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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JORNAL DA ALERJ Ano IX N° 224 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011 l NESTE NÚMERO Alerj se mobiliza em favor das cidades atingidas pelas chuvas na Serra PÁGINAS 4 e 5 Comissões Permanentes escolhem seus presidentes PÁGINA 9 Novo presidente da Alerj, deputado Paulo Melo fala sobre seu novo papel na Casa PÁGINA 12 T ransparência e mais rigor nas ações administrativas. Estas são as metas da Mesa Diretora eleita no início da 10ª Legislatura. Liderados pelo presidente Paulo Melo – que, pela primeira vez em seis mandatos assume uma cadeira no colegiado responsável pela condução da Casa – os parlamentares anunciaram que, a partir de agora, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro estará cada vez mais próxima da população fluminense. O fortalecimento das comissões permanen- tes e dos meios de comunicação da Casa estão entre as metas do Plano de Gestão anunciado logo após a posse dos 70 deputados, realizada no Plenário Barbosa Lima Sobrinho com a presença do governador Sérgio Cabral Filho, prefeitos, membros do Judiciário e familiares dos parla- mentares. Mudanças no site da Casa, a criação de uma rádio do Legislativo, a transmissão da TV Alerj em canal aberto e a reforma do Palácio 23 de Julho também estão entre os planos da nova administração. Além dos novos integrantes da Mesa Dire- tora, que conta ainda com o deputado Wagner Montes (PDT) como primeiro secretário, também foram anunciados os novos líderes partidários, es- tes escolhidos entre os integrantes das diversas bancadas que compõem o Parlamento, e o novo líder do Governo. Para a tarefa de interlocutor do Executivo junto ao Legislativo foi escolhido o deputado André Corrêa (PPS), que contará com os deputados Chiquinho da Mangueira e Pedro Fernandes, ambos do PMDB, como vices. PÁGINAS 6, 7 e 8 Plano de Gestão da nova Mesa Diretora idealiza uma Assembleia Legislativa ainda mais transparente, ágil e próxima da população Fellippo Brando Novas metas, novos rumos

Jornal da Alerj 224

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Jornal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

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Page 1: Jornal da Alerj 224

A S S E M B L E I A L E G I S L A T I V A D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O

JORNAL DA ALERJAno IX N° 224 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011

lNESTE NÚMERO

Alerj se mobiliza em favor das cidades atingidas pelas chuvas na SerraPÁGINAS 4 e 5

Comissões Permanentes escolhem seus presidentesPÁGINA 9

Novo presidente da Alerj, deputado Paulo Melo fala sobre seu novo papel na CasaPÁGINA 12

Transparência e mais rigor nas ações administrativas. Estas são as metas da Mesa Diretora eleita no início da

10ª Legislatura. Liderados pelo presidente Paulo Melo – que, pela primeira vez em seis mandatos assume uma cadeira no colegiado responsável pela condução da Casa – os parlamentares anunciaram que, a partir de agora, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro estará cada vez mais próxima da população fluminense.

O fortalecimento das comissões permanen-tes e dos meios de comunicação da Casa estão entre as metas do Plano de Gestão anunciado logo após a posse dos 70 deputados, realizada no Plenário Barbosa Lima Sobrinho com a presença do governador Sérgio Cabral Filho, prefeitos, membros do Judiciário e familiares dos parla-

mentares. Mudanças no site da Casa, a criação de uma rádio do Legislativo, a transmissão da TV Alerj em canal aberto e a reforma do Palácio 23 de Julho também estão entre os planos da nova administração.

Além dos novos integrantes da Mesa Dire-tora, que conta ainda com o deputado Wagner Montes (PDT) como primeiro secretário, também foram anunciados os novos líderes partidários, es-tes escolhidos entre os integrantes das diversas bancadas que compõem o Parlamento, e o novo líder do Governo. Para a tarefa de interlocutor do Executivo junto ao Legislativo foi escolhido o deputado André Corrêa (PPS), que contará com os deputados Chiquinho da Mangueira e Pedro Fernandes, ambos do PMDB, como vices.

PÁGINAS 6, 7 e 8

Plano de Gestão da nova Mesa Diretora idealiza uma Assembleia Legislativa ainda mais transparente, ágil e próxima da população

Fellippo Brando

Novas metas, novos rumos

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011122

Minha briga com a operadora começou há quatro anos, quando assinei um contrato conta Oi. Comecei a estranhar porque a cada mês a fatura aumentava mais. A partir daí, passei a acompanhar com mais atenção a discriminação das contas. Per-cebi, então, que muitas das liga-ções que apareciam, na maioria das vezes para celular, eram de números desconhecidos. De iní-cio, liguei para a operadora para relatar o problema, explicando que a conta não estava certa, já que eu não havia feito aquelas chamadas. Não consegui solu-cionar o problema. Depois disso, decidi procurar outro meio para reivindicar meus direitos. Foi aí que descobri o Disque Defesa do Consumidor da Alerj. Entrei em contato com o serviço e fiz minha queixa contra a Oi. Para ajudar,

juntei toda a documentação dis-ponível para auxiliar o trabalho dos técnicos da Assembleia. Em poucos meses recebi uma carta informando que a empresa havia sido notificada. Pediram para que eu guardasse todas as contas para provar que aquelas ligações não haviam sido feitas de fato por mim. Embora o meu problema não tenha sido total-mente resolvido, e eu não tenha recebido nenhum ressarcimento da Oi, me sinto grato por encon-trar um serviço que valorizou meu direito e me poupou de mais dor de cabeça.

ALERJAssEmbLEiA LEgisLAtivA do EstAdo do Rio dE JAnEiRo

“Comprometo-me dignamente a representar de um modo particular o povo de Niterói, que ainda se recompõe de uma recente tragédia e que terá, no nosso mandato, uma voz firme na defesa dos compromissos, dos valores e dos ideais de Felipe Peixoto”Jânio Mendes (PDT), que assumiu o mandato após Felipe Peixoto, do mesmo partido, assumir a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca

“Agora você sabe do que é feito aquilo que você está comendo numa padaria, num bar ou numa lanchonete”Samuel Malafaia (PR), ao citar a lei 4.933/06, que obriga os estabelecimentos a prestarem informação nutricional sobre os produtos fabricados nos próprios estabelecimentos e vendidos sem embalagem própria

“Defender a dignidade desses trabalhadores significa defender a dignidade das pessoas e dos usuários que precisam de um sistema de saúde decente”Enfermeira Rejane (PCdoB), ao enumerar as prioridades do seu mandato

Rafael Wallace

Fellippo Brando

PresidentePaulo Melo

1ª Vice-presidenteEdson Albertassi

2º Vice-presidenteGilberto Palmares

3º Vice-presidentePaulo Ramos

4º Vice-presidenteRoberto Henriques

1º SecretárioWagner Montes

2º SecretárioGraça Matos

3º SecretárioGerson Bergher

4ª SecretárioJosé Luiz Nanci

1a SuplenteSamuel Malafaia

2o SuplenteBebeto

3º SuplenteAlexandre Corrêa

4º SuplenteGustavo Tutuca

JORNAL DA ALERJPublicação quinzenalda Diretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Jornalista responsávelLuisi Valadão (JP-30267/RJ)

Coordenação: Fernanda Galvão e Marcus Alencar

Reportagem: André Nunes, Fernanda Porto, Marcela Maciel, Melissa Ornellas, Raoni Alves e Vanessa Schumacker

Edição de Fotografia: Rafael Wallace

Edição de Arte: Daniel Tiriba

Estagiários: André Coelho, Andresa Martins, Diana Pires, Fellippo Brando, Maria Rita Manes, Paulo Baldi, Tereza Baptista, Thaís Mello, Thaisa Araújo

Telefones: (21) 2588-1404/1383 Fax: (21) 2588-1404Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 CEP-20010-090 – Rio de Janeiro/RJEmail: dcs@alerj.rj.gov.brwww.alerj.rj.gov.brwww.noticiasalerj.blogspot.comwww.twitter.com/alerjwww.alerj.posterous.com

Impressão: Gráfica da AlerjDiretor: Octávio BanhoMontagem: Bianca MarquesTiragem: 2 mil exemplares

siga a @alerj no

www.twitter.com/alerjalerj .com

Ouça sonoras dos deputados

. JORNAL DA ALERJReceba o

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em casa Veja nossos álbuns do Picasa

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FRASES CONSuLTA POPuLAR ExPEDIENTE

l Gostaria de saber se existe alguma proposta que torne obrigatória a distribuição das pulseirinhas de identificação de crianças nas praias.

l Sabemos o altíssimo numero de crianças que somem da vista de seus pais ou res-ponsáveis, vindo a correr riscos de morte e gerando desespero àqueles que deveriam estar zelando por sua segurança. Pensando nisso apresentei o projeto de lei 22/11, que cria

no estado o programa “Pul-seira Legal”. A pulseira trará a identificação da criança e do respectivo responsável, conten-do o nome completo de ambos, endereço e telefones de contato. Elas deverão ser fornecidas em postos da orla do estado, assim como em shoppings, áreas de lazer, parques e outros locais. A Secretaria de Estado de Se-gurança, em conjunto com as prefeituras, será a responsável pela implantação deste progra-ma, e o Executivo poderá firmar convênios com entidades públi-cas ou privadas para efetivar o referido programa..

Deputado Luiz Martins (PDT)

Jaqueline Barbosa Matias – Rio de Janeiro

Alô, Alerj: 0800 022 0008

ALÔ, ALERJ “Sou interessado nos direitos do consumidor”

Ramon Ricon, 62 anos, formado em Ciências Contábeis

Page 3: Jornal da Alerj 224

11Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011

O Fórum Permanente de De-senvolvimento Estratégico do Rio divulgou, no dia 8, o

calendário de atividades das Câmaras Setoriais, juntamente com as metas e ações previstas para o ano de 2011. Mobilidade e tecnologia, a reforma do piso salarial estadual, o impacto eco-nômico do desastre na região Serrana, implantação da cadeia produtiva de reciclagem e desenvolvimento regional a partir de eventos como a Copa do Mundo de 2016 são os principais as-suntos a serem debatidos pela entidade ao longo do ano.

Secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha destacou a importância de dar

continuidade aos projetos iniciados no ano anterior. “A ideia é realizar cinco painéis para discutir, por exemplo, os assuntos gerais do Caderno de Esportes com especialistas convidados, tendo o foco direcionado para o que pode ser feito a partir do que é apresentado nas reuniões. Na área da Educação, vamos terminar de desenvolver o portal da Rede de Formação Profissional Tecno-lógica Continuada”, declarou.

Durante a reunião também foram apresentados os resultados obtidos pelo Fórum em 2010. Ainda segundo Geiza, o Fórum, que é composto por 135 mem-bros e tem 29 entidades integrantes, realizou um total de 58 reuniões e nove eventos, no ano passado. Ela também ressaltou o aumento da visibilidade das ações do Fórum, que em 2010 produziu 35 programas “Rio em Foco”, teve 430 matérias publicadas na imprensa e 377 matérias publicadas no portal www.querodiscutiromeuestado.rj.gov.br .

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fóRuM

Secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha anunciou a realização de painéis sobre esporte

Tereza BapTisTa

Fellippo Brando

Fórum divulga calendário de ações. Desenvolvimento regional é um dos principais assuntos em pauta

Calendário é divulgadoAgronegócios16/02, 16/03, 13/04, 11/05, 08/06, 10/08, 14/09, 19/10, 09/11, 14/12

Comércio de Bens e Serviços02/03, 06/04, 04/05, 01/06, 03/08, 21/09, 19/10, 16/11, 07/12

Comércio Exterior03/03, 05/04, 03/05, 07/06, 02/08, 06/09, 04/10, 01/11, 06/12

Cultura, Esportes e Turismo24/02, 31/03, 28/04, 26/05, 30/06, 25/08, 29/09, 27/10, 24/11, 15/12

Desenvolvimento Industrial10/02, 17/03, 14/04, 12/05, 09/06, 11/08, 08/09, 13/10, 10/11, 08/12

Desenvolvimento Sustentável01/03, 07/04, 05/05, 02/06, 04/08, 01/09, 06/10, 03/11, 01/12

Infraestrutura e Energia14/03, 04/04, 02/05, 06/06, 01/08, 05/09, 03/10, 07/11, 05/12

Serviços Públicos17/02, 16/03, 13/04, 11/05, 08/06, 10/08, 14/09, 19/10, 09/11, 14/12

Tecnologia09/02, 17/03, 14/04, 12/05, 09/06, 11/08, 08/09, 13/10, 10/11, 08/12

Agenda 2011

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011124

REgiãO SERRANA

A publicação no Diário Oficial do requerimento que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as causas políticas dos desastres

na Região Serrana foi a última das iniciativas tomadas pela Alerj em busca da minimização da maior tragédia ambiental já ocorrida no país, com mais de 900 mortos. Desde o dia seguinte ao temporal, ocorrido na madrugada do dia 12 de janeiro, a Casa se organiza para atender à população dos sete municípios atingidos, que contabilizam milhares de vítimas. Imediatamente após as primeiras informações que davam conta da extensão dos estragos, o Parlamento abriu as portas do Palácio Tiradentes para o recebimento de donativos. De lá para cá, dois caminhões com água, alimentos e roupas foram enviados – o primeiro para Bom Jardim e o segundo, para Nova Friburgo.

Em seguida, foi instituída uma comissão de representação encarregada de percorrer as cidades de Areal, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro, Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, para ouvir seus representantes e mo-radores e acompanhar o que vinha sendo feito no atendimento às vítimas. O grupo, presidido pelo deputado Sabino (PSC), foi organizado levando em conta a origem dos parlamentares. De Nova Friburgo, a cidade mais devastada, foi convidado o deputado Rogério Cabral (PSB) e, de Teresópolis, Nilton Salomão (PT). Petrópolis, que também teve muitas vítimas

fatais, conta com dois representantes: o deputado Marcus Vinicius (PTB) e Bernardo Rossi (PMDB). Também compõe a comissão o deputado Flávio Bolsonaro (PP), que presidia a Comissão de Defesa Civil. Ao longo de janeiro, o grupo se dividiu para percorrer os municipios e registrar o que viram. Uma das conclusões tiradas foi de que havia necessidade de que o grupo mudasse de status, passando a Comissão Espe-cial. “Precisamos institucionalizar o trabalho que vem sendo feito, adotando uma posição mais ativa diante do desastre e fortalecendo a participação da Alerj nas discussões sobre medidas preventivas e permanentes”, argumenta Sabino.

Tão logo a comissão especial seja aprovada – já tramita na Casa proposta de sua criação – o grupo voltará às cidades e buscará tornar a Alerj palco de um fórum de discussões sobre o tema, com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Coppe-UFRJ e das universidades públicas. “Pas-sadas as ações mais emergenciais, precisamos transformar esta tragédia em um laboratório de crise, para que isso não se repita; para que, na eminência de novas grandes chuvas, que podem vir a ser frequentes, vidas não se percam, a exemplo do bem sucedido procedimento na Austrália. É preciso que estas cidades tenham um plano de contingência”, defende Sabino. Marcus Vinícius faz coro: “qualquer lugar em que chovesse o que choveu na Serra teria problemas, mas o estado do Rio não tem um plano de emergência. Ficamos sabendo com nenhuma ou pouca antecedência. Aí dependemos do padre de Bom Jardim, do prefeito de Areal...”, ilustrou, citando os dois casos em que os moradores foram salvos porque foram avisados da enxurrada com antecedência.

A comissão deverá desenvolver seu trabalho paralela-mente à CPI, que, segundo seu idealizador, deputado Luiz

Fernanda porTo, Marcela Maciel e paulo Baldi

Criação de Comissão Especial e de CPI somam-se a iniciativas pessoas para minimizar e investigar causas de desastre na Serra

Trabalho e união

Fellippo Brando

Caminhão sai da sede do Legislativo, rumo ao município de Bom Jardim: mobilização para ajudar vítimas da tragédia

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11Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011 5

Trabalho e união

Animais domésticos também foram vítimas

Além dos mais de 900 mortos e dos quase 30 mil desalojados em toda Região Serrana, a maior catástrofe ambiental da história do País também atingiu outras ví-timas: os animais. Imediatamente, a Alerj foi acionada, através da Comissão Especial de Proteção aos Animais, presidida pelo deputado André Lazaroni (PMDB). A comis-são tratou com vacinas e medicamentos todos os bichanos resgatados e encontrados pelas equipes de salvamento. No bairro de Melbon, em Teresópolis, foi montado um abrigo onde todos os bichos resgatados recebiam assistência e medicamentos. Em Itaipava, distrito de Petrópolis, o tratamento dos animais foi feito num Ciep, com apoio de agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e de ONGs de proteção aos animais.

Lazaroni destacou a preocupação da Casa com os animais e afirmou que é um risco deixá-los soltos e sem os devidos medicamentos. “A comissão, além de auxiliar no resgate de cães e gatos, ajudou a montar uma infraes-trutura mínima para abrigá-los. Contamos também com o apoio de Ongs locais que nos ajudaram na remoção e transferência para abrigos”, disse o deputado, ressaltando

que os bichos que não forem recolhidos pelos donos nos abrigos serão encaminhados para adoção.

Quinze dias após a catástrofe, a Comissão Especial voltou à Região Serrana do Rio, onde ficavam localizados os abrigos para esses animais. Nesta segunda visita, a Alerj foi acompanhada por técnicos da Secretaria de Estado do Ambiente, para conhecer o ginásio esportivo da Prefeitura de São José do Vale do Rio Preto, na qual cerca de 70 animais – a maioria cães – estavam em fase de tratamento para serem, posteriormente, adotados.

Marcela M

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O deputado Bebeto do Tetra mostra donativos arrecadados em jogo beneficente. Abaixo, Bernardo Rossi, Sabino, Marcus Vinicius e Rogério Cabral, durante vistoria na Serra

Um dos abrigos visitados pela Comissão da Alerj: cuidados com os animais vítimas das enxurradas na Serra

Paulo (PSDB), será uma investigação que apontará falhas e omissões, mas que também terá um caráter preventivo. “Não se pode mais acreditar que estes eventos não se tor-narão mais frequentes ou intensos. Além de apontar erros na administração pública que permitiram uma tragédia desta extensão, vamos apontar caminhos que podem evitar novas catástrofes”, antecipa o parlamentar, afirmando que o grupo se debruçará sobre dados técnicos e estudos geológicos e meteorológicos da Região Serrana para fundamentar as suas discussões e investigações.

Evento esportivo para arrecadar donativosAlém das iniciativas institucionais, podem ser con-

tabilizadas ações individuais de parlamentares que se mobilizaram para atender as muitas demandas da Região Serrana. O deputado Bebeto do Tetra (PDT), por exemplo, fez uso de sua notoriedade e talento no futebol ao organizar um jogo beneficente em Petrópolis. Realizada no Estádio Atílio Marotti, na sede do Serrano Futebol Clube, a partida reuniu ex-profissionais como Ricardo Rocha e Zinho. Junto a Bebeto, eles integravam o time “Amigos do Tetra”, que ainda contou com Donizete, Djalminha, Adílio, Andrade e Alexandre Torres, além do ex-velocista Robson Caetano. Eles enfrentaram, e venceram por 6 x 1, o time “Amigos do Movimento Esportivo de Petrópolis (MEP)”. “Resta a nós fazermos nossa parte”, afirmou o parlamentar, que chegou à Serra com um caminhão repleto de doações.

Como ingressos, foram solicitados “kits de ajuda”, que eram subdivididos em quatro grupos: kit bebê, com fralda descartável tamanhos M ou G, leite em pó, mamadeira e sabonete infantil; kit cesta, com macarrão instantâneo, biscoito maisena ou maria, biscoito salgado, leite em pó e achocolatado; kit higiene, com xampu, escova de dentes, creme dental, sabonete e absorvente; e kit limpeza, com cloro, sabão em pó, desinfetante, detergente e esponja. No total, foram recolhidos cerca de 1.300 kits.

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011126

cApAcApA

A Assembleia Legislativa do Rio já está de cara nova. Os parlamentares inte-grantes da 10ª Legislatura tomaram posse no dia 01 de fevereiro, e a nova Mesa Diretora, que tem o deputado

Paulo Melo (PMDB) na função de presidente da Casa, foi eleita no dia seguinte. A solenidade de posse dos deputa-dos, que contou com a presença de prefeitos, membros do Judiciário e familiares dos novos membros do Legislativo, foi marcada pelo discurso do governador Sérgio Cabral Filho. Empossado no mesmo plenário em janeiro, o governador ressaltou a participação do Parlamento nas conquistas do seu governo, e garantiu que o Executivo manterá com a Casa “a relação de franqueza que permitiu ao Estado chegar a um patamar nunca antes atingido de excelência econômica, alto índice de investimento e de emprego”. A sessão foi presidida pelo deputado Átila Nunes (PSL), que, iniciando seu 11º mandato, é o parlamentar há mais tempo no Legislativo.

Nunes lembrou a pouca idade que tinha, ao assumir seu primeiro mandato, no início dos anos 70, e aconselhou os jovens deputados eleitos para esta legislatura a valorizar a experiência dos colegas mais velhos. Ele também chamou a atenção dos 31 deputaods que não estavam na Casa nos últimos quator anos para “os novos rumos” do Parlamento nas gestões de Cabral, que foi presidente da Alerj entre os anos de 1994 e 2002, e de Picciani, à frente da presidência nos últimos oito anos. Ele deu como exemplo medidas pio-neiras como o fim do jeton (gratificação por horas extras), do nepotismo e a redução do recesso parlamentar.

A solenidade seguiu com a pronúncia, por parte dos de-putados, do compromisso solene de desempenhar fielmente o mandato a eles confiados, e das assinaturas do termo de posse dos membros da nova legislatura, que já demonstra ter uma cara diferente. A começar pela quantidade de mulhe-res – a bancada feminina pulou de oito para 13 deputadas. Regiões como a Baixada Fluminense também ganharam em representatividade, aumentando de dez parlamentares para 14. As regiões Serrana, dos Lagos, Norte e Sul fluminense sofreram baixas: a primeira perdeu uma cadeira, passando a ter dois representantes, e a segunda passou de cinco para quatro deputados. O Norte do estado caiu de cinco para três representantes, enquanto que o Sul foi o que mais perdeu cadeiras, passando de sete deputaos para quatro. Entre os

31 novos deputados, 12 eram vereadores em exercício de mandato, sendo quatro da capital, dois de São Gonçalo, dois de Nova Iguaçu, um de Petrópolis, um de Belford Roxo, um de Niterói e um de Duque de Caxias.

No dia seguinte à posse, por 66 votos a favor, um contra, duas abstenções e uma ausência, o deputado Paulo Melo, que assumiu seu sexto mandato, foi conduzido à cadeira de presidente da Assembleia Legislativa. Junto com o de-putado, eleito pela chapa única “O Parlamento de Todos”, também foram escolhidos os parlamentares que farão parte da Mesa Diretora que regerá os trabalhos da Casa pelos próximos dois anos. O primeiro vice-presidente é o deputado Edson Albertassi (PMDB) e o primeiro secretá-rio, o deputado Wagner Montes (PDT). “Este é meu maior presente na vida, e agradeço minha mulher e filhos pelas inúmeras vezes que faltei como pai, por conta das neces-sidades deste trabalho que exige tanto de nós”, expresou

Nova composição na AlerjComponentes da 10ª Legislatura assumem seus cargos, elegem membros da Mesa Diretora e escolhem lideranças partidárias. Em seu sexto mandato, Paulo Melo é o novo presidente da Assembleia Legislativa

da redação

Page 7: Jornal da Alerj 224

Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011 117

o novo presidente, que fez ainda uma homenagem ao ex-governador Marcello Alencar, que estava no plenário. “Já era deputado antes do governador Marcello Alencar chegar ao cargo, e continuo mesmo depois dele ter deixado a política, mas tudo o que construí no Parlamento devo a ele, por ter acreditado em mim”, frisou Paulo Melo. Compõem, ainda, a Mesa Diretora, os deputados Gilberto Palmares (PT), Paulo Ramos (PDT) e Roberto Henriques (PR), respectivamente nas 2ª, 3ª e 4ª vice-presidências, e Graça Matos (PMDB), Gerson Bergher (PSDB) e José Luiz Nanci (PPS), nas 2ª, 3ª e 4ª Secretarias. Os deputados Samuel Malafaia (PR), Bebeto do Tetra (PDT), Alexandre Corrêa (PRB) e Gustavo Tutuca (PSB) são os suplentes. Primeiro vice presidente, o deputado Edson Albertassi disse que está disposto a fazer, desta gestão, um “marco de antes e depois” da atuação do grupo. Já o primeiro secretário Wagner Montes destacou a importância da independência do Legislativo.

Também foram definidos nos primeiros dias de fevereiro as lideranças partidárias, bem como o líder e os vices líderes do Governo na Casa. A tarefa de re-presentar a voz do Executivo no Parlamento coube ao deputado André Corrêa (PPS), como líder do Governo. Ele contará com o auxílio dos deputados Chiquinho da Mangueira e Pedro Fernandes, ambos do PMDB, que assumiram, respectivamente, a primeira e a segunda vice liderança. Maior bancada da Casa e partido do governador Sérgio Cabral Filho, o PMDB conta com a liderança do deputado André Lazaroni e os deputados Pedro Fernandes, Dica, Roberto Dinamite e Bernardo Rossi como vices.

Segunda maior bancada, o PDT é capitaneado pelo deputado Luiz Martins, que está em seu primeiro mandato e que terá o auxílio da vice líder Cidinha Campos. Outro estreante no Parlamento, o deputado Rafael do Gordo li-dera a bancada da sua legenda, o PSB, com os deputados Marcelo Simão e Rogério Cabral como vices. O mesmo fez o PV, que indicou a deputada Aspásia Camargo para a tarefa, e o PRB, que indicou Rosângela Gomes. Algu-mas legendas optaram por manter os mesmos líderes da legislatura passada. É o caso do PSDB, com Luiz Paulo (o tucano contará com as deputadas Lucinha e Claise Maria Zito como vices líderes), do PT, com Inês Pandeló, do PP, com Dionísio Lins, do PSol, com Marcelo Freixo, do PPS, com Comte Bittencourt e do PR, com Iranildo Campos (o partido terá os deputados Fábio Silva, Samuquinha e Miguel Jeovani como vices).

Vice presidente da Casa na legislatura passada, o deputado Coronel Jairo assume, desta vez, a liderança do seu partido, o PSC, com o deputado Sabino como vice. Os deputados Geraldo Moreira, do PTN, Graça Pereira, do DEM, Waguinho, do PRTB, Thiago Pampolha, do PRP, Alessandro Calazans, do PMN, Marcos Abrahão, do PTdoB, Átila Nunes, do PSL, Enfermeira Rejane, do PCdoB e Marcus Vinicius, do PTB, que representam sozinhos suas legendas na Casa, também respondem oficialmente por suas lideranças. Já o PSDC do deputado João Peixoto ainda não protocolou o nome do parlamentar como líder, junto à Mesa Diretora.

Suplentes - Também após a posse, suplentes assu-miram mandatos como parlamentares, após a saída de deputados eleitos nomeados para cargos no Executivo. Jânio Mendes, do PDT, André Ceciliano e Robson Leite, ambos do PT, e Rogério Cabral, PSB, assumiram, respecti-vamente, as cadeiras de Felipe Peixoto, do PDT, Carlos Minc e Rodrigo Neves, do PT, e Christino Áureo, do PMN.

Nova composição na AlerjFellippo Brando

Definidas, também, lideranças partidárias e de Governo

O Plenário Barbosa Lima Sobrinho, durante a posse dos deputados eleitos em 2010: nova composição mudou desenho das bancadas

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011128

cApA

Componentes da Mesa Diretora da 10ª Legislatura apontam suas metas

“Cheguei nesta cidade apenas com um sonho, o de buscar emprego com dignidade para ter o que dar à minha família. Não tive a oportunidade que muitos tiveram, dormi até nas calçadas. Apenas aos 17 anos tive o fantástico aprendizado da leitura. Meus pais nunca tiveram dinheiro para me dar um presente no Natal, mas me deram o que me trouxe até aqui: a conduta. Hoje tenho uma grande responsabilidade, e a maior delas será a de permitir que todos os que aqui representam a população tenham voz”

Presidente - Paulo Melo (PMDB)

“Estou muito feliz de estar com o Paulo Melo nesta empreitada.

Meu papel é o de contribuir para a gestão e articulação

dos trabalhos da Casa”

“Pretendo ajudar a consolidar a Escola do Legislativo como uma

escola aberta, inclusive para a sociedade, uma experiência positiva de escola de governo”

“Minha missão é participar da orientação política interna do Legislativo e das secretarias

que cuidam das questões administrativas da Casa”

“Sempre entendi essas missões não como cargos, mas como encargos. Vou dar tudo de mim para corresponder da

melhor forma possível”

1º Vice-presidente

Edson Albertassi (PMDB)

3º Vice-presidente

Paulo Ramos (PDT)

2º Vice-presidente

Gilberto Palmares (PT)

4º Vice-presidente

Roberto Henriques (PR)

“O primeiro secretário é o gestor da Casa, é o ordenador

de despesas. O primeiro secretário é aquele que toca a

máquina da Casa”

“Fui convidada pelo presidente Paulo Melo a continuar na

Mesa Diretora, contribuindo para o bom andamento dos

trabalhos da Casa”

“Sou o deputado mais velho e vou usar toda a minha

experiência para representar e defender a população

menos favorecida”

“Vamos realizar um trabalho sério, sempre respeitando

a democracia, com o foco em projetos para o

desenvolvimento do estado”

1º Secretário da Mesa

Wagner Montes (PDT)

3º Secretário da Mesa

Gerson Bergher (PSDB)

2ª Secretário da Mesa

Graça Matos (PMDB)

4º Secretário da Mesa

José Luiz Nanci (PPS)

“Vamos atuar nos projetos de desenvolvimento da Casa. Ao observarmos alguma

deficiência, vamos trabalhar com garra e eficácia”

“Estou tranquilo e ciente da responsabilidade que eu tenho perante o povo, e vou cumprir

da melhor forma meu papel como integrante de Mesa”

“A responsabilidade aumenta e as perspectivas são boas,

são grandes. Estamos prontos para aprender e colaborar o

máximo possível com a Casa.”

“Estou à disposição do Paulo Melo, neste processo de renovação da Mesa, para

participar e colaborar com a administração da Casa”

1º Suplente

Samuel Malafaia (PR)

3º Suplente

Alexandre Corrêa (PRB)

2º Suplente

Bebeto do Tetra (PDT)

4º Suplente

Gustavo Tutuca (PSB)

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Rio de Janeiro, de 1º a 15 de fevereiro de 2011 9

Levar o Parlamento estadual até a população, através do fortaleci-mento das comissões da Casa e de

seus meio de comunicação, é o ponto central do Plano de Gestão elaborado pelo presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), para os próximos dois anos. A aproximação irá do aumento da capacidade de fiscalização das comissões temáticas instaladas permanen-temente na Casa à adoção de medidas que aumentarão a transparência do processo legislativo e o acesso dos cidadãos a infor-mações. “A transparência se dará no dia a dia, com a divisão de responsabilidades na Mesa Diretora e tornando público tudo aquilo que for feito dentro do Parlamento”, explicou Melo, anunciando que irá parti-cipar desse processo: “A interação com a sociedade se dá com ela tendo acesso à Alerj e ao seu presidente. Estarei presente em todos os eventos e vou andar por todos os municípios do estado, levando aos mais humildes o chefe do Poder, para que elas possam falar com aquele que nada mais é do que um servidor público”.

No que diz respeito às comissões per-manentes, o presidente anunciou a deci-são de garantir-lhes prestígio, trabalhando pela vinda de técnicos e representantes do Governo à Casa para dar explicações sobre mensagens enviadas ao Parlamento. Sua intenção, segundo o plano, é permitir que os grupos aprofundem seu trabalho, dando-lhes a incumbência de aumentar a prestação de serviços à população, dando respostas as suas demandas, como hoje já é feito, por exemplo, através do serviço de Disques 0800 de que algumas dispõem e seu potencial de se deslocar até a popula-ção, como ocorre na Comissão de Defesa do Consumidor. “Há comissões que são em-blemáticas, que lidam diretamente com os interesses ‘juridicionados’, como a comissão de Defesa Civil, que vamos resstruturar, a de

Habitação, de Segurança Pública... Vamos fortalecer as comissões pra que elas possam atuar em defesa da população”, salientou. O plano cita ainda a criação de material informativo para ampliar o conhecimento sobre o papel do Legislativo estadual em escolas e universidades, prefeituras e Câ-maras municipais.

O site da Alerj ganhará um espaço para disponibilização de dados administrativos, como salário dos deputados “informações já divulgadas publicamente no Diário Oficial, mas que dificilmente chegam ao conheci-mento da população”, e terá seu sistema de busca modernizado. Também como parte do processo de aumento da transparência, o plano prevê a transmissão da TV Alerj (Canal 12 da Net) em canal aberto e a

criação de uma rádio do Legislativo, além do aumento da tiragem do jornal produzido quinzenalmente pela Casa.

A Escola do Legislativo também terá seu alcance ampliado, com “cursos de extensão e aperfeiçoamento para o cidadão comum que esteja cursando o nível superior” e o Palácio Tiradentes, sede doParlamento, será inserido no corredor cultural do Centro, com a cria-ção – em parceria com o BNDES, Petrobras, Paço Imperial e outros – do Polo Cultural da Praça XV. Há a meta, ainda, de melhoria nas instalações da Casa, com aproveitamento do espaço físico, uso de rede wi-fi (sem fios) e modernização das instalações do prédio anexo, onde se localizam os gabinetes, o que será feito por meio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Fiscalização e

Rafael Wallace

Plano de Gestão anunciado pelo novo presidente quer garantir ao cidadão o acesso a informações sobre o Parlamento

MESA DiRETORA

Fernanda porTo

ENQuETENo dia 1° de fevereiro teve início a 10ª legislatura com a posse dos 70 deputados eleitos até 2014. A Alerj perguntou qual deve ser o enfoque do novo mandato:

Para votar na próxima enquete, basta acessar: www.noticiasalerj.blogspot.com * Entre os citados: Bullyng, Lisura e Meio Ambiente

transparênciaFortalecimento das comissões permanentes e mais transparência: metas do presidente Paulo Melo

Saúde Segurança Educação Outros*25% 12% 44% 19%

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l hOMENAgEM

ESTAciONAMENTOS

Marcela Maciel

u ma lei que beneficia direta-mente os usuários de estacio-namentos privados no estado

virou uma batalha judicial. De autoria da presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj, deputada Cidinha Campos (PDT), a Lei 5.862/11, que proíbe a cobrança de tempo mínimo por estaciona-mento em estabelecimentos privados e de multa por perda do tíquete, foi sancionada no início deste ano e é alvo de uma ação movida pela Associação Brasileira de Sho-pping Centers (Abrasce) para derrubar a lei. A medida chegou a ser suspensa por força de liminar, dada pela juíza Simone Lopes da Costa, da 10ª Vara de Fazenda

Pública. No último dia 18, porém, a liminar foi derrubada e a lei voltou a valer.

De acordo com Cidinha, os argu-mentos usados pela juíza para justificar a concessão da liminar foram frágeis. “Em vez de interromper a validade da lei, ela deveria coibir a prática dos esta-cionamentos, em especial nos casos de shoppings, de cobrar preços abusivos dos consumidores” disse Cidinha. Desde que a lei entrou em vigor, o Procon autuou 23 shoppings por cobrança de valores exor-bitantes no seus estacionamentos.

A Defesa do Consumidor da Alerj já move ação civil pública na 4ª Vara Em-presarial contra os shoppings. Depois da lei, alguns estacionamentos aumentaram seus valores em até 100%. A ação também pede a obrigatoriedade de emissão de documento informando a hora de entrada, do pagamento e o valor da tarifa paga, além de restituição em dobro do valor pago em excesso pelos clientes. “A vitó-

ria pela sanção desta lei não foi minha. O grande vencedor da batalha contra o golpe que alguns shoppings tentaram dar foi o cidadão. O cidadão que gritou, que chamou a polícia, que disse não ao abuso, ao desrespeito e às práticas que cabiam no passado e que hoje não cabem mais”, acrescentou a pedetista.

A deputada frisou que a ideia da lei surgiu a partir de sugestões dos próprios cidadãos ao Disque Defesa do Consumidor (0800 2827 060) e ao site da Defesa do Consumidor da Alerj. “Ela se baseia em dois conceitos simples: o primeiro, de que não há porque punir o cliente que perder o tíquete pois, em pleno século XXI, os shoppings têm como dispor de mecanis-mos para registrar a hora em que o carro entrou, e segundo, porque o cliente só tem que pagar pelo que usou. Se ele ficou uma hora e dez estacionado, deve pagar por 70 minutos e não por quatro horas de tarifa mínima”, destacou a parlamentar.

Lei que normatiza cobrança em estacionamentos é alvo de ação na Justiça. Procon mantém fiscalização

Contra a cobrança abusivaLei que beneficia consumidor está sendo questionada judicialmente. Enquanto decisão final não sai, Procon continua fiscalização

O presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), participou no dia 5 da cerimônia de ordenação episcopal dos bispos dom Nelson Francelino Ferreira, dom Paulo Cezar Costa e dom Pedro Cunha Cruz, na Catedral de São Sebastião, no Centro da capital. Durante a celebração, o parlamentar ressaltou a importância da participação do arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, em todos os momentos marcantes para o estado. “Estou hoje aqui para homenagear dom Orani e os novos três bispos, que, tenho certeza, estão muito preparados para assumir esse posto”, afimou Melo, que presenteou cada um dos três bispos com um anel. Os deputados Márcio Pacheco (PSC) e Robson Leite (PT) também estiveram presentes na cerimônia.

Clarice Castro

Rafael Wallace

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cOMiSSõES

Para dar início a um dos mais importantes instrumentos do Parlamento fluminense, já na

primeira quinzena da 10ª Legislatura, a Alerj definiu a composição de 26, das 36 comissões permanentes da Casa, para o próximo biênio. Entre as competências das comissões permanente, definidas no Regimento Interno, está a discussão e votação de projetos de leis, a realização de audiências públicas representativas da sociedade civil, a convocação de se-cretários de Estados ou procurador-geral para prestação de informações sobre assuntos e atribuições de suas pastas, e a apreciação.

Para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – uma das mais impor-tantes da Casa, encarregada de julgar a viabilidade de todos os projetos de lei em tramitação segundo aspectos constitucionais, legais e jurídicos – foi eleito o deputado Rafael Picciani (PMDB). O presidente já anunciou que se reunirá às terças-feiras, às 14h. Em seu primeiro mandato, o par-lamentar afirmou esperar que a troca de experiências fortaleça o trabalho da comissão. “Pouca idade, de forma alguma, é pré-requisito para falta de responsabilidade. Chego aqui cons-ciente da responsabilidade da função e certo de que poderei contar com a experiência de meus colegas”, disse Picciani, de 24 anos.

O presidente da Comissão de Orça-mento, deputado Coronel Jairo (PSC), por sua vez, prometeu fiscalizar a destinação da arrecadação do Estado. “Quero que os parlamentares tenham suas emendas cumpridas pelo governo e que seja uma gestão com espírito demo-crático ímpar. Teremos uma comissão de orçamento voltada para a melhoria de vida do nosso povo”, afirmou.

Veja na tabela ao lado a lista das comissões já instaladas e seus res-pectivos presidentes.

Instalação da CCJ: objetivo dos parlamentares é fortalecer a atuação da comissão

Veja a composição completa das comissões já instaladas e os podcasts disponíveis em http://bit.ly/comissoes

Comissão PresidenteAgricultura Rogério Cabral (PSC)Assuntos Municipais Jânio Mendes (PDT)Combate à Pirataria Samuquinha (PR)Constituição e Justiça Rafael Picciani (PMDB)Consumidor Cidinha Campos (PDT)Criança, Adolescente e Idoso Claise Maria Zito (PSDB)Cultura Robson Leite (PDT)Defesa Civil Altineu Cortes (PR)Direitos da Mulher Inês Pandeló (PT)Direitos Humanos Marcelo Freixo (PSol)Economia Edino Fonseca (PR)Educação Comte Bittencourt (PPS)Emendas Constitucionais e Vetos Dionísio Lins (PP)Esportes e Lazer Chiquinho da Mangueira (PMDB)Indicações Legislativas Clarissa Garotinho (PR)Legislação Complementar e Vetos Fábio Silva (PR)Meio Ambiente Átila Nunes (PSL)Minas e Energia Rafael do Gordo (PSB)Normas Internas Bernardo Rossi (PMDB)Orçamento Coronel Jairo (PSC)Pessoa Portadora de Deficiência Márcio Pacheco (PSC)Política Urbana Alessandro Calazans (PMN)Prevenção ao Uso de Drogas Rosângela Gomes (PRB)Saneamento Ambiental Aspásia Camargo (PV)Saúde Márcio Panisset (PDT)Segurança Pública Zaqueu Teixeira (PT)Transporte Marcelo Simão (PSB)Tributação Luiz Paulo (PSDB)Turismo Myrian Rios (PDT)

Marcela Maciel

Novos times na CasaFellippo Brando

De um total de 36, 26 Comissões Permanentes são instaladas na Alerj e seus presidentes, definidos

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Seu nome já vem sendo citado para a presidên-cia da Casa há alguns anos. Este posto sempre foi uma meta?A política não era uma meta. Recebi de um assessor uma frase do escritor americano Joseph Campbell que diz ‘Pre-cisamos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos, para podermos viver a vida que nos espera’. Política não era a vida que eu planejei, planejei apenas sair da mi-nha cidade e vir para o Rio de Janeiro e conseguir um emprego, poder ajudar minha família. A presidência é a consequência de uma vida que me esperava. Logica-mente que quando cheguei no Parlamento, e a partir do segundo mandato, com uma participação muito ativa, acumulando o maior número de comissões na Alerj, eu comecei a vislumbrar a pos-sibilidade de um dia ascender aqui dentro, de chegar a um cargo na primeira secretaria ou na presidência.

Mas, apesar da ativa par-ticipação em inúmeras

funções, o senhor nunca havia integrado a Mesa.Talvez pela minha hiperativi-dade, minha determinação no plenário, chego à presidência sem nunca ter participado da Mesa, porque os governos que vieram depois da minha primeira experiência como líder, na década de noventa, impuseram, nos acordos po-líticos, minha permanência ou em comissões importantes ou como líder de ban-cadas ou Governo. Mas o sonho foi amadurecendo, eu tinha vontade de ser presidente da Alerj, e soube esperar. Sempre respeitei o proces-so de união, não fiz do meu sonho um instrumento de divisão. E as coisas acon-teceram no tempo de Deus, não no meu.

E com grande aprovação dos seus colegas, já que só dois deputados se absti-veram e apenas um votou contra seu nomeAcredito que posso ter sido

alvo de uma estigmatiza-ção, que agora se dissipou. Entendo isso, eu mesmo estigmatizei o presidente Lula, não votava nele porque achava que uma pessoa que não havia estudado não teria capacidade de governar. Du-videi de sua capacidade de interagir, de unir. E estava completamente enganado. Talvez eu tenha sido julgado

pelo mesmo mo-tivo, e também pela minha atu-ação na frente de batalha, de guer-reamento perma-nente, porque ser líder de governo é isso. Mas há diferença muito grande. O meu

instrumento lá embaixo era do enfrentamento, da pre-sença permanente, da defesa do Governo. Agora não.

Qual será seu maior desa-fio no desempenho desse papel tão distinto dos anteriores?Da paciência, da tranquili-dade, de ouvir mais e falar menos, de descobrir que a

briga das pessoas não te pertence e que as discus-sões se resolvem no campo das ideias e que você tem que estar ali como um ma-estro comandado o debate democrático.

Em seu Plano de Gestão, o senhor cita a defesa das prerrogativas parlamen-tares. Que avaliação faz do período em que esteve à frente do Conselho de Ética da Casa?Existem alguns papéis que desempenhamos em que não pode ser levado em conta nem amizade nem inimi-zade, em que temos que ser nutridos pelo senso de justiça, responsabilidade e compromisso. Eu defenderei, às ultimas consequências, o direito ao livre exercício do mandato. Mas não com-pactuarei nem tenho com-promisso com o erro, que é responsabilidade de cada um. As pessoas não podem pedir solidariedade no des-vio, ela se dá nos acertos. E as pessoas que nos coloca-ram aqui esperam de nós um mínimo de correção.

Deixo o ringue para virar juiz”, anunciou, em seu discur-so de posse, o deputado Paulo Melo (PMDB), desde o último dia 2 presidente da Alerj. Iniciando seu sexto

mandato, o parlamentar, que assume nunca ter pensado transpor os limites do Poder Legislativo, estreia na Mesa Diretora já em seu cargo mais importante. Nada que acanhe o único deputado que já integrou todas as comissões da Casa ao mesmo tempo; que já presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ); de Orçamento; o Conselho de Ética; duas CPIs de grande repercussão e foi, por duas vezes, líder do Governo na Casa. Ciente do novo momento e da trajetória que o habilita ao posto, o presidente da Alerj pelo biênio 2011-2013 frisa: “Delego aos meus companheiros a função de defender seus princípios e suas convicções. Cabe a mim ago-ra, instrumentalizar o Poder Legislativo para que os pleitos e as demandas dos parlamentares sejam atingidos”.

lENTREViSTA Paulo Melo (PMDB)

Rafael Wallace

Sempre respeitei o

processo de união, não fiz do meu sonho um instrumento de desunião

‘A presidência é a consequência de uma vida que me esperava’Fernanda porTo