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EDIÇÃO ESPECIAL QUARTA-FEIRA 1 DE SETEMBRO DE 2010 Edição doCentenário 100 SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA 1º DE SETEMBRO DE 1910 DEZ ÍDOLOS PÁG. 7 | O JOGO DOS 100 ANOS PÁG. 12 | O NOVO ESTÁDIO PÁG. 14 | A FESTA PÁG. 6

Jornal Timão - Centenário 01/09

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Timão - O Jornal da Fiel Edição especial de Centenário, 01/09/2010

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Page 1: Jornal Timão - Centenário 01/09

EDIÇÃO ESPECIALQUARTA-FEIRA

1 DE SETEMBRO DE 2010

Edição doCentenário100

SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA 1º de SeTemBRO de 1910

DEZ ÍDOLOS Pág. 7 | O JOGO DOS 100 anOS Pág. 12 | O nOvO EStáDiO Pág. 14 | a fESta Pág. 6

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HUmORedITORIAL

TABeLA

POR qUe O CORINTHIANSP ara esta edição comemorativa do Centená-

rio corinthiano, o Timão – o Jornal da Fiel teve uma difícil missão: mostrar e traduzir para o torcedor o clube que ele tanto ama. E é no amor que a República Alvinegra se ancora. Para expli-car “por que o Corinthians?” é preciso olhar para fora dos muros do Parque São Jorge.Não há resposta única ou simples para explicar o fenômeno social, coletivo ou individual, que é o corinthianismo. Uma máxima indica o caminho: o corinthiano ama amar o Corinthians. Ponto. É isso que o diferencia dos outros torcedores. Ao analisarmos as características mais marcan-tes das torcidas brasileiras, vemos que o são-paulino é alguém que ama vencer. O resultado, para ele, é a meta a ser atingida. Prova disso é a quantidade de público no Morumbi quando o time não está em fases finais de campeonatos. Já o palmeirense exige um futebol bonito, não apenas de resultado. Parece que as academias palestri-nas e os títulos dos anos 90 estabeleceram um padrão no qual qualquer equipe palmeirense que não o atingir será duramente criticada. Esses são os dois exemplos dos rivais mais próxi-mos. Há também os gremistas, que querem raça acima de tudo, o cruzeirense, que exige estabili-dade, e por aí afora. Cada time tem uma torcida com um traço que se sobressai sobre os outros.O corinthiano também quer vencer e ver o time jogar com raça, mas o que importa para ele, no fundo, é o amor incondicional pelo clube que es-colheu. O corinthiano só se vê como tal se ele amar e empurrar seu time até o fim, sob qual-quer circunstância. E é justamente a capacidade dos torcedores alvinegros de amar o amor pelo clube que fez o Sport Club Corinthians Paulista crescer sem parar, ano após ano. Desde 1910.

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ClassifiCação CaMPEoNaTo BRasilEiRo18ª ROdAdA

01/09/2010 – HOJE

19h30 – Vitória x Internacional

19h30 – Grêmio x Guarani

19h30 – Grêmio Prudente x Botafogo

21h00 – Goiás x Atlético-MG

22h00 – Cruzeiro x Flamengo

22h00 – Atlético-PR x Ceará

22h00 – Fluminense x Palmeiras

02/09/2010 – AMANHÃ

21h00 – Santos x Avaí

21h00 – São Paulo x Atlético-GO

JOGO ADIADO – 13/10/2010

22h00 – Vasco x Corinthians

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Flamengo

Vitória

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Grêmio

Atlético-MG

Atlético-GO

Goiás

EXPEDIENtE

Edição: Luiz Felipe Silva e Rodrigo Pedroso

redação: Alexandre Ciszewski, Aryanna Oliveira,

Luiz Felipe Silva e Rodrigo Pedroso

Conselho Editorial: Celso Unzelte

Direção de Arte: Kareen Sayuri Vaga na Libertadores Sul-Americana Rebaixamento Na Libertadores

(*) Perdeu 3 pontos no STJD

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em FOCO

FALA, FIeL!

RePúBLICA POPULAR dO CORINTHIANSNos dias que antecederam o Centenário, fez sucesso na internet o site da República Popular do Corinthians (http://www.republicadocorinthians.br), uma criação da Nike em parceira com a diretoria do Timão. Como uma verdadeira nação que somos, temos direito a documentos que comprovem nossa nacionalidade corinthiana, com muito orgulho e muito amor. Agora o alvinegro de coração pode tirar RG e certidão de nascimento corinthianos, além de poder anistiar seus amigos torcedores de outros clubes. “Não há explicação para o que somos. Só sabemos que nunca o deixaremos de ser. Somos quase 30 milhões. Somos, oficialmente, uma nação.” [República Popular do Corinthians]. Vale a pena conferir também o vídeo no Youtube, com mais de 300 mil visitas até a virada do Centenário. (http://www.youtube.com/watch?v=53hcGXGDCcI&feature=player_embedded)

@mlkdentinho: Meus amigos é uma honra poder vestir a camisa do Todo Poderoso, o time do meu coração. Parabéns Corinthians pelos seus 100 anos de história!

@mariadetija: Trending Worldwide : 100 anos do timão #corinthians #timao100anos

@vmxavier: Parabéns ao maior time do mundo! Paixão, raça e orgulho de ser corintiano! A fiel te parabeniza! #timao100anos

@WilliamAmaral: Reveillon corinthiano.... Parabéns nação corinthiana... #timao100anos

@mikakamiguchi: Independente de qualquer título, somos uma torcida que temos um TIME e não apenas um TIME com torcida! @100anosdetimao #TIMÃO100ANOS

@patimiraia: É na quarta-feira. Foi ontem. É hoje. Será sempre. O Corinthians não precisa de data para celebrar. Só precisa de Corinthians. #timao100anos

@bferrari: Gritos e mais gritos na vizinhança. Estou emocionado!

@ACorinthiana: Indescritível a festa do Centenário do Corinthians, não consigo expressar, foi a coisa mais linda do mundo. Q orgulho! #100anosdeCorinthians

@yulebisetto: O Anhangabaú foi a coisa mais linda que já vi. Imagine aquele monte de gente cantando o Hino do #Timao !!! SEM PALAVRAS... lindo demais!

TImÃO NO TwITTeR

O COrinthians será O time

dO pOvO, e é O pOvO quem vai

fazer esse time

Miguel Bataglia, primeiro presidente

do Corinthians, em 1910

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TORCedOR dA ROdAdA

Quer participar dessa seção? Envie e-mail para [email protected] e conte sua história.

Ídolo corinthiano: “Sócrates! O vi jogar pela primeira vez em uma TV na Inglaterra e foi como ver Deus.”Amor ao Timão: “Foi interessante para um cara inglês ver um time sul-americano jogando como meu time em Londres – ve-nho de uma “favela” de Londres, sabe?”Jogos do Corinthians: “Meu melhor amigo me levou nos pri-meiros jogos e foi muito simpático. Desde então acompanho o Corinthians há 18 anos.”Gavião da Fiel?: “Fui à Gaviões há uns três anos e foi fantás-tico! Foi uma honra tão grande me tornar membro que eu e um amigo até choramos no caminho de volta.”Coleção de camisas: “Compro camisas do Corinthians todo ano. Quero até investir algum dinheiro no time.”E o Ronaldo? “Acho que estamos do mesmo tamanho (risos). Mas ainda acho Ronaldo um grande jogador. Mesmo fora de forma, ninguém consegue detê-lo.”

Paul “di’anno” andrews ex-vocalista do Iron Maiden: corinthiano desde que viu Sócrates

com a camisa alvinegra.

“Adoro e sempre volto Ao BrAsil. É o pAís, são As pessoAs e, clAro, É o corinthiAns.”

© D

aniel Augusto Jr./A

g. Corinthians

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ivulgação

130 mil corinthianos fazem a festa no Anhagabaú:

“É o time do povo, é o Coringão!”

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eSCALAçÃO

OS GuErrEirOS dO CeNTeNáRIOConheça a ficha técnica dos 11 titulares que defenderam o Timão em 2010

mais Ronaldo, que quase não jogou, mas é o símbolo desta Era. Veja ainda a comparação entre os dois comandantes da nau alvinegra neste ano

Julio CEsaRJulio Cesar de Sousa Santos,

27 de outubro de 1984, São

Paulo (SP).

Altura: 1,86 m

Camisa: 1Jogos pelo Timão: 32

Clubes: Corinthians

Títulos: Copa São Paulo de

Juniores (2004 e 2005),

Camp. Brasileiro (2005),

Camp. Brasileiro Série B

(2008), Camp. Paulista (2009)

e Copa do Brasil (2009)

JuCilEiJucilei da Silva, 6 de abril de

1988, São Gonçalo (RJ).

Altura: 1,85 m

Camisa: 8Jogos pelo Timão: 75

gols pelo Timão: 5Clubes: Corinthians

Paranaense

Títulos: nenhum

EliasElias Mendes Trindade, 16 de

maio de 1985, São Paulo (SP).

Altura: 1,73 m

Camisa: 7Jogos pelo Timão: 148

gols pelo Timão: 20

Clubes: Palmeiras, Juventus,

Náutico e Ponte Preta

Títulos: Camp. Brasileiro Série

B (2008), Camp. Paulista

(2009) e Copa do Brasil (2009)

BRuNo CésaRBruno César Zanaki, 3 de

novembro de 1988, Santa

Barbara d’Oeste (SP).

Altura: 1,77 m

Camisa: 10

Jogos pelo Timão: 17

gols pelo Timão: 9Clubes: Grêmio, Palmeiras,

Noroeste e Santo André

Títulos: nenhum

JoRgE HENRiquEJorge Henrique de Souza, 23

de abril de 1982, Resende (RJ).

Altura: 1,69 m

Camisa: 23

Jogos pelo Timão: 92

gols pelo Timão: 17

Clubes: Náutico, Atlético PR,

Santo André, Ceará, Santa

Cruz e Botafogo

Títulos: Camp.

Pernambucano

(Náutico - 2001/02/04), Camp.

Paranaense

(Atlético PR - 2005), Camp.

Cearense (Santa Cruz - 2006),

Camp. Paulista (2009) e Copa

do Brasil (2009)

DENTiNHoBruno Ferreira Bonfim, 19 de

janeiro de 1989, São Paulo (SP).

Altura: 1,75 m

Camisa: 31

Jogos pelo Timão: 163

gols pelo Timão: 49

Clubes: Corinthians

Títulos: Camp. Brasileiro Série

B (2008), Camp. Paulista

(2009) e Copa do Brasil (2009)

alEssaNDRoAlessandro Mori Nunes, 10 de

janeiro de 1979, Assis

Chateaubriand (PR).

Altura: 1,79 m

Camisa: 2Jogos pelo Timão: 109

gols pelo Timão: 2Clubes: Flamengo, Palmeiras,

Dínamo Kiev (Ucrânia),

Cruzeiro, Grêmio e Santos

Títulos: Camp. Ucraniano e

Copa da Ucrânia (Dínamo Kiev

- 2005), Camp. Brasileiro Série

B (Palmeiras - 2003,

Grêmio - 2005 e 2008), Camp.

Paulista (Santos - 2007 e 2009) e

Copa do Brasil (2009)

CHiCãoAnderson Sebastião Cardoso,

3 de junho de 1981, Mogi

Guaçu (SP).

Altura: 1,80 m

Camisa: 3Jogos pelo Timão: 137

gols pelo Timão: 32

Clubes: Mogi Mirim,

Portuguesa Santista, América

(SP), Juventude e Figueirense

Títulos: Camp. Catarinense

(Figueirense - 2006), Camp.

Brasileiro Série B (2008),

Camp. Paulista (2009) e Copa

do Brasil (2009)

WilliaMWilliam Machado de Oliveira,

24 de outubro de 1976, Belo

Horizonte (MG)

Altura: 1,89 m

Camisa: 4Jogos pelo Timão: 142

gols pelo Timão: 4Clubes: América (MG),

Desportiva (ES), Ipatinga (MG),

Cabofriense (RJ), Portuguesa,

Joinville (SC) e Grêmio

Títulos: Camp. Mineiro

(Ipatinga - 2005), Camp.

Gaúcho (Grêmio - 2006 e

2007), Camp. Brasileiro Série B

(2008), Camp. Paulista (2009)

e Copa do Brasil (2009)

RalfRalf de Souza Teles, 9 de junho

de 1984, São Paulo (SP).

Altura: 1,80 m

Camisa: 5Jogos pelo Timão: 41

gols pelo Timão: 2Clubes: Taboão da Serra, São

Paulo, Imperatriz-MA, XV de Jaú,

Gama-DF, Noroeste e Barueri-SP

Títulos: Camp. Maranhense

(Imperatriz - 2005)

© Fabio B

raga/Folhapress©

Divulgação/C

orinthians

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jalma Vassão/G

azeta Press

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ivulgação/Nike

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lex Dias/A

Ricardo N

ogueira/Folha Imagem

© P

aulo Liebert/AE

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TOqUe dO ZÉ

Joaquim Ambrósio e Antônio Pereira, pin-tores de parede. Raphael Perrone, sapa-teiro. Anselmo Correa, cocheiro. Carlos Silva, trabalhador braçal. Foram esses os responsáveis pela fundação do Sport Club Corinthians Paulista, em 1º de setembro de 2010. Homens de origem humilde e de profissões simples, mas que acabavam de fundar, naquela data, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo – mais precisamente na rua dos Imigrantes –, o que viria a se tornar a paixão de milhões de brasileiros.

O Corinthians nasceu sem muitas pre-tensões, em algumas reuniões na barbe-aria de Salvador Bataglia e na confeitaria de Afonso Desiderio, sob a luz de um lam-pião. Com certeza tudo isso ajudou o clu-be a conquistar e transformar o coração dos seus torcedores, despertando um amor incomparável.

Quem não se lembra do título perdido em 74 para o Palmeiras, a invasão no Ma-racanã em 76, ou de Basilio, que entrou para a galeria dos imortais do Corinthians ao fazer o gol contra a Ponte Preta, que pôs fim a uma longa era sem títulos? O Corinthians é único e mágico e consegue unir todas as classes da sociedade, des-de a mais alta até a mais baixa, fazendo-os irmãos, mesmo sem jamais terem se-quer algum tipo de contato.

O Timão tem em sua torcida a grande res-ponsável por esta metamorfose que trans-forma o amor em paixão. Esse amor que é capaz de imortalizar um gol, um jogador, um determinado jogo e, por fim, um título.

Mas é essa mesma torcida que tem na paixão o seu grande adversário, pois em alguns minutos o mesmo ídolo é crucifica-do, o jogo perdido entra para a história e o título não alcançado passa a ser motivo de inspiração para o próximo campeonato.

Com certeza um amor assim que trans-cende a razão é o que faz do Corinthians o clube mais brasileiro. Parabéns Corin-thians pelo seu Centenário!

Mano Menezes e Adílson Batista foram – até o momento – os dois comandantes do Corinthians no ano do Centenário. Apesar de o gaúcho ter ficado muito mais tempo à frente da equipe alvinegra, Timão – o Jornal da Fiel analisa os estilos dos dois treinadores e apresenta seus números à frente do time.

Mano Menezes não renega as origens e prioriza a defesa em qualquer equipe que treine. Marcação dura, todos os jogadores se doando para fechar espaços do adver-sário e contra-ataques fulminantes são as características dos times armados pelo gaú-cho de Passo do Sobrado. No Corinthians, Mano armou uma equipe no 4-3-3 que, sem a bola, se retraía, com Dentinho e Jorge Henrique auxiliando a marcação, formando assim um 4-5-1. Douglas, André Santos e Cristian – todos vendidos no meio de 2009 – se destacaram com Mano após passagens menos marcantes por outros clubes.

Apesar de comandar o Timão por ape-nas seis vezes até 1º de setembro, o para-naense Adilson Batista já deu mostras de que não deve mexer muito na equipe – pelo menos até o final do ano. Embora ainda use o 4-4-2 de Mano, o atual técnico corinthiano prefere equipes que se exponham mais no ataque e priorizem o toque de bola, como foi o caso do Cruzeiro montado e dirigido por ele entre 2008 e 2010. A única contra-tação indicada por Adílson é o do jovem zagueiro Thiago Heleno, de 21 anos, que foi comandado por ele em Minas Gerais.

Filho de pai corinthiano, o ex-zagueiro, que tem contrato até o final de 2011, tem a missão de seguir brigando pelo título do Campeonato Brasileiro.

Um SÉCULO de TImÃO

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raiO X dOS COmANdANTeS

MaNo MENEzEs

Luiz Antônio V. de Menezes,

11 de junho de 1962, Passo

do Sobrado (RS).

Tempo no Timão: 5/12/2007 até 25/7/2010

estreia: Corinthians 3 a 0

Guarani – Campeonato

Paulista de 2008

Jogos: 185

Vitórias: 103

empates: 49

derrotas: 33

Aproveitamento: 64,5%

Curiosidades: O goleiro

Felipe foi o jogador que

mais vestiu a camisa

alvinegra na Era Mano,

em 153 jogos; nos dois

Paulistões que não foi

campeão (2008 e 2010),

o Corinthians ficou em

quinto lugar

RoNalDoRonaldo Luís Nazário

de Lima, 22 de

setembro de 1976, Rio

de Janeiro (RJ).

Altura: 1,83 m

Camisa: 9Jogos pelo Timão: 56

gols pelo Timão: 30

Clubes: Cruzeiro, PSV

(HOL), Barcelona (ESP),

Internazionale (ITA),

Real Madrid (ESP), Milan (ITA)

Títulos: Copa do Mundo (Seleção Brasileira - 1994,

2002), Mundial de Clubes (Real Madrid - 2002), Camp.

Espanhol (Real Madrid - 2003), Copa da Espanha

(Barcelona - 1997), Copa da Holanda (PSV - 1995),

Camp. Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009)

RoBERTo CaRlosRoberto Carlos da

Silva, 10 de abril de

1973, Garça (SP).

Altura: 1,68 m

Camisa: 6Jogos pelo Timão: 41

gols pelo Timão: 4Clubes: União São João,

Atlético-MG, Palmeiras,

Internazionale (ITA),

Real Madrid (ESP) e Fenerbahçe (TUR)

Títulos: Copa do Mundo (Seleção Brasileira - 2002), Copa

América (Seleção Brasileira - 1997/99), Copa das

Confederações (Seleção Brasileira - 1997), Camp.

Brasileiro (Palmeiras - 1993/94), Camp. Espanhol (Real

Madrid - 1997, 2001/03/07), Liga dos Campeões (Real

Madrid - 1998, 2000/02) e Mundial Interclubes (Real

Madrid - 1998 e 2002)

aDílsoN BaTisTaAdílson Dias Batista, 16

de março de 1968,

Adrianópolis (PR).

Tempo no Timão: 26/07/2010

estreia: Corinthians 1 a 1

Palmeiras – Campeonato

Brasileiro de 2010

Jogos: 6Vitórias: 3

empates: 1derrotas: 2Aproveitamento: 55,5%

Curiosidades: Foi

titular na final do

Mundial da Fifa de

2000, quando o Timão

bateu o Vasco e foi

campeão; cobra na

Justiça uma dívida

trabalhista do clube no

valor de R$ 500 mil

fiCHas TéCNiCas

Fernando Soutello/G

aveta Press

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ário Angelo/A

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ivulgação

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euters

“Zé da Fiel”Zé Elias nasceu em 25 de setembro de 1976, em SP. Jogou no Corinthians, como volante, de 1993 a 1996, 60 partidas oficiais e dois gols. Campeão Paulista e da Copa do Brasil em 1995. Atualmente, é comentarista da Rádio Globo (SP) e colunista do Timão – o Jornal da Fiel

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Evento foi marcado por longa queima de fogos de artifício, grande estrutura e elenco corinthiano, além da presença maciça da Fiel Torcida

Era para ser uma grande festa que marca-ria os 100 anos de existência do Corinthians, mas o que se viu na virada de terça-feira (31) para 1º de setembro, data em que o Timão foi fundado, foi um gigantesco espetáculo, típico das viradas de ano na avenida Paulista, car-tão-postal de São Paulo.

A diretoria do clube estimava a participação de 50 mil torcedores no vale do Anhangabaú na última noite, mas aproximadamente 130 mil pessoas estiveram presentes para festejar.

No começo da tarde de terça, antes mesmo da festa começar, a polícia recebeu denúncia anônima sobre um objeto suspeito que havia sido abadonado no vale do Anhangabaú. Após varredura do Gate (Grupo de Ações Táticas Es-peciais), o local foi liberado para os torcedores, que começaram a se concentrar no local às 17h. Enquanto o Anhangabaú era pintando de preto e branco, o presidente Lula recebia de Andrés Sanchez a camisa oficial do Centenário, acom-panhada do título de Cidadão Corinthiano.

A festa foi comandada por Neto, um dos gran-des ídolos da Fiel. O ex-camisa 10 recepcionou seu ex-colega de elenco Ronaldo, goleiro titular do Timão entre 1988 e 1998, que reeditou sua banda Ronaldo e os Impedidos agitando a festa com muito rock and roll. Outros corinthianos se apresentaram na festa alvinegra, como os ra-ppers Xis e Rappin Hood, as cantoras Negra Li e Paula Lima, a dupla Maria Cecilia e Rodolfo e os grupos Exaltasamba e Nuwance.

RÉVeILLON ALVINegRO FAZ A FeSTA NO SHOw dA VIRAdA dO CeNTeNáRIO

CeLSO UNZeLTe LANçA A “BíBLIA CORINTIANA”

Na noite de ontem (31), foi realizada na Fnac da Avenida Paulista a festa de lança-mento da Bíblia do Corintiano, escrita pelo jornalista Celso Unzelte. O livro, em forma-to de bíblia, vem dentro de um estojo que acomoda também mais de 30 reproduções de documentos históricos, como ingres-sos e capas de jornais de dias seguintes às grandes conquistas do clube. A publicação é um produto oficial licenciado pelo clube.

mARCO de FUNdAçÃO ReVITALIZAdO

A diretoria do Corinthians anunciou a revitalização do marco de fundação do clube, na esquina das ruas José Paulino e Cônego Martins, no bairro do Bom Re-tiro, em São Paulo.

O torcedor está convidado a participar da festa levando lampiões, objeto símbolo da fundação do clube. O evento aconte-cerá hoje, às 19h10. Esperam-se cerca de 10 mil corinthianos no local.

ABRAçO FIeL NO dIA dO CORINTHIANS

Encerrando as festividades no dia em que o Timão completa 100 anos, será realizada hoje, no Parque São Jorge, a partir das 21h, o Abraço Fiel. A concen-tração para o evento será no estacio-namento do clube, com música de trio elétrico e queima de fogos. A Fiel Torcida está convidada a abraçar o clube e dar os últimos parabéns nos festejos de co-memoração do Centenário.

EmoçãoQuando o elenco corinthiano subiu ao palco,

o capitão William falou aos milhares de fieis pre-sentes, mas o grande momento da festa foi a ho-menagem feita ao atacante Ronaldo. O Fenômeno recebeu das mãos do governador de São Paulo, Al-berto Goldman, o título de cidadão paulistano pela Câmara Municipal. Enquanto seus gols passavam no gigantesco telão exibido na festa, a torcida ova-cionava o ídolo, que emocionado declarou seu amor ao clube. “Eu não poderia imaginar passar por essa vida sem vestir essa camisa. É um sonho realizado. Sou o homem mais feliz do mundo!”.

Alguns minutos antes da meia-noite, teve início a contagem regressiva para o Centená-rio. Ao som da bateria unificada das torcidas, o hino corinthiano foi cantado por dezenas de milhares de vozes. O réveillon preto e bran-co do Corinthians foi marcado por uma lon-ga queima de fogos por toda a cidade de São Paulo. E o maior presente de aniversário ainda viria da boca do presidente do clube. Andrés anunciou oficialmente o estádio corinthiano, em Itaquera, provável sede da abertura da pró-xima Copa do Mundo (ver mais na pág. 14).

CeNTeNáRIOCLUBe©

Daniel A

ugusto Jr./Ag. C

orinthians

Ídolos do passado e do atual elenco desejaram “Feliz Corinthians” a cerca de 130 mil fiéis

Parabéns, Timão: jogadores de todos os tempos estiveram presentes aa festa do vale do Anhangabaú

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10+GaLEria DE ÍDOLOS

DO SécuLO

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10+DO SécuLO

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DEl DEBBio

TElECoNECo

ARmAnDo DEl DEbbIoSAnToS, 2 DE novEmbRo DE 1904 – São PAulo, 8 DE mAIo DE 1984

Corinthians – Jogador: de 1922 a 1931 e de 1936 a 1939. 215 jogos (143 V, 31 E, 41 D) e 2 gols. 8 títulos paulis-tas (1922, 23, 24, 28, 29, 30, 37 e 39). Técnico: de 1939 a 1942, 1947 a 1948 e 1963. 175 jogos (114 V, 35 E, 36 D). 3 títulos paulistas (1938, 39 e 41).Del Debbio foi mais um ídolo nascido dentro do Corinthians. Vindo do se-gundo quadro do clube, conquistou a posição de zagueiro titular com ape-nas 18 anos, no Paulistão de 1922, condição que manteve até sua trans-ferência para o Lazio, da Itália, em 1931. Nesta primeira passagem pelo Timão, Del Debbio foi campeão pau-lista seis vezes e formou uma linha de defesa fantástica ao lado do golei-ro Tuffy e do zagueiro Grané. Quando voltou da Itália, Del Debbio ajudou no título do Paulista de 1937. No ano seguinte assumiu a função de técnico e levantou mais um troféu. Na conquista, entrou em campo na vitó-ria por 2 a 1 sobre o Ypiranga, e se tornou parte do plantel campeão.Como técnico, Del Debbio é o recor-dista de vitórias pelo Timão.

uRIEl FERnAnDESuRIEl FERnAnDES, CuRITIbA, 12 DE novEmbRo DE 1913 - oSASCo, 22 DE Julho DE 2000

Corinthians – de 1934 a 1944. 246 jo-gos (155 V, 38 E, 53 D) e 251 gols. 4 títulos paulistas (1937, 38, 39 e 41).Se Pelé foi o maior artilheiro da histó-ria do futebol, os corinthianos podem se orgulhar de ter um centroavante com média de gols maior que a do Rei do Futebol. Pelo Timãom Teleco este-ve em campo 246 vezes e balançou as redes adversárias em 251 oportu-nidades. Uma média de 1,02 gol por jogo, contra 0,93 de Pelé.Paranaense, Uriel Fernandes, que recebeu da avó o apelido de Teleco, jogava no Britânia Sport Club – que, após muitas fusões, se tornaria o atual Paraná Clube – antes de chegar ao Corinthians. No Alvinegro, foi cam-peão paulista quatro vezes e artilhei-ro em cinco oportunidades. No Pau-listão de 1939, Teleco marcou 32 gols, até então recorde do campeonato.Teleco deixou o Corinthians para jo-gar no Santos e Juventus, mas não se despediu de vez do clube. Entre 1967 e 1991 foi o responsável pela manutenção de sala de troféus do Parque São Jorge.

mAnuEl nunES São PAulo, 7 DE mARço DE 1895 - 31 DE mAIo DE 1977.

Corinthians – de 1913 a 1930. 296 jo-gos (215 V, 35 E, 46 D) e 235 gols. 8 títulos paulistas (1914, 16, 22, 23, 24, 28, 29* e 30). * Não disputou nenhum jogo no CampeonatoNeco começou no terceiro quadro do Corinthians, em 1911, e, dois anos de-pois subiu à equipe principal.No Paulista de 1914, primeiro título da história do clube, foi o protagonista alvinegro: nas dez vitórias do Corin-thians no torneio, o atacante marcou em oito e foi o artilheiro geral, com 12.Durante crise financeira do Corinthians, em 1915, Neco, que estava no Macken-zie, teria participado de um “assalto” à sede para esconder os bens do clube em local seguro para que os credores não pudessem levá-los. Com a cara do Corinthians, Manoel Nunes é o recordista de tempo de clube, 17 anos. Primeiro grande ídolo da Fiel, o polivalente atleta (jogou de meia, ponta-esquerda e centroavan-te) foi também o primeiro jogador a ser homenageado com um busto no Parque São Jorge.

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ClauDiooRECo

luIz TRoChIlloSão PAulo, 7 DE mARço DE 1930 A 17 DE JAnEIRo DE 1998

Corinthians – de 1948 a 1960 e de 1964 a 1967. 604 jogos (358 V, 130 E, 115 D) e 175 gols. 3 Rio-São Paulo (1950,53 e 54), 3 títulos paulistas (1951, 52 e 54) e 1 Pequena Taça do Mundo (1953).Luiz Trochillo ficou conhecido pela Fiel como o Pequeno Polegar. O apelido se deu por sua estatura, apenas 1,64 m. Meia-direita abusado, aguerrido e pro-vocador, Luizinho começou e terminou a carreira profissional no Corinthians, com apenas uma passagem pelo Juven-tus. “Sofri demais, não queria enfrentar o Corinthians. E foi 3 a 2 para eles, quer dizer, para nós, sei lá”, disse sobre o ter-ceiro jogo contra o time do coração.Foi de Luizinho o gol do último título do Corinthians antes do período de 22 anos sem conquistas, na final do Pau-listão de 1954, de cabeça (!), contra o Palmeiras. O Verdão foi sua principal vítima: é o maior artilheiro da história do derby, com 21 gols. Reza a lenda que em um confronto com o Palmei-ras, Luizinho deixou Luiz Villa caído no chão após um drible e debochou do rival sentando em cima da bola.Em 1996, jogou cinco minutos contra o Coritiba, na estréia de Edmundo.

CláuDIo ChRISTóvAm DE PInhoSAnToS, 18 DE Junho DE 1922 - 1 DE mAIo DE 2000

Corinthians – de 1945 a 1957. 549 jo-gos (352 V, 105 E, 92 D) e 305 gols. 3 Torneios Rio-São Paulo (1950, 53 e 54), 3 títulos paulistas (1951, 52 e 54) e 1 Pequena Taça do Mundo (1953).Já foram contabilizados 10043 gols pelo Sport Club Corinthians Paulis-ta em cem anos de história. Desses mais de 10 mil gols, ninguém colabo-rou mais que Cláudio Christovam de Pinho, o ponta-direita que marcou 305 vezes com a camisa corinthiana.Chamado de “Gerente” pela imprensa e torcida, devido sua liderança dentro de campo, Cláudio só conquistou tí-tulos na década de 50: como capitão, levantou sete taças e participou da fantástica linha de ataque ao lado de Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário.Cláudio foi campeão sul-americano em 1949 pela seleção brasileira. Sua não convocação para a Copa do Mundo de 1950 foi muito criticada à época, pois o treinador Flavio Costa preferiu levar o lateral direito Alfredo para o seu lugar.O maior artilheiro do Timão, contudo, co-meçou a carreira no Santos e teve ainda passagens por Palmeiras e São Paulo.

vAlDEmAR RoDRIGuES mARTInSSAnTA mARIA (RS), 13 DE Ju-nho DE 1932 - ITuvERAvA (SP), 3 DE AbRIl 1985

Corinthians – de 1957 a 1965. 408 jo-gos (222 V, 89 E, 97 D) e 3 gols. Oreco esteve no Corinthians em um momento difícil de nossa história. Pas-sou oito anos no clube sem conseguir ser campeão uma vez sequer, mas tem como alento ter sido o primeiro alvine-gro, ao lado do goleiro Gilmar, a inte-grar o plantel da seleção brasileira em títulos de Copa do Mundo, em 1958. E só não repetiu o feito em 1962 porque se machucou às vésperas da Copa.Chegou do Internacional como lateral esquerdo – considerado por muitos o melhor do futebol brasileiro depois de Nilton Santos –, mas no Corinthians jogou também como zagueiro. Foi um dos símbolos da raça corinthiana e um dos maiores responsáveis pela Taça dos Invictos, em 1957, a única que conquistou pelo Timão. Saiu do Corinthians para atuar no Millonarios, da Colombia, país que na época tinha um campeonato local fortíssimo. Faleceu em 1985, quando sentiu um mal súbito durante uma partida de futebol de veteranos.

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RobERTo RIvEllInoSão PAulo, 1 DE JAnEIRo DE 1946

Corinthians – de 1965 a 1974. 474 jogos (238 V, 136 E, 100 D) e 144 gols. 1 Torneio Rio-São Paulo (1966*). * Dividido com Bota-fogo, Santos e Vasco.Em cem anos de Corinthians, Roberto Rivellino é considerado por muitos o atleta mais talentoso que já vestiu o manto alvinegro. Desproporcional à qualidade técnica de Riva está a quantidade de títulos conquistados no Timão: apenas um Rio-São Paulo divi-dido com outros três times.Rivelino é mais um craque nascido nas categorias de base do clube. Estreou com 19 anos e assumiu a camisa 10, com a qual ficaria até a fatídica derrota para o Palmeiras na final do Paulistão de 74. Re-verenciado como ídolo e líder da equipe, Rivellino perdeu a bola que gerou o contra-ataque do gol verde. A torcida não o perdoou, e, para nossa tristeza, Riva foi desfilar o seu talento no Fluminense.Os passes mágicos, lançamentos certeiros, chutes demolidores e o recém inventado drible elástico, no entanto, marcaram os quase dez anos do Reizinho do Parque na meia-esquerda do Timão. Em 1970, Rivellino – que no México recebeu o apelido de Patada Atômi-ca – foi o representante corinthiano, junto do goleiro Ado, na conquis-ta do inédito e invicto tricampeonato mundial da seleção brasileira.

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80 sóCRaTEs

SóCRATES bRASIlEIRo SAmPAIo DE SouzA vIEIRA DE olIvEIRAbElÉm (PA), 19 DE FEvEREIRo DE 1954

Corinthians – de 1978 a 1984. 298 jogos (153 V, 90 E, 55 D) e 172 gols. 3 títulos paulistas (1979, 82 e 83).Sócrates já chegou Doutor no Corinthians. Com 24 anos e for-mado em medicina, o meia aparentemente desengonçado, alto e muito magro foi comprado do Botafogo de Ribeirão Preto por meio de uma malandragem de Vicente Matheus, que correu na frente da diretoria do São Paulo, também interessada no jogador (o então presidente marcou uma reunião com os tricolores para negociar a compra do volante Chicão e deu um chá de cadeira), e viajou para Ribeirão Preto para fechar o contratoSe Sócrates ainda não era uma estrela no Paulistão de 79, no bi-campeonato de 82 e 83 foi líder, capitão e craque do time. O toque de bola genial, os passes de calcanhar e sua inteligência rara com-pensavam a pouca dedicação à vida de atleta: era visto constante-mente fumando e tomando cerveja, práticas que nunca negou.Um dos capítulos mais gloriosos da história do Corinthians tam-bém teve o dedo de Sócrates. O movimento Democracia Corin-thiana, que o meia liderou junto de Wladimir e Casagrande, foi um marco no processo de democratização brasileira na década de 80. Foi também um dos expoentes da seleção brasileira que encantou o mundo na Copa de 1982.O Magrão deixou o Corinthians para jogar na Fiorentina, da Itália, em 1984, mas continuou declarando seu amor pelo Timão.

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GaLEria DE ÍDOLOSa

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0 NEToJoSÉ FERREIRA nEToSAnTo AnTônIo DE PoSSE, 9 DE SETEmbRo DE 1966

Corinthians – de 1989 a 1993 e 1996 a 1997. 228 jogos (105 V, 74 E, 49 D) e 80 gols. 1 título paulista (1997) e 1 brasileiro (1990).Copa do Mundo da França, em 1998. Em campo estavam Es-panha e Argélia quando, no Estádio La Beaujoire, em Nantes, foi estendida a faixa “Neto, o Eterno Xodó da Fiel”, que ficou à mostra para mais de cem países no mundo todo. Essa é uma prova da relação de amor da nação corinthiana com o talentoso e polêmico meia esquerda.José Ferreira Neto se tornou o Xodó da Fiel em 1990, quando ele marcou nove dos 23 gols do Corinthians na campanha do pri-meiro título nacional da história do clube. Além de muito técnico, Neto foi também um exemplo de raça: sabendo de sua impor-tância para o time, entrou em campo lesionado contra o Bahia, na semifinal, e marcou o gol da vitória. Foi, ainda, o capitão que ergueu a taça na final.E o Corinthians deve a Emerson Leão, desafeto de Neto, a che-gada do craque ao Parque São Jorge. O meia estava no Palmei-ras quando Leão era o técnico. Após série de problemas de re-lacionamento entre os dois, o Corinthians ofereceu uma troca ao Verdão: Dida e Ribamar por Neto e Denys. Eles aceitaram, para alegria da Fiel – e do próprio Neto, declaradamente corinthiano.Além de Palmeiras, Neto atuou também por Guarani, Bangu, São Paulo e Santos, antes de regressar ao time do coração. Mesmo fora de forma, foi um reserva útil no título do Paulista de 97.

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00 MaRCEliNHo

CaRioCamARCElo PEREIRA SuRCInRIo DE JAnEIRo, 31 DE DEzEmbRo DE 1971

Corinthians – de 1994 a 1997, de 1998 a 2001 e 2006. 435 jogos (212 V, 110 E, 113 D) e 206 gols. 4 títulos paulistas (1995, 97, 99 e 2001), 1 Copa do Brasil (1995), 2 Brasileiros (1998 e 99) e 1 Mundial de Clubes (2000).Para muitos, Marcelinho é o maior ídolo da história corinthiana e por isso o Pé de Anjo número dois (o primeiro sempre será Basí-lio) foi o escolhido para ser o Senhor Centenário.Em sua primeira passagem pelo clube, comprado junto ao Fla-mengo, Marcelinho virou Marcelinho Carioca e se identificou com a nação alvinegra. Gols, títulos e muita personalidade agradaram à torcida, até ele ser vendido ao Valencia, da Espanha, por US$ 7 milhões. E foi justamente graças a ela, a torcida, que o camisa 7 voltou ao time cuja camisa é sua segunda pele.A Federação Paulista comprou o passe do jogador e promoveu a campanha Disk-Marcelinho. A Fiel votou em peso e, com 62,5% dos votos, trouxe o craque de volta. Mais títulos vieram, em es-pecial dois Brasileirões e o Mundial da Fifa. No entanto, a saída foi pela porta dos fundos. Uma briga com o resto do elenco, princi-palmente com Ricardinho, fez Marcelinho ser dispensado.Recontratado em 2006, jogou mal, arrumou brigas e foi novamen-te dispensado. A despedida, digna, foi realizada esse ano contra o Huracán, da Argentina, no Pacaembu. pOr Luiz feLipe siLva

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CeNTeNáRIOCeNTeNáRIO

O CAmPeÃO dOS CAmPeÕeS

Os corinthianos já podem estufar o peito e gritar para o mundo: o Corinthians é o cam-peão dos campeões. Na noite de sexta-feira

(14), a equipe de Edílson, Marcelinho Carioca e Rincón bateu o Vasco de Romário e Edmundo nos pênaltis e foi campeã do primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa.

A partida, que só foi decidida nos pênaltis (4 a 3), terminou sem gols, tanto no tempo regulamentar quanto na prorrogação. Mesmo com o placar zerado, corinthianos e vascaínos criaram boas chances de gol em um Maracanã com mais de 70 mil pagantes.

O jogo foi muito duro e pegado. Os corinthia-nos viram o time carioca, atuando em casa, come-çar melhor a partida e quase abrir o placar logo no começo, com Romário, de cabeça após cobrança de escanteio. Mas o Corinthians tratou de dar o troco e Luizão chutou cruzado com muito perigo para o gol de Helton. Tudo isso em apenas quatro minutos!

Com o apoio da torcida, o Vasco pressionava mais e dominava a partida. Os cruzmaltinos tiveram claras chances de gol com Edmundo, Romário e Ju-ninho, mas havia uma muralha no gol corinthiano: Dida. Quando não era ele que salvava, lá estava o zagueiro Adílson para impedir o gol vascaíno. Mes-

mo com o domínio dos cariocas, quem quase abriu o placar foi o Timão. Em belo contra-ataque, aos 37 minutos, o goleiro vascaíno Helton se esticou todo para defender o chute do Pé-de-Anjo.

O segundo tempo começou tão movimentado quanto o fim do primeiro. O Corinthians estava com fome de jogo – com fome de título. Edílson assustou a torcida vascaína, ao arrematar rente à trave direita.

A decisão do mundial estava sofrida, como o co-

Vitória nos pênaltis sobre o Vasco dá ao Corinthians o primeiro título mundial de sua história rinthiano gosta. Marcelinho Carioca e Luizão qua-se marcaram, exigindo boas defesas do goleiro do Vasco antes do apito do árbitro holandês Dick Jol encerrando o tempo regulamentar.

Na prorrogação, mais nervosismo para os torce-dores de ambos os lados. Valia o gol de ouro, ou seja, quem marcasse levava o caneco para casa. Logo no começo, Alex Oliveira quase acaba com a euforia co-rinthiana ao cobrar falta com perigo, exigindo boa de-fesa de Dida. Cansadas, as duas equipes afrouxaram o ritmo e cozinharam o jogo até a disputa de pênaltis.

Nas cobranças, Rincón fez 1 a 0 em um chutes daqueles que dão frio na espinha da Fiel. Romário empatou para o Vasco. Em seguida, Fernando Baia-no e Luizão, para o Corinthians, e Alex Oliveira, para o Vasco, anotaram suas cobranças.

Então, brilhou a estrela do nosso paredão: Dida pegou o pênalti de Gilberto. Edu aumentou para 4 a 2 e o título estava cada vez mais próximo! Viola fez para o Vasco e Marcelinho teve a chance de selar a vitória, mas Helton defendeu a penalidade.

Era a vez do Vasco cobrar. Edmundo correu para a bola, bateu e...pra fora! O Corinthians conquista o mundo. Somos, de fato, o campeão dos campões.pOr aLexandre Ciszewski

edmundo correu para a bola, bateu e... pra fora!

O Corinthians é o primeiro campeão

mundial de um torneio organizado pela Fifa

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Freddy Rincón recebe a taça de Joseph Blatter, presidente da Fifa, e a ergue em pleno Maracanã

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CORINTHIANS

1 - Dida2 - Índio

3 - Adílson16 - Fábio Luciano

6- Kléber8- Rincón

5- Vampeta (23- Gilmar)11- Ricardinho (20- Edu)

7 - Marcelinho10 - Edílson

(17- Fernando Baiano)9 - Luizão

téCniCO OswaLdO de OLiveira

VASCO

12 - Hélton15 - Paulo Miranda

3 - Odvan4 - Mauro Galvão e

13 - Gilberto5 - Amaral6 - Felipe

(23- Alex Oliveira)8 - Juninho (19 - Viola) 9 -Ramon (7 - Donizete)

10 - Edmundo11 - Romário

téCniCO antôniO LOpes

árbitrO: Dick Jol (Holanda)

LOCaL: Estádio do Maracanã,

no Rio de Janeiro (RJ)

data: 14/01/2000

púbLiCO: 73.000 pagantes

renda: não divulgada

GOLs: COR 0 (4) X (2) 0 VAS

DiDa: 8,5 – Fechou o gol do Timão e tranquilizou a defesa corinthiana

ÍnDiO: 7 – Partida discreta. Não apoiou o ataque, mas cuidou bem de suas funções defensivas

aDÍLSOn: 8 – Fez desarmes importantíssimos. Sempre no lugar certo e na hora certa

fábiO LucianO: 7,5 – Sólido na marcação, não deu espaços para os atacantes vascaínos

KLébEr: 7 – Sem brilho, mas eficiente na marcação e no apoio ao ataque

rincón: 8 – O paredão do meio-campo alvinegro. Liderança fundamental nos momentos mais nervosos do jogo

vampEta: 7 – Ajudou a fechar o meio-campo com marcação forte, bom toque de bola e chegada ao ataque

GiLmar: Jogou pouco. Sem nota

ricarDinhO: 6,5 – Sem brilho, mas articulou bem a equipe

EDu: 7,5 – Entrou no segundo tempo e ajudou no meio-campo, com forte marcação e distribuição de bolas

marcELinhO cariOca: 8 – Deu trabalho para o goleiro Hélton

EDÍLSOn: 8,5 – Puxou contra-ataques, partiu pra cima do Vasco e deu belos chutes

fErnanDO baianO: Entrou só para bater o pênalti. Sem nota

LuiZãO: 8 – Movimentou-se bem no ataque, deixando-se à disposição para os companheiros

OSwaLDO DE OLivEira: 8 – Soube mexer na hora certa e suportou a pressão de um Maracanã lotado

caminhO até O tÍtuLO5/1Corinthians 2 x 0 Raja Casablanca (Marrocos)Luizão, aos 5’, e Fábio Luciano, aos 19’ do 2º

7/1Real Madrid (Espanha) 2 x 2 CorinthiansAnelka, aos 19’ do 1º e 26’ do 2º, e edílson,

aos 28’ do 1º e 19’ do 2º

10/1Al-Nasser (Arábia Saudita) 0 x 2 CorinthiansRicardinho, aos 24’ do 1º, e Rincón,

aos 36’ do 2º

14 /01Corinthians 0 (4) x (3) 0 Vasco

04’ Luizão chuta cruzado com muito perigo para

o gol de Helton

13’ Edílson cruza da direita para Luizão, no meio da

área, que arremata para longe

18’ Paulo Miranda recebe de Juninho e manda um

petardo. A bola pega a rede pelo lado de fora

20’ Felipe passa por três defensores corinthianos

e rola a bola para Edmundo, que chuta forte. A bola tinha endereço certo, mas Adílson tira na hora agá

37’ Marcelinho Carioca entra na área após rápido

contra-ataque e chuta de primeira. Helton defende

50’ Edílson assusta a torcida vascaína com um remate

que passa rente à trave direita de Helton

65’ Romário passa para Juninho que fica cara

a cara com Dida. O meia, que esperava tabela com o Baixinho, tocou no vazio

69’ Marcelinho Carioca cobra escanteio

venenoso e quase marca gol olímpico. Helton chega à bola de mão trocada

NoTas MElHoREs MoMENTos

DiDa Fechou o gol

durante a

partida e pegou

até pênalti na

série final

PERsoNagENs

fiCHa TéCNiCa

MaRCEliNHo CaRioCa Apesar de ter

perdido o pênalti,

quase fez um belo

gol olímpico

EDílsoN O capetinha

infernizou a

zaga do Vasco

e jogou demais

no Mundial

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CeNTeNáRIOCLUBe

Nossa CASA

A gora é oficial. O Sport Club Corinthians Paulista terá sua casa própria. Ou melhor, o Corinthians vai levantar – sem qualquer ajuda de dinheiro público, de acordo com a diretoria do clube – a sua terceira casa, afinal

a Fazendinha já é nossa e o Pacaembu será sempre o nosso Vaticano. O novo estádio será construído em um dos mais corinthianos espaços de São Paulo, Itaquera, na zona leste, e terá espaço para 48 mil fieis.

Mais: a arena do Timão deverá ser também a casa de São Paulo na Copa do Mundo de 2014. Na última sexta-feira (27), o governador de São Paulo, Alberto Goldman, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, anunciaram que o Fielzão é a única alternativa de São Paulo para sediar a abertura do Mundial. Para isso, porém, o estádio precisa ter ao menos 65 mil lu-gares numerados. A solução mais provável é a instalação de arquibancadas remo-víveis – estilo Tobogã – atrás dos gols, com espaço para 10 mil lugares cada uma.

O projeto inicial prevê que a arena tenha 48 mil lugares devido ao preço de construção e manutenção. Em parceria com a empreiteira Odebrecht, o Corin-thians prevê um gasto de R$ 335 milhões para concluir a obra. Os 20 mil lugares a mais, que seriam instalados para a Copa do Mundo, acresceriam o orçamento em R$ 170 milhões, gasto com o qual o clube promete não arcar. O projeto ainda precisa ser aprovado pelos padrões técnicos da Fifa para ser oficializado como estádio de Copa do Mundo.

Independente da Copa, na engenharia financeira bolada pelo clube, os R$ 335 milhões que a Odebrecht irá gastar para concluir a obra serão pagos apenas com a venda dos naming rights (direitos sobre o nome do estádio) dentro de dez anos. Caso o valor arrecadado não atinja o investido pela empreiteira, o clube se responsabiliza por pagar a diferença – embora a diretoria afirme ser possível recuperar o valor em apenas três anos.

O terreno utilizado para a obra tem cerca de 197 mil m² e faz parte do espa-ço cedido pela Prefeitura de São Paulo ao Corinthians, em 1978, em concessão válida por 90 anos para que o clube construísse seu estádio. O local já passa por processo de terraplanagem. O projeto está sob responsabilidade do escritório carioca CDCA, dos arquitetos Aníbal Coutinho, Antonio Paulo Cordeiro e Lou-renço Diegues, e previsto para ser inaugurado em setembro de 2013.

Novo perfil de torcedorO torcedor de estádio ocasional está com os dias contados. Segundo Andrés

Sanchez e Luis Paulo Rosenberg, presidente e vice-presidente de marketing, a ideia é que os ingressos dos jogos no futuro Fielzão não sejam sequer comer-cializados em bilheteria, mas sim entre os sócios-torcedores. Conforme o pro-grama – hoje com 48 mil associados – cresça, a capacidade do estádio crescerá junto, até o limite de 70 mil lugares em até 20 anos. pOr Luiz feLipe siLva

Corinthians oficializa acordo para levantar estádio com capacidade de 48 mil pessoas. Arena deverá sediar abertura da Copa

cOnhEça itaQuEraItaquera é um distrito paulistano localizado na zona leste da cidade e conheci-

do por ser uma das regiões mais corinthianas de São Paulo. Lá vivem 200 mil

habitantes, com uma renda média de R$ 1.058,87 e IDH (índice que mede a

qualidade de vida) de 0,795, o 76º mais bem avaliado na capital paulista,

segundo dados obtidos em 2000 pela Prefeitura.

O bairro, além de ser presenteado com o estádio do Timão, também será a

casa do nosso futuro CT, considerado por Andrés Sanchez e Ronaldo como um

dos maiores e mais modernos do mundo.

O TimãO – O JOrnal da Fiel mostra como chegar à futura casa alvinegra:

TRaNsPoRTE PúBliCo

Itaquera conta com dois sistemas de transporte sobre trilhos. O Metrô chega

ao distrito pela linha 3 – Vermelha, que liga as estações terminais Barra

Funda e Corinthians-Itaquera. Quem chega da zona oeste ou faz a integração

entre as linhas Azul e Vermelha, na estação Sé, deve seguir sentido

Corinthians - Itaquera, última parada do trem.

No mesmo local onde fica a estação de Metrô está a parada

Corinthians-Itaquera da CPTM, que pertence à linha 11 – Coral, com início

em parceria com a empreiteira Odebrecht, o Corinthians prevê um gasto de R$ 335

milhões para concluir a obra

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tODOS OS EStáDiOS DO timãO

Data de 1928 a inauguração da primeira casa alvinegra (embora o Timão já ti-

vesse mandado jogos no Campo do Lenheiro e no Campo da Ponte Grande). O

Parque São Jorge, Fazendinha, ou, para os menos íntimos, Estádio Alfredo

Schürig, foi aberto no dia 22 de julho daquele ano, em um empate por 2 a 2 entre

Corinthians e América-RJ. Com capacidade para pouco mais de 18 mil pessoas,

a Fazendinha deixou de ser a melhor opção do time principal há décadas.

O Parque São Jorge era o maior estádio da capital quando foi construido,

mas nunca representou a grandeza do Corinthians. “O nosso campo de fu-

tebol, sejamos sinceros, não está à altura do Corinthians. É inadiável a

construção de um estádio de verdade, do qual possamos nos orgulhar”,

dizia o editorial da revista Corinthians, Órgão Oficial do clube, em março

de 1953. De lá pra cá, muitas foram as tentativas de levantar uma casa à

altura da Fiel. Vejas as principais:

CoRiNTHião – Presidente do Corinthians entre 1961 e 1971, Wadih Helu

prometeu que seria o responsável por levantar o estádio do Timão. Em 1965, Helu

se interessou em usar o espaço pertencente ao clube na marginal Tietê, na altura

do Tatuapé, para construir o Corinthião, que teria capacidade para 133 mil pesso-

as. Chegou-se a vender carnês à torcida para arrecadar fundos para a obra.

fazENDão – Vicente Matheus foi o recordista de projetos furados. A pri-

meira ideia de Matheus era reformar a Fazendinha e ampliá-la para 120 mil pesso-

as. Não conseguiu, mas o projeto ficou guardado com Alberto Dualib, que, na dé-

cada de 90, quase levou a parceira Hicks Muse a fazer do Parque São Jorge uma

moderna arena – o resultado foi mais uma furada. A última foi na própria gestão

de Sanchez: enquanto o estádio desejado não saísse, o clube usaria a Fazendinha

para mandar jogos menores. A responsável pela obra seria a Luso Arenas – o pro-

jeto ainda está em andamento.

RaPosão – Ainda na gestão Dualib, entre 1999 e 2001, a parceira Hicks

Muse, após desistir de modernizar a Fazendinha, decidiu investir US$ 60 milhões

em uma arena que seria construída no 18,5 km da rodovia Raposo Tavares. O pro-

jeto para 45 mil corinthianos seria um espaço de diversas atividades, como res-

taurantes, bares, lojas e museus. Não vingou porque a parceria foi desfeita.

Msi aRENa – Mais uma vez a parceira nos deixa na mão. A MSI, do irania-

no Kia Jorabchian, prometeu ser a responsável pelo milagre da nossa casa pró-

pria, em 2006. A ideia era comprar um terreno nas margens da Marginal Pinhei-

ros, altura da atual Ponte Estaiada, e levantar uma arena com capacidade para 55

mil pessoas, com shopping center e disponibilidade para shows.

PaCaEMBu – Pelo menos em três oportunidades, o Corinthians quis ar-

rendar o Pacaembu. A primeira aconteceu há 40 anos, ainda com Wadih Helu. A

segunda foi na gestão da MSI: o plano A de Kia Joorabchian era comprar o está-

dio. A última tentativa ocorreu entre 2008 e 2009, para a concessão do Pacaem-

bu ao clube por 60 anos. Em todas as oportunidades, os planos fracassaram.

iTaquERão – Em 1978, Vicente Matheus fechou acordo com a Prefeitura

de São Paulo para ficar com o terreno de 200 mil m² em Itaquera desde que cons-

truísse o estádio do Timão. O sonho era megalomaníaco: uma casa que coubesse

200 mil fieis, sendo 110 mil lugares só de arquibancada. O projeto teve venda de

carnês, instalação de pedra fundamental e até jogo marcado: a estreia seria em

1982, entre Corinthians e a seleção vencedora da Copa do Mundo do mesmo ano.

na estação Luz e integração com diversas linhas de trens paulistas.

Quem mora nas proximidades da região conta com mais de 20 linhas de

ônibus regulares que passam em frente ao futuro estádio do clube, na av.

Miguel Inácio Curi.

TRaNsPoRTE PaRTiCulaRO estádio prevê, em projeto inicial, 2100 vagas de estacionamento para

torcedores. O espaço nos arredores sinaliza com abertura de novos

estacionamentos particulares e bolsões de carros.

Quem planejar ir ao Fielzão pela marginal Tietê deve pegar a entrada para a

rodovia Ayrton Senna e, em seguida, seguir para a av. Jacú Pêssego. Então,

pegar, à direita, a rua Padre Viegas de Menezes, rua Tomasso Ferrara e, enfim,

a rua Dr. Luis Aires, uma das vias de acesso ao estádio.

Já os fieis que estiverem no corredor norte-aul ou vierem do Grande ABC

paulista devem pegar a Radial Leste, passar pelos viadutos até cair na av.

Alcântara Machado, e seguir nas av. Conde de Frontin e av. Antonio Estevão de

Soares. O trajeto leva à rua Dr. Luis Aires, uma das vias de acesso ao estádio.

Corinthianos que vierem direto do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos,

devem pegar a rodovia Hélio Smidt e entrar em São Paulo via rodovia Ayrton

Senna, sentido litoral, e virar à direita na av. Jacu Pêssego. Virar à direita, a rua

Padre Viegas de Menezes, rua Tomasso Ferrara e, enfim, a rua Dr. Luis Aires.

Localizado em Itaquera, o novo estádio deve ficar

pronto em setembro de 2013

© D

ivulgação/Corinthians

Page 16: Jornal Timão - Centenário 01/09

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eU, FIeL!

ACONTeCeUNa esquina das ruas José Paulino (antiga rua dos Imigrantes) e Cô-nego Martins, sob a luz de lampi-ões, cinco operários se reuniram na madrugada do dia 31 de agos-to para 1º de setembro de 1910 a fim de montar um time de fute-bol. Mais oito amigos contribui-riam com 20 mil réis e fundaram o Sport Club Corinthians Paulis-ta, inspirado na equipe inglesa em turnê de sucesso pelo Brasil chamada Corinthian Team. Miguel Bataglia assumiu a presidência do clube e selou, desde o principio, o seu destino: “o Corinthians será o time do povo, e é o povo quem vai fazer esse time”.

1982, Democracia Corinthiana.Eu era vice-presidente de marketing do

Corinthians e meu filho Homero era um garoto pequeno, mas já corinthiano. Por via das duvidas, resolvi que não custava nada solidificar aquela sábia e fundamental opção do menino.

Meu plano se baseava na ideia de que Homero precisava entrar em campo com o time para sentir ao vivo a força da massa corin-thiana, preferencialmente de mãos dadas com os nossos três grandes ídolos da época: Sócrates, Wladimir e Casagrande. E, quem sabe, em um dia de uma goleada alvinegra.

Conversei com o “Ma-grão” sobre o assunto, e ele concordou com a mi-nha tese. Combinamos que o craque me sinalizaria a par-tida adequada para essa nobre operação, de acordo

com o comportamento da equipe alvinegra durante a semana, tanto sob o ponto de

vista técnico, quanto e, principalmente, do potencial do adversário.

No dia 2 de novembro de 1982, Sócrates me ligou dizendo: “É ama-nhã à noite”. Assim, Homero entrou em campo junto com o Corinthians da Democracia Corinthiana, que goleou o Juventus por 5 a 1 na noite daquela quarta-feira de novembro.

Homero é, nos dias de hoje, um corinthiano tão convicto e fanático

quanto eu, e adulto com suas próprias teses e convicções. Olhando para trás,

acredito que aquela noite da Demo-cracia Corinthiana foi o momento fun-damental para a sólida formação mo-ral e cívica do meu filho.

Do episódio de 82 extraio uma li-ção: nós corinthianos, independente-mente dos resultados, somos sempre vitoriosos. Mas quando organizados,

somos absolutamente imbatíveis.

de PAI PARA FILHO deSde 1910. e de 1982 TAmBÉm!

© A

lessandra Levtchenko

© R

eprodução/O C

omércio de S

ão Paulo

washinGtOn OLivettOWashington Luiz Olivetto, São Paulo, 29 de setembro de 1951.É publicitário formado pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Presidente e diretor de criação da agência W/Brasil foi o primeiro brasileiro a conquistar o Leão de Ouro do Festival de Cannes, o mais importante do segmento.Olivetto é autor dos livros “Corinthians é Preto no Branco” e “Corinthians x Outros”.

Acima, registro do jornal O Ocmércio de São Paulo que informa

o nascimento do Alvinegro. À direita, o primeiro presidente do

clube: Miguel Bataglia