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SETÚBAL JORNAL MUNICIPAL. julho | agosto | setembro 2012 .ano 12.n.º 46 pág. 8 Muralhas a caminho da classificação nacional Feira garante êxito págs. 12 e 13 Azeitão requalifica centro histórico Fórum está de volta! O Dia de Bocage e da Cidade ofereceu a Setúbal um novo centro de artes. O velhinho “Luísa Todi” reabriu moderno, com todas as condições técnicas e de conforto para a realização dos espetáculos mais exigentes págs. 4 a 7 Novas cores do Forte da Bela Vista estreitam laços de vizinhança União renova bairro págs. 14 e 15 págs. 10 e 11

Jornal Municipal Jul|Ago|Set'12

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Edição de julho, agosto e setembro de 2012

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Page 1: Jornal Municipal Jul|Ago|Set'12

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.julho | agosto | setembro 2012.ano 12.n.º 46

pág. 8Muralhas a caminho da classificação nacional

Feiragaranteêxito

págs. 12 e 13

Azeitão requalificacentro histórico

Fórum está de volta!O Dia de Bocage e

da Cidade ofereceu a

Setúbal um novo centro

de artes. O velhinho

“Luísa Todi” reabriu

moderno, com todas

as condições técnicas

e de conforto para a

realização dos espetáculos

mais exigentes págs. 4 a 7

Novas cores do Forte da Bela Vista estreitam laços de vizinhança

Uniãorenovabairro

págs. 14 e 15

págs. 10 e 11

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2SETÚBALjulho|agosto|setembro12

Setúbal - Jornal Municipal

Propriedade:

Câmara Municipal de Setúbal

Diretora: Maria das Dores Meira,

Presidente da CMS

Edição: DICI/Divisão de Comunicação

e Imagem

Coordenação Geral: Sérgio Mateus

Coordenação de Redação: João Monteiro

Redação: Hugo Martins, Manuel Cordeiro,

Marco Silva, Susana Manteigas

Fotografia: Mário Peneque, Gonçalo Pereira,

Rui Minderico

Paginação: Humberto F.

Impressão: Daniel & Lino, Lda.

Redação: DICI - Câmara Municipal

de Setúbal, Paços do Concelho,

Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal

Telefone: 265 541 500

E-mail: [email protected]

Tiragem: 15.000 exemplares

Distribuição Gratuita

Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornalpodem ser enviadas ao cuidado da redaçãopara o endereço indicado nesta ficha técnica.

informações úteis

sumário

edit

oria

l

CâMARA MUNICIPAL

Paços do ConcelhoPraça de Bocage265 541 500 | 808 200 717 (linha azul)Gabinete da Presidê[email protected] de Administração Gerale Finanças | [email protected] da Participação Cidadã[email protected]

Edifício da Praça do BrasilPraça do Brasil, 17265 547 900Departamento de Cultura, Educação,Desporto, Juventude e Inclusão SocialDepartamento de Recursos Humanos

Edifício SadoRua Acácio Barradas, 27-29265 537 000Departamento de Ambiente e Atividades Econó[email protected] de Obras [email protected] de Urbanismo

Gabinete de Apoio ao ConsumidorPraça Almirante Reis265 534 086

Gabinete de Apoio ao EmpresárioAv. Belo Horizonte– Escarpas de Santos Nicolau265 545 [email protected]

SEI – Setúbal, Etnias e ImigraçãoRua Amílcar Cabral, 4-6265 545 177 | Fax: 265 545 [email protected]

Gabinete da JuventudeRua Amílcar Cabral, 12265 236 168/[email protected]

TURISMO

Casa da Baía de SetúbalCentro de Promoção TurísticaAv. Luísa Todi, 468265 545 010 | 915 174 442

Posto Municipal de Turismo - AzeitãoRua José Augusto Coelho, 27 212 180 729

Loja municipal “Coisas de Setúbal”Praça de Bocage – Paços do [email protected]

ESPAçOS CULTURAIS

Biblioteca Pública MunicipalServiços CentraisAv. Luísa Todi, 188265 537 240

Polo da Bela VistaRua do Moinho, 5265 751 003

Polo Gâmbia, Pontes e Alto da GuerraEstrada Nacional 10, Pontes265 706 833

Polo de S. JuliãoPct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)265 552 210

Polo Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão212 188 398

Fórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 61-67265 522 127

Cinema Charlot – Auditório MunicipalRua Dr. António Manuel Gamito265 522 446

Museu de Setúbal/Convento de JesusGaleria de Pintura QuinhentistaRua do Balneário Dr. Paula Borba265 537 890

Museu do Trabalho Michel GiacomettiLg. Defensores da República265 537 880

Casa BocageArquivo Fotográfico Américo RibeiroRua Edmond Bartissol, 12265 229 255

Museu Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11Vila Nogueira de Azeitão212 188 399

Casa do Corpo SantoMuseu do BarrocoRua do Corpo Santo, 7265 534 402

EQUIPAMENTOSDESPORTIVOS

Complexo Piscinas das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 729 600

Piscina Municipal das PalmeirasAv. Independência das Colónias265 542 590

Piscina Municipal de AzeitãoRua Dr. Agostinho Machado Faria212 199 540

Complexo Municipalde Atletismo de SetúbalEstrada Vale da Rosa265 793 980

Pavilhão Municipal das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 739 890

Pavilhão João dos SantosRua Batalha do Viso265 573 212

UTILIDADE PÚBLICA

Loja do CidadãoAv. Bento Gonçalves, 30 – D265 550 200Balcão CMS: 265 550 228/29/30

Piquete de água 265 529 800Piquete de gás 800 273 030Eletricidade 800 505 505

URGêNCIAS

SOS 112Intoxicações217 950 143SOS Criança808 242 400Linha Saúde 24808 242 424Hospital S. Bernardo265 549 000Hospital Ortopédico do Outão265 543 900Companhia Bombeiros Sapadores265 522 122Linha Verde CBSS800 212 216Bombeiros Voluntários de Setúbal265 538 090Proteção Civil265 739 330Proteção à Floresta117Capitania do Porto de Setúbal265 548 270Comissão Proteção Criançase Jovens de Setúbal265 550 600PSP265 522 018GNR265 522 022

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Muralhas a caminho da classificação nacional

Feiragaranteêxito

págs. 12 e 13

Azeitão requalificacentro histórico

Fórum está de volta!O Dia de Bocage e

da Cidade

ofereceu a

Setúbal um

novo centro de artes.

O velhinho

“Luísa Todi” reabriu

moderno, com todas

as condições técnicas

e de conforto para a

realização dos

espetáculos

mais exigentespágs. 4 a 7

Novas cores do Forte da Bela Vista estreitam laços de vizinhança

Uniãorenovabairro

págs. 14 e 15

págs. 10 e 11

4 PRIMEIRO PLANO O Fórum Municipal Luísa Todi foi devolvido a Setúbal como centro de artes dotado das mais modernas condições. A reabertura foi o ponto alto das comemorações do Dia da Cidade.8 LOCAL As muralhas da cidade aguardam classificação nacional como Monumento de Interesse Público. Em Azeitão, o centro histórico de Vila Nogueira prepara-se para receber uma obra de requalificação.12 FESTAS A Feira de Sant’Iago voltou a pulverizar os recordes de visitantes desde que se realiza nas Manteigadas, agora com 410 mil entradas registadas. Muitas outras festas animaram o verão no Concelho.14 PLANO CENTRAL O novo azul do Forte da Bela Vista melhorou o exterior das casas e o interior das pessoas. Esta obra do projeto “Nosso Bairro, Nossa Cidade” fortaleceu as relações de vizinhança.16 AMBIENTE A construção de um golfinho humano na Figueirinha fomentou a proteção da comunidade de roazes. Uma campanha apelou às boas práticas com os resíduos dos estabelecimentos comerciais.17 TURISMO A gastronomia esteve em alta, com festivais a proporem soluções inovadoras para as sardinhas e o marisco. Um protocolo passa a utilização e exploração do Moinho de Maré para a Autarquia.18 FREGUESIA Arranjos urbanísticos recuperam um espaço público na Quinta do Bom Pastor, em S. Simão. A entrada do Faralhão, no Sado, e uma rotunda na Reboreda, Anunciada, foram alvo de requalificação.19 DESPORTO A substituição do piso do Pavilhão Municipal das Manteigadas permite a prática de mais modalidades. Uma prova de natação no rio Sado juntou mais de quarenta populares de diversas idades.20 CULTURA O regresso ao Fórum Municipal Luísa Todi é a principal novidade desta edição do Festroia, entre os dias 21 e 30 de setembro. O Eurovision Live Concert e o festival FUMO deram música à cidade.22 EDUCAçÃO O novo ano letivo é marcado por mais escolas básicas com obras de melhoramentos, no Faralhão, Viso e Amoreiras. O verão foi também tempo para miúdos e graúdos participarem em ateliers.23 ACADEMIA A Escola Superior de Tecnologia está a desenvolver um projeto de aproveitamento das gorduras para produção de biodiesel. Duas alunas estudam formas de livrar as águas de xenobióticos.24 RETRATOS Luís Páscoa é um dos pastores que conduzem rebanhos de ovelhas em Azeitão, para produção do afamado queijo. Com 28 anos, contraria uma tendência de envelhecimento na pastorícia.25 INICIATIVA Uma loja de roupa feminina, onde também se pode beber um chá, ler um livro ou ouvir música, revive o espírito “retro”. O espaço está instalado em pleno Troino, conferindo novos usos ao bairro. 26 MEMÓRIA A indústria conserveira, fecunda no início do século XX, é revivida em Setúbal. Uma cidade protegida pelos azulejos e onde uma rua presta homenagem a um mais famosos pintores decoradores.28 PLANO SEGUINTE A Casa da Cultura prepara-se para abrir as portas como espaço multiartístico. O Convento de Jesus deve entrar em obras de requalificação ainda este ano, graças à intervenção da Autarquia.

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edit

oria

lO 15 de Setembro, Dia de Bocage e da Cidade, celebrou-se, em 2012, num momento particularmente importante para a cultura setubalense.Depois de alguns anos de obras de remodelação, foi reaberta a nossa mais importante sala de espetáculos, o Fórum Municipal Luísa Todi.Nesta cidade de atores, artistas plásticos, cantores, músicos, poetas e escritores; nesta cidade onde a atividade cultural é, primordialmente, uma emanação popular, uma emanação profunda do saber e da vontade das suas gentes, sentimos especial orgulho por devolver aos setubalenses e azeitonenses uma sala integralmente renovada e modernizada.Sentimos que cumprimos o nosso dever, que cumprimos os compromissos que assumimos com os nossos cidadãos e sentimos, com cada vez mais intensidade, que a nossa cidade avança rapidamente na consolidação do seu reposicionamento como uma das mais importantes cidades portuguesas.

Uma cidade dotada de gente capaz e sabedora, dotada de equipamentos culturais qualificados e qualificadores, de uma completa gama de serviços à disposição dos cidadãos e que fazem dela o grande polo urbano do que se convencionou chamar a margem sul do Tejo.Setúbal é das cidades do país com melhor qualidade de vida, o que pode, aliás, ser comprovado por indicadores estatísticos objetivos e credíveis que apresentam a real dimensão desta terra.Indicadores nas áreas da cultura, das acessibilidades, dos transportes, do saneamento básico.Indicadores que, esses sim, mostram a nossa realidade objetiva

e que não podem ser contrariados por pseudoestudos resultantes de umas quantas opiniões, cujo número é absolutamente irrisório perante a massa de mais de 120 mil habitantes deste concelho.Como sempre, é, porém, dentro das nossas portas que há mais dificuldade em reconhecer o que somos e o que sabemos. Temos uma crónica propensão para nos flagelarmos por tudo e por nada. Por isso é tão necessário, todos os dias, relembrar que Setúbal é um mundo. Um mundo onde cabem muitos talentos, onde existe património cultural e natural incomparável. Onde se situam algumas das mais importantes empresas do país e que mais contribuem para a riqueza nacional.Precisamos de ter cada vez mais orgulho no que somos. De ter mais e mais vozes a levar pelo país fora, pelo mundo fora, o que temos para oferecer.Cada setubalense e azeitonense tem de ser um ativo divulgador da sua cidade e do melhor que ela tem. Tenho a certeza de que será fácil.Afinal, quem não concordará que temos na Arrábida um extraordinário património natural, que temos um fantástico estuário, com comunidades únicas de golfinhos, e uma das mais belas baías do mundo que levam o nome da nossa cidade bem longe?Que temos, cada vez mais, excelentes equipamentos culturais, variadas atividades para oferecer, bom peixe, boa gastronomia, bons restaurantes?Que temos uma verdadeira cidade, que desejamos sem muros nem ameias, como cantava Zeca Afonso, na sua Utopia?Apelei, no Dia de Bocage, a todos os setubalenses e azeitonenses para que se transformem em divulgadores da terra que amam. Repito aqui esse apelo, para que chegue mais longe, a mais gente que quer e sabe valorizar a sua terra.Não peço que concordem connosco em tudo, nem peço que não nos apontem erros, falhas, desvios involuntários de percurso. Não é isso que queremos.Estaremos sempre dispostos a ouvir, a incorporar nas nossas práticas as sugestões, as ideias justas que resultam da participação empenhada e criativa de todos os cidadãos.O que queremos é que se juntem a nós nesta interminável tarefa de elevar cada vez mais alto o nome da nossa terra.A cidade que todos amam. Que não trocariam por qualquer outra.

Orgulhono que somos

Setúbal avança rapidamente na consolidação

do reposicionamento como uma das mais importantes

cidades portuguesas

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

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oObra

em nome da cultura

A nova página da história do Fórum Municipal Luísa Todi é feita de modernidade.

Uma intervenção escultórica, à entrada e no interior, evoca a memória da diva setubalense.

A principal sala de espetáculos de Setúbal abriu portas a uma programação cultural

eclética com condições nunca antes oferecidas aos artistas e ao público

Aimponência arquitetónica aumenta e des-lumbra a cada passo mais próximo do renova-do Fórum Municipal Luísa Todi. Os traços do antigo edifício da década de 60, inseparáveis da memória coletiva setubalense, misturam--se numa simbiose harmoniosa com elemen-tos estruturais modernos.Um olhar rápido e de imediato se vislumbram grandes mudanças no imóvel, a começar pela entrada principal, agora no alçado poente, la-deada pela bilheteira, com utilização exterior e interior, e por um elevador panorâmico, para acesso ao balcão.No exterior, uma zona de estadia apela a mo-mentos de convívio antes dos eventos cul-turais, arranjo circundado por um espelho de água e com uma intervenção escultórica alusiva à cantora lírica setubalense, elemento que pretende ser uma referência visual com ligação ao edifício e à cidade. A escultura, obra bidimensional com três metros de altura em aço inoxidável, é inspirada numa gravura de Luísa Todi.No foyer, elementos em ferro formam um fluxo narrativo do percurso da cantora lírica, com informação alusiva a todos os sítios que se renderam à diva setubalense Luísa Todi.Estas obras, do artista Sérgio Vicente, com um custo total de 35.300 euros, foram doa-das pela Fundação Buehler-Brockhaus, no âmbito de um protocolo de colaboração com a Autarquia.A zona de cafetaria continua no mesmo lo-cal, num desnível sob a entrada da sala, agora também com instalações sanitárias adap-tadas, com uma pequena zona de venda ao público e um espaço com atividades lúdicas e educativas para crianças durante os eventos.Ouve-se um sinal sonoro. Dez degraus sepa-ram o foyer da sala de espetáculos, totalmen-te forrada a madeira, ainda a cheirar a nova, para um melhor aproveitamento acústico.Dos 634 lugares disponíveis, 398 são na pla-

Espaço de encontro privilegiado dos grandes momentos da vida social e artística da cidade e uma das mais significativas memórias coletivas dos setubalenses, o edifício do Fórum Municipal Luísa Todi conta com mais de meio século de história.O espaço, inaugurado em 1960, substitui um edifício do final do século XIX, considerado uma joia da arquitetura de interiores, batizado como Teatro Rainha D. Amélia e que, após a implantação da República, passou a designar-se Teatro Avenida, em 1911. Quatro anos depois, recebeu o nome de Cineteatro Luísa Todi.A degradação do imóvel obrigou à sua substituição pelo atual, inaugurado em 1960, adquirido pela Câmara Municipal de Setúbal em 1990, passando a designar-se Fórum Municipal Luísa Todi. Agora, meio século depois, o espaço reabriu com novas condições.

Meio século a criar públicos

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As novidades abundam no renovado Fórum Municipal Luísa Todi. Novos espaços foram criados enquanto outros, modernizados e adaptados às exigências legais, alargam o leque de valências do equipamento cultural.

Janelas panorâmicasA sala polivalente tem duas janelas, para

momentos de convívio e de lazer, viradas

a sul, com vista sobre o Sado e Troia, e a

poente, da qual se avista a Arrábida e a

Avenida Luísa Todi.

PlaygroundA brincadeira também tem espaço no Luísa Todi. O novo playground, instalado numa ponta do foyer, tem mobiliário pensado para as crianças, literatura infantil e juvenil, livros para colorir e jogos didáticos.

Espaço multiusosO edifício tem mais um andar, uma sala polivalente para espetáculos intimistas, com capacidade máxima para 132 pessoas, apetrechada com um espaço de cafetaria para uma utilização quotidiana.

ExpositoresNo alçado norte, onde também há uma entrada de acesso ao foyer, foram colocados sete novos expositores para a divulgação das várias iniciativas e eventos culturais a dinamizar regularmente no equipamento.

FoyerPara estar antes e depois dos espetáculos, o foyer conta com espaços de exposição, uma área de venda de merchandising e zona de bengaleiro. Aqui, é também possível ir à bilheteira e apanhar o elevador de acesso ao balcão.

CafetariaO mesmo espaço com melhores

condições. A área de cafetaria continua

num desnível sob a entrada da sala, agora

dotada de instalações sanitárias adaptadas

a pessoas com mobilidade reduzida.

RégieA unidade nevrálgica para a realização

de espetáculos foi ampliada e conta com

novos sistemas. É ladeada por quatro

cabinas de tradução, para a realização de

eventos internacionais, uma nova valência

do equipamento.

Sala principalCom um total de 634 lugares, 398 na

plateia, mais inclinada e adaptada a

pessoas com mobilidade reduzida, e 236

no balcão, a sala de espetáculos, forrada

a madeira, tem cadeiras com tampos

destacáveis.

Escultura A cantora lírica setubalense é evocada numa intervenção escultórica com dois elementos, uma imagem bidimensional de Luísa Todi, no exterior, e um fluxo narrativo alusivo aos sítios onde a diva atuou, no interior.

teia, agora com carpete azul e com inclinação de piso mais acentuada e dotada de acessos a pessoas com mobilidade reduzida. Já o bal-cão, com 236 cadeiras, é acessível por duas escadas laterais e elevador.

Artes com vista

A nova régie está acompanhada de quatro ca-binas de tradução, para apoio à realização de eventos internacionais, enquanto o teto, ori-ginal, foi restaurado e dotado de um sistema de climatização.O palco cresceu quase dez metros em profun-didade e conta com uma área de chão amoví-

vel para acesso a um subpalco, o que possibi-lita outro tipo de soluções cénicas. Na frente foi criado um fosso de orquestra com capaci-dade para 55 músicos, permitindo uma maior diversidade de espetáculos. Com o alargamento da área de palco foi pos-sível reformular a zona de camarins e salas administrativas, distribuídas ao longo de seis pisos, e criar, no último andar, uma sala poli-valente para espetáculos de menor dimensão.Esta nova área, com uma grande janela virada a sul, que permite aproveitar a vista sobre o estuário do Sado e a península de Troia, e uma varanda a poente, para a Arrábida, tem uma lotação de 60 lugares na configuração de café-

-concerto e 132 em plateia. A sala polivalente, a que se pode aceder por um elevador interno, inclui um pequeno espaço de café-pastelaria, proporcionando uma utilização diária.

Luz realça edifício

A fachada norte, voltada para a Avenida Luísa Todi, onde se localizava a antiga entrada, está agora totalmente forrada a pedra, com vitri-nas de exposição novas, enquanto no lado nascente foram instaladas duas escadas ex-teriores independentes para saída de emer-gência.De noite, o contorno luminoso da volume-

tria do exterior do edifício, anteriormente a néon, mantém viva, agora a LED, uma das imagens de marca do Fórum Municipal Luísa Todi.O projeto “Ampliação e Modernização do Fórum Municipal Luísa Todi”, do Programa ReSet – Regeneração Urbana do Centro His-tórico de Setúbal, representa um investimen-to global de 4 milhões, 279 mil e 461,71 euros, montante comparticipado com uma taxa de 65 por cento por fundos comunitários ca-nalizados através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

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prim

eiro

plan

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O Fórum Municipal Luísa Todi re-abriu oficialmente a 15 de setem-bro, ponto alto das comemorações do Dia de Bocage e da Cidade, mais amplo e dotado de condições téc-nicas e de conforto renovadas, com uma programação cultural ambi-ciosa no horizonte.“A conclusão desta obra complexa é um momento de grande e incontida emoção. Devolvemos à população se-tubalense o mais importante espaço de cultura integralmente renovado e am-pliado, mais moderno e confortável”, salientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira.A preservação da arquitetura ori-ginal do imóvel foi uma das princi-pais premissas da obra, mantendo viva a memória de várias gerações e projetando novos públicos. “Po-díamos ter optado por demolir o que cá estava e fazer novo. Não escolhe-mos esse caminho porque com o novo evaporam-se memórias e passados preciosos.” O Fórum Municipal Luísa Todi, re-forçou, “não podia perder as carac-terísticas mais puras, mais simples e harmoniosas que marcam indele-velmente o traçado do grande passeio público da cidade [Avenida Luísa

Cidade recebe centro de artes

Palco de sonhos cantados

e representados, o Fórum Municipal

Luísa Todi é devolvido aos setubalenses com condições renovadas

de utilização. Um recital lírico

reabriu o equipamento

Homenagem a funcionáriosO renovado Fórum Municipal Luísa Todi reabriu as portas no dia 14, à noite, para uma sessão especial de-dicada aos trabalhadores da Câmara Municipal.“Pelo empenho e pela dedicação” na concretização do ambicioso pro-jeto, Maria das Dores Meira su-blinhou que os funcionários da Autarquia “deviam ser os primeiros a ter o privilégio de ver o requalificado Fórum”.Na antestreia da sala de espetácu-los, com a exibição, tal como no dia

to: “A Autarquia, por si só, terá difi-culdades em pôr a andar uma progra-mação mais exigente. É fundamental que existam outros apoios.”O diretor do Fórum Municipal Luísa Todi, João Pereira Bastos, afirmou

Todi]”, constituindo um “elemento indispensável da paisagem urbana setubalense, ponto de encontro para partidas e chegadas, para sonhos can-tados e representados no palco onde, afinal, o que se vê e ouve é a vida”.Perante uma sala praticamente lo-tada, a presidente da Câmara Muni-cipal recordou o “complexo percurso” da obra de modernização do edi-fício, enaltecendo os esforços e as inúmeras iniciativas conjuntas para a angariação de fundos e os con-tributos mecenáticos. “Dedicámos muitas horas de trabalho, com alegria e ansiedade, e fizemo-lo com muitos amigos e amigas.” A presidente da Liga dos Amigos do Fórum Municipal Luísa Todi, Hele-na Matos, considerou que o esfor-ço “valeu a pena para fazer renascer o Fórum”, até porque “Setúbal está num momento de grande criatividade e dinâmica cultural, de criação e fide-lização de novos públicos”.

Programação ambiciosa

O Fórum Municipal Luísa Todi “conta com uma gestão artística exi-gente mas aberta às necessidades da comunidade local”, adiantou Maria das Dores Meira, lançando um rep-

que “Setúbal está a avançar para a criação de um centro de artes que ver-dadeiramente merece”.Um recital com a soprano Elisabete Matos, cantora lírica reconhecida internacionalmente, acompanha-

da inauguração do edifício original, em 1960, de “Os Dez Mandamentos”, filme de Cecil B. DeMille, foram ho-menageados seis funcionários mu-nicipais que dedicaram as carreiras profissionais ao antigo Fórum Luísa Todi.A emoção invadiu o palco e a plateia, principalmente com a homenagem a José Duarte Gonçalves, o “Sr. Zé do Fórum”, que, com 82 anos de vida, dedicou 48 a zelar pela sala de espe-táculos.Antes da cerimónia, José Gonçalves

confessava receio sobre o momento em que iria subir ao palco para re-ceber o tributo da Autarquia. “Tenho algum medo por causa do coração”, desabafou, instantes antes de entrar pela primeira vez na “bonita” e reno-vada sala.A dedicação do “Sr. Zé do Fórum” foi tanta que até a mulher, Maria dos Reis Esteves, igualmente antiga fun-cionária e homenageada na cerimó-nia, chegou a “ganhar raiva ao Fórum”, pois o marido “trabalhou tanto que quase se esquecia que tinha família”.

da pelo pianista Nuno Vieira de Almeida, marcou a reabertura do “Luísa Todi”, na qual participaram ainda o Teatro do Elefante e a Jazz Class Dámsom.Depois do festival de cinema Fes-

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Dia dedicado à exaltação de Setúbal

troia, o Fórum Luísa Todi recebe, a partir de outubro, um conjunto de iniciativas com o envolvimento de associações locais. Em janeiro começam as programações quadri-mestrais.

O ator Fernando Luís e o músico Manuel Freire foram duas presenças na sessão solene evocativa do Dia de Bocage e da Cidade, a 15 de setembro, marcada pela entrega de medalhas honoríficas a en-tidades e personalidades do Concelho.Fernando Luís, o primeiro na cerimó-nia a ser agraciado com o título, na clas-se Cultura, manifestou o orgulho em ser setubalense, lembrando que tudo o que aprendeu foi nesta cidade, tendo frequentado a Academia Luísa Todi e o Teatro Animação de Setúbal.Na mesma classe, foi condecorado o professor e artista plástico António Gal-rinho, que apelou à prática do “volunta-riado cultural”. Já o professor e investi-gador João Reis Ribeiro, impulsionador da Associação Sebastião da Gama, con-fessou esperar continuar a fazer aqui-lo que sabe e gosta. A título póstumo, foram agraciados o músico Ariovisto José Valério e o padre diocesano Manuel Frango de Sousa.Na classe Desporto, a lista de homena-geados contemplou o árbitro de futebol João Ferreira e o professor e treinador de natação Pedro Vale.Em Ciência e Tecnologia as distinções foram atribuídas à Fundação Escola Profissional de Setú-bal, ao Instituto Po-litécnico de Setúbal e aos agrupamentos verticais de escolas Luísa Todi e Ordem de Sant’Iago, estas representadas pe-los presidentes, que elogiaram os investi-mentos feitos na área da educação. Nas arcadas dos Paços do Concelho, atua-ram as tunas “Tunatal” e “TunavesT”, destes dois agrupamentos.Na classe Comércio, o empresário João Maria da Silva Lopes, conhecido local-mente por “João Belezas”, foi homena-geado, postumamente, com a Medalha de Honra da Cidade. Em Associativismo e Sindicalismo as distinções foram atri-buídas à Associação de Paraquedistas de Setúbal, à Associação José Afonso e ao Centro Jovem Tabor. Ao receber a medalha, o presidente da Associação de Paraquedistas de Setúbal quis “incluir na distinção a gente da Bela Vista”, onde está localizada a sede há 25 anos. “Deixaram há muito de ser visita e passaram a fazer parte da família.”Cravos vermelhos, o entoar de “Grân-dola, Vila Morena” e a presença de Manuel Freire, autor da música “Pedra Filosofal”, tornaram a condecoração da Associação José Afonso (AJA) num dos momentos altos da cerimónia. Manuel Freire desejou que se continue a fazer

“um esforço para manter viva a chama que Zeca acendeu”.Na mesma classe, Duarte Caldeira foi condecorado pelas missões que tem desempenhado no âmbito da proteção civil.Além da homenagem aos 45 funcio-nários municipais aposentados entre setembro de 2011 e agosto deste ano, a sessão solene contou com a assinatu-ra do protocolo de cooperação entre os municípios de Setúbal e de Aksakovo, na Bulgária.A finalizar a sessão solene, no Salão Nobre, atores do Teatro Animação de Setúbal recitaram poemas de Bocage. Seguiu-se uma visita à Casa da Cultura.Num discurso emotivo, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, deixou um apelo aos setubalen-ses e azeitonenses para “que se transfor-mem em divulgadores da terra que amam”.Tarefa que passa pela exaltação de valo-res naturais, como a Serra da Arrábida e o Estuário do Sado, culturais e econó-micos, onde estão localizadas “algumas das mais importantes empresas do país e que mais contribuem para a riqueza na-cional”, referiu.“Esta é uma terra de gente trabalhado-

ra, que gera riqueza”, afirmou, lembrando os poetas, pintores, cantores, escritores e desportistas que Se-túbal “deu ao mundo”.O esforço do Muni-cípio na estratégia de criação e recupera-ção de equipamentos

culturais tem, cada vez mais, resultados visíveis, como a reabertura do Fórum Municipal Luísa Todi, um “momento particularmente importante para a cultu-ra setubalense”.As comemorações do Dia de Bocage e da Cidade começaram no Parque Urbano de Albarquel, com uma “Regata da Baía do Sado em ‘Banheiras’ e Insólitos”. Vinte embarcações lançaram-se à água. No mesmo espaço, decorreu a segunda edição do “EcoBeats”, música em prol da ecologia.A meio da tarde, a Banda da Capricho Setubalense atuou no coreto da Avenida Luísa Todi. Dali para o Salão Nobre dos Paços do Concelho, as Comemorações Bocagianas receberam mais uma ce-rimónia de entrega de prémios do XIII Concurso Literário Manuel Maria Bar-bosa du Bocage. Esta iniciativa da LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, com o apoio da Autarquia, premiou An-tónio Barroso, na categoria Poesia, Ma-ria de Fátima Bica, em Conto, e Vânia Pimenta, Revelação.

Apelo feito a todos os setubalenses para que se transformem em divulgadores da sua terra

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A limpeza de vidros e a substituição de lâmpa-das em quatro dezenas de candeeiros públi-cos instalados na Baixa comercial, realizadas em julho, permitiram melhorar as condições de iluminação e aumentar a segurança nesta área da cidade.A intervenção liderada pela Câmara Munici-pal de Setúbal, num investimento superior a seis mil euros, incidiu em luminárias coloca-das no chão e nas fachadas de imóveis em vá-rias ruas de uma área entre a Praça de Bocage e a zona do Quebedo.

Iluminação melhorana Baixa

A constituição de 72 lotes no Bairro do Grito do Povo – 71 lotes de habitação e um de co-mércio –, numa área total de cerca de 18 mil metros quadrados, foi aprovada em reunião pública a 4 de julho, pela Câmara Municipal de Setúbal.O Bairro do Grito do Povo, localizado na fre-guesia da Anunciada, foi construído há cer-

Grito do Povo com loteamento

As muralhas medieval e seiscentista de Setú-bal estão em vias de classificação como Mo-numento de Interesse Público pelo IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquite-tónico e Arqueológico, distinção que atesta o valor cultural destes elementos históricos.O processo de classificação, após a emissão de um parecer favorável do Conselho Nacional de Cultura e de um período de trinta dias de con-sulta pública, fases processuais já concluídas, aguarda agora a homologação oficial, com a publicação da decisão final em Diário da Re-pública.O valor patrimonial e cultural das muralhas, torres, portas, cortinas e baluartes do Centro Histórico de Setúbal enquanto testemunho arquitetónico e técnico da memória militar foi um dos critérios para a proposta de distinção, na qual foi definida uma zona de proteção de 50 metros dos bens a classificar.

Uma alteração ao Plano Diretor Municipal (PDM) na zona da Mitrena, referente ao Par-que Industrial Sapec Bay, introduz quatro no-vas medidas com o intuito de rentabilizar e valorizar esta área económica de Setúbal. A alteração ao instrumento urbanístico im-plica a reformulação da delimitação dos es-paços verdes de proteção e enquadramento, que passam de 84,05 para 68,16 hectares, as-segurando, desta forma, uma zona tampão de proteção e enquadramento à área adjacente sob jurisdição da Reserva Natural do Estuário do Sado.Um total de 29,76 hectares de espaços in-dustriais vão ser reconvertidos em áreas de terciário T2, enquanto é reservado um “es-paço-canal” para um novo ramal ferroviário no parque industrial, além de se assegurar a possibilidade de alargamento do atual ramal ferroviário de apoio à fábrica de papel da Por-tucel.A alteração implica, igualmente, a adição ao regulamento do PDM de normas que incre-mentam a defesa ambiental, permitindo, ainda, a instalação e ampliação de atividades de gestão de resíduos no âmbito das utiliza-ções admitidas no parque.A alteração ao PDM, aprovada em reunião pú-blica de 18 de julho, tem como finalidade fa-zer um aproveitamento racional de um espa-ço dotado de um conjunto de infraestruturas relevantes para o acolhimento de atividades económicas e assegurar uma maior renta-bilidade os elementos essenciais do sistema logístico no Concelho.A adoção desta medida tem como estraté-gia promover uma maior sustentabilidade do território, favorecendo a concentração de unidades industriais em áreas adequadas para o efeito em vez de uma ocupação indus-trial disseminada pelo território.

Muralhas aguardam classificação nacionalVestígios e traços das muralhas medieval e seiscentista setubalenses, com torres, portas, cortinas e baluartes, estão em vias de classificação como Monumento de Interesse Público. O processo de proteção e valorização cultural deste património no Centro Histórico está na reta final e aguarda homologação oficial

Os elementos em vias de classificação refle-tem, de igual modo, critérios de autentici-dade, originalidade e exemplaridade que as-sumem um valor patrimonial e de relevância cultural de âmbito nacional.A atribuição da classificação de Monumen-to de Interesse Público das muralhas, torres, portas, cortinas e baluartes constitui um im-portante contributo para a preservação da memória do perímetro fortificado medieval e abaluartado seiscentista e fomenta a compre-ensão da evolução histórica da cidade.

Defesa terrestre e marítima

A primeira estrutura de defesa da outrora vila de Setúbal foi edificada no reinado de D. Afon-so IV para travar os ataques de pirataria e corso. O complexo defensivo comportava cinco portas e 13 postigos, abertos em diferentes épocas.

PDM alterado rentabiliza zona industrial

A muralha medieval, do século XIV, integra as portas de São Sebastião, a única ainda existen-te, de Évora, de Santa Catarina, da Vila e Nova, vários postigos, a grande maioria igualmente já desaparecida, cortinas e torres.À época da Restauração da Independência, o sistema defensivo da costa marítima foi to-talmente reestruturado, quer com a edifica-ção de novas fortalezas e baterias, quer com a reconstrução ou ampliação de algumas que haviam sido edificadas na centúria anterior. Em Setúbal construíram-se os fortes de Al-barquel e Outão para reforçar a linha de fogo da fortaleza filipina e foram projetadas as novas muralhas da vila, concluídas em 1696, com 11 baluartes e dois meios baluartes. Atualmente subsistem alguns postigos me-dievais, bem como parte da estrutura seiscen-tista, bastante abalada, contudo, com o terra-moto de 1755.

ca de trinta anos em terrenos municipais e financiado pelo antigo Fundo de Fomento de Habitação (FFH), de forma a resolver o problema da falta de habitação e erradicar os bairros de barracas existentes junto do Forte Velho.A Associação de Moradores do Grito do Povo, constituída na altura, ficou com a responsa-bilidade de receber, durante trinta anos, uma prestação mensal de cada sócio e proceder ao pagamento do financiamento junto do FFH, atual Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).Para a transição dos lotes aos respetivos mo-radores é necessário haver concertação de todas as partes envolvidas, ou seja, do IRHU enquanto credor das prestações, da associa-ção de moradores na qualidade de responsá-vel pelo pagamento ao instituto e da Autar-quia proprietária dos terrenos.

A operação consistiu na limpeza de vidros e na substituição de lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão, a grande maioria com mais de dez anos, ações que garantem uma maior luminosidade da via pública sem au-mento de consumos energéticos.Foram intervencionadas luminárias nas ruas Antão Girão, Pereira Cão, Dr. Paula Borba, Álvaro Castelões, Luís de Camões, dos Cor-reeiros, dos Almocreves e José António Ja-nuário da Silva e no Largo Doutor Francisco Soveral.

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loca

l Lazer aproxima cidade do rio

A pressa não tem lugar na nova área urbana de referência da cidade. Na requalificada Praia da Saúde há espaços para momentos de lazer e para a

prática desportiva. De dia ou de noite, o tempo também é de convívio, em família ou com amigos, sobretudo no café-esplanada com vista para o Sado e a Arrábida

As atividades no Mercado Social, pla-taforma logística e de abastecimento de lojas sociais em construção no Bairro da Bela Vista, são dinamizadas pela Associação Jardim de Infância “O Sonho”, no âmbito de um contrato de comodato celebrado com a Câma-ra Municipal.O Município de Setúbal, enquanto proprietário da fração ocupada pelo Mercado Social, entrega àquela as-sociação as competências para o fun-cionamento do equipamento, desti-nado ao desenvolvimento de ações de apoio local e auxílio comunitário.“O Sonho” é uma instituição particu-lar de solidariedade social que realiza atividades de ação social e desen-volvimento comunitário, sobretudo nas valências de creche e jardim de infância e no acompanhamento de beneficiários de Rendimento Social de Inserção. A criação do Mercado Social, um in-vestimento de quase 200 mil euros integrado no programa RUBE – Re-generação Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente, permite aumen-tar o reaproveitamento de recursos, numa gestão partilhada entre a Au-tarquia e instituições particulares de solidariedade social do Concelho.O futuro equipamento, com a função de entreposto social de bens e servi-ços, tem como objetivo a captação e o armazenamento de bens não perecí-veis, como vestuário, material esco-lar, móveis e eletrodomésticos, para posterior distribuição.

A circulação pedonal tem prima-zia na zona nascente do Bairro do Troino, um dos mais caracte-rísticos do Centro Histórico, em fase final de requalificação ur-bana, com obras de beneficiação de arruamentos e substituição de infraestruturas de água e sanea-mento.A reorganização do tráfego ro-doviário e o reordenamento do estacionamento automóvel, tra-duzidos em diversas medidas, são ações consideradas fundamentais nesta intervenção, com conclusão prevista para outubro.O estacionamento de viaturas será interdito dentro do Bairro de Troino e a circulação automó-vel apenas se procederá sem res-trições na Rua Frei Agostinho da Cruz, num troço da Rua João Eloy do Amaral, na Praça Teófilo Braga e no Largo do Carmo, zonas onde é facilitado o parqueamento.Todas as travessas do bairro es-tarão apenas abertas à circulação

Peões com prioridade no Troino

Contrato desenvolve Mercado Social

Articulada com o traçado do pas-seio, num percurso linear com uma extensão aproximada de 260 metros, uma ciclovia, ladeada de árvores, na grande maioria pi-nheiros bravos, já é utilizada por muitos cicloturistas num percur-so na frente rio. O café-esplanada, instalado numa zona central da área requalificada, com vista panorâmica para o rio e a serra, tem sido um dos principais pontos de interesse dos utilizado-res deste espaço, em momentos de festa e confraternização.Um monumento em homenagem

Espaços de estadia e recreio, zo-nas ajardinadas e um café-espla-nada fazem parte da requalificada Praia da Saúde, a nova área urbana de lazer na frente ribeirinha de Setúbal, local de eleição para mo-mentos de convívio e lazer.“Devolvemos aos setubalenses boa parte da identidade sadina. O pas-seio ribeirinho da Praia da Saúde, por tantos anos praticamente veda-do, está de novo aberto a todos”, fri-sou a presidente da Câmara Muni-cipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, a 23 de junho, na cerimónia de inauguração do novo espaço.

ao navegador, oferecido à Autar-quia pelo comendador Luís Fili-pe Gomes, integra a paisagem da Praia da Saúde, obra do artista se-tubalense José João Besugo. Na Praia da Saúde há ainda áreas ajardinadas amplas e uma plata-forma de estadia na zona próxi-ma do areal. A reposição da praia urbana não pode ser realizada na plenitude “por força das indeléveis marcas que os antigos estaleiros dei-xaram”, assinalou Maria das Dores Meira. “Ainda que nem todos seja-mos responsáveis, todos pagamos duramente os custos do abandono

pedonal, o mesmo sucedendo nas ruas Fran Paxeco, António Maria Eusébio, 26 de Setembro e 19 de Abril, bem como na maior parte da Rua João Eloy do Amaral. Um cartão de residente, destina-do aos munícipes que compro-vem morar no Bairro de Troino,

isenta os portadores da respetiva acreditação do pagamento de par-queamento nas zonas de estacio-namento localizadas na periferia.Num encontro realizado no Sa-lão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora da Anunciada com mo-radores, o vereador das Obras

Municipais, Carlos Rabaçal, cons-tatou que “já há muito mais gente a usufruir das ruas e das esplanadas, nas áreas em que as obras já estão concluídas” e também que “são recorrentes os casos dos moradores que, graças às intervenções, estão a promover a requalificação das fa-chadas de edifícios localizados no bairro”. As obras, numa área superior a dez mil metros quadrados, de-correm agora na Rua Fran Paxeco e na Praça Teófilo Braga, faltando ainda finalizar os trabalhos rela-cionados com a instalação de nova iluminação pública e de contado-res de água.O projeto “Requalificação e Re-vitalização Urbana do Bairro de Troino Nascente”, um investi-mento de perto de um milhão de euros, comparticipado por fundos comunitários, está incluído no programa ReSet – Regeneração Urbana do Centro Histórico de Setúbal.

[dos estaleiros navais].” Novos lu-gares de estacionamento laterais foram definidos ao longo da Rua da Saúde, via de circulação cuja faixa de rodagem foi alargada e as-faltada na totalidade, facilitando o trânsito na zona. O projeto “Reconversão Urbana da Zona Ribeirinha Poente”, um in-vestimento superior a um milhão de euros, foi implementado com apoios comunitários canalizados através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

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O projeto de requalificação da Rua José Au-gusto Coelho, destinado a privilegiar a circu-lação pedonal na via principal de Vila Noguei-ra de Azeitão, foi apresentado à população local, no final de julho, pelo Executivo muni-cipal, em reunião pública realizada na Casa do Povo de Azeitão. A base concetual do projeto tem como finali-dade dar primazia à fruição dos arruamentos, com a ampliação da largura dos passeios e a colocação de mobiliário urbano que confira uma imagem própria e diferenciadora da vila.A mesma lógica prevista para a Rua José Au-gusto Coelho será aplicada a vários arrua-mentos adjacentes, num projeto de execução desenhado na totalidade por técnicos da Câ-mara Municipal.O projeto, numa área total de 56.250 me-tros quadrados, representa um investimen-

A criação de passeios, a execu-ção de uma rede de drenagem de águas pluviais e asfaltamentos integram uma obra de requali-ficação de várias ruas junto de Brejos de Azeitão, intervenção urbana concluída em agosto.A operação liderada pela Câmara Municipal de Setúbal incidiu nas ruas José Malhoa, Abel Manta, Amadeu de Sousa Cardoso e Al-fredo Roque Gameiro, nas tra-vessas Bartolomeu Perestrelo e Tristão Vaz Teixeira e num arruamento sem toponímia.A empreitada, um investimento superior a 85 mil euros executado em pouco mais de dois me-ses, incluiu a criação de várias infraestruturas de arruamento, como passeios e lancis, dotan-do aquela área habitacional com condições de circulação pedonal condignas e em segurança.A instalação de um sistema de drenagem de águas pluviais e a colocação de sumidouros na Rua José Malhoa, que já se encontrava dotada de uma infraestutura deste género, são outros trabalhos executados nesta obra.Esta intervenção, dando continuidade ao trabalho de requalificação urbana que a Câmara Mu-nicipal de Setúbal está a desenvolver naquela área da freguesia de S. Lourenço, contemplou ainda a execução de operações de asfaltamento das vias, que se encontravam em terra batida.A implantação de sinalização vertical e horizontal é outro dos trabalhos assegurados. Na Rua José Malhoa o trânsito é realizado nos dois sentidos, enquanto nos restantes arruamentos a

Projeto requalifica Vila Nogueira

A circulação pedonal é um dos elementos catalisadores de um projeto

de requalificação do centro histórico de Vila Nogueira de Azeitão.

A proposta, um investimento superior a quatro milhões de euros,

prevê a reformulação de ruas,a beneficiação de infraestruturas urbanas

e a criação de estacionamento

to “para cima dos quatro milhões de euros”, o que, tendo em conta os valores em causa, só faz sentido avançar com a empreitada “se a maioria da população assim o quiser e desejar”, frisou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira.No total, foram definidas quatro zonas de ação, estando o projeto concluído em relação às indicadas como um e dois, faltando a três e a quatro. O vereador do Urbanismo, André Martins, esclareceu que a necessidade de elaboração do projeto para as zonas já planeadas se deve ao facto de a Autarquia estar ciente da abertu-ra para breve de concursos para a atribuição de fundos comunitários para intervenções deste âmbito. “Se abrir uma candidatura, aproveitamos. Não queremos ser apanhados des-prevenidos”, garantiu.

Azeitão beneficia arruamentoscirculação automóvel é efetuada apenas num sentido.

Rua assegura ligações

A finalização das operações de asfaltamento, em agosto, da Rua Família Bronze, permitiu rea-brir ao trânsito esta via central de ligação entre várias urbani-zações de Azeitão, como Vale de Cães, Foios e Casas de Azeitão,

bem como de acesso a Vendas de Azeitão e a Palmela.Os trabalhos foram assegurados pelos meios próprios da Autarquia, complementando uma obra mais vasta, realizada por uma empreitada orçada em mais de 700 mil euros, com inter-venções ao nível das redes de água e esgotos domésticos e pluviais e de criação de passeios em vários arruamentos desta zona de Azeitão.Numa área de perto de 30 mil metros quadrados, a Autarquia está a proceder à substituição ou instalação de infraestruturas de águas e esgotos e à pavimentação de vias, algumas original-mente em terra batida, o que permite criar uma rede viária com cerca de três quilómetros com um sistema de circulação ordenado.A implantação de 13 mil metros quadrados de passeios em blocos de betão e a criação de 170 lugares de estacionamento são outros objetivos da empreitada de requalificação geral de Vale de Cães, uma obra de grande envergadura que se prolonga por 2013.

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Fontainhas testam solução de rotundaUma rotunda na ligação rodoviária entre as avenidas Luísa Todi e Jaime Rebelo, a funcionar com uma demar-cação provisória, pretende melhorar a fluidez de trânsito automóvel na zona das Fontainhas. A rotunda definitiva, investimento da Autarquia da ordem dos 150 mil euros a executar em breve, visa facilitar a articulação entre as vá-rias vias de circulação da área, promover uma melhor integração na malha urbana da cidade e contribuir para o aumento da segurança rodoviária na zona.

Avenida 22 de Dezembro reforça estacionamentoA Câmara Municipal de Setúbal avan-ça em breve com uma obra de requa-lificação urbanística na Avenida 22 de Dezembro, numa área próxima do Centro Comercial São Julião. A inter-venção, uma empreitada de perto de nove mil euros a desenvolver no se-gundo semestre, visa a reconstrução de um passeio público e a criação de estacionamento transversal. Os trabalhos, executados com o intuito de ordenar o parquea-mento abusivo, incluem a deslocalização de um poste de iluminação pública.

Semáforos protegem na Praça do BrasilA colocação de sinalização semafórica em dois pontos na zona da Praça do Brasil reforça a segurança rodoviá-ria, em particular de peões, e garante a fluidez do tráfego rodoviário nesta área da cidade. Os equipamentos, ins-talados junto de passadeiras já exis-tentes, uma na Estrada dos Ciprestes, perto da estação ferroviária, a outra na Avenida da República da Guiné-Bis-sau. Os semáforos foram colocados no final de junho, num investimento da Câmara Muni-cipal de Setúbal superior a 20 mil euros.

Um conjunto de intervenções lideradas pela Câmara Municipal de Setúbal permitiu me-lhorar as condições de abastecimento de água em várias áreas do Concelho, operações exe-cutadas por empreitadas que representam um investimento superior a 200 mil euros.Na zona do Vale de Mulatas, perto de três de-zenas de famílias daquele aglomerado po-pulacional que se encontravam privadas de infraestruturas básicas de abastecimento pú-blico de água já dispõem deste serviço.Os trabalhos, finalizados em agosto e com um custo de mais de 40 mil euros, consistiram no prolongamento de cerca de 335 metros de um troço da conduta da rede de abastecimento do município de Palmela e na extensão de 55 me-tros da rede de abastecimento de água, além da execução dos respetivos ramais de ligação e da colocação de uma boca de incêndio.A solução de dotar aquela área habitacional com o sistema público de abastecimento de água através da rede de Palmela é explicada pelo facto de o ponto mais próximo da rede de Setúbal se encontrar a quase três quilómetros de distância, o que tornaria a opção dema-

Projeto requalifica Vila Nogueira

Investimentos melhoram redes

A segunda zona de intervenção tem como principal objetivo o reordenamento do es-tacionamento. Enquanto na principal rua de Vila Nogueira será proibido o estaciona-mento, com permissão de paragem apenas para cargas e descargas em áreas específicas, nos arruamentos a norte foram estabelecidas quatro zonas de parqueamento, a que se junta uma outra, já existente, na Praça da Repúbli-ca, vulgo Rossio.Com esta solução, aos 279 lugares existentes em Vila Nogueira, localizada na freguesia de São Lourenço, acrescem 219, totalizando, no futuro, 490 espaços reservados para o par-queamento de viaturas.No projeto atual falta completar os planos para as zonas três e quatro, referentes às áreas nascente e poente da Rua José Augusto Coelho.

Caso haja candidatura, a obra deverá avançar já em 2013. Se tal não acontecer, a Autarquia custeará a intervenção, que ocorrerá, então, em 2014.A primeira zona de intervenção focaliza-se na área central da Rua José Augusto Coelho e inclui as ruas 9 de Abril, Poeta Sebastião da Gama, da Misericórdia, Engenheiro Soa-res Franco, Helena Conceição Santos e Silva e Maria da Assunção Castilho, bem como o Largo 5 de Outubro.

Mais estacionamento

O vereador André Martins explicou que “uma intervenção na Rua José Augusto Coelho implica mexer nas infraestruturas”, como água, sanea-mento e drenagem de pluviais, dessa via e das adjacentes.

Uma obra liderada pela Câmara Municipal de Setúbal visa melhorar as condições de circulação pedonal na Avenida das Descobertas, na ligação entre as urbanizações de Vale do Cobro e Monte Belo Sul.A operação, um investimento superior a 23 mil euros, assegura uma ligação pedonal dotada de melhores condições de segurança e conforto para os transeuntes, com a construção de passeios numa área de intervenção com mais de 650 metros quadrados.A obra, com conclusão prevista para outubro, inclui a construção de passeios com 2,5 metros e largura e lancis em ambos os lados de um troço com mais de 200 metros lineares na principal artéria de Vale do Cobro.Para assegurar uma correta circulação pedonal, sem barreiras urbanísticas e arquitetónicas, a Autarquia vai proceder à deslocalização de três contentores de resíduos sólidos urbanos exis-tentes na área, dotando-os de dispositivos de retenção.A construção de mais duas passagens de atravessamento pedonal, a juntar a três já existentes na Avenida das Descobertas, a instalação de sumidouros para recolha das águas pluviais, com ligação às câmaras de visita existentes, e o reforço da iluminação pública são outros trabalhos programados nesta obra.

Novo passeio liga bairros

siado dispendiosa, até porque obrigava a um atravessamento de condutas pela A2. A medida implicou a instalação de um conta-dor totalizador no limite dos dois concelhos e de uma válvula redutora de pressão.Na Arrábida, a reabilitação do sistema de abastecimento de água Carrascal/Creiro, in-vestimento da ordem dos 110 mil euros fina-lizado em julho, permitiu solucionar proble-mas de roturas frequentes e perdas de volume de água nesta área do Concelho.A intervenção, centrada numa extensão com perto de quatro quilómetros, entre a Comen-da e a Praia da Figueirinha, inclui a substitui-ção da conduta de abastecimento de água e a execução dos respetivos nós de ligação às in-fraestruturas existentes.A colocação de caixas de ventosas nos pontos mais altos do traçado e de descargas de rede nos mais baixos, a demolição e remoção das antigas estruturas, a colocação de dois novos marcos de incêndio e a ativação de outro jun-to do Parque de Merendas da Comenda foram ainda trabalhos realizados.Também na zona de Algeruz foi executado o prolongamento das redes de água e sanea-mento ao futuro Complexo Fúnebre da Paz, investimento de 53 mil euros concluído em agosto que incluiu a instalação de um coletor de águas residuais domésticas numa extensão com cerca de 400 metros e a execução de vá-rias caixas de visita.Os trabalhos visaram também o prolonga-mento da rede de distribuição de água numa extensão aproximada de 550 metros e a execu-ção dos respetivos nós de ligação ao sistema.

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A

fest

as

maior enchente de sempre na Feira de Sant’Iago desde que se realiza nas Manteiga-das foi registada este ano, com perto de 410 mil pessoas a visitar o certame, entre 21 de julho e 5 de agosto.O cartaz de espetáculos, de entrada gratuita, com nomes de peso do atual panorama mu-sical português contribuiu para o sucesso da edição deste ano, que teve como tema a histó-ria do Mercado do Livramento, equipamento municipal com 136 anos.Vanessa da Mata, Boss AC, Aurea, Janita Sa-lomé, David Fonseca, José Cid e Carminho foram algumas das dezenas de artistas que

O melhor certamede sempre

Foi a edição recordista no número de visitantes desde que se realiza, pelo nono ano consecutivo, nas Manteigadas. O segredo do sucesso passa por um bom cartaz musical com espetáculos gratuitos, diversidade de oferta e as gentes de Setúbal sempre animadas

passaram pelo Palco Amarsul. De assinalar que o maior número de visitantes num só dia, com 48.441 pessoas, foi registado no fecho, 5 de agosto, noite em que José Cid lotou por completo o recinto. O músico ultrapassou as 47.980 pessoas do último dia da edição de 2011, quando os Homens da Luta passaram pelo Parque Sant’Iago.Ao longo de 16 dias, a Feira de Sant’Iago ofe-receu animação e divertimentos para todos os gostos e bolsas e proporcionou conheci-mento com stands institucionais e do tecido empresarial. Um pátio dedicado aos produtos regionais, uma feira do livro e uma exposição

de viaturas antigas foram pontos de interesse do evento.No pavilhão temático da Câmara Municipal, entidade organizadora da feira em parceria com a Associação Parque Sant’Iago, contou--se a tradição do Mercado do Livramento, através de imagens e palavras, numa réplica do principal espaço de venda da cidade. Uma exposição mostrou a evolução do mercado através dos marcos mais significativos desde a génese no Largo da Ribeira Velha ao atual edifício na Avenida Luísa Todi.De várias origens, como angolana, cabo-verdiana, brasileira e do Leste europeu, a

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A Avenida Luísa Todi “virou” sambódromo nas noites de 13 e 14 de julho para deixar passar escolas de samba e carros alegóricos em nova edição do Carnaval de Verão.As noites de folia, numa iniciativa organizada pela ACOES – Associação do Carnaval e Outros Eventos de Setúbal e pela ABARS – Associação dos Bares da Avenida, Restaurantes e Similares, estenderam-se, entre os dias 11 e 15, a uma minifeira no Largo José Afonso.Seis carros alegóricos iluminados representativos das coletividades que participaram no Car-naval de fevereiro, três escolas de samba e os trios elétricos “Trepa no Coqueiro”, “Tripa” e “Bota” participaram no desfile noturno, a 14, que este ano teve entrada gratuita.A Academia Cultural Teatro e Artes de Setúbal, a Associação de Moradores do Bairro da Anun-ciada, o Clube Recreativo Águias de São Gabriel, o Grupo Desportivo Fonte Nova, a União Des-portiva e Recreativa das Pontes e a União Desportiva e Recreativa Praiense foram as coletivida-des que voltaram a desfilar na avenida.A segunda edição do Carnaval de Verão contou com outra novidade, a venda de kits, compostos por chapéu, t-shirt e um cartão com oferta de dez imperiais, que ajudou os 62 bares e restau-rantes aderentes a financiar a iniciativa, orçada em cerca de 30 mil euros.

Longe já vai o mês de junho, quando arran-caram as primeiras festividades de verão. A São Julião em Festa decorreu praticamente durante todo esse mês, entre os dias 8 e 24. A sétima edição do certame, promovido pelo movimento associativo daquela freguesia da cidade, teve lugar no Largo de Jesus.Nos meses de julho e agosto foram raros os dias em que uma festa não estivesse a de-correr em algum ponto do Concelho. Só na primeira semana de julho, três festividades aconteceram em simultâneo, entre os dias 6 e 8, no centro da cidade, em Azeitão e na fre-guesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra.A SetFesta abriu a época das festas de verão, animando as noites no Largo José Afonso. A festa do movimento associativo das fregue-sias da Anunciada e de Santa Maria da Graça teve como ponto forte a gastronomia, com propostas diversificadas no formato e no preço, à escolha dos visitantes nos dez pavi-lhões das coletividades representadas. A 5 de julho, na freguesia de São Lourenço, tiveram início as Festas da Arrábida e de Azeitão, que integraram, uma vez mais, o tradicional Círio da Arrábida, nos dias 7 e 8. A 23.ª edição destas festas em Vila Nogueira proporcionou espetáculos musicais diversi-ficados, desde a atuação da Banda da Perpé-tua Azeitonense às danças de salão do Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão, passando por uma noite dedicada ao fado e pelo concerto comemorativo dos 40 anos de carreira de Clemente. Pelos mesmos dias, entre 6 e 8, no extre-mo oposto do Concelho, as Festas de Verão fizeram-se no Clube Desportivo, Cultural e Recreativo da Gâmbia, com bailes a animar as três noites.Enquanto a Feira de Sant’Iago decorria nas Manteigadas, de 21 de julho a 5 de agosto, outras festividades de diferentes índoles arrancavam para um mês recheado de ani-mação, mas também de devoção.O primeiro fim de semana, de 3 a 5, começou com a concentração motard do Grupo Xupa Kabras que, entre passeios e espetáculos, reúne anualmente, há 14 edições, motar-ds de todo o País. Também o Motoclube de Setúbal comemorou o 15.º aniversário com uma festa, no dia 18, no Largo José Afonso.Muito mais antiga é a freguesia de São Simão, que celebrou, entre os dias 4 e 5, em Vendas de Azeitão, os 442 anos com um programa gastronómico e musical, em parte destinado à população mais jovem da freguesia, para agrado da comunidade local e dos visitantes de fora do Concelho. Ainda em Azeitão, as Festas de Nossa Senho-ra da Conceição, na Aldeia da Piedade, vol-taram a afirmar-se conseguindo o recorde de 15 mil visitantes. O tradicional certame,

Ao sabordo samba

Verão com animação total

Praça do Mundo acolheu culturas que deram a conhecer saberes e sabores. Este espaço, a funcionar de quinta-feira a domingo, foi também ponto de encontro para coletivida-des sediadas no Concelho.

Dígito comum

Nesta edição, o algarismo 6 foi, curiosamen-te, comum aos aniversários da feira e do Mer-cado do Livramento, mas não só. A presiden-te da Câmara Municipal salientou este “acaso” durante a inauguração do certame, referindo que “os 436 anos de feira e os 136 anos de Merca-do do Livramento são um casamento perfeito, em 16 dias de festa”. E mais, na homenagem prestada aos comer-ciantes do mercado, Maria das Dores Meira fez-se acompanhar por Ti Helena, a mais an-tiga comerciante em actividade no Livramen-to, imagine-se, com 86 anos.Ti Helena é uma das poucas vendedoras que recordam antigos pregões, recriados, na noi-te de abertura, por atores do TAS – Teatro Animação de Setúbal. Personagens trajadas à época mostraram, no pavilhão da Câmara Municipal, um pouco da história do comércio na cidade, da venda ambulante porta a porta, à criação do Mercado do Livramento, passan-do pela comercialização do peixe no Largo da Ribeira Velha e da fruta e legumes na antiga Praça do Sapal.Os visitantes puderam conhecer os marcos mais significativos do equipamento muni-cipal através de uma exposição cronológica, com fotografias antigas e atuais, curiosida-des para o público, utensílios comerciais de outros tempos e um documento audiovisual com testemunhos de diferentes gerações de comerciantes.

e animação, realizou-se nos dias 24, 25 e 26, com um programa que incluiu concer-tos e bailes, concursos, atividades lúdicas e desportivas e ações de promoção e venda de produtos artesanais, como licores, doçaria e bijutaria.A gastronomia foi, contudo, ao longo dos três dias o maior destaque do certame, jun-tado à mesa, nas diversas tasquinhas, famí-lias inteiras, grupos de amigos e conhecidos em momentos de convívio e de degustação da panóplia de petiscos disponíveis.O calendário das festividades populares de 2012 não poderia fechar sem a realização das Festas de Nossa Senhora da Saúde, organi-zadas pela Sociedade Filarmónica Providên-cia. Ao cariz religioso, com um programa de atos litúrgicos e quermesse, juntou-se a animação e os comes e bebes, entre 7 e 9 de setembro, em Vila Fresca de Azeitão.

realizado entre os dias 10 e 15 de agosto, com-preendeu atos litúrgicos e quermesse, mas também animação e comes e bebes.Com o mês de agosto a chegar a meio, eis que as Escarpas de Santos Nicolau tornaram a ser palco da Festanima, um dos festejos mais concorridos da cidade, integrado nas Festas Populares de São Sebastião. A 10.ª Festanima, com uma vista privilegiada para o Sado, rece-beu todas as noites, de 10 a 19, enchentes de pessoas que assistiram aos espetáculos em cartaz e que ali passaram para se divertirem.Paralelamente, realizou-se a Festa de Nossa Senhora do Rosário de Troia, festividade reli-giosa emblemática com o simbolismo do cor-tejo das embarcações de pesca entre as duas margens do Sado num tributo à fé e proteção dos marítimos. Depois de dois dias em Troia, onde a devoção foi manifestada através de convívio entre populares, a beleza do regresso a Setúbal dos barcos engalanados, a 20, foi o culminar destas festas. Ao longo da margem do Jardim da Beira-Mar milhares de pessoas assistiram à espetacularidade do momento.O fim de agosto traz a melancolia de um ve-rão prestes a acabar, mas não sem antes dar um pulo até à Herdade da Mourisca, num dos recantos mais bonitos numa zona estuarina. A 13.ª Festa do Moinho de Maré da Mourisca, evento anual com tasquinhas, música, dança

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trincha usada por Francisco Sousa acaricia a parede de um dos pátios do Forte da Bela Vista. A tinta é cinza, a contrastar com o novo azul que já brilha em todo bairro. “Já não falta tudo. Aos poucos e poucos, a coisa vai lá”, solta, na companhia da filha mais pequena, que in-siste em ajudar o pai.A trincha é ensopada de novo com tinta e mais um pedaço de parede fica renovado. Tem sido assim nas últimas semanas. Francisco Sousa, setubalense de gema, vive no Forte da Bela Vista vai para 15 anos. Interlocutor no âmbi-to do projeto “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, função criada para facilitar o contacto entre a comunidade e a Autarquia, deu o exemplo e resolveu deitar mãos à obra.“Esta iniciativa juntou aquilo que de melhor há nas pessoas. Não é só para mim. É para todos e sobretudo para os mais novos, para que vivam e possam crescer num bairro mais agradável e lim-po”, revela, orgulhoso por fazer parte desta ação inédita no “Bairro Azul” da Bela Vista, com novas cores, mais de duas décadas depois da construção.A segunda vida do bairro começou há cerca de quatro meses, com os moradores, de to-das as idades e etnias, a unirem esforços em torno de uma causa comum, com o apoio da Câmara Municipal, que cedeu tintas e outros materiais, envolvendo o mecenato. Agora, os 12 lotes do bairro onde residem sete centenas de pessoas estão como novos.A falta de emprego entre a comunidade aca-bou por se revelar um motivo para não estar

parado. A diversidade de profissões também ajudou nas tarefas, cada um na sua área de es-pecialidade. “Apareceram com as tintas e nós começámos a pintar. O pessoal está desempregado e tinha de se mexer para fazer alguma coisa”, revela Leonel Catarino, 46 anos, há 15 no bairro, a viver com o filho. “Vivemos cá e temos de fazer parte deste projeto”, afirma, perentoriamente. Nasceu em Sines mas foi criado em Setúbal. Pescador, aproveita os tempos menos bons para se manter ocupado. “Cada um é especia-lista na sua área, o que ajuda a levar as coisas para a frente. O mais difícil é manter o ritmo. Não podemos abandonar isto.”Leonel acredita que “é preciso mudar menta-lidades de alguns que estão parados no tempo”, acentuando: “Se fosse a Câmara a fazer não da-vam valor nenhum. Isto é fruto do nosso trabalho e temos de o defender. Leva algum tempo até al-gumas pessoas entenderem isto.” A cada passo, um novo canto do “Bairro Azul” aparece diferente, pintado ou renovado. Já existem canteiros com flores nos pátios, onde a criançada continua a brincar, agora com mais regras, para não estragar o fruto do tra-balho que tanto custou a colher.“Não quero aqui nenhuma bola a bater na pare-de”, grita uma moradora, preparando-se para atear o lume num fogareiro pouco convencio-nal, do qual sai o repasto para o almoço. “Eles já sabem, mas de vez em quando ainda insistem com a bola.”As pinturas começaram no bloco 10, no âm-

A

Mudançaem tons

de azul

O azul do Forte da Bela Vista já não contrasta com o do céu. As antigas fachadas,

sujas e sem ver a cor da tinta há mais de duas décadas, estão agora como novas,

mais reluzentes. Falta pintar um muro, intervenção a

ser preparada, num futuro próximo.

Há muito que o Forte da Bela Vista não via a cor da tinta. Os moradores uniram-se para cuidar de um espaço que é deles,

criando um local mais agradável para viver. O sentimento de pertença saiu reforçado desta ação inédita, assim como as

relações de vizinhança. A cor azul, como a do céu que alberga o mundo, melhorou o exterior do bairro e o interior das pessoas

foi o ano de construção do bairro

pessoas vivem no Forte da Bela Vista

fogos numa dúzia de lotes

interlocutores eleitos

mil euros gastos em materiais

mil euros através de mecenas

mil euros pagos pela Autarquia

litros de tinta até ao momento

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Bairro em números

bito do projeto municipal de requalificação urbana “Setúbal Mais Bonita”.Smyle Campos, brasileiro de origem, 32 anos, a morar no bairro há oito, refere que come-çar não foi difícil, até porque, ânimo e von-tade não faltavam. A dificuldade em pintar as paredes, demasiado secas e a absorver muita tinta, não o demoveram do objetivo.O esforço acabou por ser recompensado, não

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Atividades desportivas e momentos de animação intercultural marca-ram o “Desporto na Rua” realizado no dia 11 de agosto, à tarde, inicia-tiva dinamizada no Bairro do Forte da Bela Vista, com o envolvimento de mais de uma centena de pessoas.Esta tarde de convívio e de despor-to para os participantes, na grande maioria crianças e jovens residen-tes naquela área habitacional de Setúbal, foi desenvolvida no âmbito do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa municipal em que os moradores dos bairros da Bela Vista, da Alameda das Pal-meiras, do Forte da Bela Vista, das Manteigadas e da Quinta de Santo António se envolvem no processo de decisão e realização de ações muito diversas.Desportos de raqueta futebol, voleibol, gincanas de bicicleta, demonstrações de break-dance e danças ciganas e ainda um concurso para eleição de miss e mister simpatia e beleza marcaram esta iniciativa no “Bairro Azul”.

Festa une moradoressó por ele, mas por toda a comunidade, im-pulsionando outros moradores a arregaçar as mangas e a enveredar pelo mesmo caminho. Hoje, já pouco falta pintar. Ainda há muito por fazer, mas a comunidade está lá para o que der e vier. “Renascemos das cinzas”, garante o homem que antes era somente conhecido por “o bra-sileiro”. Montador de estruturas metálicas, Smyle prefere não falar em problemas, antes em soluções. “O diamante está a ser lapidado, com outras condições para as gerações futuras.”

Forte de relações

A pintura de fachadas, galerias e muros do Forte da Bela Vista, agora mais reluzente e visível até de Troia, não foi a única mudança no bairro. As pessoas também mudaram, para melhor. Fortalecidas individualmente, torna-ram a comunidade mais forte.“As relações mudaram. Não foi só a cor das pa-redes. Começou a haver diálogo entre as pessoas, algo que era impensável até há bem pouco tem-po”, vinca Smyle Campos, ao abraçar a peque-na Erica, irrequieta e com a birra de sono ma-tinal. “Devolvemos o bairro à cidade, bonito como da altura da construção.”Natural de Angola, António Nicácio, 39 anos, vive no bairro há três com a família. Interlo-cutor no programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, confessa que caiu de “para-quedas” no bairro. Foi duro ao início, mas conseguiu dar a volta por cima.O dinheiro não abundava e não havia grandes opções a tomar. “No início, fiquei assustado. Era chegar ao bairro e ir diretamente para casa. Não havia conversa, nem conhecia os vizinhos. Ago-ra, as pessoas olham para o que está a ser feito, ficam na rua a falar e ajudam nas tarefas, seja a pintar ou a limpar os pátios. Tudo é diferente”, sublinha.Não foi fácil unir os moradores. “Antes de haver tintas e outros materiais, poucos acredi-tavam. Depois, tudo ficou mais fácil e os mora-dores ficaram empolgados. Aquilo que antes era um sonho tornou-se uma miragem e agora é uma realidade.”

António, estucador de profissão, já se sente verdadeiramente em casa e integrado numa comunidade que estima. “As pinturas acaba-ram por mudar mais do que simples fachadas. Modificaram a maneira de pensar dos moradores e a imagem que as pessoas tinham do Forte da Bela Vista.”Por isso, considera que esta “é uma ação mui-to positiva, de interligação entre jovens, adultos e idosos, de todas as etnias”, e que “fomenta a autoestima das pessoas”.E agora novas oportunidades já se manifes-tam graças ao incremento das relações de vizinhança gerado por esta ação: “As pessoas começam também a arranjar as casas por dentro. Estes novos contactos permitiram isso mesmo. Um é canalizador, outro eletricista. É um género de troca de favores.”

Ideias não faltam

Teresa Martinho é a única mulher do conjunto de interlocutores eleitos no Forte da Bela Vis-ta. A constatação não a assusta. “Pelo contrário, é um orgulho pertencer a este grupo de trabalho e poder contribuir para uma causa maior.”Não tem medo das tarefas e contribui como pode, na organização, a pintar ou a limpar. “Acabei por conhecer melhor as pessoas e até for-taleci algumas relações de amizade”, afirma Te-resa, parte do bairro há sete anos.A moradora não tem dúvidas que ainda há um longo caminho pela frente, mas, no que toca a pinturas e pequenos arranjos, já falta pouco para terminar. As portas estão abertas à reali-zação de novas ações, culturais e desportivas, geradoras de novas fontes de dinamismo e in-teração entre as várias etnias. Outras ideias para melhoria do bairro estão também já no horizonte. A criação de um es-paço num dos pátios para a dinamização de atividades desportivas e a requalificação de um espaço verde voltado ao Sado, com um quiosque, são sonhos que os moradores que-rem tornar realidade. O novo azul já brilha e veio ficar, tal como a maravilhosa vista, perpetuada com o Sado e a Arrábida.

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PASSO A PASSO. A equipa de trabalho iniciou bem cedo os preparativos. Às sete e meia, começou a fazer as marcações no areal com a forma de golfinho, além

das palavras “rio” e “proteger”. Duas horas depois, tudo estava a postos para que os primeiros voluntários

começassem a dar forma à figura do roaz-corvineiro. Pouco mais de meia hora bastou para que o objetivo fosse alcançado. Estava passada a mensagem: com a

ajuda de todos, é preciso proteger o Sado e as espécies que nele habitam, como o golfinho.

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Golfinhos, um crocodilo, a Minnie, tartarugas, caracóis, polvos, castelos e até um auto-móvel foram algumas das escul-turas feitas na Praia da Figueiri-nha, a 7 de agosto, no âmbito do concurso nacional “Construções na Areia 2012”, promovido pelo Diário de Notícias.Trinta e oito concorrentes, divididos por duas categorias – a A dos 6 aos 10 anos e a B dos 11 aos 14 –, participaram nesta prova que pelo terceiro ano consecutivo passou pela Figueirinha, uma das 24 praias desta edição.Os dois golfinhos, num movimento de salto, esculpidos por Morgane Rocha, do Montijo, do escalão B, foram a escolha do júri para vencer o concurso, que se realiza desde 1952. Na categoria dos mais novos, foi o crocodilo de Renato Viola que se destacou. Mas numa e noutra categoria, muitas outras esculturas mereceram todos os elogios teci-dos pelo júri e pelas dezenas de curiosos que ali se encontravam em pleno dia de verão. Um automóvel e a Minnie conquistaram o segundo e o terceiro lugares, respetivamente, no escalão B, enquanto no A a “prata” e o “bronze” foram para um espadarte e uma bai-larina.Os trabalhos foram executados, de acordo com o regulamento do concurso, sem o auxílio de desenhos, numa área de quatro metros quadrados, podendo ser utilizado um balde de plástico para transporte de água, conchas, plantas e algas marinhas, seixos e apetrechos próprios para esculpir.

Esculturas divertem

na areia

Campanha pela melhoria dos comportamentosUma campanha de sensibilização am-biental, liderada pela Câmara Munici-pal, dirigida aos proprietários de es-tabelecimentos comerciais da cidade, pretendeu pôr fim à prática de maus comportamentos e incrementar ações positivas para uma melhor gestão dos resíduos.O mau acondicionamento de resíduos, a deposição de entulhos provenientes de obras na via pública, a utilização indevida dos recipientes de recolha e o lançamento em sarjetas ou sumi-douros de objetos, águas poluídas, lubrificantes ou lixos foram algumas situações sobre as quais as equipas municipais incidiram.Focalizada em particular na restau-ração da zona ribeirinha, da Aveni-da Luísa Todi e dos bairros da Fonte Nova e das Fontainhas, a campanha centrou-se ainda em aspetos como o transporte indevido de peixe, carne ou outros bens sem estarem devidamente

O apelo foi atendido e numa manhã nublada de verão mais de cem pessoas quiseram sensibilizar para a proteção do Sado e dos roazes-corvineiros que ali habitam. A melhor forma de o

transmitir foi através de um grande golfinho humano

Golfinho humano apela à proteção

Um golfinho formado por 130 pessoas no areal da Praia da Figueirinha, a 28 de julho, alertou os banhistas para a necessidade de proteção da comunidade de roazes-corvineiros que ha-bita no Sado. Além da figura do golfinho, com dimensões aproximadas de cerca de 12 metros de com-primento e nove de largura, foi formada a palavra “rio”, refletindo a boa adesão das pes-soas a esta ação, numa manhã que se mostrou nublada.Numa mensagem para uma maior sensibiliza-ção ambiental, de forma a assegurar a salva-guarda desta espécie, a ação, organizada pela APAMB – Associação Portuguesa de Inspeção e Prevenção Ambiental, em parceria com a Câmara Municipal, contou com a participação de voluntários inscritos através do Facebook e de pessoas que se encontravam a passar o dia na praia.“Explicámos a ideia às pessoas que estavam na praia e muitas juntaram-se a esta iniciativa. O

objetivo foi positivo e conseguimos passar a men-sagem”, salientou Paula Pereira, da APAMB. Esta é uma das muitas ações realizadas no âmbito do Programa Bandeira Azul que a Au-tarquia vem desenvolvendo nas praias de Se-túbal.A recolha de resíduos espalhados pelo areal e a realização de jogos de educação ambiental, para crianças e familiares, são algumas das ações realizadas que enriquecem a candida-tura da Arrábida a Património Mundial Misto da Unesco. Recorde-se a ação de limpeza dos areais das praias de Albarquel e da Figueiri-nha, levada a cabo a 2 de junho, que permitiu retirar destes locais cerca de uma tonelada de resíduos.Com a ajuda destas entidades parceiras, a Câ-mara Municipal tem apostado em estratégias que passam pela dinamização de atividades de sensibilização ambiental e de promoção da defesa de uma maior harmonia entre a natu-reza e o meio urbano.

tapados e acondicionados, sujando, com isso, o espaço público.Os comerciantes foram ainda aler-tados para as situações de incum-primento das normas estabelecidas para o funcionamento do sistema de gestão de resíduos e a prática de comportamentos lesivos para a imagem urbana da cidade, cons-tantes no Regulamento de Resíduos Sólidos Urbanos e Limpeza Pública do Município de Setúbal. Situações, aliás, que podem ser alvo de contra-ordenações puníveis com coima.No caso de se tratar de situações praticadas por pessoas singulares, as coimas podem variar entre os 200 e os dois mil euros. Já para as pesso-as coletivas, as punições monetárias são mais pesadas, oscilando entre os três mil e os 22.500 euros. Depois desta campanha de sensibi-lização, a Câmara Municipal inten-sificou as ações de fiscalização.

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turi

smo

Gourmet ou assada na grelha, hou-ve sardinha para todos os paladares durante duas semanas, entre julho e agosto, em mais de cinquenta res-taurantes setubalenses.O Festival da Sardinha, além de pro-mover esta espécie de pescado da costa setubalense, uma das “7 Mara-vilhas da Gastronomia” de Portugal, pretendeu dar a conhecer receitas quase improváveis, como um grati-nado de sardinha com massa fusilli e sardinha bêbeda feita num refo-gado e depois cozida em vinho tinto.O certame, realizado entre 28 de julho e 12 de agosto, trouxe muitos curiosos aos restaurantes que ade-riram a esta iniciativa da Câmara Municipal, com os apoios da Lalle-mand e da Gásvari, surpreendidos pela fusão de diferentes sabores, só

Arroz e açorda, paella, gam-bas e camarão-tigre foram algumas das iguarias mais apreciadas pelos visitantes do “Viva o Marisco & Cer-veja”, festival que decorreu entre 5 e 9 de setembro.Cerca de cinco mil pessoas passaram pelo Largo José Afonso para degustar os petiscos confecionados pelos restaurantes “Nova Boia”, “Rius”, “Praxedes”, “Golfinho”, “Beira-Mar”, “Casa do Peixe”, “Serranito” e “Paella”, recinto que contou ainda com stands de doçaria, café, ginjinha e farturas.

O Moinho de Maré da Mourisca, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, vai ficar sob responsabilidade da Autarquia em termos de utilização e exploração do espaço. Um protocolo de cedência, por um período inicial de dois anos, visa o desenvolvimento de um trabalho em parceria para a realização de atividades de incremento da visitação do equi-pamento e zona envolvente.O Moinho de Maré da Mourisca, além de um espaço museoló-gico e de exposições, dispõe de uma loja destinada à venda de produtos dos patrimónios natural e cultural do País, em parti-cular desta região.Os visitantes podem admirar artefactos relacionados com a atividade da moagem de cereais. Duas réplicas das embarca-ções “Zé Mário” e “Hiate de Setúbal” suscitam também inte-resse por quem lá passa.Tanto o Moinho de Maré como a Herdade da Mourisca, onde está inserido, são áreas de excelência num território de sapal e de salinas, na Reserva Natural do Estuário do Sado, apto para implementar atividades nas vertentes do turismo de natureza e ornitológico, como os passeios pedestres e a observação de aves, associadas à gastronomia.

Sardinha com todos

Da simples sardinha assada no pão à envolvida com compota de maçã.

Esta que é uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa foi à mesa

num festival de sabores

com a sardinha como ingrediente comum. Para mostrar como estes e outros pratos se confecionam, o progra-ma do Festival da Sardinha guardou para o último dia uma sessão de live cooking, com a chef Fernanda Ama-ro, da Amarobom Catering, na Casa da Baía. A cozinheira preparou um patê de sardinha com compota de maçã riscadinha e filetes daquela espécie piscícola com especiarias timorenses e indianas.Antes da demonstração da confeção do prato, que o público presente pôde experimentar, Ricardo Santos, presidente da Sesibal – Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Si-nes, falou sobre as principais carac-terísticas biológicas e económicas da sardinha.

Outras curiosidades sobre este pei-xe, que os apreciadores preferem pequeno, foram abordadas durante o live cooking.Se assim terminou o certame, o ar-ranque, a 28 de julho, não foi menos original. Os restaurantes partici-pantes num encontro de degustação de sardinha, na Casa da Baía, sur-preenderam com pratos como sar-dinhas em arroz, cozidas, enroladas em bacon, com fusilli e panadas. Para acompanhar o surpreenden-te menu, serviram-se os melhores vinhos da região, num final de tarde de puro prazer.

Moinho de Maréatrai visitantes

Marisco no bom

caminho

Atuações de Jorge Nice, Gerson Santos e Rui do Cabo animaram este novo festival da Câ-mara Municipal, patrocinado pela Super Bock, o qual pretende consolidar Setúbal nas rotas gastronómicas nacionais e dinamizar a res-tauração local.

MARAVILHA. Embora Troia tivesse sido palco da “Gala da Declaração Oficial das 7 Maravilhas – Praias de Portugal”, Setúbal, na outra margem do Sado, recebeu os convidados com um “welcome drink” e fez a respetiva acreditação, junto da Doca de Recreio, nas Fontainhas. A Câmara assegurou a receção, com os apoios de Casa Ermelinda Freitas, Transportes Sul do Tejo, Rock a Lot Praia e Aki, e ainda os “transfers” Lisboa/Troia, entre os dias 5 e 8, à equipa de produção da RTP e aos artistas participantes no espetáculo.

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A Estrada de Santo Ovídeo, a principal via de acesso ao Faralhão a nascente, foi totalmente requalificada no âmbito de uma intervenção liderada pela Junta de Freguesia do Sado, de melhoria da imagem urbana e aumento das condições de segurança para a população.O projeto de requalificação programado para esta área do Concelho, executado em duas fases distintas, incidiu numa área com mais de 800 metros lineares, num troço compre-endido entre a Estrada de Santo Ovídeo e a interseção com a Rua Fruto do Nosso Traba-lho.Numa primeira etapa, concluída em 2011, os trabalhos centraram-se na limpeza da zona requalificada, uma vasta área de canavial, e na construção de um muro de suporte de terras, erguido em alvenaria, numa extensão de mais de cem metros lineares.A segunda fase da obra de beneficiação da Estada de Santo Ovídeo, realizada por meios técnicos e humanos da Junta de Freguesia do Sado, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, que elaborou o projeto de especialidade e cedeu materiais, visou a execução de trabalhos mais abrangentes, concluídos no final de julho.A criação de passeios e lancis, para melhoria das condições de circulação e se-

gurança pedonal, foi uma das principais in-tervenções realizadas no âmbito desta ope-ração, concretizada “com recurso a materiais aproveitados do antigo Mercado Abastecedor de Setúbal, como pavimento em pavet e inertes”, sublinha o presidente da Junta de Freguesia do Sado, Manuel Véstias.A criação de áreas de estacionamento longi-tudinal, a instalação de um sistema de dre-nagem de águas pluviais e a construção de um segundo muro de contenção de terras fizeram, igualmente, parte desta obra, um investimento global da ordem dos 42 mil euros. “A intervenção é uma reposta importante a uma

reivindicação antiga da população, materializada com a melhoria das condições de segurança de transeuntes e benefícios para a imagem urbana do Faralhão”, reforça o autarca.A obra na Estrada de Santo Ovídeo contemplou ainda o ordenamento dos con-tentores de recolha de resíduos sólidos urbanos na via pública, com a criação de espaços dedicados para a colocação destes equipamentos, agora com grelhas de fixação para evitar deslocamentos indevidos.

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REQUALIFICAÇÃO.Três malmequeres gigantes, criados a partir de antenas parabólicas, numa homenagem às três escolas do 1.º ciclo do ensino básico da freguesia da Anunciada, integram o novo arranjo urbanístico da rotunda da Praça da Reboreda. A estatuária, decorada com textos de alunos daquelas escolas, está apetrechada com repuxos de água, que ganham a forma de pequenas cascatas. A obra, um investimento da ordem dos 13 mil euros, foi executada pela Junta de Freguesia da Anunciada, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal.

Entrada do Faralhão renovada

Azeitão cria espaço públicoÁreas de estadia, zonas verdes e um palco para

espetáculos variados fazem parte do futuro

espaço público da Quinta do Bom Pastor. Com

arranjos urbanísticos centrados num poço de

uma antiga propriedade rural, o equipamento

para ver, estar e usufruir pela população está

pronto em breve

ma intervenção urbanística lide-rada pela Junta de Freguesia de São Simão está a criar um novo espaço público de lazer na Quinta do Bom Pastor, em Azeitão, com zonas ver-des, áreas de estadia e um palco para a realização de espetáculos ao ar li-vre.A possibilidade de recuperação de parte de uma quinta centenária existente naquela zona habitacional foi o ponto de partida para a reali-

zação de uma obra mais abrangen-te, executada com meios técnicos e humanos da junta de freguesia, para usufruto da população. “É um espaço para estar e usufruir, com características diferentes e que não havia em nenhum outro local da freguesia”, salienta o presidente da Junta de Freguesia de S. Simão, João Carpelho, enaltecendo o apoio me-cenático para a materialização des-te projeto, com conclusão prevista

para breve. “O apoio da Câmara Mu-nicipal de Setúbal tem sido fundamen-tal, assim como de algumas empresas do território, com ofertas de mate-riais”, explica o autarca, revelando que também o projeto paisagístico, que abrange uma área com perto de 1200 metros quadrados, foi ofereci-do por um gabinete de arquitetura. Um poço e um tanque, elementos alvo de intervenções de recuperação e que outrora eram utilizados para

regadio e como lavadouro, funcio-nam como elementos centrais do novo espaço público de S. Simão, no qual está a ser estudada a possi-bilidade de instalação de um parque infantil. A definição de duas zonas verdes, com plantas de época “para dar um outro colorido ao local”, frisa João Carpelho, e vegetação típica da Ar-rábida, a colocação de mobiliário urbano, com bancos de jardim, pa-peleiras e um bebedouro público, a construção de passeios e a instala-ção de luminárias estão incluídos na intervenção.Os arranjos urbanísticos na Quinta do Bom Pastor foram iniciados no final de maio, no âmbito de uma iniciativa do projeto municipal de requalificação urbana “Setúbal Mais Bonita”, com a construção de dois muros, um para suporte de terras, outro para delimitação de uma zona de palco, ações “realizadas com o apoio da população”, frisa o presi-dente da Junta de Freguesia de S. Simão.Os trabalhos incluíram ainda a plantação de cedros e a colocação de rails de proteção numa área próxi-ma da Estrada Nacional 10, e a cons-trução de escadas de acesso ao novo espaço público da Quinta do Bom Pastor.

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O Pavilhão Municipal das Manteigadas está equipado, desde o final de junho, com um novo piso em madeira flutuante, pavimento que oferece melhores condições aos atletas e permite a prática de um maior número de modalidades desportivas.Apetrechado com uma caixa de ar, o novo piso do equipamento municipal apresenta, igual-mente, como vantagem, uma maior como-didade na execução das atividades regulares ali desenvolvidas e proporciona, ao mesmo tempo, mais segurança para os praticantes desportivos nas vertentes de lazer e de com-petição.

As vertentes de competição e lazer parti-lharam braçadas, a 21 de julho, na “Baía do Sado a Nado”, prova de cariz popular com a participação de mais de quatro dezenas de pessoas de várias faixas etárias.Atletas não federados e amantes da na-tação marcaram presença nesta prova desportiva dos “10.os Jogos do Sado”, com uma distância de 2,3 quilómetros, realiza-da num percurso entre a baía da Gávea e o Parque Urbano de Albarquel.Bruno Ruas obteve a melhor classificação geral da prova e alcançou o primeiro lugar do escalão A, para participantes dos 18 aos 30 anos. Nesta categoria, na vertente fe-minina, Carolina Garcia foi a vencedora.Rodrigo Costa e Joana Cunha ficaram no primeiro lugar nas provas masculina e fe-minina do escalão B, para atletas dos 31 aos 40 anos, enquanto Jaime Ferreira triunfou no escalão C, dos 41 aos 50. Já José Correia ocupou o primeiro lugar no pódio na cate-goria D, dos 51 aos 70 anos.“Foi uma prova muito rápida, realizada em excelentes condições, num espírito de convívio e também de competição”, salienta o chefe da Divisão de Desporto da Câmara Municipal de Setúbal, José Pereira, frisando, igual-mente, a função de promoção desportiva da iniciativa: “Deu a conhecer um pouco das potencialidades turísticas da nossa costa.”O evento foi organizado pela Câmara Mu-nicipal com o apoio do Clube de Canoagem de Setúbal, do Clube Naval Setubalense e dos bombeiros Sapadores e Voluntários e com o patrocínio da Águas do Sado e da Coca-Cola.

Natação junta atletas no Sado

Dentro e fora de água

Piso novorentabiliza pavilhão

Mais modalidades desportivas podem ser praticadas no Pavilhão Municipal das Manteigadas após a instalação de um novo piso em madeira, que melhora as condições de utilização e segurança do equipamento. Um festival de patinagem artística e um encontro de andebol já puseram à prova o novo pavimento, aprovado com sucesso

O novo pavimento do Pavilhão Municipal das Manteigadas, instalado ao longo de dois me-ses no âmbito de um investimento da Câmara Municipal no valor de 75 mil euros, permite a prática de modalidades que, até ao momento, não podiam ser organizadas em equipamen-tos desportivos municipais.A cerimónia oficial de inauguração do novo piso, a 7 de julho, contou com a presença da presidente da Autarquia, Maria das Do-res Meira, num serão onde foi dinamizado o “VIII Festival de Patinagem Artística do Sado”, iniciativa de demonstração da moda-lidade por cerca de duas centenas de atletas

de diversos clubes, organizada pelo Clube de Patinagem do Sado.A patinagem, de resto, é uma das novas mo-dalidades praticadas com regularidade neste recinto, onde aquele clube setubalense passa a treinar e a promover eventos desportivos.O Pavilhão das Manteigadas, beneficiado tam-bém com novos arranjos estéticos e pequenos trabalhos de arranjo e pintura, já acolheu, a 5 de julho, o “Encontro Nacional de Minis Masculinos”, prova de andebol na qual par-ticiparam seis centenas de atletas de 44 clu-bes, numa competição que passou por outros equipamentos desportivos do Concelho.

A época desportiva da Piscina Munici-pal de Azeitão recomeçou no início de setembro com atividades para todas as idades, como natação, hidroginástica, hidroterapia, pilates e pentatlo moder-no.Dentro de água, a oferta desportiva contempla várias atividades, com di-versas classes de adaptação, aprendi-zagem e aperfeiçoamento, desde logo natação para bebés, uma vez por sema-na, com o preço mensal de 35,05 euros.Para os mais novos há também aulas de adaptação ao meio aquático, dos 3 aos 6 anos. Para crianças e jovens dos 6 aos 13 anos as aulas são de aprendizagem e, num nível mais avançado, de aperfei-çoamento.Estas atividades para crianças e jovens podem ser praticadas às terças e quin-tas-feiras, com um custo mensal de 29,50 euros, ou três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas, por 35,05 euros, o mesmo montante pago men-salmente por aulas aos fins de semana.

Para os adultos, há aulas de aprendi-zagem, nos níveis 1 e 2, e sessões de aperfeiçoamento. Estas atividades têm lugar às terças e quintas-feiras, cus-tando, mensalmente, 29,75 euros e, às segundas, quartas e sextas, 39,75 euros, o mesmo valor mensal pago aos fins de semana.A natação pode ainda ser praticada na vertente de tempos livres, sem o acom-panhamento técnico de monitor, em vários períodos do dia e com preços va-riados consoante a idade do utilizador.Por cada sessão, os associados até aos 17 anos ou maiores de 65 pagam 2,20 eu-ros. O custo para os maiores de 18 anos é de 2,90 euros. Sem cartão de utiliza-dor, os preços são de 2,20 euros, até aos 6 anos, 3,70, dos 7 aos 17 e maiores de 65 anos, e 4,05, maiores de 18.Na Piscina de Azeitão são desenvolvidas outras atividades, como hidroginástica e hidroterapia, com sessões duas vezes por semana, a 29,75 euros mensais, ou três vezes, por 39,75 euros.

Naquele equipamento desportivo há também sessões de pilates, às terças e quintas-feiras, por 29,75 euros, e, na vertente de competição, pentatlo mo-derno, aos sábados, com o preço de 35,65 euros, e aulas de natação pura,

todos os dias, com o custo de 35,65 euros. Mais informações sobre as atividades da Piscina Municipal de Azeitão, localizada em Vila Nogueira, podem ser solicitadas pelo número de telefone 212 199 540.

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Os galardões Golfinho de Ouro e Golfinho de Carreira rumam, na 28.ª edição do Festroia, até à Croá-cia, numa homenagem ao cinema daquele país do Leste europeu e ao ator Rade Serbedzija.Esta edição do Festival Internacional de Cinema de Setúbal, entre 21 e 30 de setembro, marcada pelo regres-so ao Fórum Municipal Luísa Todi, regista ainda uma homenagem à atriz Alexandra Lencastre, galardoa-da com o Golfinho de Carreira. Apenas com 300 mil euros, um cor-te em cerca de 100 mil euros em re-lação ao ano passado, e com o apoio da Câmara Municipal em 117 mil euros, a que acresce a cedência dos espaços e de meios humanos e lo-

Espetáculos lotados e sobrelotados mostra-ram o sucesso que a XIV Festa do Teatro teve, entre 25 de agosto e 1 de setembro.Ao longo de uma semana, sete peças e compa-nhias teatrais estiveram em Setúbal no festi-val, organizado pelo Teatro Estúdio Fonteno-va, em parceria com a Câmara Municipal e a Escola Secundária Sebastião da Gama, espaço transformado no palco principal da festa.A organização do Festival Internacional de Teatro de Setúbal considera que o certame “correu acima das expectativas”. A comprovar está o aumento de quarenta lugares na banca-da do palco principal. “Surpreendeu-nos termos lotações esgotadas. Em alguns espetáculos tive-mos mesmo de recorrer à abertura da galeria.” A peça “Cavalo Manco não Trota”, da ACTA – Companhia de Teatro do Algarve, foi a pri-

Este ano, não uma mas duas coletividades venceram, ex-aequo, o primeiro lugar das Marchas Populares de Setúbal, concurso que culminou com a entrega dos troféus a 26 de julho na Casa da Baía.O Grupo Desportivo Setubalense “Os 13” e o Núcleo de Amigos do Bairro Santos Nicolau foram os vencedores desta edição.Além do primeiro lugar no pódio, as duas co-letividades arrecadaram outros galardões. O grupo “Os 13”, com o tema “Setúbal florida, por entre cautelas premiadas”, foi distinguido com o prémio de apreciação global, enquanto o Bairro Santos Nicolau, com “A Alma Portu-guesa na Marcha do Bairro Santos”, obteve a melhor cenografia.

Panoabre-se

ao teatro

Primeiro lugar marcha a dois

Mundo em ponto

grandeMais de uma semana de filmes a passar nas

principais salas da cidade, o Fórum Municipal Luísa Todi e o Auditório Municipal Charlot.

Culturas de todo o mundo reunidas em Setúbal, mas que este ano dá a conhecer a croata. Filmes

que refletem países, histórias que espelham realidades. Assim continua o Festroia

gísticos, a diretora do Festroia, Fer-nanda Silva, não quis “deixar de fazer um festival digno de voltar a casa”, mesmo representando um “esforço muito maior”.Dificuldades acrescidas, mas “man-tendo a qualidade e a diversidade”, numa edição com 183 filmes, de quarenta países, e com várias es-treias internacionais.Além do Fórum Municipal Luísa Todi e do cartaz habitual no Cinema Charlot, a Casa da Baía juntou-se aos espaços do festival, um ponto de encontro de artistas e realizadores.A Secção Oficial, “a menina dos olhos do festival”, dedicada a países de pe-quena produção cinematográfica, este ano com 14 obras em competi-

ção, e as secções “Primeiras Obras” e “O Homem e a Natureza”, com três dezenas de filmes, são a essência do certame.Depois de “Histórias de Resistên-cia” e de “O Amor e a Cozinha”, nas duas últimas edições, o 28.º Festroia escolheu como tema as histórias de suspense europeias, inéditas em Portugal, que se cruzam em am-bientes de terror, psicológicos e po-liciais, algumas delas baseadas em factos verídicos. O Festroia exalta também memó-rias, quer através do prémio Mário Ventura, o mentor do festival, quer na homenagem “In Memorium”, dedicada a três realizadores faleci-dos recentemente, Fernando Lopes,

meira a subir ao palco. O anfitrião Teatro Es-túdio Fontenova apresentou a última produ-ção, “O Cerco de Leninegrado”, enquanto os Artistas Unidos estrearam-se no festival com “Acamarrados”. “Julieta”, de Mario Gonzalez, numa produção de ACT/Teatro dos Aloés e Tell To Joy, deixou o público extasiado.“Os Três Capitães”, da FC Produções Teatrais/Casa da Comédia, desembarcaram numa noi-te fria no Parque do Bonfim, enquanto “Spa-nish Blood” deslizou sobre rodas num espetá-culo da companhia espanhola Azar Teatro. O pano da XIV Festa do Teatro só desceu depois de as três avós da Peripécia Teatro apresenta-rem “1325”.Além da representação teatral, o festival fez--se também de cinema, música e convívio, em locais como o Passo do Olival e o ArtKafé.

No segundo posto da classificação geral e com a melhor coreografia ficou o Núcleo Recreati-vo e Desportivo Ídolos da Praça, com o tema “Os Festejos dos Santos Populares”.A União Desportiva e Recreativa das Pontes, na terceira posição, arrecadou os galardões de melhor figurino e melhor música e viu a madrinha da sua marcha, Inês Pereira, ser considerada a melhor.O quarto lugar foi atribuído à Sociedade Filar-mónica Perpétua Azeitonense, enquanto em quinto ficou a marcha do Grupo Desportivo Independente, distinguida igualmente com o prémio de melhor letra a concurso.O Núcleo de Bicross de Setúbal ficou em sex-to na classificação geral, enquanto a sétima

posição recaiu no União Futebol Co-mércio e Indústria.Os oitavo e nono lugares foram atri -buídos, respetiva-mente, à Associa-ção de Moradores do Bairro da Anun-ciada e ao Centro Cultural e Despor-tivo de Brejos de Azeitão.

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Mais de cinco mil pessoas assistiram ao Eurovi-sion Live Concert, a 8 de setembro, no Auditório José Afonso, evento que contou com as atuações de cerca de vinte artistas, portugueses e estran-geiros, a maioria rela-cionada com edições do Festival da Eurovisão.A organização mostrou--se satisfeita pelo su-cesso da noite. “Este foi o melhor ano. Teve exce-lentes condições técnicas, mais artistas e imenso público”, sublinhou Gui-lherme Santos, presi-dente da Organisation Générale des Amateurs de L’Eurovision – Por-tugal (OGAE), entidade responsável pela con-cretização do certame,

apoiado pela Câmara Municipal. A edição deste ano teve ainda a novidade de as entradas serem gratuitas, além de os artistas atuarem com músi-ca ao vivo. As participações mais aplaudidas da

noite foram as de Katrina Leskanich, do grupo Ka-trina and the Waves, e de Simone de Oliveira, ho-menageada pela OGAE e pela Câmara Municipal de Setúbal, representa-da pela verea dora Carla Guerreiro.Após o espetáculo prin-cipal do Eurovision, a festa continuou até às sete da manhã, com pú-blico e artistas a confra-ternizarem no lounge instalado no recinto do certame.

FUMO com fogo

musical

cult

ura

Mão Morta, Mazgani e The Legendary Tigerman com Rita Redshoes foram as grandes presenças na terceira edição do FUMO – Festival Urbano de Música e Outras Coisas, realizado entre 20 e 30 de ju-nho.Música e cinema são a base deste certame, promovido pela associação setubalense Experimentáculo, com apoio da Câmara Municipal, que este ano trouxe muito público de fora, como Lisboa e Oeiras.Pedro Soares, da Experimentáculo, considerou a edição de 2012 a mais bem-sucedida, êxito a que ajudou o concerto de Mão Morta, a primeira vez que a banda de Braga atuou em Setúbal.Outra noite de grande sucesso foi a da participação de Tigerman e Rita Redshoes, que tocaram ao vivo a banda-sonora do filme “Estrada de Palha”, de Rodrigo Areias.O festival aliou as suas características ao património arquitetónico e cultural da cidade, utilizando espaços como a Casa Bocage, o Museu do Trabalho Michel Giacometti e o Convento de Jesus.

Francisco Finura, o “Fi-nuras”, falecido a 4 de setembro, aos 83 anos, fica eternizado na me-mória dos setubalenses como uma personali-dade única e multiface-tada.O autointitulado “ope-rário especializado em trabalhos não especiali-zados” foi, entre muitas coisas, homem-rã, ilu-sionista, faquir, tourei-ro e professor de hipnose, telepatia e retenção memorial.A Câmara Municipal, que atribuiu a “Finuras”, em 2010, a Medalha de Honra da Cidade, expressou o seu profundo pesar pelo desaparecimento “deste homem grande e enorme setubalense”.Francisco Augusto da Silva Finura nasceu a 13 de abril de 1929, na Rua da Saúde, filho de um serralheiro e de uma doméstica. Depois de uma vida de inúmeros ofícios, nos últimos anos dedicava-se à “ferrugem, agricultu-ra e ciências ocultas”.Em entrevista à agenda municipal “Setúbal – Guia de Eventos”, publicada em julho de 2007, contou que, de todas as atividades, a “ferrugem” – for-ma de se referir a tudo o que é chapas e motores – e o mergulho foram as eleitas.

Especialista inimitável

Eurovisão em palco sadino

O bom contador de estórias

Vaclav Havel e Theodoros Angelo-poulos.Cinema português do ano, curtas--metragens europeias e das escolas de cinema, bem como o “panorama” de todo o mundo, da Índia aos Es-tados Unidos da América, passando pela Austrália e pelos Camarões, são sempre bem recebidos pelo público que assiste aos nove dias de festival.Abrangendo todas as idades, o Fes-troia continua a apostar nos públi-cos mais jovens, infantil e juvenil, dedicando-lhes sessões. O Media Programe Europeu classi-ficou este ano o Festroia com a pon-tuação máxima, o que resultou num apoio de 75 mil euros, o valor máxi-mo concedido a um festival.

A exposição “Um Bom Amigo”, uma evocação ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, chegou ao fim, a 16 de setembro, após dois meses de permanência no Mu-seu do Trabalho Michel Giacometti.Centenas de crianças, jovens e adultos visitaram esta mostra, composta por tapeçarias, elaboradas por centenas de utentes de instituições educativas, sociais e culturais de todo o País, e ainda por escultura, cerâmica, quadros e livros ilustrados por artistas plásticos portugueses, medalhística, selos e postais.A par da exposição, inaugurada a 14 de julho, um programa recheado de atividades esteve à disposição dos visitantes, com visitas guiadas e ateliers de pintura por Niels Fischer, promotor da iniciativa, encenações a partir dos contos de Andersen e jogos didáticos.

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Escolas melhoram condições edu

caçã

oO serviço de transporte es-colar para perto de três mil alunos a frequentar os es-tabelecimentos de ensino do Concelho é assegurado, num investimento de cerca de um milhão de euros. O Plano de Transportes Escolares para o ano letivo 2012-2013, aprovado no final de junho, em reunião pública ordinária, abran-ge um total de 2869 estu-dantes, em que 1925 são do ensino básico e 944 do secundário e profissional.O serviço, definido no quadro de atribuições e competências das autarquias locais no âmbito da Educação, é gratuito, mediante a legislação em vigor, para os alunos do ensino básico, na escolari-dade obrigatória, quando residam a mais de três ou quatro quiló-metros dos estabelecimentos de ensino, consoante estes dispo-nham ou não de refeitório. O serviço para alunos do ensino secundário é comparticipado em 50 por cento, cumprindo, igualmente, a atual legislação.No mesmo documento está prevista uma receita de 345 mil e 122,02 euros, correspondente às comparticipações de alunos, da Direção-Geral das Autarquias Locais e de municípios com estu-dantes em estabelecimentos de ensino de Setúbal.

Transporte apoia 3 mil alunos

Ateliers encerram

em festa

A criação de um refeitório, a reparação

de coberturas e a aquisição de um

monobloco climatizado materializam um

investimento de perto de 200 mil euros da

Autarquia em escolas do Concelho. Os trabalhos,

realizados no período de férias letivas, melhoram

as condições de ensino para mais de meia centena de alunos

A instalação de um refeitório e cozinha na EB1 n.º 2 do Faralhão, com vista a dotar este estabelecimento de ensino de condições de preparação e confeção de refeições alimen-tares para os alunos, é uma das intervenções realizadas pela Câmara Municipal de Setúbal em escolas do Concelho durante o período de férias letivas.As obras, uma empreitada orçada em perto de 34 mil euros, executada entre julho e o início de setembro, consistiram na adaptação e am-pliação de um espaço já existente naquela es-cola para a instalação de duas novas valências, uma cozinha e um refeitório.As intervenções incluíram a execução de di-versos trabalhos de construção civil, como a colocação de um teto falso na ala de entrada, o revestimento das paredes a azulejo da área

Miúdos e graúdos reviveram as ex-periências adquiridas nos “Ateliers de Verão”, atividade ocupacional de tempos livres dinamizada pela Câma-ra Municipal, numa festa de encer-ramento com a presença de mais 250 participantes realizada em meados de agosto, no Parque Urbano de Albar-quel.Ao longo das duas horas e meia da fes-ta, aberta ao público, houve demons-trações de ateliers de hip hop, capo-eira, bateria, canto e música. Foi ainda possível apreciar uma exposição dos ateliers de trabalhos manuais.Em paralelo, mais de uma centena de fotografias foram projetadas numa tela, recordando alguns dos melhores momentos vividos pelos 750 parti-cipantes, entre crianças e jovens dos 6 aos 18 anos e adultos com mais de 65, envolvidos nas cerca de cinquen-ta oficinas lúdicas e pedagógicas dos “Ateliers de Verão”, organizados em parceria com várias instituições do Concelho.

Dinamizados ao longo de dois meses, o estio foi ocupado de uma forma ativa e dinâmica, com iniciativas para todos os gostos e idades, sempre numa ótica intergeracional que proporciona tem-

po de qualidade e atividades divertidas para miúdos e graúdos.Em espaços públicos, ao ar livre ou em instalações associativas, realizaram--se atividades desportivas, como vela, natação e canoagem, e outras de áreas muito distintas, da música e dança ao teatro, do cinema à informática. Hou-ve ainda iniciativas pontuais de aven-tura, com equitação, slide e escalada.A prevenção de comportamentos de risco nos jovens e o combate à solidão e ao sedentarismo sénior formam uma dupla função dos “Ateliers de Verão”, uma solução divertida para ocupar os tempos livres.

que acolhe o refeitório e a cozinha e a instala-ção de redes mosquiteiras nas janelas.A ampliação das redes de eletricidade, de abastecimento de água e de saneamento, para ligação aos novos equipamentos a insta-lar, foram outros trabalhos executados nesta empreitada, na qual foram incluídas ações de manutenção ao nível da cobertura do edifício e o aproveitamento da rede de deteção de in-cêndios.Num investimento complementar, a Autar-quia realizou ainda o apetrechamento da co-zinha e da área de refeitório, com a aquisição de cadeiras, mesas, utensílios de cozinha e equipamentos de apoio à confeção de refei-ções.Outra das intervenções realizadas pela Autar-quia na rede escolar durante o período de ve-

rão foi desenvolvida na EB1/JI do Viso, com a instalação de um monobloco climatizado com as funções de área de refeitório e cozinha, possibilitando que os alunos deixem de ter de sair do recinto escolar para as refeições.O investimento, da ordem dos 105 mil euros,

incluiu a demolição de uma antiga estrutura naquele estabelecimento de ensino, operação necessária para a instalação do monobloco, e a aquisição de materiais de apoio ao funcio-namento destas novas valências.Já na EB1 n.º 12 das Amoreiras, a Câmara Mu-nicipal de Setúbal procedeu à requalificação das coberturas, obra que permitiu solucionar problemas relacionados com infiltrações e dotar a escola de melhores condições de con-forto térmico para as mais de duas centenas de alunos.Os trabalhos, uma empreitada orçada em mais de 47 mil euros executada em cerca de um mês, incidiram na reparação de fendas, na aplicação de materiais impermeabilizan-tes e na implementação de um revestimento térmico.

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acad

emia

A Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal (EST/IPS) está a de-senvolver um projeto de estudo e caracteri-zação do biodiesel que revelou soluções pio-neiras.O projeto “Valorização de resíduos de óleos e gorduras para produção de biodiesel”, ini-ciado em 2009, responde ao pedido de in-formação de empresas ligadas ao comércio de combustíveis sobre a qualidade final daquele produto, numa lógica de redução de custos e de benefícios ambientais.O trabalho descobriu alternativas ao nível das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), nos estabelecimentos que confecio-nam comida para levar para fora, supermer-cados, equipamentos hoteleiros e também em unidades industriais de fabrico de comida ou produtos associados, tal como a confeção de margarinas.No caso de uma ETAR, esclarece Ricardo Sal-gado, que orienta o projeto com a colaboração de docentes e alunos da EST/IPS, “existe logo à entrada do equipamento um separador onde as gorduras, através de um processo de flotação, se aglomeram e ficam separadas das águas residu-ais”. Numa destas estações é possível conse-guir-se recolher, em média, trinta toneladas de gordura por ano, o que acontece devido à alimentação portuguesa ser rica neste com-posto, ao contrário do que sucede noutros pa-íses europeus.Outra vantagem na recolha da gordura das ETAR para a produção de biodiesel é que, deste modo, são suprimidos os custos asso-ciados à deposição deste material em aterros e evitam-se os encargos do tratamento do re-

Água livre de xenobióticos

Gordura conhece novos usos

síduo na própria estação. Num supermercado que confecione comida para levar para casa, em média, é possível recolher cerca de sete toneladas por ano.Em Portugal é obrigatório, de acordo com as normas europeias e ao abrigo do Protocolo de Quioto, controlar as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, designadamente ao nível das que são libertadas pelo uso dos car-burantes. As metas estabelecidas situam-se nos 10 por cento de introdução do biodiesel no gasóleo, mas o uso está atualmente situado

nos 5 por cento. O biodiesel enquanto opção alternativa, viável e mais económica em rela-ção à gasolina e ao gasóleo tem levado empre-sas a usarem-no exclusivamente nos seus veí-culos, designadamente as produtoras daquele combustível.“São obtidos grandes benefícios ao nível das emissões conseguindo-se uma redução de entre 30 a 70 por cento, dependendo da idade do veículo e do número de quilómetros percorridos”, clarifi-ca Ricardo Salgado, docente de Ecologia.Como se está a usar uma matéria gorda, outra

vantagem apontada é o motor funcionar de um modo mais silencioso, o que se nota imedia-tamente pelo condutor, havendo igualmente ganhos ao nível da redução de custos, a rondar os 40 por cento face ao preço atual do gasóleo.Com uma performance idêntica, o biodiesel feito a partir de óleos vegetais apresenta em relação ao de gordura animal a vantagem de provocar uma mais lenta sujidade nos injeto-res da viatura.O investigador acredita que o uso corrente do biodiesel pode ajudar as empresas a melhorar a competitividade, designadamente a nível regional, já que as zonas urbanas têm bas-tantes equipamentos industriais e comerciais onde é possível recolher gorduras.Quanto ao futuro do projeto, ainda em desen-volvimento, Ricardo Salgado considera haver um grande potencial no uso desta tecnologia, apontando no entanto a existência de dificul-dades de implementação por os encargos ini-ciais ainda serem elevados, o que condiciona as empresas a aproveitarem a ideia para a co-locarem em prática.O trabalho em progresso tem em conta o ob-jetivo de minimização desses custos iniciais, já que depois de instalados os equipamentos a obtenção do produto é muito barata.“A produção do biodiesel é uma reação química que faz uso do álcool [metanol], e disso resultam dois produtos, biodiesel e glicerina”, numa per-centagem de 75 por cento para o primeiro e de 25 por cento para o segundo. “A produção é fácil e quase se pode obter de um modo caseiro”, indica o docente, revelando que a EST/IPS está disponível para colaborar com potenciais investidores.

O uso de gorduras até aqui desaproveitadas para a produção de biodiesel, com ganhos económicos e ambientais, é proposto por um grupo de trabalho da Escola Superior de Tecnologia. Duas alunas do mesmo estabelecimento do IPS estudam a forma de melhorar a qualidade das águas

Um projeto inovador que tem como ob-jetivo assegurar um abastecimento de água potável de boa qualidade às popu-lações e tornar as águas das praias mais limpas foi concebido por duas alunas da Escola Superior de Tecnologia do Insti-tuto Politécnico de Setúbal (EST/IPS).A proposta de Cátia Chanfana e Susana Martins, com o projeto de final de curso denominado “Tecnologias de oxidação aplicadas à remoção de retardadores de chama”, propõe a eliminação de com-postos que usualmente são encontrados nas águas captadas para consumo habi-tacional e nas estações de tratamento de águas residuais, através da implemen-tação de novas tecnologias.A importância da eliminação dos xe-nobióticos, “compostos que normalmente não existem na natureza, sendo criados pelo homem para vários fins”, é parte es-sencial do trabalho, já que a exposição a estes tem um efeito cumulativo e “pode dar azo a doenças, entre as quais alergias e disfunções hormonais e neurológicas”, aponta Cátia Chanfana.Um xenobiótico é um composto que en-contra nas suas utilizações mais usuais

os retardadores de chama. Estes podem ser encontrados nos plásticos ou resi-nas, para que não ardam tão depressa e enquanto medida de segurança, en-quanto outros são introduzidos nos produtos para realçar as suas caracte-rísticas, tal como sucede com a cosmé-tica.Parte da solução para este problema global centra-se essencialmente na preservação da saúde pública em ter-

mos preventivos, atuando-se ao nível das estações de tratamento de águas residuais que não conseguem remover estes compostos por completo, liber-tando-os no ambiente. O mesmo pode ocorrer nas estações de tratamento de água para consumo corrente.O processo de eliminação dos xenobió-ticos requer, de acordo com o estudo elaborado pelas alunas finalistas de Engenharia do Ambiente, uma combi-

nação de processos de remoção em que são utilizados simultaneamente raios ultravioleta e a adsorção que retém as moléculas ou iões destes fluidos.Ao se utilizar a tecnologia proposta, aponta Cátia Chanfana, há custos asso-ciados, que não estão ainda quantifica-dos, decorrentes do próprio processo e porque envolve a configuração que as estações de tratamento de águas terão de possuir para comportar todos os tra-tamentos, influindo igualmente na se-quência dos vários tratamentos que se sucedem “numa lógica de linha de mon-tagem”.A solução, ensaiada em laboratório, in-dica uma significativa remoção destes compostos perigosos para o ser huma-no, fauna e flora, que, deste modo, ofe-rece a possibilidade do uso da água com menor risco.Os ganhos da implementação deste pro-cesso, indicam as alunas, é o aumento da segurança com que se pode utilizar a água em casa, nos vários usos, mas tam-bém a de quem vai a banhos nas praias e nos rios, os locais onde os efluentes são despejados.

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retr

ato

s

Luís Páscoa cresceu com bichos e a eles se afeiçoou. Por isso é pastor, ofício milenar, mas que, hoje, ape-nas alicia alguns, os poucos que têm amor pelo campo, pelos animais e que são capazes de fazer da solidão uma companheira.Com 28 anos, um moço ao pé das rugas que imperam nos colegas, Luís Páscoa assume uma paixão desmesurada pelas ovelhas, quase lírica. “Sem elas não consigo viver. É como se me tirassem o coração”, ex-plica, com os ombros encolhidos, a denunciarem que não existem ou-tras palavras para dar forma ao seu afeto.E o coração continua a bater pois conduz diariamente um rebanho com cerca de duzentos animais dos 750 que constituem o efetivo do pa-trão e produtor de laticínios Hum-berto Ferrão.Tanta paixão na Quinta da Esperan-ça, próxima de Vila Fresca, é condi-mento importante num fim espe-cífico, o queijo de Azeitão, produto artesanal, de origem demarcada, que só pode ser produzido em Se-túbal, Palmela e Sesimbra, onde se colhe a generosidade da Arrábida.

Amizade de coração

Quando o afeto é fogo que arde sem

se ver, fica difícil encontrar palavras

que exprimam o inexplicável. Luís Páscoa é jovem, é

pastor e é incapaz de imaginar a vida

noutro ofício. O prazer do convívio com as

ovelhas, a “Milene” e a natureza

não tem substituto. Apenas se transforma.

Neste caso, em queijo

O trabalho de pastor tem segredos, requer mestria e exige dedicação como tantos outros ofícios.“Há que saber dar a ‘volta’.” Esta “vol-ta” é o passeio do rebanho, ativida-de central de um pastor, mas longe de ser a que mais tempo ocupa.“Os dias começam às seis da manhã e podem acabar lá para as dez da noite”, explica Luís Páscoa. Em cada jorna-da, o pasto rouba horas ao nascer do sol e ao final da tarde, sendo que pelo meio fica “o chocar de algum borrego, que é dar mama, o ordenhar”, e toda a manutenção diária que um rebanho exige, 24 horas por dia, to-dos os dias do ano.As duzentas cabeças de gado conhe-ce-as ao pormenor, pois “são ami-gas, são quase família”, e conhece igualmente as reações e os hábitos de cada uma. Este é um segredo que não se aprende, mas que nasce nos predestinados a pastor.A esta sensibilidade, apresenta-da com tamanha naturalidade que quase assume contornos de enredo mitológico, junta-se o cajado.Porventura a única ferramenta ma-terial usada por um pastor, o cajado é tão importante como a batuta de

um maestro, onde uns acenos indi-cam direções e ritmos.“Sabe, só a presença já impõe respeito. Quando às vezes não obedecem ao as-sobio e as ovelhas vão para onde não devem, dá-se um ‘tautauzinho’ numa ou noutra só para saberem que fizeram uma coisa mal. Não é nada de mais, até porque a ovelha é um bicho medro-so e desconfiado.”Tão medroso que, decifrada a in-tensidade do “tautauzinho”, desco-bre-se que se trata apenas de um toque no dorso.Nesta sinfonia à cumplicidade e à amizade toca ainda outro fiel amigo. A “Milene”, cadela com três anos que nutre tanto gosto pelo pastoreio como Luís Páscoa.“É mais meiga do que o outro cão do sr. Humberto, mas esse também é mais novo. Mesmo assim, veja lá, não mos-tre os dentes… É que os cães ficam tão amigos dos rebanhos como nós e de-pois tornam-se protetores”, alerta.A “Milene”, que, talvez em dia de feição, ainda permitiu umas fes-tas, sobressai pelo bom domínio do português. “Olha o lado…”, lá foi, “não pá, o outro!”, lá corrigiu, “e mais devagar…”, lá abrandou.

Na “escola” apenas precisou de um ou outro “tautauzinho” em cachor-ro, de afeto e de saber que, no con-trolo do rebanho, do pasto, da co-mida e do seu próprio destino, está sempre o bom pastor.O inverno é o período mais duro para todos, sem exceção. Enquanto a chuva e o frio grassam no sopé da Arrábida, pastor, cão e rebanho en-frentam os pastos, pois as ovelhas têm de continuar a alimentar-se da melhor maneira. “Saímos um pou-co mais tarde de manhã e um pouco mais cedo de tarde”, acrescenta Luís Páscoa.Mesmo assim, no campo é que o jovem pastor está confortável. Tor-cendo o nariz quando responde se gosta de viver em Palmela. “Sabe, há mais confusão…”

Carinho por um queijo

O amor bucólico de Luís Páscoa é repartido pelo produtor Humberto Ferrão. Ao contrário do pastor, o patrão conhece não apenas as du-zentas ovelhas do rebanho daquela tarde, como todas as mais de sete centenas que constituem a totalida-

de da produção. “Em tempos, cheguei a dar nomes a todas, mas, como estou desde 1995 neste ramo, já fica compli-cado. De qualquer forma conheço os números, sem exceção”, afirma Hum-berto Ferrão.Ambos, pastor e patrão, contri-buem quotidianamente para o bem-estar dos animais e deles ex-traem o leite, matéria-prima vital para o queijo de Azeitão, neste caso, o “Vítor Fernandes”.Uma ovelha vive em média sete anos e cada raça tem traços físicos e psicológicos específicos.A “saloia”, com cornos e de tom avermelhado na barriga e nas per-nas, é característica de Azeitão. Todavia, na região, esta espécie de ovelha é cada vez mais escassa, tendo vindo a ser substituída pela “Lacaune”, oriunda de França, toda branca e que oferece melhores ín-dices de produtividade.Os hábitos gregários são comuns à espécie, tal como o instinto em seguir uma liderança. E é aí que a paixão de Luís Páscoa ganha razão de ser, para que, do afeto, se orde-nhe um dos queijos mais famosos do País.

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rostoLaços de família

A ideia estava em banho-maria há um ano. O apoio da família e a disponibilida-de da irmã Ana, de 33 anos, para ficar na loja, enquanto Lina cumpre a profissão de assistente social, deram sentido à concretização da Gossip Store, inaugurada a 16 de junho.Lina Ribeiro, 39 anos, dotou este espaço no Bairro de Troino de um ambiente “cosy” (acolhedor), intimista e familiar. Cada objeto na sala e nos quartos tem uma história e um toque familiar, como duas fotografias das “manas”, aos três ou quatro anos, penduradas na parede.A familiaridade não fica por aqui. Mesmo na rua ao lado, a Fran Paxeco, trabalha Rui Garcia, marido de Lina e, para muitos, o “charroque da prrofundurra”.Sem raízes no Troino, a localização da loja só poderia ser naquele bairro que aco-lheu, há dois anos, a loja do Charroque “de uma forma quase maternal”. São dois pro-jetos que só vieram ajudar a “dinamizar o bairro e envolver a população”, tal como o recuperar das festas populares na zona.

A oferta está no segundo piso, em duas salas, uma de roupa usada e outra de nova. Para encontrar o que se pretende ou algo que surpreenda, a cliente está à vontade para remexer as gavetas das cómodas e o interior dos roupeiros, onde os vestidos novos suspensos nos cabides esperam por uma prova. Aliás, o provador é simples-mente encantador. A promessa de preços baixo e acessíveis comprova-se nas etiquetas cujo logoti-po da “Gossip” foi criado pelo primo Zé Nova. Óculos e biquínis, além de bijuteria, agendas e bolsas feitas por amigas e até pela sogra são alguns dos acessórios.A sala do lado destina-se à roupa em se-gunda mão, que Lina compra, ao quilo ou à consignação, desde que em bom estado. E, é claro, há preços para todas as bolsas.Se esta é uma mais-valia para todos, os que vendem e os que compram, a Gossip Store continua a surpreender com vários eventos a acontecer, sobretudo, à noite. Trocas de roupa no momento e penteados para sair à noite são alguns exemplos que as fãs da coscuvilhice podem ir acompanhando no www.facebook.com/gs.gossipstore.O horário de funcionamento da loja marca ainda a diferença, de segunda a sexta-feira das 14h00 às 19h00 e ao sábado das 10h00 às 13h00.

Roupascom históriaA fofoca está na moda

O conceito, a decoração e a localização tornam a Gossip Store única no negócio do vestuário. Num ambiente acolhedor, o estilo é sobretudo ‘retro vintage’, com roupa nova e usada. No coração do Troino, este é o ponto de encontro ideal para, entre amigas, se pôr a conversa em dia

Bisbilhotar o n.º 18 da Rua António Maria Eusébio, em pleno Bairro de Troino, é obrigatório, quer sejam fo-foqueiras ou não. O certo é que esta loja de moda feminina está a dar mui-to que falar.Línguas afiadas à parte, a Gossip Store, em português, qualquer coisa como “loja da bisbilhotice”, prima por uma filosofia bem simpática. Roupas diferentes, retro vintage, com preços baixos e sem ser em série. O melhor de tudo é que esta é uma loja que rom-pe, em tudo, com o habitual conceito de espaço comercial, sobretudo na área do vestuário.Na Gossip Store a “cliente pode usu-fruir de um espaço sala como se estivesse em casa”, como refere Lina Ribeiro, a mentora do projeto. Para beber um café ou um chá, ler um livro ou ouvir música, navegar na internet ou sim-plesmente coscuvilhar com as amigas, “como o próprio nome da loja indica”. Aberta desde meados de junho, a “Gossip” surgiu de uma necessidade sentida por Lina: “Poder comprar mais roupa sem ter pena de me desfazer da que tinha.”As modas passam, mesmo que anos mais tarde voltem a estar… na moda. A renovação do roupeiro com regula-

piso, onde fica a sala de estar ou “Gos-sip Corner”.Aqui, Ana Crispim, irmã mais nova de Lina, dá as boas -vindas, mas antes mesmo de agradecermos já os olhos percorreram as paredes coloridas, o móvel antigo, o televisor com uns bons quarenta anos, a aparelhagem, os vinis e as cassetes, os livros que pa-recem ter saído de um alfarrabista, os bibelôs e, claro, como uma tradicional casa portuguesa, o quadro, quase tão famoso como a Gioconda, do Menino da Lágrima.Raros são os objetos que ali estão que foram comprados ou que são recen-tes. Muitos foram oferecidos, como cómodas e roupeiros. Entre rarida-des, velharias e preciosidades que dão alma à “Gossip”, a manta de rosetas estendida sobre o sofá feito pela avó de Lina, um ano antes de morrer, é “o objeto”. “Está aqui investido muito tra-balho nosso, muito carinho e um envol-vimento muito especial”, confessa Lina.Já a alma do “negócio” deve-se a Au-drey Hepburn, ícone da moda vintage, que tem inspirado a proprietária “des-de miú da”. Embora este seja o estilo inerente ao conceito da loja e, não fu-gindo dele, a “Gossip” vai também ao encontro do que as pessoas procuram.

ridade, sem gastar muito, pode tor-nar-se uma realidade para quem quer estar sempre “coquete”. Até porque a Gossip Store compra e vende roupa em segunda mão. “É sempre uma ma-neira de continuarmos a andar giras, em tempo de crise, com preços baixos”, salienta Lina Ribeiro.E agora, uma outra particularidade para quem ainda não visitou a loja: “A ‘Gossip’ não pratica preços acima dos trinta euros.” Ou melhor, dos 29,90 euros. Se o preço é justo para quem compra, o lucro é quase nenhum para quem vende. Mas só assim Lina diz fazer sentido o conceito que quis dar à sua loja. Caso contrário, era só mais uma.

A alma Gossip

O prédio de dois andares onde fun-ciona a “Gossip” não é casa de fa-mília, mas é sem dúvida da família e dos amigos. Não são apenas os preços acessíveis ou o risco reduzido de en-contrarmos um modelito igual facil-mente por aí que fazem de cartão de visita desta loja.A decoração é tão deliciosamente ca-seira e acolhedora que apetece tirar os sapatos assim que se sobe ao primeiro

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mem

óri

aHistóriaCidade conserva passado

O conforto da cama era deixado a meio da noite ao grito do “avisador”, mais tarde da sirene. Enquanto

as mulheres corriam para a fábrica, já os carregadores chegavam da lota com o peixe. Descabeçar, engrelhar,

enlatar, azeitar e cravar eram funções múltiplas vezes repetidas, horas a fio, na cadeia operatória das fábricas de conserva. Setúbal ficou com fama da boa sardinha em lata, hoje conservada em memórias de

um trabalho duro que desenvolveu a região

Hoje, numa das etapas do processo de enla-tar, uma fábrica de conservas consegue fechar 800 latas por minuto. Antigamente, as fábricas como a Perienes empregavam vinte a trinta ho-mens que soldavam os fundos das latas, num processo moroso e perigoso. Um pouco mais tarde, surgem as cravadeiras mecânicas, pri-meiro a pedal e depois automáticas, ficando dezenas de soldadores sem trabalho. Apesar da rapidez no cravar o, agora, tampo da lata, este trabalho requeria a máxima destreza e con-centração. À mínima distração, a cravadeira automatizada ceifava um dedo à operária que a manuseava ou, se não estivesse bem afinada, causava prejuízo por romper as latas.Numa das memórias registadas, Eduardo Ro-drigues Mateus, afinador e serralheiro, recor-da, no tempo presente, quando algo corria mal na cravadeira, culpa da afinação ou da atenção: “Às vezes parte-se numa ponta e o rolão cai logo e, noutras vezes, parte-se ao meio. Então a máquina continua a cravar, a mulher está com pouca aten-ção e a cravação começa a sair frouxa e ali a lata fica rota.”Antes de enlatar, o peixe passava por tantas ou-tras mãos, numa cadeia que começava na lota e acabava pronta para levar à mesa, num ciclo de tarefas com graus de responsabilidade e difi-culdade diferentes. Peixe fresco, bem cozido e regado com um bom azeite é, ainda hoje, o se-gredo para a melhor conserva.

Da lota até à lata

Antigamente, à época da fábrica Perienes, o peixe, principalmente sardinha, que chegava à lota, fosse dia ou noite, era levado imediata-mente para a fábrica em canastras à cabeça dos carregadores, no chapéu de grandes abas fun-das e redondas para que a água que escorria do peixe ali caísse. Nem sempre só a água. Por ve-zes, um movimento propositado mais “agitado” fazia com que um ou outro peixe ficasse na aba do chapéu. Desperdício? Nada disso. Fernan-do Armando, antigo carregador, lembra-se do peixe que por vezes vendia e outras “levava para casa”.Entre as várias viagens feitas, ladeira acima, la-deira abaixo, entre a fábrica e a lota, da chami-né, ainda existente, começava a sair fumo, sinal de trabalho da caldeira para aquecer o forno. Enquanto isso, o “moço da bicicleta” ia de porta em porta avisar os operários da chegada de pei-xe, a que horas fossem. Mesmo a meio da noite, todos se levantavam das camas. Não havia tem-po para preguiça. Havia, sim, fome e pobreza. “Chegávamos à noite, estávamos muito bem em casa, apitava a sirene e lá vinha a gente a correr, a correr (…) de tamanquinhas”, recorda Adelai-de Pernas, antiga operária na Perienes durante

A palavra trabalho não poderia ser mais bem empregue no museu que, durante meio sécu-lo, foi local de muita labuta numa atividade que teve em Setúbal um dos seus expoentes máxi-mos. A indústria de conservas de peixe.Se em tempos a antiga fábrica Perienes “con-servava” sardinhas em lata, em 90 por cento para exportação, hoje são as memórias do meio fabril que se conservam ali mesmo, no Mu-seu do Trabalho Michel Giacometti. Homens, mulheres e crianças, familiares, amigos e vizi-nhos, várias gerações, tiveram ali um posto de trabalho, desde que houvesse peixe. Já a indústria conserveira em Setúbal ia no seu apogeu, com 130 fábricas e 10 mil trabalhado-res, quase um terço dos 37 mil habitantes exis-tentes à altura na cidade, quando a Perienes, em 1920, abriu portas. Esta atividade económi-ca, trazida por franceses nos anos 80 do século XIX, impulsionou o crescimento do número de fábricas na cidade, acompanhado pelo aumen-to demográfico. Em pouco mais de trinta anos, a população setubalense duplicou, devendo-se em parte aos trabalhadores que deixavam a ati-vidade agrícola. A proliferação de fábricas e a grande oferta de mão de obra propiciaram más condições labo-rais, salários baixos e várias horas de trabalho. Sobreviver à exploração patronal era “o pão de cada dia”. Com a implantação da República sur-gem as primeiras greves, com as reivindicações orquestradas pelos sindicatos, alastrando-se a outros pontos do País e a outros setores indus-triais, num período conturbado pela instabili-dade política e pelo pós-I Guerra Mundial.Analfabetos, era com a observação dos movi-mentos repetidos e depois com a prática que os operários aprendiam os vários processos no fabrico das conservas. No entanto, a forma de laborar não era a mesma de fábrica para fábri-ca, embora existisse uma ou outra semelhança num ou noutro preceito.

Dura forma de vida

O conhecimento que atualmente se tem da indústria conserveira setubalense, sobretudo o papel socioeconómico nas famílias inteiras que dela dependiam, deve-se em grande parte a uma investigação levada a cabo pelo Centro de Estudos de Etnologia da Universidade Nova de Lisboa em colaboração com o Museu do Tra-balho Michel Giacometti. Num processo de registo, iniciado em 1987, foram ouvidas e do-cumentadas estórias de antigos trabalhadores das fábricas de conserva de Setúbal, uma ati-vidade que tem continuidade com o Centro de Memórias Orais, uma das valências do museu, a par da exposição “Da Lota à Lata”, a assinalar 25 anos.

trinta anos e o marido, que ali conheceu, qua-renta. Anos mais tarde, o “avisador” foi substituído pela “vaca”, como apelidaram os operários à si-rene que ecoava, num som inconfundível com o das outras fábricas de Setúbal. Ainda hoje se pode ouvi-lo numa visita guiada ao museu, já não da sirene original mas de uma réplica. À porta, o mestre tocava uma campainha e os trabalhadores entravam. “Quem viesse cinco mi-nutos atrasada já não entrava, tinha de ficar na rua”, lembra Adelaide, que foi para a fábrica Perienes a pedido da irmã, que também lá tra-balhava.Lá dentro, a cadeia operatória começava na bancada de descabeçar o peixe e tirar a cauda e as tripas, tarefa deixada para as mulheres e até crianças, que subiam a um caixote para ganhar altura.Dali, o peixe passava para a pia da salmoura onde ficava uma hora a salgar, cuja porção de água e de sal “só” um funcionário do sexo mas-culino sabia acertar. Para não se correr o risco de ficar demasiado salgado, o peixe levava ou-tro banho num tanque com água sempre reno-vada. Mas antes, era engrelhado. Com o rabo para cima, cerca de uma centena de sardinhas era colocada numa grelha de ferro e sacudida com cuidado, durante a lavagem, para o peixe não cair.As grelhas eram colocadas, por mulheres e crianças, nos carros de cozimento, que os ho-mens empurravam pelos carris, ainda existen-tes, até aos fornos. Numa temperatura altíssi-ma, o peixe cozia ao vapor durante 15 minutos.Saídas do forno, as sardinhas eram colocadas numa bancada comprida onde, de pé, as mu-lheres as enlatavam, às quatro de cada vez, de forma desencontrada, sob a supervisão de uma operária para garantia do correto enlatamento ou encaixe.Outra tarefa nesta cadeia, que só terminava na exportação da conserva, era levar à mão, com destreza e equilíbrio, para um outro posto, uma pilha de trinta latas para “azeitar”. Antes de haver máquina, molho de tomate ou outras variantes, era a azeitadeira que regava com o melhor azeite as sardinhas de forma a ficarem cobertas. Depois de tapada e cravada, a conser-va era levada ao forno durante um minuto para esterilizar. Passar no controlo de qualidade só depois de testado pelo operário que ao bater na lata reconhecia, pelo barulho, se o conteúdo estava pronto para consumo ou não. Todos estes preceitos, de uma época tão prós-pera para Setúbal mas turbulenta para os setu-balenses, são recordados no Museu do Trabalho e, de viva memória, contados por quem dedicou uma vida ao trabalho fabril, em que a sobrevi-vência passava por uma lata de sardinhas.

LABORAÇÃO. A fábrica de conservas Alonso foi uma das muitas que transformaram Setúbal num dos principais polos nacionais deste setor industrial. A foto, de 1952, foi tirada por Américo Ribeiro

Estória

O ano de 1960 ficou marcado para as gentes de Setúbal pela visita de perso-nalidades destacadas, como o Presidente Américo Tomás e o cardeal Cerejeira, nos dias 24 e 25 de julho.O centenário da elevação de Setúbal a cidade motivou um grandioso programa comemorativo, organizado por subco-missões para os vários eventos, incluin-do as inaugurações do Cineteatro Luísa Todi, do Museu da Cidade e da Fonte do Centenário. A realização da Feira-Expo-sição de Sant’Iago, com o cortejo das ati-vidades económicas, foi outro momento alto.Enquanto a Câmara Municipal pedia à população para engalanar as ruas e ilu-minar as janelas do percurso feito pelo Presidente da República, o jornal “O Se-tubalense” noticiava, a 80 dias do grande acontecimento, os pormenores da festa: “Após o jantar, que também será íntimo, o sr. Almirante Américo Tomás assistirá à ré-cita de gala com que será inaugurado, pelas 22h00, o moderno Cineteatro Luísa Todi.”Isto para o dia 24, enquanto para 25, dia de Sant’Iago, o programa oficial era di-vulgado assim: “Às 11h00, inauguração do Museu da Cidade, no edifício do velho Con-vento de Jesus, e a abertura das exposições ‘Cem Anos da História da Cidade’, ‘Pintores Setubalenses’ e ‘Arte Sacra’; às 16h00, após almoço íntimo, será inaugurada pelo chefe de Estado a sede da comissão da Região de Turismo da Serra da Arrábida, instalada na antiga Casa do Corpo Santo, que está a ser devidamente restaurada. Às 17h00, de-pois de proceder à inauguração da ‘Fonte Centenária’, simbólica prenda da cidade, o sr. Presidente da República abrirá a Feira--Exposição de Sant’Iago.”

Centenário põe Setúbal em festa

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Rua

Pormenor

Decorada pelo tempo

Azulejos protetoresA colocação de azulejaria em facha-das de edifícios na Baixa setubalen-se, entre os séculos XVIII e XX, mais do que razões decorativas, teve pro-pósitos económicos, sociais e pro-tetores de pessoas e bens.A reconstrução arquitetónica pós--terramoto de 1755 e o medo de nova calamidade foram preponde-rantes para o surgimento de peque-nos painéis, azuis e brancos, com figuras de santos, nas fachadas das casas, sobretudo de particulares, sobre a porta de entrada. Proteção era o que pediam os pro-prietários ao colocarem imagens alusivas à família, como a Virgem Maria e o menino, mas também alegóricas, alusivas aos terramotos (S. Francisco de Borja) e aos incên-dios (S. Marçal).Além da escolha da imagem religio-

A antiguidade da Rua Pereira Cão – um dos mais famosos pintores decoradores nacionais – não é per-cetível pelo caráter rudimentar das mais antigas plantas de Setúbal (de 1582 e de 1621). Estas apenas regis-tam os arrabaldes das Fontainhas e do Troino, os contornos amuralha-dos da então vila medieval e, dentro desse perímetro, os principais ar-ruamentos.

hoje

ontem

sa como elemento central do azu-lejo, é imperioso contextualizar no movimento artístico da época ou-tras particularidades, como a cor e o desenho. Neste caso, identificam--se as duas últimas fases do estilo rococó, período entre 1745 e 1790. Pintados a azul e branco, utilizando a policromia e alguns pormenores em dourado mais tarde, os azule-jos eram recortados por vezes só no topo e decorados com “asas de mor-cego” e concheados. Embora não exclusivos à zona da Baixa, num percurso entre a Praça de Bocage e a Casa do Corpo San-to, um levantamento do Museu de Setúbal sobre a “Panorâmica da Azulejaria no Concelho de Setúbal” identifica exemplares nas ruas dos Correeiros, n.º 27, Serpa Pinto, 12, Dr. Paula Borba, números 18 e 69,

e Dr. Estêvão de Vasconcelos, 36, nos largos de Santo António e da Misericórdia e, ainda, nas ruas da Casa do Corpo Santo e Antão Girão, portas 67 e 71.

Padrões coloridos

A entrada num novo período ar-tístico, a partir de 1790, trouxe ou-tras abordagens à ornamentação azulejar. Combinações livres de imagens, aves, laços, plumas, em conjunto com fundos brancos ou marmoreados e centros com ape-nas um motivo ornamental ou mais figurativo representam o novo pe-ríodo estilístico, o neoclássico.O aparecimento de fábricas de ce-râmica, nas primeiras décadas do século XIX, dando início ao pro-cesso industrializado, vem permi-tir o alargamento da utilização do azulejo através da estampilhagem, generalizando-se o gosto pelo re-vestimento integral das fachadas de prédios burgueses.É desta forma que, além de deco-rativo, o azulejo passa a contribuir para a proteção e durabilidade dos edifícios, tornando os interiores

Na Planta da Praça e Villa de Setúbal, levantada em 1804 por Maximiano José da Serra e traçada em 1820, é que surge a artéria claramente dese-nhada, a atravessar de sul a norte o núcleo de Santa Maria e a ligar a Rua da Praia – a atual Avenida Luísa Todi – ao Largo de Santa Maria, mostrada com a designação de Rua das Fari-nhas. É com esta denominação que, nas últimas décadas de oitocentos,

meado do século XIX”. Igualmente numa das esquinas com a Rua da Praia foi instalada, em 1888, a Es-cola de Desenho Industrial Prin-cesa Dona Amélia, onde também eram ensinados lavores femininos. O Colégio Económico, destinado a meninas, foi instalado em 1897, no número 17, com instrução primá-ria e aulas de francês, desenho de ornato, trabalhos manuais e piano. No mesmo ano, a Escola Municipal Secundária passou a funcionar no número 37.

Pintor de renome

O nome anterior da Rua das Fari-nhas foi Rua dos Cavaleiros, en-quanto o posterior, Rua Rodrigo Soriano, surge por deliberação ca-marária de 10 de julho de 1912 como homenagem ao deputado republi-cano espanhol por serviços presta-dos à República Portuguesa.Finalmente, “logo após o golpe mi-litar liderado pelo ‘herói’ da I Guer-ra Mundial general Gomes da Costa produz-se uma ‘revolução toponímica’ de dimensões comparáveis à operada a seguir à Implantação da República”, aponta o historiador Carlos Mouro, embora “em sentido contrário, com a reposição de topónimos abolidos após

mais frescos e conferindo um as-peto visual exterior mais colorido através da diversidade de padrões. O prédio onde funciona atualmen-te a loja Benetton na Rua de Bo-cage exemplifica a cobertura total da fachada, embora não sendo a azulejaria primária. No entanto, aquando da recuperação do edifício procedeu-se à substituição da ori-ginal por uma idêntica.A utilização do azulejo acabou por se alastrar aos fins comerciais. O edi-fício na esquina da Rua Serpa Pin-to com o Largo Francisco Soveral, onde funcionou o pronto-a-vestir Fetal, é exemplo desse propósito num trabalho realizado nos finais do século XIX por Luís Ferreira, conhecido como Ferreira das Tabu-letas.Na fachada do edifício, alegorias ao comércio e à indústria publi-citam não só o ramo de atividade, mas também os produtos vendi-dos. Neste revestimento figurativo, publicita-se a “caza de commercio de fazendas de lã, linho, algodão e seda, nacionais e estrangeiras, por atacado e a retalho e um variado sortimento de bijoterias e fato feito”.

1910”. Entre as mudanças feitas foi suprimida a designação da Rua Ro-drigo Soriano, a 3 de novembro de 1927, o que determinou a designa-ção que ainda hoje vinga, Rua Pe-reira Cão.O setubalense José Maria Pereira Júnior (1841-1921), mais conheci-do por Pereira Cão, foi um pintor decorador de nomeada da segunda metade do século XIX. Com apenas 21 anos, já tinha no currículo obras de restauro do Palácio da Ajuda. De norte a sul do País, deixou obras de grande relevo ao nível da pintura e do azulejo, entre as quais as decorações dos palácios dos duques de Palmela – do Calhariz, Lisboa, e de Azeitão –, dos palácios de D. Luís Carneiro, na Anunciada, do Visconde de Coruche, do Conde de Fontalva, dos marque-ses de Viana e da Praia e Monforte, ou do Palácio de Queluz, entre outros tantos exemplos. Em Lisboa, aponta o historiador Óscar Paxeco, no “Ro-teiro do Tríptico de Luciano”, “quase todas as grandes casas da última me-tade do século passado [século XIX] ostentam pinturas do admirável artis-ta”. O mesmo autor aponta a decora-ção da cúpula da Câmara Municipal de Lisboa como sendo, “incontesta-velmente, o seu melhor e mais notável trabalho”.

recebe a coletividade Filarmónica Todi, um espaço que proporcionava noites de música e dança, nas quais, de acordo com os relatos da época, era frequente reunirem-se mais de quarenta senhoras dançando até às quatro da madrugada, “sempre na melhor ordem”, tal como os cronis-tas gostavam de acentuar.Um pouco mais tarde, numa das es-quinas com a Rua da Praia, foi inau-gurado o Café Príncipe, descrito por Arronches Junqueiro como um espaço frequentado pelos filhos dos utilizadores do emblemático Café Esperança, destinado às elites se-tubalenses.O “Príncipe” era procurado pelos jovens, que ali gozavam de maior liberdade. Era “vivamente disputado pela rapaziada sedenta de movimen-to e de parecer homens, atirando ao ar, com atrevimento e imponência, os fumos dos seus cigarros Scando”. Na sala de bilhar, a mais frequentada, “entremeavam as tacadas com copi-nhos de conhaque Martel, três estrelas, os mais aguerridos, e Père Kermann”, uma marca de absinto associada ao brilho e romantismo da Belle Époque francesa a que recorriam pintores e escritores à procura de estímulo criativo, descreve Arronches Jun-queiro no manuscrito “Setúbal no

O primeiro edifício do Mercado Livramento, na foto do Arquivo Américo Ribeiro, datada de 1918, foi construído

para servir melhor a população, extinguindo-se os locais de venda

dispersos pela cidade. Inaugurado em 1876, foi apontado como o mais faustoso

de Portugal. Os novos tempos ditaram a substituição do imóvel por outro, de

1930, sujeito recentemente a profundas alterações que o tornam num espaço de

venda dotado das mais exigentes normas de funcionamento.

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Obras recuperam Convento de JesusA obra de recuperação e valorização do Con-vento de Jesus, imóvel do período Manuelino classificado como Mo-numento Nacional, é iniciada ainda no de-correr deste ano. O avanço deste projeto é assegurado através de um protocolo de colaboração realizado entre a Câmara Mu-nicipal de Setúbal e a Direção-Geral de Pa-trimónio e Cultura, antigo Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Ar-queológico que não foi provido, no Orçamento do Estado de 2012, dos meios finan-ceiros necessários à conclusão do projeto.No âmbito deste acordo, a Autarquia garantiu a posição de beneficiário, solicitou a reprogramação temporal da obra e assumiu o investimento de recuperação do imó-vel, verba no orçamento municipal que já se encontra devidamente dotada para o ano de 2012, bem como para o de 2013.Esta intervenção estruturante para a cidade conheceu mais um passo decisivo com a abertura de um concurso público, com um preço-base de três milhões e 405 mil eu-ros, a que acresce IVA, e um prazo máximo de execução de oito meses, deliberação aprovada a 5 de setembro, em reunião pública. A obra de “Recuperação e Valorização do Convento de Jesus”, integrada no Programa ReSet – Regeneração Urbana do Centro Histórico de Setúbal, é comparticipada por fundos comunitários com uma taxa de 65 por cento, montante canalizado através do PORLisboa- Programa Operacional Regional de Lisboa, ao abrigo do QREN – Qua-dro de Referência Estratégico Nacional.

Museu assinala 25 anos com programaOs 25 anos do Museu do Trabalho Michel Giacometti são assina-lados com um programa especial, a 10 de outubro, incluindo uma exposição dedicada à efeméride e artesãos a trabalhar ao vivo, em profissões como a renda de bilros, a moldagem do barro, a prepa-ração do pão e a criação e reparação de redes de pesca. O programa, de entrada livre para o público, integra um apontamento audiovi-sual com testemunhos de pessoas que têm colaborado ao longo dos 25 anos do museu municipal na preparação e conceção de várias iniciativas culturais que integram a memória coletiva setubalense.

Olhos na natureza em certame na MouriscaO “ObservaNatura 2012”, nos dias 13 e 14 de outubro, na Herdade da Mourisca, conta com diversos pontos de observação de aves no Estuário do Sado, nomeadamente com binóculos e telescópios. Pa-lestras com especialistas na área do turismo de natureza e ornitoló-gico, workshops de anilhagem de aves, de identificação de espécies e de técnicas de ilustração, passeios de barco e de canoa e percur-sos pedestres, de charrete e todo o terreno são outras atividades do certame, organizado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas em parceria com a Autarquia.

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A Casa da Cultura, futuro polo de concentração cultural, gerador de novas dinâmicas sociais, abre por-tas à população a 5 de outubro, com várias valências de aprendizagem e criação artística e uma programa-ção variada, com música, cinema, teatro, dança e fotografia. Instalado em pleno Centro Histó-rico, num edifício totalmente re-qualificado onde outrora funcionou o Círculo Cultural de Setúbal, pre-

Casa abre portas à culturaUm espaço de partilha, de debate e de aprendizagem, com áreas para a criação artística e a juventude. Na Casa da Cultura há música, cinema, teatro, dança e fotografia, atividades para usufrutode setubalenses e visitantes, já a partir de outubro

sente, certamente, na memória de muitos cidadãos, o equipamento recebe atividades regulares dina-mizadas por associações da cidade, algumas delas com espaços pró-prios no imóvel.O novo local de fruição e partilha cultural da cidade vai contar com centros de documentação, espaços para a música e para as artes, áreas multiusos e zonas de lazer e restau-ração.

Uma galeria de exposições e o Café das Artes, que funcionará como café-concerto e espaço para co-lóquios, debates e encontros, são duas valências a instalar no piso térreo, com uma zona ao ar livre, designada Pátio do Dimas, e uma área para a Casa Municipal da Ju-ventude.O Centro de Documentação, Estudo e Promoção da Canção Popular Por-tuguesa, o Espaço das Artes e um

Idosos com atividades durante um mêsO Mês do Idoso, em outubro, é assinalado pela Câmara Municipal e pelas juntas de freguesia com um programa variado de atividades direcionadas à população sénior, com passeios, ações de informação e convívios, alguns com momentos musicais, devendo as inscrições ser feitas junto das instituições orga-nizadoras. A Autarquia organiza quatro passeios integrados no projeto municipal “Memórias, Identida-des e Património”, dois a Cascais e dois a Alpiarça.

Cinema na escola ajuda a criar públicosA iniciativa “O Cinema vai à Escola”, a realizar a partir de outubro, em estabelecimentos de ensino e no Cinema Charlot, dirige-se a alunos do pré-escolar, 1.º ciclo e secundário, dinamizada pela Autarquia e pelo Festroia, mediante marcação prévia, em horário a acordar com os interessados. Mais informações sobre este programa de criação de novos públicos e hábitos culturais podem ser obtidas pelo endereço de correio eletrónico [email protected].

auditório multiusos, denominado José Afonso, ficam instalados no primeiro andar.No primeiro piso fica também o Sa-lão Nobre da Casa da Cultura. Este espaço, antigamente com as mes-mas funções, é uma das principais atrações do equipamento munici-pal, que conta com um fresco pin-tado no teto, totalmente restaurado, assim como um antigo candeeiro.Uma Escola de Música, com um

estúdio de gravação e cinco salas, duas de ensaios e três para ensino, funciona no segundo piso da Casa da Cultura, local também com um espaço de promoção da vida e obra de Bocage. A Casa da Cultura, instalada num edifício histórico totalmente re-cuperado, dispõe de um elevador central que serve os três pisos do imóvel, epicentro da criação e pro-gramação cultural do Concelho.