeracio-

(*) As propostas referidas foram publicadas no mensário de Agosto de 2012 e podem ser lidas na íntegra no site: www.abaesp.org.com.br

nal com as questões de envelhe-cimento; 6) Criação de núcleos de combate à violência contra o idoso com atendimento multipro-fissional; 7) Implantação do pro-grama Agente do idoso, voltada à capacitação de profissionais para trabalhar no cuidado integral da pessoa idosa.

Outras Propostas como a criação da Secretaria Municipal do Idoso, órgão voltado para a inovação, gestão executiva e ad-ministração de recursos com mo-nitoramento e controle social, e a meta de um Hospital de Referen-cia da pessoa idosa, necessário para acolher as demandas do seg-mento e garantir vagas para inter-nação de idosos, funcionando de modo articulado com as unidades de atendimento e prontos So-corros, estão sendo trabalhadas. Apóie, Participe. O momento é agora, de estabelecermos políti-cas de Estado permanentes cons-truindo a plataforma dos direitos de cidadania!

Prefeito Fernando Haddad

Plano de Governo Fernando Haddad contempla idosos

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ntes do pleito eleitoral, aconteceu um profícuo encontro do então can-

didato petista Fernando Haddad, com aposentados e idosos, no prédio do Sindicato Nacional dos Aposentados, onde estiveram presentes representantes da ca-tegoria sindical de aposentados, entidades ligadas ao segmento, associações civis, reunindo mais de 300 pessoas. Entre os convi-dados, participou do ato e ocu-pou assento à mesa, o deputado Estadual Luiz Cláudio Marco-lino (PT/SP), membro da Fren-te Parlamentar de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.

Num clima de apoio explici-to a Haddad, o Encontro foi pro-picio para entendimentos e dis-cutir a necessidade de dinamizar

APARA HADDAD, ASSuNTO DA SECRETARIA MuNICIPAL

DO IDOSO DEVE SEGuIR A AçÃO DO GOVERNO FEDERAL

Deputado Luiz Claudio Marcolino, João Inocentini ao de Fernando Haddad

as políticas públicas pró-idosos, em uma cidade que já conta com a marca de 1.400.000 pessoas idosas, sabendo-se que dessas, ao menos 60% dependem ou dependerão no futuro de serviços públicos munici-pais de qualidade.

“Em 2020, os idosos devem somar 20% dos paulistanos. Temos de pensar, desde já, em políticas que passam pela saúde, pela cul-tura, pelo lazer, pelo esporte e pela mobilidade. Todas as secretarias devem ter ações para a terceira ida-de”, afirmou Haddad.

Todavia, o pleito maior do seg-mento é que seja criada a Secre-taria Municipal da Pessoa Idosa, proposta cujo entendimento foi ampliado no momento de abertura para perguntas, na fala de Maria da Gloria Abdo, presidenta da ABA-

ESP, que informou estar em anda-mento tratativas junto ao governo federal, para a criação da Secretaria Nacional do Idoso, órgão necessá-rio para dinamizar as políticas e acolher os recursos do Fundo na-cional do Idoso, criado por lei no governo do presidente Lula. Não podemos esquecer, que a criação

da secretaria nacional do idoso é proposta transitada e aprovada na III Conferencia Nacional da Pessoa Idosa. Tomando conhecimento do assunto, Haddad afirmou que em relação a isso, seguirá a mesma ação tomada no âmbito da Presi-dência da República.

“Na prefeitura, se eleito” – disse

– “vamos dar o mesmo tratamen-to dado ao assunto pelo Governo Federal. Entendo que, se tiver-mos uma estrutura semelhante aqui em São Paulo, vamos receb er mais recursos de programas federais, pois a cidade já perdeu muitas possibilidades”, declarou.

Haddad ainda apontou que os idosos podem auxiliar a Pre-feitura em ações de controle so-cial da saúde. “Quem tem expe-riência pode ajudar no controle social e apontar para a Prefeitura problemas e ajudar a buscar a melhoria dos serviços da saúde. Com controle social e controle institucional, podemos garantir melhor qualidade na saúde com recursos atuais, que são expres-sivos”, concluiu o então candi-dato, agora, prefeito eleito.

os cinco primeiros meses deste ano a capital de São Paulo registrou cresci-

mento de 16,3% na quantidade de homicídios, 26% no aumento de roubos de veículos e de 7,3% em relação a outros tipos de roubos. O furto de veiculo (ação sem violên-cia à pessoa), aumentou em 8,6%. Roubos de carga aumentaram em 10,9%, e estupros em 16,7%. Hou-ve quedas apenas em relação a homicídio culposo por acidente de trânsito, latrocínio e roubo a ban-cos, da ordem de -14,5%, –2,1% e –2,4%, respectivamente.

Da totalidade dos cerca de 90 Distritos da Capital, 60 deles re-gistraram aumento no número de roubos. Os Distritos periféricos são sempre os mais afetados, como o de Jardim Mirna (zona sul), e o de Nossa Senhora do Ó, na Zona Norte, com os maiores aumentos de roubo

íNDICES DE VIOLENCIA ExPLODEM NA CAPITAL E NO ESTADO

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e furto de veículos, respectivamen-te, 188,2% e 104,1%. O tema ocu-pou jornais de grande circulação e uma edição da Folha circulou com editorial intitulado “São Paulo apre-ensiva”, diante da onda de violência.

Secretário fala em “escalada”: Em julho os números registrados também mostram crescimento. Na ocasião o próprio secretário de se-gurança, Antonio Ferreira Pinto denominou a situação como uma “escalada de violência”, ao comen-

tar o caso de um jovem morto na avenida 9 de julho, após reagir a um assalto. “Esses roubos pratica-dos por ladrões de motocicletas tem mais agilidade, mobilidade. É um a mais que ocorre na capital. A gente lamenta, o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e o Deic (Departamento de Investiga-ção sobre Crime Organizado), estão fazendo todas as investigações para elucidar esse crime. Mas isso ocorre lá (no Itaim-Bibi), ocorre na Cidade

Tiradentes, em Itaquera, no Jardim Ângela. Lamentavelmente é a esca-lada de violência”, concluiu.

Dados de Agosto e Setembro: Os índices nos meses de agosto e setembro de 2012, comparados a igual período do ano passado, tam-bém são de alta para os crimes de assassinatos. Conforme dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública houve aumento de 15,22% no período. Segundo levantamento feito pelo Agora, no mês de setem-bro ocorreu uma segunda explosão de homicídios, com um aumento de 84,61% na quantidade de mortes in-tencionais registradas na cidade de São Paulo. Entre os homicídios do-losos comparecem entre as vítimas os próprios policiais, com registro de 87 mortes no Estado, só este ano, apenas três deles encontravam-se em serviço. Com os dados de setem-bro a capital completou o sexto mês

de alta em número de assassinatos desde janeiro, em comparação ao ano passado. Nas outras cinco oca- siões em que isso ocorreu, em quatro delas o Estado de São Paulo também registrou aumento na quantidade de homicídios.

Governo do Estado aceita aju-da federal – Antes de fecharmos esta edição, dados da primeira quin-zena de outubro já indicavam que os assassinatos cresceram 26,83% na Capital, 39,21% na Grande São Pau-lo e 8,67% no Estado. Certamente trata-se de uma situação de intran-qüilidade com danos quase sempre irreparáveis aos cidadãos, provocan-do intranqüilidade geral. Com a evo-lução dos índices e a repercussão na imprensa, embora resistisse a princi-pio, o governo Estadual reconheceu a necessidade e acabou concordando com a ajuda do governo federal para enfrentar o problema.

Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo fechando apoio ao Governo Alckimin

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Vagner Freitas trás experiência de organização do trabalho desde a base, chegando a assumir ante-riormente a diretoria de Adminis-tração e Finanças da CUT, gestão 2009-2012. Neste período, ele assumiu também a presidência da UNI Finanças América, enti-dade internacional à qual a CON-TRAF/CUT é filiada; a secretaria geral do setor de Finanças (setor dos bancários) da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul – CCSCS. Vagner falou de sua dedicação a CUT, do neces-sário avanço da classe trabalha-dora de política e cidadania, e das reformas necessarias nas relações de poderes.

JORNAL CORREIO ABAESP ENTREVISTA VAGNER FREITAS-PRESIDENTE DA CuT

CORREIO ABAESP – O sr. acumula experiência desde a base, e já assumiu anteriormen-te cargos importantes a exemplo da Secretaria de Administração e Finanças da CUT, mas como é assumir a responsabilidade de presidir a maior Central de tra-balhadores da América Latina e a 5a. maior do mundo?É um enorme desafio. Mas antes de vir para a CUT, iniciei minha mili-tância no mundo sindical no nosso querido Sindicato dos Bancários de São Paulo. E foi neste sindicato que tive a honra de aprender com valo-rosos companheiros a importância da unidade da classe trabalhadora e, especialmente, da importância de se construir a luta pelos interesses dos trabalhadores por meio da atuação nos nossos sindicatos de base. En-tre as coisas que aprendi gostaria de ressaltar nossa organização nacional e internacional e também o contrato coletivo nacional. Isso me creden-cia a assumir a presidência da nossa Central. E garanto a vocês que utili-zarei muitas dessas lições. Mas meu maior desafio será presidir a CUT em perfeita harmonia com os sindi-catos que constroem a nossa Central em cada município do nosso País.CORREIO ABAESP – Poderia resumir como foi coordenar e tra-tar com governo, lideranças dos trabalhadores de outras centrais, diante das greves do funcionalis-mo em andamento, logo que assu-miu a presidência?Minha primeira avaliação foi a de que o próprio governo estava esti-mulando o conflito com uma série de decisões equivocadas, entre elas, fazer reuniões longas e estressan-tes e não apresentar nenhuma con-traproposta. Pedi audiências com vários ministros e ministras para mostrar que era preciso dialogar, negociar, apresentar propostas, caso contrário a greve recrudesceria. Deixei claro que a CUT não tolera-ria o argumento de que a crise eco-nômica se aprofundara e a solução era apertar o cinto.

O governo acabou entendendo que não sairíamos da greve sem aumen-to real e fez a contraproposta que encerrou a paralisação. Foi uma ex-periência interessante, especialmen-te porque, apesar de termos vários membros do primeiro escalão do governo oriundos do movimento sindical, tivemos de relembrar a eles que só estavam lá porque tinham li-derado greves e sabiam que retalia-ções e ameaças só contribuem para aumentar a adesão.CORREIO ABAESP – Acontecia também à época a Conferencia de Emprego e Trabalho Decente. Como foi essa experiência com go-verno e empregadores, visto que se tratava da 1ª. Conferência?Foi um momento realmente espe-cial. O Brasil foi o primeiro país a realizar a Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente – instituída pela OIT em 1999 – para discutir as condições de trabalho em todas as suas dimensões. E a CUT teve papel importante em todo o processo tripartite de preparação da Conferência, o que acabou gerando uma grande expectativa em relação à construção de consensos que per-mitissem avançar nas condições de trabalho no Brasil.Infelizmente, a bancada dos em-pregadores assumiu uma postura de boicote à conferência, ameaçan-do se retirar e travando os debates, frustrando toda a expectativa levan-tada não apenas no Brasil, mas tam-bém no mundo.A conclusão que podemos tirar do desfecho final da Conferência é que o empresariado brasileiro ainda precisa amadurecer para que a cons-trução tripartite da melhoria das condições de trabalho no Brasil seja possível. A verdade é que a Confe-rência confirmou o que a CUT já sabe: as tensões na relação capital X trabalho e o posicionamento da classe patronal no Brasil exigirão grande organização e mobilização da classe trabalhadora para que con-quistemos avanços nas condições de trabalho.

CORREIO ABAESP – A CUT, sindicato dos bancários e Con-traf-CUT, foram ferrenhos crí-ticos das altas taxas Selic e dos juros praticados na ponta do credito ao consumo. Até que ponto isso foi importante para que a presidenta Dilma Rousseff bancasse a política nesse mesmo sentido e o fizesse com relativo sucesso?Acredito que as inúmeras ações que fizemos denunciando as taxas de spread e tarifas bancárias abusivas contribuíram para que a presidenta Dilma Rousseff tomasse a corajosa decisão de criticar o Sistema Finan-ceiro. Isso nunca havia sido feito por nenhum outro presidente. E ocorreu no momento em que a rentabilidade dos bancos, que sempre foi extre-mamente alta, estava superior a de alguns anos atrás. Acho que a pre-sidenta, corretamente, se apropriou de discurso da categoria bancária e os resultados para a sociedade bra-sileira, queda de juros e taxas, estão começando a aparecer. É claro que, para isso, os bancos públicos tive-ram de sair na frente, derrubando as taxas, estimulando a concorrên-cia. O Brasil precisa de crédito, de financiamento para garantir bons índices de desenvolvimento eco-nômico e social. E vamos sempre apoiar as ações da nossa presidenta neste sentido.CORREIO ABAESP – Sua ges-tão coloca também como meta de direitos de cidadania a organiza-ção do segmento da pessoa idosa como arco bastante ampliado da defesa do trabalhador aposenta-do. O apoio à criação de uma se-cretaria nacional da pessoa idosa viria nessa direção?Particularmente, sou favorável. En-tendo que há uma grande diferença ao se tratar do trabalhador aposenta-do e da pessoa idosa. Como concep-ção, acredito que o trabalhador apo-sentado é filiado ao seu sindicato, independentemente de estar ou não na ativa e deve continuar mantendo este vínculo de origem, organizan-

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do a luta como sempre fez. A idéia de sindicato de aposentado da CUT não se mostrou a melhor alternativa. Já a criação da Secretaria do Idoso significa se envolver na busca de políticas públicas que beneficiem a todos os cidadãos idosos. Entendo que o governo deve criar a secreta-ria e apoio a reivindicação. E espero que, na CUT, aprofundemos o deba-te interno com todos os sindicatos.CORREIO ABAESP – Como o sr. avalia o avanço do Lulismo-Petis-mo, reconquistando importantes espaços a exemplo da vitória de Fernando Haddad em São Pau-lo, não obstante as manobras da mídia conservadora e do claro uso político do julgamento do “men-salão”? O que muda com esse re-sultado nas urnas?Acredito que o resultado das elei-ções representa o fortalecimento das instituições CUT e PT, maiores vítimas da intransigência e ataques da mídia conservadora que nunca aceitou e nunca vai aceitar nossa ca-pacidade de eleger um presidente da República oriundo da classe traba-lhadora e não da elite empresarial, acadêmica ou política. E para au-mentar ainda mais o ressentimento contra nós, o presidente Lula, junto com os movimentos sociais, iniciou um processo de transformação sem volta no Brasil. E eles, os que que-riam nos calar, nos derrotar, “acabar com aquela raça”, como disse o ex-PFL Jorge Bornhausen se referindo aos petistas, ficaram sem rumo, não sabem como combater a onda ver-melha, a onda da mudança, a onda de transformações. O resultado das urnas mostra que a imprensa e parte do Poder Judiciário pode não gos-tar dos petistas, mas o povo gosta. Somos a única alternativa à domi-nação da burguesia que sempre deu as costas para os pobres e para os trabalhadores.CORREIO ABAESP – Para finalizar: O que falta para que tenhamos um Brasil verdadei-ramente democrático, inclusi-vo, internacionalmente com-petitivo? Há espaço para uma reforma do Judiciário, um dos poderes mais tradicionais e re-sistentes à mudança?Para que nosso país seja realmente

democrático é preciso fazer uma re-forma política, com financiamento público de campanha. No atual sis-tema, o candidato que pode investir mais e não aquele com melhores propostas é que acaba eleito. Isso explica porque os representantes de setores empresariais são maioria no Congresso. Neste sentido, temos de ampliar o espaço de atuação da clas-se trabalhadora. Sabemos que nosso papel é fazer mobilizações, pressão e ações para ampliar os direitos dos/as trabalhadores/as, mas sabemos também que precisamos melhorar a vida dos trabalhadores nas comu-nidades onde vivem, ampliando e facilitando o acesso à educação e a saúde, melhorando as condições de segurança e saneamento básico. Para isso, temos de fazer a dispu-ta política, qualificando quadros dos movimentos sindical e social para concorrer a vagas nas câmaras municipais e federais, assembléias legislativas e no poder executivo. Essa ampliação do espaço de atua-ção dos trabalhadores também é ne-cessária no Poder Judiciário. Apesar de ter um perfil menos conservador do que em outros períodos da nossa história, ainda é uma instância que está longe dos movimentos sociais. Prova disso é a utilização do interdi-to proibitório para impedir o legíti-mo direito à greve.No próximo período iremos atuar mais próximos de setores progres-sistas e exercer o direito de indicar juristas próximos ao movimento sindical para as listas de composi-ção dos TRTs e TST.E tão importante quanto democrati-zar o Executivo, o Legislativo e o Ju-diciário é discutirmos um novo mar-co regulatório para a comunicação. É inadmissível que um único grupo detenha 300 veículos, promova o monopólio da informação e, portan-to, de ideias, enquanto os movimen-tos sociais possuem a outorga de um único canal. Avançamos muito com a construção da Rede Brasil Atual, a TV dos Trabalhadores (TVT), a re-vista do Brasil, a TV CUT na Web, mas a briga permanece desigual. O Brasil precisa conhecer o Brasil em sua diversidade e isso apenas será possível se quebrarmos o monopó-lio da velha mídia.

FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO PODE SER VOTADO AINDA EM NOVEMBRO

fim do combatido fator previdenciário, tema que faz parte perma-

nente da reivindicação dos aposentados e trabalhadores, acaba de ser colocado em pau-ta pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS), para ser votado no período entre os dias 20 e 23 de novembro, confor-me projeto PL 3.299/2008, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS), e que tramita em re-gime de urgência. Segundo Marco Maia, a matéria não encontrou resistência entre os líderes da Casa para ser colo-cada em pauta.

Ainda que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, houvesse se mani-festado no sentido de que o governo não quer a votação da matéria este ano, Marco Maia (PT/RS), defende pessoalmen-te a pauta – que já foi objeto de pressão de parlamentares na ocasião em que os ministérios da fazenda e previdência dis-cutiam o tema, sem chegar a uma conclusão -, e quer finali-zar o assunto dentro de duas ou três semanas, com negociações entre governo e trabalhadores

para evitar vetos e poder enfim chegar a uma solução definitiva.

Novas propostas e a fórmu-la 85/95 – No texto está previsto que o benefício do aposentado seja determinado pelo cálculo da média dos últimos 36 salários re-gistrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e tam-bém tramita em anexo outras pro-postas, entre elas uma que define que o resultado final da aposen-tadoria seja apurado pela fórmula 85/95, ou seja, o segurado, para adquirir o direito devem somar o tempo de contribuição mais idade e atingir 85, no caso da mulher, e 95 para o caso de contribuinte homem.

Fator Previdenciário – O fator é um índice que se aplica ao cálculo da aposentadoria e que reduz o benefício de quem se aposenta cedo. Foi criado no governo Fernando Henrique Car-doso para estimular o adiamento do benefício, mas na prática, isso acabou não ocorrendo. O que se viu é que os trabalhadores conti-nuaram a aposentar cedo, ainda que com valor menor, e conti-nuaram na ativa após receber o benefício. A razão disso é que na conformação do índice, além

dos fatores idade e tempo de contribuição é também levado em consideração a expectati-va de vida do segurado. Com o aumento da expectativa de vida da população, o redutor muda todos os anos, para pior, tornando quase impossível o trabalhador programar a sua aposentadoria.

Pressão – A pressão sobre o “fator”, não é de hoje, e o Congresso chegou a aprovar a sua extinção, mas por falta de um substituto para o índice a proposta foi vetada pelo presi-dente Lula em 2010. De fato, para avançar no tema o gover-no exigirá um índice substitu-to e provavelmente a fórmula 85/95 seja reeditada com su-cesso, mantendo-se o tempo mínimo de contribuição de 30 anos para mulheres e 35 para homens, a ser aplicada para os trabalhadores da ativa.

Como é hoje – Hoje o INSS faz a média dos 80% maiores salários de contribuição, corri-gidos monetariamente. O resul-tado é chamado de salário be-nefício, sobre o qual é aplicado o fator previdenciário. O teto máximo é de R$ 3.916,20.

OIdosos em ato contra Fator Previdenciário que será votado ainda em Novembro

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Plenário da Assembleia Legislativa aprovou na tar-de desta terça-feira, 11/9, o

Projeto de Lei 320/2012, do Poder Executivo, que cria o Fundo Esta-dual do Idoso. A matéria foi apro-vada com a inclusão de emenda de autoria de deputados de diversos partidos, que determina que a com-petência sobre a gerência dos recur-sos que forem alocados ao referido fundo ficará a cargo do Conselho Estadual do Idoso. Caberá à Secre-

DIRETORIA DA ABAESP – MAnDATO 2010/2013Presidenta Maria da Glória Abdo Vice Presidente Arnaldo Muchon Secretário Gilmar Carneiro Secretária Elza da Silva Tesoureiro Geral Manoel Rodrigues Tesoureiro Paulo Roberto Dias Diretor Jurídico Walnite Gomes de Camargo Diretor Social: Carmelo Polastri Textos Cícero dos Santos e Ricardo Weber Fotos Ricardo Weber Diagramação Leandro Siman Rua São Bento, 365 – 20º andar – Telefone (11) 3104-9080 / 3104-5876 Tiragem 5.000 exemplares Site www.abaesp.org.br Email [email protected] ABAESP Regional Piracicaba Ademar Lorenzo Rua do Rosário, 1007 – Centro – Piracicaba/SP Telefone (19) 3434-8427 Email [email protected]

• Plenárias da ABAESP Toda 1ª sexta-feira do mês acontece na sede do Sindicato dos Bancários de SP localizado na Rua São Bento, 413, a Plenária da ABAESP às 14h. Participe! • Festa dos Aniversariantes do Mês Toda última sexta-feira do mês acontece a Festa dos Aniversariantes na sede da ABAESP na Rua São Bento, 365 – 20º andar às 14h

TRABALHADORES DA ATIVAE APOSENTADOS – uMA SÓ VISÃO

CONSELHO ESTADuAL DO IDOSO É CRIADO A PARTIR DE EMENDA DE PARLAMENTARES E IRÁ GERIR RECuRSOS

rabalhador(a) na fase ativa ou aposentado(a), não importa, precisamos

insistir até despertar para o fato de que o conceito de “salário mí-nimo” encontra-se distorcido em face do teor do texto constitucio-nal (1), que expressa um determi-nado valor de remuneração, ade-quado ao principio da dignidade humana e proteção dos valores do trabalho, para que uma famí-lia (estimada em grupo familiar composta de 1 provedor e mais 3 dependentes), possa suprir todas as necessidades famíliar, e nes-te particular o texto não deixou escapar também a necessidade deste trabalhador cobrir os custos com previdência social, entenda-se complementar se for o caso (artigo 7º., Inciso IV, da CF/88).

Contudo, nas relações de tra-balho que ocorrem na base da pirâmide, seja na esfera privada ou pública, dá-se uma inversão gritante em relação ao que seja a proteção dos valores do trabalho:

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Mês / 2012 Salário real Salário necessárioMaio 622,00 2.383,28 Junho 622,00 2.416,38Julho 622,00 2.519,97

Agosto 622,00 2.589,78 Setembro 622,00 2.616,41 Outubro 622,00 2.617,33 (F

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)

Nota-se que o salário mínimo real acaba por representar apenas ¼ do salário necessário, e o conceito valorativo utilizado e referen-dado oficialmente, deixa semi-oculto a gritante distorção.

Massa salarial reprimida hoje, projeta aposentadorias irrisórias amanhã. Assim, fica cada vez mais evidente que as associações de trabalhadores aposentados devem se unir a organização de traba-lhadores da ativa, seguindo a linha sindical organizada em centrais, sem perder de vista a luta de classes. Somente a visão articula-da desses dois grandes segmentos (organização de associações de aposentados com a organização sindical), poderá compor a força que precisamos para mudar esta brutal realidade. (1) Constituição Federal de 1988: Art. 7º: São direitos dos traba-lhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo , fixado em lei, nacio-nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

Ao invés da fórmula 1 provedor = 1 salário mínimo suficiente para uma família de dois adultos e dois dependentes menores, o resulta-do da equação foi invertido, ou seja, precisamos de 4 trabalha-dores provendo para igualarmos ao salário mínimo constitucional, suficiente para as necessidades de uma família com aquela composi-ção. Tudo se passa como se, natu-ralmente, no mundo coletivo todos os membros da família encontras-sem trabalho, não existindo a pos-sibilidade de que, por exemplo, a mulher e os filhos menores pos-sam figurar como dependentes.

O padrão de remuneração do trabalho no modelo brasileiro é o de contração dos salários na base da pirâmide a ponto de dividí-lo por quatro em relação às necessi-dades reais da família, o que pro-jeta contribuições sociais baixas ao INSS e inviabiliza a eventual adoção de pagamento de previ-dência complementar, projetando um futuro em crise, na fase em

que, aposentado, esse trabalhador perderá ainda alguns benefícios da fase laboral, como ticket refeição e cesta básica. A confirmação desta nossa realidade é evidente, bastan-do olhar o Censo do IBGE de 2010, demonstrando que 73,8% da popu-lação ocupada recebem até 1 (um) salário mínimo de renda (região nordeste), o mesmo acontecen-do para 50,6%, no âmbito Brasil. Logo, no caso dos aposentados do Regime Geral não poderia ser dife-rente, pois 70% da população rece-be um salário mínimo de benefício.

Quanto a inversão da equação acima descrita, fica indiretamente subentendido pelos estudos feitos pelo DIEESE (Departamento In-tersindical de Estatísticas e Estu-dos Socioeconômicos), que faz um confronto entre o valor do salário mínimo real, aquele efetivamente pago pelo setor privado ou público a um trabalhador, e o salário míni-mo necessário, constitucional, na comparação mês a mês, nos últi-mos 6 (seis) meses de 2012:

taria de Desenvolvimento Social dar suporte à gestão do fundo bem como designar seu gestor financeiro.

A exposição de motivos que justifica o projeto, informa que vi-vem atualmente no Estado de São Paulo mais de 4,7 milhões de ido-sos e que a estimativa para 2020 é de que este número esteja em torno dos 7,7 milhões de pessoas. “Esse novo perfil populacional demanda ações efetivas do Estado voltadas à garantia dos direitos fundamen-

tais e dignidade da pessoa idosa e prioridade nas políticas públicas de atenção aos idosos”.

O deputado Luiz Claudio Marcolino, que integra a Frente Parlamentar em Defesa do Direi-tos dos Idosos, falando em nome do Partido dos Trabalhadores, declarou ser favorável à aprovação do proje-to, ressaltando que, ao lado do Fun-do Estadual do Idoso, é necessária também a instituição de políticas públicas voltadas à esta faixa etária.