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Maranduba, 20 de Julho de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 27 Saco das Bananas Berço explêndido da cultura litorânea Foto: Ezequiel dos Santos

Jornal Maranduba News #27

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #27

Maranduba, 20 de Julho de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 27

Saco das BananasBerço explêndido da cultura litorânea

Foto: Ezequiel dos Santos

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Página 2 Jornal MARANDUBA News 20 Julho 2011

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial:

O que o seu filho esta fazendo neste momento?Será que ele está na escola?

Na década de 1970 a eman-cipação dos filhos era aos 17 anos, quando eles prestavam serviço militar ou casavam-se.

Hoje aos nove ou dez anos já são emancipados. Vão a escola sozinhos. Muitos pais acham bonito, alguns acham até chique. Toda essa distan-cia ou a falsa sensação de que os filhos já sabem de tudo fa-zem com que os pais desaten-tos ou acomodados crêem que não precisem ir a escola.

Muitos não perceberam que a falta dos pais na escola tem criado na criança uma emanci-pação disfarçada, com isto, a qualidade do ensino fica preju-dicada, já que a fiscalização por parte dos pais torna-se falha.

A emancipação dos filhos nesta idade é muito propícia a tudo de que não queremos, mas onde estão os pais nes-te momento? Já sei, não tem mais tempo? O horário não dá? A escola que tem de re-solver? Não é problema meu! Blá, blá, blá... Ir a escola em momento nenhum é fazer o aluno pagar mico e sim mos-trar que você gosta dele, que você se preocupa com ele, que você tá lá para ajudá-lo e não humilhá-lo.

Todas as escolas estão abertas aos pais, ele pode ir a sala de aula, ao banheiro, aos

corredores, onde ele quiser e precisar ir. Os diretores e pro-fessores têm chamado os pais à responsabilidade na forma-ção e na criação destes seres.

A escola é a segunda parte da formação mais importante do aluno, é o complemento da primeira, é a fase da transição para o mundo real.

A primeira fase vem de casa, vem do exemplo a ser dado e oferecido. Desde os tempos mais remotos a formação no ambiente familiar tem seu pa-pel muito bem definido. Quer um exemplo claro, que as vezes acontece em sua casa e você não percebeu. Bici-cletas caras, mochilas e tênis de duzentos Reais, celulares com MP3, Bluetooth, Internet, Ipod, fones de ouvido de alta potencia. Agora me diga o que estes aparelhos irão ajudar no aprendizado? Qual é a parte da educação em que estes pa-relhos são importantes?

Ninguém é contra o presen-te de uma criança. Ao que pa-rece é que se dá o regalo para livrar-se de um problema, as-sim cria-se outro tanto para o pai quanto para as outras pes-soas do ambiente escolar.

Você pai quando criança re-cebia as coisas assim de mão beijada? Você com certeza ti-nha ciência do valor das coi-

sas. Eram tempos do “ser” e não do “ter”, com o é hoje. É o excesso do “ter” que fazem surgir os problemas que co-nhecemos.

Na pratica o que posso fa-zer? Vá à escola, acompanhe a entrada e noutro dia a sa-ída dos seus filhos, ligue na escola para ver se ele está lá, observe para quem ele ligou do celular, veja as fotos que ele tirou neste aparelho, veja se ele, ou ela, tem mudas de roupas diferentes na mochila.

Mas o porquê disso? Simples se você não acompanhar seu filho, um traficante vai fazer por você. Vai dar tudo o que você não dá e não faz, princi-palmente atenção e até mes-mo um carinho disfarçado.

Se você gosta de seu filho realmente, basta mentalmen-

te responder quantas vezes você foi a escola conhecer, apoiar, cobrar e colaborar com a escola onde ele estuda?

Quantas vezes ao menos você ligou para saber como ele está e se ele está na esco-la? Você tem o abraçado, res-taurado o prazer de estudar junto com seu filho, ou, a Tv é mais importante, a cerveja, a turma, o bar, etc, é mais im-portante.

Não tenha vergonha de ser pai, ou mãe dele, mas tenha vergonha do que ele vai virar se você não mostrar quem é você neste papel de educar e ensinar. Você com certeza será comparado aos pais que participam, cuidam, acompa-nham e zelam pelo seu maior patrimônio: o filho.

Emilio Campi

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20 Julho 2011 Jornal MARANDUBA News Página 3

Justiça ordena demolição de imóveis em área quilombolaSAULO GIL/IMPRENSA LIVRE

A Justiça federal determinou na última sexta-feira a demolição de mais de 10 imóveis localizados na Praia da Caçandoca e na Praia da Caçandoquinha, região Sul de Ubatuba. As áreas são reconheci-das como quilombolas e abrigam dezenas de famílias remanescen-tes do período escravocrata. Para o Juízo, as novas construções realizadas no entrono das comu-nidades desobedecem à decisão judicial de embargo das áreas.

“Tendo em vista a informa-ção do Incra, da instabilidade ambiental, habitacional e eco-nômica que afeta todas as fa-mílias atualmente residentes no quilombo Caçandoca, bem como no concernente às notícias de invasões, de novas construções, em franca desobediência à deter-minação judicial determino que sejam apurados tais fatos. Assim, designe-se dois oficiais de justiça para que se encaminhem ao local para a apuração de novas cons-truções irregulares, devendo no mesmo ato intimar este (o mora-

dor irregular) para proceder à de-molição às suas expensas, mar-cando dia para constatação de seu cumprimento”, determinou a Justiça Federal.

O presidente da Associação União dos Morros (Caçandoqui--nha), Antonio Antunes de Sá, não soube precisar a data estipulada pelo Judiciário. O líder quilombola ouviu informações dos intimados de que o prazo para as demoli-

ções vence no dia 1º de agosto. No entanto, ele ressalta que a comunidade já está realizando reuniões para saber quais serão as medidas tomadas em relação à decisão judicial.

O vice-presidente da Asso-ciação, Mário Gabriel do Prado, adianta que a comunidade está disposta a resistir ao que ele con-siderou como mais um “desman-do” por parte do poder público

com relação aos quilombolas.“A juíza Mariza Vascolensos

da 1ª Vara da Justiça Federal de Taubaté alega que invasores ocuparam a área do Quilombo Caçandoca, e os mesmos desa-taram o congelamento da área. Tendo em vista que nesta área estão somente quilombolas, e mesmo assim fomos notificados e teremos o prazo de 15 dias para recorrer da sentença ou nossas

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 14 foi apresen-

tado no Salão Nacional de Tu-rismo o projeto que destaca os quilombos do estado de São Pau-lo no evento que é considerado vitrine mundial do turismo étni-co. O trabalho foi apresentado pela empresa Fh Silvino Turismo & Eventos.

“Existem vários quilombos or-ganizados e preparados para re-ceber turistas, e esta ação com certeza poderá levar mais condi-ções de vida e sustentabilidade para as comunidades quilombo-las em todo o país” cita Francisco Henrique Silvino - Presidente da Fh Silvino Turismo & Eventos e da ANTAB.

Dentro do projeto está inclu-so a preparação de profissionais

Turismo Étnico “Rota Zumbi” Quilombos no Salão Nacional de Turismodentro dos quilombos para o seg-mento receptivo; a realização de festividades, comercialização de produtos e fomento e promoção dos quilombos e artesões. Os quilombos do Vale do Ribeira, Itatiba, Ubatuba, Capivari, Pe-rus, serão os primeiros a serem visitados pelo grupo de pesquisa e coordenação da Rota ZUMBI - QUILOMBO á partir de Agosto. A apresentação da agência que estará comercializando os paco-tes turísticos no estado de São Paulo será apresentada no dia 31 de Agosto. Também estão in-tegrados na rota os estados de Pernambuco, Maranhão, Amapá, Porto Alegre, Espírito Santo e Mi-nas Gerais. Em junho passado o Quilombo União dos Morros-Ca-çandoquinha recebeu um grupo

de estudantes da USP. O roteiro realizado pela universidade come-çou em Paraty, depois uma visita a Aldeia Boa Vista em Ubatuba e por fim o quilombo Caçandoca/Caçandoquinha. No quilombo puderam de fato experimentar e curtir as belezas da região. Par-ticiparam de palestras sobre o quilombo, experimentaram o azul marinho, fizeram caminhadas e um passeio de escuna.

O grupo foi organizado pela professora de história da USP Antonia Terra e teve como ob-jetivo a proximidade e o conhe-cimento dos detalhes da vida e luta destas populações. Muitos dos alunos nunca haviam pisado em um território tradicional, seja aldeia, quilombo ou de outros moradores formadores do povo

brasileiro. Segundo a professora, foi um momento ímpar para que esses futuros professores ad-quiram sensibilidade de discutir a história indígena e quilombola

com mais propriedade. Foram também realizadas entrevistas com populações locais para des-cobrir como a sociedade brasilei-ra encara estes povos.

casas irão abaixo. A comunidade de novo se desespera, sem saber qual será o nosso futuro”, opina Mário do Prado, acreditando que a única desobediência à Lei ocor-rida na comunidade faz referência a uma ação individual.

“Temos sim um problema com um quilombola, que acha que é proprietário da área, e fixou uma faixa tentando vender a mesma, mas já foi notificado a retirar a faixa do local, mas não podemos pagar pela loucura dos outros”, ressalta o vice-presidente da As-sociação União dos Morros.

A diligência foi realizada em conjunto com agentes da Dele-gacia da Polícia Federal de São Sebastião. A prefeitura municipal de Ubatuba também foi oficia-da na decisão judicial, para que esclareça quais as medidas que estão sendo realizadas no tocan-te às construções irregulares, o estado de conservação das mora-dias ali existentes e os eventuais problemas de desmoronamento, levando-se em conta o seu poder e dever de fiscalização na cidade.

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Página 4 Jornal MARANDUBA News 20 Julho 2011

ANUNCIE:(12) 9714.5678 - 7813.7563

GLÁUCIA CAVALCANTEAconteceu nos últimos dias

11 e 12 de junho a ultima seletiva para o campeonato paulista de kung-fu 2011, reali-zado na cidade de Leme-SP, no interior de são Paulo. O even-to contou com a presença de muitos atletas do estado, com destaque para os atletas repre-sentantes da Maranduba que conquistaram oito medalhas, sendo 6 de ouro, uma prata e um bronze, garantindo assim a classificação para o campeona-to paulista, que será realizado agora no mês de julho.

A grande surpresa foi a atle-ta Lara Luccas Barreiro (já classificada para o paulistão 2011), e agora convocada para se integrar a seleção brasileira de kung-fu wu-shu, preparando se para o sul-ame-ricano que vai acontecer na cidade Del Leste no Uruguai, onde se encontram os melho-res atletas da America do sul. Estamos muito orgulhosos de ter um representante lá fora e estamos na torcida espera-mos que dê tudo certo, é isso

ai galerinha vamos lá agora é só treinar e os resultados vem com o tempo.

Ficam aqui os nossos agra-decimentos ao senhor Wilson da Banca do Sapé, que nunca mediu esforços para ajudar o atleta e técnico Dragão em quase todos os eventos que participa estar sempre dando um apoio. Nosso muito obriga-do por acreditar que só atra-vés do esporte e educação po-demos criar uma Maranduba melhor e mais segura para os nossos filhos.

O atleta Valdir (Dragão) mi-nistra aulas como voluntário no programa escola da família da E.E. Profº Áurea Moreira Rachou no Sertão da Quina aos sábados e domingos, e de segunda a sexta na academia Cia do Corpo. Você que é ad-mirador desta filosofia orien-tal, venha nos visitar e faça uma aula experimental, com o prof. Valdir (Dragão).

Apoio Ezequiel, Jornal Maranduba News. maiores in-formações contactos 9769 3538 ou [email protected]

Artes Marciais na Região SulPEF ÁUREA

A super população de cães e gatos é um problema que afeta as grandes cidades e também pequenas, em maior ou menor grau. A verdade é que existem mais animais do que lares para acolhê-los. A castração, ao con-trário do que se pensa, é sa-lutar a saúde do animal, pois previne o risco de doenças ute-rinas, câncer de mama, útero, proposta e testículos.

É por isso que a educa-ção ambiental bem como a conscientização dos proprietá-rios de animais e da população em geral, é um dos instrumen-tos que busca o esclarecimento e tomada de decisão no sentido de se pensar globalmente e agir localmente para um planeta sus-tentável. A Ong APASU (Asso-ciação Protetora de Animais da Região Sul de Ubatuba) estará promovendo um projeto de pos-se responsável nas escolas pú-blicas da região.

O objetivo deste projeto é conscientizar as crianças da im-portância da posse responsável, incentivando também a adoção de cães abandonados e infor-mação sobre PARASITOSES.

No mês de Junho, o Programa Escola da Família da E.E.Profª

Áurea Moreira Rachou - Diretoria de Ensino Região Caraguatatuba desenvolveu a ação dentro do Projeto Animal Saudável é o Bi-cho em parceria com a APASU e com o apoio da ESPECIAL DOG, foi realizado o 1ºDesfile de cães, com o objetivo de incentivar a posse responsável. Os critérios de Julgamento foram: 1 estética canina (cuidado canino, pela-gem e dentição), 2- Vestimenta ( originalidade e criatividade), 3- Sociabilidade (dons: pular, sen-tar), respeito com o dono).

Neste evento tivemos a pre-sença da veterinária Márcia, representantes da APSU Sale-te, Adriana e Eliane, membros da diretoria de ensino Janete e Fabrício e a diretora da escola

Eloisa que compuseram a mesa julgadora, todos os 34 inscritos receberam prêmios de partici-pação, foram premiados em 1º lugar Pytti, 2º Niki, 3º Tigrão, 4º Lup e 5º Tayk.

Agradecemos a participação de todos, em especial dos par-ceiros Especial Dog, Rogério Frediani, Bruno César (O jovem do povo) e Rações Gimapa. Nesta primeira fase do projeto foi realizada a palestra nos 3 turnos, a 2º etapa foi o desfile de cães e na 3º fase o concur-so de fotografia que acontecerá em agosto na escola. Convida-mos toda a comunidade para participar das ações do Progra-ma escola da família aos finais de semana das 9:00 ás 17:00hs

Parceria promove 1º Desfile de Cães na Maranduba

JOSÉ RONALDO DOS SANTOSPor insistência de alguns ami-

gos, depois de lerem Ovo do Diabo II (coisasdecaicara.blogs-pot.com), resolvi divulgar o que poderá ser um achado do século para o nosso município. Desde já digo que o mérito é de algumas pessoas que leem, buscam ver um pouco além daquilo que apa-rece e desejam fazer encaminha-mentos para contemplar muitas outras possibilidades (científicas, turísticas etc.). Se não fosse por tais características, tal achado

passaria despercebido como muitos outros que se já ouviu falar no universo dos caiçaras.

De acordo com algumas notí-cias (ver, entre outras, ciencia-mao.usp.br; noticias.terra.com.br ), se considerarmos o achado da Índia, em 01/10/2009, ve-remos muita semelhança nas fotos. Será que o nosso ser caiçara também está próximo dos 65 milhões de anos?

Resta-nos aguardar os enca-minhamentos que serão sabia-mente tomados pelo professor

Jairondirorum littorina

Aziz Nacib Ab’Saber, este gran-de geógrafo nascido em São Luiz do Paratinga, em 24 de ou-tubro de 1924.

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20 Julho 2011 Jornal MARANDUBA News Página 5

No dia 03 de Julho, aconte-ceu o I Torneio de Futevôlei em Caraguatatuba com a par-ticipação de 10 duplas de todo o litoral norte.

Com a impecável organiza-ção do evento por Edno, entre os destaques, deu a lógica: fi-caram as duplas de Ubatuba, que possuem ampla experiên-cia na modalidade, juntamen-te com a de Caraguá. A pre-sença de ambas, no entanto, valorizaram bastante a com-petição, atraindo moradores das proximidades para assistir e torcer.

Placar de Classificação1º Lugar – Chiquinho e Edno

( Ubatuba);2º Lugar – Kleber e Erik

(Caraguatatuba);3º Lugar – Marcio e Marcos

(Caraguatatuba);4º Lugar – Xandeli e Gil (

Ubatuba );As duplas de Ubatuba, agra-

decem o apoio do CT.TRAME, Silvinho Brandão, PETSHOW, KALLSOM e da Secretaria de Esporte e a Carol pela força que deu para está sempre presente no Futevôlei.

Quem interessar em apoiar essa dupla, entrar em contato, nos telefones, (12) 9737-8334 (12) 9108-8110 – Falar com Chiquinho.

I Torneio Futevolei de Caraguatatuba

JOSÉ RONALDO DOS SANTOSEm 1836, pelas informações

dadas por Félix Guisard Filho, em seu livro Achegas à his-tória de Ubatuba, o porto de Ubatuba era muito movimen-tado: quatro sumacas, três es-cunas, um iate, sendo a maior parte deles de proprietários do município, tinham uma regu-laridade em suas atividades.

Os dias eram de prosperi-dade, principalmente pelo de-senvolvimento das atividades agrícolas e pela vida portuá-ria. Também se intensificava o intercâmbio com o inte-rior. Porém, as dificuldades de comunicação com as vilas de serra-acima, provocam o declínio da produção. É de 1853 um ofício da Câmara que diz: “Vários tropeiros já têm procurado outros portos, os quais, apesar de serem longe, não oferecem tanto perigo”. Ou seja, as estradas são pés-simas. Também é dessa época o início da decadência cafeei-ra. Só para comparar, atente--se aos dados da produção/escoamento nos seguintes anos: 1853= 150.000 arro-bas; 1861= 30.000 arrobas; 1886= 5.000 arrobas.

Se bem que apresentasse algumas desvantagens, o por-to de Ubatuba tinha capaci-dade para o desenvolvimento comercial. Entre as desvanta-

Ubatuba no século XIX:aspectos econômicos

gens estava a distância do an-coradouro, foz do rio Acarau, que se achava a meia légua do porto de embarque, tendo que atravessar uma baía de-sabrigada e constantemente agitada, com ocorrências de sinistros. Isso naturalmen-te dificultava o transporte de mercadorias para os barcos (carregamento/descarrega-mento). Ofício de 1852 in-formava: “É má e perigosa a barra desta vila. Muitos preju-ízos têm sofrido no embarque e desembarque dos gêneros (...) O rio é estreitíssimo e cir-cundado de pedras, bancos de areia e, o que é tudo, o mar quase constantemente agita-do de maneira que são inúme-ros os naufrágios que ali tem havido”.

É interessante notar que até o mapa do almirantado inglês da época assinala a possi-bilidade de um corta-rio, ou seja, a desembocadura do rio Grande seria desviado para o Perequê-açu, estando resol-vido dessa forma a formação dos bancos de areia na área portuária.

Na prainha do Padre esta-va localizado o porto propria-mente dito. Por ser pequena, impedia a permanência das tropas de serra-acima, cujo comércio com Ubatuba era constante.

A Escola de Voo Livre Pico agora em Ubatuba, na praia da Maranduba. Aprenda a voar com a gente! Ou se você quiser,faça um voo duplo! Agende uma aula experimental! Contato com o Paulo e Rô,pelos telefones 12 9755-0347 / 82013820

Vôo livre na Maranduba

JOSÉ RONALDO DOS SANTOSDia desses fui ao municí-

pio vizinho de São Luiz do Paraitinga conhecer a cultura do cogumelo. Fiquei impres-sionado com as explicações e as práticas do proprietário (Nelson), um paulistano que, após um período trabalhando no Japão, há nove anos abra-çou o desafio de viver da terra numa relação harmoniosa e tendo lucro.

“Cogumelo é a carne do futuro!”. Nesta convicção o Nelson trabalha e gera em-pregos; apresenta ao homem do campo mais uma alterna-tiva para não deixar o espaço que o gerou. Garante assim a permanência da cultura caipi-ra em lugares inimagináveis

para muitos que só reparam no asfalto. Desses lugares saem os moçambiqueiros, os jongueiros, os membros da cavalhada, a tradição religiosa que atrai tantos turistas para a referida cidade.

Também nesses lugares encontramos os autênticos ecologistas, onde os “teóricos verdes” deveriam ter a curio-sidade para aprender antes de apoiarem qualquer política, qualquer “teoria científica am-plamente testada” ou qualquer patrocinador.

A partir de pequenos exem-plos, das práticas históricas do meu povo caiçara, acredito que o apelo mais ecológico de to-dos é: Salvemos as culturas lo-cais para salvarmos o planeta.

Pequenos passos paraum grande equilíbrio

Parabéns a José Braz e Magda A família agradece a todos que colaboraram para que este dia fosse tão especial. Agradecimento aos valores amigos e homens do Corpo de Bombeiros que abrilhantaram o mo-mento mais especial deste casamento.

JORNALMARANDUBA NEWS

9714.5678ANUNCIE

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Página 6 Jornal MARANDUBA News 20 Julho 2011

EZEQUIEL DOS SANTOSNos últimos dias 11 e 12 de

julho, nove moradores tradi-cionais, mateiros, produtores e técnicos da regiao sul par-ticiparam do 1º Seminário Re-gional do Projeto de Trilhas e Plano de Contingências do Parque Estadual, que aconte-ceu na sede Picinguaba. Par-ticiparam os núcleos de Santa Virginia, Picinguaba e Cunha. Esteve também Bruno Nunes da operadora de turismo Mar e Serra, o pessoal da Monta-na Rafting e Turismo e Edu-ardo de Oliveira Coelho Dire-tor de Turismo de São Luiz do Paraitinga, Carlos Rizzo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ubatuba, Poli-cia Rodoviária Federal, Policia Ambiental, Corpo de Bombei-ros e Defesa Civil. Os traba-lhos foram coordenados pela equipe da Ruschmann Consul-ting da capital.

O objetivo do encontro foi realizar levantamento inicial das condições e atrativos das trilhas, acordar logística de trabalhos de campo, apresen-tar e validar a metodologia proposta, levantar informa-ções sobre riscos, acidentes, incidentes e salvamento. Ficou claro que a idéia era

a preparação das trilhas para o publico da Copa de 2014. Doze trilhas foram escolhidas para a aplicação dos estudos técnicos e projetos executivos a implantação do Sistema de Trilhas e Atrativos do PESM. Da regiao sul só o Corcova-

do foi contemplado, a equipe de Santa Virginia realizou os estudos da parte de cima e a equipe de Técnicos de Turismo Rural, mateiros e alunos de ob-servação de aves realizaram a parte de baixo até seu cume. Na oportunidade os estudos fo-ram apresentados pelo mateiro

e aluno de observação de aves Silas Fileto. A equipe da Rusch-mann fará trabalhos de campo com interpretação do trajeto, diagnósticos, georreferencia-mento e contará com o apoio e colaboração da equipe sul. Foram levantados os atrativos

e as atividades que possam ser exploradas nas trilhas, suges-tões de operação e publico alvo e sobre a gestão das trilhas. A Ruchmann venceu uma licita-ção para realizar os estudos e implantar os sistemas nas em 120 km de trilhas dentro do Parque, para isso convidou moradores, guias, monitores e mateiros para a discussão. A comunidade aguarda que

isto seja mais uma porta que se abre para a geração de em-prego e renda, respeito e bom trato a população que tanto cuidou e preservou a maioria das trilhas por conta de suas histórias e tradições.

Moradores da região participam de Workshop sobre trilhas e atrativos no Parque

Pelo menos quatro associa-ções da regiao sul de Ubatuba foram convidadas pela CATI para a apresentação do Pro-grama Estadual de Microbacias Hidrográficas-Projeto de De-senvolvimento Rural Susten-tável-Acesso ao Mercado que aconteceu no último dia 15 no colégio Capitão Deolindo no centro. Desta vez o foco não foram as questões ambientais mais sim o acesso ao merca-do. Participaram associações de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela, além dos técnicos da CATI.

O programa é um convenio entre o governo do estado e o Banco Interamericano de De-senvolvimento-BID num total de US$ 130 milhões a serem aplica-dos em cinco anos e investidos no acesso ao mercado de pro-dutores rurais, pescadores, ar-tesãos entre outros. O convenio prevê investimentos diretos em iniciativas de negócios de agri-cultura familiares e pescadores artesanais. Nas discussões fo-ram levantados problemas am-bientais como o maior limitante para a produção, seja em terra ou na água (pesca).

Associações são convidadas para apresentação do programa de Microbacias

Falou sobre as organizações de produtores em cooperati-vas e associativismo para or-ganização do setor, de notas fiscais, os problemas de es-tatutos e quem tem direito a participar ou não. No caso dos indígenas e quilombolas, estes já estão inseridos no progra-ma por exigência do BID. O Programa que tem como ob-jetivo a promoção do Desen-volvimento Rural Sustentável de forma a ampliar as oportu-nidades de trabalho e renda, a inclusão social, a conserva-ção dos recursos naturais e o bem estar das comunidades, aumentando a competitivida-de da agricultura familiar e da pesca artesanal.

As associações convida-das foram da Praia Grande do Bonete, Araribá, Sertão da Quina e Maranduba. Para Luciano da Amasq foi muito interessante a apresentação, segundo ele dá para trabalhar no bairro com os artesãos. Foi proposta uma apresentação na regiao sul para que todos possam melhor aproveitar o programa com data ainda a ser anunciada.

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20 Julho 2011 Jornal MARANDUBA News Página 7

Jovens se preparam para a Jornada Mundial da Juventude na Europa

Ubatuba participa doEncontro Nacional da Juventude APNs

EZEQUIEL DOS SANTOSOs jovens Natan Soares, 20,

do Araribá e Letícia Amorim, 22, do Sertão da Quina se preparam para participar da Jornada Mundial da Juventu-de com o Papa Bento XVI que acontecerá em Madrid-Espa-nha nos próximos dias 14 a 24 de agosto. Da diocese par-ticiparão cerca de 10 jovens que embarcarão junto com o Vigário Geral, Padre Alessan-dro e o Padre Ronaldo. Haverá ainda uma reunião para tratar dos detalhes da viagem. Está previsto o embarque em São Paulo com escala no Rio de Ja-neiro e depois Madrid.

Na reunião anterior uma jo-vem de Caraguatatuba com-partilhou a experiência que havia realizado no evento de 2010 na Alemanha. A docu-mentação e as despesas serão custeadas pela paróquia da comunidade em que moram os jovens. Para o roteiro exis-te a possibilidade da visitas a outros pontos de interesse histórico e religioso como Je-rusalém.

Natan e Letícia são coorde-nadores do grupo de jovens junto com Aline e Bruno, as-sessor de comunicação do grupo. Para Letícia participar deste evento é um presente de Deus. “A expectativa é grande, tudo é novo, sabemos que vol-taremos com um outro olhar, é uma experiência de amadure-cimento tanto para a fé quanto para a vida”, comenta a jovem.

Desde que assistiu a visita do Papa João Paulo II pela primei-ra vez na TV em Aparecida do Norte, Letícia sonha em ver o Papa. Conta ela que, a princi-pio não iria fazer a viajem, a indicação era para a jovem Ali-ne Cristina que por incompati-bilidade do período da viajem com o trabalho não poderá ir, passando a vaga para Letícia.

Para Padre Carlos “é uma grande dádiva de Deus ter dois jovens representando todos os outros da comunidade re-cebendo as bênçãos do Santo padre o Papa neste encontro mundial”, Padre Carlos falando da experiência que terão Na-tan e Letícia.

Natan, Letícia (coordenadores) e Pokemom do grupo de jovens

Aconteceu nos últimos dias 14 a 17 de julho, o 1º Encon-tro Nacional da Juventude dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) na Casa do Lago UNICAMP em Campinas (SP). A atividade é voltada para jo-vens da entidade nacional, en-tre 15 e 29 anos, e já é consi-derada uma Conferência Livre, ou seja, todas as propostas aprovadas serão encaminha-das para as etapas da Con-ferência Nacional de Políticas para a Juventude.

De acordo com Nuno Coe-lho, Coordenador Nacional, “o encontro tem como objetivo oferecer um espaço de refle-xão e debate sobre as políti-cas públicas para juventude, a preparação da juventude APNs para o processo das Conferên-cias que acontecem este ano. Também organizar um pla-no de ação da juventude dos APNs para os próximos anos, e assumir compromisso com a campanha nacional contra o extermínio da nossa juventu-de, em especial, a juventude negra que segundo dados é a que mais morre no país”.

A programação foi iniciada com um Passeio Étnico segui-do de uma Caminhada com o tema “APNs na Luta contra o Genocídio e Extermínio da Ju-ventude Negra” pelas princi-pais ruas da cidade, também

ocorreram palestras diversas, oficinas (Comunicação e Mobi-lização, Biodança, Cultura Afro e Meio Ambiente, Capoeira e Hip Hop), grupos de trabalho (Militância e Protagonismo, Fé e Política, Relações de Gênero, Educação e Cultura).

Participou do encontro a Se-cretária Adjunta da Secretaria Nacional da Juventude da Pre-sidência da República, Ângela Guimarães, representantes da Secretaria de Direitos Huma-nos da Presidência da Repú-blica, além de Helcias Pereira, Coordenador Nacional de For-mação e membro do Conselho de Promoção da Igualdade Ra-cial (CNPIR/Seppir).

Nesse encontro, Ubatuba foi representada por cin-co delegados do Quilombo Caçandoquinha: Jaqueline

Antunes Soares (coordena-dora Regional dos Agentes Pastorais Negros-mocam-bo Caçandoquinha, Claudia Antunes de Sá, Wagner Ale-xandre (Gugu), Marisa Alexan-dre Marcolino e Tayna Soares do Prado.

“Com toda certeza, essa ati-vidade contribuiu ainda mais para o fortalecimento da en-tidade nacional e garantirá a organização dos jovens nos núcleos de base para o en-frentamento do racismo, no combate de outras formas de intolerância e opressão da po-pulação negra. Também é o momento de formação de li-deranças, para ficarmos mais motivados e preparados na luta por uma nova história e um mundo justo”, comenta a coordenadora Jaqueline.

Com menos de dois meses de vida a padaria Pão Nosso vem buscando atender a um público regional e específico.

O casal Joel, Marinalva e toda a família vêm agradando os pa-ladares da região com inovações de forno e fogão. Algumas das novidades são pedidos da própria comunidade como a baguete, que agora, toda a tarde vem re-cheada, umas já prontas, outras a pedido do freguês. Claro que al-gumas novidades têm de ser en-comendadas com antecedência.

O conceito de atendimento fa-miliar faz com que proprietários e fregueses pareçam se conhecer a tempos fazendo jus ao ditado “minha família atendendo a sua”.

Para Joel a idéia é que o mora-

Padaria agrada pelo atendimento e novidadesdor aproveite os produtos e que não só o turista seja o grande beneficiado. Com preços acces-síveis e atrativos a clientela vem crescendo consideravelmente. Um exemplo deste crescimento está na qualidade dos produtos, como a massa de pizza, que tão fresca é necessário pedir uma hora antes. Os donos buscaram o segredo desta massa na colônia italiana de Curitiba. Tem ainda as pizzas especiais como a Gal-zone, Panini e Wrap. Novidade é o Batatão, trata-se de um prato que vem 1 kg de batata frita com chedar e mussarela, ideal a ser consumidos por grupos familiares e amigos.

A padaria aceita encomendas de baguetes para festas, aniver-

sários e casamentos. A família Pão Nosso agradece a comunida-de pela compreensão da o esta-belecimento não abrir aos sába-dos pela manhã, mas que a tarde funciona normalmente.

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Página 8 Jornal MARANDUBA News 20 Julho 2011

Saco das Bananas: berço esplendido da cultura litorâneaFotos: Ezequiel dos Santos

EZEQUIEL DOS SANTOSNa baía de mesmo nome

chegamos a praia do Saco das Bananas, uma praia belíssi-ma com apenas 55 metros de areias puras e limpas, praia que não “perau” e que guarda muita história, mistério de sofri-mento do período escravocrata e da especulação imobiliária.

Lá havia cinco ranchos de ca-noas, de frente para o mar, no seu canto esquerdo é possível avistar, por entre as pedras, uma bica de água doce crista-lina, um pouco antes tem um grande degrau mais acima do nível da areia da praia, feito em pedras da própria costeira, aon-de os antigos moradores coloca-vam os cachos de bananas para que o mar não levasse a carga.

Logo acima uma escola que atendia 28 crianças. Ela foi construída em 1973 em área da prefeitura, os professores vi-nham de barco e ficavam a se-mana inteira no local. Em 1993 a escola foi fechada por falta de aluno. Hoje existe ainda a ruína da escola, que está num pon-to privilegiado entre a trilha e o mar.

Para se chegar ao local só de barco ou trilha, nas duas opções é possível o deleite de uma visão bela e majesto-sa. Em meio a mata Atlântica, ainda preservada pelos poucos moradores que lá vivem, exis-tem vestígios reais do proces-so que emoldurou a formação pluriétnica e pluricultural destes povos que mantém a beleza na-tural e histórica do lugar.

Segundo o quilombola Do-mingos Crispim morava lá o Januário, Benedito e Benedic-to Antunes, Sinfronio, Manuel, Luiz Madalena, João Lopez, Gregório, Anastácia Crispim, Teófilo, Estanislau, Araújo, João Araújo, Constantino, Ade-

lino, Paulo, Virgino, Benedito do Morro, Luiz Januário, Be-nedito Antonio, Ermínia e Luiz Antunes, pelos menos são os que ele lembra. Os moradores vivam exclusivamente da pes-ca, da roca, da caca e do arte-sanato. O local merece toda a atenção, tanto do morro quanto da “préia” parece que olhamos um quadro emoldurado pelas roças e florestas.

O som é o dos mais relaxan-tes, se o visitante parar para treinar o ouvido vai observar os reais sons da natureza, daque-

les que os etnoprotetores co-nhecem bem. O olfato também pode ser explorado, pois depois de algum tempo descobre-se o cheiro de cada coisa avistada. Na mão, a terra, o tato sente também as texturas diferencia-das. Não se sabe ao certo quem ficou com que área, mas o mo-nopólio construído por José Antunes de Sá em 1858, ficou aparentemente dividido da se-guinte forma: Marcolino, que ficou com Caçandoca; Izídio no Saco da Raposa e Sinfronio com o Saco das Bananas.

Sintonia entre homem e natureza. Moradores sobrevivem da produção sustentável mantendo as características originais do local

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20 Julho 2011 Jornal MARANDUBA News Página 9

Local ainda mantém usos e costumes dos povos tradicionais

Ao desbravar a exuberante trilha, percebemos em um de-terminado ponto o que foi uma estrada construída de pedra que ligava as fazendas, faci-litando o transporte de mer-cadorias cultivadas no roçado como: cana, mandioca, bana-na e tantas outras especiarias.

Izidio era o que mais defen-

dia os direitos dos escravos. Casado com uma escrava, par-teira da região, ele decretou que o negro que trabalhasse em suas terras teria direito a ela. Da mistura entre os do-nos de fazenda e os escravos, originaram-se as famílias que espalharam-se por todo rema-nescente quilombola.

Na trilha, o silêncio da voz humana é substituído pelo can-to dos pássaros, pelo som dos animais. No caminho folhas e raízes para a cura de vários males, até mesmo o da alma.

Na praia impossível não dei-tar-se sobre suas águas crista-linas, local ideal para descansar o corpo e a alma. O lugar ain-

da é explorado para mergulho, pesca e alguns poucos espor-tes náuticos. Imaginem a noite sobre a luz do luar, os sons, os sabores, o vento no rosto. Re-almente o paraíso tem nome e endereço, chama-se Saco das Bananas e está na região sul de Ubatuba.

A propósito, todo o cuidado

é pouco, respeitar a cultura, a história e a biodiversidade do lugar é importantíssimo, isso só faz com que o paraíso con-tinue a existir, a história possa ser passada a gerações e quem sabe a etnoproteção seja am-pliada e respeitada para sem-pre, podendo assim manter os patrimônios vivos e atuantes.

Árvores centenárias fazem parte da paisagem que embelezam as imediações

Antiga plataforma de pedras utilizada para armazenar bananas

Em sua faze áurea, tonaladas de bananas eram colhidas semanalmente

Capricho da natureza: caminho de conchas faz parte da trilha

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Página 10 Jornal MARANDUBA News 20 Julho 2011

Aldeia Boa Vista recebe especialistas para projeto alternativo de energia elétrica

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 10, três alunos

da FEI, quatro da PUC orienta-dos pelo professor Mario Kawa-no e com o acompanhamento de Irineu Plescht estiveram na Aldeia Boa Vista (Promirim). Lá levantou estudos à implan-tação de uma turbina de ener-gia elétrica movida a água. O projeto prevê patrocínio de uma entidade norte americana e vai atender todas as casas da aldeia. O pré-projeto já foi analisado e aguarda os deta-lhes para o processo legais até a implantação.

Foi realizado visitas as cap-tações de água, seu percurso e as residências. Atualmente existe uma rede de energia que atende somente o posto de saúde e a escola indígena e que desde a construção das novas residências os indíge-nas vêm lutando para terem energia dentro das casas. Os alunos trabalharão em duas frentes, uma na construção

do gerador e outra na insta-lação dos pontos de ener-gia nas residências. A Aldeia encontra-se em 920 hectares distribuídas entre os 160 in-dígenas registrados num total entre 200 indivíduos, segundo o vice cacique Mauro.

Segundo Kawano, serão vá-rias visitas a aldeia para que todos sejam atendidos. Será treinado um de seus membros para a manutenção do equi-pamento. Na chegada houve uma recepção na casa de reza, mais impressionou de fato os professores e alunos foi à despedida, também na casa de reza. Lá todos se emocio-naram e ouviram atentamen-te, em português e em Tupi, as apresentações que tiveram rito reservado em agradeci-mento ao beneficio que muda-rá a vida sofrida dos indígenas.

Para algumas comunidades visitadas anteriormente o pro-fessor informa que o projeto está em andamento e que já

tem alguns materiais para dar prosseguimento a instalação de uma pico-bomba, como no caso dos moradores da Praia do Perez, região sul.

Os especialistas foram con-tatados pelo gabinete do vereador Rogério Frediani--PSDB após realizarem um experimento no Quilombo Caçandoquinha na região sul do município. Para o Presi-dente da Tucanafro, na qual os índios fazem parte, o mo-vimento por mais que pareça um movimento político, “trata--se de um movimento de reco-nhecimento e respeito a este povo invisível de Ubatuba, buscamos de fato as melhorias de que tanto almejamos para estas populações”, comenta o presidente da Tucanafro Mário Gabriel do Prado. O gabinete do vereador Rogério Frediani é quem dá suporte, acompanha e colabora com os especialis-tas na busca de soluções alter-nativas a estas comunidades.

Cacique Mauro Airton recepciona os pesquisadores e integrantes da TUCANAFRO na aldeia Boa Vista

Jornal MARANDUBA News TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678

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20 Julho 2011 Jornal MARANDUBA News Página 11

Cantinho da Poesia

Ciranda da rosa vermelha

Esta flor nasceu para mim, pois assim estava escrito.Eu a cultivo desde botão, neste jardim que é a vida.

Há dias em que a sinto presente, noutros parece um mito.

Ela me ensinou a ver todas as estrelas do firmamento...Como flor etérea, sinto que ela está lá, mas não consigo vê-la.

E, por mais que eu queira, ela não me sai do pensamento.

Sinto como se meu sangue pulsasse nesta minha flor!Sempre lhe dei todo o meu carinho para que não sofresse,Pois flores também têm vida, e a minha todo o esplendor.

Ontem um simples botão, hoje uma flor já madura.Às vezes ela me abrasa, deixa meu corpo em chamas!Com até a alma queimando, faço a sublime loucura:

Lavo com muita água gelada e taco Hemovirtus nela!

Manoel Del Valle Neto

A minha verdadeira história

Deixei tantas coisas para trásna tentativa de um “depois”não revelei a quem merecia,

segredos que me tornasse especial...Eu fui além do instante,

Do tempo que iria fazer a diferença. Busquei promessas das pessoas

que não tinham nada a me oferecer...Apenas o acaso, em palavras sussurradas,

como bandido, roubando a inocência.Eu ouvi, preferi a elas ao invés de lutar,

lutar pelo que eu buscava.Achei serem sonhos coisas fúteis, e,

me perdi ao procura a minha verdadeira história.

Cristina de Oliveira

Valores maternos e religiososque o dinheiro não compra

CRISTINA DE OLIVEIRAHoje relembro os bons mo-

mentos dos encontros religio-sos de minha época e o que minha mãe fazia nestes dias, também das famílias simples e acolhedoras de meu bairro. Ao contrario de hoje, em minha casa, mamãe, pessoa especia-líssima, já nos catequizava ain-da bebezinhos. Eram através das canções de ninar, cantada com sua voz calma e carinho-sa, ensinados através de uma canção de Maria ou às vezes os da Santa Missa. Eu e meus irmãos fomos catequizados por educadores “catequistas” antes de lecionarmos em uma escola aos seis anos de idades. Nesta época as mães nos ensinavam a dar mais valor a palavras, gestos e a fé verdadeira do que mimos materiais.

Não digo que os valores reli-giosos mudaram, as pessoas é que desapegaram dos valores e rituais religiosos, vezes por ignorância, vezes por preguiça, vezes por comodismo.

Lembro da festa que era a Fo-lia do Divino, quando ouvíamos o som do tambor o bairro para-va para recebê-los. Conduzi-los as casas era uma tarefa das criançadas. Todos nos admirá-vamos com o mastro do Divino Espírito Santo cheio de fitas e flores coloridas, “ornadas” por uma pombinha branca. A co-moção era contagiante, mamãe caprichava na limpeza do quin-tal com a sua vassoura de mato amarrada a um “cacetinho” de madeira com cipó. Depois pre-parava uma “chaleira” de café, cuias grandes com farofa de tri-pa de galinha, mandioca frita, batata doce cozida, farofa de chouriço e de torresmo de por-co. Um verdadeiro banquete.

Eram dias de festa. Tínhamos as novenas, era uma romaria de casa em casa, sempre nas semanas que antecedia o natal e ou em dias comemorativos ao santo padroeiro. “Puxavam” o terço e as canções da novena velhos, jovens e crianças, por um grande período havia tu-ristas acompanhando. A casa acolhedora tinha seu “oratório” devidamente preparado com vela, vaso de flores, a Santa Imagem que era levado de casa em casa. Todos os lares tinham oratórios aonde a família se reunia para rezar ao meio dia em ponto, nem mais nem me-nos. No dia de Nossa Senhora eram intensos os fogos de ar-tifício rompendo o céu do meu bairro em alegria pela hora em que sua imagem foi encontrada no Rio Paraíba em Aparecida.

Emocionante era acordar no meio da noite com a visita dos Foliões dos Reizados cantando na porta de minha casa. Con-fesso que ficava deitada quie-tinha com o coração aos pulos, fascinada com aquela apre-sentação tentando adivinhar de quem eram aquelas vozes.

Mesmo sendo tão criança já era algo que comovia, e muito.

Quero aqui agradecer aos meus catequistas, principal-mente ao Tobias que com pa-ciência e muito carinho se dedi-cou por muitos anos a ensinar a fé e a verdadeira religiosidade.

Houve tantos outros momen-tos em que minha mãe dava exemplos dos reais valores, de beleza eucarística e de experi-ência de fé. Fé esta tão presen-te a toda hora, todo momento, em todos os lugares. Fé que respeitava as tradições e impul-sionava a vida e costumes de um povo que hoje é invisível. Que tinham sua medida pelo que era e não pelo que possuía e sua felicidade não era medi-das por coisas e sim por ações de fé.

As mães eram de todos os tipos, todas especiais a seu modo. E que havia sempre duas mães que as ajudavam, a mãe de Deus e a mãe natureza. Será que alguém ao menos se lembra de alguma delas? Se você não dá valor a mãe e aos valores religiosos, como você pode se dizer uma pessoa incorruptível?

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Página 12 Jornal MARANDUBA News 20 Julho 2011

Gente da nossa história: Antonio Inácio “Pinto” - O desbravador do CorcovadoEZEQUIEL DOS SANTOSNascido no dia 17 de dezem-

bro de 1933, Antonio Inácio é mais conhecido no bairro do Corcovado como seu Antonio “Pinto”, mas vamos descobrir o porquê do apelido. Nascido pe-las mãos de sua avó Dita Jordão, que era parteira profissional, foi levantado pelo pé e antes de levar as primeiras palmadas na bunda a avó o viu com os olhos arregalados e digamos, “com a barraca armada”, com o “pas-sarinho duro”, sua avó então olhou para sua mãe e disse: “É filha... esse vai da trabaio pro-cê”. Daí ficou o apelido do qual é chamado até hoje.

Contador de história de mão cheia guarda muitos segredos e mistério que viu ouviu em sua vida, principalmente da mata. Descontraído e comu-nicativo não dá para imaginar o quanto já sofreu para che-gar até aqui. Neto de Jordão Bela e Dita Jordão e filho de Antonio Inácio da Silva e Maria Rodrigues de Jesus têm qua-tro irmãos vivos e um faleci-do. Nasceu na vila da Várzea Grande ao lado do Paraíba, hoje com cinco filhos é casado com Benedita Maria de Jesus. Quando criança veio para o li-toral a pé, cansou de ver os tropeiros descerem a serra e depois subir com mantimen-tos pelos caminhos antigos da região. Lembra que no canto da Praia Dura havia uma “ven-da” que realizava as trocas de mercadorias do litoral com o planalto. As tropas eram de homens com jacá, balaios e sacarias com tudo que se pos-sa imaginar. “Paguei muita gente para descer para mim com porco, capado, cada car-ga tinha 60 quilos mais ou me-nos”, comenta. O mercadão era grande e cheio de sacaria. O que a gente tinha o dono comprava. Eram trocados des-de café, arroz com palha, ar-roz sem palha milho, farinha de milho, arroz amarelo.

Quando moleque, lá no pla-nalto foi pescar pirapitingas no Rio Thomas com os amigos. O rio tinha uns 25 metros de largura, trechos rasos, com a água pelo meio das canelas. Num dos pontos rasos fez um

círculo de pedra colocando al-guns “cóvos” como armadilhas para os peixes, para isto es-pantavam os peixes até a ar-madilha. Num dado momento seu Antonio rodou e caiu num poço, conhecido como Poço Preto, detalhe: nem ele, nem os amigos sabiam nadar. An-tonio ia afundando, mas nos conta que ouvia os amigos apavorados gritando na ten-tativa de resgatá-lo. Comenta que via os peixes brilhando a sua frente. Os amigos já la-mentavam a sua morte, bus-cavam taquara para puxá-lo. Foi então que ele viu uma luz azul no fundo do poço, desta luz uma pessoa o em-purrou com as mãos para o barranco. Seus companheiros enfim o puxou para fora da água, um deles disse: “deita aí pra eu em-purrar a água da sua barriga”, a resposta do afogado foi imediata: “Água de onde? Se eu tô é com sede!”.

Homem trabalhador, há 50 anos chegou a derrubar 10 alqueires de mato para abrir roça e bananal, conta-nos que plantou 11 mil pés de bananas e colhia três caminhões de oito to-neladas cada por mês. Vendia ao Ceasa e trazia no bolso quatro cruzei-ros, que era um dinheirão pra época. Com este dinheiro fazia, a cada três meses, uma “com-praiada” para sua mãe, que não sabia o que era bombril nem sa-bão de pedra, tudo levado nas costas e a pé.

Quando casou passou por maus bocados, ficou tomando de conta das terras do sogro, que vendeu as terras a espe-culadores. O sogro também havia vendido a sua parte, com isso temia perder tudo o que havia construído, foram quatro anos de luta, até que os especuladores deram-lhe um terreno e uma casa, mas as roças, a estrada e outras benfeitorias se perderam.

Há 58 anos seu Antonio abria a picada que leva ao

pico do Corcovado, na época ele trabalhava para o governo abrindo picadas e divisas, nes-te período trabalhou da Cacho-eira dos Macacos até a Mocóca em Caraguatatuba. Abriu a tri-lha no facão, ficou mal feito, mas depois foram arrumando. Lá tinha muito macuco e três qualidades de mono: canhoto, vermelho e Imburiqui. Levou três alemães considerados os primeiros turistas de trilha ao pico. Contrataram seu Anto-nio para procurar diamantes. Do lugar tem varias histórias

e lembranças, diz que era co-mum encontrar perto da “igre-jinha” ninho de urubu, o da crista vermelha, eram valentes e enfrentavam os desbravado-res. Abaixo da igrejinha tem duas lascas de pedras, numa faixa de 25 metros de altu-ra cada uma, que parece ser colocado de propósito subin-do até em cima. O local tinha muita pedra interessante, lem-bra que encontrou uma pedra que tinha “três parmos e meio de artura por uns 40 centíme-tros de largura”, era lapidada, na lateral uma carreira em de-talhes como se fosse dente, era toda roxa e transparente, deram o nome de ametista, parecia o formato de uma igre-ja, pesava uns 35 quilos, mas

a roubaram do lugar. Chegou a procurar o risco branco que tem na pedra, eram três ao lado da trilha. Na expedição o “Santão”- um amigo, achou uma escada de metal na serra.

Para baixo da igrejinha tem um lugar que dizem ser as-sombrado, que só para descer por corda. É uma gruta que tem cachoeira, lá se encon-tra tudo o que não presta e o cheiro é horrível. Em cima do pico tem a estrada que leva a Cachoeira dos Macacos aberta na época do prefeito Lacerda.

A estrada de cima tem um traçado inte-ressante, abri como falecido Zé Henrique. Lá fizemos também um campo para des-cida de helicóptero. O caminho até a Vargem Grande era um “carrei-ro” de caça que dava acesso ao rio Thomaz, da Grama e Valentim. Nessa mata, quando jovem, fui buscar mis-tura pra casa, sentei num lugar para des-cansar e percebi uma sombra se mexendo, era uma onça que ficou na minha frente, cer-ca de seis metros. Era uma pintada enorme, a coisa mais bonita da floresta, que anda sem fazer barulho. Sorte minha que talvez ela estivesse com a bar-

riga cheia e não me atacou. Foi uma das poucas vezes na vida que senti medo. Conhece ainda a Pedra Furada, aonde os escravos bebiam água, a Pedra Rachada, aberta por tropas desde a escravidão e a Água da Onça, aonde a onça vem para matar a sede. “Me alembro do falecido Dito Coe-lho que disse que a Fazenda Corcovado não foi comprada e sim arrematada, tudo por con-ta da fama de ter muito ouro, muita riqueza material”.

Muita gente ficou rica com o Corcovado, lembra que toda a semana tinha gente levando algo até a praia e desembar-cava para a Europa. Cheguei a ver peças de engenho com detalhes e buchas de ouro.

Os alemães traziam as louças finas e trocavam com peças de aço com ouro, diamantes, os relógios de ouros, peças de outros metais preciosos, nin-guém sabia do valor e nem o que era aquilo. Cansei de ver esta cena.

Toda semana, pelo me-nos um dia ou dois, a noite ouvíamos um barulho es-tranho na mata como um “Bum!Bum!Bum!. Naquela época a gente mijava do lado de fora da casa, não tinha banheiro, numa dessa resolvi ir atrás do barulho. Chamei meu cunhado Alcides Alves Coelho e “fomo” ver de onde vinha o barulho. Catei minha espingarda, chamei outros companheiros e fomos “pas-sar fogo”nessa assombração. Apontamos a cartucheira pro barulho e “passemo fogo”, a pólvora tomou conta do lugar: “desta veiz matemo assom-bração”, o silencio tomou con-ta do lugar. Fomos no outro dia ao lugar e voltemo quase cagado de medo. Eles se de-param com um buraco enor-me de sete metros de profun-didade e dois de boca. Havia na parte do fundo do poço um pote de barro e uma bola de ouro enorme. “Filho lá tinha de tudo garrucha de ouro, diamante, colares, pedras pre-ciosas, tudo coisa da época da princesa Izabel. Era muita ri-queza e muito mistério”.

Diz ainda que as coisas apa-reciam e num piscar de olhos sumiam, principalmente as coisas que brilhavam. Sons que vinham de lugar nenhum. Seu Antonio gosta de uma boa prosa e muitas coisas ainda não puderam ser escri-tas, considerado etnoprotetor por pesquisadores e cientistas sérios ainda é tachado como criminoso ambiental por conta de seu patrimônio e conheci-mento. Infelizmente, diz ele, bandidos são outros e não nós que vivemos no mundo real. A conversa foi muito boa e mais uma vez tive o privilégio e a honra de estar lá, frente a frente, com um dos últimos desbravadores de nossa pátria a quem realmente agradeço por este dedinho de prosa.

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20 Julho 2011 Jornal MARANDUBA News Página 13

As Escolas Técnicas (Etecs) de São Paulo divulgaram na última quarta-feira (12) a classificação geral do vestibulinho do segundo semestre deste ano. A primeira lista de convocação foi divulgada na quinta-feira (14). As matrícu-las tiveram início na sexta-feira (15). As listas de classificação geral podem ser conferidas no site das Etecs www.vestibulinho-etec.com.br/classificacao/ ou na escola em que o candidato pre-tende estudar.

Na nossa região, 15 escolas técnicas oferecem um total de 4.120 vagas. Atibaia (120 va-gas), Caçapava (320 vagas), Cachoeira Paulista (280 vagas), Caraguatatuba (120 vagas), Cruzeiro (520 vagas), Cunha (40 vagas), Guaratinguetá (440 vagas), Jacareí (240 vagas), Lorena (240 vagas), Pindamo-nhangaba (560 vagas), Potim (40 vagas), São José dos Cam-pos (440 vagas), São Sebastião (240 vagas), Taubaté (240 va-gas) e Ubatuba (280 vagas).

Veja o cronograma das Etecs para divulgação de listas de convocação e ma-trícula:

18 e 19 de julho - 2ª lista de convocação e matrícula

20 de julho - 3ª lista de con-vocação e matrícula

21 de julho - 4ª lista de con-vocação e matrícula

22 de julho - 5ª lista de con-

vocação e matrícula Ao todo, mais de 190 mil can-

didatos se inscreveram para concorrer às 64.287 vagas ofe-recidas em 78 cursos técnicos das Etecs. Há três novos cursos: multimídia, produção de áudio e vídeo e vestuário. O curso técni-co de logística da Etec de Embu, que iniciou suas atividades no segundo semestre de 2010 , foi o curso com maior procura de candidatos. Foram 673 inscritos para disputar as 40 vagas no período da noite - relação de 16,83 candidatos por vaga.

Confira documentos ne-cessários para matrícula:

Quem se inscreveu no ensino técnico deve preencher e assi-nar requerimento de matrícula fornecido pela Etec. Se o can-didato tiver menos de 16 anos, no momento da matrícula, ca-berá a seu responsável legal assinar o documento. Todos os candidatos devem levar cópia simples com apresentação do original da cédula de identidade (RG) e duas fotos 3x4 recentes e iguais.

Quem fizer ou já tiver con-cluído o ensino médio regular, deve levar cópia simples com apresentação do original do his-tórico escolar com certificado de conclusão do ensino médio; ou documento original da decla-ração de conclusão do ensino médio, firmada pela direção da

escola de origem, contendo a data em que o certificado e o histórico serão emitidos; ou do-cumento original da declaração que o candidato está matricula-do a partir da 2ª série do ensino médio.

Quem fizer ou já tiver con-cluído o ensino de Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou o Exame Nacional para Certifica-ção de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) deve levar cópia simples com apresen-tação do original do histórico escolar com certificado de con-clusão do ensino médio ou do-cumento original da declaração de conclusão do ensino médio, firmada pela direção da escola de origem, contendo a data em que o certificado e o histórico serão emitidos ou da declaração de que está matriculado a partir do segundo semestre da EJA ou cópia simples com apresenta-ção do original de dois certifica-dos de aprovação em áreas de estudos da EJA ou boletim de aprovação do Encceja, emitido e enviado pelo MEC ou certificado de aprovação do Encceja em d uas áreas de estudos avaliadas, emitido e enviado pelo MEC, ou documentos que comprovem a eliminação de no mínimo quatro disciplinas.

Candidatos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Mé-dio (Enem) devem levar certifi-

cado ou declaração de conclu-são do ensino médio, expedido pelos institutos federais ou pela Secretaria de Educação do esta-do correspondente.

O candidato que ingressou no Sistema de Pontuação Acrescida pelo item escolaridade pública, se convocado para matrícula, deverá, obrigatoriamente, levar a cópia simples com apresen-tação do original da declaração escolar ou do histórico escolar, contendo o detalhamento das séries cursadas e o nome da escola, para comprovar que cursou integralmente da 5ª a 8ª série ou do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em institui-ção pública municipal, estadual ou federal.

Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 3471-4071 (capital e Grande São Paulo) e 0800-772 2829 (demais localidades) ou pelo site da Etec- www.vestibulinho-etec.com.br/classificacao/

Etecs divulgam classificação do vestibulinho 2º semestre

No último dia 15, o verea-dor Rogério Frediani - PSDB de Ubatuba, o deputado Fer-nando Capez e Pedro di Carle foram recebidos pelo Secreta-rio Chefe da Casa Civil Sidney Beraldo.

O secretario estadual é amigo pessoal do vereador e braço direito do Governador Geraldo Alckmin. Considera-do o segundo homem mais importante do estado Beraldo é deputado eleito e a convite do governador assumiu a casa Civil. Foi prefeito e presiden-te da câmara estadual onde atuou de forma marcante.

A visita se deu por conta do convite de Capez, que tem bom relacionamento dentro do governo paulista. Na pau-ta vários documentos foram

Vereador Rogério Frediani é recebido na Casa Civilprotocolados pelo vereador, desde melhorias à saúde até questões de meio ambiente, passando pela geração de em-prego e renda, ações foram propostas ao vereador pela população do município.

A conversa que durou cerca de duas horas foi descontraída e muito produtiva. Beraldo co-nhece as realidades de Ubatuba e muito ajudará nas melhorias propostas diz Frediani. “Te-nho de estar lá (no governo) solicitando melhorias já que o melhor prefeito de Ubatuba é o governo do estado” afirma o vereador se referindo as obras realizadas e as que estão em andamento no município, aon-de têm as placas do governo estadual dando detalhes das obras.

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Página 14 Jornal MARANDUBA News 20 Julho 2011

Curto e Grosso...Em Lisboa Ministro brasileiro em visita

oficial a ministro português. Concluída a parte formal, o português convidou o brasilei-ro para jantar em sua residên-cia.. O ministro daqui espan-tou-se com a bela vivenda do de lá, em bairro chiquérrimo, com piscina, vasto jardim e garagem repleta de carrões.

- Com um ordenado que não chega a cinco mil euros, como é que você conseguiu tudo isto? Já eras rico antes de en-trar para o governo? O minis-tro português sorriu, chamou o brasileiro para uma janela:

- Estás a ver aquela auto--estrada?

- Sim.- Pois ela foi construída por

100 milhões, mas, na verdade, só custou 90..., entendeu?

- Sim. Em Brasília

Semanas depois, o brasilei-ro retribuiu a cortesia e convi-dou-o para jantar em sua resi-dência: um palacete com 3000 m2, varandas voltadas para o poente, jardins orientais, pis-cinas em cascata, quadra de tênis, campo de futebol- socie-ty, heliporto e um corpo de 55 empregados. Pasmado, o por-tuguês não acreditava no que viam seus olhos e gaguejou:

- Como é possível um ho-mem público manter uma mansão assim?

O brasileiro levou-o à janela:- Está vendo aquela rodovia?- Não.

Explicação perfeitaUma universitária cursava o

sexto semestre da Faculdade. Como é comum no meio uni-versitário, pensava que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza.

Tinha vergonha do fato de

seu pai ser de direita e, por-tanto, contrário aos progra-mas e projetos socialistas que previam dar benefícios aos que não mereciam e impos-tos mais altos aos que tinham mais dinheiro.

A maioria dos seus professo-res tinha afirmado que a filo-sofia de seu

pai era equivocada. Por tudo isso, um dia, deci-

diu enfrentar o pai. Falou com ele sobre o mate-

rialismo histórico e a dialética de Marx,

procurando mostrar-lhe que estava errado ao defender um sistema tão injusto como o da direita.

No meio da conversa o pai perguntou:

- Como vão as aulas? - Vão bem, respondeu ela.

A média das minhas notas é 9, mas me dá muito trabalho consegui-las. Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.

O pai prosseguiu: - E a tua amiga Sônia, como

vai? Ela respondeu com muita

segurança: - Muito mal. A sua média é

3, principalmente, porque pas-sa os dias em shoppings e em festas. Pouco estuda e algu-mas vezes nem sequer vai às aulas. Com certeza, repetirá o semestre.

O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:

- Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coorde-nador do curso para que se-jam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sônia.

Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura

aprovação de vocês duas. Ela indignada retrucou: - Por quê?! Eu estudei muito

para conseguir as notas que tive, enquanto a Sônia bus-cava o lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive seja, simplesmente, dado a outra pessoa.

Seu pai, então, a abraçou carinhosamente, dizendo:

- Bem-vinda à Direita!

O “Quinto dos Infernos”Durante o século 18, o Brasil

Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portu-gal.

Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da pro-dução. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de “O Quinto”.

Esse imposto recaía princi-palmente sobre a nossa pro-dução de ouro.

O “Quinto” era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam ...

“O Quinto dos Infernos”. E isso virou sinônimo de

tudo que é ruim.A Coroa Portuguesa quis,

em determinado momento, cobrar os “quintos atrasados” de uma única vez, no episódio conhecido como “Derrama”.

Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de “Inconfidência Mineira”, que teve seu ponto culminan-te na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tri-butário IBPT, a carga tributá-ria brasileira deverá chegar ao final deste ano de 2010 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.

Ou seja, a carga tributária

que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfi-dência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmen-te “dois quintos dos infernos” de impostos...

Para que? Para sustentar a corrupção??

os mensaleiros?? o Senado com sua legião de “direto-res”, a festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar nos 3 poderes (executivo/legislativo e judiciário).

Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do “quinto dos infernos” para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa.

E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente!

SinceridadeUma senhora vaidosa per-

gunta a um senhor sincero:- Que idade o senhor me dá?- Bem.... pelos cabelos, dou-

lhe 20 anos, pelo olhar 19, pela sua pele 18, e pelo seu corpo 17 anos!

- Hummm, mas como o sen-hor é lisonjeador!

- Nada disso, sou sincero... Agora espere que vou fazer a soma.

Page 15: Jornal Maranduba News #27

20 Julho 2011 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Uma história de AmorComo qualquer mãe, quan-

do Karen soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era uma me-nina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer a gravidez se desen-volveu normalmente.

No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contração. Entretanto, surgiram algumas complica-ções e o trabalho de parto de Karen demorou horas.

Todos discutiam a necessi-dade provável de uma cesa-riana. Até que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal. Com a sire-ne no último volume, a ambu-lância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hos-pital Saint Mary. Os dias pas-saram.

A menininha piorava. O mé-dico disse aos pais: ”Prepa-rem-se para o pior. Há pou-cas esperanças”. Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral. Alguns dias atrás estavam ar-rumando o quarto para espe-rar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros.

Enquanto isso, Michael, to-dos os dias, pedia aos pais que o levassem para conhecer

CurtasFesta na Praia Grande do BoneteA comunidade da Praia Grande do Bonete convida a todos para a Tra-dicional Festa de Nossa Senhora de Santana que se realizará no pró-ximo dia 23 de julho em frente a Capela do bairro com inicio as 20 horas. A festa começará com uma novena e depois danças e musicas regionais brasileiras abrilhantarão o evento. Consertada parece que não vai faltar. Bom mesmo vai ser o encontro familiar e alegre costu-meiro daquele povo.

Grupo Saíras de mulheres do Bonete expõem trabalhos arte-sanaisCom um grande encontro de mulheres no próximo dia 21, a partir das nove da manhã, as mulheres da Praia Grande do Bonete se reunirão para organizar a mostra de seus trabalhos para o dia da festa de Nossa Senhora de Santana, dia 23. O trabalho é realizado por 14 mulheres em parceria entre a associação do bairro e voluntário da capital. Vale muito a pena participar.

ParabénsAssociação de Moradores e Amigos do Sertão da Quina, através de sua diretoria vem parabenizar o sr. Secretario Munipal de Esportes, Fabio Medeiros, pelo seu trabalho e prestabilidade em atender a nossa região sul, Fabio juntamente com o diretor de esporte do Estado de São Paulo Carlos Marcelo Pistoresi, estão disponibilizando para nossa região vários projetos sociais voltados para a área esportiva. Os dois estiveram na região conhecendo e fotografando os espaços para me-lhor atender e executar o projeto. Nós da diretoria da AMASQ, estamos a disposição do Sr. Secretario para colaborar no que for necessário as melhorias propostas para a nossa região. Desde já, desejamos-te sucesso no seu secretariado e a comunidade da região sul de Ubatuba agradece.

Nota de PesarAssociação de Moradores e Amigos do Sertão da Quina vem por este meio comunicar o falecimento de Wladimir Silva, um amigo que em tão pouco tempo como morador do Sertão da Quina se tornou atuante na nossa associação, acreditamos que Wladimir partiu para uma nova vida. Temos a certeza de que voce esta em um lugar muito especial. Que os anjos de deus conforte os corações dos familiares, sua esposa, filhos, irmãos e amigos. Amigo Wladi, descanse em paz.

Arraial do OsmarAcontece na Praça de Eventos da Maranduba , nos dias 22 e 23 de julho , o II Arraiá do vereador Osmar. Haverá Shows ,barracas típicas e muitas outras atrações. A grande festa julina começará às 18:00h. Contamos com a presença de todos.

Convocatória A Associação Cultural e Esportiva de Capoeira Berimbau Mundo, com sede na Rua Mercury, nº 213 Bairro Seis Marias – Ubatuba – SP. – CEP: 11.680.000, Convoca a todos para assembléia de aprovação e eleição de sua diretoria no dia 31 do corrente mês em sua sede às 10:00 horas.

ParceriaRegional Sul executa serviço de lim-peza em trilha na Praia do Simão e agradece a parceria com a associa-ção quilombola.

a sua irmãzinha: - “Eu eu que-ro cantar pra ela” - ele dizia. A segunda semana de UTI en-trou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela. Michael continuava insis-tindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não eram permitidas na UTI.

Entretanto, Karen decidiu. Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva. Ela vestiu Micha-el com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insis-tiu: - “Ele não irá embora até que veja a irmãzinha!”.

Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a bata-lha pela vida. De-pois de alguns se-gundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pe-quenininha: - “Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...”

Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabi-lizou. Karen encorajou Micha-el a continuar cantando. “Você

não sabe, querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora...”

Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave. “Con-tinue, querido!”, pediu Karen, emocionada. “Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços... “O bebê começou a relaxar. “Can-te mais um pouco, Michael.” A enfermeira começou a chorar.

-”Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa fe-liz mesmo quando o céu está escuro... Por favor, não leve o meu sol embora...” No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em pou-cos dias foi para casa.

O Womans Day Magazine chamou essa história de “O

milagre da canção de um irmão”. Os médicos cha-maram simplesmente de “milagre”. Karen cha-mou de “milagre do amor de Deus”.

O Amor é incrivel-mente poderoso.

“Que a paz esteja com você hoje. Que você tenha a certeza de que está

exatamente onde de-veria estar.

Que você se sinta feliz por ser filho de Deus. Que a Sua presença suporte o seu corpo e permita à sua alma cantar, caminhar ao sol, pois ele brilha para todos nós”.

Autor Desconhecido