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Pressão na Alep garante aumento real do piso regional Trabalhadores de condomínios de Curitiba realizam grande greve Denilson Pestana é eleito presidente do Conselho Estadual do Trabalho Ed. 7 - julho de 2012 Professores de Campo Largo conquistam 17% de aumento após greve

Jornal da NCST/Paraná - #7

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Ed. 7 do jornal da NCST/Paraná.

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Pressão na Alep garante aumento real do piso regional

Trabalhadores de condomínios de Curitiba realizam grande greveDenilson Pestana é eleito presidente do Conselho Estadual do Trabalho

Ed. 7 - julho de 2012

Professores de Campo Largo conquistam 17% de aumento após greve

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PALAVRA DO PRESIDENTE

EXPEDIENTE

Para o trabalhador paranaense, o 1º de maio deste ano foi uma data mais

do que especial. Afinal, conquistamos um ótimo reajuste para o piso regio-

nal. Dos bastidores deste processo, há duas coisas que gostaria de salientar.

A primeira foi a união das centrais sindicais, que deixaram as diferenças

de lado e sentaram para pensar uma proposta única, baseada na realidade

dos trabalhadores paranaenses, com o apoio técnico do Dieese. Isto tornou

muito mais legítima a atuação da NCST/Paraná em todo o processo de ne-

gociação.

Outra foi o cumprimento de palavra por parte da Secretaria do Trabalho.

Na negociação de 2011 o governo manteve apenas o índice da inflação, com

a promessa de que este ano, com as contas mais estáveis, teríamos um piso

com aumento real. E foi o que aconteceu. Para 2013 o aumento já está no

papel, em lei: o aumento real irá depender apenas de um decreto do gover-

nador.

Apesar desta comemoração, há setores que ainda praticam salários infe-

riores ao piso (e até mesmo inferiores ao salário mínimo) e isto não pode ser

admitido. Exemplo é o caso da patronal dos trabalhadores de condomínio,

que penou para assinar a convenção, e não queria pagar o mínimo regio-

nal. É inexplicável também o caso de setores da agricultura, que ao mesmo

tempo em que é um dos setores econômicos mais importantes do estado,

paga baixíssimos salários aos seus empregados. Para estes casos estaremos

de olhos abertos.

21/7 12ª Festa dos filiados do Sinetrapitel

25/7 Reunião do Conselho Estadual do Trabalho

26 e 27/7 Encontro de aposentados da Fetraconspar

30 e 31/7Seminário das Centrais Sindicais sobre Trabalho Decente

6/8Reunião do Comitê Permanente Regional sobre Condições e Meio

Ambiente do Trabalho (CPR)

8 a 11/8Conferência Nacional do Trabalho e Emprego Decente

28 e 29/8Reunião da Comissão Tripartite Paritária e Permanente do MTE

29 e 30/8Reunião do Conselho das Cidades do Paraná

AGENDA

Denilson Pestana da Costa é presidente da NCST/Paraná

NOVA COORDENAçãO DA CFT/PR

Jornal da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Estado do ParanáPraça General Osório, n.º 45, Sala 806/807 Curitiba - Paraná (41) 3022-2410 [email protected] | www.ncstpr.org.brTiragem: 3 mil exemplares

Redação, projeto gráfico e diagramação:Banquinho PublicaçõesRua Fernandes de Barros, n.º 55Curitiba - Paranábanquinho@banquinhopublicacoes.com.brwww.banquinhopublicacoes.com.br

Colaboração Márcio Andrade.

A Coordenação Federativa de Trabalhadores do Estado do Paraná (CFT/PR) elegeu em 28 de maio seus novos coordenadores para mandato até 2014. O secretário coordenador será Wilson Pereira, da Fethepar; Geraldo Ramthun da Fetraconspar será o secretário de finanças; e Remi Stelmach da Fecep fica como secretário executivo.

JORNAL DA NCST/PARANÁ 3

Trabalhadores de condomínios em Curitiba realizam grande greve para garantir a data-base

Os porteiros, zeladores e serventes de condomínios

de Curitiba enfrentaram muita resistência por parte do

Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi) para re-

novar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da cate-

goria, que venceu em 1º de outubro do ano passado.

Após audiência no Tribunal Regional do Trabalho

(TRT-PR), o Sindicato dos Empregados em Condomínios

(Sindicon) garantiu a mudança da data-base para maio e

um reajuste que será pago aos empregados referente ao

período entre outubro de 2011 e maio de 2012.

O piso dos faxineiros e ascensoristas passa de R$ 617,00

para R$ 700,00; os porteiros e vigias passam de R$ 681,00

para R$ 760,00 e zeladores de R$ 785,00 para R$ 860,000,

reajustes de 13,45%, 44,6% e 9,55%, respectivamente.

O piso dos porteiros folguistas em regime de reveza-

mento, com jornada de 36h semanais, fica em R$ 611,00

para os soldos até dezembro de 2011 e em R$ 622,00 para

os meses seguintes. Fiscal de piso de shopping e condo-

mínio residencial passa a ganhar R$ 828,00 e auxiliar ad-

ministrativo R$ 765,00.

A diferença salarial de outubro a dezembro, 13º e fé-

rias se recebidas no período será paga juntamente com

o salário de junho, e as diferenças de janeiro a abril serão

pagas com o salário de julho.

Além disso, foi garantida cesta básica de R$ 160,00

para quem ganha até 15% acima do piso, anuênio de 1%,

adicional noturno de 25% e seguro de vida mantido pelo

empregador de, no mínimo, R$ 30.000,00.

O Sindicon já iniciou debate com a patronal para fe-

char nova convenção que irá gerar novo reajuste para os

salários, a valer a partir de 1º de maio de 2012.

MOBIlIzAçãO

Devido ao impasse, os trabalhadores iniciaram uma

greve em 27 de março. Durante o período, cerca de 500

trabalhadores protestaram todos os dias em frente à

sede do Secovi, na Rua Dr. Pedrosa, no centro de Curitiba.

A greve só foi suspensa em virtude de o sindicato ter

conseguido ingressar com pedido de dissídio coletivo de

trabalho no TRT-PR. A medida extrema foi tomada devi-

do à inflexibilidade do sindicato patronal de fazer qual-

quer tipo de negociação justa.

Protestos em frente ao Secovi durante a greve chamaram atenção dos curitibanos

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4 JORNAL DA NCST/PARANÁ

Saemac e sindicatos da base da Sanepar vencem barreira da empresa e assinam acordo

Os trabalhadores das diversas categorias empregados

pela Sanepar (os "saneparianos") travaram um longo

enfrentamento com a empresa para chegar ao Acordo

Coletivo de Trabalho (ACT) 2012/2013. Ainda por cima,

o ACT firmado está aquém das necessidades da catego-

ria, de acordo com a avaliação do presidente do Saemac,

Gerti José Nunes. O sindicato é o maior da empresa em

número de trabalhadores.

Dentre as principais cláusulas econômicas do ACT está

o aumento real de 2% no salário com reposição de 5,5%

relativo à inflação do período medida pelo Índice Nacio-

nal de Preços ao Consumidor (INPC) e o novo valor do

vale-alimentação, que fica em R$ 638,00. Além disso, em

dezembro os trabalhadores receberão o valor do vale-ali-

mentação em dobro, além de uma bonificação no valor

de 85% da folha de pagamento, mais R$ 1.500,00 inde-

pendente do valor do salário. O principal ponto fraco do

novo acordo é o piso salarial. "Hoje o valor praticado pela

Sanepar é pouco e está abaixo daquilo que encontramos

no mercado", afirma Gerti.

O Saemac está atento à reestruturação do plano de

gestão que será efetuada pela Sanepar em julho, na qual

deve haver uma recuperação e consequente equiparação

salarial para os trabalhadores. Para Gerti Nunes, "este

tipo de ação é fundamental, pois a desvalorização salarial

pode prejudicar a produtividade da empresa".

PERCAlçOS NO CAMINHO DO ACORDO

A negociação para firmar o ACT 2012/2013 da Sanepar

foi controversa até os últimos instantes. Quando os sin-

dicatos representantes dos trabalhadores sentaram para

assinar a minuta enviada pela empresa, notou-se que ha-

via cláusulas que não correspondiam ao que havia sido

acordado, cujo conteúdo traria prejuízo aos trabalhado-

res.

Dentre elas, estava uma cláusula relativa ao Plano de

Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR) que não havia

sido apresentado na negociação, além da diminuição no

valor do "step" (aumento dado aos trabalhadores que so-

bem de nível) de 3,7261% para 1,7981%.

Após reunião entre a empresa e o Coletivo Intersindi-

cal da Sanepar, as cláusulas contraditórias foram suprimi-

das e o acordo assinado. A assinatura ocorreu em 22 de

maio, quase três meses após a data-base da categoria (1º

de março).

Coletivo intersindical da Sanepar reúne-se com a empresa para assinatura do acordo

JORNAL DA NCST/PARANÁ 5

Centrais sindicais e sindicatos da saúde unidos pela conquista das 30h semanais

Em abril deste ano as principais centrais sindicais e os

sindicatos de trabalhadores da saúde do estado do Para-

ná reuniram-se na sede do Sindicato dos Empregadores

em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e

Região (Sindesc) para criar o Fórum Estadual 30h, com o

objetivo de promover a campanha nacional em defesa da

jornada de trabalho diferenciada para os trabalhadores

da categoria.

A redução da jornada de trabalho é uma pauta his-

tórica da classe trabalhadora, mas na área da saúde ela

cumpre um papel ainda mais especial. A presidenta do

Sindesc, Isabel Cristina Gonçalves, explica que um dos

motivos é que estes profissionais estão submetidos a um

nível muito alto de estresse. "Para quem lida diretamente

com a vida e a morte de pacientes isto é muito sério, você

não pode expor este profissional a uma situação em que

ele ficará cansado e estressado", defende. Isabel explica

que há diversos estudos que comprovam que a partir da

sexta hora de trabalho a pessoa fica muito mais exposta

a cometer erros e a sofrer acidentes laborais.

A iniciativa do Fórum tomou força após a marcha a

Brasília de 7 mil trabalhadores da saúde, em 11 de abril

deste ano. Na ocasião foi pautada a urgência na apro-

vação do Pl 2295/00, que regulamenta as 30h da enfer-

magem, e do Pl 4624/09 que fixa o piso da categoria de

enfermagem, ambos em trâmite no Congresso Nacional.

O secretário-geral do Sti Cerêmicas (Campo largo) Er-

mínio Ferreira Sant'ana participou de todas as reuniões

do Fórum representando a NCST/Paraná, e esteve na

mesa da audiência pública para discussão do tema na

Assembleia legislativa do Estado do Paraná (Alep), em

14 de maio.

Além das representações sindicais, a audiência contou

com a presença dos deputados estaduais Tadeu Veneri

(PT) e Professor lemos (PT), e do deputado federal Dr.

Rosinha (PT). Na audiência foi debatido, além da aprova-

ção dos projetos nacionais, a necessidade de implemen-

tação das 30h na saúde em âmbito estadual, debate que

é feito no estado do Paraná desde 1990.

Sant'ana representou a Nova Central em audiência na Alep

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JORNAL DA NCST/PARANÁ 76 JORNAL DA NCST/PARANÁ

Justiça do Trabalho decide que piso da convenção coletiva não pode ser inferior ao mínimo regional

Uma sentença da Justiça do Trabalho do Paraná

acatou pedido do Ministério Público do Trabalho no

Paraná (MPT-PR) em ação contra entidades sindicais

patronais que ignoravam o piso mínimo regional e

fixavam pisos inferiores em convenções coletivas

2011/2012.

Para o procurador do trabalho Alberto Emiliano

de Oliveira Neto, os pisos inferiores violam a ordem

jurídica trabalhista e atentam contra os direitos in-

dividuais indisponíveis dos trabalhadores abrangidos,

ou seja, direitos que a lei considera essenciais à socie-

dade.

Além disso, a sentença é embasada no fato de que,

quando há norma legal mais favorável ao trabalhador,

deve prevalecer a melhor lei em detrimento das nor-

mas decorrentes de negociação coletiva - no caso, o

mínimo regional.

Em caso de descumprimento da decisão pelos sin-

dicatos, será devido o pagamento de multa diária no

valor de R$ 1.000,00 reversível ao Fundo de Amparo

ao Trabalhador (FAT).

Entrou em vigor em 1º de maio a lei

que estabelece os novos valores do

piso mínimo regional, que teve reajus-

te nominal de 10,32%. O valor corres-

ponde a um ganho real de 5,1% mais

a inflação de 4,97% medida em março

pelo INPC. O reajuste é resultado de

meses de negociações da Comissão

Tripartite de Acompanhamento da

Política de Salário Mínimo Regional do

Estado do Paraná, em que o presiden-

te da NCST/Paraná, Denilson Pestana,

participou como representante das

centrais sindicais.

A margem de reajuste foi a pro-

posta de mediação apresentada pelo

Instituto Paranaense de Desenvolvi-

mento Econômico e Social (Ipardes),

intermediária entre os 14,13% apre-

sentados pelos trabalhadores e a ofer-

ta dos empregadores, de 6,5% para o

primeiro grupo, 7,5% para o segundo e

8,54% para o terceiro e quarto. Denil-

son acredita que o governo devia este

aumento aos trabalhadores. "Ano pas-

sado nós concordamos em segurar o

aumento do piso em troca de uma va-

lorização real para 2012, se o governo

voltasse atrás seria uma traição deste

acordo", diz.

O crescimento real dos salários dos

trabalhadores permite uma recompo-

sição no poder de compra de quem

ganha o piso, o que tem por conse-

quência um aumento dos gastos no

comércio e na economia regional, ge-

rando desenvolvimento para o esta-

do. O cálculo do piso leva em conta a

inflação e o crescimento do Produto

Interno Bruto (PIB) do estado, no pe-

ríodo.

Os novos valores irão beneficiar mais

de 900 mil trabalhadores do Paraná,

entre trabalhadores domésticos, não

sindicalizados e trabalhadores formais

com salário inferior ao piso. "Pressio-

namos os empregadores para que se

neguem a assinar acordos e conven-

ções coletivas de trabalho inferiores

ao piso; mas embora eles afirmem que

concordam com esta medida, infeliz-

mente se negaram a registrar isto em

documento", afirma o presidente da

NCST/Paraná.

Os trabalhadores ainda propuse-

ram que o estado inclua em todas as

licitações uma cláusula proibindo as

empresas contratadas de pagar salá-

rios inferiores ao piso. No entanto, não

houve consenso quanto a isso.

GRUPO I

Atividades agropecuária, florestal e da pesca

Valor: R$ 783,20

GRUPO II

Serviços administrativos, serviços, vende-dores do comércio, lojas e mercados, e setor de reparação e manutenção

Valor: R$ 811,80

GRUPO III

Produção de bens e serviços industriais

Valor: R$ 842,60

GRUPO IV

Técnicos de nível médio

Valor: R$ 904,20

NCST é protagonista na luta para manter piso mínimo regional do PR o maior do país

Veja como ficaram os valores dos pisos de acordo com os grupos da CBO

Após negociação na comissão tripartite em que os trabalhadores cede-

ram em sua proposta para encaminhar consensualmente a lei do Piso, uma

última batalha foi travada na Assembleia legislativa do Estado do Paraná

(Alep) para garantir a aprovação integral do projeto de lei, na sessão de 25

de abril.

O principal ponto atacado por deputados aliados da bancada patronal

foi a garantia de reajuste em 2013 de 5,1% somada à inflação acumulada no

período que anteceder a data-base, a ser fixado em decreto pelo governa-

dor. O grande número de trabalhadores ligados à Nova Central presentes

na sessão foi decisivo para barrar esta tentativa de veto. Estiveram presen-

tes representantes do Sindicap, Saemac, Sindicon, Sompar, Fetraconspar,

Stia de Paranaguá, Sindicato dos Servidores Públicos de Campo largo, Sin-

dimovec, Fethepar, Sti Cerâmica de Campo largo, Sticm de Paranaguá e do

Sindehoteis.

Pressão da NCST/Paraná na Alep fez a diferença

*categorias estabelecidas conforme a Classificação Brasileira de Ocupações

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JORNAL DA NCST/PARANÁ 9

Denilson é o novo presidente do Conselho Estadual do Trabalho

O Conselho Estadual do Trabalho do Paraná (CET)

reuniu-se em 28 de março e elegeu Denilson Pestana da

Costa, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalha-

dores do Paraná, como novo presidente e Ildemar Borges,

da Força Sindical, para vice. A eleição aconteceu na 182ª

reunião ordinária do conselho, na Secretaria Estadual do

Trabalho, Emprego e Economia Solidária (Sets). O manda-

to vai até março de 2013.

De acordo com Pestana, a nova gestão dará continui-

dade ao trabalho realizado pela gestão anterior, além de

construir outros projetos, como a descentralização das

atividades do Conselho estimulando a participação de

todos os conselhos municipais do trabalho, montar uma

estrutura física para o Conselho, entre outras.

No mandato anterior, a presidência do Conselho era

ocupada pelo secretário luiz Cláudio Romanelli e a vice-

-presidência pelo diretor-geral da Secretaria, Iram de Re-

zende.

Denilson acredita que esta mudança na direção é fun-

damental, uma vez que a chefia de uma instituição de

controle social passa a ser feita por uma entidade de tra-

balhadores, e não pelo próprio Estado. "O desafio agora é

o enraizamento do conselho, fazer com que ele exista nos

municípios, no dia-a-dia da política e ser um espaço dinâ-

mico de debates sobre o mundo do trabalho", defende o

presidente da NCST/Paraná.

Secretário do Trabalho Luiz Cláudio Romanelli e Denilson Pestana em cerimônia de posse no Conselho

Saemac participa do Seminário de Emprego e Trabalho Decente em Cascavel

O Saemac (que representa trabalhadores da

Sanepar) representou a Nova Central no Semi-

nário de Emprego e Trabalho Decente, organi-

zado em Cascavel pela Secretaria de Estado

do Trabalho, Emprego e Economia Solidária

(SETS), em 26 de abril. O encontrou buscou

promover um debate em torno de medidas e

estratégias que garantam a geração de empre-

go e trabalho decente na região, para comba-

ter a pobreza e as desigualdades sociais.

O presidente do Saemac, Gerti José Nunes

e o representante do sindicato, Valdir Val-

mórbida participaram do evento, que tam-

bém contou com a presença do presidente

da NCST/Paraná e do Conselho Estadual do

Trabalho (CET) Denílson Pestana da Costa,

do secretário estadual do Trabalho, Emprego

e Economia Solidária, luiz Claudio Romanelli,

do chefe do escritório regional da Secretaria

do Estado do Trabalho, Emprego e Economia

Solidária, Chico Menin e de diversos represen-

tantes sindicais.

8 JORNAL DA NCST/PARANÁ

Sede da NCST/Paraná é ponto de referência para atividades sindicais

Uma das centrais que mais cresce no país, a cada dia

que passa a Nova Central Sindical de Trabalhadores se

consolida como uma referência para atuação no meio

sindical. A ocupação do espaço da sua sede como local

de articulação política é uma prova disso. Veja alguns dos

sindicatos que fizeram uso da sede da NCST/Paraná em

Curitiba.

O Sindicato dos Químicos do Estado do Paraná realizou

eventos na sede da NCST/Paraná em Curitiba nos dias 30

e 31 de março. Além do presidente do sindicato, Elton

Evandro Marafigo, diversos outros dirigentes participa-

ram das atividades.

Na sexta-feira (30) foi realizada reunião da diretoria a

partir das 14 horas. Foram debatidos assuntos de interes-

se da entidade, como balanço geral da atuação da direto-

ria e definição do plano de ações para o próximo período.

No sábado (31) teve início às 8h um mini-curso minis-

trado pela senhora Eliza Fernandes Marques referente ao

Plano de Cargos e Salários, do qual participaram dirigen-

tes sindicais do Saemac, do Sindicato dos Profissionais de

Química do Paraná (Siquim) e do Sindicato dos Técnicos

Industriais no Estado do Paraná (Sintec).

O Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindi-

cais Profissionais do Estado do Paraná (Sesocepar) pas-

sou a integrar as fileiras da Nova Central Sindical de

Trabalhadores do Paraná.

O presidente da entidade, lindomar Maximiano

Kszyvy, compareceu à sede da central em 20 de abril,

quando foi oficializada a filiação junto ao presidente

da NCST/Paraná, Denílson Pestana da Costa. Além da

assinatura da filiação, o Sesocepar recebeu um "kit"

com materiais da Nova Central. O secretário geral do

Sindipiso de Campo largo, Ermínio Ferreira Sant'ana,

esteve presente ao ato.

O presidente da Nova Central Sindical de Traba-

lhadores no Estado do Paraná, Denílson Pestana

da Costa, recebeu em 10 de abril representantes

das entidades sindicais de motofretistas e moto-

taxistas de Curitiba, Maringá e do norte do Para-

ná.

Pelo Sintramotos de Curitiba estiveram presen-

tes o presidente Agenor "Cacá" Pereira e o secre-

tário geral Edemilson Pereira da Mata; represen-

tando o Sindmotos Norte do Paraná esteve seu

presidente Antônio Roberto Rozzi e o Sindimotos

de Maringá enviou o presidente Mauro Garcia.

Siquim organiza reunião em nossa sede

Sindicatos de motofretistas do estado reúnem-se na NCST/Paraná

Sesocepar é o mais novo filiado da Nova Central

Page 6: Jornal da NCST/Paraná - #7

JORNAL DA NCST/PARANÁ 11

A história de luta da NCST/Paraná e de Roberto Requião pelo piso mínimo regional

O senador Roberto Requião é um exemplo de político

em defesa dos direitos dos trabalhadores, não só no estado

do Paraná, mas também na história brasileira, figurando

ao lado de grandes nomes como leonel Brizola, Juscelino

Kubitscheck e do presidente lula.

Prova disso é que, quando governador, boa parte de suas

medidas incomodavam semanalmente empresários e a

grande mídia, nervosos por ter alguém que mexesse em

seus lucros após anos de governos que não ousaram cutu-

car os patrões. Devido a isso, muitos de seus programas

foram prontamente eliminados na atual gestão, outros

tantos apropriados como sendo projeto do governo atual.

A maior demonstração de seriedade de Requião é que,

para este político, em matéria de trabalho "patrão não se

mete". E foi com esta firmeza que, junto às entidades sindi-

cais, instituímos em seu governo o maior piso mínimo re-

gional do país. E para nós da Nova Central Sindical de Tra-

balhadores este assunto é muito caro, uma vez que nossa

central teve desde o começo um papel protagonista nesta

política de valorização da remuneração dos trabalhadores.

Mas afinal, o que é o piso mínimo regional? Neste mo-

mento em que estamos prestes a firmar um acordo que irá

balizar o piso de 2012 é importante traçarmos um históri-

co do significado desta política.

Vamos começar pelo contrário, então. lembrando que

a política de unificação do salário mínimo nacional institu-

ída em 1984 e ratificada na Constituição Federal de 1988

foi uma grande vitória dos trabalhadores. Isto porque a po-

lítica que existia então, em que havia 14 diferentes salários

mínimos, de acordo com a região do país, era um grande

incentivo à desigualdade social. O mínimo nacional impe-

de que regiões em que fortes oligarquias retrógradas con-

trolam a produção local paguem salários muito inferiores

à média nacional.

O mínimo deve balizar uma condição digna, em especial

para aqueles empregadores que não têm condição de pa-

gar salários superiores. No entanto, ele não deve ser uma

desculpa para empresas com altos rendimentos e com

condição de ofertar valores mais altos superexplorarem

seus trabalhadores.

Então, se por um lado o mínimo fragmentado era um

prato cheio para a desigualdade, por outro a unificação

nacional criou alguns problemas, em especial para aqueles

trabalhadores que enfrentam custos de vida muito altos

nas cidades em que moram. Se pegarmos os últimos dados

do Dieese em Curitiba, por exemplo, vemos que a cesta

básica corresponde a 39,6% do valor do salário mínimo na-

cional. Somando-se a isso transporte, vestuário, moradia,

logo realizamos que o valor do mínimo é muito abaixo do

necessário.

A política de valorização do mínimo nacional também

esbarra no caixa da previdência. Embora nos últimos dez

anos de governos progressistas tenham provado que o

aumento real do mínimo pode impulsionar o crescimen-

to econômico no país, a responsabilidade com os cofres

públicos se mostra necessária, uma vez que qualquer mu-

dança mínima neste valor significa milhares de reais a mais

nos gastos previdenciários.

E é para enfrentar estes percalços que surge a política

do piso mínimo regional, que não é uma obrigação do

estado, mas uma oportunidade de se estabelecer um va-

lor superior ao salário mínimo nacional e que contemple

a realidade da economia local. Por outro lado, quando é

vigente a lei, o respeito a ela passa a ser uma obrigação dos

empregadores, conforme demonstram diversas decisões

na justiça do trabalho.

A ideia é que o piso estabeleça diferentes valores para

equiparar a realidade dos diferentes setores profissionais

do estado, trabalhando com a realidade do setor e forçan-

do em especial aqueles empregadores mais retrógrados,

que insistem em construir um Brasil não desenvolvido.

Outra coisa importante do piso regional é que ele não

tem por função sobrepor-se às negociações coletivas das

categorias, uma vez que ele só pode ser aplicado àquelas

em que não há convenção coletiva ou lei nacional regula-

mentando o piso vigentes. Por outro lado, o piso cria um

maior interesse dos sindicatos patronais em negociar, uma

vez que na ausência de acordo ou convenção não é mais

o salário mínimo nacional que irá servir como base, e sim

o piso.

E foi assim que em 2005 iniciamos o debate sobre a ne-

cessidade de termos uma lei destas em nosso estado, cujo

PIB é o quinto maior do país. Nossos parceiros do Dieese

já haviam iniciado estudo sobre a viabilidade da lei e então

nós, da NCST/Paraná, aprovamos a defesa do mínimo re-

gional em nossa carta de princípios fundacional, em uma

plenária em Foz do Iguaçu em 2 de dezembro daquele

ano. Poucas semanas depois tivemos uma audiência en-

tre a nossa central e o então governador Requião em sua

residência, na Fazenda Canguiri, quando sugerimos a cria-

ção de um piso mínimo regional no estado. Ao confirmar

com sua equipe de governo que havia viabilidade técnica

para tal lei, o governador prontamente anunciou ser a fa-

vor e pediu que apresentássemos uma proposta, em cima

da qual o governo iria trabalhar. Aos que tinham dúvidas

desta política, o próprio governador esclareceu que o mí-

nimo era possível, pois havíamos tido um ampla política

de incentivo ao setor produtivo nos três anos anteriores.

Nós então reunimos as demais centrais e protocolamos

uma proposta dos trabalhadores, que foi defendida pelo

governo até sua aprovação na Assembleia legislativa do

Paraná e, em 16 de maio, o governador Requião promul-

gou a lei que estabelecia piso para seis grandes grupos de

categorias profissionais, com valores que ficavam entre

22% e 25% acima do mínimo nacional (que então era de

R$ 350,00).

Nos anos seguintes, ainda na administração Requião, ti-

vemos avanços significativos. Em 2008 quando o mínimo

subiu 9,21%, nosso piso teve altas entre 14% e 15,3%. Feito

que se repetiu em 2009, quando o aumento nacional foi

de 12,5% e o estadual de 14,9%. Atualmente o piso parana-

ense divide-se em quatro grandes categorias (setores agro-

pecuário, de serviços, produção industrial e de técnicos de

nível médio) e ainda é o maior do país, entre 13,8% e 31,5%

acima do salário mínimo nacional.

Nós, da Nova Central Sindical de Trabalhadores, segui-

mos na luta pela efetivação do piso paranaense e pela

aprovação de projetos que chegaram a ser encaminhados

pelo governador Requião que visam estabelecer uma po-

lítica permanente do piso, que calcule a diferença do PIB

dos dois anos anteriores somado à inflação do período,

além da proibição de empresas terceirizadas que prestam

serviços ao estado pagarem salários inferiores ao piso.

Enquanto seguimos na luta trabalhista, sabemos que,

para o que for necessário, temos em Requião um impor-

tante aliado no Senado Federal.

10 JORNAL DA NCST/PARANÁ

Encerram-se as negociações salariais dos servidores públicos de Campo Largo

Após greve vitoriosa, professores de Campo Largo garantem 17% de aumento salarial

A trajetória dos servidores públicos municipais de Campo

largo de dezembro de 2011 a abril de 2012 foi uma verdadeira

corrida contra o tempo. Isto porque a categoria precisou pres-

sionar o governo municipal por um reajuste que precisava ser

acordado antes do período eleitoral, devido à lei de Responsa-

bilidade Fiscal. Para garantir o reajuste em tempo, a categoria

realizou sua primeira greve dos últimos 10 anos.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos

Municipais de Campo largo e secretário estadual adjunto de

Servidores Públicos da NCST/Paraná, Juliano Castagnoli, a ade-

são foi total. O movimento grevista fechou todos os Postos de

Saúde do Município, e apenas o Centro Médico Hospitalar ficou

disponível à sociedade.

A categoria decidiu pela paralisação, pois exigia reajuste de

15% e a proposta de aumento ofertada pelo prefeito Edson Bas-

so era de apenas 6%, o que corresponde a um reajuste 64% me-

nor que o dos magistério no mesmo município.

A justificativa da prefeitura é de que há recurso federal espe-

cífico para a remuneração dos professores, por meio do Fundo

de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Já os de-

mais servidores dependeriam de recursos municipais, portanto

o reajuste se restringiria à inflação de 5% do período.

Com a pressão da greve e de vários protestos em frente ao

Centro Administrativo Municipal, foi concedido aumento sala-

rial de 8%, que corresponde a 2,8% de aumento real e 5,2% de

reposição da inflação.

Além deste aumento, 17 cargos da área administrativa foram

reestruturados e terão 8% extra de aumento, além daqueles ob-

tidos por todos os funcionários.

No final de 2011 a categoria havia obtido a aprovação de novo

Plano de Cargos e Vencimentos para demais cargos das áreas da

Saúde, Assistente Social, Atendentes de creches, Operador de

Máquinas, entre outras categorias, além da implementação do

novo Estatuto dos Servidores Públicos, no qual foram melho-

rados o adicional noturno, adicional de insalubridade, licença

especial, entre outros benefícios.

Após reunião entre representantes dos professores e o pre-

feito de Campo largo, Edson Basso (PMDB), em 29 de março, a

categoria decidiu aceitar a proposta de 17% de aumento salarial

e encerrar a greve que paralisou por dois dias as aulas na rede

pública municipal na cidade.

Segundo a presidenta do Sindicato do Magistério Municipal

de Campo largo (SMMCl), Márcia do Rocio Carloto Tottene, a

conversa foi difícil, e após muita pressão a prefeitura aumentou

sua proposta, que até então era de 15%. Participaram da nego-

ciação o prefeito, sua equipe, representantes do sindicato e um

representante de cada instituição de ensino da cidade.

Cerca de 90% dos professores compareceram à mobilização

que durou dois dias. A greve foi definida em assembleia geral da

categoria. "Resolvemos partir para a greve, pois sabíamos que a

prefeitura possuía margem orçamentária para ceder aos profes-

sores um aumento real merecido", relata Márcia Tottene.

O SMMCl realizou estudo e levantou que o percentual míni-

mo de 25% do orçamento a ser investido em educação pela pre-

feitura poderia ser ampliado para até 30%. "Tivemos três novas

indústrias instaladas na cidade nos últimos anos que em 2012

começam a recolher impostos, o que irá gerar um incremento

considerável na arrecadação municipal", diz Márcia.

Cerca de 500 professores e professoras concentraram-se na

na praça Getúlio Vargas e seguiram em caminhada silenciosa

até a prefeitura, onde ocorreram reuniões com o prefeito, pela

manhã, e com o secretário de Educação, pela tarde. Após as reu-

niões houve o retorno à praça. Os cerca de 12 mil estudantes da

rede municipal permaneceram sem aula enquanto os professo-

res realizaram assembleia e aceitaram a proposta da prefeitura.

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12 JORNAL DA NCST/PARANÁ

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção

e do Mobiliário de londrina e Região realizou o 1º de Maio da Fa-

mília Sintracom londrina em comemoração ao Dia Mundial do

Trabalho, no lago Norte, Conjunto Milton Gaveti, em londrina.

O evento contou com a presença de mais de 4 mil pessoas,

entre trabalhadores e suas famílias. No dia foram oferecidos apre-

sentações artísticas, pipoca, algodão doce, cama elástica, piscina

de bolinhas e ainda o sorteio de cinco bicicletas, cinco TVs de 32

polegadas e um carro Celta zero km.

Segundo o presidente do Sintracom londrina, Denílson Pes-

tana da Costa, o evento foi de extrema importância para o tra-

balhador, que pode aproveitar este grande dia ao lado da família

e dos colegas, se divertir e ainda participar do sorteio de brindes.

Para a realização desse evento o Sintracom londrina contou

com o apoio de importantes parceiros, como Metronorte, Nova

Central Sindical de Trabalhadores, Sinduscon Norte, Seconci,

Contricom, Fetraconspar, Sercomtel, Gabriel & Filhos, Edeme En-

genharia e RIC TV.

Em homenagem ao Dia do Trabalho, o Sindicato dos Traba-lhadores nas Indústrias da Alimentação de Paranaguá e litoral (Stia) em conjunto com a NCST/Paraná patrocinaram a 6ª Corri-da do Trabalhador do litoral.

Além deste evento, os dirigentes estivera presentes na 6ª Se-mana Municipal de Segurança e Saúde no Trabalho da Cidade de Paranaguá. A abertura da semana contou com presença do vice--prefeito da cidade e de outras autoridades parnanguaras, além de discurso do vice-presidente da NCST/Paraná, Adilson Carlos da Silva. O secretário de Trabalhadores na Indústria da Alimenta-ção da NCST, Sérgio Aparecido Marinho, também esteve presen-te aos dois eventos.

Sintracom Londrina realiza grande festa de 1º de Maio

NCST/Paraná patrocina 6ª Corrida do Trabalhador do Litoral