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j Jornal do g ~~~,:~:s: 8&illao GJ12(0)C!) Publicação do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (CPA TSA) .' JORNAL DO SEMI-ÁRIDO v.l, n.006, JUN 1982. 11\\111\\111\\111"1"1111'1'1'11'11'11'111\\111"11"111 "111 "lI' '111 1"1 39827 - 6 " .. _~_. A Controle de pragas TROPICAL, BNB: Crédito para SABER, QUERER OU PODER? pag.3. a soja do Nordeste pag.7. difundir tecnologia pag. 12

Jornal do 8&illao · garoba, sendo que 90% destinam~e à produção de vagens, que são transporta-das todos os anos - principalmente nos anos de chuvas iffegulares-para o sertão

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~~~,:~:s:8&illao GJ12(0)C!)Publicação do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (CPA TSA)

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JORNAL DO SEMI-ÁRIDO

v.l, n.006, JUN 1982.

11\\111\\111\\111"1"1111'1'1'11'11'11'111\\111"11"111 "111 "lI' '111 1"1

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Controle de pragas TROPICAL, BNB: Crédito para

SABER, QUERER OU PODER? pag.3. a soja do Nordeste pag.7. difundir tecnologia pag. 12

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cartasSenhor Diretor:

Tenho a satisfaçãode informar a VossaSenhoria que recebi um conjunto daspu-blicações desse Centro, assim como oscinco primeiros exemplares do "Jomal doSemi-Arido", também produzido peloCPATSA. Desejo destacar que o estudo ea análise de toda essa documentação ofe-receram-meuma visão clarasobre a com-preensão que o Centro de Pesquisa Agro-

pecuária do Trópico Sl.mi-Arido vem ad-quirindo a respeito dos problemas tecno-lógicos que interessam ao desenvolvimen-to agrfcola da zona afetadapelassecasnoNordeste. E o faz ligandoe aprofundandoos conhecimentos mais extensivos que sedispunham a respeito do assunto, frutodo esforço denodado de instituições co-mo o DNOCS,a SUDENE, a CODEVASFe várias Universidadesdo Nordeste, bemcomo de pesquisadoresdedicados,do cali-bre de Guimarães Duque, Bastos Tigre,Thomás Pompeu Sobrinho, FranciscoAlves de Andrade, VasconcelosSobrinho

Jornal do

Centro de Pesquisa Agropecuáriado Trópico Semi-Árido

Chefe em exercício:Antônio José Simões

Chefe Adjunto Técnico:"Edson Possídio

Chefe Adjunto de Apoio:Pedro Maia e Silva

Editoria Respons4vel:Assessoria de Imprensa e

Relações PúblicasCaixa Postal, 23

Fone: (081) 961.0165Petrolina - PE

Composição e Impressão:GRAFSET LTDA.

Rua Vigolvino Wanderley, 245Fohe: (083) 321.2090

Campina Grande - Parai'ba

Tiragem:7.000 exemplares

2

e muitos outros. Acredito que os técnicose pesquisadores que integram o CPATSAinspiraram-see cóntinuarão se inspirandono exemplo dado por essescientistas, quesouberam e sabem manter bem vivaa cha-ma do ideal que deve presidir o trabalhodos que buscam novos conhecimentos eexplicações para os problemas da realida-de a que estão submetidos, como formade melhor atender às necessidadesdos di-ferentes segmentos da sociedade em quevivem.

Gostaria, desse modo, de poder conti-nuar recebendo todos os trabalhospubli-cados pelo CPATSA, assim como o "Jor-nal do Semi-Arido", que constituem do-cumentos de extraordinária importânciapara todos aqueles que se interessampeloNordeste, seja em virtude das informaçõese notlcias que veiculam, seja como resul-tado da crença que deixam transparecersobre as possibilidades de transformaçãoda estrutura econômica de uma regiãoestigmatizada pela slndrome das secas.

José Otamar de CarvalhoEconomista/CODEV ASFBras(fia - DF.

Prezado Senhor:

o Núcleo de Balsas da Associação deEngenheiros Agrônomos do Maranhão,com Sede em Balsasinstalado em 30/07/82, congrega em tomo de 60 profissio-nais em EngenhariaAgronômica. Abran-gendo os Municlpios de Balsas, TassoFrag6so, Alto Pamalba, Fortaleza, dosNogueiras, Riachão, Carolina,Sambalba,LorOto, São Félix de Balsas e São Rai-mundo das Mangabeiras, todos perten-centes a Região de Cerradosque fica noSul do Maranhão, tem dentre seus objeti-vos a formação de uma biblioteca que fa-cilite a consulta bibliográficabem comomantenha atualizado seus associados no

que diz respeito ao setor agropecuárioecorreia tos.

Neste sentido estamos chegando atéV. Sa., no intuito de solicitar-lhe umaassinaturagratuita do Jomal do Semi-Ári-do.

Airton César Sousa VianaColaborador Cultural

Associação dos Engenheiros Agrôno-mos do Maranhão.

ALGAROBASERA TEMA DE SIMPÓSIOEMNATAL

A algarobaé uma leguminosáadaptadaàs condições do Nordeste semi-árido.Suasvagensentram na alimentação de bovinos,ovinos, eqüinos, sulnos e aves, como umcomponente de alto valor energético,atingindo até 62,7% de açúcaresfermen-táveis, .estimando~e uma produção de15 kg de vagenspor planta.

As potencialidades dessa espécie sãoconhecidas há bastante tempo e aprovei-tadas em várias propriedades rurais daregião. Por outro lado, é significativo onúmero de trabalhos técnico-cientlficossobre o assunto, mas nunca foram reuni-dos num evento especlfico de grandeporte. Chegou a vez: de 5 a 7 de outubropróximo, a Empresa de PesquisaAgrope-cuáriado Rio Grandedo Norte-EMPARN,promoverá, em Natal, o I SIMP6sIOBRASILEIRO SOBRE ALGAROBA.

o simpósio terá apoio do govemo es-tadual, EMBRAPA e IBDF, e reunirá,além de especialistasbrasileiros,palestran-tes de outros palses, como Peru, Chile,Argentina, México e Estados Unidos.

Os interessados devem contatar coma coordenadoria do simpósio, à A v. Pru-dente de Morais,836 - Tirol- Natal-RN,fones: 222.1572 e 222.5320, telex (0842)389.

As primeiras sementes de algaroba in-

troduzidas no Brasil, oriundas do Peru eSudão, foram plantadas em 1942, no mu-nic(pio de Serra Talhada,Pemambuco;em 1947, em Angicos-RN e, em 1954,no Ceará.A tualmente, esses três estadose a Parafba possuem significativas áreasplantadas com essaespécie.

Além do seu uso na alimentação ani-mal, a algarobapresta-se também à pro-dução de madeira, estacas e a formaçãode bosques de sombreamento.

No Carírie Curimataú da Paralba,porexemplo, existem grandes plantios de al-garoba, sendo que 90% destinam~e àprodução de vagens, que são transporta-das todos os anos - principalmente nosanos de chuvas iffegulares - para o sertãoe a regiãoagropastoril da Paralba e RioGrande do Norte, chegando ao preço deCr$ 15/kg.

.Em Taperoá-PB, a grande produção de

vagens de algaroba induziu a instalação deuma pequena fábrica de ração, na qualentram como o melhor componente, emrelação aos tradicionalmente usados na re-gião. De grande aceitação pelos agrope-cuaristas, principalmente nas épocas deestiagem, essa ração substitui a torta dealgodão, de preço muito alto, com a van-tagem de poder ser produzida na própriafazenda e atender às necessidades nutri-

cionais dos rebanhos da região.

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CONTROLE DE PRAGAS

SABER,QUERER OU PODER?o caso de Ouricuri

Em 60 propriedades estudadas na região de Ouricuri-PE,nenhum produtor fazcontrole cultural das pragas que ocorrem nas principais lavouras exploradas.

E apenas 5% fazem controle qufmico. Aversão a tecnologia? Descaso?Nem uma coisa, nem outra. A exemplo de outros trabalhos que o

CPATSA desenvolve na região, um, na área de entomologia,... vem reforçara lição (antiga,mas nem sempre lembrada)de que é mais racional o contato direto com os agricultores, para conhecer

suas dificuldades reais, do que duvidar da racionalidade dessesagricultores no trato dos seus problemas de produção,

simplesmente porque não empregam uma determinada tecnologia.

No Nordeste semi-árido, a baixa taxade adoção de tecnologia é uma constata-ção inequlvoca. Para muitos leigos etécnicos, tal fato resulta da "aversão"dosagricultores a inovações tecnológicas. Eeste julgamento é um graveerro, tambéminequlvoco. Principalmente porque ou-tros fatores, de importância decisiva,sãorelegadosa um plano inferior, o que tor-na a análise superficial e distorce a reali-dade.

Ir ao campo, dialogar com os agricul-tores, conhecer como - e {Jorque- agemde uma forma ou de outra, é o caminhoseguro para se ter um conhecimento maisprofundo de cada situação-problema,conferindo maior objetividade às pesqui-sas voltadaspara esse público. Esse cami-nho tem sido buscadopelo CPATSA e umexemplo está materializadono Boletim dePesquisa n9 15, "1nsetos e Acaros asso-ciados a algumas culturas na região deOuricuri-Pe- Práticasem uso pelos agri-cultores".

Nesse trabalho, o entomologista Gil-berto José de Moraes, pesquisador doCentro, acompanhou, sistematicamente,no ano agr1'colade 1981, 140 campos cul-tivados, em 60 pequenas e médias propri-edades atendidas pelo Projeto Sertanejo,na região de Ouricuri, incluindo partesdos munic1'piosde Bodocó, Ipubi e Trin-dade, todos no sertão pernambucano.

Um dos objetivos era verificaros inse-tos e ácarosassociadosàs culturas do fei-jão macassar,milho, algodão mocó, ma-mona e mandioca (ver box); outro, co-nhecer aspectos relativos à sensibilidadedos agricultores quanto às pragas e asformas decontrole eventualmente em uso.

POUCO CONHECIMENTO

Relata o pesquisador que, com relaçãoao controle das pragas, nenhum dos agri-cultores entrevistados faz qualquer tipode controle cultural. Nenhum faz rotaçãode cultura pensando em reduzir os proble-mas de pragas e doenças. Nenhum conhe-ce a interação entre época de plantio e

ocorrência de pragas, "0 que aparente-mente se justifica, uma vez que eles nãotêm qualquer opção com relação à épocade plantio, que deve ser iniciada assimque ocorrerem as primeiras chuvas decada ano agr1'cola".

Pelo menos cinco variedadesde feijãomacassar (Vigna unguiculata (L.) Walp)são cultivadas na região. Cada agricultorprefere uma das variedadespor diversasrazões (facilidade de comercialização,melhor sabor etc), mas em nenhum caso

esta preferência foi atribUl'da à maiorresistência ao ataque de pragas ou doen-ças.

Com relação aos inimigos naturais,aproximadamente 10% dos agricultoresafirmaram que alguns pássaros desenvol-vem papel importante como predador delagartas. Porém, nenhum conhece qual-quer inseto predador ou parasito.

INTOXICAÇÃO

Por outro lado, constatou~e que ape-nas 5% dos agricultoresconsultados usam

de(ensivos esporadicamente para o con-trole de pragas.Mas, em nenhum dos ca'sos, qualquer cuidado é tomado com rela-ção à proteção do aplicadorparase evitarintoxicação. E mais: aproximadamente5% desses agricultores já se intoxicaramcom inseticidas (Endrin e BHC).

"Como seria de esperar - acrescentaGilberto Moraes -, dado o baixo consu-mo de defensivos na região,o mercado lo-cal apresenta poucas opções para o agri-cultor, dispondo apenas de algumas mar-cas de inseticidas, principalmente clora-dos'~ E os clorados incluem-8e entre osdefensivos mais perigosos à saúde huma.na.

A VERSÃO A TECNOLOGIAJ

Apenas 5% dos produtores não se mos-

traram sens1'veis aos problemas de pragas,acreditando ser um fato natural que am-bos, agricultores e insetos, compartilhem

da produção das plantas. Mas, esse per--

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centual não permite generalizar que osagricultores da região têm aversão a tec-nologia.

Na verdade, a grande maioria dosentrevistados reconhece o problema depragas em suas culturas, mas, em geral,desconhecem as medidas a serem adota-das para se evitarem os danos por elescausados. Além disso, 85% mostraram-6einteressadosem receber instruções para ocontrole daspragas,deixando evidenciado,entretanto, em alguns casos, a dúvida so-bre a viabilidade econômica dessa prdtica,dada a incerteza quanto à produtividade,ocasionadapela irregularidadedaschuvas.

"Por esta razão,advêrte o pesquisador,a f"trodução de qualquer tecnologia decontrole de pragas devem ser feita de ma-neira gradual, tendo-6e em vista o baixonlvel de escolaridadedos agricultorese ocompleto desconhecimento das implica-ções advindas do mau uso dessa tecnolo-gia, especialmente no que se refere aoemprego do controle qulmico." E acres-centa:

"Muitas vezes, a disponibilidade deágua para o consumo humano e ,animalresumHe, praticamente, a reservatórios(açudes ou barreiros) que acumulam a

No trabalho desenvolvidoem 1981,pelo entomologista Gilberto José deMoraes, do CPATSA, sobre insetos eflcaros associados a algumas culturasna região de Ouricuri-Pe, "observou-seque, apesar do número de espécies fi-t6fagas seja bastante elevado, poucas

são. aquelas que, realmente, causamdanos às culturas, embora os danosprovocados por algumas delas sejambastante significativos. Observou-se,em vários casos, a atuação eficientede diversos parasitos e predadores,invariavelmente desconhecidál pelosagricultores".

A seguir, apresentamos uma síntesedas observações contidas no Boletimde Pesqu~a n~ 15, do CPATSA,sobre

_ o.assunto:

Feijão macassar

Durante esse ano, as principais pra-gas desta cultura, por ordem de impor-tância, foram: ~. lignosellus, E. krae-meri e Chalcodermus sp. A incidênciade E. lignosellus, juntamente com aincidência da podridão cinzenta docaule, causada por Macrophominap/laseolina, foram os principais fatoresresponsáveispela mortalidade "de"pião-tas V. unguiculata nessa região, duran-te esse ano. O pulgão A. craccivorafoi

" eficientementecontroladopelospreda-

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água do escorrimento superficial das chu-vas, de dimensões bastante limitadas, que,

se polu'-dos, poderão acarretar sérios pro-blemas de intoxicaç6o. Aparentemente, ouso de produtos persistentes, especial-mente clorados, deverd ser feito apenascom extrema cautela e em locais em que

não se destinem à captação de água paraaçudes ou barreiros'~

OUTROS FA TORES

O pesquisador argumenta, também,

que "a introdução de uma tecnologia decontrole de pragas nessa região deverd le-var em conta a baixa produtividade apre-sentada pelas culturas devido a outros fa-tores, dentre os quais as próprias caracte-r(sticas genéticas das plantas, a virtualausência de preparo adequado dos solos,a fertilidade e caracter(sticas flsicas desfa-

vordveis dos solos e a tfpica irregularidadeclimdtica'~

"DevHe levar em conta, ainda, a es-cassez de crédito na região, onde grandeparte daqueles que realmente cultivam ossolos não são os proprietários, mas simmeeiros, relutantes e temerosos de.benefi-ciarem-6e de qualquer sistema credittcio'~

dores P. clavatus, C. sanguinea, E.connexa e Scymmus sp..

Milho

Nesta cultura, as principais pragasforam E. lignosellus e S. frugiperda.Observou-se também a incidência dopulgão R. maidis na maioria das pro-priedades, atacando, porém um núme-ro reduzido de plantas.

Algodão moc6

Aparentemente, dentre as espécies

Com todas as informações levantadasnesse trabalho, evidenciou-6e,claramente,que o não controle das pragas na regiãode Ouricuri,por parte dos agricultoresen-trevistados, esti mais associado ao nãosaber e ao não poder fazê-Io, do que sim-plesmente ao não querer (como muitosinsistem em afirmar).

CONTROLE INTEGRADO

Gilberto Moraes acrescenta em suaanálise, que "do modo tradicionalmenteconhecido, o controle qu(mico de pragas,baseado em calenddrios de aplicação, t!praticamente invidvelnessaregião,dado oalto risco de insucesso das culturas'~ Econclui:

"0 controle de pragasdevem ser feitode forma integrada, utilizand0-6eo mdxi-mo posslvel os métodos opcionaisao con-trole qulmico, condicionand0-6esemprea aplicação de defensivos à presença ounão de inimigos naturais eficientes e àschances de sucesso das culturas, em cadacaso particular, determinadaspelo estigiode desenvolvimento das plantas e condi-ções climdticasreinantes'~

de insetos encontradas nesta cultura,apenas A. argillaceae, provavelmente,O. hyalinipennis chegaram a causar da-nos significativosao algodão. Nas noi-tes de meados de abril, observou-seumnúmero extraordinário de mariposasde A argillaceanas ruas da cidade deOuricuri, PE atraídas pelas lâmpadas.No final deste mês, observaram-sení-veis. populacionais alarmantes de Aargillaceanesta cultura.

Mamona

Esta cultura foi pouco atacada porinsetos durante esse ano. Apenas a ci-garrinhaverde, Empoascasp., alcançouníveis bastante considerâveisdurante operíodo de estiagem, causando defor-mações e clorose das folhas.

Mandioca

Em uma das propriedades em queesta planta era cultiva~ a praga maisimportante foi o âcaro M. tanajoa,enquanto que, em outra, foi V. iIIu-dens. Ambas as espéciescausam danosbastante semelhantes. Nas folhas maisvelhas das plantas, M. tanajoafoi seve-ramente predada por N. idaeus e Ste-thorus sp., Nas folhas mais novas, po-rém, o número de M. tanajoa era sufi-ciente para causar deformações das!TIesmas.

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ANALISE DE RISCO CLIMA TICO

AS CHANCES DE COLHERNO SEMI-ÁRIDO

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Segundo o pesquisador Everaldo Ro-cha Porto, do CPATSA, "a imprevisibili-dade da quantidade e distribuição daschuvas no Semi-Arido leva o agricultorauma insegurançacom respeito a "quandoplantar'~ Alguns decidem fazê-Io tão logocaiam as primeiras chuvas; outros, embusca de maior segurança,plantam após osolo estar bem molhado".

Citando vários autores, explica que"no inIcio do desenvolvimento da cultu-

ra, o seu requerimento é baixo e podesuportar atenuados deficits hldricos, semcontudo havergrande redução no seu ren-dimento. Portanto, através da simulaçãodo requerimento de água da cultura e deuma sdrie histórica de dados de precipita-ção pluviomdtrica, considerandoa capaci-dade de retenção de umidade no local,podem ser identificados os perlodos deplantio com maiores chances de sucesso'~

Acrescenta que o modelo desenvolvi-do pelo CPATSA simula, para perlodosde cinco dias, o que teria acontecido aorendimento da cultura, se esta tivesse si-do plantada em cada um dos pen'odosnos diferentes anos. Para isto, o ano foidividido em 73 per(odos de cinco dias.

Os primeiros estudos sobre essemode-lo de análise de risco climático para oSemi-Arido foram realizados nos muni-

clpios de Irec6-BA e Santana do Ipane-ma-AL, restringindo-6einicialmente à cul-tura do feijão phaseolus ( .). Desse traba-lho, participaram, além de Everaldo Por-to, os pesquisadores Aderaldo Silva(CPATSA/EMBRAPA), Femando Gara-gon-y e Antônio Moita, ambos do Depar-tamento de MtJtodos Quantitativos daEMBRAPA.

Para IrecO, foram analisados 30 anosde dados de precipitação, e o cálculo daevapotranspiração foi feito com base em10 anos de dados sobre umidade relativae temperatura do ar. Para Santana dolpanema, analisaram-5e57 anos de dados

de chuva e 10 de umidade relativae tem-peratura.

QUANDOPLANTAR

Os estudos realizados em Ireel revela-ram que "a irregulardistribuição pluvio-mtJtrica é fator responsável pela grandefreqüência de frustrações de safrasde fei-jão no munic(pio, onde as chances de su-cesso são da ordem de apenas35%. Asso.ciado a este fato, a demanda evapotrans-pirat6ria, durante o perlodo chuvoso, éalta. Isto faz com que a ocor~ncia depequenos perlodos de estiagens propicieacentuados deficits hldricos para a plan-ta".

Com base nos dados levantados, ospesquisadores constataram que '~ faixade perlodOSde maiores chances de suces-so em lrecê é constitu(da por tn1sperlo-dos, con-espondendo aos primeiros 15dias de novembro". E explicam porque:

"0 plantio realizado nessa épocafaz com que o perlodo crItico da cultura,em termos de umidade, ocorrano mês dedezembro. Este mês apresenta, segundoestudos feitos por Hargreaves,em 1973,uma precipitação mtJdia mensal de 118mm, com um dos mais baixos coeficien-tes de variaçãoe a maior mtJdiade diascom chuva, favorecendo, portanto, o ren-dimento da cultura."

Em Santana do lpanema, a situação tibem distinta. As análises indicaram que-

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as chances de êxito da cultura do feijãochegam até 79%.E o mês de maio é o queapresenta os perl'odos de plantio commaiorespossibilidadesde sucesso.

Atravds de entrevistas com produtorese trlcnicos com experiência na região,foram confirmadas as informações fome-ciciaspelo modelo.

Os pesquisadores admitem que "estapossibilidade de êxito com a cultura dofeijão pode ser explicada pelo perlodochuvoso maisamplo,em Santana do Ipane-ma, onde pelo menos tres meses consecu-tivos apresentam uma precipitação supe-

rior a 100mm (Hargreaves,1973). Tam-bém, o perlodo chuvoso coincide com operl'odo de menor demanda evapotrans-pirat6ria, possibilitando um maior equill-brio da disponibilidade da umidade ar-mazenadano solo':

o pesquisador Everaldo Porto ressaltaque, além de analisar o deficit sofridopelas culturas estudadas, o modelo desen-volvido pelo CPA 7SA avalia a potenciali-dade do escoamento superficial, que po-deria ser armazenado em pequenos barrei-ros e utilizado, posteriormente, através de"irrigações de salvação':

CPATSA ESTUDA FAUNA~

D'O SEMI -ARIDO

Através do Projeto Zooecologia, oCentro de Pesquisa Agropecuária do Tr6-pico Semi-Árido (CPA 7SA), vem desen-volvendo estudos com o objetivo de de-tectar, identificar, qualificar e quantificara fauna selvagem e suas relações com aagropecuária regional, visando conseguir,dessas relações, um maior benefIcio parao produtor rural.

Devido à abrangência do assunto, oatual projeto de pesquisa limita-se, inicial-mente, ao estudo da herpetofauna (rép-teis e anflbios) da região dê Ouricuri-PE,no qual tem-se enfatizado a áplicação deuma metodologia mais adequada para oalcance dos objetivos perseguidos.

CONHECIMENTO INCIPIENTE

Segundo o Chefe em exercfcio doCPA7SA, Antônio José Simões, o conhe-cimento dos sistemas ecol6gicosdo Tr6pi-co Semi-Árido brasileiroainda é bastanteincipiente e, dentre os trabalhosjá realiza-dos na região, raros são os. dedicados àfauna selvagem, apesar das inúmeras rela-ções entre esta e as atividades humanas.

Os'pesquisadores José Roberto e Eva-risto Eduardo de Miranda (Documentos,nÇl 11, CPA7SA) afirmam que "animaisselvagens constituem parte da alimenta-ção do sertanejo, que se utiliza da caça,quando seus recursosalimentares não sãoo bastante para sua subsis~ncia (épocasde seca). Nesse sentido, não pela quanti-dade, mas pela qualidade (protefnas) epela época em que intervém (momentosde crise), a fauna selvagem participa doequillbrio alimentar das populações ru-rais':

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FAUNA E AGRICUL TURA

Sobre as relações entre fauna selvageme agricultura, os pesquisadores dizem queelas podem ser benéficas ou nocivas, eexemplificam:

"No caso dos insetos, por exemplo, osefeitos benéficos (polinização, controlebiol6gico de pragas, decomposição de re-sfduos de colheita, incorporação ao solode matéria orgânica, ação sobre a estrutu-

ra e textura dos solos) são bem superiores

aos nocivos (insetos fit6fagos). Todavia,nas regiões sem i-áridas do Nordeste, estasrelações, certamente importantes, sãopouco ou quase desconhecidas, sobretudono que se refere à macrofauna (vertebra-dos terrestres)':

E, convicto da importância dessas pes-quisas, assegura que "se se quer dar umaresposta de impacto para qualquer culturano Tr6pico Semi-Árido, tem de se levar

em conta um manejo adequado de solo eágua, tentando equilibrar a disponibilida-de de água no solo durante todo o cicloda cultura".

(.) Resultados. tabelas. gráficos, discussão econclusões em "Irregularidade Pluviomé-trica e riscos de perdas para o feijão: doisestUdos de caso no Semi-Árido brasileiro"(Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira--PAB, no prelo).

"Quanto aos anflblos e répteis - acres-centam - são animais quase que exclusi-vamente insetfvoros, principalmente os la-

gartos, animais ligados ao controle das po-pulações de insetos fit6fagos. Isto repre-senta um dado importante para futuraspesquisas que tenham interesse em utili-

zação de controle biol6gico. Os pássaros,por sua vez, auxiliam na disseminação deespécies vegetais (transporte de semen-tes) ':

Por outro lado, consideram que,"apesar de lamentável, a atividade explo-rat6ria e predat6ria sobre a fauna selva-gem representa uma fonte de rendasigni-ficativa para uma parcela da populaçãorural do Semi-Árido (comércio de peles,couros, mel, cêra, carnee animaisde cole-ção).

AVALIAÇÃO FAUNI"STlCA

Os primeiros resultados dos estudosconstituem-se subsldios importantes parao conhecimento da fauna da regiãoe po-dem orientar a avaliaçãode outros gruposfaum'sticos em te"it6rio delimitado, devi-do ao caráter essencialmente metodol6gi-co do trabalho.

Na publicação "Método de AvaliaçãoFaum'stica em territ6rio delimitado - o

caso de Ouricuri': editadapelo CPA7SA,os autores desses estudos preliminaresre-velam que os anflôios e répteis represen-taram 75% da fauna identificada nessaregiãopernambucana.

Informam ainda que, das 46 espéciesde répteis listadas por Vanzolini (1980)como pertencentes aodomlnio das caatin-gas do Nordeste, 39 (83%do total) foramconstatadas s6 na região de Ouricuri.Destas, destacou-sea presença de uma ra-rlssima, Nothobachia ablephara (TrefandRodrigues, 1981), uma das váriasvulgar-mente chamadas de "briba': Trata-sedo2ÇIespécimen coletado atrl hoje no mun-do.

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l' ropica\,a soja doC" ,,,113tradicional na s" I do Pais,a soja eOfll""aa marcar pre<erv;anoNordeste,principalmenteno. \Es",do do pia"!, onde as pesqtJlsassobre a ",,/t""" iniciadas há dezanOS, revelam 6'potencialidade desua exploração comercial e aS

perspectivas de seUuso ~aalimentaçãO do nordestIno.In tradU zida com sucesso tambémno Maranhão e na Bahia, a e"/''''''

já tem apoio do BNB, que i",ti",i"programa de crédito para avariedade Tropical, que recebe

. -\1'

especial des",q"e no teXto a segtJ'"

No Brasil,a soja é pouco utilizada co-mo alimento direto. Seu aproveitamentoé quase que exclusivamente indireto, emforma de óleo de cozinha, embora o grãotenha um elevado valornlJtritivo, princi-palmente considerando-6e seu teor deprotelnas 'de boa qualidade. Em termoscomparativos, costuma-6e dizer que 1 kgde grãos de soja equivale, em quantidadede protefnas, a 2,2 kg de carne fresca,oua 5 dúzias de ovos, ou a 12 litros de leite.Outro aspecto importante: a t!fualidadedessa prote{na, rica em quase todos osaminoácidos essenciais, com exceção dametionina e da eistina.

Seu uso na alimentação humana ébastante difundido em pa(ses comoChina, Japão e Indonésia. Nos EstadosUnidos, é amplamente empregada emmisturas com carne mo(da para preparocomercial de sandwches.

As maneirasde utilização da soja comoalimento são muito variadas:pode serconsumida de formasemelhante ao feijão,ou no preparo de bolos, biscoitos, sopas,leite de soja, queijos, coalhadas, fabricode macarrão, farinhas especiais, paçoca,cuscuz, bebidas, produtos de confeita-ria etc.

Nordeste

ia -Tropical'.. teresse pela SO

cresceo In ,tr0S estlJaos,

mO em o1lNo PfalJf(foto). CO BENEFIt:IOS POTENCIAIS

PESQUISA

No PiaUl: desenvolvem-6e pesquisascom a cultura da soja desde 1972, procu-rando-6e não só adaptá-la às baixas latitu-des como também definir práticas cultu-

rais, compat(veis com o ambiente, que lhepermitam um bom desempenho técnico--econômico.

Dentre os diversos genótipos de sojatestados, a cultivar de soja "Tropical"

( Veja detalhes na pág. 8 ) apresentou, emdiversos anos, os melhores resultados

experimentais. Sua produtividade atingiu,em média, 2.200 kg/ha, superando as cul-

tivares IAC-2 e Mandarin-S4-ICA, consi-deradas em trabalhos anteriores como as

mais promissoras.

Em face da relevância dos resultados

experimentais, a soja Tropical foi testadaa nfvel comercial, em propriedades parti-culares. Apesar das deficiências h{dricase da irregularidade na distribuição dechuvas que caracterizaram o ano agr1'colade1980/81, sua produtividade atingiu1.200 kg/ha, proporcionando ao agricul-tor um retorno do capital de custeio de1,78 (Veja Tabela 1).

Por outro lado, a soja tem mostradocapacidade de tolerância à estiagemsuperior a algumas culturas tradicionais,a

exemplo do milho e o arroz, oferecendoassim uma alternativa a mais para a diver-sificação da produção agncola na regiãoonde está sendo estudada.

(*) Extrafdo de "SOJA TROPICAL - Resultados e beneffcios em potencial para o Estado doPiauf': de autoria dos pesquisadores Gilson J. A. Campelo, Antônio Boris Frota e Jos/1Hercu-lano de Carvalho, da UEPAE. Teresina.

Para analisarem os beneftcios poten-ciais esperadoscom a introdução da cul-tura da soja no Estado do PiaUl',pesquisa-dores da UEPAE-Teresina consideraram,inicialmente, a demanda interna da indús-tria de óleos, que durante os 4 últimosmeses do ano funciona com capacidadeociosa.

"Essa ociosidade - explicam - decor-re da insuficiência de oferta do babaçu,matéria-primabásicada indústria ole(feraestadual. Paraatender à plena capacidadeindustrial seriam requeridas 28 mil tone-ladas de grãos de soja, no valor deCr$ 720 milhões, que seriamgastos coma importação do produto, sendo necessá-rio o cultivo de 19.200 hectares de sojapara se obter a produção desejada. Essefato permite aos agricultoresa segurançado mercado, com reflexos positivos sobrea decisãode produzir'~

"Dessa forma - acrescentam -, a in-trodução da cultura da soja, utilizando-6ea cultivar Tropical, já testada no estado,permitiria, a preços de agosto de1981 uma receita bruta de Cr$1.817.576.000,00, gerandouma arrecada-ção tributária de Cr$ 207.849.600,00(lCM + FUNRURAL), que seriarevertidaem obraspúblicas e assistênciasocial, em

TABELA ,. Receira obtida, 8 nlllel elesgricultor. com o culti'lOlJBsoja 'Tropical', no Estado do Pi.ul: Ano 8gn'co/, ~7980/87.

Receira bruta U Custo de produçlo(Cr$/ha) (Cr$/ha)

Tax. de rtltomo

do capitlll decusteio

(lucro/custo)

Lucro(Cr$/ha)

3O.()(}(),OO 1,7870.783.00 79.772,00

1/ Receitll brutll obtida ao preço de $0;' de Cr$ 25.(JO/Ieg.a n'-",,/- doprodutor (a preçO$deBgO$tode 19811.

-

7

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beneflcio daspopulações urbanase rurais.Por outro lado, o pleno funcionamentoda indústria proporcionaria uma ofertamais regularde 61eoe farelo, favorecendoo equillbrio de preços, a nlvel de consu-midor, sem que se recorraao mercado deoutros estados. (Veja Tabela2).

alimentar, corrigindo sérias deficiDncias

protéicas da população, poderá até supe-rar seu valor econômico" e concluem sua

abordagem com outros fatos, por elesconsiderados importantes para a adoçãodessa alternativa:

"0 nordestino está acostumado aconsumir o feijão mulatinho, o feijão-de--corda e a fava e, certamente, poderáadaptar-se mais facilmente ao paladar dasoja do que os habitantes do centro-sul doBrasil. Tudo depende de uma campanhade divulgaçãoampla e bem orientada emque, inclusive, poderá ser utilizada a es-tratégia de difundi-Io sob o nome de"fei,ão-soja", para facilitar sua adoçãopelos nordestinos que não dispensam umbom prato de qualquer feijão."

PERSPECTIVAS DEADOÇÃO

Qç pesquisadores Gilson Jesus Campe-10,Antônio Boris Frota e José Herculanode Carvalho, da UEPAE-Teresinaacredi-tam que, "com campanhas de divulgaçãobem orientadas, a soja possa tomar umaposição de destaque nl' alimentação dapopulação piauiense e da nordestina emgeral'~ Argumentam que seu preço é umfator estimulante, "pois chega a ser decinco a seis vezes inferior ao do feijãomulatinho em épocas de escassez. Alémdisso, o Nordeste é tradicionalmenteuma região consumidora de grãos de Ie-guminosas, sem a exigDnciade um únicotipo, como é o caso da preferDncia docariocapelo feijãopreto'~

Revelam ainda que algumas experiDn-cias realizadas em Teresina, embora em

m'vel restri~o,r;:ostram.um grau ~romis- APOIO DO BNBsor de aceltaçao da sOJélcomo alimentohumano: .. /

'0 cJ, cJ,E é acreditando na potencla I a e es-

"Na realidade,a maior dificuldade pa- sa cultura que o Banco do Nordeste dorece ser no seu preparo, e não no seu Brasil, BNB, instituiu um programa degosto, pois, como um produto novo na credito para a soja Tropical,com o objeti-região, necessita ter seu preparo ensina- vo de disseminá-Iana região,abrangendodo Asdonas-de-casa'~ munic(pios selecionados nos Estados do

Citam também opiniões de donos de Maranhão, PiaUl: Bahia e Minas Gerais.

supermercados de Teresina:"alguns anos Serão utilizados recursos próprios doatrás, quando o óleo de soja foi introdu- BNB e ~ tetos operacionais atingem atézido no comércio, ele era rejeitado com 1.000 MVR (equivalentesa Cr$ 7.768,20relaçãoaos óleos de babaçu e de algodão, até outubro de 1982) e até 80% do valorprincipalmente sob a alegativade ter um das garantias. Qç itens financiáveis sãocheiro desagradável.Hoje, talvez -estimu- preparo da área (desmatamento, destoca-lado por preços mais baixos, ele detém mento etc), plantio, tratos culturais e co-a principal fatia nas vendas de 61eo dos Iheita, e os prazos dos financiamentos sãosupermercados da capital". de até cinco anos (investimento) e um

Acrescentam ainda que "a importância ano (custeio), com encargos de 12% aosocial da difusão da soja como produto ano.TABELA 2. Beneflcios esperados com o cl,JltivoL/ da soja no Piaui

!.J Estimou-uuma IIr. de 19.200 ha, necessilriaparaproduzir grãossuficientes ao suprimento oa demandaatual dasindús-triBS de óleo dO Ettado.

l/ Para o cálculo da receita bruta foram considerados os seguintes preços (agosto 1981):Preço de grãos: Cr$ 25,o0/kgPreço.de 6Ieo refinado:Cr$ 9O,oo/kgPreço do tarelo: Cr$ 30,OO/kg

8

SOJA TROPICALORIGEM

A cultivar de soja "Tropical" é origi-nária do cruzamento dos genótipos'Hampton' e 'E70-51" realizado pelopesquisadorRomeu Afonso de SousaKiihl, no Instituto AgronômicodeCam-pinas(IAC), São Paulo,no ano agr(colade1969/70.

Até 1974 os trabalhosde seleçãofa.,ram realizadosno IAC, prosseguindonoInstitutoAgronômicodo Paraná(IAPAR)até a obtençãode uma progênieunifor-me (F6), que recebeua denominaçãode'Lo 75-2280',noanode1975.

Em face destalinhagemrevelar-sedeciclo tardio, foi enviadaparao CentrodePesquisaAgropecuáriadoCerrado(CPAC),atravésdo Centro Nacional de Pesquisade Soja (CNPSoja),paraser avaliadaemregiõesdebaixaslatitudes.

Em 1977, provenientedo CPAC,estalinhagem foi utilizada na Unidade deExecuçãode Pesquisade Ambito Esta-dual (UEPAE) de Teresina,ondefoi tes-tada e avaliadajuntamentecom centenasde outros genótiposa uma latitude emtorno de5gS.

Em virtude da relevânciadesuaadap-tação, a UEPAE de Teresina,providen-ciou a remessade pequenasquantidadesde sementesdessalinhagempara institui-çõesde pesquisado Norte e NordestedoBrasil, objetivandoampliar informaçõesagronômicassobreo seucomportamentonasregiõestropicais.

CARACTERISTICAS

O númerode dias,dasemeaduraà flo-raçãoe à maturaçãoé de 50 e 120, res-pectivamente.Apresentaaltura deplantasde 90 cent(metrose de inserçãodaspri-meirasvagensde 24 cent(metros,o quepermite melhor eficiência na colheitamecânica.

E uma cultivar com hábito de cresci-mento determinado,floresroxas,pubes-cênciamarrom,vagemmarrom,sementesamarelas,hilo preto e com resistênciaàpústulabacteriana.

Osteoresdeóleo e de prote(nanase-mentesãode23,9%e 36,2%.respectiva-mente.O pesode 100sementesé de15,7gramas.

Em trabalhosexperimentaisnosanosagr(colas de 1977/1978, 1978/1979,1979/1980 e 1980/1981e em áreasco-merciais,não foi observadoacamamentode plantas, nem deiscêncianatural dasvagens.

Arrecadação Tributária

Itrms Considerados Quantidade Receita Bruta 2./ ICM FUNRURAL Total(tJ (Cr$) (Cr$) JCrSI (Cr$)

Produção de grãos (demandaatual da indústria) 28.800 720.000.000,00 115.200.000,00 18.000.000,00 133.200.000,00

61eo refinado 5.184 466.656.000,00 74.649.600,00 - 74.649.600,00

Farelo de soja 22.464 630.920.000,00

Beneficios - 1.817.576.000,00 189.849.600,00 18.000.000,00 207.849.600,00

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CAPIM BUFFEL

Altamente tolerante à seca,o capimbuffel é uma dasalternativascomprova-daspelapesquisa,paramelhoraro desem-penho da pecuáriano Semi-Árido.Em 1hectaredessagram(nea,t!m bovinochegaa ganhar4 arrobas(60 kg) decarneporano, contra aproximadamente4 kg obti-dos nacaatinga,ondeosanimaisperdembastantepesonaépocaseca.

As perspectivasde aumentara produ-tividadedosrebanhoscrescemaindamaiscom a possibilidadede estabelece'rem-semétodosde aproveitamentoda pastagemcultivada (principalmenteno per(odose-co) como complemento da pastagemnativa, motivo de vários estudos oradesenvolvidosno Nordeste.

Mas,se tecnicamentea implantaçãoeutilizaçãode buffel em áreade caatingaé umaalternativareal,no aspectoeconô-mico temsuaslimitaçõespelomenoscomosjurosatuais,de35%aoano,taxa queatorna inviávelparaa maioriadosproduto-res da região.Estaé a conclusãoa quechegarampesquisadoresdo ePATSA, aoanalisarem,em janeiro deste-ano, algunsaspoctoseconômicos do aproveitamentodessagram(nea,com baseem resultadosde pesquisasrealizadasemváriosEstadosdo Nordeste.Omesmoestudorevelaque,com juros subsidiados,como ocorreo-noProjetoSertanejo,por exemplo,é viávelformarpastagensdebuftel noSemi=Árido.

Estudos realfzados em termos proba-billsticos mostraram que, no NordesteSemi-Arido, a probabilidadede sucesso naagricultura dependente de chuvas é deapenas tres anos em cadasérie de dez, nu-ma regiãocom média de 600mm de preci-pitação, e de apenas um em cada dezanos, onde chove uma média de 400mmanuais. Na prática, os agricultores reco-nhecem esta realidade,visto que destinama maior parte dassuas terrasà exploraçãopecuária extensiva, que oferece menosrisco em relação à produção vegetal. En-tretanto, esse caráter extensivo e o baixonlvel tecnol6gico tornam a exploraçãopecuáriapouco rentável.

opisoteio

dos.Juros

...

L

Uma das formas de melhoraro desem-penho da pecuáriano Semi-Arido igaran-tir a produção de forragens,parasuprirasnecessidades do rebanho na-'época seca.

- Sem este suprimento garantido, o pesoganho pelos animaispastejando na caatin-ga, no perlodo verde, será parcial ou to-talmente perdido na seca, por falta dealimentos. E, no quadro atual, o capimbuffel constitui-se uma das melhores al-ternativas para a formação de pastagens.na região. ·

Na CircularTécnicanl?9, do CPATSA,na qual o assunto é detalhado, os auto-res ( *) confirmam que pesquisas realiza-das em vários pontos da zona seca doNordeste tt1m demonstrado que o capimbuffel mostra-se muito promissor paraelevara oferta de alimentos durante todoo ano e, conseqüentemente, melhorar odesempenho da pecuária regional.Admi-

( *) Circular TtJcnica n!' 9 - "Alguns aspectos econômicos sobre a implantação e utilização de ca-pim Buffel". Autores: Luiz Corsino Freire, Severino G. Albuquerque, JostJ Givaldo G. Soares,Luiz M. C.Salviano, Martiniano C. Oliveira e,CI6vis Guimarães Filho, pesquisadores do CPA 7SA.

tem, por outro lado,' que o estabeleci-mento de pastagens cultivadas "é umaprática até certo ponto onerosa, requerinvestimento inicial relativamente alto e,por isso, nem sempre está ao alcance damaioria dos produtores da região, devidoàs condições de descapitalizaçãoem quevivem'~

Paraanalisarama viabilidadeeconômi-ca da implantação e utilização de capimbuffel, os pesquisadores levaram em con-sideração dois casos: com desmatamentomecânico da caatingae com desmatamen-to manual, tomando por base o créditoinstitucional (taxa de juros de 35% aoano) e o crédito de programas especiais(taxa de 5%).

Nesse estudo, a estrutura de .custoscompôs-se de trt1sitens: a) estabelecimen-to da pastagem (desmatamento, grada-gem, plantio a lanço e semente); b) manu-tenção da pastagem (a partir do 29 ano,um roço/ano) ec) outros custos variáveis.

Para os cálculos da receita, com baseem dados experimentais, considerou~eque 1 hectare de capim buffel produz 4arrobas de carne por ano. No primeiroano, considerou~e apenas 5lJ%da capaci-dade'de suporte dapastagem, o que reduza produção de carne para 2 arrobas/ha.Desta maneira, os cálculos foram feitosestimando~e a aquisição de um novilhocom 8 arrobaspor Cr$ 20 mil e a sua ven-da, no segundo ano, com 12 arrobas,porCr$ 36 mil.

No caso de desmatamento mecânico,constatou-se a inviabilidadeeconômica doestabelecimento do capim, com juros de35% a.l1. liA cada ano - revelam os pes-quisadores -, a receita geradaé insufici-ente para tornar o saldo devedor menor,que no ano anterior. Em conseQÜt1ncia,seo produtor persistir comprando novilhopara engordar,a cada ano estará ficandomais endividado.

Mesmo com desmatamento manual,que requer menor investimento inicial, osistema é inviável economicamente comjuros de crédito institucional. A cadaano,a parcela da receita, destinada ao paga-mento do saldo devedor, é menor que noano anterior; conseQÜentemente, a cadaano, o saldo devedor vai se elevando sem

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que jamais se consiga pagar totalmente es-te saldo e obter alguma disponibilidadefinanceira'~

No caso de utilizarem-se recursos dosprogramas especiais, a situação modifica-se radicalmente: a implantação do buffeltorna-se viável, independentemente dodesmatamento ser mecânico ou manual,como explicam ospesquisadores:

"Com desmatamento mecânico, a par-tir do terceiro ano a receitageradaé sufi-ciente para pagar todo o saldo devedor,restando ainda um saldo lIquido deCr$ 2.086,69, que se convencionou cha-mar de disponibilidade para o produtor.A partir do quarto ano, o sistema seestabilizará com uma disponibilidade fi-nanceira de Cr$ 14.100,OO/ha,para re-munerar o fator terra e a administraçãodo produtor." (Ver Tabela 1).

"Considere-se também que os financia-mentos com recursos do Projeto Sertane-jo t6m uma carência que pode atingiratéseis anos e isto não foi levado em conta.Desta maneira, considerando-6euma eco-nomia inflacionária, o preço co"ente dacarne deverá elevar-6esignificativamente,o que tornará o sistema ainda mais viável,jA que a taxa de juros é prefixada'~

"Com desmatamento manual, o siste-ma é igualmente viável, amortizando-setotalmente no terceiro ano, quando jA se

Para apesquisa,oideal é ummanejointegradopastagemnativa+pastagemcultivada.

obtém uma disponibilidade financeira deCr$ 7.686,67 (Tabela 2). A partir doquarto ano, estará estabilizado com umsaldo lIquido de Cr$ 13.500,00, pararemunerar o fator te"a e a administraçãodo produtor'~

MANEJO INTEGRADO

Comparando-6e os rendimentos de1 ha de caatingabruta com 1ha de capimfuffel, para a produção de bovinos, obser-va-seque o rendimento variade 4 kg/hana caatinga para 60 kg/ha na pastagemcultivada com capim buffel. Em ter-mos relativos, significa um aumento de1.400%

"Mas - ressalvam os autores desses es-

-- .....-- Ii!S'.....

tudos - apesarda evidente potencialidadedo capim buffel paraa regiãosemi4rida,o CPA7SA vem pesquisando, também,métodos de aproveitamento da pastagemcultivada como complemento da pasta-gem nativa. Com isto, poderá ser mantidoo equil1õrio ecológico da caatinga, poisapenas parte da Areadaspastagensnativasseria substitulda pelas cultivadas. Nessecaso, durante o per{odo chuvoso, a pasta-gem cultivada seria utilizada apenas paraalgumas categorias de animais mais exi-gentes em termos nutricionais, de modoque pudesse haver um excesso de forra-gem no campo sob a forma de feno empé. Esse feno deveria, então, ser utilizadopor todo o rebanho, no perlodo seco".

Tabela1. hlaoço CuStosx Receitasde 1 ha de Capi. 8ufte!, estabelecido com de"'utamento mecânico. utilizado na recria e engorda de bovinos; taxa dejuro. de SI.....

a Para o 19 8no considerou-se que 8 aquisição de novilhos seráfeita seis ~ses apÔs a illplantação do capi.. Juros computados: 2,51.

b No 19 8DO considerou-se 50% visto a capacidade de suporte ser reduzida e. SOl.

Tabda2 "1.nço Custos x Receita de 1 tu. de Capi. Buffel, estabelecido cala desnaaumento IIIoIInual, utilizado para recria e engorda de bovinos; taxa dejuros de S% ....

· Parao 19 ano considerou-se que a aquisição de novilhos será feiu seis meses após a illllplantaçâo do capi.. Juros computados: 2.S%

b No 19 ano considerou.se 50%visto. capacidade de suporte ser reduzida em 50%.

10

Inv8ati_nto Aquisição Dese"lso Saldo devedor Custos variaveis Peceita Distribuição da receitainicial -

Ano 1orll8çâoanual anual Juros Manutenção Outros Venda de Pagamento AmrtizaçÃo Disponibi

sobre o lidade fId. de Anterior Atual se ldb d. custos Total novilho dos custos do 68 Ido oanceira

deved°lpastagem variáveisb gordob

,- \ . para opaltag-. novilhos atual varlavelS devedor produtor

19 20. SeIO,OO 20.000,00 40.500,00 40. OO,OO 1.2.00 300,00 1.82,OO \8.000,00 1.82,OO 16.17.00

29 - - 20.000.00 24.32S,OO 44.32S,OO 2.216.2S 300,00 600,00 3.116.25 36.000,00 3.116,2S 32.883.7S

39 - - 20.000.00 .11.441,2S 31.441,25 1.572,06 300,00 600,00 2.472,06 36.000,00 2.472,06 31.441,2S 2.086,69

49 - - 20.000,00 20.000,00 1.000,00 300,00 600,00 1.900,00 36.000,00 1. 900,00 20.000,00 14.100,00

Inveuillento Aquisição DUeftlbolso Saldo devedor Custos variáveis Receita Distribuição da receiu

inicial

Ano FormaçÃoanual anual Juros Manutenção Outros Venda de Pagamento Amart ir:açào Disponibi

sobre o lidade fid. d. Anterior Atual saldo d. custos Total novil ho dos custos do saldo nanceira

devedorordob

para op.s t.geAI DOvilhos atuala pastagem variâveisb var iive \ s de-vedor produtor

19 14.600,00 20.000,00 34.600,00 - 34.600,00 1.230,00 300,00 1. 530,00 18.000,00 1. S30,00 16.470,00

29 - 20.000,00 20.000,00 18.130,00 38.130,00 1.906,50 900,00 &00,00 3.406,50 36.000,00 3.406,50 32.593,50

39 - 20.000,00 20.000,00 5.S36,SO 2S.53f 50 1.276,83 900,00 600,00 2.776,83 36.000,00 2.776,83 25.536,50 7.68(,,61

49 20.000,00 20.000,00 20.000,00 1.000,00 900,00 600,00 2.500,00 36.000,00 2.500,00 20.000,00 13.500,00

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A IMPORTÂNCIA DAS SEMI;NTESNA DISSEMINAÇÃO DASDOENÇAS DE PLANTAS

M. M. Choudhury*

As sementes, estacas, bulbos, tubércu-los etc, são órgãos de propagação vegetale eficientes ve(culos de disseminação defitopatógenos em campos agrlcolas. Co-mo as sementes contribuem com aproxi-madamente 90%para a propagaçãodasculturas, muitos fungos, bactérias, v(ruse alguns fitonematóides podem apresen-tar-se associados às mesmas, causandoseveros danos às cultuFes. Estes fitopató-genos, diante de condições favoráveis,sobrevivem nas sementes de um ano paraoutro ou por um pen'odo de tempo maislongo durante o armazenamento. Assim,sementes infectadas ou contaminadas,quando plantadas, servem como fonte deinóculo primário na disseminação de pa-tógenos. A introdução de fitomoléstiasnovas em uma região poderá ser um fatorlimitante para a produção agrlcola.

Dentre os danos causados por semen-tes infectadas ou contaminadas, desta-cam-se:

1. A infectação das sementes por pató-genos antes da colheita, causando redu-ção na produção e qualidade dassementes.

2. Perda do poder germinativo, resul-tando em uma baixa população final econseqüentemente uma queda na produ-ção.

3. As sementes infectadas servem co-mo fonte de inóculo podendo iniciar umaepidemia sob condições favoráveisà ocor-rência das doenças de plantas.

4. Introdução de doenças numa regiãoque está livre de ocorrência das mesmas.

5. As sementes altamente irifectadas,embora tenham sido tratadas com fungici-das, podem disseminar doenças em outraárea, uma vez que a eficiência dos fungici-das não pode ser considerada 100%

Os meios de disseminação de fitopató-genos pelassementes podem ser:

(.) 9 autor t1 pesqUIsadordo CPATSA, naárea de Fitopatologia.

t-- _ _ ___ __Sementes de feijão infectadizs com Macrophominaphaseolina (esquerdiz) e sementes sadias"(direiÚl)

fonte de inóculo.

3. A terceira e maior classeé constitu(-da de microorganismos associados às se-mentes cuja presença não provoca doen-ças.

4. A quarta classe é um grupo de mi-croorganismos que podem infectar as se-mentes nos campos ou durante o armaze-namento, reduzindo a produção e quali-dade das mesmas.

Para diminuir o potencial de inóculoe evitar a introdução de doenças na re-gião, é necessário obter sementes sadiaspara plantação das culturas ou para pro-dução de sementes.

Na produção de sementes, devem serutilizadas sementes livres de fitopatóge-nos ou serem tratadas para eliminá-Iosquando o (ndice de infecção for baixo.Os campos para produção de sementesdeverão ser isolados dos campos para pro-dução de culturas a fim de evitar a disse-minação de patógenos. Erradicação deplantas daninhas nos campos e suas pro-ximidades deverá ser feita para minimizara ocorrência das fitomoléstias.

Com relação à colheita, dois aspectosbásicos devemser considerados:

1. A época, uma vez que a colheitaatrasada favorece a associação de micro-

. ., organismos que afetam as sementes, con-Mlcroorgamsmos ou VIrus podem so- ferindo-Ihesbaixa qualidade.

breviverinternamentenassementese ser .,

transmitidos como frutificação de fungos, .2. A maneira da colheita, devendo-semicélios de fungos, bactérias, larvas de e~ltar o.conta.to da seme.nte:om o solo anematóides ou vl'rus. Os fitopatógenos fim de Impedira contammaçao de semen-podem estar presentes no tegumento, en- tes por microorganismosdo solo.dosperma ou embrião da semente. t im- A produção de sementes é indicadaportante salientar que a presença de fito- nas regiões semi-áridas porque as condi-patógeno no embrião da semente acarre- ções ambientais não favorecem meiosta diretamente a infecção da plântula, idêais para a incidência de um grande nú-enquanto que no endosperma ou tegu- mero de doenças durante o longo per(odomento a transmissão para a plântula pode- de seca. No entanto, como nestas regiõesrá ocorrer ou não. a irrigação constitui uma das práticas fun-

Os microorganismos oriundos das se- damentais no fornecime~to. de água àsmentes podem ser enquadrados em qua- culturas, é de grande relevanclaobservar otro classes: método de irrigação a ser utilizado. A

. . _ irrigação por aspersão proporciona um1.. N~ p~lmelraclass~,as sementes ~ao microclima em torno das plantas, criando

as prmClpalSfontes de móculos dos flto- um ambiente favorável à incidência depatógenos. doenças, sendo este método menos indi-

2. A segunda classe consiste de fitopa- cado. Assim, os métodos de irrigaçãotógenos, onde a fase da doença nas se- por infiltração e gotejamento são os maismentes é de menor importância como recomendados.

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Fitopat6genos acompanhando assementes:

Os fungos, bactérias,nematóidespo-demser transportadosjuntos ou associa-dosàs sementes.Osfungos,na forma defrutificação, e nematóides,na forma degalhase cistos,disseminam-secomasse-mentes.As bactériaspodemsertranspor-tadasnosfragmentosderestosdeculturasmisturadascomassementes.Osfitopató-genos, habitantesdo solo, misturam-secomassementesdurantea colheitaesãotransportadoscomelas.

Externamente, como sementescontaminadas ou infectadas:

Os fungos, bactérias,nematóidesouv(rus, ficam aderidosà superflciedasse-mentes,contaminando-asou infectando-as.Osfitopatógenose fungosdo armaze-namento(fungosde produtosarmazena-dos) podem contaminar ou infectar assementesdurantea colheitaetrilha.Internamente:

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Page 12: Jornal do 8&illao · garoba, sendo que 90% destinam~e à produção de vagens, que são transporta-das todos os anos - principalmente nos anos de chuvas iffegulares-para o sertão

BNB: créditoparadifundir tecnologia

Ao lado das atividades bancárias que lhesão próprias, o Banco do Nordeste doBrasil vem empreendendo um intensoprograma de apoio à pesquisa e à difusãode inovações tecnolágicas, voltadas parao desenvolvimento da Região.

Com a criação, em 1971, do Fundo deDesenvolvimento Cienti'fico e

Tecnológico do Nordeste (FUNDECI),o BNB institucionalizou um

instrumento para prestar apoio aspesquisas em setores consideradosprioritários. graças as quais tem oferecidovaliosa contribuição para o estabelecimentoestabelecimento de polfticas e programasde crédito destinados a fortalecer a

agropecuária da Região, sobretudo noSemi-Arido, onde se localiza a maiorparte das suas Unidades Operadoras.

Para acelerar esse processo, a Diretoriado BNB resolveu criar Programas deCrédito para Inovação Tecnológica naAgricultura do Nordeste, indicados comoestratégicos pelas pesquisas realizadas,utilizando até mesmo recursos própriosdo Banco e mediante condiçõesespeciais, dentre as quais sobressaem

juros de 12 por cento ao ano e menoresexigênciasde garantias, tanto paraos financiamentos de custeio como deinvestimento. Para 1982, as necessidadesde recursospara os sete programasforamestimadas em aproximadamente Cr$ 3bilhões.

PROGRAMAS

7. Cultura de algodão, para produção desementes selecionadas.

Os programas para difusão dessasinovações tecnológicas serão executadosem cooperação com as Secretarias deAgricultura dos Estados, entidades depesquisa, sistema de extensão rural eórgãos de distribuição de insumos.

PROGRAMASDECRÉDITOPARA.

INOVAÇAOTECNOUJGICANAAGRICULTURADONORDESTE

Baseados nos resultados das pesquisasapoiadas pelo BNB-FUNDECI e deoutras realizadas pelo Sistema EMBRAPA(Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária), os Programas de Créditopara Inovação Tecnológica do Nordestecontemplam, através de assistência .

financeira e técnica, os seguintes itens:

1. Cultura de Sorgo Granffero e Forrageiro;

2 Criação de Caprinos e Ovinos de raçasnativas da região;

3. Melhoramento e manejo racional depastagens nativas;

4. Cultura de cãnhã para produção-..cIefeno

5. Cultura de milheto;

6. Cultura de soja Tropical;

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A EmpresaBrasileirade'PesquisaAgropecuária-EMBRAPA,criou o Catálogo Geral de Publicações, com o objetivo defacilitar, aos técnicos, professores, estudantes e a outros inte-ressados, o acessoàs publicações colocadasà vendapelo Siste-ma Cooperativo de Pesquisa do Ministério da Agricultura, afim de que se mantenham atualizados sobre os mais recenteshInçamentoseditoriaisno campo da pesquisaagropecuária.

No Catálogo,encontra-6eo endereço de cada uma das uni-dades integrantes do Sistema e a relaçãodas publicações edi-tadas, com os respectivos preços. Para adquiri-Ias,é apenasnecessário enviar o pedido - acompanhado de pagamento

através de vale postal, ordem de pagamento ou cheque - parao endereço que precede as publicações escolhidas, ou para 'oDepartamento de Informação e Documentação - Caixa Postal11-1316 - CEP 70333 - Brasflia - DF.

PUBLICAÇÕES DO CPATSA

A aquisição de publicações do Centro de PesquisaAgrope-cuária do Trópico Semi-Árido (CPATSA), pode ser feita atra-vés do seguinte endereço: Caixa Postal 23, CEP 56.300 - PE-ffim~-~ .