12
JORNAL DA ALERJ Lei garante acessibilidade de calçadas reformadas pelo poder público PÁGINA 9 Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro | Ano XII - N° 288 – Rio de Janeiro, 1° a 15 de junho de 2014 FECHAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELA ECT Cartões Fotos: Yago Barbosa Normas aprovadas pela Alerj dão transparência e facilitam as transações com cartões de crédito e débito PÁGINA 6 a 8 AUTORIZADO

Jornal da Alerj 288

  • Upload
    alerj

  • View
    226

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Publicação quinzenal, que apresenta ao cidadão notícias referentes ao dia a dia do Parlamento, com o trabalho dos deputados e os principais eventos da Casa.

Citation preview

Page 1: Jornal da Alerj 288

JORNAL DA ALERJ

Lei garante acessibilidade de calçadas reformadas

pelo poder público PÁGINA 9

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro | Ano XII - N° 288 – Rio de Janeiro, 1° a 15 de junho de 2014

fechamento autorizado. pode ser aberto pela ect

Cartões

Fotos: Yago Barbosa

Normas aprovadas pela Alerj

dão transparência e facilitam

as transações com cartões

de crédito e débito

PÁGINA 6 a 8

autorizado

Page 2: Jornal da Alerj 288

Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 20142

Dep. Thiago Pampolha (PTC), sobre as charretes da ilha de Paquetá

Curta nossa páginano Facebook:

Dep. Luiz Martins (PDT), sobre incentivo a campanhas de doação de sangue, órgãos, medula óssea e demais tecidos

Raf

ael W

alla

ce

fRAsEs

JORNAL DA ALERJhttp://bit.ly/jornalalerj

Receba em casa! /radioalerj

Ouça as sonoras dos deputados

/radioalerj

siga a @alerj no

www.twitter.com/alerj

“É uma maneira de aumentar o no de doadores, uma vez que as empresas irão conscientizar seus funcionários”

/assembleiaRJ

Incentivo à cerveja artesanalAGORA é LEI

Os fabricantes de chopes e cervejas artesanais no estado do Rio de Janeiro contam com um programa de incentivo. A lei 6.821/13, de autoria dos deputados Luiz Martins (PDT), André Correa (PSD) e Bernardo Rossi (PMDB), visa a fortalecer a produção das micro-cervejarias frente aos benefícios que as três grandes empresas - Ambev, Schincariol e Kaiser/Molson - já recebem do governo federal. De acordo com dados do SindiCerv, de 2007, essas três indústrias totalizam 90% do mercado nacional. Porém, enquanto as cer-vejarias de grande porte priorizam o volume e apre-sentam produtos similares, as pequenas cervejarias atendem a um setor específico de consumidores, propriamente voltado para a gastronomia. O consumo da cerveja artesanal tem crescido cerca de 20% ao ano, e a empregabilidade também é elevada, já que uma microcervejaria gera um emprego a cada 50 mil litros produzidos.

*As mensagens postadas em mídias socias são publicadas sem edição de conteúdo.

MíDIAs sOcIAIs

Lembrando que, segundo uma pesquisa feita pelo IBGE, o Brasil tem quase 6 milhões de pessoas com algum tipo

de deficiência auditiva. O projeto pretender garantir o direito à comunicação e à segurança a essas pessoas.

Dep. Altineu Côrtesfacebook.com/altineu?fref=ts

Dia 13/06

Jaco e Bina@JacoebinaAlerj debate ações contra racismo

no futebol brasileiro e na Copa: A adoção de medidas para

combater os casos ... http://bit.ly/1q3wZ27

Dia 06/0620:28

PresidentePaulo Melo

1º Vice-presidenteEdson Albertassi

2º Vice-presidenteRoberto Henriques

3º Vice-presidenteGilberto Palmares

4º Vice-presidenteRafael do Gordo

1º SecretárioWagner Montes

2º SecretárioGraça Matos

3º SecretárioGerson Bergher francisco Ortega teve que comprar um adaptor no hotel onde se hospedou4º SecretárioJosé Luiz Nanci

1o SuplenteSamuel Malafaia

2o SuplenteBebeto

3º SuplenteAlexandre Corrêa

4º SuplenteThiago Pampolha

JORNAL DA ALERJPublicação quinzenal da Subdiretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Jornalista responsável: Luisi Valadão (JP-30267/RJ)

Editora-chefe: Fernanda Galvão

Coordenação: Fernanda Porto

Equipe: André Nunes, Buanna Rosa, Marcelo Dias, Marcus Alencar, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Editor de Arte: Mayo Ornelas

Editor de Fotografia: Fabiano Veneza

Secretária da Redação: Regina Torres

Estagiários: Bárbara Figueiredo, Eduardo Paulanti, Fabiane Ventura, Fábio Peixoto, Gabriel Deslandes, Iara Pinheiro (foto), Isabela Cabral, Lucas Lima, Thais Barcellos, Vinicius Vasconcellos (foto), Yago Barbosa (foto)

Telefones: (21) 2588-1404 / 1383 Fax: (21) 2588-1404Rua Primeiro de Março s/n, sala 406Palácio Tiradentes - CentroRio de Janeiro/RJ - CEP 20.010-090

Email: [email protected]/alerjwww.facebook.com/assembleiarjwww.alerjnoticias.blogspot.comwww.facebook.com/radioalerj

Impressão: Imprensa OficialPeriodicidade: quinzenalTiragem: 5 mil exemplares

ExPEDIENtE

“A extinção desses trabalhos depende do prefeito, mas nós, junto com a Secretaria Especial de Defesa dos Animais, nos posicionamos contra a continuidade da tração animal”

“A escola é célula formadora de cidadãos. Portanto, tem o dever e a necessidade de discutir questões relacionadas aos idosos”Dep. Marcus Vinicius (PTB), sobre projeto que inclui os direitos dos idosos no currículo escolar

mandsfreitasinstagram.com/mandsfreitas

Dia 12/06

Parabenizo os moradores de #Pinheiral/RJ pelo aniversário de 19 anos de criação dessa cidade.

http://migre.me/jNX7ypic.twitter.com/1jIj916Us8

Dep. Bebeto@Bebeto7

Dia 13/0609:35

Lindo *-* #Alerj

foto da cúpula do palácio vista por dentro

Page 3: Jornal da Alerj 288

3Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 2014

N o momento em que a Copa do Mundo atrai milhares de turistas ao Rio de Janeiro, a

Assembleia Legislativa aprovou — e o governo sancionou — a Lei 6.799/14, obrigando hotéis, pousadas e albergues a oferecer adaptadores de tomada uni-versal, de graça, a todos os hóspedes. Segundo a autora da lei, deputada Ci-dinha Campos (PDT), a nova regra deve aumentar a eficiência dos serviços pres-tados pelo setor hoteleiro, permitindo que os visitantes estrangeiros possam usar qualquer aparelho eletroeletrônico.

De acordo com a parlamentar, a

implantação da medida não acarretará custos que onerem a diária para os visitantes. “Nossa obrigação, como le-gisladores, é facilitar a vida do cidadão. Essa é uma imposição de custo baixo e que resolve o problema do turista. Espero que os estabelecimentos já estejam for-necendo esse item”, diz ela, preocupada com o tratamento dado aos turistas es-trangeiros, já que o novo tipo de tomada no Brasil é diferente do adotado no resto do mundo.

Já a Associação Brasileira da Indús-tria de Hotéis do Rio de Janeiro informa, em nota, que o fornecimento do adaptador é usual: “O Rio de Janeiro é a cidade que mais recebe turistas internacionais na América Latina. Então, já é uma prática comum que os empreendimentos hote-leiros tenham adaptadores à disposição dos hóspedes. É apenas uma questão das gerências operacionais se adequarem às novas exigências”.

E a mudança já foi aprovada pelos

maiores beneficiados. O mexicano Fran-cisco Ortega conta que só percebeu que a tomada não serviria ao chegar ao albergue onde está hospedado, na Lagoa, na Zona Sul do Rio. Após explicar o problema à recepção, os fun-cionários lhe venderam um adaptador por R$ 5. Para ele, a solução ideal é o fornecimento gratuito aos hóspedes. “É muito mais interessante que eles emprestem o adaptador em vez de o venderem, o que seria uma facilidade a mais para nós”, defende.

Para o norte-americano Josh Roma-no, essa medida é essencial. Precavido, até trouxe um adaptador, mas que não era compatível. “Aqui, parece que há até mais de um tipo de tomada e o hotel deve providenciar isso sim”.

A lei garante, ainda, que o hóspede seja informado sobre a oferta gratuita do adaptador, com a fixação de avisos em português, inglês e espanhol nas recepções, próximos às tomadas.

Thais Barcellos

Estabelecimentos hoteleiros devem fornecer adaptadores de tomada gratuitos aos hóspedes

LEI

Francisco Ortega teve que comprar um adaptador, para seus aparelhos eletrônicos, no próprio hotel onde se hospedara

Iara Pin

heiro

Hospedagem "adaptada" ao turista

Page 4: Jornal da Alerj 288

Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 20144

D entro de um mês, será concluído o relatório da Comissão Parla-mentar de Inquérito

(CPI) criada para apurar as causas re-

lativas ao atraso na entrega de imóveis pelas construtoras no Estado do Rio de Janeiro. Os trabalhos do grupo, inicia-dos em maio do ano passado, chegam ao fim com a proposta da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre construtoras e inquilinos, no dia 10, e a apresentação de um proje-to de lei que permite a visita periódica do comprador ao empreendimento em construção. O objetivo é proteger os compradores, estabelecendo exigên-cias para as construtoras. “A comissão está finalizando seus trabalhos, mas seguramente já contribuiu muito para a população”, afirma o presidente da CPI, deputado Gilberto Palmares (PT). O relatório, após aprovação em plená-rio, será enviado ao Ministério Público

(MP-RJ) e à Defensoria do Estado.Um dos casos resolvidos com a

ajuda da CPI foi o da dentista Roberta Marski. Ela comprou um apartamen-to, em maio de 2010, no condomínio Admira Icaraí, em Niterói, e até março deste ano ainda não tinha recebido a chave do imóvel – que tinha previsão de entrega para o final de 2011. Atra-vés dos inquilinos do Admira, o caso chegou à CPI que, por meio de reuni-ões, conseguiu acelerar o processo de entrega das chaves. “Estamos com as chaves em mãos e isso já é um alívio, mas ainda faltam algumas coisas para o prédio ficar do jeito que tem que ser e eu poder me mudar com a minha família”, explica Roberta.

Nas muitas reuniões que realizou

Buanna rosa e Thaís Barcellos

Entregando as chavescPI

Imagem do condomínio Quintas do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Irregularidades levaram a CPI ao local em duas ocasiões

Diligência da comissão

CPI das Construtoras chega à reta final preparando relatório e acumulando avanços

Fotos: Rafael Wallace

Page 5: Jornal da Alerj 288

5Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 2014

desde sua criação, a CPI ouviu agentes financeiros, como a Caixa Econômica Federal (CEF), construtoras – entre elas a Gafisa, AG Prima, Rossi, Cyrela e Camargo Correa – e mutuários. O grupo também recebeu sugestões de especialistas na área de construção civil, como auxílio à elaboração de propostas que corrijam as causas dos atrasos, e realizou vistorias em alguns empreendimentos. Nas visitas ao Condomínio Quintas do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, por exemplo, o grupo constatou falhas que vão além do atraso nas obras: erros estruturais, mudanças no projeto original, uso de materiais de baixa qualidade e mal instalados e a falta

de água foram alguns dos problemas constatados no condomínio, constru-ído pela Gafisa.

Carência de mão de obra, falta de recursos e problemas com a estrutura geológica do terreno foram as justi-ficativas mais comuns. A construtora Rossi, assim como a Cyrela, culpou a Copa do Mundo e as Olimpíadas pela suposta falta de mão de obra no mercado e pelo consequente atraso na entrega dos imóveis. “Tivemos 15 empreendimentos finalizados desde 2010. Dez desses foram entregues com atraso, principalmente por cau-sa da falta de mão de obra”, alegou Rafael Cardoso, diretor regional da Rossi. “Podemos perceber que, por

conta do ‘boom’ imobiliário visando às Olimpíadas de 2016, a crise de falta de mão de obra é a alegação principal pelos atrasos de todas as construtoras depoentes. Elas con-tinuarão assim e iludirão cada vez mais as pessoas que compram suas casas próprias”, confirmou o relator da CPI, deputado Wagner Montes (PSD). Montes é autor da Lei 6.454/13, que aplica multas – no valor de 2% do total do imóvel – às construtoras que atrasarem a entrega das chaves. O parlamentar acrescenta que pretende incluir no relatório final uma lista de construtoras que não entregam as obras no prazo acordado e continuam lançando novos empreendimentos.

Entenda o caso Admira Icaraí

Entre todos os empreendimentos analisados pela comissão, o Admira Icaraí, em Niterói, foi um dos casos parcialmente solucionados, com ajuda da CPI. O lançamento do condomínio, feito em dezembro de 2008, tinha a promessa de entrega dos apartamentos para o fim de 2011, mas só em abril deste ano, quase três anos após o prazo previsto, alguns inquilinos tiveram acesso às chaves dos apartamentos.

Em novembro de 2013, a comissão foi até o empreendimento acompanhar os trabalhos, já que, de acordo com os representantes da construtora, o local estaria em processo de "terminalidade" e os apartamentos até o sétimo andar estariam prontos. No entanto, o deputado não encontrou um local habitável. “Alguns apartamentos estavam sem acabamento e a garagem tinha mofo e infiltrações”, apontou Palmares, que criticou a estrutura do empreendimento. Depois da visita, a CPI pressionou a construtora Camargo Correa a agilizar o processo e entregar os apartamentos prontos.

Iara Pinheiro

Anúncio do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) durante reunião na Defensoria Pública

Page 6: Jornal da Alerj 288

Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 20146

cAPA

O uso de cartões como forma de pagamento é uma prática em as-censão. A comodidade

e segurança que os modelos de crédito e débito oferecem fez seu mercado crescer 17% no primeiro trimestre deste ano, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Assegurar os direitos dos consumidores é uma preocupa-ção da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que vem aprovando normas que garantem a transparência destas transações.

É o caso da Lei 6.716/14, que resguar-da os consumidores diante da negativa

de compra. Para evitar o constrangimen-to e garantir a transparência, a regra, idealizada pelo deputado e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, Luiz Martins (PDT), obriga operadoras a justificarem a recusa atra-vés da emissão imediata de relatório com o motivo. “Tal iniciativa dá clareza aos clientes”, aponta.

Quem já passou por esta situação comemora o avanço. “Tentei passar o cartão diversas vezes e o dono do bar disse que a operadora tinha ficado fora do ar, e que eu teria que esperar para pagar. Isso já aconteceu mais de uma vez, mesmo passando no débito”, lembra o estudante Ricardo Medeiros Pinto. Para ele, é tranquilizante saber que há uma proteção contra o “jogo de empurra” a que os cconsumidores

estavam submetidos. “No meu caso, o bar alegou que a culpa era da operadora e não do estabelecimento. Tive que sacar dinheiro para pagar, o que anula completamente a comodidade oferecida pelo cartão”, queixa-se.

Do outro lado do balcão, a novidade também é vista com bons olhos. Gerente do Carmelo Café, no Centro da capital, George de Oliveira diz ter problemas diários com máquinas de cartão que ficam inoperantes. O comerciante acredita que a lei vai tirar a culpa do estabelecimento. “Alguns dos clientes, ao ter o cartão negado, dizem que é problema do estabelecimento, por não ter um comprovante que informe o problema. Assim, acabamos recebendo uma culpa que é da operadora e sujando a nossa imagem”, lamenta.

BarBara Figueiredo e lucas lima

Transparência e prevenção de constrangimentos são objetivos de regras aprovadas na Alerj

Dinheiro de plástico

Page 7: Jornal da Alerj 288

7Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 2014

A norma será fiscalizada pelo Procon e submeterá os infratores às punições previstas no Código de Defesa do Consumidor – que vão de multas à imposição de contrapropaganda. “A desinformação é um desrespeito aos clientes, além de ferir o Código do Consumidor, que exige informações transparentes”, observa Martins, ressaltando que a justificativa emitida poderá ser usada como prova de dano em ações contra as empresas : “O cliente poderá comprovar o tipo de dano que sofreram com a não autorização da sua compra e, com isso, ser até ressarcido pelo infortúnio”.

O advogado Sidclei Medeiros Pinto também já passou por este incômodo. Ao tentar pagar uma compra no valor de R$ 25 e ter o cartão recusado em

uma farmácia, ele preferiu pagar em dinheiro para resolver a situação. Já o analista de sistemas, Cristiano Braga, precisou procurar um caixa eletrônico e sacar dinheiro. Para ele, a lei vai dar mais segurança ao consumidor. “Ao saber o motivo do cartão ter sido negado, nós evitamos que a situação se repita”, defende.

Carlos Eduardo Amorim, Diretor Jurídico do Procon-RJ, garante que o processo de adaptação à nova norma será simples e rápido. “Essa respon-sabilidade será das operadoras que prestam esse serviço, apenas quatro no Brasil. As máquinas e os programas são fornecidos por elas. Vamos acompanhar se elas aderiram”, afirma. Ele também destaca que a única alteração será a quantidade e custo de papel.

Yago

Bar

bosa

Ricardo Medeiros: fim do "jogo de empurra"

entre clientes e comerciantes

A Alerj também é responsável pelo fim de um dos últimos en-traves ao livre uso dos cartões: a estipulação de valor minimo nas compras. A Lei 6.755/14, proíbe a exigência, o que acarretará aumento do uso dos cartões no estado.

A novidade tem assinatura do deputado Átila Nunes (PSL), para quem o limite fere os direitos dos consumidores. Ela determina pagamento de multas estabele-cidas no Código do Consumidor por cada autuação, aplicadas em dobro em caso de reincidência. "Diversos lugares estipulam valor mínimo, que muitas vezes excede os R$50”, exemplifica o autor.

“Tolhido de sua liberdade de compra e economia particular, na melhor das hipóteses, o indivíduo deixa de comprar o que desejava. Infelizmente, na maior parte das vezes, ele acaba comprando mais que necessário. Esta prática con-figura verdadeira venda ilegal", acentua Nunes.

Para o presidente do Conse-lho Empresarial de Comércio de Bens e Serviços da Associação Comercial do Rio (ACRJ), Aldo Gonçalvez, a norma, embora bem intencionada, pode deixar o co-mércio em desvantagem.

“Como a pessoa pode pagar uma conta de somente R$5, se parte desse valor será pago pelo estabelecimento, em forma de ta-xa de encargos? Em grande volu-me, essas compras trarão prejuízo ao o empresário”, conclui.

Fim do valormínimo

Page 8: Jornal da Alerj 288

Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 20148

cAPA

George de Oliveira espera que a lei faça com que os problemas com máquinas de cartão deixem de ser atribuídos ao estabelecimento.

Yago Barbosa

Além do cliente, o comerciante também terá ganhos, garante o presidente do Conselho Empre-sarial de Comércio de Bens e Serviços da Associação Comercial do Rio (ACRJ), Aldo Gonçalvez. Ele estima que a transparência ajudará a fortalecer a confiança entre as lojas e as pessoas. “A lei não afeta os estabelecimentos de nenhuma forma. Quando um car-tão é recusado por estar inválido, bloqueado ou clonado, por exem-plo, o vendedor ou gerente não podem fazer nada. Quando a lei for colocada em prática, eles darão a resposta e poderão até ajudar em uma alternativa”, opina.

Aldo, que também é presiden-te do Clube de Diretores Lojistas (CDLRio) e do Sindicato dos Lo-jistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio), conta que não sabe ao certo como as operadoras se adequarão, por desconhecer o sistema utilizado, mas espera que a atualização aconteça depressa. “Essa situação já aconteceu comigo, e é muito desconfortável. O comprador me-rece saber por que teve sua com-pra negada mesmo com crédito disponível”.

do deputado Dica (PMDB): diz que as operadoras devem disponibilizar seu endereço completo para correspondências nos boletos mensais de cobrança, para facilitar a comunicação do consumidor com a empresa.

do deputado Édno Fonseca (PEN), sobre a obrigação de instituições financeiras e administradoras de cartão informarem expressamente os valores das taxas de serviços cobradas aos clientes antes da efetivação de qualquer operação, eletrônica ou manual.

do deputado Fábio Silva (PMDB) proíbe a suspensão de cartões de crédito e débito sem prévia comunicação ao portador, que deverá ser feita na fatura, em caso de inadimplência, com o dia em que o serviço será suspenso, ou por telefone, em caso de alegação de procedimento obscuro ou fora dos padrões.

do deputado Dica (PMDB), obriga as empresas a darem informação de quitação ou débito existente ao usuário, mensalmente.

5.528/09,

4.671/05,

4.670/05,

4.128/03,

Outras leis sobre cartão de crédito / débito

Benefício para o lojista

Page 9: Jornal da Alerj 288

9Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 2014

Degraus, buracos, raí-zes de árvores, pedras portuguesas e para-lelepípedos soltos. As

calçadas acumulam obstáculos que dificultam a mobilidade dos pedestres. Para idosos e portadores de necessi-dades especiais, então, transitar pelos passeios públicos se torna um verdadei-ro desafio. Com o objetivo de melhorar a locomoção dos fluminenses nas vias públicas, a Lei 6.802/14, de autoria do deputado Bernardo Rossi (PMDB), ins-titui o Programa de Compromissos das Empresas e Órgãos Públicos do Estado com a acessibilidade nas calçadas.

A partir dela, obras realizadas por empresas ou órgãos estaduais que exijam a reconstrução ou construção de calçadas deverão obedecer normas de acessibilidade. Segundo o deputado, os espaços prioritários para receber a ma-nutenção são administrativos, médicos e esportivos. “Os estudos mostram que o principal entrave para o deficiente é a acessibilidade. Então temos de quebrar essa barreira que é, sobretudo, cultural”, enfatizou Rossi.

A ausência de padronização e ma-nutenção estão entre as principais reclamações levantadas por deficientes

físicos. Para os cadeirantes, o desnivela-mento do pavimento e meio-fio demanda um esforço maior na manipulação das cadeiras de roda. O presidente da Asso-ciação Niteroiense de Deficientes Físicos (Andef), Guilherme Ramalho, aponta o piso tátil, para o deficiente visual, e a substituição de degraus por rampas como as medidas emergenciais. “Isso facilitaria o dia a dia porque, para um cadeirante sem acompanhante, subir

um degrau é uma tarefa muito difícil”, explica ele.

Dados do Censo do IBGE de 2010 apontam que 13,2 milhões de brasileiros têm alguma dificuldade motora, mas somente 4,7% do entorno dos domicílios se encontra adaptado com rampas de acesso. A lei prevê a construção das rampas nos degraus e desníveis de 15º de declínio, estabelece que cada calçada seja feita com material liso e antiderrapante, adote a largura mínima de 95 cm a 1,5 metro e tenha uma linha sensível de 10 cm ao centro para o deslocamento de deficientes visuais.

Para além da emergência das reformas, outro motivo para a aplicação da Lei são os megaeventos esportivos sediados no Rio de Janeiro, conforme salienta o deputado Bernardo Rossi: “Além desta parcela da população fluminense que precisa de melhoria nos acessos para garantir sua cidadania, os eventos internacionais atraem público de pessoas com deficiência, inclusive, e todos precisam de acesso. Esporte também é cidadania e o ir e vir é um dos principais direitos”. De acordo com o Programa Estratégico 2013-2016, 700 mil m² de calçadas e cinco mil rampas estão sendo revitalizados na cidade, visando a atender o público dos Jogos Olímpicos e Para-Olímpicos de 2016.

Lei fará com que obras públicas observem regras de acessibilidade

gaBriel deslandes

Yago Barbosa

cALçADAs

Calçadas para todos

Buracos e calçadas estreitas impedem a

passagem de cadeirantes

Gab

riel

Tel

les

Guilherme Ramalho elege piso tátil e rampas como alterações emergenciais

Page 10: Jornal da Alerj 288

Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 201410

Acompanhar a implemen-tação das políticas de as-sistência social no estado será papel da nova Frente

Parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em Defesa e Fortalecimen-to da Política de Assistência Social. A Frente Parlamentar, iniciativa do depu-tado Zaqueu Teixeira (PT), foi lançada nesta terça-feira (03/06). Entre as metas assumidas pelo grupo estão garantir a qualidade dos serviços, apresentar leis atendendo às necessidades dos cida-dãos e servir de espaço para o debate de proposições que contribuam com a melhoria da Seguridade Social ofertada pelo estado. “A Frente vai permitir levar esse debate aos municípios, para que a gente tenha institucionalização. Quando se institucionaliza essa rede e quanto mais ela estiver articulada e capacitada,

melhores serão os serviços prestados”, afirmou Teixeira.

O lançamento da frente contou com a presença da ministra de Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que foi homenageada com a Medalha Tiradentes, mais alta comenda do estado. Em seu discurso, a ministra salientou a importância da parceria entre União, estados e municípios no co-financiamento das políticas de assis-tência social, e disse que o país vive um modelo de desenvolvimento econômico inclusivo. “Esse novo tempo representa um Brasil onde o social e o econômico não são mais opostos, mas lados da mesma moeda”, complementou.

A frente também pretende atuar em conjunto com o Sistema Único de As-sistência Social (SUAS), sistema público responsável pela gestão dos programas de proteção social a partir dos critérios da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). O SUAS, coordenado pelo Mi-nistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, visa a diminuir as desigualdades socioeconômicas, com base no amparo a pessoas carentes

e de sua reintegração ao mercado de trabalho. “A construção do SUAS exige que se trate a Assistência Social como investimento e não como esteio”, pon-derou a ministra.

No Rio de Janeiro, especificamente, a ministra considerou como prioridade a transformação, em regulamento e legislação, dos avanços do estado que já ocorrem na prática. Outra questão é a qualificação dos profissionais pelo Capacita SUAS, programa do Governo federal para a capacitação dos servi-dores. “O Governo do estado do Rio é parceiro nessa agenda, e acho que o grande desafio para a rede de Assis-tência Social é a capacitação dos seus servidores”, considerou.

O vice-prefeito do Rio de Janeiro, Adilson Pires, e os deputados Rosan-gela Gomes (PRB), Inês Pandeló (PT) e Nilton Salomão (PT) também estiveram presentes na solenidade. Também inte-gram a Frente Parlamentar os deputados Marcio Pacheco (PSC), Claise Maria (PSD), Enfermeira Rejane (PCdoB), Dica (PMDB), Gilberto Palmares (PT) e Edson Albertassi (PMDB).

gaBriel deslandes

Alerj lança frente parlamentar em defesa da assitência social

Todos pelo socialAssIstêNcIA

Vin

ícius V

asconcelos

Tereza Campello foi homenageada

durante o evento

Page 11: Jornal da Alerj 288

11Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 2014

E m uma luta por uma Copa do Mundo de Futebol sem preconceito, a Comissão de Combate às Discriminações

da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pelo deputado Carlos Minc (PT), lançou a campanha “Cartão Vermelho para o Racismo” em audiência pública no dia 6. A ideia é mobilizar a campa-nha pela internet, para que se torne um viral e incentive a torcida a levar o item para os estádios como forma de coibir atos discriminatórios e constranger os seus praticantes. Minc ressaltou que o período do mundial será propício para

combater o racismo e que a torcida terá papel fundamental, através do uso de faixas e bandeiras que incentivem a paz. “O futebol é um esporte de congregação e de alegria, não podemos deixar que o racismo tire o brilho desse espetáculo. Criamos essa campanha para dar cartão vermelho definitivo àqueles que ousarem poluir a Copa linda de paz e fraternidade que a gente vai fazer”, defendeu o par-lamentar. O Governo federal escolheu o combate ao racismo como tema para o mundial, por meio do projeto “Por uma copa sem racismo".

A presidente do Instituto Palmares de Direitos Humanos (IPDH), Benedita de Carvalho, explicou que os episódios recentes de racismo e a iminência da Copa sensibilizaram o grupo para a necessidade de promover atos que im-peçam que o racismo manche a alegria da competição. Já Eloi Ferreira de Araújo,

membro do IPDH, lembrou que o racismo é crime previsto em lei e citou três passos para o seu combate: a identificação do criminoso, a punição e a publicidade das sanções. Ele afirmou que a dificuldade do negro transitar em certos ambientes é antiga, mas que a sociedade brasileira tem dado passos para acabar com essa situação. “A convivência de todos em um mesmo ambiente é essencial para que o preconceito acabe. O fim do racismo no futebol está vinculado à luta na so-ciedade”, ponderou. Presidente da Liga Brasileira de Futebol Feminino e primeira técnica do Brasil, Rose do Rio afirmou que o preconceito é ainda maior com as mu-lheres e que o combate deve começar na educação de base. “No futebol feminino, o racismo é impressionante. As meninas são xingadas, são cantadas músicas em alusão à escravidão. Temos que lutar pela igualdade de verdade", defendeu.

Thaís Barcellos

AuDIêNcIA

Comissão quer campanha contra o racismo no futeboldurante a Copa

Jogo Limpo

Rafael Wallace

Todos pelo social

Page 12: Jornal da Alerj 288

Rio de Janeiro, 1o a 15 de junho de 201412

A morte do ex-governador Marcello Alencar, no dia 10 de junho, aos 89 anos, fez o plenário da Assem-

bleia Legislativa passar em revista a trajetória do Velho — como era chamado por muitos de seus compa-nheiros de PSDB —, que foi prefeito do Rio de Janeiro duas vezes (1983/86 e 1989/93), senador e advogado de presos políticos durante a ditadura militar. Tanto tucanos e trabalhistas — antes do PSDB, Alencar passou pelo MDB e pelo PDT — como opositores do neoliberalismo se lembraram dele por sua luta pela democracia.

Presidente da Alerj, o deputado Paulo Melo (PMDB) lembrou de seus

anos como líder de Governo de Mar-cello Alencar e do lançamento das bases para a recuperação econômica do estado. “Foi ele quem me fez chegar aonde me encontro hoje e a quem servi como líder de Governo com orgulho. Marcello Alencar foi um prefeito com muita determinação e um governador que teve a coragem de implementar muitas reformas que o Rio de Janeiro possui hoje”, afirmou o deputado.

Vice-governador e secretário mu-nicipal de Obras em suas gestões, o deputado Luiz Paulo (PSDB) relembrou a cassação do mandato de senador de Marcello Alencar em 1968, pelo AI-5. “Ele lamentava sempre que a ditadura roubou os seus melhores 20 anos de vida política. Foi um daqueles que não se curvou perante a ditadura. Ele permaneceu lutando pelo processo de redemocratização do país e dos valores da República”, disse.

Comte Bittencourt (PPS) e Paulo Ramos (PSol) também destacaram o mesmo período na vida do tucano: “Ele era um homem que entendia a

República, um democrata. Pode ter cometido equívocos na visão de gestão, mas, sem sombra de dúvida, foi um homem que deu uma grande contri-buição à democracia e à República”, contou Comte.

“O ex-governador lutou pela de-mocracia, sofreu as consequências da repressão e procurou dar a sua contribui-ção para o desenvolvimento do estado e do país. Acima das divergências, Marcello Alencar sempre foi um homem muito cordial no seu relacionamento pessoal, com respeito por aqueles que dele divergiam” completou Ramos.

Bom de papo, Marcello Alencar foi lembrado também pelo tratamento dispensado a amigos e adversários. “Percebíamos nele o que hoje se vê muito pouco entre nós, políticos: uma afeição, um carinho pessoal que normal-mente não se vê muito no meio político”, disse Geraldo Moreira (PTN). Já André Ceciliano (PT) ressaltou as realizações do ex-governador na Baixada, como a construção da Via Light, inaugurada no ano de 1998.

Deputados lamentam morte de Marcello Alencar, lembrando seu passado como advogado de presos políticos e prefeito do Rio

marcelo dias

Reverência ao governador

Paulo Melo cumprimenta Marcello Alencar durante

evento na Alerj

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Rua Primeiro de Março, s/nº sala 406 – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090

Rafael Wallace

ADEus