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Nº 2 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Outubro de 2014 Jornalismo Badjeco Levado a Sério! Diálogos da Ilha Grande Construindo de maneira integrada o desenvolvimento sustentável do turismo através da valorização cultural e do protagonismo da juventude

Jornal Voz Nativa #2

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Edição Out/Nov 2014 Projeto Juventude Protagonista da Ilha Grande #patrociniopetrobras

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Nº 2 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Outubro de 2014

Jornalismo Badjeco Levado a Sério!

Diálogos da Ilha Grande

Construindo de maneira integrada o desenvolvimento sustentável do turismo através da valorização cultural e do protagonismo da juventude

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Associação Civil Alternativa TerrazulConselho DiretorPresidente Regina Maria Sousa ChavesDiretor Financeiro Pedro Piccolo Contesini Diretora Técnica Camila Ribeiro Soares

Projeto Juventude Protagonista da Ilha GrandeVoz NativaCoordenador Geral Marcio RanauroCoordenador de Comunicação Carlos Henrique PainelCoordenador Administrativo Arnaldo AugustoAssistentes Ana Laíse, Beatriz Luz, Eduardo Garcia, Karen Garcia

Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social – UFRJCoordenação Pedagógico Ivan BursztinCoordenação de Produção Cultural André Paz

Jornal Voz Nativa Conselho Editorial Carlos Henrique Painel, Karen Garcia, Maracy Guimarães, Marcio Ranauro e Silvia NoronhaJornalista Responsável Carlos Henrique Painel MTR 29085-RJRevisora Maracy GuimarãesColaboradores Arnaldo Augusto, Carlos Henrique Painel, Maracy Guimarães, Camilo Papi e Silvia NoronhaProjeto Gráfico IDEARIADiagramação Karen Garcia

Endereço Espaço Voz NativaAlameda Meu Santo, 250 / Vila do Abraão, Ilha Grande – Angra dos Reis/RJ CEP:Telefones (24) 99903-5776 / 99940-1736 (WhatsApp) [email protected]: Voz Nativa - Ilha Grande

Associação Civil Alternativa TerrazulRua Floriano Peixoto, 1440 / Centro – Fortaleza/CE - CEP: 60.025-131www.alternativaterrazul.org.br

Tiragem 5.000 Distribuição Gratuita

Este jornal é uma iniciativa do Projeto Voz Nativa, sua intensão é dar visibilidade e voz aos jovens nativos da Ilha Grande. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Terrazul e das instituições parceiras.

A última década representou para a Ilha Grande uma alteração significativa na consolidação de um modelo de turismo para a Vila do Abraão, o que por diferentes maneiras reflete na rotina de toda Ilha Grande. Mudanças como a intensificação do número de estabelecimentos turísticos, um número cada vez maior de moradores, uma nova geração de nativos e a chegada cada vez mais intensa de turistas de todas as partes do mundo são motivos que vem promovendo grandes transformações. Fica no ar uma pergunta: como será a Ilha nos próximos 10 anos?

O Turismo em geral apresenta duas possibilidades, ou se desenvolve como uma oportunidade positiva para o desenvolvimento local, ou pode se tornar uma ameaça à qualidade de vida de seus moradores, ao meio ambiente e à continuidade da própria atividade. O que vai dizer se o turismo terá sustentabilidade a longo prazo e se manter como uma atividade econômica estável, que ofereça qualidade de vida e que preserve a “galinha dos ovos de ouro” será as escolhas que serão feitas agora, o que deverá passar

EDITORIAL

Patrocínio

Jornalismo Badjeco Levado à Sério!

por diálogos, planejamentos, qualificação dos serviços oferecidos e a definição de uma identidade turística para a Ilha. Por que as pessoas vêm de todo o mundo conhecer a Ilha Grande? Não seria apenas por sua beleza cênica... têm algo mais a ser preservado!

Todos os grandes roteiros turísticos do mundo se caracterizam por uma identidade, uma história. Qual a identidade e a história da Ilha, onde ela se preserva, ainda se mantém? Ou será que uma nova identidade será construída a cada década?

Se hoje a beleza natural da Ilha Grande se encontra protegida no Parque Estadual da Ilha Grande, quem mantém sua identidade, história e memória? A Ilha Grande faz parte da história do Rio de Janeiro desde a descoberta do Brasil. Essa história/memória é um patrimônio para o turismo da Ilha, fazendo com que sua beleza paisagística seja ainda mais interessante. Que nova história a Ilha poderia produzir se perdermos a memória dos antigos nativos?

PROJETO VOZ NATIVA NAS REDES

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/ilhagram(24) 99903-5776

VISITE O ESPAÇO VOZ NATIVA, NA ALAMEDA MEU SANTO, 250 na VILA DO ABRAÃO - ILHA GRANDE

Realização

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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

O fim do presídio trouxe turistas e mudançasEm entrevista ao jornal Voz Nativa, Anderson de Araujo Pontes, professor de Geografia e atual diretor do ensino médio no Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega, contou sobre sua experiência no período que o presídio ainda funcionava na Ilha e das mudanças que vem acontecendo até os dias atuais impulsionadas pelo turismo.

Mesmo tendo nascido no Rio de Janeiro, ele se considera um "badjeco". Sua família por parte de mãe tem raízes na Ilha desde o período colonial. Anderson sempre fre-quentou a Ilha e morou com seu pai, que era policial, em Dois Rios, no período em que aqui funcionava o presídio. Segundo ele, era um presídio de segurança máxima que não oferecia risco aos moradores.

Anderson lembrou também da fuga de helicóptero do trafi-cante Escadinha em Dois Rios. Ele ainda era criança, com aproximadamente 11 anos, e não entendia muito bem toda a tensão daquele dia, mas com o tempo percebeu que aquele

acontecimento se tornou um marco na história do presídio.

Com 40 anos, o professor lembra que os moradores da Ilha Grande eram dependentes do presídio, que forne-cia para a população luz e até alimento. Naquele tempo, para chegar ao continente não era tão fácil como hoje, pois existiam poucas embarcações e a alimentação era baseada na pesca, plantações e o auxílio do presídio. Ele fala ainda que o turismo era discreto na época, não existin-do a quantidade de pousadas e comércio que temos hoje.

Para ele, a Ilha Grande tinha mais peixes antigamente. Os pescadores conseguiam pescar mais qualidades e agora é mais difícil encontrar os peixes que antes era comuns. Conta que a sardinha nunca foi muito apreciada pelos moradores e até hoje não é muito diferentes, porém, já foi um importante meio de trabalho, pois na década de 80 muitas fábricas de sardinha funcionaram em vários pon-tos da ilha e empregavam muitas pessoas.

Anderson lembra que, quando era pequeno, ia caçar junto com o avô na mata e tinha uma grande diversidade de animais: paca, tatu, gambá, macaco, entre outros. Ele res-salta que hoje não é mais permitido a caça de animais silvestres e que a fiscalização am-biental trabalha para a preservação das espé-cies. Emocionado disse que guarda e usa com carinho o pente que foi de seu avô feito de osso.

Foto: Marcio Ranauro

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Fala sério, JOU!Uma nova realidade

Hoje, de acordo com o professor, temos outro contexto so-cial. Depois que o presídio deixou de existir, o turismo não parou de crescer e a natureza passou a ser a principal fonte de renda: as praias, a mata, entre outros. Para ele o proble-ma é quando quem atende o turista só está preocupado em ganhar e esquece-se de incentivar a preservação. Como exemplo ele citou que muitos vendem passeios de barco, sem ter a preocupação se o turista vai jogar a garrafinha de água vazia no mar ou deixar pela mata e desabafa:” Não tem problema, já pagou a passagem!"

Anderson pontua que o crescimento do turismo trouxe pon-tos positivos e negativos. A maioria dos moradores vive hoje direta ou indiretamente do turismo, que proporciona uma melhor condição financeira. Para ele, o ponto negativo é a invasão do turista "pirata", que é aquele turista que vem para Ilha Grande, destrói, polui e não gera o mínimo pos-sível de capital e vai embora deixando seu lixo.

Viviane Alves Mello

Por Renato Buys

Essa foto, bela foto antiga, mostra o prédio da ter-ceira classe do extinto Lazareto da Praia Preta. Não foi possível determinar o ano de tomada dela, sendo apenas lógico afirmar-se que é anterior a 1963, ano em que foi feita a destruição do presídio, no governo Carlos Lacerda.

Provas de um erro

Manda um recado para todos os moradores, em espe-cial os jovens, para que "busquem a identidade de vocês, criem raízes”. Ele fala que precisamos ter o sentimento de pertencimento, pois, a ilha pertence a cada morador e precisamos preservar. "A ilha é um paraíso, somos mo-radores desse paraíso e devemos dar o exemplo." Afirma que os turistas podem visitar, porém não sujar e que de-vemos educar os turistas.

Durante essa entrevista, ao ser falado sobre os diferentes tipos de turistas que buscam a ilha, em destaque o turis-ta pirata e turista cultural /histórico, nasceu a ideia do Jornal Voz Nativa criar uma campanha com o tema: O Turista Que Queremos em nossa Ilha. O público alvo será todos os turistas e a ideia principal é incentivar a preser-vação da natureza, não jogando lixo no mar, nas ruas, nas trilhas, não pichar, não pegar guaiamu, estrela do mar, entre outras recomendações.

São de notar, na foto, vastas áreas sem florestas, usadas em processos agrícolas, plantações de cana, café e outras culturas.

São também de notar na moldura do primeiro pla-no, constituído pelo prédio da terceira classe do Lazareto, as palmeiras imperiais que já lá esta-vam na época, mostrando que nem são invasoras, nem rápidas, nem malfeitoras a tal ponto que jus-tifiquem a guerra de extermínio que lhes dedicou o INEA, anos depois, neste infeliz 2014.

E por falar em preservação, mesmo não falando, é uma honra lembrarmos de como é sábio no assunto o povo da Ilha, o meu povo, que no ano de 1966, quando co-nheci Lopes Mendes, mantinha naquela praia mais de duzentas casas, bares, dois blocos de Carnaval e uma grande população. Hoje, não há quem pense, sequer, que isso foi um dia possível, sem tê-la conhecido antes.

Vista panorâmica da Vila do Abraão, anterior à decada de 60

Foto: Autor desconhecido

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Fumaria – A palavra quer dizer Ave Maria. A variação na pronuncia se dá através do espanto, admiração ou susto, o que leva os Badjecos a pronunciarem de forma arrastada: “Fuuumaaariiiiiaaaaa.”

Ingrisia – Qualquer enfermidade pelo corpo internamente ou externamente. Como por exemplo alergias, feridas, tosse e etc.

Misgalha: De misgalhar, ato ou efeito de esmagar.

Mania de Badjeco: Colocar na garrafa transparente de vidro o broto de cajueiro, para o caju crescer dentro. Depois colocar cachaça e deixar curtindo. Está pronta uma deliciosa cachaça de caju.

Fonte: Anderson Pontes

Conhece mais termos?Encaminhe e publicamos!

Dicionário Badjeco de

Termos e Manias

Duas histórias

Espaço Badjeco

Durante a entrevista ao Voz Nativa, o professor de Geografia, Anderson de Araujo Pontes, também contou um pouco da história da sua família, Badjecos há mais de cinco gerações.

“Existem na minha concepção duas histórias da Ilha: a que eu vivi e a que é contada nos livros. Se eu for falar da história que eu vivi, tenho 40 anos para contar. Se eu for falar das histórias da Ilha são mais de 2 mil anos.”

“A minha história é a minha história de vida. De ter a minha avó, nascida e criada aqui e eu sempre conversava muito com ela. Ela era da região do Abraão, nasceu no Sitio do Galego, no finalzinho da Praia Preta. Quando eu era criança chamava-se miradeiro, a palavra vem de miradouro, vem de mirar e ver o car-dume entrando na baía. Ali minha avó nasceu vinda com a mãe dela da Praia do Camiranga.”

“Eu sempre fui da Ilha, minha avó já nasceu naquele pedaço de chão. Uma família bastante grande, como era comum na época. A vida era da roça, então uma família numerosa se fazia jus porque precisava de mãos para trabalhar. Mas todo mundo vivia, não com muito luxo, mas se comia alimentos de quali-dade tirados da terra. Plantavam e colhiam.”

“Havia também a pesca e a caça, mas nunca foi predatória não, segundo meus tios-avôs. Eu me recordo de um relato da minha mãe que meu avô pegou um bugio e depois de morto, ele falou: _Tem que comer! Até porque não era uma época de abastança aqui, então as pessoas tinham dificuldade.”

“Minha avó nasceu em 1919, mas foi registrada em 1923. O nome dela era Luiza. Ela falava que a avó dela já era daqui da terra, índia cabocla, mas o avô era embarcadiço e vivia viajando de barco de lá pra cá. Ele era comerciante e tinha uma família em cada lugar”.

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Espaço Brigadista

O descarte de lixo na rua vem afetando muito a vida dos moradores e a natureza da Ilha. É pos-sível ver embalagens, latas, papelão, plásticos em qualquer parte, da floresta ao rio. Para que então têm tantos baldes de lixo, se as pessoas os jogam no chão?Isso não pode acontecer, porque é prejudicial para todos. Muitos jogam lixo no chão. Não para ser reciclado ou recolhido, e sim por falta de educação. Muitas pessoas colocam seu lixo fora, antes da hora do carro do lixo passar. Com isso, também causa po-luição visual para todos nós. Além de doenças para as crianças que brincam na rua.

Estamos aqui mais uma vez tentando encon-trar alguma solução para um de muitos proble-mas encontrados no Abraão. É uma pena um espaço tão grande ser usado apenas como depósito de lixo, entulho. Para conseguir se divertirem, a melhor brincadeira é o cipó, que por sua vez é super arriscado. As crianças do morro também precisam de di-versão. Cadê o parquinho? Cadê o campinho de futebol? Cadê? Prefeitura, está na hora já de limpar o terreno e pensar mais nas nossas crianças.

Gleice Hellen, Fábio Sousa, Marcilio Oliveira e Athirson Gomes

Vitória Helle, Allexia Campos

Foto: Vitória Helle, Alameda Meu Santo, Rua das Flores

O problema do lixo continua...

As crianças do morro também precisam de diversão

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Projeto Voz Nativa visita praias para dialogar sobre iniciativas e parcerias

Dialogando as comunidades

O projeto Voz Nativa visitou as praias da Ilha Grande para distribuir a primeira edição do jornal e convidar as comu-nidades a mandarem suas matérias!

Em reunião na Praia Grande de Araçatiba o projeto, junto com lideranças locais, irá formar turmas para os cursos de Formação Profissional em Turismo.

Alunos da Escola Thomaz Henrique estudam com o Jor-nal Voz Nativa na Praia da Longa (fonte: Diretora Priscila).

Vista panorâmica da Enseada do Bananal e cais

Praia de Maguariqueçaba

Praia Grande de Araçatiba

Reunião com moradores

Praia da Longa

Matariz

Escola Municipal Gen. Sylvestre Travasos

Vamos contar a história da Ilha Grande com os protagonistas locais!

Envie sua matéria para o Projeto Voz Nativa

[email protected]

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Desta vez eu irei comentar sobre sentimento de territo-rialidade. O porquê disto? Se eu estiver dentro da casa do meu melhor amigo, e ao desembalar uma bala, jogar o papel da embalagem no chão da sala, com certeza, ele me chamaria a atenção por este feito.

Parece que quando saímos de nossa casa, a rua não nos pertence mais, a praça, a calçada, a praia etc. Podemos sim ter uma postura diferenciada para com o nosso bairro, mas para isto é necessário conhecer nossa história.

A história da Ilha Grande é muito antiga. Vamos encontrá-la nos livros do período das Grandes Navegações e nos registros navais e geográficos feitos pelo alemão Hans Staden, onde ele dava depoimento sobre os indígenas. Por pouco, não foi pelo nosso grande índio Cunhambebe, dos Tamoios desta região.

Outro fato histórico foi a flotilha Inglesa de Cavendish que apor-tou no Abraão no ano de 1591. Os moradores antigos da região e os navegadores da época chamavam o Abraão de ABRÃO.

Não vou me aprofundar sobre os detalhes destas histórias, mesmo porque não sou historiador e isto está registrado para quem quiser pesquisar sobre diferentes períodos da Ilha Grande até os dias atuais. Mas gostaria de mencionar que, apesar de algumas pessoas não gostarem de história do país e do Mundo, ou qualquer outra que seja, tem uma história que o ser humano não pode deixar de conhecer, é a história dele mesmo, de seus pais, de seus avos e bisavós.

Esta é a única maneira dos seres humanos não darem con-tinuidade a determinados erros, preconceitos do passado e também de valorizarmos as coisas boas que foram reali-zadas e deram credibilidade para a sua própria existência.

Hoje eu compreendo que, no período de 1900 à 1994, a Ilha Grande sofreu quatro influências econômicas e as leis

ambientais também trouxeram para a comunidade gran-des conflitos, já que esta não teve oportunidade ou tempo para acessar as informações do que estaria acontecendo na região, gerando grande desequilíbrio.

Para sua própria readaptação e sustentabilidade no local, algumas pessoas deixaram seus costumes de lado. Isto justifica a descontinuidade de atividades culturais locais. Se hoje ainda a cultura é vista mais ou menos legal no país, não precisa nem falar de um passado próximo de nossos agentes culturais. Imagine aqui na Ilha Grande.O Brasil conseguiu construir alguma legislação no âmbito federal para cultura, aprovada agora em 2010. Podemos ver que o processo está apenas começando.

O que não é justificável é que alguns moradores e pessoas que sobrevivem desta economia na localidade não têm conhecimento desta história no seu dia a dia para oferecer ao turista, que vem de diferentes lugares do mundo para nos visitar e ficam questionando: qual é a história disto, o que é aquilo? E assim vai nosso cliente embora com a mesma indagação.

O que é pior, são os jovens e adolescentes que vem re-produzindo a mesma desinformação, e com isto vamos desvalorizando a atual economia.

A história e cultura do local seriam a cereja do bolo deste modelo econômico, um produto cultural extraordinário. E por falar em produto cultural, a economia atual destruiu uns dos últimos produtos culturais da Ilha Grande, em um período curtíssimo, entre sete e nove anos aproximada-mente, a implantação econômica desordenada entrou em choque com que havia sobrado das atividades culturais tradicionais com uma relação comunitária. Foi proibido pela lei do silencio, levando a extinção destas ações na região. O FORRÓ DE CASA.

Identidade Territorial

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Com esta ação egocêntrica de alguns comerciantes, hoje vejo que foi de uma ignorância sem mérito de classifica-ção, o turista iria adorar estar na ilha e participar de um entretenimento cultural diferenciado ou único na região Costa Verde.

Após 20 anos do desenvolvimento da economia do turismo na Ilha Grande, e por estarmos entre o 2º ou 3º índice plu-viométrico do país, quando chove, o clima não fica muito agradável para o turismo náutico e ecológico, e nada mais se tem para oferecer.

Há não ser questionar, o que tem para se fazer?

Esta foi mais uma reflexão sobre o sentimento de terri-torialidade para que você também possa rever os seus conceitos e suas práticas na Ilha Grande, e, que com este texto possamos refletir e contribuir com melhores idéias e ações no conceito coletivo para região.

Adriano Fabio da GuiaContramestre de Capoeira

Coordenador do Projeto Arena Cultural da Ilha Grande e do Centro Cultural Constantino Cokotós.

CONTE A HISTÓRIA DA SUA COMUNIDADE E O QUE ACONTECE ONDE VOCÊ MORA!

PARTICIPE DO JORNAL VOZ NATIVA! ENVIE SEU TEXTO POR E-MAIL!

[email protected] | (24) 99903-5776

Já não é mais como antes

Ah minha velha amiga! Como te olhar e não sentir saudades? Como, lembrar de minha mocidade, sem sentir saudades, se hoje te vejo apenas pela metade, com seu corpo to-mado de cicatrizes que não sumiram jamais.Amiga! Como te fotografar e não sentir sau-dades dos seus cabelos verdejantes, e suas vestes naturais que foram abolidas por conta do progresso, que o homem trás.Ah minha amiga! Como te viver hoje, sem lembrar do ontem que aqui vivi! Como não sentir saudades? Se os seus dias não desper-tam mais fantasias, nem suas noites nos pre-sentearam as mesmas alegrias.Ah minha amiga! Como te retratar em quad-ros e poesias, se sugaram toda sua magia,

como não sentir saudades do poeta meu san-to, do forró do canto, da seresta da Alda, da timidez da menina do leilão da Jovina. Como te olhar nesses tempos sem ver vaid-ades, como não sentir saudades da paz que nos cercava e das amizades que não se comprava.Ah minha amiga! Como pisar nesse chão e não ter emoção, como pisar nesse chão sem relem-brar do velho Abraão, da sombra da amendoeira e o sol de verão, do nativo fiel e o famoso pirão.Como te olhar hoje sem que chores o meu frágil coração. Como te notar e não te amar, pois tudo o que sou foi você quem me inspir-ou, Vila do Abraão.

Iordan Oliveira do Rosário Outubro de 2011

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O Projeto Voz Nativa é fruto de uma in-quietação. Ao observarmos o potencial para o desenvolvimento do turismo na Ilha Grande e a realidade como ele acontece vemos a necessidade de dar um salto de qualidade tanto na oferta dos serviços

prestados quanto no perfil dos turistas e frequentadores da Ilha. A velocidade com que as transformações estão se dando, principalmente na Vila do Abraão, exige cuidado e mobilização para que a qualidade de vida dos moradores e visitantes não se deteriore.

Foi com esse intuito que o Projeto Voz Nativa, por meio da parceria com o Laboratório de Tecnologia e Desenvolvi-mento Social da COPPE/UFRJ, começou a estruturar sua proposta de cursos e oficinas de qualificação profissional a serem ofertados para os moradores da Ilha Grande. Dividi-dos em cinco eixos prioritários (comunicação comunitária, gestão de meios de hospedagem, gestão de restaurantes, agenciamento e operação de viagens e guiamento e inter-pretação do patrimônio) procuramos cobrir as principais atividades realizadas hoje pelos empreendedores locais. Os cursos e oficinas foram pensados para atender não só as demandas imediatas por qualificação da mão de obra local, mas também para estimular um maior engajamento por parte dos participantes por meio do fomento ao em-preendedorismo individual e coletivo. Para tal, em paralelo às atividades didáticas ocorrerão para cada um dos eixos temáticos os chamados Laboratórios de Aceleração de Ideias (LAI). Os LAIs buscam criar um ambiente criativo e de colaboração entre os interessados em transformar suas ideias em projetos aplicados. Assim, pretendemos promover negócios com um maior grau de inovação e com a capacidade de surpreender seus clientes.

Começamos nossas atividades investindo na oferta de cursos e oficinas com foco no eixo de comunicação co-munitária por acreditarmos que o empoderamento dos jovens no uso das novas tecnologias de informação e co-municação é fundamental para a afirmação identitária. Ao longo dos meses de julho, agosto e setembro oferecemos cursos de jornalismo comunitário, fotografia com dispo-sitivos móveis, uso do instagram e redes sociais. Para os próximos meses ainda estão previstas oficinas de cons-

Oficinas de turismo no projeto Voz NativaPromovendo o protagonismo social para um turismo de qualidade

trução de blogs, fotografia profissional, produção audiovi-sual, dentre outras. Se você curte computador, navegar na internet, gosta de escrever ou tem uma ideia criativa que gostaria de tirar do papel, venha fazer parte do grupo do comunicação do projeto Voz Nativa. O LAI de comunicação comunitária está rolando até o final do ano com o profes-sor André Paz aos finais de semana na sede do projeto.Este é apenas o começo... nos próximos meses iniciare-mos os cursos e oficinas voltados para a qualificação dos meios de hospedagem e das agências e operadoras de viagens. Todos os cursos são gratuitos, mas tem vagas limitadas. Inscreva-se já!!!

PRÓXIMOS CURSOS E OFICINAS- GRATUITOS -

GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM

- ATÉ DEZEMBRO DE 2014

LABORATÓRIO DE ACELERAÇÃO DE IDEIAS EM COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA

- ATÉ DEZEMBRO DE 2014

MAIS INFORMAÇÕES

(24) 99903-5776

[email protected]@

CONHEÇA O ESPAÇO VOZ NATIVA

ALAMEDA MEU SANTO, 250 - vila do abraão, ilha grande

Ivan BursztynCoordenador pedagógico do projeto Voz Nativa

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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

Foto: Marcio Ranauro

O panorama sociocultural da Ilha Grande mostra que seus moradores vivem - em sua maioria - de ativi-dades ligadas ao Turismo. Sabemos que esta atividade econômica ainda não é desenvolvida de maneira coesa e cooperativa, o que dificulta os processos de gestão e reflete no mau funcionamento de um ciclo virtuoso. De modo que beneficie tanto os turistas, empreendedores locais e a própria Ilha Grande como um todo.

Se levarmos em consideração o número de jovens mo-radores da Ilha Grande, observamos que eles tem um papel muito importante nesse processo. Afinal, serão os que viverão a Ilha Grande nos anos futuros, sucedendo os atores atuais. Como garantir um bom funcionamento de uma atividade que depende de diversos segmentos para que se desenvolva de maneira positiva? Pensando em um turismo de qualidade, onde o turista que frequen-ta a Ilha Grande venha com o propósito de preservar o local e corresponda às expectativas locais, observa-se a necessidade da valorização da cultura.

Como convidaremos o mundo a nos visitar se não sabe-mos explicar como é o funcionamento do nosso espaço? Se não sabemos as histórias que aqui foram vividas, o funcionamento do espaço geográfico, as pessoas que construíram a realidade que vivemos hoje… Como

poderemos cuidar da Ilha Grande sem conhecê-la? Apropriar-se da memória da Ilha Grande e aliar este conhecimento à receptividade turística das atividades desenvolvidas deveria ser o papel da juventude que aqui habita.

Quando nós, jovens, nos apropriarmos da cultura no qual hoje fazemos parte e ajudamos a construir, entendendo o que aqui ocorreu, valorizarmos nossa terra, podendo então propagá-la, estaremos protagonizando a realidade em que vivemos.

O Projeto Voz Nativa para além da capacitação em Turis-mo, visa a valorização da cultura local, entendendo esta ação como fator fundamental para o desenvolvimento sustentável da Ilha Grande. E abre as portas aos jovens que tenham interesse em construir o futuro desde já!

É necessária união e engajamento para que possamos cuidar da nossa casa com sabedoria.

De que protagonismo estamos falando?Desenvolver o turismo através da valorização local e engajamento da juventude

Atividade desenvolvida com moradores da Vila do Abraão no Espaço Voz Nativa

Karen Garcia Projeto Voz Nativa

Foto: Marcio Ranauro

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Primeira edição do Voz Nativa é um sucesso!Lançamento do Jornal Voz Nativa é comemorado com festa pelos integrantes do projeto

Alexander Cerqueira e Beatriz Luz

Mateus SantanaBrigada Mirim Ecológica

No dia 7 de setembro foi a Festa de Lançamento do pri-meiro número do jornal VOZ NATIVA. Nós, que montamos algumas das matérias apresentadas no jornal, tivemos um almoço com os nossos pais, amigos e parceiros do projeto. Foi muito agradável estar entre amigos com uma comida gostosa, música ambiente. Tudo estava ótimo!Depois, as meninas deram duro na organização para que à noite tudo estivesse perfeito. E assim foi: a festa e a noite foram perfeitas. Tudo muito bem organizado, a música boa para curtirmos conversas, brincadeiras, amigos... Tudo na medida certa. Nos divertimos muito!

Esperamos que possamos nos encontrar assim outras vezes!

Eu gostei muito do jornal porque é a primeira vez que faço parte de um grupo de jornalismo comuni-tário, feito pelos jovens da comunidade, de 13, 14

ou 15 anos de idade, para incentivá-los a ficar por dentro de tudo que está acontecendo nesse mundo. No dia do lançamento do jornal, teve um almoço com os pais reunidos para ver as matérias, que nós, os filhos, fizemos e foram publicadas. E a noite, fizemos a nossa festa para comemorar o lançamento do jornal. Teve muita música e muita comida.”

Fotos: Marcio Ranauro

Foto: Carlos Henrique Painel

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Carlos Henrique Painel Projeto Voz Nativa

Foi com muito prazer e orgulho que ajudamos a ga-rotada realizar a festa de lançamento do jornal Voz Nativa. Ver toda essa moçada empenhada em deco-

rar a festa, contratar o DJ, se apropriando de um espaço que na verdade é deles, nos deixa com imensa alegria. Com uma festa alegre e descontraída onde todos do proje-to, alunos e professores, caíram na dança sinalizando que estamos no caminho certo.

Junior Rosario ;)

Allexia Campos

Fabiana Costa

Gostei da festa do Jornal pois a organização estava muito boa”.

Gostei muito do jornal que nós jovens fizemos”.

A festa foi muito boa, aproveitamos e nos diverti-mos muito”.

A Equipe Voz Nativa agrece os sabores que a Padaria Pães e Cia proporcionou para nossa festa!

DJ Mecatrônic

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Guarda-Parques, amigos da comunidade!

Fotos: PEIG

O Instituto Estadual do Ambien-te do Estado do Rio de Janeiro (INEA) tem o dever de defender e zelar pela proteção e recuperação do meio ambiente ecologicamen-te saudável e das unidades de conservação de proteção integral, para a preservação da biodiversi-

dade, dos ecossistemas e das paisagens naturais notá-veis. Para garantir e assegurar a integridade das UCs e seu adequado funcionamento, o Inea criou a função de guarda-parques, pelo decreto Estadual n° 42.471 de 28 de Maio de 2010. Foram capacitados 220 guarda-parques admitidos em concurso público realizado em 2012. Com duração de nove semanas e 328 horas-aulas, o curso teve 45 disciplinas e foi ministrado por 50 instrutores e mo-nitores, tanto do Inea, corpo de bombeiros e externos. A capacitação incluiu treinamento em primeiros socorros, geoprocessamento, cartografia, operações com embarca-ções e aeronaves, técnicas de monitoramento em áreas remotas e técnicas de combate a incêndios florestais.

Os guarda-parques atuam nas unidades de conservação de proteção integral do Inea, abrangendo desde a proteção da biodiversidade e do patrimônio histórico, arqueológico e paleontológico, à educação ambiental, prevenção e com-bate a incêndios florestais e outras formas de agressão ao patrimônio natural, dão suporte às atividades de pesquisa científica e fiscalização, orientação dos visitantes sobre as normas de utilização e sobre as características das unida-des de conservação, além de ações de apoio à defesa civil, se necessário, fazendo o primeiro combate às ocorrências.

As atribuições dos Guarda-Parques nas unidades de Con-servação de Proteção Integral Estaduais são:

- Prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e quei-madas no interior das unidades e em seu entorno imediato; - Garantir a segurança dos visitantes e funcionários; - Empreender ações de busca e salvamento no interior das unidades; - Zelar pelo cumprimento da legislação ambiental e dos

atos normativos específicos das UCs e em seu entorno imediato; - Promover atividades de educação ambiental e interpre-tação natural, cultural e histórica relacionadas às UCs; - Promover ações de caráter socioambiental voltadas para as comunidades e residentes do entorno das UCs; - Apoiar, quando possível, as pesquisas científicas desen-volvidas no interior das UCs.

Atividades desenvolvidas pelos Guarda-Parques do PEIG (Parque Estadual da Ilha Grande):

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Morador responde

Que assuntos você gostaria de ler neste jornal?

O que você achou do jornal do primeiro número do Voz Nativa?

A Voz do Morador

Creuza Barreto

Cristiane Soares Liscano, 39 anos

Alexandra Campos, 42 anos

Creuza Barreto

Luan Gomes, 24 anos

Alexandra Campos, 42 anos

A conscientização está em tudo. Um dos problemas grandes que está ai é do lixo, da preservação, da colaboração. Ai vem lixo de lá, de cá, e vai ficando

amontoado ali. Já vira um lixão. Sem contar as doenças que isto provoca. E aqui ainda tem uma coisa de bom, o lixeiro passa todo dia. Acho que não tem necessidade de se jogar lixo fora do horário. Acho que é bom pra todo mundo”.

Gostei bastante do jornal. É bem interessante”.

Gostei muito do jornal. Adorei a parte da editoração do jornal, mas achei a letra muito carregada. Para as pessoas mais velhas, fica meio difícil de ler”.

Adorei o jornal, são muito legais as matérias”.

“É bem bacana o trabalho de vocês, este trabalho de jornal com o jovem ligado na comunidade. Isso desenvolve uma coisa positiva para vocês no futuro

e para quem tá chegando. Para jovens ter consciência do meio ambiente. Vocês estão demonstrando que estão pre-ocupados com o meio ambiente, onde é o lugar de vocês”.

Gostaria de ver uma matéria sobre as jaqueiras que estão no morro prestes a cair na cabeça de quem sobe e quem desce e outra sobre o espaço vazio

que é usado pra colocar lixo: Por que não faz um parqui-nho de material reciclável ou um jardim? E uma matéria sobre o jardim novo aqui no morro que antes era um de-pósito de lixo”.

“ “

LABORATÓRIO DE ACELERAÇÃO DE IDEIAS!

Desenvolva sua própria iniciativa no Labo-ratório de Aceleração de Ideias! do Voz Nativa.

Blogs, sites, canais no youtube, mídias sociais, fotos e videos podem potencializar seu projeto.

Visite nosso espaço e saiba mais como podem-os contribuir.

Fotos: Marcio Ranauro

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Page 16: Jornal Voz Nativa #2

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

Luz, Câmera e Jornalismo! Para aprimorar o foco e entender um pouco mais sobre a dinâmica da reportagem, a equipe de colaboradores do Voz Nativa tem participado de cursos de capacitação em práticas jornalísticas. Em setembro, foram realizadas Oficinas de Fotografia por Celular, com o professor Ga-briel e Comunicação Comunitária, com a jornalista Silvia Noronha. A experiência pode ser vista nas fotos abaixo e algumas reportagens publicadas nesta edição.

Fábio Sousa

Rafael Marques

Raizza Tavares

Eu gostei dos cursos que foram realizados e aprendi bastante. O curso de fotografia foi muito bom para todos do jornal principalmente na hora de fotografar

os problemas que existem na comunidade. O curso de jor-nalismo foi muito bom para mim porque aprendi um pouco como entrevistar as pessoas.”

Os cursos foram muito legais porque os professores ensinaram bem. O único problema é que foi um curso longo, mas no final das contas aprendi muitas coisas.

Aprendi a tirar fotos melhores e a fazer jornalismo comuni-tário.”

Os cursos oferecidos estão fa-zendo uma grande diferença e aumentando o nosso conheci-

mento!”

Oficina de Comunica-ção Comunitária incen-tiva a valorização da cultura local.

Jovens aplicando técnicas audivisuais com equipa-mentos profissionais.

Fotos: Raizza Tavares

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Page 17: Jornal Voz Nativa #2

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

José Henrique

Allexia Campos

Junior Rosário

Breno S. de Oliveira

Fabiana Costa

Os cursos são espetaculares. Nos ajudam a pensar e refletir sobre vários assuntos”.

Os cursos de fotografia e jorna-lismo ajudaram a gente se lo-comover muito bem no jornal...

Aprendi muitas coisas boas.”

Adoro fotografias e o curso vem me ajudando a tirar fotos com melhor qualidade.”

O curso de fotojornalismo foi muito legal e interessante por-que eu aprendi a tirar fotos de

um jeito certo. Eu tiro fotos e a foto sozinha já diz tudo. Só uma legenda já basta”.

O curso de jornalismo foi inte-ressante em algumas partes, porém foi muito complexo, com

muitas informações de uma vez. Po-deria ser com mais calma. Eu achei o curso de fotografia muito interessan-te, aprendi muita coisa, muito prático e muito bom.”

Desenvolvendo habilidades

Fotos realizadas na Oficina de Fo-tojornalismo em Agosto/Setem-bro de 20014.

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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2014

A importância da atividade física

Nina Barbosa Cruz Profssora de Educação Física

Colégio Estadual Brigdeiro Nóbrega

Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega

Hoje com a facilidade de acesso as novas tecnologias, nossas crianças e jovens têm ficado a cada dia mais entregue ao sedentarismo. É TV a cabo, computadores, Smartphones e mais uma infinidade de objetos aliados a jogos e aplicativos para os mais diversos fins e vê-los sentados com sua atenção totalmente voltada para essa atividade têm se tornado uma constante e , infelizmente, um prejuízo para a saúde dos mesmos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a obesidade infantil já vem sido tratada como uma epidemia, um grave problema de saúde publica. Além da questão do excesso de peso, As "Doenças Secundárias" são as que mais preocu-pam. Altos níveis de colesterol e triglicerídeos, que são os principais responsáveis pelos AVE's , (Acidentes Vasculares Encefálicos), popularmente conhecido como derrame, infar-tos e demais doenças do aparelho circulatório, sem contar com diabetes tipos 1 e 2; doenças osteomioarticulares (como tendinites) e respiratórios, pela baixa capacidade pulmonar .

Mas como podemos reverter esse quadro? Além de diminuir o tempo gasto com os eletrônicos, uma alimentação equili-brada, rica em verduras legumes e carnes aliada a prática de atividade física tornam nossas crianças mais sadias e ativas.

Sabemos que aqui na Ilha Grande ainda são escassos os espaços para a prática de atividade física segura. Como foi relatado por alguns de nossos alunos na matéria "Dis-tração ou Perigo", (Jornal Voz Nativa, nº 1 , Set/2014 , Pag 4 ). A quadra poliesportiva, onde os alunos jogam o sa-grado futebol, está em péssimas condições de uso, com o piso cheios de buracos, grades danificadas, tabelas de basquete destruídas e traves com muitos pontos de ferru-gem, colocando em risco a saúde, quiçá a vida de nossos pequeninos .

Vamos incentivá-los a participar mais das aulas de educa-ção física na escola, dos projetos disponibilizados, conhe-cidos como segundo tempo, além das brincadeiras e jogos populares, para que possam se livrar do sedentarismo e serem mais saudáveis e ativos.

Foto: Por Ventura

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Vitória Uchoa e Felipe Knowels

Por mais segurança e respeitoEm Palmas, a praia grande vem enfrentando há al-guns meses um problema público: o cais, importante para o turismo e para os moradores, está quebrado. A construção do cais ocorreu há sete anos e, só acon-teceu, porque os moradores 'reivindicaram'. Porém não foi nada fácil, para que fosse feito o cais era necessário à autorização da Marinha e da Prefeitura de Angra. A obra foi iniciada sem uma das autorizações e, por conta disso, sempre que tinha uma fiscalização os funcionários que estavam trabalhando tinham que se esconder para não serem presos.Agora, com o passar do tempo e a falta de conserva-ção, tanto por parte dos moradores como dos órgãos responsáveis, o cais está quebrado e com um declí-nio bem perigoso para o uso cotidiano das pessoas. Precisamos de ajuda para a realização da reforma do nosso cais para garantir mais segurança no embar-que e desembarque dos moradores e dos turistas.

Enseada de PalmasFoto: Guia Ecológico João Pontes

Foto: Vitória Uchoa

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Programação

Projeto Juventude Protagonista Ilha Grande

Colégio Estadual

Brigadeiro Nóbrega

Realização:

Parceiros:

Apoio:

Patrocínio:

Outubro Dia 25: Curso de Fotografia Projeto Voz Nativa | Inscrições abertas!

Novembro Dias 01 e 02: LAI - Laboratório de Acel-eração de Ideias Local: Espaço Voz Nativa

Dia 03: Oficina do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB)Local: Vila do Abraão | 19 horas

Dia 03 e 04: Gestão Sustentável dos Mei-os de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dias 7, 8 e 9: Festival Gastronômico da Ilha Grande | Local: Vila do Abraão

8 e 9: I Mostra de Cinema Caiçara | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós

LAI - Laboratório de Aceleração de Ideias Local: Espaço Voz Nativa

Dias 8 e 9 : XIV Campeonato de Xadrez da Ilha Grande | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós | 09 horas

Dias 10 e 11: Gestão Sustentável dos Mei-os de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dias 15 e 16: Curso de Fotografia Local: Espaço Voz Nativa Inscrições abertas!

Dias 17 e 18: Gestão Sustentável dos Mei-os de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dia 21 e 22: LAI - Laboratório de Acel-eração de Ideias Local: Espaço Voz Nativa

Dia 22: 40º Fórum de Turismo da Ilha Grande (OSIG) | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós

Dia 22: Aniversário da Brigada Mirim

Dias 24 e 25: Gestão Sustentável dos Mei-os de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas Dias 28, 29 e 30: LAI - Laboratório de Acel-eração de Ideias | Local: Espaço Voz Nativa

Dias 29 e 30: Curso de Fotografia Local: Espaço Voz Nativa | Inscrições abertas!

Dia 28: Roda de Conversa | Local: Centro Cultural Constantino Cokotós

Dezembro Dias 01 e 02: Gestão Sustentável dos Mei-os de Hospedagem | Inscrições abertas! Local: Espaço Voz Nativa | 18 às 22 horas

Dia 02: Reunião do Conselho Consul-tivo do PEIG Local: Sede do PEIG - Vila do Abraão

13 a 23 de Dezembro: Natal Ecológico da Ilha Grande (Vila do Abraão)

Mais informações:

Associação Curupira de Guias e-mail

Arena Cultural da Ilha [email protected]

CEA - Centro de Estudos Ambientais [email protected]

TurisAngra | [email protected]

OSIG - Organização para Sustentabili-dade da Ilha Grande | [email protected]

PEIG [email protected]

Projeto Voz Nativa [email protected]