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da comunidade www.damayaespacocultural.art.br nº11 Informe Comercial 8/02/13 BAGÉ-RS Brasil Sexta-Feira Não foi mais um Carnaval que passou... T e conheço? Sim, mas de outros carnavais. Assim, vai-se construindo a memória, os amores e as vidas de muitos brasileiros. Dentro da Cápsula da Memória encontramos o patrimônio material, imaterial e afetivo de Bagé, inclusive, outros carnavais...

Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

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da comunidadewww.damayaespacocultural.art.br

nº11

Informe Comercial

8/02/13

BAGÉ-RSBrasilSexta-Feira

Não foi mais um Carnaval que passou...

Te conheço? Sim, mas de outros carnavais. Assim, vai-se construindo a memória, os amores e as vidas de muitos brasileiros. Dentro da Cápsula da Memória encontramos o patrimônio material, imaterial e afetivo de Bagé, inclusive, outros carnavais...

Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

InformeComercial

PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE8

...NO TEMPO DAS MARCHINHAS, UM RESGATE DA POESIA

O Carnaval de Bagé marcou época. Quatro dias de folia que contam, ao longo dos anos, for-mas diferentes de se divertir. No imaginário popular � caram gravados, por exemplo, os blo-cos carnavalescos como o King Kong, a Diabolina, o Bom Cabri-to não berra, Aí vem o Barão en-tre tantos outros que des� lavam na Avenida Sete de Setembro. Sem falar dos grupo de “masca-rados” (mais tarde chamados de “Dominós”), homens e mulheres com o rosto coberto, que fala-vam em voz de falsete, e assus-tavam a criançada nas noites de Carnaval.

Jornal Folia editado

em Bagé, durante o Carnaval

(1924)

Carnaval do Cerro - Um negativo

em vidro de um Carnaval na

campanha (doação de Mário Lopes)

No tempo das Marchinhas, Vila de Santa Thereza, é o verdadeiro Carnaval de Bagé para muitos foliões,

Nos clubes, carnavais muito elegantes e comportados

Fotogra� a dedicada à professora Melanie Granier, a mestra que marcou a história na educação de Bagé

Foto

s Mus

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de

Souz

a

Cristiano Lameira

de Santa Thereza,

Carnaval de Bagé

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Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

InformeComercial

PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE2Ex

pedi

ente Produção Patrimônio da Comunidade é uma publicação

especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé.

Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 / Telefone (53) 3311.1874

Site www.damayaespacocultural.art.br

Jornalista ResponsávelAngelina Quintana - Reg. Prof.5305CapaCristiano LameiraProjeto Gráfi coAna Remonti RossiImpressãoGráfi ca do jornal Zero Hora -Av. Ipiranga 1075 Porto AlegreTiragem5000 exemplares

Editorial /Qual é mesmo o valor da vida? Se isso não vale, talvez, vivamos um momento em que é necessário pensar - com racionalidade - na viabilidade da empresa. A partir dessa tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, a vida desses péssimos empresários está em jogo.

A comoção leva a um clamor por justiça, mas não representa nenhuma garantia de que a impunidade não continuará em cena. Do primeiro ao último ato. Quando a morte perde o valor é sinal de que a vida já não tem mais sentido.

A “máscara”, neste Carnaval, adquiriu novos contornos ignorando que o patrimônio mais valioso é a vida. Individual e coletiva. E que, no meio dessa multidão, muitos não poderão matar a saudade.

Portanto, não foi mais um Carnaval que passou. A vida segue, mas a perspectiva da impunidade é inaceitável. Temos memória. E muito sentimento.

O maior patrimônio

O Centro de Equoterapia Xamã da Apae Bagé, no

momento, assiste 25 crianças da APAE

Bagé no Centro Hípico do Círculo Militar. Mas,

para garantir que as sessões não sejam

interrompidas em função das variações climáticas, precisa de

novas doações.

Você é a favor de que os prédios históricos mais bem cuidados de Bagé recebam uma atenção especial em relação ao IPTU?

Plebiscito

SIM NÃOSIM NÃO

POR QUE AINDA NÃO DEU PARA TERMINAR?

A arte não vem dormir nas camas que se prepara para ela; ela escapa assim que se pronuncia seu nome: o que ela gosta é do incógnito. Seus melhores momentos são quando ela se esquece de como se chama.”

Jean Dubuffet

Fora dos Limites: três autodidatas mineirosCuradoria: José Alberto Nemer

Exposição

A mostra reúne três artistas autodidatas de Minas Gerais que se dedicam à pintura sobre tela ou madeira: Célio de Faria (1), Lorenzato (2) e Valmir Silva (3).

Abertura 22/02/2013

1

2

3

Ana Remonti

H

Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

InformeComercial

PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE 7

á 12 dias os meios de comunica-ção foram inteiramente tomados pelos acontecimentos dolorosos

de Santa Maria, pequena cidade do sul onde a vida transcorria, até então, pacatamente.

Sou forasteira, mas, nos últimos 10 anos venho convivendo com esse povo gene-roso do sul. São orgulhosos, fechados, muitas vezes desconfi am do novo mas são boa gente. Quem sabe esta tragédia vai acordar a letargia nacional? Somos movidos por impactos de desastres pois prevenção e manutenção são palavras que não existem no dicionário nacional. Talvez nossa exceção deva-se ao meu avô ter sido infl uenciado no seu trabalho pela cultura saxônica: trabalhou com in-gleses na construção de uma fábrica têx-til na zona rural do Rio de Janeiro.

Voltemos à evolução do que vem sendo a diversão dos nossos jovens. Ao mesmo tempo que nasciam os Vinícius, Toms e Chicos, desenvolvia-se a “látere” um novo conceito de diversão nas casas noturnas, o blue, rock, tcha tcha tcha dos anos 50 vão sendo substituídos por um novo con-ceito com o crescimento de importância da profi ssão de DJ. Nossos jovens, bem com-portados, ditos de boa família, refugiam-se numa droga permitida que é o sincopado, a batida constante da musica da noite co-mandada pelos respectivos DJs.

Alguém, não avisado, que aterrissasse numa casa noturna pensa estar em meio a “eteis”. O que chamam de musica vai num “crescendo” de delírio coletivo excita-dos cada vez mais pela batida desenfre-ada que atinge o clímax que se conven-cionou ser uma explosão de fogos. É uma necessidade de extravasar este acúmulo de loucura desenfreada como se fosse um grito de liberdade contido por uma supos-

Re� exões sobre a modernidade que leva a � nitude...

Boate Kiss, nunca mais!

ta pressão social de controle. E pobre dos nossos sambas e maravilhosas canções populares! Está tudo sendo substituído por uma música macaqueada do que temos de pior no Brasil e o no mundo. Como va-mos construir uma juventude sensível, de bom gosto se são martelados diariamente por essa coisa a que não sei dar nome?

Minha gente, um pouco de equilíbrio e va-mos dar uma trégua aos nossos ouvidos. A audição não aguenta tantos decibéis. Os extremos são perniciosos, negativos, o conceito de liberdade implica em livre arbítrio e para tê-lo é necessário maturida-de. A mediocridade que está crescendo e envolvendo o nosso dia a dia está mos-trando ser perigosa e pode adiantar nos-sa fi nitude. A ganância do dinheiro fácil e rápido acaba chegando mais cedo e leva nossos jovens. Pensem em Santa Maria...

P.S.: Refl exões de última hora...a que leva a abreviar a fi nitude...vide Santa Maria

Zuleika Borges Torrealba

» Quando o local não é conhecido, olhe bem se existem saídas de emergência e, sempre, visualize qual é o melhor caminho para chegar até elas.

» Verifi que se existe sinalização de segurança como placas de identifi cação de setas com a rota de fuga e das saídas. Essas placas devem estar em três alturas, acima do vão das portas e de saídas, nas paredes e próximo aos rodapés.

» Confi ra se existe iluminação de emer-gência através de blocos de baterias, LED, etc e se ela orienta a direção das saídas.

» Observe se existem extintores de in-cêndio e se eles estão identifi cados com pla-cas de classe de fogo( que indicam a utiliza-ção, conforme o tipo de fogo). Por exemplo, o Classe A (Água) não pode ser utilizado em equipamentos elétricos. Portanto, em locais como casas noturnas, cinemas e teatros o

ideal é que os extintores sejam do tipo ABC, que contempla todas as classes de fogo.

A- Materiais sólidos(madeira e papel)B- Líquidos infl amáveis e equipamentos elétricosC- Equipamentos elétricos energizados

» Em locais com escadas ou ram-pas procure se existem corrimãos nas duas laterais, essas áreas devem estar muito bem sinalizados e com iluminação de segurança.

» Evite locais com muitos degraus, principalmente nas rotas de fuga. As au-toridades somente deveriam aprovar o funcionamento de estabelecimentos em que não existissem degraus ou desní-veis nesses ambientes. No entanto, em relação aos já existentes, a sinalização de segurança deve identifi car esses desníveis. Mas, nas rotas de fuga, eles não podem existir.

Falar em fatalidade é uma forma, eufemista, de falar em irresponsabilidade. Por isso, a abordagem em relação à tragédia da boa-te Kiss deve ser técnica e, acima de tudo, ética. O engenheiro civil e Segurança do Trabalho, Márcio Marum Gomes, observa que as casas noturnas, igrejas, ginásios de esporte e casas de eventos de Bagé não obedecem a ABNT. Ele alerta, principalmen-te, quanto à capacidade de lotação desses locais e a ausência da barra antipânico quando o público é superior a 200 pessoas.

Cristiano Lameira

Atenção:

Page 3: Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

Andei pensando que toda observa-ção, ainda que crítica construtiva, pode sempre ser interpretada de forma negativa. Mesmo assim, vou atrever-me a fazer algumas consi-derações e que, talvez, alguns não gostem. Como amante desta cidade acredito que contribuirão para abrir o pensamento de certos personagens desta comunidade.

Há momentos, meio decepcionantes e desanimadores, em que vejo serem externadas opiniões e atitudes que pertencem no mínimo ao século pas-sado. Não são de pessoas simples ou pouco preparadas. Pertencem às pes-soas que foram à escola ou até mes-mo que cursaram a faculdade, mas querem assegurar direitos no limite da idade média. Não dar valor à pessoa modesta que serve, não é praticar de-magogia barata, mas sim não reconhecer a huma-nidade do seu par. Se o ser humano é tra-tado assim, imagine então a Natureza e os animais? Em nome do progresso e da pregui-ça, o pasto é substitu-ído por plantações de madeira que não necessitam de terra fértil. Esta terra é desperdiça-da, a pecuária diminui e é preciso intensificar a criação usando pro-cessos que prejudicam a saúde do homem e não tem nada a ver com a manutenção da saúde do nosso organismo. E o pior, estas florestas estão abrigando javalis selvagens fugidos do país vizinho. Atraves-sam a fronteira e dizimam nossos rebanhos de ovelhas e atacam plantações porque são predadores ferozes.

Como sempre, quando a situação tiver tão grave e já não tiver mais quase solu-ção, é que o governo vai acordar. O grito do produtor nunca teve eco no meio de políticos despreparados. A maioria são citadinos convictos e ignoram o campo. Quando nos for dado de presente alguém que vá para o Ministério da Agricultura, que entenda, ame ou viva o campo, en-tão pode ser que o Brasil acorde... Agora, o mais crítico, fala diretamente aos moradores que constituem os habitantes da comunidade da cidade de Bagé: Meus amigos, gaúchos orgulhosos de sua terra e tradição, perdoem-me: Mas vocês devem amar mais a sua cidade. Como andarilha do mundo, veterana da vida e viajante incansável aposentada venho veementemente protestar contra o descaso da cidade. Repito, porque este descaso, desamor e mal trato pelo que dizem amar?

O tijolo é um material lindo quando bem usado no lugar adequado. Aí está usa-do de forma inadequada. As fachadas deveriam ser tratadas com mais cari-nho e respeito. E, se possível, com bom gosto.

Cores leves e de preferência em tom pas-tel. As cores fortes são perigosas. Preci-sam de muito cuidado na sua escolha.

Senhor Secretário de Obras, por favor, usando o meu melhor respeito gostaria que o senhor aprimorasse e procuras-

se buscar no seu interior para cultivar toda a sensibilidade inerente ao ser humano. Nós nascemos sensíveis, é a vida que nos faz ignorar a sensibilida-de: Pintar meios fi os de granitos, au-torizar placas de anúncios comerciais, usar o espaço público tudo isso é ne-gativo e nós pagadores de impostos, cidadãos decentes temos todo o direi-to de protesto.

Contaram-me que a ideia infeliz das barraquinhas de taxi tem mais de 40 anos. É fruto de autorização de um pre-feito infeliz que comeu muita merenda na escola. Em nenhuma parte do mun-do se vê isso. Não vamos ser os mante-dores dessa tolice.

Senhores taxistas, peço desculpas. Não fiquem brabos comigo. Os se-nhores serão os primeiros a lucrarem

com os turistas. Protesto novamente con-tra os taxistas, contra os cartazes de anúncios, contra as fachadas, ora mal cuidadas, ora de mal gosto, e todas estas aber-rações pela qual todos passam todo dia e aco-modam-se. Depois de 10

anos em Bagé, às vezes penso, que acomodação é uma doença endêmi-ca local, é mais fácil concordar, dizer amém e não fazer nada. Se cada ci-dadão fi zer um pouquinho a vida fi ca mais fácil e mais bonita. Vamos propor ao nosso querido prefeito que institua um prêmio de isenção de impostos lo-cais para imóveis mais bem cuidados de Bagé. Seria uma isenção anual, após exame de mérito. Senhor Dudu, peça a sua Secretaria da Fazenda se o município comporta essa despesa. O que os bageenses acham ?

COMO COMEÇAR O ANO?icas deona ZuleikaD

Porque a imundíce do arroio de Bagé que virou lata de

lixo? Porque ignorar a frente da sua casa e seu jardim

na rua? Comerciantes, porque pintar sua fachada de

cores estridentes e de mau gosto? E pior, porque

trocar o reboco original da fachada do século assado

por tijolos?

Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

InformeComercial

PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE6

A proprietária da Cabanha da Maya, Zuleika Torrealba, fez questão de ir a Pinheiro Machado durante a Feovelha e acompanhar o julgamento da raça criou-la. Orgulhosa, conferiu cada um dos seus animais que entraram em pista.

_Não entendo porquê a representação da raça crioula ainda é tão pequena no Rio Grande do Sul. Mas, creio que vamos conquistar novos produtores. Gosto de Pinheiro Machado e desta feira. Se eu não tivesse compromissos em Bagé, fi -caria mais tempo por aqui, comentou.

A raça crioula é motivo de orgulho

Quantos anos temos? Cabanha Da Maya faz bonito

A enérgica dona Glaura Gomes Leite, 84 anos, há 25 trabalhando com gado Jersey, foi uma das primeiras produtoras a chegar ao 2º dia de campo da Cabanha da Maya, no dia 8 de dezembro, e recebeu uma atenção especial.

A Cabanha da Maya participou da 5ª Agrovino e, mais uma vez, com sucesso total. Na mostra, que acontece de 9 a 13 de janeiro na sede do Sindicato Rural de Bagé, obteve o Grande Campeonato na raça crioula com o macho Da Maya Domingos 124 e entre as fêmeas com a Cabanha da Maya Duda 124.

Chico Vieira

Chuí

+80

47+

+84

9

Glaura Gomes Leite

= ...?

Dona Zuleika

Cabanha da Maya Duda 124

Da Maya Domingos 124

XVIII Feovelha

5ª Agrovino2º Dia de Campo

Alexandre Teixeira

Fotos Cristiano Lameira

Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE 3

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Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

InformeComercial

InformeComercial

PATRIMÔNIO DA COMUNIDADEPATRIMÔNIO DA COMUNIDADE4 5

desenhou o que considera o maior patrimônio de Bagé.

puxou o Carnaval de Santa Thereza, No tempo das Marchinhas, para a General Osório.

iluminou, no detalhe, a preservação do prédio que abriga a Casa Krause

O grupo Roda Viva trouxe Chico Buarque para alegrar uma das tardes de sábado.

mesclou a beleza das palmeiras imperiais com a Catedral São Sebastião

juntou à Catedral com lenda, poesia e os Cerros.

ilustrou, com a casa da família Canteira, os antigos casarios do Centro Histórico

pinçou a energia da Capela de Santa Thereza

Carlo Andrei

ThéoGomes

Méry Uberti

RodaViva

JussaraCasarin

HeloísaBeckman

RejaneKaramOsório

NormaVasconcellos

É a construção coletiva que conta a verdadeira história. Talvez, por isso o resultado do projeto Cápsula da Me-mória tenha sido tão signifi cativo. Ar-tistas locais transformaram os nossos desejos de preservação em arte. O Cubo do Da Maya Espaço Cultural foi coberto de beleza. Mas não só com desenhos, mas também com música e literatura.

Durante o recesso de férias do Da Maya Espaço Cultural”, de 22 de de-zembro a 17 de janeiro, a comunidade depositou muitos votos indicando “o que eu considero patrimônio da comu-nidade e quero que seja preservado”. A Casa Hermosa, na esquina do abra-ço, abrigou a Cápsula da Memória e ali foram colocadas até mesmo verdadei-ras declarações de amor a Bagé.

Do patrimônio edifi cado, como a preser-vação dos prédios com valor arquitetô-nico e histórico. Passando pelo natural, como os arroios e os cerros de Bagé. Até chegar ao imaterial, como a lenda do Monstro da Panela do Candal e a beleza da mulher bageense.

Fotos Cristiano Lameira

Ana Remonti

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Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADEPATRIMÔNIO DA COMUNIDADE4 5

desenhou o que considera o maior patrimônio de Bagé.

puxou o Carnaval de Santa Thereza, No tempo das Marchinhas, para a General Osório.

iluminou, no detalhe, a preservação do prédio que abriga a Casa Krause

O grupo Roda Viva trouxe Chico Buarque para alegrar uma das tardes de sábado.

mesclou a beleza das palmeiras imperiais com a Catedral São Sebastião

juntou à Catedral com lenda, poesia e os Cerros.

ilustrou, com a casa da família Canteira, os antigos casarios do Centro Histórico

pinçou a energia da Capela de Santa Thereza

Carlo Andrei

ThéoGomes

Méry Uberti

RodaViva

JussaraCasarin

HeloísaBeckman

RejaneKaramOsório

NormaVasconcellos

É a construção coletiva que conta a verdadeira história. Talvez, por isso o resultado do projeto Cápsula da Me-mória tenha sido tão signifi cativo. Ar-tistas locais transformaram os nossos desejos de preservação em arte. O Cubo do Da Maya Espaço Cultural foi coberto de beleza. Mas não só com desenhos, mas também com música e literatura.

Durante o recesso de férias do Da Maya Espaço Cultural”, de 22 de de-zembro a 17 de janeiro, a comunidade depositou muitos votos indicando “o que eu considero patrimônio da comu-nidade e quero que seja preservado”. A Casa Hermosa, na esquina do abra-ço, abrigou a Cápsula da Memória e ali foram colocadas até mesmo verdadei-ras declarações de amor a Bagé.

Do patrimônio edifi cado, como a preser-vação dos prédios com valor arquitetô-nico e histórico. Passando pelo natural, como os arroios e os cerros de Bagé. Até chegar ao imaterial, como a lenda do Monstro da Panela do Candal e a beleza da mulher bageense.

Fotos Cristiano Lameira

Ana Remonti

Page 6: Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

Andei pensando que toda observa-ção, ainda que crítica construtiva, pode sempre ser interpretada de forma negativa. Mesmo assim, vou atrever-me a fazer algumas consi-derações e que, talvez, alguns não gostem. Como amante desta cidade acredito que contribuirão para abrir o pensamento de certos personagens desta comunidade.

Há momentos, meio decepcionantes e desanimadores, em que vejo serem externadas opiniões e atitudes que pertencem no mínimo ao século pas-sado. Não são de pessoas simples ou pouco preparadas. Pertencem às pes-soas que foram à escola ou até mes-mo que cursaram a faculdade, mas querem assegurar direitos no limite da idade média. Não dar valor à pessoa modesta que serve, não é praticar de-magogia barata, mas sim não reconhecer a huma-nidade do seu par. Se o ser humano é tra-tado assim, imagine então a Natureza e os animais? Em nome do progresso e da pregui-ça, o pasto é substitu-ído por plantações de madeira que não necessitam de terra fértil. Esta terra é desperdiça-da, a pecuária diminui e é preciso intensificar a criação usando pro-cessos que prejudicam a saúde do homem e não tem nada a ver com a manutenção da saúde do nosso organismo. E o pior, estas florestas estão abrigando javalis selvagens fugidos do país vizinho. Atraves-sam a fronteira e dizimam nossos rebanhos de ovelhas e atacam plantações porque são predadores ferozes.

Como sempre, quando a situação tiver tão grave e já não tiver mais quase solu-ção, é que o governo vai acordar. O grito do produtor nunca teve eco no meio de políticos despreparados. A maioria são citadinos convictos e ignoram o campo. Quando nos for dado de presente alguém que vá para o Ministério da Agricultura, que entenda, ame ou viva o campo, en-tão pode ser que o Brasil acorde... Agora, o mais crítico, fala diretamente aos moradores que constituem os habitantes da comunidade da cidade de Bagé: Meus amigos, gaúchos orgulhosos de sua terra e tradição, perdoem-me: Mas vocês devem amar mais a sua cidade. Como andarilha do mundo, veterana da vida e viajante incansável aposentada venho veementemente protestar contra o descaso da cidade. Repito, porque este descaso, desamor e mal trato pelo que dizem amar?

O tijolo é um material lindo quando bem usado no lugar adequado. Aí está usa-do de forma inadequada. As fachadas deveriam ser tratadas com mais cari-nho e respeito. E, se possível, com bom gosto.

Cores leves e de preferência em tom pas-tel. As cores fortes são perigosas. Preci-sam de muito cuidado na sua escolha.

Senhor Secretário de Obras, por favor, usando o meu melhor respeito gostaria que o senhor aprimorasse e procuras-

se buscar no seu interior para cultivar toda a sensibilidade inerente ao ser humano. Nós nascemos sensíveis, é a vida que nos faz ignorar a sensibilida-de: Pintar meios fi os de granitos, au-torizar placas de anúncios comerciais, usar o espaço público tudo isso é ne-gativo e nós pagadores de impostos, cidadãos decentes temos todo o direi-to de protesto.

Contaram-me que a ideia infeliz das barraquinhas de taxi tem mais de 40 anos. É fruto de autorização de um pre-feito infeliz que comeu muita merenda na escola. Em nenhuma parte do mun-do se vê isso. Não vamos ser os mante-dores dessa tolice.

Senhores taxistas, peço desculpas. Não fiquem brabos comigo. Os se-nhores serão os primeiros a lucrarem

com os turistas. Protesto novamente con-tra os taxistas, contra os cartazes de anúncios, contra as fachadas, ora mal cuidadas, ora de mal gosto, e todas estas aber-rações pela qual todos passam todo dia e aco-modam-se. Depois de 10

anos em Bagé, às vezes penso, que acomodação é uma doença endêmi-ca local, é mais fácil concordar, dizer amém e não fazer nada. Se cada ci-dadão fi zer um pouquinho a vida fi ca mais fácil e mais bonita. Vamos propor ao nosso querido prefeito que institua um prêmio de isenção de impostos lo-cais para imóveis mais bem cuidados de Bagé. Seria uma isenção anual, após exame de mérito. Senhor Dudu, peça a sua Secretaria da Fazenda se o município comporta essa despesa. O que os bageenses acham ?

COMO COMEÇAR O ANO?icas deona ZuleikaD

Porque a imundíce do arroio de Bagé que virou lata de

lixo? Porque ignorar a frente da sua casa e seu jardim

na rua? Comerciantes, porque pintar sua fachada de

cores estridentes e de mau gosto? E pior, porque

trocar o reboco original da fachada do século assado

por tijolos?

Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE6

A proprietária da Cabanha da Maya, Zuleika Torrealba, fez questão de ir a Pinheiro Machado durante a Feovelha e acompanhar o julgamento da raça criou-la. Orgulhosa, conferiu cada um dos seus animais que entraram em pista.

_Não entendo porquê a representação da raça crioula ainda é tão pequena no Rio Grande do Sul. Mas, creio que vamos conquistar novos produtores. Gosto de Pinheiro Machado e desta feira. Se eu não tivesse compromissos em Bagé, fi -caria mais tempo por aqui, comentou.

A raça crioula é motivo de orgulho

Quantos anos temos? Cabanha Da Maya faz bonito

A enérgica dona Glaura Gomes Leite, 84 anos, há 25 trabalhando com gado Jersey, foi uma das primeiras produtoras a chegar ao 2º dia de campo da Cabanha da Maya, no dia 8 de dezembro, e recebeu uma atenção especial.

A Cabanha da Maya participou da 5ª Agrovino e, mais uma vez, com sucesso total. Na mostra, que acontece de 9 a 13 de janeiro na sede do Sindicato Rural de Bagé, obteve o Grande Campeonato na raça crioula com o macho Da Maya Domingos 124 e entre as fêmeas com a Cabanha da Maya Duda 124.

Chico Vieira

Chuí

+80

47+

+84

9

Glaura Gomes Leite

= ...?

Dona Zuleika

Cabanha da Maya Duda 124

Da Maya Domingos 124

XVIII Feovelha

5ª Agrovino2º Dia de Campo

Alexandre Teixeira

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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE2

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te Produção Patrimônio da Comunidade é uma publicação especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé.

Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 / Telefone (53) 3311.1874

Site www.damayaespacocultural.art.br

Jornalista ResponsávelAngelina Quintana - Reg. Prof.5305CapaCristiano LameiraProjeto Gráfi coAna Remonti RossiImpressãoGráfi ca do jornal Zero Hora -Av. Ipiranga 1075 Porto AlegreTiragem5000 exemplares

Editorial /Qual é mesmo o valor da vida? Se isso não vale, talvez, vivamos um momento em que é necessário pensar - com racionalidade - na viabilidade da empresa. A partir dessa tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, a vida desses péssimos empresários está em jogo.

A comoção leva a um clamor por justiça, mas não representa nenhuma garantia de que a impunidade não continuará em cena. Do primeiro ao último ato. Quando a morte perde o valor é sinal de que a vida já não tem mais sentido.

A “máscara”, neste Carnaval, adquiriu novos contornos ignorando que o patrimônio mais valioso é a vida. Individual e coletiva. E que, no meio dessa multidão, muitos não poderão matar a saudade.

Portanto, não foi mais um Carnaval que passou. A vida segue, mas a perspectiva da impunidade é inaceitável. Temos memória. E muito sentimento.

O maior patrimônio

O Centro de Equoterapia Xamã da Apae Bagé, no

momento, assiste 25 crianças da APAE

Bagé no Centro Hípico do Círculo Militar. Mas,

para garantir que as sessões não sejam

interrompidas em função das variações climáticas, precisa de

novas doações.

Você é a favor de que os prédios históricos mais bem cuidados de Bagé recebam uma atenção especial em relação ao IPTU?

Plebiscito

SIM NÃOSIM NÃO

POR QUE AINDA NÃO DEU PARA TERMINAR?

A arte não vem dormir nas camas que se prepara para ela; ela escapa assim que se pronuncia seu nome: o que ela gosta é do incógnito. Seus melhores momentos são quando ela se esquece de como se chama.”

Jean Dubuffet

Fora dos Limites: três autodidatas mineirosCuradoria: José Alberto Nemer

Exposição

A mostra reúne três artistas autodidatas de Minas Gerais que se dedicam à pintura sobre tela ou madeira: Célio de Faria (1), Lorenzato (2) e Valmir Silva (3).

Abertura 22/02/2013

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Ana Remonti

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Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE 7

á 12 dias os meios de comunica-ção foram inteiramente tomados pelos acontecimentos dolorosos

de Santa Maria, pequena cidade do sul onde a vida transcorria, até então, pacatamente.

Sou forasteira, mas, nos últimos 10 anos venho convivendo com esse povo gene-roso do sul. São orgulhosos, fechados, muitas vezes desconfi am do novo mas são boa gente. Quem sabe esta tragédia vai acordar a letargia nacional? Somos movidos por impactos de desastres pois prevenção e manutenção são palavras que não existem no dicionário nacional. Talvez nossa exceção deva-se ao meu avô ter sido infl uenciado no seu trabalho pela cultura saxônica: trabalhou com in-gleses na construção de uma fábrica têx-til na zona rural do Rio de Janeiro.

Voltemos à evolução do que vem sendo a diversão dos nossos jovens. Ao mesmo tempo que nasciam os Vinícius, Toms e Chicos, desenvolvia-se a “látere” um novo conceito de diversão nas casas noturnas, o blue, rock, tcha tcha tcha dos anos 50 vão sendo substituídos por um novo con-ceito com o crescimento de importância da profi ssão de DJ. Nossos jovens, bem com-portados, ditos de boa família, refugiam-se numa droga permitida que é o sincopado, a batida constante da musica da noite co-mandada pelos respectivos DJs.

Alguém, não avisado, que aterrissasse numa casa noturna pensa estar em meio a “eteis”. O que chamam de musica vai num “crescendo” de delírio coletivo excita-dos cada vez mais pela batida desenfre-ada que atinge o clímax que se conven-cionou ser uma explosão de fogos. É uma necessidade de extravasar este acúmulo de loucura desenfreada como se fosse um grito de liberdade contido por uma supos-

Re� exões sobre a modernidade que leva a � nitude...

Boate Kiss, nunca mais!

ta pressão social de controle. E pobre dos nossos sambas e maravilhosas canções populares! Está tudo sendo substituído por uma música macaqueada do que temos de pior no Brasil e o no mundo. Como va-mos construir uma juventude sensível, de bom gosto se são martelados diariamente por essa coisa a que não sei dar nome?

Minha gente, um pouco de equilíbrio e va-mos dar uma trégua aos nossos ouvidos. A audição não aguenta tantos decibéis. Os extremos são perniciosos, negativos, o conceito de liberdade implica em livre arbítrio e para tê-lo é necessário maturida-de. A mediocridade que está crescendo e envolvendo o nosso dia a dia está mos-trando ser perigosa e pode adiantar nos-sa fi nitude. A ganância do dinheiro fácil e rápido acaba chegando mais cedo e leva nossos jovens. Pensem em Santa Maria...

P.S.: Refl exões de última hora...a que leva a abreviar a fi nitude...vide Santa Maria

Zuleika Borges Torrealba

» Quando o local não é conhecido, olhe bem se existem saídas de emergência e, sempre, visualize qual é o melhor caminho para chegar até elas.

» Verifi que se existe sinalização de segurança como placas de identifi cação de setas com a rota de fuga e das saídas. Essas placas devem estar em três alturas, acima do vão das portas e de saídas, nas paredes e próximo aos rodapés.

» Confi ra se existe iluminação de emer-gência através de blocos de baterias, LED, etc e se ela orienta a direção das saídas.

» Observe se existem extintores de in-cêndio e se eles estão identifi cados com pla-cas de classe de fogo( que indicam a utiliza-ção, conforme o tipo de fogo). Por exemplo, o Classe A (Água) não pode ser utilizado em equipamentos elétricos. Portanto, em locais como casas noturnas, cinemas e teatros o

ideal é que os extintores sejam do tipo ABC, que contempla todas as classes de fogo.

A- Materiais sólidos(madeira e papel)B- Líquidos infl amáveis e equipamentos elétricosC- Equipamentos elétricos energizados

» Em locais com escadas ou ram-pas procure se existem corrimãos nas duas laterais, essas áreas devem estar muito bem sinalizados e com iluminação de segurança.

» Evite locais com muitos degraus, principalmente nas rotas de fuga. As au-toridades somente deveriam aprovar o funcionamento de estabelecimentos em que não existissem degraus ou desní-veis nesses ambientes. No entanto, em relação aos já existentes, a sinalização de segurança deve identifi car esses desníveis. Mas, nas rotas de fuga, eles não podem existir.

Falar em fatalidade é uma forma, eufemista, de falar em irresponsabilidade. Por isso, a abordagem em relação à tragédia da boa-te Kiss deve ser técnica e, acima de tudo, ética. O engenheiro civil e Segurança do Trabalho, Márcio Marum Gomes, observa que as casas noturnas, igrejas, ginásios de esporte e casas de eventos de Bagé não obedecem a ABNT. Ele alerta, principalmen-te, quanto à capacidade de lotação desses locais e a ausência da barra antipânico quando o público é superior a 200 pessoas.

Cristiano Lameira

Atenção:

Page 8: Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

da comunidadewww.damayaespacocultural.art.br

nº11

Informe Comercial

8/02/13

BAGÉ-RSBrasilSexta-Feira

Não foi mais um Carnaval que passou...

Te conheço? Sim, mas de outros carnavais. Assim, vai-se construindo a memória, os amores e as vidas de muitos brasileiros. Dentro da Cápsula da Memória encontramos o patrimônio material, imaterial e afetivo de Bagé, inclusive, outros carnavais...

Bagé, Sexta-Feira, 8 de fevereiro de 2013

InformeComercial

PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE8

...NO TEMPO DAS MARCHINHAS, UM RESGATE DA POESIA

O Carnaval de Bagé marcou época. Quatro dias de folia que contam, ao longo dos anos, for-mas diferentes de se divertir. No imaginário popular � caram gravados, por exemplo, os blo-cos carnavalescos como o King Kong, a Diabolina, o Bom Cabri-to não berra, Aí vem o Barão en-tre tantos outros que des� lavam na Avenida Sete de Setembro. Sem falar dos grupo de “masca-rados” (mais tarde chamados de “Dominós”), homens e mulheres com o rosto coberto, que fala-vam em voz de falsete, e assus-tavam a criançada nas noites de Carnaval.

Jornal Folia editado

em Bagé, durante o Carnaval

(1924)

Carnaval do Cerro - Um negativo

em vidro de um Carnaval na

campanha (doação de Mário Lopes)

No tempo das Marchinhas, Vila de Santa Thereza, é o verdadeiro Carnaval de Bagé para muitos foliões,

Nos clubes, carnavais muito elegantes e comportados

Fotogra� a dedicada à professora Melanie Granier, a mestra que marcou a história na educação de Bagé

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Cristiano Lameira

de Santa Thereza,

Carnaval de Bagé