92
Ribeirão Preto/SP Março/2013 Série 2 Nº 230 R$ 20,00 VIVA A SUSTENTABILIDADE 19 de Março — São Paulo Grupo José Pessoa repudia notícia inverídica divulgada e faz esclarecimentos (Veja na página 11)

JornalCana; Edição 230

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Nesta edição, o JornalCana contempla sobre a sustentabilidade, Cana de Açucar entre outros assuntos

Citation preview

Page 1: JornalCana; Edição 230

Ribeirão Preto/SP Março/2013 Série 2 Nº 230 R$ 20,00

VIVA A SUSTENTABILIDADE

19 de Março — São Paulo

Grupo José Pessoa repudianotícia inverídica divulgada e faz

esclarecimentos (Veja na página 11)

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 1

Page 2: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 2

Page 3: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 3

Page 4: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 4

Page 5: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 5

Page 6: JornalCana; Edição 230

Março/2013ÍNDICE DE ANUNCIANTES6

ACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 79

ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 86

AÇOSTUPER 47 36315000 45

AÇOS INOXIDÁVEISMARC-FIL 18 39056156 58

AGRICULTURA DE PRECISÃOVALAGRO 11 50440517 2

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASBETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 62ONIBRAS 16 39694957 66PRODUQUÍMICA 11 30169619 74PROZYN 11 37320022 85

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 64

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALDAIKEN AUTOMAÇÃO 41 36218055 63JEFFERSON ENGENHARIA 16 36225744 90METROVAL 19 21279400 30ZANARDO 18 31171195 10

AUTOPEÇASCOBRA ROLAMENTOS 11 50336400 91

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISEQUILÍBRIO 16 39452433 83VIBROMAQ 16 39452825 90

BOMBASREZENFLEX 19 34121144 13

BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766 26

CALCÁRIOCIBRACAL 41 36563266 36DIAMANTE IND DE CAL 41 36453400 59

CALDEIRARIACSJ METALÚRGICA 19 34374242 14MARC-FIL 18 39056156 58

CALDEIRASENGEVAP 16 35138800 88

CAMINHÕESVOLVO 41 33178111 57

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOSVOLVO 41 33178111 57

CARRETASALFATEK 17 35311075 3CARROCERIAS E REBOQUES]METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 38RONTAN 11 30937088 29SERGOMEL 16 35132600 52

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 90

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 6

CONTROLE DE FLUÍDOSMETROVAL 19 21279400 30

PENTAIR DDI 713 9866366 19

CORRENTES INDUSTRIAISELLO CORRENTES 16 21056400 20

PROLINK 19 34234000 9

DECANTADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

VLC 19 38129119 28

DEFENSIVOS AGRÍCOLASBASF 11 30432125 67

DESTILARIASCONGER 19 34391101 50

EDITORAPROCANA BRASIL 16 3512430011, 37, 41 E 69

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 60

EMPILHADEIRASSEMAG 16 32513001 48

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO AREVA RENEWABLES 81 21222300 54

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL SERVIÇOS 19 37562755 42

SANARDI 17 32262555 72

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 50

ENGEVAP 16 35138800 88

FETZ 49 35669800 81

ENGENHARIA INDUSTRIALRUDLOFF 11 20834500 40

ENTIDADESAPDC 41 36216234 64

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 68

ESPECIALIDADES QUÍMICASPROZYN 11 37320022 85

EVAPORADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

FEIRAS E EVENTOSALCANTARA MACHADO 11 30604942 12

ETHANOL SUMMIT 11 30934949 41

MULTIPLUS 16 21328936 47 E 73

SINATUB TECNOLOGIA 16 39111384 8

STAB 82 33279632 61

FERRAMENTASDURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 51

FERTILIZANTESCATAFÓS 16 36904900 43PRODUQUÍMICA 11 30169619 74

FIBRA DE VIDROMAXTER LÃ 16 32897156 71

FILTROS INDUSTRIAISMARC-FIL 18 39056156 58

FIOS E CABOSNAMBEI FIOS E CABOS 11 50568900 32

FUNDIÇÃOFERRUSI 16 39464766 26

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 5

GUINDASTESSEMAG 16 32513001 48

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 16

INSTALAÇÕES ELÉTRICASCPFL SERVIÇOS 19 37562755 42

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 30

ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024734 84

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 89

LEVEDURAS E ENZIMASPROZYN 11 37320022 85

MANCAIS E CASQUEIROSDURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 51

MANGUEIRAS E CORREIASCONTUFLEX 11 29418044 17

REZENFLEX 19 34121144 13

METAISFERRUSI 16 39464766 26

MOENDASFERRUSI 16 39464766 26

MOENDAS E DIFUSORESRENK ZANINI 16 35189001 79

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 50

ENGEVAP 16 35138800 88

NUTRIENTES AGRÍCOLASUBYFOL 34 33199500 7

ÔNIBUS - FRETAMENTOGRUPO RAÇA 18 39189999 49

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASDURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 51

PENEIRAS ROTATIVASEQUILÍBRIO 16 39452433 83

VIBROMAQ 16 39452825 90

PLAINASSEMAG 16 32513001 48

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 16

PLANTAS INDUSTRIAISCSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

PNEUSCOMERCIAL RODRIGUES 16 35135230 56

SL PNEUS 16 33221201 88

PRODUTOS QUÍMICOSBETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 62

PRODUQUÍMICA 11 30169619 74

REDUTORES INDUSTRIAISAÇOPLAST 31 33612599 27

BONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 55

RENK ZANINI 16 35189001 79

WEG CESTARI 16 32441000 31

REFRATÁRIOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 89

ROLAMENTOSCOBRA ROLAMENTOS 11 50336400 91

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 23

SINALIZADORES INDUSTRIAISRONTAN 11 30937088 29

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 90SEMAG 16 32513001 48

SUPRIMENTOS DE SOLDAUTP BOHLER 11 56948377 44

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAVANZI 11 21014069 15

TELECOMUNICAÇÃO/RADIOCOMUNICAÇÃOAVANZI 11 21014069 15RADIOPLAN 16 39756495 86

TINTAS E REVESTIMENTOSPROSUGAR 81 32674760 39

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSREUNION 16 36235384 58

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 16METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 38

TRANSPORTADORES INTERNOSMARC-FIL 18 39056156 58

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTESFLUID BRASIL 11 33787500 65VLC 19 38129119 28

TRATORESVALTRA 11 47952000 92

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 90MARC-FIL 18 39056156 58

TUBOS E CONEXÕESCONTUFLEX 11 29418044 17TUPER 47 36315000 45

VÁLVULAS INDUSTRIAISDURCON-VICE 11 44477600 33FOXWALL 11 46128202 18JEFFERSON ENGENHARIA 16 36225744 90PENTAIR DDI 713 9866366 19VALEQ 21 31011224 50VÁLVULAS SF 19 31243124 22ZANARDO 18 31171195 10

VEDAÇÕES E ADESIVOSREZENFLEX 19 34121144 13VEDAÇÃO BRASIL 19 32386566 87VEDACERT 16 39474732 86

VENTILAÇÃO INDUSTRIALEQUILÍBRIO 16 39452433 83VLC 19 38129119 28

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 6

Page 7: JornalCana; Edição 230

Março/2013 CARTA AO LEITOR 7

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prëmio BesiBio Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

PRESIDENTEJosias [email protected]

GERENTE DEOPERAÇÕESFábio Soares [email protected]

ADMINISTRAÇÃO� Controle e PlanejamentoAsael Cosentino - [email protected]� Coordenador AdministrativoManoel Brandalha [email protected]� EventosRose Messias - [email protected]

REDAÇÃO� Edição Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� Consultor TécnicoFulvio Machado� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Foto de Capa Alessandro Reis � Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ASSINATURAS EEXEMPLARESAnderson Franco [email protected]

MARKETING /PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán - 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected] Michelle Freitas 16 [email protected]

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroalcooleiro de

informações sérias e independentes sobre fatos eatividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar

e seus derivados, visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano,

tecnológico e socioeconômico;� Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre seus integrantes;� Ser o porta-voz da realidade e centro de

informações do setor; e� Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e aos demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Tudo junto e misturadoNa década de 90 do século passado era comum ouvir um motorista pedir um “rabo

de galo” ao frentista na hora de abastecer. A expressão era derivada do coquetel de bar

resultante da mistura entre cachaça e Cinzano. O rabo de galo da bomba de

combustível, por sua vez, era resultante da mistura de gasolina e álcool hidratado. Por

ter um veículo exclusivamente movido por gasolina, ao optar pelo mix, no fim das

contas o consumidor economizava, por causa dos inflacionados preços da gasolina da

época.

O que era uma típica gambiarra brasileira veio a tornar-se, menos de quinze anos

depois, em uma das mais importantes evoluções tecnológicas dos veículos movidos por

motores do ciclo otto. O lançamento do Gol Total Flex 1.6, da Volkswagen, em 24 de

março de 2003, marcou a trajetória de sucesso do carro flex, que está completando 10

anos no mercado.

O veículo bicombustível tornou-se um marco para o setor sucroenergético e modelo

de sustentabilidade para o mundo. Deu novo impulso aos negócios, aqueceu ainda mais

a economia e as turbinas das usinas e destilarias, mudou paradigmas na indústria

automobilística brasileira e criou o “reinado do consumidor”.

A tecnologia flex possibilitou vendas acumuladas de 18,5 milhões de veículos

bicombustíveis no período de 2003 a 2012, o equivalente hoje a aproximadamente

metade da frota em circulação no país, de acordo com a Anfavea — Associação Nacional

dos Fabricantes de Veículos Automotores. Com participação de 4% nas vendas totais de

veículos leves em 2003 – ano do lançamento –, o carro flex gradativamente ganhou

espaço entre os consumidores e superou, a partir de 2007, a casa dos 80% de

participação. O índice obtido em 2012, de 87%, é recorde.

No cenário atual o consumidor, que na década de 90 buscava driblar suas

dificuldades com o improviso do “rabo de galo”, hoje pode dar-se ao luxo de abastecer

com gasolina ou etanol, ou ambos. “Tudo junto e misturado”, como reza o bordão nas

redes sociais.

É por estas e outras razões que nós, do JornalCana, dedicamos nesta edição matéria

especial comemorativa dos dez anos do advento do motor flex. Veja nas páginas 75 a 77

e celebre conosco a criatividade e livre iniciativa brasileiras.

VERDADEIRA ALIANÇA“Mas esta é a aliança que farei com a

casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior,

e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. ”

(Profeta bíblico Jeremias, capítulo 31, verso 33)

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 e 10

Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12

Mercado Fornecedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 16

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 a 20� Crise leva grandes grupos a investir em unidades já existentes

� Nordeste colhe prejuízos de até 40% na safra

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 a 29� Governo age e libera aumentos no preço e na mistura

� Bolsa brasileira oferece opções contra a alta volatilidade

� Políticas públicas podem romper círculo vicioso do setor

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 a 43� VIVAM OS VIVEIROS!

� Bioestimulantes aumentam produtividade dos canaviais

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .44 a 53� RH estratégico eleva competitividade de empresas

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 a 71� Renk Zanini fabrica redutores paralelos e planetários

� Coaching está valorizado na manutenção preditiva

� Uso do aço inoxidável está disseminado nas usinas

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72� Nova NR-10 ainda não foi incorporada por boa parte das usinas brasileira

� Destaques do Setor 74

Sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75 a 77� Carro flex bate recorde e completa 10 anos em 2013

Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80 e 81� Agricultura de Baixo Carbono ajuda a recuperar áreas degradadas

Política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .82� Novo Código Florestal ainda é alvo de questionamentos

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .83 a 90

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 7

Page 8: JornalCana; Edição 230

SINATUBO curso de Manutenção Preditiva e

Inspeção de Equipamentos "TecnologiaAliada a Pessoas: fatores para o Sucesso daManutenção Preditiva” será realizado nosdias 14 e 15 de março, em Ribeirão Preto(SP). [email protected]

GEGISO Gegis - Grupo de Estudos em Gestão

Industrial do Setor Sucroalcooleiro sereunirá nos dias 15 de março emSertãozinho (SP) e no dia 22 de março, emDourados (MS). [email protected]

GEMEAO Grupo de Estudos para a

Maximização da Eficiências Agroindustriaisvai se reunir no dia 5 de abril, em Goiânia(GO). www.gemea.com.br

GERHAI O Grupo de Estudos em Recursos

Humanos na Agroindústria se reunirá nosdia 22 de março e 26 de abril, em RibeirãoPreto (SP). www.gerhai.org.br/

Março/2013AGENDA8

A C O N T E C E U A C O N T E C E

REUNIÃO DO APLAO Apla (Arranjo Produtivo

Local do Álcool) realizou no dia21 de fevereiro, no CentroEmpresarial Zanini emSertãozinho reunião dirigida aosempresários do setorsucroenergético.

GEMEAO Grupo Gemea - Grupo de

Estudo para a Maximização dasEficiências Agroindustriais noSetor Sucroalcooleiro promoveusua tradicional reunião no dia 22de fevereiro, em Goiânia (GO).

Dentre os temas destacaram-se: “Diagnostico de RedutoresPlanetários”; “Sistema delimpeza de cana a seco e uso dapalha na geração de energia”; “Programa Caldema demelhorias contínuas emcaldeira”; “Motivação e Trabalho emEquipe”; “Tecnologia e Soluçõespara Melhor Eficiência na Geração de Energia”; “Sistema de Recuperação de ÓleosLubrificantes e Sistemas deLubrificação por Névoa” e“Gerenciamento on-line emSistema de Geração de Vapor.

BESTBIOA segunda edição do prêmio BestBIO acontece no dia 19 de março, em

São Paulo. O evento é uma realização da ProCana Brasil e em 2013 serápromovido durante a 9ª edição do F.O.Licht’s Sugar & Ethanol [email protected]. (veja matéria nas páginas 9 e 10)

GSOO 1º EnTec GSO 2013 (Grupo de Saúde

Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética)acontecerá no dia 29 de março, e o local serádefinido em breve. www.gso.org.br

MASTERCANA CENTRO-SUL No dia 26 de agosto, o MasterCana Centro-

Sul homenageará os principais ícones do setorsucroenergético, em Sertãozinho (SP). OPrêmio é o evento social de abertura daFenasucro & Agrocana.www.mastercana.com.br

MASTERCANA BRASILO tradicional Prêmio MasterCana

Brasil reunirá as principaispersonalidades do setor no dia 21 deoutubro em São Paulo.www.mastercana.com.br

MASTERCANA NORDESTE O Nordeste recebe o MasterCana

Nordeste em 28 de novembro de 2013,em Recife (PE), quando terá seuslíderes homenageados.www.mastercana.com.br

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 8

Page 9: JornalCana; Edição 230

Março/2013 EVENTOS 9

Evento reconhecerá osmelhores cases epersonalidades dabioeconomia nacional

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Neste próximo dia 19 de março, acidade de São Paulo será a capital dasustentabilidade. Isso porque ali estarãoreunidas as melhores empresas em projetossustentáveis, além de renomadosrepresentantes do setor sucroenergético,que trabalham diariamente por um mundomelhor. Trata-se da segunda edição doPrêmio BestBIO, uma realização daProCana Brasil e que acontecerá emparalelo com a 9ª edição do F.O.Licht’sSugar & Ethanol Brazil.

O evento tem como objetivo reconheceros melhores cases da bioeconomiabrasileira, com ênfase no desenvolvimento egeração de energias limpas e renováveis. Oevento promoverá amplamente osvencedores através das revistas BIO&Sugar,JornalCana e pelo portal JornalCana, alémde reverberar em divulgação espontânea namídia geral e especializada. Ainda hátempo para inscrições. Podem se inscreverao prêmio, profissionais e empresas dasáreas de biocombustíveis; bioenergia;bioeletricidade; biotecnologia e de créditos

de carbono. Josias Messias, presidente da ProCana

Brasil, explica as razões que o levaram aidealizar o evento. “Entendemos que abiomassa está sendo relegada ao segundoplano. O Prêmio BestBIO resgata aimportância da bioeletricidade dentro da

bioeconomia brasileira”.De acordo com a EPE - Empresa de

Pesquisa Energética, até 2021 o Brasilprecisará acrescentar o equivalente a quaseoito usinas Belo Monte para atender aocrescimento do consumo nacional. Comisso, a falta de apoio por parte do Governo

Federal torna a iniciativa do prêmioBestBIO ainda mais valiosa.

Ainda de acordo com JosiasMessias, oevento é uma oportunidade para osintegrantes do setor sucroenergéticomostrarem o real valor do trabalhorealizado. “As usinas e empresasrelacionadas ao setor devem participar paramostrar exatamente essa força, ressaltar osinvestimentos e a tecnologia empregada.Desta forma, vão mostrar que existe umaação maior, não apenas do ponto de vistasocioeconômico, mas também ambiental eestratégico para o país”, complementa.

Na primeira edição, realizada em2012, mais de 200 pessoas estiverampresentes no evento, realizado também emSão Paulo, capital. Já para este ano, aexpectativa é maior. “Percebemos que onúmero de inscrições aumentou, assimcomo o interesse em fundamentar melhoros cases. Hoje, cogeração e bioeletricidadenão são mais questões apenas industriais,mas sim, estratégicas”, observa o presidenteda ProCana Brasil.

SERVIÇOPrêmio BestBIOData: 19 de marçoLocal: Hotel Tivoli São Paulo - Mofarrej,localizado na Alameda Santos, 1437,Jardim Paulista, São PauloInformações: (16) [email protected]ínio: TGM Turbinas e Transmissões

Prêmio BestBIO transforma São Paulo na capital da sustentabilidade

BestBIO 2012: premiação, consolidada, volta a ser editada em São Paulo

Presentes e premiados do BestBIO, na festa em 2012

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 9

Page 10: JornalCana; Edição 230

Março/2013EVENTOS10

Mais de 200 personalidades e empresas participaram do BestBIO em 2012Mais de 200 personalidades e empresas participaram do BestBIO em 2012

No ano passadp, no dia 27 de março, aconteceu a 1ªedição do Prêmio BestBIO. Com mais de 200 pessoas, oevento chamou a atenção de toda a cadeia sucroenergéticae tornou-se referência em pouco tempos. Na ocasião, entreos cases, receberam destaque a Renuka Equipav, AçúcarGuarani, Usina Barralcool e Usina São José da Estiva, alémdos profissionais Onório Kitayama, Roberto Rodrigues,José Biagi Amorim e Sabrina Chabregas.

O troféu 2012 de Honra ao Mérito em Bioenergia foipara o especialista Onório Kitayama, pelo pionerismo napromoção da bioeletricidade. De acordo com o que disse àépoca, a iniciativa da ProCana Brasil funcionou comoincentivo na busca da sustentabilidade. “Percebemos queas grandes usinas têm um percentual de participação nacogeracão muito grande, já as menores nem tanto. Estamos

procurando colocar outras usinas, mesmo com menorgeração e mostrando que podem ser tão viáveis quanto asmaiores, pois os investimentos necessários são bemmenores. Com esses projetos estamos contribuindo para amelhoria do meio ambiente, que resultam em um ganhoambiental positivo”, comentou.

Além do especialista, grandes grupos também forampremiados. Foi o caso da Guarani, do grupo francêsTereos, por seus investimentos na ampliação dacapacidade de cogeração de energia. Para Fábio Pelegrini,coordenador corporativo dos projetos de geração deenergia do Grupo, a premiação foi muito importante porincentivar e reconhecer a sustentabilidade brasileira. "Abioeletricidade é muito importante para a matriz energéticanacional. Os investimentos da empresa nesse setorcontribuem para essa matriz energética e para o meioambiente, já que é uma energia limpa e renovável",ressaltou.

Já a Barralcool do Mato Grosso foi premiada pelaprimeira planta do mundo a integrar os 4 bios: bioetanol,bioenergia alimentar (açúcar), bioeletricidade e biodiesel."O Grupo Barralcool, que participou do programa do etanoldesde seu princípio, não deixou de apostar neste novo

programa, o PNPB - Programa Nacional de Produção doBiodiesel, com a implantação de uma unidade de produçãode biodiesel integrado à Usina de etanol e açúcar. Isto fezcom que a produção de açúcar, bioetanol, bioeletricidade ebiodiesel tivessem uma combinação de produçãointeressante. As sinergias na produção destes produtosfizeram com que o Grupo Barralcool investisse nesseconceito", explicou à época o diretor presidente, JoãoPetroni.

Quem também esteve presente na premiação do anopassado e foi homenageada foi Sabrina Chabregas,coordenadora da Área de Biotecnologia do CTC – Centrode Tecnologia Canavieira. “Receber o prêmio foi umasatisfação e algo inesperado. Fiquei muito feliz. Abiotecnologia tem muita correlação com a sustentabilidade,então se você conseguir cana mais produtiva na mesmaárea você acaba entrando na onda da sustentabilidade. Éuma forma de tornar nosso país competitivo e de maneirageral, acaba sendo um trabalho sustentável eambientalmente correto. Com a aplicação doconhecimento, podemos trabalhar essa matéria-prima paracolocá-la no mesmo patamar de outras grandes culturas”,explicou. (AR)

João Petroni, presidente da Usina Barralcool, entre Dante Petroni e Silvio Rangel, em 2012

Sabrina Chabregas: biotecnologia

tem correlação com a sustentabilidade

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 10

Page 11: JornalCana; Edição 230

11INFORMEMarço/2013

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Grupo José Pessoa vem a público esclarecer a notícia que

irresponsavelmente foi publicada na Revista Idea News - Ano 12 –

Número 146 – edição de fevereiro de 2013, sob o título “Nas Ondas da

Crise”, de que o Grupo estaria no rol de usinas falidas em 2012, o que

não condiz com a realidade.

Tal informação, assinada pela jornalista Diana Nascimento, foi divulgada

de forma infundada e sem o menor conhecimento sobre a situação real

das empresas do Grupo, que nem ao menos foi procurado para maiores

esclarecimentos.

O Grupo José Pessoa encontra-se em Recuperação Judicial e vem

cumprindo rigorosamente o plano de recuperação aprovado e

homologado na 8ª Vara de São José do Rio Preto, e jamais teve a sua

falência decretada.

Estamos trabalhando arduamente na certeza de que continuaremos a

honrar todos os nossos compromissos, como já estamos fazendo desde

a aprovação, por mais de 80% dos credores do nosso plano de

recuperação judicial.

Somente neste ano de 2013, o Grupo José Pessoa irá plantar mais de

7.000 ha de cana de açúcar, iniciando a retomada do crescimento das

suas safras já a partir do próximo ano.

Temos plena convicção de que em breve retomaremos o caminho do

crescimento.

JC 230 2/22/2013 5:03 PM Page 11

Page 12: JornalCana; Edição 230

12 CANA LIVRE Março/2013

Gerson Carneiro Leão foi reeleito parao triênio (2013/16) à frente do Sindicatodos Cultivadores de Cana-de-Açúcar, emPernambuco, com posse em 1º de marçode 2013. Ele obteve aprovação de mais de80% dos associados. A porcentagem é

praticamente o dobro do que era precisopara a reeleição. Segundo comunicado doSindicape, “a votação transcorreu em climade grande tranquilidade, onde foiverificada a alta aprovação do presidenteGerson à frente da entidade”.

Um grupo de japoneses esteve no dia 4de fevereiro na Usina Alcoeste, emFernandópolis, SP, com o objetivo deconhecer a produção de cana e seusderivados. Compareceram visitantes daAssociação Okinawa Kenjin do Brasil,dentre eles Satsuki Kinjo da província deOkinawa no Japão, para conhecer aprodução de cana-de-açúcar e etanol.

“Meus amigos estiveram recentementeno Brasil e me contaram da visita que

fizeram ao Grupo Arakaki. Fiqueiempolgada com a viagem deles, então quisvir conhecer também”, explicou a visitanteSatsuki.

De acordo com a diretoria, o GrupoArakaki recebe ao longo do ano, inúmerosvisitantes interessados em conhecer deperto a produção de cana-de-açúcar eetanol, uma forma empírica de conhecertoda a cadeia de produção e de incentivar oturismo do agronegócio brasileiro.

B A L C Ã O D EE M P R E G O S

Eriel Dantas, de Anápolis, GO, égraduado em engenharia agrícola e buscaoportunidade para aplicar e ampliar osconhecimentos adquiridos durante avivência profissional e acadêmica. Eleprocura uma oportunidade de trabalharcomo Profissional ou como Trainee.

Contatos: [email protected] [email protected]

João Paulo dos Santos Teodoro, deFranca, SP, universitário do curso deGestão Ambiental, busca oportunidade detrabalho no setor sucroenergético.

Contato: [email protected]

RETIFICAÇÕES

� A Destilaria Tabu, citada na página 22,da edição de fevereiro do JornalCana,está localizada na Paraíba e não emAlagoas. � Diferentemente do que foi informadona edição 228, página 48, doJornalCana, Ericson Marino não trabalhamais na Usina São Martinho desde maiode 2012. � A foto que ilustra a reportagem“Aumento da área de cana contribuirápara a retomada da produtividade”(página 41 da edição de fevereiro doJornalCana) não é de Mário Campos,Secretário executivo interino do Siamig .

Renk amplia parque fabril e inaugura retífica

A Renk Zanini, de Cravinhos, SP,inaugurou em janeiro uma nova retífica dedentes da marca Gleason PFAUTER, comcapacidade até o módulo 50 e qualidade 3DIN 3962/3, o que proporcionará além doaumento de capacidade fabril paraatender seus novos compromissos econtratos, também um aumento deprodutividade. Nos últimos dois anosforam investidos mais de 2 milhões deeuros em inovações e renovações doparque fabril.

Plástico de cana emembalagem de cosmético

Chegou às lojas em fevereiro, aembalagem de plástico verde derivada decana da Braskem, utilizada pela marcafrancesa de cosméticos, L’Occitane enProvence.

A linha de produtos corporais parauso diário Bonne Mère, lançamento damarca francesa, já está sendo usada naFrança e será exportada para mais de 85países, segundo a Braskem.

De acordo com a marca brasileira, oPE Verde é uma resina termoplástica feitaa partir do eteno obtido do etanol de cana-de-açúcar e possui propriedades idênticasàs do polietileno convencional, uma resinade grande versatilidade de aplicações, etambém é reciclável.

Japoneses conhecem produção de cana no interior de SP

Gerson Carneiro Leão é reeleito em Pernambuco

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 12

Page 13: JornalCana; Edição 230

13MERCADO FORNECEDORMarço/2013

Mesmo com queda nasencomendas, fornecedor mantémconfiança na recuperação

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Intempéries climáticas associadas a inexistência depolíticas claras para o etanol, somada à crise na Europacom reflexos em economias emergentes, repercutiram nosinvestimentos internos do país e as usinas se limitaram aimplementar manutenção mínima em suas unidades nessaentressafra. A conclusão é de Valentin Rabaldelli,supervisor administrativo do sistema RGD-Dedini, aotraçar um panorama dos reflexos da crise do setor.“Grandes retrações em investimentos estabeleceram umcenário de arrefecimento em fluxos de capitais, assim demaneira geral os pedidos diminuíram, e observamos que adiminuição maior aconteceu em 2012”, comenta.

Apesar dos efeitos traumáticos da crise econômica, aDedini garante que não deixou de fornecer nenhumproduto no segmento de manutenção. “O que aconteceu foiuma redução de encomendas em função da queda dosinvestimentos nos orçamentos de manutenção por parte denossos clientes. Porém a situação de retração não podeperdurar por mais tempo, pois já existem demandasacumuladas que não suportam mais este quadro deinércia”.

A solução encontrada para driblar a redução dasencomendas foi atuar em busca de outros mercados eoutros negócios. “Procuramos de uma maneira plural,abranger todo o nosso mix de atuação para não perdermosoportunidades em todos os nossos negócios, mantendo, e

até buscando uma ampliação em nossa participação demercado”, evidencia.

Grande defensora do planejamento antecipado, aDedini confirma que a opção tem crescido no mercadosucroenergético, porém ainda existe muito a avançar,segundo Rabaldelli. “Dessa nova perspectiva deplanejamento percebemos muitos ganhos para todos, tantopara usina como fornecedor. Os períodos de antecipaçãomédios que constatamos hoje em nossas carteiras depedidos variam de um ano, nove e seis meses”, diz.

Mas a esperança de uma recuperação é clara dentro

da cadeia produtiva, tanto é que para Rabaldelli, uma dasgrandes soluções para mudança desse quadro seria oestabelecimento de políticas e regras emergenciais para osetor por parte do governo. “Podemos nos beneficiar aindacom grandes demandas internacionais que seapresentarão. Existem hoje, possibilidades de exportaçõespara a Europa e Estados Unidos. Paralelamente a todo estemecanismo de recuperação do setor, deveremos tambémnos preparar de uma maneira racional para enfrentarmoseste novo momento de aquecimento das demandas”,conclui.

Crise abala, mas não derruba esperança da indústria de base

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 13

Page 14: JornalCana; Edição 230

14 MERCADO FORNECEDOR Março/2013

“A recuperação das empresassucroenergéticas pós-crise demandarátempo e não podemos esperar que 2013seja o ano da virada”. Com essaconclusão, o especialista Marcos Françóia,diretor da MBF Agribusiness revela queexistem muitos “pacientes” com alto graude risco, por isso é preciso muito trabalhoe atitudes sérias e justas por parte dasinstituições financeiras, governo,empresários e instituições de classe pararemediar essa situação.

Segundo o executivo, no final do anopassado existiam previsões de que cincoindústrias de base da região de RibeirãoPreto e Piracicaba, no interior de SãoPaulo, poderiam entrar com pedidos derecuperação judicial devido a crise. “Dasprevisões, dois pedidos ocorreram e umestá sendo negociado extra-judicial, ouseja, os credores aceitaram renegociaralongando o pagamento da dívida, sem aempresa entrar na justiça. Quanto aquantidade de empresas em dificuldades,pode-se dizer que são muitas. Esse setorestá sofrendo muito pela falta de capitalde giro, falta de pedidos e nãoqualificação da gestão”, completa.

Em um raio X da situação atual,Françóia confirma que muitas empresasestão com grandes dificuldadesfinanceiras e necessitando de linhas decrédito, para transporem esse momento decrise econômica, até que a moagem dasafra se inicie e as empresas produtoras(usinas e destilarias) voltem a honrar seuscompromissos atrasados e também osnovos compromissos assumidos nessaentressafra. “É muito importante destacarque a crise para as indústrias de basetambém se agrava quando tentam atenderaos pedidos das usinas e destilarias, quenegociam seus pagamentos para após oinício da moagem, o que amplia anecessidade de capital de giro, tão escassono momento atual”.

Ele conclui que em 2012 o fôlegoacabou para muitas empresas devido aalta inadimplência por parte de seus

clientes, redução significativa dasencomendas, falta de crédito e restritacapacidade de gestão em tempos de crise.“Esses fatores colocaram o setor emdúvida quanto a sua capacidade desustentabilidade econômica”, frisa.

Na contramão desse cenário, a HPBSimisa diz ter atingido plenamente seusobjetivos durante esse período no aspectocomercial, principalmente na superaçãodas metas em 2012. “Obtivemos umpercentual de aproximadamente 10%além de nosso Target definido noprincipio do ano. Seguramente a

demanda do setor crescerá, pois o açúcaré um alimento; observamos umcrescimento da população mundial esabemos que a cana é produtiva em climatropical. Por isso somos um Paísprivilegiado neste sentido”, explica EtoreTomaz Frederici, gerente de engenharia -Service.

O “portfólio” da empresa hoje éessencialmente caldeiras aplicadas nageração de vapor para o mercadosucroenergético e de alimentos. “A HPBSimisa se estruturou há mais de três anoscom a criação do Departamento de

“Service” para o atendimento demanutenção e retrofits das caldeiras.Temos como resultado um crescimentocontínuo a cada entressafra, superandotambém as metas. A tendência é quetenhamos em todas as entressafras serviçosde melhorias, com aumentoprincipalmente da eficiência das caldeiras,bem como a reposição de peças, crescendoa cada ano, levando-se em conta o aumentode equipamento instalados e o desejo decada vez mais obter um aproveitamentomáximo da disponibilidade energética dasusinas”, finaliza. (AM)

Recuperação do setor demandará tempo

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 14

Page 15: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 15

Page 16: JornalCana; Edição 230

Março/2013MERCADO FORNECEDOR16

As atuais condições da entressafra e sinalizações dogoverno parecem ter melhorado o ânimo da cadeiaprodutiva nesse início de ano. Pelo menos é o quecomprova o Índice de Confiança dos Fornecedores doSetor Sucroenergético que subiu 0,04 pontos em janeirocom relação a outubro passado, segundo seus realizadores,Agrofea - Programa de Pesquisa em Agronegócio daFaculdade de Economia, Administração e Contabilidadede Ribeirão Preto da USP.

Composto por dois indicadores que mensuram asexpectativas e as atuais condições do setor segundo osfornecedores, o índice subiu de 0,54 em outubro para 0,58na pesquisa de janeiro. Os indicadores variam no intervalode 0,00 a 1,00 onde valores acima de 0,50 pontos indicamempresários confiantes.

O índice atingiu o maior valor desde fevereiro de 2012,quando bateu os 0,59 pontos. "Este foi o segundo maiorvalor da série histórica que começou a ser divulgada emoutubro de 2011", enfatizam os pesquisadores.

Segundo o relatório, no que se refere às condiçõesatuais, a percepção dos empresários atingiu 0,51 pontos,indicando confiança no cenário do setor, fato que nãoacontecia desde fevereiro de 2012. "A variável quequestiona os gestores sobre Fornecimento para o SetorSucroenergético apresentou a maior elevação (0,09 pontos),subindo para 0,50. De acordo com o relatório, o valordemonstra que os gestores voltaram a estar confiantes emrelação ao fornecimento de máquinas e equipamentos paraas usinas", informa a nota.

A confiança na própria empresa é a variável mais altadas que compõem o indicador de condições atuais, deacordo com o documento, com 0,59 pontos (alta de 0,08).

Para Valentin Rabaldelli, supervisor administrativo dosistema RGD-Dedini, a empresa é conservadora e cautelosanas expectativas pois para ele, 2013 será ainda um ano de

recuperação. “Desejamos que a urgência energéticabrasileira desperte no Governo Federal políticasemergenciais de apoio ao plano energético brasileiro e de

biocombustíveis.Temos fé de que observaremos umsegundo semestre de 2013 crescente de recuperação nonosso setor”, lembra. (AM)

Entressafra revela alto índice de confiança dos fornecedores

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 16

Page 17: JornalCana; Edição 230

Março/2013 PRODUÇÃO 17

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Crescer em momentos de crise, muitasvezes, é um fator inimaginável para osempresários. Contudo, quando anecessidade envolve um dos grandes pilaresda economia brasileira é preciso encontraralternativas. É o caso do setorsucroenergético, que por um períodoconturbado vem passando, mas necessita sereerguer para que outros setores semantenham.

Segundo informações da Unica –União da Indústria de Cana-de-Açúcar, até2021, o Brasil precisaria construir 90 novasusinas de cana-de-açúcar para reduzir aimportação de gasolina. Neste caso, as novasunidades, produzindo apenas etanol, seriamcapazes de gerar uma produção adicionalpotencial de 27 bilhões de litros, númeroequivalente a 18 bilhões de litros degasolina.

Além disso, com os novos projetosseriam gerados investimentos de R$ 100bilhões em bens de capital, sobretudoequipamentos industriais e máquinasagrícolas.

Se tivermos como base númerosrecentes do setor, veremos que a tarefa não énada fácil. Segundo dados do Anuário daCana, entre os anos de 2007 e 2011,surgiram aproximadamente 76 novasunidades, período de maior expansão dosegmento.

“O setor está retomando seu padrão decrescimento de anos anteriores. Osinvestimentos feitos pelas empresas e osincentivos do Governo Federal se farãosentir nas próximas safras e estamosconfiantes que conseguiremos bonsresultados. Além disso, estamos investindona ampliação da produção, melhorias deprocesso e em alternativas para incrementara produção e a produtividade do setor”, dizo gerente industrial da Unidade Caarapó daRaízen, Celismar Francisco da Silva.

A usina em questão foi inaugurada em2010, em Mato Grosso do Sul, processandona safra 2012/13 total de 2.231.572toneladas de cana-de-açúcar, que geraram

83.540 mil metros cúbicos de etanolhidratado e 156.731 toneladas de açúcar.“Atualmente, a Unidade Caarapó possuiaproximadamente 1.900 funcionários. Sóna última safra, foram gerados 340empregos na área industrial”, diz o gerente.

A falta de recursos, descaso do governo,intempéries climáticas, envelhecimento doscanaviais, dentre outros, fizeram com que,ao invés dos empresários elaborarem novosprojetos, adquirissem usinas em dificuldadefinanceira.

É o que aconteceu, por exemplo, com ogrupo Santelisa Vale, empresa familiar queacabou sendo vendida para a francesaDreyfus; a Moema, que precisou vender

cinco de suas seis usinas para a Bunge; eCerradinho, que viu suas unidades iremparar nas mãos da Noble Group, com sedeem Hong Kong.

Contudo, segundo Celismar, comorganização, investimento e trabalho sério, osegmento pode retomar sua força. “Aqui,por exemplo, desde 2010, ano deinauguração da Unidade Caarapó, estamostrabalhando para atingir a plena capacidadede produção da planta, que é de 2,5 milhõesde toneladas de cana-de-açúcar, comprodução de 90 milhões de litros de etanol e185 mil toneladas de açúcar por safra.Estamos muito próximos desses números”,finaliza.

Crise leva grandes grupos a investir em unidades já existentes

Usina Caarapó, no Mato Grosso do Sul, da Raízen

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 17

Page 18: JornalCana; Edição 230

Março/2013PRODUÇÃO18

Prova de que os investimentostrazem resultados com um trabalho bemfeito, a unidade goiana Otávio Lage, doGrupo Jalles Machado, findou a safra2012/13 com números expressivos. Ociclo, que se iniciou em abril e terminouem outubro passado, rendeu 1 milhão detoneladas de cana-de-açúcar moídas, alémda produção de 86 milhões de litros deetanol e 95 mil MWh de energia elétricagerados.

A unidade, que foi inaugurada em2011, tem correspondido. Segundo odiretor-presidente da empresa, OtávioLage de Siqueira Filho, os frutos sãoconsequência do comprometimento doscolaboradores. "Quem faz essa empresasão as pessoas, que são o nosso maior

patrimônio”, ressaltou.Como diferencial, nessa safra a usina

implantou um pivô com capacidade parairrigar 414 hectares, considerado um dosmaiores do Brasil e da América Latina. Opivô tem comprimento de 1.148,32metros e vazão de 493,17 m³/h de água.

A inovação abrange também umaárea de 2 hectares pertencente aoprograma de variedades de cana daUnidade Otávio Lage, voltado para aseleção de materiais que melhor sedesenvolvem em um ambiente irrigado.

Em comunicado, a empresa diz quefoi realizado um preparo de solo para queseja extraído o melhor, considerandoaspectos de descompactação, correção epráticas para conservar o solo. (AR)

Ao todo, são aproximadamente trêsmil colaboradores diretos. Na última safra,2,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 220,6 mil metros cúbicos de etanole 199.898 MWh de energia exportada.Estes são os mais recentes números daUsina Boa Vista, pertencente a NovaFronteira Bioenergia, joint-venture entre oGrupo São Martinho e a PetrobrasBiocombustível, e localizada emQuirinópolis, GO.

Fundada em 2008, a unidade contacom uma área de 1,7 milhão de metrosquadrados, sendo 23 mil de áreaconstruída. No início, contou com umaporte de R$ 420 milhões da PetrobrasBiocombustível para acelerar o crescimentodas operações, e o resultado tem sidopositivo. A moagem da safra 2010/11 foi de2 milhões de toneladas de cana; depois 2,2milhões na safra 2011/12 e, na seguinte,(2012/13), o total foi de 2,7 milhões.

Segundo Ricardo Gonçalves, diretoragroindustrial da unidade, mesmo em um

momento de cautela, os investimentospermitem galgar melhores resultados.“Prevemos investimentos nas atividadesagrícolas e industriais, fazendo com que aUsina Boa Vista, que atualmente possuicapacidade de moagem de 4 milhões detoneladas de cana, colhidas 100% de formamecanizada (sem queima), alcance acapacidade de moagem de 5 milhões detoneladas a partir da safra 2014/15”,explicou.

Outro ponto positivo é sualocalização, próxima ao alcoduto que estásendo construído pela Logum, daRodovia Norte-Sul e de hidrovias queestão sendo construídas pela Transpetro.“Poderemos escoar o etanol para osmercados consumidores do Sudesteatravés do alcoduto ou até o Maranhãovia ferrovia. De lá, poderemos exportar oproduto para o exterior ou levá-lo para osmercados das regiões Norte e Nordeste",disse Fábio Venturelli, presidente da SãoMartinho.

Unidade Otávio Lage aposta eminovações para se destacar

Boa Vista registra crescimento ano a ano

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 18

Page 19: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 19

Page 20: JornalCana; Edição 230

Março/2013PRODUÇÃO20

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Especialistas do setor revelam que ocenário de seca no Nordeste brasileiro podeser um dos piores dos últimos 40 anos.Segundo dados do Sindaçúcar-PE, ofenômeno da estiagem provocou reduçãode cerca de 23% à safra da cana no Estado,produzindo perdas no faturamento dosetor, na ordem de 25 a 29%, em relaçãoao da safra anterior. O presidente doSindaçúcar-PE, Renato Cunha, explica quea região da Mata Norte de Pernambuco foia mais atingida, com áreas que tiveramcerca de até 40% de perdas em função daestiagem prolongada. Outras também, nãomenos afetadas foram a Paraíba e o RioGrande do Norte, além de Alagoas.

Ele declara ainda que a secaatrapalhará a próxima temporada. “Osprodutores estão sem receita para investirna nova safra, a não ser que surjam aspolíticas públicas de subvenção e até maisestruturantes voltadas à irrigação,melhoramento genético e políticas deincentivo também para as indústrias decana com desonerações de tributos ereconhecimento das externalidades doetanol do Nordeste”.

Três unidades suspenderam moagemnessa temporada no estado, já queenquanto na safra 2011/12, 20 unidadesagroindustriais operaram, na safra2012/2013, apenas 17 delas moeram,

segundo o presidente do Sindaçúcar-PE,Renato Cunha.

Segundo a previsão da entidade, oNorte/NE deverá processar 53 milhões detoneladas de cana na safra 2012/2013,contra 65 milhões de toneladas datemporada anterior. Por consequência, aquantidade de açúcar e etanol tambémsofrerão com os efeitos. O Sindaçúcarestima que a região processe 4,4 milhões detoneladas de açúcar contra 4,6 milhões detoneladas da safra 2011/12 e 1,92 milhãode litros de etanol, contra 2,10 milhões delitros do ciclo anterior.

Em Pernambuco, não será diferente.Dados do Sindaçúcar-PE confirmam que oestado deverá esmagar 13,4 milhões detoneladas de cana contra 17,4 milhões detoneladas da safra 11/12.

A produção de etanol de Pernambuco

deverá girar em torno de 320 milhões delitros, ante os 360 milhões de litros de2011/12 e a quantidade de açúcar, poderáser de 1,25 milhão de toneladas, ante as1,5 milhão de toneladas do ano anterior,segundo o Sindicato.

ESTIAGEM ACELERA FIM DE SAFRA A severa seca do Nordeste provocou

perda de matéria-prima e paralisou ocrescimento da cana. Prova disso é que asafra canavieira da Paraíba que começouem agosto de 2012, um mês mais tarde doque o normal, terminou em fevereiro, ummês antes do habitual, por falta de cana. Oclima também prejudicou o maior estadoprodutor do Nordeste. Alagoas poderáregistrar perdas de até 30% naprodutividade, segundo o pesquisadorGeraldo Veríssimo, coordenador do

Programa de Melhoramento Genérico daUfal - Universidade Federal de Alagoas."Algumas usinas do estado anteciparam ofinal de safra devido a falta de crescimentoda cana. Há cinco meses não chove. Seique 2012 choveu 50% menos do que onormal. Além dos mananciais que estãoquase secos, milhares de animaismorreram e o abastecimento já estácomprometido em várias cidades",confirma.

Edmundo Barbosa, presidente doSindalcool da Paraíba, explica que amoagem de cana no estado poderá chegara 5,29 milhões de toneladas contra 6,7 mide toneladas da safra 2011/2012.

De acordo com Geraldo Veríssimo,muitos canaviais que não possuemirrigação tiveram seu crescimentoparalisado em Alagoas pela falta de chuvae as canas que foram cortadas de setembroa dezembro também acabaram morrendodevido a seca por falta de brotação. "Porisso vemos muitos canaviais com falhas.Até minhas pesquisas ficaramcomprometidas com a situação. Perdemos70% das áreas de produção de mudas.Mesmo chovendo em março, conforme osnoticiários, será difícil recuperar o canaviale a próxima safra certamente estará muitomais comprometida", reforça.

De acordo com o Sindaçúcar deAlagoas, a precipitação pluviométrica naregião canavieira acumulada nos 12 mesesde 2012 foi a menor nos últimos três anos.

Nordeste colhe prejuízos de até 40% na safra

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 20

Page 21: JornalCana; Edição 230

Março/2013 MERCADOS 21

Aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, de 20%para 25%, entra em vigor em 1º de maio

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O ano de 2013 começou de maneiraagitada para o mercado de combustíveis.Em 29 de janeiro, o Governo Federalautorizou o reajuste nos preços da gasolinae do diesel - 6,6% e 5,4%, respectivamente;no dia seguinte foi a vez dos parlamentaresautorizarem o aumento da mistura deetanol anidro na gasolina, passando dosatuais 20% para 25% a partir de 1º demaio.

As medidas se complementam, já quea segunda tem como objetivo diminuir oprovável impacto do reajuste docombustível fóssil aos consumidores.

A ideia era que o aumento ficasserestrito às refinarias. Contudo, o que se viunas bombas foi o inverso. Assim que aliberação foi concedida, o consumidorpôde sentir no bolso. Em um postolocalizado na cidade de Curitiba, oaumento chegou a 6%. Já em Brasília, agasolina passou de R$ 2,85 para R$ 3,04.

Já a volta dos 25% era um pedidorecorrente dos representantes do setor

sucroenergético. André Rocha, presidentedo Sifaeg - Sindicato da Indústria deFabricação de Etanol do Estado de Goiás,compara o Brasil com outros países. “Emoutras federações, os biocumbustíveis sãovalorizados e o governo desonera o setorque o produz, fazendo com que oconsumidor seja beneficiado. No Brasil,para que possamos desfrutar do etanol,precisamos onerar a gasolina,prejudicando de todas as maneiras oconsumidor”, disse.

A justificativa pela demora vem dotemor do desabastecimento dobiocombustível. De acordo com o ministrode Minas e Energia, Edison Lobão, o setorsucroenergético se diz preparado paraaumentar a produção de 22 para 27bilhões de litros de etanol. “O segmentonos garantiu de mãos juntas que daráconta. Se não der conta, teremos quealterar o prazo para 1º de junho, e não 1ºde maio”, explica.

Segundo Luiz Custódio Cotta Martins,presidente do Fórum Sucroenergético, orisco de desabastecimento não existe.“Sem dúvidas temos estoque de sobra.Para se ter uma ideia, temos etanol anidroda produção passada. Neste ano, a ideia écomeçar a safra mais cedo, e com isso,produzir mais. Supriremos a demanda”,afirma.

A mistura havia sido reduzida emoutubro de 2011 por conta de umaescassez do biocombustível, que gerouaumento nos preços.

Governo age e libera

aumentos no preço

e na mistura

Luiz Custódio Cotta Martins: risco de desabastecimento inexiste

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 21

Page 22: JornalCana; Edição 230

Março/2013MERCADOS22

No início de fevereiro, o ministro deMinas e Energia, Edison Lobão, disse queo governo estuda oferecer novos incentivospara o setor de etanol no país. Questionadosobre a possibilidade do governo reduzir aalíquota de PIS-Cofins da produção doetanol pelas usinas, o representanteconfirmou a análise. “Estamosexaminando um conjunto de medidas,entre as quais também essa, mas não hádecisão ainda”.

Mas, seria essa a principal ação? ParaLuiz Custódio, presidente do FórumNacional do Setor Sucroenergético, caso amedida se confirme, é apenas o primeiropasso de vários outros que precisam serdados. “A desoneração não resolve todos osproblemas, mas, sem dúvida, é um bomcomeço. O que precisamos é deplanejamento a longo prazo, com metas até2025, para que assim, os investidoresvoltem a acreditar no segmento", explica.

Este é mais um ponto discutido comfrequência no setor. No fim de 2012, o

diretor do Centro Brasileiro deInfraestrutura (CBIE), Adriano Pires, falousobre políticas de preços, abastecimento eplanejamento energético. “Acredito queprevisibilidade é a necessidade dosprodutores de etanol. Assim, seria maisfácil traçar metas e criar políticas públicasem prol dos envolvidos”, finalizou.

A presidente da Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar, ElizabethFarina, tem se reunido constantemente

com líderes do governo com o objetivo dediscutir políticas de crescimento do etanol ebioeletricidade.

A representante diz que espera umadefinição sobre o papel do segmento namatriz energética do Brasil, pedidosolicitado há anos pelos empresários. "Asperspectivas são muito boas para omercado. Então, o que temos de cumprirsão as regras do jogo estabelecidas pelogoverno ou mesmo nas relações

internacionais, que alavanquem osnegócios do setor", ressalta.

Logo que assumiu o cargo, em janeiro,Farina sabia que seu principal desafio eraesse, encontrar formas eficazes de atenuara falta de investimentos. “Retomar ocrescimento é o que interessa para osegmento, o governo e a sociedade, pois vaiao encontro dos objetivos do próprio Paísde retomar um ritmo mais acelerado decrescimento econômico,” afirmou. (AR)

Desonerar PIS e Cofins não resolve todos os problemas

Elizabeth Farina discute políticas de

crescimento do etanol e bioeletricidade

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 22

Page 23: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 23

Page 24: JornalCana; Edição 230

Março/2013MERCADOS24

Lançamento de contratosfuturos de anidro eaçúcar cristal reduzriscos causados pelaoscilação de preços

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A BM&FBovespa – Bolsa de Valores,Mercadorias e Futuros lançou, no dia 28 dejaneiro, dois novos contratos derivativos decommodities para o setor sucroenergético:um contrato futuro de etanol anidrocarburante, com entrega física, e umcontrato futuro de açúcar cristal, comliquidação financeira.

A iniciativa tem o objetivo de reduzir orisco proporcionado pela oscilação depreços que pode provocar sérios prejuízospara um segmento de grande importânciapara a economia brasileira, de acordo comIvan Wedekin, diretor de commodities daBM&FBovespa. “O DNA desse setor é dealta volatilidade, com grande flutuação depreços”, enfatiza. No caso do anidro, ainiciativa é considerada por especialistascomo mais um passo em direção dacommoditização do produto.

Com o lançamento dos novos

contratos, a BM&FBovespa é a primeirabolsa do mundo a oferecer ao setor umportfólio completo de derivativos decommodities sucroenergéticas. O contratofuturo de etanol hidratado já tinha sidolançado em maio de 2010, com liquidaçãofinanceira e formação de preço emPaulínia, no estado de São Paulo. A medidapossibilita aos agentes destes mercadosestabelecerem estratégias de hedge e dearbitragem entre os três contratos emmoeda local – as operações são em reais – eem uma única plataforma eletrônica denegociação.

A expectativa em relação aos novoscontratos é bastante positiva. A decisão dogoverno brasileiro em elevar o índice deanidro adicionado à gasolina, de 20% a 25%,a partir de maio, e a própria motivação domercado são alguns fatores que podemassegurar o sucesso dos novos lançamentos.O contrato de hidratado, que começou a sernegociado há quase três anos, está tendo boaaceitação da bolsa. Foram negociados 95 milcontratos em 2011, o equivalente a 2,85bilhões de litros, informa Ivan Wedekin. Em2012, houve a negociação de 71 milcontratos, o que representou 2,1 bilhões delitros. A queda no ano passado é atribuída àsdiscussões que envolveram a questão deabastecimento de etanol no mercado interno,o que gerou certa instabilidade. O mercadoesteve inclusive mais focado nacomercialização de anidro.

Formatação conta com participação de representantes do setorOperações dos doiscontratos são em reais, o que reduz o custo das empresas

O contrato de etanol anidro, comentrega física (opções futuramente),também conta com a formação de preçosem Paulínia, que é o maior centro dedistribuição – comenta o diretor decommodities da BM&FBovespa, IvanWedekin – de combustíveis do Brasil. O deaçúcar cristal, com liquidação financeiramais opções de compra e venda sobre ofuturo, tem o Porto de Santos – também emSão Paulo - como indicador de preço. Aescolha de Santos está relacionada tambémà possibilidade de arbitragem com as bolsasde Nova York e Londres.

A formatação desses contratos édecorrente de amplo debate comrepresentantes do segmentosucroenergético. Cada mercado tem a suaCâmara Consultiva que discute diversasquestões, como a elaboração de contratosfuturos, de acordo com Fabiana Perobelli,gerente de produtos do agronegócio daBM&FBovespa.

No caso do açúcar, as discussõescomeçaram no final de 2011, pois havia anecessidade da construção de um indicadorde preços para o produto a partir de

contatos com um público mais abrangente,relata. Para a elaboração dos contratos, asconversações foram abertas para omercado, incluindo players, associações.

As operações desses dois contratos sãoem reais, o que reduz o custo das empresas,observa a gerente de produtos doagronegócio da Bolsa. A quantidade

negociada nos contratos de açúcar é de 508sacas e nos de anidro, de 30 metros cúbicos– ou quantidades múltiplas a partir dessesvolumes básicos. (RA)

Fabiana Perobelli: formatação dos contratos é decorrente de amplo debate

Bolsa brasileira oferece opções contra a alta volatilidade

Ivan Wedekin: O DNA desse setor é de alta volatilidade

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 24

Page 25: JornalCana; Edição 230

Março/2013 MERCADOS 25

A expectativa é que ocontrato futuro de etanolpossa, com visibilidade,clareza e transparência,se tornar referência

A precificação dos produtos e aelaboração de contratos de longo prazofazem parte das expectativas geradas pelolançamento dos contratos futuros de etanolanidro e de açúcar cristal. “A receptividadeé boa. A motivação do mercado é grande”,constata Ivan Wedekin. Ele afirma que ascondições são favoráveis para a criação deum mercado futuro nesse segmento noBrasil que é o maior exportador de açúcare o segundo de etanol. Além de criarcondições para a precificação dos produtosno mercado interno, os contratos futuros deetanol anidro e açúcar cristal poderãoatrair para o Brasil uma parte da liquidezinternacional.

O etanol anidro é uma commmodityque não tem precificação, comenta IvanWedekin. Segundo ele, existe a expectativaque o contrato futuro de anidro possa, comvisibilidade, clareza e transparência, setornar uma referência de preços,

favorecendo a movimentação física. “Ocontrato pode se tornar um farol de preçosdo etanol anidro no mundo”, ressalta. Hápoucas alternativas de precificação desseproduto. Uma delas é a Bolsa de Chicagoque tem atuação voltada ao mercado norte-americano.

Para Fabiana Perobelli, a perda decompetitividade do setor sucroenergéticobrasileiro e as incertezas em relação à safra2013/14 geram boas perspectivas para asnegociações na bolsa de mercadorias efuturos. Ivan Wedekin destaca que oscontratos futuros possibilitam maiorplanejamento para o setor. Em janeiro –exemplifica – já era possível saber o preçodo hidratado até agosto de 2013. “Odesafio é ampliar a liquidez na safra decana-de-açúcar”, diz.

Segundo o presidente do ConselhoAdministrativo da International EthanolTrade Association - Ietha, Tarcilo RicardoRodrigues, o contrato futuro do etanolanidro carburante da BM&FBovespa foitrabalhado para dar suporte para aprecificação do produto no mercadointerno. Até agora, o contrato futuro dohidratado – mais um prêmio – é usado comoreferência para o anidro. “Mas, o queacontece no mundo do hidratado é diferentedo mundo do anidro”, compara. (RA)

Produtor tem novoinstrumento paraprecificação damatéria-prima

Com o contrato futuro deaçúcar cristal, o produtor de canapoderá contar também com umnovo instrumento para aprecificação da matéria-primafornecida para unidadessucroenergéticas. De acordo comLuiz Gustavo JunqueiraFigueiredo, diretor comercial daUsina Alta Mogiana, de SãoJoaquim da Barra, SP, essa medidaatende demanda antiga doprodutor que não tinha uminstrumento de negociação nessemercado. “O Consecana nãoprecifica o futuro”, comenta.

Como maior produtor eexportador de açúcar, o Brasilprecisava também de um contratode futuro para a arbitragem do seuproduto no mercado local, observa.Além disso, esse mecanismo poderáse tornar um referencial nomercado internacional. No caso dabolsa de Nova York – exemplifica –não apresentar um hedge favorável,o produto que estiver sendonegociado no Brasil poderá setornar uma alternativa interessante,caso tenha um melhor preço. (RA)

No caso do etanol anidro, olançamento do contrato futuro é mais umpasso em direção à commoditização doproduto, segundo Tarcilo Rodrigues. “Éuma das ferramentas necessárias paratransformar o anidro em commodity”,enfatiza. Se o contrato da BM&FBovespatornar-se forte e representativo poderá serutilizado como referência em negociaçõesinternacionais. Caso o valor do anidroesteja elevado na Bolsa de Chicago, nosEstados Unidos, o comprador – exemplifica– levará em consideração o preço praticadona bolsa brasileira para a aquisição doproduto. Ele lembra que o Brasil precisaráde produção, além de preço competitivo,para atender a demanda do mercadointernacional.

Tarcilo Rodrigues observa que aformação de preço do anidro norte-americano é diferente em comparação àformação do preço do produto no Brasil. Odos Estados Unidos depende do preço domilho, da relação com o preço da soja,entre outros fatores. No Brasil estárelacionado com o preço da cana, doaçúcar, com o índice de mistura de etanol àgasolina, impostos, etc.

Para o presidente do ConselhoAdministrativo da Ietha, a commoditizaçãodo etanol não vai acontecer de uma horapara outra. É um processo lento. Adisseminação da produção em outrospaíses foi um passo para isto. “Para sercaracterizado como commodity, umproduto não pode ser monopólio de umpaís”, comenta. De acordo com ele, acriação de programas de biocombustíveis,

que estão em curso na Europa, também fazparte desse processo.

A commoditização vai ocorrer quandohouver a movimentação do produto nomercado internacional, em grande escala,afirma Tarcilo Rodrigues, que é tambémdiretor executivo da Bioagência, empresade comercialização de açúcar e etanol. Istodependerá, entre outros fatores, deaumento da produção e de decisõespolíticas de governos de diferentes países. É

importante também que outras bolsas –acrescenta – façam o lançamento decontratos futuros de etanol anidro.

A padronização das especificaçõestécnicas do etanol, comercializado nomundo, é outra medida importante – dizTarcilo Rodrigues – para que o produto setransforme em commodity. O objetivo daIetha, nesta área, é que seja aprovado umconjunto de normas que possam ser aceitaspor todo o comércio internacional. (RA)

Novo mecanismo poderá ser farol de preços para o anidro

Tarcilo Rodrigues: contrato dá suporte à precificação do produto no mercado interno

Medida é mais um passo em direção à commoditização

Há necessidade de maior movimentação do anidro no mercado internacional

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 25

Page 26: JornalCana; Edição 230

Março/2013MERCADOS26

Nova possibilidade denegociação não vaitransformar acomercialização de etanolde uma hora para outra

O setor sucroenergético brasileiropoderá contar com outro benefício,proporcionado pelo lançamento dos novoscontratos: a possibilidade de arbitragementre os seus três principais produtos(anidro, hidratado e açúcar cristal). Aprecificação desses produtos cria condiçõespara que unidades sucroenergéticasdefinam o mix de produção com menorrisco possível, avalia Luiz GustavoFigueiredo. Ele diz que o contrato deanidro permitirá também que o Brasilutilize a arbitragem caso ocorra importaçãode anidro, fazendo o hedge do mercadobrasileiro.

O diretor comercial da Usina AltaMogiana lembra que algumas aquisiçõesde anidro de outros países – realizadasrecentemente para o atendimento dealgumas demandas internas – não foramvantajosas. O mercado futuro poderá setornar também uma fonte de informaçãorelevante para a exportação do produto.“Deverá ser uma referência para ocomprador nacional e internacional”,enfatiza.

Além de ser um instrumento deprecificação e de mitigação de riscos, ocontrato futuro pode contribuir para que oetanol anidro se firme como umacommodity. Mas, para isto, precisa setornar transparente, representativo eproporcionar alta liquidez ao etanol –opina.

Para virar commodity, o etanol devecontar com a ampliação do comérciointernacional do produto, ressalta Luiz

Gustavo Figueiredo e, consequentemente, aelevação da produção para o atendimentodessa demanda. Segundo ele, adisseminação do etanol em outros paísesestá voltada ao atendimento de mercadosinternos. “Existe ainda pouca transação deum país para outro”, afirma.

A nova possibilidade de negociaçãonão vai mudar a comercialização de etanolde uma hora para outra. “É um mercadoem construção que depende de mudançade cultura para que o produtor adote ocontrato futuro”, comenta Luiz GustavoFigueiredo. É preciso considerar também –observa – que muitos contratos, com outrasformas de precificação, já estavam emvigência quando houve o lançamento daBM&FBovespa. Nesses casos, a utilizaçãodo novo mecanismo de negociação vaidemorar um pouco mais. (RA)

O contrato futuro de anidro foi lançadoem um momento oportuno, porque aprodução desse tipo de etanol voltou acrescer e continuará crescendo, segundoLuiz Gustavo Junqueira Figueiredo, diretorcomercial da Usina Alta Mogiana. Oaumento do índice de anidro na gasolina de20% para 25% – que começará a vigorar emmaio – também favorece a comercializaçãodo produto, afirma.

De acordo com ele, os contratos deanidro e de açúcar cristal já chegaram aexistir e estão agora sendo relançados. Mas,não obtiveram sucesso. O contrato anteriorde anidro foi disponibilizado há quatro anos,mas não decolou porque o mercado estavadeclinante, relata o diretor comercial. “Hojeo cenário é oposto”, constata. Com oconsumo de gasolina em ascensão, aumentatambém a demanda de anidro que éadicionado ao combustível fóssil.

O mercado de anidro tem as suascaracterísticas próprias, por isso asnegociações que envolvem esse produto nãopodem ser baseadas no contrato dehidratado como mais um prêmio, comoestava ocorrendo até o lançamento do

contrato de anidro, opina Luiz Figueiredoque presidiu a Câmara Setorial de Açúcar eEtanol da BM&FBovespa, até o final dedezembro, durante três mandatos – comduração de dois anos cada.

A elaboração dos novos contratoscontou com a participação – relata – deprodutores de açúcar e etanol,comercializadores, tradings, além derepresentantes de empresas consumidorasdesses produtos. “Os contratos foramdesenhados para atender todos os públicos.Não atingem 100% de qualidade.Apresentam virtudes e defeitos”, avalia.Segundo ele, o Brasil concorre com bolsas deoutros países, onde as regras econômicas sãomais estáveis.

Os novos mecanismos de negociação daBM&F Bovespa são considerados, noentanto, um avanço significativo. Aprevisibilidade nas negociações aumenta,enfatiza Luiz Gustavo Figueiredo. E, a partirdisso, diminui a insegurança de tradings eempresas comercializadoras. Outro fator quefortalece as medidas da bolsa é o momentomais favorável da economia brasileira, quetem apresentado menores oscilações. (RA)

Arbitragem favorece definição de mix de produção

Lançamento de contrato futuroocorre em momento oportuno

Luiz Gustavo Figueiredo: fonte de

informação relevante para a exportação

Aumento do índice de anidro adicionado à gasolina favorece comercialização

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 26

Page 27: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 27

Page 28: JornalCana; Edição 230

Março/2013MERCADOS28

Produtor deve ter mudança de atitude para entender os benefícios proporcionados pelos contratos futuros

“O lançamento dos contratos futuros de etanol e deaçúcar cristal é uma ótima medida da BM&FBovespa. Euaplaudo. Espero que os produtores saibam usar essemecanismo. Devem ser utilizados como referência”. Aopinião é do engenheiro agrônomo Luiz Carlos CorrêaCarvalho (Caio), presidente da Associação Brasileira doAgronegócio (Abag). Segundo ele, existe a necessidade demudança de atitude do produtor que deve entender osbenefícios proporcionados por estes contratos.

A viabilidade destes contratos vai depender daadesão do setor sucroenergético. “O produtor precisaacessá-los”, enfatiza Caio que é também diretor da UsinaAlto Alegre e da Canaplan Consultoria Técnica. Elelembra que a bolsa de mercadorias e futuros já tevecontratos de anidro e açúcar, mas não seguiram adiantepor falta de liquidez.

O presidente da Abag destaca a importância docontrato de anidro, porque o setor não tem informaçãosobre o mercado futuro desse produto. Essa medida ajudaa afastar também tentativas do governo brasileiro emregular esse segmento. Na avaliação dele, o contratofuturo pode se tornar referência nas negociações doanidro. É preciso avançar nessa área.

O novo instrumento da BM&FBovespa não seráimportante apenas para a comercialização de etanol nomercado interno e na exportação. “Não temos regra paraa importação do produto”, comenta. Ocorreram

dificuldades – lembra – quando houve recentementenecessidade de adquirir anidro de outros países.

Para a transformação do etanol anidro emcommodity, Caio Carvalho também destaca a necessidadede aumento de produção. É necessário que diversospaíses passem a operar nesse mercado. “Os EstadosUnidos e o Brasil produzem 80% do total de etanol”,

afirma. Ele observa que outros países fabricam etanolpara o atendimento de suas demandas. Diversosgovernos, incluindo o brasileiro, devem adotar – opina –políticas públicas que incentivem a produção. De acordocom ele, o Brasil – que tem peso expressivo no mercadosucroenergético – deu uma recuada. Essa atitude acabafreando ações de outros países nessa área. (RA)

Viabilidade dos contratos depende da adesão do setor

Luiz Carlos Corrêa Carvalho: setor não tinha informação sobre o mercado do anidro

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 28

Page 29: JornalCana; Edição 230

Março/2013 MERCADOS 29

Roberto Rodrigues será um dos palestrantesdo Sugar & Ethanol Brazil 2013

Adotar políticas públicas pararecuperar a rentabilidade da cadeiasucroalcooleira é passo fundamental pararomper um círculo vicioso no qual seencontra o setor.

Esta é a visão do ex-ministro daAgricultura Roberto Rodrigues, que hojecoordena o centro de agronegócio daFundação Getúlio Vargas. Rodrigues seráum dos palestrantes do Sugar & EthanolBrazil 2013, tradicional encontro daF.O.Licht e da IBC, que acontecerá emmarço com o apoio do JornalCana.

Para o professor da FGV, o setor viveum círculo vicioso: com baixarentabilidade, os empresários nãoconseguem comprar tecnologia, e assim oresultado inevitavelmente será de baixaprodutividade. “Romper este círculo etorná-lo um círculo virtuoso éfundamental, e isso poderia ser feito pormeio de políticas públicas adequadas”afirma o ex-ministro. Rodrigues consideraque as políticas públicas mais adequadaspara o setor são aquelas capazes demodificar o cenário de baixa rentabilidadeeconômica do setor. “Estamos falando de

equilíbrio no preço da gasolina, regrasmais claras para o setor, umareformulação definitiva da questãotributária e desburocratização de acessoaos recursos do BNDES”, explica. Comestes pontos funcionando, rapidamente serecupera a rentabilidade do setor. Umavez feito isso, o setor iria atrás detecnologia para aumentar suaprodutividade e o círculo virtuoso secompleta, defende Rodrigues.

O ex-ministro também acredita quehaverá um recrudescimento naconcentração do setor. As usinas queestiverem em melhores condições do pontode vista de gestão e equilíbrio financeirotendem a se mobilizar mais rapidamente, eacabarão comprando as outras queestiverem com dificuldades desobrevivência.

ENCONTRO DA F.O.LICHTAlém de Roberto Rodrigues, Maurílio

Biaggi, Pedro Mizutani, Alan Hiltner,Fernando Vicente, Jaime Finguerut e JoãoNorberto Noschang Neto, o diretor doJornalCana, Josias Messias, participa doevento. A 9ª edição do Sugar & EthanolBrazil acontece em SP entre 18 e 20 demarço. O encontro tem o patrocínio daClariant, OpenLink e SAP, além do apoioinstitucional da Unica, Assocana, Orplana,Udop e da Informa Economics.Informações pelo fone (11) 3017-6808 [email protected].

Políticas públicas podem romper círculo vicioso do setor

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 29

Page 30: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA30

Nem sempre a cana maisbonita é a ideal para setornar mudas de cana,diz especialista

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Em uma rápida retrospectiva sobre osetor de 20 anos atrás, o especialista ÁlvaroSanguino, diretor da Consultoria ASAS,deixou um importante recado para asusinas sobre o tema de planejamento,formação e condução de viveiros de mudasde cana-de-açúcar. Para ele, o segmentoprecisa relembrar das técnicas do passado edar mais atenção ao assunto, que define osucesso produtivo de um canavial. Por isso,primeiramente é preciso verificar asanidade do canavial por meio de umlaboratório, pois sem esse cuidado as

perdas podem atingir até a 40%dependendo da variedade e do estágio deinfestação de doenças. Em seguida, se ausina comprar muda de qualidade deveráseguir todas as recomendações exigidas.“Não adianta comprar muda de qualidadesem propósitos para cuidar dela, é precisoter uma equipe preparada para fazer umacompanhamento dos viveiros. Hoje muitasvezes, na ânsia de mandar cana paramoagem, planta-se o material ruim e envia-se as melhores cana para o processo. Asnovas variedades estão entrando numambiente contaminado e vão se contaminarrapidamente. As pragas muitas vezes dãomenos prejuízos do que as doenças que nãosão visíveis e o necessário seria avaliação dequalidade em laboratório”.

Segundo o especialista, há 15 anos amédia de produtividade era de 93 t/ha ehoje está em torno de 68 t/ha. “Atribuo70% desse insucesso à baixa qualidade domaterial a ser plantado e às máquinasinapropriadas de plantio e colheita. Na

ânsia de atingir objetivo e aumentar asáreas de produção não seguiram a lição decasa e a cana é a única cultura que asvariedades tiveram que se adaptar amáquina. Desenvolvemos cana paramáquinas e isso é um desastre, poisdanifica-se muito o canavial”, diz.

De acordo com ele, antigamente umaboa relação de plantio de viveiro paraplantio comercial exigia que para cada ha,se plantaria 10 ha de área comercial e hojeesta relação está 1 para 3,7, ou seja, 1 hapara 3,7 ha de área comercial, pois baixou-se muito a qualidade. “Para suprir essabaixa produtividade aumenta-se aquantidade de cana que vai dentro da terrano sulco para forçar uma brotação e issotem custo pois essa cana poderia viraraçúcar. Há 20 anos o setor não possuíatanta máquina, e tinha mais tempo decuidar das mudas. O plantio era manual e aqualidade de plantio era melhor. Hoje se osetor tiver que reformar 10 mil ha de cana épreciso deixar 2,5 mil ha para mudas; já no

passado era preciso apenas 1.000 ha para amesma área. O pior é que essas gemasgerminam entre 15 a 20% e quando asmudas estão boas nascem somente 50%delas. No passado usava-se 15 toneladas demudas por ha e hoje está em 25 t/ha. Como critério visual de escolha da cana paramuda e no afogadilho, plantando-a dequalquer forma, o prejuízo é certo e oresultado será canas ruins e de baixaqualidade, com alta taxa de doençassistêmicas o que faz a vida do canavialencurtar. Beleza não é medida”, revela.

Ele explica que uma muda dequalidade, como de meristema, a top damultiplicação, custa em torno de R$ 1,00por muda. “Se a usina plantar 1 hautilizaria 15.000 mudas, e investiria R$ 15mil. Se a unidade produzir 100 t/ha o custocai para R$ 150,00 por tonelada naprimeira multiplicação e se multiplicar denovo e produzir 100 ha esse custo cai paraR$ 40 a R$ 50,00/tonelada. Esse custo serádiluído e o sucesso será certo”, finaliza.

VIVAM OS VIVEIROS!Viveiro de mudas: é preciso ter equipe preparada para fazer acompanhamento Canavial no Centro de Cana do IAC

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 30

Page 31: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:04 PM Page 31

Page 32: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA32

As usinas paulistas da Renuka doBrasil e a Agrovale, da Bahia estãotentando resgatar a tradição do passado eos cuidados com os viveiros de mudas paraplantio, inclusive com a retomada dotratamento térmico dos toletes.

Helder Zotelli, gerente de tecnologiade qualidade agrícola das unidades daRenuka do Brasil em São Paulo, revela quemuitas vezes a qualidade é esquecida.“Estamos retomando a tradição dosviveiros, e mantemos equipesespecializadas para cuidar deles. Aintenção é voltar a fazer o tratamentotérmico dos toletes para mudas entre 2013e 2014, que diminui a quantidade debactérias, e tenta controlar o raquitismo desoqueira. No plantio manual do passadoexistiam condições melhores de se realizara esterilização dos facões e com o adventoda colheita mecanizada, essa prática setornou mais difícil por isso a empresaestuda adaptar um sistema que injetaprodutos nas faquinhas de corte dacolhedora, de forma automática”, relata.

Para ele, é preciso não esquecertambém das novas tecnologias, como acultura de meristema. “Temos que darpara a cana o que ela exige, e seguir asrecomendações da variedade. É precisoutilizar menos quantidade de material,com melhor qualidade. Depois que secomeça fazer os viveiros é preciso manter o“roguing”, uma espécie de inspeção, comuma equipe preparada e permanente por

isso todo ano há um treinamento para essaequipe”, afirma.

A empresa mantém convênios comquatro distribuidoras de variedades, quemontam experimentos anual e a partirdisso, realizam as multiplicações. “Com asindicações dos estudiosos começamos amultiplicar as melhores variedades paramudas. Há todo um cuidado com questõessanitárias, pois nosso departamento técnico

faz essas avaliações. Se percebemos que elanão dará resultados, a substituímos”,explica.

Francisco Celestino, superintendenteagrícola da Agrovale da Bahia, explica quea empresa planeja resgatar o sistema detratamento térmico para mudas ainda esteano. “Acredito que os bons resultados estãorelacionados a melhoria da qualidade domaterial para gerar a produção mais sadia

da muda e que resultará numa cana commaior rendimento agroindustrial e commaior longevidade”, enfatiza.

Para ele, é preciso escolher a melhorcana para muda, que esteja tenra esaneada, com melhores rendimentosapontados nos experimentos e ainda cuidardos novos materiais através de análiseslaboratoriais para não se recontaminar aolongo dos tempos. (AM)

Usinas retomam tradição e cuidados

Helder Zotelli, da Renuka do Brasil: retomando a tradição dos viveiros

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 32

Page 33: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 33

Metagro: a mais nova marca de transbordos e reboques canavieirosDesde julho do ano passado,

desembarcou no Brasil a mais nova empresafabricante de transbordos e reboques paracana picada, que está sediada em RibeirãoPreto, SP, e já iniciou a produção visandoparticipar do mercado brasileirosucroenergético. “Apostamos no nossodiferencial de produto robusto, perfeito parao trabalho duro”, informa o gerente geral daempresa no Brasil, Fernando Castelo.

De origem centro-americana, além danova fábrica brasileira o grupo que já temmais de 25 anos de tradição, possui tambémfábricas na Guatemala e Peru, de ondeexportam seus equipamentos,

respectivamente, para os Estados Unidos,América Central e também alguns países daAmérica do Sul. “Nossos clientes buscamqualidade, e é isso que oferecemos, poisequipamento parado no campo é prejuízo”,completa Castelo. A linha de equipamentosda empresa é composta de transbordos paracana picada com capacidade para até 12toneladas, semirreboques e reboques paracana picada, com 2 e 4 eixos, com o opcionalde cesto bi-partido, que é utilizado pararecepção da cana em mesas menores nasusinas.

Os semirreboques e dollys são aindaequipados com a exclusiva suspensão tipo

“boogie”, que não exige manutenção epermite até 20% de economia na vida útildos pneus. A nova empresa brasileira será aresponsável do grupo para abastecer omercado local e também alguns paísesafricanos, cujos empresários daquela regiãojá estiveram reunidos com a direção na sededa empresa para avaliação dos projetos eequipamentos, onde foram definidas todasas negociações.

A empresa chegou com o propósito deser uma empresa parceira das usinas deaçúcar, destilarias de álcool e produtores decana em geral, fornecendo equipamentos dealta confiabilidade, robustos e de alto

desempenho, proporcionados por utilizaçãode matéria-prima de 1ª linha e rigorosocontrole de qualidade, objetivando sempremanter a tradição conquistada pela marcadurante os mais de 25 anos atuando nomercado sucroenergético em vários países domundo.

Contatos diretos poderão ser efetuadosatravés do site ou e-mail da empresa, ondeserão prontamente atendidos por equipeespecializada.

Metagro16 3626.0029www.metagro.net

Transbordo

Carreta produzida

pela Metagro:

empresa fabrica

transbordos e

reboques para

cana picada

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 33

Page 34: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA34

Nossa preocupação foi elaborar uma solução queatendesse na sua totalidade a necessidade do mercadoSucroalcooleiro, no cumprimento da portaria 1510, doMTE, (Ministério do Trabalho e Emprego) queregulamenta a utilização do controle eletrônico do registrode ponto, propiciando e facilitando a mobilidade noregistro de ponto dos funcionários envolvidos tanto nocampo como na Indústria, em todas as situações adversas,seja no transporte para o campo através de Ônibus, Vansou Kombis bem como nas áreas de vivência, como afirmao Diretor comercial da ID Data, Jorge Nowak.

A evolução da solução aconteceu após vários testespilotos realizados em campo, nas principais usinas doBrasil, onde houve solicitações de adaptações ecustomizações especificas para as necessidades doagronegócio.

Através destas necessidades desenvolvemos umasolução denominada “Kit Mobilidade”, conjunto dedispositivos e acessórios que tem a finalidade de darproteção física aos equipamentos ID Rep (RegistradorEletrônico de Ponto da ID Data) que são instalados emambientes inóspitos, com muita poeira, umidade e calor,bem como proporcionar mobilidade Wireless nacomunicação dos dados gerados pelo ID Rep, através dacomunicação GPRS dual chip ou via WiFi Ad Hoc(ponto a ponto), Wifi via roteador, bem como através dacomunicação Bluetooth ponto a ponto. Além dascomunicações Wireless citadas o ID Rep também permitecomunicação USB via Pen drive ou ethernet via cabo.

Portanto provemos alta disponibilidade comtecnologia de ponta, para que os dados sejam entreguescom rapidez e eficiência para os departamentos deRecursos Humanos das usinas, para que possam gerir

seus relatórios de folha de pagamento, evitando tambémpossíveis reclamações de funcionários com futuras açõestrabalhistas, e , principalmente para estarem emconformidade com a legislação trabalhista (Portaria1510), evitando multas elevadas face às constantesfiscalizações do M.T.E., ressalta Eduardo Todeschini,diretor geral da ID Data.

Outra necessidade que desenvolvemos foi umasolução de no-break através da energia solar, para uso nasáreas de vivência, com capacidade de alimentar o ID Repe o Kit Mobilidade, para até cinco dias emfuncionamento.

Com 10 anos de mercado, a ID Data, desenvolve eproduz soluções para controle de acesso e pontoeletrônico, sendo que desde 2009 incluiu no seu portfólio,o produto ID Rep.

A empresa está situada em Colombo, regiãometropolitana de Curitiba - Paraná, está em fase decertificação ISO 9000 e implantação de SAP, comotambém está comprometida com o M.C.T. (Ministério daCiência e Tecnologia), através da Portaria 770 de30/10/2012, que regulamenta o processo produtivo,neste caso na Industrialização do equipamento ID Rep,colaborando também com um percentual do faturamentoem pesquisa e desenvolvimento.

A ID Data atua em todo o território nacional, atravésde revendas especializadas na instalação, suporte eassistência técnica das soluções desenvolvidas, fabricadase comercializadas pela empresa.

Daiken Automação /ID. Data11 2495-7740www.iddata.com.br

ID Data atende as necessidades das usinas no cumprimento da portaria 1510Eduardo Todeschini e Jorge Nowak, diretores comerciais da Daiken

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 34

Page 35: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 35

Alfatek lança torre solar ecológica de iluminação Produto apresentavantagens operacionaissignificativas como aautossuficiênciaenergética via placa solarpara geração earmazenagem

DA REDAÇÃO

As operações noturnas de Corte,Carregamento e Transporte encontramdificuldades pela falta de iluminação e,quando possui gerador convencional, apoluição sonora, o calor, o monóxido decarbono gerado pela queima de dieseltrazem inúmeros desconfortos e riscos aotrabalhador, segundo o diretor da Alfatek,Luiz Carlos Massoni. Pensando nessacomodidade e bem-estar, a Alfatek lançou aTorre Solar ecológica de iluminação. “Essatecnologia resolve competentemente, todosesses problemas, com criatividade,eficiência, comprovando que é possívelseguir rumo à sustentabilidade”, lembra.

De acordo com Massoni, o produtoapresenta vantagens operacionaissignificativas como a autossuficiênciaenergética via Placa Solar para geração earmazenagem. “Possui dois pontos deemissão de luz, com possibilidade de até360º de iluminação cada, com torreholográfica; cada ponto tem alcance de 50metros, sem perda gradual de eficiência; háisenção de calor quando acionado,evitando atração de animais peçonhentos,além da isenção de ruído, preservando aintegridade física dos trabalhadores”,lembra.

Ele explica ainda que há redução derisco de acidente, pois não exige estrutura

mecânica. “A Torre possui refletores deLed de alto brilho e baixo consumo, cadarefletor tem durabilidade de 30.000 horas,elimina riscos de incêndios, pois não emitefonte de calor, facilita a movimentação ecarregamento e o trabalho do noteiro e dobituqueiro do CCT possui baixo custo deaquisição ou locação e segurança nasoperações noturnas de engate e desengatede carretas”, reforça.

Outra vantagem, de acordo com oempresário é que a Alfatek é cadastrada

junto ao BNDES/FINAME, o que facilita aaquisição dos produtos. “A empresatambém desenvolve projetos específicos degeração de energia, iluminação erefrigeração solar em outras áreas,aplicando sua tecnologia inovadora”,completa.

ALFATEK IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO LTDA(17) [email protected]

Áreas de vivênciaspossuemautossuficiênciaenergética

As antigas barracas sanitáriasperderam espaço para as modernas eseguras áreas de vivência nas usinassucroenergéticas. Nesse sentido, asinovações tecnológicas, desenvolvidaspara a otimização de trabalhoitinerante, para a sustentabilidade epreservação do meio ambiente são asmarcas inconfundíveis da empresaAlfatek, de Catanduva (SP), queatende todas as normasregulamentadoras atuais. Ainformação é do diretor, Luiz CarlosMassoni, que garante que a Área deVivência NR 31, com capacidade paraaté 26 lugares, possui refeitório,sanitários e lavatórios feminino emasculino e características únicas, taiscomo: a autossuficiência energética viaplacas solares, carregamento de PontoEletrônico ( REP ) solar, refletoresexternos e luminárias internas em Ledde alto rendimento e baixo consumo,torre de iluminação Solar Ecológica (opcional ), revestimento com painéistérmicos, aberturas completas naslaterais, mesas e bancos com pinturasanitária (norma ABNT NBRNM87),piso veicular em alumínio xadrezsobreposto ao de aço, atendimento àsnormas de claridade e ventilação, águagelada e bebedouro solar de inox de200 litros.

Outra vantagem, na opinião dodiretor, está nos sanitários elavatórios que são rotomoldados comacionamento por pedal, possuemtratamento de dejetos antes dodescarte no meio ambiente,reduzindo odores. “Ela possui aindaducha higiênica, lava-olhos, chuveiro,saboneteira, toalheiro, papeleira,caixa de primeiro socorros, escadas,corrimões e guarda-corpos ( normaABNT ), armários individuais comtrincos em ABS. A parte inferiorapresenta caixa de água não potável,caixa para ferramentas e demaisutilidades. Este produto inovadoratende também várias outrasexigências como a NR 18, 24, 31, 33que, futuramente, serão exigidas peloMinistério do Trabalho e Emprego.

Segundo Massoni é gratificanteobservar os resultados deste trabalho.“Todo o investimento na aquisiçãodos produtos retorna, rapidamentepara o investidor, em economia, comgeração autônoma de energia, alémde benefício e diferencial nacontratação de pessoal”, enfatiza.

Torre solar de iluminação

Área de vivência interna Alfatek

Área de vivência externa Alfatek

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 35

Page 36: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA36

Produtos interferem nometabolismo da planta,proporcionandomudanças positivas nodesenvolvimento

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Na busca pela elevação daprodutividade nas lavouras da cana-de-açúcar, o setor sucroenergético podecontar com a valiosa contribuição dosbioestimulantes que melhoram aresistência da planta ao estresse hídrico,aumenta a eficiência da adubação e criacondições favoráveis até mesmo para omelhor aproveitamento de matériaorgânica. Para proporcionar estes e outrosbenefícios devem contar com boascondições físicas, químicas e biológicas dosolo, observa Edgar Gomes Ferreira deBeauclair, professor do Departamento deProdução Vegetal da Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz daUniversidade de São Paulo (Esalq/ USP),de Piracicaba, SP.

De acordo com ele, osbioestimulantes agem no metabolismo daplanta provocando mudanças positivas noseu desenvolvimento. “Desempenham umpapel inverso ao que é feito pelosherbicidas que bloqueiam etapas dodesenvolvimento da planta”, compara.Ácidos húmicos, aminoácidos,biorreguladores e até mesmo maturadorespodem ser considerados bioestimulantes

que compõem uma categoria de produtosagrícolas, afirma o professor da Esalq.“Um tipo de inseticida que controla acigarrinha tem ação também comobioestimulante, aumentado a produção”,revela.

A maioria desses produtos é aplicadapreferencialmente sobre os toletes, asfolhas ou sobre as linhas de cana jácortada. O bioestimulante deve ter contatodireto com a planta, pois é constituído pormoléculas grandes – esclarece – que nãose movimentam facilmente. Se for

aplicado no solo, acaba sendodesestruturado até alcançar a planta.

O aumento da utilização debioestimulantes nas lavouras de cana-de-açúcar tem ocorrido nos últimos anos,principalmente por causa dadisseminação do uso do ácido húmico –destaca Edgar Beauclair – que possuiuma substância que serve de matéria-prima para que a planta produzahormônio de crescimento. Este produto –ressalta – é precursor de hormônio.

Segundo ele, existem dois tipos de

ácidos húmicos. Um deles é provenientedo estrato de turfa – camada superficial decertos terrenos formada por restos degramíneas, plantas palustres, musgos,ricos em carbonos, decompostos porbactérias e enzimas –, que é de melhorqualidade, com maior quantidade decarbono e de radicais orgânicos. O outrotipo, oriundo da rocha leonardita,também gera benefícios para a planta,apesar de ter um padrão inferior emcomparação ao ácido húmico do estratode turfa.

Produtos geram benefícios para lavouras bem cuidadasOs ganhos proporcionados pelo uso

de bioestimulantes podem serdemonstrados pelos resultados positivosque proporcionam às lavouras de cana-de-açúcar. Mas, para que apresentem umarelação custo-benefício vantajosa devemelevar a produtividade agrícola em tornode 5 toneladas por hectare (TCH) nomínimo. Segundo Edgar Beauclair, essecálculo varia conforme o custo doproduto, o modo de ação, as condições dalavoura, entre outros fatores.

O professor da Esalq tem constatadoque os bioestimulantes geram ganhosmuitos maiores para os canaviais. Em

algumas áreas, o ácido húmico chega aelevar o rendimento agrícola emaproximadamente 20 TCH. O aumentoda resistência ao estresse hídrico é outrobenefício gerado pelo uso desses produtosque criam condições favoráveis – explica –para maior enraizamento das plantas queacabam absorvendo mais água do solo.Alguns bioestimulantes podem contribuirpara a elevação do teor de sacarose dacana.

O bom desempenho dosbioestimulantes depende, no entanto, doscuidados adotados nas plantações decana-de-açúcar. De nada adianta utilizar

esses produtos caso o “feijão com arroz”não seja feito de maneira correta, enfatizaEdgar Beauclair. Os resultados não serãosatisfatórios. “As usinas vão jogar dinheirofora”, comenta. Antes de tudo, é precisofazer a calagem e a adubação –exemplifica - conforme as orientaçõestécnicas.

Mas, não é só isto. As unidadessucroenergéticas devem corrigirproblemas causados – afirma – pelo cortee plantio mecanizados, como a falta desanidade por causa do uso de mudas demá qualidade, adensamento do solo,pisoteio das soqueiras, entre outros. “A

colheita mecanizada tem sido muitoagressiva ao ambiente de produção”,ressalta.

O uso de bioestimulantes é um passoadiante no manejo da cultura de cana-de-açúcar, afirma o professor da Esalq.Requer um nível tecnológico mais elevado.Segundo ele, existe ainda muito o que serpesquisado e estudado nessa área. “É umcampo de conhecimento ainda poucoexplorado. A academia e o produtor têmmuito o que aprender sobre o assunto”,diz. Mas, não há dúvidas: esses produtospodem agregar diversos benefícios aoscanaviais, avalia Edgar Beauclair. (RA)

Bioestimulantes aumentam produtividade dos canaviaisPAULO SOARES

Edgar Gomes Ferreira de Beauclair, professor da Esalq

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 36

Page 37: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 37

Page 38: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA38

Além de gerar energia, resíduo podeser usado para outras aplicações

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

Com o avanço da colheita da cana-de-açúcar de formamecanizada em substituição à tradicional colheita feitamanualmente surgiram novas perspectivas deaproveitamento de resíduos posteriores ao corte, como apalha que constituía as folhas da cana e que anteriormenteeram queimadas no campo para facilitar o procedimentode corte manual.

Visando aproveitar esse material, agora disponível,fabricantes de máquinas e usinas tem procuradodesenvolver métodos e equipamentos que possibilitem oaproveitamento da palha como combustível e assim gerarenergia adicional, com consequente aumento dofaturamento da indústria, uma vez que a quantidade depalha disponível é da ordem de 12 toneladas por hectareem média.

Os fabricantes de máquinas agrícolas têmapresentado equipamentos especialmente desenvolvidospara o aleiramento, coleta, adensamento e transportedessa palha deixada no campo após a colheita mecanizadada cana. Esses implementos permitem inclusivedeterminar a quantidade de palha a ser recolhida, umavez que uma certa quantidade de palha deve ser deixadano campo, dependendo do clima e do tipo de solo daregião, para que proporcione uma cobertura, que se faznecessária para manter condições adequadas de umidadeno solo.

A palha sendo um material volumoso e de baixa

densidade, para ser transportada para a indústria,necessita ser compactada em forma de fardos eamarrados, que são posteriormente carregados emcaminhões dotados de carrocerias próprias para essafinalidade. Todas essas operações são realizadas atravésde um equipamento acoplado a um trator.

Na indústria, é necessário que haja instalações pararecebimento e estocagem desse material, assim comosistemas de desmontagem e descompactação dos fardospara sua posterior utilização.

Para se ter em conta a importância da palha como

insumo para a produção de energia, estima-se que aprodução de cana deva aumentar em torno de 25% para apróxima década. Nessas circunstâncias, a quantidade depalha produzida pelos canaviais deverá atingir uma cifraem torno de 130 milhões de toneladas na safra de2020/2021, segundo dados do CTC, o que em termos deenergia representa uma produção de quase 110 milhõesde megawatts/hora, possibilitando um grande incrementona energia que poderá ser comercializada e se tornarconsequentemente uma importante receita para as usinassucroenergéticas.

Palha da cana continua a revelar baú de utilidades

Fardo de palha pronto para ser transportado

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 38

Page 39: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 39

A Biomassa tem despertado crescenteinteresse como fonte de energia renovável eambientalmente limpa. No setorsucroenergético, a palha proveniente dacolheita mecanizada da cana-de-açúcar éefetivamente considerada umcomplemento ao bagaço possibilitando umincremento na geração de eletricidadecomercializável nas usinassucroenergéticas.

O diretor proprietário da Agrícola RioClaro, empresa produtora e fornecedora decana localizada em Lençóis Paulista-SP,Luiz Carlos Dalben, falou sobre suaexperiência no manuseio e fornecimento depalha ao Grupo Zillor desde 2006.

A Agrícola Rio Claro dispõe de umaárea de 8.000 ha, sendo que 4.200 ha sãofertirrigados, produzindo 500.000toneladas de cana-de-açúcar por safra.

Situada em uma região detemperaturas baixas, 61% de seus solosestão classificados na categoria E e 21% nacategoria D. Atualmente 80% da colheita érealizada mecanicamente e a distânciamédia é de 17 Km. Todo o sistema deconservação, preparo do solo e plantio decana é georreferenciado.

Segundo Dalben as maioresdificuldades para o uso da biomassa são: ovolume de material, devido a baixadensidade; o custo do manejo, preparaçãoe transporte; a falta de equipamentosadequados, já que todos os disponíveis nomercado foram adaptados de outras

culturas e o alto custo por não serconsiderado o aspecto ambientalmentefavorável da biomassa.

Segundo Dalben, entre as vantagensem se recolher a palha estão: a melhoriapara as condições de cultivo; maioruniformidade na aplicação da vinhaça eredução do ambiente favorável à pragascomo a cigarrinha e sphenophorus. Outroaspecto a ser considerado é a segurança dalavoura, pois a palha acumulada após acolheita mecanizada apresenta um riscopotencial para a ocorrência de incêndios nocanavial.

Os aspectos desfavoráveis na colheitada palha são: maior pisoteio na soca,favorece a perda de umidade, diminui amatéria orgânica no campo, reduzindo areciclagem de nutrientes, retira nutrientescomo o fósforo (P) e também altera autilização de herbicidas.

São produzidas de 10 a 15 t/ha depalha, sendo que desse montante érecolhida 5 a 8 t/ha, com uma umidade emtorno de 13% e um teor de impurezasminerais que varia de 3 a 4%.

Na indústria, além de um sistema derecepção devidamente projetado para arecepção da palha, que se não foradequadamente armazenada acaba sedeteriorando, também é necessário o usode um triturador adequado, pois com avariação das características da palha emfunção do clima, seu trabalho pode serprejudicado. (FPM)

Empresa fornece palha ao Grupo Zillor desde 2006

Luiz Carlos Dalben, diretor da Agrícola Rio Claro

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 39

Page 40: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA40

Subprodutos geramenergia pela queimadireta ou pelodesdobramento dacelulose produzindo álcool

A obtenção de energia através decarvão e petróleo, utilizados em largaescala, é de conhecimento geral queprovocam grandes impactos ambientais,além de serem fontes finitas. Outras formasde energia como a nuclear, por mais quedisponham de dispositivos de segurança,apresentam grandes riscos potenciais.

O mundo contemporâneo com suamultiplicidade de máquinas, luzes efacilidades requer cada vez mais energiacomo nunca antes na história dahumanidade. A multiplicação dapopulação, o acesso cada vez maior departes mais significativas da população àscomodidades proporcionadas pela energiacomo climatização, conservação dealimentos, climatização, iluminação,equipamentos industriais e domésticostornaram mais do que nunca os meiosprovedores de energia fundamentais aomundo atual.

Diante disso, há na atualidade umaintensa procura por fontes de energia quealém de renováveis, não apresentemcaracterísticas que possam degradar o meioambiente. Dentre essas formas de energiase enquadram a energia solar, a eólica e arepresentada pela biomassa. Todas essasformas de energia são um meio de seaproveitar direta ou indiretamente airradiação solar que chega ao planeta.

A própria indústria sucroenergética éum exemplo do aproveitamento da energiasolar, pois nas folhas da cana se realiza oprocesso da fotossíntese, resultando nasacarose que é a matéria-prima para aprodução do açúcar e do etanol. Mastambém as fibras que constituem o caule asfolhas também são polissacarídeos que já

contribuem parcial ou totalmente parageração de energia.

Há não muito tempo atrás, o bagaçoda cana que hoje alimenta as caldeiras dasusinas, gerando vapor e energia elétrica,era considerado um estorvo e representavacustos para sua movimentação para forada área industrial. Nessa época, a postaem marcha de caldeiras dotadas defornalhas menos elaboradas necessitava delenha para sua partida na safra. À medidaque o custo da energia se tornava maisdispendioso e caldeiras mais eficientesforam sendo desenvolvidas, as usinaspassaram a gerar energia própria para

consumo, deixando de usar a eletricidadedas concessionárias.

O bagaço da cana passou então a servalorizado e até comercializado paraoutras indústrias que acabaram pormontar suas próprias centrais térmicaspara geração, como foi o caso dasindústrias cítricas.

Com o domínio da tecnologia pelaindústria nacional de caldeiras de altapressão e turbinas de alta potência, maisrecentemente, tornou-se então possívelgerar maiores quantidades de energia,graças ao maior salto entálpico, tornandoviável as estações de cogeração, que não só

abastecem as usinas em seu consumopróprio, mas também possibilitam ofornecimento de uma larga soma deenergia para o sistema elétrico nacional.

Com o avanço da mecanização dacolheita, surgem agora novaspossibilidades de geração extra de energia,quer pelo aproveitamento da palha comocombustível, que outrora era perdida pelaqueima no canavial para se fazer acolheita de forma manual, ou ainda parase produzir juntamente com o bagaço oálcool obtido a partir do desdobramentoda celulose, o chamado álcool de 2ªgeração. (FPM)

Dias de ostracismo da palha e do bagaço estão contados

Bagaço e palha da cana contribuem para a geração de energia

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 40

Page 41: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 41

Page 42: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA42

Para que se faça a colheita da palharesultante do corte mecanizado da cana,uma série de operações devem serefetuadas que necessitam contar comequipamentos apropriados para essafinalidade.

A New Holland, fabricante deequipamentos agrícolas oferece uma linhade equipamentos aplicáveis para oaleiramento, a coleta no campo,enfardamento e transporte da palha para aindústria. Essa linha de equipamentos éconstituída de um aleirador, enfardadeirae carreta adequados ao manuseio dapalha.

O primeiro desses equipamentos, oAleirador H5980, possui a característicade permitir regular a faixa de recolhimentoe assim a largura da leira a ser obtida. Oequipamento também permite ajustar aquantidade a ser recolhida, sendorecomendada a coleta de 40% a 60% dototal de palha, de acordo com ascaracterísticas climáticas da região e dotipo de solo. Em operação, o H5980diminui comparativamente o índice deimpurezas, pois a palha é rolada e nãoarrastada no solo. Os “dedos” do aleiradorsão curtos e não tocam o solo, além deterem a base vulcanizada, o que reduz anecessidade de manutenção.

A Enfardadeira BB9080 realiza cincofunções em sua operação: recolhimento,pré-compactação, formação do fardo,amarração e descarregamento. No

processo de pré-compactação, essaenfardadeira possui sensor de cargaajustável, sistema de sincronismo do pistãoe o material lançado pelo garfo, commecanismo de aceleração patenteado, queocupa toda a câmara principal damáquina.

Para realizar a amarração, a BB9080possui sistema hidráulico independentecom cilindro de ação dupla, pressãomonitorada de modo manual ou

automático. O sistema de amarraçãoemprega 6 fios, fazendo nós duplos paramaior eficiência e segurança.

O descarregamento é feitoautomaticamente durante a operação doequipamento, sendo que o fardo emformação empurra o que está concluído,que é descarregado através dedeslizamento sobre roletes.

A carreta recolhedora de fardosPT2010 pode ser ajustada para vários

comprimentos de fardo e possibilitacarregamento sequencial automático. Suacapacidade é de 12 fardos, sendo possíveltrabalhar em um regime de 35 a 40 fardospor hora. A pinça recolhedora é acionadapelo impacto dos fardos, evitandointerrupções no carregamento. Os fardossão retirados do solo sem que sejanecessária a parada da máquina,diminuindo o arrasto e consequentementea ocorrência de detritos na palha. (FPM)

Máquinas fazem o aleiramento, coleta, enfardamento e transporte da palha

Aleirador de palha da New Holland

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 42

Page 43: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 43

A mecanização da colheita da cana-de-açúcar trouxenovos desafios não só para as atividades de preparo emanejo do solo, plantio e colheita, mas também no aspectode plantas daninhas que acabam por competir com alavoura de cana.

Com a eliminação da queima para a colheita manual,novos tipos de plantas daninhas passaram a concorrer e atrazer dificuldades para a cultura de cana em adição às quejá anteriormente representavam problemas para amanutenção da cultura.

Uma dessas novas plantas oportunistas que temcausado grandes dissabores por ocasião da colheita emdiversas regiões são as cordas-de-viola (Ipomoea spp,Merremia spp), plantas que acabam por dificultar a ação dascolhedoras por se enroscarem nos cones frontais que dirigemas canas para o interior da máquina, causando sua parada eperda significativa de tempo na operação de colheita, comconsequente prejuízo, quando não provocam avarias noequipamento.

Robinson Antonio Pitelli do Departamento deFitossanidade da UNESP-Jaboticabal explica que nopassado as plantas daninhas conviviam com um ambienteque tinha espaçamentos largos, solos de alta fertilidade,pouca adição de matéria orgânica, ausência de palha sobre osolo, poucos tipos de controle químico e ausência de espéciesexóticas competidoras, além da própria queima da cana.

Essas condições foram se alterando paulatinamente, asopções de controle químicos foram ampliadas, os resíduosindustriais foram sendo incorporados aos solo, como a torta defiltro, que acabaram através de seus depósitos disseminandoextensivamente a Tiririca. Finalmente a cultura de cana passoua ocupar regiões com solos de menor fertilidade edisponibilidade hídrica bem definida, o que acarretou aalteração das espécies de plantas daninhas predominantes.

Assim novas espécies competidoras foram surgindo

como as Cordas-de-viola, Cipó-de-São Caetano, Parreirabrava, Capim amargoso e até plantas exóticas como Capim-braquiária, Caminhadora e Capim colonião, entre outras.

Os fatores básicos que alteraram o manejo das plantasdaninhas no corte de cana crua, segundo Pitelli, foram a nãoexposição do solo, ausência da ação da temperatura(queima), presença de cobertura morta (palha) comconsequente aumento da possibilidade de controle natural.

No entanto, estas mesmas condições reduzem as opções edificultam a ação de agentes de controle.

Da adequação do sistema produtivo a essa novarealidade depende a manutenção da produtividade nalavoura. É necessário prosseguir com pesquisas e estudosque permitam encontrar soluções adequadas à cada região,utilizando-se das ferramentas do próprio controle natural emadição ao controle químico. (FPM)

Mecanização muda manejo de combate a ervas daninhas

Corda de viola: plantas daninhas concorrem com a cana

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 43

Page 44: JornalCana; Edição 230

Março/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO44

Quem enfrentoudificuldades devido àcrise sentiu na pele afalta que faz uma gestãoeficiente de pessoas

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Pode parecer marketing político emalguns casos ou até mesmo a divulgação depromessas que “adornam” campanhaseleitorais em outras situações, com asmesmas propostas “requentadas” – masnão cumpridas – sobre saúde, educação,segurança, utilizadas por candidatos quetentam a reeleição. Há casos no setorsucroenergético em que só falta opalanque, pois a semelhança com essesfatos não é mera coincidência,especificamente quando o assunto é gestãode pessoas.

O discurso nem sempre é alinhadocom a prática, constata Mário Ibide, diretorda Suppra, empresa de consultoriaempresarial de Assis, SP. É claro que nãodá para generalizar. Os grandes grupossucroenergéticos, por exemplo, investemnessa área e obtêm resultados significativos.Mas, existem empresas no setor queapresentam dificuldades – revela – até

mesmo com o operacional de RecursosHumanos. O chamado RH estratégico,nesses casos, fica distante da realidade da

empresa, tornando-se um exercício deretórica na melhor das hipóteses.

Mas, por que contar com uma gestão

eficiente de pessoas que ultrapasse oslimites das atividades práticas e cotidianas?As afirmações de Erotides Gil Bosshard,diretor de relações institucionais do Grupode Estudos em Recursos Humanos naAgroindústria (Gerhai), deixam claro opapel desempenhado por essa área para asunidades sucroenergéticas. Segundo ele, agestão de pessoas tem papel estratégicopara a sobrevivência da empresa, ganhos deprodutividade e aumento decompetitividade. Se tudo isto não bastasse,há ainda outro fator positivo: proporcionamelhoria de relacionamento em toda aestrutura de uma organização empresarial.

Quem afundou – ou atolou-se – nacrise, que afetou o setor nos últimos anos,sentiu na “pele” a falta que faz um RHestruturado. Algumas posturas, nessa e emoutras áreas, podem minimizar impactos oupreparar a empresa para momentos demaior dificuldade, de acordo com DanielleMoro, gerente de desenvolvimentoorganizacional da Exame AuditoresIndependentes, de Ribeirão Preto, SP.Diversos “cases” de sucesso no setor,inclusive os de recuperação de empresas,estão relacionados – revela – à existência deuma gestão eficiente de pessoas.

Apesar das dificuldades, a situaçãotem melhorado. “Nos últimos cinco anos, apartir do esforço da alta direção, diversasusinas estão realizando programas detreinamento e de desenvolvimento pessoal”,constata Erotides Bosshard.

RH estratégico eleva competitividade de empresas

Gil Bosshard: gestão de pessoas tem papel estratégico na sobrevivência da empresa

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 44

Page 45: JornalCana; Edição 230

Março/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 45

Atividade diária não deve setransformar em sofrimentoO profissional precisa compreender seupapel e entender que trabalho é umaoportunidade de realização pessoal

Oitenta por cento dos problemas de baixa produtividadeem usinas e destilarias são decorrentes da falta de liderançaadequada, de acordo com Erotides Gil Bosshard. Para odiretor de relações institucionais do Gerhai, o líder deve darsuporte para que a equipe trabalhe em sintonia. Mais do queisto. Deve criar condições para que cada profissional entendaque a sua atividade diária não é um sofrimento e sim umaoportunidade de realização pessoal.

“O profissional precisa compreender a importância do seupapel para a empresa e para a economia do Brasil como umtodo para ser um empregado produtivo. O simples cumprimentode ordens pode tornar o trabalho um sofrimento”, comenta. Osmodelos eficientes e modernos de gestão de pessoas devem,entre outras prioridades, abrir espaço para a comunicaçãotransparente. Erotides Bosshard explica que o líder deveassumir as suas responsabilidades e expor quais são asdificuldades que estão sendo enfrentadas pela empresa.

O gestor deve se preocupar também em envolver a equipena superação dos desafios, conforme explica o diretor doGerhai. Essa postura é oposta às atitudes de chefesautoritários e ultrapassados, que agem, em diversos casos,como “meninos de recados”, deixando escapar algumas“pérolas”, como: “Os homens estão mandando fazer isto” ou“A ordem é do patrão, quem não fizer, vai ser demitido”.Segundo Erotides Bosshard – que é também consultor doGrupo Abengoa –, não existe mais espaço para este tipo decomando. O líder deve criar condições para a motivação ecomprometimento da equipe. (RA)

Usinas aindanão sabem lidarcom integrantesda geração Y

Um dos grandes desafios daliderança é lidar com umaparcela mais estratificada dageração Y, ou seja, com jovens nafaixa etária de 18 a 25 anos,solteiros, que geralmente moramcom os pais e têm formação noensino médio, detalha o diretorda Suppra.

A geração Y é composta porpessoas nascidas após 1980 quese desenvolveram num períodode avanços tecnológicos e deprosperidade econômica.

No caso do perfil dos jovenscitados por Mário Ibide, há umacaracterística que tem geradodificuldades nas empresas: elesnão têm apego ao emprego –acrescenta – e não temem serdemitidos, pois sabem que terãonovas oportunidades nomercado. “Líderes eencarregados, geralmente comidade entre 40 e 50 anos, nãosabem lidar com essa parcelaimportante do quadro defuncionários”, ressalta. (RA)

Líderes e encarregados com idade entre 40 e 50 anos

em geral não sabem lidar com os mais jovens

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 45

Page 46: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 46

Page 47: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 47

Page 48: JornalCana; Edição 230

Março/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO48

Reuniões participativascontribuem para a obtenção de resultados positivos

A maneira da liderança de empresasenfrentar os efeitos da crise, que afetou osetor, interfere diretamente nos resultadosobtidos. Diretores e gestores estratégicos deusinas que se fecham em salas, querendoresolver todos os problemas, não costumamser bem-sucedidos em suas iniciativas,constata Danielle Moro, gerente dedesenvolvimento organizacional da ExameAuditores Independentes.

Líderes que promovem reuniõesparticipativas, expondo, por exemplo, qualé o tamanho da crise conseguem resultadossatisfatórios, constata. “As equipesprecisam estar cientes da situação, mesmoque a empresa esteja passando por umprocesso de recuperação judicial. Énecessário conversar, explicar. Nem todo

mundo sabe o que é recuperação judicial”,observa. A transparência é consideradauma forte aliada contra a crise.

Os gestores devem reconhecer emcada funcionário a preocupação com omomento difícil e o papel que podedesempenhar para a superação da crise, deacordo com Danielle Moro. Se for o caso derealizar corte de pessoal, como últimaalternativa, é preciso levar em consideraçãoessa postura dos funcionários. Em umasituação de dificuldades financeiras, osdiretores e gerentes terão que dar oexemplo, adotando medidas voltadas àredução de custos.

Segundo a gerente de desenvolvimentoorganizacional, é comum a saída dealgumas pessoas e a demissão de outras emmomentos de crise. Em consequênciadisso, ocorre um aumento do volume detrabalho para os que permanecem naempresa. Gerentes acabam acumulandomais de uma área. “A crise é também umperíodo de aprendizagem, tanto a equipecomo a própria empresa podem sairfortalecidas desse processo”, afirma. (RA)

Programas de gestão precisamregistrar procedimentos

Competências dos cargos devem ser definidas com clareza

As empresas não podem ficar presas arótulos de sistemas de gestão de pessoas,nem atreladas a um determinado consultorou gestor de Recursos Humanos, opinaMario Ibide, diretor da Suppra. Ele diz queum programa nessa área deve serdesenvolvido com metodologia, consistênciae boa base científica. “É preciso terqualidade e continuidade”, enfatiza.

Os programas de gestão de pessoasimplantados com a consultoria da Suppraadotam a descrição e registro de todos osprocedimentos da área de gestão depessoas, seguindo o modelo da certificaçãoISO 9.000. O objetivo é que essas práticasse tornem domínio da empresa e sejam

periodicamente auditadas, informa MárioIbide, que é também conselheiro doGerhai.

Danielle Moro ressalta que a empresadeve realizar um trabalho permanentevoltado para o desenvolvimento desistemas eficientes de gestão, incluindo aestruturação de Recursos Humanos, paraque esteja inclusive bem preparada para osmomentos de crise. “A governançacorporativa seria o melhor dos mundos”,afirma. Ela destaca ainda a necessidade deenvolver a equipe na geração deinformações precisas e seguras que têm afinalidade de subsidiar os gestores natomada de decisões. (RA)

A implantação de um modeloeficiente de gestão de pessoas deve daratenção especial, entre outrosprocedimentos, ao processo derecrutamento e seleção. É necessáriodefinir com clareza as competências doscargos para que ocorra a escolha depessoas com requisitos e qualificaçõesadequadas para cada função, conforme aopinião de especialistas da área.

A profissionalização da área degestão de pessoas deve incluir autilização de metodologias quepossibilitem a avaliação de desempenhode seus funcionários. É necessárioconsiderar as condutas técnica, de

desenvolvimento e comportamental,afirma Danielle Moro, da ExameAuditores. A maneira como o funcionáriose relaciona com o cliente e a forma comoele “carrega” a marca da empresa sãoalgumas atitudes – exemplifica – quedevem ser avaliadas.

A gerente de desenvolvimentoorganizacional diz que o profissionalgeralmente espera um feedback daempresa sobre o seu desempenho. Elequer saber se o trabalho dele estáatendendo as expectativas e objetivos doempregador. “A empresa precisaconhecer o seu profissional para usar oseu potencial”, observa. (RA)

Transparência é forte aliada no combate dos efeitos da crise

Danielle Moro: gestores devem perceber no funcionário a preocupação com o momento difícil

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 48

Page 49: JornalCana; Edição 230

Março/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 49

A somatória dostreinamentos dos 15 mil funcionários daOdebrecht Agroindustrialchega anualmente a 800 mil horas

“A gestão de pessoas é consideradatotalmente estratégica para o nossocrescimento”, afirma Genésio Couto, vice-presidente de pessoas e de sustentabilidadeda Odebrecht Agroindustrial, novadenominação da ETH Bioenergia, queconquistou na categoria “Gestão dePessoas” o Prêmio MasterCanaDesempenho Centro-Sul 2012. Segundoele, com 100% de suas operaçõesmecanizadas, o grupo precisa de pessoasqualificadas que tenham umacontinuidade na relação de emprego com aempresa visando uma carreira.

Uma das ações do grupo, nessa área, éa capacitação de pessoas das regiões ondeatua. “Acabou aquele êxodo da mão deobra que havia antes das operaçõesmecanizadas. As usinas empregavamforasteiros que depois da safra, voltavampara as suas origens ou para outro tipo decolheita em outros locais. A OdebrechtAgroindustrial nasceu no momento detransformação do setor com a

mecanização”, comenta. A maior necessidade de qualificação

de pessoas tornou-se inclusive uma dasexigências da nova fase da atividadesucroenergética. Sintonizado com asmudanças no setor, esse grupo tem

realizado, nos últimos três anos, 800 milhoras de capacitação profissional por safra,considerando o total de horas detreinamento de seus 15 mil funcionários ouintegrantes, como são denominadas aspessoas que trabalham na Odebrecht

Agroindustrial. “Isto significa que cada umdeles entrou pelo menos três vezes em salade aula ao longo da safra”, detalha. Oinvestimento da empresa em capacitação etreinamento é de R$ 6 milhões por ano.

Sessenta por cento das iniciativasnessa área estão voltadas para aqualificação de trabalhadores que atuamna área operacional, informa GenésioCouto. A capacitação da liderança é outraprioridade da empresa: 25% do total dashoras de treinamento, com enfoque emcomportamento, são destinadas paraesses profissionais. “Acabou-se o tempode capataz. Queremos líderescomandando pessoas que visam ocrescimento”, diz.

A empresa inclusive promoveu 2.500funcionários no ano passado. “Auxiliaresagrícolas passaram a atuar comooperadores, tratoristas foram paracolhedoras, operadores de colhedoras setransformaram em líderes de frente.Promovemos 262 pessoas para essafunção”, informa.

A partir de avaliações, a liderançaindica se um funcionário, dependendo dasua aptidão, pode ter crescimentohorizontal, que equivale a mudança deárea, ou vertical que representa umaascensão de carreira na empresa. “Apromoção não é automática. Mas, aliderança indica quem tem capacidade decrescimento e quando há uma abertura devaga a gente olha para dentro”, afirma.

Empresa investe R$ 6 milhões em capacitação por safra

Genésio Couto: investimento em qualificação profissional

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 49

Page 50: JornalCana; Edição 230

Março/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO50

“Energia Social” capacita pessoas para concorrerem a vagas disponibilizadas pelo grupo sucroenergético

A Odebrecht Agroindustrial tem criado novasoportunidades de trabalho e de profissionalização para osmoradores de municípios dos estados de São Paulo, Goiás,Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, onde estão instaladasas nove unidades sucroenergéticas do grupo. Os seus 15 milfuncionários representam mais de 10% do total dapopulação dessas cidades, de acordo com Genésio Couto.

Além disso, a empresa desenvolve o programa EnergiaSocial, voltado para a comunidade, que oferececapacitação profissional para as pessoas mesmo antes delasserem admitidas na Odebrecht Agroindustrial, conformeexplica o executivo. “Qualificamos as pessoas para sehabilitarem a concorrer a uma vaga na empresa. Esse cursoé feito geralmente em parceria com o Senai”, detalha.

Depois que ingressam na Odebrecht Agroindustrial, oprofissional tem treinamentos específicos nas áreas agrícolae industrial. Nas atividades no campo, incluindo a área demotomecanização, está empregada a grande maioria dosfuncionários da empresa, ou seja, 13.800 pessoas.

A preocupação da Odebrecht Agroindustrial com oprocesso de gestão de pessoas começa com o recrutamentoe seleção. A escolha dos novos integrantes da empresa, queatuam principalmente na área operacional até umdeterminado nível de coordenação, é feita nas própriasunidades. “Temos uma linha conceitual que facilita muitoo trabalho de quem atua com ‘pessoas e organização’. Nós

não chamamos essa área de recursos humanos”, esclarece.A estrutura específica de “pessoas e organização”,

existente nas unidades e polos sucroenergéticos do grupo,segue as orientações da empresa sobre os procedimentosadotados para contratação, que deve ser feita de acordocom as características e competências descritas na“Tecnologia Empresarial Odebrecht”. Há nove pontoscomportamentais que devem fazer parte das características

do chamado “parceiro Odebrecht” – informa GenésioCouto –, independentemente da atividade profissional.

As exigências incluem características técnicasinerentes a especificidade de cada cargo. Alguns dessesrequisitos, não atendidos pelos novos integrantes daempresa, podem ser desenvolvidos ao longo da carreira,inclusive em programas de qualificação, esclarece o vice-presidente de pessoas e sustentabilidade. (RA)

Unidades oferecem oportunidades de emprego e de qualificação

Treinamento da Odebrecht Agroindustrial

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 50

Page 51: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:05 PM Page 51

Page 52: JornalCana; Edição 230

Março/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO52

Um dos grandes desafios naárea de gestão de pessoas é opreenchimento de vagas no setor demanutenção mecânica automotiva.“Com o número de equipamentos ede operadores que nós temos,precisamos de um batalhão demecânicos para atuar no campo. Nasnovas fronteiras não existiam essesequipamentos e, portanto, nãohouve a formação de mecânicos paraesse tipo de atividade”, comentaGenésio Couto. Segundo ele épreciso estar atento ao processo dequalificação dessas pessoas. (RA)

Usinas precisam debatalhão de mecânicos

Cumprimento de metas geraremuneração adicional

O cumprimento anual de metaspreviamente estabelecidas significaremuneração adicional para osfuncionários da Odebrecht Agroindustrial.“Temos a partilha de resultados em todosos níveis, que independem de outrosprogramas de participação”, afirmaGenésio Couto. As lideranças avaliam osintegrantes de suas equipes a partir deprogramas de ação que estabelecem asmetas que devem ser atingidas.

Para operadores, a empresa utiliza osindicadores do programa ExcelênciaOdebrecht Empresarial. Essas metas sãoexpostas em painéis fixados no centro devivência das unidades, onde essesprofissionais se reúnem diariamente.“Antes de começar o turno, há umaconversa em volta da liderança que explicaquais são as metas do dia e quais são osaspectos de segurança que devem serobservados”, relata. (RA)

Programa de capacitaçãoda liderança operacionalaborda legislação,segurança e autonomia,entre outros temas

Dois programas oferecidos pelaOdebrecht Agroindustrial são consideradosfundamentais para a qualificação delideranças, segundo Genésio Couto. Para aárea agrícola, há o programa de liderançaoperacional, composto por cinco módulosque são dados em 96 horas “Essetreinamento é o grande carro-chefe que faza mudança”, enfatiza.

“O primeiro módulo aborda diversosaspectos de liderança, com explicaçõessobre o que é ser líder e não chefe. Osegundo ponto refere-se à legislaçãotrabalhista. O líder precisa saber comodeve proceder para tratar a sua equipe. Seele não tratar bem, vai receber umadenúncia de assédio moral”, comenta.Genésio Couto informa que este móduloinclui também aspectos relacionados àdemissão de funcionários. Há a abordagemdos requisitos necessários para umademissão, do que deve ser feito antes daadoção deste procedimento, entre outrositens.

O terceiro módulo é sobre segurança emeio ambiente. “Nosso líder de frente estádistante, por causa dos canaviais, algunsquilômetros da usina. Esse homem tem lána frente um ativo de equipamentos quechega a R$ 6 milhões, incluindocolhedoras, carros-pipa, tratores e lideraem média 25 operadores. Ele tem que estarpreparado para lidar com a segurança ecom o meio ambiente. Temos os técnicosdessa área que ficam circulando. Mas, olíder é quem precisa ter a primeira visão”,afirma.

“Ser dono do seu negócio” é o temacentral do quarto módulo, que é embasadona Tecnologia Empresarial Odebrecht.“Fala de produtividade, da autonomia, dadescentralização que é um dos pilares daorganização, do espírito de empresariar daforma simples, do espírito de ser dono doseu próprio negócio. O líder tem que terautonomia para decidir, para requisitar umequipamento e o trabalho do mecânico emdeterminado momento”, exemplifica. E oquinto módulo está relacionado ao

entendimento dos indicadores operacionaisque fazem a diferença – observa – daprodutividade e da competitividade.

O outro programa de qualificaçãonessa área é o “Tornando as equipesprodutivas”, voltado às lideranças agrícola,industrial e administrativa. Estetreinamento aborda aspectos deprodutividade. “O líder deve inspirar,motivar a equipe para ser produtiva, com oolhar no crescimento e desenvolvimento daspessoas e nos custos da empresa”, diz. (RA)

Treinamento é considerado

o carro-chefe da mudança

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 52

Page 53: JornalCana; Edição 230

Março/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 53

Grupo terá novidades emtodas as suas áreas;MasterCana Social volta aser realizado emSertãozinho, SP

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Buscando aprimorar seus encontros, oGerhai - Grupo de Estudos em RecursosHumanos na Agroindústria – traznovidades em 2013. Além das boas novas,o Grupo divulgou sua agenda de reuniões,que contempla oito encontros entre osmeses de fevereiro e novembro, sendo o dejulho realizado em Piracicaba (SP), o deagosto em Sertãozinho (SP) e o denovembro em Catanduva (SP). Os demaisacontecem em Ribeirão Preto (SP).

A grande novidade será o PDC -Programa de Desenvolvimento Continuado,implantado como ferramenta dedesenvolvimento dos participantes. Quemexplica melhor é José Darciso Rui,fundador e diretor executivo do Grupo. “Éum projeto que tem como objetivo fazercom que os profissionais de RH dasassociadas ao Gerhai cresçam na parte de

desenvolvimento organizacional. Ao longodo ano, vamos tratar de assuntos comoremuneração estratégica, governançacorporativa, carreira, sustentabilidade,liderança, comunicação. Aos profissionaisque comparecerem em no mínimo cincoreuniões será oferecido um certificado deconclusão como participantes do PDC”.

Outra mudança fica por conta dasnovas comissões temáticas, divididas daseguinte maneira: remuneração ebenefícios, saúde ocupacional,sustentabilidade e comunicação, relaçõestrabalhistas e sindicais e desenvolvimento.“Anteriormente trabalhávamos com setecomissões, mas resolvemos incorporar

algumas e enxugar esse número paracinco”, diz o fundador do Grupo.

Já o MasterCana Social, feito emparceria com a ProCana Brasil, volta a serrealizado junto ao MasterCana Centro-Sul,em Sertãozinho. Isso porque no último anoo evento aconteceu na cidade de São Paulo,em outubro. “Resolvemos trazê-lo paraSertãozinho já que para a maioria dasusinas a capital fica fora de mão. Pelalogística, elas preferem no interior”,afirmou o diretor, que informa o período deinscrições em primeira mão. “As usinaspodem inscrever seus trabalhos no períodoentre 1º de março e 30 de junho, sendo queeste ano não teremos como prorrogar, já

que não haverá tempo hábil para isso”,alerta.

Alterações também aconteceram nadiretoria do Grupo, que agora passa a sercomposta por quatro membros, tendo comopresidente Beatriz Resende, da UsinaBatatais; vice-presidente Luiz Doro, da SãoJosé da Estiva; diretor de relaçõesinstitucionais Erotides Gil Bosshard; e JoséDarciso Rui, como diretor executivo.“Passamos por uma renovação. O Gerhaiparte para uma modernização em suasatividades, e este processo engloba quasetodas as áreas”, explica Rui.

No calendário também está prevista arealização do Workshop Temático, emPiracicaba. Em 2013, a discussão serásobre os caminhos da remuneração,englobando todos os detalhes sobre oassunto.

Por fim, o “12º Seminário de Gestãode Sustentabilidade e de Pessoas” aparececom novidades já no nome. O objetivo damudança é atrair participantes das maisvariadas áreas, sem que haja restrição aosetor sucroenergético. “Nossa ideia émostrar que gestão de pessoas esustentabilidade não é feita apenas nosegmento canavieiro, vai além. O Gerhaiapenas organiza, não segmenta o público.Qualquer área da economia pode e deveparticipar conosco”, finaliza Rui.

POR RENATO FAZZOLARI

O tema cargos e salários, estruturaorganizacional é muito extenso para quepossamos sintetizá-lo em uma única “Dica”,por esse motivo resolvi reparti-lo em várias“Dicas”, iniciando por esta que chamaremosde Parte I.

Recebi uma mensagem pela internetque dizia o seguinte: “Quando aprendemostodas as respostas, mudam-se todas asperguntas”.

Creio que esta frase se aplicaexatamente para a realidade atual que osegmento sucroenergético vem passando. Seme perguntarem se hoje está melhor ou piordo que no passado, direi que simplesmente éoutro momento, e que em função do estágioatual, as circunstâncias são diferentes eexigem outra leitura, e consequentementenovas ações.

Como o futebol também vem passandopor uma mudança muito grande, vamosfazer uma analogia com o que estáacontecendo com as usinas que ficará maisfácil para entendermos o cenário como umtodo.

Você gostaria de ter o Messi ou oCristiano Ronaldo em seu time?

Eu gostaria, mas, como sempre, temum, mas. Será que seria viável ter um dessescraques em meu time? Será que não seria muita areia pro meucaminhãozinho? Vamos parar de sonhar eanalisar as improbabilidades para que issovenha a ocorrer.

Façamos algumas ponderações: Seráque o meu time teria dinheiro suficiente parafazer esse tipo de aquisição? Será que oplantel (grupo de jogadores) estaria à alturade ter um craque desse naipe? A direção e otécnico saberiam lidar com uma situaçãodessas e dariam condições para que essesjogadores pudessem desenvolver todo o seupotencial? Mesmo que conseguíssemoscontratá-los será que conseguiríamos mantê-los, pois o assédio de outros clubes seriaconstante. E o equilíbrio salarial com osdemais jogadores, será que não iria quebrara harmonia da equipe? Poderíamos fazeruma série de outras ponderações, no entantocontinuemos em nosso devaneio.

Digamos que conseguíssemossolucionar todos esses questionamentos,ainda restaria saber se os respectivosprofissionais aceitariam vir jogar nalocalidade que se encontra o nosso clube,tendo em vista que residem em locais ótimosde primeiro mundo. E qualidade de vida faz

muito a diferença. Será que as famílias delesaceitariam a mudar-se para onde estamos?

Até aqui estamos falando emaquisições, mas será que as condições queestamos oferecendo são adequadas paramanter os jogadores com qualidade epotencial que possuímos? O mercado dabola (e o sucroalcooleiro) está cheio deolheiros a busca de novos talentos, será queestamos preparados para os assédios? Essassimples e compactas analogias poderiam serfeitas em relação às usinas, alertando sobre arealidade do momento em que estamospassando e os cuidados que devemos terpara manter um sadio quadro defuncionários. Repassando o exposto, efazendo um resumo do que é importantepara se iniciar uma adequada otimização dopotencial profissional da usina, devemosponderar o que se segue, mas semprelevando em consideração a aquisição e amanutenção de profissionais:� Fazer uma análise (diagnóstico) da

realidade da usina� Como é a estrutura organizacional� Onde situa-se a usina, região e condições

do local� Em qual situação que se encontra

econômica e financeiramente� Qual o impacto de uma nova contratação

em relação ao equilíbrio interno� Quais os pontos positivos que existem, e

procurar explorá-los � Quais os pontos negativos que existem, e

procurar corrigi-los, mas se não forpossível corrigi-los, procurar compensá-los com outros fatores positivos

� Como estamos em relação aosconcorrentes

� Como será a imagem da usina nomercado

� Quais são os concorrentes que devemosnos comparar

� Quais as nossas características peculiaresque temos que levar em consideração

� Como está o clima organizacional. Oambiente é bom ou ruim. Aqui daremosuma sugestão: adicione a energia doamor, da compreensão, da motivação,que sempre funciona bem. Estáprovado que ambientes alicerçados emrancor, vingança, intolerância,invariavelmente levam a um climaorganizacional ruim, que se refletediretamente na ineficiência e máprodutividade dos trabalhos.

� Importante ressalvar: não procure serigual a outras usinas, isso é totalmenteinviável, busque a própria identidade, eprocure aprimorá-la continuamente.

ARTIGO

Como aperfeiçoar o potencial de cada funcionário ao cargo

Gerhai passará por

remodelação neste 2013

José Darciso Rui, fundador e diretor

executivo do Grupo

REUNIÕES DO GERHAI EM 2013

� 5/4/2013 - Ribeirão Preto� 17/5/2013 - Ribeirão Preto� 21/6/2013 - Ribeirão Preto� 26/7/2013 - Piracicaba/CTC -

(Workshop Temático)� 27/8/2013 - Sertãozinho (Fenasucro)� 25/10/2013 - Ribeirão Preto� 29/11/2013 - Reunião e

Confraternização - Noble(Catanduva)

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 53

Page 54: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL54

A linha da Renk Zanini inclui redutores para acionamento de difusores

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

A Renk Zanini oferece aomercado sistemas para acionamentode moendas baseados tanto emredutores de eixos paralelos, comoplanetários.

A linha Torqmax é constituídade redutores de eixos paralelos de três ou quatro estágios deredução, com divisor de torque no último estágio. Asprincipais características deste redutor são a altaconfiabilidade e robustez, além de operar por longosperíodos sem necessidade de manutenção. São empregadosgeralmente para acionar todos os rolos do terno de moenda.

A nova linha Pentamax 2.0 possui o primeiro estágiode redução com eixos paralelos, unindo desta forma o quehá de mais vantajoso dos dois conceitos: eixos paralelos eplanetários. Todos os porta-planetas são suportados porrolamentos, conferindo maior robustez ao produto frente àsvariações de carga impostas pela aplicação.

Nesses novos redutores a quantidade de óleonecessário à lubrificação foi reduzida em mais de 50% emrelação aos sistemas existentes no mercado, reduzindocustos. E sua captação é feita de forma independente emcada estágio de redução, evitando ao máximo acontaminação entre estágios. Outra característica dosredutores Pentamax 2.0 é o fato de apresentarem o eixo de

saída com possibilidade de desmontagem do porta-planetasdo último estágio, facilitando a manutenção.

A linha Fleximax, com eixos coaxiais e estágiosplanetários, é fixado individualmente em cada rolo damoenda, sendo acionado por motor elétrico com giro dacarcaça impedido através de um braço de torque fixo nafundação de concreto. Sua construção é compacta, combaixo peso, alto rendimento e desempenho.

A empresa também produz redutores planetários aplicáveis à difusores, compactos e de altodesempenho, características comprovadas através doacompanhamento das diversas unidades em operação há

quase 30 anos. Segundo Antonio Carlos Barros, gerente de bioenergia,

“Os investimentos feitos nas plantas sucroenergéticas levammuito em conta a confiabilidade no equipamento e aeficiência global”.

Aprimorando seu parque fabril, a Renk Zaniniinstalou recentemente uma nova retífica de dentes comcapacidade até módulo 50 e qualidade 3 DIN 3962/3, oque proporcionará além do aumento de capacidade fabrilpara atender seus novos compromissos e contratos, umsalto de qualidade, como também gerar aumento deprodutividade.

Renk Zanini fabrica redutores paralelos e planetários

Redutores planetários Renk Zanini instalados na Campo Florido, MG, do Grupo Coruripe

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 54

Page 55: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 55

Simplificação de lay-out econstrução compacta sãopontos de destaque

Fundada em2005, época ondegrandes projetos deimplantação deusinassucroenergéticasganhavam corpo, juntamente com acogeração, a TGM Transmissõesvislumbrou um novo mercado para oacionamento de moendas, introduzindoseus redutores planetários que provocaramuma revolução nos conceitos até entãodominantes no setor industrial deprodução de açúcar e etanol.

A empresa produz a linha deredutores planetários RPZ/RPS com umagama de torque que vai de 85 a 4000 kN.mem sua unidade fabril de Sertãozinho-SP.

“Nossa linha de planetáriosrepresenta o que há de mais eficiente noacionamento de moendas. Compactos epesando 30 a 50% a menos que outrostipos de reduções, esses planetários sãomuito versáteis, possibilitando múltiplasopções de configuração, desde oacionamento central de um terno até oacionamento rolo a rolo”, afirma PauloVizin, gerente comercial da TGMTransmissões.

“Nas moendas de grande porte, comoas de 90” e 100”, adotadas pelas usinas demaior capacidade de produção, oacionamento individual rolo a rolo pormotores elétricos e redutores planetários éa opção mais viável técnica eeconomicamente”, complementa Vizin.

Com isso, obteve-se um considerávelganho energético, pela substituição dasturbinas de simples estágio, até entãousadas comumente para esse propósito,por motores elétricos.

“Nossas opções de acionamento rolo arolo foram tão bem recebidas pelomercado, que praticamente 100% dasmaiores moendas instaladas no Brasil, debitola 100”, usam planetários TGM em seuacionamento, atestando a qualidade dosnossos produtos e a liderança quealcançamos no setor sucroenergético”,afirma Vizin.

Os planetários da série RPZ/RPSpossuem número de estágios definidos deacordo com a relação de reduçãonecessária. Cada estágio pode ser compostode três, quatro ou cinco engrenagensplanetárias, para que se garanta umfuncionamento suave. O redutor éequipado com um sistema limitador detorque para proteger todo o conjuntomecânico no caso de sobrecargas. Oacoplamento final do planetário com amáquina acionada é feito com disco decontração, flange com pinos, ou aindamediante especificação do cliente. (FPM)

Planetários TGM possibilitam múltiplos esquemas de acionamento

Redutores planetários TGM no acionamento rolo a rolo de moenda 90”

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 55

Page 56: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL56

Mais eficientes, os novosacionamentos proporcionammúltiplas configurações

O significativo aumento da capacidade de moagemdas usinas e a evolução tecnológica implicaram nosurgimento de novas modalidades de acionamentos paramoendas. As antigas concepções existentes se tornaraminsuficientes e necessitaram serem trocadas por outrascapazes de prover as novas necessidades do setor deextração das usinas.

Anteriormente havia praticamente só um tipo deacionamento, que era constituído de turbina a vapor desimples estágio, redutor e engrenagens abertas do tipo bi-helicoidais e retas que se encarregavam da redução final,também denominadas de “volandeiras”, um resquício dosprimórdios das usinas, quando as moendas eramacionadas por motores a vapor que necessitavam devolantes de vários metros de diâmetro para sua operação.

Ao mesmo tempo em que as moendas foramaumentando sua capacidade ao longo do tempo, por meiode diversas técnicas, como alimentação por Donely,chapisco em rolos, a evolução na tecnologia dos materiais,tratamentos e sistemas de usinagem mais precisospossibilitaram o surgimento de novas concepções deconjuntos de redução, mais compactos, fechados, aptos amanejar os elevados torques necessários à operação dasmoendas modernas, como os redutores de eixos paralelos eplanetários disponíveis na atualidade.

Paralelamente, a evolução da eletrônica de estadosólido permitiu a construção de sistemas que possibilitam avariação de velocidade de motores de indução de altapotência, possibilitando o emprego de motores elétricos,muito mais eficientes do que as turbinas, no acionamentodas moendas e e preparo da cana, o que juntamente com aadoção de caldeiras de alta pressão tornaram as usinascapazes de gerar um excedente de energia elétricacomercializável, a cogeração.

Neste novo conceito, o vapor de alta pressão geradopor uma caldeira alimenta uma turbina de extração e/oucondensação que aciona um gerador de alta potência, quepor sua vez fornece energia para os motores das moendas,picador desfibrador, além dos demais acionamentos dafábrica. Dessa forma, a diferença de energia proporcionadapela maior queda entálpica devido ao uso de maiorespressões de vapor é que possibilita a geração de umexcedente comercializável de eletricidade.

A substituição das turbinas a vapor de simples estágiopor motores elétricos também resultou na possibilidade dese executarem “layouts” mais amplos nas usinas modernas,já que não há mais necessidade de se levar vapor àsturbinas, substituindo-se as pesadas tubulações e seusacessórios, como válvulas e estruturas, por cabos elétricos.

Os novos sistemas permitem agora uma multiplicidadede opções, que vão desde o acionamento integral até ao“rolo a rolo” das moendas, tanto para aumento dacapacidade de conjuntos existentes, como para instalação

em unidades novas, denominadas “greenfield”.A escolha do tipo de acionamento é uma tarefa que

envolve diversos aspectos técnicos e econômicos, incluindoconfiabilidade e requisitos de manutenção. Pelamultiplicidade de fatores envolvidos, fabricantes e usuáriostem diversas opiniões para justificar a opção entre ossistemas de eixos paralelos ou de redutores planetários.Independentemente de suas opiniões, esses sistemasrepresentam o “estado da arte” e seguramente são umagrande evolução tecnológica. (FPM)

Novos acionamentos permitem layout compacto no setor de extração

Acionamento de moendas por motores elétricos e redutores planetários

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 56

Page 57: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 57

Page 58: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL58

Acoplamento flexívelreduz risco de danosao acionamento

Na operação de moendas, um dospontos susceptíveis de apresentar falhaspor ruptura é justamente o acoplamentoentre o acionamento e o terno demoenda propriamente dito.

Convencionalmente, essesacoplamentos são feitos pelo sistema depalito e luvas em ferro fundido quetanto atuavam na transmissão dotorque necessário à moagem permitindoa flutuação do rolo superior, comofuncionavam como um “fusível” no casode sobrecargas por embuchamento noterno de moenda, ocasião em que asluvas se rompem protegendo oacionamento.

Entre as desvantagens dessesistema estão o grande desgaste devidoà natureza dos materiais, o custo dereposição, além dos riscos aosoperadores no caso da ruptura dasluvas, casos estes estivessem próximos.

Nas moendas de maiorcapacidade, com grandes flutuações norolo superior, também foi necessárioprolongar os palitos para evitar esforços

adicionais nos mancais ou rolamentos,resultando em uma necessidade deespaço adicional para o conjunto demoagem.

Uma nova modalidade deacoplamento foi introduzida paracontornar esses problemas apresentadospelos sistemas de acoplamentoconvencionais: o acoplamento flexível.

Esse sistema compensa odesalinhamento entre eixos, o quepossibilita maior flutuação do rolosuperior e elimina a rigidez existente noconjunto luva/palito anteriormenteempregado, reduzindo a possibilidadede danos no eixo do rolo e mancais doacionamento. Além disso, reduz oconsumo de energia pela eliminação doatrito entre luva e palito e traz obenefício de proteger o acionamento nocaso de ruptura do eixo do rolosuperior.

A Dedini, empresa que há longotempo se dedica a fabricação demoendas e outros equipamentos para aindústria sucroenergética oferece aomercado o acoplamento flexível de suafabricação, mostrando que esse tipo deequipamento pelas suas vantagenscertamente sucederá as luvas e palitoscomo opção de acoplamento entre oacionamento e as moendas. (FPM)

Acoplamentos flexíveis substituemluvas e palitos nas moendas

Acoplamento flexível para moendas

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 58

Page 59: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 59

Sistema DHMA já foiinstalado em mais de 150ternos de moenda

O processo de extração do caldo dacana-de-açúcar nas usinas é uma dasoperações fundamentais e que requergrande atenção. Qualquer redução naeficiência de extração resulta em perda desacarose, sem possibilidade derecuperação. Assim, o controle terno aterno dos parâmetros de moagem resultaem minimização de perdas, comconsequente ganho de produtividade.

Para extrair o caldo da cana que passapor seus rolos, a moenda é dotada decabeçotes hidráulicos que pressionam ocilindro superior contra o colchão de cana,retirando o caldo contido de maneiraanáloga ao se espremer uma esponjaembebida em água. Dentro de limites,quanto maior a pressão, mais eficaz será aextração.

No entanto, pela própria natureza damatéria-prima, não há garantias que ocolchão de cana que passa pelas moendastenha uma densidade constante ao longodo comprimento dos rolos, o que acaba setraduzindo em pontos de maior ou menorpressão, e como consequência, variaçõespontuais na extração, o que equivaleria, noexemplo dado, a pressionar somente umdos lados da esponja.

Isto também implica em que umaquantidade maior de cana passe por umdos lados do cilindro superior, fazendo comque ele se incline, provocando umdesalinhamento entre os munhões e osmancais, e também entre os rodetes deacionamento dos cilindros inferiores.Nestas circunstâncias, a superfície decontato entre mancais e entre rodetes édiminuída e a pressão por unidade desuperfície aumenta, podendo vir a rompero filme de lubrificação, causando desgasteprematuro, ou mesmo danos permanentesa esses componentes.

Para manter o paralelismo dos rolosem qualquer circunstância foi desenvolvidoo DHMA, que é um sistema patenteadoque controla automaticamente a flutuaçãodo rolo superior das moendas,comercializado pela Dínamo AutomaçãoIndustrial, de Piracicaba-SP, e TectrolSoluções em Automação Industrial, deLondrina-PR, trazendo como benefíciosum aumento da extração, redução noscustos de manutenção e maiorconfiabilidade no conjunto de moagem.

O DHMA ao agir sobre os cabeçoteshidráulicos, possibilita aumentar o índicede extração, prolongar a vida útil doscomponentes das moendas e reduzir oscustos de manutenção. A operação ésimplificada por uma interface aooperador, através de sistema supervisório,que permite a monitoração eparametrização do sistema. (FPM)

Sistema automático mantém o paralelismo dos rolos de moenda

Instalação do Sistema DHMA em moenda

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 59

Page 60: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL60

Motores proporcionamganhos de energia e simplificação de instalação

Os avanços da tecnologia e o surgimento de novosmateriais e métodos de produção possibilitaram umconsiderável avanço na produção e eficiência das unidadesprodutoras de açúcar e etanol.

Entre esses novos conceitos de produção, oacionamento de moendas, preparo de cana e desfibradoresmerece um lugar de destaque, pela flexibilidade e ganhoenergético com que vieram contribuir para o aumento deeficiência operacional das novas indústrias.

Há pouco mais de 60 anos, as turbinas a vapor foramgradativamente substituindo os enormes motores a vaporque ainda na década de 70 eram utilizados noacionamento de moendas, picadores e bombas deprocesso, como as de produção de vácuo para a evaporaçãoe cozimento.

Embora já houvessem motores elétricos capazes deacionar esses equipamentos, nessa época não era simplesalterar com facilidade sua rotação, uma condiçãonecessária para o trabalho com moendas; nem haviamfontes de energia e geração disponíveis nas usinas para talfinalidade.

Foi a partir da década de 50, com o surgimento dossemicondutores e logo após, com os tiristores, uma chaveeletrônica de estado sólido, que equipamentos de controlepara motores, como os inversores de frequência, passarama ser desenvolvidos.

Paralelamente, a crescente demanda por energiaelétrica impulsionou as usinas a aproveitarem o bagaçoexcedente do processo para alimentar caldeiras de maisalta pressão e assim gerar energia que não só é utilizada deforma própria mas também fornecer ao mercado namodalidade denominada cogeração.

Com a evolução tecnológica, na atualidade pode-secontar com dispositivos de controle adequados ao comandode motores de alta potência, como os empregados emmoendas e preparo de cana, a um custo viável, graças aosmicrocontroladores e semicondutores de potência como osMOSFET e IGTD, abrindo um leque de perspectivas eproporcionando uma substancial alteração nos conceitosde projeto das modernas unidades produtoras.

Os motores elétricos empregados no acionamento deequipamentos que necessitam de alta potência paraoperação proporcionam uma eficiência de transferência de

energia entre elétrica e mecânica superior a 90%, quandocomparados as turbinas a vapor de simples estágioutilizadas anteriormente, cuja eficiência de transformaçãonão supera a marca dos 30%.

Também deve ser levado em conta que o uso demotores elétricos simplificou consideravelmente o layout dosetor de preparo e extração, eliminando as tubulações devapor e seus acessórios, como válvulas, purgadores eestruturas de sustentação. A motorização tambémsimplificou a interface com os sistemas de controle eautomatização, dispensando dispositivos mecânicosanteriormente necessários para o interfaceamento.

Essa evolução não se restringiu somente aosacionamentos, mas também alterou os conceitos dedistribuição de energia entre os diversos setores daindústria, que por força do constante aumento dacapacidade produtiva, com consequente aumento dapotência demandada, passaram a ter suas própriassubestações, sendo a energia distribuída em média tensão.

Assim, a motorização elétrica de equipamentos comomoendas, picadores e desfibradores, proporcionou umganho de eficiência considerável em relação aos sistemasanteriormente empregados, sendo um dos destaques dasmodernas usinas da atualidade. (FPM)

Motores elétricos nos acionamentos do setor de preparo e extração

Motor elétrico no acionamento de moenda de 90”

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 60

Page 61: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 61

Page 62: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL62

“Setor sofre pela falta de diálogo e pelaincapacidade dedesenvolver competênciase diálogos”

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Focado em três pilares principais:tecnologias, processos e pessoas, o coachingtem auxiliado os executivos do setorsucroenergético, a autodesenvolverem e aconquistarem melhores resultados nosnegócios, principalmente no tocante amanutenção preditiva. Esse é o tema emque Jair Ferreira Lima Jr, Trainer &Executive Master Coach da Via GestãoAssessoria e Capacitação, defende ementrevista exclusiva ao JornalCana. Paraele, um dos grandes gargalos do segmento éa falta de diálogo e de capacidade dedesenvolvimento de pessoas.

JornalCana - Como o coaching podeajudar as usinas a conquistaremmelhores resultados na área demanutenção preditiva?

Jair Ferreira Lima Jr – É precisodesenvolver gente para se atingir as metas eestratégias necessárias para o setor. Umaestratégia bem-sucedida precisa de trêspilares: investimentos em tecnologias, emprocessos e pessoas para que os resultadosaconteçam. Aí entra o papel do coaching.Sabemos que o desenvolvimento de gentepassa por processos de treinamentos delideranças e o coaching é o mais novoprocesso para apoiar esse treinamento.Conforme pesquisa britânica de 2010, como treinamento associado ao trabalho docoaching para apoiar as metas da pessoa, ocolaborador pode aumentar em até quatrovezes sua performance e desempenho.

Qual é o papel principal docoaching?

O coaching desenvolve oautoconhecimento da pessoa, fundamentalpara seu desenvolvimento; a autoconfiançae automotivação. O coaching apoia a pessoapara que possa desenvolver esses quesitosdentro dela. Coaching desenvolve pessoas,habilidades e atitudes. O coach não é umprofessor, é um incentivador do

desenvolvimento de competências ecompetências são: habilidade mais atitude.O executivo precisa se perguntar o que estáfazendo com seu tempo, equipe e liderança.Vejo um apagão da liderança, uma falta delíderes nas religiões, cidades, governo,empresa.

Quais as principais ferramentaspara ajudar no êxito da indústriasucroenergética?

Uma das ferramentas mais utilizadasno processo de coaching é o diálogo, e nãoadianta a empresa investir em certatecnologia de manutenção preditiva, se nãohá conversa entre as pessoas que cuidam dosetor, nem um alinhamento ouentrosamento. Essas pessoas envolvidas noprocesso devem parar uma hora por dia e

trocar ideias. Outros quesitos fundamentaissão a gestão de tempo, a delegação, comodeve tomar decisões. O coaching estimula aproximidade do diálogo relevante entre aspessoas, transmite para o executivo o que érealmente relevante e estimula o uso dessashabilidades e novos comportamentos no diaa dia. Potencializa as atitudes positivasdessas pessoas.

O que deve mudar na postura doslíderes?

O executivo do setor é ruim emexecução, mas ótimo planejador. Ele éexperiente, mas na execução é um caos, poisnão conversa, não se pergunta sobre comoestá o processo, não busca um feedback. Seesse executivo não se planejar para tertempo não fará nada na vida. Também deve

descobrir se o colaborador que cuida doequipamento em campo sabe qual a metaverdadeira da empresa e quem acompanhaisso. Se o líder não mudar o seu jeito de sernão haverá saída, ele precisa sentar, ouvir,dialogar, planejar e tomar decisões.

Por que o setor tem falta de diálogo?As empresas não conversam sobre o

que é mais importante, ficam apagandoincêndio. Surgiu a figura do líder“bombeirão”, super herói. Por exemplo, amanutenção preditiva previneacontecimentos, mas vemos executivos quecresceram nas empresas com essa posturaerrônea, algo que não dá mais para tolerarno mercado atual. Na atualidade o focoquase nunca é resultado, e dessa forma, nãogera resultado. Hoje a concorrência é muitorápida, e o empresariado exige que se façamais com menos, com velocidade.

Nesses acompanhamentos, como osenhor quantifica os resultados, porexemplo, dentro da área de manutençãopreditiva?

Quantifica-se a evolução edesenvolvimento da pessoa, através de umalinhamento logo nas primeiras sessões edepois promovemos uma reunião dealinhamento com o seu superior. Perceboque há uma total falta de entrosamentoentre o superior e o colaborador daempresa. Mas no final do processoconsegue-se quantificar em quanto oexecutivo evoluiu, através da visão de seusuperior.

Muitos confundem a figura docoach, com a de um treinador. Qual adiferença entre treinamento e coaching?

A palavra coaching origena-se docondutor de charrete do rei e rainha dosséculos passados, é a figura do coucheiro.Esse profissional é o condutor do processode apoiar e de ajudar o executivo aencontrar o caminho que deseja. Couch nãoé um terapeuta de executivo pois fala defuturo e de vida, sem muito falar dopassado. Ele fala de metas e de futuroquinzenalmente ou semanalmente. Ostreinamentos em geral se tornam algo muitomonótono e cansativo. Um treinamento quetrabalha comportamento e atitudeassociado ao coaching promove resultadosfantásticos. Mas nada impede que otrabalho do coaching possa ser realizadoisoladamente.

ENTREVISTA — Jair Ferreira Lima Jr

Coaching está valorizado na manutenção preditiva

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 62

Page 63: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 63

Page 64: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL64

Acumuladores hidráulicosdevem estar emconformidade com a NR13

As moendas realizam a extração do caldoatravés da pressão exercida pelo rolo superiorsobre o colchão de bagaço que está passandopelo seu interior. Muito embora esse rolo tenhauma massa considerável, a pressão necessáriapara se obter um índice de extração adequadoé muito mais elevada.

Para se alcançar esse nível de pressão asmoendas são equipadas com um sistemahidráulico que através de cabeçotes dotados depistões exerçam a forna necessária para acorreta extração.

O óleo é pressurizado por acumuladoresou garrafas, como são comumentedenominados, que se utilizam de nitrogêniocontido por uma “bexiga” para exercerpressão sobre o fluído hidráulico.

Esses acumuladores são vasos de pressão,e como tal estão submetidos a NR13. Se osacumuladores instalados na usina ainda nãoestiverem enquadrados nessa Norma, devemser imediatamente substituídos.

O engenheiro Paulo Leite, Diretor daTectrol e Dínamo, empresas que produzem ecomercializam o HDMA, Sistema deAutomação para manter o paralelismo do rolosuperior em moendas, recomenda cuidados namanutenção do sistema hidráulico doscabeçotes, para que sua operação se faça sem

problemas.“Devido ao ambiente dos sistemas

hidráulicos das moendas serem agressivos,sugerimos que uma manutenção maisdetalhada (desmontagem, válvulas, avaliaçãode bexiga e casco interna e externamente,testes, etc.) seja feita uma vez ao ano, assimcomo a verificação e pré-carga de nitrogênio.Usinas que já tenham um plano demanutenção estabelecido e controles dapureza dos seus óleos podem fazê-lo a cadadois anos”, explica o engenheiro.

“Antes de realizar qualquer serviço demanutenção, deve-se descomprimir a pressãodo óleo dos acumuladores, pois mesmo que abomba do sistema esteja desligada pode haveróleo armazenado sob pressão nosacumuladores”, adverte o engenheiro.

A Válvula de Segurança no sistemahidráulico da moenda é o principal item desegurança dos acumuladores hidráulicos e éexigência da NR13. Essa válvula deve estarinstalada entre o cabeçote hidráulico e oacumulador. No caso de ser instaladoqualquer equipamento adicional nessecircuito, uma válvula adicional deve serinstalada entre o cabeçote e esse novoequipamento.

Por ocasião da manutenção, todos ostestes e reparos devem ser feitos em bancadascom óleos livres de contaminações, pois se essecuidado não for observado a contaminação seespalhará para todos os equipamentos queestiverem instalados no mesmo circuitohidráulico.

Sistema hidráulico das moendas exige cuidados especiais

Desmontagem do acumulador hidráulico

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 64

Page 65: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 65

A capacidade de processamento decana por uma indústria sucroenergética nãodepende exclusivamente do tamanho damoenda e de uma alimentação constante decana, mas também da capacidade dos rolosde “puxarem” a cana desfibrada.

No passado vários métodos foramutilizados para aumentar a capacidade de“pega” dos rolos, quando a cana entreguenas usinas ainda era inteira, como os“chevrons”.

Atualmente, a técnica mais utilizadapara manter a rugosidade elevada nasuperfície dos rolos e assegurar um máximoângulo de “pega” pela moenda é aaplicação de material por meio de eletrodosespeciais nos flancos e na crista dos frisosdos rolos.

Essas técnicas se tornarampopularmente conhecidas como “chapisco”e “picote”, que permitem aumentarconsideravelmente a capacidade damoenda absorver a cana econsequentemente sua moagem.

Por sua efetividade, essas técnicas hojese tornaram comumente empregadas emtodas as usinas e sua adoção foi uma dasrazões para o considerável aumento dacapacidade de moagem atingido pelasusinas produtoras de açúcar e etanol.

A Uniweld Indústria de EletrodosLtda, fabricante dos eletrodos da marcaEssen®, que são amplamente utilizados emdiversos segmentos industriais, oferece umalinha completa de modelos dedicados ao

tratamento de rolos de moenda paraexecução das etapas de base, sobre base,picote e chapisco para as usinassucroenergéticas.

“Graças à nossa experiênciaacumulada na tecnologia de tratamento derolos, estamos hoje presentes não só nas

usinas brasileiras, mas também emdiversas usinas no exterior”, afirma comsatisfação Jefferson Santos, diretor daempresa.

Além da linha para tratamento derolos, a Uniweld também fabrica eletrodosespeciais para variadas aplicações de

revestimento e também para a recuperaçãode superfícies de componentes sujeitos adesgaste nas usinas produtoras de açúcar eetanol, como os martelos dos desfibradores,facas dos picadores, bagaceiras, rodetes,engrenagens de acionamento, rotores deventiladores, entre outros. (RA)

Técnicas como chapisco e picote elevam a capacidade de moagem

Aplicação de picote e chapisco em rolo de moenda

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 65

Page 66: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL66

Um dos itens que merecem umaatenção especial na manutenção dasmoendas para que operem sem o risco deparadas não programadas é o Sistema deLubrificação Centralizado.

O engenheiro Paulo Leite, diretor dasempresas Dínamo e Tectrol, especializadasem automação industrial, lembra osquesitos mais importantes desse sistemaintegrante das moendas.

“A limpeza é fator primordial nosequipamentos de lubrificação. E oscuidados com a limpeza devem começar nomomento da parada do equipamento paramanutenção. Antes de desmontarquaisquer itens como tubos, conexões,válvulas, bombas, entre outros, devemoslimpar toda a área ao redor dos mesmospara evitar possíveis contaminações comresíduos indesejáveis”.

“Mesmo com os equipamentos fora defuncionamento, alguns resíduos podematacar o lubrificante, o que acarretará aperda de algumas de suas propriedades edanificar o próprio equipamento,causando, por exemplo, oxidações internasque só serão percebidas através deinspeções detalhadas ou, o que é pior,quando os equipamentos voltarem afuncionar no início da próxima safra: aí osprejuízos são bem maiores”, afirma Paulo.

“O reservatório do sistema delubrificação deve ser cuidadosamenteinspecionado e limpo, interna eexternamente. Com a variação do nível dolubrificante, há uma constante entrada esaída de ar dos reservatórios através dosfiltros de ar e possíveis frestas de juntas járessecadas das tampas. Isto pode trazerimpurezas para dentro do reservatório”,complementa o engenheiro. “Portanto, operíodo de manutenção é a época propíciapara trocar todos os filtros de ar e tambémas juntas de vedações das tampas e tambémtodos os filtros instalados nos sistemas delubrificação”.

Nos itens que necessitem de pintura,deve ser usada tinta compatível com olubrificante e o ambiente onde estãoinstalados. Onde não seja possível aaplicação de pintura e a superfície formetálica, a manutenção se fará, no mínimo,com uma película de lubrificantecompatível com aquele normalmenteutilizado durante a operação doequipamento.

Os condutos e os equipamentos quepermanecem na planta após a fase de

desmontagem devem ser isolados paraevitar contaminações, assim como oscuidados com a limpeza noreabastecimento para o próximo início desafra são fundamentais.

Do mesmo modo que nos sistemashidráulicos, os de lubrificação centralizadadevem ter Válvulas de Segurança. Estasdevem ser inspecionadas e testadas uma vezao ano.

“Equipamentos de LubrificaçãoCentralizada podem atingir pressões tão

altas quanto os Equipamentos Hidráulicos.Aliás o princípio de funcionamento é omesmo. Portanto, está sujeito a acidentesgraves se não tiverem a devida atenção”,explica Paulo.

A correta manutenção do Sistema deLubrificação evita o desgaste prematuro decomponentes do acionamento das moendase mesmo a quebra destes, o que resultaforçosamente em horas paradas e trabalhoadicional de manutenção não previsto,afetando a produtividade da indústria. (RA)

Manutenção do sistema de lubrificação

da moenda evita desgastes prematuros

Lubrificação adequada aumenta vida útil dos componentes da moenda

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 66

Page 67: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 67

Page 68: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL68

As novas aplicações dos açosinoxidáveis no setor sucroenergético tiramproveito desse material ser mais resistentea abrasão e a corrosão, condições que seapresentam de forma intensa na produçãode açúcar e etanol e que degradamrapidamente o aço carbono, materialcomumente utilizado na construção dosequipamentos presentes na indústria.

A Aperam, fabricante de açosinoxidáveis, tem colaborado nessaevolução ao realizar estudos minuciosospara novas aplicações que demonstram,sob o ponto de vista técnico e econômico, aviabilidade do emprego dos inoxidáveisem substituição ao aço carbono nosdiversos setores produtivos das usinas deaçúcar e etanol, ampliandoconsideravelmente sua vida útil ereduzindo as necessidades demanutenção.

Essas novas aplicações se estendemdesde os condutores de cana e mesasalimentadoras no setor de recepção,preparo e extração de caldo, passando porfeixe tubular, espelhos e corpo emevaporadores, cozedores, condensadores emulti-jatos, até os dutos posteriores elavadores de gases nas caldeiras.

Embora reconhecidos como maisresistentes, proporcionar maior troca decalor e serem de mais fácil limpeza, os

aços inoxidáveis sempre foram preteridosem favor do aço carbono em função de seumaior preço inicial, o que restringiu suaaplicação em larga escala.

Ao longo dos anos, com o surgimentode novos tipos de aço inoxidável, como osda série 400 e outros, mais competitivos, adiferença de durabilidade se impôs, poisesse material confere maior vida útil emenor necessidade de manutenção, o quea longo prazo se traduz em um ganho emrelação aos materiais de menor preço, mastambém menos duráveis, como é o caso doaço carbono.

Os aços inoxidáveis são aços compercentual máximo de 1,2% de carbono,pelo menos 10,5% de cromo e outroselementos de liga. A camada passiva deóxido de cromo que se forma na suasuperfície de maneira natural e contínuaproporciona proteção duradoura contraa corrosão. Juntamente com o cromo, oníquel é essencial na fabricação dos açosinoxidáveis austeníticos, muitoutilizados por apresentarem excelenteresistência à corrosão, soldagem econformação.

A Aperam disponibiliza para osegmento sucroalcooleiro aços inoxidáveisplanos e tubos ferríticos, tambémconhecidos como linha Kara, e austeníticos,com elevado desempenho. (RA)

Emprego de aços inoxidáveis reduzdanos por corrosão e abrasão

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 68

Page 69: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 69

Page 70: JornalCana; Edição 230

Março/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL70

Especial atenção deve ser dada à correta refrigeração e lubrificação de mancais

Para os mancais refrigerados, como os usados nasmoendas, é fundamental que o sistema seja alimentadopor uma qualidade de água adequada, de forma a nãocriar depósitos, ou formação de matéria orgânica quepossa obstruir os condutos do líquido e prejudicar dessemodo a correta refrigeração dos mancais, sempresubmetidos à grandes esforços, podendo desta formaserem irremediavelmente danificados pela ausência deuma correta refrigeração.

No caso de turbinas a vapor de alta potência, comoas usadas nas centrais de cogeração, é imprescindívelobservar todas as regras de aquecimento e partidaestipuladas pelos fabricantes sob pena de desgasteanormal ou mesmo, quebra do equipamento.

Um item muito importante para estes componentesé a lubrificação, que deve ser feita com a utilização deóleos e graxas adequadas a cada aplicação, de acordocom o fabricante do equipamento e do fornecedor doslubrificantes.

Os trocadores de calor para óleos devem estarperfeitamente limpos, sem obstruções de modo aassegurar que os lubrificantes operem sempre dentro damargem de temperatura admissível para cada caso.

Deve-se também evitar a sua contaminação porimpurezas, ou mesmo por outros tipos de lubrificantes, oque pode acarretar em mudança de suas propriedades enecessidade de troca prematura.

Nos equipamentos que utilizam mancais oucasquilhos, um cuidado especial deve ser dado à sua

instalação, principalmente no que diz respeito à folgas ealinhamento para se evitar o desgaste prematuro dessesitens, que normalmente fazem parte de equipamentoscríticos para a operação da planta, como é o caso deturbinas, moendas e seus acionamentos.

Quanto mais cuidadosas forem as operações demanutenção na entressafra, maior a certeza de quedurante a operação da planta não haverá surpresasdesagradáveis que redundem em horas paradas oudesperdiçadas com reparações não previstas.

Isto é particularmente importante nos temposatuais, onde as usinas dispondo de variedades maisprecoces de cana-de-açúcar podem iniciar a moagemmais cedo, encurtando, dessa forma, o período deentressafra e consequentemente o tempo disponível paraa realização de desmontagens e montagens deequipamentos. Isto sem falar das novas possibilidadesde matéria-prima, como o sorgo sacarino, quecertamente provocarão um redução ainda maior notempo de inatividade das usinas. (RA)

Mancais e casquilhos são componentes vitais nos acionamentos

Refrigeração e lubrificação dos mancais são essenciais para a boa operação das moendas

l

u

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 70

Page 71: JornalCana; Edição 230

Março/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 71

CARLOS ALBERTO PACHECO, DE SÃO PAULO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

O uso do aço e suas inúmerascaracterísticas para a construção de usinasde cana-de-açúcar não é um fato recente. Nocaso do aço inoxidável, a história remonta àdécada de 70. Na verdade, o material estápresente desde o início do ProgramaNacional do Álcool (Proálcool), instituídoem 1973. “Nos últimos anos, porém, o açoampliou sua participação neste importantesegmento da indústria brasileira”, afirma aAssociação Brasileira de Aço Inoxidável(Abinox), em texto publicado em seu portal.

É notória a presença deste tipo de açoem usinas localizadas no Sudeste e Centro-Oeste. Especialistas avaliam que há duasvantagens no uso do aço – desempenhosignificativo nos diversos processosindustriais e a vantajosa relação custo-benefício. Técnicos da Abinox alertam quedurante os estágios de fabricação de umausina, situações como a entrada de cana(contém muita areia) e a moagem provocamdesgaste nos equipamentos. Esse desgasteprovoca corrosão microbiológica,generalizada, nos pites e nas frestas.Contudo, “a correta especificação do açoinoxidável contribui para um desempenhosuperior e até mesmo a eliminação da

corrosão”, afirmam.A fornecedora de aço Aperam South

América, cuja planta industrial estálocalizada em Timóteo (MG) tambémdefende o uso disseminado do inox nasusinas. A empresa disponibiliza ao mercadolinhas de aço 300 e 400, resistentes aquaisquer deformidades que possam surgirna construção. Tais produtos são fáceis de

limpar e possibilitam troca térmica semcontratempos. “Nossos produtos sãoempregados em sistemas de cozimento eevaporação”, diz a empresa.

Segundo uma fonte da Aperam,“quanto mais inox entra em sua usina,maiores os ganhos em produtividade,facilidade de limpeza, durabilidade,resistência à corrosão e preservação das

características do açúcar”. A empresapossui uma linha de tubos com váriosdiferenciais, entre eles a redução de pontospretos e magnéticos no açúcar, maior vidaútil, mesmo partindo-se de menoresespessuras, baixa rugosidade, o que reduza aderência de incrustações e facilita asoperações de limpeza e menores custos demanutenção.

No Brasil, os grandes complexossucroenergéticos investem em tecnologia emsuas unidades industriais. Os avançosseguem em progressão geométrica. O GrupoUSJ, por exemplo, investiu na construção deestruturas de aço nas duas últimas décadas.O controle dos processos é automatizado evirtual. A Usina São João, em Araras (SP),unidade pioneira do grupo modernizou o seuparque industrial e deve implementar maisknow-how no decorrer de 2013. Segundodados divulgados pelo grupo, ao longo dosúltimos cinco anos foram investidos na usina,algo em torno de R$ 30 milhões.

O mesmo pode se dizer da Usina SãoFrancisco, em Quirinópolis (GO). Osprocedimentos na extração da cana e doaçúcar são revolucionários. Há tempos astradicionais moendas foram substituídaspor grandes difusores na extração dasacarose, o que permite melhoraproveitamento da cana. O gerenteindustrial da unidade, Hélio Belai, comparao “desempenho” da moenda com o difusor.A sacarose, a partir do difusor, extrai até 2%a mais de sacarose. “Isso representaacréscimo de 6,5 milhões de litros de etanolpor safra”, explica Belai. (CAP)

Em novembro de 2012, o “SalonEmpreendedor”, entidade que atua nacriação e desenvolvimento de micro epequenas empresas, oferecendo fábricas jáinstaladas, anunciou uma novidade. Emseu blog, o Salon colocou à disposição dosinteressados uma planta para fabricaçãode açúcar mascavo, melaço e rapadura,“com equipamentos industriaisapropriados para microindústrias”,localizada no Rio de Janeiro.

O Salon oferecia engenho paramoenda de cana-de-açúcar, ou seja,unidade montada em estrutura metálica

para extração de caldo ou suco de cana.Também oferecia um conjunto batedor demelaço, açúcar mascavo e rapadura (comreforço na estrutura metálica), tachobatedor para mel, açúcar mascavo erapadura (construído com aço inoxidável304 ou aço carbono) e, por último, etanque-tacho para cozinhar o caldo/sucode cana, construído em aço carbono. Moralda história: seja nos grandesempreendimentos industriais ou emestruturas mais modestas, o aço é presençafiel. E continuará sendo em quaisquersituações. (CAP)

Engenho à base de aço Dos engenhos de açúcar às grandes usinas

Uso do aço inoxidável está disseminado nas usinas

Difusor de cana da Usina São Francisco, em Qurinópólis (GO): revestimento em inox

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 71

Page 72: JornalCana; Edição 230

Março/2013SAÚDE & SEGURANÇA 72

MUDAR, PARA SALVAR VIDASNova NR-10 ainda não foi incorporada por boa parte das usinas brasileiras

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Ao todo, foram 239 mortos. Em suamaioria, jovens sedentos pela vida, queem minutos deixaram para trásfamiliares, sonhos e ideais. Este foi oresultado do recente incêndio na boateKiss, localizada na cidade de SantaMaria, Rio Grande do Sul.

Você, leitor, pode estar seperguntando qual a ligação doacontecimento com o setorsucroenergético. Quem responde é oengenheiro de segurança no trabalho,Eliton Ronaldo Geroldo. “O investimentoem segurança do trabalho, infelizmente,fica sempre em segundo plano. Vemosmais empenho das empresas emsimplesmente atender a burocracia dalegislação do que efetivamente com asaúde do colaborador em seu ambientede trabalho”, explica.

O consultor faz referência a NR-10 –Norma Regulamentadora, que abrangetodas as fases da produção de energiaelétrica, além dos trabalhos realizadoscom eletricidade. “Assim como váriosoutros segmentos, o setor sucroenergéticofoi surpreendido pelas novas exigências.Apenas as grandes usinas possuemprocesso de implantação do novoprocesso. Mas a preocupação deveria sermaior, já que possuem áreas sujeitas agrandes explosões”.

E adequar-se significa, além deproteção aos colaboradores, cumprir comos dizeres da lei. Para isso, segundo orepresentante, é preciso rever conceitos.

“São necessárias alterações significativas,até porque o segmento será um dos alvosda fiscalização, que tende ser cada vezmais intensas. Na destilaria, por exemplo,

a mistura de etanol vaporizado comdiversos equipamentos elétricos, aliado aum simples curto-circuito, pode causarestragos de grande proporção”, explica.

E os problemas vão além. O famoso“jeitinho brasileiro” se faz presente emboa parte das unidades. SegundoGeroldo é preciso, primeiramente, queos gestores se conscientizem danecessidade da adequação. “A falta demão de obra qualificada é um dosmaiores empecilhos. Vemosprofissionais do setor elétrico semdiploma de eletricista, já que muitos sãomigrados de outros departamentos daempresa. É preciso estar atento desde oinicio, pensando e realizando umamelhor seleção no quesito. Para muitasusinas, o cenário de segurança estálonge do ideal ainda”.

A questão financeira também fazparte da discussão. O momentoconturbado por qual passa o setorsucroenergético pode influenciar nafalta de investimentos. Contudo, deacordo com o especialista, aprocrastinação do mesmo pode trazerproblemas ainda maiores. “Além depunições aplicadas pelo Ministério doTrabalho, a inadequação em sistemaspode causar prejuízos nos negócios dasusinas. A empresa que não prioriza asegurança pode perder vidas, o queacaba manchando sua imagem nomercado nacional e internacional,atingindo, diretamente, os negócios”,alerta.

E neste ponto, o mercadológico, épreciso que os diretores estejam atentos.O investimento em instalaçõestecnicamente mais seguras pode ser oprimeiro passo para o tão sonhadoaumento de produção e lucratividade nosetor, já que o etanol é negociado nosmercados internacionais, que pedegarantias. “Para exportar, são exigidascertas pré-condições como forma dequalificar seus fornecedores. Osempresários que têm interesse em fazerparte deste mercado terão que sepreocupar”, finaliza Geroldo.

Eliton Ronaldo Geroldo: investimento em segurança fica sempre em segundo plano

JC 230 2/22/2013 5:06 PM Page 72

Page 73: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 73

Page 74: JornalCana; Edição 230

Março/2013DESTAQUES DO SETOR74

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos,informativos, anúncios de contratações e promoçõesde executivos e demais notas corporativas ouempresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues,email: [email protected]

O etanol de segunda geração ouetanol celulósico pode ser produzido apartir da palha e do bagaço de cana-de-açúcar e está evoluindo rapidamente noBrasil com as novas tecnologiasrelacionadas à geração de energia debiomassa. O Brasil tem todas as condiçõespara produzir o etanol celulósico em largaescala de forma sustentável eeconomicamente competitiva.

A BioFlex, empresa do grupo

GraalBio, já está em fase de implantaçãoem São Miguel dos Campos/AL, será aprimeira fabrica de etanol celulósico emlarga escala do hemisfério Sul. O projetoserá autossuficiente em energia e terá apossibilidade de comercializar o excedentegerado, que é uma garantia de receitafinanceira.

Com operação prevista para início de2014, a BioFlex produzirá energia elétricaa partir da queima da matéria-prima na

geradora de vapor (caldeira) que acionaráa turbina de condensação TGM paraproduzir 31 MW.

Segundo a empresa, neste processomundial de evolução em novastecnologias, a TGM, genuinamentebrasileira, participa ativamente comorgulho, no fornecimento da solução emTurbinas e com ótimas referências nomundo das soluções sustentáveis como ada BioFlex”.

Etanol de 2ª geração terá turbina TGM

A Rockwell Automation lançou oservoacionamento Allen-Bradley Kinetix5500, o servomotor Kinetix VP de baixainércia (VPL) e a tecnologia de cabo únicocomo uma solução de movimento integradoem EtherNet/IP que é mais compacta, maisfácil de utilizar e simplifica o cabeamento dosistema.

“Nossa nova solução de controle demovimento Kinetix com cabo único fornece

aos fabricantes de máquinas uma soluçãopara controle de servomotores e de motoresindução em uma única plataforma dedesenvolvimento, que resultará em menostempo de projeto e de espaço no painel, commelhor eficiência e densidade de potência”,argumenta Mike Schweiner, gerente deproduto da linha Kinetix da Rockwell.

O servoacionamento Kinetix 5500junta-se aos acionamentos Kinetix 350 e

Kinetix 6500 para oferecer aos usuáriosmais opções para atender suas necessidadesde controle de movimento.

O controle de movimento integrado emEtherNet/IP elimina a necessidade de umarede de controle de movimento dedicada,reduzindo o cabeamento em até 60% eeliminando a necessidade de criar gatewayspara obter informações de redesindependentes.

Água purificada O Serviço de Deionização Integral

(SDI) possibilita às mais variadasindústrias, o fornecimento de água dequalidade constante em qualquercapacidade e sem a necessidade daimplantação de equipamentos próprios.Os cilindros de tratamento são fornecidospela Veolia Water em regime de locação eo acompanhamento da operação incluireposição periódica das resinas.

O SDI pode ser aplicado em diversossetores, como: cosmético, automotivo,químico, microeletrônico, biotecnológico,petroquímico, energia, farmacêutico,galvanoplástico, alimentos e bebidasentre outros. Além disso, o SDI tambématua em setores específicos que pedemsoluções especiais, como é o caso dageração de água purificada de acordocom as exigências do setor farmacêutico:controle microbiológico; recirculação; UVcom redução de TOC; Filtro 0,22 micras;conexões sanitárias; não requermanipulação de produtos químicos;utiliza resinas de alta qualidade; nãogera efluentes a serem neutralizados;inclui assistência técnica especializada;fácil operação através do controleautomático com PLC; oferece pacote devalidação e está disponível para locaçãosem investimento inicial.

Controle em EtherNet/ IP

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 74

Page 75: JornalCana; Edição 230

Março/2013 SUSTENTABILIDADE 75

Carro flex bate recorde e completa 10 anos em 2013

Nem tudo é festa no aniversário de 10anos do carro flex. Será que o veículobicombustível vai manter o seupredomínio no mercado brasileiro pormuitos anos? Para o diretor do CBIE,Adriano Pires, o futuro do carro flex éincerto, caso o governo não adote umapolítica bem definida para o etanol, querealmente estimule a produção dohidratado. Se isto não acontecer – alerta –há o risco do etanol virar um aditivo comoocorre em outros países. “Torço para que ocarro flex não tenha o mesmo destino docarro a álcool”, enfatiza.

Na avaliação de Adriano Pires, o carroflex teve dois momentos diferentes. “Foium sucesso absoluto até 2009, porquehavia uma competição mais sadia entregasolina e etanol”, afirma. A partir disso, oetanol perdeu a competitividade, porquesentiu principalmente os efeitos docongelamento do preço da gasolina,decorrente das frequentes reduções daContribuição de Intervenção no Domínio

Econômico (Cide), além dasconsequências provocadas pela criseeconômica e problemas de safra. “De 2009pra cá, o carro flex virou, na prática, umcarro a gasolina”, diz.

Segundo ele, o setor precisa contarcom uma política pública muito forte, tersubsídio, política fiscal, tributo adequado.“Caso isto não ocorra, o produtor não vaiplantar cana, não vai aumentar aprodutividade. O setor está sem um marcoregulatório definido. Por isso, não seconstrói usina nova, o consumo de etanoldespencou e o país perdeu a primeiraposição para os Estados Unidos”, afirma.

“Não adianta medidas esporádicas”,observa Luiz Custódio Cotta Martins. Deacordo com ele, o aumento da gasolina emjaneiro e o anúncio da elevação do índicede anidro, de 20% a 25%, adicionado àgasolina são iniciativas que têm afinalidade de atender a Petrobras. “Com oaumento da mistura vai haver umaredução de 30% na importação da

gasolina”, revela. Estas medidas acabam –acrescenta – ajudando o setor. Mas, aindaé pouco. “É necessário um programa amédio e longo prazos que dêcompetitividade ao etanol frente agasolina”, afirma. O presidente do FórumNacional Sucroenergético informa que ogoverno federal está elaborando um planopara o atendimento das demandas dosetor. “Estamos acompanhando essetrabalho”, diz

Para Luiz Custódio, as diferenças dealíquotas de ICMS é outro fator que temafetado a competitividade do etanol. “SãoPaulo sempre foi competitivo porque oICMS é 12%. Goiás é competitivo porquetem incentivo fiscal. Outros estados têmum ICMS maior. O preço que o produtorvende etanol em São Paulo é o mesmo queé vendido em Minas Gerais, onde o ICMSé 19%. A diferença de 7% é muita coisa.Em São Paulo o consumidor usa etanol nocarro flex, em Minas Gerais não utiliza”,compara. (RA)

Veículo, que mudou hábitos, obteve índice de 87% de participação no mercado no ano passado

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA A ENERGIA MUNDO

O lançamento do Gol Total Flex 1.6, da Volkswagen,em 24 de março de 2003, dava início a trajetória desucesso do carro flex que está completando 10 anos nomercado. O veículo bicombustível ou flex fuel – comotambém é denominado – tornou-se um marco para o setorsucroenergético e para os fabricantes de veículosautomotores. Deu um novo impulso para os negócios dasunidades produtoras de etanol e açúcar, mudouparadigmas na indústria automobilística brasileira e criouo “reinado do consumidor”.

A tecnologia flex já tem vendas acumuladas de 18,5milhões de veículos no período de 2003 a 2012, oequivalente a aproximadamente metade da frota emcirculação no país, informa o presidente da AssociaçãoNacional dos Fabricantes de Veículos Automotores(Anfavea), Cledorvino Belini.

O carro bicombustível teve nesse período umaescalada impressionante. “Com a participação de 4% nasvendas totais de veículos leves (automóveis e comerciaisleves) em 2003 – ano de lançamento –, o carro flex foigradativamente ganhando espaço entre os consumidorese superou, a partir de 2007, a casa dos 80% de participaçãomínima”, detalha o presidente da Anfavea. O índice obtidoem 2012, de 87%, é recorde.

Em 2010, registrou 86% de participação e em 2011,83%, que são consideradas oscilações normais demercado. “A tendência do flex é de manter-se nessa faixasuperior a 80%”, enfatiza. Avaliado como bastanteexpressivo, esse índice garante, em nome da diversidade,espaço para as demais modalidades (veículos a gasolina,veículos a diesel), comenta Belini, que é tambémpresidente da Fiat no Brasil.

O sucesso do carro flex é atribuído, principalmente auma virtude relevante: “Dar ao consumidor a liberdade deescolha do combustível, superando a anterior tecnologiaveículo a gasolina X a etanol” – constata. Segundo ele, oflex possibilita que a escolha do combustível seja feita por

critérios econômicos e ambientais. O veículo bicombustível criou o reinado do

consumidor, ressalta o economista Adriano Pires, diretordo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). “Emnenhum país do mundo o consumidor tem essa vantagemde parar num posto revendedor e escolher qualcombustível ele quer usar no abastecimento de seu carro”,observa. Ele destaca que o flex também foi importantepara dar novamente credibilidade ao etanol, acabandocom o trauma do consumidor que ficou sem o produtopara abastecer o seu veículo, no final dos anos 80, na épocado carro a álcool.

O flex fuel desempenhou também papel relevante naretomada e expansão do setor sucroenergético no iníciodos anos 2000. “Na década de 80 tínhamos 94% de carrosnovos a etanol e em 2000 esse índice caiu para 1%. Com aqueda do preço do petróleo houve também a redução deincentivos para o carro a álcool”, relata Luiz CustódioCotta Martins, presidente do Fórum NacionalSucroenergético.

De acordo com ele, o carro a álcool tinha um IPImenor em relação ao que era cobrado do veículo a

gasolina. “A indústria automobilística conseguiu que ogoverno considerasse o carro flex como veículo a álcoolem relação à cobrança de IPI. Esse incentivo continua atéhoje. Naquela época o etanol era competitivo. Houve umcrescimento tremendo do setor, incluindo a necessidadede construção de novas usinas”, recorda.

“Nossa experiência de abastecer com etanol e rodarpor todo o país é única no mundo”, afirma CledorvinoBelini. Ele lembra que alguns países contam comprogramas de mistura de etanol à gasolina, porém emníveis baixos. “Comitivas empresariais e governamentaisvêm ao Brasil conhecer o programa de etanol, paracomprovar in loco que é possível abastecer veículos comum combustível renovável, amigo do meio ambiente ealternativa viável aos combustíveis fósseis”, diz.

O presidente da Anfavea observa que certamentesurgirão novas tecnologias para disputar espaço com oetanol, como a energia elétrica e as geradas a partir decélula de hidrogênio. “Mas isso é ainda futuro, do pontode vista de vendas de massa, em razão de custos. Dessemodo, ainda há muito tempo e espaço para o veículoflex”, avalia.

Falta de política pública gera incertezas para o bicombustível

Adriano Pires: veículo flex

foi absoluto apenas até 2009

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 75

Page 76: JornalCana; Edição 230

Março/2013SUSTENTABILIDADE76

Medidas para elevareficiência do etanol no carroflex, que podemproporcionar ganhossignificativos, só estão sendoadotadas agora

“Deveríamos ter feito umtrabalho, após o lançamento, paraque a indústria automobilísticapesquisasse e melhorasse o carroflex. O que ocorreu é que o etanoltem no carro flex um rendimentomenor do que no carro a álcool, queera de 84%. O aproveitamento hoje é70%”. Essa autocrítica da postura dosetor sucroenergético, que deveriater se preocupado com a elevação daeficiência do etanol no veículobicombustível é feita por LuizCustódio Cotta Martins.

“Estamos atrasados”, admite. Deacordo com ele, agora estão sendotomadas as medidas, que poderiamter sido adotadas quando se lançou ocarro flex. É que o governo tem umprotocolo com a indústriaautomobilística – informa – voltado àpesquisa nessa área. “No futuro, o IPInão vai ser mais cobrado conforme acapacidade do motor e sim pelaconversão ou emissão”, observa. Elediz que a indústria automobilísticatem demonstrado interesse emrealizar investimentos visando amelhoria da performance do carroflex. “O imposto é o chamariz. Nãosei se vai dar para o etanol chegaraos 84% de aproveitamento. Mas, oaumento da eficiência será um ganhosignificativo para o setor”, prevê.

O presidente da Anfavea,Cledorvino Belini, afirma que muitotem sido feito desde os primeirosensaios voltados ao desenvolvimentodo carro flex, para melhorar seudesempenho e eficiência. “Hádificuldades técnicas de elevar orendimento pelo fato de que oveículo roda em caráter permanentecom dois combustíveis em um sómotor – e com qualquer misturadeles”, comenta.

“Porém, o recém-adotadoprograma Inovar – Auto do governofederal, para o período 2013-2017,tem, entre outras metas, a deeficiência energética, determinandoque os candidatos ao programaapresentem melhoria média em seusprodutos de 12% até 2017. Essa metatrará cerca de14% de economia deconsumo de combustíveis”, afirma.

Segundo Cledorvino Belini háainda cronograma de ingresso de100% dos produtos no programa deetiquetagem veicular do Inmetro.“Essas metas certamente vão refletirem produtos mais eficientes emcombustível no decorrer do períododo programa. E o flex estará entreeles”, enfatiza. (RA)

Setor não se preocupou com o aprimoramento tecnológico

Cledorvino Belini, da Anfavea: em busca de maior eficiência energética

Lançamentos epesquisa deraminício à “era do flex fuel”Matéria publicada no JornalCana, em junhode 2003, demonstrava queuma verdadeira revoluçãoestava a caminho

“Ao produzir carrosbicombustíveis, como o Gol TotalFlex Fuel, montadoras admitemtendência de que veículosmovimentados por dois ou maiscombustíveis sejam adotadoscomo padrão na indústrianacional e beneficiem o setoralcooleiro”. Esta foi a chamada damatéria de capa, com o título “AEra do Multicombustível” daedição de junho de 2003 doJornalCana, que já indicava queuma verdadeira “revolução”estava a caminho no setorsucroenergético e na indústriaautomobilística.

A matéria produzida pelojornalista Luiz Montanini, editordo JornalCana, abordava, entreoutros assuntos, uma pesquisaencomendada ao Ibope pelaUnica que revelou dadosimportantes sobre a aceitação douso do etanol na matrizenergética brasileira: 86%aprovaram o veículo,relacionando-o a economia que omotor, sobretudo movido a álcool,proporciona. Entre osentrevistados, 19% levaram emconta a questão ambiental comoum aspecto importante na hora dedecidir pela compra de um carro.

A pesquisa avaliou também aopinião dos entrevistados sobre oconceito flex fuel. A flexibilidade,ou seja, a dupla opção decombustível, obteve o maioríndice com 76%. A economia, emdecorrência da possibilidade deescolha do combustível maisbarato na bomba, foi apontadacomo outro aspecto positivo docarro flex por 48% dosentrevistados.

A agitação na indústriaautomobilística também foiretratada pela matéria publicadano JornalCana: a Volkswagen játinha lançado o Gol Total Flex, aGM incorporava o mesmo tipo de motor no Corsa Flex Power 1.8e a Fiat anunciava o lançamentodo flex fuel Palio Fire 1.3 para o segundo semestre daquele ano. (RA)

(Fonte: Anfavea)

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 76

Page 77: JornalCana; Edição 230

Março/2013 PESQUISA 77

“Governo precisa de política de longo prazo bem desenhada”

Francisco Nigro diz que ogoverno brasileiro precisa definiruma política de longo prazo bemdesenhada para o etanol queaponte para os “atores” dessesegmento, os caminhos para arealização de investimentos. Eleafirma que existe até mesmo apossibilidade de desenvolvimentode um carro com motor para doiscombustíveis (etanol e gasolina),com dois tanques, com sistema deinjeção mais sofisticado.

“É uma mudança viável,tecnicamente possível, Mas, vaicustar muito caro e levar tempo.Não seria flex. O motor seriaotimizado para usar o álcool damelhor maneira possível. Não vaiconsumir um monte de etanol.Vai consumir um pouco de etanolno lugar certo, na condição certa do motor. A gasolinatambém seria utilizada onde ela é eficiente no motor”, detalha. (RA)

Brasil precisa trabalharfortemente a pesquisa edesenvolvimento do motor aálcool para acompanharevolução no setor

Renato Anselmi, de Campinas, SPFree lance para o JornalCana

Apesar de ter uma densidadeenergética por litro muito menor do que ada gasolina, o etanol pode melhorar a suaeficiência em relação ao combustível fóssil,caso haja bastante investimento empesquisa e desenvolvimento do motor aálcool no Brasil. Se isto não for feito, existeaté mesmo a possibilidade do motor agasolina, que tem apresentado maiorevolução do que o de etanol, ampliar adiferença de eficiência em comparação aomotor a álcool. O alerta é do engenheiromecânico Francisco Nigro, professor doDepartamento de Engenharia Mecânica daEscola Politécnica da Universidade de SãoPaulo (USP).

O etanol não apresenta condições deatingir a mesma eficiência por litro do quea obtida pelo combustível fóssil. Essapossibilidade –ressalta – pode serdescartada. Atualmente o biocombustívelde cana consegue atingir eficiência noconsumo de 70% em relação à gasolina.Segundo ele, o resultado obtido na épocado carro a álcool, quando o etanol chegavaa 85% e até mesmo a 90% de eficiência em

alguns casos, era consequência da máqualidade da gasolina. “Não haviapreocupação com o consumo decombustível pelos carros a gasolina,porque o petróleo custava US$ 3 o barril.Os modelos novos eram fabricados commotor a álcool e quando eram comparadosaos antigos, a gasolina, chegavam a ter até90% de eficiência”, recorda.

De acordo com Francisco Nigro, osmodelos a gasolina melhoraram bastanteapós o período de baixa eficiência. E oetanol evoluiu pouco, porque já partiu de

uma base alta durante o ProgramaNacional do Álcool (Proálcool). Arealização de pesquisas voltadas ao uso denovas tecnologias no motor a gasolina, naEuropa e nos Estados Unidos, pode afetara competitividade do biocombustível decana. “A atual diferença entre a eficiênciada gasolina e do etanol pode aumentar,principalmente para os carrosimportados, com motores maismodernos. O motor com injeção direta nacâmara foi desenvolvido para gasolina”,observa.

Essa situação pode ser evitada desdeque o Brasil trabalhe fortemente paraaprimorar o motor a etanol, afirmaFrancisco Nigro, que é também assessortécnico da Secretaria de DesenvolvimentoEconômico, Ciência e Tecnologia doEstado de São Paulo. “O que vem de fora,vem feito para a gasolina”, enfatiza. Deacordo com ele, existe um projeto daFundação de Amparo à Pesquisa doEstado de São Paulo (Fapesp) voltadopara o desenvolvimento de pesquisas demotores a etanol no Brasil.

Comando de válvula variável é alternativa para otimização

Etanol pode ter eficiência reduzida em relação à gasolina

Francisco Nigro: melhor qualidade da gasolina ampliou distância do etanol

Sem revolucionar os motores,considerando o jeito que eles estãohoje, dá para melhorar a eficiênciado etanol em relação a gasolina pormeio do comando de válvulavariável, exemplifica FranciscoNigro. “Poderia haver um ganho de3%”, calcula. Neste caso, o etanolpassaria a ter uma eficiência de73% em relação à gasolina. “Se aválvula estiver sendo fechada maiscedo ou mais tarde, ocorre umamudança na taxa de compressãoefetiva do motor. A alteração domomento de fechamento daválvula, pode proporcionar umamaior otimização para o motor aetanol”, explica.

Para explorar essapossibilidade, é necessário investirem “hora de engenharia” no Brasil,afirma o professor da EscolaPolitécnica da USP. “O motor decomando variável que vem de fora,vem com o instante de fechamentodas válvulas otimizado para agasolina. Quando chegar aqui épreciso aumentar a taxa decompressão dele e fazer umaregulagem diferente da válvulapara melhorar com o álcool edeixar do jeito que está para agasolina”, comenta.

De acordo com Francisco

Nigro, outra opção é odesenvolvimento do motor a etanolcom injeção direta na câmara decombustão, o que permite que obiocombustível seja queimado demaneira mais regular e completa.“O carro flex com injeção direta,com um bico que injeta na câmaragasolina ou álcool, muito bemtrabalhado, poderia dar umrendimento maior para o etanol doque ele realmente tem de energia.O potencial é provavelmente paraum rendimento de 80% deeficiência por litro quandocomparado à gasolina”, avalia. Éum trabalho caro e sofisticado –constata – para o potencial virarrealidade.

“Os motores com injeçãodireta não foram projetados paraálcool e gasolina, foram projetadospara gasolina. A pesquisa básica eo estudo da combustão não foramfeitos para etanol. Tem que fazeraqui para melhorar a eficiência”,ressalta. Segundo ele, o desafio éconvencer as montadoras a investirem pesquisa e desenvolvimentopara o flex com injeção direta nacâmara ou para o flex comcomando de válvula variável,sendo que já tiveram gastos com omotor a gasolina na Europa. (RA)

Desenvolvimento do motor a etanol com injeção direta na câmara também pode elevar eficiência

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 77

Page 78: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 78

Page 79: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 79

Page 80: JornalCana; Edição 230

Março/2013MEIO AMBIENTE80

Metodologia cria condições parao aumento do rendimentoagrícola em bases sustentáveis

Renato Anselmi, de Campinas, SPFree lance para o JornalCana

As instabilidades climáticas eeconômicas têm gerado turbulências paraa atividade agrícola. Estiagem, geadas eexcesso de chuvas causam perdasexpressivas que abalam o equilíbriofinanceiro de produtores – pequenos,médios ou grandes – durante anos.“Canetadas” de presidentes, ministros ede outras autoridades econômicasnacionais e internacionais tambémprovocam estragos na agricultura e emoutros setores produtivos.

“Se o campo não tiver apoio,financiamento, fica difícil tocar onegócio”, afirma o zootecnista CarlosEtevaldo de Castro, um dos cinco sóciosdo Condomínio Irmãos Castro e daEmpresa de Mecanização AgrícolaCastro. De olho na produtividadeagrícola e na questão ambiental, Carlosde Castro conta que o condomíniorecorreu ao Programa Agricultura deBaixo Carbono (ABC) para obterrecursos que estão sendo utilizados narecuperação de áreas degradadas – umadas práticas agrícolas financiadas peloABC – visando o plantio de cana-de-açúcar em Pirajuí, SP.

O dinheiro reforça o “caixa” para arealização de investimentos na aplicação

de gesso, calcário e adubo, implantaçãode curva de nível, sistematização do soloe plantio mecanizado. Segundo Carlos deCastro foram obtidos dois empréstimospor meio da agência do Banco do Brasilde Sertãozinho, SP: um deles no valor deR$ 900 mil e o outro de R$ 700 mil. O tetodo valor financiado pelo Agricultura deBaixo Carbono é de R$ 1 milhão porbeneficiário – ou seja, por CPF.

De acordo com o sócio doCondomínio Irmãos Castro, novasolicitação de empréstimo seráencaminhada, por meio do ABC, aindaem março para a recuperação de outraárea degradada, com 700 hectares, emPirajuí, que também será utilizada para oplantio de cana-de-açúcar.

Com a melhoria da fertilidade dosolo dessas áreas, o Programa

Agricultura de Baixo Carbono criacondições para o aumento do rendimentoagrícola em bases sustentáveis,possibilita o crescimento vertical daprodução, o que é consideradoambientalmente correto. “Nada pode serfeito sem levar em conta a questãoambiental”, enfatiza Carlos de Castro,que tem especialização emadministração rural.

Tendência é aumento dacontratação de recursos

O Agricultura de Baixo Carbono alcançou entre julhoe dezembro do ano passado, o melhor resultado desde queessa modalidade de financiamento foi criada, de acordocom informações da assessoria de imprensa do Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Houve acontratação de R$ 1,7 bilhão nesse período, um aumentode 523% sobre os mesmos meses de 2011. O resultadoainda ultrapassa o valor de R$ 1,5 bilhão obtido durante osdoze meses da safra agrícola 2011/12. No total, foramfirmados 4,5 mil contratos e os financiamentosrepresentam 50,5% dos recursos programados para a safraentre julho de 2012 e junho de 2013, de R$ 3,4 bilhões.

São Paulo é o estado que mais contrata pelo ABC. Osprodutores paulistas obtiveram R$ 477,2 milhões definanciamento de julho a dezembro de 2012. Em seguida,Minas Gerais foi o estado que contou com maior volumede recursos (R$ 281,5 milhões). Por região, o Sudeste estána dianteira, com o total de R$ 784,2 milhões financiados.Os empréstimos obtidos por produtores do Sultotalizaram R$ 392,5 milhões, valor próximo aos doCentro-Oeste (R$ 383,1 milhões).

Segundo o secretário de Política Agrícola doMinistério da Agricultura, Neri Geller, a realização definanciamentos por meio do ABC apresenta umatendência de crescimento a medida que o programa setorna mais conhecido. O ABC foi lançado em 2010. Aexpectativa é que todos os recursos destinados para asafra 2012/13, que totalizam R$ 3,4 bilhões, sejamcontratados. (RA)

“O prazo de carência do ABC dá fôlego para o produtor rural trabalhar”, afirma Carlos de Castro

Cada pedaço de terra precisa ser aproveitado damelhor maneira possível. Faz bem para o meioambiente e para o bolso. Aliás, foi o preço do hectaresupervalorizado na região de Ribeirão Preto que fez osirmãos Castro ampliarem a área de cana em Pirajuí.No estado de São Paulo, o condomínio agrícola plantacana em três mil hectares, fornecendo matéria-primapara os grupos Renuka, Bassan, LDC e Balbo, deacordo com informações de Carlos Etevaldo deCastro. Além disso, está começando o plantio demudas de cana em Paranaíba, MS, em uma área de 150hectares, com o objetivo de fornecer matéria-primapara a unidade de Carneirinho, MG, do GrupoCoruripe.

Carlos de Castro observa que a obtenção deempréstimos em boas condições torna-se importantepara a expansão dos negócios. “O prazo de carênciado ABC dá fôlego para o produtor rural trabalhar”,comenta. Com taxa de juros de 5,5% ao ano, oPrograma Agricultura de Baixo Carbono tem carênciavariável de acordo com a finalidade do projetoapresentado e prazo de pagamento entre 5 e 15 anos,definido também conforme o projeto técnico e o fluxo

de receitas da propriedade beneficiada, informa aassessoria de imprensa do Banco do Brasil.

Na avaliação de Carlos de Castro, o surgimento delinhas especiais de crédito, como o ABC, é umaalternativa para minimizar os problemas gerados pelacrise econômica de 2008 e 2009, quando o crédito“estava muito curto”. Além de lavouras de cana, osnegócios dos irmãos Castro incluem plantio deamendoim em Pirajuí, cultivo de eucalipto e criaçãode gado em Minas Gerais, entre outras atividades.

O produtor Francisco Pugliesi Neto tambémconsidera que o Agricultura de Baixo Carbono é uma boa alternativa para a obtenção de financiamentoda atividade agrícola devido às condições depagamento. Ele e dois irmãos conseguiram R$ 3milhões de empréstimo – R$ 1 milhão por CPF – juntoao Banco do Brasil, a partir da apresentação deprojeto técnico para recuperação de área degradadaem Balsas, MA, que será destinada para o plantio desoja em 2.100 hectares. O financiamento foi aprovadono final de 2012.

Com plantação de cana em Guaíra, SP, FranciscoPugliesi observa que o ABC pode dar também a suacontribuição para o desenvolvimento da atividade,apesar de não ter usado ainda o programa para essafinalidade. Segundo ele, o financiamento por meiodesse programa é uma alternativa que o produtor decana deve levar em consideração. (RA)

Linhas especiais de crédito favorecem expansão dos negócios

Agricultura de Baixo Carbono ajuda a recuperar áreas degradadas

Carlos Etevaldo de Castro, zootecnista

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 80

Page 81: JornalCana; Edição 230

Março/2013 MEIO AMBIENTE 81

Financiamento é alternativa pararecuperação da reserva legal e deáreas de preservação permanente

O Banco do Brasil tem percebido a adesãode maneira significativa do setorsucroenergético ao ABC por causa daamplitude do programa que contempla asdiversas necessidades dessa atividade, deacordo com a assessoria de imprensa dainstituição. Além de ser usado para arecuperação de áreas degradadas, o Agriculturade Baixo Carbono pode ser acessado paraadequação ou regularização das propriedadesrurais frente à legislação ambiental, o queengloba recuperação da reserva legal e de áreasde preservação permanente. É uma alternativatambém para tratamento de dejetos e resíduos.

O ABC financia ainda plantio direto "napalha"; iniciativas voltadas ao uso da fixaçãobiológica do nitrogênio, implantação emelhoramento de sistemas orgânicos deprodução agropecuária, além de sistemas deintegração lavoura-pecuária-floresta. Para aobtenção de crédito por meio desse programa,existe a necessidade de apresentação deprojeto técnico específico e de outrosdocumentos, conforme as exigências de cadaitem a ser financiado. O prazo de carência variade 1 a 8 anos e de pagamento, de 5 a 15 anos,dependendo da finalidade de cada projeto.

Com o lançamento do Programa

Agricultura de Baixa Emissão de Carbono,como é também denominado o ABC, o governobrasileiro quer fazer frente aos desafiosdecorrentes das mudanças climáticas. Entre osobjetivos do programa incluem-se a reduçãodas emissões de gases de efeito estufa oriundasdas atividades agropecuárias, a recuperação deáreas degradadas, o aumento da produçãoagropecuária em bases sustentáveis, aadequação das propriedades rurais à legislaçãoambiental. O ABC tem a finalidade ainda dediminuir o desmatamento e ampliar a área deflorestas cultivadas. (RA)

Distribuição Regional dos Desembolsos do Programa ABCJULHO/12 A DEZEMBRO/12

REGIÃO GEOGRÁFICA DESEMBOLSO NÚMERO EM R$ MIL DE CONTRATOS

CENTRO OESTE 383,134.9 732DISTRITO FEDERAL 7,741.1 22GOIÁS 147,646.8 305MATO GROSSO 107,468.3 180MATO GROSSO DO SUL 120,278.6 225

NORDESTE 87,966.6 205BAHIA 70,357.7 139MARANHÃO 11,964.4 45PIAUÍ 5,355.6 17ALAGOAS 0.0 0PERNAMBUCO 46.1 1SERGIPE 242.8 3

NORTE 69,023.2 176ACRE 6,181.2 16AMAPA 599.5 1AMAZONAS 200.3 1PARÁ 8,113.5 18RONDÔNIA 12,307.0 39TOCANTINS 40,204.4 99RORAIMA 1,417.2 2

SUDESTE 784,288.3 2,100ESPÍRITO SANTO 17,798.0 41MINAS GERAIS 281,564.5 882RIO DE JANEIRO 7,639.3 25SÃO PAULO 477,286.5 1,152

SUL 392,598.3 1,350PARANÁ 184,548.6 655RIO GRANDE DO SUL 179,280.4 560SANTA CATARINA 28,769.4 135

TOTAL 1,717,011.3 4,563

Fontes: BNDES e BB. Elab.: SPA/MAPA

Programa pode ser usado pararegularização de propriedades

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 81

Page 82: JornalCana; Edição 230

Março/2013POLÍTICA 82

Procuradoria Geral daRepública questionaconstitucionalidade de artigosdo novo projeto

André Ricci, Da Redação

O novo Código Florestal (Lei12.651/2012) continua gerando polêmica.A implementação do projeto pode sersuspensa caso o Supremo TribunalFederal (STF) reconheça ainconstitucionalidade de diversos artigosda lei, conforme pedido apresentado pelaProcuradoria Geral da República (PGR).

Ainda em janeiro, três ações diretasde inconstitucionalidade (ADIs) foramprotocoladas. A PGR caracteriza comoinconstitucionais dispositivos queflexibilizam regras para áreas depreservação permanente (APP) e dereserva legal, além de normas que visamà regularização de áreas desmatadasilegalmente.

Agora, caso o Supremo acate asolicitação da Procuradoria-Geral, osartigos questionados podem sersuspensos até o julgamento final dasações.

A advogada Samanta Pineda, queparticipou da Comissão da Câmara quediscutiu o Novo Código Florestalconversou com o JornalCana e traz maisdetalhes sobre o assunto. “Acredite ounão a senhora Procuradora Geral daRepública em exercício, o que temos hojeé muito melhor para o meio ambiente,porque é real. Há uma vontade coletiva deregularização, ninguém gosta detrabalhar ameaçado por multas eprocessos”, diz.

Confira a entrevista completa:

JornalCana: Qual a atual situação donovo Código Florestal depois do pedidoapresentado pela Procuradoria Geral daRepública?

Samanta Pineda: O código continuavigente e com todos os artigos, uma vezque não houve ainda análise dos pedidosde liminar pelo STF.

Em sua opinião, como a ação podeser prejudicial ao país, maisprecisamente, aos produtores?

As ações prejudicam um grandeacordo nacional. Os produtores podemconfessar seus passivos ambientais semmedo de serem multados. Com aidentificação dos passivos, os estadospodem elaborar seus programas deregularização da forma mais adequada àsua realidade. Sai ganhando o produtor esai ganhando o meio ambiente, já que osprodutores deverão aderir aos programasde regularização promovendo algum tipode recuperação ou melhoria ambiental.Com as ações não há a segurança de quenão haverá punição mediante a confissãodo passivo. Pode ser que o Ministério

Público (MP) não tenha se dado conta,mas prejudicou um acordo em que o meioambiente só tinha a ganhar.

Quais nomes podemos citar na ação?Quais os envolvidos diretamente?

A Procuradora Geral da República emexercício, Sandra Cureau, foi quempropôs as ações; além dos ministrosrelatores, Luiz Fux, Rosa Weber e GilmarMendes, que são os que devem decidir aquestão; embora os três tenhamdespachado no sentido de redistribuir asações para um só ministro, já que se tratada mesma lei sendo questionada.

Em seu texto, a senhora cita aquestão da democracia. Explique melhoreste ponto.

Na democracia as decisões políticassão tomadas pelo povo através de seusrepresentantes. As discussões sobrecomo resolver os problemas dasirregularidades criadas pelasmodificações do Código Florestal foramtomadas em um processo legítimo e comampla participação da sociedade e dogoverno.

Certamente que essas decisões nãopodem contrariar a constituição, noentanto, diversos valores são defendidosnesta mesma constituição e há que sefazer uma análise onde todos estesvalores estejam contemplados. O meioambiente saudável é um direito, assimcomo a dignidade, a segurança jurídica, oalimento e tantos outros que devemcoexistir sem jamais podermos admitirque um venha a anular o outro. A leiturado MP foi parcial e ideológica nestesentido, não tendo a visão do todo eencarando como retrocesso na proteçãoambiental a adequação de algumassituações que resgataram outros direitosigualmente importantes. Com estapostura, o MP insinua que o legislativo,legítimo representante da sociedade, e oexecutivo, passaram por cima daconstituição em nome de interessesparticulares.

Em linhas gerais, como a senhoraenxerga o resultado final do texto doCódigo Florestal?

O texto final do código foi o melhorque poderia ser. Sempre afirmo que odescontentamento de ambientalistas esetor produtivo prova o equilíbrio da lei,que conseguiu trazer ganhos ao meioambiente e aos produtores.

ENTREVISTA - Samanta Pineda

Novo Código Florestal ainda é alvo de questionamentos

Samanta Pineda participou da Comissão da

Câmara que discutiu o NovoCódigo Florestal

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 82

Page 83: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 83

Page 84: JornalCana; Edição 230

Março/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES84

Resultados comprovam benefícios do Farture versus a fertilização convencionalFarture é o fertilizante de plantio e alta

performance da Agrária Fertilizantes. Seugrande diferencial em relação aosfertilizantes convencionais é conter, emcada grão de fertilizante, macro emicronutrientes combinados ao CarbonoOrgânico, presente sob a forma desubstâncias húmicas ativadas. A afirmaçãoé de Oliveiros de Miranda Filho, diretorcomercial da Agrária. “Utilizar Farture nocanavial é sustentável porque o produtoaumenta muito a produtividade da lavourae reduz a necessidade de aumentar asáreas de cultivo. E também porque quemusa Farture obtém produtividade perene,os resultados continuam expressivos

mesmo com a aplicação em quantidadescada vez menores do produto”, revela.

RESULTADOSDécio Lopes, produtor de

Barretos/SP, aplicou 400 Kg/ha de Farture05-26-00. E para obter os resultadosinferiores da fertilização convencionalprecisou aplicar 600 Kg/ha de fertilizantemineral 08-30-16. “Mesmo recebendoquantidades menores de nutrientes naadubação de base, a parcela do canavialtratada com Farture está densa, fechada emais uniforme. Como se observa na foto, oscolmos da cana provenientes da áreatratada com Farture estão maiores do que

os colmos provenientes da área tratada porfertilização convencional”, explica oengenheiro agrônomo, Nivaldo AraújoLima, pesquisador da Agrária.

Segundo ele, a parcela do canavialadubada com Farture foi mais beneficiadaporque houve disponibilidade continuadade nutrientes para a cana, durante todo seuciclo de desenvolvimento. “É um efeitoconhecido do Carbono Orgânico, presenteno Farture sob a forma de substânciashúmicas ativadas. O Farture é como umaprateleira que protege e armazena osnutrientes, diminuindo sua perda para osolo e liberando estes nutrientes nomomento exato que a planta precisa, de

forma mais continuada e uniforme aolongo de todo ciclo da cana”, comenta.

O especialista explica que a longoprazo, a aplicação excessiva de nutrientes dafertilização convencional compromete asaúde dos solos e acelera seus processos dedegradação, além de prejudicar lençóis deágua, fauna e flora associadas a estes meios."Já o Carbono Orgânico presente em Farturemelhora as propriedades químicas, físicas ebiológicas do solo, tornando-o um substratode alta qualidade para sua cultura", conclui.

Agrária16 3690.2200www.agraria.com.br

Resultados obtidos por Décio Lopes, produtor de Barretos, utilizando 400 Kg/ha de Farture 05-26-00 e 600 Kg/ha de fertilizante convencional

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 84

Page 85: JornalCana; Edição 230

Março/2013 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 85

Há três anos trabalhando com a linhalaboratorial, a Rezenflex vem sedestacando cada vez mais no segmentosucroenergético nacional. Prova disso éque em 2012, mesmo com o momentodifícil que atravessou o setor, a empresaconseguiu bater recorde de vendas em relação a 2011, atingindo marcasuperior a 30%.

Segundo os sócios, Sandro Costa eJoão Togni, o aumento nas vendas éatribuído ao diferencial da empresa detrabalhar com a linha completa deprodutos laboratoriais. “E a tendência éaumentar ainda mais nos próximos cincoanos, quando pretendemos dobrar essenúmero”, afirmam.

A Rezenflex tem entre seus clientesusinas do Grupo Louis Dreyfus, Guarani,Alto Alegre e Abengoa.

Entre os produtos fornecidos pelaRezenflex para usinas de todo o Brasilestão ácidos, hidróxidos, solventes,corantes, indicadores, soluções das marcasMerck, Carlo Erba, F. Maia, Vetec, JTBaker Synth, Dinâmica, Digimed, Difco,Cinetica.

A empresa também trabalha com alinha completa de vidrarias e acessórioscomo: Vidrarias (Calibradas), Porcelanas,Plásticos, Metais, Carrinhos (CAR LAB®),Termômetros, Produtos em Aço Inox das

marcas Pyrex, Vidrolabor, Schott, Uniglas,Sartorius, Chiarotti, J. Prolab, Nalgon,Incoterm, HG, TechVision, Schleicher &Schuell, Sartorius e outros.

Rezenflex19 3412.1144www.rezenflex.com.br

Estão abertas as inscrições de trabalhostécnicos e científicos para apresentação noVII Workshop Agroenergia: Matérias-Primas, que será realizado entre 5 e 6 dejunho, em Ribeirão Preto, SP. O evento épromovido pela Agência Paulista deTecnologia dos Agronegócios (Apta), pormeio do Polo Centro-Leste/APTA Regional edo Instituto Agronômico (IAC), deCampinas. Até o dia 30 de Março de 2013,os interessados podem se inscrever e enviarseus trabalhos pelo site:www.infobibos.com/agroenergia.

O Workshop tem o objetivo de fomentaro debate em torno da produção de etanol eseus subprodutos, biodiesel, bioetanol, cana-de-açúcar e das culturas agroenergéticas em

geral. Durante o evento, serão discutidastecnologias para a produção de etanol apartir do sorgo sacarino, tendências futurasdo mercado de agroenergia, plantio direto,mecanização, desafios fitossanitários efitotécnicos em culturas agroenergéticas,além de novos programas desenvolvidos porvárias Instituições, usinas e empresas.

Os engenheiros agrônomos, gerentestécnicos, produtores rurais, pesquisadores, eestudantes poderão participar de mesas-redondas, palestras, campos de pesquisa,entre outras atividades.

Apta16 3637.1091www.infobibos.com/agroenergia

VII Workshop Agroenergiaabordará o uso de matérias-primas

Rezenflex bate recorde

de vendas em 2012

Fachada da Rezenflex: empresa trabalha

com linha completa de vidrarias e acessórios

Público presente no VI Workshop Agroenergia realizado em 2012

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 85

Page 86: JornalCana; Edição 230

Março/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES86

Para incentivar asempresas associadas aoCeise Br (CentroNacional das Indústriasdo SetorSucroenergético eBiocombustíveis) aparticipar da Sucronor(5ª MostraSucroenergética doNordeste), a ReedMultiplus, marcaassociada à ReedExhibitions Alcântara Machado, firmou umaparceria com a entidade. O projeto visaoferecer condições especiais para asempresas paulistas a mostrarem seusprodutos e serviços para o mercadonordestino. Em sua 5ª edição, a Sucronoracontece simultaneamente à Forind NE -Feira de Fornecedores Industriais, entre osdias 15 a 18 de abril de 2013, no Centro deConvenções de Pernambuco, em Olinda, PE.

“Pernambuco é um canteiro de obrascom um mix de oportunidades e demandasem todas as áreas e tem atraído um grandenúmero de empresas interessadas emampliar ou iniciar seus negócios na região”,explica Augusto Balieiro, diretor da ReedMultiplus, que apresentou dados sobre osgrandes empreendimentos que estão sendo

instalados no Estado, durante encontro nasede da entidade, na última semana. “Paraprover as necessidades desta região empleno desenvolvimento é preciso defornecedores e a Sucronor e a Forind NEsão ferramentas para levar até eles osprodutos demandados”, conclui o diretor.Para o gerente do Ceise Br, SebastiãoMacedo, a parceria proporciona aosassociados que expõem seus produtos nasFeiras, o suporte necessário para quepossam direcionar sua atenção nosnegócios e oportunidades que elasoferecem.

Multiplus16 2132.8936www.reedmultiplus.com.br

As condiçõesclimáticas do triângulomineiro são favoráveisao florescimento eisoporização da cana eo processo acarreta aperda deprodutividade,prejudicando de formasignificativa aqualidade do produtoagrícola. Sempre aolado dos produtoresrurais para oferecer asmelhores soluções emmanejo de cultivos, aBayer CropScienceesteve no município de Campo Floridopara apresentar suas inovações para acultura da cana, contribuindo para a trocade experiências entre os elos da cadeia dacana. Durante o 2º Encontro deFlorescimento e Isoporização de Cana-de-açúcar de Minas Gerais, os produtorespuderam conferir as informaçõesnecessárias para produzir mais e melhor.Foram realizadas palestras técnicas, emque especialistas da Bayer apresentaram astecnologias da empresa para a cultura dacana, como Ethrel®, produto recomendadopara inibir o florescimento e isoporização,

permitindo que a cana tenha mais caldo equalidade. Também foram realizadasapresentações de case com a adoção datecnologia Bayer e sobre as conclusões depesquisa a respeito do florescimento naregião de Frutal e Campo Florido. O eventofoi realizado em janeiro e promovido pelaAssociação dos Fornecedores de Cana(CanaCampo) em parceria com a BayerCropScience.

Bayer S/A16 2132.5400www.bayercropscience.com

Parceria incentiva empresas aparticipar da Sucronor e Forind NE

Bayer participa de eventosobre o florescimento da cana

Público no 2º Encontro de Florescimento e

Isoporização de Cana-de-açúcar de Minas Gerais

Portão de acesso à Sucronor em Olinda, PE

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 86

Page 87: JornalCana; Edição 230

Março/2013 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 87

A região de Sertãozinho, cidade dointerior de São Paulo ondetradicionalmente ocorre a Fenasucro,confirma o status de principal polo para odesenvolvimento do setor sucroenergéticodo País. Prova disso é seu alto índice demecanização da lavoura de cana-de-açúcar,que chega a 94%, segundo a União daIndústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Noentanto, essa tendência deve se alastrar portodo o Brasil. A partir de 2014, a maiorparte dos canaviais paulistas deverá atingir100% de mecanização da colheita, comoprevê a Lei 11.241/02 – que estabelece aeliminação gradativa da queima da palhada cana. As queimadas poderão serutilizadas até 2017, em áreas onde o relevonão permite colheita mecanizada.

Dois fatores principais confirmam essatendência. Indicadores da AssociaçãoNacional dos Fabricantes de VeículosAutomotores (Anfavea) revelam que asvendas brasileiras de máquinas agrícolas noatacado bateram recorde histórico em2012. Tratores e colheitadeiras vendidos noano passado registraram alta de 6,2% sobre2011, totalizando 69,374 mil unidades.Apenas uma vez vendeu-se mais do queisso, em 1976, quando foram registradas 80mil unidades comercializadas.

Paralelamente, a safra da cana-de-açúcar na temporada 2012/2013(encerrada em dezembro do ano passado),teve 81,3% de colheita mecanizada noEstado de São Paulo, segundo a Secretaria

do Meio Ambiente. A colheita mecânicadispensa as queimadas, um ganhoambiental considerável. Somente a regiãoCentro-Sul do país representou cerca de523 milhões de toneladas de cana, naúltima safra, crescimento de 7,9% emrelação à colheita anterior.

A 21ª Fenasucro, promovida pelaReed Multiplus e com realização do CeiseBr, traz novo layout, com exposiçãosetorizada da feira em agrícola, processosindustriais, transporte e logística efornecedores industriais, unificando assima Fenasucro, Agrocana e Forind SP. A

expectativa é superar o número de 500empresas e receber mais de 30 milvisitantes.

Reed Multiplus16 2132.8936www.reedmultiplus.com.br

Sertãozinho, palco da Fenasucro 2013, tem alto índice de mecanização

Participantes observam equipamento exposto durante a Fenasucro em 2012

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 87

Page 88: JornalCana; Edição 230

Março/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES88

Na cidade de Ribeirão Preto, SP, em 1965iniciava-se o sonho de um trabalhador honesto emuito lutador. Em um pequeno salão sublocadodentro de uma oficina foi montado um posto desolda que após alguns anos se transformaria naHidráulica Mauv e Auto Peças Maurílio.

A Hidráulica Mauv sempre focada emserviços e desenvolvimentos de equipamentoshidráulicos, utiliza componentes dos líderes defabricação de bombas hidráulicas e tomada deforça do setor. Atendendo todas as necessidades domercado em semirreboques basculantes, bi-caçambas, rodotrem, transbordos, prancha e pisosmóveis, além de aplicações diversas paracanavieiros. Apresenta o melhor custo-beneficiopor proporcionar um excelente desempenho edurabilidade, seus componentes sãointercambiáveis com outros fabricantes porapresentar as mesmas normas, possibilitando maisopções e facilidades no momento da manutenção.

A Auto Peças Maurílio, interessada em

atender bem as necessidades dos seus clientes,sempre com qualidade, agilidade e bom preço,mantém um grande estoque de peças direcionadasas principais marcas de reboques e semirreboques.

Distribuidora de peças para tomadas deforça, bombas hidráulicas, suspensão,acoplamentos, rodados, sistemas de freio, sistemashidráulicos, rede pneumática e sistema elétricos. Ehoje por estar entre as maiores do Brasil a empresatem o orgulho de representar grandes marcas domercado como: Ferrol, Eaton, Takarada, Osper,Marrucci, Jost, Suspensys, Silpa, Parker, Haldex,Engatcar, Gaff, entre outras.

Auto Peças Maurilio 16 3626.0716www.autopecasmaurilio.com.br

Hidráulica Mauv 16 3626.7126www.hudraulicamauv.com.br

A Geo Agri Tecnologia Agrícolaparticipou da Show Rural Coopavel 2013,evento tecnológico voltado ao aumento deprodutividade de pequenas, médias egrandes propriedades rurais. Promovidopela Coopavel - Cooperativa Agroindustrial-, o evento aconteceu entre os dias 4 e 8 defevereiro, em Cascavel, PR. Com o estandelocalizado no Lote 13.2, a empresaapresentou diversas soluções paraagricultura de precisão.

Neste ano a Geo Agri apresentou asseguintes soluções para agricultura deprecisão: Center Point RTX, Monitor AG250, Monitor CFX-750, Field-IQ, PilotoAutomático Ez-Pilot, Coletor de dados Juno,Sistemas GreenSeeker e WeedSeeker,Fazenda Conectada, Software Farm Works

e VANTs.Além destas soluções, também foi

apresentado aos visitantes, o sistema demonitoramento de colheita bem como osistema de monitoramento de sementes,ambos da Trimble. Agora é possível obtermaior lucratividade na lavoura com amarca que é sinônimo de qualidade nomercado.

Para Fábio Castro, Gerente Regionalde Vendas da Geo Agri, é importanteaproveitar a boa safra de 2012 / 2013 parainvestir em novas tecnologias, aumentandoa qualidade da agricultura brasileira.

Geo Agri Tecnologia Agrícola16 3965.8220www.geoagri.com.br

Geo Agri participou da ShowRural Coopavel 2013

Empresas são referência na distribuiçãode peças para reboques e semirreboques

Fachada da Hidráulica Mauv e Auto Peças Maurílio em Ribeirão Preto, SP Estande da Geo Agri na Show Rural Coopavel 2013

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 88

Page 89: JornalCana; Edição 230

Março/2013 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 89

Rumo a completar o terceiro ano de atividades, aOurofino Agrociência, planta do grupo OurofinoAgronegócio especializada na fabricação de produtos para asaúde vegetal, comemora a conquista de três certificações.Em 2012, a fábrica, considerada a mais moderna daAmérica Latina na produção de defensivos agrícolas,recebeu a ISO 14001:2004, relativo ao Sistema de GestãoAmbiental, e a OHSAS 18001:2007, referente ao Sistema deGestão de Saúde e Segurança do Trabalho. Uma daspioneiras no segmento a ser certificada nestes parâmetros, aempresa já havia obtido em 2011 a ISO 9001:2008, pelaGestão da Qualidade, que foi mantido no ano passado.

Localizada em Uberaba, no triângulo mineiro, a

Ourofino Agrociência preza pela excelência tanto dosprodutos oferecidos ao mercado quanto de sua atuação.Prova disso é uma série de procedimentos adotadosinternamente que foram fundamentais para a obtenção dascertificações, com destaque aos treinamentos decolaboradores, ao descarte correto de resíduos e a um sistemade contenção da água gerada pela indústria, cujo objetivo éreduzir as possibilidades de contaminação do meio ambiente.

Com abrangência nacional, a Ourofino Agrociênciaoferece atualmente as melhores soluções para os agricultoresbrasileiros, com herbicidas, fungicidas e inseticidas. Afábrica possui capacidade de produção de 100 milhões delitros por ano, em um espaço de 250 mil metros quadrados,

com equipamentos modernos e ambiente totalmenteautomatizado.

O complexo industrial da Ourofino Agrociência é partedos negócios da Ourofino Agronegócio, que completou 25anos em 2012. Tendo suas operações iniciadas emCravinhos (SP) na fabricação de produtos para a saúdeanimal, a companhia é a brasileira mais bem colocada noranking do Sindicato Nacional da Indústria de Produtospara Saúde Animal (Sindan).

Ourofino0800 941 2000www.ourofino.com

Ourofino Agrociência é referência no mercado, com qualidade certificadaJair Sunega, diretor industrial da Ourofino Agrociência Laboratório da fábrica da Ourofino Agrociência Fábrica moderna

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 89

Page 90: JornalCana; Edição 230

Março/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES90

A empresa Ferrusi Fundiçãoinaugurará neste 2013 sua nova fábrica esede social. A nova Ferrusi contará comdois galpões pré-moldados de 1.600 m²cada um, 1 barracão metálico de 1.702 m²,01 barracão metálico de 444 m²,laboratório metalográfico completo,engenharia com PCP e projetista demoldes, SAC - Serviço de Atendimento aoCliente, modelação para desenvolvimentode modelos e reparos, setor de usinagemmédia completa para fornecimento depeças de reposição para usinas e modernocentro administrativo, financeiro ecomercial.

A fábrica será toda projetada com 2novos fornos a indução para capacidade de4 toneladas de metal/hora, 2 misturadorescontínuos com capacidade total de 15toneladas/hora, 1 recuperador de areiacom capacidade de 10 toneladas/hora, 1cabine de jateamento moderna e ainda 3pontes rolantes com capacidade de 10

toneladas cada uma, 1 ponte rolante de 05toneladas e braços giratórios em toda aextensão dos barracões de 2 toneladas cadaum. Todas as máquinas trabalharão comenergia elétrica e mínima emissão deresíduos eólicos e sólidos, em torno de 90%da areia utilizada no processo de fundiçãoserá recuperada, ecologicamente correto.

A nova Ferrusi está localizadapróximo ao Distrito Industrial, com ótimalocalização para a logística e escoamentode materiais nas principais rodovias daregião, a empresa também irá dispor deuma área para reserva ambiental onde amanterá intacta com árvores nativas efrutíferas. Todo este investimento é paramelhor acomodar nossos parceiros efornecedores e atender os clientes de formapersonalizada e qualitativa.

Ferrusi16 3946.4766www.ferrusifundicao.com.br

A Vetro é especializada na fabricaçãode produtos e execução de serviços emfibra de vidro. Com mais de 20 anos nomercado, a Vetro tem experiênciacomprovada no segmento, prova disso sãoalguns prêmios recentemente recebidospela excelência em qualidade de seusprodutos e serviços.

A preocupação com a satisfação docliente é prioridade para a Vetro, por issobuscamos constantemente soluçõesinteligentes. Foram implantadas mudançasinternas para melhorar o atendimento, oprazo de entrega e oferecer o melhor custox benefício aos nossos clientes.

A linha de produtos Vetro conta comtubos e conexões de PRFV e RPVC, tanquede transporte e reservatórios de PRFVfabricados conforme norma padrão, alémde peças especiais produzidas de acordocom a necessidade do cliente.

Os produtos da marca Vetroapresentam características que fazem toda

a diferença em uma obra, tais como: altaresistência contra corrosão, superfícieinterna totalmente lisa, que diminui aabrasão, leveza e ótima resistênciamecânica, resultando em um baixo custode instalação, operação e manutenção.Além disso, possuem vida útil estimada de50 anos, o que otimiza o investimento eevita a renovação prematura dainfraestrutura.

A versatilidade dos produtos Vetropermite que eles sejam utilizados nacondução e armazenamento de fluídos quevão desde água e esgoto até produtoscorrosivos e com altas temperaturas. Comisso, a Vetro atende os mais variadosmercados, como: sucroalcooleiro, irrigação,citros, saneamento básico, indústrias emgeral, dentre outros.

Vetro16 3343-1556www.vetro.com.br

Ferrusi Fundição inaugurará novafábrica e sede social em 2013

Vetro tem foco em produtos comexcelência e clientes satisfeitos

Tubulações em fibra de vidro produzidas pela Vetro

Fachada da nova fábrica e sede social da Ferrusi Fundição

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 90

Page 91: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 91

Page 92: JornalCana; Edição 230

JC 230 2/22/2013 5:07 PM Page 92