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J o r n a l Quinzenal Jornal Nacional da Umbanda São Paulo,01 de Junho de 2012. Edição: 37 Ano: 02 [email protected] Jornal Nacional da Umbanda página 1 Expediente: Pai Rubens Saraceni Pai Alan Levasseur JORNAL NACIONAL DA UMBANDA ED. 37 INDICE DE MATÉRIAS EDITORIAL Os Tronos de Deus (Rubens Saraceni) pág. 02 CADERNO DO LEITOR Quem perde o corpo é a lingua(Adriana Quadros) pág. 04 Apenas mais uma história 1/2 (Tayze Machado) pág. 04 Dialogando e Teologando II(Jose Brito Irmão) pág. 06 Receita da vida longa (Carla Guedes) pág 08 DOUTRINA Dialogo com Preto Velho (Mauro Cavichiolo) pág. 09 Diferença entre religião e espiritualidade (Edson miaguy) pág. 11 Verdadeira Essencia (Carla Guedes) pág. 12 Duas Mães (Walmir dos Santos Pereira) pág. 14 O Silencio (Denise M Garcia Martins) pág. 16 A última carta (Eduardo D. Giron) pág. 17 Uma ostra que não foi ferida (Glauco Segalla) pág. 18 Ogans na Umbanda Sagrada (Cicera C.Neves) pág. 18 PSICOGRAFIA Seu Severino (Jose Antonio) pág. 19 Clamor de um passageiro (Felipe de Campos) pág. 20 As duas terras (André Cozta) pág. 21 Pai Joaquim de Angola(Felipe Campos) pág. 22 O Ponto Negro(Dinalva Domingues Faria) pág. 23 Vovõ (Elizete Baptista) pág. 23 ORAÇÕES E DIVERSAS Oração a Mãe Oxum (Cicera Conceição Neves) pág. 24 Oração a Ogum (Elizete Baptista) pág. 24 Nossa Jornada Espiritual 2/3 (Laerte Nogiri) pág. 27 INDICAÇÃO DE LEITURA Livros da Editora Madras. pág. 25 ÚLTIMA PÁGINA A Palavra (Wagner Veneziani). pág. 30 OS TRONOS DE DEUS Deus é em si o todo! Mas o todo é formado por muitas partes. Cada parte é um aspecto da criação e Deus está em todas elas ao mesmo tempo porque é Onipresente. A onipresença de Deus é incontestada e todas as religiões orga- nizadas a têm como dogma. PÁG. 02 OGANS NA UMBANDA SAGRADA Os ogans são o segundo elo de uma corrente dos tra- balhos de um Templo, pois o primeiro elo é o chefe da casa. O ogan, ao chegar no Templo, deve bater ca- beça no congá e em seguida bater cabeça nas curim- bas, saldando os Orixás curimbeiros e caboclos dos tambores, que lá já estarão posicionados. PÁG. 18 VERDADEIRA ESSENCIA Certa noite, Dona Maria Molambo das Sete Catacumbas me perguntou se eu gostaria de acompanhá-la numa visita a um humilde centro de Umbanda. Chegando lá, estavam todos trabalhan- do, e ela me chamou a atenção para uma moça que estava se consultando com um Preto Ve- lho. PÁG. 12

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J o r n a lQ u i n z e n a l

Jornal Nacional da Umbanda São Paulo,01 de Junho de 2012. Edição: 37 Ano: 02 [email protected]

Jornal Nacional da Umbanda ● página 1

Expediente:Pai Rubens SaraceniPai Alan Levasseur

JORNAL NACIONAL DA UMBANDA ED. 37INDICE DE MATÉRIAS

EDITORIALOs Tronos de Deus (Rubens Saraceni) pág. 02

CADERNO DO LEITORQuem perde o corpo é a lingua(Adriana Quadros) pág. 04Apenas mais uma história 1/2 (Tayze Machado) pág. 04Dialogando e Teologando II(Jose Brito Irmão) pág. 06

Receita da vida longa (Carla Guedes) pág 08DOUTRINA

Dialogo com Preto Velho (Mauro Cavichiolo) pág. 09Diferença entre religião e espiritualidade (Edson miaguy) pág. 11

Verdadeira Essencia (Carla Guedes) pág. 12Duas Mães (Walmir dos Santos Pereira) pág. 14

O Silencio (Denise M Garcia Martins) pág. 16A última carta (Eduardo D. Giron) pág. 17

Uma ostra que não foi ferida (Glauco Segalla) pág. 18Ogans na Umbanda Sagrada (Cicera C.Neves) pág. 18

PSICOGRAFIASeu Severino (Jose Antonio) pág. 19

Clamor de um passageiro (Felipe de Campos) pág. 20As duas terras (André Cozta) pág. 21

Pai Joaquim de Angola(Felipe Campos) pág. 22O Ponto Negro(Dinalva Domingues Faria) pág. 23

Vovõ (Elizete Baptista) pág. 23ORAÇÕES E DIVERSAS

Oração a Mãe Oxum (Cicera Conceição Neves) pág. 24Oração a Ogum (Elizete Baptista) pág. 24

Nossa Jornada Espiritual 2/3 (Laerte Nogiri) pág. 27INDICAÇÃO DE LEITURA

Livros da Editora Madras. pág. 25ÚLTIMA PÁGINA

A Palavra (Wagner Veneziani). pág. 30

OS TRONOS DE DEUSDeus é em si o todo! Mas o todo é formado por muitas partes. Ca da parte é um aspecto da criação e Deus está em todas elas ao mesmo tempo porque é Onipre sente. A onipresença de Deus é incon testada e todas as religiões orga­nizadas a têm como dogma. PÁG. 02

OGANS NA UMBANDA SAGRADAOs ogans são o segundo elo de uma corrente dos tra-balhos de um Templo, pois o primeiro elo é o chefe da casa. O ogan, ao chegar no Templo, deve bater ca-beça no congá e em seguida bater cabeça nas curim-bas, saldando os Orixás curimbeiros e caboclos dos tambores, que lá já estarão posicionados. PÁG. 18

vERDADEIRA ESSENCIACerta noite, Dona Maria Molambo das Sete Catacumbas me perguntou se eu gostaria de acompanhá­la numa visita a um humilde centro de Umbanda. Chegando lá, estavam todos trabalhan­do, e ela me chamou a atenção para uma moça que estava se consultando com um Preto Ve­lho. PÁG. 12

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EDITORIALOS TRONOS DE DEUS

Rubens Saraceni

Deus é em si o todo! Mas o todo é formado por muitas partes. Ca da parte é um aspecto da criação e Deus está em todas elas ao mesmo tempo porque é Onipre sente. A onipresença de Deus é incon testada e todas as religiões orga nizadas a têm como dogma. O Panteísmo tem sua origem nesse fato, verdadeiro, e fundamenta sua cren ça de que, se Deus é onipresente e está em tudo e todos ao mesmo tempo, então pode­se cultuá­Lo por meio daquela com que melhor se afinizar. Isso é verdadeiro, ainda que nunca devamos nos esquecer de que uma parte não é o todo e sim só uma de su as partes. Um “deus” do fogo não é Deus mas uma forma de cultuá­Lo por meio de uma de suas partes, que é o elemento Fogo.

Um “deus” da água... é uma de suas partes, que é o elemento Àgua.Um “deus” da terra... é uma de suas partes, que é o elemento Terra.Um “deus” do ar... é uma de suas partes, que é o elemento Ar.Um “deus” dos minerais... é uma de suas partes, que é o elemento Mineral.Um “deus” dos vegetais... é uma de suas partes, que são os Vege tais.Um “deus” dos cristais... é uma de suas partes, que são os Cristais.Um “deus” do tempo... é uma de suas partes, que é o Tempo.

Um “deus” dos animais; dos répteis; das aves; das montanhas; dos mares; dos rios; dos lagos; das cachoeiras; dos cemitérios; da chuva; dos ventos; do sol; dos raios; etc. etc. e etc., não são Deus e sim algumas de suas muitas partes.

Deus, nosso Divino Criador, é em si tudo e todos e está em tudo e é o princípio de tudo, e todos prevêm Dele. Já não se questiona a Unidade e o Princípio, no entanto todos reco nhecem que há uma miri­áde de seres divinos espalhados pela criação e que ou são os regen tes de uma de suas partes ou são guar diões dos seus mistérios sagrados. Ninguém duvida da existência dos Anjos, pois estão descritos na Bíblia, assim como os Tro­nos, os Arcanjos, os Serafins, etc. Ninguém duvida das existência dos Devas porque estão descritos nos livros sagrados hin­duístas. Ninguém duvida da existência dos Orixás porque estão descritos nos livros sagrados e na tradição oral nigeriana. E assim com todas as atuais religiões!

Mas muitos duvidam da existência das cosmogonias antigas, tais como a egípcia, grega, ba­bilônica ou caldéia, nórdica, caucasiana; mongólica; roma na; cartaginesa; havaiana, polinésia; indí­genas americanas (índios ameri canos e canadenses, astecas, maias, incas, índios tu pis­guaranis), africa nas em geral (muitas), etc.

Algumas religiões atuais atribuem a si o domínio da verdade, e é pura perda de tempo argu­mentar que o tempo todo Deusa tem amparado a todos por meio de suas muitas divindades, não im por tando para Ele como isso vem aconte cendo no decorrer dos tempos e das muitas culturas e religiões já desapa recidas. Muitos denominam as religiões e culturas antigas de atrasadas, arcaicas, pagãs, selvagens, primitivas, etc., e nomeiam­se evoluídos, salvos, eleitos, privilegiados, escolhidos, etc.

Tudo nesse campo, tão concreto e tão abstrato ao mesmo tempo, obedece aos que estão

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comandando a humanidade e não adianta discutir quem está certo ou errado, mas devemos discu­tir o que nos influencia realmente e quem conduz a nós e à nossa evolução a partire do lado invisí­vel da criação e como podemos acessá­Lo e direcionar Seus poderes em nosso auxílio e bene fício. Já comentamos os Tronos de Deus em vários dos nossos livros e os temos descrito como a classe de divindades sustentadoras da criação e da evolução dos seres.

Aqui, porque se trata de um livro que comenta e descreve a magia simbó lica, nós os comen­taremos a partir de suas funções originais na criação para que, após entendê­los, compreendam a magia riscada simbólica e sagrada.

Comecemos por assim descrevê­los: Os Tronos são seres divinos assen ta dos nos muitos níveis vibratórios da criação e têm como funções divinas dar sustentação aos meios amparar os seres nos seus muitos estágios evolu tivos.

Existem Tronos para todas as fun ções divinas sustentadoras dos meios e dos seres. Logo, os Tronos exercem funções e os nomeamos por elas. O homem que constrói casa é um construtor. Só que para construir uma casa seu construtor precisa ter uma equipe de profissio­nais especializados, tais como o pedreiro, o carpinteiro, o serralheiro, o eletricista, o encanador, o pintor, etc., e cada um deles tem seus auxiliares, especiali zados ou não.

Cada um desses profissionais contribui com sua parcela de trabalho para que uma casa esteja pronta para ser habitada. Com os Tronos acontece a mesma coisa e o Trono Construtor dos meios destinados aos seres é uma emanação onisciente, onipotente e oniquerente de Deus. Um Trono é um poder. Logo, Trono e poder são sinônimos.

O Trono Cosntrutor é uma manifes tação de Deus e o temos como respon sável pela constru­ção dos meios nos quais os seres vivem e evoluem continuamente.

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“QUEM PERDE O CORPO É A LÍNGUA”Adriana Quadros

Bibi, uma senhora que não possuía o domínio da escrita, tinha o hábito de narrar belas estórias oral-mente. Esta que vou relatar logo abaixo, se encontra em um livro de C. Cascudo (1965). “Umcaçadorencontrouumacaveiranumocodepaueficoumuitoespantado.Tomoucoragemeper-guntou:_ Caveira, quem te pôs neste oco de pau?A caveira respondeu:_ Foi a morte!_ E quem te matou?_ Quem perde o corpo é a língua!... O caçador voltou para casa e contou aos companheiros o sucedido. Ninguém acreditou, mas a conversa foi-se espalhando, espalhando. Dias depois o mesmo caçador passou pelo canto velho e tornou a ver a caveira no oco do pau. Fez as mesmas perguntas e a caveira respondeu pelas mesmas palavras. Ocaçadorteimouemcontaraestóriaaoscompanheirosetantocontouqueelesficaramcomraivaedisseram:_ Vamos ver a caveira. Se ela não disser coisa alguma que se pareça com o que você anda dizendo, nós lhe daremos, lá mesmo, uma boa surra de pau pra você deixar de ser mentiroso... Foram todos. Viram a caveira, e o caçador fez as perguntas e a caveira nem como cousa. Calada estava, caladaficou.Ocaçadortornouaperguntareacaveirafoidandoocaladoporresposta. Os companheiros não quiseram saber de conversa. Chegaram o pau no pobre homem que o deixaram moídoetodopisado.Foramembora.Ohomemficouestiradonochão,gemendo.Depoisdemuitotrabalhopode ir-se arrimando e se levantando. Quando se aprumou, olhou a caveira e disse, com raiva:_Aiestá,diabo,oquemefizeste!_ Quem perde o corpo é a língua! Respondeu a caveira, com toda razão.O homem foi para casa, mas não disse que a caveira falara de novo”.

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CADERNO DO LEITOR

APENAS MAIS UMA HISTÓRIA parte 1/2TCC de Tayze Machado

INTRODUÇÃO Educação espírita sim, pela melhoria de todos os seres viventes neste planeta! É um assunto muito evitado, pois, gera polêmica, pre­conceito dúvidas, medo do desconhecido. Estudiosos sobre a educação espírita sabem que de extraordinário não há nada, apenas a verdadeira realidade, verdadeira pátria, para os que acreditam, e para aqueles que não acreditam: todo o nosso respeito, conforme também ensina a proposta de educação espírita, porém, estarão apenas adiando o conhecimento que há mais de dois mil anos o Cristo trouxe a boa nova: a existência do plano maior que afirmava em suas elucidações acerca das “várias moradas na casa de meu Pai”. Ele apenas estava se referindo as inúmeras moradas pela qual os espíritos vivenciam, ou seja, as sucessivas reencarnações, a

passagem pelo plano espiritual e o material. (KARDEK, 1992, p.105) Este trabalho não é de cunho religioso, mas, vem de encontro às inúmeras necessidades que surgem no ambiente escolar. Tem como objetivo contribuir e elucidar, o ideal de educação que to­dos nós almejamos enquanto aprendizes, compreendendo que este planeta é uma grande escola. Segundo Colombo (2001), a Pedagogia Espírita, é uma pedagogia especifica para as poucas escolas espíritas existentes, porém conforme já elucidamos acima é uma proposta que pode con­

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tribuir com a educação brasileira. Será também a fase final deste trabalho acadêmico, como forma de justificativa e prova de que a proposta deste artigo pode dar certo. Que a leitura possa ser reconfortante, instrutiva e agradável. O espiritismo e sua relação com a educação Iniciaremos nossa discussão com a seguinte pergunta: o que é educação espírita? Segundo Kardek, o espiritismo tem por princípios a relação do mundo material com o mundo dos espíritos. (KARDEK, 1992, p.9). Mas o que a educação de uma criança tem a ver com esse fato? Educação, segundo a visão espírita é aquela em que se procura organizar a personalidade do educando de modo coerente com os princípios de amor e igualdade. Segundo Peres, (1982), no caso especial da doutrina espírita, esses princípios são ditados pela lei de causa e efeito, ou seja, o individuo é responsável pelos seus atos, colherá o que plan­tou, sem dúvidas, suas realizações boas ou más neste planeta; e da reencarnação, que são as inúmeras vidas em que o espírito reencarna em novos corpos a fim de se aperfeiçoar moralmente, passar por provas, expiações e contribuir com o progresso do planeta. Durante esses processos espirituais são desenvolvidos conceitos, valores, atitudes, vivências e experiências, visando o aperfeiçoamento intelectual e moral. Neste contexto, o educador deve estar atento as emoções e sentimentos que as crianças apresentam, pois, durante o processo educativo, é possível constatar no modo como se expressam verbalmente nos comportamentos e, idéias que nem parecem condizentes com a sua idade física (mas que provém da idade espi­ritual) e trabalhar com esses fatores. (KARDEK, 1992, p.75). Como diz o psicólogo Ginnot, “A educação do caráter depende de nossas afinidades com os educandos... tornar­se interessado no que as crianças pensam e sentem intimamente, não apenas por sua aparência ou rebeldia.” (Ginnot, apud Peres, p.14) Relembra­se aqui, a parábola do semeador, como meios e objetivos da educação espírita na infância. O educador desempenha o papel do semeador. Ele deve semear a boa técnica com tran­qüilidade, com segurança, preparando os terrenos das almas infantis. (PERES, 1982, p.18) O conhecimento espiritual servirá de precioso adubo, em forma de vida, residindo no inte­rior de cada criança, a semente plantada pelo professor ( a) desabrochará, e far­se­á visível na qualidade de seus frutos, que são as atitudes e comportamentos( de acordo com a possibilidade de cada terra, ou seja, o grau de adiantamento moral e intelectual do espírito encarnado, a criança que se apresenta). Ouvindo a criança com sensibilidade, demonstrando que são dignos de atenção, os educa­dores estarão estimulando o sentimento de valor pessoal, por meio do carinho, paciência, amor, confiança esta relação lhe propiciará avanços significativos, pois a aproximação de seu educador possibilitará o exercício da confiança necessária para a continuidade em sua educação, eviden­ciando dessa forma que a educação espírita está embasada na confiança de quem é conduzido e no amor de quem a conduz. (KARDEK, 1992, p.179).

A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DA REENCARNAÇÃO Segundo Kardek, a reencarnação é quando o espírito (alma) pede para renascer em ou­tro corpo, como outra pessoa, outro nome com o objetivo de contribuir com o seu adiantamento intelectual e moral passando por provas e expiações, contribuindo com o progresso do planeta. (KARDEK, 1992, p.104) A alma (espírito) é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível e que revestem temporariamente um envoltório carnal (corpo) para se purificar e esclarecer. KARDEK, (1992), p.90 Compreendendo realidade cósmica, Inteligente e Universal do Criador; podemos entender que, cada ser vivente neste planeta traz consigo vivências e experiências de outras vidas boas e ruins. Segundo pesquisas e estudos realizados por Kardek, (1992) as “lembranças” ficam ador­mecidas no subconsciente, do individuo, para seu próprio bem e, ao recomeçar a nova jornada terrena, usará de livre arbítrio, que são suas vontades pessoais. Sendo a criança orientada a conhecer o bem e o mal, por intermédio principalmente pela educação optará pelo que lhe for cabível quanto à natureza de sua evolução espiritual, na realização de novas conquistas e apren­dizagens de que necessita para sua formação moral e intelectual. (COLOMBO, p.200; KARDEK, 1992, p.178)

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Daí a importância da educação espírita na infância, pois nesta fase a criança está mais de­pendente de seus educadores, que compreende pais e professores principalmente, dentre outros que conviverem com a criança e posteriormente a vida, que é uma escola para todos. A IMPORTâNCIA DA INFâNCIA PARA O SER hUMANO No Livro dos Espíritos, há um capítulo com o título: Da infância que é o foco de nossa pes­quisa. – “Qual é para o espírito, a utilidade de passar pelo estado de infância? – O espírito se encarnando para se aperfeiçoar é mais acessível, durante esse período, às impressões que recebe e que po­dem ajudar em seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação. (KARDEK, 1992, p.178.)“... As crianças são seres que Deus envia em novas existências e, para que lhes possa impor uma severidade muito grande, dá­lhes toda a aparência da inocência... (KARDEK, 1992, p.179) Depois da convivência com a família, a criança vai para a escola, e neste momento o pro­fessor entra em cena. O professor ao contribuir com ensinamentos ministrados nesse período, as crianças regis­tram informações que construirão a natureza de seu caráter carregando­as por toda a vida. A educação espírita vem de encontro a essas necessidades, porque é moral, filosófica e Cristã; esclarece dúvidas porque segue a linha da verdade e da essência da Criação Divina. “O educador deve ser justamente o agente de mobilização da vontade de evolução do educando.” (COLOMBO, 2001, p.288) “As crianças que chegam as escolas, confiadas aos professores, já tiveram vidas anterio­res; alguns professores (as) têm ciência desse fato, pois, são estudiosos do espiritismo, mas, não põem em prática porque não é possível,” já que a humanidade ainda caminha a passos lentos para os estudos acerca da vida espiritual”. (KARDEK, 1992, p.111).

E-mail: [email protected] na próxima edição.

DIALOGANDO E TEOLOGANDO IIPor Jose Brito Irmão

Interlocutor: ­ Encerramos o nosso bloco anterior falando de Guias Espirituais e também o livre arbítrio tornou­se contexto. Mas antes de iniciarmos a seqüência das perguntas, encaixo uma noutro contexto. Você não se preocupa se as abordagens que faz causem polêmicas, discordâncias, etc.? Resposta: - Não. Não me preocupa e até ficarei feliz se elas houverem pelo seguinte fato: Se alguém está polemizando, discordando, criticando é sinal de que leu e pensou. E se discordou é porque já pensou sobre o mesmo assunto e formulou em si um entendimento diferente. Importante para todos nós nesse momento evolutivo da Umbanda é que “pensemos” a nossa religião sobre os seus múltiplos aspectos de fundamentações. Aqueles que não se inseriram ainda no contexto dos estudos, que chamamos de teológicos, vão polemizar, mas; estarão manifestando apenas o que conseguem ver sobre suas óticas de aprendizado em linguagens diferentes. Interlocutor: - Então, vamos à nossa seqüencia de perguntas. Pergunta: ­ No bloco anterior, você se referiu aos Exus como Mestres e citou a condição de estudo. De que forma isso pode ser melhor entendido? Resposta: - Vejo e vivo a Umbanda como uma Religião muito evolutiva, científica, e aberta aos experimentos e às “ousadias”. É preciso que dentro dela se encontrem pessoas que estudem e pesquisem para que o processo evolutivo em marcha, não se estagne. Os ensinamentos Teológicos trazidos da Luz, pelo Mestre da Luz o Senhor Preto Velho Pai Benedito de Aruanda através do seu médium, que se revela sempre como água cristalina na trans­missão do que lhe é intuído, são as bases para que pensemos a nossa religião para o futuro. Os ensinamentos não podem ser abertos na totalidade e com a simplicidade maior do que já são, pelo fato de que: cada aspecto de manifestação de mistérios, abre um leque infinito de apren­dizado, então cada um de nós que seguimos e praticamos esses ensinamentos, deve na medida do próprio evoluir, desenvolver o entendimento e, na medida do possível ensiná­los aos outros. Os

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instrutores de Teologia, então, têm esse compromisso para consigo mesmo e para com aqueles que com eles estudam. Dessa forma, ousando no campo das experimentações e aprendizados, temos sido gradu­almente preparados pelos Senhores que nos conduzem (eu e minha esposa), para a prática de auxílio às pessoas, onde utilizamos a Magia Divina para o recolhimento do que necessário for, e os conhecimentos teológicos para o entendimento daquilo com o qual nos deparamos. Esses trabalhos são realizados com a presença , condução, amparo e sustentação de Guias Espirituais e de algumas Divindades e, são nesses trabalhos que os Senhores Exus das mais diver­sas Hierarquias e Mistérios, se revelam os Grandes Mestres do Conhecimento Humano e também de energias, magnetismos, etc. Pergunta: ­ Você pode aprofundar mais esse assunto do trabalho de vocês? Resposta: ­ Vamos procurar uma forma para o entendimento simples. Nos dias de hoje, muitos já ouviram falar dos trabalhos de Apometria, que foram estrutura­dos a partir do Espiritismo no Rio Grande do Sul e se alastrou nos meios espíritas e também na Umbanda, pelo Brasil afora e, tem como um dos seus expoentes, embora um pouco diferenciado, o irmão espírita, Robson Pinheiro de Uberaba. Os nossos trabalhos guardam semelhança com a Apometria, porém também dela se dife­rencia, porque os realizamos com as pessoas à distância e não incorporamos os nossos guias e nem fazemos doutrinações de espíritos em desequilíbrio. Diferente também é que neles aplicamos a Magia Divina, coordenada pelos Guias Espirituais responsáveis por determinado trabalho. Eles indicam que Mistério usar e o que deve ser obtido como resultado. Também se diferencia no modo de nossa participação, o fato de que através de esforço de desenvolvimento, um de nós trabalha projetado mentalmente, e nessa condição interage direta­mente com as Forças Amparadoras e delas recebe instruções que são verbalizadas, gravadas e depois digitadas, constituindo um acervo de conhecimentos importantes. Na verdade cada trabalho daria um filme de ficção. Um outro detalhe importante é que não são os nossos Guias Pessoais que realizam o trabalho ostensivo. Cada trabalho tem a sua própria equipe designada pelo Alto para aquela tarefa, e com isso nos são revelados Mistérios e manifesta­dores que jamais imaginamos que existissem. Em síntese, esse é o trabalho que realizamos, e até esse momento já contabilizamos 150 atendimentos, cada um diferente do outro. Detalhe adicional: Os trabalhos se iniciam exatamente às 00:00s. Pergunta: ­ Você mencionou durante a sua exposição, “esforço de desenvolvimento”. Pode ser mais claro sobre isso? Resposta: Este esforço está no contexto do que chamei de “ousadia e experimentação”. Ousamos acreditar que seria possível receber diretamente dos Guias Espirituais, um treina­mento e ensinamentos de uma forma nunca praticada. O primeiro passo foi nos certificar que teríamos a assistência de Mestres na condução do processo, porque só assim nos aventuraríamos nos “campos minados” do Astral Humano e das Dimensões Paralelas Naturais. Ninguém anda nesses caminhos com segurança se não tiver essa sustentação e amparo. Esse amparo foi obtido e confirmado. Então cada passo de aprendizado é conduzido por um Mestre ou Mestra e de forma encadeada e progressiva, avançamos nos campos dos conhecimentos. Um fato que devo registrar é que em todas as fases desses treinamentos, são constatados que os ensinamentos trazidos através do Rubens se confirmam nessas realidades, por isso o nos­so entendimento se amplia. Também a condução dos Mestres, nesse treinamento, se apresentam como Mestres e não com o arquétipo dos guias espirituais, mas quando as Visitas se realizam nos Domínios dos Se­nhores Regentes e Guardiões dos Mistérios, lá encontramos os Arquétipos do Orixás. Esse modo de aprendizado, nos abre a memória esquecida e gradualmente nos identificamos com as nossas origens. Entendo esse processo, como uma antecipação de etapas que deveríamos percorrer so­mente após o desencarne. É claro que para o acesso à concessão, teve que haver todo um ajuste consciencial, para ter o merecimento. Tudo isso nos ajudou no crescimento na participação dos trabalhos assistenciais, mas a Magia Divina se revelou e se revela, como ferramenta impar nisso tudo. Aquilo que vivenciamos e aprendemos, se aloja em nosso ser como um grau de certeza, que

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qualquer dúvida sobre as realidades divinas, acessíveis até agora, se diluem.Interlocutor: Vamos encerrar esse bloco por causa da limitação de páginas, vamos estamos ainda devendo sobre o Livre Arbítrio. Fica para o próximo.Plin! Plin!

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RECEITA DA vIDA LONGA Anotada por Carla Guedes

Humanizar-se não é algo fácil. Os Seres Humanos estão mais sujeitos às tentações, aos aspectos relativos à carne. E têm muita consciência disto, pois há a velha máxima: “A carne é fraca.”. Vosso corpo carnal, é um invólucro com o qual nós fomos presenteados por Deus. Mas devo alertá­los, que humanizar­se é uma forma de acelerar o processo evolutivo. E também, de que o vosso corpo carnal não foi projetado para abarcar sentimentos como a raiva, o ódio, o rancor. A todo momento, a todo tempo nós estamos em contato com as irradiações do alto. As irra­diações da Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração. O invólucro carnal, foi projetado para que vocês possam absorver estas irradiações Divinas em vosso íntimo, e feito isto, passem a vibrá­las através de vós. É desejo de nosso Pai Criador, que vocês sejam instrumentos de transmissão dessas irra­diações aos nossos irmãos que por algum motivo estão relutando em absorvê­las do alto. E reforço, dizendo mais uma vez, o corpo carnal foi projetado para isto. Em contraparte, digo, que o corpo de vocês não foi arranjado de forma a acolher vibrações de ódio, de rancor, de raiva. E aqueles que ainda insistem em assim fazer, e até tentam alimentar sentimentos desta or­dem em seus corpos, se deparam com sérios problemas de saúde. Se pudessem ver, com os olhos da espiritualidade o estado em que está o seu corpo, se assustariam. Os corpos começam a ficar esburacados, e em algumas partes, com com nódulos escuros, que a limitada medicina chama de câncer. Estes nódulos, nada mais são do que uma mutação da estrutura do corpo carnal, que passa a absorver vibrações de ordem negativa. Não entrarei em mais detalhes, pois o que tento deixar, é o alerta para que muitas doenças que afetam o vosso corpo carnal, são resultado de vossas atitudes. Mas saibam, que quando os vossos corpos carnais não passam a exercer esta função a qual vos falo, o problema de saúde é apenas um atalho, que atuará limitando­os para que não continuem fazendo o mal uso do corpo carnal. Portanto, vibrem em seus íntimos sentimentos positivos, tranmitam­os aos seus irmãos, por­que esta essa é receita da vida longa.

Mensagem enviada por Pai Cirpiano D’AngolaE-mail: [email protected]

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DIALOGO COM PRETO vELHOMauro Cavichiollo

Outro dia recebi um e­mail de um médium de corrente de nossa casa que me deixou muito contente em verificar que alguns estão realmente pesquisando, estudando e se dedicando em am­pliar suas verdades dentro de nossa complexa espiritualidade. O texto é de autor desconhecido e narra o diálogo de um sábio Preto Velho com seu filho que era dirigente espiritual. A conversa narrada nos alerta sobre a transformação/evolução da nossa amada Umbanda, de seus ritos, dogmas e entendimentos, também nos alerta que a verdadeira evolução não está na mudança das formas, fundamentos, ritos e meios, mas sim, se faz de dentro para fora da pessoa. Muitas vezes nos preocupamos com o que alguns estão fazendo, com a forma que deve­mos atuar, com a modernidade cultural e acabamos esquecemos que a Umbanda Verdadeira se faz forte nos alicerces da simplicidade, humildade e caridade, em suas diversas formas de atuação e entendimentos e acabamos nos colocando como verdadeiros “sabichões”, deixando de lado a verdadeira missão mediúnica e sublime da humildade. Vez em quando, por convite de amigos, me dedico a conhecer outros centros, casas, searas da Umbanda e acabo observando uma variedade muito grande de entendimentos sobre a espiri­tualidade, seus orixás, guias, mentores e protetores. Todavia, quando me coloco a refletir, acabo percebendo que tudo migra para um mesmo lugar, espaço ou universo. Dia desses conheci pela primeira vez uma casa que praticava a “Umbanda Omolocô”, con­fesso que jamais havia visto ou ouvido falar dessa modalidade. Imediatamente tratei de pesquisar a respeito e acabei por entender que a mesma é uma migração do Candomblé para a Umbanda e tem ritos e dogmas próprios. Neste dia presenciei uma saída de preceitos de filhos de Ogum com destaque na beleza do ritual que incluía crianças paramentadas e muita dedicação de todos os envolvidos. Também observei que a finalidade e os propósitos, apesar da diferenciação ritualística era a mesma que praticamos na Umbanda propriamente dita. Fui muito bem recepcionado e tratado com extremo carinho por todos da casa. Sai muito contente com o que presenciei e saúdo a todos que praticam a caridade em conformidade com sua crença. Apenas observei esta etapa de meu eterno aprendizado para reforçar questões que intrinse­camente são abordadas em nossa Umbanda, que o texto reforça e para refletirmos sobre tudo que nos envolve e principalmente para que no lugar de atacarmos os que buscam elevação, aplicam ensinamentos e compartilham entendimentos, passemos a enaltecer estas maravilhosas pessoas voltadas ao bem maior. Permitam­me abrir um questionamento aos que praticam e acreditam na espiritualidade maior: Quem é o dono da verdade absoluta? Quem tem o direito e razão de questionar aqueles que procuram e fazem o bem? Quem pode questionar os ensinamentos de dirigentes, escritores e propagadores da Umbanda com total segurança? Que Deus Pai, “Olorum”, continue abençoando tudo e todos e um carinho abraço aos irmãos de fé. “Obs.: segue abaixo o texto que originou estas reflexões.”

E-mail: [email protected] Curitiba/Pr

TEXTO ORIGINAL

PRETO VELhO – Meu filho, você tem que evoluir, tudo evolui.MÉDIUM – O que tenho que fazer, meu Pai?PRETO VELhO – Se desfaça de todos os bens materiais que você tem. Dê uma parte para os po­bres e necessitados e a outra para sua mulher e filhos.MÉDIUM – De tudo?PRETO VELhO – Sim. E também de sua mulher e filhos. Vamos sair pelo mundo ajudando aque­les que necessitam. Andaremos de cidade em cidade, de lugar em lugar. Quando tiver fome, eu

DOUTRINA

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providenciarei comida; quando tiver sono, eu providenciarei lugar seco e seguro para descansar; quando tiver frio, eu providenciarei agasalho e roupas…MÉDIUM – Não sei se posso. O senhor está pedindo muito de mimPRETO VELhO – Mas você não quer evoluir, chegar numa consciência maior?MÉDIUM – Eu quero evoluir, mas tenho que perder tudo o que tenho. Largar minha família, meus amigos… Não sei se posso fazer isso para evoluir. Prefiro ficar como estou e buscar uma outra forma de evoluir. O senhor mesmo não disse que existem muitas formas de evoluir, porque só me deu esta escolha?PRETO VELhO – Quando você disse que era necessário retirar as imagens do meu Congá que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário retirar os atabaques, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário parar com as oferendas para os Orixás, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que não era preciso utilizar as guias, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário que os Guias de nossa casa parassem de beber e fumar, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Você procurou outras formas e outros meios na procura de uma consciência maior. Introduziu várias formas e meios diferentes dos que eu lhe ensinei, pois você começou a achá­los atrasados, primitivos. No entanto, eu pedi a você apenas uma coisa, e você diz que é incapaz. Você mudou tudo o que achou necessário, mas não soube mudar por dentro. Evolução não se faz mudando formas, fundamentos, ritos, meios… Evolução se faz de dentro para fora. Não importa o nosso modo de operar nossa magia, mas sim o que ela representa; sua es­sência e importância na vida dos que nos procuram; a doutrina e a responsabilidade de nossos rituais; nossos fundamentos; o respeito pelo que é nosso. Você mudou procurando o novo, mas apenas buscou novas formas de fazer velhas coisas. Coisas que você achava que eram primitivas e que não fariam você evoluir. Você hoje se baseia em outros para mostrar sua evolução e consciência: se eles mudam lá, você também muda aqui; se eles fazem lá, você faz aqui. Você fugiu das velhas formas, mas apenas buscou o moderno para fazer o velho. Você já está velho. Em breve irá partir e eu não mais o usarei como cavalo. Te­nho, agora, nova missão com outro médium. Nele a tradição será mantida e o novo se fundira com o velho em busca da essência e não da forma.MÉDIUM – O Senhor nunca me recriminou. Nunca disse que não.PRETO VELhO – Se eu dissesse que não, você ficaria frustrado. Faria as coisas por fazer, sem o respeito ou os fundamentos necessários. Então eu deixei que você fizesse o que achava que era correto, pois você o faria com gosto. Na verdade, você nunca perguntou o que eu achava de tudo isso. Mas mesmo em desacordo, reconheço que você ajudou muitas pessoas.MÉDIUM – Porque o Senhor só está me dizendo isto agora? Depois de tanto tempo trabalhando comigo…PRETO VELhO – Você mudou tanto… Tanto que nem o reconheço mais… Só que agora você esta velho. Já está indo embora. Então vim para pedir uma última caminhada juntos, para que você en­contrasse sua essência e tivesse a oportunidade de alcançar o que você buscou todos esses anos: evoluir, alcançar uma consciência com Deus.MÉDIUM – Então todo esse tempo… Todas essas mudanças que fiz… Foram em vão?PRETO VELhO – Não. Muitos que aqui estiveram e saíram para construir suas casas e nelas bus­caram a essência daquilo que você ensinou, e que não mudaram por mudar, seguindo um caminho próprio, conseguiram encontrar uma consciência com Deus e uma evolução de dentro para fora. Você, mesmo sem saber, os ajudou.MÉDIUM – Mas eu expulsei muitos médiuns por não quererem seguir com minha linha de trabalho.PRETO VELhO – Eles souberam tirar o melhor de seus ensinamentos e dos meus. Eles abriram suas casas e hoje fazem Umbanda de várias formas.MÉDIUM – Então…PRETO VELhO – Sim. Aqueles que você dizia que ficaram no caminho; aqueles que não ficaram

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mudando constantemente, mas souberam degustar cada momento e perpetuar a tradição, os cos­tumes, os fundamentos, os ritos… Eles mudaram a forma de ver o mundo e sua relação com ele. Buscaram a modernidade nas relações com os médiuns, no entendimento dos novos problemas, essa modernidade viciosa do ser humano. Utilizaram a modernidade e o novo para levar a doutri­na, os ensinamentos, a palavra e o auxílio aos que necessitavam, mas souberam dar continuidade à nossa cultura e nossa forma, alcançando a essência naturalmente, gradativa. Mesmo o novo precisa de tradição para virar doutrina e buscar em sua própria forma e essência. Agora é hora de seguirmos juntos.MÉDIUM – Mas eu não sei se posso largar tudo…. Eu disse ao Senhor que não podia largar tudo o que construí, minha família, mulher, filhos, amigos…PRETO VELhO – Olhe para baixo… O que você está vendo?MÉDIUM – Minha família. Minha mulher, meus filhos, meus amigos… Estão à minha volta. E com lágrimas se despedem… Para onde vamos, meu Velho?PRETO VELhO – Encontrar o seu cavalo e o Terreiro onde você irá trab alhar dando auxílio aos necessitados; conforto aos desesperados; curando os enfermos; agasalhando o frio das almas com palavras de calor e esperança; dando de beber a sede de muitas almas em busca de luz… Agora você é um de nós.MÉDIUM – É engraçado, meu Velho. Eu busquei tanto o novo tentando alcançar a evolução que evoluí com a missão da tradição e de perpetuar o que não soube dar o devido valor. O Senhor ficará comigo?PRETO VELhO – Sim, e lhe darei meu nome e minha força. Te ensinarei tudo o que será necessá­rio. O resto será entre você e seu médium. Ele é novo e muito parecido com você.MÉDIUM – E como devo agir com ele? Também sofrerei como o Senhor sofreu comigo?PRETO VELhO – Eu não sofri com você.MÉDIUM – Mas o Senhor disse…PRETO VELhO – Eu não disse que sofri. Estava preparando você para tudo isso. Às vezes só se dá o real valor a algo quando ele escorre de nossas mãos. Você vivenciou a tradição, os costumes e os novos meios, as novas formas. Adquiriu experiências diferentes. Segure minha mão…MÉDIUM – Estou mudando…NO TERREIRO – “Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tam­bor… Os meus Pretos Velhos batem tambor… Nas minhas Almas batem tambor…”.PRETO VELhO – É aquele ….* O novo PRETO VELhO incorpora e um novo ciclo se inicia… (DESCONHEÇO O AUTOR)

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DIFERENÇA ENTRE RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADEEdson Miaguy

“Não leia com o intuito de contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o que conversar, mas para refletir e avaliar”. - Sir Francis Bacon

Texto do Prof. Dr. Guido Nunes Lopes:

Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Física pela Universidade Federal do Amazo­nas (FUAM, 1986), Mestrado em Física Básica pelo Instituto de Física de São Carlos da Universida­de de São Paulo (IF São Carlos, 1988) e Doutorado em Ciências em Energia Nuclear na Agricultura pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA, 2001).

A religião não é apenas uma, são centenas.A espiritualidade é apenas uma.A religião é para os que dormem.A espiritualidade é para os que estão despertos.

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A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guia­dos.A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.A religião tem um conjunto de regras dogmáti­cas.A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.A espiritualidade lhe dá Paz Interior.A religião fala de pecado e de culpa.A espiritualidade lhe diz: “aprenda com o erro”..

A religião reprime tudo, te faz falso.A espiritualidade transcende tudo, te faz verda­deiro!A religião não é Deus.A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.

A religião inventa.A espiritualidade descobre.A religião não indaga nem questiona.A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.A espiritualidade é Divina, sem regras.A religião é causa de divisões.A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.A espiritualidade você tem que buscá­la.A religião segue os preceitos de um livro sagra­do.A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.A religião faz viver no pensamento.A espiritualidade faz Viver na Consciência..

A religião se ocupa com fazer.A espiritualidade se ocupa com Ser.A religião alimenta o ego.A espiritualidade nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.A espiritualidade nos faz viver em Deus, não re­nunciar a Ele.A religião é adoração.A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.A espiritualidade nos faz viver a glória e o para­íso aqui e agora.A religião vive no passado e no futuro.A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.A espiritualidade liberta nossa Consciência.A religião crê na vida eterna.A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso In­terior durante a vida.

“Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual... Somos seres espirituais passando por uma experiência humana. “

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verdadeira EssênciaAnotada por Carla Guedes.

Certa noite, Dona Maria Molambo das Sete Catacumbas me perguntou se eu gostaria de acompanhá­la numa visita a um humilde cen­tro de Umbanda. Chegando lá, estavam todos trabalhan­do, e ela me chamou a atenção para uma moça que estava se consultando com um Preto Velho. A moça reclamou de problemas financei­ros, reclamou da falta de um marido, pois havia acabado de se separar, e muitos outros proble­mas. O Preto velho, muito paciente, sugeriu a moça: -”Minha filha, ocê tem que começar aman­do o que ocê tem. Não importa se é muito, se é pouco, entende minha filha? Porque quando ocê amar o que ocê tem, ocê vai se dá conta de que não te falta nada, não precisa dessas coi­sas que ocê tá reclamando com o Nego Véio.” A moça, apesar de não acreditar que essa seria a solução para o seu problema, resol­veu não contestar aquele Preto Velho, e seguiu para sua casa. Dona Maria Molambo me disse que a nossa visita havia terminado, e me pediu que gravasse muito bem aquela cena que eu havia visto. Após 15 dias, Dona Maria Molambo me

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chamou para acompanhá-la novamente a uma visita àquele mesmo centro, para observar a mesma moça. Desta vez, ela conversava com um caboclo, e reclamava dos mesmos problemas, repetia exatamente o que havia falado 15 dias atrás para o Preto Velho. O caboclo, firme no que estava falando, sugeriu que a moça olhasse para os outros irmãos ali presentes, e que reparasse que eles tinham muito menos que ela, e estavam ali apenas buscan­do sua evolução. A moça agradeceu as palavras do caboclo, e foi embora, porém, igualmente insatisfeita. Aquela ainda não era a solução que ela queria para o seu problema. Dona Maria Molambo novamente me disse que era apenas esta cena que gostaria que eu visse naquela noite, e assim como na outra, guardasse bem o que tinha visto.Novamente após 15 dias, Dona Maria Molambo me levou ao mesmo centro, para observar nova­mente o comportamento daquela moça. Desta vez ela falava com uma Pombagira, e reclamava dos mesmos problemas de quinze dias atrás, da mesma forma. A Pombagira olhou fundo nos seus olhos, e disse que ela deveria ter mais humildade, menos arrogância, e mais amor no coração, e assim ela conseguiria o que quer. E questionou o motivo dela estar pela terceira vez reclamando dos mesmos problemas, se ela já havia desde a primeira encontrado a solução. E a moça não aguentou e falou: ­”Cada um me fala alguma coisa, eu não sei ao certo o que devo fazer!” A Pombagira foi bem firme em sua fala: ­“Mas será mesmo? Será, que se você começar a amar o que você tem, você não vai reco­nhecer de que isto já é muito, que você já é abençoada por ter o que tem? E passando a viver esse amor diariamente, será que não irá olhar para o lado e reconhecer que o irmão tem muito menos que você? E com isso, não irá achar que tem mais ainda, comparado com o pouco que tem seu irmão? E por um acaso, para fazer isso, você não deve ser mais humilde, para deixar de lado a arrogância e passar a viver seus dias com amor? A moça entendeu o recado, mas mesmo assim, não se conformava de que isto era a única coisa que os Guias Espirituais poderiam fazer para ajudá­la. Agradeceu como de costume, e se retirou do Centro de Umbanda. Dona Maria Molambo fez um sinal para eu acompanhá­la, e fomos observando a moça até chegar em casa. Sua irmã abriu a porta com um sorriso no rosto, que logo deu lugar a feições de preocupa­ção, ao ver a sua irmã completamente transtornada chegar em casa. Não precisou nem perguntar o que havia acontecido, a moça logo começou a gritar:­”Grandes médiuns, ou grandes atores?”­”Não estou lhe entendendo minha irmã!”­”Será minha irmã, que eu fui atendida a primeira vez por um Preto Velho, a segunda por um Cabo­clo, e a terceira por uma Pombagira?”­”Mas é claro minha irmã, você sabe que eu frequento aquele centro tem anos, não há nada de errado lá. Por que você diz isso?”-”Você acha que eram Guias espirituais mesmo? Eles não teriam feito só o que fizeram se realmen­te fossem guias espirituais. Teriam me passado algum trabalho, teriam me feito algum descarrego, sei lá!” As palavras da moça ofenderam muito sua irmã, que se retirou sem nada comentar. Trans­tornada, ela nem reparou que sua irmã saíra profundamente magoada. No dia seguinte, para a surpresa de sua irmã, a moça já estava de pé cedo, e estava recla­mando de tudo, dominada por uma ira nunca vista por ela. Preocupada, a sua irmã tentou consolá­la, e os gritos dela continuaram, desta vez direciona­dos a ela: -”Isto tudo é culpa sua, que me mandou ir àquele centro, ver uma peça de teatro! Minha vida só piora, eu continuo sem ter nada do que quero!” Quando sua irmã começou a encher os olhos d´água, ouviu uma voz calma e serena falar ao seu ouvido:

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­”Filha, pergunte a ela se ela acha que é isto que vibra no íntimo dela, a fúria.” Sem pensar duas vezes, ela questionou sua irmã, e obteve a seguinte resposta:­”Claro que não, você me conhece, sabe que eu estou estressada com meus problemas.” Novamente a voz falou ao ouvido dela, desta vez bem firme:­”Então diga a ela, que ao invés de duvidar de um médium, da presença e dos conselhos de um Guia de Luz, que ela duvide dos próprios atos. Será mesmo que é ela mesmo, manifestando sua pura essência, que vibra em seu íntimo que está sendo influenciada a tomar este tipo de atitude?” Novamente, sem titubear a irmã da moça transferiu a mensagem. Aquilo que havia acabado de escutar, deixou a moça confusa, porém conteve a sua ira. Ela havia reconhecido que não estava agindo conforme o que é em sua essência, e pergun­tou:­”Mas se eu não estou agora agindo conforme o que sou por dentro, porque então estou agindo desta forma?” A resposta veio rápida:­”Quando nós somos pessoas arrogantes, orgulhosas,não temos amor na nossa vida, nós não nos conectamos com a Luz. Nós nos conectamos com as trevas. Trevas estas que agora fecham seus caminhos, transformam você em uma escrava, que deve servir apenas aos Grandes Senhores das Trevas. Portanto, ao invés de duvidar do que acontece naquele humilde Centro, passe a duvidar se seus atos são comandados pela sua verdadeira e pura essência, ou por ações dos Grandes das Trevas.” A moça começou a chorar compulsivamente, como se estivesse colocando para fora tudo de ruim que guardava dentro de si. Dona Maria Molambo de disse que já era hora de irmos, que eu já havia visto o que ela de­sejava. Ao retornarmos, ela me disse:-”Eu só fiz questão de te mostrar esta seqüências de fatos, para que você seja aquilo o que é re­almente em sua essência. E com isso, com certeza você estará sempre ligada a Luz. Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução ou Geração. Não importa, o que importa mesmo, é buscar dentro de si, a essência Divina, que está em todas estas.” Após aquela mensagem, Dona Maria Molambo ainda complementou dizendo:­”E não deve haver nenhum tipo de julgamento com relação ao trabalho do irmão. Não importa o motivo pelo qual você acha que pode julgar. Isto é algo que não está nas mãos de vocês, e sim nas mãos da Lei Maior e da Justiça Divina. E mais uma coisa, que com toda a certeza eu te falo, o maior trabalho é aquele feito no seu íntimo. Onde você transmuta seus sentimentos e positiva o seu interior. Pois o nosso exterior, minha menina, é apenas o reflexo do nosso interior.” Certa de que eu havia compreendido, Dona Maria Molambo se despediu e foi embora. E eu dormi uma noite tranquila, conforme minha real essência.

Mensagem enviada por Dona Maria Molambo das Sete [email protected]

DUAS MÃES Walmir Dos Santos Pereira ­ (homenagem as mães espirituais)

Medium: Oh! Criador de tudo e todos, porque tantas coisas acontecem só comigo? Estou sofrendo tanto meu Pai, não sei o que fazer e muito menos para onde ir, dái­me um por que? Deus: Filho amado, tudo que acontece na vida dos seres tem os seus motivos, em muitas vezes há a necessidade de viver certas situações, porque só assim voces passam a valorizá­las, e outras vezes voces mesmos a procuram através de seus atos, atitudes, pensamentos e sentimen­tos. Medium: Mas meu Pai, eu só quero um caminho onde eu possa caminhar com tranquilidade e equilibrio, e possa ser alguém livre de medo, rancor, inveja, etc... Deus: Meu filho, quando te dei uma nova oportunidade de voltar a esse mundo,não te deixei vir sozinho.

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Medium: Como assim meu Pai ? Deus: Eu mandei uma legião junto com voce, para lhe intuir e orientar sobre qual caminho voce deve seguir. Medium: Legião ? Deus: Sim ! são seres iguais a voce, só que estão em uma frequencia vibratória diferente da sua e estão em um grau mais evoluido que o seu, pois já conseguiram se desapegar das coisas materiais e ainda são dotados de um grande amor por mim e por voces e por toda a criação. Medium: Quem são eles meu Pai ? Deus: São suas forças ! Medium: Minhas forças ? Deus: Isso meu filho, são as forças que te acompanham e ao mesmo tempo fazem parte de voce, porque se voce esta triste, eles também se entristessem, se eles estão energeticamente fraco, voce fica vulnerável, e muito mais eu poderia falar, mais agora não convém. Medium: Deus, então como devo agir agora ? Deus:Filho amado, quando te mandei para este mundo, voce precisou ser gerado dentro de um semelhante seu, até que estivesse totalmente formado, para aí sim voce nascer. Medium: No caso esse semelhante foi minha mãe, certo ? Deus: Sim ! ela na sua linguagem deu a luz a voce, sendo que essa luz quer dizer que ela foi seu guia até que adiquirisse independencia total para começar a andar com suas proprias pernas. Medium: Realmente minha mãe me amamentou, me ensinou a andar, me mostrou o certo e o errado, enfim tudo que sou hoje devo a ela. Deus: Isso mesmo meu filho, agora chegou a hora de voce encontrar a sua outra mãe. Medium: Outra mãe? Vou morrer é isso? Deus: Não meu filho! Está na hora de procurar a sua mãe espiritual. Medium: Mãe espiritual ? Deus: Sim! Ela é uma pessoa igual a voce, mas antes de encarnar Eu a preparei para essa finalidade. Medium: Mas como vou achá­la, no meio de tantas pessoas que se dizem conhecedoras das coisas divinas? Deus: As suas forças vão te ajudar, elas a reconhecerão. Medium: Pai, mas eu mal conheço essas forças, como elas podem me ajudar ? Deus: Fique tranquilo meu filho, pois elas te conhecem muito bem. Medium: então meu Pai, deixa ver se eu entendi? Neste estágio evolutivo da vida, eu neces­sito de duas mães, uma para me tornar forte e apto para vida material e outra para me tornar um ser equilibrado e virtuoso para as coisas divinas, certo ? Deus: Certo filho! A primeira foi a luz até que voce se tornasse independente, já a segunda será a luz que te guiará para as coisas divinas. Ela te instruirá sobre mim, te ensinará a cuidar das tuas forças, que fazem tanto por ti sem pedir nada em troca, fazem simplesmente por amor a Mim e a voce e lhe ensinará junto com as suas forças a ter amor pelos seus semelhantes. Medium:Então pelo que eu entendi, as duas mães são de grande importancia, e se bobear a segunda é até mais importante que a primeira. Deus: Perfeitamente meu filho, pois a vida no corpo é curta, já a vida no espírito é eterna, e se voce assimilar tudo que ela tem para te passar, um dia voce vai fazer parte das forças de al­guem, ate alcançar um novo estágio. Medium: Obrigado meu Pai, por tudo e pode ter certeza que assim que eu encontrá­la vou respeitá­la e amá­la muito, pois sei que além de ela ter sido preparada pelo senhor para essa mis­são, ela tambem representa as forças dela, e as forças dela representam o Senhor.

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O SILÊNCIODenise M Garcia Martins

Nós os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele.Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhe­cimento.“Observa, escuta, e logo atua”, nos diziam.Esta é a maneira correta de viver.Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes.Observa os anciões para ver como se comportam.Observa o homem branco para ver o que querem.Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás.Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando.Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.Em suas festas, todos tratam de falar.No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cin­co, dez, cem vezes.E chamam isso de “resolver um problema”.Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.Precisam preencher o espaço com sons.Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.Sempre interrompem.Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.Se começas a falar, eu não vou te interromper.Te escutarei.Talvez deixe de escutá­lo se não gostar do que estás dizendo.Mas não vou interromper­te.Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.Terás dito o que preciso saber.Não há mais nada a dizer.Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes.Deveriam plantá­las, e permiti­las crescer em silêncio.Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá­la.Existem muitas vozes além das nossas.Muitas vozes.Só vamos escutá­las em silêncio.

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A úLTIMA CARTA Eduardo Danielzi Giron

Um amoroso pai de família, dias antes de ser hospitalizado, enviou, pela Internet, uma carta a seus filhos,comaseguintemensagem: “Filhos amados. Quando as coisas estiverem difíceis, abram bem os olhos e busquem o céu. Vejam como é imenso. Olhem a natureza e percebam como ela é incrivelmente linda, em cada detalhe. Olhem as cidades, seus prédios, os carros, e notem tudo o que a vontade do homem já foi capaz de produzir. Sintam que cada um de vocês faz parte da criação de Deus. Que cada um integra a própria natureza. E que cada um também tem de construir e de alterar um pouco de sua própria cidade. Percebam que vocês, aqui e agora, fazem parte de uma sociedade que constrói um mundo novo. Apesar da sensação de pequenez diante da grandeza do universo, e embora, por vezes, vocês se sintam sozi-nhos e sem forças, na verdade, cada um é importante e necessário na sinfonia da vida. O amor e a alegria de vocês produzem uma energia única, capaz de transformar o meio em que vivem e as pessoas que os cercam. Cada um pode levar mais luz ao caminho que palmilha, por intermédio de seu sorriso e de seu trabalho. E assim, pode iluminar outras vidas e enternecer outros seres. Não esperem que o mundo, que os outros façam algo por vocês. Respirem fundo e pensem: ‘o que eu posso fazer pelo mundo?’ O que posso fazer pelos outros? Nunca esqueçam que cada um colhe aquilo que plantou. Que os espinhos que hoje nos ferem as mãos são o resultado de uma semeadura equivocada do passa-do, próximo ou não.Sedesejamumaestradaladeadadeflores,éprecisoqueelassejamsemeadasdesdeagora,porcadaumdevocês. Acreditem: Deus está presente em tudo e em toda parte. Um dia a própria ciência humana, ainda tão limitada, será capaz de admitir e de comprovar essa valiosa ver-dade.” Embora seu corpo físico não tenha resistido à doença que subitamente o atingiu, as palavras de amor e de fé daquele pai ainda ecoam no coração daqueles que o amam. Foi sua última carta. Uma mensagem estimulando seus amores ao caminho do bem, na direção do Criador. *** A fragilidade de nossa existência corpórea não nos permite ter certeza de que nossos olhos se abrirão na pró-xima manhã. Não sabemos quando será o nosso momento de partir para o outro plano da vida. Talvez ele tarde, talvez não. Quem sabe se as palavras que dissemos há pouco não foram as últimas desta existência? Como saber se o “até logo” com que nos despedimos de nossos amores, minutos atrás, não foi o último adeus que esta vida nos ofereceu? Por isso, despeça-se sempre com palavras de carinho e de otimismo. Aproveite todas as oportunidades que tiver para transmitir mensagens positivas a quem quer que seja. Dê bons exemplos e seja coerente em suas atitudes. Diga àqueles que lhe são caros, sempre que possível, o quanto os ama e como eles são importantes para você. Um dia, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, a partida será real e então, as lágrimas serão decor-rentes da saudade e não do arrependimento pelas oportunidades desperdiçadas.

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“UMA OSTRA QUE NÃO FOI FERIDA NÃO PRODUZ PÉROLA.” Glauco Segalla

Pérolas são produtos da dor: Resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra,como um parasita ou um grão de areia. Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa cha-mada NÁCAR. Quando um grão de areia a penetra,as células do NÁCAR começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas,para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado,uma linda pérola vai se formando. Uma ostra que não foi ferida,de algum modo,não produz pérolas,pois a pérola é uma ferida CICATRIZADA. Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém !!! Já foi acusado de ter dito coisas que não disse !!! Suas idéias já foram rejeitadas,ou mal interpretadas !!! Você já sofreu os duros golpes do preconceito !!! Já recebeu o troco da indiferença !!!

ENTÃO PRODUZA UMA PÉROLA !!!

Cubra suas mágoas com várias camadas de AMOR. Infelizmente,são poucas as pessoas que se interessam por esse tipo de movimento.A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos,deixando as feridas abertas,alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e,portanto,não permitindo que cicatrizem. Assim,na prática,o que vemos são muitas “OSTRAS VAZIAS”,não porque não tenham sido feridas,mas,porque não souberam PERDOAR,COMPREENDER e TRANSFORMAR a DOR em AMOR. Um sorriso,um olhar,um gesto,na maioria das vezes,fala mais que mil palavras.

(fontes:Livro:A Ostra E A Pérola *Adriana Dantas de Mariz )E-mail: [email protected]

OGANS NA UMBANDA SAGRADACicera C Neves

Os ogans são o segundo elo de uma corrente dos trabalhos de um Templo, pois o primeiro elo é o chefe da casa. O ogan, ao chegar no Templo, deve bater cabeça no congá e em seguida bater cabeça nas curimbas, saldando os Orixás curimbeiros e caboclos dos tambores, que lá já estarão posicionados. O ogan precisa estar equilibrado para manter a harmonia dos trabalhos, pois é ele quem fortalece a li-gação dos médiuns incorporantes com as entidades através dos pontos cantados. Também através dos pontos cantados são neutralizadas muitas energias negativas. O ogan precisa estar sempre em sintonia e harmonia em ligação direta com o chefe ou entidade chefe do Templo, pois é ele que canta para cada orixá que o chefe do Templo saúda. Precisam estar sempre caminhando juntos: chefe, entidade chefe e ogan. A responsabilidade de um ogan é muito grande, e eles são de suma importância para nossa Umbanda sagrada. Por isso meus irmãos vamos respeitar nossos ogans e pedir muito axé a eles. Salve os orixás curimbeiros, os Caboclos dos Tambores, Salve a nossa Umbanda Sagrada.

Autorizo a publicação no jornaldeumbanda.com

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PSICOGRAFIASSEU SEvERINO

José AntonioBoa noite pra quem é de boa noite, e benção para quem é de benção..!!!! Novamente venho através do meu menino “prosia um bucadinho com oceis”, assim “nois tudo pode melhorá e conseguir um conforto espiriuar.” Num outro dia desses “ai pra trás”, numa das minhas andanças, encontrei Seu Severino, Boiadero “forti e turrão”, que sentado na porteira me chamou pra uma “proza”, e eu mais que de­pressa me apoiei perto “da cerca dele para escutar suas estória. Passando a mão em seu espesso bigode Seu Severino fala com aquela voz grossa “pra Eu”: ­“Salve Mestre Jangada, o que sunce faiz por essas banda, ta vindo de outra lida com os escarnadu ou novamente pousou na casa do Velho João?” Arrumando minha gravada, e dobrando as manga do meu terno respondo “bem dipressi­nha”: ­“Salve Severino Boiadeiro, pousei dinovu na cabana do Veio João e da Vó Benedirta, a Vó mi fez café e tudo, proseamu bastanti, e oce o que faz ai debruçado nessa porteira?” Respondendo com o vozeirão de “trovão”, e sorrindo : ­“Mestre Jangada, to aqui pensando numas coisas que tenho vistu pur ai, sunce sabe que as veis nóis atraveis de nosso meninu também vai na terra dos encarnado prozear, e ontem foi um dia desses, e fizemu um grande trabaio viu, limpemu bem as pessoa encarnada que fórum lá, trucemu uns desencarnado para aprende umas coisa por aqui e deixar de incomodar os encarnadu, mas memu assim voltei cum aperto enormi no peito viu Mestre Jangada, aqueles aperto que demora uns dia pra passa viu..!!!” Franzindo minha testa reclamo: -“Qui é isso Severino, ta ficando mole ou mangando deu, nunca vi sunce reclamar de trabaio, ta parecendo eu, Malandro que pode recramá, Boiaderu num recrama não...exprica meio essa si­tuação?” Agora com o Semblante bem serio Seu Severino responde: ­“Mestre Jangada, sunce acha memo que to mangando de sunce, oras toma tento que sunce memu sabe que boiaderu num fica mangando de ninguem não, mas vamu expricá meio essa prosa toda, imagina assim Mestre Jangada, ­ agora de pé ao meu lado Seu Severino continua – sunce sabe que eu cuido dessa terra tudo e tem um monti de cumpanheiro que me auxilia no trato das coisa né, então assim ohh, imagina pur um instante meu meió pião, aquele que nois cunfia memu, aquele que nasceu e vive para a lida, aquele Irmão de Fé de verdadi, aquele que não mede esforçu nenhum para ajudar tudu mundo que precisa, imagina eu tirar ele dessa lida e fazer com que ele só fique aqui carpinu um porquinhu de capim?” Sem entender nada respondo: ­“Ia ser um enormi disperdicio né Seu Severino, fora o mar estar que esse companheiro iria ficar por não ser meio aproveitadu!” Ainda serio Seu Severino responde: ­“Isso memo por isso to chateado, os encarnado faz isso todo tempo cum nois, eles acha que nois somu burro de carga, ou pior eles acha que nois tamo lá para desatolar a vida deles..!” Sem entender só balanço minha cabeça para Seu Severino continuar explicando suas idéias: ­“Então Mestre Jangada, temu tanta coisa para explicá pra quela gente encarnada toda, e eles teimam e ficar pedindo O Amor que Fugiu, fica pedindo trabaio melhor, eu me preparei demais para isso tudo, fazemu um esforço enormi para se desdobra energeticamente de nosso plano para o plano deles, nos premaremu nas esfera superior com os Grandes Mestres por muito e muitos anus, estudamu o tempo todo, amparamos milharis e milharis de espíritos, e quando chegamos lá no casua deles, eles teimam e pedir soluções pras enrascadas que eles se meteram ao inveis de ter responsabilidade na vida deles e se torna um espritó meio, to aqui pensando num modi de mudar essas coisa tudo viu Mestre Jangada!”Concordando com a minha cabeça e respondendo ao Seu Severino:

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CLAMOR DE UM PASSAGEIROPsicografado por Felipe de Campos

Clamo a Deus, a seus guardiões e a todos que nos olham e nos querem bem. Clamo para que o real sentido da caridade da fé pura, da irmandade e da compreensão sejam semeados no coração do ho­mem, para que essas flores que um dia nascerão sejam as sementes de um mundo justo prospero e livre das angustias e do desespero que passa vossos filhos. Clamo meu Pai, para que tua força, tua misericórdia faça surgir o amor, o amor e apenas o amor, a tudo que é sentido. Que o homem que hoje não vos conhece, que passe a seguir o som de seus desejos, pela força de vosso amor, pela pura vontade de ser, e não de ter, que seja irmão, nas limitações e nos encantos dos

erros. Glorioso Pai, que este clamor que vos faço possa servir de forma a aliviar minha alma, que ela passe toda fé que tenho em ti, e na fé que tenho em meus irmãos. Clamo acima de tudo que nos dê amparo, o colo a quem precisa, e que vossa força seja o lenço para as lágrimas dos filhos que ainda passam por suas provações. Clamo, clamo e clamo, na esperança de ouvir minha voz, quase muda pela tormenta que

­“O Sinhô tem razão Seu Severinu, mais os encarnadu num sabe ainda dessas coisa tudo não, o que nois tem que faze agora e exprica direitinho, Tim­tim por Tim­tim o que nois é capais de faze, deixar bem claro que nois num resorve nada da vida deles, o Maximo o que nois faz e facilitar a vida deles e prozear um pouquinho, assim mostra pra eles que é meió pedir entendimento do pur quê da não fartura material, exprica que eles estão na situação que eles estão por escolhas da vida deles, e que a saída dessas situarção e uma escolha também, assim escutando meio o que nois temu pra dizer e pedir mais responsabilidade e a meió receita pra solução dessas coisa tudo!” Coçando o bigode Seu Severino pergunta: ­“Exprica meió isso tudo Mestre Jangado, sunce me deixo confuso?” Sorrindo respondo: ­“É simpres Severinu, e só dizer assim pra eles tudo ohh, ­ Gente para de recrama, seis tão ai por que oceis merece , oceis que procuraram tudo essas coisa e agora vão te que sair do buraco sozinho, e o melhor jeito de sair do buraco e olhar pra cima e ver que o passo que oceis derum pra cair ai dentro, e assim com as perna de oceis tudo, um passo de cada veis, oceis escala a parede do bucaro e sai, pois a urnica certeza que nois pode da pru ceis é que quando oceis saírem do bura­co o primeiro abraço que oceis vão ganha vai se de nois e que se o ceis precisar de uma palavra de apoio ou motivação na escalada oceis pode ter certeza que nois vamu ta lá firme e forti pra ajudar oceis tudo!” Sorrindo Seu Severino continua: ­“Tendi, o que nois tem que faze é somente dar a responsabilidade da vida deles devorta para eles e encinar que não é Deus qui que as coisa, quem que as coisa são eles propriu.” Nesse momento abraço Seu Severino e falo: -“Isso memu, assim eles vão evorlui e ficar espiritus meió, assim eles vão sair dessa encar­nação muito meio do que eles chegaram, pois cada quar responde por si só, agradeço demais a prosa Seu Severinu, mais to inu encontra o Povo lá na vila e o tempu, pra variar, ta contra eu, fica na Paz Seu Severino Boiadeiro. Seu Severino responde: ­“Vai cum Deus Mestre Jangada e vê se sunce aparece mais por essas banda daqui.” Andando , sigo meu caminho sem olhar para traz, e assim Amor desejo a todos e reflito os auspícios dos divinos em suas vidas e Boa Noite para quem é de Boa Noite, e Benção para quem é de Benção.

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AS DUAS TERRASAndré Cozta

Mensagem dos Povos Intergaláticos sob o Comando do Arcanjo Miguel

Imaginem dois planetas juntos, sobrepostos um ao outro, permeando­se, visto que um é mais denso e outro mais sutil. Isso é o que está acontecendo com o Planeta Terra. As cama­das mais densas se encontram aglutinadas por dentro e as mais sutis estão expandidas ao redor. Quando se fala em velha Terra, é sobre isso que se fala. O que se vê, de fora, é grande movimentação de seres se des­locando em direção às camadas mais sutis. O grande objetivo no momento é fazer que o maior núme­ro de pessoas tome consciência disso e possa se estabelecer na Terra que se forma, mais sutil, pois possui vibrações mais elevadas. Cada uma dessas Terras possui uma realidade es­pecífica e ao mesmo tempo distintas entre si. Em uma delas se veem guerras, discórdia, doenças e, principalmente, falta de amor. Na outra, a relidade que se impõe é a realidade amorosa, comunitária, em que o Divino se apresenta com maior intensi­dade. Nessa Terra não existe dualidade, não há paz versus guerra, amor versus ódio, saúde versus doença. Há apenas o constante prazer em estar encarnado, com União entre os

povos e a sensação de Unidade com Deus. A realidade da Terra mais sutil está acima, onde a Perfeição Divina se impõe sobre a dualidade. Quando vocês se estabelecerem na nova Terra, sua realidade manifesta­se com maior perfeição. Os sentimentos de Amor, de Unidade e de Comunhão com o Divino são partes integrantes de cada aspecto do Ser. Tenham a intenção de se estabelecer na camada mais sutil do planeta. Isso será como subir alguns degraus de uma escada. A única questão é que, para subi­los, vocês terão de deixar para trás os sentimentos, os hábitos e as atitudes mais densas. Terão de se envolver em amor e senti­lo como se vocês fossem feitos de puro amor. E realmente vocês são puro amor. Estabelecer-se na Terra mais sutil significa sintonizar o seu Ser com as vibrações da nova realidade, acima dos degraus. Em termos práticos, pouco mudará para vocês. Vocês estarão na mesma casa, com a mes­ma família, apenas a densidade da velha realidade não os atingirá. Se vocês estão em uma cidade em zonas de conflito, ao subir para a nova Terra, o conflito continuará a existir, contudo vocês estarão fora dele. Sua cidade está poluída, sem água? Tenham a intenção de estabelecer­se na nova Terra. Eliminem os sentimentos negativos e densos referentes às situações, neutralizem-se em relação ao problema, preencham­se de amor e subam o degrau. Como? Simplesmente tenham a intenção e isso acontecerá como em um passe de mágica! Resultado: a poluição, a seca, a guerra, os conflitos não os atingirão, desde que vocês per­maneçam acima! Saibam que, quando vocês sobem, levam outros junto a partir do Amor que lhes

vivemos mas que a fé em ti seja maior que a mais viva das dores. Perdão a meus erros, ó Pai, paz no coração de meu semelhante e luz no caminho de toda alma desorientada, que o que hoje falo, se repercuta nas camadas do universo, afim de que eu colha meu clamor, com meu merecimento. Amém meu Pai, que assim seja com a vossa vontade.

Texto ditado por Pai Joaquim de Angola, texto de Roman Glutski.02/05/2012

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irradiarão naturalmente. Muitos serão contagiados por suas vibrações amorosas. E assim, em efeito cascata, muitos se beneficiarão do seu esforço de subida. Haverá um mo­mento em que as duas Terras se separarão definitivamente. Mas isso não será sentido por vocês. É um processo natural, indolor e sem traumas. Simplesmente as realidades se separam, cada qual inexistirá para a outra e cada uma segui­rá o seu caminho rumo à continuidade evolucional. Uma realidade se tornará invisível para a outra e não há o que temer. Sem catástrofes, sem perdas irreparáveis, sem nenhuma dificuldade. Portanto, tenham essa imagem em mente e comecem a intencionar. O Eu Superior de cada um de vocês irá lhes mostrar a direção do que deve ser feito. Durante algum tempo, vimos uma grande movimentação horizontal quando vocês iam se colocando em cidades diferentes, procurando seus devidos lugares para ajustar-se às novas vibra­ções que chegavam. Vocês agora se encontram exatamente onde devem estar. Porém, o movimento agora não é mais horizontal. O movimento é vertical, ou seja, permanecer onde se está e apenas subir o degrau rumo à Nova Terra. Isso é o que temos hoje para vocês. A nova Terra é a parte do planeta que recebe mais Luz. Ali se instala a maior Perfeição. Intencionamos que todos vocês estejam nela. Amorosamente lhes abençoamos. Confederação dos Povos Intergaláticos sob o Comando do Arcanjo Miguel

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DITADO POR PAI JOAQUIM DE ANGOLA, TExTO DE CARLOS ALMADEGO.

Felipe de Campos

Com alegria venho escrever sobre minha tristeza, pois anos se passaram até que eu pudes­se ter a tranquilidade para falar de minha vida. Anos passei sem saber qual era o real sentido dessa vida, hoje depois de anos de minha morte posso com certeza afirmar o que era importante e nunca vi. Sempre dedicado ao trabalho não pude ver a beleza da criação divina em meu próprio lar, pouco contato tive com minha filha, quantos anos perdidos achando que o dinheiro traria felicidade e conforto a minha filha quando tudo que ela precisava era um pai, e o mais simples não pude ser. Anos após, vi minha própria criança cair em vícios como a bebida, e sem nada a fazer culpei a ela mesma e suas amizades, sem querer ver que o maior culpado era eu. Hoje posso olhar minha vida e com alegria dizer que tive a oportunidade de reconhecer meus erros, não fico feliz em vê-los, mas fico feliz em percebe-los pois sorte do homem que tiver humildade para reconhecer seus erros. Sei que muito fiz em minha vida, e sei que muito tenho que fazer, mas o amor de nosso cria­dor me deu a oportunidade de uma nova vida, e hoje conto minha historia como alerta a todos os irmãos que possam me ouvir, hoje sou feliz pois conto minha historia ao lado de minha amada filha. Com grande carinho, este irmão nos erros e na vida.

Psicografado por Felipe de Campos

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vOvÔElizete Baptista

Neste mês que festejamos a corrente dos pretos velhos quero falar um pouco de “Vovô”.É simplesmente “Vovô”! Nascido escravo no ano de 1807 nos porões de São Salvador na Bahia, viveu parte de sua vida como escravo reprodutor, e na senzala onde vivia era o negro rezador e curandeiro. Vendido a fazendeiros do interior de São Paulo teve que deixar para trás filhos dos quais nunca mais teve notícias. Em 1882 uniu-se a Cândida, jovem alforriada de 30 anos de idade e tiveram seis filhos todos na Lei do Ventre Livre. “Vovô” morando como colono na fazenda era o curandeiro enquanto vovó Cândida era a par­teira. Apesar de escravo “Vovô” não perdeu sua identidade, trouxe consigo todos os ensinamentos de seus ancestrais. Foi um grande conhecedor de ervas e sabedor de muitas rezas. Diziam que ele andava e dormia em locais que ninguém conseguia por ser assombrado, mas

O PONTO NEGRODinava Domingues de Faria

Certo dia, um professor chegou na sala de aula e disse aos alunos para se prepararem para uma prova­relâmpago. Todos acertaram suas filas, aguardando assustados o teste que viria. O professor foi entregando, então, a folha da prova com a parte do texto virada para baixo, como era de costume. Depois que todos receberam, pediu que desvirassem a folha. Para surpresa de todos, não havia uma só pergunta ou texto, apenas um ponto negro, no meio da folha. O professor, analisando a expressão de surpresa que todos faziam, disse o seguinte:­ Agora, vocês vão escrever um texto sobre o que estão vendo. Todos os alunos, confusos, começaram, então, a difícil e inexplicável tarefa. Terminado o tempo, o mestre recolheu as folhas, colocou­se na frente da turma e começou a ler as redações em voz alta. Todas, sem exceção, definiram o ponto negro, tentando dar explicações por sua presença no centro da folha.Terminada a leitura, a sala em silêncio, o professor então começou a explicar: ­ Esse teste não será para nota, apenas serve de lição para todos nós. Ninguém na sala falou sobre a folha em branco. Todos centralizaram suas atenções no ponto negro. Assim acontece em nossas vidas. Temos uma folha em branco inteira para observar e aproveitar, mas sempre nos centraliza­mos nos pontos negros. A vida é um presente da natureza dado a cada um de nós, com extremo carinho e cuidado. Temos motivos para comemorar sempre! A natureza que se renova, os amigos que se fazem presentes, o emprego que nos dá o sus­tento, os milagres que diariamente presenciamos. No entanto, insistimos em olhar apenas para o ponto negro! O problema de saúde que nos preocupa, a falta de dinheiro, o relacionamento difícil com um familiar, a decepção com um amigo. Os pontos negros são mínimos em comparação com tudo aquilo que temos diariamente, mas são eles que povoam nossa mente. Pense nisso! Tire os olhos dos pontos negros de sua vida. Aproveite cada bênção, cada momento que o Criador te dá. Tranqüilize­se e seja ... FELIZ!

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ORAÇÃO A MÃE OxUMCicera da Conceição Neves

Divina, amada e doce mãe Oxum! Mãe do amor incondicional, da agregação, da família, Mãe de todas as Mães encarnadas. Nós vós pedimos nossa sagrada mãe que nos ensine a ser caridosos, solidários, humildes, a ter amor e sabedoria para compreender a nós mesmos e aos nossos semelhantes. E que na pureza, força e mistérios de suas águas nosso espírito e matéria sejam banhados e que sejam ceifados todos os cordões energéticos que nos ligam as esferas negativas, nos livre dos vícios e das algemas que nos impedem de evoluir e de enxergar o esplendor do amor Divino, e que nossos sentimentos sejam lím-pidos, que possamos encontrar a chave que abrem as portas do amor, da fé, da lei e a razão e que nosso intimo seja transbordado com vosso Divino amor. Pedimos também nossa amada Mãe que a Senhora nos cubra com vosso sagrado manto, cubra também nossa casa e nossa família e que tenhamos saúde, coragem, alegria, amor fé e sabedoria, para vencermos todas as provações com que nos deparamos a cada dia, e que possamos caminhar sempre guiados e amparados pela Senhora. Nossa divina Mãe nós vos agradecemos e pedimos a vossa benção! Amém Salve nossa Mãe Oxum.

a ele nada acontecia. Em 1885 com a Lei do Sexagenário e já tendo dois dos seus seis filhos “Vovô” foi libertado. Viúvo e com todos os filhos casados, em 1935 “Vovô” virou encantado, partiu para outro plano deixando para os seus sua lição de vida. Apresento­lhes “Vovô”, “Vô Eugênio”, “Eugênio Casemiro”, meu bisavô! Preto Velho mandingueiro sim senhor! Sua benção “Vovô”! Saravá os Pretos Velhos!

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ORAÇÕES DIvERSAS

ORAÇÃO A OGUMElizete Baptista

Ogum nosso pai, senhor das guerras e senhor das demandas, em nome do Divino Criador, em nome da Lei Maior e da Justiça Divina nesse momento pedimos­lhe sua benção e a sua prote­ção. Ogum, senhor dos caminhos, daí­nos forças para seguirmos nossa caminhada terrena, pois como seguidores de teu exercito sabemos que podemos ter nossas vitórias. Senhor dos agricultores, fazei­nos semeadores de ações férteis equilibrando­nos em nossa caminhada evolutiva, livre­nos de fazer o mal. Pai da Luz desvie­nos da inveja, do ódio, da vingança, do egoísmo, das pestes, dos olhos­grandes, das mentiras, do orgulho, da vaidade, das pragas e de todos os sentimentos negativos que só nos levam a destruição. Que a força de suas falanges que fluidificam nosso plano terrestre chegue até os necessita­dos em forma de conforto aliviando suas dores e acalmando seus corações. Ogum nosso pai Guardião da Lei, que essas palavras cheguem até vós para que assim am­parados por ti estejamos livres das maldades do mundo e sejamos ajudados na medida de nossos merecimentos. Amem!

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INDICAÇÃO DE LEITURA - EDITORA MADRASVisite o site www.madras.com.br e conheça outros titulos.

Adiquira seu livro sem sair de casa. Este livro não pretende apresentar uma definição acadêmica de hip­nose, e sim mostrar que, se ela significar uma condição especial em que uma pessoa é colocada em algum estado místico ou transe profundo e então perde vontade sobre seu ser porque outra pessoa, chamada hipnotizador, cria su­gestões tão poderosas e impressionantes que a vítima ou o participante não consegue resistir, então a hipnose não existe. Em sua definição de hipnose, o autor mostra que está qualquer forma de comunicação em que uma ou várias pessoas, seja profissional da saúde, esposa, marido, professor, usam palavras, tonalidades, expressões ou movi­mentos que provocam e/ou evocam na outra pessoa uma experiência interna e essa experiência se torna uma realidade em si. Se você quer saber como a hipnose funciona de fato (e isso não tem nada a ver com o balanço das mãos e outros absurdos similares), vai querer ler este livro. Se quer conhecer a “mágica” por trás das técnicas ericksonianas e das programações neurolinguísticas, deve ler esta obra. De um dos maiores

nomes da hipnoterapia, este livro poderá ajudá­lo a perceber como usar os mesmos métodos de formas diferentes; pegar as mesmas técnicas utilizadas por uma pessoa para construir limitações e aplicá­las para criar novas escolhas e novos horizontes. Release: Steven Heller, Ph.D., é fundador e diretor do The Heller Institute e pratica hipnose clínica desde 1969. Era muito requisitado como palestrante e treinador do método ericksoniano, bem como do seu próprio método, Unconscious Restructuring®. Por seu programa de seminários, Clinical Hypnosis: Innovati­ve Techniques®, Dr. Heller foi um dos primeiros profissionais a apresentar o que se tornou conhecida como “hipnoterapia ericksoniana”. Esse programa foi apresentado em todo o país por vários anos. Por isso, ele ficou conhecido como “instrutor dos instrutores” e foi denominado “O Mágico”. Além de sua prática particular, Dr. Heller treinou membros das profissões de auxílio e conduziu pro­gramas de treinamento interno, para equipes de funcionários de hospitais, universidades e associações de médicos, dentistas e psicólogos. Ele foi convidado para vários programas de rádio e TV. Dr. Heller aplicou seus métodos para procedimentos cirúrgicos, quando a anestesia não poderia ser usada. Um exemplo dramático foi o uso da Reestruturação Inconsciente como a única anestesia durante uma mastectomia. A paciente não só ficou livre da dor durante o procedimento, como também não precisou de medicação pós­operatória. Ela também recebeu alta 36 horas depois da cirurgia. Dr. Heller recebeu seu Ph.D. em psicologia clínica da California Western University, onde sua área especial de estudo era, é claro, a hipnose. Ele nasceu em Los Angeles em 1939 e faleceu em 1997. Todos sentem muito sua falta

Descrição: Qual é a evidência real de que entidades malignas podem possuir seres humanos e forçá­los a cometer terríveis assassinatos? Assassi­natos de magia negra, cultos sexuais satânicos e possessão demoníaca são práticas diabólicas que dominam as manchetes dos tabloides e reforçam o mito de que o mal e a obsessão doentia com o oculto devem levar a culpa por nossa sociedade cada vez mais violenta. Mas, seria a verdade ainda mais sombria e perturbadora? Da magia tribal e do xamanismo, passando pelas obras de W. B. Yeats e Aleister Crowley, aos rituais de magia negra e os niilistas da Nova Era, o que A História Sombria do Oculto indaga é se as “forças satânicas” são sim­plesmente o surgimento do lado sombrio da natureza humana, ou se temos realmente algo a temer, ou seja, o mal. “Ninguém pode negar que Paul Roland é um mestre completo neste tema.” – Colin Wilson (O Oculto).

Release: Paul Roland é jornalista e investigador de assuntos ligados ao ocultismo. Ele é autor de mais de 20 livros publicados, incluindo The Chrysalis Guide to Rock on CD e Crime Scenes. Também é o autor de Os Crimes de Jack, o Estripador e Investigando o Inexplicável – Explorações em Torno de Mistérios, publicados em língua portuguesa pela Madras Editora. Ele é um escritor cronista independente, revisor de muitas publicações em seu país há mais de 25 anos e um colaborador constante de The Mail on Sunday, Kerrang, Which CD e Total Film. Nesta obra, Ro­

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land afirma que o Demônio foi uma criação da Igreja em seu estágio inicial e que todos os seus feitos são inteiramente frutos do homem, o que não significa que não haja maldade pelo mundo, “pois, embora o Diabo não exista, seus discípulos e acólitos estão claramente à nossa volta. É com suas atividades e crenças dia­bólicas que este livro se ocupa. Eu defendo que o Demônio é uma personificação do lado sombrio da natureza humana, de nossos instintos, impulsos e desejos mais básicos, que procuramos negar e renegar, projetando­os em um perso­nagem místico criado por nós mesmos”, enfatiza.

Descrição: Nesta obra, Rubens Saraceni vem a público falar da Umban­da, explicando­a em detalhes porque, por ser uma religião nova e em formação, ainda não foi suficientemente bem-explicada e, portanto, não conta com um nível razoável de compreensão por parte dos integrantes de outras religiões e das pes­soas, de um modo geral. Não é tarefa fácil falar da Umbanda devido à existência de várias correntes de pensamento doutrinário e heranças religiosas, herdadas e adaptadas à nossa cultura tipicamente cristã, cujos valores encontram­se profundamente arraigados em nosso inconsciente coletivo; mas, ainda assim, Rubens Saraceni o faz com maestria e vem, nesta obra, oferecer­nos um apanhado que privilegia o seguinte: • O ritual de Umbanda e os antigos cultos às forças da natureza; • Os santuários naturais; • Os Orixás e a natureza; • Olorum, o criador de tudo e de todos; • Os

pontos de força da natureza: Oxalá, Yemanjá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yansã, Omolu, Oxum, Nanã Burequê, Erês ou Ibejis, Exu; • As Sete Linhas de Umbanda, seu simbolismo, os pontos riscados, os guias de lei e as entidades que atuam nas linhas de força do ritual umbandista; • Os mistérios Caboclo, Exu e Pomba-gira; • As linhas dos Ciganos, dos Caboclos Boiadeiros, das Sereias e dos Marinheiros; • As pedras mágicas do ritual de Umbanda. Release: Nascido em 1951, na cidade paulista de Oswaldo Cruz, Rubens Saraceni é espiritualista e exerce sua mediunidade há mais de 25 anos. Iniciou essa sua jornada no espiritismo de “mesa branca” e, posteriormente, passou para a Umbanda, aonde se desenvolveu e se iniciou, tornando­se Babalorixá, vindo em seguida a receber, por meio da mediunidade e da psicografia, a missão de trazer para o plano material toda uma gama de conhecimento sobre o lado espiritual da vida e do Universo Divino cultuado na religião de Umbanda. Autor reconhecido, com mais de 27 livros publicados, há doze anos vem psicografando romances e trabalhos teóricos ditados e orientados pelos Mestres da Luz. Neste livro, formado por comentários, Rubens Saraceni procura sintetizar o universo religioso da Umbanda e torná­lo acessível tanto aos umbandistas quanto aos admiradores e simpatizantes do culto aos Orixás. A Umbanda é uma religião nova; seus valores religiosos fundamentais são ancestrais e foram herda­dos de culturas anteriores ao cristianismo. Em Umbanda Sagrada, Rubens Saraceni salienta que a formação dos cultos umbandistas tem como base diversas fontes, tais como os cultos afro, os cultos nativos, a doutrina espírita kardecista, a religião católica e, inclusive, as religiões orientais e a magia, de onde surgiram as suas correntes religiosas. Logo no início da obra o autor mostra com enorme clareza que a Umbanda é uma religião monoteís­ta, sem qualquer tipo de preconceito para com as demais, e que tem seus próprios fundamentos, herdados e adaptados ao tempo, cultura e grau evolutivo espiritual dos dias de hoje, mas que trabalha para, no futuro, ter uma feição religiosa melhor definida, pois suas correntes formadoras se unificarão e se uniformizarão. Possam os umbandistas e simpatizantes do culto aos Orixás beneficiar-se com a riqueza dos ensinamentos desta obra.

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NOSSA JORNADA ESPIRITUAL - parte 2Por Laerte Nogiri.

O velório foi realizado em nossa casa, recebemos a condolência de dona Luzia, dirigente de uma casa Kardecista e benzedeira que muito havia atendido nossos filhos, ela pediu para ser rece­bida em particular, pois havia alguém querendo falar conosco, após concordarmos, ela recebeu seu mentor espiritual que nos confortou, depois veio a mim dizendo “O pai maior atendeu o seu pedido, você em suas orações sempre pediu a Deus que nada de sofrimento ocorrera para seus filhos pois durante o tempo em que ficaste doente, era o tempo que seu filho sofreria em um hospital, você não tem mais nada com a partida de seu filho, foi-se também a sua doença, isto só você sabe porque sempre fizeste no silêncio de tuas orações”. Depois disso, por mais um tempo, continuamos por receber essa entidade e mais um cabo­clo, preto velho, boiadeiro, até uma noite em que tivemos o mesmo sonho, estávamos eu e Cristina na varanda de nossa casa, de frente para a rua, ao lado, no fundo do quintal, falanges de caboclos, pretos velhos, boiadeiros, exus, pombagiras, encantados e etc. Atrás de nós surgiu um caboclo que nos conduziu em meio a todas aquelas entidades como em uma apresentação. Acordamos assus­tadíssimos e após conversar, chegamos à conclusão que realmente vivemos aquela situação do sonho, com medo de tamanha responsabilidade, resolvemos não mais fazer trabalhos espirituais em casa. Fomos então freqüentar o centro de Dona Luzia, não durou três meses, pois a entidade que por tanto tempo incorporava em casa, não aceitou o lugar e tivemos que voltar a recebê­la em casa. Nada é por acaso, uma médium desta casa veio trabalhar em nosso estabelecimento co­mercial, em um determinado dia, ela disse a Cristina, sempre que não estou bem, vou a um terreiro descarregar minhas energias, venha conhecer comigo este lugar.Na segunda­feira seguinte Cristina, minha mãe e eu... Mais uma vez levado a força, fomos visitar este terreiro, quando lá chegamos, sentimos vibrações de paz e harmonia, encontramos então um terreiro chamado Tenda de Umbanda Caboclo Folha Verde, onde durante seis meses freqüenta­mos os trabalhos as segundas e quintas feiras na assistência. Uma noite em casa, a Cristina me disse que a Rosa gostaria de falar comigo, este é o nome da entidade pombagira, ela se dirigiu dizendo que veio se despedir, pois sua missão chegara ao fim, ela nos conduziu a uma casa onde os ensinamentos seriam ministrados por outras entidades como caboclos e pretos velhos, perguntei a ela se nunca mais ela voltaria, ela me respondeu que se fosse a vontade do pai... Mas eu não a reconheceria. Nossa jornada naquela casa foi de 1982 como médiuns até o chamado ao mundo espiritual do Pai Gevaert Campos de Carli em 1994. Após alguns meses, chegou a minhas mãos o livro O Guardião da Meia Noite o qual me abriu um vasto conhecimento sobre a umbanda e principalmente sobre o mistério Exu, e me des­pertou a curiosidade em outras obras publicadas como o Cavaleiro da Estrela Guia e outros livros publicados, foi através de cartas que tive o privilégio de conhecer o autor destes livros, hoje meu irmão, meu mestre, meu Pai Rubens Saraceni. Foi em meados de 1995 que fomos para Santa Rita do Passa Quatro – SP participar como médiuns do Templo Espiritualista Legião Branca Mestre Jesus, levando todos os livros já editados para o médium responsável pelos trabalhos espirituais, alguns se interessaram pelo vasto apren­dizado contido nas publicações, outros não, mas somente em 1997 quando nosso mestre Rubens lançou o livro As Sete Linhas de Umbanda Sagrada tivemos a oportunidade de levá­lo a referida casa para ministrar uma palestra, a qual foi um sucesso. Neste mesmo ano, Mestre Rubens retor­nou para São Carlos – SP para a realização da palestra sobre os Guardiões da Umbanda Sagrada, também foi um sucesso. No início de 1998, nosso Mestre Rubens retornou a Santa Rita do Passa Quatro para reali­zar sua terceira palestra, coroando o lançamento do livro O Código de Umbanda Sagrada, com a casa cheia de pessoas da região, no templo da Legião Branca Mestre Jesus e no final da palestra, Mestre Rubens anunciou que seria criado o primeiro curso de Teologia e Sacerdócio de Umbanda Sagrada no interior do Estado de São Paulo, na cidade de Santa Rita do Passa Quatro naquele mesmo templo.

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O curso foi ministrado sempre no último domingo de cada mês e participaram mais de uma centena de médiuns do interior Paulista. Continuamos trabalhando como médiuns nesta casa, em uma noite de atendimento, fui so­licitado a conversar com uma entidade incorporada em minha esposa Cristina, após saudá­la, fui indagado... - Você se lembra de mim filho amado? Diante de minha negativa retornou dizendo... ­ Eu não lhe disse que se um dia retornasse você não me reconheceria... ­ Irmã Rosa! - Sim filho, ontem fui para você a irmã Rosa, hoje pela vontade de Deus Pai e da espiritualidade, sou a cabocla Iraci e faço parte de suas forças espirituais! No ano seguinte, 1999, recebemos o telefonema de nos­sa irmã e amiga mãe Conceição, a qual conhecemos no curso de Teologia e Sacerdócio, ela, seu marido e o Pai Rogério que acompanhavam o Mestre Rubens em suas viagens, fizeram então o convite para iniciarmos a primeira turma do curso de magia divina das sete chamas sagradas que seria ministrada pelo Rubens, realizado no Espaço Esotérico A Essência do Ser, no bairro da Aclimação em São Paulo. Neste mesmo período, recebemos de nossas entidades a ordem para iniciar as atividades de nosso próprio Templo, devido a nossa falta de experiência, Mestre Rubens nos pediu para procurar sua Tia Neusa Aparecida Saraceni, dirigente do Templo de Umbanda Ogum Matinata e Caboclo Sete Flechas em São Pedro – SP. Ela então nos ensinou e orientou como consagrar o primeiro espaço religioso em um cômodo de nossa residência, espaço pequeno, mas mesmo assim, foi possível até o Irmão Sidney da Silva ministrar sua palestra sobre a reforma íntima, hoje ele é Mago e Sacerdote Umbandista formado pelo Colé­gio de Umbanda Pai Benedito pelo nosso Mestre Rubens.

Irmão Sidney da SilvaContinua na próxima edição

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úLTIMA PAGINAA PALAvRA

Enviado por Wagner Veneziani

É dever de todo maçom portar­se de acordo com os princípios estabelecidos pela Ordem, com vistas ao convívio harmonioso, mediante um relacionamento fraterno, ressaltando­se que tal comportamento é condizente com o perfil do maçom que verdadeiramente sempre procede respei­tosamente em toda e qualquer situação.

Como não poderia deixar de ser, é plenamente admissível que haja divergências em termos de posicionamentos no campo das idéias, a existência do contraditório, cujo debate se torna sa­lutar, propiciando resultados positivos para a consolidação dos conhecimentos dos debatedores, assim como para outros Irmãos que tomam conhecimento dos assuntos apreciados, culminando com benefícios proveito para todos.

Por outro lado, não se pode aceitar que posicionamentos contrários venham a criar situações de antagonismo pessoal, constrangimento e desagregação, fato totalmente reprovável, que afeta não só o bom relacionamento entre os envolvidos, causando, também, inquietação e insatisfação para outros Irmãos, culminando com o indesejado clima de instabilidade e quebra da harmonia.

Torna­se prudente que as manifestações sejam sempre revestidas de cordialidade e respei­to, devendo as partes envolvidas externarem suas opiniões e criticas com o devido cuidado para não usarem termos e palavras agressivas que não gostariam que lhes fossem dirigidas, ou seja: antes de expressarem­se devem colocar­se no lugar do outro e raciocinar de que forma gostariam de ser interpelados ou contestados, levando sempre em consideração que a toda ação correspon­de uma reação.

Críticas construtivas e opiniões abalizadas são sempre de bom alvitre e contribuem para a construção de um novo entendimento para a adoção de um novo procedimento, com real proveito, mas sempre deverão ser apresentados de maneira ordeira, respeitável e amistosa, levando­se em conta, principalmente, o verdadeiro sentido empregado pelo saudoso e pranteado Irmão Antonio Odeon Batista para a trilogia tomada emprestada pela Maçonaria do lema da revolução francesa: LIBERDADE, com responsabilidade; IGUALDADE, com respeito ao próximo; e FRATERNIDADE, com amor.

Que o salmo 133 seja realmente praticado e observado em todo mundo em geral e no seio da maçonaria em particular e que o Grande Arquiteto do Universo esteja sempre presente em nos­sas atividades, orientando­nos, iluminando­nos, abençoando­nos e protegendo­nos.

Marcos José da SilvaGrão­Mestre Geral

E-mail: [email protected]