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ANO XXI Nº 446 16 A 28 DE FEVEREIRO DE 2013 SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR LEIA TAMBÉM Bancários do BB lutam contra plano de funções Página 4 Sindicato visita bancários de 111 cidades em janeiro Página 3 Caixa inaugura novas agências sem condições de trabalho Página 4 Projeto do Sindicato resgata a história de Pernambuco Página 8 CONQUISTA Bancários recebem PLR mais “gorda” Os bancários já começaram a receber a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que agora chega com mais recheio. Depois de muita luta, os valores até R$ 6 mil não sofrerão qualquer desconto de Imposto de Renda. Acima deste valor, o tributo será bem menor que nos anos anteriores. Até o final de março, todos os bancários estarão com o dinheiro em suas contas. Página 5 IRRESPONSABILIDADE SOCIAL Bancos ampliam lucros e reduzem empregos Os bancos começaram o divulgar o balanço financeiro de 2012 e, apesar dos lucros fabulosos, as empresas estão reduzindo o quadro de funcionários. O Itaú, por exemplo, obteve um lucro líquido recorrente de R$ 14 bilhões e fe- chou 7.935 postos de trabalho, uma redução de 8,08% de seu quadro. Já o Santander lucrou R$ 6,3 bilhões e fechou 572 postos de trabalho de bancários brasileiros. O Brades- co, com lucro líquido ajustado de R$ 11,5 bilhões, reduziu seu quadro em 1.299 postos no ano passado. O Sindicato luta para resolver o problema do emprego e da rotatividade no sistema financeiro. Página 7

Jornal dos Bancários - ed. 446

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de 16 a 28 de fevereiro de 2013

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ANO XXI • Nº 446 • 16 A 28 DE FEVEREIRO DE 2013 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

LEIA TAMBÉMBancários do BB lutam contra plano de funções Página 4

Sindicato visita bancários de 111 cidades em janeiroPágina 3

Caixa inaugura novas agênciassem condições de trabalhoPágina 4

Projeto do Sindicato resgataa história de PernambucoPágina 8

ConquIsTA

Bancários recebem PLR mais “gorda”

Os bancários já começaram a receber a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que agora chega com mais recheio. Depois de muita luta, os valores até R$ 6 mil não sofrerão qualquer desconto de Imposto de Renda. Acima deste valor, o tributo será bem menor que nos anos anteriores. Até o final de março, todos os bancários estarão com o dinheiro em suas contas.

Página 5

IRREsPonsABILIdAdE soCIAL

Bancos ampliam lucros e reduzem empregos

Os bancos começaram o divulgar o balanço financeiro de 2012 e, apesar dos lucros fabulosos, as empresas estão reduzindo o quadro de funcionários. O Itaú, por exemplo, obteve um lucro líquido recorrente de R$ 14 bilhões e fe-chou 7.935 postos de trabalho, uma redução de 8,08% de seu quadro. Já o Santander lucrou R$ 6,3 bilhões e fechou 572 postos de trabalho de bancários brasileiros. O Brades-co, com lucro líquido ajustado de R$ 11,5 bilhões, reduziu seu quadro em 1.299 postos no ano passado. O Sindicato luta para resolver o problema do emprego e da rotatividade no sistema financeiro.

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16 a 28 de fevereiro de 2013

O artigo 192 da Constituição Brasileira diz que o sistema financeiro nacional tem de estar “estrutura-do de forma a promover o desenvolvimento equili-brado do país e a servir aos interesses da coletivida-de”. É exatamente isso que os bancos não fazem.

Há anos, os bancários têm lu-tado para garantir a regulamen-tação deste artigo tão importante da Constituição, que obriga os bancos a colocarem em prática a tal da responsabilidade social que só existe nas propagandas.

No último dia 6 de fevereiro, os bancários ganharam uma im-portante aliada nesta luta: a pre-sidenta Dilma Rousseff. Ela re-cebeu, no Palácio do Planalto, a CUT e o Sindicato, representado pelo diretor Expedito Solaney, e acatou a proposta dos bancários para a realização de uma conferência nacional sobre o sistema financeiro.

Dilma, inclusive, sugeriu que o evento fosse ampliado para discutir, também, os direitos dos consumidores. Durante a reunião, Dilma também ordenou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que receba o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, para discutir o processo de demissões e a reestruturação no sistema financeiro. De uma só vez, a presidenta Dilma atendeu duas demandas

importantes dos bancários. Além da discussão do papel dos bancos, da amplia-

ção e do barateamento do crédito, a presidenta quer debater também na conferência os direitos dos consu-

midores, tanto no que diz respei-to aos juros do cartão de crédito, do cheque especial e das tarifas, quanto em relação ao consumo das novas classes emergentes de todos os tipos de serviços.

Na futura audiência com o ministro da Fazenda, os ban-cários querem buscar medidas para garantir a proteção do em-prego e a defesa dos interesses da sociedade. O que queremos é um sistema financeiro sólido e forte, que amplie o crédito e que trate o emprego como fator de desenvolvimento.

Ao final da audiência com Dilma, o presidente da CUT, Vagner Freitas, classificou o encontro de “mui-to proveitoso”. A presidenta também se comprometeu a receber os presidentes das centrais sindicais durante a marcha do dia 6 de março, em Brasília. Isso dá a possibilidade para iniciarmos a discussão da pauta da classe trabalhadora, que inclui a jornada de 40 horas, o fim do fator previdenciário, o direito ao modelo de negociação salarial do setor público, a ratificação da Convenção 158 da OIT e a reforma agrária.

EdIToRIAL Tema livre

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Circulação quinzenalRedação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, RecifeTelefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul, Sulamita Esteliam e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA

Secretário-GeralFabiano FélixComunicaçãoAnabele SilvaFinançasSuzineide RodriguesAdministraçãoEpaminondas FrançaAssuntos JurídicosJustiniano JuniorBancos PrivadosGeraldo TimesBancos PúblicosDaniella Almeida

Cultura, Esportes e LazerAdeílton Filho

Saúde do TrabalhadorWellington Trindade

Secretaria da MulherSandra Trajano

FormaçãoJoão Rufino

Ramo FinanceiroFlávio Coelho

IntersindicalRenato Tenório

AposentadosLuiz Freitas

PresidentaJaqueline Mello

No último dia 6 de fevereiro, os

bancários ganharam uma importante aliada na luta

por um sistema financeiro mais justo

e comprometido com a sociedade:

a presidenta Dilma Rousseff

LIBÓRIo MELoHumor

Que sistema financeiro queremos?Desemprego em queDaA taxa de desemprego do país ficou

em 4,6% em dezembro e fechou o ano de 2012 em 5,5%, segundo a Pesquisa Men-sal de Emprego (PME), do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram que o índice anual é o mais baixo da série, iniciada em março de 2002. Antes disso, a taxa de 2011 havia sido a menor, ao ficar em 6%.

mais transparênciaA partir de agora, todas rescisões de

contrato deverão utilizar o novo modelo de documento instituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A nova documen-tação dá mais transparência ao processo e mais segurança ao trabalhador no mo-mento da rescisão. Ela detalha todas as parcelas, devidas e pagas, ao contrário do que ocorria com o modelo antigo.

Brasil sem criseApesar da crise internacional e seu impac-

to negativo nas economias dos EUA, Europa e Ásia, o Brasil vem conseguindo manter a tendência de crescimento. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu 0,6% no terceiro trimestre de 2012 (dado mais recente), no mesmo período houve que-da no PIB de países como Espanha (-0,3%), Portugal (-0,8%), Itália (-0,2%), Holanda (-1,1%) e Japão (-0,9%).

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16 a 28 de fevereiro de 2013

VEjA TodAs As CIdAdEs VIsITAdAs PELo sIndICATo EM jAnEIRo

Abreu e Lima Afrânio AgrestinaÁgua Preta

Ala-goinha

Altinho Amaraji Araripina Arcoverde BarreirosBelém de

Maria

Belém de São Francisco

Belo Jardim Bezerros Bodocó Bom Jardim BonitoBrejo da Madre

de DeusBuenos Aires Buíque Cabo

Cabrobó CachoeirinhaCamocim de

São FélixCarpina Catende Cedro Chã de Alegria Chã Grande Cumaru Cupira

Custódia Dormentes Escada Exu Feira Nova Floresta Frei Miguelinho GameleiraGlória do

GoitáGravatá

Ibimirim Igarassu Inajá Ipojuca Ipubi Itacuruba Itamaracá Itapissuma Itaquitinga Jaboatão

Jataúba Jatobá João Alfredo JuremaLagoa de Itaenga

Lagoa do Carro

Lagoa dos Gatos

Lagoa Grande Limoeiro Macaparana

Machados Maraial Mirandiba Moreilândia MorenoNazaré da

MataOrobó Orocó Ouricuri Palmares

Panelas Parnamirim Passira Paudalho Paulista Pedra Pesqueira Petrolândia Poção Pombos

Riacho das Almas

Ribeirão Rio Formoso Sairé Salgueiro SanharóSanta Cruz do

CapibaribeSanta Maria da Boa Vista

São CaetanoSão José da

Coroa Grande

São Joaquim do Monte

São José do Belmonte

São Lourenço da Mata

São Vicente Ferrer

Serrita Sirinhaém Surubim Tacaratu TamandaréTaquaritinga

do Norte

Terra Nova Toritama Tracunhaém Trindade Tupanatinga Venturosa Verdejante Vertentes VicênciaVitória de

Santo Antão

GIRo PELo InTERIoR

oRGAnIzAção

sindicato visita bancários de 111 municípios em janeiro

Seja um delegado sindical

O ano de 2013 começou com o Sindicato botando o pé na estrada. Somente

no mês de janeiro, as caravanas or-ganizadas pela direção da entidade percorreram 111 municípios para visitar agências e unidades bancá-rias em quase todas as regiões geo-gráficas de Pernambuco.

“Para se ter uma ideia, somada a quilometragem rodada pelas cara-

vanas em janeiro chegamos a 7.885 quilômetros. Essa distância é equi-valente a uma viagem do Recife até a Alemanha, do outro lado do oce-ano Atlântico”, diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

As visitas foram feitas pelos dire-tores Adeílton Filho, Eleonora Cos-ta, Fábio Sales, Fernando Batata, Flávio Coelho, Francisco de Assis, João Marcelo, Luiz Freitas, Luiz

Henrique, Marcílio França, Oné-simo Reinaux, Pedro Villa Chan, Ronaldo Cordeiro, Sandra Trajano e Sérgio Guimarães.

RECLAMAçõEsDurante as visitas, a inseguran-

ça esteve entre as maiores quei-xas dos trabalhadores das regiões. Entretanto, outro grave problema também chamou a atenção dos di-

rigentes bancários: a falta de pes-soal em relação à demanda de tra-balho. Em algumas agências, como no Itaú de Araripina, o quadro é tão grave que mereceu atenção es-pecial por parte da direção do Sin-dicato. “Estamos em contato com o banco para solucionar o problema da falta de funcionários, sobretu-do em Araripina”, diz o diretor do Sindicato, Fábio Sales.

Continuam abertas as inscrições para candidatos a delegados sindi-cais 2013 da Caixa, do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, BN-DES e Banrisul, a serem eleitos nos dias 21, 22 e 23 de março. Os formulários de inscrição já foram encaminhados para agências e de-partamentos dos bancos. Os inte-ressados também podem se candi-datar pelo site do Sindicato.

Segundo a secretária de Bancos

Públicos do Sindicato, Daniella Almeida, os empregados da Caixa elegem um delegado para cada 100 empregados. No BNB, a eleição é de um bancário para cada 50 funcio-nários. No BB, a proporção é de um para 80 e a eleição se dá por grupo de agências. O BNDES e o Banrisul, que só dispõem de uma unidade no estado, localizadas na capital, elegem um delegado cada.

daniella Almeida

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Os bancários do Banco do Brasil realizam no pró-ximo dia 20 uma série de

protestos e paralisações em todo o país, num Dia Nacional de Luta con-tra o novo plano de funções comis-sionadas. As manifestações foram definidas no último dia 7, durante reunião da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, realizada na sede da Contraf-CUT, em São Paulo.

Segundo a diretora do Sindicato, Sandra Trajano, que representou os bancários de Pernambuco na reunião

nacional, o objetivo do Dia de Luta é denunciar o ataque que o Banco do Brasil está fazendo aos direitos dos trabalhadores. “O BB implantou de forma unilateral um novo plano de funções comissionadas que é extre-mamente prejudicial aos bancários. Ele reduz os direitos e diminui os salários de quem se enquadrar na função de seis horas”, diz.

Sandra conta que os sindicatos exigem que o BB abra um canal de negociações para discutir o novo plano de funções, conforme sugeriu o próprio Ministério do Trabalho e

Emprego ao banco, em dezembro. “Vamos intensificar os protestos e pressionar o banco para mudarmos este plano de funções de forma que o bancário não seja prejudicado. A Comissão de Empresa já marcou a próxima reunião para o dia 22 de fevereiro. Vamos discutir os efeitos do Dia de Luta e avaliar os próxi-mos passos e estratégias a seguir”, conta Sandra.

Durante a reunião do dia 07, a Comissão decidiu que a Contraf--CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro)

acionará o Ministério Público do Trabalho questionando a redução de direitos dos trabalhadores com a im-plantação do novo plano.

Funcionários protestam contra plano de funções

BAnCo do BRAsIL

Ponte dos Carvalhos, Cavaleiro, Peixinhos, Paudalho, Santa Cruz do Capibaribe, Ribeirão, Shopping Rio-mar... em cada uma das novas agên-cias inauguradas pela Caixa Econômi-ca, o que não falta são problemas.

O primeiro deles, comum a todas, é a escassez de funcionários. As uni-dades têm, no máximo, nove empre-gados. E quase todas, com exceção da de Santa Cruz do Capibaribe, estão em locais onde não existe outra agência.

Este não é o único drama das no-vas agências. Falta segurança, faltam condições de trabalho. A unidade de Ponte dos Carvalhos foi inaugura-da antes mesmo de ser concluída. O local, que deveria atender em dois pavimentos, só tem um atendendo os clientes. Mas os funcionários são obrigados a circular no segundo an-dar, em obras. E sobram riscos: não há corrimão nas escadas, os extinto-res de incêndio não estão instalados, não há lâmpadas na entrada.

Em Peixinhos, o local é tão peque-no que metade dos clientes precisa esperar do lado de fora. Também do lado de fora, foram instalados os cai-xas eletrônicos.

Segurança, aliás, é outro problema: as novas unidades não cumprem os requisitos exigidos pela legislação. A agência de Cavaleiro, por exemplo, não tem biombos entre os caixas.

O Sindicato entrou em contato com a Giseg, Gilog e Gipes – responsáveis

pelas áreas de segurança, logística e gestão de pessoas da Caixa. “Cada uma delas procurou se justificar apontando as dificuldades. Mas ga-rantiram que vão resolver os proble-mas mais imediatos e que a reforma de Ponte dos Carvalhos estaria con-cluída até o final de março. Também se comprometeram a não inaugurar as próximas agências sem que elas ti-vessem condições de trabalho e aten-dimento”, diz a secretária de Comu-

nicação do Sindicato, Anabele Silva.Nos próximos dias, será aberta

mais uma unidade, na Avenida Nor-te, e até abril, outra na Madalena. “O Sindicato vai acompanhar a situação de todas as unidades. Também vamos procurar, nas prefeituras, os respon-sáveis pela emissão dos alvarás, para garantir que o documento só seja expedido para as agências que, de fato, tenham condições adequadas de funcionamento. E vamos continuar lutando para que sejam contratados mais funcionários”, garante Anabele.

Banco inaugura agências com péssimas condições de trabalho e de atendimento

Agências foram inauguradas antes de ser

concluídas

Anabele silva

CAIXA

sandraTrajano

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A segunda parcela da Partici-pação nos Lucros e Resul-tados (PLR) vai chegar com

mais recheio. “Finalmente, e depois de muita luta, os valores até R$ 6 mil não sofrerão qualquer desconto de Imposto de Renda. O tributo tam-bém terá uma boa redução no caso das PLRs acima de R$ 6 mil. O be-nefício já começou a ser pago pelos bancos e, até o final de março, todos os bancários estarão com o dinheiro em suas contas”, diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

A regra básica da PLR estabelece o pagamento de 90% do salário mais uma parcela fixa de R$ 1.540 com teto de R$ 8.414,34. Desconte-se daí a antecipação já ocorrida de 54% do salário mais a parte fixa de R$ 924. A regra básica deverá ser majorada até a distribuição de 13% do resul-tado, com teto de 2,2 salários ou R$ 18.511,54. Já a parcela adicional da PLR corresponde à distribuição li-near de 2% do lucro entre todos os

funcionários, com teto de R$ 3.080. Os funcionários do Bradesco fo-

ram os primeiros a receber o benefí-cio. O banco tratou logo de informar que a regra básica não alcançaria o teto. Quanto ao adicional, cada tra-balhador recebeu R$ 2.794, dos quais R$ 1.430.40 foi pago nesta segunda parcela. Como de costume, os valores poderiam ser maiores se o banco não tivesse maquiado o balanço. “O Bra-desco obteve um lucro líquido ajus-tado de R$ 11,523 bilhões em 2012, mas o valor só não foi maior porque o banco fez uma Provisão para De-vedores Duvidosos (PDD) muito alta e sem conexão com a realidade do país”, afirma a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Já os funcionários do Santander recebem, no dia 20, a segunda par-cela do benefício. Mas até o fecha-mento desta edição, o banco ainda não tinha publicado os valores que serão pagos. O balanço de 2012 apontou um lucro líquido gerencial

de R$ 6,329 bilhões. Além da PLR, o banco deve efetuar o crédito do Programa de Participação nos Re-sultados do Santander (PPRS) de R$ 1.600 e dos programas próprios de renda variável.

O Itaú, por sua vez, anunciou que só creditará a PLR no dia 1º de mar-ço, último dia de pagamento estabe-lecido pela Convenção Coletiva dos bancários do ano passado. O resul-tado do banco, anunciado no último dia 5, foi de R$ 14 bilhões de lucro líquido em 2012.

Nos bancos públicos, o pagamen-to ocorre no mês de março: o BNB na segunda quinzena; a Caixa até o dia 31 e o Banco do Brasil, dez dias após o pagamento dos dividendos aos acionistas.

sEM dEsConToA boa notícia é que a PLR chega

mais gorda, já que pela primeira vez não sofrerá desconto de Imposto de Renda para quem recebe até R$

6 mil. “Trata-se de uma reivindica-ção antiga dos trabalhadores, que foi reforçada no ano passado, com ma-nifestações, reuniões com parlamen-tares e representantes do governo, e um abaixo-assinado com mais de 220 mil nomes”, afirma Jaqueline.

Tudo o que é recebido de PLR, inclusive o adicional, até o valor de R$ 6 mil, estará totalmente isento do pagamento de Imposto de Renda. Vale lembrar que, no ano passado, o desconto foi de R$ 893,47 para este montante. Nos ganhos até R$ 10 mil, o desconto cai de R$ 1.993,47 para R$ 375. Para quem recebe acima de R$ 15 mil, o Imposto diminui de R$ 3.368,47 para R$ 1.338,75. E em PLRs acima de R$ 20 mil, ao invés de R$ 4.743,47, os trabalhadores pa-garão R$ 2.704,37 de imposto.

No caso dos bancários, o que foi pago de imposto na primeira parcela da PLR, paga em outubro de 2012, poderá ser restituído na declaração feita em 2013.

ConquIsTA dA CAMPAnhA nACIonAL

Bancários começam a receber a segunda parcela da PLR Pela primeira vez, o benefício não terá desconto de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 6 mil. Acima deste valor, o tributo será reduzido

Jaqueline Mello suzineide Rodrigues

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Os funcionários da BV Fi-nanceira e do banco Votorantim aprovaram no último dia 6 o acordo sobre ponto eletrônico. O instrumento renova o ante-rior, que expirou no final do ano passado, e garante que a marca-ção de ponto esteja de acordo com as regras impostas pelo go-verno federal e que valem desde o início do ano passado.

Segundo o secretário do Ramo Financeiro do Sindicato, Flávio

Coelho, as duas assembleias foram muito participativas. “O pessoal aproveitou para tirar dúvidas. São garantias impor-tantes para os trabalhadores. O acordo determina, por exemplo, que somente o empregado possa registrar seu ponto, proíbe a al-teração dos registros originais e permite que, em caso de denún-cia, os sindicatos possam inter-vir”, diz Flávio.

Outras determinações, que

cumprem exigências da Portaria do Ministério do Trabalho, ga-rantem que o sistema possibilite a identificação de empregado e em-pregador e que o trabalhador pos-sa imprimir o registro de marca-ções. “A portaria também proíbe restrições à marcação, marcação automática do ponto e exigência de autorização prévia para mar-cação de sobrejornada”, explica o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times.

BRAdEsCo

BV FInAnCEIRA E VoToRAnTIM

Pernambuco sedia encontro de sindicalistas do nordeste

Empregados aprovam acordo de ponto eletrônico

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco sediou nos dias 31 de janeiro e

1º de fevereiro o Encontro de Di-rigentes Sindicais do Bradesco no Nordeste. Durante dois dias, mais de 30 representantes de sindicatos dos estados da região definiram prioridades e apontaram proble-mas vividos pelos trabalhadores nas agências.

Para Elaine Cutis, coordena-dora da Comissão Nacional dos Empregados do Bradesco, trata-se de um momento importante de ca-pacitação, que fortalece a ação e organização dos empregados. “O seminário nordestino é preparató-

rio para o Encontro Nacional, que acontece em março e que deve de-finir a pauta específica de reivin-dicações e as estratégias de ação dos bancários do Bradesco em todo o país”, diz Elaine.

No Nordeste, uma das priori-dades apontadas diz respeito à remuneração. “O Bradesco é um dos bancos que paga o pior salário no Brasil. E, diferente de outros, não remunera sobre produtos ven-didos. Exige as metas, mas não remunera”, afirma Elaine.

“Há também os problemas e de-mandas que permanecem. É o caso da luta contra o assédio moral, do auxílio-educação, das melhorias

no Plano de Saúde com inclusão dos pais, e criação de um Plano de Cargos e Salários”, diz a secretária de Finanças do Sindicato, Suzi-neide Rodrigues, representante do Nordeste na Comissão Nacional dos Empregados do Bradesco.

sA8000Durante o Encontro, o consultor

Adriano Diniz Costa apresentou uma palestra sobre a SA 8000, um certificado de responsabilidade so-cial concedido internacionalmente para as empresas.

Para Suzineide, o banco precisa avançar muito para cumprir decen-temente essa certificação.

sEGuRAnçA do BRAdEsCo CAsA FoRTE EsTá REsTAuRAdA

A agência do Bradesco em Casa Forte, Zona Norte do Re-cife, alvo de roubo no último fim de semana de janeiro, já está funcionando normalmen-te. Todos os danos ao sistema de segurança foram reparados, assim como os cofres, vidros e outros equipamentos danifica-dos foram consertados. E tudo segue dentro da normalidade, informou a gerente da unidade ao diretor do Sindicato, Flávio Coelho.

Devido à ação dos bandidos, a agência, que fica na Avenida Dezessete de Agosto, foi inter-ditada pelo Instituto de Crimi-nalística, órgão responsável pela perícia criminal em casos de arrombamento. A direção do banco tentou forçar a abertura na terça-feira, dia 29 de janeiro.

“O Sindicato tomou conhe-cimento da irregularidade e foi até lá, verificou a impossibili-dade de funcionamento dentro dos padrões de segurança e ga-rantiu o fechamento da agência por três dias, até que os equi-pamentos de segurança fossem restaurados”, afirma Wellington Trindade, secretário de Saúde do Sindicato.

Flávio Coelho Geraldo Times

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IRREsPonsABILIdAdE soCIAL

hsBC

BRAdEsCo

Balanço dos bancos mostraaltos lucros e menos empregos

Sindicato retoma negociação no dia 19

Bancário demitido ilegalmente é reintegrado

Os bancos começaram o divulgar o balanço finan-ceiro de 2012 e os núme-

ros são péssimos para os bancários. Apesar dos lucros fabulosos, as em-presas estão reduzindo o quadro de funcionários.

O Santander, por exemplo, anun-ciou um lucro líquido “gerencial” de R$ 6,329 bilhões em 2012, mesmo com a maquiagem feita no balanço,

que aumentou em 30,11% as provi-sões para despesas com devedores duvidosos (PDD). Ainda assim, o Brasil foi responsável por 26% do resultado global do banco.

“Apesar do resultado fabuloso no Brasil, o Santander fechou 572 pos-tos de trabalho de bancários brasilei-ros. Mesmo na matriz da Espanha, país em crise financeira, o banco não demite”, diz o secretário de Admi-nistração do Sindicato, Epaminon-das Neto.

Já o Itaú obteve um lucro líquido recorrente de R$ 14,043 bilhões, va-lor também rebaixado por conta da PDD exagerada. Apesar dos ganhos bilionários, o banco fechou 7.935 postos de trabalho, uma redução de 8,08% de seu quadro.

O Bradesco, com lucro líquido

ajustado de R$ 11,523 bilhões em 2012, fechou 1.299 postos de traba-lho no ano passado. “É um absurdo que o Bradesco, um dos maiores e mais fortes bancos do país, feche tantos postos de trabalho enquanto

lucra bilhões. E olhe que a falta de funcionários é gritante em todas as agências e departamentos do Bra-desco”, diz Suzineide Rodrigues, secretária de Finanças do Sindicato e funcionária do Bradesco.

O Sindicato e a Contraf-CUT retomam no dia 19 de fevereiro o processo de negociação com o HSBC. Os principais temas em pauta serão emprego, plano de saúde, previdência complementar e PPR/PSV.

As demissões efetuadas pelo ban-co inglês têm sido um dos grandes problemas enfrentados pelos traba-lhadores. Apesar dos lucros astro-nômicos, o HSBC eliminou 1.836

postos de trabalho entre junho de 2011 e junho de 2012, de acordo com os dados do balanço.

O banco também fez alterações unilaterais no plano de saúde neste início de ano que são extremamente prejudiciais para os funcionários, retirando direitos do pessoal da ati-va e dos aposentados.

“Além dos reajustes, o banco está criando uma nova divisão entre os bancários: os que são beneficiados

pela Lei Federal nº 9.656/98 e têm direito a manutenção do plano de saúde (seis meses a dois anos) por contribuírem mensalmente e os que não terão a chance de contri-buir e, por isso, não poderão usu-fruir da manutenção para além do que determina a convenção coletiva (máximo de 270 dias)”, alerta Alan Patrício, diretor do Sindicato e se-cretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.

O mês de fevereiro começou de forma muito boa para o bancário Elbert Melo da Silva, chefe de serviços da agência Conde da Boa Vista do Bradesco. O trabalhador foi reintegrado ao quadro funcio-

nal do banco no dia 1º. Depois de mais de seis anos de banco, Elbert havia sido demitido, sem justa causa, no final do ano passado. Portador de doença ocupacional, o bancário procurou o Sindicato, que

tomou todas as providências para que os direitos do trabalhador fos-sem assegurados.

O diretor do Sindicato e funcioná-rio do Bradesco, Ronaldo Cordeiro, destaca a importância dos trabalha-

dores recorrerem ao Sindicato para que possam garantir os seus direi-tos. “Nós iremos checar todas as denúncias e cuidar para que os pro-blemas sejam resolvidos da melhor maneira possível”, orienta.

Epaminondas neto

Alan Patrício

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VEM AÍ...

dicas de alongamento

Tá esperando o que pra se preparar?

#03Estique uma das pernas e cruze a outra, rotacionando o tronco para o lado da perna flexionada

#04Façamovimentosgiratórios com a cabeça.Primeiro nosentido horárioe depois noanti-horário

O Sindicato realiza no pró-ximo dia 22 o Café da Manhã dos Aposentados de fevereiro. O evento, que deveria ocorrer na terceira sexta-feira do mês, foi adiado em uma semana por conta do Carnaval.

O secretário de Aposenta-dos do Sindicato, Luiz Freitas, lembra que o café mensal está completando três anos em fe-vereiro. “Podemos dizer que o evento é um sucesso. Logo no início do primeiro mandato des-ta diretoria, decidimos instituir o café para trazer de volta ao Sindicato os aposentados que tanto contribuíram para a luta dos bancários. E, a cada edição do evento, mais e mais aposen-tados comparecem”, diz Freitas.

MEMÓRIA

Projeto do sindicato resgata a história de PernambucoA partir do dia 6 de março,

o Sindicato inaugura um projeto cujo objetivo é

devolver um pouco da história que foi usurpada dos pernambucanos. Proposto por um grupo de escri-tores e pesquisadores do estado, a ideia é realizar um debate a cada mês, sobre fatos relevantes da his-tória de Pernambuco. E nada me-lhor do que iniciar o projeto em nossa Data Magna: 6 de março – início da Revolução de 1817.

Durante quase três meses, Per-nambuco foi independente. Teve um governo próprio, exército, ma-rinha e até embaixador nos Estados Unidos. Durante quase três meses, a escravidão foi abolida no estado.

A repressão foi dura: 1.600 mortos e feridos; 800 exilados... sem falar no desmembramento do estado, que perdeu os territórios da Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. “No entanto, se a gente vai a Minas Gerais, todo mundo sabe quem foi Tiradentes. E aqui?

Quantos sabem quem foi Cruz Ca-bugá?”, questiona o escritor Paulo Santos.

Paulo é o autor do livro “A Noi-va da Revolução”, que já está em sua quarta edição. É ele quem fala neste primeiro debate, sobre a Revolução de 1817. Durante três anos, ele pesquisou o assunto, que ganhou ares de romance e devol-

veu um pouco de nossa memória. “Tem um escritor francês, cha-mado Tocqueville, que afirmava: quando o passado não ilumina o futuro, o espírito vagueia nas tre-vas. Em Pernambuco, é como se toda a população tivesse nascido ontem. Temos orgulho de nossa terra, mas poucos sabem dizer o porquê”, diz Paulo.

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Paulo santos

Luiz Freitas