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CÁRCERE SEM DIGNIDADE Presídio Central afronta direitos humanos e reproduz violência Dívida do RS Repactuação dos pagamentos à União na ordem do dia Páginas 3 e 4 Entrevista Cláudio Martinewski Bem administrada, previdência pública é viável Páginas 5, 6 e 7 JORNAL DA AJURIS JORNAL DA AJURIS Ano XVI Nº 276 | fevereiro a julho de 2012

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CÁRCERESEM DIGNIDADEPresídio Central afronta direitos humanos e reproduz violência

Dívida do RS Repactuação dos

pagamentos à União

na ordem do diaPáginas 3 e 4

Entrevista Cláudio Martinewski Bem administrada,

previdência pública é viávelPáginas 5, 6 e 7

JORNAL DA AJURISJORNAL DA AJURISAno XVI Nº 276 | fevereiro a julho de 2012

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2 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Institucional

Expediente

Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul

Presidente: Pio Giovani Dresch

Vice-presidente Administrativo: Eugênio Couto Terra

Vice-presidente de Patrimônio e Finanças: André Luís de Moraes Pinto

Vice-presidente Cultural: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch Rodrigues

Vice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores

Jornal da AJURIS

Diretora de Comunicação: Rute dos Santos Rossato

Subdiretora de Comunicação: Elisabete Maria Kirschke

Conselho de Comunicação: Túlio de Oliveira Martins, João Armando Bezerra

Campos, Leoberto Narciso Brancher, Maria Cláudia Mercio Cachapuz,

Carlos Alberto Ectheverry

Jornalista-chefe: Ivana Ritter

Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Alexandre Volkweis e Maurício Macedo

Revisão: Irene Katter Hack Tavares

Editoração eletrônica: Maurício Machado Teixeira

Tiragem: 2.000 exemplares

Endereço: Rua Celeste Gobbato, nº 81

Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160

Telefone: (51) 3284.9100 Fax: (51) 3284.9132

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Acesse o site da AJURIS para ouvir a programação e fazer download dos áudios gravados.

Comunicação entre aMAGISTRATURA e a SOCIEDADE

www.ajuris.org.br

O ato de julgar é uma manifestação de vontade estatal.

O juiz que julga é um agente de Poder do Estado, um agente

político, do mesmo modo como o são os ocupantes de cargos

eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo.

Nessa condição, diuturnamente o magistrado

defronta-se com as potencialidades e também com os limites do

Estado. Os limites, em particular, vêm contingenciando de modo

muito intenso as condições em que julga as matérias que lhe são

trazidas à apreciação e mesmo o modo como suas decisões são

cumpridas.

Há muitos anos, o Rio Grande do Sul enfrenta dificulda-

des econômicas que o afetam profundamente. Trata-se do

estado brasileiro com menor capacidade de investimento, fato

que tem um efeito direto na atuação do Judiciário.

De modo mais claro, isso se percebe nas dificuldades

materiais para a prestação do serviço. Já em muito limitado pela

restrição à contratação de pessoal que lhe é imposta pela Lei de

Responsabilidade Fiscal, o Judiciário do nosso Estado vê sua

capacidade de ação ainda mais limitada pelas contrações orça-

mentárias: se o bolo é pequeno, a fatia destinada a este Poder é

ínfima.

Tal circunstância lhe impõe a tarefa hercúlea de julgar

mais, visto que temos o maior índice de litigiosidade do país,

com um orçamento mais enxuto. Embora, segundo dados colhi-

dos pelo Conselho Nacional de Justiça em 2011, nosso Tribunal

de Justiça lidere o ranking da carga de trabalho por magistrado

no 2º Grau, com 4.365 recursos por desembargador, e estejamos

em terceiro lugar no 1º Grau e Juizados Especiais, com 6.381

processos por juiz, nossa taxa de congestionamento foi de 24,1%

no 2º Grau, diante da média nacional de 48,2%, e de 58% no 1º

Grau, para uma média nacional de 78%. Já no que se refere a

custos, os dados comparativos mais recentes de que se dispõe,

de 2009, informam um custo médio de R$ 471,80 por processo

no Rio Grande do Sul, para uma média nacional das justiças

estaduais de R$ 1.022,50.

Por outro lado, se o empobrecimento do Estado con-

duz a um sucateamento do serviço público, isso se reflete tamb-

ém nas matérias postas à apreciação do juiz. Caso emblemático

são as demandas por medicamentos e internações hospitalares,

em que o Judiciário atua como ordenador de ações das quais o

Poder Público se demite.

E outras tantas vezes, quando a fragilidade do Estado

não é a motivadora da ação judicial, ela se encontra no modo

absolutamente precário como cumpre as decisões judiciais.

Exemplo disso está na legisla-ção penal: hoje o juiz sabe que, ao

condenar a uma pena

privativa de liberdade,

está, na verdade, con-

denando o réu a sub-

meter-se a condições

degradantes sob a tu-

tela estatal.

Uma associação de juízes não pode quedar-se inerte

diante de tal quadro. Interessa-lhe, como fez em 2011, discutir as

desonerações fiscais. Interessa-lhe saber como se resolverá a

dívida do Estado para com a União, que lhe consome anualmente

muito mais do que tem para investir. Interessa-lhe ainda enfrentar

as graves violações de direitos humanos, como as que se

manifestam no cumprimento das sentenças penais

condenatórias. Interessa-lhe da mesma forma descobrir

caminhos para que o próprio Judiciário não sucumba, e isso passa

também por soluções processuais, como as ações coletivas para

tratar de matérias repetitivas.

Todos esses temas nos têm preocupado, e a presente

edição do Jornal da AJURIS busca trazer um relato das nossas

ações mais recentes.

Pio Giovani Dresch - Presidente

Frente à omissão do Estado e limitaçõesao Judiciário, AJURIS propõe ação política

Page 3: jornal da ajuris jornal da ajuris

Dívida pública

Um ato público para alertar a população para o

problema da dívida do Estado com a União será realizado

no dia 14 de agosto, na Assembleia Legislativa. A iniciativa

da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul e outras

entidades civis tem o objetivo de mobilizar a sociedade

gaúcha em torno do tema, pois a concentração de recur-

sos na esfera federal, além de reduzir investimentos nas

áreas sociais, tem reflexos diretos nas atividades do Poder

Judiciário, dificultando eventual ampliação de sua estru-

tura material e de pessoal. “Temos todas as condições para

caminharmos juntos”, afirmou o presidente da AJURIS, Pio

Giovani Dresch, no primeiro encontro, que reuniu 14

entidades no fim do mês de maio. O movimento ganha

força e já conta com a adesão de mais de 30 organizações

de classe.

Na mesma reunião, o vice-presidente da União

Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública e do

Sindicato dos Servidores Públicos da Administração

Tributária do RS (Sindifisco-RS), Celso Malhani, lembrou

que o acordo da dívida foi assinado em 1998. “Está debu-

tando. Depois de quase 15 anos, todos concordamos que

o Brasil mudou. O sistema financeiro mudou. É hora de

mudarmos esta situação. O contrato firmado não está

mais adequado à realidade atual”.

A importância da discussão sobre a dívida reúne,

do mesmo lado, trabalhadores e empresários. Neste

sentido, a convergência de pontos de vista expostos du-

rante o encontro na AJURIS foi o que mais chamou a

atenção do vice-presidente da Federação das Indústrias

do Rio Grande do Sul (Fiergs), Humberto Busnello. Já o

presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado

(CUT/RS), Claudir Nespolo, destacou que a grande soma

de recursos transferida para o sistema financeiro impede o

desenvolvimento dos gaúchos.

O debate sobre o tema também ocorreu no

Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-

RS). Em março deste ano, o assunto começou a ser

discutido numa reunião que contou com a participação

do chefe do Executivo, Tarso Genro, e dos ex-governa-

dores Olívio Dutra, Germano Rigotto, Alceu Collares e Jair

Soares. Os conselheiros destacaram a urgência e a impor-

tância de rever as bases do acordo firmado com a União na

segunda metade da década de 90. É consenso que os

padrões do contrato são considerados injustos e insusten-

táveis nos dias atuais.

No encontro do Conselhão, no Palácio Piratini, a

AJURIS reforçou a necessidade de uma ação política forte.

“Ao longo dos anos, contraditoriamente ao que diz a

Constituição de 1988, houve uma concentração cada vez

maior de poder na União em detrimento dos estados. E

esses acordos da dívida quebram de fato o Pacto

Federativo, deixando os estados amarrados, sem qual-

quer condição de resolver os graves problemas econô-

micos e sociais”, ressaltou Pio Dresch.

Repactuação da dívida com a União:AJURIS e outras entidades mobilizadas

Presidente da AJURIS participou do seminário A Renegociação da Dívida dos Estados com a União, na Assembleia Legislativa

Mauríc

io M

acedo

3 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

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Dívida pública

Já naquela oportunidade, o presidente sugeriu a

criação de um amplo movimento da sociedade na busca

pela revisão do contrato da dívida. “Parece-me que a

questão central é política, e devemos considerar que o

mundo mudou nesses 14 anos, o Brasil mudou. Hoje, o

Governo faz esforços enormes para reduzir a taxa Selic

rapidamente e, no entanto, estamos amarrados a um

contrato de 40 anos, que mantém os juros em um patamar

que não condiz com a realidade financeira atual”, afirmou

o magistrado, que representa a AJURIS no Conselhão. O

contrato assinado em 1998 entre Estado e União fixou

prazo de 30 anos para a amortização da dívida, mais dez

Por conta da reestruturação empreendida em

1997, que transformou a dívida mobiliária das unidades

federativas em dívida contratual com a União, o paga-

mento dos serviços do débito (amortizações mais juros)

estrangula as finanças públicas estaduais com o com-

prometimento de até 13% da receita líquida corrente.

Na formalização do contrato do Estado com a

União, firmado em 1998, a dívida do RS era de R$ 11,013

bilhões. Mesmo com o pagamento ao longo dos anos, a

soma atual é de R$ 43,2 bilhões, ou seja, R$ 29,6 bilhões a

mais. O prazo estipulado no contrato é de 30 anos, mais

dez para quitação do saldo residual.

Atualmente, o Estado transfere R$ 2,5 bilhões por

ano à União no parcelamento da dívida, o que equivale a

duas vezes e meio a capacidade de investimento do go-

verno gaúcho, que é de cerca de R$ 1 bilhão anual. Para

efeito de comparação, o valor é igual à soma orçada para a

construção da linha 2 do trem urbano em Porto Alegre

(estimada em R$ 2,5 bilhões).

Esses pagamentos correspondem somente aos

juros contratuais, e não à amortização do capital. Por isso,

a estimativa é de que, ao final do prazo de pagamento, em

2028, haja um valor residual muito alto a ser totalmente

pago nos dez anos seguintes.

para o pagamento do saldo residual.

Desde a gestão passada, o tema da dívida do

Estado com o Governo Federal integra as lutas sociais da

AJURIS. Essa questão, aliada à discussão sobre a razoabi-

lidade da aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (e a

forma como a regra constitucional engessa as gestões dos

três poderes), mais o impacto da política de isenções

fiscais nas contas públicas são matérias sobre as quais a

entidade tem se manifestado. “São temas que vem ao

encontro da preocupação da AJURIS com a transparência

do Estado e a sua capacidade de administração.”

AJURIS participa de seminários

O presidente Pio Dresch foi painelista de um se-

minário sobre dívida pública realizado na Universidade do

Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em abril. O magistrado

lembrou que o pagamento retira recursos que poderiam

melhorar a prestação de serviços públicos à sociedade. “O

volume chega a 13% da receita líquida orçamentária. Por

isso, precisamos acompanhar o cenário econômico do

País, pois a forma como o pagamento é feito resulta numa

concentração de recursos na esfera federal, de um lado, e

no congelamento dos investimentos no Rio Grande do

Sul, de outro.”

Pio Dresch também representou a AJURIS no se-

minário nacional promovido pela Assembleia Legislativa

do RS, que reuniu autoridades, técnicos, lideranças

políticas e representantes de entidades de várias partes do

Brasil. Na ocasião, o presidente do Parlamento gaúcho,

deputado Alexandre Postal, ressaltou: “Hoje, os Estados

estão pagando mais a dívida com a União do que inves-

tindo na sua população”.

Fontes: Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) / Comissão Especial para a Repactuação da Dívida do RS da Assembleia Legislativa

A dívida

O governador Tarso Genro, que participou do

evento, salientou que as condições econômico-financei-

ras para uma renegociação são mais favoráveis hoje do

que em 1998. “Na época, os juros eram elevados, o pres-

tígio internacional do Brasil era muito baixo e os títulos

brasileiros tinham pouco valor. Os estados estavam endi-

vidados e necessitavam lançar títulos para financiar sua

dívida. E havia uma baixa capacidade de investimento por

parte do Governo Federal.”

Tarso também advertiu que o percentual da dívi-

da a ser pago não deveria incidir sobre o percentual cons-

titucional reservado a investimentos em saúde. “Trata-se

de uma norma prévia, vinculativa, sob pena de o gover-

nador ser responsabilizado. Mas que não é cumprida

porque não há condições de fazê-lo.”

Presidente da Comissão Especial para a Repac-

tuação da Dívida do RS com a União na Assembleia

gaúcha, o deputado Giovani Feltes (PMDB) considera “es-

corchante” a taxa de juros atual, de 6%. “O momento é

propício para que façamos essa discussão. O Governo

Federal parece estar disposto a debater”.

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Gestão eficiente garante futuro da PREVIDÊNCIA PÚBLICA

Entrevista

Jornal da AJURIS - Como o senhor avalia a previdência

pública no RS?

Martinewski - Em relação ao servidor de cargo efetivo,

nós temos um regime próprio que está segmentado. Uma

parte com um financiamento lastreado em um fundo pre-

videnciário, o Fundoprev, que afeta somente os novos,

que ingressaram a partir da aprovação da lei que o criou.

Esse regime é o que vai resolver o problema da previdên-

cia daqui para frente. Em relação ao segmento anterior ao

Fundoprev, que ainda é regido pelo sistema de custeio

que a gente chama de repartição simples, ou regime de

caixa, esse, sim, tem alguns complicadores.

Até 1998, não havia contribuição para aposentadoria do

servidor público por opção do próprio Estado. Porque o

regime de previdência, lato sensu, sempre se baseou em

um cálculo em que o beneficiário contribui com uma parte

e o seu empregador, com duas.

Jornal da AJURIS - É o que ocorre no regime geral de

previdência.

Martinewski - Sim. E deveria ocorrer, também, no Estado.

Porque, se tu fizeres um cálculo de cumulação de três

terços, ou 33%, ao longo de 30, 35 anos, isso dá um lastro

suficiente para a aposentadoria desse servidor e o pensio-

namento dos seus dependentes. Só que o Estado, lá atrás,

em vez de depositar os 22% que lhe cabia para lastrear

esse fundo, resolveu não depositar o valor, porque consi-

derou que seria melhor, em termos de custos, pagar a

aposentadoria integral do que depositar esse percentual.

O cálculo que ele fez foi esse, estimando que sempre ha-

veria ingresso de novos servidores, e esses iriam financiar

os inativos.

Então, o Estado entendeu que não teria por que formar

um fundo, quando poderia destinar esses recursos para

investimentos em estradas, em saúde. O sistema, por-

tanto, não foi contributivo. E agora, se quer, até de forma

perversa, atribuir todo o caos financeiro do Estado ao

déficit em razão do pagamento aos aposentados de hoje.

“Até 1998, não havia contribuição para aposentadoria do servidor público por opção do

próprio Estado”

Jornal da AJURIS - Foi falta de previsão?

Martinewski - E de opção política do Estado, que agora

não quer mais honrar esses compromissos. Isso é cruel,

porque se está passando a exigir algo, hoje, que não foi

exigido lá atrás e que, se fosse honesto, deveria ter sido

exigido antes. E mais: houve duas reformas (no regime de

caixa), com as emendas 20 e 41, que, de certa maneira, já

alteraram todo esse sistema que gerou esse déficit. Entre

elas, por exemplo: a pensão deixou de ser integral e pas-

sou a ser só de 70%. Hoje, o aposentado ou o servidor da

ativa que morrer deixa, se tiver dependente, não mais a

integralidade do que recebia, mas só 70%. Isso já é um

ganho para o sistema e que, a longo prazo, vai reduzir o

déficit.

Já a emenda 41 instituiu contribuição para os já aposenta-

dos, ou seja, criou receita em cima dos atuais aposentados

e pensionistas, o que é uma forma também de diminuir o

déficit. A União, por exemplo, não fala em déficit. Consi-

derando essa realidade, quando aprovou sua lei de regime

próprio, a União determinou que este seria pago pelas

contribuições, mas teria que ter receitas adicionais, para

justamente cobrir esse passivo que não tinha cobertura

quando foi instituído (o regime próprio de previdência). E

isso não é reconhecido no Estado. Aqui, se vende a ideia

de déficit como se fosse algo que só seria responsabili-

dade do servidor aposentado, quando não é. É respon-

sabilidade do próprio Estado.

Jornal da AJURIS - E do sistema?

Martinewski - Sim. Do sistema que não era contributivo e

passou a ser a partir de 1998, com a emenda 20.

“Estado, lá atrás, em vez de depositar os 22% que lhe cabia para lastrear esse fundo, resolveu não depositar o valor, porque considerou que seria melhor, em termos de custos, pagar a aposen-

tadoria integral do que depositar esse percentual”

Estudioso do assunto, o juiz de Direito Cláudio Luís Martinewski defende que, com regime contributivo - inclusive do Estado - e administração compartilhada, previdência pública gaúcha é viável. O integrante da Comissão de Previdência do TJRS e ex-diretor do Departamento de Previdência da AJURIS vê no Fundoprev uma alternativa correta para a sustentabilidade do sistema e critica o modelo de seguridade complementar aprovado no Congresso, que, se introduzido no RS, pode sobrecarregar com riscos o servidor público.

Para Martinewski, Fundoprev é mecanismo correto

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Ale

xandre

Volk

weis

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Entrevista

Jornal da AJURIS - O Fundoprev, embora reúna por

enquanto cerca de 500 beneficiários, é a solução para via-

bilizar a previdência pública gaúcha?

Martinewski - Sim. Porque mantém, em primeiro lugar, a

previdência pública e estatal. Esse é um ponto importante

que, para nós, é regra de ouro. Achamos que, se bem

administrado, se houver os aportes do Estado e dos servi-

dores e com cálculo atuarial sempre atualizado, vai resol-

ver o problema da previdência. Isso deveria ter sido feito

há muito tempo e infelizmente só está sendo feito agora.

Jornal da AJURIS - Essa questão parece ser consensual

entre Governo e entidades que defendem a previdência

pública. O embate, então, está no aumento das alíquotas

de contribuição, aprovado recentemente pela Assembleia.

Martinewski - O aumento de alíquota tem de ser analisa-

do sob duplo enfoque. O primeiro deles é se está baseado

em um cálculo atuarial, que parece que não existe. Esse

cálculo, se abranger esse período que não era contribu-

tivo, certamente será muito mais que 13,25% (o reajuste).

Enfim, será alto, porque, se pegar um sistema que durante

mais de 30 anos não foi contributivo e se quiser aplicar um

cálculo atual em relação aos benefícios atuais, é impossí-

vel, não tem cálculo que suporte, uma vez que essas obri-

gações dos benefícios de aposentadoria são do Estado, e

não dos beneficiários. São dos beneficiários hoje, mas não

eram até há pouco tempo.

O segundo ponto se refere à questão do confisco, porque,

no caso do Estado, além da contribuição à previdência,

tem o desconto do Imposto de Renda e ainda tem a con-

tribuição para o FAS (Fundo de Assistência em Saúde), o

IPE Saúde, que é de 3,1%. Tudo isso somado beira os 50%

da renda de qualquer servidor.

Jornal da AJURIS - A AJURIS e a União Gaúcha em Defesa

da Previdência Social e Pública acusam o Governo de

apresentar projetos de caráter arrecadatório. Mas, se o

Piratini pretende que o regime contributivo dê sustentabi-

lidade à previdência e criou o Fundoprev, não há uma cer-

ta justiça nesse processo?

Martinewski - Mas, veja o que aconteceu com o

Fundoprev, que nasceu com alíquota de 11% para o

servidor e 11% para o Estado, sem cálculo atuarial. Agora,

passados sete meses, vem um novo projeto que diz o

seguinte: não, a alíquota não é mais de 11%, é de 13,25%.

Jornal da AJURIS - Parece que os números são

“inventados”...

Martinewski - São inventados para arrecadar. Na

verdade, a previdência é um sistema fechado. A

contribuição tem uma finalidade, não é para cobrir caixa, é

para cobrir os benefícios. Tu só poderias, em tese, aumen-

tar a contribuição para fazer frente a um benefício novo, o

que não está ocorrendo. Então, sete meses depois, com

cerca de 500 servidores que não têm praticamente

nenhum benefício, aumenta em 2,25%. Qual é a base

disso? Não se pode brincar com a previdência porque ela

tem repercussão durante mais de 40, 50 anos; atinge a

vida ativa, inativa e os dependentes do servidor. Então,

tem que ser uma coisa séria: não pode ser ao sabor (das

necessidades) do caixa do Estado. Esse cálculo atuarial,

por exemplo, não houve nem para a criação (do

Fundoprev) nem para o aumento da alíquota.

Jornal da AJURIS - Com a criação do Fundoprev, o

Governo do Estado garante que os recursos da

previdência não serão sacados para cobrir outras despe-

sas. Mas como fiscalizar? As entidades que integram a

União Gaúcha têm algum controle ou acesso às contas?

Martinewski - O problema é esse. Quem tem a obrigação

de fazer isso é o gestor. E hoje existe um gestor único que

não apresenta os dados.

“Não se pode brincar com a previdência porque ela tem repercussão durante mais de

40, 50 anos; atinge a vida ativa, inativa e os dependentes do servidor. Então, tem que ser

uma coisa séria: não pode ser ao sabor do caixado Estado”

Jornal da AJURIS - Ou seja, a gestão não é compar-

tilhada.

Martinewski - E há uma certa negativa de compartilhar.

Foi criada a figura do gestor único pela emenda 20, só que

os poderes e órgãos autônomos têm autonomia adminis-

trativa e financeira, o que inclui a própria questão da pre-

vidência. A lei também determina a gestão compar-

tilhada. Mas o Executivo tem sido dúbio e tímido quanto à

possibilidade de a gente compartilhar a gestão única de

forma integrada e autônoma.

Jornal da AJURIS - Qual o futuro da previdência pública

no RS? O atual modelo pode ser sustentável?

Martinewski - Ele tem que ser sustentável. E acho que

isso passa por uma melhor gestão das receitas públicas.

Porque o valor que o Estado gasta com o pagamento de

juros da dívida pública é duas vezes maior que o que ele

diz que gasta com previdência, o tal déficit da previdência.

Então é questão de escolha, às vezes. Por que se pode

mexer em relação à previdência, para aumentar (a alíquo-

ta) e não se pode diminuir, por exemplo, os juros da dívida,

para onde vai parte dos recursos públicos?

Parece que, em relação ao servidor, tudo é sempre pos-

sível, em termos de expropriação. Agora, a diminuição das

renúncias fiscais, a renegociação da dívida, que beneficia a

União e os bancos privados, isso não se questiona.

6 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

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“A lei também determina a gestão compartilhada. Mas o Executivo não tem aberto a possibilidade de a

gente compartilhar a gestão única de forma integrada e autônoma”

Jornal da AJURIS - O Fundoprev é um mecanismo

correto?

Martinewski - Em termos de política de previdência do

servidor público, a medida é completamente acertada.

Porque, daqui para a frente, para os servidores que

ingressaram a partir dessa lei (que instituiu o Fundoprev),

dando continuidade a uma gestão paritária e transparente

e com investimentos bem alicerçados, acho que vai resol-

ver o problema.

Jornal da AJURIS - O governo gaúcho pode sinalizar com

uma proposta de previdência complementar?

Martinewski - Existem dois modelos de previdência

complementar privada: a aberta e a fechada. Essa que foi

votada pelo Congresso é a previdência complementar

fechada. A privada aberta é a que os bancos fornecem, os

planos estão à disposição no mercado e qualquer um

pode optar, inclusive o servidor público. Agora, a previ-

dência complementar fechada que é essa que foi apro-

vada para os servidores públicos da União, nós somos

contra. Ele representa o início da bancarrota do Estado.

Colocará em xeque a independência das carreiras de Esta-

do. Em relação ao Judiciário, passará a haver desconfiança

quanto à sua imparcialidade nos processos em que uma

das partes seja uma empresa cujas ações façam parte da

carteira de investimentos.

“O valor que o Estado gasta com o pagamento de juros da dívida pública é duas vezes maior que o

que ele diz que gasta com previdência, o tal déficit da previdência. Então é questão de escolha”

Jornal da AJURIS - Por quê?

Martinewski - Porque ela se caracteriza pelo binômio

contribuição definida e benefício indefinido. Ou seja: eu

sei o quanto vou contribuir, mas não sei o quanto vou

ganhar. E, se acontecerem problemas como as experiên-

cias no Chile e na Argentina demonstraram... Por exemplo:

se a empresa ou a fundação que estiver administrando

pagar um real, a rigor ela vai estar se desincumbindo com

sua obrigação previdenciária e ninguém poderá reclamar.

Ou seja, o risco do benefício previdenciário é atribuído uni-

camente ao servidor.

Traçando um paralelo, por exemplo, com a denominada

PPA (Parceria Público Privada) desnuda-se o nítido caráter

mercantil-especulativo da “previdência” complementar.

Na PPA, na qual o setor público se associa ao privado, o

sistema normativo garante cláusula em que o risco da “par-

ceria” é transferido sempre e exclusivamente ao público.

“Que lógica é essa que diz que a previdência do servidor público é deficitária, que é um problema,

mas que leva os bancos a desejá-la?”

Jornal da AJURIS - Modelos semelhantes foram

implantados nesses países que o senhor citou?

Martinewski - Sim, incentivados pelo Banco Mundial.

Depois, foram investigar para saber por que não deu certo

aquele modelo, que era para ser referência para o mundo e

que começou no Chile, e constataram que 48,5% das

contribuições definidas tinham sido apropriadas pelo

mercado financeiro, mediante taxas de administração,

taxas de performance e outras. E o que aconteceu no

Chile? O Estado quis se ver livre da questão previdenciária,

garantindo que o mercado iria regular, e chegou a um

ponto em que veio a bancarrota e quem é que teve que

cobrir o rombo? O próprio Estado. Então, que lógica é essa

que diz que a previdência do servidor público é deficitária,

que é um problema, mas que leva os bancos a desejá-la?

FISIOTERAPIA

PROCEDIMENTOS HOSPITALARES

REEMBOLSO

Para o reembolso de fisioterapia, o associado deverá encaminhar o laudo médico com a indi-cação da necessidade fisioterápica, bem como o número de sessões a serem realizadas. No recibo do fisioterapeuta, é obrigatório ter o número de sessões e valor correspondente ao trata-mento. A assessoria médica analisará o laudo para identificar a patologia, classificando assim o código para pagamento.

O DAS possui clínicas credenciadas para fisioterapia, ou seja, o associado não necessitará pagar as sessões (até o limite de 90 sessões anuais). Para utilização, é suficiente apresentar laudo médico indicando o tipo e o número de sessões a serem realizadas.

Quando o associado necessitar de internação hospitalar, deverá anteriormente solicitar CARTA FIANÇA, bastando para isso encaminhar ao DAS laudo médico indicando a patologia a ser tratada (salvo nos casos de emergência). Lembramos ainda ser mais vantajosa a utilização concomitante do DAS e IPE, possibilitando assim maior tranquilidade em casos de eventuais diferenças não cobertas.

O DAS tem como rotina o reembolso de processos, nas quintas-feiras de cada semana. Para tanto, as despesas médicas, internações ou cirurgias deverão ser entregues no departamento até terça-feira, sendo postergadas para a próxima semana as remetidas fora desse prazo.

7 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

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Crise carcerária

Maior prisão brasileira acumula problemas como superlotação e condições subumanas. Com base em proposta da AJURIS, Fórum da Questão Penitenciária mobiliza entidades civis em busca de soluções para o caos no sistema prisional gaúcho

rincipal entrave do sistema carcerário gaúcho, o

Presídio Central está abarrotado com cerca de 4,6 Pmil presos, quando a capacidade é para cerca de

dois mil. A superlotação já foi mais grave: em novembro

de 2010, por exemplo, a população carcerária chegou a

5.300 pessoas. O quadro caótico, que se agrava com

problemas de estrutura, de saneamento e de higiene,

além da falta de comando no interior das galerias, se

arrasta por quase duas décadas sem que o Governo

estadual tome providências concretas, embora já tenha

sido obrigado a isso judicialmente.

Na avaliação do juiz Sidinei Brzuska, subdiretor

de Direitos Humanos da AJURIS, as irregularidades no

maior presídio do Brasil (e o pior, se consideradas as

condições sanitárias) são recorrentes e históricas. Mesmo

assim, os problemas ainda não foram resolvidos. Já em

1995, o Tribunal de Justiça (TJRS) determinou que a cadeia

recebesse apenas presos provisórios. A decisão até hoje

não foi cumprida, o que motivou a Vara de Execuções

Criminais (VEC) de Porto Alegre e Região Metropolitana a

adotar medidas pontuais para limitar a entrada e tentar

reduzir o número de detentos.

Quinze anos mais tarde, em agosto de 2011, a

VEC obrigou a direção do Presídio a recusar o ingresso de

novos condenados, permitindo apenas a entrada de pre-

sos em flagrante e limitando a população carcerária em

4.650 pessoas. Em maio deste ano, nova decisão ampliou

a proibição para todos os presos condenados. “Essas

determinações têm a finalidade de fazer cumprir a

decisão de 1995 e fazer com que o Central volte a sua

atribuição original, que é a de abrigar somente presos

provisórios”, explica Brzuska, que também é coordenador

do projeto Fiscalização de Presídios da Região

Metropolitana.

Segundo o magistrado, até agora a única solução

apresentada pelos governos que se sucedem no RS tem

sido repassar a administração do Central para os presos,

já que sistematicamente negligenciam a assistência que

deveria ser assegurada aos apenados e se omitem em

relação ao controle da cadeia, compartilhando a gestão

com os detentos. “Essa transferência foi se dando aos

poucos. Quando isso acontece, é o preso que detém mais

poder que fornece bens e serviços que o Estado não

supre. E, assim, estabelece-se uma dívida entre o forne-

cedor e o beneficiário, que será cobrada depois. Porque o

Estado não fornece para ele (o detento) uma esponja,

uma escova de dentes, uma barra de sabão sequer”.

No cotidiano da prisão, o descaso é evidente:

esgoto escorrendo devido à deterioração e aos entu-

pimentos na rede de saneamento; estrutura predial

degradada e corroída; instalações elétrica e hidráulica

comprometidas; presos amontoados nas celas; e facções

impondo as regras dentro das galerias, facilitadas pela

falta de controle do poder público, entre outras mazelas.

Relatórios feitos a partir de inspeção realizada

por dirigentes e técnicos da Ordem dos Advogados do

Brasil e dos conselhos Regional de Medicina e Regional

de Engenharia e Agronomia revela o quadro dramático

da cadeia. O laudo elaborado pelo Cremers aponta que

há apenas um médico para atender a imensa população

carcerária, somente um ambulatório com quatro salas,

apenados doentes em confinamento com os sadios,

presos com sífilis, AIDS, tuberculose, hepatite, dermatites

e dermatoses.

Em seu parecer, o CREA/RS também relacionou

uma série de inconformidades: estruturas com armaduras

expostas; instalações elétricas aparentes com fios desen-

capados, os chamados “gatos”; esgotos cloacal e pluvial

com canalizações rompidas escoando “a céu aberto” e

causando odores insuportáveis; cozinha com caixa de

gordura aberta, onde proliferam baratas e ratos e

escoamento de resíduos junto com alimentos; alojamen-

tos superlotados e imundos, com infiltrações e goteja-

mentos de banheiros e vasos sanitários sobre os colchões

no amontoado de beliches.

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Presídio Central: terra de ninguém

8 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Page 9: jornal da ajuris jornal da ajuris

Presídio

Além da precariedade das instalações e das más

condições proporcionadas aos apenados, o desmando

no interior das galerias e a institucionalização de uma

perversa relação de comprometimento entre os detentos

faz do Presídio Central um reprodutor de criminalidade,

quando deveria apenas cumprir sua função fundamental,

que é segregar criminosos. Dados divulgados pelo Con-

selho da Comunidade de Porto Alegre revelam que o

índice de reincidência criminal dos presos do Presídio

Central chega a 73%.

Segundo o juiz Sidinei Brzuska, esse mecanismo

amplificador de violência está alicerçado em uma rede

informal que envolve a recompensa por serviços presta-

dos dentro da prisão. “Dentro das galerias, que são

reproduz violência

con-

troladas pelos presos, muitos se tornam dependentes de

outros, que prestam assistência material. E o pagamento

ocorre, quando esse preso que recebeu a ajuda alcança a

liberdade. Uma situação simples ocorre, por exemplo,

quando um preso recebe artigos de higiene de outro, que

é fornecedor, e paga pelos produtos praticando crimes ou

apoiando atos criminosos na rua.”

Também há casos de apenados que, ao recebe-

rem o benefício da progressão de pena e serem transferi-

dos para o regime semiaberto, voltam a cometer atos

criminosos motivados pela mesma obrigação. “Mas

quando o sujeito não cumpre o acordo, acaba foragido

para não ter que acertar contas na cadeia.”

O magistrado destaca que o próprio ambiente

prisional, dominado pelas facções, é propício para a proli-

feração do crime. “Muitas vezes, crimes como roubo de

veículos e tráfico de armas são gerenciados de dentro do

Presídio Central, por comando via telefone celular.”

Cremers e CREA/RS apontam várias incorfomidades no presídio

9 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Quadro caótico

Ÿ Superlotação: com capacidade para cerca de dois mil presos, o Presídio Central é ocupado por 4,6 mil detentos.

Ÿ Riscos de incêndio e cortes no fornecimento de energia em função da rede elétrica precária. Além disso, a falta de luz

encoraja os presos à desordem e aos motins, o que, além de comprometer a segurança, ocasiona ainda mais

destruição ao prédio.

Ÿ Cortes constantes no fornecimento de água e rede de água deteriorada.

Ÿ Rede de esgotos cloacal e pluvial com canos rompidos. Os dejetos são lançados pelas paredes e pelos pátios,

expondo apenados, servidores e visitantes aos detritos.

Ÿ Dentro das galerias, o controle é feito pelos presos. O Estado controla apenas a entrada e os corredores. A disciplina

interna é determinada por facções, muito atuantes e cujo poder é mantido pelo dinheiro e poderio do tráfico de

drogas.

Ÿ Há apenas um médico e somente um ambulatório para atender a população carcerária. Além disso, apenados

doentes vivem em confinamento com os sadios, e outros sofrem com doenças como sífilis, AIDS, tuberculose, hepatite,

dermatites e dermatoses.

Ÿ Na cozinha, proliferam ratos e baratas. Nas celas superlotadas e imundas, há infiltrações e gotejamentos de banheiros

e vasos sanitários sobre os colchões.

Fontes: juiz Sidinei Brzuska / Cremers / CREA/RS

Page 10: jornal da ajuris jornal da ajuris

Grupo mobiliza entidades civis

Criado com base na proposta da AJURIS, o Fórum

da Questão Penitenciária concentra esforços de diversas

entidades civis para combater a crise carcerária e buscar

soluções para o Presídio Central. Além de magistrados, o

grupo mobiliza representantes da Ordem dos Advogados

do Brasil (OAB/RS), da Pastoral Carcerária, dos conselhos

regionais de Medicina (Cremers) e de Engenharia e

Agronomia (CREA/RS), das associações do Ministério

Público (AMP/RS) e dos Defensores Públicos (Adepergs),

e também do Conselho da Comunidade de Porto Alegre e

das organizações não-governamentais (ONGs) Afructo

Amor Exigente e Themis.

Entre outras ações, o Fórum promoveu vistorias

nas penitenciárias moduladas de Montenegro e

Charqueadas e na Estadual de Arroio dos Ratos. Em maio,

uma comitiva foi conferir as condições das casas prisio-

nais para onde a Secretaria de Segurança Pública do

Estado pretende transferir 1,6 mil apenados do Central.

Em maio, o secretário Airton Michels apresentou a diri-

gentes da AJURIS o plano do Governo para desafogar o

Presídio. No relatório, além da transferência, estava

prevista a construção de novas unidades em Guaíba e

Canoas.

Mas, na avaliação dos magistrados, o deslo-

camento de detentos para as penitenciárias do interior é

insuficiente, pois resolve parcialmente os problemas. Para

a AJURIS, além de causar pequena redução na massa

carcerária do Central, a realocação será feita para prisões

inadequadas. “Charqueadas apresenta graves problemas

de concepção, incluindo o material inadequado empre-

gado na construção e a falta de segurança. Além disso, os

apenados serão transferidos para locais longe de suas

famílias”, alertou o presidente Pio Giovani Dresch.

Na Modulada de Charqueadas, está sendo cons-

truído um quinto módulo para abrigar quinhentos presos.

A penitenciária é dividida em quatro unidades com

capacidade total para 450 detentos, mas a lotação chega

a noventas pessoas. “O novo módulo só vai resolver a

questão local. Não é solução para o Presídio Central”,

assinalou o juiz de Direito Sidinei Brzuska.

Já a penitenciária de Arroio dos Ratos, em fase

final de construção e que contará com 672 novas vagas,

não teria condições de receber detentos com o perfil dos

que serão deslocados. “Poderia receber presos de menor

periculosidade, por exemplo”, observou Brzuska.

As entidades organizam seminário para debater

o caos no sistema prisional e saber qual o modelo

penitenciário que a sociedade gaúcha deseja.

Decisão do Conselho Executivo aponta para ação inédita no RS

A AJURIS entrou de forma efetiva em mais esta

luta social na segunda metade do mês de abril, quando o

Conselho Executivo da entidade decidiu ingressar com

representação na Comissão Interamericana de Direitos

Humanos da OEA (Organização dos Estados

Americanos). Na mesma data, foi estipulado prazo de

noventa dias para a elaboração do documento, que está a

cargo do Departamento de Direitos Humanos. Durante

este período, a Associação tem buscado ações

alternativas para o problema.

Dirigentes da entidade se reuniram, em pelo me-

nos duas ocasiões, com o secretário de Segurança Pública

do Estado, Airton Michels. Em meio à repercussão gerada

pela perspectiva de denúncia à OEA, a AJURIS manifestou

ao Governo gaúcho a preocupação de que a situação

atual do presídio gere ainda mais risco à sociedade.

Crise carcerária

Em maio, comitiva vistoriou penitenciárias do interior do Estado

10 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

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Page 11: jornal da ajuris jornal da ajuris

Para o diretor do Departamento de Assuntos

Constitucionais da AJURIS, Gilberto Schäfer, a prisão e o

cumprimento de pena ideais devem garantir a segurança

de todos. “É por isso que defendemos melhorias no

Central, para que ele abrigue apenas presos provisórios. E

também que todas as comarcas do Estado tenham uma

casa prisional própria, para que o preso cumpra a pena

próximo dos familiares como forma de garantir a rein-

serção social.”

Acompanhada de outras entidades civis, a

AJURIS reafirmou sua posição em encontro realizado em

Porto Alegre com a ministra Maria do Rosário, da

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repú-

blica. Além de reconhecer a gravidade da situação (Maria

do Rosário vistoriou o Presídio Central e penitenciárias do

interior do Estado), a representante do Governo federal se

comprometeu a abrir um canal de diálogo com o Piratini

para estabelecer ações e prazos. A ministra admitiu,

ainda, que o tema virou pauta na agenda política após a

AJURIS e demais representantes da sociedade civil levan-

tarem a questão.

Como medidas concretas para auxiliar na melho-

ria das condições do Presídio Central, a Associação

solicitou ao Tribunal de Justiça (TJRS) a ampliação do

quadro funcional e a reestruturação da Vara de Execuções

Criminais (VEC) da Capital gaúcha.

O objetivo, segundo Sidinei Brzuska, é otimizar

os trabalhos processuais e agilizar o atendimento da

demanda. “Além disso, é uma forma de mostrar que o

Judiciário também pode fazer sua parte”, diz o magis-

trado. Até o final de maio deste ano, tramitavam na VEC

cerca de 11 mil processos, sendo 5.707 no 1º Juizado e

5.439 no 2º. Desse montante, 2.880 estavam pendentes

de alguma diligência do Cartório. “O que buscamos é a

divisão da atual VEC em duas Varas de Execuções Crimi-

nais, cada uma com dois Juizados”, explicou o diretor do

Departamento de Valorização Profissional da AJURIS,

Paulo Irion.

O TJRS acatou o pedido parcialmente anuncian-

do aumento do número de servidores na VEC, por meio

dos projetos Apoio e Reforço Carcerário (que foi prorro-

gado). Como alternativa emergencial, a AJURIS defende a

criação de um Juizado adjunto dentro do Presídio.

Ação pode responsabilizar Estado brasileiro

Uma vez aceita a denúncia na OEA, a AJURIS esti-

ma que o Governo federal seja obrigado a intervir no

Estado para resolver a situação do Presídio Central. “Nós

buscamos um organismo que tenha uma força coatora

maior que vai, em se posicionando, chamar também a

União para responder por essa questão”, observa o presi-

dente Pio Giovani Dresch.

O Brasil é signatário do Sistema Interamericano

de Direitos Humanos, instituído em 1969 pela Convenção

Americana de Direitos Humanos, também chamada de

Pacto de San Jose da Costa Rica. Com base no artigo 5º do

tratado, que garante direito à integridade pessoal dos

detentos, a AJURIS sustentará, no documento, que existe

violação do direito à vida com dignidade. “O artigo 5º

preceitua que os presos devem ser tratados com respeito

e em condições adequadas, para que possam ser resso-

cializados”, explica o diretor de Assuntos Constitucionais

da entidade, Gilberto Schäfer.

A ideia de enviar o caso à Comissão Interame-

ricana de Direitos Humanos foi apresentada às demais

organizações representadas no Fórum da Questão

Penitenciária. As entidades encaminharam debate inter-

no para decidir se apoiarão a proposta.

Outras representaçõessurtiram efeito

O relatório preparado pela AJURIS segue o

exemplo de outras representações já encaminhadas por

entidades civis brasileiras. Ao relatar violações aos direi-

tos dos presos, esses documentos fizeram com que a

União fosse pressionada a intervir nos estados para cum-

prir sanções impostas pela OEA.

É o caso da representação promovida, em 2002,

pela ONG Justiça Global e pela Comissão de Justiça e Paz

da Arquidiocese de Porto Velho (RO) para denunciar

Entre outros aspectos, péssimas condições sanitárias serão relatadasem representação à Comissão de Direitos Humanos da OEA

11 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Page 12: jornal da ajuris jornal da ajuris

irregularidades na Casa de Detenção José Mário Alves,

também conhecida como Presídio Urso Branco.

A ação foi iniciada após uma série de mortes

ocorridas dentro da penitenciária - mais de cem no perío-

do de oito anos - além de ocorrências sistemáticas de

lesões corporais, maus tratos, tortura, abandono, falta de

cuidados médicos e de condições mínimas de sanea-

mento, segundo apontam relatórios divulgados pela

Justiça Global.

Em 2007, o Estado brasileiro foi condenado a

cumprir medidas que garantissem não só a proteção à

vida e à integridade pessoal dos internos do Urso Branco

como a investigação dos fatos e a adequação do presídio

às normas internacionais de proteção dos direitos huma-

nos dos detentos.

O governo brasileiro também já sofreu medidas

cautelares para melhorar as condições da carceragem da

Polinter, no Rio de Janeiro. Em agosto de 2005, o organis-

mo panamericano determinou que o Brasil, e em

particular o Estado fluminense, adotasse entre outras

medidas urgentes: a proteção da vida e da integridade

física dos internos da Polinter; suspendesse a entrada de

novos presos; transferisse os presos condenados e

recapturados para estabelecimentos prisionais; e

reduzisse a superlotação daquela delegacia de polícia.

Recife, Espírito Santo e Carandiru

Os casos do Presídio Aníbal Bruno, em Recife, e

do Complexo Penitenciário do Carandiru, na capital

paulista, palco do extermínio de 111 presos em outubro

de 1992 após rebelião iniciada entre os detentos, também

foram denunciados à OEA.

Dois anos após o massacre em São Paulo,

organizações não-governamentais (ONGs) apresentaram

petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos

relatando os crimes cometidos pela Polícia Militar no

incidente ocorrido na Casa de Detenção de São Paulo,

mais conhecida como Carandiru, além das condições

subumanas em que viviam os presos.

O órgão condenou o Estado brasileiro pelo

massacre e recomendou uma série de ações para reparar

as famílias dos presidiários e reestruturar a prisão. De

acordo com relatórios de organizações de defesa dos

direitos humanos, poucas intervenções foram realizadas.

Mas, em 2002, o complexo foi desativado, e os prédios

dos pavilhões 6, 8 e 9, implodidos.

Em 2011, a OEA também determinou que o

governo brasileiro adotasse medidas cautelares para

proteger a vida e a integridade dos presos do Presídio

Aníbal Bruno, que registrava problemas como

superlotação, insalubridade, homicídios e tortura. De

acordo com relatórios de organizações de defesa dos

direitos humanos, o presídio abrigava cerca de 4,8 mil

presos num espaço que comportava 1,4 mil.

No Espírito Santo, em 2010, entidades civis de

direitos humanos encaminharam representação à OEA

após terem representantes cerceados em visita feita à

Penitenciária Estadual Feminina de Tucum, em Cariacica.

Além de denunciar as limitações impostas pelo governo

capixaba, as ONGs relataram irregularidades como falta

de atendimento médico e superlotação.

Pressionado, o governo do Espírito Santo passou

a reestruturar o sistema carcerário, ampliando a oferta de

vagas com a inauguração de novos presídios.

Lei Maria da Penha

Instrumento efetivo para garantir a integridade

das mulheres na luta contra a violência, a Lei 11.340, ou

Lei Maria da Penha, também resultou de uma denúncia à

Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.

Após demorada batalha judicial contra o marido

agressor e contando com a ajuda de ONGs, a biofarma-

cêutica cearense Maria da Penha acionou o organismo

internacional, e o Brasil acabou sendo condenado por

negligência e omissão.

Foi a primeira vez que uma denúncia de violência

doméstica foi aceita naquela instância. Entre as determi-

nações, o Estado brasileiro foi obrigado a criar legislação

adequada para combater esse tipo de crime.

Crise carcerária

12 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Page 13: jornal da ajuris jornal da ajuris

Depois de três anos inativo, o Núcleo de Estudos

do Direito Empresarial (NEDE) da Escola Superior da

Magistratura (ESM) retomou os trabalhos, no dia 22 de

maio, discutindo a reforma do Código Comercial. As alte-

rações estão previstas no Projeto de Lei nº 1.572/2011,

que tramita na Câmara dos Deputados. Na reunião, os

colaboradores definiram grupos temáticos de discussão,

que prosseguirão nos próximos encontros. As conclusões

e sugestões serão encaminhadas ao deputado federal

Vicente Cândido (PT/SP), autor da proposta, como con-

tribuições da ESM ao projeto.

Conforme o coordenador do Núcleo, desembar-

gador Ney Wiedemann Neto, a última reunião ordinária

ocorreu em abril de 2009 e, desde então, as atividades fo-

Jornal da AJURIS - Existem estudos, artigos ou ensaios publicados?

Ney Wiedemann - Alguns participantes do NEDE já disponibilizaram

artigos e ensaios, que foram publicados no site da ESM. Além disso, hou-

ve a publicação de um livro de Direito Empresarial pela Editora Juruá, em

2008, intitulado Direito no Século XXI - Em Homenagem ao Professor

Werter Faria, coordenado por Elizabeth Accioly. O desembargador

Werter Faria integrava o NEDE e, após o seu falecimento, houve a pu-

blicação de obra coletiva em sua homenagem, sendo muitos dos artigos

escritos pelos demais participantes do grupo.

Jornal da AJURIS - Desde 2003, quando foi criado, o Núcleo já realizou

37 reuniões, muitas com palestrantes renomados nos meios jurídico e

acadêmico. O senhor pode destacar alguns deles e o que expuseram?

Ney Wiedemann - Destaco as seguintes palestras, e expositores, como

sendo as de maior relevância: Crítica à adoção do sistema italiano no

novo Código Civil, pelo desembargador Werter Faria; O direito de fiscali-

zação do acionista minoritário, desembargador Carlos Alberto Bencke; O

fundo de comércio, do ex-desembargador Sérgio Muller; A sociedade

anônima fechada e a dita dissolução parcial na doutrina e nos tribunais,

do professor doutor Armando José Farah; A governança corporativa,

pela doutora Laís Machado Lucas; Questões tributárias polêmicas, do

desembargador Carlos Roberto Canibal; O plano da recuperação judicial

da empresa, pelo doutor Gilberto Deon Correa; Questões atuais da

propriedade intelectual, doutor Milton Lucídio Leão Barcellos; Os títulos

de crédito em face do novo Código Civil, pelo desembargador Jorge

Perrone; A advocacia empresarial, proferida pelo doutor Ricardo Lupion ;

Direito e Economia, do doutor Luciano Timm; Propriedade industrial,

pelo doutor Fabiano de Bem da Rocha; O exercício disfuncional de

posição jurídica e o direito empresarial, pela professora doutora Judith

Martins-Costa; Panorama atual da insolvência coorporativa, do desem-

bargador Jorge do Canto; Direito, economia e finanças, pelo doutor Jairo

Procianoy; Direito autoral na era digital: confrontos e alternativas, da

professora doutora Ângela Kretschmann; Direito e desenvolvimento,

pela professora doutora Raquel Sztajn; e Teoria econômica da proprie-

dade, do doutor Cesar Santolim.

Jornal da AJURIS - Qual a periodicidade das reuniões e quem participa?

Ney Wiedemann - Podem participar das atividades todos os magis-

trados, servidores do Poder Judiciário, professores e alunos da Escola,

bacharéis em Direito, advogados, membros do Ministério Público,

procuradores do Estado e defensores públicos. Em princípio, as reuniões

têm periodicidade mensal.

Estudos jurídicos

NEDE retoma atividades

ram suspensas. “Depois disso, infelizmente, o núcleo ficou

inativo”, lamenta. Porém, explica o magistrado, a

possibilidade de analisar as alterações do Código foi consi-

derada ótima oportunidade para reativar o NEDE. O Minis-

tério da Justiça lançou, no fim do ano passado, consulta

pública pela internet para recolher subsídios ao PL 1.572,

que ainda pode sofrer alterações no Congresso.

O projeto na íntegra e outras informações sobre a

consulta pública podem ser acessados no endereço

http://participacao.mj.gov.br/codcom. Interessados em

participar das próximas reuniões do Núcleo podem se

inscrever pelo e-mail [email protected].

Mais informações pelo telefone (51) 3284.9030.

Jornal da AJURIS - O senhor pode explicar melhor que análises são

feitas no NEDE? E como avalia a importância dessa instância para a

Magistratura, para o Judiciário e para a sociedade?

Ney Wiedemann - A Escola Superior da Magistratura (ESM) mantém

o Centro de Pesquisa “Judiciário, Justiça e Sociedade”, destinado à

investigação de campo ou bibliográfica sobre temas jurídicos

relevantes, tendo o ministro Ruy Rosado de Aguiar Júnior como

coordenador-geral. O Núcleo de Estudos de Direito Empresarial

insere-se nesse âmbito, faz parte do Centro de Pesquisa. O objetivo do

NEDE é o estudo do direito empresarial em seus múltiplos aspectos

(doutrina, legislação e jurisprudência), visando ao aperfeiçoamento

intelectual dos participantes e à melhoria da prestação jurisdicional no

trato dos seus institutos jurídicos.

Jornal da AJURIS - Qual a expectativa quanto à retomada dos

trabalhos, uma vez que já esteve à frente dessa iniciativa? Quais os

projetos?

Ney Wiedemann - O atual objeto de estudo do NEDE é o Projeto de

Lei n. 1.572, que visa instituir um novo Código Comercial. Na reunião,

houve a divisão didática em quatro grupos temáticos de estudo, a

saber: formação da empresa, liderado pela professora e doutora

Guiomar Faria; contratos mercantis, liderado pela doutora Miriam

Rosane Telles Pereira; títulos de crédito, liderado pela doutora Ana

Cláudia Redecker; e empresa em crise, liderado pelo desembargador

Jorge do Canto. Os participantes do NEDE integrarão os grupos de

estudo conforme as

suas preferências temáticas para o desenvolvimento das pesquisas e

realização dos próximos encontros. As conclusões, propostas e suges-

tões serão encaminhadas ao deputado federal relator do PL, como

uma contribuição da Escola Superior da Magistratura da AJURIS.

ENTREVISTADesembargador Ney Wiedemann Neto

Coordenador do NEDE

com debate sobre Código Comercial

13 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

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Page 14: jornal da ajuris jornal da ajuris

Memória

Cedo. Demasiadamente cedo. Sílvio nos deixou

cedo demais. É o que temos ouvido de todos que o

conheceram, nos últimos tristes dias. E isso por uma

simples razão: Sílvio encantou e impressionou todos os

que tiveram o privilégio de com ele conviver. Encantou

pelo seu jeito simples, amigo, parceiro, despojado de vai-

dades, cortês, gentil, prestativo, conciliador. Impressio-

nou pela sua vasta cultura geral, pelo seu verdadeiramen-

te notável saber jurídico, pela sua inigualável dedicação

ao trabalho, pela sua invejável capacidade e produtivi-

dade, pela responsabilidade com que encarava todos os

seus compromissos. E essas qualidades faziam do Sílvio

um amigo e colega singular.

Sílvio e eu nos criamos em Passo Fundo. Seu pai

era antigo e conhecido advogado daquela cidade; o meu

era um dos juízes da Comarca. Não convivemos na infân-

cia e adolescência, porém. Fui conhecê-lo na Faculdade

de Direito da UPF. Como comecei a lecionar muito cedo,

Sílvio foi aluno de uma de minhas primeiras turmas. Foi o

melhor aluno que já tive ao longo de mais de trinta anos

de magistério. Embora tenha sempre tirado a nota

máxima, Sílvio era discreto em sala de aula. Desde então

ele não sentia a necessidade de mostrar aos outros o

quanto sabia, característica que manteve ao longo de

toda sua vida.

Mais tarde, já colegas de Magistratura em Passo

Fundo, Sílvio sempre teimava em se esquivar de minhas

tentativas de levá-lo ao magistério. A razão era sempre a

mesma: não queria desviar seu foco do trabalho que

tanto amava – o de julgar. Em determinado semestre, em

que eu fora designado para atender a regime de exceção

e estava com pesada carga de serviço, insisti para que ele

me substituísse. Ele o fez, como especial favor e apenas

por um semestre. Resultado: encantou tanto a turma que

foi escolhido seu paraninfo! Mas nem isso fez com que ele

abrisse mão de se dedicar integralmente à sua real

vocação, a de juiz.

Sílvio era uma daquelas pessoas que tudo o que

fazia, fazia bem. Jogava futebol como poucos. Verdadeiro

craque! Foi fazer ioga e logo conseguia equilibrar-se de

cabeça para baixo, em cima de um muro! Mas essa foi a

única coisa em que ele ficou em cima do muro. Em tudo o

mais, jamais temeu tomar partido, posicionar-se, expor-

se, defender suas ideias – ainda que isso pudesse des-

gostar quem quer fosse.

Na Magistratura, sempre teve um jeito especial

de auxiliar colegas mais jovens, menos experientes – e

foram incontáveis os que o procuravam para tanto. Dava

dicas, trocava ideias, passava modelos de sentenças (e

modelos efetivamente eram elas, tendo incontáveis

sentenças louvadas), mas sempre de uma forma tão

natural e pacienciosa que os colegas nem tinham a

sensação de que estavam sendo orientados por um

magistrado verdadeiramente especial e superior.

Embora rigoroso julgador, a quem nada passava

batido ou despercebido, Sílvio sempre foi gentil com

pessoas – advogados, testemunhas, serventuários. A

todos sempre recebia com um sorriso no rosto. Tinha

autoridade, sem ser autoritário. Rara qualidade, típica dos

grandes homens.

Exemplar na vida profissional, exemplar na vida

privada, exemplar também na vida familiar. Com sua

amada Maria Lúcia, companheira e amiga de toda uma

vida, criou seus dois filhos em ambiente de grande

harmonia e verdadeiro amor. Mais do que nós, seus

amigos e admiradores, são eles que mais sentirão sua

falta. Mas sabem eles o quão privilegiados foram por

terem convivido intimamente com ser tão luminoso. E

essa luz, com certeza, foi tão forte, que de onde quer que

ele esteja agora, continuará a iluminar seus caminhos.

Quanto a nós, fica a saudade, a dor da perda, o

exemplo permanente do significado de um verdadeiro

juiz vocacionado, a lembrança, mas também a sensação

de privilégio de o termos tido como colega. Um colega

que dignificou sobremodo a Magistratura gaúcha.

Exemplo para todos nós. Pena que nos deixou tão cedo.

Demasiadamente cedo.

Tributo a

Sílvio Luís AlgarvePor Eugênio Facchini Neto

14 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Page 15: jornal da ajuris jornal da ajuris

Homenagem

O desembargador Vasco Della Giustina recebeu

uma placa em atenção e reconhecimento ao seu trabalho

realizado nos últimos anos na Capital Federal. Com mais

de 40 anos dedicados ao Direito, o magistrado

aposentou-se no dia 16 de maio.

Ao agradecer a distinção, Vasco Della Giustina

lembrou que, em Brasília, procurou agir como represen-

tante das instituições às

quais é vinculado. “Eu pro-

curei ser um cônsul do nos-

so Tribunal e de nossa AJU-

RIS, buscando intermediar

relacionamentos com os

ministros por meio de au-

diências, de conversas.”

O desembargador destacou, ainda, que as re-

lações consolidadas no âmbito jurídico da Capital Federal

contribuíram para a eleição de outro gaúcho ao STJ, o

ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, nomeado em

agosto de 2010.

A homenagem foi prestada durante reunião do

Conselho Executivo da AJURIS.

Trajetória de sucesso

Integrante da 7ª Câmara Cível do TJRS, o desembargador Vasco Della Giustina atuava, desde janeiro de 2009, como ministro convocado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na Segunda Seção e na Terceira Turma da Corte .

Natural de Caxias do Sul, formouse em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS, em 1964. Nome-ado promotor de Justiça, em maio de 1966, atuou nas comarcas de Arroio Grande, Estrela, Erechim, Caxias do Sul e Porto Alegre. Assumiu o cargo de procurador de justiça

em 1983. Em maio de 1991, foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada, representando a classe do Ministério Público.

Foi promovido a desembargador do TJRS em julho de 1996, onde atuou na 3ª Câmara Criminal, como juiz convocado em 1991, e como desembargador nas 7ª e 8ª Câmaras Cíveis. Em 1º de fevereiro de 2006, assumiu a 3ª Vice-Presidência do Tribunal para o biênio 2006/2007.

Contribuição associativa foi destacada pelo

presidente Pio Dresch ao entregar a

distinção ao desembargador

“A AJURIS - Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul

homenageia o Des. Vasco Della Giustina pela excelência

do trabalho desenvolvido junto ao Superior Tribunal

de Justiça e agradece a atenção sempre dispensada

aos representantes da Magistratura gaúcha,

destacando seu engajamento nas lutas associativas.”*

Vasco Della Giustina tem trabalho reconhecido

*Reprodução da inscrição contida na placa entregue ao magistrado

15 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Ivana R

itter

Page 16: jornal da ajuris jornal da ajuris

Vice Cultural da AJURIS, Maria Lucia Rodrigues, e a presidente do Conselho Deliberativo, Jane Vidal, participaram da assinatura do convênio, junto com os associados Victor Faccioni e Glacy Cruz

Cultural

Símbolo da cultura no Sul do Brasil e palco de

grandes espetáculos, o Theatro São Pedro vive novo

período de dificuldades financeiras. Para continuar apre-

sentando o melhor da música e das artes cênicas e con-

cretizar o projeto Multipalco, o Theatro São Pedro precisa

do apoio da sociedade.

Respondendo à recente campanha para conquis-

tar novos sócios lançada por Eva Sopher, diretora da

Fundação Amigos do Theatro São Pedro, o Departa-

mento Cultural da AJURIS vem mobilizando associados

para que apoiem a causa. Mediante convênio firmado

entre a entidade e a Associação dos Amigos do Theatro

São Pedro (AATSP), no dia 14 de junho, mais de 40 magis-

trados passaram a integrar o quadro associativo da insti-

tuição mantenedora do teatro. “Mas isso é apenas o

início. Temos certeza de que conseguiremos sensibilizar

um número bem maior de magistrados e pensionistas da

AJURIS”, destacou a vice-presidente Cultural, Maria Lucia

Buchain Zoch Rodrigues.

Os amigos do Theatro São Pedro recebem um

cartão personalizado e, nas estreias dos espetáculos,

podem obter descontos de até 50% no valor do ingresso

para titular e acompanhante. Para se associar, o magis-

trado pode entrar em contato com o Departamento

Cultural, pelo telefone (51) 3284-9119 ou pelo e-mail

[email protected]. Mais informações podem ser

obtidas pelo e-mail [email protected] ou

pelo telefone: (51) 3226.7595.

Cultura e história

Inaugurado em 1858, o Theatro São Pedro é palco para

espetáculos de renomados artistas nacionais e estrangeiros.

Depois de estar ameaçado de demolição, o prédio, situado no

Centro de Porto Alegre, foi reconstruído graças ao trabalho e

empenho de Eva Sopher, diretora da Fundação desde 1975.

Magistrados se tornam amigos do

THEATRO SÃO PEDRO

Aos 90 anos de idade, dona Eva arca com os custos de

manutenção e o pagamento da maioria do pessoal por meio do

apoio da comunidade gaúcha, que contribui com a Associação.

“As dificuldades são muitas e o apoio por parte do Estado ainda

é pouco”. Para manter o São Pedro sempre em atividade, ela

conta com as mensalidades pagas pelos mais de mil amigos.

Obra do Multipalco está incompleta

Projetado para ser o maior complexo cultural do

Estado, reunindo teatros, lojas e salas para cursos, ensaios, reu-

niões e palestras, o Multipalco ainda não foi concluído por falta

de verbas. A estimativa do coordenador do empreendimento,

José Roberto Moraes, é de que seja necessário investir cerca de

R$ 18 milhões para concluir as obras.

O espaço, que está sendo construído ao lado do

Theatro São Pedro, já conta com restaurante e estacionamento

fechado para 230 veículos. “Seria a realização de um sonho

vermos toda essa área sendo ocupada por artistas para ensaios,

produções de espetáculos, leituras e outras atividades”, comen-

tou a presidente do Conselho Deliberativo da Associação, Jane

Maria Vidal.

Acompanhadas de dona Eva Sopher, as duas magis-

tradas conheceram de perto as obras do Multipalco, na ocasião

da assinatura do convênio. Também participaram da visita a

magistrada aposentada Glacy Cruz e o associado Victor

Faccioni, ex-deputado e conselheiro aposentado do Tribunal de

Contas do Estado.

O projeto Café Cultural, uma das novidades desta gestão, tem como proposta promover palestras seguidas de bate-papos com

pensadores de diversas áreas, com destaque para Comunicação, Filosofia, Artes, Sociologia e História. Os encontros bimestrais ocorrem na

ESM e na Sede Administrativa da AJURIS.

A primeira edição teve a jornalista mineira Dad Squarisi. A editora do Correio Brasiliense falou sobre as mudanças na leitura e

escrita após o surgimento da internet. A palestra aconteceu no final de abril, na Escola Superior da Magistratura.

Outras ações também estão em andamento. Uma parceria foi fechada com a Casa de Ideias, novo empreendimento coordenado

pelos professores Cláudio Moreno e Pedro Gonzaga, no Shopping Total, dedicado à difusão do pensamento e das artes.

O convênio firmado com o Studio Clio na gestão anterior, prevendo a divulgação dos cursos e shows promovidos pelo espaço de

arte e cultura, foi mantido. Pelo acordo, a AJURIS pode também utilizar aquela estrutura para sediar seus eventos e divulgá-los aos clientes

da casa. A parceria foi iniciada em maio de 2010. Desde então, quatro edições do Almoço Cultural foram realizadas no Studio Clio.

16 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

CAFÉ CULTURAL e outras iniciativas

Maurí

cio

Macedo

Page 17: jornal da ajuris jornal da ajuris

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A poesia e a música gaúchas foram exaltadas na

Tertúlia Nativista, realizada no fim de junho. O evento

organizado pelo Departamento de Cultura Gaúcha reuniu

cerca de cinquenta pessoas, entre magistrados e convi-

dados, no Rancho Crioulo da Sede Campestre da AJURIS.

A atividade cultural, inspirada nas peñas criollas,

teve o comando do cantor João de Almeida Neto. O con-

sagrado intérprete gaúcho atuou como mestre de ceri-

mônias, convidando os artistas presentes a cantar ou a

declamar. As peñas são tradicionais encontros musicais

realizados na Argentina e Uruguai que têm como carac-

terística principal a interatividade - os participantes vão se

revezando nas apresentações artísticas.

Além de João de Almeida Neto, que deu uma

“canja” com várias canções do repertório gauchesco, a

noite teve interpretações de Nelson Rassier, Reinaldo

Rammé e João Carlos Brum, magistrados que integram o

CD AJURIS Canta o Rio Grande – Volume 2, e das cantoras

Fátima Gimenes e Clari Marcon Costa (mãe do violonista

TERTÚLIA NATIVISTA relembra peñas criollas

Magistrados cantam o Rio Grande

O segundo volume do CD AJURIS Canta o Rio Grande registra a música do Pampa nas

vozes de magistrados. Organizado pelo Departamento de Cultura Gaúcha, com

produção de Chico Saratt e direção musical de Erlon Péricles, o novo álbum reúne 13

canções.

O lançamento ocorreu no dia 26 de abril, no tradicional happy hour realizado na Escola

Superior da Magistratura durante o curso de atualização de magistrados. O encontro

teve a presença de associados ligados à cena musical, além de declamadores, gaiteiros,

violonistas e outros instrumentistas.

“Foi uma verdadeira noite nativista, quando se apresentaram, além de intérpretes

magistrados, alguns dos maiores músicos do gênero”, comenta o diretor do

Departamento, Nelson Rassier. Nomes consagrados da música do Sul como Chico Saratt, Zulmar Benitez, Daniel Torres,

Leo Almeida, Arthur Bonilla, Renato Borghetti, Érlon Péricles, Matheus Alves, Guilherme Goulart e Jairo Lambari Fernandes

abrilhantaram a noite com seus shows.

Yamandú Costa). As declamações ficaram a cargo de

Dorval Bráulio Marques e do vice-presidente social da

AJURIS, José Antônio Azambuja Flores, acompanhados

pelo acordeonista João Alberto Motta.

Entre outros casais, o presidente da AJURIS, Pio

Giovani Dresch, e a juíza Jocelaine Teixeira prestigiaram a

reunião festiva. Do alto dos seus 98 anos, o desembar-

gador aposentado Garibaldi Almeida Wedy participou

com entusiasmo do encontro. “O evento teve o mesmo

sucesso de outros realizados anteriormente. Foi um dos

bons momentos da entidade no âmbito da cultura gaú-

cha”, definiu Nelson Rassier, diretor de Cultura Gaúcha.

O Departamento está organizando mais ativida-

des. Para este ano, estão programados o Curso de Culi-

nária Campeira, o Piquete da Semana Farroupilha (no

Acampamento Farroupilha montado no Parque Maurício

Sirotsky Sobrinho), a segunda edição da Tertúlia Nativista,

palestras sobre a História do Rio Grande do Sul e da

Revolução Farroupilha e a Cavalgada para Magistrados e

Magistradas, em comemoração ao Dia da Justiça.

Dorval Bráulio Marques foi um dos declamadores da noite

Público assiste à interpretação gauchesca de Nelson Rassier

17 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

Departamento de Eventos da AJURIS

Page 18: jornal da ajuris jornal da ajuris

Social

Duas grandes festas realizadas no primeiro

semestre deste ano coloriram a Sede Campestre da

AJURIS. A primeira delas foi a comemoração do Dia das

Mães, que reuniu cerca de 130 pessoas, que, indepen-

dente da idade, participaram das atividades recreativas.

A outra foi a da Páscoa, com cerca de 50 crianças

e muitas atrações. Entre elas, o show de mágicas com a

palhaça Polenta. Estavam, também, à disposição das

crianças brinquedos infláveis, piquenique, caça ao ninho

e um espaço para usar a criatividade com desenhos. O

momento mais esperado, claro, foi a chegada do coelho,

acompanhado do mascote da AJURIS, o Ajuizadinho, que

distribuiu cestas de doces aos convidados.

Todos foram convidados a doar caixas de

bombons. Os chocolates arrecadados foram entregues,

posterior-mente, pela diretora do Departamento Social,

Dulce Oppitz, e pelo mascote Ajuizadinho para as

crianças da Casa de Apoio do Instituto do Câncer Infantil e

do Lar Santo Antônio dos Excepcionais.

Eneida Barbosa recebe homenagem aos 80 anos

Magistrados e pensionistas prestaram homenagens à diretora do

Departamento de Pensionistas da AJURIS, Eneida Barbosa, que completou 80

anos no dia 10 de maio. A data foi celebrada em uma festa oferecida pela

aniversariante no Salão de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.

Dona Eneida recebeu os convidados acompanhada do filho, Mário

Aluisio Barbosa, da nora, Maríndia Duarte, e do neto Bernardo Souza Barbosa. Na

ocasião, foi presenteada com uma joia comprada, em conjunto, pelos amigos.

Eneida Barbosa tem mais de duas décadas de serviços prestados à AJURIS, em

especial, na defesa dos direitos das pensionistas do Estado e de todo o Brasil.

Associados festejam datascomemorativas na Sede Campestre

Mães receberam mimos como lembrança

As duas comemorações foram organizadas pelo

Departamento Social da AJURIS, sob a coordenação da

subdiretora Madgeli Frantz Machado.

Palhaça Polenta divertiu as crianças na festa de Páscoa

Fotos: Departamento de Eventos da AJURIS

Chocolates arrecadados foram doados a entidades assistenciais

Dona Eneida, ao lado do presidente Pio Dresch e da juíza Jocelaine Teixeira

18 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

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Page 19: jornal da ajuris jornal da ajuris

Futebol da AJURIS traz bons resultados de Santa Catarina

A AJURIS fez boa campanha no Campeonato

Regional de Futebol da AMB, realizado de 20 a 22 de

abril, em Florianópolis. No certame, as categorias

Sênior, Super Sênior e Master sagraram-se campeãs.

Já os atletas da categoria Livre conquistaram o se-

gundo lugar na competição. Todas as equipes garan-

tiram vaga para o Campeonato Nacional, que será rea-

lizado no segundo semestre.

Além dos atletas da AJURIS, disputaram o

campeonato times da AMAPAR (Associação dos Ma-

gistrados do Paraná) e da AMC (Associação dos Ma-

gistrados Catarinenses).

Segundo o Departamento de Esportes, a edi-

ção 2013 dos Jogos Nacionais da Magistratura (Olim-

píada) está prevista para o período de 17 a 21 de abril,

em São Paulo (SP). As datas poderão sofrer alteração.

O Jantar de Confraternização do Departamento de

Aposentados da AJURIS foi marcado pela elegância e descontração.

Quatro magistrados receberam o Alfinete do Jubilado no encontro

realizado nos salões de Eventos e Amarelo do Plaza São Rafael, no mês de

abril, em Porto Alegre. Os homenageados foram os desembargadores

Luiz Ari Azambuja Ramos e Ricardo Raupp Ruschel; e os juízes de Direito

João Batista Costa Saraiva e João Carlos Bona Garcia.

Distinções no Jantar dos Aposentados

Magistrados homenageiam recém-aposentados durante jantar

19 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012

A equipe Super Sênior, uma das campeãs. Da esq. para a dir.: (em pé) Tasso Caubi Soares Delabary, Ney Alberto da Motta Vieira, Marcelo Bandeira Pereira, Alex Gonzales Custódio e Saulo Brum Leal. Dinarte Alves da Silva, Hélio Lemos de Souza, Domingos dos Santos Bitencourt e Sylvio Antônio de Oliveira Correa (agachados)

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Page 20: jornal da ajuris jornal da ajuris

presencial

Curso de preparação à

Magistratura

Rua Celeste Gobbato, 229, Praia de Belas, Porto Alegre/RS

www.escoladaajuris.com.br | (51) 3284.9000

MÓDULOS H/ADIAS DASEMANA PERÍODO

À VISTA

Língua Portuguesa

Direito Penal

Direito do Consumidor

Direito Comercial

Direito Processual Civil

Prática Civil

Direito Público II

Prática Penal

45

160

30

75

140

50

90

50

Sábado

4ª e 6ª

3ª e 5ª

2ª, 4ª e sáb.

2ª, 4ª e sáb.

5ª e sábado

1/9 a 1/12

8/8 a 12/12

4/9 a 9/10

16/10 a 20/12

6/8 a 24/10

16/10 a 18/12

22/10 a 12/12

25/10 a 20/12

R$ 570,00

R$ 2.035,00

R$ 380,00

R$ 955,00

R$ 1.780,00

R$ 635,00

R$ 1.145,00

R$ 635,00

Direito Civil 160 2ª e 5ª 6/8 a 17/12 R$ 2.035,00

Direito Processual Penal 120 3ª, 5ª e sáb. 7/8 a 18/10 R$ 1.525,00

JEC I - Teoria e Prática 50 3ª e sábado 7/8 a 28/8 R$ 635,00

Direito Público I 80 6ª 10/8 a 14/12 R$ 1.020,00

Estudos Complementares 48 EAD 12/11a 2/12 R$ 482,00

INVESTIMENTO

PARCELADO

Matrícula de R$ 300,00 + 1x R$ 300,00 – Total (R$ 600,00)

Matrícula de R$ 535,00 + 3x R$ 535,00 – Total (R$ 2.140,00)

Matrícula de R$ 200 + 1x R$ 200,00 – Total (R$ 400,00)

Matrícula de R$ 330,00 + 2x R$ 330,00 – Total (R$ 990,00)

Matrícula de R$ 465,00 + 3x R$ 465,00 – Total (R$ 1.860,00)

Matrícula de R$ 330,00 + 1x R$ 330,00 – Total (R$ 660,00)

Matrícula de R$ 399,00 + 2x R$ 399,00 – Total (R$ 1.197,00)

Matrícula de R$ 330,00 + 1x R$ 330,00 – Total (R$ 660,00)

Matrícula de R$ 535,00 + 3x R$ 535,00 – Total (R$ 2.140,00)

Matrícula de R$ 399,00 + 3x R$ 399,00 – Total (R$ 1.596,00)

Matrícula de R$ 330,00 + 1x R$ 330,00 – Total (R$ 660,00)

Matrícula de R$ 355,00 + 2x R$ 355,00 – Total (R$ 1.065,00)

Matrícula de R$ 255,00 + 1x R$ 255,00 – Total (R$ 510,00)

MATRÍCULAS ABERTAS Início das aulas: 6 de agosto

Prepare-se para grandes desafios

FAÇA A ESCOLA DA AJURIS

No Curso de Preparação à Magistratura a avaliação do seu conhecimento é contínua. Aqui você fará provas que testam seus conhecimentos emcada uma das matérias que compõem os módulos do curso.

.

Page 21: jornal da ajuris jornal da ajuris

No último mês julho, o Poder Judiciário

do Rio Grande do Sul divulgou dois editais para

seleção de novos Juízes de Direito, Analistas e

Técnicos Judiciários. A seleção para o cargo de

Juiz de Direito recebe inscrições preliminares até

o dia 6 de setembro e a realização das provas

objetivas está prevista para 14 de outubro. Para

os cargos de Analistas e Técnicos Judiciários as

inscrições são até o dia 6 agosto as provas estão

previstas para os dias 15 e 16 de setembro,

respectivamente.

JUIZ DE DIREITO

A Escola Superior da Ma-

gistratura (ESM), buscando prepa-

rar os candidatos para o certame,

além do tradicional Curso de Pre-

paração a Magistratura, nas moda-

lidades presencial e a distância, dividi-

do em dois blocos de disciplinas,

visando o Concurso para Juiz de Di-

reito, lançou a 2ª Edição do Curso

Intensivo de Preparação para o Con-

curso, na modalidade a distância. No

ensino a distância, o aluno pode

realizar o curso assistindo no dia, ho-

rário e quantas vezes quiser aos víde-

os gravados a partir das aulas do cur-

so presencial, em sua íntegra, no pra-

zo máximo estabelecido por cada

bloco. O Curso foi elaborado com base

na divisão de disciplinas em blocos para

as questões da prova seletiva da justiça

estadual, conforme anexo IV da Resolução

nº 75 do CNJ e as aulas tem enfoque na reso-

lução de questões objetivas.

TÉCNICO JUDICIÁRIO E ANALISTA JUDICIÁRIO –

ÁREA JUDICIÁRIA

2º SEMESTRE

CURSO DE PREPARAÇÃO PARA O CONCURSO DE

JUIZ LEIGO E CONCILIADOR

No mesmo sentido, buscando a preparação dos

candidatos para as vagas desses certames, a ESM está

realizando os Cursos Intensivos de Preparação aos Con-

cursos de Técnico Judiciário e Analista Judiciário - Área

Judiciária, nas modalidades presencial e a distância. Os

cursos são ministrados de acordo com o edital de con-

curso n° 11/2012 - DRH - SELAP - RECSEL do TJRS.

Está previsto para o 2º semestre deste ano, o

Concurso para seleção de Juízes Leigos e Conciliadores

do Tribunal de Justiça do RS. A ESM irá promover, nas mo-

dalidades presencial e a distância, o curso de preparação

para esse concurso.

Mais informações sobre este e os outros cursos,

estão a disposição no site www.escoladaajuris.com.br

ou pelo telefone (51) 3284.9000.

NOTÍCIAS DA ESMNOTÍCIAS DA ESMEscola Superior da Magistratura

ESM prepara candidatospara os concursos do Tribunal de Justiça do RS

Ano XVI Nº 276 | fevereiro a julho de 2012

Page 22: jornal da ajuris jornal da ajuris

EDITORIAL

Colegas:

A Escola Superior da Magistratura vem se modernizando. E essa mo-

dernização está diretamente ligada às mudanças que estão ocorrendo na

sociedade e no Poder Judiciário.

Temos um Centro de Pesquisas onde, a cada dia, seus núcleos contri-

buem concretamente para a melhoria do cenário legal e jurídico do país.

Foram apresentadas sugestões para os anteprojetos de reforma do Códi-

go de Processo Civil, do novo Código Penal, este com uma das quatro

audiências públicas do país realizada nas dependências da Escola, e do

novo Código Comercial. Também, o núcleo de Direito do Consumidor se

prepara para contribuir com a reforma desse diploma legal.

No plano estrutural, com a definição do prédio em nome do Tribunal

de Justiça, já foi solicitada ao Presidente do Tribunal a realização de obras,

de maneira a que possa atender com qualidade os alunos e usuários do

Posto do Juizado Especial Cível, assim como os servidores e magistrados

do Poder Judiciário gaúcho, que diuturnamente se utilizam das nossas

instalações, seja para pesquisa, seja para cursos de formação, capacitação

e atualização.

O poder público necessita urgente de melhor qualidade na pres-

tação de seus serviços. Por isso, estamos sendo procurados e estimulan-

do contatos com os demais poderes e instituições públicas, ofertando

nossa experiência e potencial de ensino. Assinamos convênio com a Se-

cretaria de Justiça, para iniciar estudos de aplicação das Penas e Medidas

sócio-educativas aos adolescentes. Qualificar o serviço público é con-

tribuição concreta à sociedade.

No plano acadêmico, foram firmadas parcerias com universidades

locais como a UNIRITER, e de fora do país como a de Alicante, na Espanha,

e Universidade de Lisboa, em Portugal, visando propiciar aos magistrados

opções de cursos em pós graduação. Sem contar os cursos já em

andamento, em convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do

Sul, juntamente com a Faculdade de Direito e Economia de Chambéry,

Universidade de Savoie, na França, todo ele ministrado no idioma francês.

Além disso, também em andamento o curso de Especialização em

Responsabilidade Civil, em parceria com a UNISINOS. Também em Direito

Ambiental e na área do Direito do Consumidor, ambos com a UFRGS. Com

a Fundação Getúlio Vargas, na área do direito bancário.

Junto ao Tribunal de Justiça, por meio do Conselho de Adminis-

tração, a oferta de cursos em administração judiciária, nas áreas de orça-

mento e finanças e planejamento estratégico, ministrados pela Escola

Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – ENFAM, de

maneira a dar capacidade ao nosso juiz na função de autogoverno do

Poder Judiciário, alicerce da independência da magistratura.

Por fim, no início do ano foi contratada empresa de reestruturação

administrativa, em fase final dos trabalhos, com o fito de racionalizar e

melhorar ainda mais os nossos serviços, refletindo nos resultados em

geral.

E tudo isso é feito pela dedicação e participação de vários colegas.

A escola é o nosso local de crescimento e uma forma rica de contri-

buição à sociedade, centralizando e coordenando o potencial intelectual

da nossa magistratura. Seus núcleos e cursos estão abertos, à espera dos

colegas e do prazer da convivência.

Abraços

Alberto Delgado Neto Ronaldo Barão

Diretor da ESM. Vice-Diretor da ESM.

Cursos de Atualização para Magistrados

No primeiro semestre deste ano, a Escola da AJURIS

realizou, em parceria com a Corregedoria-Geral de Justiça do

Estado, três Cursos de Atualização para Magistrados, com os

seguintes temas: Direito Penal e Processo Penal (abril); Juizado da

Infância e Juventude (maio) e Administração Judiciária (junho).

Os cursos contaram com a participação expressiva de

magistrados e a Escola está buscando montar a programação dos

encontros com base nos temas que os próprios magistrados indi-

cam, em consulta realizada pela direção antes de cada curso, vi-

sando assim, atender ao máximo as expectativas dos participan-

tes. Além do destaque dado para questões doutrinárias, os cursos

também estão focados na jurisdição, buscando atender deman-

das do dia-a-dia do juiz.

Confira o calendário e os temas das próximas edições:

23 e 24 de agosto – Processo Civil;

27 e 28 de setembro – Direito Civil;

25 e 26 de outubro – Direito Público;

29 e 30 de novembro – Juizados Especiais.

Escola promove sobre Juros -

Aspectos Econômicos e Jurídicos

Em virtude do grande volume de feitos judiciais

envolvendo juros e temas afins, como por exemplo, planos eco-

nômicos, revisionais de empréstimos e cheque especial, a Escola

Superior da Magistratura em parceria com a FGV - Fundação

Getúlio Vargas está promovendo o curso "Juros - Aspectos Eco-

nômicos e Jurídicos". O curso possui carga horária de 20 horas-

aula e será ministrado no miniauditório da ESM, nas sextas-feiras,

dias 03, 17 e 31 de agosto de 2012, das 9h às 17h.

Expediente

Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul

Presidente: Pio Giovani Dresch

Vice-presidente Administrativo: Eugênio Couto Terra

Vice-presidente de Patrimônio e Finanças: André Luís de Moraes Pinto

Vice-presidente Cultural: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch Rodrigues

Vice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores

Diretor da Escola da AJURIS: Alberto Delgado Neto

Vice-diretor da Escola da AJURIS: Ronaldo Barão Castro Silva

Jornal da AJURIS

Diretora de Comunicação: Rute dos Santos Rossato

Subdiretora de Comunicação: Elisabete Maria Kirschke

Conselho de Comunicação: Túlio de Oliveira Martins, João Armando Bezerra

Campos, Leoberto Narciso Brancher, Maria Cláudia Mercio Cachapuz,

Carlos Alberto Ectheverry

Jornalista-chefe: Ivana Ritter

Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Alexandre Volkweis e Maurício Macedo

Edição: 2ml Comunicação Total

Editoração eletrônica: Maurício Machado Teixeira

Tiragem: 2.000 exemplares

Endereço: Rua Celeste Gobbato, nº 229

Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160

Telefone: (51) 3284.9000 Fax: (51)3224.7254

E-mail: [email protected]

Site: www.escoladaajuris.org.br

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2 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012ENCARTE DA ESM -

Page 23: jornal da ajuris jornal da ajuris

A Escola Superior da Magis-

tratura (ESM) realizou, no mês de

junho, a quinta edição do Concurso

Simulado. A prova contou com 172

inscritos e com um baixo índice de

abstenção de 12,2%.

Antes do início da prova, a

expectativa dos participantes era in-

tensa. A candidata Milena Leal Por-

chetto, 29 anos, de Porto Alegre,

aguardava ansiosa o começo do Con-

curso, destacando que sua intenção

era testar seus conhecimentos e con-

correr a uma das bolsas concedidas

pela ESM. “Ouvi falar muito bem da

Escola! Desejo realizar o concurso

para a magistratura gaúcha e me es-

pecializar em todas as áreas possí-

veis”, disse Milena.

Os dez primeiros colocados foram

premiados com bolsas de estudos in-

tegrais, para módulos, a livre escolha.

Com o objetivo de conhecer a realidade do Presídio Cen-

tral de Porto Alegre, uma turma de alunos da Escola Superior da

Magistratura (ESM) realizou, no mês de julho, uma visita na casa

prisional.

O grupo foi acompanhado pelo juiz da 11ª Vara Criminal

do Foro Central e professor da ESM, José Luiz John dos Santos, e

recebidos pelo tenente Maurício do Santos, da Brigada Militar

(BM). O tenente apresentou aos alunos a história e dados do

presídio e após a sua explanação, o grupo pode conhecer algumas

galerias e o pátio onde vivem os apenados. Assim, puderam ver de

perto a realidade do sistema prisional.

O grupo saiu de lá considerando a visita indispensável

para os profissionais que lidam com o Direito.

Concurso Simulado: quinta edição foi mais um sucesso na ESM

Alunos visitam Presídio Central de Porto Alegre

O evento foi realizado no auditório da ESM e contou com

a palestra da magistrada Joseline Mirele Pinson de Vargas, ex-

aluna da Escola e classificada em primeiro lugar no último con-

curso para Juiz Substituto do Tribunal de Justiça do RS.

Estiveram presentes também o diretor da instituição,

Alberto Delgado Neto e o vice-diretor, Ronaldo Barão, o presi-

dente do TJRS, Marcelo Bandeira Pereira e o vice-presidente

Administrativo da AJURIS, Eugênio Couto Terra, além dos

familiares dos formandos. Após receberem os certificados, os pre-

sentes confraternizaram em um coquetel oferecido pela Escola.

Foi realizada na Escola Superior da Magistratura (ESM),

no mês de julho, a solenidade de formatura dos alunos que con-

cluíram, no segundo semestre de 2011, o Curso de Preparação à

Magistratura (CPM), nas modalidades presencial e a distância.

Escola realiza formatura para alunos que concluíram o CPM em 2011/2

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Page 24: jornal da ajuris jornal da ajuris

A Escola da AJURIS recebeu um grande número

de pessoas para debater a reforma do Código Penal

brasileiro no mês de maio. Organizado pela Comissão de

Juristas criada pelo Senado para elaborar o anteprojeto

do Novo Código Penal, a audiência pública abriu espaço

para a manifestação da sociedade a respeito do tema.

A mesa de trabalho foi composta pelo diretor da

Escola, Alberto Delgado Neto, o vice-diretor da ESM,

Ronaldo Barão, o presidente do Tribunal de Justiça do RS,

Marcelo Bandeira Pereira, o presidente da AJURIS, Pio

Giovani Dresch, o deputado estadual Miki Breier, o secre-

tário estadual de Segurança Pública do RS, Airton

Michels, o presidente da Comissão de Juristas, ministro

do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, o

relator-geral da Comissão, Luiz Gonçalves e repre-

sentado a OAB/RS, o advogado Alexandre Wunderlich.

A AJURIS e a ESM sintetizaram uma série de pro-

postas elaboradas por magistrados e professores que

foram apresentadas pelo desembargador aposentado

José Antônio Paganella Boschi, ex-diretor da

Entidades como a Escola Superior da Advocacia

da OAB/RS, Ministério Público do RS, Conselho Nacional

dos Procuradores Gerais, Conselho Federal dos Defen-

sores Públicos Federais, Defensoria Pública do RS, Nú-

ESM.

Convênios

ESCOLA E UNIRITTERA Escola Superior da Magistratura (ESM) e o Centro Uni-

versitário Ritter dos Reis – UniRitter, assinaram um convênio que

objetiva desenvolver projetos, estudos e serviços técnicos de

forma integrada, permitindo, que cada instituição associada pos-

sa trabalhar em regime de cooperação com cada grupo ou indiví-

duo, que possua interesses afins no estabelecimento de progra-

mas de cooperação entre as instituições. O convênio foi assinado

pelo diretor da ESM, Alberto Delgado Neto e pelo reitor da

UniRitter, Flávio R. D’Almeida Reis.

ESCOLA E SECRETARIA DE JUSTIÇA DO RSFoi assinado, entre a Escola Su-

perior da Magistratura e a Secretaria da

Justiça e Direitos Humanos do Estado,

um convênio prevendo o desenvolvi-

mento de projetos socioeducativos para

adolescentes na Fundação de Atendi-

mento Socioeducativo, em semiliberda-

de, em liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade,

além de propor políticas públicas para jovens infratores. Partici-

param da assinatura do termo o diretor da ESM, Alberto Delgado

Neto, o vice-diretor, Ronaldo Barão, o professor da Escola, João

Batista Costa Saraiva, o secretário de Justiça e Direitos Humanos,

Fabiano Pereira, a diretora do Departamento de Justiça, Rúbia Abs,

e o diretor administrativo da Secretaria, Aldo Perez.

Plano de Gestão para Resíduos Sólidos do municípios gaúchos foi discutido na ESM

Dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, nenhum

elaborou seu Plano de Gestão para os Resíduos Sólidos,

conforme determina a Lei 12.305/2010. No país, apenas 10%

dos 5.565 municípios cumpriram a lei e o prazo para fazê-lo

terminará em agosto. Estes e outros pontos referentes a

“Gestão de Resíduos Sólidos”, foram debatidos no seminário

promovido pela Escola Superior da Magistratura em parceria

com o ILADES – Instituto Latino de Desenvolvimento Econô-

mico e Sustentável, no mês de abril.

O seminário recebeu um grande público e os painéis

foram apresentados pelos seguintes especialistas: Marcino

Fernandes Rodrigues, presidente do ILADES; Marta Leiria Leal

Pacheco, procuradora e coordenadora do Centro de Apoio

Operacional de Defesa do Meio Ambiente do Ministério

Público Estadual; Andrea Malmann Couto, arquiteta e auditora

externa do TCE; Mariovani Weis, prefeito de São Borja; Carlos

Fernando Niedersberg, presidente da Fundação Estadual de

Proteção Ambiental; Patrícia Antunes Laydner, magistrada,

Mestre em Direito Ambiental e coordenadora do ECOJUS –

TJRS; Vera Lúcia Fritsch Feijó, magistrada e coordenadora do

Núcleo de Estudos de Direito Ambiental da ESM; Marcelo

Piccoli, especialista em Direito Econômico e Empresarial e ex-

secretário do Meio Ambiente da cidade de Farroupilha.

cleo de Justiça Restaurativa da ESM, Procuradoria Geral

de Justiça, Polícia Civil e Brigada Militar, Sindicato dos Ad-

vogados, Advocacia Geral da União, Movimento de De-

fesa da Vida, Escola da Magistratura Federal, Instituto

Jacques Maritain RS, ONG Brasil Sem Grades, Pastoral da

Criança, Pastoral da Saúde, Movimento Crueldade Nunca

Mais, profesores da ESM, desembargadores do TJRS, a 1ª

Dama de Porto Alegre, também apresentaram propostas

na quarta e última audiência realizada em solo gaúcho. As

outras três ocorreram no Tribunal Superior do Trabalho

(TST), em Brasília, e nos Tribunais de Justiça do Rio de

Janeiro (TJRJ) e de São Paulo (TJSP).

AJURIS e ESM apresentam propostas para o novo Código Penal

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