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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 186 • 16 NOVEMBRO 2010 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO jornal regional Triângulo Amadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira PORTELA Abriu livraria só com livros de viagens Pág.9 CARVOEIRA Escola recolhe brinquedos para crianças hospitalizadas Pág.13 ODIVELAS 12º aniversário do concelho com polémica nas medalhas Pág.16 VILA FRANCA DE XIRA Novo hospital mais para lá do que para cá... Pág. 21 Pág.4 CRÍTICAS DE AUTARCAS DE TODOS OS PARTIDOS Parquímetros em Sacavém já geram contestação Pág.7 AMADORA A ciência ao virar da esquina

Jornal Triango Nº 186

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Jornal Triangulo Quinzenario

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Page 1: Jornal Triango Nº 186

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 186 • 16 NOVEMBRO 2010 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO

jornal regional

TriânguloAmadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira

PORTELA

Abriu livraria sócom livros de viagens

Pág.9

CARVOEIRA

Escola recolhe brinquedospara crianças hospitalizadas

Pág.13

ODIVELAS

12º aniversário do concelhocom polémica nas medalhas

Pág.16

VILA FRANCA DE XIRA

Novo hospitalmais para lá

do que para cá...Pág. 21

Pág.4

CRÍTICAS DE AUTARCAS DE TODOS OS PARTIDOS

Parquímetros em Sacavémjá geram contestação Pág.7

AMADORA

A ciência ao virarda esquina

Page 2: Jornal Triango Nº 186

2 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULOACONTECEU...

VAI ACONTECER...

Sábado, 6 de Novembro

SÃO BRÁS – Foi inaugurada na Biblioteca Municipal Dr. Fernando Piteira Santos – Pólo da Boba, a exposição de assemblage “Objectos de Pandora”. Nesta exposição, Zé Neto explora a dinâmica entre o criador e a matéria-prima, utilizando materiais e objectos que, à primeira vista, já não teriam qualquer utilidade. A exposição está patente até 3 de Dezembro.

VILA FRANCA DE XIRA – A Lezíria Vilafranquense recebeu mais de mil árvores novas. São espécies autóctones, neste caso tamargueiras, que vão ser plantadas junto à margem do Tejo. A tamargueira é uma espécie nativa da região mediterrânea, que habita junto ao mar ou em zonas de água salobra. Por isso, a Vala da Caneja, na Lezíria Grande, foi o cenário indicado para esta acção de reflorestação da Lezíria, uma iniciativa que a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira levou a cabo em colaboração com a Associação dos Beneficiários da Lezíria Grande. As árvores foram doadas pela SIMTEJO e pela empresa de reboques Auto Bigodes.

FAMÕES - Com a presença da Academia Real da Pontinha, Famões Clube Atlético, Clube Canelada e Olivais e Silveirenses, bem como de Pedro Costa, capitão da equipa de futsal do Benfica, teve lugar um convívio nas instalações do Silveirenses. Nesse mesmo dia foi apresentado o equipamento oficial para a época 2010/2011, bem como a equipa sénior.

Segunda-feira, 8 de Novembro

ODIVELAS - A Câmara Municipal de Odivelas promove, na Biblioteca Municipal D. Dinis, de 8 a 30 de Novembro, o “SATE Online -Ateliês de Informática”, destinados aos alunos dos 3ºs, 4ºs, 5ºs e 6ºs anos das escolas do concelho de Odivelas. Estes Ateliês promovem competências de pesquisa na Internet, selecção e recolha de informação, bem como incentivam os alunos para a exploração deste serviço on-line. Este ateliê, realizado desde 2009, duas vezes por ano, já envolveu cerca de 700 alunos.

Terça-feira, 9 de Novembro

AMADORA - O presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo, recebeu o presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Dr. Aristides Lima. No âmbito da sua visita ao concelho, o presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde deslocou-se, às instalações da Associação Unidos de Cabo Verde no Casal da Mira, contactando de perto parte da comunidade cabo-verdiana do concelho.

Quarta-feira, 10 de Novembro

FALAGUEIRA - A ARQA - Associação de Arqueologia da Amadora

está a apresentar diversos documentários sobre arqueologia e património histórico. Desta feita foi exibido um documentário sobre o Homem do Gelo “Quem matou OTZI”, à qual se seguiu uma pequena tertúlia sobre o tema, com destaque para o contributo desta descoberta para o projecto “Clã de Carenque”.

VENTEIRA - Está em palco, nos Recreios da Amadora, até 21 de Novembro, a peça Demónios de Macbeth, a partir de textos de Macbeth, de William Shakespeare. A representação está a cargo do Teatro dos Aloés.

ODIVELAS - A Câmara Municipal de Odivelas, e a Confederação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, , assinaram o Protocolo «Formar e Qualificar para Melhor Dirigir». O Protocolo visa formar e acrescentar contributos valiosos aos conhecimentos dos dirigentes de associações culturais, recreativas, desportivas, sociais e juvenis. Compete à autarquia prestar o contributo financeiro e logístico, e à Confederação ceder formadores e planos para as acções de formação. A formação tem início no mês de Dezembro, prolongando-se até Março de 2011, e realiza-se no Centro de Exposições de Odivelas.

VILA FRANCA DE XIRA – Foi inaugurado, o conjunto toponímico “Rua Alfredo Keil/Largo Henrique Lopes de Mendonça”, autores do hino nacional. Estiveram presentes alunos do agrupamento de escolas Dr. Sousa Martins, de Vila Franca de Xira, da turma 6º A que entoaram “ A Portuguesa”, na sua versão oficial. A rua e o largo inaugurados, como homenagem aos dois republicanos que compuseram o hino, ficam na Quinta da Grinja.

Sexta-feira, 12 de Novembro

LOURES - Durante três dias decorreu a 5ª edição do Festival de Artes Marciais. Aulas Abertas, Workshops, Open de Artes Marciais e a Gala de Artes Marciais constituíram o programa do Festival que se distribuiu pelos Pavilhões Paz e Amizade e António Feliciano Bastos.

Sábado, 13 de Novembro

ODIVELAS- Decorreu mais uma palestra subordinado ao tema “Jardins e Sociedade”, com o objectivo de alertar o grande público para o tema da Biodiversidade e, em particular, para as questões directamente ligadas à relação do Homem com o ambiente que o envolve. A terceira palestra, intitulada “Alterações climáticas e jardins botânicos”, teve como oradora a Prof. Maria João Alcoforado – Universidade de Lisboa, Instituto Geográfico e Ordenamento do Território. O Ciclo de Palestras terá ainda mais uma sessão, a 11 Dezembro, com o tema: “Flora olissiponense e o Jardim de Famões” e as oradoras Joana Brehm da Universidade de Lisboa e Teresa Rego da C.M. de Odivelas.

AMADORA - Foi inaugurada, na Casa Roque Gameiro, a exposição de pintura “Sonho ou Realidade”, de Rui Cristino da Silva.Esta exposição revela-se uma verdadeira viagem através de paisagens com cariz bucólico, citadino, marítimo, histórico. Dos moinhos da Amadora às paisagens de Colares, passando por Coimbra e pela freguesia de Sandomil, o resultado é a singularidade que transparece em cada obra, peça única do universo criativo de Rui Cristino da Silva.

Domingo, 14 de Novembro

PÓVOA DE SANTA IRIA – Teve lugar a 6ª Dádiva de Sangue do ano de 2010, na sede da Associação de Dadores Benévolos de Sangue da Póvoa de Santa Iria, sitas no Bairro CHEPSI, Póvoa de Santa Iria.

Segunda –feira, 15 de Novembro

FORTE DA CASA – Dezenas de idosos da freguesia do Forte da Casa participaram no habitual magusto, que teve lugar, mais uma vez, no salão paroquial da igreja local. Uma iniciativa promovida pela Junta de Freguesia do Forte da Casa.

Sexta-feira, 19 de Novembro

PÓVOA DE SANTA IRIA - O conhecido grupo musical “The Lucky Duckies” vai proceder à apresentação do seu último trabalho no Grémio Dramático Povoense, no dia 19 Novembro às 22h00. Haverá concerto e venda de CDs autografados. Este grupo musical é liderado pelo povoense Marco António.

VIALONGA – “A legislação e o movimento associativo popular” é o tema do debate que o MAFVialonga realiza, a partir das 21 horas, nas instalações da Associação Reformados, Pensionistas e Idosos. O debate será antecedido de um breve momento musical.

VILA FRANCA DE XIRA – O Clube Minis do Tejo realiza um encontro de confraternização, junto à praça de touros de Vila Franca de Xira, pelas 21 horas. Será a primeira jornada de confraternização deste Clube e, na altura, vai ser entregue um autocolante aos participantes, forma de divulgar o Clube.

Sábado, 20 de Novembro

RAMADA – Realiza-se, na escola secundária da Ramada, pelas 21 horas, a Assembleia Geral para da FAPODIVEL. De acordo com a ordem de trabalhos, as Associações de Pais e Encarregados de Educação do concelho de Odivelas, vão discutir e votar o Relatório de Actividades do ano social de 2009/2010; Relatório de Contas do ano social de 2009/2010 e eleger os novos órgãos sociais.

LOURES - Continua o Encontro de Orquestras Ligeiras e Bandas Filarmónicas do Concelho, nos dias 20 e 21 de Novembro, no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures. Participam a Orquestra Juvenil da Banda Recreativa de Bucelas; Orquestra Ligeira da Academia Recreativa Musical de Sacavém; Orquestra Ligeira do Clube União Recreativo de São Julião do Tojal; Orquestra Ligeira da Sociedade Recreativa e Musical 1.º de Agosto Santa Iriense; Orquestra Ligeira da Associação de Educação Cultural e Artística de Loures;Orquestra Ligeira da Sociedade Filarmónica União Pinheirense e a Orquestra Ligeira de Vale da Pinta. Além dos concertos também está programado um desfile pelas ruas da cidade de Loures.

SÃO JOÃO DA TALHA – No Pavilhão Desportivo José Gouveia, realiza-se a 4ª Mostra Sénior, com a participação de instituições ligadas aos idosos. Artesanato, coros, animação diversas marcam esta iniciativa.

Quarta-feira, 24 de Novembro

ODIVELAS - Na Sociedade Musical Odivelense, (perto da Igreja Matriz), Carlos Moura organiza a 28ª.Tertúlia de “Conversas com Princípio e Fim”. É convidado o Dr. João Coelho dos Santos, escritor, que irá relembrar algumas regras e cuidados que devemos ter para conquistarmos a felicidade e para vivermos em ambiente de harmonia com os que nos rodeiam, evitando atitudes e dizeres que os possam magoar ou ofender.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 3

Centenas de pessoas no Largo D. DinizTítulo: Freguesia de Odivelas organiza / 1ª Feira de Antiguidades e Velharias

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Agora, face a um possível protelamento, Maria da Luz Rosinha, a intrépida autarca de Vila Franca de Xira, até ameaça fazer uma manifestação à porta da sede do PSD, em Lisboa. E quer levar os social democratas de Vila Franca de Xira consigo. Já imaginamos o Ministro Teixeira dos Santos, que assinou um acordo com o PSD, de punho no ar, ao lado da Rosinha a gritar “Hospital de Vila Franca, já”. E o Rui Rei, companheiro laranja de coligação na Câmara, abraçado ao Passos Coelho e a chorar”, desculpa, companheiro, mas não é já, é agora!!!”.

Requerimentos perdem-se no tempo

O vereador Hernâni Carvalho, da Câmara Municipal de Odivelas, não perde oportunidade para alertar para a ineficácia dos serviços. Que começam pela morosidade com que se responde às questões daqueles que não estão na gestão do poder. Em Abril e nas reuniões de Câmara de Junho, ou seja, há pelo menos oito meses, solicitou um conjunto de informações sobre a actividade autárquica. No total foram sete pedidos. Até hoje. Nem uma simples linha a dizer, ao mesmo, “amigo, aguente lá mais uns meses para termos tempo de lhe responder...”. E estamos a falar de um responsável político, eleito. Como será com o comum cidadão?

Quantas marmeladas brancas é que há?

Odivelas tem coisas “sui generis”. A última é a corrida da marmelada. Formou-se uma Confraria da Marmelada Branca de Odivelas. A Câmara, através das actividades económicas, dirigidas por Mário Máximo avança com um outro processo de registo da marmelada branca. A primeira regista com o nome de “Marmelada do Convento S. Dinis em Odivelas” a segunda com o de “Marmelada Branca de Odivelas”. A primeira gastou 611 euros para registar na Qualifica a Câmara vai suportar 7.327 euros, dos quais 50 por cento vêm do QREN. A corrida, porém, ainda não acabou. No dia 22 deste mês, a Câmara avança para uma grande acção de divulgação da Marmelada Branca de Odivelas. A Confraria não quis ficar atrás e, no dia 28, realiza a cerimónia de entronização da Confraria, com dois apoios de peso, as confrarias do Queijo da Serra da Estrela e da Chanfana. No meio disto tudo, falta saber qual é a verdadeira marmelada branca!

Milagres à moda de Loures

Não fazia mal à Câmara de Loures frequentar, um dia destes, o Centro de Ciência Viva da Amadora. Talvez descobrisse a diferença entre um fruto e um legume, entre uma pêra e uma alface, uma banana e uma couve. Então não é que anunciam, no seu site, e em imagem difundida por imensos locais, ou seja, com todas as parangonas que a castanha foi escolhida para, em Novembro, fazer parte da campanha “Um mês, um legume”. Já se sabia que o São Martinho era um tipo com tendência para fazer uns milagres, mas tanto também não, transformar um fruto, como é o caso da castanha, num legume, nem o mais piedoso parece que conseguiu.

A linha vermelha do PSD

Os social-democratas de Vila Franca de Xira fizeram um debate por causa da construção do novo hospital. A dada altura, do meio da assistência, no período de intervenção para os militantes e simpatizantes do partido, lá houve um que sintetizou o actual estado de coisas:” Quando toca a crise, os trabalhadores é que sofrem. Os outros, os do grande capital, é que se safam sempre”. Marco António, vice-presidente do PSD, sorriso amarelo, lá tentou amenizar a coisa, mas as palavras do anónimo militante-simpatizante-votante de base até caíram bem na assistência. Há quem já fale que no interior do PSD começa a germinar uma perigosa “linha vermelha”...

A chata da comunicação social

Foi engraçada a discussão em torno da famigerada Comissão de Peritos que o PSD aprovou com o PS e que vai vasculhar até ao tutano as parcerias publico-privadas. Marco António bem se esforçou para apresentar a dita Comissão como uma coisa séria e de grande utilidade. Mas o pessoal insistia: “Quem faz parte? Como vai fucionar? Quem a controla? Quais os prazos de actuação? Quais os limites? Quais os poderes?”. Marco António já não sabia o que dizer- se calhar porque não tinha mesmo nada para dizer- até que encontrou uma saída airosa:”Não posso entrar em pormenores porque está presente a comunicação social...!!!”. Ao lado, na mesa, o vereador Rui Rei não conseguia disfarçar um sorriso de gozo.

Hospital, já e agora!

Durante anos o Hospital de Vila Franca andou a engonhar, com assinaturas atrás de assinaturas, adiamentos atrás de adiamentos.

ComentárioCarlos Cardoso

Dois mundos

Ficha TécnicaAdministração, Direcção e Redacção: Rua do Adro, Nº 40 - 2625-637 Vialonga Tel: 210 996 295 Fax: 211 923 115; Correio electrónico: [email protected]; Propriedade: “Ordem de Ideias”- Cooperativa de Informação, Comunicação e Produção de Eventos; Nº de Contribuinte: 506 197 808 - Correio electrónico: [email protected] ou [email protected]; Director: Carlos Cardoso - Redacção: Carlos Cardoso; Sara Cabral; Rogério Batalha (Mafra); Colunistas: Joaquim Marques; João Milheiro; José Falcão; Oliveira Dias Colaboradores: Jaime Carita (Fotógrafo); Cultura: Dr. Arquimedes Silva Santos; Dr. Miguel Sousa Ferreira; João Filipe (Automobilis-mo) Registo de Imprensa: 124093 - Depósito Legal N.º 190970/03 - Impressão: Grafedesport; Tiragem Média: 7.500 exemplares

ABERTURA

O MELGAHá coisas que acontecem, carregadas de um simbolismo que escapa, muitas das vezes, ao nosso senso comum. Acontecem porque têm de acontecer, porque alguém as fez acontecer, muitas delas nada têm a ver umas com as outras, mas no fundo, no fundo, até têm. Têm um simbolismo, essa coisa etérea, diáfona, que envolve os acontecimentos e lhes dá, subitamente, como que uma outra racionalidade.Veja-se aquele fatídico dia. Não importa muito a data. Oliveira e Costa, que estava preso por uma avalanche de crimes, grosso modo ligados à actividade económica e ao banco de que era responsável, que vai ser julgado muito em breve, foi libertado. Está de facto proibido sair do país, a única limitação de movimentos que lhe é imposta.Exactamente no dia em que se soube essa decisão, 336 trabalhadores da Grandfource, em Faro, recebiam um SMS nos seus telemóveis, informando que estavam despedidos. Muitos são casais que trabalhavam na mesma empresa, outros já lá estavam há mais de vinte anos. Mas não só, nesse mesmo dia 90 trabalhadores, da ex-Maconde, ficaram a saber que a partir de agora a sua deslocação passava a ser de suas casas para o Centro de Emprego e a Alsan, no norte de Portugal, encerrava, de um momento para o outro, as suas portas e remetia para o desemprego 220 trabalhadores.Eis como o mundo está de facto dividido em dois mundos. Quem penalizou, quem fez burlas, quem fez trafulhices, quem prejudicou a economia portuguesa, recebe uma atenção simpática, há um misto de contemporização e até de piedade, passando de uma situação desagradável para uma bem mais agradável. Quem trabalhou dias, meses, anos, deu muito de si e das suas vidas, recebe um SMS, uma porta fechada, uma circular, tudo sem rostos, sem vozes, sem presenças, comunicando que a partir daquele momento o seu futuro era o calvário do desemprego e o direito e receber o estigma, alimentado pelo Governo, de que “só não se trabalha se não se quiser”, como infelizmente começa a ser banal ouvir.Por esses dias, José Sócrates ufanava-se por em Ferreira do Alentejo, um investimento de oito milhões, na produção de azeite, ter criado...15 postos de trabalho. Bem, é usual dizer-se que sempre é melhor alguma coisa do que nada. Mas seria interessante algum comedimento perante a realidade e que o Primeiro Ministro entendesse o simbolismo dos acontecimentos. É que não há moral que justifique dar esta força aos fortes e alimentar esta fraqueza para os fracos. Por isso, Engº Sócrates, se calhar é tempo de dar um murro na mesa e pôr um ponto final em algumas coisas que, aparentemente, até nada têm a ver umas com as outras.

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4 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

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VENTEIRA CENTRO DE CIÊNCIA VIVA DA AMADORA

Tratar a ciência por tu…

Pois bem, falemos de ciência. Não de um somatório de fór-mulas e definições – que não deixam de ser impor tantes -, mas de uma forma muito simples, básica, a partir da-quilo que nos rodeia. E se nos disserem que a investigação que permitiu levar o homem á Lua pode estar presente no funcionamento de objectos comuns, na máquina de lavar roupa ou no micro-ondas, não nos devemos inibir de mostrar o nosso espanto, pois é exactamente isso que acontece.“Temos ciência em casa, mas não sabemos como”, diz a professora Isabel Borges, que faz parte da equipa que dirige o Centro Ciência Viva da Amadora. E é exactamente a partir de quatro divisões de uma casa que se abordam áreas ligadas á ciência. “Os visitantes ficam com a noção de que a grande investigação tem implicações nas coisas do seu dia a dia, que o esforço e o investimento que se faz em grandes projectos muitas vezes está presente em objec-tos que estão na sua própria casa”. Trata-se, de facto, de uma grande abertura de espí-rito e é por isso, como refere, por seu lado, Miguel Augusto, habituado que está a acom-panhar dezenas e dezenas de visitantes “estes nunca serão iguais de como quando aqui entraram”.Mas, ao fim e ao cabo, o que é o Centro de Ciência Viva? A sua responsável, Marta Veloso, sintetiza em poucas palavras. “Trata-se de um projecto nacional, existem Centros de Ciência Viva por todo o País, que pretende levar a ciência aos mais novos e a toda a comunidade”.

Os Centros de Ciência Viva constituem a Rede Nacional de Centros de Ciência Viva do Ministério da Ciência, Tec-nologia e Ensino Superior, e pretende-se que sejam espa-ços dinâmicos, “de conheci-mento e lazer que estimulem a curiosidade científica e o desejo de aprender”. Sendo abertos a visitantes de todas as idades, são as escolas, como é normal, o seu prin-cipal público.“Aqui encontram o que não têm dentro das escolas. São motivados e interessados para a ciência, aprendem na mesma conceitos, mas têm uma interactividade e a possibilidade de fazer experi-ências, de uma forma alegre, divertida, que nem sempre se encontra nas escolas”, reforça Marta Veloso.Todos os centros são asso-ciações privadas. Neste caso, envolve a Câmara Municipal da e a Agência Nacional pa-ra a Cultura e Ciência. Têm, igualmente, temáticas dife-rentes. No caso da Amadora aproveitou-se o conceito de casa para se abordar aspectos diferenciados da ciência, mesmo os que têm lugar muito longe, lá para o lado da lua, por exemplo.De facto, para além do espaço já referenciado, existe uma primeira exposição, dividida em três áreas, que suscita um manancial interminá-vel de questões. A primeira área “Espaço, astronomia e astronáutica”, permite con-versas sobre a explicação do universo, tentando-se de al-guma forma abordar teorias sobre a origem do mundo, a segunda área “Viagem ao espaço” recolhe sempre uma especial simpatia, pois é

possível vestir um fato de astronauta, que na vida real pesa mais de uma centena de quilos e que depois levita que nem uma pena, originando discussões sobre a gravidade, peso, massa, sistema solar e por ai fora e, finalmente, na terceira área os visitantes tem a percepção da vivência no interior de uma nave. “São imensas as questões que nos colocam. Não há rotinas, cada grupo é diferente”, refere Miguel Augusto.Dentro das possibilidades, as visitas são preparadas com os professores, especialmente quando se tratam de grupo escolares. “Tentamos ir ao

encontro das necessidades”. Agora, no Centro de Ciência Viva também é habitual a presença de famílias, muitas delas motivadas pelos filhos e que aproveitam um fim-de--semana para passar uma horas divertidas. Cada visita dura mais ou menos hora e meia, e são sempre acom-panhadas pelos monitores, preparados para responder às diversas interrogações. O sucesso regista-se nos núme-ros, pois em 2009 já tiveram cerca de 12 mil visitantes. “O objectivo é esse mesmo, aproximar a ciência da so-ciedade. Estamos atentos às novidades e ás mudanças que

se operam. Por isso, estamos sempre a construir e a adap-tar as diversas actividades”, diz Marta Veloso. Quanto ao futuro, segundo a res-ponsável do Centro Ciência Viva da Amadora passa por um aposta ainda maior nas experiências, reforçando a inter-actividade do Centro.

O Centro Ciência Viva da Amadora funciona na casa Aprígio Gomes, onde, apesar de ser muito habitual a realização de acções nas próprias escolas ou em eventos específicos, funcionam o grosso das actividades. Trata-se de um edifício construído em 1903 e que foi residência de Aprígio Gomes um apaixonado pelas ciências, que acabou mesmo por instalar uma luneta astronómica no torreão de sua casa. Num espaço adjacente, foi instalado um cibercafé, a loja e uma bilheteira No Centro de Ciência Viva existe, também, um ATL, um espaço de ocupação de tempos livres, que funciona du-rante o dia todo, e onde as crianças têm oportunidade de ocupar os seus tempos divertindo-se com a ciênciaEm Dezembro, no ATL, vão ter lugar um conjunto de actividades ligadas ao Natal. Desde as velas a enfeites o CCVA tem “um saco cheio de lindas propostas e em cada uma delas vamos explorar a física e a química do espírito natalício. Vais descobrir quem é e como é a vida daquela estrelinha que pisca-pisca lá no céu e vais poder juntar a tecnologia dos karaoke aos tradicionais coros natalícios. Mas no nosso saco cabem as histórias de Natal e umas gulodices muito científicas”. Propostas sugestivas para crianças dos 6 aos 12 anos, a descobrir entre 18 e 30 de Dezembro.

Sabe porque se dá um golpe na castanha, antes de a cozinhar? Quando não se dá o golpe o calor faz com que a água na castanha se transforme em vapor, aumente o volume e a pressão contra a casca, fazendo rebentar o fruto. E tudo isto porque a castanha é um fruto rico em vitamina C, B6 e especialmente potássio que se divide sobretudo em amido e …água.No dia de S. Martinho, no CCVA, distribuíram-se cas-tanhas, acompanhadas de um pequeno folheto que fornece explicações cientificas sobre as características de tão típico fruto. Eis como se aborda a ciência de uma forma muito simples.

Mina

A Junta de Freguesia da Mi-na prepara uma ida à Revista “Vai de e-mail a pior”, a ter lu-gar no próximo dia 26 de No-vembro. A partida é às 20h45, junto ao Montepio, o valor da inscrição fica em 20 euros, in-cluindo transporte, e que pre-tender participar deve dirigir--se à Biblioteca Artur Martinho Simões.

Venteira

A 15 de Dezembro tem lugar, na freguesia da Venteira, uma Pa-rada de Natal. Vai ser no Parque Delfim Guimarães, a partir das 10 horas e dirige-se, essencial-mente, à comunidade educati-va da freguesia, sendo aberto, porém, à população em geral. A Parada, ou desfile, tem o se-guinte percurso, pelas ruas da Venteira: Parque Delfim Gui-marães - Espaço Infantil “A Ca-sinha” (concentração dos par-ticipantes da Parada); Rua Elias Garcia; Av. D. Nuno Álvares Pe-reira; Rua de Angola e termina no Pavilhão José Caeiro, com um espectáculo de animação. Uma iniciativa da responsabili-dade da Junta de Freguesia lo-cal.Dias antes, a 26 de Novembro, no âmbito das actividades in-ter-freguesias, tem lugar uma saída ao Casino do Estoril, para se assistir ao espectáculo de Fi-lipe la Féria. As informações podem ser ob-tidas na Junta de Freguesia ou na Biblioteca José Régio, mas é possível desde já avançar que o preço por pessoas fica em 15 euros.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 5AMADORA

A Associação de Moradores e Proprietários da Venda Nova defende que as autarquias – Câmara, Assembleia Muni-cipal e Juntas de Freguesia do concelho da Amadora – devem concentrar as suas atenções “no campo do social” na medida em que se prevê “ mais desemprego e menos segurança, em suma, problemas acrescidos para todos, principalmente para os mais económica e financeiramente débeis”. Uma ideia presente no con-tri buto que fizeram para o Orçamento Participativo de 2011. “Na freguesia da Venda Nova, após o colapso da actividade se cun dária - indústria pesa da, metalo-mecânica e de especialidades - que ajudou a população a ficar na situação de precariedade

que se conhece, o tecido urbano não contíguo, pode genericamente caracterizar-se em três áreas distintas.A zona poente, mais pró-xima da centralidade da cida de da Amadora, com uma população tenden-cialmente em transição, com dificuldades de trabalho continuado, a residir em edi-fí cios antigos com múltiplas carências de manutenção; a zona norte (casco velho da Venda Nova), de características próximas da auto-suficiência – mais próximo do conceito de cidade, – com população continuamente renovada, maioritariamente activa, e de largo espectro demo-gráfico juvenil, apresen tando animação de 24/24 horas e a zona sul, área de maior renovação urbana, aparen-tando maior capacidade

eco nómica, com população maioritariamente sénior, em edifícios cujas infra-estruturas começam a rivalizar com os problemas da idade dos seus ocu pan tes”, começa por referir a AMPVN. Há ainda “uma sucessão de espaços públi cos e/ou privados, dis-per sos, dos quais alguns ganham vitalidade diária com o trabalho proveniente do exterior (empresas de comércio e de serviços), e outros têm actividade ligada à agricultura de subsistência, por intervenção de proprie-tários locais”.A AMPVN alerta para a e l e v a d a p e r c e n t a g e m de população não activa, sujeita a privações, “onde a incapacidade económica não se perfila como a única ne ces sidade a suprir, ou seja, faltam apoios de ma nu-

tenção de saúde física (antes de, e para evitar a medicina curativa); ocu pação física e ocupação mental (antes de derivar para um recolhimento introspectivo doentio e/ou de apoio psiquiátrico) e de carácter social que pos-sa ajudar a minimizar as carências existentes” daí que entendam que o orçamento camarário deva dar “um maior cabimento para que seja permitida Assistência Social mais profunda e alargada”.Em termos de acções concre-tas a Associação avançou com um conjunto de projectos e propostas, exequíveis uns no imediato e outros a médio prazo. Em termos imediatos a “concretização de uma Feira de Oportunidades, com stands gratuitos, onde os “feirantes” poderão ofere cer trabalhos ou serviços a título

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DIVERSOS

individual ou colec tivo de acordo com as necessidades de cada um” a “formalização de actividades solidárias semelhantes às concretizadas com êxito noutros concelhos com o apoio das populações como, por exemplo, as chamadas “hortas solidárias”. Parece-nos haver terrenos no con celho que, uma vez aplicadas as condições de salvaguarda para poderem ser destinados a outros fins, temporariamente poderiam servir tal desiderato” ou ainda a criação das “«lojas comunitárias», para recolha e distribuição controlada de géneros diversos aos mais carenciados. Temos no concelho e na freguesia – a nossa própria Junta de Freguesia – quem esteja já a por em prática medidas de carácter social. Julgamos,

VENDA NOVA DEFENDE A ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E PROPRIETÁRIOS

Orçamento municipal deve dar especial atenção aos problemas sociais

porém, que infelizmente não serão suficientes, haverá que ampliar estas até ao máximo possível e/ou criar outras”.Em relação às acções a dinamizar a médio prazo, a AMPVN advoga, entre outras, a “formação de hortelões urbanos e técnicos “auxiliares” de jardinagem, sob a orientação de entida-de(s) competente(s), para futura intervenção supervi-s i o n a d a p o r t é c n i c o s designa dos pela autarquia; f o r m a ç ã o d e t é c n i c o s “auxiliares” de construção civil, com reconhecimento local, para procederem a pequenas reparações de qualidade que não exija licenciamento urbano; apoio à formação, à escolaridade e empregabilidade urba-na, como motores de dina-mização local”. CC

O processo de organização e concretização do Orça-mento Participativo, no con celho da Amadora, bem como a fraquíssima adesão das pessoas, às diversas reuniões que tiveram lugar nas freguesias, está a gerar contes tação.Em comunicado de im-prensa, os vereadores do PSD na Câmara Municipal da Amadora acusa a “maio-ria detentora do po der na Amadora” de lançar um processo de Orçamento Partici pativo “sem que este-

jam reunidos os pré-requisitos básicos à implementação – e conso lidação – de um processo desta natureza. Não foi se quer definido o montante que irá a debate, não se dá a conhecer a situação financeira da Câmara, nem o exacto critério da escolha, não foi feita uma análise cuidada das experiências de outros Municípios, portu-gueses e estrangeiros, nem se constituíram equipas técnicas para avaliar a sua exequibilidade”.Já há um ano, aquando da

discussão do orçamento municipal para 2010, “os vereadores do PSD tentaram promover o início de um processo de Orçamento Participativo. Contudo, esta sugestão não teve o necessár io acolhimento por parte da maioria que detém o poder na Câmara Municipal da Amadora”.No início do passado mês Outubro os autarcas social-democratas souberam, através do sítio electrónico do Município, que “A Câmara

Municipal da Amadora (…) tomou a resolução de adoptar um Orçamento Participativo (OP) para 2011”. Apesar de não ter sido discutida em reunião de vereação, e não obstante, a estranha forma de ter conhecimento de uma decisão tomada pelo órgão de que fazem parte”, os vereadores do PSD “congratularam-se pela vontade política em avan-çar com um processo de imple mentação daquele instru mento de cidadania participativa”.

Nesse sentido apresentaram uma proposta, na reunião cama rária de 11 de Outu-bro, tendo em vista “a efi-cá cia daquela medida”, de constituição de um gru po de trabalho com repre sentantes das diversas forç as políticas presentes no Executivo que aprofundasse a metodologia a utilizar, regras do processo, definição de verbas, etc. O objectivo, para o PSD era transformar o Orçamento Participativo num “verda-deiro processo de cidadania e no final não ser mais do

que a decisão dos verea-dores da maioria, das ideias resultantes de sessões organizadas pela CMA à pressa, sem a divulgação devida e sem um processo estruturado de decisão”.A proposta foi rejeitada pela maioria socialista, com a abstenção do PCP, o que leva o PSD a acusar a autarquia de ter optado “por um falso processo de participação dos cidadãos nas decisões públicas que apenas lhes confere uma falsa expectativa de participação”.

PSD contra “falso” Orçamento Participativo

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Page 6: Jornal Triango Nº 186

6 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO AMADORA

A Câmara Municipal da Amadora aprovou a conti-nuidade, no Bairro do Zam-bujal, do projecto “Vamos Construir Pon tes”, lançado pelo Alto Comissariado para a Imi gração e Diálogo In-tercultural em colaboração com 15 municípios. Uma decisão assumida um ano após a entrada em fun-cionamento deste Projec-to-piloto de media dores

municipais. A filosofia sub-jacente e o vínculo que cria entre a comunidade cigana e serviços públicos, possi-bilitando a criação de redes de trabalho e a promoção da comunicação entre esta comunidade e a envolvente, com vista à prevenção e ges-tão de conflitos, reforçando o diálogo intercultural têm dado resultados positivos.De acordo com os moldes

estabelecidos entre o ACIDI e a as autarquias envol vidas, no segundo ano do projec-to, a decorrer até finais de Setembro de 2011, a com-participação financeira é de 75% e 25% respectivamente. No Zambujal, cabe à asso-ciação de moradores “A Par-tilha”, instalada no bairro, disponibilizar um mediador com o perfil adequado.

(Correspondência)

UM PROJECTO PARA CONTINUAR

Mediadores municipaisno Bairro do Zambujal

Por unanimidade, a Câmara Municipal da Amadora de-cidiu reduzir em 1% a par-ticipação variável em IRS dos sujeitos passíveis com domicílio fiscal na área do Município dos rendimentos relativos a 2010. De acordo com a Lei das Finanças Locais, cada Muni-cípio “tem direito, em cada ano, a uma participação va-riá vel até 5% do IRS” cobrado no seu concelho. A Câmara Municipal da Amadora apro-vou prescindir de uma parcela deste imposto a favor dos seus munícipes, fixando em 4% a participação variável do IRS. Esta medida representa uma redução na ordem dos 20% na receita da autar quia, mas “torna-se extre mamente ne-cessária por ser considerada uma me dida social impor-tante numa altura em que se pede um esforço financeiro de todos. A utilização da

facul dade de prescindir de uma parcela do IRS em favor dos seus munícipes, deve ser entendido como o contributo da autarquia para a redução da carga fiscal com maior impacto ao nível das famílias com menores rendi mentos e em que se centra o essencial do esforço em matéria de pagamento de IRS”. Já quanto ao valor do IMI e da Derrama para 2011 não existiu unanimidade. Em relação ao Imposto Municipal sobre Imóveis, serão taxados em 0,68% os prédios urba-nos não arrendados e não trans mitidos, e em 0,38% os pré dios urbanos que forem transmitidos no domínio de vigência do Código do Impos-to Municipal sobre Imóveis. Como forma de incentivar a reabilitação urbanística, a autarquia apro vou ainda majorações e minorações às seguintes áreas habitacionais:

Av. D. João V, Av. D. José I, Buraca velha, Mina-Sudeste, Parque Aventura - Bosque e Venteira Centro, nos se-guintes termos: Minoração de 20% da taxa de IMI, aos prédios urbanos que se en-contrem em bom estado de conser vação, ou em estado de conservação razoável, minoração de 30% da taxa de IMI, aos prédios urbanos cujo estado de conservação tenha aumentado dois relati-vamente à avaliação interior e majoração de 20% da taxa de IMI, aos prédios urbanos em estado de conservação que coloca em risco a sua normal utilização.Os vereadores do PSD propu-seram, no primeiro caso, li-geiras descidas e no segundo algum escalonamento tendo em vista diferenciar as em-presas com maior ou menor dificuldade. As propostas, porém, não foram aprovadas.

Câmara da Amadora reduz taxa variável de IRS em 1%

OPINIÃO

Foi recentemente apresentado, com pompa e circunstância, um novo transporte público na Área Metropolitana de Lisboa.Trata-se do Metro Ligeiro de Superfície que começará por cir-cular no concelho da Amadora, seguindo depois para Odivelas.É uma iniciativa do Governo, das Câmaras da Amadora e de Odivelas e do Centro Comercial Dolce Vita, o qual será o princi-pal financiador.Do traçado do mesmo, a pri-meira conclusão que se tira é que o objectivo principal não é servir as populações, mas as necessidades de clientes da referida grande superfície, pois todo o seu desenho converge para ali. Não admira que seja ela a pagar a obra.Este “transporte” é o exemplo acabado do caos que reina nos serviços públicos de transportes da Grande Lisboa, o qual chega agora a este cúmulo.A Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa, que deveria supervisionar a oferta, a conjugação de transportes e o seu funcionamento, o bom serviço aos clientes e tudo o que se relacionasse com eles, é um permanente nado-morto, já com vários nascimentos, renas-cimentos e mortes.Debruço-me em particular so-bre Odivelas onde já existem três operadores – Metropoli-tano, Carris e Rodoviária – aos quais se vem agora juntar este Metro Ligeiro de Superfície.Todos estão de costas voltadas uns para os outros e a única “ar-ticulação” que se lhes conhece é a de que, quando um aparece, os outros desaparecem.Viu-se isso com a Rodoviária em relação à abertura das estações de Metropolitano de Odivelas e Pontinha, em que os clientes são despejados de um para outro transporte, a partir do momento em que o Metro chegou a esses locais, que são denominados, eufemisticamente, “interfaces”.Permitam que abra aqui um parêntesis para falar dos par-ques de estacionamento nestes locais, porque, para muitas pes-soas, por necessidade, ou falta de oferta em muitas zonas, o transporte automóvel continua a ser opção.Em Odivelas, este estaciona-mento é um autêntico pesadelo para os moradores das zonas junto da estação de Metro, pois

os clientes deste estacionam onde calha, não respeitando, nem passeios, nem passadeiras, nem entradas de garagens.No Senhor Roubado é o caos completo, com zonas de par-queamento positivamente in-ventadas pelos condutores, que demonstram uma imaginação extraordinária quando toca a estacionar, pressionados pelos horários.Uma visão aérea da zona, po-deria levar-nos a pensar que choveram veículos ali, tal o seu elevado número e a desordem na sua colocação.Na Pontinha, temos um parque de estacionamento completa-mente ao abandono, em que os assaltos aos veículos são uma constante, e onde existe uma barreira de mato, de um dos lados, fonte de toda a espécie de bicharada e de perigo de incêndios. Este verão ateou--se lá o fogo e se não fossem alguns moradores acorrerem e arrastarem os carros estacio-nados para fora do alcance das chamas, a Câmara de Odivelas estaria confrontada com vários pedidos de indemnização dos proprietários dos veículos.Em todos os parques prolifera o lixo (publicidade colocada nos veículos, jornais, restos de comida), especialmente ao fim do dia.Voltando aos transportes, em Odivelas existe carência nas ligações das freguesias entre si e com o centro de Odivelas.Dou como exemplo a Pontinha, bairros e centro, e a ligação com Odivelas.A Carris não tem essa oferta, a não ser dando volta a meia Lisboa, Metropolitano idem; resta a Rodoviária, por cujos autocarros, a certas horas, é ne-cessário esperar muito tempo.Existem três carreiras, -205, 206 e 228 - com intervalos de 15 ou de 20 m., nos períodos de mais frequência, que são poucos, decaindo para intervalos de 30 m. e 1h., nos outros períodos. Uma delas acaba antes das 22h.

Já nem se fala no tempo que levam, no percurso. Em certas alturas do dia dá para dormir um bom sono, se for sentado. Conjugar isto com os horários dos diversos departamentos da Câmara de Odivelas e de outros estabelecimentos públicos, requer uma certa ginástica e muita sorte.A propósito, sugere-se a esta au-tarquia que publique e distribua uma brochura com a localização de todos os serviços públicos e departamentos da Câmara existentes no concelho e fora dele (p. ex. Tribunal), horários de funcionamento, mapas das suas localizações e transportes próximos que a eles acedem e de onde.O Metro Ligeiro de Superfície podia colmatar aquelas lacunas, pois teoricamente será mais rápido. Mas quê! Na Pontinha vamos vê-lo por um canudo, pois vai ligar o centro de Odive-las com o Dolce Vita, servindo apenas mais a periferia da freguesia de Famões.O seu traçado previsto, em Odivelas, através da Avenida D. Dinis, é também uma opção que suscita muitas interrogações. Onde cabe lá o espaço-canal?Será que os habitantes daquela avenida vão poder saltar direc-tamente das suas janelas para dentro das composições, de tal maneira perto delas passarão?E depois a questão do comércio local, já tão depauperado.Com a concorrência do Odivelas Parque, Modelo e Lidl a coisa já estava negra. Agora com esta auto-estrada para o Dolce Vita é o completo garrote.Enfim e em geral, para quê uma nova opção de transporte em Odivelas que apenas vai servir, e mal, duas freguesias?Procura-se uma verdadeira Autoridade Metropolitana de Transportes em Lisboa.

João CarvalhoJurista

Ex-Membro da Assembleia Municipal de Odivelas

[email protected]

Dolce MetroPorque se agitam em tumulto

as nações e os povos

intentam vãos projectos?(Salmo 2)

foto metro de superfície

O executivo da Câmara mu-nicipal da Amadora aprovou a adjudicação da elaboração do projecto da Unidade Re-sidencial Moinhos da Fun-cheira à empresa Consulgal – Consultores de Engenharia e Gestão S.A., pelo preço total de 101.501,00 euros, acrescido do IVA à taxa legal em vigor. A construção desta unidade residencial “vem ao encontro da necessidade de dotar o município de equi-pamentos com o objectivo de responder a determinadas necessidades da população, designadamente no que respeita à população idosa e/ou com algumas deficiências. Esta unidade residencial in-cluirá, para além de um con-junto de “apartamentos” para pessoas idosas com autono-mia para viverem sozinhas, as

valências de Centro de Dia e de fornecimento de refeições, bem como outros serviços es-peciais aos futuros utentes”, refere a nota do Gabinete de Imprensa da autarquia.Pretende-se que “a unidade residencial possa oferecer um conjunto de serviços comuns, como lavandarias, assistência social e médica, salas de con-vívio e animadores que os incentivem a uma vida física e espiritual saudável”. De referir ainda que no âm-bito social a Câmara Muni-cipal aprovou a atribuição de 35 mil euros à Cerciama - Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Amadora, para comparticipar a aqui-sição de um autocarro. A verba corresponde a 50% do valor já comparticipado

pela tutela, ou seja, os 70 mil euros concedidos pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. O autocarro vai permitir fa-zer o transporte dos utentes com mobilidade reduzida de casa para as instalações da Cerci e vice-versa, bem como para actividades diversas no exterior. A Cerciama é uma coopera-tiva de solidariedade social sem fins lucrativos que tem centrada a sua actividade desde 1975 no concelho da Amadora. Tem como mis-são apoiar crianças, jovens e adultos com deficiência mental e/ou multidefici-ência, contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida através do exercício ple-no de cidadania e do direito à igualdade de oportunidades.

Avança projecto da Unidade Residencial Moinhos da Funcheira

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 7LOURES

BREVESLOURES..............................................................................................................................

TODAS AS FORÇAS POLÍTICAS DISCORDAM DO MÉTODO USADO

Loures Parque quer parquímetros em Sacavém

Carlos Cardoso

A Loures Parque quer instalar parquímetros em Sacavém. Mas ou fundamenta muito bem a suas necessidade ou vai conseguir algo muito difícil de atingir naquela freguesia, ter todos os partidos, a uma só voz, a dizer que não.E isso já aconteceu, no pas-sado dia 10 de Novembro, no decorrer da Assembleia de Freguesia, onde foi discutida uma informação, dada pelo Presidente da Junta, José Leão, sobre a intenção da Loures Parque avançar para a colocação de parquímetros em algumas zonas da cidade.“A Loures Parque enviou uma carta à Junta de Freguesia, tendo em vista a colocação de parquímetros em certas zonas de Sacavém. Disse que iria le-var o assunto à Assembleia de Freguesia, onde foi discutido e recusado, já que não havia qualquer fundamentação sobre os eventuais locais a serem parqueados. Nessa Assembleia foi sugerido, por todas as forças políticas, que tivesse lugar uma reunião, com a Câmara de Loures, tendo em vista a elaboração de um estudo fundamentado para Sacavém”, disse ao jornal Triângulo, José Leão.O próprio Executivo da Junta já reuniu e recusou, também,. “nos moldes em que foi apre-sentada”, a proposta da Loures Parque. “Qual a razão da ne-cessidade do parqueamento? E porquê esta ou aquela zona. Estamos abertos ao diálogo, mas a discussão deve ser neste moldes e não naqueles que a Loures Parque avançou”.O autarca deu até o exemplo da Avenida Estado da Índia, um dos locais avançados para parqueamento.”Não

existe, felizmente, conflito de trânsito, nem complicações ao nível do estacionamento, então qual é a justificação. Em contrapartida há zonas de Sacavém bem mais difíceis. Os parquímetros instalam-se para disciplinar o trânsito e o estacionamento, não é para ganhar dinheiro”, acrescenta José Leão que fica, agora, à espera do pedido formal de uma reunião para se trabalhar a sério no assunto CDU contraEntretanto a CDU de Saca-

vém já se manifestou “contra a intenção de colocação de parquímetros na cidade. O estacionamento em Sa-cavém é um dos grandes problemas da cidade. A falta de lugares que resulta na ocupação ilegal de passeios pelas viaturas, as enormes dificuldades para a circulação de peões, são problemas de tal ordem graves que a sua reso-lução não passará pelo tari-famento do estacionamento. A colocação de parquímetros não criará um único novo lugar de estacionamento, mas

eliminará a possibilidade de estacionamento irregular sem que sejam criadas quaisquer alternativas aos cidadãos. Esta intenção da Loures Parque não visa a resolução de outro problema que não seja o do

próprio financiamento desta empresa, cujo único objec-tivo é o aumento das suas receitas”.A CDU defende igualmente que Câmara Municipal de Loures trabalhe na elaboração de “um diagnóstico rigoroso sobre a actual situação da cidade no que respeita às questões da mobilidade e a apresentação de um plano bem estruturado com as acções necessárias à reso-lução dos problemas iden-tificados”. No comunicado emitido a propósito deste problema recusam, também, que “a cobro das “intenções” da Loures Parque, a Câmara Municipal de Loures se furte às suas responsabilidades neste assunto. A Loures Parque é uma em-presa da Câmara Municipal, logo nenhuma acção desta empresa pode ser levada a cabo sem a cobertura da Câ-mara. Não admitimos jogos de ilusionismo”.

Tarifas

Os vereadores da CDU estão con-tra a proposta apresentada pelo PS sobre os novos tarifários de Água, Águas Residuais, Resíduos Sólidos e Serviços prestados re-lativamente ao ano de 2011 dos Serviços Municipalizados. A CDU discordar “da estrutura da recei-ta dos SMAS de Loures, devido à não transferência pelo Município das verbas recebidas dos promo-tores de loteamentos e constru-ções como taxas de reforço de infra-estruturas, como é devido” bem como por considerar “que não devem ser os munícipes/consumidores a suportar a inefi-ciência e incapacidade de gestão das redes de água e saneamento e do serviço de recolha de resídu-os sólidos urbanos. Para 2011, é “inventada” nova forma de fazer recair sobre os munícipes e em-presas do concelho de Loures o peso da “factura”. O preço a su-portar para a recolha e tratamen-to das águas residuais aumenta brutalmente, podendo mesmo triplicar”.

Eleição

O Presidente da Câmara Munici-pal de Loures e Vice-Presidente da Junta Metropolitana de Lis-boa, Carlos Teixeira, foi eleito membro da Junta de Governo da RETE- Associação para a Colabo-ração entre Portos e Cidades, no decorrer da reunião daquela es-trutura que decorreu nos dias 5 e 6 de Novembro, em Melilla, Es-panha. A RETE é uma associação internacional que pretende de-senvolver e valorizar relações re-cíprocas entre cidades portuárias e portos da Europa meridional e mediterrânica e da América Lati-na, no âmbito da requalificação das áreas costeiras urbano-por-tuárias e, numa visão mais geral, das relações porto-cidade. As ac-tividades da RETE visam a promo-ção, desenvolvimento e execu-ção de programas, projectos, ac-ções e iniciativas de formação, in-vestigação, estudo e divulgação.

Protocolos

A Câmara Municipal de Loures aprovou, por unanimidade, a celebração de protocolos com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e com a Associação Por-tuguesa de Agricultura Biológica (AGROBIO). O protocolo a esta-belecer com a AICEP tem como objectivos a partilha de informa-ções, tendo em vista a internacio-nalização das empresas sedea-das no concelho e, contribuir pa-ra o aumento da atractividade do território em termos de captação de investimentos. Já o protocolo a celebrar com a AGROBIO visa a prática de agricultura biológica no Município, tendo previstas ac-ções de formação, sensibilização e divulgação da agricultura bioló-gica; programa de conversão pa-ra a agricultura biológica; hortas biológicas comunitárias; hortas biológicas empresariais; forma-ção/inserção de pessoas com de-ficiência; alimentação biológica nas escolas; mercados AGROBIO no concelho de Loures.

O estacionamento é conflituoso em algumas zonas de Sacavém

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8 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULOLOURES

Cerca de 300 pessoas res-pon de ram ao apelo da “A Barquinha da Criança” e participaram no Festival das Sopas que teve lugar, a 7 de Novembro, em São João da Talha, no Pavilhão José Gouveia. O objectivo, para além da divulgação das actividades desta IPSS, era o de arranjar fundos para a concretização do projecto que justificou a criação da “A Barquinha da Crianças”, a construção de um centro para acolher crianças carenciadas, desprotegidas, com idades entre os zero e os 12 anos, com possibilidade de adopção.“Contámos com diversos apoios, desde as autarquias aos restaurantes locais, permitindo disponibilizar 25 sopas diferentes. Para além disso, tivemos um ambiente animado, através da actuação voluntária dos coros do CURPIO de São João da Talha e de Vale Figueira, bem como do rancho de folclore do bairro da Fraternidade. Confesso que superou as minhas expectativas”, disse ao jornal Triângulo Maria Helena Freire, presidente da “A Barquinha da Crianças”.Fundada em 2002, a IPSS,

que conta com 350 sócios efectivos, tem percorrido um caminho lento, difícil, para alcançar os seus objectivos. A Câmara de Loures já disponibilizou o terreno para o Centro de Acolhimento e aprovou o respectivo projecto, cujo custo da obra está orçado em cerca de 600 mil euros. Também a Segurança Social deu aval ao projecto, faltando, agora, garantir o respectivo financiamento.“Vamos apresentar uma candidatura, esperando que seja aprovada e dessa forma obter o necessário finan ciamento. Entretanto, continuamos a realizar diver-sas iniciativas de angariação de fundos, como este Festival da Sopa, pois o financiamento não é a cem por cento”, avança Helena Freire.Entretanto, novas acções estão em movimento. No dia 6 de Dezembro, na Casa da Cultura de Sacavém, abre a “Loja Solidária”, um espaço onde será possível, através do valor simbólico de um euro, as famílias com dificuldades, e que são devidamente referenciadas, adquirir produtos de primeira necessidade. No dia anterior, a 5 de Dezembro, “A Barquinha,

que conta actualmente com 400 sócios, realiza o seu habitual almoço anual e na primeira semana de Janeiro um convívio para famílias carenciadas.

Dez equipamentosSónia Paixão, vereadora da Câmara de Loures responsável pela área social, associou-se à iniciativa da “A Barquinha da Crianças”, tal como, aliás, os presidentes das juntas de freguesia de São João da Talha e da Bobadela.Garantiu ao jornal Triân-

gulo que a autarquia está dispo nível para que o pro-jecto tenha sucesso, pese em bora reconheça que a sua efectivação depende, ago ra, da aprovação do finan cia-mento por parte da Segurança Social.“Em termos concelhios, e no âmbito do programa PARES, temos dez equipamentos em construção ou muito bem encaminhados. Equipa-mentos vocacionados para dar resposta às necessidades dos idosos ou de pré-escolar. No conjunto correspondem a

S. JOÃO DA TALHA INICIATIVA DA “A BARQUINHA DA CRIANÇA”

Festival das Sopas ajuda a angariar fundos para projecto social

Carlos Cardoso

mais 1.200 lugares e à criação de cerca de 200 postos de trabalho”, disse Sónia Paixão.Esses equipamentos distri-buem-se pela freguesia da Bobadela, a cargo do Centro Social, em São João da Talha, pelo Núcleo Sol do Instituo Piaget, cuja construção está muito avançada, a que se deve associar o espaço da Cooperativa “Ami gos de Sempre”, já em funcio-namento. Na freguesia de Camarate vão surgir dois novos equipamentos, um da responsabilidade da Associa-

ção Nossa Senhora dos Anjos e outro da Associação de Apoio a Profissionais do Hospital de Santa Maria e na freguesia de Loures também dois novos espaços, um da Associação Luís Pereira da Mota e outro da Associação Dr. João dos Santos. Mais ao lado, em Santo António dos Cavaleiros, está em concretização o projecto da CSEPDC, bem como da IPSS “O Saltarico”, cuja construção começa em breve.“Este conjunto de equipa-mentos, que devem estar prontos até final de 2011, garantem uma boa cober-tura das necessidades do concelho de Loures. Em termos de carências, temos de responder, ainda, ao nível do apoio aos deficientes, esperando que a candidatura que a CREACIL apresente, eventualmente em conjunto com a Associação Luís Pereira da Mota, tenha sucesso, é também necessário reforçar o acompanhamento para crianças em risco, através de mais uma espaço específico e faz falta igualmente um Centro de Acolhimento para Vítimas de Violência Doméstica”, acrescentou Sónia Paixão.

A ADAL, associação de defe-sa do ambiente e do patrimó-nio de Loures, foi obrigada a cancelar a visita, marcada para o passado dia 13 de No-vembro, ao Arquivo Históri-co da Câmara Municipal de Loures. Tudo porque, apesar do pedido feito com mais de três meses de antecedência, para a “abertura excepcional do Arquivo Histórico num sábado, entre as 15H e as 17H, e no acompanhamento

técnico à visita”, a Câmara Municipal de Loures não deu qualquer resposta.A visita integrava-se numa iniciativa da ADAL designa-da por “Documentos com História – Visita ao Arquivo Histó rico da Câmara Mu-nicipal de Loures”, dando continuidade a uma sessão realizada a 9 de Outubro, com o tema “A República de volta a Loures”. Pretendia--se proporcionar “a todos

os interessados uma rara oportunidade de conhece-rem aquele equipamento e o trabalho de salvaguarda do património histórico que ali se desenvolve, parti-cularmente na sua vertente documental. Recordamos que este equipamento foi identificado pelos sócios e amigos da ADAL como o as-pecto Positivo do Ano no do-mínio do Património (2009), tendo por isso recebido o

certificado correspondente”.O pedido dirigido à Câmara Municipal de Loures, a soli-citar “o apoio para esta reali-zação”, foi feito com mais de três meses de antecedência. Tiveram lugar, igualmente “vários contactos telefónicos entretanto efectuados, e nunca nos foi dada indica-ção de que o nosso pedido de apoio não seria satisfeito. Por esse motivo, e acreditando que não existiriam quais-

quer obstáculos, a ADAL fez uma primeira divulgação da iniciativa, embora não tives-se recebido uma resposta formal ao seu pedido. Contudo, a uma semana da iniciativa, e sem uma respos-ta definitiva, a ADAL entende que não estão reunidas as condições para manter a iniciativa em agenda. Ficou inviabilizada a adequada di-vulgação da mesma, e existe um real risco de ficarmos à

porta do Arquivo Histórico, no dia da visita.A ADAL lamenta esta situa-ção, esperando poder vir a realizar a visita noutra opor tunidade, assim esteja a Câmara Municipal de Loures disponível e interessada em franquear à comunidade as portas dum equipamento que é dos munícipes”, refere a associação.

CC

ADAL CANCELA VISITA AO ARQUIVO MUNICIPAL

Três meses depois a Câmara de Loures ainda não teve tempo para responder...

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 9LOURES

Nem todos os objectivos foram ainda cumpridos mas, um ano após a sua entrada em actividade, o Centro Comuni-tário da Cooperativa “Amigos para Sempre”, situado em São João da Talha, está a contribuir para minimizar um conjunto de carências na área de apoio aos idosos.Em primeiro, alguns núme-ros. No Centro Comunitário já trabalham 26 funcionários, desde enfermeiras, animado-ra cultural, ajudantes de acção directa em lar. ajudantes de acção directa em serviço de apoio domiciliário, ajudantes de serviços gerais, pessoal administrativo e por aí fora. Continuemos, então, com mais números: Trinta e seis utentes estão no Lar, dos quais 15 comparticipados pela Segurança Social, isto para um máximo de 44; o Serviço de Apoio Domiciliário, que abrange pessoas situadas nas freguesias de São João da Talha, Santa Iria de Azóia, Bo-badela, dá apoio a 24 idosos ao nível da alimentação, higiene pessoal, lavandaria, etc. E em relação ao Centro de Dia, nove utentes usufruem dos servi-

ços do Centro Comunitário, nomeadamente refeições e participação das iniciativas que ali se desenvolvem. Sem problemas de deslocação, pois uma carrinha vai e torna--os a levar a casa.Ana Vitorino Raimundo, presidente da Direcção da Cooperativa “Amigos para Sempre”, sintetiza o balanço. “Ao nível do serviço do Lar,

estamos na expectativa de em breve atingirmos o máximo possível. Em relação ao Ser-viço de Apoio Domiciliário, passamos a fasquia da meta-de, já que o acordo com é para 40 utentes. Onde existe ainda necessidade de um trabalho mais profundo é ao nível do Centro de Dia”.Nem só. Subjacente ao pro-jecto do Centro Comunitário

estava a ideia de potenciar as capacidades e os saberes dos utentes. Aqui há ainda muito a fazer. Desde logo porque, ao contrário do que se esperava inicialmente, “o universos dos utentes inscritos não é tão autónomo como previmos inicialmente. Temos mesmo utentes que precisam de muito apoio”. A esperança reside que os lugares que

faltam preencher sejam feitos por pessoas com uma capa-cidade de autonomia maior, permitindo concretizar o projecto base de colocarem de forma voluntária, ao serviço da comunidade, muito do que aprenderam ao longo da vida.

Dia a dia activoAs excelentes condições do Centro Comunitário permi-tem o desenvolvimento de iniciativas que contribuem para que o bem-estar, a auto--estima, a criação de um solidário espírito de grupo se desenvolvam.Teresa Pires, Directora Técni-ca, responsável pela elabora-ção do plano de acção, lembra da preocupação que houve de “falar com os utentes, perce-ber as suas expectativas e an-seios e elaborar programas de acordo com esses desejos”. No Centro Comunitário há, neste momento, aprendizagem de informática, alfabetização, tapetes de Arraiolos, trabalhos manuais, yoga, para além de um conjunto de festas e con-vívios ao longo do ano. Paras além de serviços como ca-beleireiro, gabinete de apoio

psicológico, hidroginástica, esta nas piscinas de Santa Iria de Azóia.Duas destas iniciativas, como a informática e o yoga, fazem parte das acções desenvolvi-das pela Academia Sénior de São João da Talha. Ou seja, nestes casos são os alunos que vão ao Centro Comunitário, tomando contacto com uma outra realidade, dando uma nova vida ao próprio espaço. De alguma forma, um primei-ro passo na concretização do projecto inicial da cooperativa “Amigos para Sempre”. A que se deve somar, aliás, a desloca-ção de voluntários, membros da cooperativa que promo-vem algumas das acções.“No global a adesão das pessoas é boa, umas mais do que outras, às diversas actividades sócios culturais que temos vindo a montar”, reflecte Teresa Pires. Se a tudo isto se associar uma situação económica contro-lada, equilibrada, é caso para considerar que vale a pena, a 21 de Novembro, fazer uma festa bem simpática na passa-gem do primeiro aniversário do Centro Comunitário “Ami-gos para Sempre”.

S. JOÃO DA TALHA CENTRO COMUNITÁRIO “AMIGOS PARA SEMPRE”

Um ano depois o balanço é positivo

Já tem três meses de porta aberta mas só agora, mais exactamente a 6 de Novembro, f izeram a inauguração oficial daquela que é, nas palavras de Luís Salta Silva, a “única livraria do género em Portugal”, a Livraria FXS, um convite a viajar pelos mundo dos livros, dos mapas, dos guias de turismo. “Esta livraria surgiu de uma necessidade”, diz Luís Salta Silva, recordando que muitos companheiros de aventuras – ele próprio, como é natural, adora viajar – ou pessoas ligadas ao mundo da descoberta de novos espaços, novos prazeres, o questionavam para arranjar determinado guia, certo livro, saber deste ou daquele assunto. Não que não se encontrasse no mercado as respostas a algumas dessas inquietações, mas era escassa, dispersa e cara. Para mais, grosso modo, estava diluída num vasto conjunto de literatura, aparecendo nas estantes como algo de menor.Luís Silva sentiu que havia um nicho de mercado. Trabalhou num conceito – sendo uma livraria temática não se limita

à oferta de livros, tem também artigos e acessórios para o viajantes e estabeleceram parcerias com empresas que de uma forma ou de outra estão ligadas ao mundo da aventura – assente numa grande oferta, assistência “a livraria é um espaço de informação” e em preços que vieram quebrar a rotina do próprio circuito de distribuição, “temos preços 10 a 15 por cento mais baratos que na livrarias convencionais”. O impacto foi grande e a reacção já se fez sentir. Desde que a FXS abriu as portas nota que aumentou “o espaço de oferta de livros de viagens” em outras livrarias.Depois, a pesquisa metódica do local. Tendo em conta preços, mas igualmente o contexto social. Optou pelo Centro Comercial da Portela, devido ao seu carácter quase familiar, e pelo meio que se encontra inserido, um extracto com algum poder económico.Não que o prazer de viajar seja apanágio apenas deste ou daquela grupo. “As pessoas não tem noção disso, mas há milhares de pessoas a

viajar. As pessoas necessitam de momentos de evasão”. Agora, tudo depende do que se pretende e até onde se pode ou quer ir.“Temos diversos tipos de clientes. Há os que nada sabem e procuram informação, há os que têm um local mais ou menos definido e querem mais elementos e há os que

procuram lugares menos habituais, um outro tipo de adrenalina. Grosso modo, para todos temos respostas, na LXS. Felizmente começa a haver mais oferta em termos de literatura, existem mesmo guias muito específicos, só para determinadas zonas, só para caminhadas, enfim, já há mais editores e mais títulos”.

A única livraria do paísde livros de viagens está na Portela

E é disso que é feita a LXS, do mapa de Lisboa, ao mapa do Mali ou de Tokyo, passando pelos guias da DK American Express em Português, aos guias da Lonely Planet, Rough Guides, National Geographic, e muito mais. A loja tem também uma secção de literatura de livros em inglês e outra em português,

sobre viagens, aventuras, expedições, culturas e outros temas relacionados com o”viajar”. Tem secção de vídeos “e vamos ter discos”. “No fundo, cada um pode ter a sua forma de viajar”, refere Luís Silva. Mesmo que essa viagem seja pelas profundezas da imaginação. Conta, a propósito, o caso de um casal que estava habituada a ir por esse mundo fora. Um deles ficou doente, está acamado. O outro vem à livraria, compra livros de viagem e lê em conjunto, como que viajando de novo, mas de outra forma.Na LXS trabalham três pessoas. Para além da livraria em si há igualmente um serviço de imagem digital. Espaço virado ao mundo mas cheio de mundo ao mesmo tempo, a LXS, em conjunto com o Centro Comercial da Portela, promoveu o “I Encontro de Viajantes, com a presença de escritores” que apresentaram os seus livros e autografaamr as suas obras. E fizeram um convite a novas viagens.

Carlos Cardoso

A equipa da livraria FXS

Ana Vitorino e Teresa Pires

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10 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULOLOURES

Debates, acções de escla-recimento e sensibi liza-ção, animação cultural, espectáculos, constituem algumas das iniciativas que preenchem a Semana Social 2010, a decorrer entre 17 e 20 de Novembro. A Semana é organizada pela Comissão Social Interfreguesias de S. João da Talha/Santa Iria de Azóia, no âmbito do Programa Rede Social de Loures.No dia 17 de Novembro, o destaque vai para a Edu-cação /Cidadania com o workshop “Facilitação, lide-rança e empreendorismo” para alunos do 9º ano de escolaridade, na escola 2,3 Jorge de Barros e na Escola 2,3 de Pirescôxe, a que se segue uma acção de sensibilização para os pais – “Pais à conversa”, às 18h00 na sala do Atlético de Via Rara.Acção de Informação – “Técnicas de Procura de Emprego» e Acção de Rua – Contactos com as empresas locais”, assim se chamam, por outro lado, as acções propostas para o Dia do

Emprego, com encontro marcado para o dia 18, entre as 11h00-12h00, na Casa da Cultura de Santa Iria de Azóia, e das 15h às 17h na Junta de Freguesia de S. João da Talha. Esta iniciativa conta com o apoio do CPR, ao nível do seu Gabinete de Inserção Profissional (GIP/IEFP).«Danças do Mundo» é, por seu lado, o nome do espectáculo multicultural que animará na noite do dia 19, o Auditório do Centro Português para Refugiados, na Bobadela, por cujo palco passarão variadas expressões artísticas como sejam, dança cigana, danças orientais, dança indiana, merengue, salsa ou as danças de salão.A Semana Social culmina o seu programa com a realização da 4ª Mostra Sénior no Pavilhão José Gouveia, entre as 14h00 e as 20h00 de sábado, 20, que voltará a ser um espaço de encontro e intercâmbio sócio-cultural entre as instituições que intervêm na área de idosos nas duas freguesias.

(Correspondência)

Em texto que não consigo pre-cisar, já o insuperável Miguel Esteves Cardoso chamara há muito tempo a atenção para a necessidade de moralizar a bandalheira - termo da minha responsabilidade - em que an-dam os nomes nas camisolas dos futebolistas.Eu diria que não se trata só de moralizar mas mais, de dar credibilidade ao jogo e ao nosso campeonato. Não tenho dúvidas que um espectador de então, pa-gava com muito maior satisfação o seu bilhete por saber que ia ver jogar um Fernando Peyroteo ou um Mário Coluna. E até os Guarda-redes, classe à parte tão incompreendida e secundarizada, por só saberem jogar com as mãos, reabilitavam--se quando eram Carlos Gomes ou José Pereira, por exemplo. Mais perto foi Galrinho Bento quem trouxe ao estatuto do lugar inestimável contributo.

HÁ MAIS VIDA PARA ALÉM DA VIDA

Os nomes dos futebolistasOPINIÃO

Por falar em Galrinho Bento, se o padrão desejável de nomeação é o de nome próprio e apelido, constituiu louvável preciosismo o de António Jesus Correia ao usar só os dois sobrenomes… já nem se pedia tanto.Na verdade quem pode levar a sério um jogo de futebol onde Joycinhos e afins proliferam? Eu se fosse defesa e me aparecesse pela frente um Bertinho até tinha medo de meter o pé, não fosse o rapaz magoar-se, coitado…Nesta mariquice pegada safa-se o Bruno Pereirinha por ser o seu

apelido o de baptismo, se bem que já não se desculpa tanto à sua família, ligada ao futebol, não terem previsto que o Bruno tam-bém seguiria a carreira e, como é, havia de vir a ser chamado Pereirinha.Isto complica-se quando apelidos com pedigree e potencial como Coentrão e Amorim se fazem preceder dos anódinos Fábio e Ruben. Há neles uma dissonância onomástica perturbadora.Creio que não será preciso chegar ao delírio de grandeza de um Dio-go Salomão mas compreendo-o perfeitamente. Diogo Salomão ressoa bíblico e majestoso por entre a pindérica nomenclatura da nossa Liga.Ainda neste capítulo, apesar de condenável, é sempre preferível fazer alinhar a defesa central um Luisão em vez de um Luisinho. Há Jogadores que não conseguimos referir de outra forma senão como Futre ou Chalana. Estão a ver estes dois de Paulito ou Nandinho na camisola? Eu não.Mais, qualquer empresário tem o direito de nas negociações de um contrato impor a vantagem do nome do seu jogador:- Presidente, temos que aumentar aí as “ luvas”. Repare bem no nome do rapaz… Raul Meireles!Pelo contrário, um Director po-derá invocar com toda a legiti-

midade:- Desculpe lá mas não dou mais do que isso por um Toninho Dinamite…Na base da pirâmide encontra-mos o caso recente de Tiago Correia, situação completamente inadmissível para quem gosta de ver bola; Bébé? Bébé? . Tiago dá ouvidos ao Ferguson e deixa-te lá dessas fofices da avó. Tu estás a ver o Ronaldo ou o Messi de Ronron ou Mémé estampados? Bébé faz-te homem!Já depois de ter escrito o essencial e quase a enviar a crónica, li que a TóZé Marreco do Desportivo das Aves (??..) foi negado interesse por parte do Nacional e da Aca-démica. Estava à espera de quê com esse nome? Para tudo há limites. Qualquer dia tínhamos aí, na Selecção Nacional, o Ma-nelChico Zarolho a jogar com o número que já foi de Domingos Paciência. Proponho mesmo que os esclarecidos Presidentes daqueles dois clubes passem, por delegação federativa, a ratificar e a vetar os nomes a afixar nos jersys do nosso campeonato. Eu por mim já decidi. A minha equipa de fim-de-semana passa a partir de hoje a alinhar com um dignificante e qualitativo número 9 . O seu nome? Castro Marques , em garrafais nas costas!

Joaquim Marques

DECORRE ENTRE 17 E 20 DE NOVEMBRO

«Semana Social»em S. João da Talha

e em Stª Iria de AzóiaA Delegação de Loures da Cruz Vermelha, em parceria com a Associação de Mora-dores do Parque das Nações, desenvolve, desde Outubro, nas suas instalações, situadas no Parque das Nações, di ver-sas actividades de formação, nomeadamente em Infor-mática I, Canto Gregoriano, Informática II, Português (Imigrantes), Inglês I e Inglês II. Pese embora as aulas já tenham começado, ainda aceitam inscrições para quem esteja interessado em usufruir destes serviços dinamizados pela Delegação de Loures da Cruz Vermelha Portuguesa e que são apenas uma pequena parte das acções programa-das, a realizar no âmbito da Academia J. A. Comenius.De facto, o plano da Acade mia Comenius prevê ac ções em diversas áreas. Por exemplo, ao nível da saú de, há capaci-dade para realizar avaliação

de tensão arterial, medição de glicemia, colesterol e massa corporal; electrocardiogra-ma, registo de Holter, MAPA, espirometrias e registo poli-gráfico do sono; diagnóstico de fisioterapia e massagem de reabilitação; terapia da fala e rastreio oral bem como psi-cologia clínica. No campo da formação, para além das aulas de inglês, canto gregoriano e informática, já em curso, destaque para as actividades formativas em pintura, latim, história, manutenção física, diálogos sobre economia e gestão, mate mática e direito, forma ção/segurança na In-ternet com a colaboração com a PSP do Parque das Nações, cursos de socorrismo (CVP) e noções de jardinagem.Prevê-se o aprofundamento de diversos protocolos, englo-bando as áreas da cardiologia e pneumologia (electrocar-diogramas), de fisioterapia,

NÚCLEO DA CRUZ VERMELHA PORTUGUESA DE LOURES

Acções de formação já começaramcom a Clínica Fisiátris ( Sa-cavém), na medicina dentária com a Clínica de Santa Ma-dalena e Consultório Clínica Dentária. Ao nível das viagens e turismo, destaque para as parcerias com as Viagens Hal-con e Viagens El Corte Inglês.Outras actividades fazem parte do plano de acção, tais como a possibilidade de tradução/revisão de do-cu mentos em todas as lín-guas, com a colaboração da Eurologos, usufruir do Serviço de Teleassistência da CVP, um meio de combate ao isolamento, o Cartão de Saúde CVP, com assistência permanente em serviços de saúde, participar ou receber o contributo do voluntariado do Banco de tempo, para além das habituais visitas de estu-do, passeios e jogos lúdicos no Parque das Nações. O núcleo facilita ainda o empréstimo de cadeiras de rodas e canadia-

nas, desen volve o aconselha-mento ao imigrante, promove a recep ção e distribuição de roupas e géneros alimentares bem como o atendimento e encaminhamento à vítima. Quem quiser colaborar ou obter mais informações nada melhor do que dirigir-se à casa do Arboreto, Parque do Tejo – Passeio Heróis do Mar, das 14h às 17h, nos dias úteis, con-tactar através do 210935315 ou pelo e-mail: [email protected] Nunca será demais referir que estas iniciativas, que têm o apoio do Rotary Clube Lisboa Oeste, são voluntárias, feitas com o apoio de médicas, ana-lis tas, terapeutas, professo-res, advogados, engenheiros, psicólogos, sub-comissários, fisioterapeutas, enfermeiras, massagistas, farmacêuticas entre outros.

(Correspondência)

Faleceu José Alves, Presidente da Junta de Freguesia da Apelação

Faleceu no dia 12 de Novembro, com 72 anos, o Presidente da Junta de Freguesia da Apelação, José Henriques Alves. José Alves foi eleito presidente, nas listas do Partido Socialista, da Junta de Freguesia da Apelação em 1997e foi reeleito em 2001, 2005 e 2009.

Por decisão do Presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira, a bandeira do Município foi hasteada a meia haste em todas as dependências municipais, nos dias 13 e 14 de Novembro. O seu corpo foi enterrado no cemitério da Apelação. Ao longo dos anos o Jornal Triângulo teve oportunidade de contactar por inúmeras vezes com o José Slves, sobre os problemas da freguesia, e encontrou sempre simpatia e disponibilidade, um traço marcante da sua personalidade, algo que devemos realçar neste momento duro para a sua família e para todos aqueles que com ele conviveram de maneira mais próxima.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 11LOURES

ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO PATRIMÓNIO AMBIENTAL E CULTURAL DE SANTA IRIA DE AZÓIA

António Pais Viegas, um homem dos ManjõesA 1 de Dezembro de 2010, Portugal celebra 370 anos da Restauração da Indepen-dência. Aproveita mos esta efeméride para traçar uma breve biografia de António Pais Viegas, um dos perso-nagens a quem é atribuída a honra de ter influenciado a decisão de D. João, Duque de Bragança, de aceitar o trono de Portugal.Segundo reza a história, a 12 de Outubro de 1640 reuniram no Palácio dos Almadas os conjurados, D. Antão de Almada, Antó-nio de Saldanha, Jorge de Melo, Francisco de Melo, D. Miguel de Almeida, João Pinto Ribeiro e Pedro de Mendonça, com o fim de operacionalizarem um mo-vimento para pôr termo ao domínio Castelhano. Um dos factores determinantes neste plano seria obter o apoio do Duque de Bra-gança, designadamente a sua disponibilidade para se tornar rei de Portugal. Com esse objectivo deslocou-se Pedro de Mendonça a Vila Viçosa. Sabe-se que antes de dar a sua resposta, o futuro rei D. João IV consultou as duas pessoas que lhe eram mais próximas - sua esposa D. Luísa de Gusmão e o seu secretário e conselheiro António Pais Viegas (1). A resposta da primeira, talvez lendária, é sobejamente conhecida, tendo como ver-são mais românticaa frase “mais vale ser rainha por um dia do que duquesa toda a vida”. Relativamente à do segundo, que para alguns terá sido determinante na decisão de D. João, ela foi dada, segundo Rebelo da Silva, nos seguintes termos:“Tendo ouvido o duque, Vie-gas calou-se por um instante e depois pediu licença para fazer uma pergunta:- No caso de o reino se cons-tituir em república, que partido seguiria Vossa Ex-celência, o do país ou o dos castelhanos?- Sejam quais forem os acon-tecimentos - respondeu o duque” - hei-de acostar-me ao que seguir o comum do País.- Então - volveu o secretá-rio - está dada a resposta. Mais vale arriscar tudo para reinar do que arriscar ainda tudo para ficar vassalo. A ocasião é chegada e parece que Deus a trouxe. A maior dificuldade consistia em os outros proporem a empresa, pois seria pouco seguro se a ideia partisse directamente

de Vila Viçosa. Os fidalgos estão prontos e só pedem rei. Dê-lho Vossa Excelência, e encomende o mais à Pro-vidência.”Ainda que seja uma figura incontornável da Restau-ração, esclarecemos que a verdadeira razão que nos leva a escrever sobre Pais Viegas é o facto de ele ser um homem da nossa fre-guesia, facto praticamente desconhecido, pelo que se impõe que o divulguemos.Nasceu em data incerta nos Manjões, lugar da freguesia de Santa Iria de Azóia. Foi cavaleiro da Ordem de Cris-to, comendador de Santa Maria da Caridade de Évora e alcaide-mor de Barcelos. Serviu como vedor D. Du-arte, marquês de Flechilla e tio do futuro rei D. João IV, de quem foi testamenteiro. Terá sido, provavelmente após a morte deste, em 1627, que passa a ser secretário do Duque de Bragança. Foi uma personagem muito respeitada até à sua morte, em 1650, tendo sempre sido ouvido nas grandes ques-tões do reino por D. João IV a quem continuou a servir como secretário.Foi autor de duas obras jus-tificativas da Restauração e editadas em 1641:- Manifesto / do Reyno de Portugal. / No qual se de-clara / o direyto, as causas & o modo, que teve / para exemirse da obediência del Rey de / Castella, & tomar a voz do Sereníssimo / Dom

Joam IV do nome, & / XVIII. entre os reys ver-/dadeyros deste Reyno.- Principios del Reyno de Portugal: Com la vida y hechos de Don Alfonso Hen-riquez Y com los princípios de los otros estados chris-tianos de Hespaña .A primeira, de grande di-vulgação em toda a Europa, teve também uma edição holandesa. Foram obras com um sentido polémico pois pretendiam atacar a argumentação de um autor que se pôs ao serviço da causa espanhola e que nas vésperas de 1640 defendeu os direitos filipinos à coroa de Portugal. Motivaram re-acções de adversários que pretenderam diminuir o seu autor e à falta de argumen-tos contra o seu carácter usaram, curiosamente, as suas origens como forma de desqualificação: “obscuro nombre que solo se le conoce por pátria los Manjones, una aldea de doze vezinos to dos mecanicos, y de su descen-dência una abuela esclava”.António Pais Viegas escre-veu, ainda:

- Realçam dos gloriosos succesos, que as armas de D. Joam IV tiveraõ nas terras de Castella, neste anno de 1644.- Relação dos succesos, que nas fronteiras deste Reyno tiveraõ as armas del Rey Dom Joam o Quarto .com as de Castella, despois da jor nada de Monijo, ate fim do anno de 1644. com a victoriosa defensa de Elvas.Apesar de praticamente to-das as obras sobre a Restau-ração se referirem a António Pais Viegas não se conhece nenhum es tudo sobre a sua vida e pensamento. As infor-mações biográficas aqui divulgadas tiveram como fonte principal a Ideologia Política e Teoria do Estado na Restauração “ Vol. I (Luis Reis Torgal; BGUC; 1981). O seu nascimento nos Man-jões, perto da Azóia, termo da cidade de Lisboa, aparece em várias obras, incluindo uma do século XVIII, e é confirmado com a argu-mentação usada pelos seus adversários para o diminuir. Não parece haver, portanto, razões que nos levem a des-

confiar da sua veracidade. O mesmo não poderemos dizer relativamente às suas origens genealógicas, uma vez que nos parece difícil conciliar o que refere Tor-gal, que dá como seus pais Sisenando de Freitas Gorjão e D. Maria Lacerda, família nobre de Beja (cf. por Nuno Gorjão Henriques / Miguel Gorjão Henriques; Gorjão Henriques_I; Volume I, pp 325-326) e a falta de “nome” alegada pelos seus adversá-rios, que lhe atribuem uma avó escrava. Por outro lado, a acreditar no que refere Gorjão, Sisenando teria nas-cido por volta de 1610, pelo que não parece provável que pudesse ser pai de um homem que em 1627 já era vedor de D. Duarte.Até hoje não foi possível avançar muito mais re-lativamente à vida deste homem e à sua relação com os Manjões. O património cons truído de que ainda existe vestígios naquele lugar e a informação docu-mental que temos sobre o existente no século XVIII (li-vro da décima / Arquivo do

Tribunal de Contas) não in-dicam qualquer relação com esta figura da Restauração. Ainda que, ao que tudo indi-ca, a “Quinta Grande” possa estar relacionada com Pedro Vieira da Silva, secretário de Estado de D. João IV (mais tarde bispo de Leiria), não conseguimos estabelecer qualquer outra conexão que não seja a curiosidade de dois homens próximos do rei estarem ligados aos Man-jões. Resta-nos vasculhar a documentação da Torre do Tombo, a começar pela capela que há pouco tempo ficámos a saber que Pais Vie-gas tinha instituído em1645 no Convento de S. Francisco de Lisboa, na expectativa de acrescentarmos algo ao que se sabe da vida deste nosso conterrâneo e colocarmos assim mais uma peça no puzzle na história de Santa Iria de Azóia.

(1)Pedro de Mendonça teria solicitado ao Duque de Bra-gança que ocultasse de Pais Viegas este assunto, o que o rei recusou, alegando não só a sua descrição e prudência como também o facto de o seu secretário há já algum tempo o vir motivando para o que os conjurados dese-javam.

Novembro de 2010Cristina Mendes / ADPAC

- Associação de Defesado Património Ambiental

e Cultural de SantaIria de Azóia

Santa Iria de Azóia precisa de estudar a sua história

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12 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO MAFRA

Estão abertas as inscrições, de 15 a 27 de Novembro, para a OFICINA DE CINEMA “COMO SE FAZ UM FILME? “na qual, pela mão de Henrique Espírito Santo entramos no ‘mundo mágico do cinema’. De Segunda a Sexta, às 10H30, 14H00 e 16H00, é destinada a escolas, por marcação, para grupos até 30 crianças, e aos Sábados, às 16H00, destina-se ao público em geral.A Oficina divide-se em 3 percursos:Percurso 1 - A Sala de Cinema:Projecção de um filme com introdução e comentários explicativos sobre o trabalho no cinema, os elementos técnicos

e artísticos necessários para fazer um filme e as diversas fases de produção até chegar à sala de cinema. Percurso 2 - A Exposição:Painéis ilustrativos do trabalho no Laboratór io da Tobis Portuguesa: Revelação do negativo, Impressão da cópia de trabalho, Montagem de negativo, Tiragem da cópia em 35 e 16 mm.Percurso 3 - O Estúdio: A sala do Café-Teatro do Centro Cultural Malaposta transforma-se num grande estúdio de cinema. O cenário (décor) conta a história da construção do Convento de Odivelas pelo

rei D. Dinis. Ficamos a saber porque el-rei D. Dinis mandou construir o convento na sua Quinta de Vale de Flores em Odivelas em 27 de Fevereiro de 1295. No espaço de filmagem ou “plateau”, o Rei D. Dinis e sua esposa D. Isabel. É neste Estúdio de Cinema, que vamos “brincar” e simular a rodagem com objectos autênticos (projectores, câmara de filmar, charriot, claquete, guarda-roupa, adereços...Cada um dos participantes terá a sua função: realizador, actor, operador de câmara, maquinista, anotador etc...Agora, Silêncio... Som... Imagem... Claquette...Acção!

OFICINA DE CINEMA

Como se faz um filme?

A banda de música “Tambor” apresenta, dia 25 de Novembro, às 22H00, no Café-Teatro do Centro Cultural Malaposta, o quarto disco da banda, “Quatro”, e que tem como single de apresentação o tema “Cada Dia Que Passa” de autoria de Alexandra Valentim e Fernando Martins. Este disco foi gravado em 2009 e tem como ponto de partida a junção do electro pop com os instrumentos de câmara construído à volta das histórias de cada canção. É o que chamamos de um disco feminino. Fazem parte deste disco 13 temas. “Cada Dia Que Passa” tem desde o inicio de 2010 airplay nas principais rádios nacionais e locais assim como presença na banda sonora da série “Lua Vermelha”.Tambor são: Alexandra Valentim voz/theremin/teclas; Fernando Martins guitarras/teclas/baixo/programação; Joaquim Almeida bateria/percussão; Miguel Teixeira viola de arco; André Tavares violoncelo/voz; Nuno Santos guitarras

TamborENCONTROS DE CINEMA - VISÕES DO SUL

Acácio Em plena união musical e teatral entre uma Voz (Sara Belo) e um Beatboxer (Tiago Grade), o projecto musical aCORDA irá encher de ritmo a sala de Café-Teatro do Centro Cultural Malaposta, no dia 27 de Novembro às 22h00.A voz e o ritmo unem-se de uma maneira natural uma vez que têm a mesma base, e as estruturas criadas reflectem uma busca por sentimentos e estados de espírito. A ambiência é pura e simplesmente vocal e, através de divagações e viagens, contam-se ‘histórias’ que podem ser mostradas ao espectador de diversas maneiras e com diferentes objectivos. A flexibilidade, o improviso e a técnica unem-se subtilmente para envolver uma camada de sons que primam pela intensidade e originalidade.A divagação pelo infinito universo sonoro traz ritmos, melodias e ambiências que se complementam dinâmica e naturalmente, no sentido em que tudo advém da mais pura essência do ser. A viagem pelas diversas experiências, conhecimentos e influências dos intervenientes reproduz-se numa energia muito própria, que teima em se afirmar pelas especificidades inerentes ao único instrumento deste projecto: o aparelho vocal. A partir deste ponto, há que amarrar a boa disposição e a vontade de criar constantemente um meio onde a musicalidade se sustente a si própria.A improvisação, a comunicação com o público, a teatralidade e a originalidade do projecto têm feito espectáculos muito animados e bem recebidos em locais tais como o Festival da Nora em Serpa, Braço de Prata em Lisboa e Cabaret Maxime em Lisboa.

aCorda

O evento Encontros de Cinema – Visões do Sul será apresentado, com debate, por Marília Rocha, na Sala de Cinema do Centro Cultural Malaposta, no dia 26 de Novembro, às 21H30. Entre 1918 e 2008, Acácio Videira e Maria da Conceição dividiram as suas vidas entre Portugal, Angola e Brasil. Este filme é um registo desses anos, misturando imagens do presente com excertos dos filmes de Videira e fotografias antigas, permitindo a criação de um espaço entre o que é visto e o que foi vivido, recordado e esquecido. A história pessoal do casal transforma-se assim numa reflexão que evoca as relações coloniais, a guerra e a própria memória. Marília Rocha vive e trabalha em Belo Horizonte, no Brasil. Completou o mestrado em Comunicação Social na Universidade Federal de Minas Gerais com uma tese sobre ensaios cinematográficos. Como fundadora do colectivo Teia, realizou 11 curtas-metragens e vídeos. Aboio, o seu primeiro documentário, foi exibido na MoMa’s Documentary Fortnight, nos Estados Unidos, e venceu o prémio para Melhor Documentário na 10ª edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários (Brasil). ARGUMENTO: Clarissa Campolina, Marília Rocha, Glaura Cardoso Vale; FOTOGRAFIA: Clarissa Campolina, Marília Rocha; SOM: Pedro Aspahan; MONTAGEM: Clarissa Campolina; ELENCO: Acácio Videira, Maria da Conceição Videira, Gambôa Muatximbau; PRODUTOR: Diana Gebrim Costa, Glaura Cardoso Vale; PRODUÇÃO: Teia Filmes (Brasil)

Rão KyaoNo próximo dia 26 de Novembro, às 21h30, o Auditório do Centro Cultural Malaposta abrirá as portas a mais um grande espectáculo musical interpretado por um grupo de excelentes músicos composto por: Rão Kyao, em flautas de Bambu e voz, Renato Silva Júnior em Acordeão e Teclados e Ruca Rebordão nas Percussões que visa “cantar” através destes instrumentos a nossa música popular e tradicional. O repertório é constituído por temas de grandes compositores da MPP, entre os quais daríamos ênfase ao grande José Afonso mas também são interpretados temas de José Niza, Adriano Correia de Oliveira, Arlindo de Carvalho e outros, para além de incursões no nosso repertório tradicional de vários pontos do País.Fazem também parte do programa músicas originais e dada a criatividade dos músicos envolvidos, existe bastante improvisação colectiva.Tentamos assim divulgar a grande qualidade de alguns dos nossos autores e executar temas que ilustrem, cada um à sua maneira, a grande riqueza do legado musical português.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 13MAFRA

BREVESMAFRA..............................................................................................................................

Carlos Cardoso

FEITA DE BRINQUEDOS E DE SOLIDAREDADE

A freguesia da Carvoeira vai ter mais uma montanha

Falecimento

O único residente do Palácio Nacional de Mafra faleceu, a 4 de Novembro, aos 83 anos. Gil Ferreira Mangens, antigo tipó-grafo, dedicou toda a vida ao convento. Figura muito conhe-cida localmente, Gil Mangens apesar de ter nascido em Ma-fra, era descendente de uma fa-mília francesa que chegou a Lis-boa quando o palácio estava a ser construído, no século XVIII. Foi tipógrafo. Os responsáveis do Palácio pre-tendem, agora, fazer uma expo-sição com o espólio deixado por Gil Ferreira Mangens.

Assembleia

Associação dos Bombeiros Vo-luntários de Mafra realiza uma Assembleia-Geral Ordinária, no dia 14 de Dezembro, pelas 20,00h, na sede da Associação, sita na Av. 25 de Abril em Mafra. Da ordem de trabalhos faz parte a apreciação e votação do orça-mento para o ano de 2011 bem como a apresentação do plano de actividades para 2011.

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Ericeira

A Santa Casa da Misericórdia da Ericeira realiza, no próximo dia 27 de Novembro, a sua As-sembleia-Geral para aprecia-ção e aprovação do Orçamento provisional para o ano de 2011. Dias depois, a 5 de Dezembro, na Igreja da Misericórdia, tem lugar um concerto pelo Ensem-ble da Filarmónica da Ericeira. Entretanto, de 6 a 23 de Dezem-bro realiza-se uma venda de Natal, nas instalações da Mise-ricórdia da Ericeira. Para culmi-nar estes dois meses de activi-dades, a 18 de Dezembro tem lugar a Festa de Natal, no Lar da Misericórdia, para os resi-dentes, utentes e respectivas famílias.

Mafra

No dia 20 de Novembro realiza--se mais uma Feira de Filatelia, Numismática e Notafilia, uma iniciativa da Câmara Municipal de Mafra. O certame funciona entre as 10 horas e as 18 horas, no Claustro Sul do Palácio Nacional, junto ao posto de Turismo.

Fórum

Debater questões associadas ao exercício e à saúde, é o ob-jectivo do Fórum que a Câmara Municipal de Mafra e a Univer-sidade Lusófona de Humanida-des e Tecnologias organizam no dia 19 de Novembro, no Audi-tório Municipal Beatriz Costa, em Mafra, com a participação de conferencistas nacionais, es-pecialistas nestas áreas. As ins-crições devem ser feitas previa-mente.

Na Escola Básica 1 e Jardim de Infância da freguesia da Carvoeira, situada em Fonte Boa da Brincosa, pro-fessores, alunos, pessoal auxiliares lançaram mãos à obra e querem construir “A Montanha dos Brinquedos”, no que será uma acção soli-dária para com aqueles que, por razões de saúde, vivem momentos mais difíceis.“Todas as crianças merecem brincar, sorrir e ser felizes, mas infelizmente algumas estão destinadas a passar horas, dias, e até vidas em unidades hospitalares, tais como o IPO- Instituto Por-tuguês de Oncologia. Porque

não somos indiferentes a essas situações, e estamos numa escola virada para os valores, lançamos este novo desafio. Vamos tornar essas horas, e esses dias um pouco mais fáceis de passar. ..”, dizem os responsáveis da escola, num apelo para o interior e para o exterior do estabelecimento de ensino.A ideia é muito simples, que cada um olhe para os brinquedos ou para os livros, especialmente direcciona-dos às crianças, que têm em sua casa, e que já não usam ou já não querem e os façam chegar à escola. Que falem com os amigos, vizinhos,

familiares, transmita a ideia e consiga contributos para a “Montanha dos Brinque-dos”. “Podem até comprar

um, não importa o valor...”, o importante é de forma al-truísta alcançar o objectivo.“Vamos criar a nossa Monta-nha dos Brinquedos. Quan-do atingirmos o cume, os brinquedos serão distribuí-dos no IPO, e, se possível, em outras unidades de pediatria tais como a Cardiologia Pediátrica, Unidades de Pedopsiquiatria etc.. Assim tenhamos brinquedos ou livros para isso...”, referem os responsáveis da escola.Tendo como finalidade aju-dar os outros e contribuir

“Hora do Conto” dedicado à alimentaçãoNo dia 20 de Novembro, pelas 15h30, tem lugar a activi-dade “Hora do Conto” dedicada à temática da alimenta-ção. A iniciativa decorre na Biblioteca Municipal de Mafra, é orientada pela equipa das bibliotecas e destina-se a crianças a partir dos 4 anos. As inscrições são gratuitas, havendo apenas um limite de 15 participantes, e podem ser efectuadas directamente na Biblioteca Municipal de Mafra ou pelo telefone 261 815 422.

para que tenham momentos mais felizes e alegres, a acção dinamizada pela Escola Bá-sica 1 e Jardim de Infância da Carvoeira tem, também, implicações ao nível da for-mação da personalidade e dos comportamentos dos próprios alunos. “Porque somos uma escola melhor, activa, a formar alunos bri-lhantes, fabulosos e cheios de valores, que não ficam indife-rentes e serão o futuro desta nação, decidimos abraçar esta acção com toda a nossa vontade para que sejamos mesmo uma família!”, dizem, terminando o apelo com uma ideia forte:”Faremos o que pudermos, com o que tiver-mos e onde estivermos...”.A Escola Básica 1 e Jardim de Infância da Carvoeira é um estabelecimento de en-sino relativamente recente, fazendo parte do conjunto de dez escolas que a Câmara Municipal de Mafra cons-truiu nos últimos anos. Tem capacidade para 75 crianças em pré-escolar e para 120 alunos do 1º ciclo.

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14 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO MAFRA

No Auditório Municipal Be-atriz Costa, na vila de Mafra, o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira à sessão de abertura do seminário “O Policiamento de Proximida-de: Um Desafio Local?”, um espaço de debate promovi-do pela Revista Segurança e Defesa, com o apoio da Câmara Municipal de Mafra. No decorrer do seminário procedeu-se ao lançamento de duas edições da Direcção--Geral da Administração Interna: I Jornadas de Se-gurança Interna 2010 (uma compilação das palestras proferidas neste evento) e o número 13 da Revista Eleições).Na sessão de abertura falou, em primeiro lugar, o Supe-rintendente José Ferreira Oliveira, Director da Escola Prática de Polícia e Director do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segu-rança Interna, seguido de José Ministro dos Santos, Presidente da Câmara Mu-nicipal de Mafra, que, a certa altura, disse: “Nas últimas décadas o concelho de Mafra tem registado um desenvol-vimento expressivo tanto em termos demográficos

como ao nível da construção de infra-estruturas sociais, educativas e desportivas. Perante a diversidade e am-plitude desta nova realidade entendeu o Município defi-nir uma estratégia integrada de elevação das condições de segurança e de cumpri-mento da legalidade, para que os munícipes possam viver num ambiente mais tranquilo, com o consequen-te reforço do seu bem-estar.

A criação da Polícia Muni-cipal representa a materia-lização desta estratégia no âmbito das atribuições mu-nicipais. Garantindo o exer-cício de funções administra-tivas associadas às missões que lhe são acometidas este serviço - em funcionamento desde Janeiro -pode ser um apoio complementar liber-tando a GNR para que esta possa exercer, em plenitude, uma intervenção não só

reactiva, mas próactiva na prevenção da criminalidade. Programas como «Escola Segura», «Comércio Seguro» e «Idosos em Segurança» são exemplos deste empenho das forças de segurança no desenvolvimento de uma actuação mais visível e mais próxima dos cidadãos, so-bretudo os mais vulneráveis. A par da efectiva resolução dos problemas, concretos e quotidianos, a virtude deste

conceito reside na sensibili-zação da população para a adopção de adequadas me-didas de protecção e cada membro da comunidade sabe que pode encontrar, nas forças da autoridade, um «porto seguro»! Por tudo isto conceber o policiamento de proximidade como um desafio local é muito mais do que uma perspectiva conceptual, é assumir uma responsabilidade!”. A importância do Policia-mento de Proximidade, foi exactamente um dos aspec-tos mais referenciados pelo Ministro da Administração Interna, Rui Pereira nas breves palavras que proferiu.O seminário foi dividido em dois painéis. O 1º painel foi subordinado ao tema «Os Conceitos; Modalidades e a avaliação do policiamento de proximidade; Perspecti-vas de futuro; Experiências nacionais e internacionais, sendo moderadora Cristi-na Montalvão Sarmento. Falaram Susana Durão, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Nicholas Fyfe, criminologis-ta Dundee.No 2º painel foi escolhido o

Seminário debatepoliciamento de proximidade

tem “Actores do policiamen-to de proximidade. O nível político e administrativo em contexto nacional, local e municipal”, moderado pelo Superintendente José Carlos Bastos Leitão, Comandante Distrital da P.S.P. de Setú-bal. O conferencista Paulo Machado, do Ministério da Administração Interna, dissertou sobre “As políticas públicas de segurança em especial os contratos locais de segurança e os programas especiais de policiamento: Desafios e Resultados”, Álva-ro Marçal, da P.S.P. falou do “Policiar com proximidade e imaginação: o caso de Odivelas”, o orador Urbano Antunes, Polícia Municipal de Cascais, referiu-se à ex-periência do concelho e por sua vez o Capitão Rogério Copeto, da G.N.R, tratou do tema: «Uma boa prática de policiamento de proximi-dade».De referir a novidade avan-çada, pela Secretária de Estado Dalila Araújo, no encerramento do seminá-rio, que, brevemente, irão ressurgir, em novos moldes, os guardas-nocturnos.

Rogério Batalha

O Director do Comando de Instrução e Doutrina do Exército, Major -General António Noé Pereira Agos-tinho, presidiu, na manhã chuvosa de 15 de Novembro, ao juramento de bandeira dos 173 soldados recrutas do 9º Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército 2010. A cerimónia decorreu, como já é hábito, na Parada Coronel Maga-

lhães Osório, no Quartel da Escola Prática da Infantaria.Cerca das 11 horas teve lugar a homenagem aos Mortos pela Pátria, na Porta d’ Ar-mas, com a deposição de um ramo de flores e a recitação de orações pelo capelão Rui Peralta.No início do juramento de bandeira foram atribuídas condecorações a alguns mi-litares da Unidade, recente-

mente agraciados.Com a medalha de com-portamento exemplar, grau prata, foram condecorados o Major Vítor Manuel Lou-renço Borges e o 1º Sargento Marco Paulo Salvador Santos. Com a de grau cobre o 1º cabo Nicolau Pierre Costa Chazard e os soldados Catarina Jesus Pereira Ramos e Marco Bru-no Sousa Carvalho. Recebe-ram a medalha comemora-

Juramento de Bandeira em Mafra

tiva de Comissões de Serviço Especiais o capitão Hélder Fernando Ramos Parcelas e os 1ºs sargentos Luis Miguel Castelo Rodrigues e Paulo Jorge Silva Lopes Mendes.O Comandante da 2ª Com-panhia Capitão Hélder Ca-rimbo Reis, proferiu uma

alocução tendo salientado a certa altura: «O juramento de bandeira é hoje a mais significativa cerimónia efec-tuada numa unidade militar, materializando uma atitude consciente de aceitação do compromisso de servir Por-tugal, isto é, contribuir para

a preservação dos valores institucionais que consti-tuem o património comum nacional e dão corpo à nossa história secular».O Chefe da Secretaria de Comando da EPI, sargento--chefe José Alves, leu os deveres militares. O Coman-dante das Forças em Parada e 2º Comandante da EPI, Tenente-Coronel Francisco José Fonseca Rijo, leu a fór-mula do juramento que foi repetida, em voz alta, pelos recrutas.Os militares desfilaram pe-rante o Estandarte Nacional e Tribuna de Honra onde se encontravam o Presidente da Câmara Municipal de Mafra, José Ministro dos Santos; Director da Tapada de Mafra, Ricardo Paiva; Presidente da Direcção do Clube Militar de Oficiais de Mafra, Major - General José Inácio Sousa e outros convidados.No final a Banda do Exército, dirigida pelo sargento-chefe Craveiro, executou os tre-chos musicais «Se os teus olhos falassem» e «Lisboa à noite».

Rogério Batalha

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 15MAFRA

O consumo de drogas é um problema crescente em Por-tugal e na Europa, afectando transversalmente todas as classes etárias e socioeconó-micas. A Câmara Municipal de Mafra e a Comissão de Protecção de Crianças e Jo-vens, de Mafra, resolveram promover um seminário no Auditório Municipal Beatriz Costa, para debater o tema «Prevenção do Consumo de Drogas, uma abordagem ética». José Ministro dos Santos, Presidente da edilidade ma-frense, disse, na sessão de abertura que o “toxicode-pendente é o produto de uma sociedade… uma socie-dade onde, progressivamen-te, o químico e o concurso vão substituindo, na escala da felicidade, valores como a afectividade, a autocon-fiança, a compreensão ou a tolerância. Esta abordagem sociológica do fenómeno permite constatar que, mais do que um comportamento desviante, a toxicodepen-dência é um problema so-

cial… e, enquanto problema social que é, deve ser pen-sado em comunidade». E terminou a sua intervenção com esta metáfora: «Dizem que o toxicodependente é cego face à sua própria patologia, porque não se crê doente; Dizem que a família do toxicodependente é cega face ao problema do filho, porque começa por não ver os primeiros sinais; Dizem

que a sociedade é cega, por-que persiste em não enten-der a sua responsabilidade na degradação dos valores essenciais. Faço votos de que este seminário possa trazer uma nova luz sobre a prevenção do consumo das drogas … e que essa luz possa ser, afinal, um foco de esperança»!O primeiro conferencista da manhã foi Jorgen Svidén,

Director da Organização Europeia das Cidades Contra as Drogas ( ECAD) que, na sua introdução, salientou: «Algumas pessoas dizem que o consumo de drogas é uma escolha pessoal e privada – e ninguém tem nada a ver com isso. Tenho alguns problemas com este argumento. Não tenho de vos convencer de que as drogas causam problemas, mas é dito muitas vezes que, aproximadamente, 1% da população do mundo é viciada em drogas e que um número tão pequeno não pode ameaçar a sociedade. Mas o facto é que é um problema global que custa á sociedade enormes quantias e afecta muito mais pessoas do que 1% podendo dizer-se mesmo que afecta-nos a to-dos nós: familiares e amigos, vizinhos, vítimas de crimes, contribuintes, todos…»No fim da manhã decorreu uma mesa redonda com

Mafra debate consumo de drogasrepresentantes das Associa-ções de Pais e Estudantes, Agrupamentos de Escolas, Escola Secundária José Sara-mago, Colégios Santo André e Miramar, bem como a Escola Técnica e Profissional de Mafra. Foi moderador Manuel Pinto Coelho Pre-sidente da Associação para um Portugal Livre de Drogas.A partir das 15 horas re-começaram os trabalhos com a intervenção de Nuno Cotralha, Director do Centro de Respostas Integrados da Região do Oeste, tendo como moderador Paula Cordas, Directora do Departamento Sociocultural da Câmara Municipal de Mafra. O orador falou da situação do Oeste, no que diz respeito à prevenção do consumo de drogas, refe-rindo-se, concretamente, ao concelho de Mafra onde tudo decorre com normalidade.A vereadora da Câmara Mu-nicipal de Mafra, Célia Salga-do, também usou da palavra

tendo afirmado a certa altura: «Bem sabemos que a toxico-dependência é um problema que envolve não só a pessoa que consome, mas também todos aqueles que directa ou indirectamente estão ligados a ela. Afecta o indivíduo nas diferentes áreas da vida ou seja na sua auto-percepção, bem como nas relações com a família, com os amigos, com a escola, com o trabalho e até mesmo com a lei. E, se assim é, ninguém pode ficar indiferente»!O Presidente da Associação para um Portugal Livre de Drogas, Manuel Pinto Coe-lho, apresentou, depois, um resumo dos trabalhos de todos os oradores. Estiveram presentes no seminário o Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, professores e alunos de várias escolas, elementos da GNR (Escola Segura) e outros convidados.

Rogério Batalha

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16 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO ODIVELAS

BREVES

Carlos Cardoso

ODIVELAS..............................................................................................................................

NO MOMENTO EM QUE SE COMEMORA O 12º ANIVERSÁRIO DO CONCELHO DE ODIVELAS

Assembleia Municipal diz “não” a Medalha de Ouro a Manuel Varges

A realização do Grupo D da Ronda de Elite da Taça UEFA em futsal, competição organizada pelo Sporting Clube de portugal, terá lugar no recém-inaugurado pavilhão multiusos de Odivelas. Para isso, a Câmara Municipal e o clube, nas

figuras de Susana Amador e do presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt, assinaram um contrato de Cedência do Direito de Utilização Temporária de Espaço. O contrato extravasa a mera realização da prova prevendo, ainda

a realização de sessões de formação de técnicos e dirigentes de clubes do concelho de Odivelas, bem como a realização de palestras, treinos e visita dos jogadores da equipa de futsal do Sporting a escolas de Odivelas.

A prova decorre nos dias 25, 26 e 28 de Novembro e emgloba, para além do clube organizador, o El Pozo Múrcia (Espanha), City’Us Tirgu-Mures (Roménia) e o Era Pack Chrudim (República Checa). O vencedor desta série segue para a fase final,

onde está uma outra equipa portuguesa, o Benfica, o Benfica, campeão europeu em título. O Pavilhão Multiusos de Odivelas tem capacidade para 3.500 espectadores sentados e cerca de 10 mil na totalidade.

PROVA COMEÇA A 25 DE NOVEMBRO

Odivelas recebe UEFA Futsal Cup

Tango

Já estão abertas as inscrições para o workshop de Tango Ar-gentino. O prazo termina a 22 de Dezembro. O workshop des-tina-se a 20 jovens, com idades entre os 13 e os 35 anos, sendo os participantes seleccionados considerando a data e hora de inscrição na Casa da Juventude. Caso sejam menores de idade, terão de ser devidamente au-torizados a participar pelo en-carregado de educação, sendo necessário entregar a fotocópia do BI do mesmo, no acto da ins-crição. O valor da inscrição é de 20 euros, pagos no primeiro dia. O workshop realiza-se nos dias 27, 28 e 29 de Dezembro, entre as 20h30 e as 22h30, num total de seis horas. Será necessário um mínimo de 10 inscrições pa-

ra que o mesmo se realize.

Ténis

Odivelas, passa a contar, des-de o passado dia 12, com cin-co Centros de Mini Ténis Esco-lar (CMTE), iniciativa integrada no Programa da Actividade Fí-sica e do Desporto na Escola da Câmara Municipal de Odivelas, em parceria com a Associação de Ténis de Lisboa. Com vista ao fomento da modalidade de té-nis nas camadas mais jovens, os cinco CMTE serão implementa-dos nas escolas do 1º Ciclo do ensino básico: Maria Lamas, D. Dinis, Olival Basto, nº5 de Odi-velas e nº7 de Odivelas (Arroja). Os centros traduzem-se em es-paços com material adequado às idades dos alunos e contam com o acompanhamento técni-co por parte da Associação de Ténis de Lisboa. O objectivo é proporcionar a prática regular da modalidade. Esta acção está integrada no projecto «Ténis vai à Escola», que envolve anual-mente mais de 3600 alunos das escolas do concelho.

Gincana

O Clube Atlético das Patamei-ras, popular colectividade da freguesia de Odivelas, vai orga-nizar no próximo dia 27 de No-vembro, a partir das 10h, uma gincana de bicicleta destinada a crianças até aos doze anos.

As comemorações do 12º aniversário do concelho de Odivelas, reduzidas ao mínimo, vão ficar marcadas pela decisão da Assembleia Municipal, que decidiu vetar o nome de Manuel Varges, proposto para receber a Medalha de Honra do Muni-cípio Grau Ouro, por 20 votos contra, 1 branco e 18 a favor. De referir que a votação, secreta, deu o aval aos res-tantes nomes propostos e que tinham sido aprovados, por unanimidade, pelo Exe-cutivo Municipal segundo sugestão do Conselho de Condecorações. Foram eles António Maria Bravo; Maria Gomes Silva Santos, Augusto Pais Martins, Sociedade Mu-sical Odivelense, Associação Humanitária Bombeiros Voluntários Odivelas e Socie-dade Musical e Desportiva de Caneças.

Esta decisão provocou uma reacção imediata de Susana Amador e dos vereadores do PS, lembrando que Manuel Varges “é um nome indis-sociável da história deste Concelho. Foi Presidente da Comissão Instaladora do Município, tendo sido eleito pelos Cidadão Odivelenses como o primeiro Presidente da Câmara Municipal de Odivelas de forma clarís-

sima, a escassos votos da maioria absoluta...Respei-tando, naturalmente, a legi-timidade da Assembleia Mu-nicipal e das suas decisões, tratando-se de um órgão autónomo independente da Câmara Municipal, não podemos deixar de lamentar profundamente a delibera-ção tomada, considerando que esta em nada contribui para a dignificação da polí-

tica, enquanto causa nobre de serviço ao próximo”. No mesmo sentido se pronun-ciou a estrutura concelhia do PS de Odivelas.Falta saber até que ponto esta decisão não terá im-plicações na sessão solene comemorativa do 12º ani-versário do concelho que terá lugar a 19 de Novembro, nos Paços do Concelho. Nesse mesmo dia é também inaugurada a exposição “D. Dinis e as Artes de Paz e Guerra”, um título sugestivo e adaptado ao ambiente que se vive em Odivelas.Diversas iniciativas têm lu-gar ao longo de Novembro enquadradas no aniversário do concelho. Por exemplo, na Casa da Juventude decorre, desde o dia 8, uma exposição e venda de artesanato com a presença da Associação de Artesão D. Dinis e da Asso-

ciação de Artes e Artesanato da Póvoa de Santo Adrião. A 18 de Novembro realiza--se, na Biblioteca Munici-pal D. Dinis, o Espectáculo “800 Anos de Poesia”. Nesse mesmo dia tem lugar um colóquio subordinado ao tema “As Mulheres e a Re-pública”, com a participação de historiadores de renome: Maria Alice Samara conta histórias de vida de mulheres que nos primórdios da Re-pública lutaram em defesa da sua emancipação. Já Luís Farinha, professor na escola secundária de Odivelas, tem publicados um vasto núme-ro de artigos nos domínios da História Política e da História da Cultura. Final-mente, no dia 22 terá lugar o lançamento da Marmelada Branca de Odivelas, na Loja do Munícipe do Odivelas Parque.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 17ODIVELAS

No passado dia 27 de Outubro, realizou-se na Sociedade Mu-sical Odivelense a 27ª.Tertúlia “Conversas com princípio e fim...”. Presentes 133 tertulia-nos no que foi um recorde de presenças.Sobre a Tertúlia propriamente dita foi explicado por Carlos Moura que o tema “Hoje….Falamos de Saloios” para além de servir a palestra da Dra Maria Máxima Vaz era também um pretexto para homenagear a actriz Beatriz Costa, facto que mais à frente foi perceptível com o poema lido por António Silva, o ske-tche interpretado por Jaime Guerreiro e António Beirão, a actuação do Grupo Folclórico “Os Camponeses de Odivelas e por fim as “Lavadeiras de Odivelas”.Máxima Vaz começou por situar o âmbito da palestra, referindo que iria abordar, o território ou região saloia, a cultura saloia, o significado da palavra saloio e a esperteza saloia.Os antropólogos e os histo-riadores que se ocuparam da influência dos muçulmanos na nossa cultura consideram que o “povo saloio” habitava o território que foi o antigo Termo de Lisboa. A população predominante era de origem moura e, neste território, com o decorrer dos séculos, desenvolveu-se uma cultura com características, hábitos e formas de viver, a que veio a chamar-se “cultura saloia”.Quanto à origem do vocábulo “saloio”, os linguistas não estão de acordo com a jus-tificação que nos dá Alfredo

Mesquita no texto atrás. Se-gundo eles e os conhecedores da língua Árabe, o termo “sa-loio” deriva de “çahruii”, que se pronunciava “çahroi” e que tem o significado de “mouro que trabalha a terra”. O facto de a população pre-dominante ser de origem moura, não quer dizer que não houvesse no Termo uma população autóctone. Sabe-mos que os mouros se fixaram aqui após a conquista de Lisboa por D. Afonso Henri-ques, em 1147. Derrotados os muçulmanos, que desde o século VIII da Era Cristã eram senhores da cidade, foi esta, novamente, ocupada pelos cristãos, sendo os vencidos autorizados a fixarem-se no território a norte de Lisboa, entre o Tejo e o Oceano, até à ribeira da Ota. Tão saloios eram os habitantes de Sintra como os de Odivelas, Mafra, Loures, Sacavém, Lumiar, Ameixoeira, Benfica ou Ca-neças. Cultivavam a terra e viviam dos produtos que a terra dava.Lisboa era um bom mercado para alguns dos seus produ-tos. Os saloios aprenderam que o sucesso das suas ven-das dependia da distância a que ficavam da capital. Se viviam na periferia da cidade podiam cultivar hortaliças para vender, mas se viviam longe convinha-lhes mais cultivar cereais, vinhas, olivais e dedicarem-se ao pastoreio. É que estas ocupações davam bens de consumo fáceis de conservar e que trariam à ci-dade com mais garantias de se encontrarem em bom estado.

Ao raiar da aurora já os saloios subiam a Calçada de Carriche com os produtos que teriam de vender nesse dia. Foi essa a memória que nos deixou, num artigo publicado na imprensa, o escritor Alfredo Mesquita: “Deixem-nos vê--los sempre como ainda os vemos, subindo a Calçada de Carriche, sobre os burrinhos, ambas as pernas bambolean-do para o mesmo lado, aberto a todo o pano o enorme guar-da chuva de varetas de baleia e o cabo da grossura de um cabo de vassoura, findando em ponteira de reluzente latão, e o forro azul, com sua orla estampada de florinhas bran-cas; os pés folgados nas botas de grossa sola cosida e cano largo e curto, de couro ama-relo com o carnal para fora. Elas, com as saias fugidas da terra um palmo, de beatilhas negras, os casaquinhos de chita clara, o maior e melhor lenço de ramagens caindo dos ombros em mantelete, cruzando as pontas à frente e entalando-as no cós da saia, o lenço da cabeça de cor unida e barra enramalhada, desatado sempre durante as caminha-das, atado logo, em nó solto sob o queixo, à entrada da cidade. Eles com a justa calça e a jaqueta de bombazina ou serrubeco castanho amarela-do, a camisa de cavalim muito branco, a cinta negra ou roxa, de mil voltas, negro o barrete quase sempre, e algumas verde, orlado de vermelho.....Deixem-nos vê-los sempre, como ainda os vemos, desa-trelar o gado das carroças à porta das estalagens e aliviar os burros da carga, pô-los à manjedoura, e depois de terem andado por casas e lojas de fregueses e freguesas, espalharem-se pelas ruas e travessas da sua predilecção, embasbacando diante das montras de ourives na rua Nova da Palma, na tentação irresistível dos cordões e cor-rentes de ouro, apalpando as fazendas penduradas à porta das lojas da rua dos Fanquei-ros, considerando a grossura das solas e a flor do cabedal das botas, que só para eles se vendem ali ao Arco do Mar-quês do Alegrete, ou então lá em baixo, aos Remolares e S. Paulo; parados, de boca aber-ta, no largo de S. Domingos, a entreter-se com o palavreado dos charlatães que tratam de vender os seus sabonetes para tirar nódoas e os seus fras-

quinhos de remédios contra dores de dentes, e que toda a gente cai em comprar, menos o saloio!...”. O autor pinta o quadro de um dia do saloio em Lisboa e consegue, com esta descrição, dar alguns traços do seu tem-peramento, do seu trabalho, da sua forma de vestir, dos seus interesses. Esta realida-de está situada no tempo – a transição do século XIX para o século XX. Depois disso muita coisa mudou. Arrancaram-se vinhas e olivais para aumen-tar as hortas, que invadiram também as terras do pão. Lisboa precisava de mais verdes porque a população tinha aumentado e as hortas tinham diminuído, e precisa-va também de mais leite. E foi nestas produções que aposta-ram os saloios da várzea.Hoje, fora do perímetro urbano da capital, as terras que já foram hortas, olivais, vinhas, poma-res, searas, pastagens, foram ser invadidas pela construção urbana. Os domínios do sa-loio estão transformados em bairros da capital, e da área metropolitana. A cultura que se desenvolveu no Termo, pode diluir-se ou mesmo desaparecer das memórias das populações.Sobre o “bailarico saloio”, Máxima Vaz disse que não tem nada que saber, ou seja “é andar com um pé no ar e outro no chão a bater”;Relativamente ao significado da palavra “Odivelas”, foi que a palavra “Odivelas” se com-põe em duas palavras árabes: “Odi” que quer dizer “rio” e “belaa”, que significa “remoi-nho”. A versão do “Ide” “Velas”, dito pela Rainha Isabel é mais do carácter brejeiro não passa de uma “historieta”. Seguiu-se António Silva que declamou o poema da sua autoria, intitulado “Quem eram os Saloios?” . Com as suas palavras lembrou que os “saloios viviam nos campos, onde trabalhavam em liber-dade, eram descendentes dos

moiros, que foram expulsos da cidade” e mais à frente, “traziam roupa suja da cidade, para as saloias lavarem nas fontes de Caneças, faziam depois grandes trouxas que transportavam nas cabeças” e por fim” a esperteza saloia era feita toda ela, de muita ingenuidade com que o saloio se defendia dos espertalhões da cidade”.O sketche, interpretado pelo Jaime Guerreiro e Antónia Beirão intitulada “O Saloio da Malveira e a Lavadeira de Caneças”, que se apresenta-ram devidamente “caracte-rizados”, contara a história de um saloio desejoso de arranjar “companheira”, e que para isso faz a corte a uma “lavadeira de Caneças”.Finalmente, o Grupo Fol-clórico “Os Camponeses de Odivelas” actuação com meia dúzia de danças e canta-res tradicionais portugue-ses seguindo-se o Grupo Etnográfico “As Lavadeiras de Odivelas”, regressado, na

véspera, a Portugal vindo da República Checa. A sua actu-ação relacionou-se com a ho-menagem que a organização das Tertúlias quis fazer à actriz Beatriz Costa que, através do filme “A Aldeia da Roupa Branca”, retratou muito bem “os saloios”. Ainda houve tempo para estender a roupa na corda, destacando-se as ceroulas trazidas pela Lurdes Martins, que provocaram a risada geral, bem como, “a sa-loia de 2010” apetrechada de máquina de lavar roupa, re-presentada pela Aline Rocha. As interpretações estiveram a cargo das nossas amigas, cari-nhosamente são tratadas pela “prata da casa”, Fernanda Sal-vado, Camila Teixeira, Patrícia Benitez, Aline Rocha, Fátima Dias, Guida Ferreira, Antónia Beirão, Lurdes Martins, Aidé Costa e Mila Gama.No dia 24, o tema será “A Arte de Comunicar”, o convidado é o Dr. João Coelho dos Santos.

Carlos Moura

TERTÚLIA “CONVERSAS COM PRINCÍPIO...E FIM”

Viagem pela história dos saloios

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18 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO ODIVELAS

Um programa de Web TV de Pais para Pais.

Todas as terças-feirasdepois das notícias das 22 horas

em http://odivelastv.pt

Oficio enviado ao Sr. Direc-tor Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo e que até ao momento, não obteve qualquer resposta.

Sr. Dr. José LeitãoDirectorDirecção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo

Assunto: Falta de Assistentes Operacionais

Exmo. Sr. Director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo,Como é do conhecimento de V. Exa., estamos neste momento, com quase dois meses de aulas e a falta de Assistentes Opera-cionais, é quase uma constante nas Escolas da área da Direcção

Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo.Sabemos que em muitos dos ca-sos, é competência das Câmaras Municipais a colocação das(os) Assistentes Operacionais. É no entanto, responsabilidade do Ministério da Educação, zelar pelo bom funcionamento das Escolas. Assim, vimos solicitar esclareci-mento, sobre as medidas toma-das ou a tomar pela Direcção a que preside, no sentido da rápida resolução desta situação.Gratos pela atenção dispensada, sem mais de momento, estamos ao dispor de V. Exa. para qualquer esclarecimento que considere oportuno.Melhores cumprimentos,

Isidoro RoquePresidente

Conselho Executivo

O conceito de inclusão social, é tido como um conjunto de meios e acções que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pela de classe social, origem geográfica, educação, idade, existência de deficiência ou preconceitos raciais.O que é a verdadeira inclusão social? Partindo do princípio que uma inclusão reveste várias facetas, tempos e mo-mentos diferentes.Tecnicamente, trata-se de ofe-recer aos mais e necessitados oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de um Sistema organizacional, que beneficie a todos e não apenas aos mais desfavorecidos, no sistema em que vivemos.Nos últimos cinquenta anos, a elaboração de políticas e leis têm vindo a ser orienta-das, para as necessidades especiais de deficientes. Este parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptem os deficientes aos sistemas sociais e, em caso de incapaci-dade por falta de alguns deles, criar-lhes condições especiais em que possa, participar ou

tentar acompanhar o ritmo dos que não tenham alguma necessidade específica.Assim a sociedade tem vindo a modificar nas suas estru-turas e serviços oferecidos, abrindo espaços conforme as necessidades de adaptação específicas para cada pessoa com deficiência a serem capa-zes de interagir naturalmente na sociedade. Todavia, este parâmetro não promove a dis-criminação e ou a segregação na sociedade. A pessoa com deficiência passa a ser vista pelo seu potencial, suas habi-lidades e outras inteligências e aptidões.Deste paradigma, resulta uma sociedade mais integradora, como um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos de inteligências na realização dos seus direitos, necessidades e potenciali-dades.Contudo, não venho aqui escrever-vos sobre conheci-mentos técnicos, pese embora a pertinência da introdução, com o risco de tornar este tão vasto tema, por si só tão desin-teressante. Venho sim, falar na

forma em que os conceitos são verificados realisticamente nos mais diversos campos, com a constatação dos factos no ter-reno. Factos, estes, que muitas vezes passam despercebidos ao olhar de cada um de nós, não por egoísmo, mas porque as nossas agendas levam à insensibilidade e desumani-zação, de tal forma, que sem darmos por isso, somos nós próprios os catalisadores da tão temida exclusão social.Afastando-me um pouco a obrigatoriedade das políticas públicas neste contexto, surge a necessidade de uma actu-alização de políticas sociais capazes de dar resposta com linhas de acção, conjuntas ou isoladas, por forma, a acudir a cada caso específico e do nosso conhecimento!A Cidadania activa e a Huma-nidade intrínseca a cada um de nós deve a todo o momento ser despertada e posta em prática, de uma forma altruísta, com vista à integração de todo e qualquer indivíduo que esteja em risco de exclusão.A meu ver, esta matéria é plu-ridisciplinar e complexa.

Uma pessoa pode ter toda a assistência técnica que lhe permita a integração, por parte das Entidades estatais, porém, sentir-se discriminada, com baixa estima, levando à depressão, à solidão, ao isolamento, à degradação da própria condição Humana e não raras vezes ao suicídio.Para concluir, muito ficou por dizer acerca desta matéria. Inclusão e integração são realidades, que podem surgir em algum tempo das nossas vidas ou definitivamente, por variadíssimas razões, e, os contextos tão vastos que dava um artigo por cada um.Ver com o coração, olhar em nosso redor, estar atentos aos pequenos sinais, numa socie-dade cada vez mais fragilizada e mecanicista é um dever de cada um de nós!Termino com a esperança e a certeza de que muita gente trabalha para transformar a sociedade em um ambiente cada vez mais inclusivo, sen-do a informação uma grande arma contra a discriminação.

Fernanda Ramos

A inclusão social

Esta página é fruto de uma parceria entre a FERLAP e o Jornal Triângulo. O seu conteúdo é da responsabilidade da FERLAP e os textos dos seus autores.

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 19ODIVELAS

Porque razão vários municípios optaram por criar empresas municipais ?São vários os motivos que subjazem á criação destas entidades, e pessoalmente, não tenho a pretensão de saber todos os motivos. Aqui reporto-me a alguma experiência pessoal, e estudo atento de cidadão interessado em matérias que a todos dizem respeito.Os municípios sempre tiveram um papel de enorme importância, desde logo na formação da nacionalidade, ao ponto dos municípios ombrearem com a nobreza e o clero, quando em cortes, perante o Rei.As freguesias, se bem que sendo autarquias de carácter municipal, têm tido um peso significativamente menor, e isso deve-se á circunstância de apenas terem sido criadas (como junta de paróquia) no inicio do século XIX, por altura do governo liberal, sedeado nos Açores, fiel á Rainha filha de D. Pedro I que teve de vir do Brasil, para por o seu irmão D. Miguel na ordem.De modo muito suc into cometiam-se aos municípios responsabilidades bastante mitigadas, ora o respectivo Presidente se preocupava com o posto de policia local, ou com a repartição de fianças da vila, ou com a estação dos correios, mas sem ter poderes de concretização, limitava-se tão somente a mendigar junto de quem o nomeava – o Ministro do Interior – soluções.Os municípios não tinham órgão deliberativo (Assembleia Municipal), assim como as freguesias também não tinham a Assembleia de freguesia, apenas tinham órgãos executivos, a Câmara Municipal, e os serviços municipais, também chamados “partidos” municipais.Com a Constituição de 1933, e o Código Administrativo de 1940, é introduzida uma novidade – os serviços municipalizadosO legislador considerava então que haveria actividades cujo desenvolvimento seria mais eficiente sob a forma industrial. Isto significava que estes serviços (vulgarmente conhecidos como smas) tinham uma relativa autonomia dos restantes órgãos municipais, possuíam orçamento próprio, embora este tivesse de ser sancionado pela Câmara, quadro de pessoal próprio, fora do funcionalismo público, logo á parte do quadro de pessoal do município, e não estavam sujeitos a determinadas regras a que estavam os órgãos municipais, designadamente em matérias de aquisição de bens e serviços.Claramente estes smas foram o embrião do actual sector empresarial localOra com o 25 de Abril de 1974, e a consequente aprovação

da Constituição em 1976, o panorama mudou radicalmente. São criadas as Assembleias (municipal e de freguesia), perante as quais os executivos têm de prestar contas.O quadro legal enformador dos serviços municipais manteve-se sem alterações de monta, excepto quanto á nova realidade dos órgãos deliberativos, pois agora os documentos previsionais e de prestação de contas passam a ser aprovados, já não pelas Câmaras, mas sim pelas Assembleias Municipais. Tudo o resto se manteve.Porém a dinâmica da actividade municipal, a crescente solicitação dos municípios para fornecer soluções, depressa mostraram que os smas continuavam a ser uma solução válida para fornecimento de bens colectivos universais (saneamento básico, água, luz, etc), mas já não eram adequados para outro tipo de necessidades, sociais, culturais, desportivas etc.Uma restrição muito grande á celeridade da intervenção municipal era a sujeição ás regras da contratação de bens e serviços, definidas para administração pública em geral.A tramitação burocrática numa autarquia é esmagadoramente lenta, muito por causa das muitas imposições legais. Aquilo que no sector privado é simples em termos de decisão, para a aquisição de algo, no sector público é uma saga.Por outro lado havia um impedimento que resulta dos princípios que subjazem á nossa administração pública. Em rigor não deve resultar do desenvolvimento da actividade das autarquias, nenhum tipo de lucro. Os entes públicos “tout court” não se subordinam aos ditames do lucro, pois isso está reservado á iniciativa privada.Logo era necessário criar algo que permitisse libertar os municípios dos rigores das regras aplicadas aos entes públicos, e que fomentasse a geração de mais valias (lucros), para investimento local.Até 1998, face ao vazio legal, alguns municípios “abrigaram-se” ás regras aplicáveis ao sector empresarial da administração central. Era uma solução coxa que os poderes públicos toleraram, assobiando para o lado.Então surge o diploma 58/98, que pela primeira vez vem

regular as empresas municipais.Foi com este diploma que se viu nascer uma quantidade a p re c i áve l d e e m p re s a s municipais, para os mais diversos objectivos. As excepções ás regras aplicáveis ao sector público eram semelhantes às concedidas aos smas.O problema é que a experiência deste quadro normat ivo mostrou que algumas autarquias deslocalizavam actividades dos serviços municipais para as empresas munic ipais , desvirtuando a real idade f inanceira do munic íp io, designadamente no que dizia respeito ás dividas, endossando-as para as empresas. Como não estava prevista a conciliação orçamental e da divida, as dividas das empresas municipais não relevavam para efeitos do indicador de endividamento municipal.Entretanto com a Lei 53/F de 2007, e ainda com a nova Lei orgânica do Tribunal de Contas, tudo muda.Com a nova Lei do sector empresarial local, as exigências para a criação de novas entidades (EM e EEM) são mais apertadas, o estatuto dos gestores é definido em moldes mais restritos, e as responsabilidades são mais pesadas.O novo quadro orgânico do Tribunal de Contas confere-lhe mais meios de escrutínio e alarga substancialmente o seu quadro de intervenção.Se no passado a incompetência não tinha consequências (e atenção que a incompetência, ao contrário da gestão danosa, não é crime), agora tem.Se no passado os deficit do sector empresarial local era sistematicamente absorvido pelo sócio único – o município – agora isso só é possível uma única vez, e implica obrigatoriamente a extinção da entidade em causa.Em conclusão, da mesma forma que a administração central precisa de um sector empresarial, para dar maior celeridade á consecução de soluções mais eficientes e obter uma maior eficácia, de igual modo sucede com as autarquias, pois um e outro têm a responsabilidade de prosseguir os interesses próprios das populações que servem.

Oliveira DiasPolitólogo

A Junta de Freguesia de Odivelas e a DS – Outdoors Digitais, Lda., assinaram um protocolo de “implantação de autênticas televisões de grande formato, próprias para o exterior e cujo objec-tivo é difundir conteúdos de informação, lazer e co-merciais”. Os outdoors digitais signi-ficam um investimento de cerca de 120 mil euros por parte da DS – Outdoors Di-gitais, Lda., cabendo à Junta de Freguesia de Odivelas o licenciamento da instalação e localização dos mesmos.Da totalidade do tempo afec-to a conteúdo publicitário “a difundir/transmitir no

Assinado protocolo para outdoors digitais em Odivelas

outdoor digital implantado na freguesia de Odivelas, a DS irá ceder spots para publicidade e informações acerca da freguesia. Conteúdos como farmá-

cias de serviço, notícias de desporto, meteorologia e divulgação de eventos e publicidade da responsabi-lidade da DS também serão incluídos”.

Durante um ano, uma vez por semana, dez idosos do concelho de Odivelas, cin-co do Olival Basto e cinco da Pontinha, vão quebrar a solidão a que têm estado votados e, desta forma, abrir uma nova porta para uma melhoria da sua qualidade de vida. Tudo graças a um projecto de proximidade, desenvolvido pela “Viva Social”, que tira estes ido-sos das quatro paredes e os faz regressar, de novo, ao mundo.“Vamos buscar as pessoas que estão em casa, sozinhas, com medo de sair à rua, com dificuldades de mobilida-de, e passam a participar em programas que podem constar de um passeio, uma visita a um museu, uma ida a um sessão de música”, explica Catarina Augusto, ex-engenheira das Estradas de Portugal e que, um dia, abandonou a sua profissão para criar este projecto e a ele se dedicar de corpo e alma.A equipa que acompanha os idosos é constituída por uma enfermeira, uma psicóloga e uma animadora social. Há um trabalho elementar ao nível da prevenção da saúde, uma intervenção em termos de aferir das debilidades anímicas e uma acção no decorrer das saídas, tendo em vista a criação de um bom clima. “Vão sempre em grupo, porque o objec-tivo é contribuir para que desenvolvam relações de amizade. Muitas vezes são vizinhos, estão perto uns dos outros, mas deixaram de

comunicar por dificuldades em deslocarem-se seja por razões de ordem física ou porque estão abatidos psi-cologicamente”.A “Viva Social” actua em diversos concelhos, nomea-damente em Lisboa e Oeiras, desde Março de 2009, abrin-do já outras perspectivas de vida a mais de 120 idosos. Estão em curso negociações com as autarquias de Loures e da Amadora para se con-cretizarem PPA- programas de prevenção activa, através dos quais as respectivas Câmaras Municipais dão o seu contributo, em média e mensalmente, na ordem dos 65 euros por utente. Uma prática que pode ser extensiva às empresas.A mais recente adesão a este programa foi da autarquia de Odivelas, que escolheu duas freguesias, as de Olival Basto e da Pontinha, com uma população muito idosa, para desenvolver o progra-

ma da “Viva Social”. “Para já o projecto está em vigor durante um ano. O aumento de némero de pessoas envol-vidas depende, também, do grau de satisfação. A escolha destas pessoas resultou de um cruzamento de infor-mação entre as Juntas de Freguesias e os Centros de Dia. Depois de identificadas vimos as que tinham mais dificuldades de locomoção e foram contactadas para participar no programa. São pessoas que não se encontram com facilidade nos Centros de Dia ou não participam no Passeio Sé-nior, refugiam-se em suas casas, pese embora tenham ainda alguma autonomia que precisa de ser desenvol-vida através de programas motivadores, como é o caso”, disse Susana Amador, presi-dente da Câmara Municipal de Odivelas.

Carlos Cardoso

PROGRAMA “VIVA SOCIAL” CHEGOU A ODIVELAS

Idosos abrem de novo as portas e descobrem o prazer de passear

O Sector Empresarial Lolcal (III)

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20 | 16 NOVEMBRO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO VILA FRANCA DE XIRA

BREVES

Carlos Cardoso

V. F. XIRA..............................................................................................................................

VILA FRANCA DE XIRA UMA AGRADÁVEL SURPRESA NA CIDADE

Livraria aberta ao mundo

A l i v r a r i a M e n s a g e m Aberta, na cidade de Vila Franca de Xira, tem novas instalações. Da movimentada rua Serpa Pinto, onde esteve durante mais de 30 anos, hoje transformada num pandemónio, seja devido às obras, seja devido ao imenso trânsito, passou para a recata e calma rua Dr. Miguel Bombarda 68, conhecida como a rua Direita, que resvala no paço onde se situa a sede da Câmara Municipal.À sua frente, Francisca Guerreiro, bem conhecida da população local, não só pela livraria mas igualmente pelas actividades desenvolvidas ao longo dos anos, quer levando os livros às escolas, quer organizando sessões com escritores.O novo espaço tem, porém, uma história interessante, carregada de simbolismo. “É um edifício muito antigo. Terá sido, em tempos, um celeiro, local de venda de cereal e pagamento aos trabalhadores. O pai do Alves Redol, mais tarde, t e v e a q u i u m e s p a ç o ligado à construção civil, posteriormente foi uma oficina de móveis”. A verdade é que Francisca Guerreiro encontrou tudo em bruto, mas conseguiu ver

para além das dificuldades que estão sempre presentes na recuperação de uma casa do género, um “espaço perfeito” para aquilo que idealizava para a Mensagem A b e r t a , u m a l i v r a r i a dinâmica, aberta, activa. A continuação de um sonho, em moldes adaptados aos tempos actuais, que tem raízes em mais de 30 anos de trabalho quando, em tempos que já lá vão, teve um desafio para vir trabalhar para Vila Franca de Xira. E cuja verdadeira origem estará, afinal, no seu pai que “sempre me incentivou a ler”, confessa Francisca Guerreiro.Pôs, então, mãos à obra, “recuperámos tudo” e hoje, quem visita a “Mensagem Aberta” encontra o cheiro, as imagens, o ambiente das velhas livrarias, com uma panóplia de oferta que vai desde os romances históricos, as modernas edições aos livros técnicos, mas também se depara com uma agradável sala de leitura, onde é possível beber um café, um bar com um espaço para refeições ligeiras, uma zona exterior.Espaços vivos, pois desde praticamente de há dois meses para cá que a livraria

“Mensagem Aberta” tem sido um local de iniciativas diversas que envolvem associações locais. Já se realizaram danças de salão, sevilhanas, noites de poesia. Em preparação está uma perfomance de teatro, piano e coro juvenil e, mais no imediato, no dia 19 de Novembro, realiza-se uma

Fotografia

Está patente, até 12 de Dezembro, no Celeiro da Pa-triar cal, a 11.ª Bienal de Foto-grafia. A mostra reúne um total de 347 trabalhos dos 59 autores apurados para figurarem nesta mostra. No total, a exposição recebeu 102 candidaturas, o dobro das da edição anterior.Os trabalhos enquadram-se nas três categorias a concurso: Livre (“Prémio Bienal”), “Concelho de Vila Franca de Xira” e “Tauromaquia”. O vencedor do “Prémio Bie-nal” é Pedro Miguel Ferreira Machado, 19 anos, de Paços de Ferreira. Nesta categoria foram ainda atri buídas quatro menções hon rosas a Ana Gandum, Ri-cardo Jorge Miguel, Filipe Pinto Pereira Afonso Condado e Tânia Sofia dos Santos Araújo. O prémio “Concelho de Vila Franca de Xira” foi atribuído a Bruno Paulo Gomes Lemos Mendes, 33 anos, de Sintra, com o conjunto de trabalhos “Lezíria 1 a 6”. Na categoria “Tauromaquia” foi distinguido com “Menção Honrosa” Carlos da Silva Ascensão.

Juventude

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira colocou em funcionamento o “Núcleo de Apoio ao Movimento Asso-ciativo Jovem”, a funcionar na Casa da Juventude de Alverca. Entre outros, os princi pais objectivos do Núcleo são apoiar as actividades desenvolvidas pelas Associa ções e Grupos Informais de Jovens do Con-celho; acompanhar proces-sos de oficialização de grupos informais e proporcionar for-ma ção direccionada aos diri-gentes associativos do con-celho. Este novo serviço irá funcionar na Casa da Juventude de Alverca, no horário normal de funcionamento (2ª a 6ª feira, das 15h00 às 20h00), sendo que existirá ainda um período de atendimento às Associações e Grupos Informais de Jovens, às 6ªs feiras, das 21h00 às 23h00.

Alverca

Vai abrir ao público no dia 19 de Novembro, no Núcleo Museológico de Alverca a exposição “A Escola do meu tempo” onde estarão patentes objectos escolares usados por alunos e professores no século XX. Esta mostra resulta de uma recolha efectuada durante o corrente ano, junto da população do concelho de Vila Franca de Xira e irá estar patente até Novembro de 2011. Paralelamente irá ser lançado o 4º Volume da Colecção de Guias “Vila Franca de Xira. Saber mais sobre… Museus” que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira tem vindo a editar.

passagem de modelos. Actividades que contaram, com a participação de imensa gente, num esforço de levar os

livros às pessoas e de dar uma outra vida à própria livraria. Ao fim e ao cabo, transformá-la numa livraria aberta...

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 21VILA FRANCA DE XIRA

Todas as parcerias público--privadas, incluindo as da área da saúde, vão ser reava-liadas. Uma medida que faz parte do “acordo de princípio”, assinado entre PS e PSD, tendo em vista a aprovação na Assembleia da República da proposta de Orçamento Geral do Estado, apresentada pelo Governo.A avaliação do custo/bene-fício dessas parcerias será feita por uma Co mis são de Peritos Inde pendentes, cuja consti tuição, características de funcionamento, prazo de entrada em funções, poderes, etc, são desconhecidos. E en-tre as parcerias a analisar está, inevitavelmente, o novo Hos-pital de Vila Franca de Xira.Marco António Costa, Vice--Presidente do PSD, deslocou--se a Vila Franca de Xira, para um debate promovido pelo PSD concelhio e ajudar a responder “às verdades e às mentiras” que rondam a nova unidade hospital, cuja construção e gestão, por um período de 30 anos foi, entre-tanto, adjudicada ao grupo espanhol Sarcy. No final, a única verdade que saiu da sua boca foi um não sei. “O hospital de Vila Franca de Xira e outros devem ser construídos nestes moldes ou outros? Não sei!”.Tudo depende, ao fim e ao cabo, dessa Comissão de Peritos que sofreu, no de-

correr da própria discussão, imensas criticas, sintetiza-das nas palavras de um dos presentes:”Quando não se quer fazer nada, cria-se uma comissão...”.O problema é que o comboio já está em andamento. Falta o Tribunal de Con tas dar o visto final e as obras devem arran-car no primeiro trimestre de 2011, de forma a que a nova unidade estivesse pronta a entrar em funcionamento em 2013, servindo cinco con-celhos – Vila Franca de Xira, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja e Benavente – e 280 mil habitantes. Um investi-mento de 101,6 milhões de euros, garantido parcialmen-te através de um empréstimo a três bancos, CGD, BES e Banif, que avançam com 83 milhões de euros, pagos em 14 anos. O problema, agora, é se essa famosa Comissão vem dizer para parar todo o

processo. Marco António foi bem claro: “Todas as parce-rias, sem excepção, devem ser avaliadas. Se o trabalho estiver bem feito, não haverá dúvidas...”. A verdade é que o tom co-meçou a mudar. De uma exi-gência com anos, defen dendo um novo hospital passou-se a duvidar...da sua necessidade. No decorrer do debate já havia quem defendesse que o importante era investir no actual Reynaldo dos Santos com o argumento de que “o país não tem dinheiro”.Os social democratas de Vila Franca de Xira, depois de historiarem um processo que vem desde a década de 90, com avanços e recuos, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira apontou como razão para os diversos atrasos “as dificuldades com o terreno escolhido, nomeadamente na contenção de terras e na remoção de uma conduta da EPAL, as dúvidas do Tribu-nal de Contas em relação às parcerias público-privadas, as dificuldades na escolha do vencedor do concurso” acabam por dizer que o “PSD nunca colocou nomes nos cortes da despesa, nem nunca disse que o novo hospital de

Vila Franca de Xira não seria para avançar. Igualmente, ao nível local, nunca colocou entraves nem contribuiu com qualquer atraso para este processo, sendo que apenas começou a ter responsabili-dades ao nível do Executivo Municipal a partir de No-vembro de 2009. O PSD local e nacional nunca impediram, assim, que este projecto se concretizasse”.A questão foi colocada - “não façam a maldade de dizer que se não há hospital a culpa é do PSD”, disse, a dada altura, Marco António, ao ver o sen-tido das intervenções-, não é tanto se colocou ou não o nome do novo hospital “nos cortes da despesa”, pela sim-ples razão que todos estão lá, pois todas as parcerias serão, supostamente, avaliadas. E com a espada de Demócles na cabeça, surge a interro-gação se vale ou não a pena avançar com a construção do novo hospital de Vila Franca de Xira.“Na semana passada, foi pro-duzido o despacho conjunto e assinado um contrato de financiamento. O contrato está firmado e a obra tem de avançar dentro dos prazos previstos, assim que o Tribu-nal de Contas der o seu visto nos contratos. Compete ao Tribunal de Contas como órgão de fiscalização por ex-celência, a responsabilidade de avaliar e aprovar os con-tratos. É também ao Tribunal de Contas que caberá rever as parcerias público-privadas. De notar que este órgão tem como Presidente um ilustre socialista, o Dr. Guilherme d’Oliveira Martins, pelo que não é sério quando se afirma ou se pretende afirmar que um possível adiamento do hospital se deve a exigências do PSD”, defendiam os social democratas de Vila Franca de Xira antes do debate que teve lugar a 9 de Novembro. Falta saber, após os dados avançados por Marco Antó-nio, se a posição se mantêm...

PSD PROMOVE DEBATE SOBRE O NOVO HOSPITAL DE VILA FRANCA DE XIRA

Há um antes e um depoisde 9 de Novembro...

Carlos Cardoso

SAC da Póvoa de Santa Iria reabriu

Reabriu o Serviço de Atendimento Complementar (SAC) no Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria, entre as 20h00 e as 22h00, de segunda-feira a sexta-feira. A suspensão deste serviço gerou fortes protestos, uma vez que afectava a prestação de cuidados primários de saúde aos utentes da Póvoa de Santa Iria, Forte da Casa e Vialonga.

Quinze restaurantes do concelho de Vila Franca de Xira, distribuídos por diversas freguesias, participam na campanha de gastronomia, disponibilizando pratos típicos da região.Torricado com Bacalhau Assado, Caldeirada Mista, Galinha de Cabidela, Ensopado de Borrego, Coelho da Horta, Dobrada à Vila Franca são alguns dos petiscos típicos que durante o mês de Novembro fazem parte de mais uma Campanha de Gastronomia. Trata-se de uma iniciativa da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, feira em arceria com alguns restaurantes do concelho que aderem à campanha, e que permite a “apresentação de pratos e receitas típicas da região, de sabores aconchegantes, tão apetecidos no tempo frio que se avizinha. Verdadeiras iguarias temperadas com uma boa dose de simpatia para preservar os bons sabores da região, é o objectivo da campanha do pelouro de Turismo”, da autarquia vilafranquense.

Campanha de gastronomiaem Novembro

Oitenta e nove anos de vida, passados por homens e mu-lheres da nossa querida terra, com todo o sacrifício de uma vida familiar e profissional que isso representa. Para administrar um clube com esta existência, tiveram e têm de ser pessoas de grande cariz, com uma grande sensibilidade, credibilidade e amor por uma causa que nos transcende, por um amor ilimitado que o fazem pelos nossos jovens e por uma palavra que se chama Desporto. Desporto que tem de ser compreendido como tal. Tem de ser ajudado, também, pelas autarquias desta terra, mas muito principalmente pelo nosso município, pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Que cumpra sempre com a sua parte, porque sabe que trabalho, dedicação e seriedade isso existe sempre da parte dos alhandrenses. Sim ! O nosso Município que tem responsabilidades acres-cidas, em gerir de forma equitativa os dinheiros públicos, e que não retire ao desporto, para benefício de outros embelezamentos, tais como estátuas de corpo inteiro em bronze, melhorias em determinados locais e outras que vão ser feitas e que são caras e que por isso não fique a perder o desporto e, por arrastamento, os nossos jovens.Srª Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Vª Exª quando ganhou as eleições que lhe deram a presi-dência, teve para com Alhandra uma solidariedade onde se propôs disponível para que as nossas parcas instalações desportivas melhorassem. Então, teve deslocações para a Cimianto e daí podermos avançar com o tal projecto para o nosso complexo desportivo. Prometeu e marcou onde ficava o campo de futebol, a sede social, etc, etc. Os alhan-drenses pensavam que tinha sido um rasgo de audácia da vossa parte, mas tudo isso se vem esfumando ao longo do tempo, sem ter um fim feliz à vista.Vª Exªa veja só, em que estado se encontra o nosso campo de futebol, o nosso campo da Hortinha. Veja Vª Exª como é que os nossos filhos alhandrenses, com a sua tenra idade, conseguem praticar desporto no estado miserável em que se encontra este mesmo campo. Vª Exª tem responsabili-dades, dadas as suas competências, em cumprir o que está na Lei do Desporto.Não pode dizer como diz, se nós alhandrenses queremos ter mais dívidas? Não! Compete a Vª Exª falar com o Instituto do Desporto, com todos os órgãos superiores deste País e que olhem para um clube com uma dimensão humana e desportiva, que tem dado a este concelho e a este País um contributo tão honesto e tão sério, que chega aos quatro cantos do mundo. E que também enobrece esses bravos alhandrenses que tiveram a feliz ideia de organizar este querido clube, que ao longo dos anos sempre teve grandes homens e mulheres que o souberam guiar e elevar bem alto o nome do nosso querido Alhandra Sporting Club que, juntamente com os nossos queridos atletas, tem contribuído para respeitar a palavra Desporto.Somos elo, somos parte, dessa grande obra de arte.

Américo Diogo Ferreira (Alhandra)

Alhandra Sporting Club,colectividade de utilidade pública

(1921-2010)

OPINIÃO

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Cinco canhões e 350 ho-mens, situados na obra militar 30, no Forte da Casa estavam dispostos, caso fosse necessário, a cortar caminho às invasões france-sas, na sua escalada para a conquista da capital. Do alto da serra da Albueira tinham uma vista excepcional para a lezíria, para o Tejo e domi-navam a estrada real de D. Maria I bem como a estrada real de Vialonga. Estamos no ano de 1809 e o País viu-se confrontado com sucessivas invasões das tropas de Napoleão. Por tugal pede apoio ao seu “velho aliado”, a In gla terra. É construído um complexo sistema de defesa, as co-nhecidas Linhas Defensivas de Torres, de que se está a comemorar o bi-centenário. Trata-se de um conjunto de linhas fortificadas que o General inglês Wellington

concebeu para a defesa de Lisboa, cujos trabalhos começaram, no Outono de 1809 e, num período inferior a um ano, construíram-se no maior segredo, 126 obras, entre fortificações perma-nentes e outras, de carácter temporário. Como foi o caso do reduto do Forte da Casa, agora

recu perado, a que se aco-plou um Centro Interpre-tativo do Forte da Casa, um espaço que pretende “constituir-se como uma forma de dar a conhecer o impacto que as invasões tiveram na população da região e a importância es-tratégica que teve no âmbito das restantes construções”.

FORTE DA CASA CRIADO UM CENTRO INTERPRETATIVO NO FORTE 38

Do alto da serra da Albueira protegia-se a capital...Carlos Cardos

Maria da Luz Rosinha, pre-sidente da Câmara Munici-pal de Vila Franca de Xira, lembrou que os trabalhos de recuperação “do forte que deu o nome à fregue-sia” permitiram colocar a nu “o paiol, destinado à armazenagem de explosivos ou munições, parte da mu-ralha, as canhoeiras, onde eram colocadas as bocas de fogo”. Elementos referen-ciados na inauguração do Centro Interpretativo, uma ceri mónia que contou com a presença do Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, do Secretário de Estado da Defesa Nacio-nal e dos Assuntos do Mar, Marcos Perestrello, do Chefe de Estado-Maior do Exérci-to, General José Luís Pinto Ramalho e da embaixadora da Noruega.O reduto do Forte da Casa integra-se na chamada se-

gunda linha defensiva das Linhas de Torres. Fazia parte de um conjunto de sete fortes que “se estendiam desde a margem do rio Tejo às alturas da serra. Apresenta uma planta em formato de estrela, dotado de fosso, seis canhoeiras e tinha capacidade para 340 homens. Foi guarnecida com cinco peças de calibre, manejadas por artilheiros e ordenanças portuguesas. Em caso de ataque tinha na retaguarda o auxílio das mi-lícias nacionais do coronel Carlos Frederico Lecor”.A recuperação do Forte 38 e a criação do Centro Interpretativo são alguns dos elementos criados no âmbito de um projecto mais vasto, associado às comemorações dos 200 anos das Linhas de Torres e que engloba os municí-pios de Arruda dos Vinhos,

Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira. que constituíram a Plataforma Intermunicipal das Linhas de Torres. Um trabalho que re mon ta a 2006, e cujo prin cipal ob-jectivo “é a gestão integrada do con junto patrimonial das denominadas Linhas de Torres, definindo critérios comuns e boas práticas”. Parte do financiamento destas obras vem através do “Eea Grants”, plataforma comunitária que engloba três países nórdicos. Em Vila Franca de Xira, segundo Maria da Luz Rosi-nha, vão ainda ser recupera-das mais cinco fortificações. Entretanto, no próximo dia 26 de Novembro, no Palácio do Sobralinho, realiza-se um seminário subordinado ao tema “Linhas de Torres: História com futuro”.

Do ex-presidente da Cerci-póvoa recebemos um escla-recimento sobre o acordo estabelecido entre a Câmara de Loures e a Cercipóvoa. Publicamos na íntegra pese embora, de uma leitura aten-ta do artigo publicado na anterior edição do jornal Triângulo, não se possa tirar algumas das ilações referen-ciadas, bem pelo contrário.

“Em Dezembro de 2005, no Dia Internacional da Defici-ência, aquando da inaugura-ção das novas instalações da Cercipóvoa, a direcção eleita questionou a Senhora Presi-dente da Camara de Vila Fran-ca de Xira, de entre a lista dos convidados para a respectiva inauguração, se não tinha sido convidado o Senhor Presiden-te da Câmara de Loures, dado que cerca de 47% dos utentes com deficiência da instituição são oriundos do Município de Loures, recebendo a direcção como resposta por parte da Senhora Presidente Maria da Luz Rosinha e parafraseando--a, “a Cercipóvoa está situada no meu Município e, por con-seguinte, eu convido quem eu quero”.Devo dizer que caso a direc-ção a que presidi tivesse já tomado posse nessa data, de certo que o senhor Presidente Carlos Teixeira teria estado presente na citada cerimónia.Contudo, após a tomada de posse da direcção, em Janeiro de 2006, o Senhor Presidente do Município de Loures acei-

tou o nosso convite, e esteve presente nas novas instala-ções, para verificar com os seus próprios olhos a obra que tinha sido realizada e ter uma ideia de facto do trabalho concreto que ali se realiza em prol dos deficiência mental, bem como explicar as nossas grandes dificuldades na ges-tão corrente que, em suma, seriam mais de um milhão de euros de dividas e ainda por liquidar relativamente as novas instalações, igualmente cerca de um milhão de euros.Foi também dito ao senhor Presidente nessa ocasião, que aquela obra se devia de facto ao empenho da senhora Presidente do Município de Vila Franca de Xira, tendo contribuído com cerca de 625.000 euros, a Segurança Social com 1.790.000 euros e os mecenas igualmente com cerca 625.000, embora restan-do ainda por liquidar, como atrás foi referido, cerca de 1 milhão de euros, havendo por parte da senhora Presidente conjuntamente com a insti-tuição, a missão de encontrar soluções para liquidar esse montante em dívida.Embora fosse notório a insa-tisfação do Senhor Presidente por não ter sido convidado para a referida cerimónia de inauguração foi feito um apelo no sentido de contribuir com uma ajuda monetária anual, dadas as nossas dificul-dades financeiras. Uma vez que a Câmara de Vila Franca contribuía anualmente com

cerca de 40.000 euros de ajuda à gestão corrente, e dado que quase metade dos utentes serem oriundos do Concelho de Loures, foi então sugerido que o Município de Loures contribuisse igualmente com um donativo idêntico.O Ssnhor Presidente pareceu--nos receptivo e disse-nos que brevemente nos informaria sobre a sua decisão. Esperan-do até Março de 2006, e não obtendo qualquer resposta, enviei uma carta a pedir uma reunião sobre este assunto, sendo marcada uma reunião para Abril do mesmo ano, em que a direcção da Cercipóvoa foi recebida por “meia dúzia senhoras”, que nos pareceram estarem ligadas aos assuntos sociais do Município, mas sem a presença do senhor Presidente. Nesta reunião foi-nos dito que até final de Maio seríamos informados relativamente ao possível donativo/contribuição. Até há bem pouco tempo, a Cer-cipóvoa continuava à espera de uma decisão, estando a aguardar durante todos este anos, pelo sim ou não deste donativo, sendo de perfeita justiça que o esforço fosse igual ao do Município de Vila Franca de Xira. Devo ainda de acrescentar que o Município de Arruda dos Vinhos contri-buí com 3.500 euros anuais, por um utente oriundo desse Município.Mas agora o auxílio do Se-nhor Presidente Carlos Tei-xeira aparece nas notícias

enfatizando-se a sua fabulosa contribuição. É que não é um acto de amizade! Esta contri-buição é de sua obrigação, que deveria ser exactamente igual à do Município de Vila Franca.Devo também relembrar ou informar que, logo no início de 2006, há pouco eleito como presidente da Cercipóvoa, e após analise dos resultados dos anos transactos e reali-zado o respectivo orçamento para o ano em referência, tendo em conta o acréscimo dos custos com as novas ins-talações, cheguei à conclusão que, com todas esta dívidas e ao verificar-se um aumento de resultados altamente nega-tivos no futuro, criando cada vez mais dificuldades finan-ceiras, havia necessidade de renegociar o passivo a 15 anos com um ou mais bancos. Mas para que tal situação fosse possível de realizar, procedi à elaboração de um plano de reestruturação, com redução de custos e alguns aumentos em proveitos, o qual equi-librava as contas da gestão corrente, criando a muito curto prazo, resultado positi-vos, que permitiam amortizar o capital renegociado, bem como respectivos juros.Esta plano foi apresentado, discutido e aprovado na Se-gurança Social, com a pre-sença da Secretária de Estado para a Reabilitação Social, bem com da Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira e elementos da direc-ção. Neste documento, um

dos aumentos das receitas provinha precisamente do pagamento de 40 mil euros anuais por parte do Municí-pio de Loures, reforçando na ocasião a Secretário de Estado que fazia todo o sentido e seria justo para com o Município de Vila Franca de Xira que o Município de Loures contri-buísse com a mesma impor-tância, comprometendo-se a agendar uma reunião com a própriaSecretária de Estado, a Senhora Presidente de Vila Franca de Xira e o Senhor Pre-sidente de Loures e comigo, para que tal donativo fosse de facto prestado e assumido pelo Presidente de Loures. Até hoje, embora já sem qualquer responsabilidade na Cercipó-voa, continuo a aguardar por tal reunião…Tudo o que atrás foi exposto é para de facto realçar, que os factos publicados no jornal o Triângulo não correspondem totalmente à verdade, espe-lhando muito mal as lutas que estão por detrás da situ-ação, ao longo destes anos. Com este acto politicamente correcto parece que o Presi-dente Carlos Teixeira é um

grande amigo da Cercipóvoa! E os anos em que aguardá-mos pela sua resposta face à questão da sua obrigação de colaborar financeiramente? Relembro uma vez mais que cerca de 50% dos utentes são oriundos do seu Concelho… Os doze mil euros 12 mil euros de contribuição anual para a Cercipóvoa? Parece-me que este foi um valor arrancado a saca-rolhas, resultante de um ultimato que a Presidente Ma-ria da Luz Rosinha fez ao Pre-sidente Carlos Teixeira caso este não colaborasse para resolver as difíceis condições financeiras da Cercipóvoa. Não fosse ela também cortar todos os donativos cedidos por Vila Franca, se Loures não viesse agora ajudar… Gostaria de relembrar que o total do passivo da instituição a 31 de Dezembro de 2009 era de 4.240.000 euros, três subsídios por liquidar aos trabalhadores, e ao que parece caminha para o quarto subsí-dio, ou seja o não pagamento do próximo subsídio de Natal.

Manuel Torres dos Santos, sócio Nº.786”.

A verdade sobre o donativo “colaboração” de 12 mil euros do município de Loures à Cercipóvoa

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JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 16 NOVEMBRO 2010 | 23VILA FRANCA DE XIRA

A Direcção de Comunica-ção da Solvay Portugal foi distin guida pela Federação Europeia de Associações de Comunicação Interna (FEIEA) com o Grand Prix 2010. O júri, constituído por representantes dos onze países que integram a Fede-ração, reconheceu o elevado mérito da candi datura pro-posta pela Solvay atribuin-do-lhe o primeiro prémio na categoria “Estratégia de Comunicação Interna – Mel-hor evento múltiplo”. O prémio e o respectivo diploma foram entregues a 15 de Outubro, em cerimónia realizada em Viena, na Casa da Indústria, por ocasião da Academia anual da FEIEA. Mário Branco, director de Comunicação e Relações Institucionais da Solvay Portugal e membro do Board do Centro de Competên-cia Comunicação do grupo Solvay, recebeu o galardão das mãos de Steve Doswell,

presidente da FEIEA. O trabalho apresentado res-peitou ao programa desen-volvido pela empresa, ao longo de 2009, no âmbito do ciclo comemorativo dos seus 75 anos de actividade indus-trial no País. Foi cometida à direcção de Comunicação a « liderança de um projecto visando a definição, execu-ção e avaliação da eficácia de um programa guiado por duas metas prioritárias: requalificar o ambiente geral da base industrial de Póvoa

de Santa Iria e reposicionar a imagem da empresa perante as suas partes interessadas. A equipa de projecto permitiu-se sonhar, tomou a memória do passado como prólogo e concebeu o ciclo como uma etapa na construção de um futuro responsável e sustentável, projectado no ano 2034, cenário em que a empresa completará 100 anos no País.A estratégia de comunicação seguida procurou usar a ino-vação como motor, explorar

a oportunidade para reju-venescer o esta belecimento industrial, estabelecer um alinhamento perfeito com as políticas de desenvolvi-mento susten tável do Grupo, pri vil egiar soluções low cost (mas com elevado poten-cial social), trabalhar em rede com diferentes equi-pas internas e seleccionar parceiros na comunidade para a organização de acções conjuntas.O grupo industrial Solvay, activo no sector químico à escala global, tem sede em Bruxelas e emprega 17 mil pessoas, em 40 países. Em 2009, realizou um volume de negócios de 8,5 mil milhões de euros. No complexo de Póvoa de Santa Iria, a Solvay produz químicos de base para as indústrias do vidro, pasta e papel, detergência e química, entre outras, sendo responsável por 300 postos de trabalho directos e quase 200 indirectos.

PÓVOA DE SANTA IRIA NA ÁREA DA COMUNICAÇÃO INTERNA

Solvay recebe distinção internacional

Na Castanheira do Ribatejo, nos terrenos particulares da Quinta da Marquesa, no Monte dos Castelinhos, pode estar, segundo o arqueólogo João Pimenta, “um sítio de riqueza impar a nível na-cional e mesmo internacio-nal”, com elementos quase únicos da presença romana em Portugal e que poderá, eventualmente, levar a uma nova abordagem sobre a verdadeira localização de Ierabriga, até aqui apontada como estando situada em Alenquer.João Pimenta lembra, como no espaço de pouco mais de dois anos, foi possível colocar a descoberto um património histórico que, em alguns casos, estava praticamente debaixo dos pés. “Na sequência das esca-vações efectuadas aquando da construção do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, deparámos com os restos de uma antiga estrada romana, medieval. Esta descoberta fez com que o Museu Municipal de Vila Franca de Xira desenvolve--se um projecto de estudo centrado na dinâmica do povoamento romano nesta zona”, designado “De Olisipo a Ierabriga”Um projecto que contem-plava a compilação e siste-matização de informação; prospecção sistemática do território; estudos de colec-ções antigas. “Nessa altura definimos alguns locais a serem abordados e, para nós, ficou claro que o Monte dos Castelinhos era um local importante”.Em 2008/09, avançou-se com o primeiro projecto. As escavações feitas, em pequenos pontos, deram resultados positivos. “Logo no decorrer da primeira campanha foram encontra-dos muros bem como frag-mentos cerâmicos e metáli-cos”, lembra, a propósito, o arqueólogo Henrique Men-des. De 2010 a 2014 decorre o segundo projecto, com o incremento dos trabalhos de investigação, a conservação

e preservação do espólio encontrado, a valorização do local, preparando-o para receber visitas, e a interacção com a comunidade.Hoje, depois de várias es-cavações, já é possível vis-lumbrar aquilo que even-tualmente terá sido “um grande aquartelamento mi-litar romano” edificado na segunda metade do século I AC (Antes de Cristo), um período em que o exército romano andou por esta zona. “Tudo indica estarmos perante uma construção faustosa, caracterizada pelo urbanismo octogonal, apro-veitando a grande inclinação do terreno, edificada em patamares, um pouco como acontece com o Castelo de S. Jorge, em Lisboa”A existência de restos de telha de telhados, de pare-des esculpidas e pintadas, de serviços de cerâmica que vieram de Itália, de ele-mentos que apontam para a utilização do azeite e de preparo piscícolas, indiciam com alguma segurança que “a população não era de cá”. Um dos elementos mais importantes, realça João

Pimenta, foi a descoberta de “um escudo, em excelente estado, uma peça invulgar, raríssima mesmo”.O arqueólogo lembra que entre 40 a 50 anos AC houve conflitos entre Caio Júlio Cé-sar e Pompeu e que há refe-rencias a presenças dos seus exércitos no Vale do Tejo. E levanta a séria hipótese de “o Monte dos Castelinhos não será Ierabriga, até aqui apontado como estando em Alenquer?”. Ierabriga estaria situada na via romana que ligava Olisipo (Lisboa) e Sacallabis (Santarém) e que se assumia como uma via aglutinadora e estruturante das deslocações, em especial dos exércitos romanos. Uma hipótese que os arqueólogos querem estudar e aprofun-dar, nomeadamente atravás da continuação das escava-ções, e da recolha e estudo dos elementos obtidos.

CASTANHEIRA DO RIBATEJO ACTIVIDADE ARQUEOLÓGICA LEVANTA HIPÓTESE INTERESSANTE

Monte dos Castelinhos será a Ierabriga romana?Carlos Cardoso

Hoje, o campo arqueológico do Monte dos Castelinhos é assumido como um pólo descentralizado do Museu Municipal de Vila Franca de Xira que, recorda Graça Nunes, a sua directora, faz 60 anos em 2011. A conti-nuação das escavações vão continuar pois por felicidade os proprietários do terreno são adeptos da arqueologia e têm dado o aval à continu-ação das intervenções. De qualquer maneira, reconhe-ce João Carvalho, vereador na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, responsável pela área da cultura, “não podemos esquecer que os terrenos são particulares e ainda não temos acordos feitos”, que permitam en-quadrar o campo arqueo-lógico na museologia local bem, como definir regras de deslocações ao local.

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