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Nº 387 - Ano XVIII - 16 a 30/Nov/2010 LEIA MAIS Diretoria do Sindicato completa um ano de gestão e transforma a entidade Pág. 3 Sindicato denuncia ao MP falta de condições de trabalho no BB e Unibanco Pág. 7 Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro Pág. 8 CONVITE AO ASSALTO Só este ano, Pernambuco já sofreu 32 assaltos a banco, quatro vezes mais que o número registrado no ano passado inteiro. As instituições financeiras campeãs em roubos são justamente aquelas que demonstram mais fragilidade nos equipamentos de segurança, revelando que os bandidos escolhem bem o seu alvo. Paralelamente, aumenta o número de doenças psicológicas entre os bancários. Páginas 4 e 5

Jornal dos Bancários - ed. 387

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Jornal dos Sindicato dos Bancários de Pernambuco

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Nº 387 - Ano XVIII - 16 a 30/Nov/2010

LEIA MAIS

Diretoria do Sindicatocompleta um ano de gestão e transforma a entidadePág. 3

Sindicato denuncia ao MP falta de condições de

trabalho no BB e UnibancoPág. 7

Dia da Consciência Negra é celebrado

em 20 de novembro Pág. 8

CONVITE AO ASSALTO

Só este ano, Pernambuco já sofreu 32 assaltos a banco,

quatro vezes mais que o número registrado no ano

passado inteiro. As instituições financeiras

campeãs em roubos são justamente aquelas que

demonstram mais fragilidade nos equipamentos de

segurança, revelando que os bandidos escolhem bem o seu alvo. Paralelamente,

aumenta o número de doenças psicológicas entre os bancários.

Páginas 4 e 5

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A vida vale maisTEMA LIVRE Jornal dos Bancários 2

AGENDAHUMOR

TEATRO - Até o dia 29 de novembro, o Santa Isabel, Apolo, Hermilo Borba Filho, Barreto Junior e a Refinaria Nascedouro de Peixinhos apresentam 14 espetáculos da cena teatral brasileira. Outras 18 apresentações serão realizadas nos vários bairros do Recife. É o XIII Festival Recife do Teatro Nacional. Confira a programação em www.recife.pe.gov.br/.LITERATURA - Nos dias 26, 27 e 28, tem Mostra de Literatura Contemporânea no Sesc Santa Rita. A programação inclui recitais, performances, debates e oficinas. Entre os convidados estão os escritores Marcelino Freire, Bráulio Tavares, João Silvério Trevisan e Carpinejar. Mais informações: www.interpoetica.com/sesc/.

FREEPORTO - Nos dias 3, 4 e 5 de dezembro, quem movimenta o cenário literário local é a Freeporto, uma paródia do grupo literário Urros Masculinos. Entre os convidados, Mário Prata, Ronaldo Correia de Brito, Marcelino Freire, Bruna Beber e Nicolas Behr. Confira em freeporto.wordpress.com/. MESTRE SALU - Se estivesse vivo, Mestre Salustiano teria completado 65 anos no último dia 12. E a data é motivo de comemoração no dia 20 de novembro, na Casa de Rabeca. O folguedo popular Cavalo Marinho abre a festa. Logo depois é a vez de Dinda Salú e seu forró rabecado. Em seguida Raminho do Acordeon e Geraldinho Lins encerra a noite.

A conta é simples. Para investir na segurança de suas agências, os

bancos terão de gastar mais dinhei-ro do que pagam com indenizações para as vítimas de assaltos.

A simplicidade da conta, no en-tanto, não leva em consideração a vida das pessoas. Ela visa apenas o lucro. E é justamente por isso que as agências bancárias hoje são um verdadeiro convite para os bandidos.

Só em Pernambuco, a polícia registrou 32 assaltos a banco este ano. O número é quase quatro vezes maior que as ocorrências registradas no ano passado. Este verdadeiro descaso com a vida de clientes e funcionários tem sido denunciado pelo Sindicato há anos.

Nesta edição do Jornal dos Ban-cários você vai ver em detalhes a fragilidade das agências bancárias e a facilidade com que os assaltos acontecem. Mas, muito além dos números, a matéria de capa mostra como a insegurança afeta a vida das pessoas. Os bancários, a principal vítima do descaso dos bancos, es-tão vivendo um verdadeiro surto de problemas psíquicos.

A trabalhadora entrevistada na

Libório

matéria, por exemplo, já passou por mais de cinco assaltos nas agências em que trabalhou e chegou a levar murro de bandidos. Hoje vive depri-mida, está afastada do banco e faz tratamento psicológico por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) por-que o plano de saúde da instituição financeira não cobre.

É de se perguntar: como os ban-queiros conseguem dormir sem peso na consciência? Pois basta

abrir mão de um pequeno pedaço dos seus fabulosos lucros para re-solver o problema da insegurança.

O Sindicato defende algumas medidas que já foram apresenta-das aos bancos há anos, mas até agora as instituições financeiras relutam em aceitá-las.

Entre nossas propostas estão a instalação de portas giratórias na entrada de todas as agências,

antes do auto-atendimento; a contratação de mais vigilantes e de rendeiros para substitui-los na hora do almoço - período em que se registra a maior parte dos assaltos; e circuito interno e ex-terno de câmeras de segurança.

São medidas simples, que po-dem ser implantadas a qualquer momento. Basta que os bancos invistam um pouco de dinheiro. Na última Campanha Nacional, con-quistamos alguns avanços depois

de muita pressão. Mas eles ainda são tímidos perto da crescente onda de violência contra as agências.

O Sindicato continuará lutando por mais segurança nos bancos e não desistiremos até que a gente consiga convencer as instituições financeiras de que a vida das pes-soas vale mais do que o lucro.

O Sindicato continua a luta por mais segurança e não vai desistir enquanto não convencer os bancos que a vida das pessoas vale mais do que o lucro

Diretoria

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AÇÃO SINDICAL Jornal dos Bancários 3

Diretoria do Sindicato dá nova cara à entidade entidade

Em menos de um ano de gestão, nova direção deu mais transparência

e aproximou o Sindicato dos bancários

UM ANO DEPOIS da vitória nas urnas, direção já cumpriu os principais compromissos

Há um ano, os ban-cários de Pernam-

buco decidiram mudar os rumos do Sindicato e renovaram a diretoria ao eleger a Chapa 3 para o comando da entidade. As eleições terminaram no dia 13 de novembro e agora, no primeiro ani-versário desta gestão, os novos ventos que sopram no Sindicato já são senti-dos por toda a categoria.

A entidade ganhou mais transparência e ficou mais próxima dos bancá-rios. Esta mudança teve reflexo direto na mobili-zação dos trabalhadores, que construíram no mês passado a maior greve dos últimos 20 anos e arrancaram dos bancos o melhor acordo em duas décadas.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a renovação da diretoria garantiu uma nova forma de administrar a entida-

de, muito mais ousada e focada nos interesses dos bancários. “A atual direção tem como priori-dade o bancário, acima de qualquer outro interesse. Foi por isso que tivemos a sensibilidade e o despren-dimento de reduzir nosso mandato em seis meses para que as eleições do Sindicato não coincidissem mais com a campanha sa-larial”, explica.

Além de diminuir o mandato, a diretoria tam-bém limitou a reeleição no Sindicato que antes não tinha restrições e abria espaço para que as

pessoas se perpetuassem nos cargos. “Também reduzimos o teto das mensalidades e o valor do desconto assistencial. Ainda criamos a categoria de sócio aposentado para aproximar a entidade do pessoal que não está mais na ativa. A atual direção também procurou dar mais transparência aos trabalhos da entidade e passamos a prestar con-tas periodicamente de tudo que é gasto para que a categoria fique por den-tro”, afirma a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Sindicato presta contas dos gastos da Campanha Nacional

Sindicato assina acordo com BNDES pela 1ª vez

Os funcionários do BNDES em Pernambuco aprovaram no dia 3 de novembro a proposta de acordo para a campanha salarial 2010. Os trabalhadores aceitaram os 7,5% de reajuste (3,5% de aumento real), abono de 1,5 salário, cesta-alimentação (R$ 311,08) e aumento do adicional noturno de 20% para 35%, além da manutenção de todas as outras cláusulas do acordo anterior. Esta é a primeira vez que o Sindicato assina o acordo coletivo dos trabalhadores do BNDES, o que fortalece a unidade da categoria.

Saúde Mental

O Sindicato participa nos dias 1º, 2 e 3 de dezembro do Seminário Pernambucano Sobre Saúde Mental e Trabalho. Com o tema “Um novo olhar na saúde do trabalhador”, o evento tem como objetivo fomentar ações intersetoriais das políticas públicas, tendo em vista a atenção à saúde do trabalhador com foco na promoção, prevenção, tratamento, reabilitação e readaptação no campo da saúde mental.

Homenagem na APABB

Há 15 anos, um grupo de funcionários do Banco do Brasil decidiu criar, em Pernambuco, o núcleo regional da APABB - Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência. Para marcar o aniversário, a entidade realizou uma festa no dia 10 e o Sindicato foi um dos homenageados pela parceria que mantém com a Associação.

NOTAS

Para aumentar a transparência dos atos do Sindicato, a diretoria publica pela primeira vez um balanço com a prestação de contas dos gastos da en-tidade com a Campanha Nacional dos Bancários. Pela lei, a direção só precisa publicar um balanço anual com as re-ceitas e despesas gerais do Sindicato.

“Mas nós queremos que os bancários acompanhem de perto todas as contas do Sindicato. Essa transparência foi um dos nossos compromissos de campanha e estamos implementando já no primei-

ro ano de mandato”, explica Suzineide Rodrigues, secretária de Finanças do Sindicato.

Parte dos gastos com a Campanha Nacional foi coberta com o desconto assistencial de R$ 13 que o Sindicato cobrou de cada bancário que quis co-laborar.

O balanço foi distribuído aos bancá-rios junto com a revista do Sindicato, que circulou em novembro e também pode ser visualizado no www.banca-riospe.org.br

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Itaú da Praça do En-troncamento, Brades-

co da Rua da Praia, Itaú da Encruzilhada, Itaú Casa Forte, Bradesco da Dantas Barreto. Em menos de um mês, foram cinco assaltos à mão armada em agên-cias da Região Metropoli-tana do Recife.

São 32 ocorrências em um ano, quatro vezes mais do que foi registrado no ano passado. Os bancos campeões em assaltos são aqueles que demonstram fragilidade nos equipa-mentos de segurança, re-velando que os bandidos escolhem bem o seu alvo.

Paralelamente, aumen-ta o número de doenças psicológicas. No ano pas-sado, das 140 CATs (Co-municações de Acidente de Trabalho) preenchidas no Sindicato, 12 eram por transtornos psíquicos. Este ano, somente até julho, já eram 10. Ou seja, o per-centual passou de 8,5% para 1O%. Em 2006, este índice era de apenas 4,2%.

Para o secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino, este crescimento é fruto da falta de inves-timento dos bancos em segurança. “Houve um refluxo no número de as-saltos logo que as portas com detector de metais foram implantadas. Depois, os bandidos começaram a perceber onde estavam as

ITAÚ UNIBANCO é líder isolado em número de ocorrências em Pernambuco, com 14 casos, quase a metade do total

falhas”, diz.Sua afirmação fica evi-

dente a partir das próprias estatísticas. O líder isolado em número de ocorrências, é o Itaú Unibanco, com 14 casos, quase a metade do total. Noventa por cento de suas agências não têm rendeiro para substituir o vigilante na hora do al-moço - período em que se registra a maior parte dos assaltos. Cinquenta por cento das unidades não têm circuito de câmeras e 42% não têm portas com detector de metais. No segundo colocado, o Bra-desco, com 8 registros, não há rendeiro em 70% das unidades; não há câmeras em 80%, nem portas de segurança em 90%.

Vitima da insegurança Adriana Lima é uma

entre os 12 trabalhadores pernambucanos que estão afastados do banco, este ano, por transtornos psíqui-cos relacionados ao traba-lho. Sua licença se estende desde 2009 e, no centro de seu drama, uma história de insegurança, negligência e desumanidade do banco em que trabalha há 24 anos: o Bradesco.

Hoje, Adriana só dorme com medicamentos, não sai de casa, vive isolada do mundo, prisioneira do medo. “Me sinto excluída da sociedade. Qualquer pessoa

SEGURANÇA

SOB O DOMÍNIO DO MEDO

que se aproxima de mim, eu temo que seja um bandido. Ao mesmo tempo, sinto que os outros também se afas-tam e não querem mais falar comigo”, diz a bancária.

Nem sempre foi assim. Nas agências em que traba-lhou, ela era reconhecida por manter um bom relaciona-mento com todas as classes sociais, dos vigilantes aos

diretores. Sempre batia as metas e sua competência lhe valeu a indicação para gerente geral da agência no Mercado Eufrásio Barbosa. Sua promoção, entretanto, foi sua desgraça. “É um posto que movimenta mui-to dinheiro, pois é respon-sável pelo pagamento de milhares de prestadores de serviços. Mas a estrutura é

Só este ano foram 32 roubos a bancos em Pernambuco, quatro vezes mais do que foi

registrado no ano passado inteiro. Os campeões em assaltos são justamente as instituições financeiras que demonstram mais fragilidade nos equipamentos de segurança. Paralelamente, aumenta o número de

doenças psicológicas entre os bancários

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ITAÚ UNIBANCO é líder isolado em número de ocorrências em Pernambuco, com 14 casos, quase a metade do total

SOB O DOMÍNIO DO MEDO

péssima e eu tinha de me virar em mil para dar conta de tudo”, lembra.

Os ladrões, como sem-pre, perceberam a fragi-lidade do local, que tinha um único vigilante, não tinha porta com detector de metais nem circuito de câmeras. “Quando teve o primeiro assalto, eu pedi reforço. Me negaram. Che-

guei a ouvir que meu sa-lário era muito alto e não havia dinheiro para contra-tar vigilante. Felizmente, a Polícia Federal deu em cima e garantiu a contratação de mais um segurança”, diz Adriana, que já passou por mais de cinco assaltos nas agências em que trabalhou e chegou a levar murro de bandidos. “Passei a ter

Bancos do Recife têm até abril para se adequarem à nova Lei

Uma nova Lei, sancionada no início de outubro, vai exigir das agências do Recife mais requisitos de segurança. A partir de abril do próximo ano, elas terão, entre outras coisas, que ter vidros blindados, circuito interno e externo de câmeras, sistema de régua LED para identificação de metais e equipamentos que restrinjam o sinal de telefones celulares no interior das unidades.

A lei também obriga a existência de, no míni-mo, dois vigilantes por pavimento, com substituto para a hora do almoço, coletes à prova de balas e cabines blindadas. E impede que os seguran-ças sejam usados em outras funções, como para prestar informações. “Nosso próximo passo é dar início a uma campanha para que a população exija o cumprimento da lei e denuncie à Dircon (Diretoria de Controle Urbano do Recife) os casos de descumprimento”, afirma o vereador Josenildo Sinézio, autor da Lei.

Além deste avanço, há outras conquistas a co-memorar - frutos da ação do movimento sindical. O acordo coletivo dos bancários deste ano, por exemplo, obriga os bancos a registrarem Boletim de Ocorrência e prestarem atendimento médico e psicológico após assaltos, assim como a apresen-tarem estatísticas sobre assaltos semestralmente. Também garante a possibilidade de realocação de vítimas de sequestro para outras agências.

Em Pernambuco, o Sindicato abriu um canal de negociação com a Secretaria de Defesa Social do governo, que também exige dos bancos in-vestimentos em segurança. E também tem feito pressão, com denúncias ao Ministério Público e pa-ralisação de unidades. Em outubro, quatro agências do Itaú foram paralisadas por falta de segurança. No mesmo mês, duas delas foram autuadas pela Polícia Federal.

pressão alta. Em um dos assaltos, minha pressão pipocou e foi um taxista quem me deu assistência, porque o banco nunca o fez”, lembra.

A falta de assistência continua nestes tempos difíceis de doença e isola-mento. Além do sofrimento

psíquico, a bancária tem de conviver com os prejuízos financeiros, pois não rece-be mais a comissão. E seu tratamento psiquiátrico e psicológico, assim como os medicamentos, são feitos através do Sistema Único de Saúde porque o Plano de Saúde do banco não cobre.

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SEU BANCO Jornal dos Bancários 6

Empregados retomam as negociações com a Caixa

O Sindicato e a Caixa retomaram no dia 11

de novembro o processo de negociações permanentes. Nesta primeira reunião, os representantes dos bancá-rios e do banco definiram os encaminhamentos para colocar em prática as im-portantes conquistas do acordo firmado no desfecho da Campanha Nacional, en-cerrada em outubro.

A presidenta do Sindi-cato, Jaqueline Mello, que é empregada da Caixa, diz que a partir de agora os bancários vão pressionar o banco na mesa de negocia-ção permanente para garan-tir as demais reivindicações que não foram atendidas na Campanha Nacional.

“Temos diversas ques-tões que precisamos avan-çar e a mesa permanente vai permitir que a gente negocie essas demandas. Por isso é

Começa a implantação da Ouvidoria da Cassi em Pernambuco

A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) começou a implantar a Ouvidoria em Pernambuco, antiga reivindicação dos partici-pantes do plano de saúde dos trabalhadores do BB. Por intermédio da Ouvidoria os usuários podem fazer reclamações e denúncias sobre qualquer questão relacionada aos atendimentos.

Segundo a Cassi, além de Pernambuco a Ouvi-doria já está sendo implantada em Goiás, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins, devendo atingir todo o país no início de 2011.

Objetivo é garantir as reivindicações que não foram atendidas

na Campanha Nacional

JAQUELINE MELLO (no centro ao fundo): “é importante que os empregados da Caixa mantenham a mobilização”

Sindicato cobra da Fenaban instalação das mesas temáticas

Greve histórica completa 25 anos Os empregados da Caixa Federal comemoraram no

dia 30 de outubro, 25 anos de uma das greves mais significativas da história da categoria. O movimento de 1985 marca a inauguração, em termos definitivos, daquilo que passou a ser conhecido como o movimen-to organizado dos trabalhadores da Caixa.

Dentre as conquistas da paralisação, que contou com a adesão de praticamente 100% dos locais de trabalho do banco, estão a jornada de trabalho de seis horas e a condição de trabalhador bancá-rio, com direito à sindicalização. Antes da greve, também conhecida como greve das seis horas, os trabalhadores da empresa eram conhecidos como “economiários”.

importante que os empre-gados da Caixa mantenham a mobilização que foi muito forte durante a greve para pressionarmos o banco e garantir mais conquistas”, explica.

Entre outros temas, o Sindicato debateu com a Caixa os termos finais da metodologia para a pro-moção por mérito relativa a 2010. No acordo firmado na campanha salarial deste ano, a Caixa comprometeu-se com o pagamento da pro-moção de 2010 até março do ano que vem, retroativa

O Sindicato enviou ofício à Fenaban no dia 5 solicitando a instalação imediata das mesas te-máticas sobre saúde do trabalhador, terceirização, igualdade de oportunidades e segurança bancária - asseguradas na Convenção Coletiva de Trabalho.

“A estratégia de campanha nacional prevê a complementação da Convenção Coletiva com as negociações específicas e de modo permanente com os bancos, o que inclui, por exemplo, a discussão do assédio moral previsto no acordo deste ano”, afirma Miguel Pereira, Secretário de Organização da Contraf-CUT.

a 1º de janeiro de 2011. De acordo com o que foi

negociado, todos os em-pregados que obtiverem no mínimo média 8 na avalia-ção receberão pelo menos um delta.

PLR maior - Os emprega-dos da Caixa receberam no último dia 29 o adianta-mento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). O banco depositou um valor bem maior do que o anunciado anteriormente, já que a direção refez os cálculos e o redutor da PLR caiu de 35% para 18%.

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Jornal dos Bancários 7SEU BANCO

Falta de condições de trabalho e insegurança estão entre os motivos

da denúncia

NO UNIBANCO, a falta de condições de trabalho piorou com a reforma das agências

O Sindicato protocolou denúncia no Ministé-

rio Público contra o Banco do Brasil. Em xeque, as condições de trabalho do prédio da Rio Branco. No ano passado, o Sindicato realizou pesquisa que mos-tra o grau de insalubridade e insegurança do local para os trabalhadores.

Apesar das tentativas de negociação, os problemas não foram resolvidos e mui-tos se agravaram. Também o Itaú é alvo de representação do Sindicato, protocolada junto ao Ministério Público. O motivo é o mesmo: falta de segurança e condições de trabalho, problemas que se agravaram com o processo de reforma das unidades do Unibanco para adequação ao padrão Itaú.

No final de outubro, um

Sindicato entra com representação no Ministério Público contra BB e Unibanco

vazamento no 3º andar do prédio do BB na Rio Branco, alcançou o pavimento infe-rior, encharcou o carpete e, até agora, os empregados estão tendo que inalar um terrível cheiro de mofo.

É mais um problema que se junta aos que já foram denunciados pelo Sindicato, em pesquisa com 32,66% dos funcionários do local. Os resultados mostram, en-tre outras coisas, que 86% estão insatisfeitos com o conforto térmico e que mais de 76% já tiveram algum tipo de doença respiratória ou alérgica nos últimos cinco anos. Em outras palavras: o local é calorento e insalubre, com carpetes e ar-condicio-nados sujos.

No Unibanco, a denúncia abrange todas as unidades do banco. As agências não têm os equipamentos de se-gurança exigidos pela lei e os problemas, de insegurança e insalubridade, se agravaram com o processo de reforma das agências para se adequa-rem ao padrão Itaú.

Após muita pressão, Santander acaba com prazo de adesão ao acordo do Bandeprev

Depois de muita pres-são do Sindicato, o San-tander acabou com o prazo de adesão para o acordo sobre as dívidas dos ban-cários com o Bandeprev, o fundo de pensão do antigo Bandepe.

A princípio, os asso-ciados tinham de assinar o acordo até o dia 29 de novembro, mas os repre-sentantes dos funcionários cobraram e o banco acei-tou acabar com este limite.

Ass im, o S ind ica to orienta os trabalhadores a assinarem a proposta para

evitar problemas maiores no futuro.

“Consegu imos es te avanço, mas ainda não estamos satisfeitos com o acordo. Os juros e cor-reções cobrados sobre a dívida é exageradamente alto. O Sindicato continua pressionando o Santander para retomar as negocia-ções, mas orientamos os bancários a assinarem o acordo, pois, caso contrá-rio, o associado pode per-der os benefícios do Ban-deprev”, explica o diretor do Sindicato, Epaminondas

Neto, informando que, em breve, o departamento jurídico do Sindicato vai repassar mais informações aos bancários.

Além da redução dos ju-ros e correções, o Sindica-to também quer discutir al-ternativas que permitam o acesso à complementação de aposentadoria de vários participantes dos grupos G1 e G2, que hoje se en-contram em via de aposen-tadoria ou aposentados, mas que, por limitação da idade, não podem acessar os planos do Bandeprev.

Bradesco paga R$ 700 mi e tira do Santander a folha de pagamento de PE

A folha de pagamento dos servidores públicos de Pernambuco, que é gerenciada pelo San-tander, foi comprada pelo Bradesco por 700 milhões. O diretor do Sindicato, Epaminondas Neto, diz que o Santan-der já tinha estrutura e funcionários para administrar a folha. “Agora, vamos pressio-nar o banco para que não haja demissões", afirma Epaminondas.

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LAZER Jornal dos Bancários 8

Informativo do Sindicato dos Bancários de PernambucoCirculação quinzenal

Redação: Av. Manoel Borba, 564 Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-000Fone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected] Sítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline Mello. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington Correia. Diagramação: Libório Melo e Jairo Barbosa. Impressão: AGN Tiragem: 9.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVAPresidenta: Jaqueline MelloSecretário-Geral: Fabiano FélixComunicação: Anabele Silva Finanças: Suzineide RodriguesAdministração: Epaminondas FrançaAssuntos Jurídicos: Alan PatricioBancos Privados: Geraldo TimesBancos Públicos: Daniella AlmeidaCultura, Esportes e Lazer: Adeílton CorreiaSaúde do Trabalhador: João RufinoSec. da Mulher: Sandra AlbuquerqueFormação: Tereza SouzaRamo Financeiro: Elvis AlexandreIntersindical: Cleber RochaAposentados: Luiz Freitas

Um dia para refletir

Itaú, Apcef, Bradesco e BB disputam as semifinais do Campeonato de Futebol

O Campeonato de Futebol dos Bancários de Per-nambuco está a duas rodadas da decisão. No próximo dia 20 de novembro, as semifinais serão disputadas em dois jogos: Itaú contra Banco do Brasil e Bradesco contra a Apcef.

A final está prevista para o dia 27, quando os dois ganhadores decidem o primeiro e o segundo lugares; e os dois perdedores disputam o terceiro lugar.

O secretário de Esportes, Cultura e Lazer do Sindi-cato, Adeílton Filho, destaca que a competição, iniciada em agosto, foi muito acirrada, o que deve garantir uma final emocionante.

“Não há favoritos. Todas as equipes estão num nível muito bom e quem for ao Clube de Campo dos Bancários assistir às semifinais e à final verá um ótimo espetáculo”, comenta.

No dia 20 de novembro de 1695, Zumbi dos

Palmares foi assassinado. Escravizado aos seis anos de idade, ele fugiu aos 15 e passou a viver no Qui-lombo dos Palmares, onde tornou-se símbolo da luta dos negros no Brasil.

Por muitos anos, Zumbi não existiu nos livros de história do país. Graças à mobilização dos movimen-tos sociais, a data de sua morte tornou-se referencial de consciência e tirou da invisibilidade um dos heróis da resistência negra.

Hoje, mais de 300 anos depois, os negros conti-nuam sua luta, agora por igualdade de oportunidades com os brancos. Para quem acha que não existe discri-

minação no Brasil, basta ver o resultado da pesquisa Mapa da Diversidade, apli-cada nos bancos depois de muita pressão do Sindicato.

Segundo a pesquisa, apenas 2,3% dos bancá-rios são negros e o ren-dimento médio equivale a 84,1% do que ganham os brancos. Só 4,8% de negros e pardos ocupam cargos de diretoria e su-perintendência e 30,3% nunca foram promovidos.

“Já conseguimos alguns avanços no que diz respeito à igualdade de oportunida-des nos bancos. Mas falta muito para acabarmos to-talmente com a discrimina-ção”, comenta a secretária de Comunicação do Sindi-cato, Anabele Silva.