7
ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 22 – N o 87 – out/nov de 2013 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical TRABALHO INFANTIL IMPORTAÇÃO Sindicatos têm projetos para tirar crianças e adolescentes da situação de risco Setor têxtil/confecção faz manifestação de protesto contra invasão de produtos chineses Reforçar a unidade para avançar nas conquistas Págs. 4 e 5 Pág. 8 CAMPANHA SALARIAL BUSCA GANHO REAL CORREÇÃO DA TABELA DO IR ESTÁ NAS RUAS CENTRAL QUER IMPEDIR OFENSIVA PATRONAL Págs. 6 e 7 Pág. 8 Pág. 3 Eleito por aclamação presidente da Força Sindical, Miguel Torres sucede Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, com o firme propósito de intensificar a unidade da Central e do movimento sindical para emplacar as reivindicações que constam da Pauta Trabalhista Pág. 9

Jornal da Força Sindical - ed.87 - out/nov 2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Destaques: luta dos trabalhadores nas campanhas por aumento real dos salários; conheça projeto do sindicato para tirar crianças de situação de risco; campanha pela correção da tabela do IR está nas ruas; Força Sindical quer impedir ofensiva patronal; Miguel Torres assume a presidência da Central; artigo: 30 anos da Greve Geral de 1983;

Citation preview

Page 1: Jornal da Força Sindical -  ed.87 -  out/nov 2013

ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 22 – No 87 – out/nov de 2013 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical

TRABALHO INFANTIL IMPORTAÇÃOSindicatos têm projetos para tirar crianças e adolescentes da situação de risco

Setor têxtil/confecção faz manifestação de protesto contra invasão de produtos chineses

Reforçar a unidade para avançar nas conquistas

Págs. 4 e 5 Pág. 8

CAMPANHA SALARIAL BUSCA GANHO REAL

CORREÇÃO DA TABELA DO IRESTÁ NAS RUAS

CENTRAL QUER IMPEDIR OFENSIVA PATRONAL

Págs. 6 e 7 Pág. 8 Pág. 3

Eleito por aclamação presidente da Força Sindical, Miguel Torres sucede Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, com o fi rme propósito de intensifi car a unidade da Central e do movimento sindical para emplacar as reivindicações que constam da Pauta Trabalhista

Pág. 9

Page 2: Jornal da Força Sindical -  ed.87 -  out/nov 2013

2 3

www.fsindical.org.brJORNAL DA FORÇA SINDICAL — NO 87 OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013

A unidade dostrabalhadores é fundamental para avançar na luta

cabo de assumir a Presidência da Força Sindical no lugar do

companheiro Paulinho — que vai se dedicar à orga-nização do Solidariedade —, com o fi rme propósito de manter a unidade dos trabalhadores e do movi-mento sindical em busca das reivindicações que es-tão na pauta das Centrais Sindicais.

Com a unidade dentro da Central, e se mantivermos a mesma relação cordial com as outras forças do movimento sin-dical em torno das principais bandeiras dos trabalhadores, poderemos alcançar nossos objetivos.

Entre muitos, destacam-se a manu-tenção da política de recuperação do poder de compra do salário mínimo, a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, o fi m do Fator Previden-ciário, fi m do Projeto de Lei que amplia a terceirização e reajuste digno para os aposentados.

Já no mês de novembro, no dia 12, as Centrais Sindicais vão realizar um dia nacional de luta pela correção da tabela do Imposto de Renda (IR) na fonte e pela revogação do Fator Pre-videnciário, que causam grandes pre-

Aindústria têxtil e de confecção – que emprega 1,7 milhão de trabalhadores e investiu US$ 13 bilhões nos últimos 10

anos tornando-se o quinto maior parque têxtil do mundo – passa por um mau momento. As importações ilegais de produtos têxteis, de peças de vestuário e de calçados e a falta de medidas de incentivo e de comércio vêm sufo-cando o setor, causando a desindustrialização e o desemprego.

Por causa das importações de US$ 5 bilhões contabilizadas de janeiro a setembro de 2013, o setor deixou de gerar perto de 600 mil postos, segundo dados de entidade dos empresários. Medidas como a desoneração da Previdência sobre a folha de pagamento e a alíquota zero na importação de fi bra de algodão, já aprovadas pelo governo federal, são iniciativas excelen-tes, porém insufi cientes.

Defendemos medidas mais amplas, como o fim das importações ilegais, a redução da taxa de juros para 9% ao ano, a fi m de revita-lizar as empresas brasileiras, e o apoio fi nan-ceiro para o capital de giro. Nós, trabalhado-res, defendemos as reivindicações das em-

presas para manter os nossos empregos, ge-rar milhares de novos postos de trabalho e aumentar e distribuir renda.

juízos aos trabalhadores. A tabela apresenta defasagem de 62,77%, calculada de janeiro de 1996 a dezembro de 2012, segundo o Dieese. Precisamos fazer grandes atos nas capitais e principais cidades do País.

A nossa Central também quer investimentos em saú-de, educação, segurança e transporte público de qualida-

de. Estas manifestações precisam ter a presença massiva dos trabalhadores e dos movimentos sociais para pressionar o Congresso e o governo. Vamos mos-trar aos políticos que os trabalhadores estão dispostos a radicalizar a luta por suas bandeiras.

No dia 26, a manifestação será realiza-da em frente ao prédio do Banco Central, em Brasília, para protestar contra o au-mento da taxa de juros. Como sabemos, ao previlegiar o rentismo em detrimento do investimento produtivo, o governo provoca recessão, desindustrialização, desemprego e aumenta a miséria.

Por isso, temos de ir às ruas exigir que os interesses dos trabalhadores sejam respeitados e que seus direitos sejam garantidos. Nossa luta é por um País mais justo, mais solidário e com inclusão social.

Miguel TorresPresidente da Força Sindical

Jaél

cio

Sant

ana

Arq

uivo

For

ça S

indi

cal

Rodo

lfo S

tuck

ert/

Age

ncia

Câm

ara

Impedir importação ilegal para manterempregos e gerar renda

Melquíades de Araújo, Antonio de Sousa Ramalho, Eunice Cabral, Levi Fernandes Pinto, Almir Munhoz, João Batista Inocentini,Paulo Roberto Ferrari, Carlos Alberto dos Reis, José Lião,Wilmar Gomes dos Santos, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz,Antonio Silvan Oliveira, Carlos Antonio Figueiredo Souza, Terezinho Martins da Rocha, Valdir de Souza Pestana, Maria Augusta C. Marques, Fernando Destito Francischini,Francisco Soares de Souza, Gidalvo Gonçalves Silva, Luiz Carlos Gomes Pedreira, Rubens Romão Fagundes, Nilton

Rodrigues da Paixão Jr., Nilton Souza da Silva (Neco),Geraldino dos Santos Silva, Anderson Teixeira, Arnaldo Gonçalves, José Pereira dos Santos, Paulo José Zanetti, Maria Auxiliadora dos Santos, Jefferson Tiego da Silva, Aparecido de Jesus Bruzarrosco, Adalberto Souza Galvão,Ruth Coelho Monteiro, Helena R. da Silva, Luiz Carlos Anastácio,Hebert Passos Filho, Carlos C. Lacerda, Elmo Silveira Léscio,Walzenir Oliveira Falcão, Valdir Pereira da Silva,Milton B. de Souza Filho, Jamil Dávila e Eliana Aparecida C. Santos

FORÇA SINDICAL NOS ESTADOS (presidentes)

AC – Luiz Anute dos Santos; AL – Albegemar Casimiro Costa;AM – Vicente de Lima Filizzola; AP – Moisés Rivaldo Pereira;BA – Nair Goulart; CE – Raimundo Nonato Gomes; DF – Carlos Alves dos Santos (Carlinhos); ES – Alexandro Martins Costa; GO – Rodrigo Alves Carvelo (Rodrigão); MA – José Ribamar Frazão Oliveira; MG – Luiz Carlos de M. Faria; MS – Idelmar da Mota Lima; MT – Manoel de Souza; PA – Ivo Borges de Freitas; PB – Evanilton Almeida de Araújo; PE – Aldo Amaral de Araújo; PI – Vanderley Cardoso Bento; PR – Nelson Silva Souza (Nelsão); RJ – Francisco Dal Prá; RN – José Antonio de Souza; RO – Francisco de Assis Pinto Rodrigues;RR – José Nilton Pereira da Silva; RS – Marcelo Avencurt Furtado;SP – Danilo Pereira da Silva; SC – Osvaldo Olavo Mafra;SE – Willian Roberto C. Arditti; TO – Carlos Augusto M. de Oliveira

ESCRITÓRIO NACIONAL DA FORÇA SINDICAL EM BRASÍLIA:SCS (Setor Comercial Sul) – Qd 02 – Edifício Jamel Cecílio – 3o andarSala 303 – ASA Sul – 70302-905 – Fax: (61) 3037-4349 – Fone: (61) 3202-0074

DIRETORIA EXECUTIVA:

DIRETOR RESPONSÁVEL: João C. Gonçalves (Juruna) JORNALISTA RESPONSÁVEL: Antônio Diniz (MTb: 12967/SP)

EDITOR DE ARTE: Jonas de Lima REDAÇÃO: Dalva Ueharo e Val Gomes REVISÃO: Edson Baptista Colete ASSISTENTES: Fábio Casseb e Rodrigo Lico

é uma publicação mensal da central de trabalhadores FORÇA SINDICALRua Rocha Pombo, 94 – Liberdade – CEP 01525-010

Fone: (11) 3348-9000 – São Paulo/SP – Brasil

E X P E D I E N T E

youtube.com/user/centralsindicalfacebook.com/CentralSindical fl ickr.com/photos/[email protected] twitter.com/centralsindicalfsindical.org.br

COMO BARRARa ofensiva patronalO movimento sindical precisa mobi-

lizar suas bases para enfrentar as grandes difi culdades que se avizi-

nham no horizonte político e econômico do País para os próximos meses. Os desa-fi os são brecar as investidas patronais so-bre os direitos dos empregados e eleger uma grande bancada de parlamentares no Congresso Nacional .

“Para garantir os benefícios já conquistados, e ampliar os direitos, precisamos eleger mui-to mais parlamentares compro-metidos com os trabalhadores”, afi rmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que acredita em for-tes pressões dos empresários sobre o Congresso Nacional para reduzir direitos.

Bancada sindicalPaulinho lembrou que a bancada sindical

no Congresso Nacional está resumida a 91 parlamentares, ante o exército patronal de 250 congressistas. Além do Projeto de Lei 4.330, que trata da ampliação da terceiri-zação da mão de obra, os patrões jogam suas fi chas numa proposta da Confedera-ção Nacional da Indústria (CNI). Trata-se

do documento “101 Propostas para a Modernização Trabalhis-ta”, que prevê, a eliminação, a redução e a fl exibilização de 101 direitos e garantias traba-lhistas e sindicais previstos na Constituição da República em leis ordinárias, em Con-venções da OIT, em decretos e em súmulas de tribunais, entre outros.

Geraldino: rechaçar os interesses patronais

Tiag

o Sa

ntan

a

Os patrões também pre-tendem revogar a políticade recuperação do poder de compra do salário mí-nimo, pois defendem o falso argumento de que a correção anual aumenta a infl ação. Cabe lembrar que a “política de recu-peração do salário mí-nimo, instituída pela Lei 12.382, de 2011, só tem validade até 2015.

Para que vá além disso, o governo terá de enviar um projeto de lei até 31 de dezembro de 2015 , dis-pondo sobre a valorização do mínimo para o período 2016 a 2019, conforme de-termina o Artigo 4º da Lei”, segundo Antônio Augusto de Queiroz, analista político e diretor de Documentação do Diap, no texto ‘Con-juntura de desafi os para o movimento sindical’.

Tática de lutaAo movimento sindical

impõe-se o desafio de barrar as intenções pa-tronais, atuando com os seus representantes no Parlamento, mas também com as bases, defl agrando

manifestações de protesto e paralisações nas empresas. “Teremos de pressionar o governo federal para rechaçar os inte-resses patronais”, afi rmou o secretário de Relações Sindicais da Força Sindical, Geraldino dos Santos Silva, que conside-ra fundamental a formação de quadros para as direções sindicais, dada a falta de gente capacitada para substituir os atuais dirigentes.

O 1º secretário da Central, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, disse que os trabalhado-res precisam fi car de vigília para garantir que o PL 4.330 não vá à votação em Comissão da Câmara. Ao mesmo tempo, entre outras reivindicações, os trabalhadores terão de cobrar da presidenta Dilma Rousseff e do Congresso o encaminhamento e a aprova-ção da pauta de reivindicações das Centrais Sindicais.

Paulinho comanda manifestação pela Pauta Trabalhista na Câmara dos Deputados, em Brasília

ASSESSORIA POLÍTICA: Antonio Rogério Magri, Hugo Martinez Perez, João Guilherme Vargas, Marcos Perioto

FUNDADOR: Luiz Antonio de Medeiros PRESIDENTE: Miguel Eduardo Torres

SECRETÁRIO-GERAL: João Carlos Gonçalves (Juruna) TESOUREIRO: Luiz Carlos Motta

E D I TO R I A L A R T I G O M OV I M E N TO S I N D I C A L

Sérgio Marques, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Têxteis de São Paulo

Page 3: Jornal da Força Sindical -  ed.87 -  out/nov 2013

5

www.fsindical.org.brJORNAL DA FORÇA SINDICAL — NO 87 OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013

4

Apesar dos esforços da sociedade em erradicar as piores formas de tra-

balho infantil, entre crianças de 5 a 14 anos, até 2016, difi -cilmente o Brasil, e os demais países da América Latina, atin-girão este objetivo assumido na Conferência Mundial sobre o Trabalho Infantil, realizada em Haia, na Holanda, em 2010.

Estimativas dão conta de que há 12,5 milhões de crianças tra-balhando na região, das quais 9,6 milhões estão enquadradas nas piores formas de trabalho in-fantil, conforme relatou a direto-ra regional para a América Latina da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Elizabeth Tinoco, durante a III Conferência Global sobre o Trabalho Infantil, realiza-da em outubro, em Brasília.

Brasil não atinge meta estipulada em HAIA

• O Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri é mantido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, em Mairiporã, para crianças e jovens em situação de risco e suas famílias. Atende, por mês, cerca de 2,5 mil crianças, jovens e famílias da região. Segundo Elza Pereira, diretora fi nanceira do Sindicato e presidenta do Meu Guri, o espaço oferece lazer, biblioteca, ofi cinas de marcenaria, teatro, música, apoio educacional, grupos de refl exão e terapia à comunidade. “Autoestima e cidadania fortalecem crianças e jovens contra o trabalho infantil”.

Movimento sindical tem projetospara crianças e adolescentes

• A Associação Bogum Erê atende crianças e adolescentes em situação de risco social no Engenho Velho da Federação, Salvador. “O objetivo é melhorar os índices de educação, resgatar a autoestima e combater o trabalho infantil”, diz Nair Goulart, presidenta da Força Bahia. O projeto da Central com a OIT, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada, e outras entidades, oferece apoio educacional, música, dança, confecção de adereços, esporte, lazer e inclusão digital.

“Um grupo de trabalho, cons-tituído por várias agências liga-das à Organização das Nações Unidas (ONU), foi formado no evento de Brasília”, afi rmou a 2ª secretária da Força Sindical, Valclécia Trindade. A meta é trabalhar com os governos da região no combate ao trabalho infantil. Ela considerou que a iniciativa é boa, porém preci-sa ser defl agrada junto com outras ações, envolvendo a sociedade em geral e os tra-balhadores em particular.

ExemploA eliminação da mão de obra

infantil ocorre com a imple-mentação do Trabalho Decen-te, que é capaz de aumentar a renda dos adultos. Assim, as famílias não precisam pôr

• O exemplo do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos é o Instituto Meu Futuro, que atende 170 crianças e jovens do Parque Primavera, na periferia, por ano, com aulas de dança, teatro, literatura, informática, música, capoeira, artesanato, pintura, reforço escolar, atendimento odontológico e cursos para os pais. Ao deixar o Instituto, o jovem é encaminhado ao mercado de trabalho. “Vários passam a ter a maior renda da casa e até viram arrimo de família”, diz o presidente do Sindicato, José Pereira dos Santos, destacando que mais de duas mil crianças foram atendidas em 11 anos de projeto.

• A Associação Eremim foi reconhecida, em 2001, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento como uma das quatro experiências nas Américas na prevenção do risco social e do trabalho infantil. No ano passado, recebeu o apoio do ‘Criança Esperança’. Desde 2003, a Associação também é destaque no Prêmio Itaú-Unicef. “Buscamos melhorar o nível educacional e o desenvolvimento das crianças e jovens”, afi rma Jorge Nazareno, o Jorginho, presidente do Eremim e do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.

• O Projeto Prevenir, em Pindorama, é uma parceria do Sindicato da Alimentação de Catanduva com a Sociedade Espírita Caminho de Luz e empresas. Sérgio Augusto Urize, presidente do Sindicato, diz que as crianças e adolescentes têm apoio escolar, alimentação e atividades de lazer, música, entalhe em madeira e dinâmica de grupo. São atendidas 120 crianças e jovens por dia. “É uma contribuição sócio-educativa importante contra os riscos sociais e o trabalho infantil”.

as crianças para trabalhar. O Brasil parece caminhar neste rumo. Recentemente, a OIT disse que o País tornou-se re-ferência mundial no combate à atividade infantil.

De 2000 a 2012, o trabalho de crianças e adolescentes de 5 a 14 anos caiu 67% no Brasil e 36% no mundo, conforme a Pesquisa Nacional por Amos-tras de Domicílio (Pnad) do ano passado. Entre 2011 e 2012, a queda foi de 21%.

Havia 704 mil crianças e adolescentes (5 a 13 anos) no mercado de trabalho. Este nú-mero caiu para 554 mil no ano

Valclécia: País tem uma

legislação avançada,

mas que infelizmente

não é cumprida

Paul

o Se

gura

passado. Apesar dos avanços, es-tima-se que haja ainda 1,4 milhão de crianças trabalhando no País. Valclécia explicou que o Brasil tem uma legislação avançada neste campo, que não é cumprida. “Fal-ta fi scalização e punição”, acredita.

AgriculturaSegundo ela, a agricultura é o se-

tor que mais utiliza a mão de obra infantil: 60,2% de crianças e ado-lescentes são recrutados principal-mente pelos segmentos sucroalco-oleiro, laranja e fumo. A incidência também é grande no trabalho do-méstico e na exploração sexual.

Além das ações governamentais na luta pelo fi m do trabalho infantil, o movimento sindical tem atuado com destaque nesta área com o lançamento de projetos sociais en-volvendo crianças, adolescentes e jovens. Exemplos: metalúrgicos de São Paulo, Osasco, Guarulhos, Força Sindical-BA – com a OIT –, e o Sindicato da Alimentação de Catanduva.

TRABALHO INFANTIL (POR REGIÕES)

Houve queda no trabalho infantil em todas as faixas etárias.

O indicador geral recuou 11,86%, ou 58 mil pessoas a menos.

Foi a região em que o trabalho infantil mais cresceu de 2011 para 2012, com 34 mil trabalhadores a mais, com aumento de 14,71%, de 231 mil para 265 mil.

O número global mostra que houve queda de 9,26% (de 1,284 milhão para 1,165 milhão) no uso da mão de obra de crianças e adolescentes.

Em Minas, a pesquisa apontou aumento de 50% no trabalho infantil (5 a 9 anos), de 8 mil para 12 mil crianças. Nos demais Estados, o fenômeno não se repetiu em relação a mesma faixa de idade.

Redução no número total de 592 mil para 570 mil (3,71%), com aumento de 33% na faixa

de 5 a 9 anos e (6 mil para 8 mil).SUL

CENTRO-OESTE

NORDESTE

NORTE

Elza: “ Autoestima e cidadania fortalecem as crianças e jovens contra o Trabalho Infantil”

Associação Eremim melhora o nível educacional e forma cidadãos críticos Bogum Erê atua para melhorar e educação e resgatar a autoestima

Ao deixar o Instituto Meu Futuro, o jovem é encaminhado ao mercado de trabalho

SUDESTE

T R A B A L H O I N FA N T I L

Page 4: Jornal da Força Sindical -  ed.87 -  out/nov 2013

6 7

www.fsindical.org.brJORNAL DA FORÇA SINDICAL — NO 87 OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013 www.fsindical.org.brOUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013

Mais de 3,5 milhões de trabalhado-res estão na luta por maiores sa-lários, mais benefícios e melhores

condições de trabalho. É o caso da Fede-ração dos Metalúrgicos do Paraná, que

negocia em nome de 169,1 mil trabalha-dores um acordo de dois anos. “Quere-mos a reposição integral da infl ação, mais3,5% de aumento real, com garantia míni-ma de 10% de reajuste nos salários”, afi r-

Reajustes salariais superam a inflaçãoOs trabalhadores do Plúrimo (indústrias de

massas, de cacau, congelados, super-congelados e concentrados etc.) terão

reajuste salarial de 8% (1,85% de aumento real), conforme acordo fechado pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo, presidida por Melquía-des de Araújo. “O aumento real é essencial nos acordos da Convenção Coletiva”, destacou.

O Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo (Sindifícios), presidido por Paulo Roberto Ferrari, conquistou reajuste salarial de 8% para os 250 mil membros da categoria (zeladores, porteiros, vigias, faxineiros, ascen-soristas, garagistas e folguistas). Os 13 mil trabalhadores em Condomínios, e os 1.500 dos Shoppings Cênteres de Manaus, terão reajus-tes entre 7% e 9.5%. “Foram dois meses de intensas negociações”, comentou Julio Cezar,

Trabalhadores intensifi cam luta por GANHO REAL e BENEFÍCIOS

presidente do Sindicato e secretário-geral da Força Amazonas.

GrevesJá o Sindicato dos Trabalhadores nas Indús-

trias de Brinquedos de São Paulo, comandado por Maria Auxiliadora dos Santos, conquistou reajuste de 8,95% para cerca de 10 mil traba-lhadores. “Esta vitória só foi possível graças à

mobilização dos traba-lhadores, que aderiram às greves”.

Valcir Ascari, diretor do Sindicato dos Meta-

mou Sérgio Butka, pre-sidente da Federação.

Os 2,5 milhões de comerciários, liderados pela Fecomerciários-SP, brigam por aumento real, redução da jor-nada e piso salarial de R$ 1.214, entre outros. Para o presidente da Federação, Luiz Carlos Motta, a mobilização está sendo intensifi cada em toda a base.

O Sindicato dos Comerciários de Porto Ale-gre reivindica, para os 116 mil comerciários, aumento real, jornada de 40 horas, valoriza-ção do piso e PLR para toda a categoria. “É muito importante o engajamento da catego-ria”, afi rmou o presidente do Sindicato, Nilton Souza da Silva, o Neco.

A Federação dos Trabalhadores nas Indús-trias Químicas do Estado de São Paulo, presi-dida por Sérgio Luiz Leite, o Serginho, nego-

cia com os patrões a Convenção Coletiva de 116 mil trabalhadores. Eles pleiteiam aumen-to real, PLR e valoriza-

ção do piso, entre outros itens econômicos.Além das reivindicações econômicas, a Fe-

deração dos Trabalhadores das Indústrias Grá-fi cas do Estado de São Paulo negocia cláusu-las em defesa da mulher trabalhadora.

AcordoA Federação dos Metalúrgicos do Estado de

São Paulo fechou a Convenção Coletiva com os patrões prevendo 8% de aumento salarial para os cerca de 800 mil trabalhadores do Es-tado de São Paulo. Segundo o presidente da entidade, Cláudio Magrão de Camargo Crê, se confi rmada a infl ação acumulada de 5,52% o aumento real fi cará em torno de 2,4%.

lúrgicos de Gravataí, informa que a categoria conquistou reajuste de 9% no segmento metalmecânico e eletroeletrônico, 10% no segmento de reparação de veículos e 10% nos acordos por fábrica.

O presidente do Sindicato dos Metalúr-gicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, fechou acordo para os trabalhadores da GM prevendo reajus-te de 8% (1,82% de aumento real) e abono de R$ 3.500. “Fomos à luta, com grandes

discussões com a direção da empresa e um dia de paralisação”.

TêxteisO presidente do Sindicato dos Têxteis

de Santa Bárbara D´Oeste, Cláudio Pe-ressim, fechou acordos coletivos com reajuste de 8% na empresa Teixeira e Pires, e de 8,45% nas empresas Fênix Pack e American Pack. O Sindicato luta também pela Convenção Coletiva para toda a categoria.

Os professores da rede municipal de ensino de Barão de Grajaú/MA recebe-ram abono salarial de R$ 1.446. Para Gil-van Freire, presidente da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Municipais do Maranhão, foi uma vitória importante dos professores.

O acordo vale para os grupos 10 (Fiesp), 2 (máquinas e eletroeletrônicos), 3 (auto-peças), 19-3 (laminação de metais, equi-pamentos ferroviários e outros), fundição, Sindisider, estamparia.

O Sindicato Interestadual dos Metalúr-

gicos do Distrito Federal luta para tornar a PLR uma norma obrigatória nas Convenções Coletivas. “É justo o benefício econômico para os trabalhadores, que contribuem para o crescimento das empresas”, explicou o presidente Carlos Alberto Altino.

Butka reivindica reposição integral

da infl ação e aumento real de salário

Forç

a S

indi

cal/P

R

Forç

a S

indi

cal/D

F

Sin

difíc

ios/

SP

Com

erci

ário

s de

Por

to A

legr

e

Motta: Fecomerciários e Sindicatos fi liados negociam em nome de 2,5 milhões de trabalhadoresFe

com

erci

ário

s

Neco: “ é muito importante o engajamento da categoria para o sucesso da campanha salarial

Altino quer que a PLR se torne uma norma obrigatória nas Convenções Coletivas dos metalúrgicos do DF

Depois de protesto, Sindifícios fecha acordo coletivo de 8% de reajuste salarial para os 250 mil trabalhadores

Araújo fechou acordo de 8% de reajuste salarial para os trabalhadores do Plúrimo

Auxiliadora disse que a vitória só foi possível

em função da mobilização e das greves

Arq

uivo

Fet

iasp

Arq

uivo

For

ça S

indi

cal

C A M PA N H A S A L A R I A L

Page 5: Jornal da Força Sindical -  ed.87 -  out/nov 2013

8 9

www.fsindical.org.brJORNAL DA FORÇA SINDICAL — NO 87 OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013

I M P O S TO D E R E N DA

Mulheres estudammais, mas ganham menos O número de analfabetos é maior entre os homens

do que entre as mulheres, e elas são maioria en-tre os brasileiros com ensino médio e superior. Apesar disto, os homens ainda ganham mais do que as mu-lheres. E a diferença entre os salários voltou a crescer depois de 10 anos em declínio, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad).

São 9,2 milhões de homens não-alfabetizados con-tra 8,9 milhões das mulheres. Além disso, elas estão 15% mais presentes no ensino médio. A diferença chega a 36% mais mulheres com ensino superior do que homens. Segundo a pesquisa, mais de 8 milhões de brasileiras estudaram mais de 15 anos, contra 6 milhões de homens.

Em relação ao rendimento, a Pnad detectou que, no ano passado, o rendimento médio mensal das mu-lheres foi equivalente a 72,9% do dos homens. Já em 2011, tal proporção era maior: 73,7%.

Para a secretária da Mulher da Força Sindical, Ma-ria Auxiliadora dos Santos, o Congresso precisa apro-var o Projeto de Lei 130/11, que pune com multa a empresa que pagar salário menor para a mulher que executar o mesmo trabalho do homem.

Ryder debate mundo do trabalho com brasileiros

Capital e trabalho se unem contra importação

Centrais vão às ruas pela correção da tabela

Miguel aposta na unidade dos trabalhadores

Em visita ao Brasil, o diretor geral da Or-ganização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, se reuniu com sindicalistas

da Força Sindical, com os quais debateu as-suntos relacionados ao mundo do trabalho. Do secretário-geral da Central, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o dirigente ouviu relatos sobre a conjuntura econômica e política brasileira, a redução do desem-prego e as principais bandeiras do movimento sindical.

Entre outras, o sindicalista destacou a revogação do Fator Previdenciário, a derrubada do projeto que amplia a terceiriza-ção e a redução da jornada de

A invasão do mercado brasileiro por produtos têxteis e de confecção pro-venientes da China e da Índia levou

para o mesmo lado do balcão trabalhado-res e empresários, que passaram a lutar pela mesma causa. Eles realizaram uma manifestação de protesto conjunta, no dia 23 de outubro, em frente ao Palácio de Convenções do Anhembi, na abertura da feira chinesa GoTex Show.

Os manifestantes chegaram a bloquear o acesso do público à feira para mostrar o repúdio dos trabalhadores à importação de-senfreada de produtos chineses. Capital e trabalho querem do go-verno restrições às importações e a adoção de medidas fi scais e tributárias para resguardar a saú-de fi nanceira das empresas e ga-rantir os empregos e a renda.

Por causa das importações de US$ 5 bilhões contabilizadas de janeiro a setembro de 2013, o setor deixou de gerar 600 mil postos de trabalho, segundo da-dos dos empresários. No mes-mo período, 55 mil trabalhadores

amos apostar na unida-de para avançarmos na conquista das reivindi-

cações que constam da Pauta Trabalhista”, declarou Miguel Torres logo após ser eleito e empossado presidente da For-ça Sindical, no lugar de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Ele se afastou do comando da Central para se dedicar à organização do Solidariedade. A reunião da executiva nacional foi realizada no SinSaúde-SP, no dia 28 de outubro.

Ele garantiu que vai centrar fogo na luta pela manutenção da política de recuperação do salário mínimo, pelas principais ban-deiras dos trabalhadores e para reforçar a unidade do movimento sindical.

Para o presidente, sua gestão vai intensifi -car a luta pela revogação do Fator Previden-ciário, pela redução da jornada de trabalho

trabalho. Já o secretário de Políticas Inter-nacionais da Força, Nilton Souza da Silva, o Neco, denunciou as ações antissindicais do Ministério Público contra a forma de fi nancia-mento da estrutura sindical.

perderam seus empregos em decorrência da crise do setor e do fechamento de fá-bricas.

Além de medidas já implementadas pelo governo para ajudar as empresas, pa-trões e empregados reivindicam, também, o fi m das importações ilegais, a redução da taxa de juros para 9% ao ano, a fi m de revitalizar as empresas brasileiras, e o apoio fi nanceiro para o capital de giro. “O

– com a manutenção dos salários –, contra o Projeto de Lei que amplia a terceirização e por reajuste digno para os aposentados.

Tesoureiro da Central e presidente da Fecomerciários, Luiz Carlos Motta elogiou Paulinho por ter contribuído na aprovação da lei que regulamenta a profissão de comerciário. Ressaltou também que Mi-guel terá o apoio da categoria nas lutas dirigidas pela Força.

Brasil precisa defender a indústria nacional para que possamos ter condições iguais na concorrência com produtos importa-dos”, declarou Eunice Cabral, presidenta da Conaccovest (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados).

“Defendemos as reivindicações das em-presas para manter os nossos empregos”, afi rmou o presidente do Sindicato dos Tra-

balhadores Têxteis de São Paulo, Sérgio Marques. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres,observou: “O governo fa-cilita tanto as importações que esta feira tem mais de 600 expositores dizen-do como se importa pro-dutos da China”.

Além da Força e da Co-naccovest, organizaram o ato entidades patronais como a Abit , Sinditêxtil--SP e Sindivest. Atores vestidos de chineses também participaram da manifestação. Eunice: indústria nacional precisa ter condições para concorrer com as importações

Ryder ouve, de Juruna e Neco, relatos sobre a conjuntura econômica

Miguel defende a unidade ao lado de Araújo, Paulinho, Motta e Juruna

T Ê X T I L / C O N F E C Ç Ã O R E N DA S U C E S S Ã O

I N T E R N AC I O N A L

m reunião realizada no dia 28 de outu-bro, a diretoria executiva da Força Sin-dical aprovou a defl agração de uma

campanha nacional pela correção da tabela do Imposto de Renda na fonte. Segundo o Dieese, a tabela apresenta defasagem de 62,77%, calculada de janeiro de 1996 a de-zembro de 2012.

O secretário-geral da Central, João Carlos Gonçalves, o Juruna, declarou que as Cen-trais Sindicais já marcaram uma manifesta-ção de protesto para o dia 11 de novembro, na avenida Paulista, denominada ‘Dia Nacio-nal de Luta pelo Fim do Fator Previdenciário e pela Correção da Tabela do IR’.

“Pelo fato de nos últimos anos a tabela do IR ter sido corrigida com índice abaixo

da infl ação, um contingente de trabalhado-res está pagando mais imposto, enquanto outros, que poderiam estar isentos, hoje são obrigados a prestar contas ao Fisco”, explicou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, durante o lançamento da campa-nha no Sindicato dos Metalúrgi-cos de São Paulo.

“Se a tabela não for corrigida, o reajuste salarial conquistado vai ser engolido pelo Leão”, dis-se ele. “Corrigir a tabela é uma questão de justiça social. Por causa da infl ação, os reajustes salariais estão sendo corroídos pelo Imposto de Renda. Isto é

um assalto, salário não é renda!”, criticou o ex-presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Jaél

cio

Sant

ana

Metalúrgicos aprovam campanha pela correção da tabela do IR

V

E

Page 6: Jornal da Força Sindical -  ed.87 -  out/nov 2013

10 11

www.fsindical.org.brJORNAL DA FORÇA SINDICAL — NO 87 OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2013

Intensifi car a organização da categoria

Empresas crescem e aumentamcontratações

Intensifi car o processo de organização da categoria é a meta de Abraão Lin-coln, reeleito presidente da Confedera-

ção Nacional de Pescadores e Aquiculto-res (CNPA) para um mandato de três anos (2013 a 2016).

O programa da nova diretoria inclui a luta pela manutenção da aposentadoria dos pescadores, a qualifi cação profi ssio-nal, a redução do número de trabalhado-res que ainda estão abaixo da linha da pobreza e pressionar o Congresso para aprovar o Projeto de Lei 518/2011, que propõe a destinação de 5% dos royalties do petróleo para o Ministério da Pesca.

Lincoln foi eleito pelo voto de 200 pre-sidentes e diretores das Federações esta-duais com base nas 27 unidades da Fede-ração. Segundo o sindicalista, em quatro anos 200 mil pescadores deixaram a linha da pobreza, porém ainda existem 300 mil trabalhadores nesta situação. “Isto é fruto do nosso trabalho, e a nossa meta é aca-bar com este cenário ainda degradante”, disse o dirigente.

São 1,2 milhão de pescadores no Bra-sil que, até quatro anos atrás, não tinham organização de classe. Com a fundação da CNPA foi possível regulamentar trezen-tas entidades com a carta sindical. “Outra meta da Confederação é qualifi car os pes-cadores para aumentar a produção nacio-nal”, afi rmou Lincoln.

Entre outras conquistas da gestão pas-sada, o presidente destacou o direito as-segurado aos benefícios da Previdência, o acesso das colônias de pesca às cartas sindicais, a consolidação de políticas pú-blicas voltadas para a pesca artesanal e a parceria com entidades gestoras da pes-ca no Brasil.

MotoristaO motorista José Gama, o Zequinha,

foi reeleito para a Presidência do Sindica-to dos Rodoviários de Volta Redonda em eleição realizada na primeira quinzena de outubro, da qual perticiparam 800 sindi-calizados. Ele recebeu 72,52% dos votos (351), contra 16,74% (81) do candidato da Chapa 2, Joaquim Vaz dos Santos Neto, e 10,74% (52) do candidato da Chapa 3, Nilson Carlos Valente.

Combater a terceirização e a informalidade

O programa da nova diretoria, comandada por Abraão Lincoln, inclui a luta pela manutenção da aposentadoria

Arq

uivo

CN

PA

Priorizar o combate à terceirização, acabar com a informalidade e conquistar o Con-

trato Coletivo Nacional Articulado foram as principais resoluções tiradas ao fi nal do 1º Encontro Nacional Unifi cado do Setor dos Trabalhadores da Construção, que reuniu 180 entidades sindicais e 350 delegados em ou-tubro, em Luziânia, Goiás.

Para conquistar estes objetivos, as Cen-trais Sindicais e as entidades representa-tivas do setor terão de fortalecer a orga-nização do setor e a unidade de ação dos Sindicatos de trabalhadores. “Assim, vamos poder melhorar as condições de vida e de trabalho dos empregados”, avaliou o presi-dente da Fenatracop, Wilmar Santos.

Os trabalhadores debateram também po-líticas de desenvolvimento para o setor da construção, saúde e segurança no trabalho, construção pesada, informalidade e trabalho escravo, móveis e insumos, óleo e gás, pre-dial e habitação e política de qualifi cação.

A Fenatracop participou de todo o Encontro, assim como os Sindicatos da Construção Pesa-da e da Montagem Industrial de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará e Paraná.

“Além das lutas pelo Contrato Coletivo Na-cional Articulado e contra a terceirização da mão de obra, temos de privilegiar a batalha pela unifi cação das lutas dos Sindicatos com base nos terceirizados da Petrobras”, comple-tou o dirigente.

Foi definido que o 2º Encontro Nacio-nal será realizado no dia 21 de maio 2014. No dia 25 do mesmo mês, os trabalhado-res farão uma Marcha a Brasília. Até lá, serão organizados encontros setoriais e

regionais unifica-dos das Centrais para definir pau-tas específicas.

Wilmar: melhorar as condições de vida do empregado

Arq

uivo

For

ça

O nível de atividade econômica do se-tor terciário apresentou crescimento signifi cativo nos últimos anos, o que

o tornou o campeão na geração de postos de trabalho no Brasil. Desde dezembro de 2005, o total de empregos cresceu pouco mais de 38%, sendo 83% na construção civil, quase 43% em comércio e serviços e 26% na indústria.

Causas: o aumento do poder aquisitivo do trabalhador, a política de recuperação do valor do salário mínimo, a redução do desemprego, o aumento do crédito e a política de desoneração fi scal proposta pela Força Sindical e pelas de-mais Centrais alavancaram os negócios das empresas do se-tor terciário.

FrentistasO segmento tem crescido en

função do aquecimento do se-tor automobilístico. São cerca de 500 mil representados pela Federação Nacional dos Frentis-tas (Fenepospetro). “Conquis-tamos um bom reajuste sala-rial, de 8,861%, na data-base, em março deste ano, índice que equivale a 2,19% de aumento real, por causa da mobilização da categoria e do crescimen-to das vendas de combustível”,

afi rmou Rivaldo Mo-rais da Silva, vice-pre-sidente da Fenepos-petro e presidente do Sindicato dos Frentis-tas de São Paulo, res-ponsável por 25 mil trabalhadores.

“Como a economia vem crescendo, aumenta a demanda por refeições cole-tivas”, destacou Carlos Alberto de Freitas, presidente da Federação dos Trabalhado-res em Empresas de Refeições Coletivas e do Sindicato da categoria, que reúnem 150 mil trabalhadores no Estado. Parte da

categoria conquistou 9,3% (aumento real de 5%), e outra teve aumento de 10,1% (ganho real de 4 a 5%).

SaúdePara o Sindicato dos Empregados em

Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo, presidido por José Lião de

Almeida, aumentou o nível de emprego e os salários da cate-goria. Lião também preside a Confederação Nacional dos Tra-balhadores na Saúde (CNTS), re-presentando cerca de 3 milhões de trabalhadores (saúde pública e privada).

O Sindicato dos Trabalhado-res em Empresas de Teleco-municações no Estado de São Paulo, presidido por Almir Mu-nhoz, representa uma categoria formada por cerca de 250 mil trabalhadores. É uma atividade em expansão que acompanha as ofertas de serviços do setor e contribui para o desenvolvi-mento econômico.

O movimento sindical perdeu importantes dirigentes nos últimos dois meses. O presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e vice-presidente da Força Sindical, Carlos Alberto dos Reis, o Carlão (foto), de 50 anos, foi assassinado dia 18 de outubro, quando passava de

Rivaldo: o aumento das vendas e a mobilização ajudaram a categoria na campanha salarial

Arq

uivo

For

ça

Arq

uivo

Stie

esp

carro na travessa Rugero, esquina com a rua Doutor Lund, na Liberdade.

— ✱ —

O líder sindical Adonis Bernardes morreu em setembro, aos 58 anos, deixa mulher e duas fi lhas. Ele era diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo

André, presidente do PDT no município e diretor do Centro Público de Trabalho e Renda de Santo André.

— ✱ —

O secretário de Saúde e Segurança do Trabalho da Força Sindical-GO, Maxwelda Silva Gomes, morreu no fi m de agosto.Era também presidente do Sindsaúde e vereador pelo município de Rio Verde.

Almir: a conjuntura favorável

proporcionou aumento de salários

e do nível de emprego

Arq

uivo

Sin

tete

l

P E S C A D O R E S C O N S T R U Ç Ã O S E TO R T E R C I Á R I O

L U TO

Page 7: Jornal da Força Sindical -  ed.87 -  out/nov 2013

12

JORNAL DA FORÇA SINDICAL — NO 87

Os sintomas da eleição do presidente norte-americano Ronald Reagan, em 1981, que, de mãos dadas com a pri-

meira ministra britânica, Margareth Thatcher (eleita em 1979), orquestrou uma política econômica internacional calcada no estado mínimo e na austeridade fi scal, apareceriam rapidamente: a partir de 1981 os juros inter-nacionais foram brutalmente elevados.

No Brasil, a economia entrou em colapso e, em 1982, o governo militar recorreu aos empréstimos do Fundo Monetário Interna-cional (FMI), que impôs se-veras condições para efetuar a transação. Subordinado ao FMI, o País teve que mudar as regras para a política sala-rial, ajustando os vencimen-tos abaixo da infl ação e, para os gastos do governo, mini-mizando os investimentos na área social.

A elevação do desemprego e do custo de vida foram as consequências imediatas. E a imposição de uma série de decretos pioraria ainda mais a vida dos trabalhadores.

Após a divulgação do de-creto 2025, de 30 de maio de 1983, que eliminava benefícios e direitos dos empregados das estatais e do funcionalis-mo público, os trabalhadores aprovaram, no dia 16 de junho, o estado de greve.

O governo militar chegou a re-cuar de sua decisão. Treze dias depois, entretanto, o presidente Figueiredo assinou um novo De-creto, o 2036, que retirou direitos elementares do funcionalismo, como abono de férias, promo-ções, auxílios alimentação e trans-porte, salário adicional anual e a participação nos lucros.

Manifestações contra as me-didas se espalhavam pelo País. Mas, mais um decreto ainda es-tava por vir: o famigerado 2045, de 14 de julho de 1983, que ar-

rochou ainda mais os salários e atingiu os aluguéis e o Sistema Financeiro da Habi-tação (SFH).

Seguiu-se daí uma grande mobilização entre os trabalhadores, que se prepara-ram para a greve. O Sindicato dos Meta-lúrgicos de São Paulo distribuiu um milhão de panfl etos convocando os trabalhadores para a paralisação, e a Comissão Pró-CUT do Estado de São Paulo anunciou a dis-tribuição de 1,2 milhão de comunicados com a seguinte pauta de reivindicações:

30 anos da greve geral de 1983M E M Ó R I A S I N D I C A L

No dia 21 de julho de 1983, cerca de três milhões de trabalhadores paralisaram suas atividades na maior greve geral ocorrida durante o regime militar. Como refl exo de todo esse processo de lutas, houve um aumento signifi cativo da participação dos trabalhadores em seus sindicatos.

*Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos

do Centro de Cultura e Memória Sindical

• Fim das intervenções e devolução dos sindicatos de Campinas, Bahia e São Bernardo.

• Fora o pacote das estatais – Decreto-lei 2036.• Fim do roubo no INPC – contra os Decretos do

arrocho 2012, 2014 e 2045.• Revogação do Pacote do BNH.• Congelamento dos preços dos itens de

primeira necessidade.• Criação de empregos e de salário desemprego.• Estabilidade.• Redução da jornada de trabalho sem redução

dos salários.• Reforma agrária. • Fora o FMI.

Uma semana depois da decretação do 2045, cerca de três milhões de trabalhado-res, de diversas categorias e Estados, para-lisaram suas atividades na maior greve geral ocorrida durante o regime militar.

O dia 21 de julho de 1983, uma quinta--feira, amanheceu como um feriado. Entre os grevistas, a adesão de 255 motoristas e cobradores de ônibus reforçou ainda mais o clima de paralisação que dominava a cidade de São Paulo. E a cavalaria da Polícia Militar, que tomou o centro da cidade, promoveu uma intensa repressão, com mais de oito-

centas prisões. Apesar disto, os trabalha-

dores conseguiram derrubar os Decretos 2036 e 2045, e a greve foi considerada positiva.

O Sindicato dos Metalúr-gicos de São Paulo teve uma forte participação naquele mo-vimento. “Metalúrgicos de São Paulo, Um Projeto, Um Proces-so, Uma Realidade”, documen-to publicado pelo Sindicato em dezembro de 1983, relata que 90% dos metalúrgicos da Ca-pital aderiram à greve, e que todo esse processo de lutas contra os decretos levou a um expressivo aumento da parti-cipação dos trabalhadores nas assembleias.