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DESTAQUES PAGINA 9 SOCIEDADE JOÃO CARLOS PAGINA 2 OPINIÃO BENTO XVI E A REABILITAÇÃO DO PADRE CÍCERO FOLHETIM DE COMO OS BEATOS Palmeira e Manoel João construiram o Horto das Oliveiras e o Santo Sepulcro de Joaseiro, a Nova Jerusalem. (2ª parte) PAGINA 5 A CONSTRUÇÃO DO HORTO ASSUNÇÃO GONÇALVES JUAZEIRO DO NORTE lamenta a passagem para outro plano da artística plástica e professores Maria Assunção Gonçalves ocorrido na noite de domingo, 19. No dia primeiro de junho Dona Assunção como era carinhosamente chamada faria 97 anos e era respeitada não apenas no Juazeiro do Padre Cícero de quem era devota, mas em todo o país. JUAZEIRO DO NORTE/CE, MAIO DE 2013 - ANO VIII - NÚMERO 41 JUAZEIRENSES CHORAM O FALECIMENTO DE PAGINA 8 José Airton, o deputado devoto de N. Senhora da Conceição e do Padre Cícero O DEPUTADO José Airton é natural de Aracati e filho do casal João Cirilo da Silva e Santina Félix da Silva. Casado com Hilana Moura Azevedo Cirilo tem ainda quatro filhos: Janete, Jéssica, Caio e João Antonio. É engenheiro civil e advogado com mestrado em Direito Público pela UFPE – Universidade Federal do Pernambuco. PAGINA 3 Sassá Fitas, o iguatuense que aprendeu a amar Juazeiro e a respeitar o padre Cícero CASADO com a senhora Maria Alves Bezerra Antunes, popularmente conhecida como Soraia, Sassá tem na família o seu grande patrimônio e orgulho. O casal tem três filhas: Lara Samara, cursando medicina na FACISA, Campina Grande, Luana Talita, vestibulanda e Vitória Beatriz, aluna do ensino médio. PAGINA 7 “Antonio de Lunga” reafirma compromisso de fortalecer legislativo juazeirense ANTONIO DE LUNGA tem 47 anos, é natural de Jardim e filho do casal João Antonio de Almeida e Francisca Alves de Almeida. É casado com Lucineide Félix de Almeida e pai de cinco filhas; Ana Beatriz, Ana Clara, Cristina Vitória e Patrícia. “Tenho uma família muito unida e tradicional. PAGINA 10 Irmã Thereza falece aos 78 anos para tristeza da comunidade católica A COMUNIDADE CATÓLICA DE JUAZEIRO DO NORTE e do Cariri está de luto com o falecimento da Irmã Therezinha Stella Guimarães, diretora da Congregação Cônegas de Santo Augustinho, ocorrido no sábado, 18, na Clínica São José onde se encontrava hospitalizada. Com relevantes serviços prestados, Irmã Therezinha era uma estudiosa da história do padre Cícero Romão Batista e do fenômeno das romarias. PAGINA 6 EXCLUSIVO: Entrevista com o Presidente da GACECE, André Facó PAGINA 4

Jornal Nação Romeira - Edição 41

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Versão Digital da Edição 41 do Jornal Nação Romeira editado em Juazeiro do Norte-Ceará Maio de 2013

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Page 1: Jornal Nação Romeira - Edição 41

DESTAQUES

PAGINA 9

SocIEDADEjoão cArloS

PAGINA 2

oPINIãoBento XVI e a reaBIlItação

do padre CíCero

FolHETIM

de Como os Beatos

Palmeira e Manoel João

construiram o Horto

das Oliveiras e o Santo

Sepulcro de Joaseiro, a Nova

Jerusalem. (2ª parte)

PAGINA 5

a Construção

do Horto

ASSUNçãoGoNçAlvES

jUAzEIro Do NorTE lamenta a passagem para outro plano da artística plástica e professores Maria Assunção Gonçalves ocorrido na noite de domingo, 19. No dia primeiro de junho Dona Assunção como era carinhosamente chamada faria 97 anos e era respeitada não apenas no Juazeiro do Padre Cícero de quem era devota, mas em todo o país.

Juazeiro do Norte/Ce, Maio de 2013 - aNo Viii - NúMero 41

JuazeIrenses CHoram o faleCImento de

PAGINA 8

josé Airton, o deputado devoto de n. senhora da Conceição e do padre Cícero

o DEPUTADo José Airton é natural de Aracati e filho do casal João Cirilo da Silva e Santina Félix da Silva. Casado com

Hilana Moura Azevedo Cirilo tem ainda quatro filhos: Janete, Jéssica, Caio e João Antonio. É engenheiro civil e advogado com mestrado em Direito Público pela

UFPE – Universidade Federal do Pernambuco.

PAGINA 3

Sassá Fitas, o iguatuense que aprendeu a amar Juazeiro e a respeitar o padre Cícero

cASADo com a senhora Maria Alves Bezerra Antunes, popularmente conhecida como Soraia, Sassá tem na família o seu grande patrimônio e orgulho. O casal tem três filhas: Lara Samara, cursando medicina

na FACISA, Campina Grande, Luana Talita, vestibulanda e Vitória Beatriz, aluna do ensino

médio.PAGINA 7

“Antonio de lunga” reafirma compromisso de fortalecer legislativo juazeirense

ANToNIo DE lUNGA tem 47 anos, é natural de Jardim e filho do casal João Antonio de Almeida e

Francisca Alves de Almeida. É casado com Lucineide Félix de

Almeida e pai de cinco filhas; Ana Beatriz, Ana Clara, Cristina Vitória e Patrícia. “Tenho uma família muito unida e tradicional.

PAGINA 10

Irmã Thereza falece aos 78 anos para tristeza da comunidade católicaA coMUNIDADE cATólIcA DE jUAzEIro Do NorTE e do Cariri está de luto com o falecimento da Irmã Therezinha Stella Guimarães, diretora da Congregação Cônegas de Santo Augustinho, ocorrido no sábado, 18, na Clínica São José onde se encontrava hospitalizada. Com relevantes serviços prestados, Irmã Therezinha era uma estudiosa da história do padre Cícero Romão Batista e do fenômeno das romarias. PAGINA 6

eXClusIVo: entrevista com o presidente da GaCeCe, André Facó PAGINA 4

Page 2: Jornal Nação Romeira - Edição 41

Juazeiro do Norte(CE), Maio de 20132

o Novo BISPo DE crATo DoM FErNANDo PANIco

dona assunção Gonçalves, amiga intima do padre Cícero, desde sua meninice, nos contou, com muita empolgação, como ela viveu o dia da posse de dom fernando panico. não podendo agüentar uma celebração com-prida, por causa da idade, ficou em casa, acompanhando a sole-nidade pelo radio. Certo ponto, chegava à sua casa uma ligação dum amigo, repassando-lhe, pelo celular, a fala do novo bis-po. aquela altura dona assunção se comoveu, “tendo vontade de gritar, de correr, conta-nos, porque me lembrei das profe-cias, que contavam os nossos velhos. a reabilitação do padre Cícero não conseguiria fazer ne-nhum avanço, até a chegada de um bispo de fora, italiano”. e acrescentava: “sentia naquele momento que este era o bispo das profecias antigas, o bispo

que iria reabilitar o padre Cíce-ro! eu, muitas vezes, ouvi o pa-dre Cícero dizer: “meus amigui-nhos, tenham paciência. não se preocupem das calunias contra mim. para tudo tem seu tempo. será minha própria Igreja que, um dia, me defenderá.” me pa-rece que este é verdadeiramen-te o bispo anunciado do pessoal da casa de padreCícero e que conseguirá mandar para frente a causa de reabilitação” (dona assunção Gonçalves em julho de 2001).

A coMISSão PElA A rEABIlITAção

o novo bispo dom fernan-do paníco organizou uma Comis-são de reabilitação do padre Cí-cero, obedeceu às diretrizes de ratzinger, a risca. entre 2001 e 2006, esta Comissão multidisci-plinar de estudos se debruçou sobre a vasta documentação, em arquivos do Brasil e também

em arquivos do Vaticano. Co-ordenada pelo bispo do Crato, tal Comissão era composta por especialistas de várias áreas do conhecimento: antropologia, fi-losofia, história, psicologia, so-ciologia e teologia. A finalidade da Comissão foi trazer à luz no-vos documentos, que servissem para tentar responder a uma questão que sempre acompa-nhou o nome de Cícero: “Quem era ele?” no domingo de 21 de abril de 2002, a Comissão, es-tando reunida em são paulo, re-cebeu a visita do saudoso dom paulo evaristo, cardeal arns, que afirmou o seu apoio aos estudos sobre o padre Cícero. no ano de 2003 dom fernando pânico, bispo de Crato, escre-veu sua segunda Carta pastoral, denominada “romarias e re-conciliação”. esta Carta selou o acolhimento definitivo, sem mais reservas, da Igreja do Ca-riri para com os romeiros.

A AlEGrIA DE UM ENcoNTro

na Carta “roma-rias e reconciliação”, dom fernando relatava de ter experimentado em roma a alegria de um encontro e uma ex-traordinária sintonia de idéias com o cardeal ratzinger. “em outubro de 2002, durante a visita “ad limina” dos bispos do Ceará e piauí ao Vaticano tive a oportunidade de encontrar-me, junto com os bispos do Ceará e piauí, com o cardeal Joseph rat-zinger, prefeito da sagrada Con-gregação para a doutrina da fé. na ocasião, apresentei um ques-tionamento sobre qual atitude à diocese de Crato deve manter frente à causa do padre Cícero e das romarias. recebi, da par-te do cardeal ratzinger, uma palavra de encorajamento para continuar com os estudos e de incentivo às romarias. Constata-

se uma concordância de pareceres e inspirações nesse tocante, entre a orientação recebida no Vaticano e o resultado atual das reflexões em conjunto dos estudio-sos com os padres da diocese, reunidos em

setembro passado. ação do es-pírito santo? Creio que sim. as romarias, desse modo, além de serem incentivadas e reconheci-das pela santa sé, são para nossa diocese, em especial modo, um convite da providência de deus para a nossa reconciliação histó-rica com as multidões de romei-ros de Juazeiro que há mais de um século, provam a ousadia de sua fé como membros da Igreja Católica” (panico 2003:2).

NoTA Do EDITor: na próxi-ma edição “o cardeal rat-zinger se torna Bento XVI” e a “romaria a roma com entrega de documentos”.

opinião

Bento XVI e a reabilitação do padre Cíceroparte II (Continuação)

fundado por João Barbosaos teXtos assInados são de InteIra responsaBIlIdade de seus respeCtIVos autores não representando neCessárIa e

oBrIGatorIamente o pensamento da edItorIa. TIrAGEM: 3.000 ExEMPlArES

edIção de feVereIro/2012editor: Beto FernandesComercial: joão carlos Menezes BarbosaColaboradores: josé carlos dos Santos, joão Possiano, Francisco Filho e océlio Teixeira de Sousa.Projeto Gráfico e Diagramação: claudio Henrique M. Peixoto - (88) 8826.0151

redação: (88)8827-1660ComerCIal: (88)8801-1910rua do Cruzeiro, 942, Bairro são miguelCep 63010-485 Juazeiro do norte – Cearáe-mail: [email protected]

por padre João Carlos perInI

naquela manhã de 17 de dezembro de 1913, cerca de 2000 homens en-tre soldados e cangaceiros, partiram da cidade do Crato e atacaram Juazeiro do nor-te. a ordem do governador franco rabelo, determinava total destruição da cidade e conseguir, como troféu, a cabeça do padre Cícero fin-cada numa estaca. antes, o deputado floro Bartolomeu, defensor do padre Cícero, já havia reunido a assembléia em Juazeiro, elegendo-se presidente, decretando a deposição de rabelo e, cons-truindo um valado intranspo-nível em redor da cidade, de 04 metros de profundidade por 06 de largura, com de-fensores em pontos estraté-gicos. fracassado o ataque, os soldados esconderam-se no Crato, apavorando as fa-mílias. dr. floro foi salvar os cratenses, expulsando os militares, e comandando a sedição de Juazeiro, condu-zindo milhares de romeiros até fortaleza, depondo ra-belo que fugiu para o rio de Janeiro em um navio. estava

v i t o r i o -sa a luta pela li-berdade. sem esta sedição, da “Guer-ra de 14”, Juazeiro do norte não exis-tiria na sua população atu-al, como capital regional do Cariri, nem sua fama e seu progresso. nem no mapa.

a história ciceropo-litana marcou o século XX com o sangue dos seus liber-tadores que tombaram pela garantia dos seus direitos democráticos e soberania pela liberdade. esta mesma bravura história exige um gesto de reconhecimento das autoridades municipais, empresariado, amigos, filhos da terra, políticos, devotos e defensores do “padrinho Cícero” e comemorarem a festa centenária da sedição de Juazeiro, a partir de de-zembro deste ano de 2013. Vale a homenagem.

Geraldo Menezes Barbosa - Jornalista e escritor

sedição de Juazeiropor Geraldo menezes BarBosa

a Guerra de 14 Senhores prestem atenção.Do Brasil ao estrangeiro. Eu vou narrar a história Da guerra do Juazeiro, Rabelo governador E quis matar o Pastor E toda nação de romeiro

Em novecentos e treze, Já quase no fim do ano, Fomos todos obrigados Por um governo tirano, E Nossa Senhora das Dores,Como Mãe dos pecadores, Teve dó do povo humano

Entendeu Franco Rabelo Associar-se com o cão Pra matar o Padre Cícero, Dar fim a religião E arremeteu os soldados Do Governo do Estado E não deu pancada em vão. Reuniu os batalhões E mandou para Juazeiro, Pagando a dois e quinhentoUm dia de cangaceiro Pra Matar o Padre Cícero Romeiro encontra serviço Gente pobre sem dinheiro E todo caririzeiro É a desgraça do País. E então o doutor Floro, Eu recomendo a vocês, Eu quero a cabeça dele Pra pagar o que ele fez E o Padre Cícero também, Não deixe ficar ninguém, Mate tudo de uma vez

Ai reuniu-se a força Para o toque de combateTomaram o trem expressoE saltaram em IguatúA turma com a cara feiaSó cobra surucucúDizendo: mata o romeiroQue encontrar no Juazeiro,Tira o sangue e coma crú Muitos solados diziamPois é que o diabo anda soltoNão vê que lá em JuazeiroTem muito homem dispostoNem se fala no assunto Já estão fedendo a defuntoConsidero tudo morto. Outro dizia: protestoMuito de nós ganhar fita Pois, lá dentro do JuazeiroTem a grande comanditaDe ladrões e cachaceiros Muito soldado valenteTraz muita moça bonita.Tão logo chegaram em Crato,Foram lá bem recebidosPela família TeixeiraAqueles homens sabidosEntão lá só tem raiz

De marreta aqui só tinhaCoronel Antonio LuisEste já está em Juazeiro Não pode ser mais felizNo conluio de romeiroGente pobre sem dinheiroÉ a desgraça do País

E espalhou João BezerraCicinato e Zé André

Quando o romeiro se viu Pelo Padre abençoado Dizia Graças a Deus O nosso tempo é chegado Vamos dar fogo em campanha Vamos ver quem perde e ganhaSe romeiro ou soldado. Nos primeiros estampidos Balas que vinham e que iam É de cortar coração Os soldados que morriam Os capitães e tenentes Perderam todas patentes Ficaram sem garantias Nesta batalha tamanha Cinco romeiros mataram E cento e tantos soldados Que também se embarcaram No trem da eternidade Com toda perversidade Romeiro só morreu um Saíram dois baleados Padre Cícero tinha dito A todos encachaçados Que não bebesse aguardente Ainda que mesmo doentePra não ficar trapalhado Padre Cícero tem dito A este povo romeiroQue Crato ainda vem serO Crato do JuazeiroQuando o limão for açúcarE o boi dançar mazurca,Cavalo contar dinheiroVamos encher de soldadoDaqui para o São José

Romeiro que for passandoA força está esperandoPassa tudo na “combré”.

Eles não vinham a péAs balas vnham “vu...vu...”Romeiro dizia: CabraIsso prá nós é peru.Vejam macacos safadosQue vocês estão pegadosCom os cabras do Pajeú

Fim dos primeiros combatesApós se fez ma trégua Doutor Floro, mais cuidado Os homens do Crato vêmO doutor ficou vexadoE foi reunindo a tropa E se desensarilhado.

Quero que vocês saiamBem limpos de coraçãoNão quero que roubem nadaNemno valor de m tostão

ESTES vErSoS foram ditados pelo juazeirense e escritor senhorzinho ribeiro, retidos na sua lembrança, e copiados pelo jornalista Geraldo menezes Barbosa, nos anos cinquenta, numa de suas entrevistas, feitas sob a sombra do pé de juá, na praça padre Cícero.

por João mendes de olIVeIra (arQuIVos de Geraldo menezes BarBosa – l950)

Page 3: Jornal Nação Romeira - Edição 41

3Juazeiro do Norte(CE), Maio de 2013

Destaque romeiro/Político

josé Airton, o deputado devoto de n. senhora da Conceição e do padre Cícero

um dos destaQues romeIro desta edIção é o deputado federal José Airton Félix Cirilo da Silva (PT). Parlamentar progressista, José Airton milita há mais de 30 anos na vida publica cearense com destacada atuação na Câmara Federal é católico praticante e devoto de Nossa Senhora da Conceição e do padre Cícero Romão Batista. Em visita recente a Juazeiro disse que o crescimento exponencial da cidade deve-se a mística do seu fundador, um homem que pautou sua vida pelo respeito à Igreja e as pessoas mais pobres.

o deputado José Airton é natural de Aracati e filho do casal João

Cirilo da Silva e Santina Félix da Silva. Casado com Hilana Moura Azevedo Ci-rilo tem ainda quatro filhos: Janete, Jéssica, Caio e João Antonio. É engenheiro civil e advogado com mestra-do em Direito Público pela UFPE – Universidade Fede-ral do Pernambuco -.

Está filiado ao Parti-do dos Trabalhadores deste 1.987, mas iniciou sua vida política em 1.982 com can-didatura de vereador em Aracati pelo PMDB. “Tomei gosto pela política partidária a partir da minha juventude nos centros acadêmicos da UFC. Com início do proces-so de anistia vi brasilei-ros retornando me inspirando em personalidades como Inocêncio Uchoa e naque-le ano obtive 752 votos, uma das maiores de Aracati”, relem-brou. Em 1.985 foi convocado e apesar de resistir inicialmente acabou se candidato a prefei-to de Icapuí, após campanha inicialmente pela eman-cipação e depois pelo Execu-

tivo se tornando o primeiro prefeito do município.

Lá realizou um traba-lho revolucionário quando implantou a política de orça-mento participativo onde a população diz suas necessi-dades e prioridades, além da prestação de contas de recei-tas, despesas e investimen-tos em painéis. Foi também em seu governo que se insti-tuiu os programas de Saúde da Família e de Agentes Co-munitários de Saúde. “A ex-periência foi tão exitosa que o então governo do Ceará adotou o modelo para os de-mais municípios e depois o próprio país. A primeira ACS foi à senhora Maria José Costa (Mazé),

que a exemplo das demais era

uma agente pastoral da Igreja”, destacou.

José Airton foi candi-dato duas vezes ao Go-

verno do Ceará. Em

98 não logrou êxito e em 2002 aceitou o desafio para fazer palanque para o então candi-dato Luiz Inácio Lula da Silva que ia para sua quarta candi-datura. Levou a eleição para o segundo turno e perdeu por

uma diferença insignificante de 3.047 votos. O resultado daquele pleito é questionado e criticado até os dias atuais. Em 2004 José Airton se ele-geu vereador em Fortaleza com expressiva votação e já

está em seu segundo manda-to como federal integrando as comissões de Turismo e Desporto, de Viação e Trans-portes e a Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fisca-lização.

“sou orgulhosamente católico, apostólico romano e devoto de nossa senhora da Conceição e do padre Cícero, um santo popular no coração do povo. minha formação foi esta e tenho minha vida guiada pelos valores religiosos. Costumo dizer que deve meu mandado a deus e ao povo. por quê? porque creio que é deus quem ilumina as pessoas para acreditarem nas minhas propostas e por esta

razão me mantenho na vida pú-blica”, justificou ao comentar seu catolicismo. “Às vezes pre-cisamos sofrer para nos purificar e acreditar mais em deus. eu já tive esta experiência e pos-so falar com clareza. sou muito abençoado e devo isto a minha formação religiosa, a deus e a nossa senhora,” concluiu.

ainda sobre o padre Cíce-ro o deputado afirmou ter grande admiração pelo líder espiritual

do nordeste “por sua história de fé e compromisso com os mais pobres”. disse que com orgulho tem algo em comum com o pa-dre Cícero. “a exemplo do padre Cícero fui o primeiro prefeito de Icapuí e, separadas as devidas proporções, segui seu exemplo de fazer uma gestão futurista e progressista”, ressaltou. ele também reassumiu compromissos de continuar lutando pelo desen-volvimento regional do Cariri.

Um dos parlamentares votados em praticamente todos os municípios cearen-ses, josé Airton tem uma extensa folha de serviços prestada na região do cari-ri. Foi votado e apresentou emendas ao oGU – orçamento Geral da União – bene-ficiando Salitre, Campos Sales, Caririaçu, Farias Brito, Assaré, Brejo Santo, Barba-lha. Missão velha, Aurora e Ipaumirim, dentre outros. Ele relata que dentre as obras conquistadas estão creches, esco-las, pavimentação, ampliação e reformas de centros de abastecimentos.

Em juazeiro, durante o centenário apresentou emenda de quase r$ 1 milhão que possibilitou o asfalto da Avenida Ma-ria Ednir no Bairro josé Geraldo da cruz ligando as avenidas castelo Branco e Pre-feito Ailton Gomes. “Para juazeiro conse-gui ainda r$ 2 milhões de reais para obra do Anel viário que ainda será licitada e está com atraso, mas tão logo seja auto-rizada contará, dentre outros recursos, com este montante, fruto de nossa arti-culação”, garantiu.

trabalho no CaririUm dos parlamentares votados em

praticamente todos os municípios cearen-ses, josé Airton tem uma extensa folha de serviços prestada na região do cari-ri. Foi votado e apresentou emendas ao oGU – orçamento Geral da União – bene-ficiando Salitre, Campos Sales, Caririaçu, Farias Brito, Assaré, Brejo Santo, Barba-lha. Missão velha, Aurora e Ipaumirim, dentre outros. Ele relata que dentre as obras conquistadas estão creches, esco-las, pavimentação, ampliação e reformas de centros de abastecimentos.

Em juazeiro, durante o centenário apresentou emenda de quase r$ 1 milhão que possibilitou o asfalto da Avenida Ma-ria Ednir no Bairro josé Geraldo da cruz ligando as avenidas castelo Branco e Pre-feito Ailton Gomes. “Para juazeiro conse-gui ainda r$ 2 milhões de reais para obra do Anel viário que ainda será licitada e está com atraso, mas tão logo seja auto-rizada contará, dentre outros recursos, com este montante, fruto de nossa arti-culação”, garantiu.

no entender de José air-ton, Juazeiro se desenvolve de forma exponencial por diversos fatores, principalmente pelo crescimento das romarias a partir da fé na padroeira nossa senhora das dores e na mística do padre Cícero, considerado um santo popular. “lembro que além des-tes aspectos é preciso enten-

der o crescimento da economia do país que também se reflete nesta cidade de um povo amigo e trabalhador. foram gerados mais de 19 milhões de empregos com carteira assinada e o salá-rio mínimo tem 70% de poder de compra nos últimos 10 anos e há outras conquistas como investi-mentos nos setores produtivos e

de habitação popular e podemos observar tudo isto aqui na terra do padre Cícero”, argumentou o parlamentar. segundo ainda o petista “Juazeiro é a capital do interior nordestino com milhões de romeiros convergindo para cá na busca da fé e de trabalho e sendo abençoados por deus e o padre Cícero”.

Crescimento de Juazeiro

religiosidade

Page 4: Jornal Nação Romeira - Edição 41

4 Juazeiro do Norte(CE), Maio de 2013

entrevista com o presidente da GaCeCe, André Facó ExclUSIvo

A PArTIr DA PolêMIcA ocASIoNADA com declarações do Prefeito Raimundo Macedo de romper a concessão com a CAGECE – Companhia de Água e Esgotos do Ceará – em Juazeiro, O Nação Romeira procurou o presidente da empresa, André Facó, que falou sobre investimentos e os serviços prestados no Ceará e em nossa cidade, mostrando que a realidade é bem diferente do que pensava o gestor. A CAGECE tem um leque de bons serviços prestados a população com 40% de cobertura de rede de esgoto e 98% de abastecimento da sede. Entre 2003 e a atualidade fora investidos com recursos próprios mais de R$ 12 milhões de reais e apenas com a rede de esgoto mais de $ 35 milhões. A entrevista foi concedida ao nosso editor Beto Fernandes.

Nação romeira – Em quantos municípios do Ceará a CAGECE tem realizado seus trabalhos na atualidade?

André Facó – Muito bem hoje a CAGECE se faz presente em 150 dos 184 Muni-cípios cearenses e atuamos em mais 78 localidades. São 150 sedes municipais e em 78 sedes de distritos ou vilas de diver-sos municípios perfazendo um total de 228 pontos em todo o Estado do Ceará.

Nr – O que é a concessão da CA-GECE com um município?

AF – O serviço de água e esgoto tem como titular a prefeitura que por sua vez tem dois caminhos. Um é o sistema municipal que normalmente são os SAAEs – Serviços Autô-nomos de Água e Esgotos – ou pode delegar esta prestação serviço para um parceiro como uma empresa estadual como a CAGECE ou para um parceiro privado. Então, dentro deste contrato de concessão que tem normalmente 30 anos são esta-belecidas tanto as metas para prestação do serviço, para ex-pansão do sistema de abasteci-mento de água e esgotamento sanitário como também para qualidade dos serviços deman-dados pelos clientes.

Nr – A Assembléia Legislativa aprovou mudanças na Lei 9.499 de 20 de julho de 1.971, que é a Lei de criação da CAGECE. O que significa esta alteração e como isto vai refletir junto aos consumidores da CAGECE, como será o impacto junto às pessoas assistidas pela empresa?

AF – A lei de 71 que tinha este embasamento jurídico da CAGECE per-mitia que nossa empresa explorasse o serviço de água e esgoto no Ceará. Com esta alteração na Assembléia Le-gislativa nos ampliamos este escopo de atuação tanto para drenagem como para resíduos sólidos, ou seja, poderemos fi-car responsáveis por toda cadeia produtiva do saneamento bá-sico (água, e s g o t o e resí-d u o s sóli-

dos). Além disso, poderemos atuar além do Ceará em outros estados da Federação e até e até no exterior. O grande impacto que isso vai trazer para o clien-te será uma CAGECE mais for-te que poderá se tornar cada vez mais eficiente e esta efici-ência na prestação do serviço vai trazer tarifas mais módicas e a melhoria propriamente do serviço.

Nr – Há quanto anos a CAGECE atua em Juazeiro? Quando houve renovação de concessão e quais os valores de investimentos para ga-rantir a gerência do bombeamento e qualidade da água na cidade?

AF – Bom... Nós temos aqui a última concessão em torno de 2002/2003 e até hoje foram investidos com recursos da própria CAGECE algo em torno de R$ 12 milhões tanto na ampliação de sistema de abas-tecimento de água, ampliação do sistema de esgotamento sanitário e melhorias operacio-nais. Lembro que em 2001 hou-ve uma captação de recursos junto ao Banco Mundial para implantar o sistema de esgo-tamento sanitário em Juazeiro que hoje tem 40% de cobertu-

ra, ou seja, de cada 100 casas, 40 tem a rede coletora passan-do em frente. A época este foi um investimento da ordem de $39 milhões (Trinta e Nove mi-lhões de Dólares) com recursos contraídos por empréstimos da CAGECE que vem pagando o serviço da dívida deste sistema que foi implantado.

Nr - Por favor, confirme o percen-tual de rede de esgoto em Juazeiro e qual a cobertura de abasteci-mento de água presidente?

AF – Em relação ao abastecimento de água já te-mos praticamente a universa-lização, 98.9%. Em relação a esgotamento sanitário temos algo em torno de 40%. Se com-pararmos com a média do Bra-sil, logicamente que há estados com mais, outros com menos, há 80% de cobertura de água e 27% do serviço de esgotos.

Nr - A CAGECE admite que falhas na política de sensi-bilização sobre a rede de esgotos aconteceram em Juazeiro? Não te-ria faltado um projeto social mais completo sobre a importância do serviço? A adesão dos clientes para estes 40% não é ainda tímido até porque há questões de ordem cultural e de valores cobrados pelo serviço?

AF – Sim. Hoje, destes 40% apenas a metade ade-

riu, ou seja, ela tem uma ligação de esgoto ligando suas contribuições do-mésticas para rede pú-blica de esgoto e isto é baixíssimo. Isto decor-re muito de questões como o aspecto social e de demonstração sobre os ganhos de se aderir a um sis-tema de esgotamen-to sanitário e temos

buscado trabalhar isto muito fortemente. Não

tenha dúvidas que nós pudemos sim ter falhado

no passado em relação a tentar convencer a

população que ao aderir a

u m

sistema de esgotamento sanitá-rio ela está protegendo não só a cidade, hoje Juazeiro é abaste-cido por poços e então se você não tem rede de esgotos e cole-ta, parte dele vai ser jogada no meio ambiente e pode contami-nar estes poços. Mas o principal é o fato de acarretar problemas para sua saudade pública, para saúde de sua família. Então temos buscado aprimorar a co-municação com o cliente para mostrar o real valor de ele estar jogando este esgoto para rede pública e não fazendo outro tipo de disposição inadequada. Assim ele evita problemas de saúde como doenças de veicu-lação hídricas, como também de proteção do meio ambiente não contaminando poços e em alguns casos, em cidades que são abastecidas por mananciais superficiais, problemas com a própria flora e fauna da região.

Nr – Comercialmente falando, como está a questão de adimplên-cia e inadimplência em Juazeiro do Norte?

AF – O juazeirense tem uma cultura de adimplência. Nós não temos do que reclamar porque aqui realmente as pesso-as mantêm suas contas em dia. Logicamente que há pessoas que

passam por alguma dificulda-de ou ainda não visualiza-

ram qual o valor de uti-lizar um serviço tão

importante como o de abastecimento de água e priori-zam outros pa-gamentos, mas a grande maio-ria do povo ju-azeirense tem a cultura de adimplência e neste pon-to à gente só tem que parabeni-zar.

Nr – Qual a avaliação

que a direção da CAGECE faz sobre o papel da Ouvidoria no processo de organização e de aproximação dos clientes?

AF – A gente tem como visão de futuro ser a empresa mais admirada na prestação de serviço público. Para que a gente consiga isto é preciso ouvir os clientes, quais as suas necessidades, ouvir quais as reclamações e sugestões. En-tão todos estes canais que nos colocam próximos aos clientes, seja a Ouvidoria, o 0800, seja nossa loja de atendimento, te-mos procurado cada vez mais fortalecer porque se nós quere-mos esta admiração temos que realmente estar abertos para os clientes.Nr – O senhor confirma que já foi assinado em outubro do ano passado o termo de anuência entre o município e a CAGECE para ampliar o sistema de abasteci-mento de água de Juazeiro com recursos da ordem de R$ 5,4 milhões atendendo bairros como o Triângulo, São José, Aeroporto e Betolândia?

AF – Sim, Nós já temos estes recursos assegurados junto ao Ministério das Ci-dades. Nós submetemos este projeto dentro do escopo do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento - e tivemos já a aprovação e publicação da portaria e estamos na fase final de avaliação do agente finan-ciador que é a Caixa Econômi-ca Federal. Logo após vamos iniciar o processo de licitação desta obra e dentro do nosso cronograma deve acontecer até julho de 2013.

Nr – Hoje o senhor se encontra em Juazeiro para cumprir agenda que teve também encontro com o Prefeito Raimundo Macedo. Como a CAGECE recebeu a infor-mação da disposição do prefeito em romper a concessão firmada com o município?

AF – Nós recebemos com muita tranquilidade “né”? O intuito de nossa vinda até

aqui foi apresentar exatamente ao prefeito quais foram os in-vestimentos que foram feitos em água e esgoto e quais os projetos que estão sendo proje-tados e até as falhas que tenha-mos cometidos, mas também o que estamos fazendo para corrigi-las e ainda os ganhos que a CAGECE proporcionou para Juazeiro. Isto está sendo feito de forma muito tranquila porque esta é uma relação con-tratual que tem que ser muito aberta. A CAGECE precisa estar aberta as reclamações do poder concedente que é o titular da prestação de serviço e nós te-mos que ter também velocidade para atender estas reclamações, mas também mostrar o que já foi feito. O que nós tivemos de pauta principal para o prefeito foi demonstrar o que a CAGE-CE já propiciou para Juazeiro do Norte em termos de desen-volvimento e também, da mes-ma forma, em cima dos anseios dele a gente buscar apresentar soluções que consigam atender não só o prefeito, mas principal-mente a população.

Nr – Para encerrar, por favor, deixe uma mensagem aos leitores e usuários da CAGECE em Jua-zeiro e em outros municípios da Região Metropolitana do Cariri.

AF – O compromisso desta diretoria em cada vez mais fortalecer a eficiência e a qualida-de na prestação de serviço para tentar e buscar cada vez mais atender as necessidades dos nossos clientes. Fica este nosso compromisso de a gente ter aqui para os juazeirenses uma presta-ção de serviço cada vez melhor e que esta infraestrutura, que este serviço que fazem parte tanto do dia a dia, quer dizer a água é essencial para atividades mais simples e atividades mais com-plexas, de que até 2.016 termos a CAGECE como a melhor empre-sa de prestação de serviços do Ceará. Muito obrigado a você, aos leitores e aos consumidores das CAGECE.

Page 5: Jornal Nação Romeira - Edição 41

Folhetim

5Juazeiro do Norte(CE), Maio de 2013

na edição anterior “Como os beatos palmeira e manoel João construíram o Horto das oliveiras e o santo sepulcro de Joaseiro, a nova Jerusalém”.

Algum tempo depois, na quarta-feira de cinzas, na fila dos devotos, vestido em um camisolão preto atado na cintura com um cordão de são francisco, palmeira parece ser o mais devoto dos que vão tomar cinzas com forma de cruz na testa, recebendo o sinal para entrar na quaresma.

2º. cANTo: o Beato Palmeira tem no Horto seu espaço de penitencia e lembra-se dos mistérios de joaseiro

Com o sinal de deus, o agora Beato palmeira lembra-se

da sua conversão. Tivera de descer aos infernos, ficar de frente com o diabo para atinar a sua missão. missão que compreendera perfeitamente, após ter sido resgatado das profundas pela mão de nossa senhora do Carmo, por conta do escapulário da Virgem de marrom, posto a contragosto em seu pescoço, pela sua madri-nha de Girau, sinha totonha, que é afeita de ajudar a seu padre no arrebanhar de almas para o rebanho do Cordeiro de deus. libertado da cadeia, palmeira vai até o serrote do Catolé, um pedaço da serra Grande, a serra do araripe. aquele pedaço era igualzinho aos desenhos que mostravam a terra santa, onde Cris-to sofrera e derramara seu sangue pela salvação dos pecadores. era o canto ideal para iniciar uma nova vida e, começa uma puri-ficação da alma, onde o jejum, a penitência e a oração lavaram os pecados, permitindo-lhe ser um beato daqueles que viviam ao lado do padre Ibiapina, o Venerável.

no Catolé, palmeira torna-se guardião da construção da Capela do sagrado Coração Jesus, fruto da santa promessa de seu padre, nome de cerimônia pelo qual chamava o padre Cícero romão Batista.

tinha tido conhecimento da promessa e sabia de cor que no início de l889, quando a seca mostrava-se no horizonte, os pa-dres Cícero, do Juazeiro, felix arnoud, da missão Velha e alexan-drino de alencar, do Crato, em procissão, prometeram construir uma Capela em honra do sagrado Coração de Jesus, como paga, caso Jesus Cristo afastasse a ingrata. ainda era viva na lembrança de todos o que fora a desgraceira da seca de 77 e 88. Choveu. o padre Cícero deu início à construção.

era de bom grado se vê gentes de todo o Cariri vindo aju-dar no fazimento da capela do Coração de Cristo. todo material era transportado pêlos homens e mulheres para o cume do serro-te. até a água ia aos costados das crentes. alicerce feito, as pa-redes começaram a subir, tinham mais de meio metro de largura, seguiam a planta de flandres feita pelo mestre Pedro Coutinho. Com suas vinte e oito torres que furariam o céu, seriam como mãos piedosas em oração ao altíssimo.

ai aconteceu o milagre. no dia seis de março de 1889, pela primeira vez a sagrada Hóstia se transformara em sangue na boca da Beata maria magdalena do espírito santo de araújo. por várias vezes, na capela de nossa senhora das dores, testemunha-ra o fato. Vira com estes olhos que a terra haverá de comer, o

milagre da santa Hóstia. tocara nos estigmas da beata. soubera das suas conversas com Cristo, onde um novo mistério foi revela-do. Pela segunda vez, o filho de Deus, derramava seu sangue para redimir a humanidade. todo o nordeste correu para presenciar o milagre, o novo mistério, a nova redenção.

foi aí que a Igreja não atinou. os livros de roma diziam que o sangue de nosso senhor Jesus Cristo, já tinha sido derrama-do uma vez. não era para ter um novo derramamento. só que os Bispos e padres de roma não prestaram atenção às declarações do senhor à maria de araújo.

ali, na capela de nossa senhora das dores, o coração de Jesus disse que: “... tudo isso se opera para a conversão dos pecadores e perseverança dos justos...”, queixando-se amarga-mente “da ingratidão dos homens para comigo” e chamando-os a “aproveitem-se de minhas graças em quanto é tempo de mize-ricórdia.”.

em outra ocasião, Jesus disse a santa Beata que: “ ...esta carne e este sangue são verdadeiramente minha carne e o meu sangue e a custa de sua própria vida, dê testemunho de minha glória por esse facto manifestado, obedeça-me, por mais que os homens se recuzem a crer nesse mystério. É de minha vontade que você se me consagre para revelações futuras, pois quero fa-zer desse logar uma porta do céu e um logar de salvação para as almas.”.

esqueceu ainda a profecia dada pelo próprio deus a Beata e que ela contou aos quatro ventos. todos se lembram.

Depois de ficar entre o céu e a terra, quando ela acordou, revelou: “... ter visto choros de anjos, precedidos de Jesus e maria entrando processionalmente na Igreja do Joaseiro com to-chas accezas e entoando cânticos, todos em direção ao altar do santíssimo para ali adoral-o, sendo então revelado de parte de deus, a seu pedido, que aquelles que ali estavam era anjos que vinhão adorar a deus e que assim também com cânticos e tochas viriam muitos romeiros a adorar seu preciozo sangue, muitos dos quais se haviam de converter e d’ali se haviam de retirar choran-do, por não poderem ali ficar. ...”.

Tudo está escrito nos livros do Juazeiro, refletia Palmeira!Com tudo a acontecer, a construção da Capela do Catolé

parou. Vivalma no Cariri não tinha outro pensar que não fosse o milagre. palmeira mudou-se temporariamente para povoado do Joaseiro, acompanhando de perto os passos de padre Cícero e da Beata maria de araújo.

os dois inquéritos instaurados pela diocese do Ceará, a mando de d. Joaquim José Vieira, dão pareceres diferentes. o padre Cícero e a Beata maria têm sempre que estar dando decla-rações, explicações e o mais sério, não podia falar para as pesso-as que viam ao Joaseiro que Jesus Cristo derramava seu sangue, mais uma vez, para redimir os pecadores.

na serra do Catolé, o padre manda construir neste pe-ríodo, uma casa de morada ao lado da construção da capela. sempre ia seu padre subindo a ladeira da serrinha, à noitinha, montado em um cavalo puxado pelo Beato José; de cima de sua montaria seu padre tirava o rosário da mãe de deus, entremeado de jaculatórias e cânticos a beata Joana da Hora, com uma lam-parina na cabeça, iluminava os caminhos. sempre fazia parte do cortejo, sinhá umbelina, águida, maria das malvas e quem por ventura adivinhasse que naquele dia ele iria subir a serra. manhã-zinha chegava a beata mocinha, a governanta da casa.

À boquinha da noite, se juntava um bando de gente para tirar o rosário com seu padre, receber conselhos, a benção e re-zarem a oração:

“Mãe de DeusMãe SoberanaMãe das Dores;de hoje para sempre eu me entregoa vós como vosso filho e servo,consagro ao vosso serviço a minh’alma,o meu corpo e tudo que me pertence.Abençoai a minha família, os meus trabalhos,os meus haveres; sede minha protetora na vidae conduz-me ao céu para viver feliz por toda eternidade.Amem.”

3º. cANTo: Palmeira rememora o Mila-gre do joaseiro e de como o Horto se tor-nou lugar santo

durante o dia seu padre ia andar por entres as paredes ina-

cabadas da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Lá rezava e refletia sobre os acontecidos. ficava amargurado ante a incompreensão do Bispo dom Joaquim. o testemunho de deus era claro, conclamava o pecador para a santificação.

palmeira acompanhava o sofrimento do padre. Via o seu martírio. parecia a agonia de Jesus no Horto das oliveiras.., no Hor-to das oliveiras... no Horto...

padre Cícero vai a roma depor ante o santo ofício sobre os milagres de Joaseiro. roma reprova os milagres, porém absorve o padre Cícero das censuras e revoga a suspensão de celebrar os

sacramentos. na capital italiana compra o sacerdote uma imagem do Coração de Jesus para a Capela do antigo Catolé, já, Horto das oliveiras.

de volta a Juazeiro reinicia a construção. o povo, agora na sua maioria romeiro, se entusiasma na labuta. dom Joaquim, avisa-do pelos padres do Crato do reinicio da igreja que iria sediar a nova Igreja, proíbe a continuidade do trabalho. padre Cícero obedece. A imagem que Seu Padre trouxe de Roma fica sem canto. A própria Igreja não quer dá guarida ao sagrado Coração de Jesus, pensa pal-meira.

- parece até coisa do demo! ele não quer a igreja porque é aqui que o mundo vai ser julgado no fim das eras.

e lá vai palmeira iniciando os primeiros romeiros que che-gavam a Joaseiro e queriam saber do sofrimento do padre Cícero. mostra o cruzeiro primeiro, alevantado no ano da Graça de nosso senhor Jesus Cristo de 1900, o pé de tambor onde o Beato elias, o Italiano, constrói uma capelinha de palha, como se substituísse a Inacabada. a grande timbaúba é o tabor de seu padre.

- Ele fica andando por aqui, coitadinho. Parece Cristo nas oliveiras, quando suou sangue, antes de ser preso pelos fariseus.

Corria o ano de 1893. muitos dos romeiros que no Juazeiro chegavam se dirigiam para as encostas do serrote do Catolé. la se arranchavam, se ocupando em plantar e esperar a caravana de seu padre passar em direção ao casarão do Horto. Constroem suas casas e o caminho e vai se formando num arruado. todos se prepararem para o fim do mundo, pois o milagre da hóstia era um sinal dos tempos. o arruado passa a se chamar rua da amargura. Vai morar também no alto do Catolé, o Beato manoel João. Junto com palmeira começam a desvendar e criar os mistérios do da vida paixão e morte de nosso senhor Jesus Cristo. ele teve uma visão. Viu claramente a sagrada família em fuga para a nova Jerusalém, vê quando nossa senhora coloca o joelho, são José os costados e o menino Jesus o seu pezinho em uma grande pedra para uma fugui-nha na fuga que empreendiam para a cidade sagrada do Juazeiro. José João coloca uma cruz como marco da passagem e conta a boa nova aos habitantes do lugar. É o primeiro marco da presença de Cristo na cidade sagrada do Joaseiro, quando da sua saída de roma e Jerusalém para vir morar no Juazeiro do padrinho Ciço, a nova Jerusalém.

sabedores de que Jesus, maria e José estão se arranchan-do nas redondezas, os moradores se juntam para procurá-los. de pronto descobrem seus rastros. a gruta de Belém, o monte Calvário e a gruta onde sepultaram Jesus são as principais descobertas do novo santo sepulcro. o sagrado se manifestava em tudo. os santos começaram a aparecer, no princípio timidamente. primeiro os doze apóstolos que se revelaram aos crentes quando do recebimento dos novos mandamentos.

o acontecido deu-se junto a uma grande pedra, o monte sinai. o Beato palmeira recebera a incumbência do divino de ser são pedro. não era a toa que ele era o construtor da Igreja do Coração de Jesus. os outros apóstolos, acompanhados de maria tubiba que era santa apolônia e maria Belmira, pecadora que se arrependera, encarnando santa maria madalena, juntaram-se os novos santos e santas em derredor da penha, para o grande acontecimento. pal-meira e manoel João receberam as pedras com os novos mandamen-tos, escritos com o fogo que brotava do Coração de Jesus que, em pessoa, veio entregá-las.

acompanhado de anjos e arcanjos, Jesus falou para os santos e santas das desgraças que recairiam sobre o mundo se os homens não se arrependessem dos seus pecados. Conclamou seus discípulos a levarem a nova lei que deveria ser mostrada aos quatro cantos do mundo, para a salvação dos pecadores:

- filhos meus: o sangue do meu coração clama por peni-tência. os homens não mais reconhecem o meu sacrifício pela sua salvação. foi preciso vir a Joaseiro e através do novo derramamento do meu sangue, mostrar aos homens que eles estão construindo o final dos tempos com a sua ganância, o esquecimento dos antigos mandamentos. Hoje lhes dou os novos mandamentos que, junto aos velhos, servirão de guia no caminho para o reino de deus, meu pai.

ao pronunciar as palavras, sai do seu coração a chama sa-grada que imprime na pedra, segurada por palmeira, os novos man-damentos.

a partir desse dia se deu início a nova era. novamente os crentes de deus tinham a presença de Jesus, maria santíssima e são José nessa terra de sofrimento, e o mais importante, no santo Juazeiro.

em 1894, roma declarara: “...os pretensos milagres e que-jandas coisas sobrenaturais, que se divulgam de maria de araújo são prodígios vãos e supersticiosos, e implicam gravíssima e detestável irreverência e ímpio abuso à santíssima eucaristia: por isso, o juízo apostólico os reprova todos devem reprová-los e como reprovados e condenados cumpre serem havidos...”, sobre os milagres de Juazei-ro. de nada adiantaria, pensa palmeira. Jesus elegeu o este chão a nova Jerusalém, todo o mundo iria vir viver na terra da nova era.

as rezas, as penitências, o fervor ao sagrado sangue de Je-sus, engrossam as fileiras da Corte Celeste. Maria Tubiba pela sua liderança se torna sua decana. a reza, a penitência, a castidade, são as máximas das Cortes Celestiais. um novo céu é construído para dar uma nova feição ao mundo.

coNTINUAção DA TrIloGIA Do HorTo – Por rENATo DANTASA construção do Horto

Page 6: Jornal Nação Romeira - Edição 41

Artigo

Ao concluirmos o Tem-po Pascal, deparamo-

nos com a necessidade de refletir um pouco mais so-bre o valor e a exuberân-cia contidos no grande dia para nós, cristãos: o domin-go, dia do Senhor. Sua rela-ção com a Páscoa nos leva a entender que assim como os dias da semana estão para o domingo, as demais celebrações, festas e soleni-dades encontram sua razão de ser no tempo da Páscoa. Esta é a mais importante celebração de nossa fé. “Eis o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 117,24).

Diante desta mag-

na certeza, sabemos que a Igreja desde sempre orien-ta os seus fiéis para que os mesmos mantenham o zelo e o constante exercício da participação da Santa Missa aos domingos, como também nos dias santos, ao longo do Ano Litúrgico.

Há famílias que tra-dicionalmente assumem este compromisso, a fim de que as novas gerações exerçam este propósito de maneira equilibrada, mas também exigente. A Missa dominical é um preceito no qual todos nós, cristãos católicos, devemos assu-mir com alegria, sentindo a necessidade de encontrar

os irmãos e irmãs reunidos em assembleia, partilhar a Santa Palavra de Deus e nos alimentar da Sagrada Eucaristia.

Contudo, percebe-mos hoje que a participa-ção na Santa Missa aos domingos não acontece como outrora. Existem ou-tros motivos que acabam distanciando o nosso povo do encontro dominical. “O número de católicos que chegam à nossa celebra-ção dominical é limitado; é imenso o número dos distanciados, assim como o número daqueles que não conhecem a Cristo” (Docu-mento dos Bispos em Apa-

recida nº 173).Há aqueles que justi-

ficam da seguinte maneira: são tantas as atividades ao longo da semana com o tra-balho, que o domingo é mes-mo o dia para o descanso e para “curtir” um pouco a fa-mília, os amigos etc. Acerca da dimensão do descanso, assumida no domingo, assim dizia o saudoso Papa João Paulo II: “Para os cristãos, é anormal que o domingo, dia de festa e de alegria, não seja também o dia de descanso, tornando-se para eles difí-cil ‘santificar’ o domingo, já que não dispõem de tempo livre suficiente”(Dies Domi-ni, p. 71).

O domingo sempre foi e conti-nuará sendo o dia da comunidade que deseja viver conforme a vonta-de de Deus. Assim afirma o Catecis-mo da Igreja Cató-lica: “O domingo, dia em que por tradição apostó-lica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como dia de festa de preceito por ex-celência”. Aqueles que nos precederam na fé enfren-taram grandes barreiras a fim de manter vivo em suas vidas, o compromisso de

celebrar e de viver como família que partilha, que louva a Deus e que dese-ja estabelecer sem-pre o propósito de ser autenticamente cristão.

Juntos refle-tir um pouco mais acerca do verda-deiro sentido do

domingo em nossas vidas. Que este dia tão frutuoso seja realmente compreendi-do como o dia de encontro com Deus e com os irmãos. Vivamos de maneira cristã o santo dia que é para nós o domingo, dia de festa e de alegria!

Domingo: dia de encontro com Deus e com os irmãos

padre Aureliano Gondim

lUTo

6 Juazeiro do Norte(CE), Maio de 2013

Irmã Thereza falece aos 78 anos para tristeza da comunidade católicaa comunidade católica

de Juazeiro do Nor-te e do Cariri está de

luto com o falecimento da Irmã Therezinha Stella Gui-marães, diretora da Con-gregação Cônegas de Santo Augustinho, ocorrido no sá-bado, 18, na Clínica São José onde se encontrava hospita-lizada. Com relevantes ser-viços prestados, Irmã There-zinha era uma estudiosa da história do padre Cícero Ro-mão Batista e do fenômeno das romarias.

Sua tese de doutora-do foi publicada como livro dentro da Coleção do Cente-nário em 2011 através de ação conjunta da Prefeitura de Juazeiro, Fundação Memo-rial Padre Cícero, Banco do Nordeste e Editora IMEPH. Denominada Padre Cícero e a nação romeira, um estudo psicológico da função de um “Santo” no catolicismo po-

pular a tese foi defendida na Universidade de Louvain, Belgica, quando obteve gran-de e positiva repercussão nos

meios acadêmica.Ela chegou a Juazeiro

na década de 70 acompanha-da da também Irmã Annette

Dumoulin ao lado de quem fundou a citada congregação contando com o apoio do en-tão Vigário da Igreja Matriz de

Juazeiro, padre Murilo de Sá Barreto. Estudiosa e apaixo-nada pela nação romeira Irmã Therezinha entregou-se de corpo e alma no fortalecimen-to da Pastoral das Romarias. Com sua fiel amiga Annete e incentivo do padre Murilo, fundou o Centro de Psicologia da Religião onde foram pro-duzidos e trabalhados diver-sas obras sobre o padre Cícero, as romarias e o crescimento do catolicismo popular.

Era uma das defenso-ras intransigentes da reabili-tação das ordens sacerdotais do padre Cícero e compôs a equipe que se deslocou ao Vaticano para entrega de do-cumento neste sentido junto a Congregação para Doutri-na da Fé. Em 2006, em nova visita ao Vaticano, ela assis-tia uma celebração na Praça de São Pedro e quando Ben-to XVI, hoje Papa Emérito, foi cumprimentar um grupo

de cadeirantes, mais uma vez mostrou sua admiração pelo padre Cícero pedin-do pessoalmente no rápido contato por sua reabilitação.

Era merecidamente cidadã juazeirense com tí-tulo concedido pelo Poder Legislativo Municipal. Ano passado foi homenageada com seu nome no CPAR – Centro Paroquial de As-sistência ao Romeiro – ins-tituição vinculada a Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores.

O corpo de Irmã Ana Teresa foi velado na sede do Semeador, na Av. Dona Le-opoldina, 345, Bairro Aero-porto. Houve celebração de missa com corpo presente na Basílica e o sepultamento ocorreu no Cemitério Anjo da Guarda.

• Com dados coletados no Blog Portal de Juazeiro

Page 7: Jornal Nação Romeira - Edição 41

Juazeiro do Norte(CE), Maio de 2013 7Destaque romeiro

Sassá Fitas, o iguatuense que aprendeu a amar Juazeiro e a respeitar o padre Cícero

ele VeIo para JuazeIro do norte em JulHo de 1987 seguindo os passos do pai na busca de trabalho e progredir na vida. O genitor resolveu voltar para Iguatu, mas ele continuou trabalhando e admirando o padre Cícero vindo a se transformar um próspero empresário do setor de calçados trabalhando inicialmente de forma exclusiva no ramo de fitas. Se afirmarmos que estamos falando de Altemar Antunes Bezerra, poucos irão identificar que, na verdade, estamos falando do empresário e católico “Sassá Fitas”. Ele é um dos destaques desta edição do Nação Romeira.

Casado com a senhora Maria Alves Bezerra Antunes, popular-

mente conhecida como So-raia, Sassá tem na família o seu grande patrimônio e orgulho. O casal tem três filhas: Lara Samara, cursan-do medicina na FACISA, Campina Grande, Luana Talita, vestibulanda e Vitó-ria Beatriz, aluna do ensino médio.

Com 16 anos veio de Iguatu para Juazeiro seguindo os passos do pai que posteriormente voltou para sua terra natal quando Sassá começou a trabalhar no ramo de calçados como representante viajando di-versos estados nordestinos quando conheceu todos os municípios do Ceará e Piauí. Durante 10 anos ele trabalhou como represen-tante na Iporã saindo poste-riormente para trabalhar na produção de solados quan-do teve a ideia de trabalhar com fitas, “considerada o arroz com feijão para fa-

zer o calçado através dos sapateiros”. Sassá já vendia sapatos quando conseguiu iniciar a produção de fitas casando as ações e estando na atividade até os dias atu-ais. “Nós já fomos o terceiro maior produtor de fitas de cabedal do Brasil”, ressal-tou.

A geração de empre-go no setor calçadista é sa-zonal variando de trimestre a trimestre de acordo com o comércio. Atu-a l m e n t e em sua e m -pre-s a

Sassá está gerando 37 em-pregos, mas a partir de ju-lho este número é ampliado e pode chegar até 172 como estava em dezembro do ano passado. “A medida que as vendas aquecem no comér-cio existe a necessidade de se ampliar a produção e, por conseguinte, há a ne-cessidade também de se contratar mais pessoas para linha de produção. Esta é uma realidade não apenas da minha empresa, mas

de todas do setor cal-çadista brasileiro”,

explicou.Ao falar

com a repor-tagem do Na-ção Romeira, Sassá Fitas comentou so-bre o potencial de Juazeiro e

do Cariri como polo calçadista nacional. “Em termos de nú-meros de pares

de sapatos em

exportação o Ceará é o que mais exporta, mas quando se fala em termos de capi-tal, de dinheiro, ficamos em segundo lugar, perden-do para o Rio Grande do

Sul. Já em termos de polo de produção nos merca-dos interno e externo, nós somos o terceiro perdendo para Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul e Fran-

ca em São Paulo. A exem-plo de Juazeiro do Norte também está em ascensão o polo de Nova Serrana em Minas Gerais”, afirmou o empresário.

A Sassá Fabricação de Fitas e Acessórios para Cal-çados está se expandindo e seu proprietário anuncia para este mês de maio a chegada de três importan-tes máquinas para fabri-cação de tranças de fitas para calçados. Sassá ex-plica o pioneirismo do investimento. “Ainda

não existe nenhuma máquina deste porte no Brasil.. Em no-vembro fui a Chi-na e adquiri estas máquinas e posso garantir que será uma inovação fantástica na área

não apenas Juazeiro e o Ce-ará, mas para todo o Brasil. Ainda não existe similar e fui o primeiro importador em nosso país”, revelou. O procedimento básico da má-quina é o de ser abastecida por fita que vai por sua vez produzindo o cabedal da sandália feminina em vários formatos. Segundo ainda o empresário “a máquina produzirá desde a chamada ‘rabo de rato’ até uma fita larga trançada com 20 ou 30 mm de largura. Praticamen-te todo o cabedal do sapato será composto deste trança e posso dizer que em nosso polo haverá mais agilidade

na produção”, garantiu. A sede da empresa já foi am-pliada e modernizada.

Sobre o fortaleci-mento da atividade Sassá ressalta a importância da conquista de um novo polo calçadista na cidade que permitirá a instalação de 41 empresas com perspectiva de gerar 1.400 novos empre-gos quando do início de sua operacionalização. Ele tam-bém reconheceu esforços do ex-prefeito Manoel Santana, da tramitação na Câmara Municipal que aprovou do-ação do terreno e informou que a parte burocrática tem continuidade.

Expansão

Importância do padre Cícero“ D e p o i s

de Deus padre Cícero é o nos-so guia. Ele é o

nosso mourão e é com sua bon-dade e santifica-ção popular que também pode-mos chegar até Deus quando pe-

dimos e alcançamos diver-sas graças. Como fundador do Juazeiro ele é também o nosso patrono assim como de todo o Nordeste já que Juazeiro é a grande Capital da Fé desta Região. Como todo bom romeiro eu tenho esperança, fé e acredito que o padre Cícero será reabi-litado pela Igreja Católica.

Ao fazer isto ela fará justiça à memória do patriarca e atenderá o apelo da grande nação romeira seguidora fiel de Nossa Senhora das Dores e do nosso Santo Popular”. Com esta afirmação Sassá Fitas expressou sua crença em Cícero Romão Batista e agradeceu o espaço para ex-por suas opiniões.

Page 8: Jornal Nação Romeira - Edição 41

Juazeiro do Norte(CE), Maio de 20138lUTo

Juazeirenses choram o falecimento de

Assunção GonçalvesJuazeiro do Norte la-

menta a passagem para outro plano da artística

plástica e professores Ma-ria Assunção Gonçalves ocorrido na noite de do-mingo, 19. No dia primeiro de junho Dona Assunção como era carinhosamente chamada faria 97 anos e era respeitada não apenas no Juazeiro do Padre Cí-cero de quem era devota, mas em todo o país.

Seu corpo foi velado no Círculo Operário São José e missa de corpo presente foi celebrada na Basílica Santuário de Nossa senho-ra das Dores e sepultamen-to no Cemitério do Socorro com milhares de pessoas acompanhando. No con-ceituado Blog Portal do Ju-azeiro,

editado pelo professor uni-versitário, escritor e memo-rialista Daniel Walker, este ressaltou em lúcido texto a importância de Assunção Gonçalves para história de Juazeiro lembrando sua convivência com o padre Cícero em sua adolescência e como guardava inúmeras recordações.

Disse Daniel sobre a amiga de longas datas: “Assunção será lembrada por conta da sua extensa biografia na qual figura como educadora, artista plástica, mestre na arte de confeitos de bolo, orna-mentação de noivas (em sua casa ainda tem muitos vestidos de noivas). Era

insuperável na arte de re-ceber amigos em sua casa, onde todos que a visita-vam eram recepcionados com mesa farta de gulosei-mas, principalmente bolos e sequilhos além de um café muito gostoso”.

Daniel disse tam-bém que esteve lhe visi-tando diversas vezes e que Dona Assunção se ressen-tia da falta dos amigos de outrora. “Como editor do Portal de Juazeiro e duran-te a fase em que ela estava com a memória ativa, tive o prazer de entrevistá-la muitas vezes, oportunida-de em que colhi um bom acervo de informações históricas sobre o Padre

Cícero que ela conheceu e da vida do Juazeiro Antigo que ela viu de perto”, expressou.

O também pro-fessor universitário,

escritor e memo-rialista Rena-

to Casimiro a d m i r a v a

Dona As-

sunção. Por ocasião de seu aniversário em 2009, direto de Fortaleza, Rena-to expressou seu carinho e admiração pela artista plástica. “Pelo menos para nós, os Soares de Casimi-ro, esta lembrança é diária, pois sua arte figura em

nossas paredes guardan-do a genialidade de seus traços de artista plástica notável, com os quais nos tornamos mais próximos da memória de Juazeiro”, ressaltou ao lembrar aque-le aniversário de 93 anos. Renato destacou ainda

aquele ano que Dona As-sunção era lembrada per-manente em suas orações. Conforme ele desejava, Dona Assunção viveu por muitos anos e esteve cerca-da do carinho da família e dos verdadeiros amigos de sempre.

»MArIA ASSUNção GoNçAlvES - nasceu em Juazeiro do norte, no dia 1º de junho de 1916 e faleceu em 19 de maio de 2013. Era filha de Francisco Gonçalves de Menezes e Isabel Telles de Menezes. Tinha os seguintes irmãos: pedro, Joaquim, João, José e maria Gonçalves, todos falecidos.

»EM 1923, assunção Gonçalves fez seus primeiros estudos com a profa. argentina e aprendeu tabuada com pedro Vicente, um motorista muito conhecido que residia em sua (dela) casa, na época, localizada no sítio logradouro.

»EM 1924, estudou com dona adelaide de sousa melo, e até 1928, no externato santa terezinha, cujas mestras eram stela pita e maria Gonçalves da rocha leal.

»EM 1929, fez o 4º ano primário no Grupo escolar padre Cícero, com a profa. amália Xavier de oliveira e o famoso exame de admissão no ano de 1930, no Colégio santa terezinha do Crato.

»coNclUIU o curso Normal na escola normal rural de Juazeiro do norte. Como professora - são palavras dela - recebi influência dos Professores que muito marcaram minha vida: Mozart Cardoso de alencar (que lecionava Botânica) e Vicente Xavier de oliveira (que lecionava

matemática).

»EM 1954, substituiu a profa. amália Xavier de oliveira na direção da escola normal rural, quando a mesma afastou-se por motivo de viagem.

»EM 1970, assumiu a direção do Ginásio municipal antônio Xavier de oliveira, tendo sido fundadora e primeira diretora daquele conceituado estabelecimento de ensino.

»ASSUNção GoNçAlvES era artista plástica, com estilo e temática, contudo, e autodidata na arte de pintar. no início desta atividade, recebeu aulas de sua prima, a

professora amália Xavier de oliveira, com aquarela, depois passou a pintai a óleo sobre tela.

»FoI ProFESSorA de Pintura no Ginásio santa teresinha de desenho no Ginásio salesiano são João Bosco.

»AS TElAS mais expressivas da artista plástica assunção Gonçalves são: “Juazeiro primitivo - 1827”, “padre Cícer”, “o pacto dos Coroneis” e “as Ceias largas”.

»EM SUA HoMENAGEM foram escritos os livros: “assunção Gonçalves, uma Grande educadora” de autoria de maria do socorro lucena lima e “assunção Gonçalves, uma Vida dedicada à arte” de autoria de íris tavares. foi também homenageada com o “troféu sesquicentenário do padre Cicero” e uma creche e foi nomeada pelo governo do estado como mestre da Cultura.

»oUTrA HoMENAGEM lhe foi prestada pela telemar que estampou uma das suas telas num cartão telefônico muito divulgado pelo Brasil. assunção Gonçalves era uma das reservas morais

da cidade de Juazeiro do norte, é um exemplo de honradez, uma pessoa admirada, querida e respeitada por toda a comunidade juazeirense. noutros termos: assunção Gonçalves é um

símbolo.

Texto de raimundo Araújo, extraído do seu livro mulheres de Juazeiro

Fotos: arquivo do Jornal nação romeira (João Carlos menezes Barbosa)

Dona Assunção, renato Casimiro e daniel Walker

Page 9: Jornal Nação Romeira - Edição 41

Juazeiro do Norte(CE), Maio de 2013 9Social

joão carlos BarbosaSociedade [email protected]

Fone/Fax (88) 3571.1993Rua Letícia Vasconcelos, 217 Parque Triangulo - Juazeiro do Norte-CE

[email protected]

cINENAO Cariri Garden Shopping Center, está terminando as obras para finalização do cinema. A Orient Filmes, empresa responsável pelo cinema, iniciará a montagem das salas para que, em agosto, já possamos desfrutar de um novo complexo, com novas salas  e tecnologia 3D. Serão 6 amplas salas no formato Stadium, sendo uma sala 3D, snack bar e mais de 1.300 lugares. Alta tecnologia, conforto e comodidade para todos os espectadores.

DANIlo SoUzAQuem esteve recentemente visitando a terrinha foi o amigo Danilo Souza, ex-aluno Salesiano. Danilo mora em Goiânia e há 31 anos não visitava os amigos em Juazeiro. Ficou admirado com o desenvolvimento de sua terra.

BElo cASAl Quando se fala em alegria o casal Jatme Luna e Luciana, é nota mil. Sempre alegres, oferecem uma boa companhia as pessoas que estão ao seu lado. Eles formam um belo casal.

Novo PoINT O casal Madson e Sabrina, feliz da vida com a repercussão do seu Spettuss e Cia no Novo Juazeiro. A sociedade variriense se encontram por lá. Já se tornou o novo Point da cidade.

TrINETo No último mês de abril, o senhor Odilon Morais, completou 101 anos de vida. Data marcada por muitas comemorações. Dentre elas a conhecida frase: ”Minha Neta decá tua Neta”. Que poucas pessoas em vida tem oportunidade de dizer isso. Trata-se da pequena Julia, filha de Caroline, que é filha de Carla Morais, que é filha de Carlos Morais que é filho de Seu. Odilon. São três gerações de avós, Odilon, Carlos Morais e Carla Morais.

cEGoNHA Os avós coruja Demontieux Cardoso e Edna, felizes da vida com a chegada da cegonha trazendo seu neto Péricles filho do casal José Jales e Jessica Almeida Cardoso.

ANIvErSArIoU Aniversariou no último dia 21 a minha nora, Profª. Monique Lira, que comemorou o seu aniversário ao lado do seu noivo Rafael Menezes.

lEITTE O mês de Abril foi de grandes comemorações em Leitte Contabilidade! Aniversariou o Dr. Francisco Leite (Contador e Advogado), Daiany Alves (Chefe do Setor Contabil) e mais colaboradores, Rosimeire dos Santos e Lucas Félix!

BoDAS DE oUroO casal Francisco de Assis Gonçalves (Bispo) e Betiza Barbosa comemorou recentemente com filhos, netos e amigos os 50 anos de feliz união conjugal. Um jantar na chácara do empresário Valdetário Félix, genro do casal, marcou o transcurso da importante data.Nós do Jornal Romeira também felicitamos o distinto casal.

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Juazeiro do Norte(CE), Maio de 201310

“Antonio de lunga” reafirma compromisso de fortalecer legislativo juazeirense

o destaQue polítICo desta edIção é presidente da Câmara Municipal de Juazeiro e empresário do ramo de transporte alternativo, Antonio Alves de Almeida, o Antonio de Lunga. Eleito para seu primeiro mandato (2013/2016) Antonio foi também eleito presidente da Mesa Diretora e reafirma seu principal compromisso: “lutar pelo fortalecimento do legislativo municipal representando de verdade o povo da Terra do Padre Cícero”.

Destaque Político

antonio de Lunga tem 47 anos, é natural de Jardim e filho do casal

João Antonio de Almeida e Francisca Alves de Almeida. É casado com Lucineide Fé-lix de Almeida e pai de cin-co filhas; Ana Beatriz, Ana Clara, Cristina Vitória e Pa-trícia. “Tenho uma família muito unida e tradicional. Eu acredito que para pessoa estar bem na vida é preciso estar bem primeiramen-te com a sua família e com Deus”, disse ao definir a im-portância da famí-lia em s u a vida.

Indagado sobre o por-quê de entrar na vida públi-ca disse que sempre teve ad-miração pela classe política e de prestar serviço para seu município. “Eu tenho um amor muito grande por Ju-azeiro. Conheço esta cidade como a palma de minha mão e sempre tive o desejo de servir a este município. Qual o melhor caminho? Por que não com um cargo público? E depois de falar com mi-nha família e com os amigos

mais próximos assumi o desafio aqui estando

para honrar cada um dos meus 2.981

votos e a toda p o p u l a ç ã o ” , justificou.

“Quero trabalhar com muita transparência e hon-radez para marcar de forma positiva este mandato. Meu pensamento e meu compro-misso é colocar sempre a população de Juazeiro em primeiro lugar adequando a necessidade dos moradores da sede e da zona rural aos princípios da Constituição Brasileira, da Constituição do Estado e claro, da LOM – Lei Orgânica do Muni-cípio -. Quero fortalecer o Legislativo, quero fortalecer cada vereador, mas princi-palmente fortalecer a nossa Juazeiro”, explicou ao dizer como está marcando este seu primeiro mandato.

Antonio de Lunga

tem duas frentes na Câma-ra juazeirense. A primeira delas é a de ser um dos 21 representantes e a segunda a de estar à frente das ações da Mesa Diretora, eleito que foi em primeiro de janeiro deste ano. “Como presi-dente eu pretendo construir uma nova sede para a Câ-mara. A ‘Casa do Povo’ está pequena para o tamanho do poder e em relação ao crescimento da cidade. Para isto estou buscando parceria junto ao prefeito Raimundo Macedo (Raimundão) para construir uma nova sede onde possamos principal-mente receber melhor o povo que nos elegeu e que acompanha nossas ativida-

des, melhorar a condição de trabalho dos servidores e ofertar mais espaço para ve-readores com gabinetes e a própria imprensa que faz a cobertura de todas as nossas sessões”, justificou.

Sobre a relação com os demais vereadores Anto-nio diz que ela é harmônica. “Todos os vereadores sabem que eu tenho uma posição muito clara sobe esta ques-tão. Nós fizemos um acordo em um grupo de 11 em tor-no do meu nome em relação à presidência. Sou e sempre serei grato a cada um deles, mas sou presidente de to-dos”, afirmou. O presidente disse também que tem pro-curado se relacionar bem

com os 20, ouvindo os mais experientes e os de primeiro mandato como ele, trocando experiências para realizar uma administração aberta e transparente.

Nestes cinco primei-ro meses Antonio de Lunga disse que as sessões têm sido movimentadas com votações complicadas e polêmicas, mas prevalecendo sempre o bem coletivo e o desenvolvimen-to da cidade. Ele citou o caso do recesso parlamentar que depois de muitas críticas está sendo resolvido com a pro-posta que vai encontro do que está preconizado no Artigo 57 da Constituição Federal que estipula o mesmo período de férias do Congresso Nacional.

“Aqui em juazeiro cada casa praticamente tem um oratório. Nossa cidade é muito católica porque a gente tem um referencial muito grande que é o meu ‘Padim Ciço’. Então a cidade se tornou muito católica e a grande maioria de nossa população além de católica participa também de tudo que diz respeito à igreja”, avaliou o presidente.

Sobre o padre cícero Antonio disse que se não fosse o líder religioso Juazeiro não seria o potencial que é hoje em desenvolvimento no Ceará e no interior nordestino. “Juazeiro é uma cidade grande e de um povo acolhedor que recebe os romeiros e as romeiras do meu ‘Padim Ciço’

que para cá vêm visando pagar suas promessas e tirar seus sustentos através do trabalho honesto. Este é um dos grandes ensinamentos do meu ‘Padim Ciço’ e os romeiros o veneram como santo porque é o que ele é em nosso coração”, concluiu.

Antonio de lunga deixou uma mensagem em seu nome e dos demais integrantes do Poder Legislativo Municipal no sentido de que a população tenha a certeza de que os 21 estão imbuídos de fazer um grande trabalho para representar bem seus eleitores e a população e que a casa estará sempre aberta para críticas construtivas e sugestões de tosos os setores da sociedade.

Religiosidade em Juazeiro

Religiosidade em Juazeiro