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Medo na UEL Assaltos no campus amedrontam comunidade universitária e trazem a tona debate sobre polícia militar Ano 40 - Nº 5 - 04 de outurbo de 2013 Chuvas continuam e causa estragos na Zona Sul Pag. 05 Festival de Música chega a 11ª edição em Londrina Pág. 10 Palmeirenses recebem o Verdão no Estádio do Café Pág. 11

Jornal Pretexto Expresso 5

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Pretexto Jornal Expresso de 04-10-2013. Jornal Laboratório produzido pelo 4 º ano do Curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

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Medo na UELAssaltos no campus amedrontam comunidade universitária e trazem a tona debate sobre polícia militar

Ano

40 -

Nº 5

- 04

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de 2

013

Chuvas continuam e causa estragos na Zona SulPag. 05

Festival de Música chega a 11ª edição em LondrinaPág. 10

Palmeirenses recebem o Verdão no Estádio do Café Pág. 11

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Envelhecer é coisa complicada, é adquirir novos hábitos enquanto se perde cabelos. Conforme você envelhece vai tendo contato com novas coisas, adquirindo referên-cias e cada vez mais precisando buscar novas coisas que

te surpreendem… Crescer é perder o deslumbramento, é não ter mais a segurança das rodinhas na sua bicicleta. É se afastar cada vez mais da infância. ”Quando eu tinha seis anos, não puder ver o fim da festa de São João. Porque adormeci”, não tenho lá muita paciência pra poesia, mas Manuel Bandeira é realmente incrível, poucas coisas que já li fizeram tanto sentido pra mim quanto as coisas dele. Depois de morrer, eu provavelmente não serei lembrado por coisas que escrevi da forma como ele é até hoje, ainda assim, gosto de pensar que temos algumas coisas em comum, além de termos nascido no Recife, compartilhamos essa mesma inadequação com o tempo que passa, com velhos amigos que somem e com a saudade de uma época que insistia em ser mais simples. Lembrar da infância é coisa feia, sensação que te pega des-prevenido numa tarde qualquer e te deixa meio “banzo” e me-lancólico com a vida atual. Uns amigos meus, adoram teorizar sobre infância, falam que é a única época da vida onde você

ainda não sofre sintomas do “desencantamento do mundo”, é a fase onde permite iludir-se mais com as coisas e também é fase na qual se aprendem coisas novas muito mais facilmente - Em poucos anos do “nada” passamos ao aprendizado do andar e falar, nenhum outro período da vida do homem tem um sal-to tão grande em termos de aprendizado. Talvez nossa mente nunca consiga repetir o mesmo desempenho que consegue ter durante a infância, uma pena. É fato, com o passar do tempo, as pessoas em geral tendem a dar mais valor àquela época banal e meio sem jeito que vai se tornando mais distante ano após ano. É um processo curioso de valorização do passado. Outro dia falei sobre isso com o meu filho, que achou uma grande bobagem… Olhou pra mim, deu risada e mandou: “ que papo de velho é esse eim pai??”. Ele é mais um que fatalmente só irá dar mais valor a essa fase quan-do a mesma já tiver terminado. Minha infância foi uma época incrível, sinto falta dos aromas, dos amigos, dos meus pais e da sensação que a época trazia, onde estão todos eles? “Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo… Onde es-tão todos eles? Estão todos dormindo. Estão todos deitados… Dormindo Profundamente”. Ao menos, sei que essa queixa não é apenas minha.

O debate sobre a segurança na Universidade Estadual de Londrina (UEL) ganhou novo capítulo no último mês. Mais um assalto - a uma das lanchonetes do campus, localizada no Centro de Educação Comunicação e Artes – colocou nas rodas de conversa

de estudantes, professores e funcionários um assunto não necessariamente novo: a polícia no Campus. O debate é tão ultrapassado que surpreende que, nos dias de hoje, ainda tenha tantos defensores e, pior, que ainda existam pessoas que realmente confiem nessa opção como melhor solução. Notamos, há algum tempo, a ineficácia do modelo quando, na capital paulista, um grupo de alunos e alunas foi espancado por policiais por supostamente portar maconha. Mais, vimos no Canadá um policial que, em palestra a universitários, disse que para evitar os estupros que as universitárias vinham sofrendo elas, as mulheres, deviam parar de “se vestir como vadias”. Ainda mais perto de nós e mais recentemente, alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde o reitor abriu os portões para a PM, foram parar no hospital depois de apanharem por se reunirem em espaço do campus para debater justamente a segurança e o policiamento da Universidade. Registros em foto e vídeo podem ser acessados na página no DCE da UEM.A situação ainda piora se tirarmos nossos olhos das críticas universidades públicas para observar a postura da polícia na periferia, no morro, com o “preto,

pobre, favelado”. Exemplos da truculência militar não faltam: Pinheirinhos em São Paulo, Amarildos e professores no Rio de Janeiro, o infrator de trânsito em Bairro Alto, no Pará. E tantos outros até hoje sem nome ou endereço.É evidente que os atuais 150 agentes que fazem o monitoramento do campus são insuficientes para dar conta de toda a segurança da comunidade universitária, composta hoje por mais de 23 mil pessoas. Mas fica claro que abrir os portões da Universidade para a PM não é, nem de longe, solução. Devemos nos atentar para o fato de que aqui, na UEL, os assaltos se repetem, vindos de fora, mas também temos casos assustadores em que os próprios vigilantes são denunciados por abuso e violência. Eles ainda estão sob jurisdição da Universidade. E a polícia, quem vigiaria? E também não devemos nos esquivar da culpa, somos por natureza elitizadores. Esse espaço que construímos e chamamos universitário é restrito, não é a toa que crimes são praticados por “quem vem de fora”. Há muito que nós os excluímos do nosso privilegiado convívio, talvez seja o momento de,em vez da polícia, abrir nossos portões para outras pessoas. Quando, sozinha, a Polícia Militar tem se mostrado tão falida, é ato medieval convidá-la para o convívio. Repressora e violenta que se tornou, ela mesma seria motivo de insegurança entre os universitários. Esse assunto deve ser debatido entre toda a counidade e esgotado para que, tomara, percebamos que não é de polícia que a comunidade universitária precisa.

Jornal Laboratório produzido pelo4º ano do Curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Estadual de Londrina

Coordenação Editorial(docentes responsáveis):Emerson DiasFábio SilveiraGisele RechLauriano Benazzi

Editor-Chefe:Isabela Cunha

Chefe de Redação:Fernando Almeida

Projeto Editorial:Emerson DiasFábio SilveiraGisele RechLauriano Benazzi

Projeto Gráfico:Erick LopesLais TaineLauriano Benazzi

Diagramação:Bruno LeonelErick LopesRenan Cunha

Chefe do Departamentode Comunicação:Mário Benedito Salles

Coordenador do Colegiadode Jornalismo:Ayoub Hanna Ayoub

Correspondência:Coordenação do Curso de JornalismoUEL – Universidade Estadual de LondrinaRodovia Celso Garcia Cid, BR 445, Km 380CEP 86057-970 Londrina – PRTel.: (43) 3371-4328E-mail: [email protected]

PreTexto na Internet:facebook.com/JornalismoUEL www.issuu.com/jornalpretextowww.jornalismouel.com

Diálogo do silêncio

Dormindo profundamenteBruno Leonel

Opinião02 04 de outubro de 2013

EDITORIAL

CRÔNICA

MEMÓRIA PRETEXTO

Há 16 anos, em agosto de 1997, a edição do PreTexto abordava a arte marginal. Velvet Undeground, Felini, Bukowski, Angeli e outros gênios da arte figuraram nas páginas do Jornal, que discutiu temas como a contra-cultura, fantasias e o belo. Curiosidade: Peterson Dias, atual estudante de jornalismo, colaborou para a edição com ilustração sátira dos heróis Batman e Hobin.

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DEBATES

Parecer

INSATISFEITOS

O movimento Passe Livre de Londrina agendou uma pan-fletagem no próximo domingo, na feira do Cincão, reivindicando o valor da passagem a R$ 1,35 e contestando as novas propostas da CMTU para o transporte co-letivo. Segundo o movimento, as medidas “visam aumentar” o lucro das empresas. Uma delas é a chamada “cesta de tarifas”, que prevê passagens mais bara-tas apenas fora dos horários de pico e um distanciamento maior entre os pontos de ônibus.

DESPERDÍCIO

O governador Beto Richa anunciou a extinção de mil car-gos comissionados e de mais quatro secretarias. Com os cortes, o governo deve econo-mizar aproximadamente R$ 48 milhões para os cofres do esta-do. Ao divulgar esses números, o governador deixa a entender que esbanjou cerca de R$ 130 milhões desde de o início de sua administração.

RUA

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Marcos José Vieira, or-denou a prisão de três auditores da Receita Federal. Eles são cau-sados de terem cobrado propi-na do dono de um supermerca-do em troca da não autuação de irregularidades fiscais.

Há muito que o terminal do Shopping Catuaí, na região sul de Londrina, deixou de atender à de-manda dos usuários. O terminal sem nenhuma estrutura recebe muito mais linhas de ônibus do

que o espaço comporta e, nos horários de pico, os passa-geiros ficam literalmente ensardinhados na calçada do ter-minal, esbarrando em quem desce dos ônibus que chegam. O terminal é alvo de reclamações há muito: goteiras, ne-nhuma acessibilidade, calçadas altas e nenhum ponto de ônibus são alguns dos motivos das queixas. A novidade,

agora, é que depois de CMTU, Grande Londrina e Catuaí não se posicionarem sobre o assunto, a questão chegou ao Ministério Público.Que a condição do transporte público é precária, todos sa-bemos. As últimas manifestações, em junho, dão uma boa mostra. E em Londrina, especialmente, entrar na questão é apostar em um debate longo. O requinte desse caso é o envolvimento do empreendimento comercial: um Shopping que, no caso, passou recentemente por revitalizações a fim de promover mais conforto aos seus clientes. Mas, aparen-temente, não a todos. A conclusão não é novidade: o cliente, em qualquer um dos casos, sendo tratado como mercadoria. Especialmente sobre o terminal, é lamentável que o caso precise chegar ao Ministério Público, provando, além de tudo, que a recla-mação direta, feita pelo usuário, não tem valor. Finalmente, as partes envolvidas tem 60 dias para resolver o caso. Resta esperar.

Nem todo cliente é bem-vindo

O requinte desse caso é o envolvimento do empreendimento comercial: um Shopping que, no caso, passou recentemente por revitalizações a fim de promover mais conforto aos seus clientes. Mas, aparentemente, não a todos.

Fernando Almeida

Fernando Almeida

ProtestosA noite de segunda-feira (30) terminou com violência em um protesto de professores municipais do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Na terça (1º) a Câmara aprovou o projeto de lei que regulamenta um Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), mas os professores não concordaram com a aprovação. A lei beneficia apenas alguns profissionais, com requisitos específicos, como ter uma jornada semanal de 40 horas. A noite terminou com quebra-quebra em agências bancárias e depredação de prédios por mascarados – apesar de estar em vigor uma lei que proíbe disfarces.

Opinião 0304 de outubro de 2013

DEBATES

Emer

son

Dias

NAS REDES

[email protected]/JornalismoUEL issuu.com/jornalpretextojornalismouel.com

Confira o PreTexto e as produções dos estudantes do curso de Jornalismo da UEL na internet. Mande seus comentários e sugestões de pauta através do Facebook e do Twitter. Acompanhe também a versão digital dos jornais laboratórios e as produções das demais séries no portal de notícias do curso.

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RondaYuri

Martinez

A chuva que caiu em Londri-na nos últimos dias tem causado transtornos para muitos mo-radores. Na noite desta quinta (03) vários pontos de alagamen-tos foram registrados pela Cida-de.

Na Zona Norte, o Lago Ca-brinha transbordou sobre a Ro-dovia Carlos João Strass e dei-xou a pista interditada por cerca de meia hora. O Igapó chegou ao limite do transbordo. Já na Zona Sul, quem está sofrendo bastante são os moradores do Jardim Franciscato. Um bueiro entupido não conseguiu dar va-zão a água, que se acumulou e derrubou o muro de uma casa. A enxurrada invadiu cinco domi-cílios, derrubou paredes e mu-ros e causou bastante prejuízos para os moradores. Na manhã de sexta a Defesa Civil interditou parcialmente os imóveis devido ao risco que eles ainda apresen-tavam. O secretário de Defesa Social, coronel Rubens Guima-rães, informou que vai fazer um levantamento para identificar os pontos mais vulneráveis na Ci-dade quando chove forte.

E não é só a chuva que vem causando transtornos. Ontem a Copel teve que provocar o desligamento de um circuito no Jardim Novo Bandeirantes, deixando 6.800 residências sem

energia elétrica por uma hora. Na última terça (02) uma tem-pestade de raios atingiu a região Norte do Estado e deixou apro-ximadamente 15 mil domicílios sem energia. Em Jacarezinho um sobrado chegou a pegar fogo após uma descarga elétri-ca atingir a residência, deixando muitos prejuízos, mas sem ne-nhum ferido.

De ontem pra hoje, choveu

63,5mm e o acumulado do mês já chegou a 138,9mm, quase o total de toda chuva prevista para o mês inteiro. A média histórica é de 138,9mm.

ÁrvoresApesar de forte, a chuva e

ventos não chegaram a ser tão intensos como no dia 22. Dos estragos causados pelo ven-daval, ainda é possível encon-trar muitos galhos de árvores

espalhados pelas calçadas de Londrina. Segundo a Secreta-ria do Ambiente até a tarde de ontem 221 árvores tinham sido repicadas e a previsão é que o trabalho ainda deve durar cerca de 20 dias para ser concluído. Felizmente, na noite de quinta os ventos foram moderados e a Secretaria informou que rece-beu apenas uma notificação de árvore caída.

TRANSTORNOS

Angela Ota

04 de outubro de 201305 LondrinaChuva traz prejuízos para moradores de Londrina Bueiros não conseguiram dar vazão à àgua que invadiu cinco casas no Jardim Fransciscato

Rei S

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Tempestade de raios também atingiu a região Norte do Paraná

Divulgada na última quinta-feira, dia 3 de Outubro, a foto ganhadora da maratona fotográfica, de Wilson Rodrigues Vieira, disputou com mais 600 imagens. A seleção do júri elegeu 4 fotos como ganhadoras dos prêmios que entrega R$3.000,00 para o 1º colocado, R$2.000,00 para o 2º e R$1.000,00 para os dois terceiros colocados. A seleção das melhores, destacadas pelo júri, podem ser visualizadas em http://www.clicoseuamor.com.br/resultados.php.

Divulgada a foto vencedora do concurso Clic Seu Amor por Londrina

FOTOGRAFIA

MORTES EM IBIPORÃ

Dois homens foram mortos a tiros em Ibiporã, na manhã da última quin-ta (3). O duplo homicídio ocorreu em uma residên-cia localizada na Rua Coro-ados, Jardim Tupi. Os dois tinham passagens pela po-lícia por tráfico de drogas e homicídio. Segundo in-formações da Polícia Civil de Ibiporã, Abraão Láza-ro Pereira, de 32 anos, e Marcelo Mariano, de 22, foram alvejados por vários disparos. Um parente de uma das vítimas, que esta-va no local do crime, disse à polícia que cinco indiví-duos armados invadiram a residência. Um deles foi morto nas dependências da casa. O outro, na ten-tativa de fugir, foi morto do lado de fora. A polícia já tem suspeitas sobre a autoria do crime.

GREVE

A greve dos bancários avança nesta sexta-feira (4) pelo 16º dia seguido, sem previsão de encerra-mento. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Londrina não houve propostas por parte dos bancos, o que mantém o estado de greve por tem-po indeterminado. Na avaliação de Wanderley Crivellari, presidente do sindicato, a adesão dos trabalhadores de Londrina à greve nesta quinta-feira é de quase 100%. “Acre-dito que vamos conseguir fechar 76 das 78 agências. É a maior greve dos últi-mos anos, sem dúvida.” Nos 26 municípios que compõem a área de atu-ação do sindicato, foram mais de 100 agências fe-chadas na última quarta--feira.

ASSASSINATO

Um jovem de 15 anos foi morto a tiros na tarde desta sexta-feira (4) na re-gião norte de Londrina. O rapaz estava andando pela Rua Francisco Marques de Oliveira, no Conjun-to João Paz, quando foi atingido por disparos no tórax, perna e braço. As informações são da Polícia Militar.

Testemunhas confirma-ram à polícia que por vol-ta das 13 horas um carro parou ao lado do jovem e alguém de dentro do veí-culo começou a atirar. No local foram encontradas 14 cápsulas de munição 9 milímetros. Uma equi-pe do Siate foi deslocada para o atendimento, mas já encontrou o jovem sem vida. O rapaz não tinha passagens pela polícia. Até as 15h55 o autor dos disparos não havia sido identificado. As causas da morte estão sendo inves-tigadas.

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ExtrasYuri

Martinez

O Paraná ficou no terceiro lu-gar do ranking dos estados com maiores índices de trabalho infan-til: 240.271 crianças e adolescen-tes, 16,3% dos paranaenses en-tre 10 e 17 anos estavam sujeitas a essa situação em 2010, segundo dados do Censo divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No topo da lista estão Santa Catarina, com 18,9% e Rondô-nia, com 18,2%. A Região Sul tem 16,6%, o pior resultado, já que depois do Paraná, está o Rio Grande do Sul, com 15,6% de jovens em situação ilegal.

A cidade paranaense com maior índice é Bela Vista do Ca-robá, no sudoeste, onde foram encontradas 58,2% das crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos trabalhando. Depois dela, com 49%, aparece Rio Bonito do Iguaçu, no centro sul. Sudoeste, Oeste e Centro Sul apresentam os dados mais preocupantes (ver no mapa).

Outro levantamento divulga-do na sexta-feira, dia 27, a Pes-quisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mostrou uma redução do traba-lho infantil no Paraná, em 2012. Entre as crianças de 5 a 13 anos, houve queda de 21,3% em rela-ção a 2011, o que representa 554 mil crianças ocupadas em 2012.

Para o auditor fiscal Rogério Perez Garcia Junior, chefe da Fis-calização da Gerência Regional do Trabalho, apesar do trabalho infantil ser considerado priori-dade nos projetos de fiscaliza-ção do Ministério do Trabalho e Emprego(MTE), o número de denúncias registradas em Londri-na não é significativo. A equipe de

Londrina conta com 18 auditores fiscais e atende 99 municípios. Nossa cidade apresentou 12,6%, segundo a PNAD.

Perez acredita que o pequeno número de denúncias se deve à preocupação das empresas com relação às sanções aplicadas para quem utiliza a mão de obra in-fantil. “A legislação brasileira é

muito rigorosa e por isso não se encontram crianças trabalhando em larga escala, de forma institu-cionalizada, como no exterior. Os empresários não querem correr esse risco. Na maioria dos casos que vamos averiguar, a condição financeira do empregador é qua-se tão precária quanto a da crian-ça”, conta, lembrando que muitas

denúncias vem de lava-jatos.É comum também, segundo

o auditor, que essas crianças tra-balhem junto às próprias famílias. “Nas colheitas de culturas sazo-nais, como tomate, morango e la-ranja, isso é recorrente. Às vezes, a família faz a criança ou o adoles-cente trabalhar para que ele não fique na rua”.

EXPLORAÇÃO

Paraná é o terceiro estado em trabalho infantil

Amanda Vaz Tostes

Até 13,3Acima de 13,3 até 18,6Acima de 18,6 até 24,1Acima de 24,1 até 31,3Acima de 31,3

Font

e:IB

GE

Londrina tem 12, 6% da população entre 10 e 17 anos trabalhando, segundo dados do Censo 2010

Paraná 0304 de outubro de 2013

Para o auditor fiscal Rogério Perez, a legislação intimida as empresas

NOVO PRESIDENTE

O Tribunal de Justiça do Paraná tem nova presi-dência. O desembargador Guilherme Luiz Gomes foi eleito nesta última quin-ta (3). Com dois turnos, a eleição ficou polariza-da entre Gomes, com 60 votos, e Sérgio Arenhart, que recebeu 46 votos e um em branco.

“CAFEZINHO” SUBIU

A Assembleia Legis-lativa publicou na última quarta (2) no Diário Ofi-cial aditivo de 25% no contrato com a Capri Pro-moções e Eventos Ltda., empresa que fornece o cafezinho na Casa. Nova licitação deve ser feita em janeiro de 2014.

DILMA CITA RICHA

A presidente Dilma Rouseff (PT) disse nesta sexta-feira (4), durante vi-sita ao interior do Paraná, que o governo não leva em conta a filiação parti-dária de prefeitos e gover-nadores na construção de obras e distribuição dos benefícios dos programas federais. “Aqui no Paraná o governador é da oposição e temos o programa [Bol-sa Família] sendo realizado aqui”, disse, dando como exemplo a relação com o governador Beto Richa (PSDB).

COPEL DEMITIRÁ

A Copel enviou nesta sexta-feira (04/10) à Agên-cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um plano de ações para o reequilí-brio financeiro de seu bra-ço de distribuição. O pla-no inclui o corte de 163 cargos de nível gerencial e a dispensa de 1 mil funcio-nários até o fim de 2015, por meio de um plano de desligamentos voluntário (PDV). Até o fim deste ano, cerca de 600 traba-lhadores da Copel Distri-buição terão aderido ao plano – contando as ade-sões em outras áreas da empresa, o PDV terá re-sultado na saída de 1,1 mil empregados. As medidas devem resultar em redu-ção de custos operacio-nais da ordem de R$ 300 milhões até 2015.

PROFESSORESPARAM?

Professores da rede estadual prometem entrar em greve se o governo não efetuar hoje o paga-mento de atrasos refe-rentes ao ajuste 0,6% e progressões de carreira. A Secretaria de Administra-ção e Previdência (Seap) garante que os valores da folha serão depositados nas contas dos servidores até a meia-noite.

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O que diz a Legislação?

Trabalhar antes dos 14 anos e ilegal, em qualquer hipótese. Para os adolescentes de 14 e 15 anos, a atividade deve ser ligada ao aprendizado de uma profissão. Entre os 16 e 17, a le-gislação permite que se trabalhe, desde que não seja em atividade noturna, perigosa ou insalubre.

Nível da ocupação, na semana de referência, das pessoas de 10 a 17 anos de idade.Valores percentuais.

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Projeto da UEL leva robótica para o ensino fundamental

EXTENSÃO

INOVAÇÃO

04 de outubro de 201306

Heron Heloy

O projeto não é de agora. Ele ficou um período de cinco anos sem atividades, até que, em 2012, a professora Rosana Moreira decidiu reativá-lo.

“Nós trabalhamos em várias áreas de interesse dos alunos, mas esse projeto com a robótica é algo novo, que só foi viabilizado com a parceria com a UEL.”

Estudantes de Esporte e do bacharelado em Educação Física dão aulas às crianças

Aluno do Colégio Estadual Vicente Rijo participa do Campeonato de Robótica

Roger Bressianini

Campus

Heron Heloy

Roger Bressianini

Nas tardes de quarta e sexta--feira, quem passar pelo ginásio do Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) verá crianças e estudantes da UEL em meio a argolas, barras fixas e colcho-netes. Trata-se do projeto de

iniciação à ginástica artística da universidade.

O projeto não é de agora. Na verdade, ele ficou um perío-do de cinco anos sem atividades, até que, em setembro de 2012, a professora Rosana Moreira decidiu reativá-lo. “A ideia não

O Centro de Tecnologia e Urbanismo da UEL (CTU) e o Núcleo de Atividades de Al-tas Habilidades/Superdotação de Londrina (NAAH/S) realiza-ram na última quarta-feira o 1º Campeonato de Robótica de Londrina, no Colégio Estadu-al Vicente Rijo. A competição, que contou com a participação de 30 alunos da rede pública de ensino, teve como objetivo le-var a robótica educacional para o ambiente dos ensinos funda-mental e médio, além de forne-cer noções de programação e controle de dispositivos eletro-mecânicos. O evento foi a eta-pa final do projeto de extensão “A Robótica Educacional como Instrumento Motivacional no Ensino de Engenharia”, do CTU. Para isso, a organização do evento utilizou o kit “Lego Mindstorms”, um conjunto de peças desenvolvido em parce-ria com o Massachusetts Insti-tute os Technology (MIT), que permite criar robôs simples ca-pazes de realizar funções pré--programadas.

é fazer ginástica de rendimen-to (profissional). O nosso foco é utilizar a ginástica como meio para o aprimoramento motor dessas crianças”, afirma.

Sobre os aspectos do espor-te que podem contribuir para o

desenvolvimento infantil, Rosana explica: “A ginás-tica exige muito a autoconfiança, determinação, coragem, e, às ve-zes, para a criança apenas subir em

um aparelho, é preciso quatro, cinco aulas de intervenção, para adquirir segurança, não só no aparelho, como no professor.”.

Quem parece já ter adquiri-do confiança na prática da ginás-tica é Sofia Hidalgo. A menina de 7 anos não falta a uma aula: “É le-

gal, a gente sobe na barra, a gen-te dá salto no colchão e também anda naquela barra.” A garotinha aponta o aparelho no qual outra criança fazia seus exercícios.

Agora conversamos com Le-tícia de Araújo, de 10 anos, que deixa de ser monossilábica quan-do lhe perguntamos de sua roti-na nas aulas no ginásio. “A gente faz bolinha (exercício de aqueci-mento), a gente vai na argola, é bem divertido.”. Sofia e Letícia são duas das quarenta crianças

que o projeto atende, de colé-gios próximos a UEL, como o Aplicação.

O outro lado dessa extensão são os estudantes de Esporte e do bacharelado de Educação Física. Os alunos têm reuniões semanais do projeto, nas quais estudam formas de lidar com as crianças. Durante as aulas de ginástica, orientações também são dadas a eles. Lucas Yeike, do 4º ano de Esporte, diz que nota mudanças nos pequenos. “A ex-

pressão da criança, a criatividade, até mesmo a contração muscu-lar delas”, diz.

Apesar de não ser voltado para a formação de alto nível das crianças dentro da ginástica, o projeto encaminha os destaques para a Associação Londrinen-se de Ginástica. O trabalho de extensão tem fim previsto para agosto de 2014. A intenção é, após essa data, renová-lo por mais um ano e talvez transformá--lo em um programa do CEFE.

“O projeto começou com o curso de formação de mo-nitores de Engenharia Elétrica, ministrado por um docente e pelos alunos da graduação. Pri-

meiro, os alunos da rede públi-ca selecionados pelo NAAH/S, bem como al-guns professores, foram até a UEL e aprenderam alguns pontos dos kits Lego,

como itens de programação e de montagem. Depois, os monitores vieram até a esco-la e passaram para os alunos

o conhecimento adquirido na universidade. E então os alunos começaram a treinar as tarefas semanalmente”, conta a orga-nizadora e professora de Enge-nharia Elétrica da UEL, Juliana Piai.

Segundo Ernesto Ferreira, professor da UEL e um dos responsáveis pelo evento, a primeira edição do campeo-nato também éuma experi-ência para os próximos anos. “A nossa intenção é manter os

desafios desse ano e também criar novos para o ano que vem, para que esse alunos do NAAH/S que participaram esse ano possam pular para uma fase mais avançada. Queremos que o projeto cresça em Londrina, e não que fique apenas aqui no Vicente Rijo”, explica Ferreira.

Londrina é a única cidade do interior do Brasil que con-ta um NAAH/S, que é uma iniciativa do Governo Federal. A coordenadora do NAAH/S de Londrina, Fabiane Chuei-re, diz que dentro das área de necessidades especiais, as altas habilidades são as únicas que recebem fomento e atenção da administração pública. “Em 2005, o MEC desafiou todos os estados. O Paraná aceitou e destinou para o interior, en-tão o NAAH/S de Londrina é o único no interior do país. Nós trabalhamos em várias áreas de interesse dos alunos, mas esse projeto com a robótica é algo novo, que só foi viabiliza-do com a parceria com a UEL”, acrescenta Fabiane.

Para Marcos Sander, 14, alu-no do Colégio Estadual Vicente Rijo, mais do que a experiência e o conhecimento, o que im-porta é a diversão. “Eu gosto da competição, a gente pode fazer o que aprendeu durante o ano, mas sobre a elétrica eu não sei. Eu quero mesmo é fazer Enge-nharia Civil”, conta sorrindo.

Twists-carpados e acrobacias para o futuro

Alunos do colégio Vicente Rijo participaram do 1o Campeonato de Robótica de Londrina

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As acomodações da Segurança da UEL se resumem a uma guarita e à cancela do estacionamento, em alguns casos

A rotina dos vigias da Universidade, como a de Milton Soares, não costuma ser exigente, ‘‘mas nunca é bom vacilar por aqui’’, decreta o segurança

Ao passar sob o pontilhão que dá entrada à Universi-dade Estadual de Londrina, a primeira informação que se encontra é o telefone de segurança, pintado em letras garrafais sobre o cimento. A UEL possui segurança 24 horas com 150 agentes em postos fixos e rondas. Ainda assim, o sentimento de inse-gurança percorre o Campus.

O maior número de de-núncias se concentra no pe-ríodo da noite, as queixas aparecem de várias partes. Igor da Silva de Mello (18) afirma frequentar a UEL des-de os 15 e, apesar de nunca ter sofrido um ato violento, conhece amigos que já fo-ram assaltados no interior da Instituição. “Aqui na UEL, de-pendendo do lugar em que você estiver é seguro, mas nas extremidades é meio pe-rigoso, meus amigos foram assaltados quase saindo da-qui, indo embora para casa”.

José Ricardo de Almeida (46) gerente de uma lancho-nete instalada no Centro de Educação, Comunicação e

Artes conta que o estabele-cimento já foi alvo de muitos assaltos, o último, na semana passada, dia 27. O funcio-nário critica a falta de inves-timentos para a contratação de mais agentes. “A UEL cresceu, mas o número de agentes não, foi um aumento desproporcional”, explica.

O gerente ainda entra

Perigo no Campus alerta comunidade universitária

07

Lais Taine

Fotos: Bruno Cunha

“De proteção só eu e Deus”

04 de outubro de 2013 Campus

Clima de medo e falta de proteção afligem funcionários e alunos da UEL

Fotos: Bruno Cunha

A UEL EM NÚMEROS

45 é quantidade de cursos de graduação que a Universidade disponibi-liza, entre Licenciaturas e Bacharelados. Para quem ainda está em dúvida se segue carreira em Huma-nas, Exatas, Biológicas, So-ciais...

16.841 é o número to-tal de estudantes de gradu-ação na UEL. Do calouro que acabou de raspar o cabelo ao veterano que já criou raízes na faculdade, todos trocam experiências pelos corredores e salas

2.600 é a média de estudantes que formam todos os anos. Dizem que ‘‘é mais fácil sair do que entrar em uma faculdade’’. Mas ninguém é mais apto a superar barreiras do que um universitário decidido

87 é a quantidade de cursos de especialização que a Universidade ofe-rece. Em torno de 2.300 novos alunos ingressam na pós-graduação todo ano. Porque receber o diploma não necessariamente pre-cisa ser o fim

Mais de 237 hectares é a área total do terreno da UEL. A clássica compara-ção desta unidade de me-dida com campos de fute-bol é bem-vinda, já que no ‘‘campeonato’’ universitá-rio, ganha quem melhor sabe conviver em equipe

3.100 é o número de vagas que o concurso vestibular anual deixa em aberto, aguardando dentre um montante de 25.000 candidatos. Nas estatís-ticas, a supremacia nos postulantes corresponde às mulheres (sexo) e aos paranaenses (estado de origem)

Mais de 142.000 é a quantidade de pacientes que são atendidos todos os anos no Hospital Uni-versitário e no Hospital das Clínicas. De partos a vacinas, tudo visa auxiliar à comunidade da região

Em torno de 1.600 professores e 3.500 ou-tros funcionários técnico--administrativos compõem o quadro de servidores da Universidade Estadual de Londrina

Mais de 147.000 é o acervo de livros disponíveis na Biblioteca Central, divi-dida por todos os segmen-tos letivos que a faculdade disponibiliza. A estrutura, uma das mais representa-tivas do campus, foi cons-truída em 1981

42 é a idade que a nos-sa querida Universidade completará na próxima segunda-feira, dia 07 de outubro. Vida longa ao Pe-robal!

PerobalBruno Cuha

numa questão polêmica: ele lembra que há alguns anos era permitida a entrada de Cavalaria da Polícia Militar. “Naquele tempo os assaltos diminuíram, a situação era melhor, mas aí falaram que era repressão”, lamenta.

No entanto, os próprios funcionários do Campus foram mo-tivos de denúncia. Um grupo de segu-ranças noturno foi

acusado de fazer uso ilegal de armas e ameaças a estudan-tes, como mostrou o Jornal de Londrina. Os depoimen-tos foram feitos ao Ministério Público, à Ouvidoria do Go-verno do Paraná e à Ouvido-ria da própria universidade. Segundo o jornal, a falta de providências efetivas fez com que as supostas práticas de

violência continuassem.Entre as denúncias, a de

que o Horto, no fim da Fa-zenda Escola, é espaço para o treinamento de disparos de seguranças da UEL. Po-rém, o prefeito do Campus da UEL, Teodósio Antonio da Silva, responsável pelos ser-viços de segurança, diz des-conhecer os fatos relatados e garante que a contratação só é realizada com pessoal treinado.

O uso de qualquer arma-mento é proibido. Na cintura de José Carlos Scarpeta (51), segurança noturno da UEL há 15 anos, está apenas o rádio de comunicação. “De proteção, só eu e Deus”, brinca. Sendo assim, a sua principal função é vigiar e chamar a Polícia Militar, que, quando autorizada, intervêm

na segurança do Campus. “Sinceramente, acho que é a melhor forma de assegurar a proteção, arma não é para qualquer um, é melhor não ter”, avisa o servidor. Assim, seu trabalho é vigiar, preve-nir e inibir, que, segundo ele, é bastante satisfatório. “Já faz uns três anos que eu não preciso interferir em alguma ocorrência, é raro.”

Além dos agentes, a UEL conta com câmera e viaturas que circulam no campus. Na tentativa de amenizar os ca-sos violentos, o telefone da segurança está espalhado em placas próximas às guaritas, logo na entrada da univer-sidade. O número é 0800-400-4474, a recomendação é de que todos tenham o número anotado para usá-lo em caso de emergência.

Page 8: Jornal Pretexto Expresso 5

Geral08 04 de outubro de 2013

Soraya Momi

Petrobrás: 60 anos de desafios e vitórias No último dia 03, a maior empresa do mundo em exploração de petróleo em águas profundas completou seis décadas de história, com muitos desafios pela frente.

ANIVERSÁRIO

O então presidente Ge-túlio Vargas assinou a lei nº 2.004. Em 3 de outubro de 195 estava criada a Petrobras. Fruto da campanha popular “O Petróleo é Nosso”, que lutava pela ideia da existência de reservas petrolíferas explo-ráveis e rentáveis no Brasil, a empresa é hoje a número um do mundo em tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas.

Segundo diversos historia-dores, entre os quais Bernar-do Kocher, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vargas era um desenvolvi-mentista. Cedo, deu-se con-ta da importância do produto para a economia, e conse-quente desenvolvimento, da nação. Criar uma empresa monopolista estatal que tives-se como missão investir em todas as etapas – desde as pesquisas até a prospecção e comercialização – da explo-ração petrolífera fazia todo o sentido, naquele momento histórico. Conforme comenta Kocher “O petróleo tem dois veios: os países desenvolvi-dos, com empresas privadas; e os não desenvolvidos, com empresas estatais”.

De acordo com Américo Freire, historiador do Centro

A importância econômica da empresa também está diretamente relacionada aos milhares postos de emprego pelos quais ela responde

As pesquisas em tecnologias permitiram que, em pouco tempo, a empresa edificasse o que antes era impensável

Oito pessoas foram detidas e quinze feridas no confronto

de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc), da Funda-ção Getúlio Vargas (FGV), o presidente Vargas tinha um projeto político e estratégico que visava alçar o país inter-nacionalmente. Preferencial-mente, diminuindo sua depen-dência econômica em relação a outras nações. A criação da Petrobras veio não somente a reforçar este último ponto, como transformar-se em um símbolo desse projeto. Como comenta Freire: “A gente não pode imaginar o Brasil sem uma empresa como essa”.

No ano de 1995, duran-te o governo de Fernando Henrique Cardoso, houve a quebra do monopólio estatal. Uma emenda constitucional foi aprovada, em segundo tur-no, no dia 20 de julho, a partir de texto criado pela Comis-são Especial do Petróleo da Câmara Federal. Dois anos após, a lei 9.478 abriu o mer-cado para outras empresas competiram com a Petrobras, entretanto, ela permaneceria como monopólio da União. Em 2000, houve FHC, ree-leito, tentou mudar o nome da empresa para Petrobrax, argumentando que ele se en-caixaria melhor na filosofia de crescimento internacional da empresa. Após forte reação

contrária de diversos setores, a ideia foi abandonada.

Atualmente, a Petrobras enfrenta o desafio de garantir--se na extração de óleos da camada pré-sal, localizada em águas ultraprofundas. Apesar de dispor de muitas pesquisas em tecnologia para este tipo de procedimento, a necessi-dade de busca por parcerias para viabilizar diversas etapas do processo parece ser certa. Apostas positivas no sucesso dessa empreitada também o são. (com Agência Brasil).

Soraya Momi

CONFUSÃO

Polícia militar e professores se confrontam em protestos no RJ

Na noite da última terça--feira (01/10) a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou a proposta do plano de cargos e salários dos pro-fessores da rede municipal. Desde a quinta-feira (26/09) grande número de profes-sores acampava no Palácio Pedro Ernesto - sede da Câ-mara - e proximidades, em protesto à votação. Segundo a categoria, a proposta pre-judica os profissionais que cumprem menos do que 40 horas semanais de jornada e, indiretamente, gera perda sa-larial.

Na noite anterior à vota-ção, cerca de mil manifestan-tes entraram em confronto com a PM. O saldo divulgado foi de oito pessoas detidas e quinze feridas. Na terça-fei-

ra, durante a votação, novos confrontos ocorreram. Bom-bas de gás lacrimogêneo, que foram lançadas para dispersar a movimentação que ocorria

Na última quinta-feira (03/10), o presidente da Vene-zuela, Nicolás Maduro, anunciou a adoção de uma rigorosa medi-da contra o narcotráfico de seu país.

O novo regulamento da Lei de Controle para a Defesa do Espaço Aéreo permitirá que o chefe de Estado autorizar a der-rubada de qualquer aeronave que adentre ilegalmente o terri-tório venezuelano, esteja relacio-nada ao tráfico de drogas e não obedeça às ordens dadas.

Embora deseje livrar o país da imagem de potência internacio-nal no narcotráfico, Maduro ad-mitiu que, atualmente, os narco-traficantes exercem um grande poder no país, com influência su-ficiente para “criarem expedien-tes” e os utilizarem com “armas políticas”. (com Agência Brasil)

Vitimado por um choque cardiogênico, após complicações resultantes de uma cirurgia na coluna cervical, o ator e político Cláudio Cavalcanti faleceu na tar-de do último domingo (29/09), no Hospital Pró Cardíaco, no Rio de Janeiro.

Cláudio, que tinha 73 anos, deixa como legado mais de 50 trabalhos artísticos. Além de ator, foi também diretor de TV, produ-tor teatral, escritor, tradutor, can-tor, dublador e radialista. Foi duas vezes eleito vereador (2000 e 2004), deputado estadual suplen-te (2006) e, atualmente, era se-cretário municipal de Promoção da Defesa dos Animais no Rio de Janeiro.

Estiveram presentes no ve-lório diversos animais, entre os quais um galo levado por uma fã, como homenagem a Cláudio, sempre engajados em projetos de proteção aos bichos.

Fotos: Agência Brasil

Emer

son

DIa

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Venezuela poderá derrubar aeronaves

Morre Cláudio Cavalcanti

Soraya Momi

Soraya Momi

fora do Palácio Pedro Ernes-to, acabaram por prejudicar até o andamento de alguns trabalhos dentro da Casa. (com Agência Brasil).

Page 9: Jornal Pretexto Expresso 5

Giro 0904 de outubro de 2013

Soraya Momi

“Pessoal, atenção ao deadline e às

exigências do projeto gráfico. O cumprimento

desses dois quesitos é fundamental e incide

diretamente na nota”

“Os bancos são o setor mais rentável da economia, continuam batendo recordes de lucratividade, premiam seus altos executivos com remuneração milionária cada vez maior, e ignoram as reivindicações da categoria”

“Estou irritado? Absolutamente irritado”

“O critério não foi étnico, o critério foi outro e eu o achei correto. O

primeiro era a qualidade estética, depois autores que tivessem livros traduzidos para o alemão e língua estrangeira. A Feira de Frankfurt é

uma feira comercial e nós temos que dar prioridade a quem já está lá e vai poder se colocar também

pela diversidade”

Lauriano Benazzi, professor universitário

e coordenador editorial do Pretexto Expresso

motivando seus alunos na batalha diária.

PRETEXTO EXPRESSO, 02/10/2013

Elias Hennemann, representante do Paraná no Comando Nacional dos Bancários, sobre a greve que já dura mais de duas semanas. Portal Bonde,02/10/2013

José Roberto Hoffmann, presidente da Cohab de Londrina, sobre o trabalho de reconstrução das casas do

Vista Bela e a ameaça de novo temporal. Portal Bonde, 02/10/2013

Presidente americano Barack Obama, sobre impasse dos republicanos em resolver questões referentes à paralisação do governo do país.entrevista à CNBC, 01/10/2013

Marta Suplicy, ministra da Cultura, sobre a polêmica a respeito de suposto racismo na escolha dos integrantes da comissão brasileira para o evento.

Coletiva de imprensa, 02/10/2013

“Se a chuva for muito forte, vamos ter que

recomeçar tudo de novo”

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ala

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Segundo a Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), ventos de até

107 km/h

Segundo Defesa Civil e Prefeitura Municipal, prejuízos ultrapassam os

R$ 3 milhões

O temporal durou apenas

15 minutos

Danos consideráveis em

6 prédiose

280 casasem Londrina

145 casasdestelhadas no Residencial Vista Bela.

Segundo a Cohab, média de reconstrução de casas populares é de

10 ao dia

200 árvoresderrubadas, segundo a Secretaria do

Meio Ambiente (Sema)

4 milresidências sem luz

48 horasapós os ventos

temporal de 22 de setembro em Londrina

Arquivo pessoal

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Page 10: Jornal Pretexto Expresso 5

A 11º edição do Festival de Dança de Londrina começa nes-ta sexta-feira com um espetáculo diferenciado. Os integrantes do Grupo Ares, de São Paulo (SP), estarão amarrados ao prédio histórico da Secretaria de Cultu-ra de Londrina para, ao ar livre, apresentar a montagem “Tempo Suspenso”. Esse é apenas um aperitivo do que o público po-derá apreciar até o próximo dia 13. Companhias internacionais marcarão presença no evento. Os franceses da À Fleur de Peau e o Odin Teatret, da Dinamarca, sobem ao palco do Circo Funcart nos dias 10 e 11, respectivamen-te. A série de atrações também destaca grupos nacionais vindos de Recife, São Paulo e Porto Ale-gre. A grade completa pode ser conferida no endereço festivalde-dancadelondrina.art.br.

A programação didática pro-mete ser tão diversificada como a de apresentações, aponta a co-ordenadora geral do Festival de Dança, Danieli Pereira. “A grade didática está forte, tem nomes importantes da dança no país. É

“... Seguia-se o terceiro preso, um latagão de negro, muito alto e corpulento, figura colossal de cafre, desafiando, com um formidável sistema de músculos, a morbidez patológica de toda uma geração ca-dente e enervada, e cuja presença ali naquela ocasião, despertava gran-de interesse e viva curiosidade: era

o Amaro, gajeiro da proa o BOM CRIOULO na gíria de bordo...”. As-sim é apresentado Amaro, perso-nagem principal de O Bom Crioulo de Adolfo Caminha. Romance pu-blicado pela primeira vez em 1895 e que agora é apresentado em es-petáculo teatral-musical com adap-tação própria pela Cia FUNCART dentro do projeto Almanaque.

Perguntado a respeito do pro-cesso de adaptação do romance

Mix10 04 de outubro de 2013

Lucas Marcondes

Lucas Rodrigues

Festival de Dança amplia programação didática e traz grupos da EuropaO evento tem oficinas formativas e espetáculos clássicos e contemporâneos – mas o Ouro Verde ainda faz falta

EM MOVIMENTO

A companhia À Fleur de Peau (foto), da França, é um dos destaques do Festival de Dança. Os dinamarqueses do Odin Teatre também se apresentam nesta edição.

Amanda Tostes

Giovanna Machado

Ouro VerdeO Festival de Dança de Lon-

drina realiza mais uma edição sem aquele que era seu principal palco: o Teatro Ouro Verde, destruído por um incêndio em fevereiro de 2012. Danieli lamenta a ausência e afirma que, em Londrina, não há outro local que possa substituí--lo em razão das necessidades das apresentações de dança. “É um complicador ainda maior, porque o Ouro Verde tinha um palco com as dimensões que a gente precisava. Sem o Ouro Verde, a

gente tem uma grande perda na nossa programação”.

O presidente de honra do festival, Leonardo Ramos – que também foi secretário de Cultura de Londrina na gestão do prefei-to cassado Barbosa Neto (PDT) – reforça a ausência do Teatro e afirma que a cidade tem uma ca-rência histórica de palcos culturais. “A ausência do Ouro Verde causa uma crise muito grande. Londrina tem uns 40 anos de atraso em re-lação a teatro. Cidades de porte muito menor do que Londrina

têm teatros municipais. É o caso de Ibiporã, Arapongas, Apucarana

A reconstrução do local ainda passa por trâmites burocráticos no governo do Paraná. A expec-tativa é que o “novo” Ouro Verde esteja pronto até o início de 2015. Até lá, festivais como o de Dança buscam alternativas para suprir essa carência. O principal local de apresentações neste ano será o Circo Funcart, que comporta aproximadamente 200 pessoas. O Ouro Verde receberia um pú-blico quatro vezes maior.

Cultura pop japonesa A exposição “Ouvidos e Cora-

ção” é atração na Galeria de Artes do SESC Londrina (R. Fernando de Noronha, 264), até o dia 30 de ou-tubro. A mostra é inspirada na cul-tura pop japonesa, e conta com dez ilustrações de figuras humanas sem rosto. A exposição tem a autoria de Vanessa Hosokawa, formada em artes visuais pela UEL. O horário de visitação é das 8h às 22h.

Lenine em LondrinaO cantor Lenine estará em Lon-

drina no dia 25 de outubro para um show com a orquestra Martin Fon-dse Orchestra. A apresentação será no Teatro Marista os ingressos tem preços de R$60,00 e R$120,00.

Instagram e anúnciosA rede social de compartilha-

mento de fotos divulgou em seu blog oficial que em breve vai co-meçar a incluir anúncios em seu feed de notícias. Os anúncios vão começar a aparecer ocasionalmen-te e serão marcas que os usuários não seguem. O Instagram prome-teu oferecer ferramentas para que o usuário possa esconder o anúncio caso não desejar vê-lo.

Tech&Cult

Divulgação/ Michael Bugdhan

algo que gente destaca bastante pelo fato de não ter acontecido no ano passado e de ser um dos pilares de sustentação do even-to”. As oficinas ofertadas vão des-de o balé clássico até a dança de rua. As outras opções são dança contemporânea, dança negra contemporânea, dança flamenca e dança aérea. Além disso, Euge-nio Barba e Julia Varley, do Odin Teatre, vão ministrar a master class “Pensar por ações”. As ofici-nas já estão com inscrições aber-tas e começam nesta segunda--feira (7).

Além dos espetáculos nacio-nais e internacionais, diferentes companhias londrinenses de dança estarão presentes no pal-co do Circo Funcart na segunda--feira (7), às 20h. “Nós vamos ter uma mostra local, que é a Dança Londrina. Escolas, grupos e pro-jetos que a gente tem na cidade vão se apresentar nessa noite. É muito importante, porque os profissionais da cidade obser-vam o que está sendo produzido aqui”, comenta Danieli. O Ballet de Londrina e a Escola Municipal de Dança da cidade fazem, com a Companhia Jovem do Teatro Bolshoi, de Joinville (SC), o en-cerramento do Festival de Dança. O palco, assim como na abertura, será ao ar livre, na principal praça de lazer de Londrina. O anfite-atro do Zerão sedia o fim desta edição do festival a partir das 19h de domingo (13).

para o teatro, o diretor do espetá-culo Silvio Ribeiro contou: “Já tem muito tempo que eu queria fazer essa adaptação. E para entender de quem é a adaptação é preciso entender o processo do projeto Almanaque da Cia FUNCART - é um processo colaborativo... chega um momento em que podemos dizer que a adaptação é de todos os participantes. Realizar esse trabalho

tem sido acima de tudo prazeroso, por conta do grupo de trabalho e do formato”.

Silvio Ribeiro, que também é ator, começou sua carreira artística nos anos 1980 com o grupo Cha-miné Baton onde também teve a experiência da direção teatral. Des-de o final da década de 1990 tra-balha como coordenador da Escola Municipal de Teatro de Londrina (FUNCART). Sobre o projeto que agora encena O Bom Crioulo ele comenta: “O Almanaque já vem de um trabalho realizado o ano passa-

do e contou com alguns integrantes do espetáculo anterior, os novos fo-ram convidados por mim a partici-par de acordo com as necessidades do espetáculo e competência como ator ou músico”.

A montagem que tem sua es-treia no domingo, dia 06, no Bar Valentino às 21h, trata de temas fortes e ainda hoje polêmicos como homossexualidade e questão racial, tudo isso dentro do ambiente mili-tar. “A arte existe, na minha opinião, para - entre outras coisas - provocar. O teatro principalmente, pelo con-tato direto com o público... porque fala-se de sentimentos, situações muitas vezes tão comuns e que nos tocam diretamente pela forma como é tratada ou mostrada”, ex-plica Donizete Buganza que atua no espetáculo como uma espécie de mestre de cerimônias.

Sobre a importância de se colo-car tais temas em debate, e a dificul-dade que isso gera o diretor Silvio também comenta: “encontramos resistência e inclusive restrição de lu-

gar para apresentar. Até para profis-sionais de nível superior. Infelizmen-te é um debate de temas que não se esgota, tanto que se contarmos uma história de amor (que é o caso do Bom Crioulo) entre duas pesso-as do mesmo sexo e de cor de pele diferentes, as pessoas já ligam a essas questões e acabam ficando maiores do que o próprio romance”.

Regina Reis, musicista formada pela UEL, não é atriz, porém atua em O Bom Crioulo e dá detalhes de uma parte importante do es-petáculo que são as músicas: “A escolha do repertório foi basica-mente do Silvio Ribeiro, o diretor, mas pudemos dar nossa opinião, principalmente nos arranjos... Além de mim participam da peça mais três músicos, tocando violão, flauta transversal e percussão”. E finaliza reiterando a importância da peça: “É urgente a transformação da socie-dade para termos mais justiça para todos e espaço para cada um de nós vivermos e convivermos com plenitude e prazer”.

Estreia “Almanaque Conta Bom Crioulo”TEATRO

“A arte existe, para entre outras coisas, provocar”

Page 11: Jornal Pretexto Expresso 5

Palmeiras joga em Londrina na próxima semana pela série B

Esporte 1104 de outubro de 2013

Angela Ota

Clube paulista chega na segunda-feira e disputa dois jogos no Estádio do Café pela divisão de acesso do Brasileirão

FUTEBOL

O torcedor palmeirense que mora em Londrina e região terá o gostinho de poder assistir a um jogo oficial do time do cora-ção e sem precisar ir até a capi-tal paulista. Isso porque o clube anunciou a vinda para Londrina na semana que vem.

O Palmeiras vai jogar dois jogos no Estádio do Café, vá-lidos pela série B do Campeo-nato Brasileiro, após ser punido pelo STJD devido a brigas entre duas torcidas organizadas no jogo contra o Guaratinguetá. E é justamente contra o Guara-tinguetá um dos jogos a serem realizados pelo Verdão no Café. O primeiro jogo será contra o Figueirense, na terça-feira (08), às 19h30. Já o duelo contra o Guaratinguetá está marcado para sexta (11), um pouco mais tarde, às 21h50.

A escolha de Londrina, se-gundo a assessoria do Palmeiras se deu pelo fato do tempo que o Alviverde não disputava uma partida na cidade e por conta do grande número de torcedo-res na região. Por isso mesmo, a diretoria espera casa cheia nos dois jogos.

No que depender do estu-dante e torcedor Felipe Cor-bacho o Café vai lotar sim. Ele, que sempre vai aos jogos em cidades próximas a Londrina, pretende ir às duas partidas. Apesar de já ter assistido um duelo Palmeiras x Corinthians, o torcedor garante que “todos os jogos têm importância e com

O Londrina Futsal feminino des-lanchou de vez no Campeonato Paranaense. Neste sábado, a equipe comandada por Jayne Borin enfren-ta o Paraná Clube, às 20 horas no Moringão. O adversário é difícil, mas a técnica disse que conhece bem a equipe que vai enfrentar. “Esta se-mana estamos treinando bastante e tentando corrigir alguns erros infantis que aconteceram ao longo do cam-peonato”, explicou.

32 mil torcedores compareceram ao Estádio do Café na final da 1ª fase do Campeonato Paranaense

Técnica Jayne tenta corrigir erros para o jogo da semifinal

certeza a torcida vibra bastante com cada gol e cada vitória, da mesma forma que em qualquer jogo.” Confiante, o torcedor es-pera um jogo duro, truncado e com muitas faltas, mas acredita que o Palmeiras vai vencer as duas partidas.

BrindeAlém de assistir aos jogos do

Palmeiras no Estádio do Café, o torcedor pé-vermelho com coração alviverde ainda pode-rá presenciar a volta do clube à série A. Líder isolado, o time matematicamente tem chances de já garantir a vaga na elite do futebol brasileiro no jogo contra o Guaratinguetá, na sexta.

Ingressos

Os ingressos começam a ser vendidos no sábado, a partir das 10 horas para sócio-torcedores pelo site www.futebolcard.com. O público geral poderá com-prar a partir de domingo tam-bém pelo site. Os valores são: R$ 40,00 para arquibancada, R$20,00 a meia, e R$ 120,00 a cadeira, R$60,00 meia-entrada.

17 anosO último jogo oficial do Ver-

dão no Café foi pelo Campeo-nato Brasileiro de 1996, duelo contra o Fluminense que termi-nou com a vitória do Palmeiras por 5x1. Na época, o Alviverde contava com um elenco de es-trelas, com Cafú, Djalminha e Rincón.

Há duas semanas foi inau-gurada a loja oficial do Palmei-ras - Academia Store - no Ca-tuaí Shopping, a primeira fora do Estado de São Paulo.

A escolha de Londrina se deu devido ao grande número de torcedores na região, em torno de 65 mil, segundo pes-quisa realizada pela empresa que administra a franquia.

A inauguração contou com

Angela Ota

Londrina tem primeira loja oficial fora de SP

cerca de mil torcedores e a un-idade continua fazendo suces-so, segundo o gerente da loja, Luciano Bittencourt. “A aceita-ção está sendo boa. As pessoas levam muitos presentes e não são só torcedores”, afirmou.

E tem mais para o torce-dor. Segundo Bittencourt, está programada a vinda de Evair, “o matador”, no dia 17 deste mês. O ex-centro avante do clube estará a partir das 18 horas na franquia de Londrina.

Meninas do futsal têm jogo decisivo no sábadoSUPERAÇÃO

Apesar do time modesto, “longe de ser uma equipe de alto rendimen-to”, como admitiu a técnica, as meni-nas evoluíram bastante. “A gente está numa crescente muito boa. Vamos tentar chegar à final, fazer um bom resultado aqui pra ir mais tranquilas pra lá”, afirmou a ala, Fabiana.

E a equipe já pensa no calendá-rio do ano que vem. Segundo Jayne, a “ideia é continuar com o trabalho no futsal e fazer com que esse time seja mais forte e possa, em 2014, ter voos mais altos, como participar de uma liga nacional.”

Angela Ota

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Page 12: Jornal Pretexto Expresso 5

LondrinaO primeiro mem-

bro da família Silva a morar em Londrina foi uma filha, para acom-panhar o marido que havia sido transferido de emprego. A saudade dos netos era grande e, em 1996, Seo Nelson e a esposa chegaram a viajar seis vezes para a cidade, como visitantes. À época, o sambista já estava aposentado e tocava em dias fixos em um hotel, churrascarias e choperias. No ano seguinte, a filha sugeriu: “Pai, o senhor já está aposentado. Por que não vem pra cá?”. A esposa não quis voltar nem para pegar as coi-sas. Seo Nelson encon-trou uma casa e veio morar em definitivo na cidade paranaense. Hoje, quatro dos cinco filhos do casal mo-ram em Londrina.

Já em terra pé vermelha, fez amizade com os membros do Clube do Choro e em seguida montou o Quarteto do Samba, com alguns estudantes da UEL: “A gente co-meçou a se reunir num bar ali perto do lago Igapó. No início, tinha um monte de gen-te, depois foi diminuindo, diminuindo, até que ficaram os quatro”, explica. O quarteto se desfez com a morte do pandeirista Luiz Henrique Caetano, que foi levado pela cor-renteza em uma tempestade de 2011. Seo Nelson revela que a perda de Luizinho dei-xou um vácuo e o grupo original se desfez.

O sambista tem se apresentado somen-te em eventos nos últimos tempos. Che-gou a tocar semanalmente em um bar da cidade, mas há algum tempo prefere não assumir mais compromissos fixos. Entre os motivos estão o fato de que, com o tempo, a mulher passou a reclamar mais da vida corrida do marido e ele mesmo tornou--se mais caseiro: “Semana passada mesmo ligaram pra tocar lá num bar, mas eu falei: ‘Ah, tô com frio. Não vou, não’”, revela. O cachê acertado mediante couvert, comum

Nelson da Silva ou do Samba?

Perfil12 04 de outubro de 2013

TALENTO

Conheça a história de Seo Nelson, um dos grandes nomes do samba de Londrina

“Só não nasci primeiro que o samba porque o Adoniran Barbosa nasceu primeiro que eu e começou a fazer samba antes de mim”. Essa foi a res-

posta que Seo Nelson deu aos rapazes do Clube do Choro logo que chegou à Lon-drina, em 1997, quando perceberam a sua afinidade com o estilo. A brincadeira reflete a principal imagem que se tem do músico após as quase duas horas de conversa que originaram esse texto. Seo Nelson é um ho-mem de duas paixões: a família e o samba. Mineiro, Nelson da Silva é um senhor apo-sentado, de uma memória impressionante, 78 anos e inúmeras histórias pra contar. Fala de um jeito tão simples quanto o nome que carrega, porém, narra cada caso de forma tão envolvente que sua voz, mesmo grava-da e ouvida pela segunda vez, ainda provoca um sorriso no rosto da ouvinte, como um bom samba de raiz.

Seo Nelson nasceu em Ponte Nova, perdeu o pai aos nove anos e foi morar em São Paulo aos 18, em busca de um bom emprego para ajudar a família. Começou como servente de pedreiro, até que, aos 21 anos, passou a trabalhar como auxiliar de cozinha no Sesi (Serviço Social da Indústria). Tempos depois foi transferido para o ambu-latório da mesma empresa, onde ganhava a vida como servente. Curioso, costumava chegar mais cedo e ia ao Arquivo para “fin-gir” que era datilógrafo: “Não tinha ninguém lá e eu fazia de conta que tava procurando uma ficha, inventava um nome fictício e tal,

sentava na máquina de escrever e ficava lá catando milho”, conta. Em 1972, foi pro-movido a chefe de almoxarifado, função que ocupou até se aposentar. Para assumir o cargo, Seo Nelson concluiu o ensino mé-dio através do supletivo e não foi além nos estudos por conta de suas responsabilidades como pai de família. Orgulha-se em dizer que durante toda a vida, ficou apenas 11 dias desempregado: “Não admitia chegar o fim do mês e não ter dinheiro pra mandar pra mamãe”.

Mas e o samba?Ele nunca fez aulas de violão ou qual-

quer outro instrumento. O primeiro con-tato direto do mineiro com a música veio aos 11 anos, numa reunião de amigos na fa-zenda vizinha. O filho da dona da casa toca-va um cavaquinho. Então menino, Nelson observava as posições dos dedos do amigo e quando teve a oportunidade, pediu para tentar: “Quando eu peguei o cavaquinho, pus de leve o dedo assim e não saiu som. Eu não sabia que tinha que apertar. Quan-do eu apertei saiu direitinho e tal... Saiu a primeira, a segunda, a terceira. Eu pensei que era coisa de Deus mesmo, porque nin-guém falou pra mim como fazia. Na hora eu comecei a cantar uma música, fazendo a posição certa”.

Dos instrumentos tocados, o primeiro foi o reco-reco, depois o tamborim, até chegar ao violão, que o acompanha até hoje. Seo Nelson lembra com saudades e animação do primeiro grupo musical do qual fez parte em São Paulo, o conjunto Co-meta de Ritmos. O grupo se apresentava a cada 15 dias em bailes de uma indústria de chapéus e tocava estilos como rumba, bo-lero e mambo. Ele não entrou em detalhes sobre os motivos que levaram ao fim do grupo, mas sua voz denunciou que, ainda hoje, as lembranças daquela época o emo-cionam: “Era um conjunto muito bom, mas todo grupo assim tem aquelas políticas, né? Difícil ir pra frente todo mundo igual e por causa de uma besteira lá acabou o grupo.

Aí eu fiquei um tempão sem tocar. Muito tempo”.

A retomada veio só em 1962, quando um amigo o chamou para tocar de última hora em um clube paulista. Seo Nelson tinha vendido

seu violão, mas conseguiu um emprestado e foi com o grupo. Assim, o músico come-çou a se apresentar novamente em clubes e bares, sempre com violões emprestados. Até que, em 1970, foi convidado a passar a noite de natal na praia, com a família de uma enfermeira que trabalhava com ele. O músico colocou esposa e filhos num táxi e foram. Na virada do dia 24 veio a surpresa: “Quando chegou meia noite ela a filha dela (a enfermeira) veio com um violão na capa e me deu de presente”, lembra.

Andreza Pandulfo

“Quando eu peguei o violão pela primeira vez, eu pensei que era coisa de Deus mesmo, porque ninguém falou pra mim como fazia.”

Com 78 anos, o sambista toca em média uma vez por mês em eventos na cidade

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em Londrina, também está entre as razões que, segundo Seo Nelson, desmotivam apresentações em bares.

Educado e bom anfitrião, após apre-sentar para nós as duas únicas músicas que compôs na vida, Seo Nelson pergunta: “Vocês tomam um refrigerante?”. Passa-dos os agradecimentos, negativas e elogios, perguntamos se o sambista toca suas com-posições nos shows, ao que ele respondeu que não, pois as músicas – uma valsa e uma marcha de carnaval – não combinam com seu repertório. Tivemos, então, a certeza de que havíamos acabado de presenciar um momento mostrado para poucos. Ape-sar de não tocar canções próprias, Seo Nel-son procura atender a maioria dos pedidos em shows: “O músico profissional é o cara que ganha bastante dinheiro e vem com 20 músicas, canta e pronto. Na noite, a gente que é amador, tem que cantar música de todo mundo. E é triste quando você não consegue atender uma pessoa”, compa-ra. Essa humildade e carisma contagiam e, mesmo que ele não dissesse, transmitem ao ouvinte o prazer que Seo Nelson tem pela música: “A música deleita, né? Eu gosto demais de música”.