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LUTHIER, UM TALENTO DESCONHECIDO | PÁGINAS 12 E 13 LINCE DE OLHO NA NOTÍCIA ALERTA: 30% DA POPULAÇÃO É OBESA | PÁGINAS 04 E 05 Bullying: a prevenção começa em casa | PÁGINAS 16 A 19 UM PAPO COM O CANTOR CARIOCA WILSON SIMONINHA | PÁGINAS 03 CONHEÇA OS PROBLEMAS DE COMER NA RUA | PÁGINAS 08 E 09 COCAIS; UMA DAS MAIS BELAS PAISAGENS DE MINAS | PÁGINAS 15 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva Ano V | Nº 44 Junho de 2011 NOVOS TEMPOS PARA O CINEMA BRASILEIRO | PÁGINAS 10 E 11

Jornal Lince 44

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva

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Page 1: Jornal Lince 44

LUTHIER, UM TALENTO DESCONHECIDO | PÁGINAS 12 E 13

LINCEDE OLHO NA NOTÍCIA

ALERTA: 30% DA POPULAÇÃO É OBESA

| PÁGINAS 04 E 05

Bullying:a prevenção

começa em casa| PÁGINAS 16 A 19

UM PAPO COM O CANTOR CARIOCA WILSON SIMONINHA| PÁGINAS 03

CONHEÇA OS PROBLEMAS DE COMER NA RUA| PÁGINAS 08 E 09

COCAIS; UMADAS MAIS BELAS PAISAGENS DE MINAS| PÁGINAS 15

Jornal Laboratório do

Curso de Jornalismo do

Centro Universitário

Newton Paiva

Ano V | Nº 44

Junho de 2011

ALERTA: 30% DA POPULAÇÃO É OBESA| PÁGINAS 04 E 05

NOVOS TEMPOS PARA O CINEMA BRASILEIRO| PÁGINAS 10 E 11

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Junho/20112

"Disseram que sou

uma pessoa que não tem o

que fazer".

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es

eXpeDieNTeREITORLuis Carlos de Souza Vieira

PRÓ-REITOR ACADÊMICOSudário Papa Filho

CO OR DE NA DORA DO CURSO DE JOR NA LISMOPro fes sora Ma ri a lice Em bo ava

COORDENADOR DA CENTRAL DE PRODUÇÃO JORNALISTICA- CPJPro fes sor Eus tá quio Trin dade Netto (DRT/MG 02146)

PRO JETO GRÁ FICO E DIREÇÃO DE ARTEHelô Costa (127/MG)

DIAGRAMAÇÃO: Ludmila Rezende

MONITORES: Sérgio VianaDiego dos SantosNayara Carmo

REPORTAGENS:Alu nos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário New ton Paiva

COR RES PON DÊN CIANP4 - Rua Ca tumbi, 546 - Bairro Cai çara - Belo Horizonte - MG - CEP 31230-600Te le fone: (31) 3516.2734 - [email protected]

Este é um JOR NAL-LA BO RA TÓ RIO da dis ci plina La bo ra tó rio de Jorna lismo II. Dis tri bu i ção gra tu ita. Edi ção men sal. O jor nal não se res pon sa bi liza pela emis são de con cei tos emi ti dos em ar ti gos as si na dos e per mite a re pro du ção to tal ou par cial das ma té rias, desde que ci ta das a fonte e o au tor.

a POluiÇãO Que vOCÊ nãO vÊ

inCOmOda Quem OuveBRUNO MENEZES

B e l o H o r i z o n t e é a segunda capital mais baru-lhenta do país, perdendo somente para Belém do Pará. É o que dizem os estudos rea-lizados pela Vereadora Elaine Matozinhos em parceria com a Universidade Federal de Minas Gera i s – UFMG. Segundo a artesã Maria Soa-res, os órgãos públicos e o Disk Sossego, que é um pro-grama criado para ajudar pessoas que sofrem com a poluição sonora, são falhos e raramente atendem aos cha-mados. Ela é moradora do bairro Santa Amélia há 15 anos, onde dois bares tiram seu sono e de mais sete vizi-nhos. “Tenho uma menina autista em casa e muitas vezes ela fica irritada com o barulho e começa a quebrar eletrodomésticos ou até mesmo bater a própria cabeça na parede pedindo que parem com a bagunça”, relata.

A moradora conta que os clientes dos bares não respei-tam a vizinhança, gritam, ouvem música alta e até já chegaram a jogar sacolas com lixo dentro das casas. O pro-blema vem ocorrendo há quatro anos e há três ela tenta vender seu imóvel, que junto com outros, sofreram desva-lorização devido aos constan-tes barulhos. “Já reclamei diversas vezes com os donos dos bares, que em resposta disseram que sou uma pessoa

que não tem o que fazer e que fico usando a ‘neguinha doente’ como desculpa para fazer rec lamações” , d iz Maria. A moradora destaca que já chegou a ser ameaçada de morte por um dos proprie-tários, mas ressalta que fez um BO (Boletim de Ocorrên-cia) no mesmo dia.

A LUTA

Com mais de dois man-datos completos, Elaine Matozinhos diz que sua luta para acabar com essa triste estatística é antiga e que já sofreu muito com as altas músicas de sua vizinhança. “Demorei 20 anos para cons-truir minha casa, quando ter-mino, resolvem construir um shopping perto e em seguida uma boate que tirava meu sono e de todos os moradores das redondezas”, desabafa.

Atualmente, Matozi-nhos é a vice-presidente da Comissão do Meio Ambiente e tornou-se um ícone na luta contra a poluição sonora em Belo Horizonte. Ela é autora de uma lei que regulamenta o s í n d i c e s s o n o r o s n a cidade. Essa lei já foi apro-vada em votação pelos vere-adores, porém vetada pelo e x - p r e f e i t o Fe r n a n d o Pimentel, com a justificativa de que a medida seria preju-dicial para o comércio e para o título de “capital nacional dos bares” que a cidade tanto orgulha em ter.

O BOM E O MAU EXEMPLO

Márcio da silva é proprie-tário de um restaurante na região da Pampulha e conta que seu estabelecimento pos-sui música ao vivo nos fins de semanas. E não nega que já recebeu algumas reclama-ções por parte dos moradores. “Não consegui me adequar totalmente ao que a prefei-tura me pedia, mas as modifi-cações que fiz como – trocar o teto do restaurante para um que fosse acusticamente cor-reto, trocar o palco e as caixas de som de lugar de forma que o barulho não fosse direta-mente aos vizinhos fizeram com que as reclamações aca-bassem”, explica. Márcio diz que tentou preservar a área residencial, mas que muitas vezes a culpa nem sempre é do estabelecimento e sim dos clientes que ligam músicas altas nos carros tirando o sono dos moradores.Um grande exemplo disso é o estudante A. M. G., 27, que é um dos que se gabam de ouvir música no último volume em porta de bares, sem se importar com os problemas que provoca. Filho de militares, ele não tem nenhum pudor em mostrar a apare lhagem de som — “importada, tenho um inves-timento de mais de vinte mil aí” — nem de apregoar uma impensável impunidade, devido ao pai militar.

HoráriosDiurno Vespertino * Noturno

(das 7:00h ás 19:00h)

(das 19:00h ás 22:00h)

(das 22:00h ás 7:00h)

55dB(A) 50dB(A) 45dB(A)

HoráriosDiurno Vespertino * Noturno

(das 7:00h ás 19:00h)

(das 19:00h ás 22:00h)

(das 22:00h ás 23:59h)

Após ás 00:00h

70dB(A) 60dB(A) 50dB(A) 45dB(A)

O QUE DIZ A LEI?

Segundo a lei nº 9.505 que está em vigência desde 23 de Janeiro de 2008 os níveis máximos per-missíveis ficam estabelecidos da seguinte forma:

* Às sextas-feiras, sábados e em vésperas de feriados, será admitido, até às 23:00h , o nível cor-respondente ao período vespertino.

Porém segundo os estudos da Vereadora Elaine Matozinhos e da UFMG, para que os habitantes de Belo Horizonte vivam em harmonia e sem danos a saúde os níveis máximos permissíveis deveriam ser:

Se você mora em Belo Horizonte e sofre com o barulho de sua vizinhança entre em contato com o Disk Sossego através do telefone (31) 3277-8100 e registre sua queixa, somente com a ajuda da popula-ção a cidade poderá deixar de ser uma das capitais mais barulhentas do País.

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Junho/2011 3Junho/2011 3

CULTUrA

salve simPatia

GUSTAVO LAMEIRA

De passagem por Belo Horizonte com a turnê do CD e DVD Baile do Simonal, conver-sei com Wilson Simoninha, no intervalo entre entrevistas a uma emissora de TV e outra, enquanto ele fazia divulgação e convite para o show à noite. O nome Simonal está na família há três gerações. A história começou com um mal enten-dido entre a avó paterna de Simoninha, do interior de Minas Gerais, e o escrivão de um cartório no Rio de Janeiro. Simonal, originalmente, era Dr. Simonardi, o médico a quem ela queria homenagear depois de uma gravidez e parto complicados.

Simoninha cresceu cer-cado pela música. Simonal (pai) foi um dos artistas populares mais bem pagos do país durante os anos 60, e o primeiro negro a se apresentar sozinho na televi-são brasileira. Na mesma época, Elis Regina e Jair Rodrigues também faziam sucesso na TV Record com o programa O Fino da Bossa. Anos depois, Simoni-nha se juntaria aos filhos de Elis e Jair para dar nova cara à MPB.

— Vivia em estúdios, shows… isso era natural pra mim. Sabia que aquilo seria a minha vida —, contou.

Ao mesmo tempo, Simoni-nha percebia a fragilidade daquele mundo e decidiu, então, buscar outros meios para sustentar o sonho de menino. Direito foi sua primeira alterna-tiva. Trancou. Em seguida, des-cobriu a publicidade que resul-tou em sua atual produtora S de Samba, que virou selo fonográ-fico e trata da venda de seus shows e de outros artistas.

ANOS DE CHUMBO

Falar da família Simonal é falar de política. Wilson Simo-nal viveu por quase 20 anos no ostracismo depois de ter seu nome vinculado ao governo militar como delator da dita-dura (Registrado e retificado no documentário “Ninguém sabe o duro que dei”, de Cláu-d i o M a n o e l – B i s c o i t o Fino/2009). Sobre esse episó-dio, Simoninha contou que foi triste ver a indiferença da classe artística e toda injustiça que seu pai sofreu. Por outro lado, teve como exemplo a dig-nidade e força de Simonal, que cuidou da família — “menos dele próprio” — até o fim.

— Tenho o maior orgulho dele. Foi um gênio da musica.

Ao lado do pai, obviamente, outras influências musicais para o cantor foram Jackson do Pandeiro e os americanos Mar-vin Gaye e Stevie Wonder. Wil-son Simoninha tem quatro CDs gravados e um DVD sobre a obra de Jorge Benjor (MTV/2005), de quem foi tecladista nos anos 90. Nessa década, Simoninha ainda trabalhou na produção dos fest ivais Free Jazz e Hollywood Rock. Sua estreia, entretanto, se deu aos seis anos de idade, quando emprestou sua voz ao personagem Ceboli-nha para um disco da Turma da Mônica. Baile do Simonal, (EMI/2009) é seu trabalho mais recente em parceria com o irmão Max de Castro e a partici-pação de grandes nomes da música brasileira.

Segundo o crítico musical Bob Tostes, Simoninha é dono de uma bela voz, swing e divisão rítmica inteligentes e cheios de humor — “Não me lembro de

outro cantor em atividade com essas qualidades.” Mas, pon-dera Tostes: “Em seus melhores momentos, O Baile do Simonal confirma apenas que nenhum dos participantes tem o brilho do homenageado”.

A TRAMA

Para Simoninha, a MPB passa por mudanças em sua forma e conteúdo. “Os festivais da Record, nos anos 60, eram transmitidos em horário nobre da TV. Hoje a música é comer-cial e o talento não importa tanto”. Mas não é saudosista. Acha positivo o artista não depender exclusivamente, de um meio de comunicação para divulgar seu trabalho. Fora toda a diversidade musical que vem com essa abertura.

— As gravadoras já não mandam no mercado. Você cria seu próprio público, e existe público para isso.

Em 1997, ele se juntou a Pedro Mariano e João Marcelo Bôscoli (filhos de Elis Regina), a Jairzinho (de Jair Rodrigues), e mais uma leva de cantores, músicos e arranjadores para fazer um novo som. “Há 13 anos”, lembrou, “tocar nas rádios a música que imagináva-mos fazer, e sem a internet, era desesperador”. Criado em São Paulo, cidade da cena alterna-tiva, Simoninha e sua turma fizeram de um pequeno cir-cuito de bares uma espécie de Beco das Garrafas, sem qual-quer pretensão, só pra se diver-tir e trocar experiências, mas com total êxito. O projeto pren-sou o CD Artistas Reunidos (1999) e depois veio a grava-dora Trama. Aí, cada um seguiu seu caminho.

O nome da fera é Wilson Simonal Pugliesi de Castro, produtor, músico, cantor e compositor natural do Rio de Janeiro

O Lapa só não se transformou num autêntico

salão de gafieira porque ninguém quis, ousou ou sabia

dançar a dois. A banda, somada à “pilantragem” e à

simpatia de Simoninha propunham isso. O ponto alto

da noite foi quando tocaram Tributo a Martin Luther

King, que o pai, Simonal, compôs com Ronaldo Bôs-

coli e dedicou a Simoninha, seu primogênito. A letra

da música, assim como o discurso do pastor e político

americano Martin Luther King, morto em 68, chama

para a luta desarmada contra o preconceito.

— Canto essa música há muitos anos; o tema é

sempre positivo e me interessa.

Na hora de Meu limão, meu limoeiro, os irmãos

dividiram a plateia como um coral, naquele lá-lá-lá,

tal e qual o velho Simonal, quando regeu 30 mil pes-

soas no Maracananzinho, num daqueles festivais

internacionais da Canção. O baile ainda teve dois

convidados especiais: os mineiros Marina Machado e

Marku Ribas — este improvisou seu Zamba Bem, um

clássico do samba rock nacional. Mais místico, Marku

disse que Wilson Simonal estava presente no palco

abençoando aquele momento e celebrou a miscige-

nação brasileira. Crenças à parte, ver um artista no

palco executando com prazer e competência o ofício

que também foi de seu pai, não deixa de ser uma

forma de dar vida e não deixar a arte morrer.

À NOITE, NO BAILE

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Junho/20114

PesO

GUSTAVO LAMEIRA

A obesidade aponta neste milênio como um problema de saúde pública em todo mundo. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 30% da população mundial são obesos. Os Estados Unidos (EUA) estão no topo da lista: o país é campeão tanto em números percentuais para obesidade quanto ao número de indiví-duos obesos severos. No Brasil, as mulheres são as maiores vítimas desse mal. Acima dos 20 anos, a doença atinge 16,9% das mulheres e 12,4% dos homens. Entre dez e 19 anos, 5,9% são do sexo feminino, 4% são homens. Apenas na infân-cia, entre cinco e nove anos de idade, é o que número de meninos obesos, 16,6%, supera os 11,8% das meninas.

A obesidade pode ser clas-sificada em três níveis. Os casos do tipo I são de tratamento clí-nico feito por médicos especiali-zados, com associação de die-tas, prática regular de exercícios físicos e medicamentos. Os níveis II e III caracteri-zam casos de obe-sidade elevada e severa, quando os pacientes apre-s e n t a m u m í n d i c e d e massa corpo-r a l ( I M C ) acima de 35 e o processo cirúrgico é mais indicado. E n t re t a n t o , complicações de s a ú d e p o d e m levar um paciente à cirurgia de estô-mago, indepen-dente do IMC apresentado.

O excesso de peso co labora para o apareci-mento de doenças como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, alteração nos níveis do colesterol e triglicéri-des, apnéia do sono, doenças osteoarticulares, além do aumento da inci-dência de cânceres de mama, útero e cólon. As principais causas da obesidade são o sedentarismo, a má alimenta-ção, as questões genéticas e comportamentais.

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Obesidade, um PrOblema deObesidade, um Obesidade, um Obesidade, um Obesidade, um Obesidade, um

Page 5: Jornal Lince 44

O Brasil é o segundo país do mundo em número de cirurgias realizadas para o tratamento da obesidade mórbida. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos (EUA).

• O SUS oferece o tratamento cirúrgico, sem custo, para os obesos, desdeque se enquadrem nos critérios de indicação cirúrgica. As cirurgias para retirada do excesso de pele também são cobertas pelo SUS. O tempo de espera pode ser de três a quatro

anos dependendo da localidade do Brasil• Os convênios vêm autorizando a realização do procedimento, com um período de

carência mínima que varia de um a dois anos. Para as cirurgias particulares, os preços variam entre R$ 11 mil e R$ 40 mil. O tempo médio de internação para cirurgia bariátrica

é de três dias. O repouso mínimo é de dez dias, mas a pessoa não deve ficar apenas deitada. O retorno à vida normal - não alimentar – acontece em até 30 dias.

• Doenças que podem surgir pós-cirurgia: anemias, perda de cálcio, osteoporose, distúrbios gastrointestinais, depressões, ansiedade, anorexia, bulimia, e tendências

ao alcoolismo, drogas, e as compulsões.• Benefícios: reduz o diabetes, pressão alta, proporciona o retorno ao convívio social e,

por conseqüência, a melhora da autoestima.• A cirurgia não é recomendada a pacientes alcoólatras e psiquiátricos.

A enfermeira Jussara Lima, 54, descobriu o diabetes na infância, mas só aos 30 anos teve desencadeado seu processo de obesidade. Ela chegou a pesar 215 kg. Quando passou pela cirurgia, estava com 198 kg e 48 anos de idade. Vida difícil. Falta de acessibilidade em ônibus, táxis, cinemas, restaurantes, discrimina-ção, baixa estima. Até aqui nada de novo. Mas c o n s c i e n t e , e l a adverte: “é uma troca de prazeres; é prefe-rir o bem estar à vida

desregrada”.Efeitos Colaterais —

Refluxos, diarréias, queda de pressão e suor frio. Com a redução do tamanho do intestino, o trânsito do alimento é feito rapida-mente. É preciso que o paciente adapte seu modo de alimentação à sua nova anatomia.

A cirurgia de estômago reduz em 30 por cento a capacidade de absorção de nutrientes

e vitaminas pelo organismo. Por isso, uma reposição vitamínica é indispensável e por tempo indeterminado. O estômago tem capa-cidade de armazenamento que varia de 150 a 300 ml. Depois da cirurgia, em média, essa capacidade baixa para 30 ml. A não observa-ção das recomendações médicas, e falta de participação familiar, principalmente em relação às dietas, faz com que 4/10 cirurgias realizadas se percam.

Sete anos depois da cirurgia e 123 kg off, Jussara luta contra o cigarro e atua na presi-dência do Núcleo Mineiro de Obesidade, o NUOBES (associação de direito privado e sem fins lucrativos). Criado há dez anos, o núcleo funciona em Belo Horizonte e trabalha pela defesa dos direitos sociais, acolhimento e orientação do obeso. O NUOBES ainda está firmando uma parceria com o Complexo Hos-pitalar São Francisco para ampliar o atendi-mento ao obeso. Para o futuro, há um projeto de educação alimentar junto às escolas e famí-lias. A finalidade: ensinar e estimular a prática da vida saudável para prevenção e diminuição da obesidade nas próximas gerações.

Exemplo: se você pesa 60 kg e mede 1,67m, você deve fazer o cálculo da seguinte forma:

IMC = 60 ÷ 1,67²IMC = 60 ÷ 2,78IMC = 21,5

TabelaAbaixo de 18,5 = Você esta abaixo do peso ideal;Entre 18,5 e 24,9 = Você esta em seu peso ideal;Entre 25,0 e 29,9 = Você esta acima do seu peso;Entre 30,0 e 34,9 = Obesidade grau I;Entre 35,0 e 39,9 = Obesidade grau II;40,0 = Obesidade grau III.

Segundo os especialistas, grande parte das pessoas que busca a cirurgia bariátrica não precisa dela. O apelo estético e o aumento do poder econômico são fatores preocupan-tes. Para clínico geral e geriatra José Mariano Melo Garcia falta ao sistema de saúde brasi-leiro, com raríssimas exceções, o que ele chama de Atendimento Motivacional. “A jun-ção de clínicos gerais, cardiologistas, psicólo-gos, psiquiatras, nutricionistas e grupos de apoio é essencial para orientar e filtrar essa demanda”, afirma. O médico garante que há mais ganhos do que perdas quando o procedi-mento é realmente necessário. E cita um exemplo: “um paciente com o IMC 32, não

hipertenso e não diabético corre mais riscos de saúde depois de operado do que antes,

como um obeso leve”.

RESTRIÇÃO GÁSTRICA – BANDA GÁSTRICA AJUSTÁ-

VEL — É a mais simples das técnicas, pois diminui a

capacidade volumétrica do estômago redu-zindo a quantidade de alimentos ingerida. É utilizada uma banda inflável que pode ser ajus-tada, calibrando o espaço do reservatório criado. Esse processo é o que permite menor redução de peso e é indicado, atualmente, a pacientes específicos.

DISABSORÇÃO INTESTINAL - DUODE-NAL SWITCH, SCOPINARO — Esta modali-dade reduz consideravelmente a absorção intestinal. Permite maior volume de ingestão de alimentos com perda de peso efetiva. É indi-cada a pacientes “grandes obesos” com maior dificuldade em reduzir o volume alimentar. Neste processo, podem ocorrer deficiências nutricionais exigindo reposição de vitaminas e sais minerais por tempo indeterminado.

MISTAS – (RESTRIÇÃO E DISABSOR-ÇÃO) — Gastroplastia vertical que utiliza anel e bypass (técnica de Fobi-Capella). É o método mais utilizado para perda de até 40 por cento do peso inicial. A quantidade de comida ingerida é limitada pelo anel plástico colocado no reserva-tório gástrico impedindo sua dilatação. Os ali-mentos não têm contato com o resto do estô-mago e há menor tolerância para a ingestão de açúcar. É a mais efetiva para a obesidade mór-bida com redução de peso satisfatória e dura-doura.

Todas essas técnicas podem ser feitas por Laparoscopia: processo cirúrgico que não exige incisão no abdome. As vantagens são a diminuição do risco de complicações, como hérnias abdominais, infecções e tromboses; cicatrizes menores; menos dor no pós-operató-rio e retorno mais rápido ao trabalho. A desvan-tagem é o custo elevado pela exigência de ins-trumentação especial.

PARA CALCULAR O IMC, DIVIDASEU PESO POR SUA ALTURA AO QUADRADO

Depoimentoe vitaminas pelo organismo. Por isso, uma reposição vitamínica é indispensável e por

cidade de armazenamento que varia de 150 a 300 ml. Depois da cirurgia, em média, essa

ção das recomendações médicas, e falta de participação familiar, principalmente em relação às dietas, faz com que 4/10 cirurgias

zindo a quantidade de alimentos ingerida. É

criado. Esse processo é o que permite menor

dade reduz consideravelmente a absorção intestinal. Permite maior volume de ingestão

cada a pacientes “grandes obesos” com maior dificuldade em reduzir o volume alimentar. Neste processo, podem ocorrer deficiências nutricionais exigindo reposição de vitaminas e

Gastroplastia vertical que utiliza anel e bypass (técnica de Fobi-Capella). É o método mais utilizado para perda de até 40 por cento do peso inicial. A quantidade de comida ingerida é

mago e há menor tolerância para a ingestão de

Todas essas técnicas podem ser feitas por Laparoscopia: processo cirúrgico que não exige incisão no abdome. As vantagens são a diminuição do risco de complicações, como hérnias abdominais, infecções e tromboses;

MITOS X VERDADES

SOBRE AS CIRURGIAS

MITO - Em alguns anos, engordamos tudo novamente.

EXPLICAÇÃO: no decorrer dos anos, ocorre uma

adaptação e pode-se até ganhar alguns quilos, mas é raro o reganho completo do

peso (exceto em casos de perversão alimentar).

MITO - A cirurgia bariátrica tem alta mortalidade.

EXPLICAÇÃO: os índices de mortalidade, em mãos

experientes, variam de 0,5 a 1%. Os mesmos índices

encontrados em cirurgias mais comuns como

colecistectomia (retirada da vesícula biliar).

VERDADE - Ocorre queda de cabelo após o procedimento.

EXPLICAÇÃO: o estresse metabólico, durante a perda

aguda de peso, leva a queda do cabelo que se estabiliza

com o tempo e com a diminuição do ritmo de perda

de peso.

VERDADE - O paciente operado necessita tomar

vitaminas para o resto da vida. EXPLICAÇÃO: a cirurgia de

estômago reduz a capacidade de absorção de

nutrientes e vitaminas pelo organismo. Por isso a

reposição vitamínica é indispensável.

VERDADE - A cirurgia Bariátrica é atualmente o

método mais eficaz no tratamento da obesidade mórbida com resultados eficientes e duradouros.

É BOM FICAR SABENDO

Page 6: Jornal Lince 44

Junho/20116 Junho/20116

“linha de Passe”, ePOPéia da sObrevivÊnCia

MARIANA CECÍLIA DA SILVA

“ C a r a , v o c ê t á m e vendo?” É com esta frase que Dênis apresenta ao público um dos temas centrais de Linha de Passe; a exclusão do jovem de classe média baixa das oportunidades que a cidade de São Paulo oferece. O filme tem direção de Walter Salles e codireção de Daniela Thomas. Conta a história de quatro irmãos, Dênis (João Baldasserini), Dinho (José Geraldo Rodrigues), Dario (Vinícius de Oliveira) e o menino Reginaldo (Kaique de Jesus Santos), que têm em Cleuza (Sandra Corveloni) a figura de pai e mãe.

Reginaldo nunca conhe-ceu formalmente o pai, um motorista de ônibus. Para tentar se aproximar dele, passa o dia andando de ônibus e tem o sonho de ser moto-rista quando crescer — a mesma pro-fissão do pai.

Dario quer ser jogador de futebol. Apesar do nome de craque e do talento, ele percebe que está ficando velho para passar nas “peneiras”, tes-tes que escolhem garotos para as cate-gorias de base dos grandes clubes.

Dinho trabalha em um posto de gasolina e encontra na religião um refúgio para suas frustrações e para os erros de um passado obscuro. E Dênis ganha a vida como motoboy. Apesar disso, não consegue pagar as contas no fim do mês e ajudar nas despesas de um filho pequeno.

Andando na corda bamba entre uma vida digna, mas pobre, e uma vida fácil, porém corrompida, os quatro garotos precisam lidar com

seus próprios dramas; fal ta de dinheiro, de expectativas e de condi-ções para um crescimento pessoal.

A única coisa que não falta a eles é amor. Cleuza (Sandra Corveloni, em atuação premiada com a “Palma de Ouro” de melhor atriz em Cannes) empregada doméstica que está grávida de seu quinto filho, de pai desconhe-cido, comanda a casa com pulso firme. Não admite brigas entre os filhos. Mas se algum deles precisa de um afago, ela está

sempre pronta a dar.O tom de realidade que a

câmera de Walter Salles dá a “Linha de Passe” é um diferen-cial. Os cenários reais, nada de pobreza estilizada, levam o espectador à realidade dos per-sonagens. Até a escolha dos atores não foi um mero acaso. Apenas Vinícius de Oliveira e Sandra Corveloni têm alguma exper iênc ia em c inema, enquanto Baldasserini e Rodri-gues vinham de pequenos tra-balhos desenvolvidos no teatro. Talvez por isso, os dois consi-gam imprimir grande veraci-dade a sua personagens.

Quando comecei a ver o filme pensei se tratar de outra história onde os personagens centrais são policiais e bandi-dos. Mas me enganei. “Linha

de passe”, ao contrário de “Cidade de Deus” (Fernando Meirelles) e “Tropa de Elite” (José Padilha) mostra outro lado das favelas e das pessoas que lá moram. Ao longo do filme, os persona-gens tentam se manter fieis a seus sonhos e princípios. Escorregam algu-mas vezes. Mas isso não impede que eles se levantem e comece tudo de novo. E não importa se os olhos da sociedade os veem ou não.

Ao longo do filme, os

personagens tentam se

manter fiéis aos seus sonhos e princípios.

gorias de base dos grandes clubes. quatro garotos precisam lidar com

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Junho/2011 7Junho/2011 7Meio AMBieNTe

O Que éO acidente que pôs em riscoas usinas radiativas japonesas deixou o mundo em estado de alerta e impôs uma revisão nesse conceito

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SÉRGIO VIANA

De repente, não mais que de repente, eis que o conceito de energia limpa teve que ser revisto. Tudo começou depois dos sustos pregados pelos reatores da Usina de Fukushima, no Japão, quando o país foi atingido por um dos maiores terremotos de sua história recente, e teve boa parte de seu litoral Nordeste varrido por uma tsu-nami. A ameaça da contaminação das águas potáveis e dos pescados, peça vital na dieta dos japoneses, acendeu o alerta.

Segundo José Ciro Mota, diretor exe-cutivo da NOE (Novas Opções Energéti-cas), “a energia limpa não polui o meio ambiente; é, em grande parte, renovável, como por exemplo, a energia eólica (pro-duzida através de correntes de ventos), a energia solar (obtida pelos raios solares), a hidrelétrica (fornecida através da movi-mentação da água), entre outros”. Mota diz que até a energia nuclear pode ser limpa, mas não deixa de falar dos perigos dos rejeitos.

— Os rejeitos ficam radiativos por muitos anos, mas o lixo não degrada o meio ambiente, se seguirem os procedi-mentos de segurança ao ser humano e ao meio ambiente.

Mesmo assim, ressalta que há ener-gias limpas que não são renováveis, e que mesmo não poluindo, atrapalham o meio ambiente — “Muitas árvores são cortadas no mundo, e isso é ruim para o planeta, mesmo que plantem novas”.

No Brasil, a partir dos anos 1950, ocorreu a construção das grandes barra-gens. Já nos anos 1970 foi criado o Pro-grama Nacional do Álcool (Proálcool). Na mesma década, pesquisas realizadas em

água profundas, a mais de sete mil metros, revelaram a possibilidade de ampliação da exploração do petróleo. Logo após foram criados a Empresa Bra-s i le ira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elé-trica (Proinfa).

Mesmo diante de tantos avanços, Mota ressalta que o Brasil ainda precisa de uma política clara para a geração eólica, que viabilize negócios para a fonte energética, a fim de consolidar a partici-pação no mercado de energia nacional.

— Há outras fontes de energias alternativas como os combustíveis reno-váveis, energia Hidráulica, Biomassa, energia Geotérmica, energia Maremo-triz e energia do Hidrogênio.

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Mesmo com a fiscalização da Vigilância Sanitária, encontramos alguns pontos negativos em alguns estabelecimentos de BH

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SÉRGIO VIANA E RONEI LEMOS

Pode ser por necessidade ou apenas tentação, o certo é que as pessoas atualmente estão cada vez mais se alimentando fora de casa. Mas será que os consumi-dores sabem dos riscos de comer fora de casa? Os perigos podem ser diversos — vão da contami-nação dos alimentos por micro-organismos patogênicos, que podem causar diarreia, vômito e febre — até doenças mais gra-ves. A professora e coordenadora do curso de nutrição do Centro Universitário Newton Paiva, Carla de Oliveira Barbosa Rosa, conta que, muitas vezes, esses problemas são causados por falta de higiene no preparo.

— Na maioria das vezes isso acontece por falta de treina-mento e supervisão do manipu-lador de alimentos, tais como lavagem incorreta das mãos e a presença de doenças como gripe e hepatite, ato de falar em cima dos alimentos, uso de brincos e esmaltes, o não uso da touca.

Segundo Carla Barbosa o ambiente também tem que estar bem higienizado.

— O consumidor deve sem-pre observar se o l ixo está aberto, chão sujo, se o uniforme dos funcionários está limpo e à apresentação dos pratos.

A exposição dos alimentos, principalmente nos self-services, é mais preocupante, porque nem sempre existe proteção ade-quada na maioria dos estabeleci-mentos. Há detalhes que muita gente não percebe, mas que con-tam. É imprescindível, por exem-plo, não deixar o cabo dos talhe-res mergulhados na comida. “É que há o risco, de o próprio con-sumidor contaminar o alimento ao se servir, seja através de con-versas ou mãos sujas nos talhe-res”, afirma Carla.

Para as pessoas que não têm como fugir do hábito de comer fora, a nutricionista dá algumas dicas de como se alimentar sem correr tantos perigos.

— Dar preferência aos alimen-tos cozidos e preparados o mais perto da hora de servirem. Evitar frituras, doces e ficar sempre de olho na limpeza do restaurante.

Marlon Silveira, 19, estu-dante de medicina, faz estágio no centro da cidade e é obrigado

a comer fora de segunda a sexta. E só tem reclamações. Segundo Marlon, a área central “pratica-mente não tem fiscalização; pelo menos é o que eu vejo; almoço fora todo dia e nunca vi nenhum fiscal. E olha que eu vario de restaurante pra caramba”, acusa. Marlon também tem suas dicas principalmente pra quem frequenta self-service.

— Acho um risco muito grande comer fo lhas , t ipo alface, porque ninguém lava direito; eu mesmo já peguei uma lagarta passeando legal numa salada; maionese tam-bém é outra roubada, porque um amigo meu foi parar no hos-pital, por causa da salmonela...

Com tanto tempo de prá-tica, como consumidor, Marlon desenvolveu alguns macetes. Um deles, ser dos primeiros a chegar, “pra evitar pegar bande-jas onde o pessoal já respirou em cima ou até tossiu; por isso, acho legal pegar as bandejas que ficam no alto”.

A FISCALIZAÇÃO

O órgão que fiscaliza a pro-cedência dos estabelecimentos alimentícios é a Vigilância Sani-tária de Belo Horizonte, o traba-lho é realizado de maneira emi-nentemente preventiva. Os estabelecimentos estão sujeitos ao controle e fiscalização da Vigilância Sanitária. Segundo a Assessoria da Secretaria Muni-cipal de Saúde (SMSA). A fisca-lização sanitária é feita objeti-vando-se a promoção, proteção e prevenção da saúde do cidadão. A autorização de funciona-mento destes estabelecimentos é feita após a realização da res-pectiva vistoria e, atendidas as exigências legais, é emitido o Alvará de Autorização Sanitária.

Esta fiscalização sanitária é realizada continuamente pela Vigilância sanitária, quer seja em inspeções de rotina ou atra-vés de denúncias. Nestas visto-rias, o fiscal sanitário verifica as condições higiênico-sanitárias através de uma lista de itens como, endereço, razão social, CNPJ, IE, Alvará de Localiza-ção, Alvará Sanitário, cader-neta de inspeção sanitária e controle de pragas.

Com relação à parte física do

estabelecimento, são conferidas as condições das paredes, teto, piso, ralos, pias e demais equipa-mentos, móveis e utensílios. As condições das instalações elétri-cas, de água e esgoto, locais onde há manipulação de alimentos, também são verificadas a produ-ção. A conferencia vai desde as condições de recebimento e armazenamento dos ingredien-tes e matérias primas até o arma-zenamento do produto final. São Observados, controles de tempe-ratura no processo e higiene do funcionário, olhando uniforme, asseio corporal a ausência de adornos durante a manipulação dos alimentos.

Os restaurantes self-service são um dos alvos mais constantes da fiscalização sanitária, que faz o direcionamento de suas ações com base no risco sanitário encontrado em cada tipo de ativi-dade, por que não existe proteção adequada na maioria dos estabe-lecimentos. Diante de qualquer suspeita de irregularidade o cida-dão pode entrar em contato com a Vigilância Sanitária Municipal, formalizando essa denúncia pelo telefone 156 da Prefeitura ou através do SAC via internet (www.pbh.gov.br).

NOSSA REPORTAGEM VIU...

Mas, mesmo com essa fiscali-zação, encontram-se alguns pon-tos negativos em alguns estabele-cimentos alimentícios de Belo Horizonte. A reportagem do Lince foi a alguns restaurantes do centro da capital e viu que alguns pega-dores estavam caídos nas tigelas, ou seja, o cliente que pegou com a mão suja, recolocou o utensílio de volta e, possivelmente, contami-nou a comida. Mais um ponto negativo foi visto nesses restau-rantes, a comida que deveria estar o mais longe possível das mesas, estava muito próximo, correndo o risco de contaminação.

Os bares e lanchonetes foram campeões em irregulari-dades. Encontramos funcioná-rios sem luvas e com as tocas tor-tas. Em uma dessas lanchonetes, um funcionário foi flagrado pas-sando a mão sem a luva, na boca e no nariz, logo em seguida pegou o alimento e o entregou a um cliente, mostrando claramente a falta de higiene.

UM EXEMPLO A SEGUIRHá 25 anos no bairro Caiçara, O Bar do Véio, ganhador de três prêmios de melhor higiene no Projeto Comida di Buteco, segue bem as exigências do consumi-dor. Fábio Fantini um dos donos do Bar, fala sobre o segredo de estar bem com a limpeza.— Acho que o principal segredo é o desejo dos donos em ter uma loja limpa. Mas não só por fora, não ser apenas uma maquiagem.

Segundo Fábio, antigamente os bares eram frequentados somente por homens — “e homem não costuma ligar para quase nada” —, com isso, a maio-ria dos bares tinha um banheiro só e bem sujo, ou melhor, que nunca era lavado. “E a cozinha era a mesma coisa”, lembra.— Hoje as famílias vão jun-tas ao bar, e o homem, que antes não ligava para nada, não tem coragem de levar a namorada, esposa ou seus filhos em um lugar sujo. Como é que seu filho entra em um banheiro fedorento? Fábio ressalta que o máximo de rigor na cozinha é outro ponto fundamental, importantíssimo para se ter uma boa higiene. — Aqui, as verduras são todas bem lavadas com um produto específico para tirar todas as impurezas e insetos entre outros. Aliado a tudo isso, todos os empre-gados que manipulam alimentos são treinados por nós e participam de cursos para se conscientizarem da importância de tudo isso. O Bar do Véio, um dos cam-peões da Comida di Buteco, fica na Rua Itaguaí, 406, Bairro Cai-çara, Belo Horizonte/MG. Outras informações: [email protected] ou pelo telefone, (031) 3415-8455.

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Cinema

brasileirO

nOs anOs de 1950

a transFOrmaÇãO dO

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Cinema

brasileirO

nOs anOs de 1950

a transFOrmaÇãO dO CULTUrACULTUrACULTUrA

CIBELE INÁCIO E NATHÁLIA GORITOGraças à chegada e popularização da

televisão aos Estados Unidos, na década de 1940, foi necessário gerar atrativos para que o público voltasse às salas de cinema. Por-tanto, além da exploração de novas técnicas de filmagem e métodos, vários estilos surgi-ram. Nessa época foram feitos os primeiros experimentos dos filmes em 3D. E assim, grandes produções épicas e fictícias ganha-ram destaque e levaram um grande público de volta às salas de exibição.No Brasil, muitos estudiosos observam

que a década de 1950 — quando chegou a televisão — impôs ao país duas grandes mudanças: a construção de um cinema industrial que, devido à urbanização das cidades e ao efetivo mercado de consumi-dores, chegava junto com a perspectiva brasileira de assumir a economia; e o emprego do “caráter nacional” na lingua-gem cinematográfica. Ao analisar o cinema brasileiro, muitos

pesquisadores passaram longe dos debates políticos e movimentos que reapareceram na sociologia e literatura nas décadas de 1930 e 1940, depois da interrupção na década de 1920. Mas, tal abordagem deveria ser tomada na década de 1950. Entre eles o fim da cen-sura estadonovista, a redemocratização e a popularização de alguns meios de comunica-ção.

O advento da televisão resultou em qua-lidade para a produção cinematográfica. Assim, foi fundada em São Bernardo do Campo, em São Paulo, a Companhia Cinema-tográfica Vera Cruz, por Franco Zampari e Francisco Matarazzo Sobrinho. O mais importante estúdio cinematográfico brasi-leiro na década de 1950, contava com equipa-mentos sofisticados, o que deu um padrão internacional ao cinema brasileiro. Mas o real desenvolvimento da sétima

arte no Brasil ocorreu na década de 1960, com o surgimento do Cinema Novo. O lema “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” foi promovido por um grupo de cineastas que detinham o objetivo de fazer cinema com temática social e baixo custo, contrariando a proposta da Vera Cruz, que caminhava rumo a um aspecto mais hollywoodiano. E foi aí que os filmes desse período passaram a retratar

a vida real. A pobreza, a miséria e os proble-mas sociais passaram a ser representados dentro de uma perspectiva crítica, contesta-dora e cultural.

Mas, com a crise que atingiu a arte na década de 1970, o cinema deixou de investir nos problemas sociais como temas e, desde então, alguns produtores independentes, para escapar à censura e faturar em cima da passividade crassa da sociedade brasileira, massacrada pela ditadura militar, entraram de cabeça na sociedade de consumo: uniram a chulice à permissividade erótica, e assim nasceu a pornochanchada, responsável por cerca de 60 dos 90 filmes brasileiros produ-zidos em média anualmente, dando assim, início à precária produção do Cinema Margi-nal.

Em 1974, o governo Geisel criou a esta-tal Embrafilme, a fim de organizar o mer-cado cinematográfico. Com o governo neoli-beral de Fernando Collor, e as políticas de extinção de empresas estatais, a Embra-filme foi extinta, em 1990, e o mercado de filmes foi aberto de forma descontrolada aos norte-americanos.

UM NOVO TEMPOSó então, com a chegada da indústria

cinematográfica, o cinema brasileiro voltou a se reerguer. Filmes de diferentes temas e enfoques começaram a surgir, a fim de dar impulso a produção e alcançar altos lucros e grandes bilheterias. É importante frisar tam-bém que políticas de incentivo e empresas patrocinadoras mobilizaram grande número de espectadores.

Conhecido como “Retomada do Cinema Brasileiro”, neste período de recuperação do cinema brasileiro o país teve três de seus fil-mes indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: “O Quatrilho” (1995), “O Que é Isso, Companheiro” (1997) e “Central do Bra-sil” (1998), também vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim. Não custa lem-brar também que atrizes como Fernanda Montenegro (Urso de Ouro de melhor atriz em Berlim, por sua atuação em Central do Brasil) e Sandra Corvaloni (Palma de Ouro de melhor atriz em Cannes, por “Linha de Passe”) também se lançaram para carreiras internacionais a partir daí.

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O habilidOsO luthier

Uma profissão desconhecida no

Brasil e que esconde o

grande talento de Gianfranco

Lorenzzini Fiorini

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Junho/2011 13Junho/2011 13

LÍDIA SALAZAR

A espontaneidade e a sim-plicidade são as característi-cas mais admiráveis do luthier. Impossível não se encantar com as habilidades, o carisma e a inteligência de Gianfranco Lorenzzini Fio-rini, 46 anos, que são perceptí-veis nos instrumentos de corda que faz e conserta. A profissão exige conhecimen-tos em física, matemática, engenharia e química, além de madeiras, desenho, marce-naria e carpintaria, e apesar do luthier ter graduação em Bio-logia, ele domina essas áreas como poucos. Gianfranco Fio-rini fala um pouco sobre sua trajetória profissional e os cui-dados que se deve ter ao fazer instrumentos de cordas.

Aprendeu a marcenaria com o avô Antônio Fiorini quando ainda tinha quatro ou cinco anos. O patriarca da família, o deixava brincar no seu galpão, e foi assim que Gianfranco começou a ter contato com a matéria prima. No entanto, a lutheria, estu-dou sozinho, foi autodidata. “Eu tenho uma vocação muito grande. Com muita pesquisa e muita técnica desenvolvida aqui dentro, eu vi que era bom, e quando fui para os EUA percebi que aquilo que eu sabia fazer, era a mesma coisa que o pessoal de ‘ponta’ fazia lá fora. Aqui no Brasil, a gente fica sem parâ-metro”, conta Gianfranco.

As habilidades do luthier vão desde a compra do mate-

rial que vai ser usado na exe-cução, até os detalhes finais no acabamento. Para ele, não existe um instrumento mais difícil de fazer, todos têm um grau de dificuldade em algum momento da construção.

— Na lutheria, quando você faz com critério, olha detalhes e isso torna o traba-lho difícil . Por exemplo, q u a n d o c o r t o e c o l o a madeira, eu estabilizo a umi-dade do ar, tem muita gente que não faz isso, e aí dá pro-blema e o instrumento não fica tão bom.

Entre uma raspada e outra, na madeira da caixa que guardará seu contra-baixo, Gianfranco explica os cuidados e a atenção que se deve ter na lutheria. Segundo ele, a marcenaria tem um requinte que são os ângulos certos do corte. São três tipos de corte na árvore, que devem ser observados e quem corta essas madeiras são pessoas especializadas, são lenhado-res específicos.

Na oficina do luthier, é possível encontrar madeiras de vários lugares do mundo. Ele mostra uma que vem da Bósnia, e conta que quem cor-tou essa madeira só trabalha com instrumentos de arco. A madeira foi comprada ano passado, e foi cortada há dois anos antes de sua aquisição, por ser preciso no mínimo dois anos de secagem.

A cada gesto singular de Gianfranco, a conversa fica mais agradável e ele vai mos-trando suas preferências. O

instrumento preferido do luthier é o contrabaixo. Para ele é o que mais dá trabalho é o mais “gostoso” de fazer! No próximo fim de semana, ele levará aos EUA um contra-baixo especial, com uma ino-vação. Diferente da maioria, que são colados, esse é bipar-tido, ou seja, desmancha-se para viajar. O luthier demo-rou três meses para fazer. “É muito material, a madeira é cara, veio da Europa”, diz.

Com muito orgulho ele encaixa o braço do contra-baixo no corpo, e mostra onde será levado cada parte. O cui-dado com o estojo de proteção – que ele criou – é tão deta-lhado quanto o que estará dentro. “A técnica desse estojo é criação minha. Ficou extre-mamente leve e com uma resistência mecânica muito superior. Esse instrumento que é extremamente frágil, dentro do protetor, eu garanto que se jogar ele de quatro metros de altura o contrabaixo não quebra – só que se eles fizerem isso eu mato!” (risos)

Quando perguntado, qual seu sonho ainda na pro-fissão, Gianfranco para por instantes. Ele diz que é muito agitado, e por causa disso não t em mui to s sonhos em mente. Depois de um tempo pensando, ele se lembra de algo que o incomoda e acaba se tornando um desejo:

— Eu observo que a maioria das pessoas faz uma distinção entre vida particu-lar e vida profissional. E eu não consigo fazer isso. Eu

tomo banho pensando na lutheria, tomo café e vou dor-mir pensando nisso. Meu sonho é separar essas coisas... Mas eu ainda vou sistemati-zar esse pensamento.

Consciente e sensível à sociedade, ele expressa um grande desejo também de ver as pessoas, um dia, usufruí-rem de tudo o que ele faz. Gianfranco opina que, a res-ponsabilidade envolve ações, e lamenta como as coisas hoje em dia, estão muito descartá-veis e sem valor. Coerente com seu modo de pensar, ao ser questionado sobre uma vontade de alguém tocar um instrumento seu, ele diz que não faz questão nenhuma disso. Gianfranco valoriza nas pessoas a verdade que elas transmitem e frisa:

— O que não tiver afetivi-dade, não me interessa. NADA pra mim tem valor se não tiver verdade. Eu não faço isso por dinheiro! Se eu sentir que a pessoa não está com a mínima afetividade pelo instrumento, eu não trabalho para ela. Se eu perceber que ela não toca de coração, eu dou uma des-culpa, e não faço. Agora quando a pessoa chega com verdade, com sentimento eu faço questão de atendê-la.

Com 30 anos de profis-são, o luthier conta que já fez vários trabalhos importantes e cita alguns exemplos: “eu trabalho para o Palácio das Artes, para a orquestra sinfô-nica de Minas Gerais, para o Teatro Municipal do Rio, para o Conservatório do Rio,

vários músicos da mídia aqui de Minas – Skank (havia ins-trumentos na oficina que ser iam buscados no dia seguinte pela banca), Jota Quest e Milton Nascimento.

Apesar de não saber falar em inglês, o luthier irá à Cali-fórnia em uma Bienal da Asso-ciação Internacional de Bai-xistas. Esse evento acontece sempre em um estado dife-rente dos EUA. É a terceira vez que Gianfranco vai, sendo que na primeira, ele levou um con-trabaixo que já estava enco-mendado. Na segunda, já familiarizado com o ambiente, Fiorini ganhou um prêmio, pelo seu instrumento, no con-curso de lutheria, que tem dentro da bienal. Nesse con-curso tiverem 26 fabricantes do mundo todo, cinco tiveram honraria, e Gianfranco foi um deles, o único do Brasil.

Segundo o luthier, nesse evento são apresentados em torno de 50 recitais, no qual t ocam espec i a l i s t a s da música, do mundo todo. “É um evento muito importante, a nata dos contrabaixistas estão lá. Dentro do evento várias lojas se apresentam com stands, e um dos donos de uma dessas lojas, se inte-ressou pelo meu instru-mento. Ficou com ele em Nova York, e durante um ano meu contrabaixo estaria em teste, para garantir que não daria defeito e que suportaria o inverno rigoroso do local, que tem umidade alta. Meu instrumento passou no teste, mas ainda não foi vendido.”

As habilidades de Luthier vão desde a compra

do material que vai ser usado até o destalhes finais...

FOTOS LÍDIA SALAZAR

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Uma ideia cem por cento

digital derrubou

o que havia de mais

antigo no mundo árabe

GUSTAVO LAMEIRA

Cansados de viver sob a opressão histórica do Egito, os jovens do país se organizaram pelo Facebook para, no dia 25 de janeiro, protestar contra um autoritarismo de 30 anos. Dezoito dias depois, o presi-dente Hosni Mubarak deixou o cargo. Palco de conflitos de ordem religiosa e cultural (muçulmanos X cristãos), o mundo se espantou ao ver quase um milhão de pessoas nas ruas do Egito lutando, sem armas, ¬em favor da liberdade individual. Para o cientista político e sociólogo, Rudá Ricci, a Geração Y tem como traços mais fortes o engaja-mento, o trabalho por prazer e a intolerância para hierar-quias. Exatamente o oposto do que doutrinam as organizações religiosas, militares e partidá-rias. “A principal característica das redes sociais é nivelar seus usuários, buscar o ponto em comum, independente dos

usos e costumes”, analisa Rudá. Por precaução, a China – próxima de se tornar a segunda potência mundial – bloqueou a palavra “Egito” na internet para evitar qualquer tipo de incentivo.

As mídias sociais ganha-ram espaço no mundo árabe a partir de 2008. Segundo Rudá, em países como o Egito, de cultura fechada, uma novi-dade dessas funciona como um rastilho de pólvora. “Nas democracias” explica o soció-logo, “pela própria liberdade de expressão, os movimentos ten-dem a se dispersar mais; isso, quando não perdem o foco”. E dá um exemplo: “Barack Obama usou as redes sociais como principal mídia de cam-panha em 2008. Durante o processo ele se deparou com temas que não estavam em pauta, como o racismo, e teve que ceder”. E Obama soube tirar proveito disso. “No Bra-sil”, compara Rudá, ”nas últi-mas eleições para presidente, a

candidata Marina Silva foi quem se deu melhor na inter-net. Antenada, de posições fir-mes e polêmicas, ela soube usar bem o canal. Diferente de Serra, mais sisudo, e de Dilma, diplomática demais para rede, apesar da vitória nas urnas”.

A ecóloga Isabella Brandão comprovou a força das redes sociais. Graduada numa profis-são ainda sem registro, ela con-seguiu, em poucos dias e com a ajuda de alguns amigos, reunir quase mil ecólogos de vários lugares do país para fazer pres-são no congresso. Hoje, um projeto de lei pede a regulamen-tação dessa profissão na câmara. Isabella é dona do guiadaecologia.blogspot.com, em que apoia e divulga ideias sustentáveis. O projeto era para sua monografia, mas ganhou corpo. Entre blog, Twitter e Facebook, ela tem cerca de 600 seguidores, modestos, mas fiéis. Da mesma forma, Isabella vai atrás de perfis interessantes como o da ONG Viver que trata

da defesa dos portadores do vírus HIV. E admite que “não dá mais pra pensar o mundo sem a internet”.

O SALDO

O que se vê no Egito e região não tem precedentes na história. Há similares. O Maio de 68, em Paris, teve início com a manifes-tação dos estudantes contra o governo de Charles de Gaulle. O presidente chegou a se refugiar na Alemanha mas, em pouco tempo, os protestos perderam fôlego e o partido do general retomou o poder com mais força. O Brasil dos anos 1960 também tinha uma juventude contesta-dora, até o golpe militar de 64 adiar o sonho de liberdade. Os Caras Pintadas, em 1992, tira-ram Collor do poder, mas sob forte influência de partidos con-trários ao governo.

Está claro que quem pro-pôs a revolução e derrubou o presidente Hosni Mubarak não vai se sentar em sua cadeira. O

mais provável é que a oposição assuma o posto. E os rebeldes do Facebook não queriam o poder; a urgência era contra a fome, o autoritarismo, a cor-rupção. Essa última, no Brasil, é, de longe, o problema mais grave, e até incomoda, mas não leva milhões às ruas.

Apesar dos mortos e feri-dos, as revoluções no mundo árabe foram genuínas e acerta-ram o alvo. Dois governos caí-ram (Egito e Tunísia), fora o risco iminente de queda do ditador da Líbia, Muamar Kadhafi, que está no poder há 42 anos e declarou que só larga o osso depois de morto. Por todo mundo não faltam moti-vos ou meios para se levantar bandeiras. Via internet, asso-ciação de bairro, grêmio estu-dantil, há os que lutam pelo verde, pelos negros, pela liber-dade de culto, pela liberdade sexual, pelo time, pelo lixo. O grande desafio é vencer o indi-vidualismo, mal dos tempos modernos.

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a terra dOs COQueirais

Em vez de perder

tempo com algumas praias

bregas do litoral, que

tal se aventurar

pelas cachoeiras e paisagens

coloniais que Minas ainda

preserva?

AV

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rACOMO CHEGAR

O transporte rodoviário é feito pela Viação Pássaro Verde. Horários: de segunda a sexta, de duas em duas horas, a partir das 6h da manhã, até 20h; sábado, mesmos horários, menos o último, que sai às 21h; aos domingos, o último sai às 22h. A passagem custa R$ 18,85. Quem optar por uma viagem mais romântica pode pegar o trem, que sai diariamente da Praça da Estação, às 7h30, proporcionando um trajeto com belíssimas paisagens. As passagens cus-tam R$ 12 (classe econômica) e R$ 22 (classe executiva)

COQueiraisa terra dOs GEISIANE OLIVEIRA

Bem na região central de Minas Gerais, a mais ou menos 90 km da capital, encontra-se a Vila Colonial de Cocais, que ainda hoje pertencente município de Barão de Cocais. Fun-dada no dia 26 de julho de 1703, pelos bandeirantes Antônio e João Furtado Leite, é uma vila rodeada por exten-sos coqueirais, os quais deram origem ao romântico nome do lugar. Um vila-rejo cheio de mistérios, com ruas, becos e ladeiras que relembram o pas-sado colonial ainda vivo nos casarões e nas igrejas.

Cocais se destaca por possuir uma p a i s a g e m m a r a v i l h o s a . Q u e m

conhece diz que o lugar tem o mais belo pôr do sol de todo o estado. Sem falar nas cachoeiras, pousadas, restau-rantes, e na diversidade colorida de fauna e flora. O sítio arqueológico e as trilhas para prática da caminhada e passeio de bicicleta são outras das atrações. Por isso, a vila tem se tornado o destino de centenas de turistas que buscam tranquilidade, bem-estar e segurança. Com um pouco de aven-tura também, é claro!

Para os visitantes que pretendem passar alguns dias por lá, uma das opções é a pousada e restaurante “Vila de Cocais”, localizada bem no centro do charmoso distrito. O acon-chego e a hospitalidade são caracte-rísticas da pousada, que oferece um

local muito prazeroso para se divertir e descansar. O restaurante é aberto ao público, e oferece um ambiente pro-pício para bate-papos e degustação das deliciosas comidas típicas da região, que ainda produz apreciadas cachaças artesanais.

O QUE VER

No centro histórico estão as igrejas. A primeira delas é o Santuário Santana, que foi construído em 1769, e é total-mente de pedra — o que era uma rari-dade entre as construções da época. Seu interior possui talha dourada no estilo oriental, diversas imagens em madeira e altar-mor folheado em ouro. Já a Matriz Nossa Senhora do Rosário

foi erguida em 1855, por Antônio da Silva Sampaio, para que os escravos pudessem assistir às missas — eles não podiam frequentar a Igreja de Santana, que pertencia à alta sociedade.

Localizado a 3 km de Cocais está, o sítio Arqueológico da Pedra Pintada, que traz em seus paredões pinturas rupestres com mais de seis mil anos — o lugar é constantemente visitado por vários arqueólogos e historiadores. Um pouco adiante do Sítio Arqueológico, seguindo por uma estrada de terra que vai pela mata adentro, depara-se com a cachoeira de Cocais, um conjunto de dez quedas d'água que escorregam de uma montanha de pedra de mais de trinta metros de altura, que propor-ciona magnífico espetáculo.

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Educadores falam sobre a necessidade de medidas preventivas a essa agressão que, de uns tempos pra cá, ganhou destaque na mídia brasileira

A questão de comportamento não é um

problema específico da escola, mas sim das

famílias, que não aceitam e não enfrentam situações

complicadas com os filhos.

bullYinGtem sOluÇãO?

LÍDIA SALAZAR

Após a tragédia acontecida no bairro do Realengo, no Rio de janeiro, muito se discute sobre o bullying no ambiente escolar. Crianças e adoles-centes de todas as idades sofrem desse mal, mas as pessoas não imaginavam que vítimas dessa agressão poderiam chegar ao ponto a que Wellington

Menezes chegou, matando 13 alunos da Escola Estadual Tássio da Silveira. Por isso, o Lince conversou com a vice-diretora, Margareth Ferreira Avelar, da Escola Estadual Francisco Brant, e a pedagoga e diretora Valéria Iglésias da Silva Scheid, da Cooperativa de Ensino de Belo Horizonte – COOPEN-BH, para saber quais os métodos mais efica-zes da prevenção do bullying.

A COOPEN-BH não alterou a rotina dos alunos e professores depois do que ocorreu no Rio de Janeiro. Segundo a dire-tora Valéria Scheid, a cooperativa já ado-tava métodos de prevenção ao bullying e destaca as assembleias que são realizadas quinzenalmente no turno da manhã — em que os alunos são adolescentes —, e mensalmente no turno da tarde, que tem alunos menores.

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Junho/2011 17Junho/2011 17

NAYARA CARMO

CASOS DE BULLYINGNa escola estadual, segundo a vice-diretora -Margareth Avelar, houve um caso de bullying, no turno da manhã. Consta que a mãe de uma aluna foi à escola, em fevereiro deste ano, e reclamou que os colegas estavam ‘gozando’ da cara dela. A direção conversou com os alunos da classe, e depois disso “não houve mais reclamações e a socialização da menina está tranquila”.

Houve um caso que veio de outra escola. Uma garota, que está no segundo ano, sofreu bullying em uma escola estadual e veio para Francisco Brant no segundo semestre de 2010. Ela tentou suicídio, faz tratamento de depressão, e é pouco fre-quente. “Há duas semanas que ela não vem à escola — está em tratamento psiqui-átrico, psicológico e tem transtorno bipolar em decorrência desse processo de bullying que sofreu na outra escola estadual”, conta a professora de História. Não se sabe qual o tipo de bullying a menina sofreu, a diretora perguntou para a mãe o que havia acontecido, mas ela disse que sua filha se recusou a contar. Então, a solução foi trocar de escola, “mas o único registro que ela fez foi pedir que olhassem a filha, que tomassem ciência de que ela falta muito, porque vai ao psicólogo, ou que ela entra em crise de depressão, e que a escola acompanhe e repita as provas para a filha”. Segundo a pedagoga da COOPEN-BH, o bullying ocorre com a mesma frequên-cia em todas as escolas, tanto públicas quanto particulares. Principalmente, quando se trata de adolescentes, Valéria costuma dizer “que eles perdem a delicadeza e se tornam mais insensíveis com o próximo”. Para ela, as escolas tinham que abrir mais possibilidades para as crianças dialogarem e se expressarem mais. A pedagoga consi-dera que “a sociedade atual afeta diretamente no comportamento das pessoas, e não só uma má criação pode ser responsável por atitudes como o bullying”. — É um conjunto de fatos que contribuem para ações agressivas e desrespeitosas com o próximo.

Margareth Avelar, vice-diretora na parte da manhã e professora de história no turno da tarde, diz que os alunos são observados dentro da sala de aula. Dependendo do compor-tamento, os pais são comunica-dos. Mas, existe um problema que a escola estadual enfrenta: é que muitos pais não assu-mem as dificuldades dos filhos, mesmo quando comunicados sobre seu desempenho em sala de aula — se o filho está lento ou não acompanha as aulas. Para a vice-diretora, essa ques-tão de comportamento, não é um problema específico da escola, “mas sim das famílias, que não aceitam e não enfren-tam situações complicadas com os filhos”.

A professora ressalta que, mesmo quando os alunos têm problemas patológicos, os pais têm dificuldade de assumir e não vão até a escola fazer um relatório explicando que o aluno tem um determinado problema, e que precisa ser acompanhado. “A Escola Esta-dual Francisco Brant tem uma característica, na qual os nos-

sos alunos dificilmente são novatos: são adolescentes que estudam aqui desde a quinta série”. Quando ingressa algum aluno, este é acompanhado e observado com mais atenção. “A escola está localizada no Caiçara, bairro de classe média, e habitualmente não recebe alunos vindos de aglo-merados ou de comunidades carentes, onde se acredita que existam mais problemas”, afir-mou a vice-diretora.

Outra dificuldade da escola pública, segundo Mar-gareth, é que nem todos os professores são dedicados e fazem um bom trabalho. Para ela, existem aqueles que são referência na escola, mas há outros que deixam a desejar. “Mas há aqueles que são aten-ciosos, observam mais e quando ocorre algum caso grave, passam para a direção da escola”, diz.

MEDIDAS PREVENTIVAS

Na Cooperativa de Ensino há um espaço para os alunos resolverem suas questões, tanto com seus colegas quanto com professores. Isso sempre se dá por meio do diálogo. Para a peda-goga Valéria Scheid, abrindo esse espaço, “a possibilidade de uma ofensa ou humilhação ir adiante, é muito menor, não impede que acon-teça, mas evita que se torne um caso grave”.

A COOPEN-BH dá muita abertura para a conversa, sendo essa uma prática antiga, por-tanto os alunos já sabem que terão um espaço onde poderão colocar o que estão pensando, e isso faz com que muitas situações sejam ame-nizadas.

Para os adolescentes, a cooperativa oferece oficinas de filosofia e três aulas de artes, o que colabora ainda mais para os alunos se expressa-rem. “Quando o menino tem um espaço para criar e colocar o que sente, os problemas são minimizados. As assembleias e os três módulos de artes e a oficina de filosofia contribuem muito para a prevenção do bullying”, explica a diretora.

FAMÍLIAS

Vagas estão abertas,

mas não há profissionais que queiram

assumir a área

pedagógica; além disso,

o cargo para nova diretoria também

está vago, mas ainda ninguém se candidatou e a diretora atual não

quer continuar...

O ensino fundamental da ‘Francisco Brant’ oferece a disciplina de Religião, e no ensino médio, Sociologia e Filosofia — mas essas matérias não são sistemáticas. Marga-reth Avelar explica que, ano passado, fez um projeto que buscava resgatar os valores dos alunos, com cinco temas: infância, adolescência, fase adulta, velhice e morte. “Esse trabalho foi desenvol-vido junto com as disciplinas de Filosofia e Sociologia, sendo que a minha é de His-tória. Não existe uma coisa sistematizada para trabalhar o respeito e princípios educa-tivos. Depende de cada pro-fessor”, afirma.

Na opinião da vice-dire-tora, “disciplinas como Reli-gião, Fi losof ia e

Sociologia não servem para prevenir o bullying”. Para ela, um trabalho de prevenção efetivo precisaria de uma estrutura do governo, que não existe.

— Não temos um aparato do estado para promover esse trabalho; estamos cerceados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e depen-dendo do que o aluno faz, não podemos tomar uma atitude com relação a ele.

Além disso, “quando o caso é muito grave”, afirma a professora, “temos de encami-nhar para o Conselho Tutelar, que também não toma ati-tude, e o aluno acaba v o l t a n d o

com os mesmos problemas para a escola”.

A situação da Escola Francisco Brant é complicada. Na parte da manhã, os cargos de supervisora e orientadora estão vagos. As vagas estão abertas, mas não há profissio-nais que queiram assumir essa área pedagógica. Além disso, o cargo para nova dire-toria também está vago, mas ainda ninguém se candidatou e a diretora atual não quer continuar, pois já está há sete anos no cargo.

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LÍDIA SALAZAR

A origem do bullying vem do inglês bully, valentão. Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicoló-gica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo, “aquele valentão”, ou grupo de indivíduos que têm o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa, normalmente incapaz de se defender. A psicopedagoga Luciana Fon-tes Guimarães esclarece um pouco sobre esse ato de violência, principalmente na faixa etária de crianças até seis anos, além de falar um pouco sobre a postura das famílias diante dessa situação.

Lince – A ocorrência do bullying se dá pela influência de situações vivenciadas dentro de casa?

Luciana – As crianças aprendem a se com-portar através de suas experiências em ambiente sociais. Desde pequena, a criança já demonstra ser egocêntrica, e acha que todos devem fazer aquilo que deseja, como se o mundo girasse à sua volta. Depois de algum tempo, ela começa a desenvolver relações de reciprocidade, de dar e receber, de comparti-lhar, e em tudo isso, acredito que exista uma enorme influência da educação que recebe, primeiramente na família. Se essa ensiná-la a conviver com serenidade, diante dos conflitos, ela irá transferir esse aprendizado para seu con-vívio social mais amplo. Do contrário, a criança vai achar que só conseguirá resolver seus confli-tos agindo com violência e intolerância.

Lince – Crianças menores de seis anos têm a consciência de estarem prati-cando bullying?

Luciana – Até os 2 anos, a criança age sem ter consciência. Nessa idade, quando morde um coleguinha, ela não pode ser rotulada como agressiva, porque ainda está na fase que usa a linguagem corporal para expressar-se. Muitas vezes, ela quer disputar algum objeto ou a atenção de alguém querido, por isso a agressividade se classifica como intencional, apesar de não conseguir verbalizar com fluên-cia. Por volta dos três anos, a criança já começa a conhecer e inserir uma quantidade maior de palavras no seu vocabulário, descobrindo o prazer em brincar e se comunicar com o outro. O egocentrismo começa a desaparecer e ela inicia a socialização. O comportamento agres-sivo intencional ainda aparece esporadica-mente, mas não apresenta uma continuidade. Depois dos quatro anos, conseguimos identifi-car alguns comportamentos de discriminação que podem ter repetidamente o mesmo alvo. Começam a aparecer os conflitos, “paneli-nhas”, provocações e humilhações, e aí sim o bullying aparece efetivamente.

Lince – Como a família pode atuar para prevenir essas situações? Qual é a melhor forma de conscientizar crianças

quanto a respeitar o colega da escola, o primo, ou o vizinho?

Luciana – É através do diálogo e do exem-plo dentro de casa, que a criança irá transferir suas experiências para o exterior da convivên-cia social. Se uma criança de dois anos machuca um coleguinha, ela não deve ser repreendida por isso, mas deve ser sempre orientada sobre o erro que cometeu ao fazer isso. Já na fase dos quatro anos em diante é que os pais devem estar atentos para poder inibir certos comportamentos, antes que ele se instale e seja mais difícil de eliminá-lo. A per-sonalidade da criança forma-se até os seis anos de idade e por isso, toda experiência vivida nessa fase é de fundamental importância. Por mais que, às vezes, possa parecer ineficaz, elogio, afeto, prazer e compreensão tem resul-tados muito mais rápidos e menos estressantes do que bronca, castigo, sofrimento e indife-rença. Na escola podem ser realizadas, tam-bém, atividades que conscientizem os alunos da importância de se conviver bem, sem discri-minação, com respeito e amor.

Lince – Quais são os casos mais comuns de bullying com crianças menores de seis anos?

Luciana – Muitas crianças recebem ape-lidos relacionados a aspectos físicos e de desempenho — gordinho, vara-pau, zarolho, burro, chato, etc. —. A criança muito tímida também pode ser alvo fácil de agressões ver-bais e físicas, e muitas vezes o autor dessas agressões é um colega muito extrovertido, que consegue fazer amigos e liderar um grupo com facilidade.

Lince – Quais são os sinais perceptíveis de uma criança que está sofrendo bullying?

Luciana – Dentre muitos sinais, existem os mais comuns, como: chegar em casa com contusões freqüentes ou com roupas rasga-das; ”perder” dinheiro com freqüência; brigar constantemente com amigos considerados “próximos” antes; dizer que precisa de algo, porque perdeu ou foi roubado; ficar quieto e retraído; ser agressivo com os irmãos; evitar sair de casa; não se dedicar como antes aos estudos; insônia e ansiedade excessiva.

Lince – O Cyberbullying, agressão repe-titiva virtual, também está no alcance das crianças menores?

Luciana – As crianças têm aprendido rápido a lidar com os instrumentos da tecno-logia. A partir dos cinco anos, hoje em dia, ela já começa a ter uma certa liberdade para manusear um computador ou um celular. Existem muitas crianças que ganham esses aparelhos, de presente, logo pequeninas. Se não houver um acompanhamento constante do que essas crianças estão aprontando diante das telas, ela terá uma boa margem para iniciar ou sofrer agressões virtuais.

A ação começa na infância e avança na

adolescência, onde os casos podem ser ainda maiores

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SÉRGIO VIANA

Em junho, alunos do curso de jorna-lismo do Centro Universitário Newton Paiva acompanharam o lançamento do livro “Jornalismo e Sociedade, Questões Contemporâneas”, com artigos acadê-micos de ex–alunos do curso: Admilson Veloso da Silva, Aline Tavares, Ana Clara Otoni Cordeiro, André Silva, Tiago Ono-fre da Silva e Valdir Pereira Ramalho. A publicação, organizada pelos professores Carla Mendonça, Cláudia Chaves Fon-seca, Juniele Rabêlo, Marialice Embo-ava e Sônia pessoa, reúne pesquisas abrangentes com importantes discus-sões teóricas.

Juniele Rabêlo afirma que o livro é fundamental para estimular as pesqui-sas acadêmicas. “É importante valorizar o trabalho que os alunos empreenderam, para que outros alunos tenham mais vontade de fazer os trabalhos de conclu-são de curso.”

O ex- aluno, André Silva, que se for-mou em 2010, atualmente trabalha como editor de um site de esportes e presta assessoria de imprensa a esportis-tas, espera que o livro incentive outros alunos e mostre como são os trabalhos de conclusão de curso. ”Minha parte no livro fala sobre jornalismo literário, conta sobre dois autores de referencia na Amé-rica Latina, Gabriel Garcia Márquez e Mário Vargas Llosa, analisando o traba-lho deles”.

A coordenadora do curso de jorna-lismo, professora Marialice Emboava, uma das organizadoras do livro, reco-nhece que a publicação “é muito impor-tante para despertar nos futuros profis-sionais a reflexão sobre temas sociais”.

Os acadêmicos Paulo Komel, do curso de Jornalismo, e Bárbara Cristina, de Relações Públicas, gostaram de ter acompanhado o lançamento do livro. Segundo eles, foi bom porque fala sobre pesquisa cientifica. “Eu achava que era chato e difícil, mas agora vi que é muito interessante para começar a pensar como vou fazer meu trabalho de conclu-são”, afirma Bárbara.

eX-alunOs lanÇam livrO sObre artiGOs aCadÊmiCOs

E D I T O R A

New ton Pa i vaE D I T O R A

New ton Pa i vaE D I T O R A

ORGANIZAÇÃO

Carla Mendonça

Cláudia Chaves Fonseca

Juniele Rabêlo de Almeida

Juliana Duran Lima

Marialice Nogueira Emboava

Sônia Caldas Pessoa

TEXTOS

Admilson Veloso da Silva

Aline Tavares

Ana Clara Otoni Cordeiro

André Silva

Tiago Onofre da Silva

Valdir Pereira Ramalho

JORNALISMO E SOCIEDADE:

QUESTÕES

CONTEMPORÂNEAS