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Os Pontões de Culturaaparecem no cenário da cultura

brasileira em um momento estratégico para ofortalecimento do trabalho já desenvolvido demaneira espetacular pelos Pontos de Culturaatravés do teatro, dança, audiovisual, música, circoe cultura popular (mamulengo, folguedos,artesanatos, hip-hop, capoeira, maracatu, congado,folia de reis, bumba-meu-boi, etc.).

O Movimento Enraizados, que em 2007ganhou o Prêmio Cultura Viva por executar oprojeto “Rede Enraizados”, presente comorganizações e militantes em 17 estadosbrasileiros e em mais de 10 países, utilizando comouma das formas de comunicação o PortalEnraizados (www.enraizados.com.br) que chegouao ápice dos 600 mil acessos mensais, hojeexecuta também o Pontão de Cultura Preto GhóezJuventude Digital, dando formação aos jovensintegrantes dos Pontos de Cultura do estado doRio de Janeiro, para utilização dos softwares livresnas áreas de áudio, vídeo, programação visual,programação para web (Drupal) e metareciclagem(montagem e manutenção de computadores),paralelamente oferecendo assistência remota.

Núcleo de Hip HopMocamboRio Branco (AC)[email protected](68)9979-0112

Movimento Hip Hop da FlorestaPorto Velho (RO)[email protected](69)8414-9994

Bira do RapAgrestina (PE)[email protected](81)9793-9110

Associação Canoense de Hip HopCanoas (RS)[email protected](51)9294-3721

CMA Hip HopSalvador (BA)www.educadora.ba.gov.br/[email protected](71)9151-0631

Suburbano ConvictoItaim Paulista (SP)[email protected](11)8218-7512

Ong CirculandoPorto Alegre (RS)[email protected](51)9674-6739

Os Pontos de Cultura tecem uma ricarede de pessoas e organizações em todo oBrasil, desenvolvendo trabalhos diversos emuitas vezes únicos, mas que se completam,criando novas metodologias e tecnologiassociais. O uso da comunicação, em suas maisvariadas formas, além de levar aoconhecimento de muitos o trabalhodesenvolvido por um Ponto de Cultura daperiferia da cidade de Nova Iguaçu para outrasorganizações e pessoas de comunidades dediferentes estados e até mesmo países, écapaz também de documentar e compartilharconhecimentos específicos dessasorganizações com o restante do mundo.

Baseado nesse princípio nasce o“Jornal Enraizados”, que além de ser um dosprodutos previstos no projeto, tem papelimportante, junto com outras ferramentas decomunicação desenvolvidas pelo MovimentoEnraizados como a “Rádio Enraizados Web” e a“Incubadora InRaiz” (www.inraiz.com.br), napropagação das atividades e informaçõesrelevantes aos Pontos de Cultura, aos jovensque estão protagonizando as atividadesnessas organizações e principalmente àpopulação periférica.

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Coordenado por Dudu de Morro Agudo (31) eLuiz Carlos Dumontt (37), o Movimento Enrai-zados foi criado em 1999 com o objetivo deinterligar pessoas em todo o Brasil que fossemintegrantes da cultura hip hop.

Hoje o Enraizados mantém um espaço multicul-tural na comunidade de Morro Agudo, em NovaIguaçu, Baixada Fluminense, que serve dereferência para outras organizações quecompõem a rede que tece arte, cultura ecidadania nas periferias de todo o país.

O Espaço Enraizados, como é chamado, temaproximadamente 350m², onde estão distri-buídos um estúdio de audiovisual, telecentro,biblioteca, lanchonete e o escritório deadministração onde são idealizados os projetosda organização.

Há algum tempo tendo o reconhecimento pelotrabalho que executa, o Movimento Enraizadoscoleciona importantes prêmios como o PrêmioCultura Viva (2007), Prêmio Pontos deLeitura - Edição Machado de Assis (2008),Prêmio Mídias Livres (2009/2010) e Iguacine– Festival de Cinema de Nova Iguaçu (2010).

A idéia inicial da Rede era unir organizaçõesinteressadas em troca de conhecimento, ajuda-mutua, capacitação e articulação para militânciacultural dentro das periferias dos grandescentros brasileiros. Atualmente a Rede

UMA EXPERIÊNCIA QUEMUDOU A BAIXADAFLUMINENSE

Enraizados se faz presente em 17 estadosbrasileiros e em países como a Colômbia,Espanha, Bélgica, Portugal, Finlândia, França,Angola, Moçambique, EUA, Chile e Japão, commilitantes da “cultura hip hop enraizados”.

Usando o ciberativismo e o ciberjornalismo paraligar ativistas e militantes espalhados pelo mundoatravés da “Rede Enraizados”, que foi criadaoficialmente no dia 13 de dezembro de 2005durante a primeira Conferência Nacional deCultura, seis anos depois da criação da organi-zação, chegaram ao ápice de sua trajetóriaquando passaram, em 2009, trinta e cinco dias naFrança fazendo intercâmbio com outras orga-nizações, onde puderam conhecer de perto acultura de quatro cidades francesas: Medon, Paris,Nancy e Blanc Mesnil, e depois mais cinco diasem Santiago, no Chile, onde participaram doprojeto Muro Por La Paz.

“Foi engrandecedor para todos nós quepudemos viver aquele momento único emnossas vidas, e como resultado deste traba-lho trouxemos 07 músicas gravadas em parceriacom rappers franceses, que eterni-zaramaquele momento”, relata Dudu de Morro Agudo.

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USANDO O CIBERATIVISMO E O CIBERJORNALISMO PARA LIGAR ATIVISTAS EMILITANTES ESPALHADOS PELO MUNDO ATRAVÉS DA “REDE ENRAIZADOS”,QUE FOI CRIADA OFICIALMENTE NO DIA 13 DE DEZEMBRO DE 2005 DURANTE APRIMEIRA CONFERÊNCIA NACIONAL DE CULTURA

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por Anco

Contemplada com o prêmio Ponto de Leitura, a BibliotecaEnraizados possui uma forma diferente de oferecer leitura paratodos em um projeto itinerante, que vai muito além das estantesrepletas de livros. Ele se propõe a circulação dos 25 mil títuloscatalogados e numerados que iniciam o ciclo em locais chamados“Pontos de Partidas”, como bares, lanchonetes, lan houses e tantosoutros espaços públicos.

Quem encontra um livro com um adesivo que contém umcódigo numérico na capa precisa acessar o site da biblioteca noendereço www.biblioteca.enraizados.com.br, clicar no link “Acheium Livro” e se cadastrar – caso já seja cadastrado, basta entrarcom seu login e senha para informar os dados. Depois, fazer aleitura e dar seqüência à idéia, deixando o livro em qualquer lugarda cidade para outra pessoa reiniciar o processo. Com isso todosse divertem e dividem conhecimento.

BIBLIOTECA ENRAIZADOS

“AS PESSOASCOMEÇARAM A TERACESSO A LIVROS,

COISA QUE MUITOSNÃO TINHAM.

PASSARAM A LERMESMO SEM TER OHÁBITO, PASSARAM

A TER ACESSO ÀLITERATURA.”

DISSE SAMUELAZEVEDO (35),

UM DOS PROFISSIONAISQUE TRABALHARAM NA

IMPLANTAÇÃO DO

ACERVO ITINERANTE.

.Quem quiser fazer doações basta comparecer no endereço físico da

biblioteca, levar a contribuição e ajudar no fomento deste grande projeto. Se adoação tiver um grande volume de títulos entre em contado pelo telefone(21)2768-2207 de segunda a sexta, no horário comercial, que o MovimentoEnraizados se compromete em buscar os livros.

Também é possível seguir o procedimento padrão, que consiste emregistrar-se e pegar qualquer título à disposição para devolvê-lo em até setedias. Para isso, a Biblioteca Enraizados fica no endereço Rua Thomas Fonseca508, Comendador Soares – Nova Iguaçu/RJ.

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Por Peter MCO Movimento Enraizados oferece cursos de

Cinema e Música gratuitos em sua sede em MorroAgudo - Nova Iguaçu, através do "Pontinho de Cultura",em parceria com a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçue o Ministério da Cultura.

O Pontinho atende jovens entre 11 e 16 anosde idade. Na oficina de música, os alunos aprendemsobre a história do hip hop e os processos de suaprodução musical, já na oficina de cinema eles entramem contato com o universo dos filmes de curtametragem e documentários, despertando assim uminteresse maior dos jovens pela sétima arte.

Além de promover a cultura, o projeto tambémpromove a cidadania desses jovens. Em conversa, orapper e produtor Léo Da XIII - responsável pelaaplicação da oficina de música - afirmou que usa o rape sua experiência para atrair a garotada e assim podercompartilhar com eles conhecimento sobre a realidadeem que estão inseridos. Além de Léo Da XIII, outrosdois profissionais estão envolvidos no Pontinho deCultura do Enraizados: Lisa Castro e Fabrício Barbosa,que aplicam as aulas de cinema.

Ao término das oficinas os adolescentesmostrarão filmes e músicas desenvolvidos por elesdurante as aulas. Também será desenvolvido um blogque servirá de veículo para divulgação dos projetosrealizados no Pontinho. O blog também serádesenvolvido e administrado pelos alunos.

OFICINAS CULTURAISPARA ADOLESCENTESNO MOVIMENTOENRAIZADOS

InscriçõesPara se inscrever no Pontinho de Cultura o

responsável deve comparecer no Espaço Enraizados, quefica na rua Tomás Fonseca, nº 508, em Morro Agudo, NovaIguaçu, RJ, de segunda a sexta, dentro do horário comercial.As turmas são as terças e quintas ou quartas e sextas, nosturnos da manhã e da tarde.

Maiores informações podem ser obtidas com a coordenadorado projeto, Simone Oliveira através do telefone (21)2768.2207 ou pelo e-mail [email protected]

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O Portal Enraizados (www.enraizados.com.br) entrou no ar a primeiravez em 1999, quando o rapper Dudu de Morro Agudo resolve criaruma ferramenta capaz de colocar os MCs, B.Boys, DJs e Grafiteirosem contato para trocar experiências e compartilhar seusconhecimentos.

A partir desse momento, o simples site, que tinha apenas 30 visitaspor mês, passa a crescer e agregar colunistas de todas as partesdo Brasil e do mundo, até se transformar em um dos maiores portaisde hip hop da América Latina.

“Algumas características próprias, como colocar entrevistasde artistas anônimos ao lado de celebridades, fez com queo Portal Enraizados agregasse tanta gente”, acreditam osmilitantes do Movimento Enraizados.

O Portal Enraizados está sempre aberto a novas parceriasinstitucionais, mas que fique claro que não é somente com o hiphop, é com qualquer organização que queira somar para ocrescimento do processo de compartilhar conhecimento. Nele éonde as organizações que integram a Rede Enraizados divulgamsuas atividades, artistas, pensamentos, músicas, vídeos e tudo mais.

“O Portal Enraizados cresceu conforme a demanda, a gentefazia o que era preciso ser feito, enquanto os veículos decomunicação seguiam o mesmo fluxo, a gente ia para osque necessitavam de atenção, isso fez com que o portalchegasse à média de 600.000 acessos mensais”, esclareceDudu de Morro Agudo, que até hoje é responsável pela programaçãodo Portal, que é feita em software livre, com a linguagem deprogramação PHP, sob a plataforma Wordpress e Wordpress MU.

PORTAL ENRAIZADOS

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Com a proposta de compartilhar o conhecimento datecnologia social de “Formação de Rede” e a experiência queadquiriram com software livre nesses quatro anos de Ponto deCultura, o Movimento Enraizados implantou o Pontão de CulturaPreto Ghóez Juventude Digital, com objetivo de capacitar osPontos de Cultura do estado do Rio de Janeiro para trabalhar comsoftware livre nas áreas de áudio, vídeo, programação visual,programação para web (Drupal) e metareciclagem (montagem emanutenção de computadores), e fortalecer o intercâmbio entreesses Pontos de Cultura através do mapeamento dos gruposjuvenis.

A idéia é formar multiplicadores para a utilização dosequipamentos audiovisuais que compõem o kit multimídia,buscando alternativas para o fortalecimento do protagonismojuvenil. A partir das oficinas – que são inteiramente grátis - serãodesenvolvidos documentários e publicações, ambos criadoscoletivamente, que vão mostrar as atividades culturais realizadaspelas diversas instituições do estado.

PONTÃO DE CULTURA

Pontão de Cultura é um instrumento de promoção dointercâmbio e difusão da cultura brasileira em suas mais diversaslinguagens e formas, no âmbito regional ou nacional, gerido porinstituições públicas ou privadas sem fins lucrativos quedesenvolvam ações que visem:

a) a capacitação e formação dos agentes de culturavinculados aos Pontos de Cultura;

b) a criação e a apresentação de obras artísticasrealizadas em conjunto por 2 ou mais Pontos de Cultura;

c) a criação de mecanismos de distribuição,comercialização e difusão dos produtos culturais produzidospelos Pontos de Cultura;

d) a organização de festivais, encontros, fóruns eatividades correlatas que promovam o encontro, a troca deexperiências e a articulação entre Pontos de Cultura.

AS OFICINAS E OS PROFISSIONAIS

ÁudioA oficina de Áudio é ministrada pelo rapper e produtor Léo da XIII,que ensina Noções Gerais de produção musical, produção debeat em seqüenciadores e captação (gravação) de áudio, tudoutilizando programas livres como por exemplo Ardour e Hydrogem.

Léo da XIII é um dos integrantes do Movimento Enraizados, atuana organização como artista e militante. Começou a sua carreiramusical como rapper aos 12 anos de idade, depois começou aacompanhar o rapper Dudu de Morro Agudo em seus shows, atéque começou a participar das apresentações.

PONTÃO DE CULTURAPRETO GHÓEZ JUVENTUDE DIGITAL

Em pouco tempo já era referência para osjovens de sua comunidade – Cerâmica,começou a gravar suas próprias músicase a se destacar no hip hop por possuir umestilo próprio. Em seu repertório apresentacanções que relatam o seu dia a dia naBaixada Fluminense, e em suas apresen-tações desenvolve o Freestyle – rimas deimproviso – com maestria.

Há dois anos produzindo beats de hiphop, destaca-se entre os produtores danova geração. Trabalhou durante o anode 2009 ministrando oficinas de rap paraadoles-centes no Movimento Enraizados,em Morro Agudo e ministrando oficina deprodução musical na Escola Livre deMúsica, na Cerâmica. Em maio de 2009viajou em turnê com Dudu de Morro Agudopela França, onde trocou experiênciassobre produção musical com produtoresfranceses.

Hoje, Léo da XIII se especializa em produ-ções musicais de beats de hip hop utili-zando software livre e compartilha oconhecimento adquirido no Pontão deCultura Preto Ghóez Juventude Digital.

AudiovisualA oficina de Audiovisual é ministrada pelo cineastafrancês Bruno Thomassim, que em três módulos,ensinará aos participantes desde a escrita deseus roteiros até a filmagem e a edição de seusvídeos, utilizando equipamentos profissionais esoftwares livres como Cinelerra e Kino.

Bruno Thomassin é fotógrafo e está há onze anosno Brasil. Pisou no Brasil a primeira vez em 1997,para filmar o projeto “O Circo da Madrugada, naEscola de Circo do Rio de Janeiro e o clipe“Desaparecido” do Manu Chao, hoje com mais de6 milhões de exibições no youtube.

Bruno é formado em Biologia Humana e emFotografia – Belas Artes – com mestrado emComunicação Visual, trabalha como fotógrafoautônomo desde 1994, antes de chegar ao Brasil,passou pela Espanha, Sibéria, Mongólia,Cingapura e Camboja.

Design eVideorreportagemAs aulas de edição de imagem e videorreportagemsão ministradas pelo jornalista Alexandre de Maio.Nas oficinas, os participantes aprendem amanusear softwares livres como o Gimp e suasferramentas e ainda noções de jornalismo evídeorrportagem.

Alexandre De Maio começou sua carreira comoquadrinista e jornalista, publicando a revista RAPBrasil (Editora Escala) em 1999. Foram mais de 180

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COM A PROPOSTA DECOMPARTILHAR O

CONHECIMENTO DATECNOLOGIA SOCIAL DE

“FORMAÇÃO DE REDE” E AEXPERIÊNCIA QUEADQUIRIRAM COM

SOFTWARE LIVRE NESSESQUATRO ANOS DE PONTO

DE CULTURA,O MOVIMENTO

ENRAIZADOS IMPLANTOUO PONTÃO DE CULTURA

PRETO GHÓEZJUVENTUDE DIGITAL, COMOBJETIVO DE CAPACITAROS PONTOS DE CULTURA

DO ESTADO DO RIO DEJANEIRO

A organização de hip hop Questão Ideológica foi criadaem Teresina, no Piauí, em 1994, fazendo o movimento so-cial e cultural, utilizando como base a cultura hip hop. Dezanos depois, em 2003, criaram a “Associação Piauiense deHip Hop” – braço jurídico da organização – para fazer todaa parte burocrática e então começaram a executarimportantes projetos financiados pelo Ministério da Cultura,como o Ponto de Cultura, o Pontão de Cultura e a CasaBrasil. Entrevistamos Gil BV, 31, diretor financeiro daAssociação Piauiense de Hip Hop que trabalha nacoordenação de projetos e convênios e vai nos dar umapanorâmica de como funciona por dentro uma organizaçãode hip hop de sucesso.

Qual a linha de trabalho da Associação Piauiense deHip Hop?Quando a gente iniciou em 2003, como tínhamos a cabeçamuito fechada, trabalhávamos apenas com os quatroelementos do hip hop, tínhamos um estúdio que erapequeno e uma sala de dança.Mas fomos crescendo muito, nosso espaço é enorme, é ametade de um quarteirão, e também a gente foi abrindo acabeça para mais coisas, conhecemos o pessoal do soft-ware livre, da metareciclagem, e passamos a trabalhar comisso, também conhecemos outros grupos culturais daregião, como os de capoeira e dança afro.A associação virou referência em tudo o que for cultural edigital, se falar em software livre todo mundo procura agente, se falar em cultura hip hop todos nos procuramtambém.Quando os grupos culturais precisam de algum lugar parafazer um evento eles também nos procuram porque nóstemos auditório, sala de dança e sala de aula, nessa parte agente também é referência.

revistas e mais de 2 milhões de edições lançadasao longo de 10 anos.

Atualmente faz videorreportagens para Folha.com,portal do jornal Folha de S. Paulo, Catraca Livre eTVO (TV do Ônibus), escreve para a revista RaçaBrasil (Escala), para o site Catraca Livre e foiconvidado pela Ação Educativa para fazer aconcepção visual - site e assessoria de imprensa- do Prêmio“Cultura Hip Hop 2010 – Edição PretoGhóez” do Ministério da Cultura.

Em parceria com Gilberto Dimenstein (Folha de S.Paulo) lança a “Revolução das Catracas”, umahistória em quadrinhos interativa hospedada nosite Catraca Livre, que também é aplicada em salade aula estimulando o debate sobre o temaabordado - a idéia teve destaque na MTV.

Quando osgrupos culturaisprecisam dealgum lugarpara fazer umevento elestambém nosprocuramporque nóstemosaud itório, salade dança e salade aula, nessaparte a gentetambém éreferência.

Gil BV

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Vocês foram um dos primeiros Pontos de Cultura do Brasil,como foi esse início?Isso veio através do nosso parceiro, o saudoso Preto Ghóez.A gente não sabia o que era Ponto de Cultura, mas ele disse quea gente iria ser o primeiro porque a gente já tinha a casafuncionando.Quando a gente começou, em 2003, já começamos sendo Pontode Cultura, na verdade sem nem saber o que era realmente todaessa linguagem do Programa Cultura Viva que a gente já sabehoje.A gente não trabalhava somente com oficina, mas trabalhávamostambém com a profissionalização, a gente começou a montarum estúdio onde teremos os melhores produtores, os grafiteirosfizeram suas exposições, os b. boys montaram companhias dedança e estão fazendo apresentações no Brasil todo, os DJsparticipando de campeonatos.Nosso Ponto de Cultura mostra essa idéia que a cultura é viva etambém é questão de sobrevivência.A quanto tempo vocês são Pontão de Cultura e qual aatividade que vocês executam?O Pontão de Cultura vai fazer dois anos agora, fomos o primeirodo Piauí e acho que o primeiro do Nordeste. O objetivo do nossoPontão de Cultura é fortaceler o que a gente já estava fazendopelo hip hop.

O trabalho do Pontão foi pegar 60 grupos de hip hop do Piauí emostrar pra esses caras como eles poderiam estar sobrevivendoa partir da sua cultura e se gerenciar.A idéia é fazer um grande trabalho de gestão de cada grupo. Umgrupo de rap que não tinha um release, não tinha um disco,somente queria ir para os lugares cantar, então a gente pegaesses caras e mostra o que é uma gestão cultural para umabanda de música, o mesmo pra um grafiteiro e o mesmo praquem dança. O negócio tomou uma dimensão tão gigantescaque os caras começaram a montar empresa de roupa, suasprodutoras de áudio, produtora de vídeo, vários grupos queeram crews de batalha de rua montaram companhias de dança,isso aí pra gente foi o retorno, tanto que o Ministério da Culturaconvidou a gente para estar renovando e fortalecer esse trabalhoem mais municípios do Piuaí.Tem muita gente que nem sabe o que quer, e essa conversamais política de saber o que os caras querem é o que foi maiscomplicado. No começo foi um vazio total, nos primeiros doismeses, dos 60 grupos estavam indo somente 20, mas depois agente pensou: - a gente é um Pontão de Cultura, também tem aidéia de ir onde os caras estão.Então a gente começou a ir nos bairros, nos municípios onde oscaras tinham os grupos e fortalecíamos eles dentro das suascomunidades mesmo, levando estúdio móvel, levando câmeraspros caras fazerem clipes, eu dava oficina de gestão, explicavacomo os caras fazem os releases. Através dessas idas a genteconseguiu fazer com que os caras fossem na nossa casa de hiphop. Hoje já virou um intercâmbio, eles vão lá pegar informaçãoe vice e versa.No início foi complicado, pois é difícil convencer um cara queele não tá sabendo o que quer, e que tu vai dizer pro cara o queele quer, mas na verdade ele já tem tudo, só está escondido ali,ele tem na verdade é que se direcionar.

Como é a relação de vocês com outros Pontos de Cultura?Acho que no Piauí tem uma das maiores redes de Pontos de Cultura do Brasil,são mais de 200 Pontos de Cultura.As vezes a relação é boa e é ruim ao mesmo tempo porque como a gente éreferência tudo cai lá pra gente, o pessoal deixa de ir na secretaria de cultura,que é o lugar certo para dar informação e vai lá na gente, e as vezes a gentenão consegue suprir essa demanda porque é muito Ponto de Cultura, tu jáimaginou 200 pontos de cultura, todo dia vai cinco ou seis caras pra tu ensinara fazer tudo, a gente não se nega, mas não temos tempo e nem pessoas quepossam estar fazendo isso direto.Mas a relação é boa, os outros Pontos de Cultura chamam a gente para seapresentar, chamam pra fazer oficina, pra trocar idéia, mas o mais complicado éo lado burocrático, acho que no Brasil todo tem esse entrave, porque nem todomundo sabe mexer com essa burocracia dos projetos, mas o fato de ter essarede grande lá, faz com que ela seja muito fortalecida, pois cada Ponto deCultura trabalha com no mínimo 100 pessoas, são mais de 20000 pessoastrabalhando com cultura e vivendo cultura dentro do estado. Isso é uma coisaque foi culpa nossa também, pois o pessoal via a gente fazendo ali e dizia: “-

Esse monte de menino tão fazendo hip hopaqui?”Eles queriam falar com o diretor, daí vinha oWashington, barbudo e de dread, daí elesqueriam falar com o diretor financeiro, daí vinhaeu vestido dessa forma.

Existe um diálogo entre vocês e outrosPontões de Cultura?Lá no Piauí hoje existe nós e mais três Pontões.A gente queria criar um fórum dos Pontões paraestar discutindo toda essa articulação que temque ser feita via Pontões, mas no Brasil euconheço poucos, conheço o pessoal doDecentro e vocês do Enraizados.Acho que uma articulação para Pontão deCultura a nível de Brasil não está sendo feitaainda, ela tem que ser construida. Tem osFóruns dos Pontos de Cultura, tem a Teia, mas

quando chega nesses lugares fica tudo focado nos Pontos de Cultura, porque opessoal acha que os Pontões são aquelas coisas gigantescas e as vezes não é.

Você acha que é válido começar um diálogo entre os Pontões paratrocar experiências?Com certeza, porque os Pontões são novos, o primeiro edital foi em 2007 e osPontos de Cultura são desde 2002. Nos Pontos de Cultura todo mundo sabeonde acertou e onde errou, agora nos Pontões não, os convênios estão aindarolando. Essa articulação ia ser válida para todo mundo estar vendo onde estãoacontecendo as dificuldades, pois no Rio de Janeiro é uma coisa, em Teresinaé outra e na Bahia pode ser outra e em São Paulo outra. Acho que deveria serformada uma rede ou um Fórum dos Pontões de Cultura para discutirmos nossospróprios problemas, que são bem diferentes dos Pontos e dos Pontinhos, porqueno Pontão já é uma articulação bem maior.

Quais os canais pra quem estiver interesse em conhecer o trabalho de vocês?Pode estar ligando no nosso telefone fixo (86)32208550, no meu celular(86)8827-8256 ou através do site www.hiphoparte.com.br.

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por Anco e Peter MC

Graças ao avanço tecnológico, o cenário musical independente vem sedesenvolvendo e ganhando destaque junto às grandes massas. A culturaHip Hop não ficou para traz. Idealizado pela coordenadora do MovimentoCultural Musa Negra, Adriana Miguel, e produzido pelo rapper Peter MC, oblog MH2 Baixada (www.mh2baixada.blogspot.com) tem por objetivo adivulgação de trabalhos dos grupos da periferia. O movimento não pretendeficar preso aos quatro elementos - rap, break, dj e graffiti, é de grandeinteresse atingir outras áreas, como o esporte.

Além de matérias, estão disponíveis músicas, vídeos e imagens dos gruposassociados. Quem quiser, pode participar entrando em contato pelostelefones ou endereço de e-mail disponíveis no site.

Movimento Hip Hop BaixadaJovens da Baixada Fluminense reconhecendo suas raízes

Integrantes do movimento reunidos em Belford Roxo

O Núcleo Barreto é uma organização que entre os anos de 1989 e1997 começou a atuar na Associação de Moradores e Amigos doBarreto (AMA-BARRETO), implementando um projeto cultural. Realizousua primeira façanha ao produzir um vídeo intitulado “Fala, Barreto”.

Pouco tempo depois, ao sair da AMA-BARRETO, criaram informalmenteo “Grupo de Formação Social e Política do Barreto - NÚCLEOBARRETO”, e a partir daí realizaram Fóruns de discussão comsignificativa participação popular, complexos projetos derevitalização da Praça Enéas de Castro, projetos de reurbanizaçãopreocupado com o escoamento da água das chuvas - pois asenchentes são realidade até os dias de hoje, criação de um espaçocultural comunitário, projeto de educação ambiental na comunidadee ocupação da linha férrea do Barreto com áreas de lazer.

Núcleo Barreto trazdiversas atividadespara a comunidade

ESTUDIO DA NB

Ceza Rizzo e Angela Nunes na NB FM 98,7

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luta olímpica envolvendo crianças e jovens

Foto: Arquivo

www.nucleobarreto.org

MELHOR QUALIDADE DE VIDAO movimento em prol de uma melhorqualidade de vida para os moradores daZona Norte niteroiense, em especial doBarreto, ganha novos adeptos. Juntos, criamo Grupo de Formação Social e Política doBarreto, o Núcleo Barreto (NB), que temcomo missão a revitalização cultural,ambiental e social deste bairro que durantemuitos anos ficou conhecido como“operário” da cidade.

Em 10 de fevereiro de 2001, formalizaram o Núcleo Barreto comoAssociação de Formação Social, Cultural e Ambiental do Barreto ecom recursos próprios e doações puseram no ar a primeiratransmissão da Rádio Comunitária NB FM 105.9 MHz. Ainda comsede emprestada, quatro programadores se revezavam em novehoras diárias.

Em novembro do mesmo ano se mudaram para a atual sede, tambémalugada, onde criaram o primeiro Espaço Cultural no Barreto eonde desenvolvem todos os seus projetos.

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Área de Mesquita com projetosIniciativa educacional e cultural na Baixada Fluminense

O projeto Arte com Visão para crianças,adolescentes, jovens e adultos é umprojeto de prestação de serviços deatendimento na comunidade daChatuba, em Mesquita.

Com caráter cultural e educacional, oprojeto oferece dança, teatro eartesanato, voltado a crianças e jovensdevidamente matriculados na redepública de ensino.

Nesse projeto é trabalhado não só aquestão cultural, mas a formação doindivíduo como um todo, comatividades esportivas, culturais, palestras

Casa do Menor São Miguel Arcanjo e o protagonismo juvenilCriada para resgatar vidas e construir cidadania, a iniciativa vai ao encontrodos meninos nas ruas para acolher suas reais necessidades, ajudá-los a sonhar,criar relações de referência e oferecer-lhes alternativas possíveis e atrativas àsituação de moradia de rua, encaminhando-os para instituições, programassociais, ou propiciando seu retorno à própria família biológica.

AcolhimentoVisa criar, paulatinamente, um ambiente familiar com a presença de um pai ede uma mãe social, quando possível, suscitando uma atmosfera de atenção ede afeto que se torne referência.Abrange casa de passagem, primeira acolhida, Casas-Lares, Casa Apoio,Reinserção Familiar, Família Substituta e Reinserção Social.

Escolarização e profissionalizaçãoAlmeja dar uma base cultural e oferecer cursos profissionalizantes e de éticaprofissional para adolescentes e jovens abrigados ou moradores das nossasperiferias, capacitando-os para o mercado de trabalho.

Profissionalização e inserção no mercado de trabalhoEncaminha os jovens ao emprego, em parceria com empresas e os qualificapara ingressarem no mercado de trabalho, proporcionando-lhes protagonismo,autonomia e cidadania.

Unidade básica de Saúde Padre Gärtner(em parceria com a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu)Possui programas de prevenção a doenças, oficinas de saúde, acompanhamentoclínico pediátrico, tratamento odontológico, acompanhamento de gestantes,vacinações, visitas domiciliares, curativos. Tudo voltado às crianças e aosadolescentes, aos jovens e às famílias.

Contatoswww.casadomenor.org.brwww.radiopresencaonline.com

e atividades relacionadas ao meio ambiente e acomunidade, direcionadas por monitorescapacitados.

O projeto Arte com Visão desenvolve suasatividades na atual sede da ONG Mundo Novo etambém em locais públicos como praças e ruas.

Trabalham com todos os tipos de apresentaçõesde dança e teatro, com temas educativos edivertidos.

ContatosTel.: (21) 2696-08719235-7098 / 3765-4947E-Mail: [email protected]

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O que nós daComCausa

desejamos é que osparticipantes do

“Ponto de CulturaComunicando

ComCausa” possamser agentes

modificadores dasua realidade.

Comunicando ComCausa: Arte e Pensamento pelo desenvolvimentohumano e sócio-cultural

O Ponto de Cultura da ComCausa - Parceriacom a Secretaria de Cultura do Estado doRio de Janeiro e Ministério da Cultura |Secretaria de Cidadania Cultural - prevê acapacitação gratuita de jovens, líderescomunitários e multiplicadores, moradoresde três municípios da Baixada Fluminense,através de oficinas, atividades sociocul-turais e palestras sobre questões sócio-urbanas, históricas, diagnóstico rápidoparticipativo, direitos humanos e comunica-ção social através das linguagens dacomunicação jornalística cidadã, com usoda produção de foto e vídeo de baixo custo.

As atividades ocorrerão em três cidades daBaixada Fluminense - Queimados, NovaIguaçu e Mesquita - em espaços cedidosatravés de parcerias com o Grupo CulturalQueimados Encena, o MAB (Federação dasAssociações de Moradores de Nova Iguaçu),o Grupo Cochicho na Coxia / Centro Cul-tural - Biblioteca Comunitária Oscar Romeroe Secretarias Municipais de Educação eCultura dos municípios atendidos.

A principal finalidade é criar uma rede dearticulação, comunicação e promoção dacultura de direitos, beneficiando direta-mente de 150 a 200 pessoas na BaixadaFluminense. A ComCausa pretende com istopotencializar a atuação dos participantescomo cidadãos, buscando a auto-identificação e o sentimento de pertenci-mento territorial. Esta estratégia visa

fomentar o protagonismo e ampliar os canaisde interlocução e interação da sociedade naBaixada, além de expandir o potencial de umaação no campo da comunicação cidadã, quevem sendo o principal instrumento devisibilidade positiva da população desta região.

O que nós da ComCausa desejamos é que osparticipantes do “Ponto de Cultura Comuni-cando ComCausa” possam ser agentes modifi-cadores da sua realidade. Em primeiro lugar,saber que o lugar em que moram é seu, e que éa sua responsabilidade promover umatransformação. Depois, olhar, perceber,analisar e ter as ferramentas, tecnológicas até,para que possam esclarecer para a sociedadeas reais necessidades do seu território, do seulugar. Agindo, transformam o seu território etambém se transformam.

A primeira turma do Ponto de Cultura será emQueimados. O local do curso será no EspaçoCultural Queimados Encena – Rua MustafáKalaoun, 116/Centro – Queimados.

Ponto de Cultura ComCausa

LUZ, CÂMERA, NOVA IGUAÇU!Reconhecendo o território

A Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, sob direção de Cristiane Braz, é a primeiraescola de audiovisual da Baixada Fluminense e funciona desde julho de 2006 no BairroMiguel Couto, fruto da parceria entre o Projeto Reperiferia e o programa Bairro Escola, daPrefeitura de Nova Iguaçu.

A Escola tem como eixo principal a prática de experiências com técnicas cinematográficasem oficinas direcionadas para jovens, adultos e idosos, com atividades que pretendemdespertar nos participantes, através do uso da câmera e da linguagem documental, anecessidade da percepção do outro, expressando identidades que pautam o territórioe ações cotidianas. A Escola inaugurou no ano de 2009 a biblioteca Cacá Diegues, comacervo bibliográfico e cinematográfico disponível para pesquisas.

Cristiane Santos e Desiré Taconi

Frente da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu.

CINIDEIA

No último mês de abril, foi realizado pelo 3º anoconsecutivo, o Festival de Cinema de Nova Iguaçu, o Iguacine.Por ser o único festival de audiovisual sediado na BaixadaFluminense tem uma grande importância para o cenário culturalcarioca, difundindo produções nacionais e proporcionandoencontros do público com os realizadores, o festival tem todassuas atrações gratuitas, que incluem entre elas, mostras delongas metragens em pré e estréias de filme nacional.

Cristiane Santos, 24 anos, moradora de Nova Iguaçu e ex-aluna daEscola Livre de Cinema, juntou duas paixões, o cinema e a escrita,construiu um blog sobre cinema: www.cinideia.blogspot.com.

No blog ela apresenta textos sobre filmes nacionais e internacionais.Cristiane conta que teve a oportunidade de conversar com Eryk Rochadiretor do filme 'Pachamama' e com Paulo Halm, do filme 'Histórias deamor duram apenas 90 minutos'.

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