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Circulação: Sul da Bahia, Nordeste de Minas Gerais e Norte do Espírito Santo Ano 1 Número 002 1º a 15 de setembro de 2011 R$ 2,00 aborda questões relacionadas ao “Movimentos pelas Águas do Mucuri”, projeto que procura discutir sobre os problemas ambientais que atingem a região do Vale do Mucuri, em especial ao que se refere aos recursos hídricos. Página 7 Bate-papo com Marly Teles Página 3 Inclusive Fato Novo Informação de qualidade O empreendimento vai gerar emprego e renda para as família que vivem na região, assim como gerar energia de qualidade. Basta saber se o projeto está de acordo com as normas ambientais e qual o impacto de um negócio desse porte nas comunidades locais. Página 4 Eunápolis pode ganhar hidrelétrica Fato Novo Beleza Se você tem entre 15 e 21 anos e tem o sonho de ser modelo fotográfica, não deixe de participar do concurso “Beleza Fato Novo”. A vencedora será premiada, e este pode ser o primeiro passo de uma carreira de sucesso. As inscrições já estão abertas. Página 1 In Pereira da Viola Cultura, música e simplicidade: o mineiro Pereira da Viola fala de carreira, trajetória, mercado e família. Página 3 In Abrolhos: Natureza, águas cristalinas, passeios de aventura, tranquilidade e diversão: conheça o Arquipélago de Abrolhos. A compra e venda de votos configura crime eleitoral. Contudo, quem perde mais é o eleitor, que vê seu direito corrompido por favores individuais. D ados preocupantes de organizações internacionais nos alertam de que o problema da fome no mundo fica cada vez mais grave. Apesar das políticas públicas de combate à miséria, as ações ainda não são eficazes como precisam ser e milhares de pessoas morrem todos os dias à espera de ajuda. Descaso do Estado e da sociedade civil, assim como a falta de programas eficazes que atendam à toda a população de baixa renda, são alguns dos principais impasses para que todas as pessoas passem a exercer o direito de, pelo menos, ficar acima da linha da pobreza. Página 6 Página 5 Apesar de rumores de desentendimento, a presidente da República diz que os peemedebistas são leais e falou sobre a importância da coalizão dos partidos da base. Página 3 “PDMB é fundamental”, afirma Dilma Lajedão: Compra e troca de votos é crime! Foto: Carlos Versiani Atobá

Jornal Fato Novo (edição 2)

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Jornal produzido pela Unika Editora

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Page 1: Jornal Fato Novo (edição 2)

Circulação: Sul da Bahia, Nordeste de Minas Gerais e Norte do Espír i to Santo Ano 1 Número 002 1º a 15 de setembro de 2011 R$ 2,00

aborda questões relacionadas ao “Movimentos pelas Águas do Mucuri”, projeto que procura discutir sobre os problemas ambientais que atingem a região do Vale do Mucuri, em especial ao que se refere aos recursos hídricos.Página 7

Bate-papo com Marly Teles

Página 3 Inclusive

FatoNovoI n f o r m a ç ã o d e q u a l i d a d e

O empreendimento vai gerar emprego e renda para as família que vivem na região, assim como gerar energia de qualidade. Basta saber se o projeto está de acordo com as normas ambientais e qual o impacto de um negócio desse porte nas comunidades locais.Página 4

Eunápolis pode ganhar hidrelétrica

FatoNovo

Beleza

Se você tem entre 15 e 21 anos e tem o sonho de ser modelo fotográfica, não deixe de participar do concurso “Beleza Fato Novo”. A vencedora será premiada, e este pode ser o primeiro passo de uma carreira de sucesso. As inscrições já estão abertas.

Pági

na 1

In Pereira da ViolaCultura, música e simplicidade: o mineiro Pereira da Viola fala de carreira, trajetória, mercado e família. Pá

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3In Abrolhos: Natureza, águas

cristalinas, passeios de aventura, tranquilidade e diversão: conheça o Arquipélago de Abrolhos.

A compra e venda de votos configura crime eleitoral. Contudo, quem perde mais é o eleitor, que vê seu direito corrompido por favores individuais.

Dados preocupantes de organizações internacionais nos alertam de que o problema da fome no mundo fica cada vez mais grave. Apesar das políticas públicas de combate à miséria, as ações ainda não são eficazes como precisam ser e milhares de pessoas morrem todos os dias à espera de ajuda. Descaso do Estado e da sociedade civil, assim como a falta de programas eficazes que atendam à toda a população de baixa renda, são alguns dos principais impasses para que todas as pessoas passem a exercer o direito de, pelo menos, ficar acima da linha da pobreza.Página 6

Página 5

Apesar de rumores de desentendimento, a presidente da República diz que os peemedebistas são leais e falou sobre a importância da coalizão dos partidos da base.Página 3

“PDMB é fundamental”, afirma Dilma

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Compra e troca de votos é crime!Foto: Carlos Versiani

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periscópioFatoNovo - 1º a 15 de setembro de 20112

Thales AlvesDiretor geral do Grupo Vittoria de Comunicação

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O Jornal Fato Novo é uma publicação da Unika Editora Ltda - Grupo Vittoria de Comunicação.

Direção GeralBrenda Janaina Anunciação

Direção AdjuntaEuler Almeida Anunciação

Direção AdministrativaAntônio Ferreira da Silva

Direção de Comunicação Thales Alves da Silva

EdiçãoRaquel Domingues

Projeto Gráfico e DiagramaçãoBeto Paixão

ReportagemNayara Carmo

Colaboradores:George CardosoThiago AndradeAtylla BorboremaProf. Ademir Jr.Mário Lúcio

Os conteúdos assinados são de responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Rua Toutinegra, 176Alípio de MeloBelo Horizonte – MG – Cep.: 30830-470Tel.: (31) [email protected]@[email protected]

Escritório Regional:Avenida São João Del Rey, 255Nanuque – MG – Cep: 39860-000

FatoNovoI n f o r m a ç ã o d e q u a l i d a d e

Editorial

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Quando o enfoque do momento busca associar honestidade à

classe política, as pessoas se dividem: para uns, o quesito é imprescindível – o sujeito precisa ser, no mínimo, correto para a tarefa de “representar” a sociedade; para outros, é ingênuo pensar na existência de um político honesto. Não por acaso que homens públicos pródigos em condenações continuam merecendo enxurradas de votos. Então, um brinde à corrupção!

De tanta gente fingindo de bom moço, surgiu a necessidade de se criar uma “lei da ficha limpa”. De-certo, decorrente da própria origem da palavra candidato, que vem do latim “candidatus”, ou seja, “vestido de branco”. Os dicionários são enri-quecidos de termos correlatos, como cândido, candura, puro, inocente, sin-cero, honesto.

A história registra que, na Idade Antiga, quem disputava um cargo público e precisava conquistar votos, vestia-se de branco para simbolizar sua pureza. Em Roma, candidatos a cargos eletivos chegavam a vestir toga branca como forma de identificá-los e diferenciá-los dos demais cidadãos romanos. Hoje, se o romantismo da brancura e da pureza já não conven-ce mais, melhor criar uma lei para se-lecionar os bons, ainda que os bons andem metidos em indumentárias pretas, ostentando óculos escuros.

O ano de 2012 sinaliza como mais uma temporada de caça aos votos para prefeitos e vereadores. Nova-mente, vem o questionamento: fichas

sujas poderão disputar as eleições? A partir de quando é que vai valer a Lei Complementar 135/10, que diz sobre casos de inelegibilidade para cargos eletivos, que impedem o registro a as-pirante a esses cargos que denotem em sua vida pregressa a falta de com-promisso implícito no desempenho de funções e cargos que pretendem ocupar como mandatários públicos?

Como um retrato 3x4 do Brasil, esta macrorregião que engloba nordeste de Minas Gerais, extremo sul da Bahia e norte do Espírito Santo conhece mui-to bem suas caras: prefeitos, vereado-res, gente que anda por aí, envolta em casos típicos de fichas enlameadas por atos pouco recomendáveis.

Se no passado bastava estar com roupas alvas para parecer honesto, atualmente os disfarces são outros. O principal deles, sem dúvida, é a ver-balização, apegando-se a Aristóteles, que 2.500 anos atrás, dizia que “quem fala mal pensa mal”. Outro apotegma que já não cola. Mesmo assim, eles estão aí, feitos caras de pau, usando manjados recursos de oratória, com sinônimos repetitivos à exaustão, para justificar e fazer autoavaliações e poses de honestos.

Se a tática deu certo em oportuni-dades anteriores, hoje, com mecanis-mos de fiscalização mais eficientes, a sanha apologética pode cair por terra de uma hora para outra, com a desco-berta de oportunismos recônditos. Aí, nenhum verbo será capaz de escon-der a verba. E a roupa estará encardi-da há muito mais tempo.

Ficha limpa para candidatos

nem tanto

O absurdo debate da sucessão de 2014Com a aproximação do período

eleitoral é normal que o assunto se torne tema de debate nos bastidores, nas mesas de boteco e até mesmo em casa. Todo mundo que gosta de política quer saber quem vai ser o candidato a prefeito de sua cidade, se o seu vizinho vai ser candidato a vereador de novo e quem está apoiando quem.

Nesse momento os grupos políti-cos estão se reunindo para fecharem acordo e formarem coligações. Depois disso, vão para a praça montar comitê, contratar serviços e cabos eleitorais. Tudo funciona normalmente. O que não é normal é o que está acontecen-do no seu do Partido dos Trabalhado-res e na base do governo em Brasília.

A militância petista e da base alia-da no governo Dilma está antecipando

o debate das eleições presidenciais, sendo que ainda estamos no primeiro ano do governo. Há rumores de que o ex-presidente Lula poderia ser o can-didato em 2014. Porém, o próprio des-mente e diz ser um tiro no pé antecipar esse debate. O vice-presidente Michel Temer foi a público e tentou abafar o caso dizendo que não existe mal estar na base do governo.

Na verdade a presidente Dilma, por falta de traquejo político ou até mesmo de estômago para aguentar o que se passa em Brasília, visto que ela própria é uma técnica e não uma po-lítica, tem tomado posturas que desa-gradam as raposas velhas da política. Bem ao contrário do seu antecessor, que abafava muito bem as crises e defendia muito bem o seus aliados,

Dilma, ao primeiro sinal de fogo, tem combatido com uma postura nunca poucas vezes vista na história desse país. Foi assim no Denit e no Ministé-rio da Agricultura.

Agora, analisem caros leitores, que absurdo, antecipar um debate eleitoral justamente porque a presidente está fa-zendo que tem de ser feito. Imaginem que absurdo um partido político, uma militância de base ou quem quer que seja, colocar em pauta que uma pes-soa talvez não possa ser a candidata porque pune a corrupção. Esse legado problemático que raposas velhas da política impuseram ao Brasil chega a enojar aqueles que gostam desse país. É meus caros leitores, acho que está na hora das pessoas livres e de bons costu-mes voltarem para a política.

75 mil novos empregos este anoBahia já acumula mais de

O Estado da Bahia apresentou um acréscimo de 4,74% em postos de

trabalho, o que representa mais de 75 mil empregos. O crescimento tem por base os primeiros oito meses de 2011 e indica o melhor desempenho da região Nordeste dos últimos anos. Nos últimos doze meses, o crescimento foi de 5,97%, um total de 93 mil postos. Os dados são do Cadastro Ge-ral de Empregados e Desempregados (Ca-ged), do Ministério do Trabalho, divulgados na quarta-feira (14/9).

Os dados apontam ainda que, em agosto deste ano foram criados mais de

7 mil empregos com carteira assinada, uma elevação de 0,44% em relação ao número de assalariados do mês anterior. Tal resultado decorreu principalmente da expansão nos setores de serviços (mais 3.921 postos), da indústria de transforma-ção (mais 1.559 postos) e do comércio (mais 1.335 postos).

Entre os municípios, Salvador teve um saldo de 4.118 (mais 0,7%), Feira de Santana registrou 751 (mais 0,81%) pos-tos de trabalho e, em Juazeiro, o saldo foi de 712 (mais 2,45%).

Nayara Carmo (com a contribuição da redação do Teixeira News)

Estamos numa época em que o país anseia por crescimen-to econômico, mas continua se esquecendo de investir em

setores que não podem mais ficar como segundo plano. São cons-truções e mais construções, obras gigantescas, que demandam in-vestimentos altíssimos. São grandes eventos, como a Copa de 2014, que chegam como um colírio aos olhos daqueles que desejam fa-zer parte de algo dessa grandiosidade, mas ignoram que algo desse tamanho pode não ser tão bom quanto a imprensa e os governos querem que acreditemos que é. É claro que investimentos como esse ou a construção de uma hidrelétrica, como no caso de Eu-nápolis (p.4), contribuem para o aumento de emprego e renda na região onde se instalam, uma vez que atraem novos investimentos para o lugar. Por outro lado, obras como essas podem impactar negativamente no meio ambiente local e tumultuar a vida de muita gente, por terem que desapropriar famílias, desviar cursos de rios, alagar áreas inteiras onde tem fauna e flora típicas e até áreas pro-tegidas. No contraponto do avanço da economia nacional, temos que considerar que ainda há milhares de brasileiros morrendo de fome. Sim! Morrendo de fome literalmente! São centenas de pesso-as que passam os dias sem saber quando será a próxima refeição. A matéria que fala sobre a Somália Brasileira (p.6) procura abordar essa questão e colocar em pauta porque esse tipo de problema ainda existe no Brasil.

Ainda pensando no quesito meio ambiente, nesta edição, o Fato Novo traz uma entrevista com Marly Teles (p.7), colaboradora do projeto “Águas do Mucuri”, que envolve cidadãos preocupados com a problemática ambiental e trata do Vale do Mucuri e a preser-vação da vida na região.

Passando para questões políticas, ano que vem teremos uma nova eleição municipal e junto com ela aumentam as indagações sobre o que podemos esperar dos próximos representantes. Um caso intrigante é a cidade de Lajedão (p.5), que conta com um elei-torado quase igual à população. Como isso pode acontecer? Será que fatos como esse também ocorrem em outros municípios? Qual a explicação para isso?

No caderno Inclusive, fizemos um tour pela história do músico Pereira da Viola. Na entrevista, ele fala de carreira, futuro, vida, fa-mília e, claro, música. Além disso, você vai conferir uma matéria sobre a cantora Paula Fernandes, conhecer um pouco sobre o caso do atacante Jóbson e “viajar” pelas lindas ilhas do Arquipélago de Abrolhos.

Na segunda edição, o Fato Novo continua tentando trazer ao pú-blico matérias diversificadas, com assuntos variados e, claro, muita informação de qualidade.

Boa leitura!

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política3 FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011

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Aconteceu no sá-bado, dia 3/9 um

importante encontro que indica a consolidação dos rumos da política de Nanu-que. Participaram do even-to, que aconteceu na casa do empresário Tadeu Mil-bratz (Grupo Nanuque), o também empresário Délio Nunes Rocha, principal li-derança política do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Município, e o deputado federal Eros Biondini, que também é do PTB e foi elei-to, ano passado, com mais de 208 mil votos, o que re-presenta a quarta maior vo-tação de todo o estado de Minas Gerais

Na ocasião, Délio e Eros conversaram sobre inúme-ros assuntos relativos à Na-nuque, com as expectativas voltadas para o encontro festivo-religioso “Ninguém Te Ama Como Eu”, tradicio-nal evento que movimentou a cidade no fim de semana, em sua 17ª edição.

Délio ressaltou o orgu-lho de pertencer ao PTB, partido que, segundo ele, tem uma bonita história de lutas e ações em favor da redemocratização do País, e que tem como líder maior a figura do presidente Ge-túlio Vargas. Ele elogiou o

Encontro fortalecerepresentatividadedo PTB de Nanuque

desempenho do deputado Eros, que, apesar da pou-ca idade (40 anos), garan-tiu o quarto lugar entre os mais votados em Minas nas eleições de 2010. Como se não bastasse, em Nanuque, Eros recebeu 1.437 votos no ano passado, ficando em segundo lugar.

Emocionado com a bo-nita recepção da qual foi alvo, por parte da juventude católica, representada pelo contabilista Gilson Coleta, dos empresários e lideran-ças políticas do seu partido, como o presidente Marcelo Rocha, e de outras legen-das, Eros garantiu a Délio que as diretrizes da direção nacional do PTB estabele-cem que, em Nanuque, o partido tenha candidatura própria a prefeito nas elei-ções do próximo ano e uma chapa representativa de candidatos a vereador.

“É possível constatar que o PTB está muito bem representado aqui em Na-nuque, com todas as con-dições de disputar com sucesso as eleições muni-cipais de 2012, elegendo o próximo prefeito e uma expressiva bancada de ve-readores. O amigo Délio Ro-cha, empresário conceitua-do, é nome fortíssimo e terá

todo nosso apoio”, afirmou o deputado.

Por sua vez, Délio co-mentou a atual conjuntu-ra política de Nanuque e a expressão de liderança de Eros Biondini. “Os nanu-quenses demonstram que desejam um modelo dife-renciado de administração pública, com incessante busca de investimentos, de empresas que precisam se instalar aqui, gerando em-prego e renda. E nós, do PTB, estamos atentos à re-alidade do nosso Município e, com certeza, daremos a nossa contribuição. Quanto ao deputado Eros Biondini, é inegável a sua liderança, pois não é à toa que ele foi o segundo deputado federal mais votado de Nanuque. A partir de agora, torna-se o representante majoritário do PTB na esfera federal. Esperamos que essa parce-ria dê preciosos frutos”.

Os registros mostram que, em 2006, quando foi candidato a deputado esta-dual, Eros ficou em 11º lu-gar em Nanuque, com 236 votos. Quatro anos depois, como candidato a deputado federal, sua votação cresceu mais de 600% no Município, o que representa um cresci-mento extraordinário.

Investimento no Hospital Municipal

Do encontro com Eros Biondini, Délio e demais presentes receberam uma boa notícia: o deputado assumiu o compromisso de assinar a emenda na Câ-mara dos Deputados, em Brasília, destinando recursos que totalizam cerca de 100 mil reais para o Hospital Municipal de Nanuque, que destinam-se a investi-mentos na estrutura ou equipamentos. Eros se colocou à disposição para que novas reivindicações sejam formuladas pelo PTB local, para que juntos anali-sem a viabilidade de apresentá-las ao governo federal, em forma de projetos.

Prof. Ademir Rodrigues de Oliveira Jr.

No encontro entre Délio e Eros foram discutidos assuntos em relação à administração de Nanuque.

Eleições em

Teixeirade Freitasindicam divisãodo eleitorado

Após a segunda demissão de ministro envolvido em escândalos no interva-

lo de um mês, a presidente Dilma Rousseff une esforços para não deixar transparecer um possível desentendimento de seu parti-do, o PT, com o PMDB, partido do vice-presi-dente e principal aliado da base do governo. No Fórum Nacional do PMDB, realizado dia 15 de setembro, a presidente chegou a “as-sumir” o papel de mestre de cerimônias.

Um dia após demitir o deputado Pe-dro Novais (PMDB-MA) do Ministério do Turismo, Dilma distribuiu elogios à le-genda. “O PMDB é o parceiro fundamen-tal no meu governo”, disse sob aplausos, depois de chegar ao Centro de Conven-ções Ulysses Guimarães acompanha do vice-presidente Michel Temer.

A presidente - que enfrenta o mal-estar dos deputados peemedebistas, sempre descontentes com o espaço ocupado pelo partido - também fez questão de elogiar os parlamentares do PMDB, classificando-os de leais. “Agradeço a ação firme do PMDB, por meio do apoio que as suas bancadas na Câmara e no Senado prestam ao meu governo, bancadas sempre presentes e le-ais, quando estão em jogo interesses do País e as demandas do povo brasileiro”, afirmou a presidente.

A importância deTemer na coalizão

Dilma usou o Plano Nacional de Fronteiras - que objetiva impedir, entre

outros problemas, a entrada de drogas e armas no país - para elogiar o vice Mi-chel Temer, destacando a “eficiência e lealdade” dele. “É um plano tão impor-tante, que é coordenado pelo vice-presi-dente Michel Temer”, afirmou.

Dilma ainda fez questão de agrade-cer aos peemedebistas que lhe deram apoio na eleição de 2010 e lembrou que faz um governo de coalizão. Pediu aju-da para que o PMDB e os demais parti-dos da base ajudem a aprovar o Prona-tec - Programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego, que aguarda votação do Congresso - e fez um ba-lanço de várias atividades do governo, defendendo melhorias na educação, saúde e segurança.

Ela encerrou o discurso exaltando o grande desafio de seu governo em pro-mover a coalizão em prol de um pro-jeto democrático. “Somos um governo de coalizão e esse governo de coalizão exige de nós maior capacidade de ar-ticulação política, maior democracia nas nossas relações, mas ele também reflete a pluralidade e a complexida-de da própria sociedade brasileira e também as características participati-vas da democracia brasileira”. Dilma ainda frisou: “Só estamos aqui porque esse é um país democrático e eu sou a primeira mulher a exercer a presidên-cia da República”.

Após demissão de mais um ministro da sigla,

Dilma vê PMDB como “parceiro fundamental”

Presidente aproveita fórum nacional da sigla para afirmar coalizão da base do governo em meio a elogios ao principal partido de apoio em encontro estratégico para as eleições municipais do próximo ano

George Cardoso (com Agência Estado)

Se a base para o resultado das eleições de 2012 for

semelhante a de 2008, o resul-tado em Teixeira de Freitas será disputado entre o deputado Ti-móteo Alves de Brito (PMDB) e o médico João Bosco Bittencourt (PT), respectivamente, segundo, com 30% dos votos e terceiro colocado, com 21% dos votos apurados nas urnas. Porém, é questionável o destino dos mais de 28 mil votos obtidos pelo pre-feito Padre Apparecido (PSDB), que como está em seu segundo mandato e não poderá mais dis-putar o comando da prefeitura. O atual prefeito nega às especu-lações sobre seu possível apoio aos candidatos no próximo ano.

Outro fator que pode compli-car as eleições é que, em 2008, quase 30% do eleitorado ficou di-vidido entre os que não votaram

(17.600 eleitores – 20%), votos nulos (4.769 – 7%) e votos em branco (1.101 – 1%).

Timóteo, que foi eleito depu-tado estadual ano passado com expressiva votação em Teixeira de Freitas, conquistou o primei-ro lugar, com 25.281 votos do to-tal apurado (42,16%), supõe ser bem lembrado na intenção de votos do eleitorado. Já João Bos-co, amparado no fato de o gover-nador Jaques Wagner e a presi-dente Dilma Rousseff são do seu partido, defende que é a vez de o PT governar uma das maiores cidades da Bahia.

Às vésperas do fechamen-to do prazo para as filiações de quem pretende se candidatar em 2012, a indicação é de que o quadro estará mais nítido para as análises e prognósticos das campanhas.

Crédito: Divulgação

Foto: Banco de Imagens do Google

Foto: Banco de Imagens do Google

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trica. O prazo para a conclu-são da obra é de 28 meses – a partir da definição do local onde será construída – de acordo com a Promon En-genharia, responsável pela obra.

Mais vagasde emprego

Outra empresa que tam-bém promete abrir postos de emprego em Eunápolis é a Oi/ Celular. A empresa pretende se instalar na cida-de para providenciar a me-lhoria na ligação das regiões Sul/Sudeste com Nordeste, para assim tornar mais efi-caz seus serviços através do uso da fibra óptica.

A empresa afirma que vagas de empregos diretos e indiretos serão geradas na cidade, contribuindo assim para o crescimento da eco-nomia local e regional.

teria feito um acordo com a administração munici-pal e passaria a trabalhar em outro lugar. O episódio gerou mal estar entre o go-verno municipal e os ca-melôs, que denunciaram uma suposta perseguição. Os ambulantes dizem que existem diversas outras coisas mais importantes para serem feitas na cida-de, no entanto, a adminis-tração municipal estaria mais preocupada com as pessoas que trabalham dignamente. O prefeito Aparecido Staut ainda não falou se fará alguma ou-tra mudança no Centro de Abastecimento.

cidades4 FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011

Nayara Carmo(com a colaboração de Jotta Mendes pelo Teixeira News)

A cidade de Eunápolis (BA) pode abrigar

uma usina termelétrica. A notícia foi bem recebida pelos moradores da cidade, já que o empreendimento abriria cerca de mil vagas de empregos. O projeto já foi permitido pelas auto-ridades e está em fase de análise para definir o local onde será erguida a usina, que já tem três pontos sele-cionados que atendem aos requisitos de conservação ambiental.

O objetivo é de que seja gerada energia de qualida-de e que não polua o meio ambiente, já que o combus-tível usado será o gás natu-ral, presente em larga escala na região. Posteriormente, a população será convocada para uma audiência pública para definir os critérios de funcionamento da termelé-

não aprovam mudançasde barracas

Camelôs domercado municipal

Os camelôs que atu-am no Centro de

Abastecimento Timóteo Alves de Brito não concor-daram a tentativa da Pre-feitura de Teixeira de Frei-tas de mudar as barracas de local. Os comerciantes criaram resistência quando um fiscal do município in-formou sobre as alterações nos pontos.

O início do tumul-to aconteceu no dia 5/9, quando um agente da pre-feitura pediu a funcioná-ria de umas das lojas que assinasse um documento. Ela por sua vez, que pre-feriu não se identificar, se negou, alegando que

desconhecia a origem do mesmo. O fiscal então teria exigido que a empregada fizesse a abertura da loja, pois ele iria tirar todos os objetos dali. Testemunhas disseram que o funcioná-rio do município chegou a ameaçar arrombar a loja, caso não fosse aberta ime-diatamente. “Ele chegou a chutar a porta da barraca e em seguida procurou um chaveiro que se recusou a fazer o serviço. Ele cha-mou outro que também se negou, e a partir desse mo-mento houve uma aglome-ração dos demais camelôs, que não concordavam com a situação”, disse a funcio-

nária. Em seguida, a Polícia Militar foi acionada.

O impasse foi parar na casa do prefeito Apareci-do Staut (PSDB), onde foi realizada uma reunião en-tre o chefe do Executivo, o secretário de Indústria e Comércio, Ailson Cruz, o secretário de Seguran-ça do município, Clóves Guerra, e o proprietário da barraca, Isnaldo Fer-reira Sales, que é um dos mais antigos em atividade na cidade.

O secretário Clóves Guerra foi ao Centro de Abastecimento e disse que tudo estaria resolvi-do, já que o comerciante

Sancionada a privatização dos cartórios na BahiaNayara Carmo(com a colaboração de Samuel Celestino pelo Bahia Notícias)

O governador Jaques Wagner decidiu sancionar o projeto de privatização dos cartórios, aprova-do por unanimidade pela Assem-bleia Legislativa da Bahia. Embo-ra pressionado pela presidente do Tribunal de Justiça (TJ-BA), desembargadora Telma Britto, e após estudos encomendados pelo governador, Jaques Wagner de Nil-

son Soares Castelo Branco, chegou à conclusão de que a aprovação foi realizada de forma consciente e correta, uma vez que descartou qualquer possibilidade de veto e resolveu sancionar a privatização total dos 1.549 cartórios da Bahia.

O fato coloca fim a uma situ-ação que perturbava os baianos: as diversas dificuldades no uso

dos cartórios. Além do mais, com a privatização, a corrupção que ronda esses departamentos é mi-nimizada. Os advogados baianos chamam de CPF (Custa por Fora) o tributo cobrado por alguns fun-cionários para agilizar o registro e processos através dos cartórios ex-trajudiciais, o que vai, pelo menos, diminuir com essa nova medida.

vai ganhartermelétrica

EunápolisDa Redação

Obras inacabadas no Estádio Municipal, na escola do bairro Colina Verde e no

Centro de Hemodiálise. Assim a população de Teixeira de Freitas vê seu dinheiro empregado. As obras começaram a mais de um ano e até hoje não têm previsão de conclusão.

Dos três empreendimentos apenas a da escola foi reiniciada. As obras do Estádio Mu-nicipal, que deveriam ser feitas em convênio firmado entre a Prefeitura Municipal e a Supe-rintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB), apresentaram falhas no projeto de engenharia, com destaque para as arquibanca-das, que poderiam ruir caso grande público as utilizasse, o que acontece constantemente nos dias de grandes eventos.

Os problemas não resolvidos de 2010 ainda se estendem por este ano, como por exemplo, os buracos das avenidas da cidade e os proble-mas de infraestrutura, assim como os professo-res, que assim como este ano, em 2010 esta-vam em greve.

Obras paradas a mais de um ano emTeixeirade Freitas

Nayara Carmo (com a colaboração de Ronildo Brito pelo Teixeira News)

Um projeto de lei está em tramitação na Câmara Fe-

deral para modificar a Lei das Eleições no que diz respeito à vei-culação de propaganda eleitoral gratuita nos municípios brasilei-ros. A proposta do deputado Car-los Bezerra (PMDB-MT) pretende reduzir o limite populacional, que atualmente é de 200 mil habitan-tes, para 100 mil, o que torna mais

cidades aptas a receberem este tipo de propaganda.

Caso seja aceita ainda este ano, a proposta já valeria para as elei-ções municipais de 2012. Ao todo, 16 municípios baianos estariam ap-tos a veicular os programas. Além das cidades que já têm esse direito (Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari e Itabu-na) mais 11 municípios poderiam

ter veiculação própria. São eles: Juazeiro, Ilhéus, Lauro de Freitas, Jequié, Alagoinhas, Teixeira de Frei-tas, Barreiras, Porto Seguro, Simões Filho, Paulo Afonso e Eunápolis, conforme o último censo do Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE). A pauta está na Comis-são de Constituição e Justiça e de Cidadania e, caso aprovada, seguirá para o plenário.

Mais municípios podem terpropagandaeleitoral já em 2012 Nayara Carmo (com a

colaboração de Felipe Campos pelo Bahia Notícias)

Desfile deindependência

em Teixeiraé marcado

por protestosNayara Carmo (com a colaboração de Ronildo Brito no Teixeira News)

O desfile de 7 de setembro em Tei-xeira de Freitas foi marcado pela

ausência dos alunos das escolas públicas. Além disso, um grande protesto foi reali-zado pelos professores da rede municipal, que estão em greve, e dizem que o movi-mento permanecerá por tempo indeter-minado. No total, seriam em média 25 mil alunos prejudicados pela falta de aulas.

Se não fosse pela banda marcial, os alu-nos da Escola Militar Anísio Teixeira, Maço-naria, Clube dos Desbravadores e os pró-prios militares do 13º BPM, CAEMA e Corpo de Bombeiros, dificilmente o desfile seria realizado.

O que mais chamou a atenção foi o protesto organizado pela APLB/Sindicato, quando os professores, vestidos de pre-to, promoveram o manifesto público e vaiaram duramente o prefeito Aparecido Staut (PSDB). Visivelmente irritado, Apa-recido ainda tentou discursar, mas quase não conseguiu por causa das vaias. No fi-nal do evento, ele preferiu não falar com a imprensa. O secretário municipal de Edu-cação, Daniel Santos, tentou minimizar o mal-estar gerado com o protesto, afirman-do que, o mais importante para sua pasta era a permanência dos alunos nas escolas, se esquecendo que toda a rede municipal está paralisada.

A professora Brasília Marques, da APLB/Sindicato, reafirmou que os professores continuarão realizando protestos ao longo dos próximos dias, quase sempre em fren-te ao prédio da Prefeitura, como forma de sensibilizar a administração municipal a negociar com a categoria, que entre outras coisas, reivindica melhores salários, rateio justo dos recursos do FUNDEB e melhorias na rede pública de educação, como cons-trução de novas escolas e contratação de mais seguranças. Até o momento a secre-taria municipal de Educação não informou se vai negociar com a classe.

A sessão ordinária do dia 6/9 foi marcada por um longo debate entre os deputados da Câ-

mara Municipal em torno da saúde de Itamaraju. O embate começou quando a servidora Edna Rodri-gues, presidente da associação dos Agentes Comu-nitários de Saúde e Endemias, usou da Tribuna Livre da Câmara e expôs uma série de reivindicações aos parlamentares em relação à realidade da Saúde Pú-blica Municipal, solicitando melhoria na qualidade dos serviços.

O vereador George Passos acusou a atual admi-nistração de ser inoperante em relação ao setor da saúde em Itamaraju. Já a vereadora Clemildes Nu-nes mencionou a realidade vivida nos bairros e co-brou maior atenção em relação ao atendimento e investimentos nos Postos Saúde da Família. “Do jeito que vai, não dá. Não dá mais para se viver mendi-gando saúde nas filas das unidades”, argumentou o deputado Osvaldo Silveira Rocha.

Em contrapartida, o vereador Élan de Lozinho, que é fisioterapeuta por formação, informou que a carência na saúde pública ocorre em muitos outros lugares, mas que Itamaraju tem conseguido algum progresso. No entanto, ele admite que a cidade pre-cisa ainda melhorar na qualidade da saúde pública.

Já o presidente da Câmara Municipal, vereador Rubens do Hospital, que é enfermeiro militante em Itamaraju, fez questão de reconhecer os avanços na saúde municipal, proporcionados pela administração do prefeito Pedro da Campineira com apenas um ano e quatro meses de governo. Rubens alega que além da estrutura hospitalar ter sido melhorada e equipa-da consideravelmente, exames nunca antes vistos na cidade estão sendo feitos, e até cirurgias de varizes e cirurgias plásticas reparadoras também estão sendo realizadas em Itamaraju. Ele ainda enalteceu o tra-balho que já foi desenvolvido em apenas oito meses pela secretária municipal de saúde, Jane Mattos.

Parlamento debatesaúde pública

em ItamarajuNayara Carmo e Athylla Borborema

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e quem vende seu voto por tão pouco acaba não tendo valor moral e civil nenhum. Ainda que justificável por parte dos negociantes, a barganha de votos é inacei-tável, seja ela comprovada e em que região for. Quan-do finalizada, a investigação do TRE estará disponível no portal do Superior Tribunal de Justiça, onde qualquer cidadão pode acessar pelo site www.tse.jus.br.

Seja com 94,75% como em Lajedão, ou com os 65% que a legislação limita, o voto não se resume a dados esta-tísticos. É direito conquistado e inafiançável, e barganhá-lo, seja pelo preço que for, ou como é comum, por favores, como emprego, cesta básica ou asfaltamento de ruas, o eleitor deve lembrar que cria-ção de postos trabalhistas, ali-mentação e infraestutura são de responsabilidade do poder público e que a venda ou tro-ca do seu direito gera acomo-dação e ineficiência por parte dos governantes.

A escolha direta do povo por um repre-

sentante político se dá atra-vés do voto. No Brasil, em 1881, esse direito ganhou um aliado, o título de elei-tor. Apesar de não ser usado com o fim desejado pelos seus criadores – já que não possuía foto e tornava pos-sível que o eleitor votasse mais de uma vez – o título foi tido como um avanço na política nacional. As elei-ções diretas aconteceram pela primeira vez em 1989, quando Collor e Lula dispu-taram o segundo turno, e Collor se tornou, por esco-lha popular, o primeiro pre-sidente brasileiro a ser elei-to pelo voto direto. Mesmo após 22 anos, as eleições diretas e o direito ao voto secreto parecem ainda não ter tomado a devida impor-tância na sociedade.

É fato que várias perso-nalidades políticas se ele-geram às custas de favores. Ou será que os eleitores o empossaram graças a van-tagens individuais? É possí-vel que 94,75% da popula-ção esteja apta a votar? Essa é a situação enfrentada pela cidade baiana de Lajedão. O Tribunal Regional Eleito-ral (TRE) identificou o nú-mero de habitantes como sendo 3.733 e o de eleitores 3.537, o que resulta na ab-surda proporção.

Devido à situação, o TRE determinou correção extraordinária, a fim de identificar possíveis frau-des. Essa medida também foi adota em mais 44 muni-cípios da Bahia, que apre-sentam quantitativo eleito-ral superior a 80%. No total, foram descritos 322 muni-cípios baianos cuja rela-ção de eleitores ultrapassa 65%, como estabelecido na legislação. O relatório da Corregedoria ressalta que cinco cidades possuem re-visão determinada já para 2011: Araçás, Jitaúna, Ubai-taba, Belo Campo e Adus-tina (que já tinha correção determinada em expedien-te anterior).

cidades5 FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011

a barganha de um direito

Vendade votos:

Nayara Carmo

Ainda assim, o TRE ressalta que o ano eleito-ral ainda não começou e, portanto, não existe crime eleitoral. O ano eleitoral começa no dia 7 de outu-bro e só a partir desta data é possível configurar as ati-vidades antiéticas dos polí-ticos como crime. O caso de Lajedão, em uma análi-se superficial, aponta para a compra de votos, que acontece quando um can-didato oferece um benefí-cio, como cesta básica ou emprego, para os eleitores. Pensando em fazer uma boa escolha, a população vende seu voto em troca destes benefícios individu-ais e temporários, ou, ain-da, transferem seu título para outro campo eleitoral. O TRE afirma que esse tipo de infração só é considera-da crime caso seja feito o flagrante, o que é, muitas vezes inviável, pela rapidez e eficácia destas transfe-rências.

Quando a compra de votos ou outro crime elei-toral não é comprovado, o TRE fica impossibilitado de tomar qualquer decisão le-gal diante dos políticos cor-ruptos. Quando um destes chega ao poder e exerce o mandato, a população fica à mercê de seus favores e pior, não cobra deles sua função: administrar a ci-dade prestando contas ao povo. O prejuízo fica sem-pre maior para os votantes: não cumprimento das pro-messas eleitorais, falta de ética por parte dos gover-nantes e não participação da população nos serviços e ordens públicas, o que efetivamente transforma o indivíduo em cidadão.

Dentro do processo de-mocrático, a participação e o controle da população é fundamental. De acordo com a Mestre em História e Culturas Políticas pela Uni-versidade Federal de Minas Gerais e Doutora em Histó-ria Social pela Universidade de São Paulo, Juniele Rabê-lo de Almeida, “o processo

de construção da cidadania deve ser pensado para além da ideia ‘votar e ser votado’. A maior participação da po-pulação sobre as atividades desenvolvidas pelas admi-nistrações públicas permite diminuir os índices de cor-rupção e abuso de poder”. Isso significa que apenas comparecer às urnas não forma cidadãos comprome-tidos com a formação políti-ca e histórica do país.

Nas eleições para eleger o Presidente da República no ano passado, por exem-plo, optaram por não votar em média 18% do eleitora-do, o que representa mais de 24 milhões de pessoas. E os que foram às urnas, mas votaram em branco ou anularam seus votos, chegaram a 9 milhões de pessoas, o que representa cerca de 8% da população. Nos estados da Bahia, Mi-nas Gerais e Espírito Santo a situação não é diferente.

As consequências destas ações, e que provavelmen-te a população de Lajedão enfrentará se constatada a irregularidade no núme-ro de eleitores da cidade, vão, desde a suspensão do mandato dos beneficiados pela compra, e, diretamen-te ao povo, a suspensão de serviços fundamentais na cidade pela falta de admi-nistradores capacitados; estende-se também a per-da da participação civil nas atividades públicas, e após as eleições, a impotência diante dos feitos e desfeitos da administração eleita às custas de fraudes. Juniele orienta ainda como a po-pulação pode se defender destas atividades e cobrar transparência do poder público: “Páginas e ferra-mentas na Internet foram criadas por organizações não-governamentais, como Voto Consciente, Contas Abertas e Transparência Brasil, no intuito de permi-tir o acompanhamento das prestações de contas públi-cas. Ao mesmo tempo, tais organizações propiciam ao

cidadão o conhecimento de candidatos, descobrin-do se ele está envolvido em denúncias ou se responde a processos criminais. Sa-be-se ainda, que o Tribunal Superior Eleitoral e os Tri-bunais Regionais Eleitorais listam as candidaturas sob suspeita”.

Participar com o acesso às informações públicas é garantia do povo, previs-to na legislação. Quando a população fiscaliza a esfera pública, isso pressupõe a busca de maior transparên-cia nos atos governamen-tais, principalmente no que diz respeito às informações referentes às receitas e gas-tos públicos. Deve-se lem-brar que o dinheiro público é arrecadado por meio dos impostos pagos, objetivan-do os serviços e obras es-senciais à comunidade e nenhum governante deve interferir na decisão livre e secreta do voto. É impor-tante lembrar ainda que o mandato dura quatro anos,

Sabe-seainda, que o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitoraislistam as candidaturas sobsuspeita.

A partir da próxima edição, o Fato Novo abre espaço para as lideranças políticas das cidades por onde o jornal circula. A ideia é fazer um “tour” para saber um pouco mais sobre os possíveis candidatos à eleição para prefeito

já no próximo ano. Convidamos os representantes e pré-candidatos às prefeituras de Teixeira de Freitas, Itamaraju, Mucuri, Nova Viçosa, Prado, Alcobaça, Caravelas, Medeiros Neto, Itanhém, Lajedão, Ibirapuã, Nanuque, Serra dos

Aimorés, Carlos Chagas, Conceição da Barra, Mucurici, Ponto Belo, Montanha, Pinheiros e Pedro Canário a participar desse diálogo aberto com os eleitores para tratarmos de questões de interesse do público, passando por temas como planos e ações para a cidade em questão, atual situação em que o município se encontra, dentre outros

assuntos a serem questionados de acordo com a cidade retratada. Sugestões, entre em contato pelo e-mail redação.

[email protected]

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gerais6 FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011

Pobreza, fome, miséria, subdesenvolvimento.

Estes são um dos principais problemas das economias emergentes. Não que isso não exista em países chama-dos de “primeiro mundo”, mas claro que é em propor-ções bem menores do que nos considerados subdesen-volvidos. Como pode um país com tantas políticas públicas não conseguir manter a po-pulação pelo menos acima da linha da pobreza? Por que ainda há tanto desperdício de comida? As pessoas que sabem quantas refeições vão fazer por dia têm mes-mo noção de que existe esse “outro” Brasil? Ou será que simplesmente fingem que o problema não lhes cabe?

Comparado à Somália – um dos países mais pobres do mundo, com altos índi-ces de desnutrição – o mu-nicípio baiano de Teixeira de Freitas, a 900km da capi-tal Salvador, é palco de uma triste realidade: inúmeras famílias vivem em situa-ções de extrema pobreza às margens da BR-101. A situa-ção contrapõe a atual con-juntura em que a cidade se encontra, pois Teixeira de Freitas vive um período de notável crescimento, mas ainda assim muitas pessoas se veem em condições de exclusão e descaso, como é o caso do agricultor Sebas-tião de Jesus, que há seis anos pedia ajuda à beira da rodovia junto com os quatro netos, até que o mais novo foi atropelado e morto.

Em 2005, o país conhe-ceu esse outro lado do Bra-sil. Diversas emissoras de televisão, locais e nacionais, repercutiram acerca da miséria em Teixeira. Com poucas alternativas e sem verem outra opção, as famí-lias se submeteram a pedir comida na beira da estrada. Na época, placas pintadas pelos próprios moradores, davam voz a quem não sa-bia mais o que fazer. Muitos motoristas, sensibilizados com o pedido de socorro, paravam e davam dinhei-ro, comida e roupas. Seis anos depois, a única mu-dança no local foi a retirada das placas, por pressão do poder público, segundo os moradores.

A voz das placas:a esperança numpedido de ajuda

Do alto de um barranco, a família de dona Carmeli-ta espera a compaixão de algum motorista. Marcada pelo tempo, a dona de casa teve seus sonhos apagados pela falta de esperança de dias melhores. Mãe de 14 filhos, ela disse ter perdido a conta de quantos netos tem. E a fome é um proble-ma que assombra a vida de toda a família. Aos 67 aos de idade, dona Carmelita não sabe ler nem escrever – característica de boa parte dos adultos que vivem por ali. Os mais velhos deposi-tam suas esperanças nos filhos e netos a fim de con-seguirem um futuro melhor. “Hoje mesmo, a gente não tem o que comer! O jeito é ir para a beira da estrada, pedir ajuda. Se eu não fizer isso, minha família morre de fome”, desabafou.

Bem perto dali, fica o barraco de dona Maria Creu-za, 41 anos, que mora com o marido e quatro filhos. Na casa, apesar da pobreza, tudo estava arrumado. Para o almoço, dona Maria disse que teria apenas ovo frito com farinha. O marido tinha saído cedo em direção à ci-

um grito de socorro!So

mál

ia B

rasi

leir

a:dade em busca de um ser-viço de biscate, única forma de sustento da família.

Em outra casa da re-gião, uma declaração pa-recida: “Hoje o almoço vai ser cortadinho de mamão”, disse dona Lourdes Con-ceição, 39 anos, sete filhos. “Quando alguém para e dá uma ajuda, a gente come. Quando não aparece nin-guém, a gente come o que acha, né?”, acrescenta. Dona Lourdes deixa os fi-lhos sentados em uma bar-raquinha na beira da pista, à espera de alguma ajuda. As crianças já se acostuma-ram com essa vida.

Das três famílias retrata-das nesta reportagem, uma, segundo a Prefeitura de Tei-xeira de Freitas, recebe o be-nefício Bolsa Família. Duran-te a entrevista, em nenhum barraco visitado, encontra-mos o chefe de família: to-dos estavam na cidade, em busca de algum serviço que lhe rendesse dinheiro para comprar o que comer.

As placas pedindo ajuda, já não existem mais. Mas a fome e a miséria insistem em continuar às margens da BR-101.

A fome e amortalidade infantil

Embora a Declaração Universal dos Direitos Hu-manos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirme que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”, sabemos que não é bem assim que as coisas acontecem. Apesar de todo mundo ter os mesmos direi-tos, é absurdo o número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, sem di-nheiro nem para comprar o que comer. Para a nutricio-nista Joelma Cláudia Silveira Ribeiro – Membro do Núcleo de pesquisa em Nutrição e Políticas Públicas - NNPP/UFBA e do Fórum Baiano de Direitos Humanos à Alimen-tação Adequada – “o maior problema é estar na situa-ção de fome e miséria e não saber o que fazer para mu-dar essa quadro”. Isso quer dizer que essas pessoas se veem obrigadas a mendigar por comida ou a se subme-terem a coisas extremas para conseguir um meio de sustentar os filhos.

Nas crianças, as conse-quências de uma dieta mal balanceada é ainda mais grave: elas são mais vulne-ráveis que os adultos e os males vão de deficiência nu-tricional ao aumento da mor-talidade infantil. No Brasil, há leis que asseguram (ou pelo menos deviam fazê--lo) o direito à alimentação, como proposto no Estatuto da Criança e do Adolescen-te, Lei Nº8.069, de 13 de ju-lho de 1990, no artigo 4º que diz “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder públi-co assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu-cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultu-ra, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Jo-elma diz ainda que o Estado deve implantar e supervi-sionar projetos, programas e ações com o objetivo de combater a fome. “Uma das principais causas de adoe-cimento e mortalidade é a má-nutrição e sua supera-ção depende de políticas permanentes de Segurança Alimentar e Nutricional que constitui um objetivo es-

tratégico e permanente de políticas públicas orientadas pelos princípios do direito humano à alimentação ade-quada e da soberania ali-mentar”. completa.

O problema emTeixeira de Freitas

Segundo dados do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dez anos, a população de Tei-xeira de Freitas aumentou em mais de 25 mil habitan-tes, passando de 107.486 em 2000 para 133.261 mo-radores em 2010. Mas, o índice de pobreza também ficou maior, indiferente ao desenvolvimento que a ci-dade alcançava.

O representante da As-sistência Social de Teixeira de Freitas, Antônio Jorge Silva Correia, afirma que “a Prefeitura possibilita o atendimento à população de baixa renda da cidade, com a implantação de pro-gramas, através dos Centros de Inclusão Social (CIS), trabalhando a capacitação e inserção na vida produ-tiva dos beneficiários do Programa Bolsa Família, do Governo Federal, além de benefícios eventuais que disponibilizam cestas bási-cas a cidadãos em situação de extrema vulnerabilidade. Há ainda acompanhamento socioassistencial nos três centros de Referência da Assistência Social do mu-nicípio com ações socioe-ducativas, por meio de reu-niões, visitas domiciliares, cursos de alfabetização de adultos e de formação pro-fissional”. Por outro lado, o real alcance destes progra-mas ainda é muito limitado em função do alto índice de desigualdade social em Tei-xeira de Freitas e das limi-tações orçamentárias dos entes públicos.

Ainda de acordo com An-tônio, a Secretaria Municipal de Assistência Social de Tei-xeira de Freitas (SMAS) tem previsto no seu plano plu-rianual a intensificação das ações socioassistenciais, tendo como base a matri-cidade e o planejamento familiar e ampliação das ações já realizadas, deixan-do claro que a miséria é um problema estrutural do modo de produção capitalis-ta e que não será por meio de políticas sociais que essa situação será resolvida.

Então, como resolveo problema?

Para acabar ou ao me-nos minimizar esse quadro de desnutrição global, é ne-cessário uma reeducação coletiva acerca do proble-ma. Do ponto de vista nu-tricional, as soluções são simples e baratas, mas elas precisam vir acompanha-das de mudanças também no cenário social. É, além disso, uma questão política e educacional. Alternativas simples e baratas, como a multi-mistura (feita com farelos, moagem de folhas verdes e de sementes) são meios utilizados por ONGs que lutam contra a fome e a miséria. Outro ponto impor-tante é criar políticas que possibilitem a essas famílias de baixa renda manterem a qualidade de vida, a fim de terem uma dieta adequada e melhores oportunidades de viver melhor.

E o que eutenho com isso?

O Conselho Tutelar de Teixeira de Freitas atua mediante denúncias e afir-

ma que as famílias que se encontram nessa situação, de certa forma, escolhem viver dessa maneira, uma vez que elas recebem aju-da do Governo e ainda as-sim não fazem por onde mudar de vida. De qualquer forma, o Conselho disponi-biliza o “Disque 100” e os telefones de plantão (73) 9942-4083 e (73)9941-4107 para denúncias.

O paralelofome x obesidade

Com o slogan “Fome, obesidade e desperdício. Não alimente este proble-ma”, a campanha que mar-cou o Dia do Nutricionista – 31 de agosto – em Salva-dor (BA), procura discutir acerca desse grave impas-se entre os que morrem de fome a cada dia e os que enfrentam problemas cada vez mais graves relaciona-dos ao excesso de peso, assim como o problema intermediário a essas duas questões, que é o desperdí-cio de comida.

Segundo dados da UNI-CEF, no Brasil, a cada cinco minutos morre uma criança, a maioria com doenças rela-cionadas à fome. Em contra-ponto, a Organização Mun-dial da Saúde (OMS) divulga que no mundo existem 300 milhões de obesos, sendo 17 milhões só no Brasil.

Outra questão preocu-pante é referente ao des-perdício de alimentos. De

acordo com dados da Em-presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cada brasileiro consome anualmente 36kg de hor-taliças enquanto joga fora outros 37.

São cerca de 11 milhões de brasileiros passando fome no país. É uma situ-ação muito preocupante tendo em vista que o Brasil produz tanto alimento. A fome é fruto da desigual-dade social e um problema grave no mundo todo. Mas, de acordo com o Conse-lho Regional de Nutrição da Bahia (CRN-5), não de-pende apenas da ação do governo e das ONGs fazer algo a respeito. Esta é uma causa que pertence a todos. Ações como doar comida a quem não pode comprar, ser voluntário em centros de distribuição de refeições e criar bancos de alimentos são algumas das medidas que podem minimizar esse cenário que vivemos hoje.

Combater o desperdício vai muito além do que só comer tudo que está no pra-to. Com alternativas simples, como aproveitar os alimen-tos de uma forma melhor, usando cascas e talos em re-ceitas diferentes e sucos, di-minui-se consideravelmente a quantidade de alimentos que vão para o lixo, mas que poderiam ser consumidos por milhares de pessoas que não sabem quando será a próxima refeição.

Raquel Domingues e Mário Lúcio

Foto: Mário Lúcio

Foto: Mário Lúcio

Foto: Banco de Imagens do Google

Foto: Banco de Imagens do Google

Page 7: Jornal Fato Novo (edição 2)

Eucalipto

meio ambiente7 FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011

Apresentada na edição passada, a matéria “A destruição causada pelo deserto verde chamado eu-calipto” rendeu várias críticas à equipe do Fato Novo. Os leitores mostraram-se interessados pelo tema, já que este é um grave problema enfrentado na região. Procurada pela equipe, a empresa Suzano Celulose preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Mesmo assim, a redação do Fato Novo continuará atenta a outros fatores que se correlacionarem com a questão do eucalipto. Um destes temas, a questão da desigualdade social enfrentada pelas cidades que abrigam as plantações de eucalipto ou sediam empresas de celulose, é abordado na matéria “Somália Brasileira”, que faz re-ferência a um trecho da BR101, em Teixeira de Freitas.

(leia mais na página 6).

Marly Teles é uma das colaboradoras

da ONG Movimento pelas Águas do Mucuri. Por ini-ciativa dos pais, aprendeu desde cedo a ser cons-ciente nas questões am-bientais e ser ativa nesta luta. Sua postura pessoal a levou à participação no Movimento, que ganha cada vez mais destaque por seus métodos de en-sinamento e conscienti-zação ecológica. Marly é graduada em Pedagogia e Ciências Sociais e pós--graduada em Educação Ambiental e Metodologia--Aprendizagem da Geo-grafia. Nesta entrevista, ela conta um pouco so-bre a trajetória do “Águas do Mucuri” e como suas ações têm interferido na vida da população local.

Fato Novo (FN): O que é, quando e porque surgiu o projeto?

Marly Teles (MT): O Movimento Águas do Mu-curi é um projeto público, apartidário, que envolve ci-dadãos preocupados com a problemática ambiental e envolve o Vale do Mucuri e a preservação da vida na região. Surgiu em fevereiro de 1999 após a realização do Ato Público “S.O.S. Rio Mucuri”, em novembro de 1998, mas só foi fundado juridicamente em 29/5/01. O Movimento surgiu da necessidade de expor e encontrar possíveis solu-ções para os problemas ambientais que atingem a região do Vale do Mucuri e, consequentemente, os problemas que envolvem os recursos hídricos.

FN: Qual a missão da ONG Movimento Águas do Mucuri?

MT: Mobilizar vontades para atuar nas decisões so-ciais de uma comunidade, entre elas a preocupação com o meio ambiente e com as águas. O cidadão consciente de seus deveres e direitos está sempre pron-to a participar da preser-vação e reconstrução, dos elementos que compõem a sua comunidade, para que haja desenvolvimento sustentável e qualidade de vida para as atuais e futuras gerações.

recursos hídricos, qualidade de vida e sustentabilidade

Águasdo Mucuri:

FN: Quais os objetivos do programa?

MT: Fortalecer a consci-ência e a atuação coletiva na resolução dos proble-mas acerca dos recursos naturais, dentre eles os re-cursos hídricos, garantindo assim o desenvolvimento na região e a qualidade de vida de todos; tornar pos-sível o conhecimento da política existente e das ins-tituições que estão veicula-das à gestão dos recursos naturais e da necessidade de identificar os arranjos institucionais necessários para organização da ação e da responsabilidade cole-tiva da sociedade; informar as causas que provocam a degradação ambiental, dentre elas a falta de água e as consequências geradas pela falta de soluções para resolver esse problema; e divulgar que a solução para resolver esse impasses en-volvendo os recursos natu-rais, precisa da participação de toda a sociedade.

FN: Quem pode partici-par do projeto?

MT: Qualquer pessoa. Basta querer ajudar a cons-truir uma comunidade e um mundo melhor.

FN: Quais os principais feitos do projeto?

MT: Fomos a primeira instituição a veicular infor-mações sobre a problemá-tica da água no Vale do Mu-curi. O Movimento também se destaca na produção de literaturas sobre educação ambiental e informações sobre a Bacia do Mucuri.

FN: Na última edição do Fato Novo, abordamos a questão da monocultu-ra de eucalipto. Quando o assunto é bacias hidrográ-ficas, qual o impacto do eucalipto? Quais as con-sequências causadas por esse deserto verde?

MT: Não é só da mo-nocultura do eucalipto que vive a região do Mu-curi, mas monocultura nenhuma é boa. As con-sequências são inúmeras. Podemos enumerá-las como sendo a mais grave a retirada da biodiversida-de (que é a promotora do surgimento e manutenção das mais variadas formas

de vida, tanto da fauna como na flora e no solo), descaracterização da orga-nização econômica predo-minante na região, já que faz desaparecer as peque-nas e médias atividades econômicas, promoção da concentração de ren-da nas mãos da minoria, incentivo do êxodo rural e aumento do desempre-go, e, consequentemente, acarreta em novos desar-ranjos sociais.

FN: O Movimento Águas do Mucuri é uma das ins-tituições que participa do Fórum Nacional da Socie-dade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas. Por que isso é importante?

MT: Porque estamos sa-bendo, discutindo e parti-cipando das coisas que es-tão acontecendo na esfera das questões ambientais do Brasil.

FN: E quanto ao Comi-tê de Bacias Hidrográficas dos Afluentes Mineiros do

Rio Mucuri? Qual a rele-vância desta participação?

MT: É importantíssima, pois estamos participando dos debates e projetos que venham proporcionar quali-dade ambiental para a região.

FN: Qual o impacto re-gional do “Águas do Mu-curi” e no que ele contri-bui para melhorar a vida da população local?

MT: A ideia é que o Mo-vimento desperte a comuni-dade para a importância da educação ambiental, de for-ma que adotem uma nova postura para que os resulta-dos sejam outros, para que minimizemos os impactos na natureza e consigamos um espaço mais harmonio-so para toda a comunidade.

Por acreditar que o poder

público não adota medidas eficientes, Marly se destaca por não esperar que esse tipo de iniciativas venham apenas do alto escalão, mas sim das pequenas atitudes da sociedade civil.

Mobilizar vontades para atuar nas decisões sociais de uma comunidade.

Marly conta que recebeu dos pais o ensinamento de se preocupar com o meio ambiente.

Foto: Arquivo Pessoal

Page 8: Jornal Fato Novo (edição 2)

De 17 de setembro a 9 de outubro, a população de Eunápolis contará com

um mutirão para diagnóstico e tratamento do Glaucoma, uma doença ocular que corres-ponde à segunda causa de cegueira no mun-do, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A iniciativa do atendimento oftalmológico gratuito à população é da Secretaria Munici-pal de Saúde de Eunápolis e do Ministério da Saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com o DayHORC Hospital de Olhos, responsável pelo atendimento mé-dico à população.

Os pacientes serão examinados por uma equipe médica qualificada, submetidos aos exames para diagnosticar o Glaucoma, e caso o diagnóstico seja confirmado, have-rá distribuição de colírios para o tratamento durante toda a vida do paciente. Os benefi-ciados serão cadastrados no SUS e, portanto, a consulta, os exames e os colírios a serem fornecidos serão gratuitos.

Compõem o público alvo do mutirão pes-soas acima de 40 anos, que tenham ou não histórico de doenças oculares. Estima-se que na micro-região de Eunápolis mais de 27 mil pessoas estejam enquadradas nesse perfil.

Segundo a Secretária de Saúde do mu-nicípio, Edna Alves, é de grande relevância para a divulgação desse atendimento mé-dico oftalmológico gratuito à população. “O Glaucoma é uma doença silenciosa e que leva à cegueira. O portador não sente dores, vermelhidão ou coceira nos olhos. Apenas perde a visão gradativamente e quanto mais cedo for diagnosticado, maior a eficácia do tratamento”.

pela apresentação, diagramação, abrangência de assuntos e quali-dade das matérias. Certamente, os municípios onde Fato Novo vai cir-cular ganharão um excelente peri-ódico, que representa a imprensa qualificada em nosso país”.

A música de Pereira da Viola agradou aos convidados, que além de prestigiarem o evento maçônico, tiveram a oportunidade de conhe-cer o novo veículo de comunicação que circulará na região. Represen-tando a Unika Editora, o diretor Eu-ler Almeida compareceu ao evento. “Nossa expectativa é atuar com a qualidade e a credibilidade que a população merece, e que, com isso, toda a região possa se descobrir e prosperar ainda mais”, ressaltou.

8 FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011

Jornalismo de qualidade: Lançado no dia 21 de

agosto, o Jornal Fato Novo despertou novos inte-resses na população local. Com matérias que incomo-daram algumas empresas e pessoas, o slogan do perió-dico “Informação de quali-dade” mostrou que veio para ficar. A solenidade aconte-ceu na cidade de Mucuri, no XIX Encontro Maçônico da Região, realizado pela Loja Maçônica Paz e Bondade, no Coqueiral Eventos.

Cerca de 1350 pessoas participaram do evento, com-parecendo representantes das cidades de Ponto Belo, Pinheiros, Montanha, Nova Venécia, Conceição da Bar-ra, São Mateus, Guriri, Pedro Canário, Linhares e Soretama (do Espírito Santo); Nanuque, Teófilo Otoni, Carlos Chagas e Governador Valadares (de Mi-nas Gerais); Nova Viçosa, Ita-batã, Posto da Mata, Medeiros Neto, Ibirapuana, Itanhém, Teixeira de Freitas, Itamaraju, Caravelas, Prado, Alcobaça e Mucuri (da Bahia).

Levantando temas po-lêmicos como a destruição causada pelo eucalipto e o problema da exploração se-xual infantil, o Fato Novo trou-xe em sua primeira edição valores indispensáveis a um veículo de comunicação e que mostram o respeito pelo leitor, tais como ética e valo-rização dos assuntos locais, rompendo com os tradicio-

comprometimento do

FatoNovonais laços políticos que en-volvem outras publicações.

O secretário de obras de Mucuri, Benício Aureliano, explica o que mais gostou na primeira edição do Fato Novo: “O lançamento do jornal foi muito importan-te e necessário, pois pos-sibilita que a população se intere sobre os principais assuntos da região, pene-trando em assuntos varia-dos e polêmicos”. Outro olhar sobre a publicação teve Marcos Antônio, leitor de Belo Horizonte. Para ele, o diferencial do jornal fica a cargo da circulação: “O Fato Novo está de parabéns

Leitores do Fato Novo, ao lado do representante da Unika, Euler Almeida, no lançamento do jornal, em Mucuri, Bahia.

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População de Eunápolisrecebe tratamento gratuito contra o Glaucoma

Nayara Carmo (com a colaboração de Mariana Carvalho pelo Teixeira News)

O principal fator de risco do Glaucoma é a elevação da pressão intraocular e somente um oftalmologista consegue medi-la através de um exame minucioso, que será executado durante este mutirão.

Pessoas com idade acima de 40 anos, afro-descendentes, pessoas de pele escura, ou que sofram com pressão arterial alta também devem

procurar o atendimento oftalmológico nesse pe-ríodo. A pressão arterial descompensada pode comprometer os índices de pressão intraocular.

O tratamento do Glaucoma se baseia na redução da pressão ocular, que é iniciada com uso de colírios, podendo ter indicação para aplicações de laser, no caso de alguns tipos especiais de glaucomas

Vale salientar que não existe cura para o Glaucoma e não há como evitá-lo. Por se tra-tar de uma doença hereditária, cultivar hábi-tos saudáveis, como se alimentar adequada-mente e praticar atividades físicas orientadas, mantendo o equilíbrio emocional, ajudam no tratamento de qualquer doença crônica, in-cluindo o Glaucoma.

Sobre a doença

saúde

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O Distribuidor de “Ts” Thiago Andrade fala de cinema e classifica os filmes em destaque

Paula Fernandes:a composição e a canção de uma flor do cerrado 2 3

ClusiveInSeis CDs lançados, 20

anos de carreira. O reconhecimento de todo um país e a conquista de novos públicos. É assim que Pereira da Viola tem construído sua trajetória musical. Nascido em São Julião – agora comunidade remanescente quilombola – , que fica em Teófilo Oto-ni, Pereira é auto-didata em violão. Começou a to-car aos 11 anos, idade esta que foi alfabetizado. No fi-nal da década de 70, foi es-tudar no Espírito Santo e lá se apresentava em escolas e festas de igrejas, assim como em shows de ca-louros. Já no começo dos anos 80, de volta a Minas Gerais, mais especifica-mente em Serra dos Aimo-rés, participou de diversos movimentos culturais, além de ter sido presiden-te do Grêmio Estudantil

e do Sindicato dos T r a b a -

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lhadores Rurais da cidade. Ligado também às questões políticas, em 1998, candidatou-se a vereador pelo PT em Serra dos Aimorés. No final da década, Pereira foi para Rondônia, junto com o parceiro Josino Medina. Durante o período de um ano, os dois se apresenta-ram em várias cidades, revezan-do entre os estados de Rondônia, Acre, Brasília e São Paulo.

Em 1992, Pereira decidiu mo-rar em BH, pois segundo ele “sen-tia que aqui era onde ia estar em casa”. Além disso, considera que a capital mineira fica num local es-tratégico entre seus pontos de in-teresse (como shows, família, ami-gos e a expansão dos movimentos culturais que ali se instalavam). No ano seguinte, gravou o 1º disco em vinil. “Os discos já eram cobrados nos shows, e assim surgiu ‘Terra Boa’, minha primeira produção”, conta. O segundo sucesso veio em 1996, com “Tawanara”. Durante 4 anos – 2001 a 2005 – morou em Ribeirão Preto (SP). Entre 1998 e 2010, mais 4 gravações alavanca-ram a carreira do violeiro: “Viola Cósmica”, “Viola Ética”, “Akpalô” e “Pote”. Para a sétima produção, a ser lançada provavelmente no pró-ximo ano, Pereira ainda pensa se será outro CD ou o primeiro DVD da carreira.

Conquistando novos espaços

Um passo importante na carreira de qualquer artista é, sem dúvida, ter oportuni-dades de se apresentar em solo estrangeiro. Isso não quer dizer que a terra natal da pessoa em questão não te-

nha valor ou não tenha repre-sentação na cultura regional. A

questão é que ter essa chance significa que o próprio trabalho

ganha nova dimensão, significa dizer que sua arte está atingindo

a um número maior de pessoas e, desta forma, o artista pode ampliar

seus horizontes, levando o nome da sua cidade e/ou país mundo afora.

Pereira da Viola já teve a opor-tunidade de conhecer, por meio da música, Venezuela, Portugal, Espa-nha, Inglaterra, Alemanha, e no

fim de 2011, o palco do cantor será a Bélgica – por um convite

feito devido à participação no livro “Violeiros do Brasil”.

Violeirosem páginas

“Violeiros do Brasil” é uma obra

de Adriana Am-back e Myriam Taubkin. A

ideia origi-nal data de 1987 e faz parte do Projeto Me-mória Bra-sileira, que tinha por objetivo de-senhar um mapa de-

talhado na música bra-

sileira, a partir da pesquisa e da

seleção dos mais representativos mú-

sicos do País. Foram mais de 500 artistas par-

ticipantes e 7 CDs lança-dos, sendo que 4 deles (O Bra-

sil da Sanfona, Violões do Brasil, Um Sopro de Brasil e Violeiros do Brasil) resultaram em livros e docu-mentários em DVD. “Estar entre os 12 violeiros escolhidos no projeto é

realmente muito bom. A viola traz um outro perfil da identidade brasileira”, afirma Pereira.

Sobre a indústria da música

“Gosto de ouvir música boa, independen-temente de gênero. Aquela que eu ouço e me traz algo de bom.” É assim que Pereira da Vio-la define seu gosto musical. Ele acredita que tudo acontece em detrimento de um sistema montado. E o povo é resultado desse sistema, os gostos, as influências musicais. “Em matéria de música, o mais importante é a intenção que há por trás de cada canção”, completa. Para o compositor, hoje, essa intenção é puramente comercial. Não pode ser definido como música. É comércio puro. “A mensagem feita por meio de palavras tem sido muito nociva”, diz. Não que ouvir determinadas vertentes seja ruim, o grande problema é ouvir só isso e deixar de escutar também outros gêneros e outros tipos de conteúdos e técnicas. É comum ouvirmos uma repetição de palavras em alguns segmen-tos. A temática também não muda muito: são sempre letras que falam de amor, traição e a famosa “dor de cotovelo”. Para Pereira, a mú-sica deve cumprir também um outro papel, o da construção ideológica de uma comunidade – “Minha música é feita para cumprir esse ou-tro lado. Preocupo com a qualidade do que eu faço. Quero respeito em torno do conceito do meu trabalho”.

Política e Cultura ou Política X Cultura?Atento às questões políticas, Pereira atua jun-

to ao Movimento sem Terra (MST), à Associação Nacional dos Violeiros e a outros movimentos de caráter popular. “Me sinto parte do processo. No fundo também sou sem terra”, acrescenta. Além disso, o músico participa ativamente das causas em torno das questões culturais, já que está envolvido na formatação dos conceitos em como lidar com esse segmento.

Um dos pontos discutidos foi sobre inves-timentos por parte do Estado. Para Pereira, o governo anterior alavancou as questões rela-cionadas a este setor. Teve uma preocupação com o tema. “Embora ainda haja muito o que ser feito, acho sim que foi um começo. Com esse atual governo, ainda estamos esperando o que vai acontecer. Vejo com bons olhos essas iniciativas”, ressalta.

Quando o assunto são as leis de incentivo à cultura, como a Rouanet, Pereira é categórico: concorda que elas têm contribuído muito para o acesso a recursos para viabilizar as atividades culturais no País, embora ainda tenha muito o que ser mudado: “Essa é uma questão de ade-quação. É um processo”. Em sua opinião, essas leis deveriam priorizar bons projetos de artistas com menor visibilidade. Isso porque pessoas com nomes consagrados têm maior facilida-de de ou se bancar ou conseguir outros patro-cínios. Dessa forma, os investimentos seriam mais palpáveis a todas as formas de arte. Outro ponto a ser pensado é em relação à sociedade, que também deve procurar entender como o processo funciona. “Boa parte das pessoas não sabem de onde vem o dinheiro desse benefí-cio. São empresas que optam por investir em projetos culturais e, com isso, abatem parte dos impostos pagos ao governo”, completa. Por fim, também é necessário rever a posição da cultura na lista de prioridades do orçamento público: “No meu ponto de vista, essas leis às vezes fi-cam em 2º plano. O dinheiro destinado a isso não pode ser repassado só se sobrar”.

Família X TrabalhoPai de gêmeas, Mariama e Bartira, e casado

há 12 anos com a bailarina Patrícia, Pereira da Viola é um dos 13 filhos de Augusta dos Santos Pereira e João Rodrigues Pereira. Acompanhar o crescimento das filhas com a agenda cheia de shows e compromissos não é tarefa fácil. Mes-mo assim, em seu tempo livre, o cantor gosta de estar com a família, levar as filhas para a esco-la, brincar com elas, contar histórias e, claro, to-car viola. Além deste, outros dois instrumentos fazem parte de sua rotina: a rabeca e o cuatro venezuelano. “Gosto de tocar em casa e, de ta-bela, minhas filhas aprendem um pouco. Não imponho que elas saibam tocar. Mas faço ques-tão que saibam a importância do que a música representa”, completa. Para conciliar o trabalho com a família, sempre que possível leva as filhas e a esposa em suas viagens de trabalho. Bartira até participou do CD “Pote”.

A primeira impressão foi de simplicidade. Durante a conversa, o chimarrão sempre às mãos, apesar da “mineiridade”. Goles vagarosos e apreciativos. Inteligência, questões sérias e um caso de amor com a música. A lembrança da origem lá em São Julião. A história que vem surgindo em fragmentos, sem linearidade certa. Duas horas de prosa e o Pereira, aquele da Viola, se mostra um rapaz tranquilo, de bem com a vida e apaixonado pelo que faz: viver a música. Durante o bate-papo, passamos por questões que envolvem política, economia, carreira, família e futuro. Tudo, claro, ligado à cultura.

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Page 10: Jornal Fato Novo (edição 2)

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FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011

Liberdade, Amor e Revolução

Durante a história da humanidade, vários foram os movimentos realizados em busca da liberdade de um povo, da independência de uma nação ou, ainda, da transformação do mo-delo sociopolítico. Hoje, podemos acompanhar muitas destas mudanças, quase que em tempo real, pelos diversos meios de comunicação.

No entanto, a maior parte dos eventos históricos está armazenada em ferramen-tas que permitam que o conhecimento seja transmitido a outras gerações como os livros, a internet e, até mesmo, os filmes.

Em setembro, comemoramos a indepen-dência do Brasil, que não aconteceu sem luta, sem mobilização social. A data serviu de inspiração para a seleção de filmes desta edição do Jornal Fato Novo, que destacará movimentos revolucionários, mas sobretudo, o poder do amor sobre aqueles que lutavam “pelo bom e pelo justo”.

Cold Moutain

Você lutaria por sua sobrevivência ou es-peraria vários anos por alguém que mal co-nhece? Em Cold Mountain, Ada, vivida pela atriz Nicole Kidman, e Inman, Jude Law, pro-vam que para o amor não existe lógica nem explicação, mesmo numa época tão hostil quanto a da Guerra Civil Norte-Americana.

Os homens de Cold Mountain são convo-cados a se juntar ao exército dos Confedera-dos. Ada havia acabado de se mudar com o pai para o povoado e despertado a atenção de Inman. Eles se apaixonam, quase que ins-tantaneamente, mas têm de se separar por causa da guerra, que acaba se estendendo muito mais que o planejado.

Enquanto Inman vivencia a realidade cruel dos campos de batalha e, mesmo ferido, deci-de voltar para Cold Mountain, Ada passa por grandes dificuldades após a morte de seu pai, tendo que contar com a solidariedade das mu-lheres da região. Porém, a chegada de Ruby, personagem que rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante à Renée Zellweger, dá um novo sentido à vida da protagonista, que conta com a nova amiga para tocar a fazenda.

Cold Mountain não só repodruz o poder devastador da guerra, em todos os sentidos, mas retrata o poder do verdadeiro amor e da esperança na vida de pessoas tão castigadas pelo confronto.

T T T T T

Moulin Rouge

A luta de um jovem escritor pela liberdade e pelo amor é o fio condutor para o sucesso de Moulin Rouge, responsável pela renova-ção na forma de se produzir musicais.

Christian, personagem de Ewan McGre-gor, se muda para Paris, para uma região de artistas e boêmios que se denominam como “filhos da revolução”. A cidade abriga o Mou-lin Rouge, uma famosa casa noturna e salão de dança, no qual trabalha uma jovem corte-sã, Satine (Nicole Kidman). Principal atração da casa, ela é “objeto” de desejo dos mem-bros da decadente elite francesa.

Satine quer se tornar uma atriz e seu che-fe, Harold Zidler (Jim Broadbent), tem como plano transformar o Moulin Rouge num gran-de teatro. Para isso, ele incentiva Satine a se-duzir o Duque (Richard Roxburgh), o investi-dor que tornaria possível a transformação do estabelecimento.

Christian conhece alguns boêmios, que pre-tendem lançar um espetáculo e o convencem a pedir a ajuda de Satine. Eles acabam se co-nhecendo em meio a uma confusão, mas con-seguem convencer Duque a investir na obra e na peça, enquanto vivem uma intensa paixão.

Moulin Rouge é uma história que mis-tura amor, desejo e obsessão com os ideais revolucionários de liberdade. A trilha sonora é um ponto forte do filme, que traz releitu-ras de músicas já consagradas. Além disso, a qualidade vocal dos atores e as coreografias prometem encantar o espectador.

Classificação: T T T T TJóbson e seus problemas de indisciplina: talento e oportunidades desperdiçados.

Não pretendo neste espaço delongar--me em discutir sobre o atual mer-

cado da música brasileira, mas é inevitável que os percursos, caminhos e meios para atingir o apogeu comercial e o grande públi-co nos dias atuais é muito diferente do que foi nas décadas passadas, considerando que a indústria fonográfica no Brasil teve o seu “boom” com a chegada dos vinis de dez e 12 polegadas e compactos que fizeram a ale-grias de vitrolas e salas familiares a partir do final da década de 40.

Peço desculpas aos mais apressados, mas essa introdução se faz necessária para atentar para a trajetória da cantora minei-ra Paula Fernandes, que vive hoje, aos 27 anos, o “clímax” de uma carreira - digamos - bem sucedida

Nascida na cidade de Sete Lagoas, Paula diz que o seu iniciou na música ain-

da criança. Já contabilizando na discografia seis álbuns, tendo

conquistado com os dois últimos trabalhos discos de platina e diamante, respectivamente, com

“Pássaro de fogo” (2009) e “Paula Fer-

nandes: Ao Vivo” (2011), também lançado em DVD.

O disco de es-tréia foi lançado

de forma inde-pendente em 1993, quando a pequena tinha apenas nove anos. A voz já revelava o timbre mar-cante asse-melhado aos das cantoras do country e s t a d u n i -

a composição e a cançãode uma flor do cerrado

George CardosoJornalista e produtor cultural,escreve quinzenalmentenesta coluna.

E-mail: [email protected]

Paula Fernandes:

dense, com extensão limitada e variações ainda pouco maduras nas entonações, sem contar meia dúzia de cacoetes dos cantores “caipiras”. Esse foi o “debut” da mineira que hoje encanta o Brasil com seu canto e composições.

Sim, composições. Para um país em que as canções populares coexistem há menos de um século, as mulheres autoras pertencem a um reduzido time de representan-tes. Dolores Duran, Maysa, a sam-bista Dona Ivone Lara são algumas mulheres que após décadas são reconhecidas entre as criadoras de canções. Dona Ivone, especifica-mente, chegou a ter composições suas assinadas por um primo da ala de compositores da escola de samba Estácio de Sá. Só mais tarde o segredo foi revelado: os versos encantadores e melodias tocantes que deram mais vida ao samba ca-rioca foram escritos sob as mãos e sentimentos de uma dama. “So-nho meu” e “Doces recordações” são provas dessa história.

Peço licença par pular do bom e velho samba para as canções embaladas e ritmadas ao longo “Brasil caipira” - como bem de-finiu o antropólogo Darcy Ribei-ro - nas paragens das montanhas mineiras. “Sertanejo” não digo. “Caipira”, o mais correto. A geo-grafia do “Brasil Sertanejo” reme-te aos mandacarus, à caatinga, curtumes, á seca que gera fome e devasta esperanças, à tradição dos cordéis, do envolvente e ale-gre baião da sanfona de Gonza-ga ao vigor e verdade dos versos de Patativa do Assaré. Esse é, de fato, o sertão do Brasil, diferente dos cerrados de outras regiões do país, interiores de Minas e São Paulo, berços onde surgem os di-tos “artistas sertanejos”, que na verdade nada mais são do que artistas caipiras contemporâneos.

Paula Fernandes traz em al-gumas de suas composições sua geografia pessoal, como é o caso de “Seio de Minas”, em que afirma a identidade de sua gen-te: “Eu nasci no celeiro da arte/ No berço mineiro / Sou do cam-po da serra / Onde impera o mi-nério de ferro”.

As programações das rádios comerciais evidenciam nos últi-

mos anos que compor canções parece ser o grande desafio da música popular brasileira. Uma letra de poética coerente, envol-vente, de boa métrica e refrão que fixe na mente são cada vez mais inatingíveis pelos compositores atuais. Para isso é preciso simpli-cidade, uma letra singela, com-passos descomplicados e sem extravagâncias. É seguindo essas premissas que Paula Fernandes se destaca em meio de outros artis-tas de sua geração, já que faz mú-sica popular, verdadeiramente.

A moça chegou a cogitar de-sistir da música quando foi para a capital mineira para estudar. Até que o músico e produtor Marcus Viana, grande responsá-vel por grandes trilhas de tele-novelas da TV Globo. Em 2005, a canção “Ave Maria Natureza” de Paula Fernandes foi escolhida como um dos temas para o fo-lhetim “América”. Desde então, a cantora tornou-se uma das pre-feridas de Marcus Viana, partici-pando ainda das trilhas de outras produções televisivas, como “Pa-raíso”, “Escrito na Estrelas”, “Ara-guaia” e “Morde e Assopra”. Para além do talento da jovem artista, esse encontro dela com o consa-grado produtor foi o ponto-chave para torná-la um grande sucesso de público e venda. Recente-mente, Paula Fernandes superou a marca de 1 milhão de discos, atingindo o mesmo patamar de vendagens de astros como Ivete Sangalo e Luan Santana.

Com mais prudência do que a maioria dos jovens do cenário musical, só em 2010 é que Pau-la gravou um disco ao vivo, que resultou no CD e DVD “Paula Fer-nandes: Ao vivo”. Com cenários, figurinos e tudo mais que requer o show business, a cantora se revela graciosa no palco, mas deixando claro que não é uma artista capaz de empolgar o pú-blico, por ter uma performance bem discreta que pouco seduz, apesar da beleza que ostenta. Nessa relação palco versus disco, normalmente artistas distintos coexistem numa mesma pessoa. Esperamos para ver quantas Pau-las Fernandes mais veremos de agora em diante...

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Merece mais uma chance?O que leva um joga-

dor de futebol, que tem tudo para dar certo na carreira, a desperdiçar uma trajetória de sucesso e con-quistas para se envolver no mundo das drogas? Jóbson Leandro Pereira de Olivei-ra, nascido em Conceição do Araguaia (PA), em 15 de fevereiro de 1988, é um ata-cante do futebol brasileiro conhecido nacionalmente, não pelas belas jogadas, mas sim pelas polêmicas em que se envolve.

Jóbson foi revelado pelo Brasiliense em 2007. No clube, apesar do bom futebol, era constantemen-te associado a casos de indisciplina, como suspei-ta de embriaguez e fugas para o Pará em época de treinamento. Em setem-bro de 2009, foi jogar no Botafogo, para a disputa do Campeonato Brasileiro daquele ano. Aos poucos foi conquistando espaço e, apesar do curto período de duração de seu contrato, ajudou a equipe, que bus-cava uma saída contra o rebaixamento, a se manter na “Série A” com seus gols, dribles e lances ariscos.

Depois da boa passa-gem pelo time carioca, o atacante despertou interes-se de outros clubes. Dessa

vez foi o Cruzeiro que ficou interessado no jogador. No entanto, ele não chegou a jogar no time mineiro, porque um escândalo de doping por uso de cocaína em duas partidas do torneio nacional o suspendeu tem-porariamente do futebol, cancelando o negócio. Em-bora, no início tenha nega-do o uso de drogas, Jóbson acabou assumindo que ha-via fumado crack e foi sus-penso por dois anos pelo Supremo Tribunal de Justi-ça Desportiva (STJD), mas conseguiu a diminuição da pena para seis meses, que já foram cumpridos.

Entre idas e vindas para o Botafogo, uma passagem relâmpago pelo Atlético Mineiro, à pedido do ex--técnico do clube, Dorival Júnior, que acreditava no futebol do jogador e que ele poderia mudar de pos-tura e esquecer o passado. Jóbson chegou ao Atlético em janeiro deste ano, mas três meses depois pediu a dispensa do clube, alegan-do que não estava satisfeito em Belo Horizonte e teve uma saída nada amigável do time. Em maio, o joga-dor chegou ao Bahia, como uma grande contratação. Contudo, mais uma vez, em agosto, sua indisciplina aca-

bou resultando na dispensa do atacante. Novamente, foram só três meses de atu-ação num time.

Outro caso semelhante é o do também atacante Dodô. Com passagem por grandes times como São Paulo e Botafogo, além de ter feito alguns jogos pela Seleção Brasileira, Dodô também foi pego no exa-me antidoping e ficou dois anos longe dos gramados. Hoje, está disputando a se-gunda divisão do Campe-onato Brasileiro vestindo a camisa de um time do inte-rior de São Paulo.

Saindo um pouco do fu-tebol e indo para a natação, outra atleta que teria tudo pela frente e não soube aproveitar as oportunida-des que apareceram foi a ex-nadadora Rebeca Gus-mão, flagrada em um teste antidoping usando anaboli-zantes esteróides em amos-tras coletadas durante o Rio 2007. A ex-nadadora foi ba-nida do esporte.

Assim como tantos ou-tros casos, Jóbson tem se-guido o mesmo caminho de atletas que abrem mão do talento de que dispõem em função de drogas, de-pressão, alcoolismo e in-disciplinas. Afinal, o que leva um atleta, que tem um

bom futebol e passou por grandes clu-bes do País, a ter esse tipo de compor-tamento e a jogar tudo para o alto, co-locando sua carreira em risco? Por que ele fica tão pouco tempo nos clubes em que é contratado?

Hoje Jóbson tem propostas de três ti-mes: Grêmio Barueri, Vitória e Vila Nova de Goiás. Por fim, basta saber se Jóbson está aberto a mais uma nova chance de se firmar de vez no futebol, como uma grande promessa, para quem sabe che-gar à Seleção Brasileira.

Page 11: Jornal Fato Novo (edição 2)

turismoFatoNovo - 1º a 15 de setembro de 20113

Localizado no Oceano Atlântico e pertencente ao espaço ma-

rinho do estado da Bahia, Abrolhos é um arquipélago constituído por cinco ilhas: Santa Bárbara, Siriba, Redonda, Sueste e Guarita, sendo que o desem-barque só é permitido em Siriba. As ilhas abrangem um espaço de 913km2 e pertencem ao Parque Nacional Mari-nho – exceto a Ilha de Santa Bárbara, que é a única que se encontra fora do Parque e pertence à Marinha do Bra-sil – que fica sob controle do Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-diversidade (ICMBio).

Além de ter a vida marinha pratica-mente intocada, o arquipélago oferece um visual paradisíaco e é um excelen-te lugar para os amantes do mergulho autônomo e livre, uma vez que as for-mações de corais abrigam expansiva diversidade da fauna oceânica e tem até um navio naufragado, que chama a atenção de curiosos de todas as partes do mundo. Em terra, a atração fica por conta de observar as aves regionais, como o Atobá, fazendo seus ninhos nas formações rochosas. Há, ainda, um espetáculo à parte: entre os meses de julho e novembro, ocorre a tempo-rada de observação das Baleias Jubar-tes, que chegam ao litoral brasileiro em busca de águas quentes para a reprodução da espécie. O arquipélago conta também com o Recife das Tim-bedas, a Caverna da Siriba, a Pradaria Siriba – Redonda, o Naufrágio Rosalina e a Enseada da Ilha Santa Bárbara.

A cidade mais próxima do arqui-pélago é o município de Caravelas, distante cerca de 950km da capital do estado, Salvador. Por Caravelas, que está há aproximadamente 58km do complexo, o acesso pode ser feito

primeiro ParqueNacional Marinho da América do Sul

Formado por cinco ilhas, o arquipélago de águas mornas reúne milhares de espécies da fauna e flora locais e é um dos mais exuberantes parques do tipo no mundo

Raquel Domingues

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pela BR-101/BA-101 e, posteriormen-te, por algum tipo de embarcação como catamarã ( 2 horas), lancha (2 horas e meia), traineira (4 horas) ou escuna (6 horas).

A origemEntre 42 e 52 milhões de anos.

Esse é o período de quando data o início da formação do Arquipéla-go de Abrolhos, que surgiu quando erupções vulcânicas submarinas der-ramaram lava no fundo do mar e so-bre essa base que havia se formado, desenvolveram-se corais e outras for-mações que hoje compõem o lugar. Acredita-se que na última era glacial, há 16 mil anos, o nível do mar estava 130 metros abaixo do que é hoje e, parte de Abrolhos permaneceu sub-mersa nesse período. Por este motivo os corais foram preservados, forman-do o que então podemos chamar de uma das maiores reservas de corais do mundo. A região abriga a principal formação de corais do Atlântico Sul, como os chapeirões – formados prin-cipalmente pelo coral-cérebro (que só ocorre na Bahia), são colunas de coral de até 20 metros de altura, po-dendo chegar a 50 metros de diâme-tro, formando, por exemplos, gigan-tescos cogumelos marinhos.

Por que Abrolhos?No século XVI, a grande quantidade

de corais existentes no sul da Bahia di-ficultavam a navegação e eram a cau-sa de inúmeros naufrágios na região. Por isso, quando um navegador se aproximava de algum arquipélago nas redondezas, recebia o aviso “abra os olhos”, a fim de tentar evitar novos aci-dentes. Dessa forma, surgiu o nome.

Biodiversidade localComo é escassa a água doce nas ilhas, a vegetação

terrestre é basicamente composta por gramíneas e cipe-ráceas, além de coqueiros. Por outro lado, a flora mari-nha cresce sobre o fundo arenoso e formam verdadeiras plataformas submarinas. A fauna é diversificada e exu-berante. Abriga aves como o Atobá (ou Piloto), o Atobá--Marrom, a Grazina, a Fragata e o Trinta-Réis-Das-Roças; a Tartaruga-Cabeçuda, que desova nas praias das ilhas; os cardumes de peixes de diferentes tipos, assim como estrelas-do-mar, lulas, esponjas e caranguejos.

• Via Marítima: As embarcações partem da cidade de Caravelas (BA) e demoram em média três horas para chegar ao arquipélago.

• Onde ficar: Há diversas opções de pousadas e hotéis nos municípios baianos do entorno do Parque, como Caravelas, Alcobaça, Prado, Nova Viçosa e Mucuri.

• Ingressos: Os ingressos são adquiridos junto às ope-radoras de turismo, contudo é necessária a formação de um grupo mínimo para que os barcos saiam.

Como chegar

Mais informações pelos telefones (73) 3297-2258 ou (73) 3297-2260 e/ou pelo site http://www4.icmbio.gov.br/parna_abrolhos.

O Arquipélago de Abrolhos oferece diversas atividades para quem procura diversão, sossego e contato com o meio ambiente.

Fato NovoBeleza

Se você tem o sonho de se tornar modelo profissional, não dei-xe de participar do concurso Beleza Fato Novo. Garotas com ida-des entre 15 e 21 anos podem concorrer. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 30 de novembro deste ano.

A grande vencedora vai ganhar um book de estúdio com fotó-grafo profissional. Para mais informações, mande um e-mail para [email protected], especificando no campo “assunto” o nome do concurso. Faça já sua inscrição!

Fotos: Banco de Imagens do Google

Page 12: Jornal Fato Novo (edição 2)

Na última década, ações de comunicação têm se

aprimorado com o surgimento de novas tecnologias

e meios de difusão. Hoje, para valorizar suas marcas

e vender seus produtos, as organizações públicas e

privadas precisam estar em completo contato com seus

diferentes públicos de interesse. No entanto, é pre-

ciso considerar que, neste novo contexto, os públicos

são mais ativos e exigentes quanto à qualidade das

informações que recebem.

Pensando nisso, o Marketing Político surge como im-

portante ferramenta para estreitar o relacionamento

entre cidadãos, políticos e órgãos públicos. Próximos

das eleições municipais, é importante compreender que

fazer política é muito mais que ter uma boa proposta de

governo. É necessário criar mecanismos comunicacionais

que estabeleçam, junto aos eleitores, uma imagem forte

e uma reputação positiva.

Nesse sentido, o Grupo Vittoria de Comunicação ofe-

rece uma série de serviços que vão da consultoria ao

planejamento da campanha e de estratégias políticas,

uma vez que as eleições passaram a ser definidas por

palpites mais racionais e não mais intuitivos. Por isso,

não se torne invisível aos olhos dos eleitores, invista

em ações de comunicação.

Grupo Vittoria de Comunicação

Rua dos Construtores, 607 – Alípio de Melo

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FatoNovo - 1º a 15 de setembro de 2011