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Ribeirão Preto, março de 2006 - ano I - nº 6

Jornal da Vila - n06 - março de 2006

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Jornal da Vila Tibério, bairro da zona oeste de Ribeirão Preto, tiragem de 10 mil exemplares com circulação também na Vila Amélia, Jardim Santa Luzia, Jardim Antártica, e parte do Sumarezinho e do Monte Alegre

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Ribeirão Preto, março de 2006 - ano I - nº 6

Março de 2006

Informativo mensal comcirculação na Vila Tibério.

Tiragem: 5 mil [email protected]

Fones: 3610-4890

Jornalista responsável:Fernando Braga - MTb 11.575

Colaboradores: Inês Zaparolli eIúri Falleiros Braga

Impresso na Gráfica VerdadeEditora Ltda.- Rua Coronel

Camisão, 1184 - Ribeirão Preto

OPINIÃO

bom lembrar que creio ser a Vila umdos poucos bairros em Ribeirão Preto,que comportam duas feiras livres se-manais, pois também temos a de quin-ta-feira na Rua Barão de Cotegipe, queembora hoje não freqüentamos, dadonosso horário de trabalho, muito nosempolgou quando aqui chegamos –nunca tínhamos visto algo semelhante,não sabíamos o que era feira. Foi umverdadeiro espetáculo minha irmã en-trando feito furacão em casa, naquelaquinta feira – 17/5/1962, chamando praver “as coisas”, segundo ela, “tudopendurado” pelas barracas e toda apa-vorada porque “o povo ia roubar...”

E as quermesses no pátio da Igre-ja? Não dava pra perder nenhuma, ecomo era gostoso receber Correio Ele-gante. “Os meninos da Vila” ficavam“picados”, quando quem mandava eram“os meninos do Campos Elíseos”. E aía gente se sentia a mais importante... Ecomo era bom andar descalço e brincarno “barranco” onde agora é a Rodoviá-ria ou buscar frutas nas chácaras queficavam atrás do Colégio Santos Du-mont, onde hoje é o Sumarezinho, etambém brincar no córrego onde agorapassa a Av. Zerrener... Também ali per-to, no início da Rua Pará, esperávamosnos finais de tarde, o “caminhão decana”, que aliás me custaram dois den-tes, pois assim descascávamos as mes-mas... e a “coroa” fez as vezes dos den-tes quebrados, sob os cuidados do Dr.Ari – na época recém formado, (quemnão conhece o Dr. Ari - dentista???...).

Ah! Meu Deus, e os domingos emque tínhamos futebol no Estádio LuizPereira... Que Festa... a Vila se vestia

Paixão pela “Vila” (II)de vermelho, preto e branco, e se o“Chulé” vencesse a partida, os “Índi-os” ficavam em polvorosa... uma lou-cura... (quanta saudade... éramos real-mente felizes e não sabíamos).

Na Igreja da Vila eu me casei, e alitambém aconteceu o batizado de mi-nha filha Paula Roberta, que hoje gra-duada em psicologia, mora na Vila des-de os 12 anos e aprendeu comigo a cul-tivar a paixão pelo bairro e aqui esco-lheu para desenvolver parte de suasatividades profissionais. Aliás, é bomlembrar, que “a moçada” está em altaaqui na Vila, perpetuando o sobrenomedas famílias tiberenses, executando odesenvolvimento de suas profissões,como por exemplo, os Griffo (advoca-cia); os Lorenzatto (dentista) e quemnão se lembra do Chiquinho da Farmá-cia?; os Pezzutto (mercearia e telefo-nia); os Delibo (pet shop); os Apro-batto (imobiliária); os Carlucci (rufos ecalhas); os Antoniazzi (medicina); osSin (alta costura); os Capretz (lotérica);os Bernal (farmácia); e tem a loja doSerginho Lopes, que além de comerci-ante ativo com seus belíssimos calça-dos e bolsas (em couro legítimo) ali naRua Martinico Prado, é idealizador daACI do bairro.... E por aqui a memó-ria vai me falhando... mas com certe-za temos muitos outros “filhos da Vila”,ocupando este nosso maravilhoso es-paço e “arrebentando” no mercado...

E aí pessoal, a história nós conti-nuamos no próximo número do “Jor-nal da Vila”. Aguarde-nos. Até lá.

* Moradora da rua 21 de Abril

Maria Cleuza Garcia Naldi

E aí pessoal, continuando nossahistória ....

... E em frente a pracinha Coraçãode Maria, foi inaugurado, talvez em1965, o Cine Vitória, que não conse-guiu roubar o fiel público do Cine Mar-rocos. Aliás, foi na pracinha da Vila queeu, assim como muitas de minhas ami-gas, tivemos nossos primeiros namo-rados, “aqueles” de “só segurar namão”, mas que sem dúvida deixaramsaudades... e lembranças... Tínhamosuma turminha muito boa que ali sem-pre se reunia para jogar conversa foraou para comer doces na Padaria doCrispim , e a pipoca do carrinho queficava na esquina em frente da igreja,não podia faltar. E a Missa das Noveaos domingos... que festança quando“os meninos” iam pra lá assistir a saí-da. Não vou citar nomes, para não cor-rer risco de esquecer nenhum, mas to-dos estão aqui, bem vivos na minhamemória e no meu coração. Com al-guns mantemos amizade e contato atéhoje, outros esporadicamente “cruza-mos” pelas ruas ou pela feira da Rua 2de Julho aos domingos. Outros, sabe-mos que mudaram-se para outras cida-des, e outros, infelizmente já falece-ram....

E falando em feira, ali sempre en-contro muitas amigas de minha mãe – eaí então a saudade aperta... e muitasvezes, quando a conversa se desenrola,fica difícil “disfarçar” uma lágrima es-condida no canto do olho. E ainda é

Nesta edição sai a continuação do artigo da leitora Cleuza Naldi. Na página 6, publicamos uma jóia rara,a letra e a partitura da música de carnaval Porteira da Mogiana, fornecida pelo ex-radialista Wilson Gasparini.Na página 7, outra colaboração, enviada por e-mail pelo jornalista Róbinson Gambôa: uma matéria com Itamar,

lateral do Botafogo nos anos 40 e 50. Também na página 7, artigo de Carlos Madurro,farmacêutico da Vila Tibério. Estamos satisfeitos com as colaborações recebidas

Menino da Vila TibérioMinhas primeiras lembranças da

Vila Tibério começam na Travessa Lau-reano, quando, sentado na mureta decasa, conversava com minha prima Cé-lia enquanto descascava uma mexerica.Morávamos em frente à casa da TiaCida que cultivava um canteiro de mo-rangos no seu jardim.

Depois mudamos para a Luiz daCunha, quase esquina com a EpitácioPessoa, em uma casa que possuía umaparreira nos fundos. Era 1958, ano daCopa na Suécia e do acidente trágico quelevou meu pai. Aí mudamos para a casade minha avó Maria, onde posterior-mente foi construído o Cine Marrocose atualmente é uma agência da Caixa Fe-deral. Tinha um grande quintal. Muda-mos novamente, desta vez para a Ro-drigues Alves, quase em frente ao Batuí-ra.

Aí minha mãe, a Dirce Cabeleirei-ra, que já atendia algumas freguesas, re-solveu abrir um salão e alugou uma ca-sinha na Luiz da Cunha, em frente ondehoje fica a Regional Materiais Elétri-cos, para onde mudamos.

Lembro-me do susto ao começaros estudos no Sinhá Junqueira. Nãoqueria deixar de brincar com os colegaspara ir à escola, com horário para en-trar e sair. Seu Egídio Tamburus riamuito, da barbearia, quando minha mãepassava me “arrastando”.

Depois descobri que não podia en-trar sem uniforme e passei a umedecera roupa um pouco antes do horário.Até minha mãe descobrir o truque.

O Cine Marrocos, na esquina decasa, lotava nos finais de semana e aspessoas, na fila que se formava, senta-vam na soleira do salão da dona Dirce.Enchi um balde com água e despejei do

lado de dentro encharcando quem esta-va sentado do outro lado. Pulei o muroe fiquei na fábrica de ladrilhos do Pera-cini até a última pessoa secar as roupasnos secadores do salão de beleza.

Lembro-me do Cunhá Capretz,grande amigo, da oficina de sapatos doseu pai na esquina e da sopa que suamãe, dona Lili, fazia todo final de tardee ela gentilmente fazia questão que euparticipasse.

Na Copa de 62, as rádios transmi-tiam os jogos e a cidade não parava. Anão ser nas praças, onde havia algumalto falante, tudo corria normalmente.Na TV, os jogos passavam no dia se-guinte. Como ainda não existia video-tape, os jogos eram filmados e trazidosde avião. Quem tinha televisor recebiaos vizinhos para uma grande festa, compipoca, refrigerante e cerveja, para as-sistir com a mesma emoção de um jogoao vivo.

Uma passagem que ficou gravadafoi quando o Brasil fez um gol e todos,no ônibus da Cometa durante o trajetopara a Vila Tibério, pulavam e grita-vam. Mesmo os adultos.

Na Vila quebrei um braço, caí deuma árvore e furei a barriga, tive cortese escoriações diversas.

E um amor platônico que nuncative coragem de declarar.

Aqui termino com o final do livroO Menino Maluquinho, do Ziraldo,que é muito legal:

E aí, o tempo passou. E, como todomundo, o menino maluquinho cresceu.

E foi aí que todo mundo descobriuque ele não tinha sido um menino ma-luquinho. Ele tinha sido um menino fe-liz!

Fernando Braga

Março de 2006 CIDADE

Personalidades de Ribeirão Preto comentam proposta para área da Antarctica

A proposta do Jornal da Vila, resumidamente, sugere a desapropriação ou parceria da área da Antarctica.Poderiam ser construídos centros comerciais. O local poderia abrigar um parque fechado. Possibilitaria aabertura da rua Joaquim Nabuco, ligando-a com a rua Mariana Junqueira, onde já existe uma ponte sobre oribeirão, e a rua Padre Feijó com a avenida Fábio Barreto. Poderiam ser preservados alguns elementos arqui-tetônicos originais com valor histórico, para abrigar, com as devidas adequações, secretarias que não possu-em sede própria. Outra opção seria fazer um convênio com o Sesc. O ribeirão Preto poderia ser devolvido aoseu leito original, cortando a área e tirando a junção dos rios em ângulo reto, diminuindo o impacto das cheias.

É uma pena ver toda aquelaárea, que teve uma história, de-sativada, sem nenhum proveito.Falta vontade política. Faltaempenho do poder público. Alipoderiam ser preservados al-guns prédios em função da im-portância histórica. O modernopode conviver com o antigo.

Nanci Approbatoda Nancy Imóveis

A Vila Tibérioprecisa da revi-talização daárea próximaao Centro. Aprimeira idéiaseria o poderpúblico trazeras secretariaspara cá. Mas o exemplo de Arara-quara, onde a fábrica das meiasLupo ficou abandonada por mui-to tempo degradando toda a re-gião, vale ser lembrado. Lá foiconstruído um shopping center,preservando as construções histó-ricas, e toda a área foi revitalizada.Antes as pessoas brincavam, di-zendo que o prédio abandonado,que parecia um castelo, era habi-tado pelo Conde Drácula. Hoje to-dos têm orgulho.Isso cabe às autoridades compe-tentes, da Prefeitura e da ACI.

Sérgio Flávio Lopesda Sapataria Out Let

A Prefeitura poderia dar um incen-tivo para que um grupo de empre-sários (locais de preferência) rea-tivassem a cervejaria. Uma segun-da opção seria a utilização daárea como centro administrativo,com todas as secretarias. A tercei-ra opção seria a construção de umshopping center. De qualquer ma-neira, alguma coisa precisa serfeita.

João Mário Olaia Paschoalda Disk Produtos de Limpeza

São muitas op-ções para estaárea. Qual-quer uma quenão seja ficarcomo está. Po-deria abrigaro Paço Muni-

cipal, concentrar todas as repar-tições da Prefeitura, postos ban-cários, mini fórum, poupatempo,cartórios, praça de alimentação,centro de exposições, feira de even-tos, além de salas comerciais e es-critórios diversos.

Francisco Carlos Oliveirada Alfa Beta Papelaria

Na Faculdade chegamos a fazeralguns estudos sobre RibeirãoPreto e simulamos um shoppingcenter na área da Antarctica.Seria a união do contemporâ-neo com o pré-existente, além deser um super mote para a revita-lização de toda aquela área cen-tral. A gente apostava que seriamenos complicado do que sepensa.

José Roberto FerreiraArquiteto

O Jornal da Vila aguarda umposicionamento da Kaiser, deAraraquara, que promete vir apúblico na próxima edição eda Prefeitura Municipal de

Ribeirão Preto, quantoà área da Antarctica.

Março de 2006GENTE / ARTE

As esculturas de Vaccariniestão esquecidas no Parque

Seja visto em toda Vila Tibério. Anuncie no Jornal da Vila. 3610-4890

Prisco Prates, umcronista da cidade

Prisco da Cruz Prates nasceu emCaculé, na Bahia, em1889 e veio com amãe, dona Marcelina e os irmãos Agneloe Maria, no ano de 1895, para Pitan-gueiras onde cursou os primeiros trêsanos do primário em escola isolada.

Veio para Ribeirão em 1912, traba-lhando com o major Otílio Dias. Em1924 montou uma das primeiras casade bilhar da cidade, no começo da Du-que de Caxias, que funcionou até 1939.Depois foi representante de uma com-panhia de papéis e artes gráficas.

Casou em 1922 com dona AdelinaSilva Prates com quem teve três filhos:Priscila, Aluízio e Elmira. Depois, coma união com Maria Cerri, teve o filhoPrisco Prates Filho.

Mudou para a Vila Tibério no iní-cio dos anos 60 onde morreu em 1990,com 100 anos de idade.

Autodidata, foi um cronista da ci-dade e publicou quatro livros:

Ribeirão Preto de Outrora - comquatro edições, sendo a primeira em1956 - relata fatos curiosos como a dolouco que desejou parar o sol, dos in-quilinos da necrópole, da visita da fa-mília imperial, do primeiro avião noscéus de Ribeirão Preto, da cena defarwest em plena General Osório, do

caso do diamante fatídico em RibeirãoPreto, do Dioguinho, do tarado “ArrozDoce”, e muitas outras histórias.

Vigílias - um livro de poesias pu-blicado em 1965.

Relembrando o Passado - comduas edições, sendo a primeira em 1976,onde também narra histórias de Ribei-rão Preto.

Ribeirão Preto e seus homensprogressistas - também com duas edi-ções, a primeira de 1981. Neste livro,Prisco Prates conta a história de pes-soas e famílias que deixaram o nomemarcado em Ribeirão Preto.

Ao contrário de Altinópolis, que tem naPraça das Esculturas um ponto turístico de in-teresse nacional, Ribeirão Preto trata com des-dém o conjunto escultural de Bassano Vacca-rini no Parque Maurílio Biagi. Os problemasvão desde a quebra de detalhes da obra comodedos e pés até pichações. As luminárias queforam instaladas para realçar os painéis estãototalmente destruídas. O que poderia ser umsímbolo da Vila Tibério e de toda a cidade, estádesvalorizado e entregue à própria sorte. Umaobra grandiosa, que pode ser perdida por de-terioração, deleixo e esquecimento.

Obra no Jardim das Esculturas,em Altinópolis

Obras de VaccariniAs obras mais conhecidas de

Vaccarini estão em Altinópolis. São20 painéis, 18 em locais públicos,como a Praça do Trabalhador, Jar-dim das Esculturas, Praça do Encon-tro (ou da Conversa), Prefeitura eCasa da Cultura. Em Ribeirão, alémdos grupos instalados no parque eco-lógico, Vaccarini deixou sua marca naUSP, na Unaerp, na Mater e na re-cepção do Black Stream Hotel. Temainda obras espalhadas por cidadesda região como Morro Agudo, Ser-tãozinho e Batatais.

Bassano Vaccarini é um artista de pro-jeção nacional e um dos mais importantesda história da região de Ribeirão Preto.

Nasceu em 1914, na Itália, e veio parao Brasil depois da 2ª Grande Guerra. Che-gou a Ribeirão Preto em 1956, a convite doentão prefeito Costábile Romano, para osfestejos do centenário da cidade. Vaccari-ni veio e ficou, abrindo mão de lecionar naFaculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em São Paulo.

Deixou um acervo notável de obras em Ribeirão Preto e emAltinópolis. Foi pintor, escultor e cenógrafo. Morreu em 2002, aos88 anos, em Ribeirão Preto e foi enterrado em Altinópolis.

Quem foi Bassano Vaccarini

Esculturas de Vaccarini no Parque Maurílio Biagi

Março de 2006 HISTÓRIA

Tupy, o guerreiro da VilaA história do maiortime amador de Ribei-rão Preto começou

em 1953 em um bar naBarão de Cotegipe es-

quina com a Martinico Prado. Umgrupo de amigos, entre eles o Darci,filho do “seu” Amadeu, dono dolocal, os irmãos Milton e AntônioDourado, o Vanderley Beloube, oNelson Parreira (Kengo), o Ernesto(Saci), o Santo e outros, resolveumontar um time, que já nasceu como nome de guerra, Tupy.

No dia 6 de novembro de 1956foi fundado oficialmente, passan-do a participar dos campeonatos daLiga Ribeirãopretana de Futebol etinha sua sede na Luiz da Cunhacom a Conselheiro Saraiva.

Ao longo de sua história tevecentenas de jogadores e dirigentesque hoje, muitos deles, são empre-sários e profissionais liberais bemsucedidos.

Para o taxista Santo Uzuelli, queparticipou desde o início como jo-gador e depois foi campeão comotreinador, em 1961, a garra era a prin-cipal característica da equipe.

Alberto Gabriel, o Cabral, quefoi campeão por três vezes com oTupy, uma como jogador e duascomo técnico, e teve uma passa-gem pelo futebol profissional, o es-pírito de equipe, em que os compa-nheiros viviam como se participas-sem de uma grande família, era ogrande diferencial do time.

Em 2000, o Tupy teve sua últi-ma participação na Liga Desportivade Ribeirão Preto. Continua filiado,embora inativo. Os “Guerreiros daVila” brilharam por quase 50 anos.

Santo Uzuelli:orgulho de ter

participadodesde o começo

Alberto Gabriel, o Cabral:o Tupy era uma família

Time campeão de 1961: em pé, “seu” Dedé, Edson, Geraldo Micas, Salvador, Hélio, Nardo, Juarez, Mascote,Zequerto, Gilberto Nanim, não identificado, Cido Filipini, Tony e Douglas (goleiros) e Santo. Agachados:Tim, Pepe, Egydio, Henrique, Zé Geraldo, Xote, não identificado, Cotó, Darcy Uzuelli, Miltinho e Bastião

Orlando Jurca dá ochute inicial em partidacomemorativa do títulode 1961. Detalhe: entreo “seu” Dedé e Santo,o pequeno Macaléjá vivia intensamenteo futebol

No time de 87: Cabral, oatual vereador Capela,

Renê, o goleiro Santino,hoje presidente do Comer-

cial, Antônio Carlos eFernando. Binzé, Abdo,

Toninho Nariz e Cauchick

Time do começo dos anos 80, com a presença de Ditinho,ex-lateral do Botafogo

Presidentes do Tupy Futebol Clube de 1956 até 2002:João Marques Sobrinho, Durval Magnani, Carlos Approba-to, João Olaia Paschoal, Demétrio Macedo Salomão, Reinal-do Scarparo, Airton Costa, José Carlos Scarpini, Paulo Ha-milton da Silva, José Luiz dos Reis, Antônio Carlos CapelaNovas, Vanderci Fernandes, José Cauchick Sobrinho, Alber-to Gabriel (Cabral) e Paulo César Regula.Assinaram a Ata de Fundação: Irineu Toniolli, AroldoGriffo, João Marques Sobrinho, Carlos Approbato, Demé-trio Salomão, Darly Tiraboschi, Reinaldo Scarparo, HélioBordini, Guido Brandani, Olímpio Rossi e José Velloni.Objetivo: a formação de uma entidade esportiva, com sedena Vila Tibério, para difundir a prática do esporte em Ribei-rão Preto.

Atenção:Se você tem fotos

ou informações sobre oTupy, mande um e-mail para

[email protected] vamos publicar em

edições futuras

Março de 2006GENTE

CasalFabianiJosé Fabiani traba-

lhou na Cerâmica SãoLuiz de 1954 até 1990. Seaposentou como meta-lúrgico.

Sempre morou na VilaTibério e com 15 anos já traba-lhava como ajudante no Bar doPitiguara.

José, que é irmão do radialis-ta PG (Pedro Gilberto) Fabiani,lembra que seu pai, Vicente, foiprofessor de violino e queria queele estudasse o instrumento, masJosé gostava mesmo é de saxo-fone e acabou não estudando

música porque não tinha dinhei-ro para comprar um sax.

Casado com dona MarisaNetto Fabiani, cujo matrimôniovai completar 40 anos agora emmaio, eles lamentam a perda dofilho único Flávio, que trabalha-va no Banco Itaú. O único neto,Pedro Henrique, com 4 anos, é aalegria dos avós.

Bruce fotografa os bons momentosSouza que morreu em um aciden-te no início do ano.

Bruce Wallace Stocco, 43anos, quase 30 de profissão, estána Martinico Prado há 14 anosfazendo foto social, empresariale jornalística. Foi o primeiro fotó-grafo a implantar o sistema digi-tal no bairro.

Casado, pai de 2 filhos, elelamenta a perda do parceiro naempresa: Cássio Fernando de

Homero, barbeiro tradicional da VilaHomero Romão Mello, 72

anos, trabalha desde os 14anos e está na tradicionalMello Barbearia, na Rodri-gues Alves há mais de 40anos.

Sua filha Marli tem um sa-lão de cabeleireiros na casaao lado mas já está de mudan-ça para um salão mais amplo,na mesma rua.

Mesmo com a derrota, ter chegadona final colocou aquele time do Botafo-go na história. No mesmo ano em que oBrasil chorava a derrota para o Uruguaina final da Copa do Mundo.

A equipe de 51 serviu como basepara a montagem do time de 56, final-mente campeão da segunda divisão, atéhoje o principal título da história doclube.

Em 1955, Itamar foi alçar vôosmaiores, e aceitou o convite para jogarna Ferroviária que buscava montar umsupertime, visando chegar à primeiradivisão do campeonato Paulista. Aolado de craques como Fia, Tiana,Ferrazoli, Dirceu, Pixo, Paulinho, Car-doso, Gomes, Bazani e Boquita, Ita-mar fez parte do esquadrão campeãoda segundona, ajudando a levar a Fer-roviária pela primeira vez à elite do fu-tebol paulista.

Itamar até hoje é lembrado nas ro-das da velha guarda em Araraquaracomo ídolo. Em Batatais, um restau-rante estampa nas paredes um pôstercom a foto do inesquecível time de1946, liderado por Itamar. Ele tambémjogou no ADA, de Araraquara, e noBebedouro. Em 1957, mesmo ano emque Pelé surgia para o mundo como o

Por Róbinson Gambôa *

Se houve um tempo em que ho-mens praticavam futebol por amor aoclube e à sua cidade, isso já foi esqueci-do, e hoje é visto pelas novas geraçõesapenas na várzea, nos esgotados cam-peonatos amadores que sobrevivementre atletas de fim de semana. Em Ri-beirão Preto, são poucos os remanes-centes dessa época de ouro.Uma dessas testemunhas foitambém personagem principalna história do Botafogo, este-ve em campo defendendo ascores do Pantera logo após ofinal da Segunda Guerra, e es-tava lá, vestindo a camisa 6,quando nasceu para o mundo em 1949o Campeonato Paulista, consideradohoje o terceiro maior e melhor da Amé-rica Latina.

Benedito Itamar Luiz, o Itamar, la-teral esquerdo do Batatais, Botafogo eda Ferroviária de Araraquara nos anos40 e 50, completou 80 anos no dia 27de janeiro.

Itamar começou como profissionalno Batatais, aos 19 anos, em 1945.Quatro anos depois retornou a Ribei-rão, cidade onde nasceu, para atuar noBotafogo, time do coração, pelo qualtorcia quando era menino nas ruas daVila Tibério. Filho mais velho do chefede trem Pedro Luiz, Itamar ajudou acriar nove irmãos, nos 12 anos em queviveu do futebol.

Itamar foi titular do grande time de51, campeão da Zona Leste, até hojeconsiderado um dos principais títulosda história do tricolor em Ribeirão. Umano antes, em 50, o Botafogo com Ita-mar chegou à final da segunda divisão,contra o Radium, de Mococa. Depoisde vencer em Ribeirão Preto, o Botafo-go foi derrotado na casa do adversário.A terceira e decisiva partida foi dispu-tada no Pacaembu, às 9h da manhã. ORadium venceu e conquistou a únicavaga para a primeira divisão, de ondefoi rebaixado no ano seguinte para nun-ca mais retornar.

Itamar, lateral do Botafogo nos anos40 e 50, completou 80 anos em janeiro

primeiro rei do futebol, Itamar abrevia-va sua carreira profissional por proble-mas no joelho. Mas manteve-se emcampo por mais alguns anos, defenden-do equipes amadoras e passando seusconhecimentos aos mais jovens. Noinício dos anos 60, chegou a jogar comNilton Santos no Araguaia, no MatoGrosso. Depois disso, atuou como téc-nico, inclusive com uma vitoriosa pas-sagem pelo Vila Nova, de Goiás, querecém alcançava a primeira divisão da-quele Estado. Nos anos 90, já com 60anos, resolveu voltar a estudar e con-cluiu a faculdade de Pedagogia, na cida-de de Pereira Barreto/SP.

No Botafogo, Itamar jogou comRafael, Diógenes, Alcides, Carolo,Romeu, Ladeira, Américo, Piromba etantos outros. Foi campeão em 51 comRobertinho, Ismar, Quelé, Xixico,Ditinho, Fonseca, Cabelo, Leonardo,Dorival e Wilson.

Nem todos sobreviveram à viradado século para contar essas histórias.Itamar hoje reside em Alto Araguaia,no Mato Grosso. Uma de suas únicasduas filhas, também pedagoga, vive emRibeirão Preto, na mesma Vila Tibérioque o viu nascer e crescer, assim comoquatro de seus irmãos. Ele virá em bre-ve a Ribeirão Preto para festejar seus80 anos com amigos e familiares.

Hoje, o seu legado é motivo de or-gulho, memória viva de uma época emque o futebol era feito por paixão, como mérito do artista responsável pelaalegria de uma platéia que acompanha-va o mundo sair de uma guerra e conhe-cer, a partir dali, o fantástico futebolbrasileiro.

* jornalista, gaúcho, radicado emRibeirão Preto. Formado pela

Unisinos (RS), atuou em jornais comoNH, em Novo Hamburgo, Correio de

Gravataí e A Notícia, de Joinville.Também trabalhou nas rádiosEldorado, em Florianópolis, eMetrópole, em Gravataí (RS).

Desde dezembro, reside na Vila Tibério,na Rua Conselheiro Dantas, 1167.

Itamar, hoje no destaque e nofantástico time de 1951

Março de 2006 CURIOSIDADES

Camomila e Bem-me-Quer - Fone:(16) 3630-3598 - Rua Martinico Prado, 1.181

Cansaço nas pernas, sensa-ção de peso, de formigamento,dor e câimbras noturnas. Essessão os sintomas das pessoasque possuem a síndrome vari-cosa clássica, um mal que atin-ge tanto as pessoas idosasquanto aos jovens que traba-lham em pé e são sedentários.

Com a pesquisa fitoterápicade vários laboratórios, desco-briu-se que a associação deCastanha da Índia e Rutina pro-duz um alívio nesses sintomas.

Esses dois fitoterápicos pro-movem o aumento da constri-ção venosa, aumentando o flu-xo de sangue nas veias e vasoslinfáticos melhorando o retor-no venoso. Reduzem a permea-bilidade dos vasos capilaresinibindo o extravasamento delíquidos dos vasos para os te-cidos (inchaço). Possuem açãoantioxidante e protetora de le-sões celulares por falta de oxi-gênio. Reduzem a fragilidadedos vasos capilares e possuemação antiinflamatória, além deestimularem a passagem de nu-trientes dos vasos sangüíneospara os tecidos.

A Rutina e a Castanha daÍndia constituem recurso tera-pêutico coadjuvante no trata-mento da celulite.

Não devem ser utilizadas

Fitoterapia:Castanha da Índia + Rutina

por pessoas com sensibilidadeà Castanha da Índia e à Rutina,por pessoas com insuficiênciarenal ou hepática, gastrite, úl-cera estomacal. Crianças, mu-lheres grávidas ou amamentan-do não devem fazer uso. Não éindicado para pessoas que to-mam anticoagulantes (Mare-van, Coumadin), coagulantes eácido acetil salicílico (Aspirina,AAS, Doril, Melhoral).

Lembre-se: não tome medi-camentos sem o conhecimentodo seu médico, mesmo sendofitoterápicos. Eles podem pre-judicar sua saúde.

Carlos Henrique Madurro Farmacêutico-Bioquímico

Dúvidas sobre medicamentos e manipulações podemser esclarecidas nas seguintes farmácias da Vila Tibério:

Ética - Fone: (16) 3610-6501Rua Luiz da Cunha, 839

Flor & Erva - Fone: (16) 3636-8623Av. do Café, 375

Doce Vida - Fone: (16) 3625-8172Rua Bartolomeu de Gusmão, 763

Pharmacos - Fone: (16) 3625-5371Rua Conselheiro Dantas, 1.087

Castanha da Índia

No ínicio dos anos 60, aindaépoca áurea do rádio, uma músicada carnaval sacudiu a cidade tra-tando de um problema daqui, daVila Tibério. Tínhamos a informa-ção de que a música seria de Wil-son Gasparini (foto de 1969), quefoi apresentador da PRA7, vereador emRibeirão (1969/1973) e hoje com 72anos, reside em São Paulo.

Na verdade os autores são os radi-alistas, já falecidos, Luiz Afonso Xaviere Silvério Neto. A música tem uma his-tória interessante, conforme WilsonGasparini relata em carta enviada aoJornal da Vila após contato feito pelojornalista Carlos Alberto Nonino. Re-produzimos sua carta na íntegra, inclu-sive com a partitura da música:

“Caro Braga, soube através de tele-fonema do Nonino que você está empe-nhado em contar fatos e histórias da nos-sa querida Vila Tibério no seu jornal.

Ele me solicitou a letra da música“Porteira da Mogiana” que acreditavaser minha, provavelmente porque eufiz muitas músicas naquela época deouro da “Nova PRA-7”.

Gostaria de ter sido o autor, tantopela sua graça e singeleza de constru-ção quanto pela importância que veio ater na transformação urbanística da VilaTibério.

Não raras vezes as pessoas eramobrigadas a esperar de quinze a trintaminutos para sair ou entrar no bairrodevido à “Porteira” fechada para ma-nobras e cargas dos trens.

A passagem pelo subsolo era im-praticável devido à presença de margi-nais que ali pernoitavam e deixavamdejetos. Especialmente inconvenientepara crianças e mulheres.

A HISTÓRIAEra a época de ouro da “Nova PRA -7”.

Ela ditava os hábitos, os modismos e acultura da cidade e da região.

Eu e o Silvério Neto repassávamosalguns itens do programa “Boa Tarde àMulher”, produzido por ele e apresen-tado por mim, quando chegou atrasadopara o ensaio o Luiz Afonso Xavier,que iria cantar. Justificou-se por ter fi-cado preso pela “Porteira”, do lado daVila Tibério. Ele voltava da casa da na-morada Neuza, minha amiga e vizinhana rua Gonçalves Dias.

O Silvério que vinha cobrando doXavier uma música para o Carnavaldaquele ano (todos os cantores já ti-nham) teve então a idéia. O diálogo foimais ou menos o seguinte:

- Tá aí... Faça uma música usandocomo tema a “Porteira”.

- Mas isto é uma “chatice”. Todomundo odeia a “Porteira”.

- Pois é isso: faça a crítica. Penseem tudo que ela atrapalha... além doseu namoro...

A Porteira foi tema de carnaval

Xavier deu “tratos à bola”. Até ofinal do Programa ficou pensando noassunto. Lembrou-se do riso alegre dabela namorada (com quem se casou),de como ela gostava de dançar e eraligada ao Carnaval.

Acabado o Programa, juntou-se aoSilvério, que por sinal era filho de fer-roviário da Mogiana, e combinandoidéias e detalhes fizeram ainda naque-la noite a letra e a melodia da:

PORTEIRA DA MOGIANAAbre a pétala da rosaNa roseiraAbre o comércioNos seis dias da semanaAbre o sorrisoDa “morena faceira”Só o que não abreÉ a Porteira da Mogiana

PorteiraTu és um caso sérioMe prendes a “morena”Em Vila TibérioDeste jeitoNão está legalFicar sem a “morena”No meu Carnaval

Foi a música mais cantada de Ri-beirão Preto e região, tamanha era a“bronca” que o povo tinha daquela“Porteira” que tanto prejudicava a ci-dade e especialmente a Vila.

O sucesso foi tão grande que moti-vou o povo a começar a luta para aretirada da estação do centro da cidade,o que mais tarde aconteceu, por inicia-tiva do novo prefeito Welson Gaspari-ni, que negociou com a CompanhiaMogiana a troca de terrenos. Com istoa Vila Tibério ganhou nova vida, enri-quecendo a beleza urbanística do cen-tro da cidade.

O Nonino deve ter explicado a vocêo que aconteceu, já que minha filhamandou para e-mail equivocado. Poristo envio novamente a matéria, acres-centando a melodia, que, “puxando pelamemória”, tentei reproduzir.

Espero também ter o prazer deconhecê-lo oportunamente, pelas boasreferências do Nonino a seu respeito.

Um abraço,Wilson

S.Paulo, 23/2/2006”

Março de 2006

Se essa rua fosse minha...Rodrigues Alves

ESPECIAL

Rodrigues Alves – a Rua

Francisco de Paula Rodri-gues Alves nasceu na cidade deGuaratinguetá - SP, em 7 de ju-lho de 1848. Fez advocacia.Cumpriu dois mandatos comodeputado provincial, um comodeputado geral e foi presidenteda província de São Paulo e de-pois conselheiro do Império.

Na República, foi deputado geralpelo Partido Conservador e deputadoà Assembléia Nacional Constituinte.Foi ministro da Fazenda nos governosdos presidentes Floriano Peixoto e Pru-dente de Morais. Tornou-se senadorpelo Partido Republicano Paulista. Pormeio de eleição direta, assumiu a presi-dência da República em 15 de novem-bro de 1902. Após o período presiden-cial, governou novamente o estado deSão Paulo. Eleito, pela segunda vez,presidente da República em 1918, nãotomou posse por motivo de saúde. Fa-leceu no Rio de janeiro, em 16 de janei-ro de 1919.

Durante seu mandato presidencialcentrou suas atenções no programa deremodelação urbana e de saneamentodo Rio de Janeiro e nomeou o enge-

nheiro Pereira Passos como pre-feito da cidade, com plenos po-deres para a implementação dasreformas de modernização. Oporto foi ampliado, os antigosquarteirões com seus cortiçosforam demolidos e os morado-res transferidos para a perife-ria, abrindo espaço para o alar-

gamento de ruas e a construção de no-vas avenidas, entre elas a avenida Cen-tral, atual avenida Rio Branco. A mo-dernização da cidade também compre-endeu a regulamentação de novas pos-turas públicas, como a proibição do co-mércio ambulante, da venda de bilhetesde loterias pelas ruas e no interior dosbondes, dos fogos de artifício, dos ba-lões e das fogueiras.

O cientista e médico Osvaldo Cruzfoi nomeado diretor-geral de Saúde Pú-blica implementando o combate às epi-demias como a peste bubônica e a febreamarela. Em 1904, a obrigatoriedade devacinação contra a varíola levou a po-pulação carioca ao protesto nas ruas,no dia 10 de fevereiro, movimento queficou conhecido como a Revolta da Va-cina.

Batuíra: 75 anos no coração da Vila Tibério

A rua Rodrigues Alves começana rotatória Amin Calil e termina naVia do Café. Na primeira quadra,moravam os Crispim, dona Aninhae os filhos Geraldinho, Carlos,Naninho, Zeca (pai do Zé Mário) eTatinha, ambos jogaram pelo Tupy.Tinham uma padaria onde hoje é oHotel Plaza. Depois morava a famí-lia dos sr. Valentim Rolando, cujofilho, Edgar, se formou em Medici-na. Onde é a Nossa Caixa era a pa-daria que pertenceu à família deCostábile Romano e que posterior-mente foi adquirida por AltinoRivoiro. Na esquina com a Martini-co Prado as Confecções Pedro, doPedrinho Antoniazzi, marcaramépoca. Ele começou como alfaiate

Um grupo de pessoas se reunia, semanalmente, na resi-dência do casal Antônio José Martins (seu Tonico) e Amé-rica Gonçalves Martins (dona Pequena), em sessão mediú-nica, formando o grupo “Corrente Batuíra”. Um Espírito,Geraldo Ramos da Silva, estimulou-os a criar um centroespírita. No dia 12 de julho de 1930 fundaram o CentroEspírita Batuíra e a diretoria da nova sociedade ficou assimconstituída: presidente: Antônio José Martins; vice-presi-dente: Antônio Garrido; 1º secretário: José Justino Carlosda Silva; 2º secretário: José Augusto Nobre; tesoureiro: Jo-aquim Gomes Sette; 1º orador: José Corrêa Gomes; 2º ora-dor: Adriano Garrido; 1º procurador: João Evangelista Go-mes; 2º procurador: Frederico Acretelli; 3º procurador: Fran-cisco Ferraz; bibliotecário: Josias Ferraz; zeladora: JulietaSilva Espírito Santo, Eloyna Ferraz e Maria Gomes.

Sua sede inicial foi na rua Martinico Prado, nº 3. Em1944 transferiu-se para sua sede própria na rua RodriguesAlves, 588. Segundo dona Leda de Almeida Rezende Eb-ner, diretora de escola aposentada e ex-presidente do Cen-tro, o sr. João Batista Ferreira, das Casas das Casimiras,ofereceu um empréstimo para a compra do terreno e cons-trução do edifício, com reembolso, sem juros, na medidadas possibilidades do Batuíra.

Em 1985 foi montada a Gráfica Espírita Batuíra, commáquinas cedidas por uma editora de Araras. Com o tempoa gráfica ficou obsoleta e as máquinas foram vendidas. Em1991 foi criada a Livraria Espírita Batuíra, com sua rendadestinada para a divulgação da doutrina. Em 2004 foi criadaa Bele, Batuíra Editora e Livraria Espírita, sendo a única nogênero na cidade.

Hoje o Centro conta com diversos departamentos comoo assistencial espírita, que distribui roupas, agasalhos e ces-tas básicas à famílias cadastradas, assistência à gestante, comorientações sobre cuidados com o bebê, com a higiene e aindaajudando no enxovalzinho; o de atendimento fraterno, dandoassistência espiritual; o de evangelização infantil; a mocidadeespírita; divulgação; promoções; além de coral (adulto einfanto/juvenil).

Sua diretoria atual tem a seguinte constituição: presi-dente: Leda Marques Bighetti; vice-presidente: Callil JoãoFilho, 1º secretário: Jaime Gilberto Rosa; 2ª secretária: Te-reza Cristina D’Alessandro; 1º tesoureiro: Júlio César Pa-locci Teixeira e 2º tesoureiro: Eduardo Pereira Júnior.

O Centro Espírita Batuíra funciona de 2ª a 6ª das 15 às16hs, de 2ª a 5ª das 17h30 às 21h, aos sábados das 7h30 às9h30 e aos domingos das 8 às 9h30. Está aberto à participa-ção de todos.

Antônio Gonçalves da Silva, “Batuí-ra”, nasceu em Portugal em 1839. Aos11 anos veio para o Brasil. Inicialmentemorou no Rio de Janeiro e Campinas,depois fixou residência em São Paulo,onde ele entregava jornais de casa em casa. Semprecorrendo, as pessoas o apelidaram de “Batuíra”(nome de uma ave pernalta que vivia no brejo).

Despertado pela Doutrina Espírita, praticava acaridade, consolava os aflitos, tratava os doentescom a homeopatia e difundia os princípios espíri-tas. Fundou o jornal “Verdade e Luz”, em 25 demaio de 1890, que chegou a ter tiragem de cinco milexemplares. Abriu mão de seus bens em favor dosnecessitados.

Quem foi Batuíra

e com a loja, vinha gente de toda acidade. A família de Olinto Rotta, ado sr. Aurélio Caldo, o Vitorazzi, queconserta televisores há muitosanos. O Centro Espítrita Batuíra,que tem sua sede há mais de 50anos na Rodrigues Alves.

O barbeiro Homero Melo traba-lha há mais de 40 anos na rua queainda tinha os postes no leito car-roçável quando começou. Sua fi-lha, Marli tem um salão de cabelei-reira logo acima.

Além do Paschoalim, o finadoSerrano, eletricista. Morou tambémna Rodrigues Alves, Gregório, ge-rente de A Modelar e o gráfico efun-cionário dos Correios Sebas-tião Bastos.

Sede do Centro EspíritaBatuíra e da únicaeditora espírita deRibeirão Preto

A atual presidente,a escritora Leda

Marques Bighetti

Dona Leda de AlmeidaRezende Ebner, simpatialucidez e jovialidade aos 77anos. Tem orgulho das atas,feitas inicialmente pelo seu paie depois por ela mesma,com precisão histórica ecaligrafia impecável.

“A proposta Espírita é toda centrada no desen-volvimento moral do homem, no sentido de que eletraz em si a potencialidade divina, germe este queserá desenvolvido pelo trabalho pessoal e esta re-novação moral é que, no somatório dos indivíduos,levará a humanidade a um mundo de amor e pazque todos desejamos”.

Leda Marques Bighetti