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Impresso Especial 7317034806/2006-DR/MG LEEPP CORREIOS LEEPP LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” JORNAL DA MEDIUNIDADE UBERABA-MG INFORMATIVO MARÇO/ABRIL ANO 2009 N.º 16 Eurícledes Formiga EDITORIAL Conforme já anunciado, nos próximos dias 18 e 19 de abril, Pedro Leopoldo estará sediando o II ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA. Espera-se um público de mais de 3.000 pessoas para o evento, que objetiva unicamente reafirmar a necessidade do estudo das obras produzidas pelo grande medianeiro, como natural desdobramento da Codificação Kardequiana. Todavia, e nisto insistimos, o ENCONTRO também almeja colocar em destaque os exemplos de Chico Xavier, como padrão ideal de vivência da Doutrina para todos os seus seguidores. Chico foi e continuará sendo um divisor de águas no Movimento, que se reparte em antes e depois dele. Em vão, opositores encarnados e desencarnados, inclusive, lamentavelmente, dentro da própria Doutrina, intentarão empanar-lhe o brilho inconfundível. O médium de Emmanuel, que, por sua vez, atuou como médium do Pensamento do Cristo, se fixou como inamovível ponto-de-referência para todas as gerações de adeptos da Terceira Revelação. CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO 1 – Como Pedro Leopoldo se sente ao sediar o II Encontro dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra? R- Para nós pedro-leopoldenses é uma alegria muito grande poder sediar este Encontro. Principalmente como forma de reconhecimento e agradecimento pelas infinitas bênçãos recebidas pelo seu filho mais ilustre. Foram 92 anos de testemunhos e exemplificações, 75 anos de dedicação integral à mediunidade com Jesus, além de uma vastíssima produção literária mediúnica. Chico Xavier significa respeito às diferenças, perseverança no bem coletivo, amor ao próximo e uma fidelidade integral a Jesus. 2 – Qual a importância do referido Encontro para a Doutrina? R- Mesmo sinalizando que o Encontro não tem nenhuma intenção de divinizar a figura humana de Chico Xavier, alguns colegas espiritistas, desconhecendo seus objetivos, por ignorância ou má-fé, continuam insistindo na tese de que estamos trilhando o campo do endeusamento e da veneração. Entretanto falar de Chico Xavier e das obras psicografadas é falar da Doutrina dos Espíritos. Estas obras representam o desdobramento das obras da Codificação. Para as Alianças Municipais Espíritas de Pedro Leopoldo e Uberaba, estimular o estudo das obras de Allan Kardec e Chico Xavier é manter o Espiritismo em sua pureza e simplicidade. 3 – O que é ser amigo de Chico Xavier? R- O preço para todos aqueles que conheceram e conviveram com Chico Xavier é muito alto, pois nunca mais poderemos ser os mesmos. E a religiosidade em Chico Xavier não reduziu a sua alegria de viver, pois era alegre e gracejador, justamente em razão de sua fé em Deus, na vida e nos homens. No meu caso, sem que ele desejasse, este estreito relacionamento de 21 anos de convivência passou a interferir em minha maneira de pensar e de agir. Diria, parafraseando Chico Xavier, que “sei o que devo ser e ainda não sou”. 4 – Do ponto-de-vista doutrinário, você vê o Encontros dos Amigos de Chico como excludente? R- Quando falamos de Chico Xavier, falamos de muitos anônimos companheiros que colaboraram nesta bonita tarefa. Companheiros de Pedro Leopoldo e Uberaba, além de muitas outras cidades no Brasil e no Exterior, doaram sua parcela de contribuição na construção deste abençoado e gigantesco trabalho. Portanto falar de Chico Xavier é falar na inclusão de milhares de amigos e companheiros que, identificando-se com a sua forma de pensar e agir, participaram ativamente na construção desta história. Falar de Chico Xavier no contexto doutrinário é falar de Jesus, é falar de que “fora da caridade não há salvação”, do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Sou daqueles que não transitam muito bem no campo dos sentimentos, mas sou testemunha das alegrias e emoções inesquecíveis que o I Encontro proporcionou a todos nós. São lembranças que permanecerão eternamente gravadas em meus pensamentos e coração. 5 – Em rápidas palavras, dê-nos uma visão de Pedro Leopoldo espírita nos dias atuais. R- Historicamente, Pedro Leopoldo teve papel significativo na construção do Movimento Espírita Brasileiro. Em estudos que estou realizando, pode-se constatar que a primeira instituição espírita na cidade foi fundada em 5 de fevereiro de 1903: o Centro Espírita “Amor e Luz”. E alguns de seus colaboradores, como Ernesto Senra e Raul Hanriot, foram fundadores da União Espírita Mineira e posteriormente presidentes em gestões posteriores. Gostaria de dizer também que, quando Chico foi para Uberaba, em 1959, deixou trabalhadores valorosos em nossa cidade, como Lico Diniz, Zeca Machado, Chiquinho Carvalho, Zezeu, Zé de Paula, entre outros, onde mantiveram um movimento espírita em bases de respeito e simplicidade. Recentemente, tivemos a revitalização da casa onde Chico Xavier morou, para visitação pública e a constituição da Fundação Cultural “Chico Xavier”, onde está sendo instalado o Memorial “Chico Xavier”. Esforços no sentido de preservar a vida e a obra do homem e do médium. E a maior de todas as suas obras foi o próprio exemplo, não é mesmo? Segundo a pesquisadora Magali Fernandes, quando esteve em Pedro Leopoldo, o aspecto sobre Chico Xavier que mais chamou atenção dos seus entrevistados foi a sua coerência entre o falar e o agir. Aproveito a oportunidade para convidar espíritas ou não ao II Encontro, em abril de 2009, e lembrar que não existe convite especial. Pedro Leopoldo e Uberaba sempre estiveram e sempre estarão de braços abertos para todos. Sintam-se todos convidados. 6 – Conte-nos um caso de sua vivência pessoal com Chico Xavier. “Qual foi o acontecimento que mais o alegrou na seara espírita, até o dia de hoje? R- Tenho tido sempre muitas alegrias em minha vida mediúnica, principalmente na recepção dos livros de nossos Instrutores do Alto, no entanto assinalo, como sendo uma das mais belas surpresas da minha vida de médium, a saída de meu corpo físico, durante algumas horas, em julho de 1943, na companhia do nosso amigo desencarnado, André Luiz, a fim de conhecer uma faixa suburbana de ‘Nosso Lar’, a cidade ENTREVISTA COM JHON HARLEY MADUREIRA MARQUES, PRESIDENTE DA ALIANÇA MUNICIPAL ESPÍRITA DE PEDRO LEOPOLDO E MATOZINHOS A verdade é que, fora de Kardec e Chico Xavier, não se tem Espiritismo em sua feição consoladora! E, consequentemente, voltado para a necessidade de reforma íntima à luz de seus postulados. Nos próximos dias 18 e 19 de abril, Pedro Leopoldo, terra natal do inesquecível apóstolo, abrirá as suas portas para receber o Brasil espírita. Toda a região da chamada “Bacia do Rio das Velhas” se mobiliza e está em festa. De longe, já podemos avistar as bandeiras e estandartes desfraldados saudando os visitantes, para a Confraternização que antecede o Centenário de Nascimento de Chico Xavier, o qual será regiamente comemorado em 2010. Chico, embora desencarnado, continua sendo na atualidade o maior divulgador da Doutrina que ele próprio codificou. O seu nome, pronunciado com respeito por todos os seguimentos da sociedade, descerra todas as portas e aponta o caminho a ser percorrido sem desvios. DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA Abril | 2009 Pedro Leopoldo | MG 18/04 | SÁBADO | 14h00 às 20h00 14h00 | 14h30 - ABERTURA 14h30 | 15h30 - Nestor Masotti 15h30 | 16h30 - Carlos A. Baccelli 16h30 | 17h00 >> INTERVALO 17h00 | 18h00 - Rubens S. Germinhasi 18h00 | 19h00 - Geraldo Lemos Neto | Wanda A. Joviano Braz José Marques | Julieta Marques 19h00 | 20h00 - “Notas de emoção: homenagem a Chico Xavier” 19/04 | DOMINGO | 9h00 às 13h00 9h00 | 9h30 - Luiz Carlos Lopes Moreira 9h30 | 10h30 - Cezar Carneiro 10h30 | 11h30 - Célia Diniz 11h30 | 12h30 - Divaldinho Mattos 12h30 | 13h00 >> ENCERRAMENTO PROGRAMAÇÃO ESPECIAL 20/04 | SEGUNDA-FEIRA | 9h30 às 12h00 Roteiro “Caminhos de Luz Chico Xavier” >> Caminhada pela Praça Chico Xavier, Centro Espírita Luiz Gonzaga, Grupo Espírita Meimei, Casa de Chico Xavier e Fazenda Modelo >> Jhon Harley Madureira Marques ENTRADA FRANCA Local: CEPPEL | CENTRO POLIESPORTIVO DE PEDRO LEOPOLDO Rua Anélio Caldas, s/n. Informações | Inscrições: AME Pedro Leopoldo (31) 3662 3896 3661 3884 3661 1253 AME Uberaba (34) 3312-6176 PROGRAMAÇÃO PROMOÇÃO: Pedro Leopoldo-MG: Aliança Municipal Espírita | Uberaba-MG: Aliança Municipal Espírita PATROCÍNIO: Pedro Leopoldo-MG: Casa de Chico Xavier | Centro Espírita Luiz Gonzaga | Fundação Cultural Chico Xavier Uberaba-MG: Grupo Espírita da Prece de Chico Xavier | Museu Chico Xavier | Instituto Chico Xavier | LEEP - Lar Espírita Pedro e Paulo São Bernardo do Campo-SP:GEEM – Grupo Espírita Emmanuel | Goiânia-GO: Feego – Federação Espírita do Estado de Goiás APOIO: Belo Horizonte-MG: Vinha de Luz - Serviço Editorial |Brasília-DF: Federação Espírita Brasileira (FEB) São Paulo-SP: Folha Espírita | Instituto Divulgação Editora André Luiz (Ideal) | Versátil Home Video Pedro Leopoldo-MG: Turismo Inteligente Viagens e Eventos | Santa Luzia-MG: Conselho Regional Espírita da Bacia do Alto Rio das Velhas Uberaba-MG: Conselho Regional Espírita do Triângulo Sul 08/03/1959 Trecho de carta a D. Neném Aluotto (ex-presidente da União Espírita Mineira) O Espiritismo segundo Kardec e Chico Xavier Convidados especiais: Cidália Xavier Carvalho (irmã de Chico Xavier) Eurípedes Higino dos Reis Vivaldo da Cunha Borges Geraldo Leão Participações musicais: Coral Espírita Vida e Luz - GO Coral Espírita Bênção de Paz - SP Soprano Melina Peixoto - MG Violão e canto: Sérgio e Marlene - MG II ENCONTRO NACIONAL Somos uma grande família dispersa em diversos setores de trabalho com o Espiritismo por nossa bênção de luz. Hoje cada qual de nós permanece em linha particular de luta, mas amanhã estaremos todos novamente reunidos na Vida Real, apresentando, cada qual de nós, a soma dos esforços que levou a efeito para nos desincumbirmos dos sagrados deveres com que fomos agraciados, não é mesmo?’’ que ele descreve no seu primeiro livro por meu intermédio, providência essa que Emmanuel permitiu fosse tomada para que eu não prejudicasse a psicografia de André Luiz, cujas narrações eram para mim inteiramente novas.” (No Mundo de Chico Xavier, páginas 106 e 107) O caso que narro abaixo foi contado pelo Chico, em meados da década de 80, na casa de sua irmã Luíza Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo (MG). Estávamos conversando sobre o livro Nosso Lar, quando indaguei como seria a cidade também assim chamada e se ele já teria sido levado pelo espírito André Luiz para conhecê-la. Ele me disse que no capítulo do livro intitulado “Bônus- Hora”, ele havia parado de psicografar por uns 15 dias. Pensou que estava sendo mistificado. Segundo ele, André Luiz, percebendo que a dúvida poderia atrapalhar o desenvolvimento da obra, disse que, em uma das quartas-feiras, ele seria levado para conhecer alguns aspectos da cidade. Recomendou o Chico quanto aos cuidados em relação aos pensamentos e à alimentação. E aconselhou que se deitasse em decúbito dorsal, procurando evitar qualquer posição desconfortável, principalmente para a região do pescoço. Chico disse que ele se deslocou do corpo e ficou aguardando a chegada de André Luiz, mantendo consciência desperta. No horário marcado, André Luiz e Chico “caminham” na Rua São Sebastião, em direção à Rua Comendador Antônio Alves (rua principal da cidade), e ficam aguardando em frente à matriz. Lá permanecem por alguns minutos, quando Chico observa que um veículo com a forma de “cisne” pousa suavemente na rua. No lugar onde ficam os “órgãos do cisne” se localizavam as janelas e, nos “olhos do cisne”, os condutores do veículo. Antes de entrar no citado veículo, André Luiz disse a Chico que, a partir daquele momento, ele não precisava articular nenhuma palavra, que se comunicariam através do pensamento. Entraram no veículo e Chico observou que todos os lugares já estavam ocupados, com exceção dos dois últimos. Perguntou mentalmente ao Benfeitor o que aquelas pessoas estavam fazendo ali e ele disse que muitas estavam indo à cidade de Nosso Lar, para refazimento, e outras, para orientação e instrução, sempre acompanhadas por algum amigo ou benfeitor espiritual. Chico observou que o deslocamento do veículo era muito diferente do avião comum, o qual, para pegar altitude, tem de dispor de muito espaço. Ao contrário. Aquele veículo pegava altitude rapidamente e foi exemplificado com as mãos que o conseguia utilizando um movimento espiralado. Chico não soube precisar exatamente quanto tempo esteve no veículo, mas me relatou que acreditava ter ficado por volta de 40 minutos. Disse ainda que não era possível observar pela janela o que estava acontecendo na paisagem exterior e que, de repente, o veículo fez um movimento semelhante a quando empurramos um objeto de plástico para o fundo da água e soltarmos, ele volta um pouco acima do nível da água e depois se acomoda na superfície. Naquele momento, quando Chico olhou pela janela, o veículo estava sobre um oceano. Segundo André Luiz, na perspectiva de Nosso Lar os encarnados “estão vivendo em um mar de oxigênio”. O médium relatou que o veículo deslizou por alguns minutos na horizontal e parou em uma espécie de porto. O comandante da “nave” disse a todos que deveriam estar novamente naquele local a determinada hora. Cada grupo seguiu sua direção. Chico afirmou que no trajeto para a cidade existiam flores emitindo cores variadas. André Luiz disse que pela manhã as flores absorvem a luz solar e à noite emitem luz, permitindo um jogo de cores impressionante. O visitante não teve permissão de conhecer a Governadoria. Observou que as ruas eram bem largas e arborizadas. Conheceu algumas dependências do Ministério da Regeneração. Disse que entrou em uma espécie de hospital (acho que ele se referiu ao Santuário da Bênção). Viu muitos enfermos. Observou que as lâmpadas neste local tinham forma de coração. André Luiz disse que, durante as orações da Governadoria e de toda a comunidade, pontualmente às 18h, os enfermos recebem energias de refazimento através dessas lâmpadas. André Luiz falou sobre o chamado Bônus-Hora, explicando o seu mecanismo. Boa parte desta explicação consta no próprio livro. Retornaram no horário previsto. Das obras psicografadas pela faculdade mediúnica do nosso Chico Xavier, em minha opinião, a Série André Luiz representa uma fonte inesgotável de informação, consolo e esclarecimento. Precisamos estudá-la ou a ela voltar urgentemente.

JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP - leepp.com.br · impresso especial 7317034806/2006-dr/mg leepp correios leepp livraria espÍrita ediÇÕes “pedro e paulo” j ornal da m ediunidade

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ImpressoEspecial

7317034806/2006-DR/MG

LEEPP

CORREIOS

LEEPPLIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO”

JORNAL DA MEDIUNIDADE

UBERABA-MG – INFORMATIVO MARÇO/ABRIL – ANO 2009 – N.º 16

Eurícledes Formiga

EDITORIAL

Conforme já anunciado, nos próximos dias 18 e 19 de abril, Pedro Leopoldo estará sediando o II ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA. Espera-se um público de mais de 3.000 pessoas para o evento, que objetiva unicamente reafirmar a necessidade do estudo das obras produzidas pelo grande medianeiro, como natural desdobramento da Codificação Kardequiana.

Todavia, e nisto insistimos, o ENCONTRO também almeja colocar em destaque os exemplos de Chico Xavier, como padrão ideal de vivência da Doutrina para todos os seus seguidores.

Chico foi e continuará sendo um divisor de águas no Movimento, que se reparte em antes e depois dele. Em vão, opositores encarnados e desencarnados, inclusive, lamentavelmente, dentro da própria Doutrina, intentarão empanar-lhe o brilho inconfundível. O médium de Emmanuel, que, por sua vez, atuou como médium do Pensamento do Cristo, se fixou como inamovível ponto-de-referência para todas as gerações de adeptos da Terceira Revelação.

CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO 1 – Como Pedro Leopoldo se sente ao sediar o II Encontro dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra? R- Para nós pedro-leopoldenses é uma alegria muito grande poder sediar este Encontro. Principalmente como forma de reconhecimento e agradecimento pelas infinitas bênçãos recebidas pelo seu filho mais ilustre. Foram 92 anos de testemunhos e exemplificações, 75 anos de dedicação integral à mediunidade com Jesus, além de uma vastíssima produção literária mediúnica. Chico Xavier significa respeito às diferenças, perseverança no bem coletivo, amor ao próximo e uma fidelidade integral a Jesus.

2 – Qual a importância do referido Encontro para a Doutrina? R- Mesmo sinalizando que o Encontro não tem nenhuma intenção de divinizar a figura humana de Chico Xavier, alguns colegas espiritistas, desconhecendo seus objetivos, por ignorância ou má-fé, continuam insistindo na tese de que estamos trilhando o campo do endeusamento e da veneração. Entretanto falar de Chico Xavier e das obras psicografadas é falar da Doutrina dos Espíritos. Estas obras representam o desdobramento das obras da Codificação. Para as Alianças Municipais Espíritas de Pedro Leopoldo e Uberaba, estimular o estudo das obras de Allan Kardec e Chico Xavier é manter o Espiritismo em sua pureza e simplicidade.

3 – O que é ser amigo de Chico Xavier? R- O preço para todos aqueles que conheceram e conviveram com Chico Xavier é muito alto, pois nunca mais poderemos ser os mesmos. E a religiosidade em Chico Xavier não reduziu a sua alegria de viver, pois era alegre e gracejador, justamente em razão de sua fé em Deus, na vida e nos homens. No meu caso, sem que ele desejasse, este estreito relacionamento de 21 anos de convivência passou a interferir em minha maneira de pensar e de agir. Diria, parafraseando Chico Xavier, que “sei o que devo ser e ainda não sou”. 4 – Do ponto-de-vista doutrinário, você vê o Encontros dos Amigos de Chico como excludente? R- Quando falamos de Chico Xavier, falamos de muitos anônimos companheiros que colaboraram nesta bonita tarefa. Companheiros de Pedro Leopoldo e Uberaba, além de muitas outras cidades no Brasil e no Exterior, doaram sua parcela de contribuição na construção deste abençoado e gigantesco trabalho. Portanto falar de Chico Xavier é falar na inclusão de milhares de amigos e companheiros que, identificando-se com a sua forma de pensar e agir, participaram ativamente na construção desta história. Falar de Chico Xavier no contexto doutrinário é falar de Jesus, é falar de que “fora da caridade não há salvação”, do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Sou daqueles que não transitam muito bem no campo dos sentimentos, mas sou testemunha das alegrias e emoções inesquecíveis que o I Encontro proporcionou a todos nós. São lembranças que permanecerão eternamente gravadas em meus pensamentos e coração.

5 – Em rápidas palavras, dê-nos uma visão de Pedro Leopoldo espírita nos dias atuais. R- Historicamente, Pedro Leopoldo teve papel significativo na construção do Movimento Espírita Brasileiro. Em estudos que estou realizando, pode-se constatar que a primeira instituição espírita na cidade foi fundada em 5 de fevereiro de 1903: o Centro Espírita “Amor e Luz”. E alguns de seus colaboradores, como Ernesto Senra e Raul Hanriot, foram fundadores da União Espírita Mineira e posteriormente presidentes em gestões posteriores. Gostaria de dizer também que, quando Chico foi para Uberaba, em 1959, deixou trabalhadores valorosos em nossa cidade, como Lico Diniz, Zeca Machado, Chiquinho Carvalho, Zezeu, Zé de Paula, entre outros, onde mantiveram um movimento espírita em bases de respeito e simplicidade. Recentemente, tivemos a revitalização da casa onde Chico Xavier morou, para visitação pública e a constituição da Fundação Cultural “Chico Xavier”, onde está sendo instalado o Memorial “Chico Xavier”. Esforços no sentido de preservar a vida e a obra do homem e do médium. E a maior de todas as suas obras foi o próprio exemplo, não é mesmo? Segundo a pesquisadora Magali Fernandes, quando esteve em Pedro Leopoldo, o aspecto sobre Chico Xavier que mais chamou atenção dos seus entrevistados foi a sua coerência entre o falar e o agir. Aproveito a oportunidade para convidar espíritas ou não ao II Encontro, em abril de 2009, e lembrar que não existe convite especial. Pedro Leopoldo e Uberaba sempre estiveram e sempre estarão de braços abertos para todos. Sintam-se todos convidados.

6 – Conte-nos um caso de sua vivência pessoal com Chico Xavier. “Qual foi o acontecimento que mais o alegrou na seara espírita, até o dia de hoje? R- Tenho tido sempre muitas alegrias em minha vida mediúnica, principalmente na recepção dos livros de nossos Instrutores do Alto, no entanto assinalo, como sendo uma das mais belas surpresas da minha vida de médium, a saída de meu corpo físico, durante algumas horas, em julho de 1943, na companhia do nosso amigo desencarnado, André Luiz, a fim de conhecer uma faixa suburbana de ‘Nosso Lar’, a cidade

ENTREVISTA COM JHON HARLEY MADUREIRA MARQUES,PRESIDENTE DA ALIANÇA MUNICIPAL ESPÍRITA DE

PEDRO LEOPOLDO E MATOZINHOS

A verdade é que, fora de Kardec e Chico Xavier, não se tem Espiritismo em s u a f e i ç ã o c o n s o l a d o r a ! E , consequentemente, voltado para a necessidade de reforma íntima à luz de seus postulados.

Nos próximos dias 18 e 19 de abril, Pedro Leopoldo, terra natal do inesquecível apóstolo, abrirá as suas portas para receber o Brasil espírita. Toda a região da chamada “Bacia do Rio das Velhas” se mobiliza e está em festa. De longe, já podemos avistar as bandeiras e estandartes desfraldados saudando os visitantes, para a Confraternização que antecede o Centenário de Nascimento de Chico Xavier, o qual será regiamente comemorado em 2010.

Chico, embora desencarnado, continua sendo na atualidade o maior divulgador da Doutrina que ele próprio codificou. O seu nome, pronunciado com respeito por todos os seguimentos da sociedade, descerra todas as portas e aponta o caminho a ser percorrido sem desvios.

DOS AMIGOS

DE CHICO XAVIER E SUA OBRA

Abril | 2009Pedro Leopoldo | MG

18/04 | SÁBADO | 14h00 às 20h0014h00 | 14h30 - ABERTURA14h30 | 15h30 - Nestor Masotti15h30 | 16h30 - Carlos A. Baccelli 16h30 | 17h00 >> INTERVALO17h00 | 18h00 - Rubens S. Germinhasi 18h00 | 19h00 - Geraldo Lemos Neto | Wanda A. Joviano

Braz José Marques | Julieta Marques 19h00 | 20h00 - “Notas de emoção: homenagem a Chico Xavier”

19/04 | DOMINGO | 9h00 às 13h00 9h00 | 9h30 - Luiz Carlos Lopes Moreira 9h30 | 10h30 - Cezar Carneiro 10h30 | 11h30 - Célia Diniz 11h30 | 12h30 - Divaldinho Mattos 12h30 | 13h00 >> ENCERRAMENTO

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL20/04 | SEGUNDA-FEIRA | 9h30 às 12h00Roteiro “Caminhos de Luz Chico Xavier” >> Caminhada pelaPraça Chico Xavier, Centro Espírita Luiz Gonzaga, Grupo Espírita Meimei, Casa de Chico Xavier e Fazenda Modelo>> Jhon Harley Madureira Marques

ENTRADA FRANCA

Local:CEPPEL | CENTRO POLIESPORTIVO

DE PEDRO LEOPOLDO

Rua Anélio Caldas, s/n.

Informações | Inscrições:AME Pedro Leopoldo

(31) 3662 3896 3661 3884 3661 1253

AME Uberaba

(34) 3312-6176PROGRAMAÇÃO

PROMOÇÃO: Pedro Leopoldo-MG: Aliança Municipal Espírita | Uberaba-MG: Aliança Municipal EspíritaPATROCÍNIO: Pedro Leopoldo-MG: Casa de Chico Xavier | Centro Espírita Luiz Gonzaga | Fundação Cultural Chico Xavier

Uberaba-MG: Grupo Espírita da Prece de Chico Xavier | Museu Chico Xavier | Instituto Chico Xavier | LEEP - Lar Espírita Pedro e Paulo São Bernardo do Campo-SP: GEEM – Grupo Espírita Emmanuel | Goiânia-GO: Feego – Federação Espírita do Estado de Goiás

APOIO: Belo Horizonte-MG: Vinha de Luz - Serviço Editorial | Brasília-DF: Federação Espírita Brasileira (FEB)São Paulo-SP: Folha Espírita | Instituto Divulgação Editora André Luiz (Ideal) | Versátil Home Video

Pedro Leopoldo-MG: Turismo Inteligente Viagens e Eventos | Santa Luzia-MG: Conselho Regional Espírita da Bacia do Alto Rio das VelhasUberaba-MG: Conselho Regional Espírita do Triângulo Sul

08/03/1959Trecho de carta a D. Neném Aluotto

(ex-presidente da União Espírita Mineira)

O Espiritismo segundo Kardec e Chico Xavier

Convidados especiais:Cidália Xavier Carvalho (irmã de Chico Xavier)

Eurípedes Higino dos Reis Vivaldo da Cunha Borges

Geraldo Leão

Participações musicais:Coral Espírita Vida e Luz - GO

Coral Espírita Bênção de Paz - SP

Soprano Melina Peixoto - MG

Violão e canto: Sérgio e Marlene - MG

II ENCONTRO NACIONAL

Somos uma grande família dispersa em diversos setoresde trabalho com o Espiritismo por nossa bênção de luz.Hoje cada qual de nós permanece em linha particular deluta, mas amanhã estaremos todos novamente reunidosna Vida Real, apresentando, cada qual de nós, a somados esforços que levou a efeito para nos desincumbirmosdos sagrados deveres com que fomos agraciados, não émesmo?’’

que ele descreve no seu primeiro livro por meu intermédio, providência essa que Emmanuel permitiu fosse tomada para que eu não prejudicasse a psicografia de André Luiz, cujas narrações eram para mim inteiramente novas.” (No Mundo de Chico Xavier, páginas 106 e 107)

O caso que narro abaixo foi contado pelo Chico, em meados da década de 80, na casa de sua irmã Luíza Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo (MG). Estávamos conversando sobre o livro Nosso Lar, quando indaguei como seria a cidade também assim chamada e se ele já teria sido levado pelo espírito André Luiz para conhecê-la. Ele me disse que no capítulo do livro intitulado “Bônus-Hora”, ele havia parado de psicografar por uns 15 dias. Pensou que estava sendo mistificado. Segundo ele, André Luiz, percebendo que a dúvida poderia atrapalhar o desenvolvimento da obra, disse que, em uma das quartas-feiras, ele seria levado para conhecer alguns aspectos da cidade. Recomendou o Chico quanto aos cuidados em relação aos pensamentos e à alimentação. E aconselhou que se deitasse em decúbito dorsal, procurando evitar qualquer posição desconfortável, principalmente para a região do pescoço. Chico disse que ele se deslocou do corpo e ficou aguardando a chegada de André Luiz, mantendo consciência desperta.

No horário marcado, André Luiz e Chico “caminham” na Rua São Sebastião, em direção à Rua Comendador Antônio Alves (rua principal da cidade), e ficam aguardando em frente à matriz. Lá permanecem por alguns minutos, quando Chico observa que um veículo com a forma de “cisne” pousa suavemente na rua. No lugar onde ficam os “órgãos do cisne” se localizavam as janelas e, nos “olhos do cisne”, os condutores do veículo. Antes de entrar no citado veículo, André Luiz disse a Chico que, a partir daquele momento, ele não precisava articular nenhuma palavra, que se comunicariam através do pensamento. Entraram no veículo e Chico observou que todos os lugares já estavam ocupados, com exceção dos dois últimos. Perguntou mentalmente ao Benfeitor o que aquelas pessoas estavam fazendo ali e ele disse que muitas estavam indo à cidade de Nosso Lar, para refazimento, e outras, para orientação e instrução, sempre acompanhadas por algum amigo ou benfeitor espiritual.

Chico observou que o deslocamento do veículo era muito diferente do avião comum, o qual, para pegar altitude, tem de dispor de muito espaço. Ao contrário. Aquele veículo pegava altitude rapidamente e foi exemplificado com as mãos que o conseguia utilizando um movimento espiralado. Chico não soube precisar exatamente quanto tempo esteve no veículo, mas me relatou que acreditava ter ficado por volta de 40 minutos. Disse ainda que não era possível observar pela janela o que estava acontecendo na paisagem exterior e que, de repente, o veículo fez um movimento semelhante a quando empurramos um objeto de plástico para o fundo da água e soltarmos, ele volta um pouco acima do nível da água e depois se acomoda na superfície. Naquele momento, quando Chico olhou pela janela, o veículo estava sobre um oceano. Segundo André Luiz, na perspectiva de Nosso Lar os encarnados “estão vivendo em um mar de oxigênio”.

O médium relatou que o veículo deslizou por alguns minutos na horizontal e parou em uma espécie de porto. O comandante da “nave” disse a todos que deveriam estar novamente naquele local a determinada hora. Cada grupo seguiu sua direção. Chico afirmou que no trajeto para a cidade existiam flores emitindo cores variadas. André Luiz disse que pela manhã as flores absorvem a luz solar e à noite emitem luz, permitindo um jogo de cores impressionante. O visitante não teve permissão de conhecer a Governadoria. Observou que as ruas eram bem largas e arborizadas. Conheceu algumas dependências do Ministério da Regeneração. Disse que entrou em uma espécie de hospital (acho que ele se referiu ao Santuário da Bênção). Viu muitos enfermos. Observou que as lâmpadas neste local tinham forma de coração. André Luiz disse que, durante as orações da Governadoria e de toda a comunidade, pontualmente às 18h, os enfermos recebem energias de refazimento através dessas lâmpadas. André Luiz falou sobre o chamado Bônus-Hora, explicando o seu mecanismo. Boa parte desta explicação consta no próprio livro. Retornaram no horário previsto.

Das obras psicografadas pela faculdade mediúnica do nosso Chico Xavier, em minha opinião, a Série André Luiz representa uma fonte inesgotável de informação, consolo e esclarecimento. Precisamos estudá-la ou a ela voltar urgentemente.

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Página 2 MARÇO/ABRILJORNAL DA MEDIUNIDADE

O LIVRO “FÉ”Marcia Queiroz Silva Baccelli

Fé, no dizer de Emmanuel, no livro “O Consolador”, significa: “guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade...”

Teceremos alguns comentários sobre o livro “Fé” (Editora Ideal), psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos Antônio Baccelli, publicado em 1984.

Um pequeno livro, que contém 22 lições que são ve rdade i ras pé ro las de espiritualidade.

Os espíritos que o escreveram através dos dois médiuns são: André Luiz, Emmanuel, Irmão José, Hilário Silva, Albino Teixeira, Meimei, Odilon Fernandes, Irmão X e Alexandre de Jesus.

No prefácio, Emmanuel indaga sobre as opiniões e perguntas das pessoas, tais como:

- “Qual a maneira mais simples de se obter o autoconhecimento?”

- “Como entender os irmãos que se nos afastam dos ideais?”

- “Qual o sentido da posse?”- “De que modo ampliar os nossos

conceitos de fé e beneficência?”- “Existem respostas da Vida Superior

para as preces dos homens?”- “Qual o processo de suportar o

sofrimento com segurança?”São estas as indagações. E os médiuns,

de acordo com os Benfeitores Espirituais, receberam as respostas quanto aos temas. Destacamos duas das mensagens que receberam.

REFÚGIO

Carlos A. Baccelli / Alexandre de Jesus

Quando a tempestade ruge,Ele é o meu norte.

Se a noite cai,Ele é a minha luz.

Quando choro,Ele é o meu consolo.

Se estou solitário,Ele me faz companhia.

Quando a ferida sangra,Ele é o meu bálsamo.

Se caio,Ele me levanta.

Quando me agito,Ele me pacifica.

Se desisto da luta,Ele é o meu incentivo.

Quando odiado,Ele me ama.

Se me perseguem,Ele me oculta do male me ensina a perdoar.

Quando a melancolia me invade,Ele me restaura a esperança.

Se me falta o pão,Ele me alimenta.

Quando o frio me enregela,Ele me alberga em seu peito.

Se estou feliz,Ele é a minha alegria.

Por onde vou,Eu O vejo.

Onde estou,Eu O sinto.

Jesus.- o meu doce e ternoRefúgio de Paz!

De “Paulo e Estêvão”, Primeira Parte, capítulo VIII – “A morte de Estêvão”: “... Neste instante, ignorando-se alvo de tão singular atenção, o pregador do “ C a m i n h o ” s a i u d e s u a impressionante imobilidade. Vendo que Jesus contemplava, melancolicamente, a figura do Doutor de Tarso, como a lamentar seus condenáveis desvios, o discípulo de Simão experimentou pelo verdugo sincera amizade no coração. Ele conhecia o Cristo e S a u l o n ã o . A s s o m a d o d e fraternidade real e querendo defender o perseguidor, exclamou de modo impressionante: — Senhor, não lhe imputes este pecado!...”.

“Paulo e Estêvão”, romance mediúnico psicografado por Francisco Cândido Xavier, do espírito Emmanuel, é obra de valor extraordinário, trazendo a lume fatos reais e importantes da história do Cristianismo Nascente.

Não se trata, pois, de um livro de ficção, mas de compêndio extremamente rico em sua elaboração, detalhando momentos históricos e apontamentos reais dos mais diversos, referentes à economia, à política, à arquitetura,

LEIAMOS E RELEIAMOS “PAULO E ESTÊVÃO”!Thiago Silva Baccelli

às relações sociais da época, etc.Através do estudo deste

volume, qualquer leitor atento e de coração aberto poderá facilmente atestar, por si mesmo, a veracidade de cada uma de suas páginas, aureoladas por abençoada luz!

N a r r a t i v a s i n t e n s a s , comoventes e reveladoras, d e n o t a m a m u d a n ç a d e pensamento e de atitude de várias personagens ao contacto com o Evangelho do Cristo.

Saulo de Tarso, fariseu autoritário, fanático, se torna o responsável pelas primeiras perseguições aos adeptos do Caminho, como eram conhecidos os cristãos naquele tempo, e pelo apedrejamento de Estêvão – o primeiro mártir do Cristianismo –, que não apenas lhe perdoa mas suplica ao Nazareno que interceda em favor de seu algoz.

Saulo, então, é surpreendido pela visão do Mestre, em espírito, às portas de Damasco... Fica cego, e Ananias, o discípulo a quem vinha capturar, é quem lhe restitui a visão, em nome do Senhor!

Passa Saulo a chamar-se Paulo, e à custa de muito trabalho, meditação, renúncia e abnegação, Emmanuel, através do lápis inconfundível de Chico Xavier,

disseca todo o processo de metamorfose que se deu na vida do Apóstolo dos Gentios.

Assim como Saulo, todos nós es tamos , em de te rminado momento da vida, recebendo um chamado para a renovação de nossos caminhos sob a égide do Cristo... E por que não atendê-lo?

Particularmente, já tive oportunidade de ler e estudar a obra “Paulo e Estêvão”. No entanto confesso que, em breve, vou retomar novamente o estudo deste extraordinário compêndio, pois é o livro que tem o poder de prender a nossa a tenção , l i b e r t a n d o o s m e l h o r e s sentimentos!

É mesmo comum ouvir de colegas e amigos que eles se tornaram, de fato, espíritas, após se emocionarem-se com o brilho desta obra, de inestimável valor para a Humanidade!

Por isto, neste singelo artigo, peço licença aos prezados leitores para efetuar fraterna recomendação: Leiamos e releiamos “Paulo e Estêvão”!

Thiago Silva Baccelli é orador espírita, psicólogo clínico e bacharel em Direito.e-mail: [email protected]

Domingo, 04/01/2009, eu e minha esposa, Maria Cristina, visitamos Sacramento, onde participamos do Culto do Evangelho, na Chácara Triângulo, coordenado pela médium Heigorina Cunha, sobrinha de Eurípedes Barsanulfo. Para conhecer melhor a vida deste missionário, fomos até sua terra natal e não nos arrependemos: o singelo Museu Municipal – onde conhecemos, dentre outras coisas, dois robustos Dicionários de Francês que Eurípedes usava – e a Gruta dos Palhares – exuberante! – bastam para justificar a viagem. Lamentamos não dispormos de tempo e recursos para permanecermos mais tempo e aprofundarmos a pesquisa, mas o que vimos e ouvimos foi suficiente.

De volta a Belo Horizonte, reli dois livros sobre Eurípedes escritos por autores espíritas: o do médico Inácio Ferreira, “Subsídio para a História de Eurípedes Barsanulfo” (1962), e o da Profa. Corina Novelino, “Eurípedes, o Homem e a Missão” (1979). Pesquisando na Internet, descobri outra obra, do professor e advogado Amir Salomão Jacob, “Eurípedes Barsanulpho, sob a luz da história” (2006). Católico, o autor nasceu e se criou em Sacramento e, segundo declara, acredita que Eurípedes é um santo, porque santos são todos os amigos de Deus.

D. Corina e o Dr. Inácio apoiaram-se em fontes historiográficas exclusivamente espíritas: documentais encontradas em Uberaba e orais. Já o livro do Dr. Amir resulta de fontes diferenciadas, pois consultou arquivos públicos e privados de Sacramento, além de também fazer o registro oral. Os livros não se excluem: são complementares. A diferença que se percebe é apenas quanto à avaliação das perseguições sofridas por Eurípedes após sua conversão ao Espiritismo, inclusive o processo criminal por exercício ilegal da medicina. Para o Dr. Amir há exagero em se atribuir aos católicos de Sacramento tais iniciativas, pois a cordialidade sempre prevaleceu entre sua gente.

Os t rês b iógra fos reconhecem a

excepcionalidade do Missionário de Sacramento, seus exemplos, seus dons e seu caráter reto e probo a serviço do bem. Mas, se os autores espíritas denotam a singular contribuição de Eurípedes à causa da Doutrina Consoladora, cabe ao autor católico a felicidade de nos apresentar um Eurípedes profundamente humano, que se envolveu em disputas políticas menores e que também cometeu erros. Talvez alguns entendam isso como desmerecimento à sua figura, mas não é. Pedro não sacou sua espada e cortou a orelha de Malco, servo de Caifás, e em seguida não negou Jesus por três vezes? Paulo de Tarso, antes da conversão, não perseguia cristãos? Tanto quanto nós, portanto, os missionários também erram e acertam. As razões disso podem ser compreendidas na leitura do capítulo 47: “A volta de Laura”, de “Nosso Lar”, clássico de André Luiz, psicografada por Chico Xavier.

Os três l ivros são contribuições importantes. O espírita convicto terá muito proveito de sua leitura, pois não é exagero afirmar que o Espiritismo é a chave mais eficaz para compreensão da existência sem fim. Mas, como toda ferramenta, a Doutrina dos Espíritos deve ser bem manejada. Neste sentido convém assimilar esta outra lição de André Luiz: “Sacerdotes e intérpretes dos núcleos organizados da religião e da filosofia, não percebem ainda que o espírito da Revelação é progressivo, como a alma do homem” (capítulo 5 , “ O u v i n d o i n s t r u ç õ e s ” , d e “ O s Mensageiros”). Ou seja, o conhecimento é cumulativo e nenhuma contribuição pode ser menosprezada, porque a “Verdade é o sol que mais ilumina!” Não sei de quem é esta frase, mas ela está numa placa que li através das grades do Colégio “Allan Kardec”, fundado por Eurípedes no início do século XX, em Sacramento. Queria ter me aproximado para identificar o autor, mas não deu: o portão estava fechado...

A VERDADE É O SOL QUE MAIS ILUMINA!Antonio Baracat

AINDA

Chico Xavier / Emmanuel

Dizes que chegaste a extremo cansaço...Sofres sob o peso da molést ia

implacável...Choras a ausência de pessoas queridas...Ampliou-se-te a carga de obrigações...Lutaste por muito tempo, sem encontrares

a realização de teus mais altos ideais...A incompreensão alheia te trouxe

problemas difíceis de resolver...Companheiros debandaram...Prejuízos te marcam os dias...Provações chegaram de improviso...Afirmas que a solidão te acabrunha...Declaras que tudo perdeste...Entretanto não te rendas ao desespero.Lembra-te: ainda tens Deus.

Lançamento

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MARÇO/ABRIL Página 3 JORNAL DA MEDIUNIDADE

(Artigo publicado originalmente na r ev i s t a “De l fos” de n º 33 – Catanduva/SP)

Quando o Dr. Inácio Ferreira apresentou a tese da Reencarnação no M u n d o E s p i r i t u a l , q u e v e m desenvolvendo em seus livros de n a t u r e z a m e d i ú n i c a , d e s d e o lançamento de “Na Próxima Dimensão” – editora LEEPP, os patrulheiros ideológicos de plantão não se deram o trabalho da análise e da reflexão. Negaram-na sistematicamente, como, aliás, continuam negando em seus artigos desdenhosos e agressivos. Interessante é que eles, em número reduzido, são sempre os mesmos, p o r é m , a o q u e n o s p a r e c e , “especializados” em fazer barulho. Muitos, segundo sabemos, sequer chegam a agir por si, mas instigados por agentes interesseiros que permanecem em suposto anonimato.

Todavia o propósito deste presente artigo não é o de polemizar mas, sim, fornecer novos subsídios para os espíritas que pensam e não se atrevem a proibir ninguém de pensar.

O Espiritismo, codificado que foi por Allan Kardec, é doutrina dinâmica. O Codificador não teve a pretensão da última palavra. Não é porque algo não esteja em Kardec que não seja verdade. Ele fez muito, mas não tudo. A Doutrina, em seu tríplice aspecto, em que pese à reação conservadora dos ditos ortodoxos, avançará sempre. Pode-se calar a boca dos médiuns, mas não a boca dos espíritos!

O tradicional periódico “A Flama Espírita”, de Uberaba, em seu número d e n o v e m b r o / d e z e m b r o , t r a z interessante matéria assinada pelo confrade Cezar Carneiro de Souza, intitulada “Um Fato Insólito”. Cezar é autor, entre outros, do livro “Chico Xavier, Lembranças de Grandes Lições”, publicado pelo IDE, de Araras - SP. No domingo de 1º de abril de 1973, numa fazenda próxima à cidade de Araguari, onde fora receber o título de cidadão, conversando com Martins Peralva, então Secretário da “União Espírita Mineira”, e diversos amigos, Chico afirmou em alto e bom som: “... existem revelações da Espiritualidade Superior que surgiram no Oriente e que, por enquanto, não podem ser transmitidas para o Ocidente, nem por Kardec. Não se assustem, mas é isso mesmo.”

Sinceramente, eu gostaria de ver a reação dos espíritas ditos ortodoxos que, neste exato momento, estejam a correr os olhos por estas linhas. Vocês repararam no que Chico disse? A Espiritualidade Superior fez certas revelações no Oriente que não puderam ser feitas no Ocidente – nem a Kardec os Espíritos puderam fazê-las!

O “Anuário Espírita 2009”, também

A REENCARNAÇÃO NO MUNDO ESPIRITUALE ANDRÉ LUIZ Carlos A. Baccelli

editado pelo IDE, de Araras - SP, reproduziu interessantíssima entrevista feita com o espírito André Luiz, em 1964, através dos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Originalmente, a referida entrevista, ainda inédita para a maioria, foi publicada no “Anuário” de 64.

Sob o título “Entrevistando André Luiz”, o autor de “Nosso Lar” foi sabatinado a respeito de diversos temas, como: Vida no Espaço, Sexo, Reencarnação, etc.

Para não nos estendermos em demasia, transcreveremos aqui apenas algumas das questões propostas ao célebre cientista desencarnado, com as respectivas respostas.

12. As funções reprodutoras do sexo se destinam somente à vida na Terra?

“ E m m u i t o s o u t ro s o r b e s , compreendendo-se, porém, que mundos ex is tem nos quais as funções reprodutoras não são compreensíveis, por enquanto, na terminologia terrestre.

13. Espíritos sensuais mantêm atividades de natureza sexual após a desencarnação?

“ A o s m i l h õ e s , re c l a m a n d o educação dos recursos do sentimento e das manifestações afetivas, como a c o n t e c e n o s c a m i n h o s d a Humanidade.”

21. A reencarnação é lei imperativa em todos os orbes do Universo?

“Mais razoável dizer que a reencarnação é princípio universal, compreendendo-se que existem esferas sublimes nas quais a reencarnação, como recurso educativo, já atingiu características inabordáveis ao conhecimento humano atual.”

Penso que, para os que têm “olhos de ver”, está mais do que claro. Vamos parar por aqui, para não subtrairmos aos nossos leitores a satisfação de lerem toda a entrevista, constituída por 32 perguntas, nas páginas do “Anuário 2009”.

Que os opositores da informação transmitida pelo Dr. Inácio Ferreira, t ambém nas ob ras “Fundação Emmanuel” e “Reencarnação no Mundo Espiritual”, ambas editadas pela LEEPP, de Uberaba, discordem de Chico Xavier e André Luiz. Isto, convenhamos, não lhes será nada difícil fazer, já que não é de hoje que igualmente discordam do mérito de ambos...

De nossa parte, concluindo este despretensioso arrazoado, o fazemos com o Dr. Inácio Ferreira quando diz que, da Reencarnação, o que nós, espíritas, por enquanto, sabemos, é só que o espírito volta ao corpo!

Fica, pois, nestas linhas o nosso convite para que, com a isenção que nos seja possível, todos estudemos um pouco mais, para que a fé raciocinada não se nos transfigure em arrogância e prepotência de opinião.

Sempre gostei de ler Kardec. Aliás,

minha iniciação no Espiritismo foi feita

através dessa via. Confesso que, desde

que comecei a ler os livros da

Codificação, me impressionou a forma

clara, objetiva e o método empregado

por Kardec para nos trazer a Terceira

Revelação. É pena que nem todos

tenham seguido este mesmo caminho!

Muitos preferiram começar lendo outros

autores. Nada contra, se posteriormente

tiverem lido o pentateuco espírita, com a

atenção que as obras merecem.

Como estou falando de livros,

g o s t a r i a d e m a n i f e s t a r m i n h a

preocupação com a quantidade de livros

espíritas que é lançada no mercado! São

autores espirituais que se apresentam

como portadores da última novidade,

em matéria de informação doutrinária!

Os médiuns psicógrafos multiplicam-se,

todos querendo demonstrar sua elevada

competência e ligação com o plano mais

alto, no recebimento das mensagens dos

espíritos.

Nas palestras, nos seminários e

cursos espíritas, percebo haver certo

exagero dos palestrantes, preocupados

em citar nomes de autores espirituais,

que repentinamente se tornaram

celebridades. Enquanto isso, as obras da

Codificação ficam esquecidas. Até

mesmo as obras psicografadas por Chico

Xavier estão na ribanceira. O excesso de

erudição parece contribuir para esse

lamentável esquecimento. Ao tentar

fazer uma leitura de por que isso

acontece, fico a me perguntar se falar de

Kardec ou de Chico não é demonstrar

pobreza de conhecimentos, ou se o

Codificador e o Médium de Uberaba não

teriam entrado para a lista dos autores

ultrapassados...

Tenho observado que as pessoas

clamam por novidade. Não importa se

ela é fundamentada ou não. O título do

livro, a capa, a arte gráfica, o autor

espiritual, tudo isso encanta os olhos. O

que tem dentro da obra é secundário –

pensam!

Hoje, os leitores de obras espíritas,

em sua maioria, querem ler o livro da

moda, o autor espiritual da moda, o

médium da moda. A pergunta que faço

é: Será que o livro é lido com atenção?

Com olhos de ver, como nos ensinou o

Cristo? Ou a leitura é feita de modo

apressada? Pensemos nisto!

“O Livro dos Médiuns”, publicado

no mês de janeiro de 1861, em Paris, é

talvez um desses livros que esteja

esquecido nas prateleiras. Poucos se dão

o trabalho de lê-lo. E, quando o leem, não

o fazem com a devida atenção. Será que

O Livro dos Médiuns - meu guia!

Geraldo Ribeiro da Silva

Grupo Espírita “Batuíra” / S. Paulo

DE “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” 223. A alma se reencarna imediatamente após a separação do corpo? - Às vezes, imediatamente, mas, na maioria das vezes, depois de intervalos mais ou menos l ongos . Nos mundos super io res , a reencarnação é quase sempre imediata; a matéria corpórea, sendo menos grosseira, o espírito encarnado goza de quase todas as faculdades do espírito; seu estado normal é o dos vossos sonâmbulos lúcidos.

DE “O LIVRO DOS MÉDIUNS” 3 – Já que o apego dos espíritos por um local é um sinal de inferioridade, isto é igualmente uma prova de que eles são espíritos maus? “Certamente não: um espírito pode ser pouco adiantado sem ser mau por isso; não acontece o mesmo entre os homens?”(Cap. IX – Os Lugares Assombrados)

D E “ O E VA N G E L H O S E G U N D O O ESPIRITISMO” “Em toda contenda, aquele que se mostra mais

conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza d’alma granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais.” (Cap. X – Bem-Aventurados os que são Misericordiosos)

DE “O CÉU E O INFERNO” “Que os incrédulos neguem a manifestação das almas, isto se concebe, uma vez que nelas não creem; mas o que é estranho é ver aqueles cujas crenças repousam em sua existência e em seu

futuro, se obstinarem contra os meios de provar que ela existe, e se esforçarem em demonstrar que isso é impossível.” (Cap. XI – Da Proibição de Evocar os Mortos)

DE “A GÊNESE” “Aquilo que é um impasse para a Teologia, o Espiritismo explica sem dificuldade e de maneira racional, pela anterioridade da alma e a pluralidade das existências, lei sem a qual tudo é mistério e anomalia na vida do homem.”

o leitor sabe as razões que levaram

Kardec a escrever tal obra? Se não sabe,

estejamos certos que ele estava

preocupado com os desvios da prática

mediúnica. Senão, em pouco tempo,

teríamos que pedir o retorno de Moisés,

para proibir o intercâmbio com os

espíritos.

Eu não sei se todos nós, ao

manusearmos “O Livro dos Médiuns”,

lemos o que Kardec escreve após o título

da obra. Lá o Mestre de Lyon escreve o

seguinte: “O Livro dos Médiuns” ou Guia

dos Médiuns e dos Doutrinadores, contém o

ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de

todos os gêneros de manifestações, os meios de

comunicação com o mundo invisível, o

desenvolvimento da mediunidade, as

dificuldades e os escolhos que se podem

encontrar na prática do Espiritismo.

Alguém que o leu lembra-se dessa

informação? Talvez não! No entanto a

obra é, antes de tudo, um guia para

aqueles que praticam a mediunidade

com seriedade, sem correrem o risco de

se tornarem vítimas da obsessão, que,

segundo Kardec, é o maior obstáculo do

Espiritismo prático.

Todo o conteúdo do livro é de uma

p r e c i o s i d a d e í m p a r , p a r a o

entendimento e prática da mediunidade

com Jesus. Alguns capítulos são

sugestivos para um estudo sério e

aprofundado. Nada de conclusões

apressadas. Estudo contínuo é a tônica.

Muita reflexão é o que devemos fazer. Eis

alguns temas do livro: Laboratório do

mundo invisível, os médiuns, formação dos

médiuns, inconvenientes e perigos da

mediunidade, papel dos médiuns nas

comunicações, influência moral do médium,

influência do meio, obsessão, identidade dos

espíritos, evocações, mistificações e fraudes

espíritas.

Basta um olhar sereno para estes

temas tão bem analisados pelo

Codificador da Doutrina Espírita, para

percebermos quanto devemos estudar e

meditar sobre a mediunidade. É claro

que vamos encontrar, também em outros

autores, grandes contribuições para o

entendimento deste assunto. Mas Kardec

é a base! Portanto ignorar “O Livro dos

Médiuns”, é um comportamento no

mínimo insensato, que poderá nos custar

um preço caro, na compreensão da

mediunidade.

“O Livro dos Médiuns”, meu guia – é

lendo e refletindo sobre seu conteúdo,

que me preparo para o Espiritismo

prático.

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Página 4 MARÇO/ABRILJORNAL DA MEDIUNIDADE

Conselho Editorial: LEEPPJornalista Responsável: Juvan de Souza NetoRegistro: SC 01359JPRevisão gramatical: Fausto De VitoDiretores: Edson de Sousa Marquez / Mário Alexandre AbudProjeto gráfico e Impressão:

Editora Vitória Ltda.E-mail: [email protected]ço p/ correspondência:

Av. Elias Cruvinel, 1200 - B. Boa Vista -38070-100 - Uberaba-MG

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPEDIENTE

(*) Nesta entrevista, concedida ao diretor do Anuário Espírita para a edição de 1964, n.º 1, André Luiz (espírito) respondeu as perguntas formuladas de números ímpares através do médium Waldo Vieira e as de números pares através do médium Francisco C. Xavier. E, como fizemos na edição de 1992, voltamos a reproduzi-la, em face de sua importância e atualidade e por não ter sido incluída em livro.

1. Qual a quantidade aproximada de habitantes espirituais – em idade racional – que se desenvolvem, presentemente, nas circunvizinhanças da Terra?

“Será lícito calcular a população de criaturas desencarnadas em idade racional, nos círculos de trabalho, em torno da Terra, para mais de vinte bilhões, observando-se que alta percentagem ainda se encontra nos estágios primários da razão e sendo esse número possível de alterações constantes pelas correntes migratórias de espíritos em trânsito nas regiões do Planeta.”

2. A quantidade de espíritos que vivem nas diversas esferas do nosso Planeta tende, atualmente, a aumentar ou a diminuir?

“Qual acontece na Crosta Planetária, as esferas de trabalho e evolução que rodeiam a Terra estão muito longe de quaisquer perspectivas de saturação, em matéria de povoamento.”

3. Considerando-se que as criaturas dos reinos vegetal e animal, deste e de outros planos, absorvem elementos de economia planetária, pergunta-se: O nosso planeta dispõe de recursos para a manutenção e sustentação de uma comunidade de número ilimitado de indivíduos ou a despensa celeste do nosso domicílio cósmico se destina a uma sociedade de proporções limitadas, ainda que de dimensões desconhecidas?

“Certo, nos limites do orbe terreno, não é justo conceituar os problemas da vida física fora de peso e medida, entretanto é preciso considerar que as ciências aplicadas à técnica, à indústria e à produção, nos vários domínios da natureza, assegurarão conforto e sustento a bilhões de espíritos encarnados na Terra, com os recursos existentes no Planeta, por muitos e muitos séculos ainda, desde que o homem se disponha a trabalhar.”

4. Espíritos originários da Terra, têm emigrado, nos últimos séculos, para outros orbes?

“Seja de modo coletivo ou individual, em todos os tempos, Espíritos superiores têm saído da Terra, no rumo de esferas enobrecidas, compatíveis com a elevação que alcançaram. Quanto a companheiros de evolução retardada, principalmente os que se fizeram necessitados de corretivo doloroso por delitos conscientemente praticados, em muitos casos, sofrem temporária segregação em planos regenerativos.”

5. Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra em encarnações de exercício evolutivo?

“Isso acontece com frequência, de vez que muitos espíritos superiores reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade, e criaturas inferiores costumam aí sofrer curtos ou longos períodos de exílio das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo.

6. Considerando-se a enorme distância geométrica existente entre dois ou mais orbes de um sistema solar ou entre dois ou mais sistemas solares, pergunta-se:

a – os espíritos, em seu desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados orbes?

b – na imensidão dos espaços que separam dois ou mais corpos celestes vivem, também, inteligências individuais?

“a) Em seu desenvolvimento, sim, qual acontece com a pessoa que em determinada fase de experiência física se vincula, transitoriamente, a certa raça ou família.

b) Isso é perfeitamente compreensível; basta lembrar os milhares de criaturas que atendem os interesses de um país ou de outro nas extensões do oceano.”

7. Quais os processos de locomoção utilizados nas migrações interplanetárias,

considerando-se a possibilidade de migrações de entidades de categoria até mesmo criminosa, como parece ser o caso dos imigrantes do Sistema Planetário de Capela?

“Esses processos de locomoção, no plano espiritual, são numerosos. A técnica não se relaciona com a moral. Os maiores criminosos do mundo podem viajar num jato, sem que isso ofenda os preceitos científicos.”

8. Onde começa o Umbral?“A rigor, o Umbral, expressando região

inferior da espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a delinquência, começa em nós mesmos.”

9. Onde se situa “Nosso Lar”?“Não possuímos termos terrestres para

falar em torno da geografia no plano espiritual, mas podemos informar que as primeiras fundações da cidade “Nosso Lar” por espíritos pioneiros da evolução brasileira, se verificaram no espaço do território hoje conhecido como sendo o Estado da Guanabara.”

SEXO

10. Por que a disciplina sexual é recomendada pelo Plano Espiritual Cristão?

“Claramente que a disciplina sexual é recomendável em qualquer plano da vida, para que a degradação não arruíne os valores do espírito.”

11. Há alguma relação entre sexo e mediunidade?

“Tanto quanto a que existe entre mediunidade e alimentação ou mediunidade e trabalho, relações estas nas quais se pede morigeração ou equilíbrio.”

12. As funções reprodutoras do sexo se destinam, somente, da vida na Terra?

“Em muitos outros orbes, compreendendo-se, porém, que mundos existem nos quais as funções reprodutoras não são compreensíveis, por enquanto, na terminologia terrestre.”

13. Espíritos sensuais mantêm atividades de natureza sexual após a desencarnação?

“Aos milhões, reclamando educação dos recursos do sentimento e das manifestações afetivas, como acontece nos caminhos da Humanidade.”

14. Os perispíritos das entidades espirituais, que se localizam nas vizinhanças da Terra, conservam o órgão do aparelho sexual humano?

“Sim, e por que não? O órgão sexual é tão digno quanto os olhos e, como não se deve atribuir aos olhos os horrores da guerra, o órgão sexual não pode ser responsável pelo vício.”

15. Os espíritos conservam, para sempre, as condições de masculino e feminino?

“Respondamos com os orientadores espirituais de Allan Kardec que, na questão número 201, de O Livro dos Espíritos afirmaram, com segurança, que o espírito tanto reencarna no corpo de formação masculina quanto no corpo de formação feminina.”

16. Como explicar os homossexuais?“Devemos considerar que o espírito

reencarna, em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isto não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam nessa posição, endereçados ao escândalo e à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para serem delinquentes. Compete-nos entender que cada personalidade humana permanece em determinada experiência, merecendo o respeito geral no trabalho ou na provação em que estagia, importando anotar, ainda, que o conceito de normalidade e anormalidade são relativos. Lembremo-nos de que, se a cegueira fosse a condição da maioria dos espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente considerado minoria e exceção.”

17. Se vivemos tantas vezes, participando da formação de casais frequentemente diversos, como explicar o ciúme?

“O ciúme é característico de nossa própria animalidade primitiva, sombra que a educação dissipará.”

18. O espírito desencarnado também está sujeito a crises prolongadas de ciúme?

“Como não? A desencarnação é um acidente no trabalho evolutivo, sem constituir

por si qualquer solução aos problemas da alma.

19. Como explicar a paixão que, tantas vezes, cega o indivíduo? (A paixão é, somente, uma doença humana?)

“Ainda aqui, animalidade em nós é a explicação.”

20. O adultério é, sempre, causa de conflitos, quando da volta dos cúmplices ao Plano Espiritual?

“Sim.”

REENCARNAÇÃO

21. A reencarnação é lei imperativa em todos os orbes do Universo?

“Mais razoável dizer que a reencarnação é princípio universal, compreendendo-se que existem esferas sublimes nas quais a reencarnação, como recurso educativo, já atingiu características inabordáveis ao conhecimento humano atual.”

22. Se a Medicina da Terra aumentar – num futuro não muito distante – a média da vida humana na Crosta, do ponto-de-vista educacional, uma única existência, de 500 anos, por exemplo, bastaria para libertar o espírito das necessidades da escola terrena?

“Cabe-nos aguardar o apoio mais amplo da Medicina à saúde humana, com vista à longevidade, entretanto, em matéria de libertação espiritual, o problema se relaciona com a vontade acima do tempo. Quando a pessoa se decide ao burilamento próprio, com ânimo e decisão, a existência física de cinquenta anos vale muito mais que o tempo correspondente a cinco séculos, sem orientação no aprimoramento moral de si mesma.”

23. É de esperar-se que nos próximos milênios, quando a Terra se tornar um centro de solidariedade e de cultura, seja dispensado o processo de reencarnação, como elemento indispensável de experiências e estudos?

“Digamos, com mais propriedade, que o espírito, alcançando a sublimação, não mais se encontra sujeito ao processo de reencarnação, por medida educativa, conquanto prossiga livre para reencarnar, como, onde e quando deseje, em auxílio voluntário aos semelhantes.”

24. A duração média de vida dos encarnados racionais de outros orbes, corresponde à terrena?

“Não. Essas etapas de tempo variam de mundo a mundo.”

25. Todas as reencarnações, mesmo as dos indivíduos vinculados a condições inferiores, são objeto de um planejamento detalhado, por parte dos administradores espirituais?

“Há renasc imen tos quase que automáticos, principalmente se a criatura ainda permanece fronteiriça à animalidade, entendendo-se que quanto mais importante o encargo do espírito a corporificar-se, junto da Humanidade, mais dilatado e complexo o planejamento da reencarnação.”

26. As organizações espirituais que pautam as suas atividades dentro de programas alheios aos princípios cristãos também procedem a execuções de programas para a reencarnação de tarefe i ros determinados em suas organizações?

“Sim.”

27. Reencarnações de espíritos de ordem superior, presididas por espíritos elevados, em meio inferior, estão sujeitos a represálias da parte de organizações espirituais interessadas na ignorância humana?

“Natural que assim seja. Recordemos o próprio Jesus.”

28. Se um espírito encarnado com propósitos cristãos pode, pela má conduta, transformar-se num instrumento das trevas, é de se perguntar se um espírito encarnado sob os vínculos de organizações ainda não cristianizadas no Espaço, pode, também, transformar-se num instrumento ostensivo do programa do bem?

“Perfeitamente. Assim ocorre porque o íntimo de cada um prevalece sobre o rótulo que caracterize a pessoa no ambiente humano.”

ATUALIDADES

29. Sabemos que outras civilizações terrenas se desfizeram em épocas remotas. Diante do perigo atual de uma conflagração atômica, é de se perguntar: Estamos às portas da Nova Jerusalém ou no começo de um novo fim?

“Na condição de espíritas-cristãos encarnados e desencarnados, pensemos no futuro da Humanidade em termos de evolução, otimismo, confiança, progresso. De todas as calamidades, a civilização sempre surgiu em novos surtos de força para o burilamento geral, ao influxo da Providência Divina, ainda mesmo quando pareça o contrário.”

30. Habitantes de outros orbes conhecem a Humanidade terrena, sua história, costumes, etc.?

“Sim.”

31. Diante dos progressos alcançados pela Ciência, conseguirá o homem aportar a outros corpos de nosso sistema solar?

“Ninguém pode traçar fronteiras às conquistas da Ciência humana. Quanto mais dilatados o serviço e a fraternidade, a educação e concórdia na Terra, maiores as possibilidades do homem nas conquistas do Espaço Cósmico.”

32. Se a Ciência humana se servir de seus recursos, pondo em risco a estabilidade do Planeta, é de se esperar esteja a Humanidade da Terra sujeita a uma intervenção direta da parte de outros planetas?

“Nossa confiança na Sabedoria da Providência Divina deve ser completa. Ainda mesmo que a Terra se desintegrasse numa catástrofe de natureza cósmica, Deus e a Vida não deixariam de existir. Uma cidade arrasada num cataclismo não significa a destruição de um povo inteiro. Justo que, em nos considerando coletivamente, temos feito por merecer longas aflições e duras provas na Terra, entretanto, diante da Infinita Bondade, devemos afastar quaisquer ideias sinistras da cabeça popular carecedora de harmonia e esperança para evoluir e servir. Amemo-nos uns aos outros. Realizemos o melhor ao nosso alcance. Convençamo-nos de que o bem vive para o mal como a luz para a sombra. Edifiquemos o mundo melhor, começando em nós mesmos, e confiemos na palavra fiel do Cristo, que prometeu amparar-nos e auxiliar-nos “até o fim dos séculos”. E, assim nos exprimindo, não nos propomos afirmar que, a pretexto de contar com Jesus, podemos andar irresponsáveis ou desatentos. Não. Forçoso trabalhar e cumprir as obrigações que a vida nos trace, a fim de sermos amparados e auxiliados por Ele, sejam quais forem as circunstâncias.”

ENTREVISTANDO ANDRÉ LUIZ *

Esta imagem de André Luiz (Espírito, foi elaborada após a presente entrevista, quando, Waldo Vieira, atendendo à solicitação do confrade e artista Joaquim Alves (Jô), fez o esboço do retrato, baseado em sua clarividência, e o próprio Jô encarregou-se da arte final.

Extraído do Anuário Espírita 2009 - IDE - Araras - SP “ ”