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PÁGINA 8 Equipe da FMB é destaque em Liga Paulista de Beisebol PÁGINA 3 Pesquisa lança novas perspectivas contra a catarata infantil Departamento de Oftalmo da FMB testa eficácia de tratamento cirúrgico com implante de lentes especiais. P ÁGINA 12 Ministro da Saúde declara apoio a FMB Durante visita a Botucatu, em maio, o ministro da Saúde Alexandre Padilha reafir - mou o papel da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) dentro do cenário de ensino, assistência e pesquisa no Estado. Para ele, a FMB tem se mantido dentro do que o Ministério espera de instituições formadoras de conhecimento e pesquisas e provedoras de serviços. “A Faculdade de Medicina e seu Hospital das Clínicas são referências nacionais na qualidade do at- endimento. Por isso o governo federal tem todo o interesse em apoiar todas as ações de qualificação de seu corpo profissional e também de alunos”, frisa Padilha. O ministro também aproveitou a passagem e realizou visita ao Pronto Socorro Adulto “Dr. Virgínio José Lunardi”, administrado pelo Hospital das Clínicas. PÁGINA 2 Eleição para diretor já tem cronograma definido Crescimento da produção científica em debate Durante visita da Pró-Reitora de Pesquisa da Unesp (Universidade Es- tadual Paulista), Maria José Soares Mendes Giannini, dia 5 de abril, à Facul- dade de Medicina de Botucatu/Unesp, a Comissão de Pesquisa da unidade uni- versitária mostrou os avanços e sua nova política de incentivo e aprimoramento da pesquisa. Com presença de chefes dos Departamentos de Ensino da FMB, coordenadores dos cursos de graduação em Enfermagem e Medicina e dos pro- gramas de pós-graduação mantidos pela instituição, foram mostradas e debati- das iniciativas para o desenvolvimento científico da faculdade. PÁGINA 3 FMB participa de treinamento a fiscais da GVS Para que a fiscalização a instituições de longa permanência a idosos (asilos e casas de repouso) ocorra de maneira eficaz, fiscais do Grupo de Vigilância Sanitária do Estado (GVS) passam, entre os meses entre abril e junho em Botucatu, por uma capacitação em três módulos que visa o aprimora- mento desses órgãos. O treinamento conta com a participação de alunas do 4º ano do curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) abrange profissionais das Vigilâncias Sanitárias e de Secretarias de Saúde de 30 municípios das regiões de Botucatu e Avaré. PÁGINA 9 Com ampla estrutura, PS Adulto de Botucatu é inaugurado Um dos equipamentos de saúde mais esperados para Botucatu e região, o novo Pronto-Socorro Adulto “Dr. José Virgínio Lunardi” foi inaugurado nesta segunda-feira, 18 de abril. A cerimônia contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e do secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, além de autoridades políticas regionais. A unidade está preparada para realizar, em média, 300 atendimentos por dia e beneficiar cerca de 120 mil pessoas por ano. PÁGINA 10 Quarta turma e professores eméritos homenageados nos 48 anos da FMB A sessão solene da Con- gregação em comemoração aos 48 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), realizada dia 29 de abril, no Salão Nobre da instituição, foi recheada de emoção para os integrantes da homenageada 4ª turma de médicos formados pela escola. Identificados com uma estola alusiva à data, os in- tegrantes do grupo aproveitaram a oportunidade para vivenciar momentos de reencontro e nos- talgia. Em meio às comemorações do aniversário foi inaugurada, em área anexa à Sala de Reuniões da Congregação, a galeria de retra- tos dos professores eméritos da faculdade. PÁGINAS 6 E 7 Pesquisadores passam a ter assessoria especializada HCFMB volta a realizar transplante de fígado PÁGINA 11 A Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) viverá momento decisivo, em junho, com a escolha de diretor e vice- diretor da instituição para os próximos quatro anos. O cronograma do processo eleitoral e as regras para a votação já estão definidas e o edital disponível para os can- didatos interessados. Podem candidatar-se aos cargos majoritários da FMB, professores portadores do título mínimo de doutor. A consulta à comunidade para a escolha dos novos mandatários ocorre em 15 e 16 de junho de 2011. Dia 15, a votação ocorre das 8 às 20 horas e no dia 16, das 6 às 16 horas, ambos no Laboratório de Informática “Profª Emérita Dinah Borges de Almeida”, no corredor central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). PÁGINA 3 FOTO FLÁVIO FOGUERAL FOTO GOVERNO DO ESTADO DE SP FOTO SEÇÃO FOTOGRAFIAS AG FOTO ARQUIVO PESSOAL

Jornal da FMB- Edição 33

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Edição do Jornal da FMB, informativo da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e Hospital das Clínicas

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Page 1: Jornal da FMB- Edição 33

Página 8

Equipe da FMB é destaque em Liga Paulista de Beisebol

Página 3

Pesquisa lança novas perspectivas contra a

catarata infantil

Departamento de Oftalmo da FMB testa eficácia de tratamento cirúrgico com

implante de lentes especiais. Página 12

Ministro da Saúde declara apoio a FMB

Durante visita a Botucatu, em maio, o ministro da Saúde Alexandre Padilha reafir-mou o papel da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) dentro do cenário de ensino, assistência e pesquisa no Estado. Para ele, a FMB tem se mantido dentro do que o Ministério espera de instituições formadoras de conhecimento e pesquisas e provedoras de serviços. “A Faculdade de Medicina e seu Hospital das Clínicas são referências nacionais na qualidade do at-endimento. Por isso o governo federal tem todo o interesse em apoiar todas as ações de qualificação de seu corpo profissional e também de alunos”, frisa Padilha. O ministro também aproveitou a passagem e realizou visita ao Pronto Socorro Adulto “Dr. Virgínio José Lunardi”, administrado pelo Hospital das Clínicas. Página 2

Eleição para diretor já tem cronograma definido

Crescimento daprodução científica em debate

Durante visita da Pró-Reitora de Pesquisa da Unesp (Universidade Es-tadual Paulista), Maria José Soares Mendes Giannini, dia 5 de abril, à Facul-dade de Medicina de Botucatu/Unesp, a Comissão de Pesquisa da unidade uni-versitária mostrou os avanços e sua nova política de incentivo e aprimoramento da pesquisa. Com presença de chefes dos Departamentos de Ensino da FMB, coordenadores dos cursos de graduação em Enfermagem e Medicina e dos pro-gramas de pós-graduação mantidos pela instituição, foram mostradas e debati-das iniciativas para o desenvolvimento científico da faculdade. Página 3

FMB participa de treinamento a fiscais da GVS

Para que a fiscalização a instituições de longa permanência a idosos (asilos e casas de repouso) ocorra de maneira eficaz, fiscais do Grupo de Vigilância Sanitária do Estado (GVS) passam, entre os meses entre abril e junho em Botucatu, por uma capacitação em três módulos que visa o aprimora-mento desses órgãos. O treinamento conta com a participação de alunas do 4º ano do curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) abrange profissionais das Vigilâncias Sanitárias e de Secretarias de Saúde de 30 municípios das regiões de Botucatu e Avaré. Página 9

Com ampla estrutura, PS Adulto de Botucatu é inaugurado

Um dos equipamentos de saúde mais esperados para Botucatu e região, o novo Pronto-Socorro Adulto “Dr. José Virgínio Lunardi” foi inaugurado nesta segunda-feira, 18 de abril. A cerimônia contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e do secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, além de autoridades políticas regionais. A unidade está preparada para realizar, em média, 300 atendimentos por dia e beneficiar cerca de 120 mil pessoas por ano. Página 10

Quarta turma e professores eméritos homenageados nos 48 anos da FMB

A sessão solene da Con-gregação em comemoração aos 48 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), realizada dia 29 de abril, no Salão Nobre da instituição, foi recheada de emoção para os integrantes da homenageada 4ª turma de médicos formados pela escola. Identificados com

uma estola alusiva à data, os in-tegrantes do grupo aproveitaram a oportunidade para vivenciar momentos de reencontro e nos-talgia. Em meio às comemorações do aniversário foi inaugurada, em área anexa à Sala de Reuniões da Congregação, a galeria de retra-tos dos professores eméritos da faculdade. Páginas 6 e 7

Pesquisadores passam a ter assessoria especializada

HCFMB volta a realizar transplante de fígado

Página 11

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) viverá momento decisivo, em junho, com a escolha de diretor e vice-diretor da instituição para os próximos quatro anos. O cronograma do processo eleitoral e as regras para a votação já estão definidas e o edital disponível para os can-didatos interessados. Podem candidatar-se aos cargos majoritários da FMB, professores portadores do título mínimo de doutor. A consulta à comunidade para a escolha dos novos mandatários ocorre em 15 e 16 de junho de 2011. Dia 15, a votação ocorre das 8 às 20 horas e no dia 16, das 6 às 16 horas, ambos no Laboratório de Informática “Profª Emérita Dinah Borges de Almeida”, no corredor central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). Página 3

FOTO

FLÁVIO FO

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FOTO GOVERNO DO ESTADO DE SP

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abril 2011

2 Faculdade de Medicina

Vice-Reitor no exercício da reitoria: Julio Cezar DuriganFaculdade de Medicina de botucatu

Diretor: Sérgio Swain MüllerVice-diretora: Silvana Artioli Schellini

Superintendente do HCFMB: Emílio Carlos CurcelliVice-superintendente: Irma de Godoy

Presidente da Famesp: Pasqual BarrettiVice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal da FMB é uma publicação mensal da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo endereço [email protected]. ou telefone (14) 3811-6140 ramais 120 e 123.

Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357)Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & Editora- Rua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SPReportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927)Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG Unesp Botucatu e Arquivo ACI/FMB

universidade estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Jorn

al d

a F

Mb

09/05/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOVIRGÍLIO MORAES FERREIRAATITUDES E CONHECIMENTOS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM RELAÇÃO À VELHICEPrograma: Saúde ColetivaOrientador: Prof(a). Dr(a). Tania RuizLocal: Anfiteatro do Departamento de Saúde PúblicaHorário: 8h30

11/05/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOMARINA ZUANAZZI CRUZMEDICINA PSICOSSOMÁTICA: BASES TEÓRICAS E IMPLICAÇÕES NA SAÚDE COLETIVAPrograma: Saúde ColetivaOrientador: Prof(a). Dr(a). Alfredo Pereira JuniorLocal: Anfiteatro da Patologia - FMBHorário: 14 horas

11/05/2011 - CURSOTREINAMENTO DE ETIQUETA PROFISSIONALLocal: Casa do ServidorHorário: 13:30contato: [email protected]

23/05/2011 - CURSOTREINAMENTO DE SENSIBILIZAÇÃO SOBRE A IMPORTANCIA DO ALEITAMENTO MATERNO - INICIATIVA HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇALocal: SALA 9 - CASA DO SERVIDORHorário: 13:30contato: [email protected]

23/05/2011 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOMARIA MADALENA LAZARI KAWASHIMASAÚDE MENTAL E TRABALHO: SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS PELA EQUIPE DA SAÚDE DA FAMÍLIA AO ADOECIMENTO DOS USUÁRIOSAPrograma: Saúde ColetivaOrientador: Prof(a). Dr(a). Sueli Terezinha Ferreira MartinsLocal: Anfiteatro do Departamento de Saúde Pública - FM de Botucatu - UNESPHorário: 14 horas

04/06/2011 - EVENTOXII FEIRA DE SAÚDE DE BOTUCATULocal: Praça Emílio Pedutti (Bosque)Horário: a partir das 9 horascontato: [email protected]

08/08/2011 - EVENTO5º CONGRESSO DAS LIGAS ACADEMICAS DE BOTUCATULocal: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESPHorário: não divulgadocontato: [email protected]

28/09/2011 - EVENTOVII CONFIAM - CONGRESSO DE FÍSICA APLICADA À MEDICINALocal: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESPHorário: 18 horascontato: [email protected]

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp

agenda

Para Ministro, Hospitais universitários se tornam ‘braços’ essenciais na saúde do país

Em visita à Botucatu dia 7 de maio, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou os investimentos da pasta para suprir carências em espe-cialidades médicas e diz ser necessário esforço do país em encontrar um meio consistente de financiamento da Saúde Pública. Para ele, os hospitais universitários têm papel imprescind-ível na formação profissional e em suas características de assistência a alta complexidade.

O ministro aproveitou a passa-gem por Botucatu e realizou visita ao Pronto Socorro Adulto “Dr. Virgínio José Lunardi”, administrado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, inaugurado dia 18 de abril.

Padilha ressaltou que o investi-mento feito na unidade contempla uma gama regional dentro das expec-tativas do ministério. “Passei pelo novo Pronto Socorro (PS Adulto Dr Virgínio José Lunardi) feito com investimento de mais de R$ 1,7 milhão, sendo re-cursos do governo federal e fiquei feliz em ver funcionando da forma como imaginávamos em parceria com a Prefeitura de Botucatu. Essa visita tam-bém proporcionou que conversasse com colegas da Unesp que cumprem um papel importante no serviço de referência na região”, ressaltou.

Um dos temas que o atual minis-tro tem enfrentado é quanto ao finan-ciamento da Saúde no país. Há, desde o final de 2010, discussões em torno da recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira) e que inicialmente era des-tinada para o custeio do SUS. “Tenho dito que não vou entrar nesse Fla/Flu (em analogia ao clássico Flamengo e Fluminense) que virou o debate desse tributo pelo país. O governo da presidente Dilma nunca discutiu

a hipótese de reeditar a CPMF para financiar a Saúde. Temos consciência de que, como Ministério da Saúde, precisamos aprimorar a gestão e uma dessas ações é o combate aos desvios de verbas. Temos ciência de que o país precisa de mais recursos para a saúde”, enfatizou.

Padilha reafirmou a necessidade de financiamento ao reconhecer que o Brasil investe menos do que outros países da América Latina e de países desenvolvidos como Estados Unidos e França. Atualmente, o governo federal destina 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto) ao custeio e modern-ização da Saúde Pública. “Quando analisamos o quanto o Brasil investe por habitante e fazermos um compar-ativo com outros países que possuem sistemas similares ao nosso, investimos até sete vezes menos. Tem que se aproveitar o momento político estável do país para ter uma regra consistente de financiamento”, frisou o ministro. “É importante a regulamentação da Emenda Constitucional 29, já que ela diz claramente o que é investimento em saúde e o que a União, Estados e Municípios devem investir”, pondera.

Uma das principais metas do Ministério tem sido a estruturação da ‘Rede Cegonha’, recém-lançada no país e que pretende criar um sistema de cuidados especiais a gestantes. No entanto, o país enfrenta escassez de médicos capacitados em especiali-adades como pediatria. “O Rede Ce-gonha tem como meta o treinamento

Sobre o miniStro- Padilha é médico infectologista, formado pela Unicamp. Ele é ainda presidente do Conselho Nacional de Saúde. Foi supervisor do Núcleo de Extensão de Medicina Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP de 2000 a 2004 e coordenou o fundo de pesquisas em doenças tropicais da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de cuidar do protocolo de cooperação Brasil e Suriname para o controle de malária na fronteira. Foi ministro chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República no governo Lula e agora é o ministro da Saúde da presidenta Dilma Rousseff.

de profissionais, investimento em equipamentos e destinação de mais recursos em torno do atendimento à gestante desde o Pré-Natal, que ocorre na Unidade Básica de Saúde, até a Maternidade, UTIs Neonatais e o acompanhamento da criança até os dois anos de idade”, explica. “O Ministério tem chamado todos os municípios de São Paulo para aderirem ao programa e na medida em que aderirem à rede, passarão a receber os recursos necessários para viabilizar esse projeto; desde que as metas indicadoras estejam em sin-tonia com o que o governo federal espera”, frisou.

incentivo à carreira Médica

Quanto à escassez de profission-ais médicos, Padilha reafirmou que uma ação conjunta com o Ministério da Educação pretende valorizar a Residência Médica. “O Ministério da Educação- responsável pelas Escolas Médicas- percebeu que é o momento para que o Brasil passe a definir a quantidade de médicos a serem formados, onde formar esses profissionais e em que es-pecialidades os mesmos atuarão a partir das necessidades do país e não do interesse e capacitação da escola. Fizemos um estudo sobre a distribuição de médicos no país. Hoje, estamos abaixo de outras nações como o Reino Unido onde há a proporção de 2,6 médicos por mil habitantes, enquanto que no Brasil há 1,7 médicos para cada mil habitantes”, enfatiza.

Mesmo entre as regiões, o Min-istro enfatizou a desigualdade nesse número. “No Rio de Janeiro há 4,7 médicos por mil habitantes, enquanto que no Maranhão há 0,6. Mesmo em São Paulo, que está dentro da média nacional, há diferenças entre suas regiões. O Ministério da Saúde vai ajudar o Ministério da Educação a mudar essa realidade”, declarou.

Entre as iniciativas frisadas es-tão um roteiro de diretrizes para a criação de escolas médicas. “A meta é que em 2020 tenhamos a mesma proporção de profissionais que países desenvolvidos possuem que é de 2,5 médicos por mil habitantes”, prevê. A ideia apresentada pelo ministro é que sejam criadas faculdades em regiões onde estão os maiores défictis de profissionais e reforçar o padrão de qualidade nos locais onde existam essas instituições.

“Outro ponto é a questão das bolsas de Residência Médica. Vamos auxiliar o Ministério da Educação a estabelecer as necessidades de es-pecialistas no Brasil e vamos finan-ciar aquelas que o país mais precisa. Queremos formar mais pediatras, neurocirurgiões, emergencistas, anestesiologistas. Mais de 50% das vagas de residência estavam na região Sudeste e hoje, 69% das va-gas estão nas regiões Norte e Nor-deste. Vamos continuar com essa política e incentivar a especialização nas áreas em que a população mais carece”, complementa.

uMa das PrinciPais Metas do Ministério teM sido

a estruturação da ‘rede cegonha’

Fizemos um estudo sobre a distribuição de médicos no país. Hoje estamos abaixo de outras nações como o Reino Unido

Alexandre Padilha, ao contextualizar a oferta de médicos no Brasil

Parceria com Unesp favorece centro em Telemedicina

Durante visita a Botucatu, Alexan-dre Padilha ainda fez uma avaliação do papel dos hospitais universitários tanto na formação de profissionais da saúde quanto na assistência à popu-lação. Indagado quanto à avaliação que esses instrumentos possuem no sistema de Saúde Pública do país, o ministro frisou que a maior parte da assistência de alta complexidade (cirurgias de grande risco, transplantes, entre outras atividades) e pesquisas possuem como palcos tais estabe-lecimentos. “Os hospitais universi-tários agregam alta complexidade e se tornam referência nas regiões onde estão inseridos. Isso exige um recurso técnico e de Recursos Humanos alta-mente capacitados”, declarou Padilha.

Para ele, o papel da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) tem se mantido dentro do que o Ministério espera de instituições formadoras de conhecimento e pes-quisas e provedoras de serviços. “A Faculdade de Medicina e seu Hospital das Clínicas são referências nacionais na qualidade do atendimento. Por isso, o governo federal tem todo o interesse em apoiar todas as ações de qualificação de seu corpo profissional e também de alunos”, frisa Padilha.

Segundo o ministro, há uma atenção voltada a Botucatu por ser um polo em assistência em saúde e por agregar cursos de formação de

profissionais da saúde. “No caso de Botucatu há um interesse maior ainda pelo fato de haver um campus univer-sitário voltado essencialmente para o desenvolvimento da saúde. O Ministério tem interesse em apoiar a qualificação do Hospital das Clínicas e de todas as ações da Unesp”, disse.

Ao finalizar, o ministro aventou a possibilidade de Botucatu integrar o Programa de Telemedicina- que tem como base o uso de computadores e das telecomunicações à prática médica (remota e local). “Nosso principal interesse é que o HCFMB e a Faculdade de Medicina se voltem apenas para serem um polo assisten-cial, mas que através do Programa de Telemedicina, pretendemos instalar pontos de comunicação com postos de saúde da região e que seja ponto de referência ao profissional da saúde, onde o mesmo possa sanar dúvidas e participar de cursos com os profres-sores da Unesp”, concluiu Padilha.

Os hospitais universitários agregam alta complexidade e se tornam referência nas regiões onde estão inseridos

Alexandre Padilha, ao ressaltar o papel dos Hospitais Universitários

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Faculdade de Medicina

Durante visita da Pró-Reitora de Pesquisa da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Maria José Soares Mendes Giannini, realizada dia 5 de abril, à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, a Comissão de Pesquisa da unidade universitária mostrou os avanços e sua nova política de incentivo e aprimoramento da pesquisa.

Com presença de chefes dos Departamentos de Ensino da FMB, coordenadores dos cursos de graduação em Enfermagem e Medicina e dos programas de pós-graduação mantidos pela instituição, foram mostradas e debatidas iniciativas para o desenvolvimento científico da faculdade.

O diretor da FMB, prof. Sérgio Müller ressaltou as iniciativas adotadas nos últi-mos anos para o aprimoramento e desenvolvimento de políticas para a pesquisa. Segundo ele, muitas das diretrizes atuais foram estabelecidas através de eventos como a Oficina de Planejamento e o I Encontro de Pesquisa, realizados em 2005 e 2009, respectivamente.

“Desde então tem-se adotado uma série de iniciativas para vencer os obstáculos existentes para a pesquisa dentro da FMB”, ressal-tou ao elencar as mudanças que proporcionaram um novo cenário propício para o aumento de estudos científicos, como a estrutura do Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu- recentemente transformado em uma autarquia paulista-, além da abertura de espaço e infra-estrutura para que pesquisas possam ser realizadas de forma adequada.

Através desses desafios, ressalta o diretor, foram estabelecidas políticas e ações organizadas que contemplassem a pesquisa básica e que a mesma interagisse com a clínica. “Hoje temos uma unidade de pesquisa clínica- Upeclin- e observamos que nos Estados Unidos e Europa, a pesquisa experimental e seus resultados estão associados diretamente à aplicação clínica”, declarou.

Presidente da Comissão de Pesquisa da faculdade, profª Célia Regina Nogueira abordou os avanços e diretrizes adotados após encontros e ciclo de palestras real-izadas nos últimos dois anos na instituição. Entre as ações citadas pela acadêmica estão o aumento da oferta de Iniciação Científica, apoio à internacionalização das pesquisas, consultorias e aprimoramento dos palcos para o desenvolvimento dos estudos que incluem as futuras Unidades de Pesquisa Experimental e Experimentação Animal (Unipex e Upea, na ordem), além de um novo biotério.

Outro avanço obtido pela FMB foi a captação de recursos destinados a pesquisas através de órgãos de fomento como Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) que passou, em menos de 24 meses, de R$ 1.916.664 para R$ 3.119.240. Todos esses pontos foram considerados como expressivos pela presidente da comissão. “Temos discutido a pesquisa e o que a Faculdade de Medicina deve fazer para avançar ainda mais nesse aspecto”, frisou profª Célia.

Para a pró-reitora de Pesquisa da Unesp, o momento vivido pela universidade, em geral, simboliza um dos pilares acadêmicos, que também abrangem a exten-são do aprendizado à comunidade e ao ensino de excelência. “A universidade tem sentido que há uma ascensão em todos os níveis e com a pesquisa há resultados expressivos”, declarou.

Profª Maria José mostrou ainda preocupação com os novos rumos que as mais diversas áreas do conhecimento têm tomado quanto ao desenvolvimento tecnológico. “A Medicina, quando se vê o rápido avanço pela qual passa, tem se preocupado com as mudanças que surgem”, concluiu a pró-reitora.

Medicina/Unesp avalia crescimento de produção científica

Desde março deste ano, a Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB) conta com uma profissional especializada em assessorar pesquisas utilizando as ferramentas da Medicina Baseada em Evidências. Professora Regina El Dib, que antes era contratada da Universidade McMaster, Hamilton, Canadá, atuará juntamente com a Comissão de Pesquisa da FMB para auxiliar os pesquisadores especialmente na realização de re-visões sistemáticas, metanálises de intervenções e testes diagnósticos.

Segundo ela, a Medicina Baseada em Evi-dências pode ser considerada um elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica. Através de uma metodologia adequada, essa ferramenta propicia que o pesquisador tenha uma visão crítica dos artigos publicados na literatura.

“A revisão sistemática de intervenção pode ser usada para a seleção de artigos de interesse do pesquisador, através da formulação de uma boa questão clínica que é composta por 4 itens-chave (i.e., situação clínica, intervenção de interesse, grupo controle e os desfechos a serem avaliados). Dessa forma, ele consegue mapear o conhecimento sobre determinado assunto na área da saúde”, comenta professora Regina. “É um desenho de estudo que pode ser usado para projetos de mestrado, douto-

Pesquisadores da FMB contam com assessoria especializada

desenvolviMento tecnológico Foi uMa

das PreocuPações realçadas eM Palestra

Pela Pró-reitora

Visita da Pró-Reitora de Pesquisa da Unesp reforçou o comprometimento da universidade com o desenvolvimento dos estudos científicos no complexo Faculdade de Medicina

Medicina baseada eM evidências

rado e até livre-docência”, acrescenta.

A especialista ministrará cursos sobre Medicina Base-ada em Evidências para alu-nos do 5º ano de Medicina e também para estudantes da Pós-Graduação. Médicos e docentes também rece-berão a capacitação. Além disso, uma turma de bib-liotecárias terá aulas sobre revisões sistemáticas, espe-cificamente, como realizar uma estratégia de busca.

Alunos e pesquisadores poderão agendar um horário com a professora Regina para aprender como usar a técnica em suas pesquisas ou então serão incentivados a buscar recursos em órgãos de fomento para que a revisão sistemática seja feita integralmente pela profissional. “Minha proposta é disseminar, na FMB, a cultura da Medicina Base-ada em Evidências. Se conseguirmos aumentar a qualidade das pesquisas, consequentemente aumentará a produção científica”, prevê.

A assessoria da professora Regina também pode ser solicitada por pesquisadores interessados em realizar estudos sobre diretrizes clínicas ou ainda protocolos de ensaios clínicos e metanálises proporcional de série de casos. Os contatos da especialista são: (14) 3811-6140 (ramal 105) ou [email protected]

A revisão sistemática de intervenção pode ser usada para a seleção de artigos de interesse do pesquisador

Profª Regina Dib, sobre a relação entre a Medicina e as pesquisas

eleição

ProfessoraRegina quer disseminar a

cultura da Medicina

Baseada em Evidências na FMB

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) viverá mo-mento importante, em junho, com a escolha de diretor e vice-diretor da instituição para os próximos quatro anos. O cronograma do processo eleitoral e as regras para a votação já estão definidas e o edital disponível para os candidatos interessados. Podem concorrer aos cargos ma-joritários da FMB, professores por-tadores do título mínimo de doutor.

A consulta à comunidade para a escolha dos novos mandatários ocorre em 15 e 16 de junho de 2011. Dia 15, a votação ocorre das 8 às 20 horas e no dia 16, das 6 às 16 horas, ambos no Laboratório de Informática “Profª Emérita Dinah Borges de Almeida”, no corredor central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). Já a apuração dos votos ocorre a partir das 17 horas no prédio administrativo da FMB.

Estão aptos a votar professores (que terão peso de 70% na escolha), servidores técnico-administrativos vin-culados à Unesp e o corpo discente da faculdade (os dois últimos com peso de 15% no processo eleitoral). Para votar, o eleitor apto deverá apresentar documento oficial de identificação.

O documento que regulamenta o processo eleitoral também definiu

Medicina/Unesp define calendário para escolha de novo diretor

a Comissão Eleitoral que fará o acom-panhamento da consulta, apuração dos votos e elaborará a ata dos resultados a ser enviada à Congregação da FMB para posterior homologação. Preside o grupo a professora Beatriz Matsubara, tendo como membros os docentes Raul Lopes Ruiz Júnior, Maria Regina Bentlin, Maria José Trevizani Nitsche, Ildeberto Muniz de Almeida; o servidor Orlando José Sauer e José Eduardo da Silva Moz (representante discente), além de Mar-cos Antônio Arakaki como secretário da comissão.

Eleito, o novo diretor deverá ad-ministrar a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp de 20 de julho desse ano até 19 de julho de 2015, substi-tuindo os professores Sérgio Müller e Silvana Artiolli Schelini nos cargos de dire-tor e vice, respectivamente. Aos 48 anos, a FMB mantém dois cursos de graduação: Medicina- com 90 vagas e que possui a maior concorrência no vestibular da Unesp- e Enfermagem, que oferece 30 vagas anuais e tem se consolidado como um dos mais bem conceituados do país.

A FMB também é responsável por 36 programas de residência médica, 53 de aprimoramento profissional, 8 de pós-graduação e 2 de mestrado profissionalizante. O complexo FMB e Hospital das Clínicas reúne 284 docen-tes e 1.475 servidores.

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abril 2011

4 Faculdade de Medicina

Valorizar a pesquisa, aprofundar novos parâ-metros para o ensino e buscar a excelência nos serviços. É com essas metas que os professores Maria Aparecida Custódio Domingues e Flávio de Oliveira Lima assumiram, dia 8 de abril, a chefia do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, o mais antigo da instituição.

Ambos substituem as professoras Mariângela Marques e Maria Aparecida Kobayasi e mostr-aram, durante os discursos de posse, o com-promisso do departamento em participar de maneira ativa da reestruturação curricular do curso de graduação em Medicina, iniciado em 2010. Os novos gestores também pretendem implantar ações de estímulo a pesquisa e pub-licações de resumos e artigos científicos.

Somente no ano passado foram 34 trabalhos publicados pelo Departamento em resumos, revistas e anais de congressos. A meta da nova chefia é dobrar o número de publicações nesses veículos de divulgação.

No entanto, o maior desafio, segundo profª Maria Aparecida será a acreditação- processo de certificação de qualidade- dos exames anato-mopatológicos (ramo da patologia que lida com diagnóstico de doenças através do estudo de tecidos e órgãos) junto ao Colégio Americano de Patologia, uma das maiores instituições do segmento no mundo. O processo, que está em fase inicial, pode garantir o pioneirismo da FMB junto às universidades

Integrante do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), o professor Luiz Shiguero Matsubara (foto) recebeu, dia 20 de abril, nova titulação em sua carreira acadêmica. Agora, o acadêmico é titular no Conjunto de Disciplinas de Medicina Interna I, II e II da instituição.

O concurso para a obtenção da titularidade ocorreu em duas etapas, ambas realizadas dia 20. A prova didática teve como tema a “Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca” e a argüição pública do memorial, onde o candidato relatou toda a produção cientí-fica e acadêmica da carreira.

Foram componentes da banca ex-aminadora os professores da FMB, Álvaro Oscar Campana e Paulo Eduardo de Abreu Machado; Milton de Arruda Martins, Luiz Ernesto de Almeida Troncon e Júlio Sérgio Marchini, todos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, vinculada à Universidade de São Paulo (USP).

Luiz Shiguero Matsubara concluiu o doutorado em Fisiopatologia em Clínica Médica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho em 1988. Realizou pós doutorado na University of Missouri, nos Estados Unidos. É professor orientador, responsável por disciplinas e atual coordenador do curso de pós-graduação “Fi-siopatologia em Clinica Médica. Em suas atividades profissionais interagiu com 164 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos.

Vinculada ao Departamento de Anestesiologia, Eliana Marisa Ganem foi quali-ficada, em abril, como professora titular da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). O concurso para a obtenção do cargo é referente à disciplina de “Urgência e Emergências Cirúrgicas: Anestesiologia (Anestesiologia clínica, reanima-ção e Assistência Ventilatória, Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos)” da instituição.

As atividades referentes à titulação ocorreram no dia 18 e consistiram em prova didática e arguição do memorial. Em sua prova didática, a professora discorreu, com presença de membros do departamento, sobre o tema “Neurotoxicidade dos fármacos induzidos no neuroeixo”.

Compuseram a banca examinadora os professores Pedro Thadeu Galvão Vianna e Yara Marcondes Machado Castiglia (ambos da FMB), José Luiz Gomes do Amaral, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Carlos Alberto da Silva Júnior, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina e Luiz Fernando de Oliveira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Eliana Marisa Ganem possui graduação, mestrado e doutorado em Medicina pela Unesp. Exerceu por dois mandatos o cargo de Chefe do Departamento de Anes-tesiologia, sendo também vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação da

área. Atualmente, é líder do Grupo de Pesquisa Toxicidade dos Anestésicos Lo-cais e Outros Fár-macos introduzidos no Neuroeixo.

Eliana Ganem é qualificada professora titular da FMB

Departamento de Patologia tem como meta a acreditação da qualidade de exames

paulistas nesse serviço. “Seria a comprovação da qualidade dos nossos exames e representa um importante papel no processo de inter-nacionalização tanto da faculdade quanto do departamento”, ressaltou.

Sobre os projetos apresentados, a nova chefe realça perspectivas de consolidação da presença do departamento em ensino, pesquisa e extensão universitária que a Unesp preconiza. “Nesse novo contexto, a universidade busca a inovação dentro da Patologia unindo a clínica com outras especialidades da medicina. É uma ciência que serve de âncora para as demais áreas da medicina”, complementa a professora.

Profª Maria Aparecida é graduada e fez residência médica pela própria FMB, em 1986. Durante sua carreira, fez mestrado e especial-ização pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Na década de 1990, foi convidada pelo Hemocentro de Santa Catarina a implantar o serviço de Imuno-Histoquímica (processo de localizar antígenos em células de uma amostra de tecido). Em 2004, retornou a Botucatu a convite do departamento.

Já prof. Flávio de Oliveira Lima é graduado em medicina pela Faculdade de Ciências Médi-cas da Santa Casa de São Paulo (1987) e douto-

rado em patologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O novo vice-chefe re-força que a colaboração dos corpos docente e discente será essencial para que a acredita-ção e o crescimento das publi-cações sejam possíveis dentro da nova meta de gestão.

Os novos chefes do Departamento se comprometeram a estimular a produção científica com teses e artigos publicados em periódicos

Maior desaFio, segundo ProFª Maria aParecida será a acreditação

dos exaMes anatoMoPatológicos

carreira

Prof. Luiz Matsubara recebe nova titulação

carreira 2

Pet saúde

Em abril, pelo terceiro ano consecutivo, a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi contemplada com bolsas do Pro-gramaPET-Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho) do Ministério da Saúde. Oitogrupos de alunos das graduações em Medicina e Enfer-magem, além de profissionais da rede básica de Saúde de Botucatu, se organizam para iniciar as atividades de 2011.

Dia 13 daquele mês, em um evento coor-denado pela professora Eliane Goldfarb Cyrino, do Departamento de Saúde Pública da FMB e coordenadorado PET-Saúde na faculdade, com apoio do Núcleo de Apoio Pedagógico, os no-vos membros do projeto se encontraram com os bolsistas de 2010. Eles também assistirama-presentações sobre o projeto e o balanço das atividades de seus antecessores.

O programa abrange, por ano, 96 alunos de graduação e 46 profissionais da rede básica de saúde. Para envolver os estudantes, ainiciativa está diretamente ligada ao IUSC (Interação Uni-versidade, Serviço,Comunidade). São oferecidas seis bolsas para profissionais (preceptores) e 12 bolsas para os universitários em cada um dos projetos. Há, ainda, umprofessor-coordenador para cada grupo.

Os alunos se dedicam oito horas por se-mana ao projeto,sendo metade no IUSC e as outras quatro horas em pesquisas. A mesma carga valepara os preceptores, que desenvolvem quatro horas de atividades do PET-Saúde emseu trabalho e a outra parte do tempo realizam as ações fora da unidade desaúde.

O edital para que os interessados participem do processo seletivo – composto por uma prova sobre ensino médico e de enfermagem na re-debásica de saúde - é aberto uma vez ao ano. A atuação dos bolsistas está focadaem pesquisas envolvendo a atenção básica, preferencialmente em unidades ESF(Estratégia Saúde da Família).

Programa do Ministério da Saúde contempla bolsistas pelo terceiro ano consecutivo

Na opinião da professora Eliana Goldfarb Cyrino , atravésdo PET-Saúde os alunos começam a pensar a atenção básica como um ob-jeto depesquisa e construção de con-hecimento. “Além disso, a atuação dos estudantes noprojeto é voltada a promoção da saúde e prevenção de doenças”, comenta.

Ainda segundo ela, com a participação dos profissionais darede básica de saúde é possível promover troca de experiências e informaçõescom os estudantes e tam-bém propor soluções para os problemas apresentados pelapopulação assistida. “Isso porque as pesquisas realizadas pelos alunos são deintervenção”, explica profes-sora Eliana.

o Pet-saúde

Como uma das ações intersetoriais direcionadas para o fortalecimento da at-enção básica e da vigilância em saúde, de acordo com os princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde - SUS, o Pro-grama tem como pressuposto a educação pelo trabalho e disponibiliza bolsas para tutores, preceptores (profissionais dos serviços) e estudantes de graduação da área da saúde, sendo uma das estratégias do Programa Nacional de Reorientação daFormação Profissional em Saúde, o PRÓ-SAÚDE, em implementação no país desde 2005.

Profª Ganen com membros da banca do concurso

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abril 2011

entrevista

Conceitualmente, o que são agrotóxicos e por que esses produtos podem ser considerados nocivos ao Meio Ambiente e ao homem?Embora o termo “agrotóxico” esteja sendo usado para indicar produtos químicos que combatem pragas na agricultura, ele não é tecnicamente correto. A denominação cor-reta para esses produtos é “praguicida”, ou seja, aquilo que mata pragas; daí o sufixo ...”cida”, como em homicida. As pragas que ocorrem nas culturas agrícolas são fungos, insetos, ervas daninhas, ácaros etc. de modo que os praguicidas são fungicidas, in-seticidas, herbicidas, acaricidas etc. Independente do nome, claro que são substâncias tóxicas, porque seu objetivo é eliminar pragas; caso contrário, não teriam utilidade. Como qualquer agente tóxico, podem ser nocivos ao homem e ao meio ambiente, nos quais algumas dessas substâncias podem persistir, dependendo de sua característica química. Assim, como qualquer agente tóxico, os “agrotóxicos” devem ser tratados com muito cuidado.

No Brasil, a segunda causa de intoxicação, depois de medicamentos, é por agrotóxi-cos. Quais medidas os órgãos competentes têm adotado para mudar essa realidade?Essa questão se refere à intoxicações agudas, que são urgências médicas. Elas ocorrem por exposições abruptas a quantidades significativas de agrotóxicos. São relativmente frequentes, porque os preparadores, e os aplicadores desses produtos nos campos agrícolas, não são bem orientados ou não seguem as normas técnicas como, por exemplo, a de usar equipamentos de proteção individual. Essas são exposições ocupacionais.Existem normas técnicas, recomendadas pelas agências governamentais e que estão resumidas nos rótulos e bulas desses produtos, que orien-tam sua manipulação e uso. Além disso, também são frequentes os acidentes (ingestão inadvertida, principalmente por crianças) e as tentativas de suicídio usando praguicidas. A exposição por alimentos contaminados também ocorre, mas em baixos níveis, e a importância dessas doses baixas de resíduos para a saúde humana está sendo intensamente pesquisada.

No dia-a-dia, quais alimentos são os mais agres-sivos em quantidade de agrotóxicos ao consumi-dor? Como se prevenir desse perigo? Há 10 anos a Anvisa (Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária) desenvolve uma ação denominada PARA – Programa de Análise de Resíduos em Alimentos. Eles coletam alimentos frescos à dis-posição do consumidor em quitandas e mercados do norte ao sul do país e enviam as amostras para laboratórios credenciados para análise química. O que a Anvisa tem percebido é que frutas, legumes e verduras contêm resíduos de “agrotóxicos”. As-sim, embora em níveis relativamente baixos, nós estamos ingerindo essas substâncias. Dependendo do período em que a amostragem foi feita pela Anvisa, é diferente a fruta, legume, ou verdura que contêm mais resíduos. Assim, não é possível, nem adequado, indicar o “alimento mais agressivo” em termos de contaminação. De qualquer modo, os alimentos naturais devem ser lavados com água corrente e as cascas retiradas.

A ingestão dessas substâncias, mesmo com a correta lavagem de alimentos, pode provocar que tipo de reação no organismo?Quando a exposição ocorre em baixas doses e por longo tempo, como ocorre aqui e no restante do mundo, estamos frente a um problema. Há algu-mas indicações de que esta exposição discreta, mas contínua, possa estar provocando efeitos danosos ao organismo. As hipóteses sugerem efeitos hormonais, neurológicos, reprodutivos, comportamentais, etc. O problema é isolar o que

Quando o perigo é tóxico

chamamos de “fatores de confusão”, como a exposição a outras substâncias industriais, ao tabagismo, ao alcoolismo, etc. Desde 2006, temos um projeto temático financiado pela Fapesp que pesquisa os efeitos da exposição aos resíduos de “agrotóxicos” encontrados pela Anvisa sobre o fígado e sistema reprodutivo de ratos machos e fêmeas. Nossos resultados só serão divulgados no próximo ano. Neste momento, teremos que entender também o significado desses resultados para a espécie humana.

Como aliar, de maneira segura ao Meio Ambiente e não agressiva ao homem, o uso desses produtos?Três atores são importantes. De um lado, os produtores e aplicadores de “agrotóxicos” devem seguir rigorosamente as normas técnicas ditadas pelos Ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e da Agricultura. Esses órgãos, por sua vez, devem exercer vigilância e cobrar atendimento àquelas normas. Na terceira ponta, o público deve exercer seus direitos e deveres de consumidor – estar bem informado e reportar quaisquer desvios no uso de praguicidas. Um aspecto importante da questão de “agrotóxicos” são os produtos contrabandeados, mais baratos do que os regulares. Esses produtos “piratas”,

produzidos em qualquer fabriqueta de quintal, sem cuidados técnicos, contêm várias outras substâncias estranhas, algumas das quais mais tóxicas que o ingrediente ativo principal. Esta questão, naturalmente, não é de de ciência, ou de saúde pública, mas de polícia.

A Anvisa tem realizado consulta pública para o estabelecimento de um novo regulamento para o registro de agrotóxicos no país. De que forma tem ocorrido esse processo e qual papel que a Unesp terá nesses debates? Qual a participação das empresas multinacionais nessa questão?A Anvisa fez uma chamada pública (Nº 2 de 2011), que deverá ser encer-rada dia 25 próximo, para discutir um regulamento sobre como registrar “agrotóxicos” no Brasil. Esta proposta de regulamento acha-se no site do órgão e qualquer cidadão pode sugerir o aperfeiçoamento dela. A

Sociedade Brasileira de Toxicologia, junto com outras três so-ciedades científicas, está coordenando um grupo de trabalho constituído por colegas da Unesp, USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para análise do regulamento proposto. Nosso documento irá se basear no estado-da-arte das ciências relacionadas à avaliação toxicológica e do risco. Além disto, procurará o alinhamento aos países mais desenvolvidos (EUA, Comunidade Europeia, Japão), desde que isto não fira critérios científicos vigentes. Fui informado de que o setor produtivo, constituído por empresas nacionais e multinacionais, participará do processo com um documento próprio.

Um dos objetivos dessa chamada pública é equip-arar a legislação brasileira a de países como Estados Unidos, Japão e União Europeia. Que diferença há na regulamentação nacional a desses países?Uma das diferenças entre o Brasil e os EUA nesta área é a aplicação sistemática da “avaliação do risco” dos praguicidas. Embora nossa legislação sobre “agrotóxi-cos” preveja o uso deste in-

strumento científico, isto ainda não ocorre de modo completo no país. Quanto à chamada pública da Anvisa, não é seu objetivo explícito equiparar a legislação brasileira à de outros países, embora em alguns momentos ela se refira à normas técnicas e científicas de agências governamentais de outras nações e à entidades internacionais, como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD).

O perigo pode ser invisível. Fabricados em laboratórios para eliminar pragas e aumentar a produtividade de lavouras em todo o Brasil, os produtos agrotóxicos estão na cultura agrícola do país e seu reflexo está nas prateleiras dos mercados e quitandas.

Sem a correta lavagem, não é difícil ocorrer, mesmo que acidentalmente, a ingestão de alimentos com essas substâncias que, em longo prazo, são consideradas problema de saúde pública. Os efeitos podem ser danosos ao organismo, como indicam pesquisas recentes da área. Especialistas apontam chances de prejuízos hormonais, neurológicos, reprodutivos, entre outros.

Cada vez mais exposta, a população mostra-se vulnerável aos perigos de agrotóxicos e de demais substân-cias para o controle de pragas nas lavouras. Uma das maiores preocupações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é quanto a regulamentação dos agrotóxicos no país.

A iniciativa, na opinião do professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina/Unesp (FMB) e coordenador do Núcleo de Avaliação do Impacto Ambiental sobre a Saúde Humana (Toxicam), João Lauro Viana de Camargo, mostra as possibilidades de uma regulação mais abrangente e que estabeleça parâmetros menos agressivos à saúde pública quanto ao uso desses produtos.

Prof. Camargo, que mantém um projeto financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) sobre os efeitos adversos provocados pela ingestão de alimentos contaminados por praguicidas, ressalta que é importante que esferas públicas e a iniciativa privada discutam de forma ampla o marco regu-latório para a comercialização e uso dessas substâncias em lavouras. Segundo ele, os riscos para o organismo ainda são muitos e pesquisas avançam para constatar quais os prejuízos mais significativos.

Assim, como qualquer agente tóxico, os “agrotóxicos” devem ser tratados com muito cuidado

João Lauro Viana Camargo, sobre a importância de se debater o tema

Quando a exposição ocorre em baixas doses e por longo tempo, estamos frente a um problema

João Lauro Viana Camargo, sobre efeitos dos agrotóxicos

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6 esPecial FMb 48 anos

A sessão solene da Congregação em comemoração aos 48 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), realizada, dia 29 de abril, no Salão Nobre da instituição, foi recheada de emoção para os integrantes da homenageada 4ª turma de médicos formados pela escola. Identificados com uma estola alusiva à data, os integrantes do grupo aproveitaram a oportunidade para vivenciar momentos de reencontro e nostalgia.

O urologista Milton Flávio Lautenschlager, aluno e orador da 4ª turma na época da formatura dos então-estudantes, voltou a assumir seu lugar ao púlpito. Dessa vez, porém, as expectativas dos recém-formados eram lugar às lembranças dos veteranos.

Milton Flávio lembrou dos tempos de faculdade, as passagens curiosas e difí-ceis. Frisou que a escola, ainda em construção quando sua turma passou pelas salas de aula, agora se tornou moderna e preparada para oferecer serviços de saúde com qualidade à população. “Que a FMB possa continuar formando bons médi-cos e que possamos assistir juntos outros tantos anos dessa bela história”, disse.

Professor José Manoel Bertolote, escolhido para falar em nome da 4ª turma inovou em sua apresentação. Ao invés do tradicional discurso, optou por uma performance teatral, um monólogo que surpreendeu os presentes.

Prof. Sérgio Müller - O diretor da FMB, professor Sérgio Swain Müller, fez questão de citar nominalmente os ex-alunos da 4ª turma que permanecem prestando serviços à faculdade. Aproveitou para lembrar também que ainda hoje os alunos são bastante participativos e contribuem de maneira efetiva com os projetos da instituição.

Ao falar rapidamente sobre sua gestão, ponderou que os projetos desenvolvi-dos e que resultaram em avanços para a FMB são fruto do trabalho de centenas de funcionários. Ele lembrou, por exemplo, da consolidação da Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin), da idealização da Unidade de Pesquisa Experimental (Unipex) e Biotério. “O objetivo é associar ciências básica e experimental à aplicação clínica. Juntamente com o Parque Tecnológico de Botucatu poderemos ser um polo pesquisa e aprimoramento”, afirmou.

Professor Müller colocou como desafio da organização para um futuro próximo intensificar seu processo de internacionalização. Há quase um ano a FMB conta com um Escritório de Relações Internacionais. “Queremos ser uma escola medica de classe mundial”, sublinhou.

Prof. Emílio Curcelli - O superintendente do Hospital das Clínicas da FMB, professor Emílio Carlos Curcelli, ressaltou que a participação dos ex-alunos da 4ª turma colaboraram de maneira fundamental para que a faculdade atingisse seu atual grau de excelência. “Entretanto, não podemos repousar às conquistas de nosso antecessores. Precisamos avançar. Antes de tudo, precisamos mudar nossos paradigmas. Avante Botucatu”, destacou o gestor.

Profa. Marilza Rudge – Representando na cerimônia o vice-reitor no exer-cício da Reitoria da Unesp, professor Júlio Cezar Durigan, a pró-reitora de Pós-Graduação, professora e ex-aluna da FMB, Marilza Vieira Cunha Rudge, elogiou a iniciativa da atual Direção da FMB ao homenagear os ex-alunos. A docente, que foi veterana de alguns alunos da 4ª Turma e parceira deles na histórica Operação Andarilho, apontou que é motivo de orgulho acompanhar a evolução do HCFMB, que hoje se tornou um complexo hospitalar. “Hoje é uma autarquia e continua sendo um hospital de ensino vinculado à FMB”, colocou.

Professora emérita Dinah Borges de Almeida foi convidada para falar sobre a trajetória da FMB. Em seu discurso, ela lembrou dos primórdios da ainda Facul-dade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), processo do qual o professor emérito Mário Rubens Guimarães Montenegro foi ator central. Ela frisou que atualmente a instituição tem condições de oferecer atendimento de saúde com qualidade desde o nível primário, com o Centro de Saúde Escola (CSE) até o quaternário, com os transplantes de fígado e rim realizados pelo HCFMB. “A FMB foi a primeira escola médica a inserir seus alunos no atendimento a pacientes desde o 4º ano e a oferecer internato de dois anos. Além disso, tem pensado internacionalmente seu ensino”, colocou.

A emérita aproveitou para tornar pública sua preocupação com a necessidade de o ensino ser sempre o centro das preocupações do HCFMB, sem perder o vínculo com a FMB, mesmo após ser transformado em autarquia da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Professora Dinah ainda comentou sobre o foco constante da instituição na pesquisa. “Começamos com laboratórios experimentais e hoje temos uma Unidade de Pesquisa Clínica”, ponderou.

O desafio de se tornar uma escola médica de classe mundial

Akimi ImafutuAloisio Antonio Gentil

Antero Frederico Macedo de MirandaAntonio Carlos Menegon

Antonio Gevali CarsavaAntonio Naufel

Araci Ferreira LopesAristides Caruso JuniorCarlos Henrique Siloto

Celso de Freitas GomesCid Libero Macchetti

Cleide KellerDorio Elman

Duarte Manoel Teixeira da SilvaEdgard Chammas

Elizabeth Garcia Castro CarusoEveraldo Casalenuovo

Fernando Bernardo FonsecaFlorence Kerr Correa

Geraldo Migliorini Pires de CamposHamad Mitri Antonios Saleh

Hamilton Almeida RolloHedoneia Mendes ChinagliaIssan FaresJaime de Oliveira GomesJoão Carlos BarreirosJoao Carlos MacariniJoaquim Fernando AlmeidaJose Abdo NetoJose Carlos Dal Acqua da SilvaJose Carlos GurgelJosé Gabriel Martins de CamargoJose Lourenco QuagliaJosé Manoel BertoloteJose Paulo de Figueiredo MarquesiJose Roberto NaddeoJose Teodoro Veneziano ToneteJuarez Carlos BaraunaLuis Angelo SampaioLuiz Antonio Vicente SilveiraMaorilio Aparecido CalilMarco Antonio de Almeida Torres

Marcos Antonio Congilio MartinsMaria Aurea Pisaneschi Petrossi GalloMaria Lucia LebraoMaria Rosa Bet de Moraes e SilvaMauro Benedito Monson de SouzaMauro Brasil Lambert dos SantosMilton Flavio Marques LautenschlagerMonir HananiaNadja Soares Filgueiras de MoraesNelson Gaspar DipNilberto de AlmeidaNorberto Marcondes dos SantosOdair Carlito MichelinOmar Abrão GeraigePaulo TraimanPedro DimitrovPericles Alves NogueiraRenato Sérgio Pietsch CunhaRubens Correa GuimaraesRubens MonteiroSantos Tonioli Filho

Sergio PasserottiSidnei Jose SpinardiSilvio Antunes CocenasSuely Dias ManfrinatoTereza Kawakami KiyUbajara C. Nogueira de FreitasValdemar Pereira de PinhoVanderlei A. Najarro GagliardiWagner RipariWalter Spinelli JuniorWilmar Magalhães LemosYoshino Ayabe Gomes

PARANINFOProf. Dr. Marco Segre

PATRONOProf. Dr. Fernando José de Nóbrega

integrantes da 4ª turMa de Medicina da FcMbb

O prefeito de Botucatu, João Cury Neto, presente na cerimônia de comemoração aos 48 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu, de-stacou que ao longo das últimas décadas a FMB tem sido uma importante parceira do município, entre outros motivos pelo fato de fornecer seus especialistas para atuarem como secretários municipais de Saúde.

“Botucatu tem hoje uma estrutura de saúde com grandeza considerável, precisamos apenas manter um diálogo permanente. Em breve, ter-emos condições de hierarquizar os atendimentos como prevê o SUS (Sistema Único de Saúde)”, enfatizou, pontuando que, em sua opinião, a história da cidade pode se dividir em antes e depois da criação da antiga FCMBB.

Meta Para o Futuro será o Processo de internacionalização das relações da Faculdade de Medicina

Botucatu pode ser dividida em antes e depois da FCMBB

Solenidade de 48 anos da Faculdade de Medicina/Unesp consistiu em homenagens e relatos de acadêmicos e relembrou momentos da 4ª turma de médicos formada pela escola

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esPecial FMb 48 anos

É com grande alegria que assisto ao crescimento da FMB e nada disso seria possível sem a participação de nossos eméritos

Pasqual Barretti, diretor presidente da Famesp sobre os eméritos

Professores pioneiros e que contribuíram de maneira decisiva para a criação e consolidação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), atualmente titulados como “eméritos”, foram homenageados pela escola, dia 27 de abril. Em meio às comemorações do aniversário de 48 anos da FMB, foi inau-gurada, em área anexa à Sala de Reuniões da Congregação, a galeria de retrato dos professores eméritos da faculdade.

O espaço onde foram instalados os 23 quadros com a reprodução da imagem dos eméritos fica justamente na ante-sala do ambiente onde são discutidas e tomadas as principais decisões sobre o rumo da FMB. No local, onde se reúnem representantes de todos os seg-mentos da FMB, foi recentemente batizada com o nome de um dos mais ilustres professores eméritos da instituição, Dr. Mário Rubens Guimarães Montenegro – considerado fundador da Faculdade de Medicina de Botucatu.

A cerimônia de homenagem aos veteranos mestres contou com a presença de familiares e amigos dos docentes. O diretor da FMB, professor Sérgio Swain Müller; a vice-diretora, professora Silvana Artioli Schellini; além do diretor-presidente da Fundação para o Desenvolvim-ento Médico e Hospitalar (Famesp), professor Pasqual Barretti e seu vice-presidente, professor Shoiti Kobayazi

ficaram com a incumbência de reforçar aos eméritos a importância de sua história à serviço da universidade.

“Muito mais que nossa infra-estrutura, prédios e laboratórios queremos eterni-zar aqueles que realmente ajudaram a construir a história da FMB”, disse professor Sérgio Müller.

Para o professor Pasqual Barretti, uma importante contribuição dada pelos professores eméritos, principalmente para o Brasil, foi a participação da luta pela democracia durante o Regime Militar (1964/1985). “É com grande alegria que assisto ao crescimento da FMB e nada disso seria possível sem a participação de nossos eméritos. Hoje a Famesp consegue viabilizar um dos grandes sonhos da universidade, que é levar a faculdade para fora de seus muros. Dá-nos muita satisfação poder dar esse presente à instituição”, abordou ele, se referindo ao apoio da Fundação para que a FMB administe diversas unidades de saúde no Estado de São Paulo.

Um dos homenageados, o professor emérito William Saad Hossne deu uma breve aula aos presentes sobre quem foi Hipócrates (460 a.C) – considerado criador da Medicina atual e cujo busto foi colocado em um espelho d’água construído ao lado do novo prédio administrativo da FMB. Nesse mesmo local serão plantados exemplares de uma árvore chamada Plantanus ocidentalis – sob a qual, em sua versão oriental (Plantanus orientalis), Hipócrates ministrava suas aulas e cujo galho, juntamente com uma serpente, compõe o símbolo da Medicina.

“Hipócrates tirou a Medicina do terreno da superstição, da magia e criou sua espinha dorsal. Ele dizia: “A natureza das doenças pode ser conhecida, desde que usemos a razão e a observação”. Nasceu o raciocínio clínico, a ideia dos sintomas e sinais e a necessidade de o doente contar tudo que sente para o médico. Esse é um processo que pode ser aprendido e ensinado; com isso nasceu a arte médica”, observou professor Saad.

Ao falar sobre mais um reconhecimento em sua carreira, emérito disse estar bastante satis-feito. “Acho que é um momento de satisfação e principalmente de confraternização por ver que há um entrosamento entre as gerações anteriores e as que estão vindo. Essa cerimônia tem esse significado. Estamos juntos constru-indo o melhor que podemos nessa faculdade”.

Dois dos professores eméritos hom-enageados são ex-reitores da Unesp: Dr. José Carlos de Souza Trindade e Dr. Artur Roquete de Macedo, ambos presentes à cerimônia preparada pela FMB.

Eméritos eternizados

ForaM instalados os 23 quadros coM a reProdução da iMageM dos eMéritos da Medicina/unesP

Solenidade

Homenageados, integrantes da quartaturma valorizam relação com a escola

No convite impresso, o dia 18 de dezembro de 1971, significou o momento previsto para que os então noventa alunos da 4ª turma de Medicina da então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB)- em-brião do que viria a ser a Unesp na região-, entrassem pelo corredor do Botucatu Tênis Clube e concretizassem o sonho da graduação.

Companheirismo, amizade e lembranças de épocas de descobertas e conhecimento. Era assim que muitos dos inte-grantes da quarta turma de medicina se encontraram durante as homenagens oferecidas na solenidade alusiva aos 48 anos de criação do curso de medicina pela FCMBB, realizada dia 29 de abril. Uma exposição de fotos, com curadoria da historia-dora Isaura Bretan, levou aos presentes muita emoção e mo-mentos marcantes dos seis anos que passaram em Botucatu.

Nilberto de Almeida, natural de Jacareí (SP), ressalta as mudanças de cidade e rotina como os maiores impactos da nova escola. Para ele, ter vivenciado parte do início da FCMBB significou aprender a mudar e engajar-se em causas políticas e sociais (o curso ocorria em pleno Regime Militar). “Uma das lembranças mais significativas foi quando cheguei a Botucatu. Tínhamos acabado de encostar o carro aqui no campus para a matrícula e vi como isso era isolado. Ver a faculdade crescer a cada dia e hoje ser essa referência me deixa orgulhoso em ter participado da ‘Gloriosa’”, ressaltou o médico que se especializou em urologia e atualmente vive em Franca.

O vestibular na década de 1960 era diferente da forma como é feito atualmente. Muitos dos candidatos escolhiam cursos nas diversas instituições de ensino superior espal-hadas pelo Estado. Alguns optavam pela novata FCMBB. Foi assim que Maria Áurea Gallo decidiu mudar-se de São Paulo a Botucatu na época. Segundo ela, uma das carac-terísticas marcantes da turma era a forma acolhedora e comprometida de cada membro. “Era um grupo acolhedor e isso proporcionou que tivéssemos boa relação com todas as turmas e outros cursos da faculdade”, realça.

De um total de 90 alunos, doze eram mulheres. E o sentimento de cada uma dessas estudantes era de ter colaborado como corpo discente para o crescimento e solidificação da FCMBB. “As primeiras turmas, e isso incluindo a quarta, lutaram muito para que a faculdade

crescesse e tivesse essa dimensão do que é atual-mente”, relatou Nadja de Moraes, que há quinze anos não retornava a Botucatu.

Situação diferente que Santos Tonioli Filho viven-ciou. Em 1966 ingressou na FCMBB com a incerteza do que encontraria na então desconhecida Botucatu. “Na época nem sabia como era Botucatu. Mas com o tempo fui percebendo o potencial que a faculdade teria”, enfatizou. O médico, que se especializou em pediatria, formado em 1971, ingressou na Força

Aérea Brasileira e tempos depois clinicou em Santos. Mas sempre manteve contato com a cidade- a esposa é botu-catuense- e com a escola. “O crescimento da FMB foi espe-tacular. Dizer que sou formado pela Unesp é um orgulho pelo que hoje a universidade se tornou”, concluiu Santos.

Santos Tonioli frisa que ser

formado pela Unesp é um

orgulho a todos os

acadêmicos

Nadja de Moraes, há 15 anos, não visitava a faculdade onde se graduou médica

Maria Áurea ressalta postura

acolhedora da quarta turma de Medicina

Para Nilberto, viver em Botucatu significou vivências emcausas sociaise políticas

A pianista Telma Habermann foi um dos destaques da celebração dos 48 anos da Faculdade de Medicina/Unesp. Em seu concerto, clássicos da música instrumental que emocionaram o público presente ao Salão Nobre.

O desafio de se tornar uma escola médica de classe mundial

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abril 2011

8 acadêMico

resultado

Medicina/Unesp é campeã dos Jogos Universitários de Botucatu

Um dos representantes regionais no beisebol, a equipe da Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida (AACHSA), vin-culada à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) conquistou a terceira colocação da Chave Prata da Liga Paulista 2010 da modalidade. A entrega do troféu ocorreu no dia 2 de abril.

Sendo uma das competições mais disputadas do país, a Liga en-volveu 24 equipes divididas em três conferências: Capital, Central e Centro-Oeste, na qual a equipe botucatuense enfrentou represen-tações de Piracicaba, Campinas e Americana. Após realizar seis partidas, a campanha da Atlética Medicina/Unesp obteve três vitórias (diante de Americana Nômades, FFLCH- Faculdade de Filosofia, Letras

e Ciências Humanas da USP- e Piracicaba; além de duas derrotas: uma por WO diante de Campinas e por um ponto de diferença para Bacamartes.

Os resultados fizeram com que a equipe conquistasse o segundo lugar na Conferência Centro Oeste e o direito de competir na Chave Prata da Liga, que reuniu os melhores classificados em cada divisão regional.

Nessa fase, a Atlética da Medicina/Unesp venceu a representação do Wild Eagles, de São José dos Campos. No entanto, os botucatuen-ses enfrentaram problemas, não puderam disputar a final e ficaram com o terceiro lugar do torneio. A campanha positiva refletiu-se também no desempenho dos atletas. Ricardo Fernandes, atualmente no 5º ano do curso de Medicina da FMB, foi um dos melhores ar-remessadores da competição.

Segundo o diretor de modalidade do time, Natanael Sutikno Adi-wardana, a campanha obtida na Liga Paulista reflete o crescimento técnico da equipe, que também é formada por médicos residentes e alunos do curso de agronomia da Unesp. “A equipe tem consciência da responsabilidade que carregamos ao representar esse esporte para a cidade. Os próprios atletas dos times adversários passaram a reconhecer a garra e vontade de jogar do time de Botucatu em 2010 ao final do ano”, declarou.

O time de beisebol da Atlética da Medicina/Unesp destaca que o apoio da Colônia Japonesa botucatuense ao time foi parte fundamental para a sobrevivência e crescimento atual do esporte na cidade, principalmente após o trágico acidente que abalou a colônia japonesa e o esporte e que em 2010 completou 46 anos.

“Buscamos sempre respeitar a colônia Japone-sa e aqueles que nos antecederam e sofreram com o acidente, buscando lembrá-los sempre que vencemos e superamos qualquer dificul-dade. Se não fosse o respeitável e compreensivo

Uma nova vida para o

beisebolAlém da participação na Liga Paulista, a Atlética da Medicina/

Unesp também tem se consolidado como uma das forças do beisebol no interior paulista. Com três títulos no Intermed- uma das maiores competições entre escolas médicas do país- o time se prepara para disputar a Med League, competição entre várias faculdades de medicina do Estado de São Paulo.

Outro planejamento da equipe é o Campeonato Brasileiro de Beisebol e Softbol Universitário, quando disputará o título com outras universidades como USP (Universidade de São Paulo), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Unicamp- Universidade Estadual de Campinas.

equiPe da Medicina/unesP auxilia botucatu a contar novaMente coM a Prática desse esPorte

Apoio da colônia japonesa foi essencial Equipe acumula títulos e planeja temporada

Em sua primeira participação, a Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB), conquistou o título geral dos Jogos Universi-tários de Botucatu (JUBS) 2011, disputado entre 13 e 17 de abril, durante as festividades de 156 anos do município.

Com uma delegação de 120 atletas, a FMB, representada por sua Associação Atlética Acadêmica Car-los Henrique Sampaio de Almeida (AAACHSA), conquistou a primeira colocação em modalidades como xadrez, tênis de mesa e basquete- ambas no masculino e feminino-; handebol feminino, vôlei feminino e atletismo masculino.

A Medicina/Unesp ainda ob-teve resultados expressivos com os vice-campeonatos no atletismo feminino, futsal feminino e no vôlei masculino. Devido a esse desempenho, a FMB ficou à frente da Associação Atlética Acadêmica LAS. Em 3º ficou a Fatec - campeã em 2010 -, em 4º ficou a Atlética Geral Unesp, em 5º São Manuel e em 6º os estudantes de uma universidade de Botucatu.

Para o diretor de esportes da AAACHSA, Vinícius Garcia Neyer, os Jogos Universitários mostraram alto nível técnico, com partidas difíceis para a delegação, con-forme avaliou. “Tivemos partidas difíceis e todas as faculdades que

participaram do torneio demonstr-aram estar bem preparadas”, declarou.

Neyer ainda enfatiza que a participação nos JUBS também serviu de ‘termômetro’ para a Atlética da Medicina em relação a outras competições, como a Intermed (maior torneio entre es-colas médicas do país, que sempre ocorre no segundo semestre) e a própria Interunesp, por exemplo.

Os Jogos Universitários de Botu-catu foram uma iniciativa pioneira ao reunir em uma competição es-portiva os estudantes de todas as instituições de Ensino Superior da cidade. O evento foi criado para estimular, promover e ser instru-mento de organização do esporte universitário no município, que tem 8 mil graduandos. Ocorreram disputas nas seguintes modalidades: futsal, handebol, vôlei, basquetebol, xadrez, tênis de mesa e atletismo.

Sobre o JUbS

prof. Minoru Sakate, pró-ativo pela comunidade botucatuense e universitária mesmo após sua aposentadoria, nosso time não teria alcançado metade do que fez em 2010”, declara Adiwardana.

“Prestamos nossas honras também ao senhor Sérgio Turianni Marques, último sobrevivente do acidente de 1964 (quando diversos jogadores da equipe local de beisebol faleceram em um acidente após um amistoso em Avaré) e ainda amante da técnica do bastão, certamente um grande exemplo para todos os beisebolistas”, complementa.

Organizadores do JUBS 2011entregam o troféu de campeão do torneio ao presidente da Atlética/Medicina Unesp, Thomaz Marcondes Silva

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geral

Prestes a completar duas décadas, um dos even-tos científicos mais abrangentes da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), o Congresso Médico Acadêmico (CMAB), já começa a estruturar sua programação de palestras, debates e apre-sentação de trabalhos. Voltado a estudantes das faculdades com cursos na área da saúde de toda a região, o evento ocorre de 21 a 28 de setembro, no salão nobre da FMB, no campus da Unesp, em Rubião Júnior.

Todas as noites do evento serão segmentadas, com palestras nas áreas de medicina forense, oncologia, medic-ina complementar, ortopedia, hema-tologia, anestesio-logia, psiquiatria e dermatologia. Além das palestras com profissionais e especialistas da área médica, haverá exposição e premiação de trabalhos científicos, que devem ser enviados via internet até o dia 19 de junho.

Criado originalmente pelo corpo discente da FMB, o evento tem se consolidado como incenti-vador de iniciativas científicas, estudos e trabalhos dentro da área da saúde além da tradicional sala de aula. “O congresso tem como objetivo permitir a apresentação e premiar a produção científica da área de Saúde e também colaborar com a graduação de estudantes, bem como promover a atualização de profissionais da área de Saúde já formados”, ressalta Daniel Campos Crepaldi, da comissão organizadora.

As inscrições para o evento já podem ser realiza-das exclusivamente pelo site oficial do evento (www.inscricoes.fmb.unesp.br). Os valores de participação variam de R$ 60 R$ 80. Informações podem ser ob-tidas através do telefone (14) 3811-6020 ou ainda pelo pelo email [email protected].

Congresso Médico Acadêmico 2011 já em organização

É cada vez mais necessária a inserção nos meios digitais de comunicação. Empresas, artistas e pessoas comuns relatam o cotidiano, informam e interagem. Redes sociais, blogs e co-municadores fazem com que a relação interpessoal não tenha fronteiras. A partir dessa realidade, o Centro Acadêmico de Enfermagem XII de Maio (Caenf), do curso de graduação de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), criou um novo canal de comunicação.

Através de um blog, estu-dantes do curso podem obter informações sobre eventos como congressos, cursos, além de artigos e entrevistas temáti-cas da área da saúde. “Pensamos em criar o blog da maneira mais dinâmica e acessível possível, cuidando de assuntos de in-teresse não só dos alunos da Enfermagem, mas dos futuros profissionais que farão parte de toda a equipe multiprofissional da saúde”, explica Igor Chagas, aluno do 1º ano do curso e um dos idealizadores da página.

Para o presidente do Caenf, Ícaro Machado, a iniciativa mostra a preocupação de movimentos e agremiações es-tudantis em se aproximarem do corpo discente de forma direta e interativa. “O blog é um canal de comunicação que abrange todos os alunos e profissionais de enfermagem. Com isso passam a ter um espaço amplo e de acesso às atividades desenvolvidas pela universidade”, ressalta.

O blog pode ser acessado pelo endereço http://caenfu-nesp.blogspot.com. Além da página, o Caenf conta também com um perfil na rede social Twitter (@caenfunesp) e pelo email [email protected].

Criado em 1989, o curso de graduação em Enfermagem da Medicina/Unesp possui atualmente 120 alunos matriculados nos quatro anos de duração. No vestibular 2011 teve concor-rência de 20,8 candidatos/vaga.

acadêMico

evento teM se consolidado coMo incentivador de iniciativas cientíFicas, estudos e trabalhos dentro da área da saúde

Enfermagem cria canais de informação e interação

interatividade

Treinamento fortalece fiscalização a asilos e casas de repouso

Somos 190 milhões de brasileiros. Dados do mais recente censo populacional feito pelo Instituito Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a realidade etária no país mudou. Antes pequena, a parcela de pessoas na faixa dos 65 anos ou mais é de 7,4% da população. Mudança da qualidade de vida, novos tratamentos a doenças relacionadas à idade e também mudança de postura social dessa fatia da população (participação ativa no mercado de trabalho e em atividades de lazer), proporcionaram o aumento na expectativa de vida.

Mesmo com essa realidade, boa parte dos repre-sentantes da melhor idade ainda depende de cuidados extras seja pela família ou por instituições de longa per-manência para idosos, os populares asilos. Para fiscalizar a qualidade da assistência oferecida a esses brasileiros no Estado de São Paulo, o governo paulista mantém in-strumentos de fiscalização para esses estabelecimentos.

Para que a fiscalização ocorra de maneira eficaz, fiscais do Grupo de Vigilância Sanitária do Estado (GVS) passam, entre os meses de abril a junho em Botucatu, por uma capacitação em três módulos que visa o apri-moramento desses órgãos. O treinamento, tem partici-pação de alunas do 4º ano do curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), abrange profissionais das Vigilâncias Sanitárias e de Secretarias de Saúde de 30 municípios das regiões de Botucatu e Avaré.

No primeiro módulo, realizado em abril, foram abordados temas como a legislação que garante os direitos básicos ao idoso como o Estatuto do Idoso, Con-stituição Federal e também o papel do SUS (Sistema Único de Saúde) dentro do cuidado a pessoas com 60 anos ou mais.

Já a capacitação de maio, que ocorreu dia 5, no Seminário Arquidiocesano de Botucatu, abrangeu partes clínicas da as-sistência ao idoso e as principais doenças relacionadas ao envelhecimento; o papel dos asilos no suporte em saúde e qualidade de vida, número de idosos para cada cui-dador e estruturas físicas adequadas para acomodação na velhice.

“A disciplina de Saúde Coletiva da FMB tem uma parceria, há três anos, com a Vigilância Sanitária para treinamento de profissionais e isso possibilita que os alunos da institu-

ição possam estar em contato com pontos específicos da saúde pública e serem difusores de conhecimento”, ressalta professora Marli Duarte, responsável pela dis-ciplina de Saúde Coletiva do curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina.

Segundo Lilyan Michaloski, diretora técnica do GVS de Botucatu, o ciclo de palestras integra a gama de ativi-dades que o grupo prevê para aprimorar os profissionais responsáveis pela fiscalização e também de suporte ao trabalho de casas de repouso e asilos. “Como se tem aumentado a expectativa de vida dessa parcela da população, tem entrado em funcionamento um número maior de casas de repouso. É necessário capacitarmos nossas equipes de fiscais para ter um olhar do que esses espaços oferecem aos idosos”, frisou a chefe.

De acordo com a diretora, existem 40 estabeleci-mentos desse tipo legalizados e cadastrados na região de Botucatu e estima-se que mais de 120 idosos sejam cuidados por essas entidades. A intenção, com a capaci-tação, é fazer com que fiscais e profissionais de saúde tenham maior detalhamento sobre as atividades dessas casas de repouso e asilos. “A fiscalização ocorre através de visitas técnicas em que são analisadas a infra-estru-tura, alimentação e indicadores de qualidade que são revertidos às pessoas assistidas”, complementa Lilyan.

Alunas realizaram palestras sobre os cuidados com idosos e particularidades da saúde na melhor idade

Alunos do curso de graduação em Medicina da Fac-uldade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) e médi-cos de seu Hospital das Clínicas (HCFMB), participaram, dia 5 de maio, tiveram a oportunidade de esclarecerem dúvidas e direitos dentro da profissão durante palestra sobre Responsabilidade Civil e Penal, com o advogado Paulo Coradi. A promoção do evento foi da Diretoria Clínica do HCFMB.

O palestrante, que é advogado da APM (Associação Paulista de Medicina) em Botucatu ressaltou, durante mais de uma hora aspectos legais com os quais os profissionais convivem e as mudanças dentro das legislações cíveis e criminais do país. Iniciou a conversa com um alerta aos futuros e atuais profissionais: “A médica é uma das que mais possuem responsabilidades seja na esfera cível, ética ou criminal. E também uma das carreiras que são indefesas por estarem sujeitas a imprevistos”, evidencia.

Para ele, escolas médicas em todo o país deveriam garantir a inclusão de disciplinas ou eventos mais abrangentes que contemplem as características do direito e responsabilidade médica. “O médico, ao ser for-mado por faculdades e univer-sidades, têm que ter a ciência de que poderá responder à Lei como qualquer cidadão e tam-bém ao Conselho Regional (de Medicina)”, complementa Coradi.

Medicina e Justiça

Responsabilidades Civil e Penal dos médicos em discussão

O advogado frisou ainda que os Conselhos Region-ais de Medicina, em todo o país, têm se mostrado mais atuantes quanto ao esclarecimento de dúvidas, asses-soria jurídica e de investigação e processos em casos de erros médicos. “Quanto a esse ponto, a Justiça brasileira tem tomado nova posição e agido com maior rigor”, reforçou Coradi em sua explanação. Ele ainda fez um paralelo entre as realidades enfrentadas nos Estados Unidos e Brasil sendo que, no país norte-americano, muitos dos médicos passam a enfrentar processos milionários e chegam a perder definitivamente o direito ao exercício da profissão.

Durante a palestra, Coradi ainda enfatizou que médicos estão sujeitos a três tipos de responsabi-lidades (ética, cível e criminal) e que as penalidades, dependendo do processo, podem variar de advertência disciplinar, perda do registro e exercício da profissão até

a prisão do acusado.A Associação Paulista de Medicina

atendeu a mais de 2.500 médicos por terem sido questionados por pacientes, nos últimos dez anos. Desse total, 57,4% resultaram em processos disciplinares, sindicâncias e discussões em comissões de ética médica. Ainda de acordo com dados da APM, 90% dos médicos as-sociados que enfrentaram ações cíveis, os pedidos de indenização foram acima de R$ 100 mil e 99% dos processos reivindicavam danos morais.

Quanto a esse ponto, a Justiça brasileira tem tomado nova posição e agido com maior rigor

Paulo Coradi, advogado, sobre as leis brasileiras quanto a erros médicos

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hosPital das clínicas

a unidade é de nível secundário, ou seJa, coM atendiMento de urgência

e eMergência eM duas salas de Mini-utis

Comunidade

Governador Geraldo Alckmin descerra placa da nova unidade de saúde que tem capacidade de atender a diversos municípios daregião de Botucatu

Profissionais que atuarão no novo Pronto Socorro Adulto (PS Municipal), em Botucatu, passam de 4 a 8 de abril, por um programa de capacitação para a assistência em urgência e emergência na unidade. Ao todo, mais de 50 profissionais entre técnicos em enfermagem, enfermeiros e do setor administrativo (que inclui recepcionistas, agentes de vigilância e oficiais administrativos) participam de palestras e trein-amentos práticos que visam mostrar como deve ser o procedimento e funcionamento da nova unidade, que já está em operação.

Ocorreram ainda capacitações e abor-dagens em temas como infecção hospitalar, tratamento de artigos hospitalares, coletas de materiais para exames, transfusão sanguínea, normas do serviço de enfermagem e siste-matização em assistência de enfermagem. Também foram priorizadas na capacitação as boas práticas na administração de medicamentos, procedimentos de enfermagem, segurança do paciente e notificação de eventos adversos, política nacional de Aleitamento Materno e atendimento ao público.

Durante o início do treinamento, o superinten-

HCFMB e FMB coordenaram preparação da equipe do novo PS

Um dos equipamentos de saúde mais esperados para Botucatu e região, o novo Pronto-Socorro Adulto “Dr. José Virgínio Lunardi” foi inaugurado, dia 18 de abril. A cerimônia contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e do secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, além de autoridades políticas regionais.

A unidade, que começou a funcionar no dia seguinte à inauguração, é uma parceria entre a Prefeitura de Botucatu e a Secretaria de Estado da Saúde, sob gestão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HCFMB) –au-tarquia do Governo de São Paulo. O serviço está preparado para re-alizar, em média, 300 atendimentos por dia e beneficiar cerca de 120 mil pessoas por ano.

Será oferecido atendimento 24 horas em casos de menor gravidade nas especialidades de clínica médica geral e ortopedia – que concentram as principais demandas de urgência e emergência. A unidade é de nível secundário, ou seja, com atendimento de urgência e emergência em duas salas de mini-UTIs. O novo Pronto-Socorro tem ainda seis consultórios, uma sala para inalação, uma para ortopedia, duas para curativos, 12 leitos de observação e dois de isolamento.

Atuarão nos cuidados à população três médicos clínicos gerais e um ortopedista, além de médicos residentes e estudantes de Medicina na fase final de graduação. Serão quatro médicos para cada 12 horas, além de uma equipe composta por cinco enfermeiros e 24 auxiliares de enfermagem.

Em seu discurso, o secretário Giovanni Cerri destacou que a gestão da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) garantirá qualidade aos atendimentos realizados no novo PS. “Isso será possível, pois atuarão no serviço profissionais bem treinados”, disse.

O prefeito de Botucatu, João Cury Neto lembrou que o município é um polo regional de Saúde ao reforçar que o Pronto-Socorro deve estar aberto a todos aqueles que precisarem de atendimento na região. “O PS estará de braços abertos aos moradores de nossas cidades vizinhas que precisarem de atendimento de qualidade”, colocou.

O governador Geraldo Alckmin não poupou elogios à FMB ao falar sobre a forma como a nova unidade será administrada. “Teremos não só a grife, a marca FMB, mas também uma equipe de profis-sionais de uma das mais conceituadas faculdades de medicina do Estado de São Paulo”, avaliou.

Alckmin também apoiou a postura do prefeito João Cury emregionalizar o atendimento do Pronto-Socorro. “A Saúde deve ser vista de formaregionalizada e hierarquizada”, ponderou.

Antes de inaugurar o novo PS, o governador visitou as obras de terraplanagem onde será construída a Clínica de Recuperação para Dependentes Químicos, projeto do Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Botucatu, cuja gestão também será feita pela FMB.

Pronto-Socorro Adulto é inaugurado com estruturapara 300 atendimentos/dia

Teremos não só a marca FMB, mas uma equipe de profissionais de uma das mais conceituadas faculdades de medicina

”Geraldo Alckmin ao ressaltar a gestão da FMB no novo PS Adulto

dente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB)- entidade responsável pela capacitação e gestão do Pron-to Socorro Adulto-, Emílio Carlos Curcelli, ressaltou a importância de tornar a equipe preparada para a assistência em um centro com alta capacidade de atendimento. Estima-se que a unidade possa receber 300 pa-cientes ao dia, em média. “Buscamos, com todo esse treinamento, que a equipe do Pronto Socorro Adulto entenda como será o processo de aten-dimento, a relação médico/paciente e conceitos gerais do que é uma unidade complexa como o caso de um PS”, explicou.

Já o secretário da Saúde de Botucatu, Antonio Luiz Caldas Júnior, ressaltou que a parceria com o HCFMB e FMB para a capacitação pretende for-mar profissionais não só focados na técnica, mas também preparados na abordagem e contato direto com pacientes.

A capacitação teve a organização da Educação Continuada em Enfermagem, Diretoria Técnica de Enfermagem e Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.

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hosPital das clínicas

A Polícia Civil não é só força, mas também uma instituição para proporcionar segurança e vida às pessoas

Nelson Guimarães sobre o papel da Polícia na sociedade

Sobre o novo PS AdUltoA previsão de custeio do serviço será de R$ 480 mil mensais, sendo que um terço é repassado pela Prefeitura de Botucatu e dois terços pelo Governo do Estado de São Paulo. O serviço tem a infra-estrutura necessária para a realização de 10 mil atendimentos por mês.A proposta da Superin-tendência do HCFMB é que os prontuários de seus pacientes possam ser acessados, por meio de um sistema informa-tizado, pelos médicos do PS Adulto. Isso será possível com a conclusão do projeto de prontuários eletrônicos, em anda-mento no Hospital das Clínicas.Com o funcionamento dessa nova unidade, o Pronto-Socorro do HCFMB passa somente a receber pacientes ref-erenciados, ou seja, para uma assistência médica especializada e de alta complexidade.O PS Adulto também será usado como palco de en-sino para os alunos dos cursos de graduação em Medicina e Enfermagem. A unidade funciona na Rua Joaquim Lyra Brandão,285, Vila Assumpção.

ÁREA FÍSICA TOTAL: 1.588 m²CAPACIDADE OPERACIONAL

6 consultórios médicos;1 sala para inalação;1 sala de gesso;2 salas para curativos;2 salas para atendimento de emergência;12 leitos de observação e 02 leitos para isolamento;sala para RX; equipamento de Teleele-

trocardiograma, conectado ao Instituto de Cardiologia Dante Pazanezze Na manhã de 26 de abril, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

de Botucatu (HCFMB), autarquia da Secretaria de Estado da Saúde, prestou homenagem e reforçou a parceria com a Polícia Civil do Estado de São Paulo na retomada do Programa de Transplantes de Fígado, que foi recredenciado junto ao Ministério da Saúde em 2010.

Foram homenageados os integrantes do Serviço Aeronáutico da Polícia Civil Fábio Coan Sampaio (delegado piloto), Marcelo Gasparino Silva (delegado co-piloto), Rodrigo Alves de Oliveira Júnior e Luciano da Silva (investigadores tripulantes), que colaboraram, dia 26 de março, com a logística de transporte para o processo de transplante de um fígado, destinado a uma mulher que sofria há 25 anos de fibrose no órgão.

Com a presença do diretor do DEIC (Departamento de Investigações so-bre o Crime Organizado), Nelson Silveira Guimarães, do delegado supervisor do Serviço Aerotático da Polícia Civil, Roberto Bayerlein; além dos gestores da Faculdade de Medicina/Unesp (FMB), Sérgio Müller; e do HCFMB, Emílio Curcelli e do coordenador geral da Política Institucional de Transplantes de Órgãos e Tecidos do HCFMB, Juan Carlos Lla-nos, a cerimônia consistiu na entrega de uma placa em homenagem aos policiais respon-sáveis pelo transporte e auxílio na logística para que o transplante fosse realizado.

Responsável pela coordenação de trans-plantes no hospital, o professor Juan Carlos Lla-nos ressaltou ainda a necessidade da cultura de doação de órgãos ser assimilada pelo brasileiro. “Concretizamos um trabalho árduo que existe há três décadas no HCFMB, que agora volta a se estruturar para diversos tipos de transplantes dentro de suas atividades”, declarou.

Já o diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), prof. Sérgio Müller, endossou o discurso de Llanos ao lembrar as ações de parcerias com outros órgãos como Polícia Civil, Secretarias e o próprio Ministério da Saúde. “Es-sas ações também tiveram por objetivo formar conhecimento e preparar nossos profissionais para atuar em situações complexas como es-sas. A FMB tem um histórico importante no transplante renal e retoma a preocupação com os outros tipos dessa cirurgia”, ressaltou o diretor.

Emílio Curcelli, superintendente do HCFMB, frisou que a missão do hos-pital é oferecer à população atendimento em casos complexos. Segundo ele, a parceria com a Polícia Civil foi de extrema importância para que a cirurgia fosse possibilitada. “Mais do que um transplante, vemos o trabalho de uma equipe multiprofissional que não mediu esforços para salvar uma vida”, re-forçou o gestor.

Para Nelson Guimarães, diretor do DEIC, a colaboração com o HCFMB foi mais um meio de a Polícia estar próxima da população. “A Polícia Civil não é só força, mas também uma instituição para proporcionar segurança e vida às pessoas. Esse é um exemplo de uma polícia voltada à sociedade”, concluiu.

Eram 2 horas da madrugada, dia 26 de março. A equipe de Transplantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) é acionada via telefone pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo com a notícia de que um órgão poderia ser captado e aproveitado. Começavam os preparativos para um transplante de fígado que salvaria a vida de uma paciente de 32 anos de idade, internada na UTI do hospital com grandes chances de morte.

A mulher, primeira colocada na fila de espera do Estado para receber o órgão, sofria de fibrose do fígado e há 25 anos estava em tratamento. Após várias crises de insuficiên-cia hepática (deficiência grave no fígado) foi internada com hemorragia digestiva.

Às 4 horas da madrugada a equipe que transplantaria a paciente deixava o HCFMB com destino à Bragança Paulista onde seria feita a captação. Às 9h30 a cirurgia para a reti-rada do fígado. Ao meio-dia, com apoio da Polícia Civil, o órgão era colocado dentro de um helicóptero com destino a Botucatu.

Por volta das 13h30 os médicos e enfermeiros já es-tavam no HCFMB e às 16h30 começava a cirurgia. Após quatro horas e vinte minutos de trabalho o procedimento é concluído com sucesso. A paciente permaneceu internada por mais uma semana mas, devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC), veio a falecer.

Foi dessa forma que foi retomado oficialmente, no Hospi-tal das Clínicas da FMB, o Programa de Transplante de Fígado, interrompido em 2008 e recredenciado junto ao Ministério da Saúde em 2010. Os primeiros procedimentos do tipo foram realizados em 2003, sob coordenação do professor Alexandre Bakony Neto, atualmente professor do Programa de Pós-Graduação em Bases Gerais da Cirurgia na FMB.

HCFMB volta a realizar transplante de fígado

Juan Carlos Llanos é coordenador geral da Política Institucional de Transplantes

de Órgãos e Tecidos do HCFMBParceria com a PolíciaCivil rende homenagens

Diretor do Deic, Nelson Guimarães, recebe do

superintendente do HCFMB, Emílio Curcelli,

placa de homenagem pela parceria no

Programa de Transplantes

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abril 2011

12 Pesquisas e inovações

FeliPe ModeneseeSPeciAl PArA o JornAl dA Fmb

trabalhos Minuciosos do dePartaMento de oFtalMologia esPeraM coMProvar a eFicácia do trataMento cirúrgico

coM iMPlante de lentes intra-oculares contra a PrinciPal causa de cegueira recuPerável eM crianças atendidas Pelo sus

Em virtude de o HC ter concentrado o atendimento dos casos de reflexo alterado, a aquisição de mais experiência não tem sido entrave: nos últimos dois anos, a equipe tem submetido, em média, um olho infantil por semana ao procedimento completo, o que traz expertise ao serviço especializado. “É muito raro um oftalmologista poder

‘ganhar mão’ com tal experiência em volume de casos”, avalia Lottelli. Como um cirurgião de cataratas, em condições habituais, opera um caso pediátrico a cada dois ou três anos, considera fundamental dar o retorno para a sociedade. Como o olho humano cresce muito no primeiro ano de vida, bastante no segundo, um pouco até os seis anos e quase nada depois disso, é fundamental saber qual lente integrar ao olho. Isso é feito com base nas medidas atuais, pelas estimativas de quanto haverá de mudança do tamanho até a fase adulta e utilizando uma lente interna que não

requeira óculos especiais para formar a imagem na retina quando o crescimento parar. Logo após do implante, um recém-nascido precisa de óculos com cerca de nove graus para enxergar, mas depois do segundo ano, as lentes externas passam a ser normais.

E agora de volta ao centro cirúrgico, a equipe define que, por ter os olhos especialmente pequenos, menores do que o mínimo necessário ao implante, Lucas não poderá ter as lentes artificiais implantadas. Passa, então, pelo procedimento minucioso de retirada do cristalino de seu olho esquerdo. Por algumas deficiências na formação dos globos oculares, teci-dos aderidos dificultam a abertura da pupila e o acesso do cirurgião à lente interna. Por meio de cortes ínfimos nas laterais da córnea, e movimentos incrivelmente mínimos e precisos, Dr. Lottelli praticamente cria uma nova pupila e pode aspirar fragmentos do material gelatinoso esbranquiçado que compõe o cristalino com catarata. Quando isso termina, a equipe descortina os primeiros feixes de luz para a criança, e o médico consegue ver sua retina sem defeitos, o que lhe traz esperança e ansiedade em saber se a cegueira se recuperará em mundo plenamente enxergado.

Mesmo sem poder receber ainda a lente interna aos olhos, e com a necessidade de óculos com cerca de 22 graus para que se formem ima-gens nítidas na retina, as vias óticas de Lucas ganham a liberdade para se desenvolver. Provavelmente é o começo de um processo fabuloso, assim como o da equipe coordenada pelo Dr. Lottelli. E o exemplo de Lucas, nome que curiosamente significa luminoso, talvez possa nos descortinar as potencialidades de pesquisas tão éticos e brilhantes.

FOTO

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Novas luzes contra a catarataAtravés de um aparelho, que mais

parece uma filmadora, os olhos do menino Lucas são esquadrinhados. O comprimento até o fundo do olho e a curvatura da córnea (a superfície transparente que funciona como nossa primeira lente natural) são necessários para determinar qual a lente artificial adequada para substi-tuir o cristalino (nossa segunda lente natural, que fica para dentro da pupila e da parte colorida do olhos, chamada íris). A proposta inicial é retirar a original, que está sendo um obstáculo à passagem correta da luz já que nasceu esbranquiçada (com catarata) e realizar o implante de uma lente fabricada em seu lugar, dentro dos olhinhos.

Se tudo correr bem, o recém-nas-cido integrará a pesquisa “Implante primário de lente intra-ocular para o tratamento da catarata congênita”.

Esta iniciativa nasceu porque, dentre as crianças cegas no mundo, 14% perderam funcionalmente a visão por conta da catarata, o que faz com que a doença seja a principal causa da cegueira que poderia ter sido recuperada com tratamento adequado. Além disso, em todas as maternidades do estado de São Paulo, desde 2007 (e do país, desde 2009), é obrigatório o exame do reflexo vermelho, conhecido como “teste do olhinho”, para toda criança nascida. Este detecta precocemente alterações na transparência ou no fundo do olho (retina), quando o reflexo da luz da lanterna do médico não fica vermelho.

Tendo em vista a deficiência na detecção (in-strução médica e equipamentos) e tratamento específico das doenças, o professor Antonio Carlos Lottelli Rodrigues, do Departamento de Oftalmo-logia da Faculdade de Medicina de Botucatu FMB/Unesp, elaborou e tem conseguido captar financia-mento público para concretizar um programa para a melhoria do Sistema Único de Saúde (PPSUS). Na primeira fase (finalizada em 2008), a equipe ocupou-se de desenvolver uma cultura regional de aplicação correta do “teste do olhinho”, assim como da montagem e consagração de um serviço de “retaguarda”, no Hospital das Clínicas da FMB/Unesp, para atender e tratar as crianças nascidas com anomalias no exame.

Lucas chegou ao mundo, mas o mundo ainda não surgiu para ele. Nascido há dois meses com catarata, a luz ainda não lhe causa impressões. Não permanecem cores, contornos, intensidades ou nu-ances para formar e lapidar a preciosa visão.

Nesta tarde, seu corpo diminuto jaz anestesiado em uma mesa do centro cirúrgico, embora já esteja, de braços abertos e pulmões arfantes, en-frentando um desafio dos grandes. Uma odisséia que é também de todos aqueles cujos arsenais de conhecimentos e habilidades integram-se hoje, nesta sala, para libertar o recém-nascido para os milagres de enxergar.

A equipe médica, coordenada pelo prof. Lo-telli, prepara seus equipamentos sofisticados para começar a delicada cirurgia.

Diante da concentração dos casos no HC, como a catarata é a principal causa da alteração no teste, foi criado o Centro de Tratamento da Catarata Infantil e o médico voltou sua atenção espe-cialmente para as situações mais prejudiciais – quando a doença é chamada congênita (presente ao nascimento ou que se desenvolve até o terceiro mês de vida).

Diferentemente da catarata no adulto, que pode provocar uma ce-gueira reversível (com a retirada do cristalino), o impedimento da visão no recém nascido é definitivo. Isso porque, se não tratada nesses casos com a cirurgia precoce, a doença impede a plasticidade do desen-volvimento das vias óticas sensoriais e neurológicas. Se não forem dadas as condições para que o recém-nas-cido aprenda a enxergar, ele perde a janela temporal de maturação dos sistemas cerebrais estimulada pelas experiências visuais.

De acordo com Dr. Lottelli, se a criança nasce cega por uma catarata densa nos dois olhos, os três primeiros meses de vida são o limite para o tratamento sem se-quelas. “Se isso não ocorrer, mesmo com o melhor tratamento depois disso, a criança vai desenvolver uma visão muito baixa, considerada cegueira definitiva pela OMS”, diz e lembra outros casos menos graves permitem um tempo maior para o tratamento. Mas o recado maior é que catarata congênita precisa ser detectada e tratada precocemente.

Uma vez que tão importante quanto a cirurgia de retirada da cat-arata é a correção ótica para permitir uma visão normal, para ganhar ex-pertise no assunto, o médico partiu para um estágio docente nos EUA. Lá acompanhou por quatro meses o Dr. Edward Wilson, renomado oftalmopediatra e especialista em catarata congênita, trazendo ao país o estado da arte no assunto.

Voltou confiante para enfrentar a controversa sobre o implante de len-tes intra-oculares antes de um ano de idade e, diante de ótimos resulta-dos de implantes já conseguidos por aqui, Dr. Lottelli deu inicio à segunda fase do PPSUS. No projeto em anda-mento, para comprovar a viabilidade do implante precoce na realidade nacional, a equipe pretende realizar 60 cirurgias de catarata congênita com implante desde março deste ano até o meio de 2012.

Após a retirada do cristalino esbranquiçado, e sem a prótese intra-ocular, a criança poderia usar óculos em torno de 20 graus de hipermetropia (equivalente ao poder de curvatura da luz da lente natural eliminada), o que os deixa muito grossos, pesados e desajeitados, dificultando a aderência ao processo de correção da visão. Outra opção possível é utilizar lentes de contato, o que é preferível se a família tem condições financeiras para adquirir os itens importados e que duram no máximo por três meses.

Diante do cenário brasileiro, em que a maioria dos pacientes não tem condições, a equipe de cirurgia oftalmológica da FMB espera pr-ovar que o implante precoce é uma solução, desde que certas condições sejam respeitadas. “Utilizando insu-mos adequados, uma lente correta e a técnica apurada de um cirurgião experiente, a alternativa é viável e facilita a recuperação das crianças com catarata”, explica Dr. Lottelli. A proposta é comprovar isso através da evolução das crianças com im-plante primário da lente intra-ocular.

Programa de plena visão

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