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Órgão Oficial das Juntas de Missões Mundiais e Nacionais da Convenção Batista Brasileira M ISSÕES JORNAL DE PEPE chega a Nicarágua, Ruanda e Haiti Pág. 15 Pág. 15 Executivo da JMM participa de cerimônia da pedra fundamental de templo Nova igreja em Mbour Brasil Mundo Pág. 12 Mobilização Missionária Missionárias completam 4 anos no Norte da África O ano de 2010 foi muito proveitoso para aqueles que desejavam seguir aos campos mis- sionários mundiais como voluntários. Diversas caravanas, apoiadas pela JMM, seguiram para países da África e do Oriente Médio, além do Haiti, que sofreu com o terremoto que devas- tou o país em janeiro. Foram mais de 400 volun- tários que ajudaram na evangelização daqueles países e levaram, por meio de suas profissões e talentos, esperança a pessoas que sofrem física e espiritualmente. Muitos deles regressaram a suas igrejas no Brasil transformados e prontos para colocar em prática tudo o que aprenderam. Outros, sensibilizados com o que viram, desejam voltar ao campo novamente como voluntários ou até mesmo como missionários da JMM. Contudo, os voluntários são unânimes em afirmar que experiências transculturais não mudam a vidas das pessoas assistidas, mas de quem vai ao cam- po para ajudar. Página 22 e 23 Crianças haitianas atentas às apresentações dos voluntários Ano VII | Nº 36| Novembro • Dezembro | 2010 Pág. 7 Novos Sonhos para crianças da cracolândia C om o objetivo de complementar o trabalho realizado pela Missão Batista Cristolândia, projeto de resgate a marginalizados da cracolândia paulista, nasceu o Projeto Novos Sonhos, que visa assistir as crianças do entorno da Missão - filhas de dependentes químicos, traficantes, prostitutas e moradores da região. Inaugurado no dia 2 de outubro, Novos Sonhos alia esporte, cultura e a mensagem de Cristo para dar novos ru- mos aos pequeninos através de aulas de balé, futebol, basquete, alfabetização, entre outras atividades. “Percebemos a necessidade que as crianças têm e decidimos investir nelas para que o seu futuro seja diferente do de seus pais, oferecendo a possibilidade de sonhar e realizar sonhos”, disse Joana Ma- chado, responsável pelo projeto. E a ideia já nasceu com proposta de crescimento. Segundo Joana, no futuro há a intenção de instalar uma base na favela do Moinho, “se assim for a vontade de Deus”, pois muitas crianças daquela comunidade visitam a MB Cristolândia. O Projeto Novos Sonhos já está dando frutos e, na medida em que crianças passam a vislumbrar uma nova perspectiva de vida, começa a decretar a falência das trevas que dominam o bairro. Inauguração do Novos Sonhos na PIB em São Paulo CT Águas de Meribá vira referência em Senador Canedo (GO) Pág. 6 Tenda da Esperança Senegal Cristo aos romeiros Realizada em Belém do Pará, projeto leva assistência social e planta nova frente missionária em meio ao Círio de Nazaré Pág. 5 JMM envia caravanas a três continentes

Jornal de Missões 36

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Publicação da Junta de Missões Nacionais e Mundiais da CBB

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Page 1: Jornal de Missões 36

Órgão Oficial das Juntas de Missões Mundiais e Nacionais da Convenção Batista BrasileiraM issões

Jornal de

PEPE chega a Nicarágua, Ruanda e Haiti Pág. 15

Pág. 15

Executivo da JMM participa de

cerimônia da pedra fundamental

de templo

Nova igreja em Mbour

Brasil

MundoPág. 12

Mobilização Missionária

Missionárias completam 4 anos no Norte da África

O ano de 2010 foi muito proveitoso para aqueles que desejavam seguir aos campos mis-sionários mundiais como voluntários. Diversas caravanas, apoiadas pela JMM, seguiram para países da África e do Oriente Médio, além do Haiti, que sofreu com o terremoto que devas-tou o país em janeiro. Foram mais de 400 volun-tários que ajudaram na evangelização daqueles países e levaram, por meio de suas profissões e talentos, esperança a pessoas que sofrem física e espiritualmente.

Muitos deles regressaram a suas igrejas no Brasil transformados e prontos para colocar em prática tudo o que aprenderam. Outros, sensibilizados com o que viram, desejam voltar ao campo novamente como voluntários ou até mesmo como missionários da JMM. Contudo, os voluntários são unânimes em afirmar que experiências transculturais não mudam a vidas das pessoas assistidas, mas de quem vai ao cam-po para ajudar.

Página 22 e 23 Crianças haitianas atentas às apresentações dos voluntários

Ano VII | Nº 36| Novembro • Dezembro | 2010

Pág. 7

Novos Sonhos para crianças da cracolândiaCom o objetivo de complementar

o trabalho realizado pela Missão Batista Cristolândia, projeto de

resgate a marginalizados da cracolândia paulista, nasceu o Projeto Novos Sonhos, que visa assistir as crianças do entorno da Missão - filhas de dependentes químicos, traficantes, prostitutas e moradores da região. Inaugurado no dia 2 de outubro, Novos Sonhos alia esporte, cultura e a mensagem de Cristo para dar novos ru-mos aos pequeninos através de aulas de balé, futebol, basquete, alfabetização, entre outras atividades.

“Percebemos a necessidade que as crianças têm e decidimos investir nelas para que o seu futuro seja diferente do de seus pais, oferecendo a possibilidade de sonhar e realizar sonhos”, disse Joana Ma-chado, responsável pelo projeto. E a ideia já nasceu com proposta de crescimento. Segundo Joana, no futuro há a intenção de instalar uma base na favela do Moinho, “se assim for a vontade de Deus”, pois muitas crianças daquela comunidade visitam a MB Cristolândia.

O Projeto Novos Sonhos já está dando frutos e, na medida em que crianças passam a vislumbrar uma nova perspectiva de vida, começa a decretar a falência das trevas que dominam o bairro. Inauguração do Novos Sonhos na PIB em São Paulo

CT Águas de Meribá vira

referência em Senador

Canedo (GO)

Pág. 6

Tenda da Esperança

Senegal

Cristo aos romeirosRealizada em Belém do Pará, projeto leva

assistência social e planta nova frente

missionária em meio ao Círio de NazaréPág. 5

JMM envia caravanas a três continentes

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 2

Editorial Palavra do Diretor

O JORNAL DE MISSÕES é uma publicação bimestral das Juntas de Missões Mundiais e Nacionais da CBB.JorNalistas respoNsáveis: sérgio Dias 25.944/Drt-rJ (JMM)Marize Gomes Garcia 41.487/Drt-rJ (JMN)

MISSÕES MUNDIAIS: rua senador Furtado, 71praça da Bandeira, rio de Janeiro, rJ - Cep: 20270-021tel.: (21) 2122-1900 - Fax: (21) 2122-1911e-mails: [email protected]; [email protected]: www.jmm.org.brDiretor eXeCUtivopr. João Marcos Barreto soaresGereNte De CoMUNiCaÇÃo e MarKetiNGpr. luiz Cláudio MartelettoreDatores: ailton de Faria Figueiredo, Márcia pinheiro e sérgio DiaseDitoraÇÃo: Zani augute Junior

MISSÕES NACIONAIS: rua Gonzaga Bastos, 300vila isabel Cep: 20541-000 - rio de Janeiro, rJtel.: (21) 2107-1818 | Fax: (21) 2107-3851e-mail: [email protected]: www.missoesnacionais.org.br Diretor eXeCUtivo: pr. Fernando BrandãoGereNte eXeCUtivo De plaNeJaMeNto e estratÉGia: pr. Jeremias NunesreDaÇÃo: tiago MonteirorevisÃo: adalberto alves de sousaCoorDeNaÇÃo Da proDUÇÃo eDitorial: Gerson Daminelli ribeiroDiaGraMaÇÃo: oliverartelucas

Exped iente

TIRAGEM: 170.000 exemplares

Um ano de bênçãos e gratidão

Ao chegar ao final deste ano sinto-me profundamente grato a Deus por tudo o que Ele tem feito através da

Junta de Missões Mundiais. A obra missio-nária batista brasileira no exterior continuou a crescer e, ao mesmo tempo, a produzir des-pertamento entre as igrejas aqui no Brasil. Mais uma vez Deus tem abençoou o trabalho da JMM sobremaneira, com visão, recursos e engajamento de pessoas.

Também é importante ressaltar e agrade-cer o apoio recebido das igrejas. O trabalho de Missões Mundiais é resultado da visão e do compromisso delas com o Senhor da se-ara. Da mesma forma agradeço a confiança demonstrada pela liderança batista brasileira a esse trabalho. Sem esse apoio pouco po-deríamos fazer. Quero lembrar, também, de toda a equipe que realiza o trabalho da JMM, no campo e na sede. Tais pessoas têm traba-lhado com afinco, cooperando para a evange-lização do mundo.

Minha gratidão aumenta ainda mais ao olhar para os resultados deste ano. Dentre os muitos frutos destaco os seguintes: o envio de 103 novos missionários, a organização de 50 igrejas, o batismo de mais de 3.800 novos cren-tes e as cerca de 20 mil decisões por Cristo nos campos. Expandimos o trabalho missionário

para novos locais, au-mentando o investimen-to na obra missionária de forma significativa. O socorro às vítimas do terremoto no Haiti foi algo que mobilizou cren-tes em todo Brasil; essa mobilização resultou em doações, adoções e viagens, quando deze-nas de brasileiros foram até aquele país, como voluntários, para demonstrar o amor de Deus ao povo de forma concreta. De igual forma, a Campanha Missionária de 2010, “Por Cristo, vou até os confins da Terra”, mobilizou as igre-jas em todo Brasil! Elas responderam de ma-neira ímpar aos desafios apresentados.

Na Junta de Missões Mundiais sempre lembramos da nossa missão como agência missionária: “Servir e mobilizar as igrejas da CBB, viabilizando a obra missionária global”. A obra é das igrejas, são elas que verdadei-ramente fazem missões. Portanto, como ba-tistas brasileiros, avançaremos até os confins da Terra! Juntos, alcançaremos aqueles que também precisam da graça do Pai.

Pr. João Marcos Barreto Soares Diretor Executivo da JMM

Por um Brasil verdadeiramente feliz“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para

pregar boas novas aos pobres... liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos...” Isaías 4.18 e 19

A realidade expressa pela divisa de nossa campanha 2010 tem sido compreendida e posta em prática por milhares de discípulos de Jesus que herdaram dele a missão de anunciar as boas novas em todos os locais.

Desta forma, voluntários seguiram para mais uma edição da Tenda da Esperança em Belém do Pará, no mês de outubro, e iniciaram a plantação de mais uma igreja para atender pessoas que se encontram sedentas de Deus, como você pode conferir na página 5.

Enquanto isso, líderes e pastores de quatro estados brasileiros participaram do congresso Igrejas Multiplicadoras (ver página 3). “O congresso foi além das minhas expectativas, pois o tema proposto foi tratado de maneira sóbria, tangível e sob a inspiração e motivação do Espírito Santo”, afirmou o pastor Juvenal Gomes da Silva (PIB Barro Branco, São Fidélis, RJ) que participou do congresso na 1ª IB Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Os participantes em todos os estados tiveram a oportunidade de compartilhar da vasta experiência do pastor Charles Brock, orador oficial dos congressos.

A Missão Batista Cristolândia, localizada nas ruas da cracolândia paulista, tem testemunhado os milagres do Senhor a cada dia. Jovens são resgatados das trevas para a maravilhosa luz de Cristo e já colocam suas vidas nas mãos daquele que os resgatou para ser instrumentos de resgate de tantos outros que ainda estão caídos à beira do caminho. Além disso, as crianças daquele local também são alvo do trabalho. Na página 7 você conhecerá o projeto Novos Sonhos que, a partir da união de diferentes sonhos, permitirá a construção de histórias de vida diferentes das que se encontram naquele local.

Tanto neste projeto quanto nas comunidades terapêuticas (página 6) e nos campos de forma geral, o envolvimento direto de voluntários têm feito toda a diferença na proclamação do evangelho integral do Senhor Jesus.

Nesta edição compartilhamos um pouco do muito que o Senhor tem realizado, pela instrumentalidade de cada um de seus discípulos, na expansão de seu reino em nosso país, tornando-o verdadeiramente feliz!

Marize Gomes GarciaGerente de Jornalismo Institucional da JMN

Não vamos recuar...

Com o lançamento no início deste ano da visão de Igreja Multiplicadora, Missões Nacionais prioriza e estabelece o seu foco

na multiplicação de discípulos e na plantação de igrejas multiplicadoras. A visão da igreja multi-plicadora é fazer o maior número de discípulos até a volta do Senhor Jesus. Seu foco estratégico é: multiplicar o número de igrejas; evangelizar e discipular impactando sua “Jerusalém”; formar líderes multiplicadores; orar e se submeter à direção do Espírito Santo.

A expansão da igreja no Livro de Atos foi toda coordenada pelo Espírito Santo. Ele tinha o controle sobre todo o processo de avanço e multiplicação. As estratégias eram direcionadas e coordenadas por Ele. O posicionamento estratégico da igreja em cada região era impulsionado por Ele. O Espírito também encorajava os discípulos, removia obstá-culos e criava oportunidades para que o evangelho fosse proclamado e novas igrejas fossem plantadas em lugares de alta prioridade estratégica. Ele usava os discípulos de forma impactante. Vidas eram transformadas e abençoadas com mensagem da salvação. Aos discípulos restava obedecer e confiar. O Espírito Santo fazia as coisas acontecerem.

A igreja estava permanentemente focada na multiplicação de discípulos e na plantação de no-vas igrejas. Em pouco tempo a igreja atravessou as fronteiras da Judeia e alcançou outros continentes formando milhares de discípulos. Elas se multipli-cavam numa velocidade muito grande e em pouco tempo muitas igrejas foram plantadas. Foi um mi-lagre. O Espírito Santo era a chave de tudo.

Realizamos quatro con-gressos de Igreja Multipli-cadora este ano e muitos outros ainda serão realizados nos próximos meses, como também clínicas e seminários. O livro Plantando Igrejas Contextu-alizadas, uma Jornada Multiplicadora – escrito pelo Dr. Charles Brock, publicado em português pela editora Convicção, é um dos materiais que temos usado na disseminação da visão de Igreja Multiplicadora. A leitura desse livro é de grande valia para aqueles que desejam multiplicar o número de discípulos exponencialmente até a volta do Senhor Jesus.

A Igreja Multiplicadora tem algumas carac-terísticas:

... tem a visão missionária de Atos 1.8;

... é movida pela paixão de fazer discípulos;

... cada membro é um ministro com visão multiplicadora;

... ama, vive e faz missões;

. . . tem impacto transformador onde está plantada;

... cresce plantando outras igrejas;

... é dirigida pelo Espírito Santo.Vivemos um momento de avanço missio-

nário em nosso país e não podemos perder a oportunidade de conquistar a Pátria para Cristo. É tempo de avançar na total dependência do Espírito de Deus.

Pr. Fernando Brandão Diretor Executivo de Missões Nacionais

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 3

BrasilChamados para multiplicar

Um sonho que se realizou

Ampliando a visão da multi-plicação de igrejas por meio do aproveitamento do po-

tencial de discípulos, Missões Na-cionais realizou, no mês de outubro, uma série de congressos em Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rio de Ja-neiro e Minas Gerais.

Pastor Charles Brock, missionário norte-americano e autor do livro Plan-tando Igrejas Contextualizadas – uma jornada multiplicadora, foi o orador ofi-cial dos congressos, que contaram ainda com mensagens dos pastores Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais; José Laurindo Filho, 1ª IB de Niterói (RJ); Luís Sayão, conferencista e tradutor bíblico; e Eli Fernandes, IB Liberdade (SP).

Pastor Charles Brock impactou a todos com seu testemunho brilhante, suas experiências e seu grande entu-siasmo pelo crescimento de igrejas no

levar este conhecimento aos membros de sua comunidade. “O que mais me tocou foi saber mais sobre evangelismo, de uma forma prática”, acrescentou. Vasti Ortolan, que mora em Campinas (SP), também foi tremendamente edi-ficada ao acompanhar, de sua casa, as mensagens dos preletores. “Assisti pela internet. Foi algo novo na minha vida, mas a Palavra de Deus sempre chega de forma inesperada na vida da gente; e sempre quando pensamos que já faze-mos e sabemos de tudo, o Senhor Jesus renova de forma surpreendente nossos sentimentos e acende o amor por vidas.” Pastor Wander Gomes, 1ª IB Recreio dos Bandeirantes, igreja que sediou o congresso no Rio de Janeiro, afirmou: “A consciência de que somos o sal da terra e a luz do mundo precisa se materializar e frutificar na evangelização e na plantação de igrejas por todos os lugares. A igreja é a continuidade da encarnação do Se-nhor, seu amor, sua graça. Deus ampliou nossa visão, agora vamos trabalhar na expansão do Reino”.

Brasil. “Eu nunca vi um lugar tão aberto e receptivo para a plantação de igrejas!” O que confirma o que tem sido dito pelo pastor Fernando Brandão: “O grande de-safio não é o Brasil, mas é a igreja, somos nós!”, quando aborda a inércia da igreja para alcançar os perdidos.

O orador oficial do congresso apon-tou alguns caminhos que podem ser aplicados nos trabalhos de pequenos grupos, quando as igrejas estão em sua fase embrionária; abordou princípios básicos para o plantador de igrejas, dan-do oportunidade aos congressistas para fazerem perguntas relativas aos temas abordados no manual de Plantação de Igrejas. Ressaltou que toda a ação do plantador deve ser reproduzível entre os novos convertidos e também chamou a atenção para a exclusividade da Palavra como resolução de questionamentos que surgem durante os períodos de discipu-lado. “Precisamos lembrar que aquilo

que a Palavra diz é mais importante e poderoso do que qualquer coisa que eu tenha a dizer acerca da Palavra de Deus. Porque a Palavra de Deus é inspirada e nem sempre as minhas são.”

“Qual a chave para a multiplicação de igrejas?” foi o tema de uma das men-sagens do diretor executivo da JMN que, para responder, voltou à igreja de Atos. Ressaltou a ausência de recursos materiais, ausência de grandes estru-turas, de literatura e de tantas outras ferramentas presentes nos dias de hoje, mas enfatizou que a igreja crescia e se multiplicava porque os crentes estavam cheios do Espírito Santo. Incentivou pastores e líderes presentes a buscarem uma vida cheia do Espírito Santo, a desprezarem interesses que não sejam os do reino de Deus e a começarem em suas vidas e igrejas um verdadeiro “despertamento para a multiplicação de igrejas no Brasil”.

Encantada com o conhecimento adquirido, a jovem Grazielle Machado, da 2ª IB de Três Lagoas (MS), deseja

Fazia 14 anos que havia estado na cidade do Juazeiro do Norte (CE), onde tive o privilégio de

atuar iniciando o trabalho batista da Convenção. Cheguei à cidade no dia 23 de dezembro de 1988, fui a primeira dos cinco que formariam a equipe a pisar naquela que era conhecida como terra de padre Cícero Romão Batista, como dizem eles, “meu padinho Ciço”.

Os anos se passaram, o que conse-

guimos plantar, com a graça do Senhor Jesus, hoje se multiplicou em mais nove igrejas e 16 congregações, tendo a pri-meira igreja quase 400 membros, um povo vibrante com missões, com pastor local, com vários grupos musicais, tea-tro, ação social, equipe de evangelismo e discipulado, enfim uma igreja viva.

Muitas vezes chorei e sonhei com uma grande igreja naquele lugar, e agora pude ver uma grande igreja, mais uma

vez chorei, agora de alegria em consta-tar um sonho realizado. Na noite do dia 16/10/2010 quando assumi a palavra no culto e olhei aquela multidão não sabia se falava ou chorava, dei muitas graças a Deus por tudo que estava ven-do. Sou grata a Missões Nacionais pela visão de mandar em 1988 uma equipe de cinco missionários e um grupo de seminaristas para proclamar na terra de padre Cícero uma nova mensagem,

aquela que o povo local não conhecia, Jesus o Salvador.

Por tudo isso que contemplei, agradeço o privilégio de servir a Deus por intermédio da Junta de Missões Nacionais. Saí de Jua-zeiro do Norte mais confiante no poder e misericórdia daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.

Sei que a semente foi plantada, adu-bada, regada e a colheita está aconte-cendo em larga escala para glória do Pai.

Missionária Aidete Brum

Momento de intercessão pelo avanço do evangelho no MS

Pr. Charles Brock - orador oficial do Congresso Igreja Multiplicadora

Missionária se emociona ao contemplar a expansão do Reino de Deus em antigo campo

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 4

BrasilO Brasil que poucos conhecem

Alunos do CIEM realizam estágio

missionário no RN

Para a glória de Deus e com a misericórdia dele, realizamos nosso estágio missionário, de

dois meses, no estado do Rio Grande do Norte, na cidade de Carnaubais. Fomos hospedados pelos missionários de Mis-sões Nacionais atuantes naquele campo, José Robson Bezerra e Luzinete Brito, e suas lindas filhas, Débora e Damaris. A saudade apertou ao mencioná-los.

Somos alunos do último ano de Gra-duação em Missões do Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM), por isso o estágio, porém não o vemos simples-mente como um cumprimento acadê-mico e sim como uma oportunidade dada por Deus para sermos abençoados. No nosso caso foi também o tempo de confirmação ministerial.

Nós imaginávamos trabalhar em uma cidade pequena, calma, com uma congregação sendo fortalecida dia a dia e alguns membros sendo discipulados. Foi exatamente isso que encontramos, mas não apenas isso. Encontramos uma congregação jovem, com novos crentes e um casal de missionários persistentes e certos de sua vocação. Ao chegarmos a Carnaubais, o missionário Robson foi nos apresentar seu trabalho e que seria nosso também. Naquela cidade existem três assentamentos do Movimento dos Sem-Terra, a falta de emprego é enor-me, a maioria dos jovens tem trabalhos temporários e incertos, alguns jovens da congregação trabalham no lixão. Além desses há outros problemas sociais.

Fomos aos assentamentos conversar com os líderes para recebermos auto-rização de iniciarmos o trabalho ali. Segundo o próprio líder, o número de pessoas não letradas era muito grande. As crianças também seriam alcançadas, com apoio escolar e escolas bíblicas. Ali nos deparamos com uma realidade ex-tremamente difícil, extremamente com-plicada. O interessante é que quando a promotora de missões da nossa igreja nos ligou perguntando se estávamos precisando de alguma coisa, eu pensei: TUDO. A necessidade ali era geral, bicho de pé e piolho eram epidemia entre crianças e adultos; meninas muito jovens grávidas; falta de água e a energia fraca, em constante queda, ocasionava uma higiene precária. Eles moram em barracas feitas de madeira e lona.

Com o apoio de nossa igreja-mãe recebemos materiais como chinelos, remédios, fraldas, materiais pedagógi-cos, recursos financeiros, oração e tudo o que estávamos precisando. E assim

iniciamos o trabalho naquele local.A alfabetização começou com seis

alunos, e a cada aula chegavam novos alunos. Não tínhamos cadeiras e muito menos mesas, alguns traziam de suas barracas, outros sentavam-se em pe-dras e tijolos. Eles vinham cansados de um dia todo de trabalho na roça, era noite, a luz fraca, muitos com difi-culdades de visão. Eles são esforçados, como eles mesmos diziam: “faremos tudo para aprender as letras”. Antes de cada aula, fazíamos um momento devocional. A primeira aula foi evan-gelística, depois Deus começou a nos incomodar para compartilhar sobre o povo de Israel no deserto, que, assim como eles , moravam em barracas e criavam animais, ou seja, viviam em acampamentos. Foi interessante a reação deles ao saber que existe Sem-Terra na Bíblia, eles se sentiam importantes. Na terceira semana de aula, pedimos ajuda da prefeitura para manter aquele projeto e, para a Glória de Deus, nos disseram que ajudariam no que precisássemos. Conseguimos carteiras escolares, lanche e material escolar durante 1 ano tanto para os adultos como para as crianças. Con-seguimos transporte da prefeitura para irmos a Mossoró buscar as doações enviadas por nossa igreja e a liberação da quadra poliesportiva da cidade para utilizarmos em nossas programações e 100 blusas. Apoio essencial para a execução de nosso projeto.

Quando as carteiras escolares che-garam aos assentamentos, as crianças vieram correndo atrás do caminhão, as mulheres e homens saíram para carregá-las, todos muito felizes e satisfeitos. No mesmo dia eles começaram a montar uma barraca para ser nossa sala de aula. Aos poucos eles nos pediam cultos, orações e compartilhavam sua gratidão. O trabalho com as crianças também nos deu muitos frutos. Três jovens da congregação e a missionária Luzinete já faziam um trabalho de evangelização com elas. Participavam de todas as pro-

gramações e iniciamos o discipulado com todas.

Sem dúvida foi uma experiência marcante, nossa visão de mundo mu-dou. Percebemos que vivíamos em um mundinho feito de cores em tom pastel, vivendo um evangelho hipócrita. Vimos que enquanto nós estamos em nossos templos com ar condicionado e todo o conforto a que “temos direito” muitos não têm nem água para beber.

Nós sabemos que Deus separa pes-soas para ir, enquanto outras ficam. Mas ficam fazendo o quê? O que você tem fei-to? Quantas horas por dia você ora pelo trabalho missionário em sua igreja, em seu bairro, em sua cidade, em seu país?

Você pode ter lido este artigo e ter achado bonitinho o trabalho com os Sem-Terra, só que uma realidade muito dura cerca esse trabalho: sua oferta está fazendo falta, não só para este campo, mas para o campo missionário em geral. Pense nisso.

Tivemos momentos de lutas, porém com a mão de Deus agindo as vencemos. Difícil mesmo foi ter que voltar para o Rio de Janeiro. Deus tem planos para a cidade de Carnaubais, Deus tem um plano lindo para a vida de cada membro daquela pequena congregação. Deus tem usado grandemente aquela família que, deixando os seus, se dedica à obra do Senhor: missionário Robson, missio-nária Luzinete e suas filhas. Lembre-se deles em suas orações.

Paulyne e Eduardo Peixoto

Trabalho infantil em assentamento

*Membros da Igreja Batista em Cachambi, RJ

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 5

BrasilAlém da ação social, Tenda da Esperança planta nova igreja

Tenda inicia mais uma igreja em Belém

Em 2010, na 217ª edição do Círio de Nazaré, mais de 2,2 milhões de pessoas foram atraídas a Belém do Pará para participação na festividade religiosa que homenageia a Senhora de Nazaré. Se-gundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos So-cioeconômicos), aproximadamente US$ 25 milhões foram gastos no Pará pelos visitantes durante este período.

Fazendo frente a esses números es-tavam nossos voluntários, 200 irmãos representantes de 20 estados brasileiros que, entre os dias 2 e 12 de outubro, so-maram forças para a realização do projeto evangelístico Tenda da Esperança. Apesar do grande desafio que foi a evangelização em meio ao mar de idolatria em Belém, o poder da mensagem do verdadeiro evan-gelho superou a devoção de mais de 360 romeiros alcançados para Cristo, entre adultos, jovens e crianças.

Em 2010, além do trabalho de impacto e assistência social que acontece todos os anos entre os romeiros, a Tenda da Espe-rança repetiu a proposta de fixar suas bases em Belém por meio da plantação de igrejas. A ideia é fortalecer o evangelho na região a fim de que mais vidas possam ser resga-tadas da cegueira espiritual que domina a região. A primeira iniciativa de plantação aconteceu em 2007, no Conjunto Julia Seffer. Dessa vez, o bairro escolhido foi Terra Firme.

O culto de comissionamento da Tenda da Esperança marcou o início do trabalho em Terra Firme, como aponta o coordena-dor do projeto, pastor Marcelo Farias, da Gerência de Evangelismo e Discipulado de Missões Nacionais: “Simbolizou a inaugu-ração de uma nova congregação, que terá como igreja-mãe a Primeira Igreja Batista de Canudos, pastor Benildo Veloso da Costa”. Essa e outras igrejas batistas estão

se mobilizando para viabilizarem o sus-tento do casal de missionários que deverá assumir a direção do trabalho. As bases da nova igreja estão se firmando em uma das localidades mais populosas de Belém. Si-tuado entre os limites dos bairros Canudos e Guamá, o bairro, carente de saneamento básico e com altos índices de violência, concentra boa parte da população de baixa renda. Segundo o pastor Edson Cerqueira, missionário da JMN em Sergipe e parti-cipante da Tenda da Esperança, apesar do quadro social do bairro, “vimos muita sede de Deus. As pessoas nos procuravam para pedir bíblias e estudos em seus lares”, disse o pastor, vislumbrando um grande crescimento do Reino.

De acordo com o pastor Marcelo, o tra-balho de plantação a partir da Tenda está tomando novas proporções. Duas novas oportunidades estão surgindo, sendo uma no mesmo bairro, em uma associação de moradores, e outra em uma região mais afastada, onde vive uma população ribei-rinha. A ideia do trabalho batista entre os que vivem à margem do rio Guamá veio da própria presidente da associação ribei-rinha, que, vendo o trabalho da Tenda, viu a seriedade dos batistas. “Já havia pedido a várias igrejas para fazer um trabalho aqui, mas nunca havia recebido ninguém. Vocês foram os primeiros”, declarou.

Impacto na BRO impacto na BR 316, estratégia inicia-

da há dois anos, continua sendo uma das marcas da Tenda da Esperança. Neste ano, foram 3800 atendimentos a romeiros que chegavam a Belém. Massagens nos pés, curativos, água para hidratação do corpo e muita disposição foram as ferramentas utilizadas nessa abordagem. Sentados, os romeiros recebiam os cuidados dos volun-tários, ouviam e provavam um evangelho

de amor, que acolhe e transforma vidas. Entre os assistidos, um senhor, que portava uma faca, chegou ao posto de atendimento demonstrando certa inquietação, fruto de uma opressão maligna. Após abordagem, puxou a arma e relatou: “Com essa faca eu já matei um e ia matar mais um”. Entretan-to, diante da ação do Espírito, converteu-se e entregou o objeto a um dos voluntários como prova de sua mudança. Outra pes-soa, que já havia caminhado 260 km, sentiu suas pernas paralisarem ao chegar próximo ao posto da Tenda. Ali recebeu os primei-ros cuidados e ouviu o evangelho, mas decidiu, ainda assim, prosseguir viagem. Dados alguns passos, sentiu novamente a “santa paralisia” e retornou ao posto, onde, finalmente, admitiu a soberania de Cristo. Dali mesmo voltou para casa com a certeza de ter encontrado o que verdadeiramente buscava: o Salvador.

Trabalho socialA equipe de assistência social da Tenda

da Esperança atuou nas dependências da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), local onde foi armada a estrutura do projeto. Cortes de cabelo, atendimentos médicos e odontológicos, curso de arte-sanato, doação de medicamentos, serviço jurídico, verificação de pressão e teste de glicose foram alguns dos serviços presta-dos. Além dos voluntários da Tenda, alu-nos da UFRA também apoiaram o projeto.

O Programa Dentista Cidadão (DC), responsável pelos atendimentos na área odontológica, realizou 529 procedimentos. A equipe foi composta por três dentistas voluntários, sendo dois já integrantes da rede do DC. O terceiro, após a experiência

em Belém do Pará, está aderindo à causa. Segundo o coordenador do programa, Dani Alves Paes, o trabalho foi muito positivo, com procedimentos sendo rea-lizados de maneira excelente e o apoio de parceiros na disponibilização de cadeiras seminovas.

Trabalho infantil

As crianças também foram contem-pladas com um programa especial de evangelização: a Tenda Mirim. Foram cerca de 460 crianças participantes. Para a contextualização da mensagem cristã, os voluntários utilizaram as ferramentas dis-ponibilizadas pelo Programa Nacional de Evangelização de Crianças, desenvolvido por Missões Nacionais e a União Feminina Missionária Batista do Brasil. Parte desse material foi publicada na Revista Infantil da campanha “Por Um Brasil Verdadeira-mente Feliz”.

Os resultados da Tenda e a mobilização dos batistas foram elogiados pela diretoria da UFRA, sendo destacada a consciência integral das ações que atingiram a popu-lação em todos os aspectos. Em reunião realizada dias após a Tenda, a diretoria da instituição fechou parceria com a JMN para a disponibilização de uma cadeira odontológica, que será destinada aos aten-dimentos sociais da missão plantada em Terra Firme. Na ocasião, estavam presentes a assistente social Sandra Gonçalves, prof. Paulo Santos – vice-reitor, pastor Marcelo Farias – coordenador da Tenda da Espe-rança, prof. Kédson Raul Lima – diretor de Planejamento, Francisco Ribeiro – adjunto da Pró-Reitoria de Planejamento e Gestão – e Caitto Vasconcelos – superintendente de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas.

Comunidade ribeirinha também é alcançada

Ação Social - uma marca da Tenda da Esperança

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 6

BrasilA terapia do evangelho

Crianças do F. F. Soren participam de festa da Procuradoria da República

Comunidade Terapêutica Águas de Meribá é referência em desintoxicação feminina

Crianças do LBFFS participam de festa

do Dia das Crianças

O tratamento de dependentes químicos sempre foi um grande desafio para a sociedade. São

muitos os métodos, mas, entre as comu-nidades terapêuticas de vertente cristã, o poder restaurador do evangelho sempre foi o diferencial. Exemplo disso é a Co-munidade Terapêutica Águas de Meribá, em Senador Canedo (GO), que, mais que uma filosofia de trabalho, oferece cuidados que passam pela desintoxicação do corpo, mente e coração.

A CT Águas de Meribá, em atividade desde abril de 2010, tornou-se referência no tratamento de dependentes químicos na região onde está inserida. O trabalho de excelência foi aprovado pelo Conselho Municipal de Entorpecentes, que con-vidou os diretores da instituição, pastor Sérgio e Márcia Grycuk, a prestar serviço de consultoria a instituições vizinhas, reproduzindo algumas características de sua gestão. Segundo o pastor Sérgio, o êxito do trabalho tem a ver com a forma como a dependente química é considera-da: “‘Cada residente como um potencial e não como um desafio’. Não esperamos sua ‘recuperação’, investimos, sim, num ser humano integral que ao amar a Deus recebe forças, esperanças e sonhos”, com-pletou o missionário.

Além do reconhecimento dos agentes municipais, as próprias internas testemu-nharam sobre a excelência do tratamento, com base nas mudanças ocorridas nesse processo de desintoxicação. Uma das mais novas residentes de Meribá é L., 19 anos. Com pouco mais de dois meses de internação, traz consigo o medo de retor-

nar às ruas, ao estado de dependência em que se encontrava. Certa vez, durante aconselhamento, declarou: “Pastor, me deixe ser obreira da casa assim que meu tempo acabar, pois eu sei que, se ficar aqui, estarei protegida. Não quero mais voltar para minha vida antiga”. L. e suas compa-nheiras recebem ministrações diárias de estudos bíblicos, além de participarem de oficinas terapêuticas e momentos de con-fraternização. A presença de voluntários na CT também é constante, fortalecendo os laços entre a instituição e as igrejas ao redor. Como diz a missionária Márcia, a presença de voluntários, organizações e

igrejas “tem transformado Meribá numa grande família”.

V., que teve seu primeiro contato com as drogas aos 11 anos, idade quando se desviou dos caminhos do evangelho, está há cerca de 5 meses em Meribá,. Começou com o álcool, depois usou cocaína, maco-nha e crack. Cresceu no vício e casou-se com outro usuário de drogas, com quem teve filhos. O cuidado dos filhos já estava comprometido pelo vício e mau relaciona-mento no lar. “Cheguei a vender tudo que tinha em minha casa... até o vaso sanitário para obter a droga”, lembra a residente. Assim que entrou em Meribá, precisou

ser lapidada e convencida pelo Espírito. Aos poucos, a agressividade peculiar deu lugar a um coração paciente. “Eu era muito ignorante, agressiva, até o dia em que me converti e provei do amor de Deus. Então pude entender quais são os propósitos de Deus para minha vida e que os planos dele são maravilhosos e perfeitos”.

Como consequência da transforma-ção pessoal, V. percebeu que tudo em sua volta também mudou. “Minha família já está sendo restaurada, pois já tenho o carinho dos meus filhos e o respeito dos meus familiares”, diz. Enquanto Deus vai trabalhando seu futuro, V. atua como monitora da CT, ajudando outras a tri-lharem o caminho da transformação. Em novembro, V. passou pela cerimônia do batismo e concretizou um grande sonho que guardava desde os 11 anos: participar da ceia do Senhor.

Não menos sofrida, Z. conta que havia perdido a vontade de viver. “Cheguei a Meribá com 26 anos, 4 filhos e uma vida acabada”. Na Comunidade Terapêutica, descobriu que sua propensão ao vício, considerada incurável por alguns, pode ser freada por uma ação do Espírito Santo. Dessa forma, tem acompanhado o surgimento de projetos de vida e o desejo de ver outras sendo recuperadas dos malefícios das drogas. Ao invés de sofrimento, Z. vive uma fase de alegria e gratidão. “Agradeço a Deus por Meribá, pois tem sido o instrumento que o Ele tem usado para trabalhar em minha vida e a de tantas outras que aqui estão. Oro para que todas tenham esse mesmo encontro com o Salvador”.

Interna participa de oficina de artesanato

No mês de outubro, crianças do Lar Batista F. F. Soren (TO) participaram das comemorações

do Dia das Crianças promovidas pela Procuradoria da República no Tocantins. A festa contou com a iniciativa da AS-SEMPU/TO (Associação dos Servidores do Ministério Público da União do To-cantins) e do Colegiado de Procuradores da Procuradoria da República no Estado do Tocantins.

Cama elástica, piscina de bolas, es-corregador inflável e outros brinquedos

animaram a festa. Segundo a diretora do Lar Batista F. F. Soren, Judite Rocha, a iniciativa deve ser seguida por outras instituições. ‘ ‘Vejo como sendo um evento importante até para os filhos dos servidores da Procuradoria, que têm a oportunidade de conviver com outras crianças, de uma realidade diferente. Para as crianças de abrigo, é um acontecimento maravilhoso de se sentirem incluídos, amados e bem recebidos por outros adultos e crianças. Há conosco crianças que estão tendo contato com este tipo de

brinquedos, infláveis, pela primeira vez’’. Para Will Flávio, um dos organizado-

res do evento e servidor da Procuradoria, proporcionar alegria a essas crianças é uma oportunidade inestimável. “Apesar do trabalho, ver o sorriso estampado no rosto daquelas crianças não tem preço. Muitas delas estavam brincando pela primeira vez naqueles brinquedos, tão comum para os nossos filhos”. Além da aproximação de crianças de diferentes contextos sociais, a Procuradoria doou roupas, calçados e brinquedos.

Wellington Antenor

Wellington Antenor

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BrasilVoluntários marcham pelas ruas de Assu ao som da banda Tambores Remidos

Projeto transforma crianças na cracolândia

Evangelho é proclamado em Assu

Foi iniciado no dia 2 de outubro o projeto Novos Sonhos, voltado para crianças (filhas de dependentes

químicos, traficantes, prostitutas e mora-dores da região) que vivem em albergues ao redor da cracolândia. Por meio do projeto estas crianças terão oportunidade de fazer aulas de balé, futebol, basquete, vôlei, cinema, street dance e alfabetização. “Percebemos a necessidade que as crianças têm e decidimos investir nelas para que o seu futuro seja diferente do de seus pais, oferecendo a possibilidade de sonhar e realizar sonhos”, disse Joana Machado, responsável pelo projeto Novos Sonhos, que acrescentou que no futuro pretendem instalar o projeto também na favela do Moinho, “se assim for a vontade de Deus”, pois muitas crianças daquela comunidade visitam a MB Cristolândia.

Na inauguração, as crianças passaram o dia na Missão Batista Cristolândia, onde foi oferecido lanche, almoço com sobre-mesa, Kid’s Games, muita brincadeira e ainda foi montada uma rampa de esqueite onde elas se divertiram muito. À noite na Primeira Igreja Batista de São Paulo houve

a apresentação do estúdio de balé Ana Esmeralda, onde as meninas terão as aulas de balé com a professora Karen Ribeiro.

Todas as aulas serão ministradas por voluntários, que se sentiram tocados a se envolver no projeto, membros de igrejas, professores de educação física, duas das radicais (Aline de Souza e Tauana de Melo) nas aulas de alfabetização. No caso das aulas de balé houve uma identificação de sonhos. O Studio Ana Esmeralda conhece bem a situação das meninas, pois a “maestra” Ana Esmeralda, vinda de família humilde, foi descoberta por um mecenas da cultura que a apoiou, investiu e a incentivou muito em sua carreira. Há anos vinha manifestando seu desejo de dar aulas para crianças que não tivessem condições sociais e econômicas de faze-rem a dança espanhola. 

Joana começou a fazer aulas de balé no Studio, acompanhando Iany, que já dançava em sua igreja e buscava desen-volver mais o talento dado por Deus. Com o passar dos dias, as duas apresentaram à professora Karen Ribeiro sua missão e falaram sobre o trabalho, perguntando se

poderia ensiná-las a dar aulas de balé para as crianças. “Levo muito a sério o ensino, especialmente o ensino do balé clássico, ainda mais para crianças que estão em formação. Então olhei bem fundo, respirei, vi minha agenda lotada, e pensei: é agora ou nunca, lembrei do sonho da Maestra Ana Esmeralda (hoje com 81 anos) e respondi: Joana, e se eu desse as aulas para as crian-ças? Pois além de balé poderíamos tam-bém oferecer dança espanhola e realizar o sonho da Ana Esmeralda. O que acha?!” 

Karen também tinha o sonho de trabalhar com pessoas incentivando-as a olhar seus problemas, deficiências e dificuldades apenas como instrumento de fortalecimento. E sabe bem o que é isso na prática. A professora tem uma deficiência física congênita, que impede o crescimento normal da perna direita (6,5 cm de diferença entre uma perna e outra), mas encontrou anjos em seu caminho que nunca mostraram isso como um problema e sim como uma necessidade de superação de limites. “Sou bailarina clássica profis-sional e a falta de simetria em meu corpo jamais me impediu de fazer uma carreira

linda e com sucesso no mundo do balé clássico. E tenho como lema a frase: não diga que algo é impossível se você ainda não experimentou fazê-lo possível”.

Assim, cheia de emoção (“como a dança tem que ser”), fecharam o início de uma grande parceria. O Studio oferece as aulas de balé clássico com a professora Ka-ren Ribeiro e as aulas de dança espanhola com a ilustre Maestra Ana Esmeralda, unindo o sonho de pessoas diferentes que experimentaram a transformação em suas próprias vidas e desejam colaborar para que outras tantas sejam transformadas. A princípio 12 meninas da cracolândia estão matriculadas nas aulas, às quartas-feiras, no Studio Ana Esmeralda.

Karen afirma que já têm uma apre-sentação marcada para as crianças, que se apresentarão em caráter de bailarinas convidadas do espetáculo de fim de ano do Balé Adulto Karen Ribeiro, no Teatro Gazeta, no dia 18 de dezembro às 19h30. “Temos a honra de convidar você que está lendo a prestigiar o fruto de um ano de trabalho, dedicação e amor pela arte do balé clássico”.

Crianças aprendem balé

Atendimento social em Assu

Momento de recreação

No fim de outubro, a cidade de Assu (RN) foi mais uma vez impactada pelo projeto missionário Assu

para Cristo. Promovido pela Segunda Igreja Batista da Convenção em Assu, o impacto, que já está em sua 6ª edição, le-vou um evangelho contextualizado e aten-dimentos sociais à comunidade do bairro Parati 2000. Tais atividades encerraram os festejos alusivos ao aniversário do municí-pio, superando todas as expectativas dos organizadores.

A programação esteve sob a coordena-

ção do missionário pastor Manoel Soares Moreira e contou com a ajuda de voluntá-rios vindos de várias partes do Rio Grande do Norte e até mesmo de outros estados. Na área social, centenas de pessoas foram atendidas no bairro Parati 2000, um dos mais populosos da cidade – aproximadamente 3.500 famílias. Entre as ações, a comunidade recebeu atendimento médico, odontológico, aplicação de flúor, atividades lúdicas, ativi-dades recreativas, verificação de pressão, palestras educativas nas mais diversas áreas, orientação jurídica, entre outras. 

  Um grande arrastão fez parte das atividades do Assu para Cristo. Junto a evangélicos de várias outras igrejas, volun-tários marcharam pelas ruas da cidade ao som da banda baiana Tambores Remidos, proclamando o nome de Cristo. “Foi um momento de muita alegria, descontração e, principalmente, adoração ao nosso Deus. Uma festa pacífica e sem acidentes, mos-trando a todos que é possível festejar e se alegrar sem drogas e violência”, comentou Tiago Moreira, filho do pastor Manoel e componente da coordenação do evento.

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o Diário de Penápolis e Interior. As ma-térias, publicadas no dia 24, convocavam interessados no assunto a participarem da programação.

Ainda em São Paulo, nos dias 15 e 16 de outubro, 220 inscritos, sendo 70% surdos, se reuniram na IB da Penha para aprender mais acerca da evangelização da popu-lação surda. Este foi o último congresso deste ano convencional e espera-se, para o próximo ano, a realização de mais quatro programações de incentivo à expansão missionária e formação de líderes.

Brasil Congressos ajudam a expandir evangelização

de surdos

Congressos mobilizam batistas para evangelização de surdos em SP

Ao alcance de surdos de Juazeiro do Norte

Para alcançar os mais de 2 milhões de surdos da região sudeste do país são necessárias estratégias de in-

centivo e alcance dessa população. Cha-mando a atenção dos batistas para esse desafio, Missões Nacionais realizou, nos meses de setembro e outubro, dois con-gressos de evangelização e discipulado.

Ampliando a visibilidade do trabalho com surdos, a JMN promoveu, nos dias 24 e 25 de setembro, o Congresso de Evange-lização e Discipulado de Surdos na Igreja Batista de Penápolis (SP), contando com

O congresso na Penha trouxe como preletora oficial a gerente regional de SP, Maria Helena Santos. A missionária trouxe uma palavra centrada em desafios para um maior compromisso com a obra. Na oca-sião, os congressistas assumiram responsa-bilidades ministeriais, comprometendo-se a alcançarem os surdos da região para Cristo. Eles também contribuíram para o sustento da obra missionária, levantando uma oferta significativa para o casal de missionários Flávio e Patrícia dos Santos, que atuam em Arapiraca, AL.

a participação de caravanas de Avanhan-dava, Birigui, São José do Rio Preto, Tupã, entre outros municípios próximos.

O Congresso foi ministrado pela missio-nária Marília Manhães, com apoio da volun-tária norte-americana Elizabeth Lontquist. Entre as atividades, houve a apresentação do Hino Nacional Brasileiro sinalizado, grupo coreográfico com sinais, além de mensa-gens sobre o desafio da evangelização de surdos e a integração destes na sociedade. O evento para surdos também ganhou notoriedade em jornais locais, tais como

Missionários da JMN e voluntários do Ministério com Surdos

Começou na última semana de outubro, na cidade de Juazeiro do Norte, o proje-to evangelístico Alcance Surdos. O projeto contou com 26 voluntários, repre-sentantes de sete unidades federativas que atenderam ao chamado, sendo 16

deles surdos. Além do trabalho de recenseamento e evangelização, o projeto visou à implantação

de ministérios com surdos nas igrejas batistas da Convenção e Nova Vida, no bairro de Timbaúbas e Pirajá, respectivamente. Até o fechamento desta edição, os voluntários já haviam encontrado 15 surdos em Timbaúbas, marcado cinco estudos bíblicos e iniciado o curso de Libras para 25 alunos, entre eles, seis surdos. Em Pirajá, o recenseamento ainda não havia acontecido, mas as aulas de iniciação em Libras já contavam com 15 pessoas, todos da IB Nova Vida.

O Alcance Surdos aconteceu em meio às festividades da Romaria de Finados, considerada a maior de Juazeiro do Norte, quando cerca de meio milhão de religiosos se encontraram na cidade, marcada pela devoção a padre Cícero Romão Batista. Apro-veitando a concentração de pessoas, os voluntários do projeto, apoiados por irmãos de igrejas vizinhas, realizaram a Operação Silêncio. Na ocasião, os participantes se valeram apenas da Língua Brasileira de Sinais para chamar a atenção dos surdos presentes à fes-tividade. Além das atividades já mencionadas, o Alcance Surdos promoveu nos bairros de Timbaúbas e Pirajá trabalho infantil, com jogos, histórias bíblicas e aplicação de flúor; e série de conferência com o filme Jesus, este dividido em três partes.

A cidade de Juazeiro do Norte tem aproximadamente 9.750 surdos, segundo dados do IBGE. Segundo a missionária Marília Moraes Manhães, coordenadora do Ministério com Surdos de Missões Nacionais, grande parte dos que residem no Centro tem conhe-cimento em Libras, mas, em bairros mais distantes, aumenta a falta de acesso à língua.

Mais de 220 inscritos na IB da Penha

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InstitucionalInstitucional

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MundoO evento reuniu

mais de 4.200 participantes, de

198 nações

Mais de 4.200 participantes, de 198 nações, discutiram os novos rumos da evangelização mundial

Divididos por mesa, com um representante de cada nação, os congressistas debateram e elaboraram o “Compromisso da Cidade do Cabo”

Jovem nortecoreana emocionou os presentes

A 3ª edição do Congresso Mun-dial de Evangelização, também conhecido como Movimento

Lausanne, aconteceu entre os dias 17 e 25 de outubro, na Cidade do Cabo, África do Sul, para discutir os novos rumos da evan-gelização mundial. O evento reuniu mais de 4.200 participantes, de 198 nações, sendo considerado o maior congresso sobre missões já realizado.

Entre os 90 brasileiros presentes es-tavam o Pr. João Marcos Barreto Soares, Diretor Executivo de Missões Mundiais da CBB; o pastor luterano Valdir Steuernagel, um dos vice-presidentes do Movimento

Lausanne; o bispo anglicano Robinson Cavalcanti; Gilciane Abreu, executiva da Juventude Batista Brasileira; e Analzira Nascimento, missionária da JMM.

O Pr. João Marcos destacou a forma como os assuntos foram organizados. Segundo ele, os maiores desafios da igreja para a evangelização mundial, nas próximas décadas, foram identificados e organizados em seis questões básicas: 1) a necessidade de a igreja defender a verdade de Cristo em um mundo plura-lista e globalizado; 2) a reconciliação, por meio da qual é possível construir a paz de Cristo em um mundo dividido e ferido;

3) o desafio de testemunhar do amor de Cristo a pessoas de outras crenças; 4) a necessidade de discernir a vontade de Deus para a evangelização neste século, especialmente entre os povos não-alcançados; 5) o chamado da igreja a um retorno para a humildade, a integridade e a simplicidade; e 6) o desafio da formação de parcerias entre cristãos para que haja um novo equilíbrio global, enfatizando a necessidade de realização de trabalhos conjuntos para acelerar o processo de evangelização mundial.

O executivo de Missões Mundiais também destacou as lições que tirou especificamente para o seu campo de atuação. Ele comenta: “Ao estudarmos as questões apresentadas no congresso pude perceber a importância de uma ação que as enfrente. O desafio dos povos não-alcançados foi algo marcante. Entretanto, foi maravilhoso perceber que estamos indo na direção certa, pois pelo menos seis, dos povos destacados fazem parte do nosso plano estratégico de expansão missionária”. Outra coisa que chamou sua atenção foi a ideia de que não há crian-ças não-alcançadas, pois alguém as está doutrinando em alguma religião. “Isto confirma a importância de ações como o Programa de Educação Pré-Escolar (PEPE)”, ressalta. O executivo afirmou que saiu do congresso animado e desejoso de levar os desafios às igrejas brasileiras.

Os dias do congresso foram marca-dos por testemunhos emocionantes de cristãos fiéis, que estão enfrentando o sofrimento em favor do Evangelho em lugares como Índia, Coreia do Norte e Oriente Médio. Numa das noites aconteceu uma homenagem à Igreja na

China, cuja delegação seria a segunda maior do congresso (atrás somente da norte-americana), mas foi impedida pelo governo chinês de deixar o país. Outro momento emocionante foi o testemunho de uma jovem nortecoreana, de 18 anos, que contou sobre os sofrimentos de seu pai, um cristão valoroso que foi preso – e possivelmente morto – por pregar o Evangelho. A história emocionou a todos, que aplaudiram de pé, por longos minutos, aquela jovem.

A exibição de um vídeo sobre o minis-tério de Billy Graham também foi de gran-de impacto. Foi uma justa homenagem ao principal articulador e líder do primeiro congresso, realizado em 1974, na cidade de Lausanne, na Suíça. Naquela ocasião, mais de 2.700 líderes evangélicos, de 150 países, elaboraram o Pacto de Lausanne: “Toda a igreja levando todo o evangelho para todo o mundo”. Dentre os brasileiros presentes os pastores Nílson do Amaral Faninni, Irland Azevedo, João Falcão So-brinho e Orivaldo Pimentel contribuíram para a elaboração de um documento que definiu as obras com fundamentos teoló-gicos para a evangelização mundial.

O resultado do 3º Congresso Mun-dial de Evangelização foi uma decla-ração chamada de “Compromisso da Cidade do Cabo”, que ainda não está pronta, mas que na sua versão provisó-ria destaca a necessidade de a Igreja de Cristo ter o amor como força motriz para agir no mundo.

Fotos: Movimento Lausanne

Congresso Lausanne discute rumos da evangelização mundial

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Mundo

Associação local apresenta Jesus através de cursos para mulheres

Ex-chefe da aldeiafoi batizado pelo Pr. Girlan da Silva

4 anos fazendo missões no norte da África

Batismos em Botsuana e nas Filipinas

Pr. Girlan da Silva (à esq.) batiza um de seus filhos e sr. de 85 anos, ex-chefe da Vila de Sebina

sada do seu trabalho sem nada a receber. As missionárias continuaram clamando a Deus e num sábado foram todas à igreja. A mensagem foi na Parábola do Semea-dor. As missionárias contam que passaram toda a reunião orando, clamando ao Senhor pela vida das duas. “Em nosso coração ha-via muita esperança e expectativa de que aquele fosse o dia decisivo para a vida delas”, revelam. No final, para a glória do Senhor, a jovem entregou sua vida a Jesus. A outra amiga ainda não tomou a decisão; segundo as missionárias, “ela está muito confusa com o ensino de sua religião”.

As missionárias pedem orações pela vida da amiga recém-convertida, pois sa-bem que ela encontrará muitos desafios como cristã, até mesmo dentro de sua pró-pria casa. Pedem também que intercedam pela outra amiga e pelos demais habitantes do Norte da África que ainda não se decidi-ram pelo Evangelho.

No último mês de setembro, as mis-sionárias Débora e Paula comple-taram quatro como obreiras no

Norte da África. Elas, que são irmãs, consi-deram que esse tempo passou muito rápido e se recordam quando chegaram à região e não viam perspectiva alguma, até que em 2007 começaram o trabalho em uma Asso-ciação local, onde viveram grandes experi-ências sendo usadas pelo Senhor.

Foi na Amel que elas conheceram uma senhora solteira, mãe de um menino de 9 meses de idade. A amizade foi fortalecida, a criança já está com quatro anos, e final-mente, este ano, ela manifestou desejo de ir à igreja, ao saber que outra amiga também iria. As missionárias não sabiam disfarçar tanta alegria. E decidiram orar durante toda a semana para que nada atrapalhasse a ida de sua amiga à igreja.

Mas, como o inimigo não descansa, naquela semana a jovem mãe foi dispen-

idade, respectivamente, e cresceram na África”, revela o missionário.

Para o missionário da JMM, além da alegria pelo batismo dos filhos, ou-tro motivo de regozijo, que glorificou o nome de Deus, foi o testemunho públi-co de fé em Cristo dado pelo ex-chefe da Vila de Sebina, um senhor de 85 anos. Esse irmão é um homem que vi-vera a maior parte da vida servindo às religiões tribais africanas, misturadas

Em outubro, o Pr. Girlan da Silva, missionário de Missões Mun-diais em Botsuana, na África,

realizou 10 batismos na Igreja Batista de Sebina. Entre os batizados estavam dois em especial: os seus filhos Maria-na (13 anos) e Pedro Henrique (12). “A maior alegria, para mim e para minha esposa Denise, foi poder batizar nos-sos filhos, que vieram para o campo missionário com apenas 2 e 1 anos de

com o islamismo, e que não conhecia o amor de Deus. Mas, graças ao trabalho missionário, ele conheceu a salvação em Jesus. “O meu coração se encheu de alegria por ver jovens, adolescen-tes e esse irmão professando publica-mente sua fé”, conta o missionário. O missionário da JMM faz um apelo aos crentes brasileiros: “Por favor, orem por esses que foram batizados, pela evangelização de Botsuana e pela obra missionária em todo o mundo”.

Outro momento importante para o ministério do Pr. Girlan foi a sua participação no Congresso Mundial de Evangelização, também conheci-do como Movimento Lausanne, que aconteceu em outubro na Cidade do Cabo, na África do Sul. Ele destacou a importância do encontro, ressaltando a emoção de conhecer missionários de todas as partes do planeta. “São he-róis anônimos da força missionária da igreja moderna, que testemunharam de suas lutas e conquistas em campos onde o terreno é extremamente duro aos olhos humanos, mas que Deus está atuando para resgatar o ser humano em estado de condenação”, disse.

Primeiros batismosNas Filipinas, o Pr. Jônatas Caldei-

ra, missionário de Missões Mundiais,

celebrou no mês de outubro, na pro-víncia de Sorsogon, os primeiros três batismos daquele trabalho. “Foi real-mente uma grande alegria e emoção, pois em nosso último campo missio-nário quem batizava eram os obreiros da terra”, contou o missionário.

Além dos batismos, o Pr. Jônatas pregou em duas noites e as mensagens, inspiradas por Deus, levaram seis pes-soas a aceitarem a Cristo como Salva-dor e Senhor. Outra grande oportu-nidade foi a visita ao vice-governador e à Secretaria de Justiça de Sorsogon. De acordo com o missionário da JMM, ambos ficaram realmente honrados em receber a primeira visita de um brasileiro. “Ele aproveitou e orou pelo trabalho daquele chefe de Estado, que aceitou tudo com muita reverência e respeito, como é costume asiático”, narrou o Pr. Jônatas.

Já na cidade de Daet, o missionário esteve acompanhado de sua esposa, Juscelêndia Caldeira. Eles realizaram uma semana de treinamentos com os líderes do trabalho missionário, que segundo os obreiros da JMM é o maior de todos nas Filipinas. Em Daet acon-teceram, também, mais oito batismos de irmãos filipinos. “Por favor, ore pelo ministério missionário aqui nas Filipi-nas, pois são muitos os desafios”, finali-zou o Pr. Jônatas Caldeira.

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MundoO amor de Cristo se

expande por Burkina Fasso, levando a graça

do Pai àquele país

Culto de lançamento da pedra fundamental

Grupo de estudos bíblicos liderado por Cristiane (ao centro)

Mulheres alcançadas pelo trabalho da missionária da JMM

Entre os 10 países com o menor Índice de Desenvolvimento Hu-mano (IDH) do mundo, Burkina

Fasso, país do oeste da África, abriga um grupo de mulheres que tem enfrentado batalhas espirituais e até mesmo físicas – como o forte calor do deserto do Saara – para servir ao Senhor. Boa parte desse despertar das cristãs burquinenses pode ser creditada à obra da missionária Cris-tiane Oliveira, que tem colaborado com o desenvolvimento de várias atividades de apoio ao crescimento dessas mulheres no Reino de Deus.

Neste semestre, a missionária revela ter sido ricamente abençoada com a visita do Coordenador da JMM para a África, Pr. Mayrinkellison Wanderley, ao campo missionário. “Foram três dias de intensa programação, com visitas ao povo marka e reuniões com a liderança local. Pude

as não-crentes. “Tivemos a participação de 30 mulheres. Foi uma bênção de grande impacto à igreja”, disse.

Ao retornar, no final de setembro, ela passou um final de semana, juntamente com mais três irmãs em Cristo que vieram da capital, para participar de um curso de formação que atingiu 20 senhoras. Cada mulher recebeu também um kit com

Lançada pedra fundamental de templo no Senegal

Atividades despertam mulheres em Burkina Fasso, África

Os irmãos em Cristo da cidade de Mbour, no Senegal, vivem a ex-pectativa pela construção de um

templo onde a igreja possa se reunir. A pe-

dra fundamental foi colocada durante um culto realizado no dia 11 de setembro e que contou com a presença do diretor executivo de Mis-sões Mundiais, Pr. João Marcos Barreto Soares.

O executivo da JMM levou uma pa-lavra de saudação à igreja e participou

da colocação do primeiro bloco da cons-trução. A cerimônia contou ainda com as participações dos jovens Radicais da cidade de Kedougou e dos que estão em

treinamento na capital Dacar, além dos missionários da JMM que estão no país.

O casal missionário Pr. Ronaldo e Ana Paula Lourenço agradece a Deus pela vida dos crentes brasileiros que têm sustentado a obra missionária no Senegal através de suas orações e contribuições financeiras. No Senegal não há nenhuma lei que pro-íba o estabelecimento de igrejas. Porém, segundo os missionários, os trâmites bu-rocráticos muitas vezes retardam o avanço dio Reino de Deus no local. E o Senhor tem colocado pessoas no caminho da igreja que são fundamentais para o andamento do processo de construção.

Apesar de ter sido um dia muito chuvoso havia um grande número de convidados, o que superou as expecta-

tivas da liderança. “Foi motivador ver o comprometimento da igreja de Mbour para a realização deste evento, que foi um marco na vida de cada irmão”, encerra o Pr. Ronaldo Lourenço.

Pr. João Marcos (de camisa listrada) observa a colocação de blocos

também receber aconselhamento e apoio espiritual e emocional”, revela Cristiane.

Após decidir a organização do projeto Fábrica de Sabão, a missionária concen-trou seu trabalho na Igreja Batista Wend Benedo, na capital Uagadugu, devido ao período de fortes chuvas (junho-setem-bro), que tornou complicado o acesso ao vilarejo de Nana. Ela organizou um curso de capacitação para a nova diretoria da União Feminina de Wend Benedo, que as habilitou a tomar várias decisões em re-lação ao trabalho. O segundo módulo do Centro de Formação de Líderes foi con-cluído e agora está sob a responsabilidade do irmão Bazié, mas com a supervisão e apoio da missionária.

Ainda na capital, Cristiane separou um sábado para organizar a Tarde do Chá, com o objetivo de integrar todas as mulheres da igreja, incentivando-as também a convidar

histórias bíblicas em desenho, já que a maioria é analfabeta. A intenção é fazer com que elas repassem o que aprenderam às suas famílias e outras mulheres do vilarejo e arredores.

Assim, o amor de Cristo se expande por Burkina Fasso, levando a graça do Pai àquele país que tem grandes carências materiais e desafios espirituais.

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MundoNa Espanha, igreja investe

80% dos recursos em missões

Missionária Vladia Soares ensina crianças, através do PEPE, a conhecerem mais sobre Deus

Pr. Elton Rangel*

*missionário em Sevilha, Espanha

Crianças, adolescentes e pais ouvem mais sobre Deus através do PEPE em Itauguá, no Paraguai.

Casal missionário Elton e Mirian RangelIrmãos da IB em Sevilha amam e apoiam a obra missionária

os irmãos brasileiros cuidam do casal de nosso ministério em Sevilha, nós cuidamos de outras famílias aqui na Espanha e em outros países. Aleluia! Deus é mesmo assim – faz-nos unir forças para que, juntos, evangelizemos o mundo!

Quanto à Fundação Paixão e Compromis-so, finalmente nosso sonho se está convertendo em realidade. Estamos no último estágio de todo o longo processo de legalização, mas já estamos funcionando. Temos muitos outros projetos em andamento como, por exemplo, a criação de uma escola de música, idiomas, informática e futebol; a criação de duas peque-nas empresas para dar trabalho aos membros que estão desempregado (limpeza e pequenos reparos na área da construção); estabelecer uma agenda para que os dentistas brasileiros possam vir ajudar-nos (já temos nosso consultório mon-tado em Sevilha).

Através da Fundação já enviamos um veí-culo para Cabo Verde (para o pastor Emanuel Monteiro, obreiro da terra da JMM), algumas bicicletas para adultos e crianças, roupas, calça-dos, material informático etc. Para o Marrocos enviamos um consultório dentário e muitas outras coisas. O Senhor tem sido generoso para conosco, facilitando-nos os meios para ajudar a muita gente.

Por favor, sigam orando por nós, para que o Senhor nos dê sabedoria em tudo o que fazemos para Sua honra e glória.

Estamos muito contentes com o que o Senhor está fazendo em nossa igreja! Observamos um aumento considerável

na assistência aos cultos na Igreja Batista em Sevilha. O número de pessoas que estão dan-do os primeiros passos na vida cristã tem au-mentado. Estamos impressionados com o que está acontecendo porque isso não é o normal na Europa, em especial na Espanha.

Nossa igreja já chegou a 330 membros, mas, com a organização em igrejas de duas congregações, no período de um ano, voltamos a 205 membros. Com os últimos batismos e as novas cartas de transferências, seguimos avan-çando. Estamos com 10 células familiares que, dentro de algum tempo, serão transformadas em congregações. Observamos que os crentes estão entusiasmados com a ideia e estão abrindo suas casas para estudos bíblicos. O ano de 2010 foi muito abençoado, pois tivemos o privilégio

de realizar quatro cultos em que realizamos 25 batismos.

Entre junho de 2009 e junho de 2010 organizamos duas novas igrejas, uma com 64 membros e outra com 63, filhas da nossa igreja. Também dedicamos ao Senhor um novo local de cultos para outra de nossas congregações. Estamos experimentando um extraordinário crescimento em quatro das cinco congregações que temos. Uma delas, a que está numa cidade chamada Alcalá Del Río, é a que está com mais dificuldade para expandir-se, pela indiferença do povo às coisas do Senhor.

A ênfase da nossa igreja é missões. Nos últimos três anos, do total geral das entradas financeiras da nossa igreja, 75% a 80% são dedi-cados à obra missionária. Isto envolve missões locais, regionais, nacionais e mundiais. Essa é a razão por que contamos hoje com 80 missioná-rios apoiados pela igreja em 23 países. Enquanto

Louvamos a Deus pois, ao longo deste ano, recebemos muitas visitas de pessoas que vieram para ajudar-nos nessa tarefa de evan-gelizar a Espanha. Recebemos um grupo de 13 seminaristas do Seminário Teológico Batista de Niterói/RJ que veio fazer seu estágio aqui. O grupo realizou uma grande obra em Sevilha e Málaga, na Espanha, e Lisboa, em Portugal. Ti-vemos um total de 26 pessoas que conheceram e aceitaram a Jesus como Salvador.

Também recebemos um grupo de irmãos da 3ª IB do Plano Piloto (Brasília/DF). Esses irmãos nos ajudaram muito na área da evan-gelização e apoio às células. Recebemos alguns missionários da JMM que vieram para des-cansar e, ao mesmo tempo, cooperarem com a expansão do Reino aqui em Sevilha. Nossos missionários sempre têm uma palavra especial da parte do Senhor para a nossa igreja.

Mais crianças estão sendo alcan-çadas pela Palavra de Deus no Paraguai, graças a uma parceria

firmada entre a missionária Vládia Soares e o projeto “Jesus Responde”, que permitiu a exibição de filmes evangelísticos a 98 alu-nos do Programa de Educação Pré-Escolar (PEPE) em Itauguá, no Paraguai. Todos os que assistiram aos filmes decidiram acei-tar a Cristo como Salvador. Outra ação de grande impacto entre os meninos e meni-nas foi a distribuição do livro “Jesus Te Ama”, com a mensagem de salvação ilustrada.

A semente do Evangelho plantada na escola é levada também às famílias. “Realizo cursos bíblicos nas aulas de orientação cristã e vejo o interesse das crianças e adolescen-tes em saber mais sobre Deus. Eles estão orando, cantando os louvores em suas casas e seus pais estão ouvindo também a mensa-gem de salvação”, diz a missionária Vládia.

No Festival da Família, realizado neste

RS e da ONG canadense Samaritan’s Purse (Bolsa samaritana, em tradução livre). Outro presente que essas crianças também ganharam foi a construção de dois banheiros que faltavam na infraestrutura da unidade Semillita.

Há dois anos no Paraguai, a missionária tem visto resultados de grande qualida-de para o Reino de Deus. Ela conta que, através do PEPE, 10 pessoas aceitaram a Jesus e agora estão sendo discipuladas; algumas já manifestaram o desejo de ser batizadas. A meta é discipular e batizar os novos convertidos que participam das programações da igreja e da escola bíblica dominical. “Cremos que o nosso Deus tem respondido as orações do seu povo e está conosco, ajudando-nos a revitalizar essa igreja. Os irmãos têm assumido o papel de servos e aprendido que Deus pode fazer o impossível em suas vidas, mas o possível cabe a cada um de nós”, finaliza.

semestre, muitos pais ficaram emocionados ao ouvirem seus filhos louvando a Deus em espanhol, guarani e português. Uma equipe voluntária distribuiu cerca de 200 folhetos evangelísticos durante a apresentação e a missionária tem a certeza de que a Palavra

não voltará vazia. “Sei que não existe coisa impossível ou coração duro que o Senhor não possa quebrantar”, afirma.

Os alunos do PEPE receberam, com muita alegria, brinquedos e outras doações de irmãos da Igreja Batista Nova Ramada/

No Paraguai, crianças convertidas testemunham para suas famílias

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MundoMissões Mundiais

pede a todos os crentes brasileiros que orem

pelos Radicais

Radicais encerram ano contando bênçãos

Eles são jovens, abnegados, unidos e por um momento abriram mão do conforto de seus lares e da

igreja para servirem a Deus nos campos de Missões Mundiais. Os missionários do Projeto Radical – Voluntários Sem Fronteiras que atuam no Senegal, Níger e Mali, na África, chegam ao final de mais um ano contabilizando muitas bênçãos, para a glória de Deus.

A equipe de Kedougou, no Senegal, formada por Eduardo Barcellos, Élida de Souza, Emerlyn Paulo, Gabriela Silva e Síndel Passos, prepara as instalações para o primeiro PEPE (Programa de Educação Pré-Escolar) da aldeia. Além disso, seguem trabalhando com as crianças, apresen-tando-lhes o amor de Deus e o plano da salvação através de cursos de artesanato e de histórias bíblicas.

O grupo esteve na capital Dacar rece-bendo treinamento sobre como aplicar estudos cronológicos de histórias bíblicas. Os jovens Radicais aproveitaram para participar da inauguração das obras de um templo em Mbour (veja matéria na pág. 12). Nessa oportunidade também se encontraram com os pastores João Marcos Barreto Soares, Diretor Executivo de Missões Mundiais, e Mayrinkellison Wanderley, coordenador dos missioná-rios para a África.

A equipe Radical África 7, que em Dacar finalizou o período de imersão na cultura africana, também participou dos treinamentos de estudos cronológicos e da inauguração do templo. Os missio-

As missionárias cumpriram o perí-odo do Projeto na África e retornaram ao Brasil no início de novembro. Mesmo tristes com a partida, tendo que deixar várias pessoas que passaram a amar em Cristo, a felicidade de saber que os projetos prosseguirão nas mãos da outra equipe de Radicais que chega ao Mali – Fabíola Dutra, Juliana Fernandes, Josane Alves, Géssika Vieira e Almir Felipe Silva.

No vilarejo de Dargol, no Níger, a equipe formada por Adeísa Barbosa, Aline da Silva, Camila de Paula, Gisele Moura e Fernando Santos recebeu a visita, no início de setembro, do Pr. Mayrinkellison Wanderley. Na ocasião, mostraram o trabalho que desenvolvem naquele lugar através do orfanato e dos relacionamentos com o povo local. Se-manas depois, o grupo esteve na capital do país, Niamey, para realizar um curso de aperfeiçoamento no idioma zarma, fundamental para o bom desempenho de seus ministérios.

Missões Mundiais pede a todos os crentes brasileiros que orem pelos Radi-cais, seus ministérios em países da África, pelas pessoas com as quais têm contatos e pela saúde física e espiritual de cada um deles.

nários Ayrthon Breder, Paula Barcelos, Thiago Dayam, Cristina Silveira, Weider Alves, Valdirene Gonçalves, Vinícius Gama e Keli Cristina em breve serão divi-didos em equipes e seguirão para os novos campos a fim de substituírem os Radicais que encerraram seu período nos campos e já voltaram ao Brasil.

Despedida para uns, começo para outros

As Radicais Cíntia Santos, Geima Galgane e Vivién do Carmo deixam a aldeia de Mouzoun, no Mali, neste mês de novembro, cumprindo a etapa final do Projeto, mas com objetivos conquistados, especialmente no PEPE ali implantado, que serão expandidos pela equipe que as substituirá.

Um dos testemunhos mais impactan-tes é o do filho do chefe religioso daquela aldeia. Sabedor que o PEPE ensina, além das disciplinas, sobre Jesus, o líder afir-mou que tiraria o menino da escola. As missionárias então passaram a orar e agir. Foram até à casa daquele homem para pedir-lhe que permitisse a divulgação, na mesquita da aldeia, da abertura das matrículas para o próximo ano letivo. As ousadas ação e oração foram respondidas com os dois “sim” que o líder religioso deu: para a divulgação e a renovação da ma-trícula de seu pequeno filho. “Ele, como chefe ou guia religioso, poderia fazer de outra maneira, principalmente para teste-munhar de sua religião para a aldeia, mas escolheu ficar conosco, mesmo sabendo

que ensinamos sobre o Filho de Deus, algo que o islamismo discorda totalmente”, disse uma das Radicais.

Pr. João Marcos (abaixado à dir.) e o grupo de Radicais em treinamento no Senegal

Aldeia de Dargol, no Niger, tem sido a base dos Radicais

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Mundoa inclusão da música no currículo do Programa justifica-se pelo fato de ela contribuir para o desenvolvimento

PEPE chega a Nicarágua, Ruanda e HaitiPor Cristo estamos indo até os con-

fins da Terra, com os recursos que Ele nos tem dado para o testemu-

nho do Evangelho. Louvamos a Deus pelo ano convencional que se encerrou (30 de setembro), pois foi de muitas vitórias, com milhares de vidas alcançadas através do Programa de Educação Pré-Escolar (PEPE). Neste ano desenvolvemos um trabalho prof ícuo nos 18 países onde te-mos atuado, e Deus continua dando cres-cimento e expandindo Sua obra através desse programa.

O grupo executivo do Programa de Educação Pré-Escolar Internacional – PEPE Network – é composto por uma diretora internacional que, juntamente com os coordenadores regionais, toma decisões e iniciativas visando cumprir a Declaração de Missão do programa PEPE, que é: “Capacitar as igrejas evan-gélicas a expressar, através da Educa-ção Infantil, sua fé em amor e ação, a comunidades menos favorecidas ao redor do mundo”.

Em todos os países onde é desen-

cido pelas entidades governamentais. Como fruto do impacto, as crianças, seus familiares e vizinhos demonstram interesse em conhecer a Jesus, de par-ticipar e integrar-se às igrejas locais. Temos diversos testemunhos de lares que se abriram para o estudo da Pala-vra de Deus.

Um levantamento feito até setem-bro de 2010 revelou números impres-sionantes desse programa. Atualmente são 333 unidades do PEPE, cerca de 70 coordenadores e mais de 760 missioná-rios-educadores. Com isso são bene-ficiadas 8.268 crianças, 4.095 famílias contatadas e o número de decisões por Cristo registrado entre outubro de 2009 e setembro deste ano foi de 336 pessoas. E, com muita alegria, informamos que mais três novos países estão no proces-so de implantar o PEPE: Nicarágua e Haiti, na América Central, Ruanda, na África. Louvamos a Deus por mais es-sas portas abertas. O Senhor continua dando crescimento e expandindo Sua obra para outros países.

volvido o PEPE constata-se que o pro-grama é uma bênção e faz a diferença na comunidade em que estão as igre-jas, incluindo e envolvendo as crianças em sua visão ministerial. Nas igrejas,

onde funciona uma unidade do PEPE o impacto tem sido muito grande. Elas adquirem maior credibilidade e aceita-ção nas comunidades, caindo na graça do povo. Este fato tem sido reconhe-

Levar alegria ao coração da criança é o principal desafio do PEPE

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Artigo

Ronaldo Lidório*

Repensando nossa funcionalidade eclesiásticaUma reflexão sobre os elementos da anti-missão

Ao refletir sobre a natureza da Igreja nos confrontamos imediatamente com algumas claras limitações. A

primeira seria uma limitação sociológica, na medida de que todos nós temos sido, de alguma forma, influenciados por dois fatores: o hedonismo e o narcisismo. Jun-to a alguns outros, os tenho chamado de “elementos da anti-missão”. Isto devido a capacidade que eles têm de postar o homem, e consequentemente a Igreja, no centro do universo. De nos tornarmos, aos nossos próprios olhos, os atores principais da história. Percebendo essa realidade, te-remos bastantes dificuldades de conceber uma Igreja que seja chamada para servir a Deus com toda a sua alma, suas energias, seu dinheiro e seu tempo. Ao contrário, tal limitação lança-nos a consequências pura-mente humanistas, como o triunfalismo e ufanismo, e desemboca no orgulho, raiz de grandes males.

O hedonismo nos leva a crer que exis-timos para nossa própria realização, que nossa alegria e felicidade pessoal são os

bens mais preciosos, pelo qual vale a pena tudo. Vivemos para nós mesmos, pensa-mos em nós mesmos, investimos em nós mesmos, teologizamos para nós mesmos e, consequentemente, não servimos a Jesus, mas a nós mesmos. O narcisismo é a desenfreada busca pela beleza pessoal e público reconhecimento da mesma. Não basta estar no centro das atenções, é necessário que todos saibam disto, que sejamos reconhecidos pelos nossos pares, aplaudidos, elevados em pedestais.

Tanto o hedonismo quanto o nar-cisismo corrompem não apenas a alma humana – sua integridade e santidade – mas também sua motivação. Há, por-tanto, muitas igrejas, pastores, líderes e missionários fazendo a coisa certa pela motivação errada.

A segunda limitação que temos ao refletir sobre a Igreja é uma limitação teoló-gica, e me refiro aqui à teologia do serviço, ou teologia da missão, que é a maneira como nós compreendemos o nosso papel no Reino e nos posicionamos em relação a

ele. Em Atos 2.37-47 o autor evidencia que Deus está no controle de todas as coisas e que Ele cumpre todas as promessas. Inicia, já nesse momento, com o cumprimento da promessa de Jesus de que enviaria o Consolador. O Espírito Santo se manifesta para a Igreja e a reveste de autoridade e poder para servir. Atos 2 pinta o quadro desta Igreja chamada segundo o coração de Deus.

Perceberemos que ela é uma Igreja Koinônica (orientada pela comunhão); uma Igreja Kerygmática (proclamadora de Jesus); Martírica (que vive segundo aquilo que crê); Proséitica (que tem vida de oração); Escriturística (que ama e se-gue a Palavra); Diákona (com paixão pelo serviço); Poimênica (que pastoreia o seu povo); e por fim Litúrgica (cuja vida é a adoração do Pai).

Voltamos às primeiras palavras. Os elementos da anti-missão – hedonismo e narcisismo – são expressões da obra da carne, e que nos afastam da missão de ser a Igreja segundo o coração de Deus. A

inércia que experimentamos não provém do nosso desconhecimento da necessidade humana ou do mandato de Deus, mas sim da nossa falta de paixão deslumbrante por Jesus. Há no mundo, hoje, mais de 2 mil povos que não O conhecem. Falam mais de 3 mil línguas e dialetos sem nada da Bíblia em seus idiomas. No Brasil temos 121 etnias indígenas ainda pouco ou não evangelizadas e 95 sem presença missioná-ria. Há mais de meio milhão de ciganos em nossa pátria que não conhecem a Palavra de Deus. As tribos urbanas nas grandes cidades relativizam a vida e, ao contrário de se tornarem ateus, passam a crer em tudo. Vivem à procura de um deus utilitário para saciar uma sociedade humanista.

Jim Eliott, mártir entre os índios do Equador, em uma carta que escrevera à sua igreja na América do Norte, concluiu dizendo: “Viva de tal forma, que ao chegar o dia da sua morte, nada mais tenha a fazer para Deus, a não ser morrer”.

*teólogo e missiólogo

O que nos faz realmente felizes? Sermos criativos, extrovertidos? Aproveitarmos o sol, a praia, a

montanha, as florestas?

Ivo Augusto Seitz*

*Pastor da Igreja Batista da Floresta Porto Alegre, RS

POR UM BRASIL VERDADEIRAMENTE FELIZ

O Brasil é conhecido no mundo todo como um país alegre. Em qualquer lugar onde se ajuntam os brasi-

leiros, logo todos ficam sabendo. Para isso concorrem o povo, a fama da paisagem e a capacidade de enfrentar problemas com criatividade. Fica fácil exaltar as belezas da nossa terra, como na biografia cantada por Jorge Ben Jor: “Moro num país tropical abençoado por Deus”, com sua receita de felicidade: a natureza, o carnaval, um fusca e um violão, o futebol, a mulher, e os amigos (1). Por ser um divertimento, seu patropi passa longe dos graves problemas nacionais. Não é hora de falar da injustiça, corrupção, violência e impunidade.

pela alegria dos sul-africanos e as vuvuzelas das torcidas. Até povos de clima frio brincam e riem na neve. Os índios do Xingu e os dis-tantes povos da Ásia celebram suas festas com coreografias originais.

O que nos faz realmente felizes? Sermos criativos, extrovertidos? Aproveitarmos o sol, a praia, a montanha, as florestas? Proje-tarmos universalmente nossa arte e cultura? Mas, e a natureza agredida, a tragédia moral do carnaval, o fanatismo esportivo, as pro-pagandas que associam o álcool à alegria, a zombaria da televisão quanto ao valor do casamento? Podem não estar nos poemas, mas estão ao nosso lado, por toda parte.

Um Brasil feliz precisa enfrentar os proble-

mas reais e abranger todas as pessoas. Isto só é possível com Cristo, o Salvador que veio ao mundo para trazer boas notícias aos pobres, libertar os presos e oprimidos, curar os cegos, e dar vida a todos (Lucas 4.18-19). Não adianta cantar as belezas da criação sem anunciar o Criador. É Deus que nos faz capazes de apre-ciar o belo e crer no potencial que há por trás de vidas hoje desfiguradas.

À semelhança de Jesus, intercedamos por nosso povo, e anunciemos a esperança e vida, liberdade e vitória preparadas por Deus para todo aquele que crê (3).

Ben Jor e os poetas estão certos ao cantar seu amor pelo Brasil, cada um do seu jeito. Mas não podemos viver deslumbrados. A Comunidade Evangélica de Nilópolis re-conhece isto em uma oração. Em Deus, sara esta nação, mesmo sem citar cada problema, há a busca de Deus. A curiosidade está na inti-midade com que nossos irmãos cantam: “Um dia, Deus olhou para esta nação e por ela se apaixonou de uma forma especial” (2).

A mensagem de Nilópolis não menciona especificamente o Brasil. Serve para todas as nações. Há quem ache que Deus é brasileiro, esquecendo que o amor do Pai é dado aos seus filhos pela graça, e indistintamente. Todos os povos podem ser felizes. Somos contagiados

Notas(1)Diz a letra: “Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza. Em fevereiro, tem carnaval; tenho um fusca e um violão; sou Flamengo e tenho uma nega chamada Teresa. Posso não ser um “band leader” mas lá em casa todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam, e essa é a razão da simpatia, do poder, do algo mais e da alegria.”(2) Diz a letra: “Deus, sara esta nação com o teu poder, com o óleo da tua unção! Um dia, Deus olhou para esta nação e por ela se apaixonou de uma forma especial. Colocou sobre ela a sua mão, derramando a sua unção, liberando o seu poder”.(3) Na campanha de Missões Nacionais de 2003 sugerimos o acréscimo de uma 5ª. estrofe ao hino “De ti, ó meu Brasil” (Hinário para o Culto Cristão, 600): “Recebe, ó Deus de amor, este hino de clamor por meu País. Que eu prove a gratidão dizendo ao meu irmão: ‘Com Deus, nossa Nação será feliz’!”

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InstitucionalTrans

Rio Grandedo Sul 20

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GeralCartas

Envie sua carta ou e-mail com experiências com a obra missionária. Sua opinião sobre o nosso trabalho, e o conteúdo do Jornal de Missões, é muito importante. Escreva para [email protected] ou [email protected].

ESCREVA-NOS CONTANDO SUAS EXPERIÊNCIAS COM MISSÕES

CampanhaParabéns, pela belíssima campanha que estão fazendo. Quero dizer o quanto amo mis-

sões e a minha maior felicidade é: quando Deus me usa para ser uma geradora de almas pra Ele.

Elza pelo OrkutPátria feliz

Parabéns por mais uma campanha de missões, cujo tema escolhido vem tocar profun-damente nossos corações. Tenho a cada dia me surpreendido com a Obra Missionária e desde o dia que, de coração, declarei ao Senhor eis-me aqui, Ele tem feito um “rebuliço” em minha vida, usando pra isso a Obra Missionária de Missões Nacionais. O tema da campa-nha de 2009 foi tremendo e esse de 2010 não ficou pra trás.

Que o Senhor de Missões os abençoe PODEROSAMENTE nessa obra e que muito em breve, possamos ver nossa Pátria sendo verdadeiramente liberta e feliz para a glória de Deus.

Um grande e fraterno Abraço,Jeferson & Luciana

Promotores de Missões em Itaperuna-RJTenda da Esperança

Gostaria de parabenizar toda a equipe que trabalhou na realização da Tenda da Espe-rança 2010. Foi minha primeira de muitas que, com certeza, irei participar, pois essa Tenda foi show, muito massa... Estarei orando e divulgando a Tenda da Esperança aqui no meu estado (Maranhão) fiquem com Deus e até 2011 se Deus quiser.

Luan Carvalho FrançaPor e-mail

GratidãoQuero agradecer a JMN e JMM pelas notícias de missões que recebo através do Jornal de

Missões, Revista do PAM Brasil e A Colheita. As cartas dos missionários têm sempre me es-timulado a orar e contribuir com a obra de missões para resgatar vidas do inferno e povoar o céu como na Cristolândia com os radicais liderados pelo pr. Humberto e irmã Soraya e filhos ali na cracolândia, no bairro que leva o nome de Luz, mas é mais trevas do que luz”.

José Gonçalves Promotor de Missões e missionário

voluntário da IB Ipiranga, São Paulo/SP

Jornal de Missões – qualidade e quantidade“Ao voltar de férias encontrei sobre minha mesa o Jornal de Missões (edição set/out de

2010) e fiquei encantado com a qualidade e quantidade dos textos. Alegrei-me ao perceber como proclamação e ação social andam de mãos juntas. Chamou-me a atenção o riso presen-te na maioria das fotos, demonstrando o estado de espírito de quem olha para fotografar, de quem olha para selecionar as fotos e de quem está se deixando fotografar. Que Deus continue a abençoar suas vidas”

Pr. Edvar Gimenes de Oliveira, IB da Graça, Salvador/BA

Privilégio“É um privilégio promover a obra missionária em nossa igreja. Temos desafiado os irmãos

a orarem pelos missionários espalhados pelo mundo todo e sempre pedimos a Deus um co-ração generoso para ofertar para missões com alegria e voluntariedade”

Ana Nascimento, IB em Apucarana/PR

Boa informação“Quero parabenizar Missões Mundiais pela qualidade do seu trabalho nos campos internacionais. As matérias trazem informações missionárias importantes para nós, como cristãos. Que Deus continue abençoando todos da JMM”

Rodrigo Vilela, Olinda/PE

Alimentando a paixão“Louvo a Deus por Missões Mundiais, pois através desta agência Deus tem alimentado a minha paixão por missões. Lendo os veículos de comunicação da JMM tenho podido, também, participar da obra grandiosa de expansão do Evangelho pelo mundo.”

Renato Lima, IB Boas Novas de Sorocaba/SP

Capoeira como estratégia

A Missão Batista Estrela de Ouro passou por mudanças significativas,

implantando projetos para o alcance da comunidade do Morro dos Macacos, no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Uma das grandes propostas da missão foi a criação de um projeto esportivo que tem se mostrado eficiente, atraindo crianças, adolescentes e jovens. Denomi-nado Grupo de Capoeira e Artes Estrela de Ouro, a ideia é compartilhar valores

morais e princípios bíblicos durante os encontros. Na direção do projeto está o voluntário Ivan, mestre de capoeira e membro da Igreja Batista do Farol da Lapa.

“Já contamos com mais de 30 matricu-lados no Projeto. Peço que orem por este grupo, para que possamos influenciar a vida das nossas crianças, adolescente e jovens”, comentou o pastor João Marcos, missionário líder da Missão.

Inauguração em Viçosa

A missionária Ana Paula Amorim ce-lebrou o culto de gratidão a Deus, no

último dia 29 de outubro, pela construção do templo da Primeira Igreja Batista em Viçosa, CE, com a presença de cerca de 200 pessoas.

“Foram semanas muito intensas, desafiadoras e de muita alegria refletida no rosto de cada obreiro participante da construção. Como resultado, em cinco

dias (após a construção do alicerce) a equipe de irmãos americanos, junta-mente com outros obreiros brasileiros, terminaram a construção”, compartilhou Ana Paula.

As obras seguem com a finalização dos banheiros e salas, especialmente para as crianças. “Contamos com sua parceria em oração”, clamou a missionária.

Os missionários de Missões Mundiais, Pr. Roberto e Aline Romão, vivem a

expectativa de seguir para o seu provável novo campo missionário: o Timor-Leste. Atuando através do Programa Esportivo Missionário (PEM), o casal esteve durante 4 anos na Malásia. Para lá seguiu a família

PEM no Timor-Lestemissionária William, Márcia e Carolina Carrilho. “Há algum tempo Deus colocou o Timor em nossos corações, e agora esta-mos buscando preparo e confirmação do Senhor para somar forças com os outros missionários que já estão naquele país”, diz o Pr. Romão.

A Igreja de Treviso, na Itália, cresce graças às mãos de Deus em projetos

na área musical, com crianças, com grupos de estudos bíblicos e no trabalho com os casais. Os resultados são demorados, mas muito celebrados. Neste semestre, o Pr. Caio Bottega, missionário de Missões Mundiais na região, realizou batismos de irmãos pelos quais havia orado durante até 8 anos. “O processo de conversão aqui na Itália é longo, mas acontece de forma convicta. Os italianos só dão um passo quando têm certeza absoluta do que estão fazendo”, conta o pastor. Em 2011, a Igreja

Convicção na Itália

Batismo em Treviso

Batista de Treviso espera ganhar novas vi-das para Jesus através de retiros dos grupos de adolescentes, jovens, louvor e casais, além de outras atividades evangelísticas.

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GeralCrianças moçambicanas recebem orientação odontológica através do Projeto Kgomotso (Consolo)

Campanha nas igrejasProporcionando experiências missionárias

aos membros, a Primeira Igreja Batista de São João de Meriti realizou, em setembro, a Feira Nacional. A programação, que atraiu mais de 500 pessoas, contou com a presença de missionários de Missões Nacionais. Par-ticiparam como preletores da festividade os missionários pastores Gilnei da Silva Leão –

de São Leopoldo (RS), Mário Moura (TO), que atua entre os índios xerentes, e Antônio Marcos Xavier – de Tauá (CE). Como resul-tado do mover do Espírito, foram firmadas 40 parcerias missionárias. Além disso, três pessoas tomaram decisão ao lado de Cristo por meio da ação de evangelização realizada durante a Feira.

Crianças para Jesus

Os missionários de Barra da Estiva, pas-tor Renato e Juliana Fagundes, têm

dedicado grande parte de suas atividades na evangelização de crianças. Em outubro, mês em que os batistas participaram do Programa Nacional de Evangelização de Crianças, o casal realizou uma grande festa com brincadeiras e distribuição de brinque-dos. A Congregação do Bairro São Félix,

que sediou o evento, contou com mais de 60 crianças, além dos pais presentes. Para os missionários, a quantidade de meninos e meninas foi uma grande vitória, já que muitos pais impedem as crianças de esta-rem na casa de Deus. Ore por este projeto, a fim de que Deus quebrante os corações dos familiares dos pequeninos e não mais os impeçam de fazer parte do Reino.

A segunda fase das obras do Lar Batista F. F. Soren, em Luzimangues (TO), já

começou. Algumas obras de acabamento da primeira fase foram concluídas, duas quitinetes já estão em fase de acabamento, um poço artesiano e reservatório de água foram instalados, estes dois últimos com investimentos doados pela Internatio-nal Mission Board, parceira de Missões Nacionais em projetos de evangelização no Brasil. Ainda restam a construção de quadra poliesportiva, vestiários, pistas ecológicas, estacionamento, além de obras de arruamento e urbanização. Os recursos estão sendo enviados por irmãos e igrejas parceiras do PAM Brasil, que mensalmen-

Obras no Lar

te dedicam parte de sua renda ao sustento da obra missionária. Com a conclusão das obras, a instituição terá capacidade para 100 internos, além do atendimento de 200 crianças e adolescentes da comunidade.

Novo chalé em construção

Batismos nos campos

Batismo em Capão da Canoa

No mês de setembro, a família do missionário Leno Lúcio Franco

completou 13 anos de ministério atra-vés de Missões Mundiais. “Louvo a Deus pois, com o apoio de minha família – Raquel Priscila (esposa), Gabriela e Ana Rebeca (filhas) – muitas pessoas foram evangelizadas, discipuladas e treinadas para o ministério. Foram anos de lutas e também de muitas vitórias nos campos por onde passamos – Bolívia e Ucrâ-

Lutas e vitórias na Espanhania – e, agora, na Espanha”, lembra o missionário.

A Igreja Batista de Huelva, na Espa-nha, onde estão os obreiros, vai cres-cendo pouco a pouco. Segundo o Pr. Leno, são muitas as lutas que ainda estão atravessando, com pressões de uma so-ciedade pós-cristã e cada dia mais secu-larizada. Mas eles continuam firmes com a visão de evangelizar e proclamar que Cristo é a esperança de todos os povos.

O esporte tem sido uma das ferramentas usadas pelos missionários

O casal missionário no Oriente Mé-dio, Pr. Calebe e Rebeca, está em

preparação para um novo campo. Outro fato que ainda deixa os missionários no Brasil é o tratamento de saúde de Rebeca, que não tem mais um tumor na hipófise. Mas ainda precisa de cuidados médicos para estar totalmente recuperada.

No Brasil, Pr. Calebe e Rebeca minis-tram aulas e palestras em instituições teo-

Sede por evangelizar muçulmanos

lógicas, além é claro, de visitarem igrejas e participarem de congressos missionários, o que tem despertado vocacionados.

O casal clama para que os brasileiros orem por mais trabalhadores para a seara. Pois têm a certeza de que se existissem muitos obreiros juntos aos muçulmanos, não estariam tão ansiosos por voltar, sa-bendo que o nome de Jesus continuaria sendo anunciado naquela região.

Missionária Dione Virgínio evangeliza crianças

O Projeto Kgomotso (Consolo) acon-tece em diversas províncias daquele

país e visa atender a população local na área da saúde. A missionária e também médica Conceição Antônio coordena o Projeto, que conta ainda com outra obreira da JMM, Dione Virgínio. Recentemente o Projeto atendeu às igrejas batistas da região de Djuba, onde as obreiras realizaram evangelismo nas casas e fizeram palestras

Consolo aos Moçambicanos

para jovens e adultos sobre como prevenir a AIDS e sobre sexualidade segundo a orientação bíblica. Além dessas ativida-des, elas exibiram um filme que aborda a importância da presença de Deus no casamento. Em seguida, atenderam à IB das Mohatas, onde também fizeram várias atividades, como evangelização de crianças e ensino de higiene oral, e palestras para jovens e adultos.

Nos campos de Missões Nacionais, frutos de um trabalho constante de

evangelização e discipulado surgem no dia a dia das frentes missionárias, resultando em vidas batizadas. Em outubro, obreiros de Porto Firme (MG), Capão da Canoa (RS) e do Sudoeste do Paraná celebraram o

batismo de cinco, três e oito vidas, respec-tivamente. O missionário Thiago Soares de Freitas Rebello, de Porto Firme, comenta a alegria de ver os frutos da Obra: “É muito bom ver o trabalho de Deus crescendo. Temos lutado muito aqui e essa é mais uma vitória”.

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 20

Mobilização MissionáriaCampanha de Missões Nacionais

continua impactando igrejasA Campanha de Missões Nacio-

nais continua impactando a vida de igrejas que decidiram

se mobilizar em prol do crescimento do Reino. Com muita criatividade e disposição, promotores e membros re-alizaram diversas atividades que servi-ram tanto para arrecadação de ofertas quanto para evangelização local. De uma forma ou de outra, Cristo foi glo-rificado e a igreja edificada por meio de uma visão missionária amadurecida.

Trabalhando para a arrecadação de ofertas e conscientização de seus membros, a Igreja Batista em Maruípe – Vitória (ES) promoveu, nos meses de setembro e outubro, mais uma campa-nha missionária. O desafio apresentado parecia muito grande e o alvo proposto, para muitos, era uma impossibilidade, já que ainda havia a campanha de reforma do templo. Mesmo assim, o passo foi dado e a igreja, sob a direção do pastor Fábio Torres, realizou a primeira arre-cadação de ofertas a partir de uma ideia original: a confecção e venda de sabões artesanais, por meio da reutilização de óleo de cozinha.

Como uma ideia puxa outra, o pastor também decidiu levar sua igreja à reali-zação do Bazar Missionário. Todos se envolveram, doando roupas, calçados e bolsas. Exposto em local estratégico, na Praça de um bairro próximo, o bazar foi a sensação da região, oferecendo produtos de qualidade e preço baixo. Dessa forma, a comunidade, que é muito carente, foi

Bazar da IB Maruípe

“Por Um Brasil Verdadeiramente Feliz”

ecoa no coração dos batistas

“Durante esta campanha, toda a igreja esteve empenhada em levantar o recurso para missões. Os adolescentes fizeram uma campanha linda, foram motivados a preparar um cofre e, durante todo o período, eles juntaram com muito carinho suas economias. Também utilizamos a cantina da igreja para levantar recursos e, no encerramento, a igreja promoveu um chamado almoço missionário, ocasião em que foi feita venda de quentinhas. Foi uma bênção, pois tudo foi doado pelos irmãos com muito amor. Ficamos felizes por par-ticipar desse trabalho.”

Clébio BarretoPresidente da Igreja

Batista em Joana D’arc

“Estamos realizando a Campanha na Igreja Batista da Orla, em São Gonçalo Stand da JMN na IB da Orla

Léia Tassi

A Primeira Igreja Batista em Alian-ça, PE – pastor José Jorge Barbosa – aproveitou o período de ênfase missio-nária para impactar a cidade em duas ocasiões de grande importância para o município: o dia 7 de setembro – In-dependência do Brasil – e 11, quando os moradores comemoram a eman-cipação política. Nestas datas, há um grande alvoroço na cidade, com todos os alunos do município participando de desfiles cívicos.

“Todas as escolas da cidade desfilam pela principal avenida da cidade, onde está localizada nossa igreja”, explicou a promotora Azenate Pessoa, que estra-tegicamente levou sua igreja a distri-buir água e folhetos evangelísticos nos eventos. A ideia, segundo a promotora, surgiu da campanha “O Brasil tem sede de Deus. Quem terá compaixão?”, do ano de 2008.

A atitude da igreja chamou a atenção de quem participava dos eventos da cidade. A iniciativa, pioneira na região, arrancou elogios dos moradores. “Nin-guém nunca fez isso aqui, vocês estão de parabéns!”, diziam alguns. Neste ano, a 1ª IB em Aliança já distribuiu mil litros de água e 7 mil literaturas evangelísticas, boa parte das quais estão disponíveis na loja de Missões Nacionais.

Queremos saber como foi a Campa-nha de Missões Nacionais em sua igreja. Para enviar as atividades e resultados desse período, mande um e-mail para [email protected].

(RJ), com uma grande gincana, dividindo os grupos em cinco regiões. O objetivo é fazer todos trabalharem por missões, ou o maior número de pessoas da igreja. Não somos um grupo grande e saímos de duas campanhas de construção. Foi a maneira que encontramos para incentivar os irmãos. Além da representação das regiões com peças, pesquisas etc. tivemos Feira Missio-nária e Almoço. Todos estão se esforçando.

Promotora de Missões “Queremos compartilhar com o povo de

Deus as maravilhas que Ele tem operado em nosso meio. Durante os meses de setembro e outubro desenvolvemos a Campanha de Missões Nacionais em nossa frente mis-sionária. Estabelecemos um alvo arrojado e desafiador para nossa realidade. Decoramos o templo com temas missionários, usando o material da Campanha, em todos os cultos demos ênfase aos Projetos da JMN, com o auxílio dos vídeos que recebemos, sempre chamando o povo para um grande envolvi-mento. Para honra e glória e louvor de nosso Deus, ultrapassamos em 50% nosso alvo. Além de ultrapassarmos o alvo, tivemos uma grande alavancada na obra como um todo, com cultos marcantes, em que a média de frequência aos domingos à noite nunca ficou abaixo de 45 pessoas, e em algumas noites tivemos pessoas em pé por falta de cadeiras.”

Pr. Jorge e LaureteMissionários em Canoas – RS

assistida, mais ofertas foram alcançadas e o evangelho foi anunciado a todos que por ali passaram. No dia 2 de outubro foi realizada a última estratégia de missões. Um Feirão Missionário, que vendia de tudo, de livros a plantas.

Enfim, o dia do encerramento foi marcado com uma apoteose missionária. No culto houve uma encenação com pessoas que representaram moradores de rua, prostitutas, viciados em drogas e executivos. Jussara, promotora de missões, emocionou os membros ao representar uma mãe que vive à margem da sociedade e perdeu um filho, vítima

das drogas. No fim das apresentações, o pastor Sebastião Lúcio Guimarães trou-xe a Palavra, encorajando os irmãos a não desistirem da obra missionária.

No culto de encerramento da cam-panha, era notória a curiosidade quanto ao alvo. Quando finalmente o valor arre-cadado foi informado, a igreja explodiu em aplausos por ter ultrapassado o valor proposto. Mas as ações da igreja não pa-raram por aí. Empolgado com o momento vivido pela igreja, pastor Fábio já convidou os membros a se prepararem para uma jornada missionária, levando o evangelho aos brasileiros carentes do evangelho.

Quanto à Festa do Brasil, foi baseada no encarte infantil, muito bom! As crianças compareceram, em sua maioria com rou-pas amarelas e azuis, da Copa. Realizamos “viagens” pelo Brasil, adaptando as tarefas conforme as nossas condições. Temos usa-do o encarte no culto infantil, à noite, para que as crianças também fiquem integradas na programação missionária da igreja.”

Marilene Dominguez

Uma campanha abençoada

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 21

Mobilização Missionária “O Desperta chacoalha a igreja”

Crianças na obra missionária

Os congressos Desperta pelo Bra-sil continuam acontecendo em diferentes regiões. Apenas em

outubro foram realizados no norte, nor-deste e sudeste do país, cumprindo seu propósito de relembrar as igrejas de seu compromisso com a obra missionária. Muitos irmãos entregam suas vidas para a obra missionária, enquanto outros acei-tam o desafio de contribuir financeira-mente ou ainda em oração.

Na Primeira Igreja Batista de Mauá, o congresso contou com a presença dos Radicais Brasil e de 50 pessoas da Missão Batista Cristolândia resgatadas das ruas do Centro de São Paulo, e ao final do culto de abertura aconteceu um fato curioso. Um jovem se aproximou dos gerentes regionais de missões em São Paulo, pastor Exequias e Maria Helena Santos, e disse: “Olha, eu estou aqui assistindo esse culto e quero

dizer que eu sou como esses rapazes e quero sair dessa vida”. Conversaram com ele e disseram que o aguardavam no dia seguinte para a programação. O jovem não só retornou como participou de todo o congresso, aceitou a Cristo como Salvador e no encerramento declarou seu desejo de ir para a Cristolândia, seguindo o grupo para lá.

Entre as centenas de vocacionados que se apresentam nestes congressos, a irmã Edileidi Cañete Ramos tem certeza que “o Desperta chacoalha a igreja. As pessoas per-cebem que estar dentro das quatro paredes não é servir a Jesus. As pessoas acordam do sono”. Ainda segundo a irmã, sua igreja, que é “animadíssima”, passou por uma corrente de voltagem 660. “Estamos todos com vontade de partir. Partir para a batalha. Nossa Igreja (1ª IB Itaim) tem um coração missionário, mas o Desperta fez a diferença”.

Crianças colaboram para a conquista da Pátria para Cristo

Consagração de vidas e bens

A pequena poetisa

Maria M

orais Eu tinha 15 anos quando Deus me chamou pra Missões, mas sempre achei que trabalhar pra Deus podia ser trabalhar na igreja, e sempre o fiz. Com o tempo, fui me ocupando mais com mais ati-vidades na igreja, sempre achando que isto era suficiente pra cumprir minha missão, mas sempre que tinha um chamado de algum mis-sionário, ou mesmo pastoral, eu me desmanchava em lágrimas e aquilo me incomodava. Sentia como se estivesse muito aquém do que Deus esperava de mim.

Me casei e depois, trabalhando na igreja junto com meu marido (Robson Ramos), um dia, voltando de um congresso, ele disse que tinha algo pra me contar. Também ele tinha uma chamada para o ministério, para a evangelização. Tínhamos planejado tudo do nosso casamento, mas nunca tínhamos falado disto e vimos, no fato de termos nos casado sem sabermos um do compromisso do outro com Deus, que era do Senhor a nossa chamada. Continuamos anos a fio (20 anos) “enrolando Deus” com a história que Deus também cha-ma as pessoas pra trabalharem na igreja. Meu marido chegou a ir para o seminário porque achávamos que precisávamos que ele se tornasse pastor pra começar efetivamente algum trabalho de missões.

Na mensagem do pastor Fernando Brandão, no dia 17 de setembro, eu e meu marido estávamos sentados juntos. Nos olhamos e dissemos que não iríamos mais atender nenhum apelo. Agora era hora de transformar os sonhos em realidade. Se fosse pra ser, seria ir de uma vez e assim nos apresentamos e preenchemos o formulário.

Antes, quando voltávamos da igreja, depois de trabalhar muito por lá, estávamos insatis-feitos, porque dizíamos que queríamos mais, queríamos ver pessoas salvas. Como o pastor Fernando disse, temos pressa, pressa de ganhar almas, já estamos trabalhando desde o fim de semana seguinte ao congresso auxiliando o ministério com hispanos. Estamos em processo de avaliação pra sermos missionários bivocacionados. Meu marido tem pregado e eu traduzido nos cultos, pois sou filha de paraguaios. Saímos convidando as pessoas em uma feira que há lá no bairro, distribuímos folhetos e damos informações sobre como regularizar a cidadania no Brasil. Usamos isto pra falar da cidadania dos céus. Esperamos em Deus que tenhamos êxito.

Edileidi Cañete Ramos

Hora de transformar sonhos em realidade

Casal responde ao chamado missionário

No período de divulgação missio-nária da campanha Por um Bra-sil verdadeiramente feliz, crian-

ças de nossas igrejas compreenderam a responsabilidade pessoal de cada crente na obra de evangelização de nossa Pátria e apresentaram-se como participantes.

Na Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte (MG), durante o congresso Desperta pelo Brasil Infantil, a pequena Letícia, de 7 anos, respondeu ao apelo da professora que dirigia o culto, afirmando desejar ser missionária. Filha dos missioná-rios Alexandre e Carla Andrea Fernandes (Laranjal do Jarí, AP) que participavam do congresso, Letícia foi à frente, se colocou de joelhos aceitando seu chamado.

Neste mesmo congresso, Ana Luíza, de cerca de 10 anos, membro da Igreja, decla-mou uma poesia de sua autoria por meio da qual mostra como podemos nos envolver com a evangelização de nosso Brasil.

Outro episódio interessante foi com-partilhado pela missionária Everli Nasci-mento de Barros (Índios Guajajara, em Arame/MA) na Igreja Batista Central de Governador Valadares (MG), onde fez promoção missionária. Após comparti-lhar as experiências de seu campo e falar das necessidades existentes no estado de Minas, fez um apelo para que os ouvintes participassem do PAM Brasil, adotando um casal missionário para o estado.

Israel Ribeiro da Cruz, de 6 anos, disse a seus pais, Alexandre Marcelo da Cruz e Alessandra Ribeiro da Cruz, que gostaria de adotar um missionário. “Os pais explicaram que a família já adotava um missionário e pediram que ele ficasse quietinho”. Israel, no entanto sentou-se no banco e começou a chorar baixinho. A mãe perguntou o que havia acontecido e ele disse que gostaria de ir à frente pegar uma ficha do PAM. “Sua

mãe perguntou para quê ele queria pegar a ficha, e ele prontamente respondeu: Para que venham mais missionários para Minas Gerais”.

Diante disto os pais, comovidos com a reação do filho, atenderam o desejo não só do filho, Israel, como também de sua filha, Sarah Cristina Ribeiro da Cruz, de 4 anos. Hoje cada uma das crianças participa do PAM Brasil.

Segundo os pais, Israel é uma criança que testemunha entre outras crianças e diz que vai ser um pastor. Sarah gosta muito de cantar na igreja e diz que vai ser missionária e cantora evangélica.

“Uma criança que é ensinada a amar a Deus, quando ouve dizer que pessoas ainda precisam ouvir falar de Jesus, tam-bém se comove com este apelo. Prova disto foi sua reação, demonstrando um coração impactado pelas necessidades de seu estado.”

Eu ajudo os missionários Ana Luíza

Porque eu ajudo missões?É muito difícil de saberEu já vou te responder

Tem várias formas de fazerPosso um dinheirinho enviar

Ou uma cartinha mandarPara um missionário alegrar

Ou até remédios, para uma doença curar.Mas se mesmo assim eu não conseguir

Será que vou desistir?Em casa mesmo eu posso ajudar

E com minha família orarOu aos amigos falar

E o evangelho anunciar!

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Jornal de MissõesSetembro / Outubro • 2010 22

Mobilização MissionáriaCaravanas ajudam trabalho nos campos de Missões Mundiais

Equipes de voluntários foram para a África, Oriente Médio e Haiti

Projeto Por um Novo Haiti:

ajuda na reconstrução daquele país

No dia 27 de outubro mais uma caravana de missionários vo-luntários das igrejas batistas

brasileiras, em parceria com a Junta de Missões Mundiais, seguiu para a África do Sul. Ao todo, 24 voluntários, entre eles pastores, dentistas, psicólogos, enfermeiras, pedagogas, professores e tecnólogos serviram ao Senhor com seus dons e talentos em sete campos missio-nários. Os voluntários levaram doações como roupas, sapatos, remédios, mate-riais evangelístico e para treinamento, projetores etc.

Liderada pelo Pr. Fabiano Araújo da Sil-va, Representante da JMM em São Paulo, a caravana parou primeiro em Moçambique, onde foi dividida em três grupos. Um ficou na capital Maputo, onde estão os missio-nários Pr. Edivaldo e Adriana Marcolino, a médica Maria da Conceição Antônio e Dione Virgínio. Outra equipe seguiu para Xai-Xai, para apoiar o ministério de Otília da Silva. O terceiro grupo ficou em Dondo e Beira, no Norte do país, onde atuam os missionários Pr. Jerônimo e Noêmia Cessito e Daniel e a médica Gisele Soler. Depois eles seguiram para a África do Sul e se dividiram entre Joanesburgo, onde estão o Pr. Roberto e Edna Carmona, e Germins-ton, com Pr. Diego e Stella Lopes, além de atenderem o trabalho em Welkom, onde está o casal Pr. Joel e Lúcia Martiniano.

Os voluntários ofereceram às comu-nidades carentes atendimentos médicos, odontológico e psicológico; promove-ram atividades esportivas, evangelísticas,

artísticas e pedagógicas; também deram cursos rápidos, profissionalizantes e de capelania, treinamento de liderança e EBF, entre outras atividades.

Voluntários levam esperança ao Haiti

No dia 5 de outubro uma caravana missionária composta por 56 integran-

tes, de diversas partes do Brasil, deixou o aeroporto de Guarulhos, em São Pau-lo, rumo ao Haiti. A equipe foi recebida pelo Pr. Jonathan Joseph, obreiro da terra e coordenador dos missionários da JMM naquele país, com uma faixa em francês (idioma oficial do Haiti) dando as boas-vindas. O grupo esteve sob a liderança do Pr. Marcos Grava, coordenador do Programa Esportivo Missionário (PEM) e do setor de volun-tários da JMM. “Logo que chegamos ao país fomos ao Palácio Presidencial, que fora destruído pelo terremoto, numa ca-minhada de oração. Entende-se que há um significado nesta destruição, já que o governo haitiano esteve por muitos anos debaixo do poder e jugo maligno”, diz o Pr. Grava. A TV local apareceu para registrar a visita e os voluntários tiveram a oportunidade de testemu-nhar, e também de pregar, para os que os acompanhavam naquela manhã.

Um grupo da área médica, que es-tava no Nordeste do Haiti, se juntou aos demais que já estavam na capital Porto Príncipe. Nos últimos dias que passaram ali, os voluntários mostraram o que é realmente a Igreja de Cristo e, unidos, trabalharam para alcançar vidas. Somente o grupo da área médica, jun-

tamente com capelães e intercessores, atenderam cerca de 200 pessoas. A equipe também visitou um orfanato que atende a mais de 100 crianças. Ali eles brincaram, cantaram e levaram o amor do Pai para aquelas crianças que estão sem esperança. Deus operou milagres nos atendimentos, usou a vida dos médicos para curar o físico e, principal-mente, o espiritual das pessoas.

De Feira de Santana para Cabo Verde

No dia 7 de novembro, um grupo de voluntários da Igreja Batista Alvorada, de Feira de Santana/BA, realizou uma viagem missionária a Cabo Verde, na África. O líder da caravana foi o Repre-sentante da JMM para o Nordeste, Sílvio Camilo, ex-Radical que foi missionário naquela nação.

O líder de missões da igreja, Pr. Wo-dson Mota, lembrou que, em 2009, o Pr. Emanuel Monteiro, missionário cabo-ver-diano de Missões Mundiais, foi o orador oficial do 13º Congresso de Missões da IB Alvorada. E no congresso este ano neles receberam Sílvio Camilo, que falou de suas experiências missionárias em Cabo Verde. Segundo o pastor Wodson, esta foi a forma

Caravana missionária em Moçambique e na África do Sul

Médicos voluntários visitam Hospital Comunitário no nordeste do Haiti

Voluntário fazem caminhada de oração pelas ruas de Porto Princípe, capital do Haiti, em favor da viagem missionária que visou abençoar àquele país

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Jornal de MissõesSetembro/Outubro • 2010 23

Mobilização MissionáriaCaravanas ajudam trabalho nos campos de Missões Mundiais

Equipes de voluntários foram para a África, Oriente Médio e Haiti

Pr. Adílson Ferreira (à esq.) liderou caravana de pastores ao Oriente Médio

a igreja teve a resposta de Deus quanto ao local de sua viagem missionária.

A caravana (que tem também irmãos voluntários de outras igrejas) ficará em Cabo Verde até o dia 1º de dezembro. Eles levaram inúmeras doações que aben-çoarão os cabo-verdianos, como roupas e equipamentos, ofertadas por várias igrejas. “Queremos ser usados como instrumentos nas mãos de Deus para abençoar a vida daquele povo através do nosso serviço”, disse o Pr. Wodson.

Caravana colhe vitórias no Oriente Médio

Uma caravana de pastores esteve no Oriente Médio sob a liderança do Pr. Adílson Ferreira dos Santos, Represen-tante de Missões Mundiais para o Estado de São Paulo, e Pr. Khalil Samara, orien-tador estratégico para aquela região. O grupo visitou igrejas e congregações realizando conferências, aconselhando e treinando líderes.

“Deus realizou milagres por lá, uma área controlada pelo Hezbollah (grupo terrorista libanês). Em vários momentos fomos parados em barreiras militares terroristas, do Líbano, da ONU e da Síria. Mas, em meio a tudo isso, presenciamos

conversões e reconciliações, realizamos três batismos e igrejas foram edificadas por meio das palestras promovidas pelo nosso grupo”, conta o Pr. Adílson.

No primeiro culto de uma série de conferências, Samir, afastado há 20 anos da igreja, tomou a decisão de voltar aos caminhos do Senhor e trabalhar no avan-ço do Evangelho. No segundo dia, ele deu o seu testemunho dizendo que antes do afastamento era um líder que pregava, dis-cipulava e realizava um excelente programa de rádio, ouvido até no Egito. A guerra destruiu a rádio, gerando em seu coração frustração e acentuando outros problemas que o levaram ao afastamento.

Depois, a caravana seguiu para o Iraque, onde realizou uma conferência de três dias com a liderança batista do país. Os pastores também pregaram em congregações e nas casas, e reali-zaram batismos. Eles aproveitaram a oportunidade para apresentar projetos ao Ministro de Esportes, Juventude e Cultura do país durante audiência pré-agendada pelo obreiro da JMM em Bagdá.

O último desafio foi a Síria. Por lá, todas as igrejas foram fechadas pelo governo. Por isso, o grupo visitou os crentes em suas casas para confortá-los e reanimá-los.

Durante a viagem, os voluntários foram unânimes em reconhecer o trabalho do Pr. Khalil Samara, missio-nário da JMM no Oriente Médio. O Pr. Adílson constatou o esforço: “Ele não para de trabalhar. Nos orientou em tudo, fazendo a tradução de toda a equipe. Os obreiros da terra e as igrejas o respeitam muito e consideram-no como um pai”.

O que é?É a pessoa que deseja apoiar o ministé-

rio de um obreiro efetivo de Missões Mun-diais, por um período de até seis meses. Todas as despesas decorrentes da viagem são de responsabilidade do voluntário; a JMM ajudará na assessoria do processo.

Quem pode participar?Todo crente em Jesus Cristo, compro-

metido com Deus e com a sua igreja, maior de 18 anos, que ao menos completou o Ensino Fundamental, está apto a seguir aos campos de Missões Mundiais.

Experiência de quem já participou

“Fiquei maravilhado com a atenção das crianças e Deus atuou de forma intensa na vida daquelas pessoas”, Michell Costa – voluntário durante a Copa do Mundo 2010 na África do Sul.

“A minha visão de obra missionária, e de ser uma missionária, foi melhorada. Concluí que o missionário voluntário deve se preparar (e muito) para ir ao campo”, Jaila Borges – voluntária na Guiné.

Em 2011 a JMM organizará e enviará caravanas missionárias para:Abril – HaitiJunho – Israel e PalestinaOutubro – México (Jogos Pan-Americanos 2011)

Voluntários utilizaram estratégias com esportes e entrerimento para sinalizar o amor de Deus

Crianças foram o principal alvo do trabalho realizado no Haiti

Missionário Voluntário

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Jornal de MissõesNovembro/Dezembro • 2010 24

Institucional