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ESCRITÓRIO JOSÉ GERARDO GROSSI DE ADVOCACIA José Gerardo Grossi Maria Adelaide Pena]bit Pinto Queirós Claudio Deinczuk de Alencar Marcos Amarante Smith Mala Cayle Cmxxi Pettersen EXMO. SR . MINISTRO ROBERTO BARROSO DD. RELATOR DA AÇÃO PENAL N° 536/MG Supremo Tribunal Federal 2710212014 14:32 0008017 1 lIIltIIllIIItlI (liii ilili 11111 flui ILItI IIU IIflt liii ((ti (til -. tii5õPi EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO, por procurador, nos autos da Ação Penal n° 536/MG, da relatoria de VExa., apresenta suas alegações finais, pedindo vênia para aduzir o que se segue. 1— OS FATOS DO PROCESSO 1. O Senhor Procurador Geral da República ofereceu denúncia contra Eduardo Brandão de Azeredo e outros 14 indiciados no Inquérito n° 2.245 que, ao tempo - 20.09.2007 (fls. 5.932/6.015) - transitava neste eg. Supremo Tribunal Federal. Imputou aos denunciados a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, crimes que, segundo o denunciante, teriam ocorrido, em 1998, durante a campanha eleitoral na qual Eduardo Azeredo, então Governador do Estado de Minas Gerais, buscava sua reeleição. 2. Notificados, os denunciados ofereceram suas respostas. Em 19.02.2009. o Senhor Procurador Geral da República, "aditando" (sic) a denúncia, manifestou-se pelo seu não recebimento "...exclusivamente em relação a Sylvio Roinero, Eduardo Mundim e Jair A lonso de Oliveira, tendo em vista que com a juntada de novos documentos, em especial o de fls. 8675, não há elementos para sustentar a imputação formulada (fis. 876318766). 3. Pedira o Senhor Procurador Geral da República que fosse requisitados documentos ao Banco Itaú, que adquirira o Banco do Estado Minas Gerais, do qual os três denunciados acima nomeados haviam si fil SBS - Quadra 02-BlocoS- Ediflcio Empire Center - Salas 901, 902, 903, 913 e 914. CEP. 70070-904- Brasilia- DF - Telefone: (61)32250476 . Fax (61) 3224.9387 E-Mail eseriIorio(ggrossi.com.br

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Maria Adelaide Pena]bit Pinto QueirósClaudio Deinczuk de Alencar

Marcos Amarante Smith MalaCayle Cmxxi Pettersen

EXMO. SR. MINISTRO ROBERTO BARROSO

DD. RELATOR DA AÇÃO PENAL N° 536/MG

Supremo Tribunal Federal2710212014 14:32 0008017

1 lIIltIIllIIItlI (liii ilili 11111 flui ILItI IIU IIflt liii ((ti (til

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tii5õPi

EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO, por procurador,nos autos da Ação Penal n° 536/MG, da relatoria de VExa., apresenta suasalegações finais, pedindo vênia para aduzir o que se segue.

1— OS FATOS DO PROCESSO

1. O Senhor Procurador Geral da República ofereceu denúnciacontra Eduardo Brandão de Azeredo e outros 14 indiciados no Inquérito n° 2.245que, ao tempo - 20.09.2007 (fls. 5.932/6.015) - transitava neste eg. SupremoTribunal Federal. Imputou aos denunciados a prática dos crimes de peculato elavagem de dinheiro, crimes que, segundo o denunciante, teriam ocorrido, em1998, durante a campanha eleitoral na qual Eduardo Azeredo, então Governadordo Estado de Minas Gerais, buscava sua reeleição.

2. Notificados, os denunciados ofereceram suas respostas. Em19.02.2009. o Senhor Procurador Geral da República, "aditando" (sic) adenúncia, manifestou-se pelo seu não recebimento "...exclusivamente em relaçãoa Sylvio Roinero, Eduardo Mundim e Jair Alonso de Oliveira, tendo em vista quecom a juntada de novos documentos, em especial o de fls. 8675, não háelementos para sustentar a imputação formulada (fis. 876318766).

3. Pedira o Senhor Procurador Geral da República que fosserequisitados documentos ao Banco Itaú, que adquirira o Banco do EstadoMinas Gerais, do qual os três denunciados acima nomeados haviam si

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diretores. Recebidos tais documentos o senhor Procurador Geral da República"—requereu o não recebimento da denúncia em relação aos acusados SylvioRomero, Jair de Oliveira e Eduardo Mundim. (fis. 8.766). Não há nos autosnotícia do deferimento ou indeferimento deste aditamento. E possível que nojuízo de primeiro grau esta questão tenha sido resolvida.

4. O Senhor Procurador Geral da República aditou, ainda, adenúncia, para imputar, mais urna vez, a Eduardo Guedes, a prática dos crimes depeculato e lavagem de dinheiro.

5. Em 1105.2009, por decisão monocrática, o em. Mm.Joaquim Barbosa, então relator do caso, determinou o desmembramento doprocesso (fis. 8.946/8.966). O denunciado Eduardo Azeredo, àquele tempo, comoagora, deputado federal, continuaria a ser processado e seria julgado peloSupremo Tribunal Federal. Os demais denunciados seriam processados ejulgados pela justiça de primeiro grau.

6. Ainda por decisão monocrática, o em. Mm. Joaquim Barbosaentendeu que para o processamento e julgamento deste único denunciado,Eduardo Azeredo, as 26 testemunhas arroladas na denúncia - que, repita-se, foraoferecida contra 15 pessoas - seria um número razoável, conquanto o Código deProcesso Penal limite a 8 (oito) o número de testemunhas por réu (art. 398).Disse S. Exa. que "o arrolamento de 26 (vinte e seis) testemunhas obedece àrazoabilidade, tendo em vista a imputação de quatro crimes..." (fis. 9.718).

7. Aperfeiçoada a acusação, o denunciado Eduardo Azeredoapresentou sua resposta (fis. 6.925/6.938). E o Supremo Tribunal Federal, porseu Pleno, composto na ocasião por 8 (oito) em. ministros - recebeu a denúncia,por maioria de votos. Os em. Ministros Joaquim Barbosa, Marco Aurélio. CésarPeluso, Aires Brito e Ricardo Lewandowski, recebiam a denúncia; e os em.Ministros Dias Toffoli, Eros Grau e Gilmar Mendes a rejeitavam.

8. Em tal julgamento, por unanimidade, o Supremo TribunalFederal:

a) decretou "_ extintaextinta a punibilidade de José Claudio Pintode Rezende, em razão de sua morte... "(fis. 9.473);

b) decretou extinta a punibilidade " . . .de Ruy José ViannaLage, Gilberto Botelho Machado e Maurício Dias Horta, pela prescrição dapretensão punitiva estatal, tendo em vista as penas cominadas em abstrato acrimes narrados na inicial e ofato de já possuírem, atualmente, mais de seten a

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anos de idade, fazendo incidir o disposto no art. 115 do Código Penal, que reduzà metade o prazo prescricional". (tis. 9.473)

e) homologou o arquivamento das investigações emrelação ao crime eleitoral previsto no art. 350 do Código Eleitoral ('Omitir emdocumento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou neleinserir ou fazer inserir declara ção falsa ou diversa do que devia ser escrito parafins eleitorais) tendo em vista que a pena máxima cominada ao delito emquestão é de 3 (três) anos, tendo prescrito em 2006, portanto (prescrição em oitoanos nos termos do art. 109,1V, do Código Penal) ". (tis. 9.165)

9. Ultimado este julgamento, o denunciado Eduardo Azeredoarguiu a falsidade de um recibo que, de meramente referido na denúncia, setornou uma das causas - a mais proeminente, sem dúvida - da aceitação dela.(Este tópico será analisado em capítulo próprio destas alegações).

10. Foi feita a seguir a instrução do processo, com a tomada dodepoimento de 25 testemunhas arroladas pela acusação. Deixou-se de ouvir avigésima sexta testemunha, José Vicente Fonseca, que falecera. Houve tentativade substituí-Ia por Vera Lucia Mourão de Carvalho, que já havia prestadodepoimento no inquérito (fis. 561/572), depoimento de tal ordem confuso, que oentão Senhor Procurador Geral da República - Dr. Antonio Fernando Barros eSilva de Souza - não se animou a arrolá-la para a fase judicial. A substituiçãonão pode ser feita: é que Vera Lucia Mourão de Carvalho está física epsiquicamente incapaz de depor (fis. 10.259).

11. Foram ouvidas, ainda, 8 (oito) testemunhas arroladas peladefesa (fis. 9.577/9.578). Juntaram-se aos autos as certidões de praxe acerca davida de Eduardo Azeredo. Nelas, nada que o desabone. São estes, em síntese, osfatos do processo.

II - A TESTEMUNHA DO SENHOR PROCURADOR GERAL DAREPÚBLICA

12. O Senhor Procurador Geral da República, conquantodispusesse de 25 (vinte e cinco) depoimentos de testemunhas que depuseram noinquérito e no processo - aí sob o crivo do contraditório - escolheu umatestemunha - Nilton Antonio Monteiro - que só prestou depoimento na fasinquisitorial, como a sua testemunha. Nas alegações finais citou o seu nome po

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15 vezes (fis. 10.914— item 117; fis. 10.915— item 120; fls. 10.916— item 120;fis. 10.918— item 126; fls. 10.920— item 130; fis. 10.925— item 143; fis. 10.925- item 144; fis. 10.925 - item 145 (por duas vezes); fis. 10.925 - item 146, (porduas vezes); fis. 10.925 - item 147; fis. 10.926 - item 148; fis. 10.936 - item183; fls. 10.942—item 197).

13. Qual seria a razão deste incontido amor por tal testemunha?E que Nilton Monteiro prestara um depoimento à Procuradoria da República, nacidade do Rio de Janeiro (tis. 36/65) e outro à Polícia Federal em Brasília (fis.380/386), dos quais o Senhor Procurador Geral da República retirou os trechosque transcreveu nas suas alegações finais, às fis. 10.915 e 10.916. E preciso lerestes dois depoimentos na íntegra. Constituem uma baboseira, um delírio, umamontoado de mentiras. São enormes (ao todo 35 páginas). Relatam a queda deum Governador do Espírito Santo, por obra de Nilton Monteiro. Relatam um semnúmero de reuniões com pessoas altamente qualificadas. Dão notícias de quantiasmilionárias em precatórios, acordos de compensação de impostos, créditos juntoa políticos (alguns estrategicamente mortos), de viagens de aviões a fugir docontrole de voos, conspirações, brigas, desentendimentos, etc. Um delíriocompleto.

14. Mas quem é este Nilton Monteiro? Quem é esta testemunhatão do agrado do Senhor Procurador Geral da República que dá inteiracredibilidade a seus depoimentos?

15. Em depoimento prestado à CPMI dos Correios (fis. 6.616),traçando as primeiras linhas do perfil de Nilton Monteiro, Claudio RobertoMourão da Silveira, perguntado se conhecia Nikon Monteiro disse que conheciae que:

'Esse cidadão, em outubro do ano passado (2004), me foiapresentado por um amigo, dizendo que ele tinha dificuldades.Ele se dizia dono de 50% de um espólio de uns terrenos na Barrada T/uca; se dizia dono de uma ilha em Cabo Frio; se diziadetentor de uma ação milionária contra a Samarco Mineira ção;se dizia detentor de um percentual de 50% de uma açãomilionária de um cidadão chamado Paiva Ribeiro contra o Bancodo Brasil

ele não conhece ninguém do PSDB; ele falou em nomes dq'PSDB que nunca o viram; ele não é de Belo Horizonte, nã,b 1conhece ninguém na cidade; não esteve com ninguém, não ajud471\

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nada em campanha de 94, nem 98; não tem um centavo dele emnada disso aí..'

-. O sr. Nilton Monteiro - vou voltar a falar - ficoufrequentando a minha casa durante seis meses, almoçando ejantando na minha casa, precisando da minha ajuda. Tenho 50mil testemunhas, em Belo Horizonte, disso, Eu o levei para todolado lá. Ele, num determinado momento vislumbrou apossibilidade de ganhar dinheiro. Aí eu conheci quem é ocidadão Nilton Monteiro

16. Delineie-se um pouco mais o perfil de Nilton Monteiro, oxodozinho do Senhor Procurador Geral da República.

17. Na cidade de São Paulo, quatro eminentes Procuradores daRepública - doutores Luciana Sperb Duarte, Ana Letícia Absy, Gustavo TorresSoares e Audrey Borges de Mendonça - colegas do Senhor Procurador Geral daRepública, ofereceram denúncia contra Nilton Antonio Monteiro e outros(apenso n° 49) por haverem - repare-se , o atrevimento - caluniado o em. Mm.Gilmar Mendes. De tal denúncia colhem-se trechos que vão delineando mais operfil deste escroque:

"DA FONTE. DA FALSIDADE MATERIAL.

A fonte dos documentos falsos que fundamentaram asreportagens jornalísticas caluniosas foi o quarto acusado,NILTON ANTONIO MONTEIRO. A divulgação da existência dosreferidos documentos ficou por conta do terceiro acusado, DINOMIRA GLIA FILHO, com quem N1LTON agiu de modo articulado.

A ação penal n° 0024.08.181..1 65-5/2"VCBH imputa a N1LTONANTONIO MONTEIRO, MARIA MACIEL DE SOUZA e ALCYMONTEIRO os crimes deformação de quadrilha, estelionato edenunciação caluniosa, e gira em torno da cobrança judicial, porNILTON ANTONIO MONTEIRO, de uma nota promissóriafalsificada no valor de R$3. 000.000,00 (três milhões de reais).

Antes de mais, cabe destacar dois fatos a respeito dessa açãopenal. O primeiro: como se vê às fls. 6991704 do Apenso 1H, olaudo de exame grafotécnico n° 35599-11, da seção Técnica dDocumentoscopia do Instituto de Criminalística da Polícia Civde Minas Gerais, concluiu que a assinatura de CARLOS FELIP

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AMODEO, aposta na nota promissória cobrada judicialmentepor NILTON ANTONIO MONTEIRO, éfgJg. O segundo: poucotempo depois, como se vê à fi. 730 do Apenso IV referida notaPromissória desapareceu dos autos.

Pois bem. No curso do inquérito policial que embasou ação penaln'0024.08.181.165-512W1111, MILTON ANTONIO MONTEIROfoi preso e seus computadores foram apreendidos. O laudo deexame computacional n° 12. 679/12, cuja cópia encontra-seencartada no Apenso XI, em seu Anexo 34, retrata um arquivo,criado em 2710212009,contendo precisamente a "lista" - datadade 2810311999 - que fundamentou as reportagens caluniosas,com poucas diferenças com respeito àquela que acabou sendopublicada pela Revista Carta Capital (e à que foi aviada porDINO MIRA GLIA FILHO no inquérito policial n° 169312011-4,da DELEFAZ/SPL/SPF/MG), não podendo haver dúvida de que foigerada no computador de NIL TON ANTONIO. MONTEIRO.Referido laudo, datado de 28 de junho de 2012, foi juntado aosautos da ação penal n° 0024.08.181.165-512"VCBH em 25 dejulho de 2012.

A propósito, todo o produto das buscas e apreensões de objetos ecoisas pertencentes a ANTONIO NILTON MONTEIROdemonstra uma verdadeira fábrica de falsificações. Nos arquivosdas CPUs de seus computadores foi encontrada uma enormidadede modelos de títulos de crédito e de modelos escaneados dediversas assinaturas e timbres de empresas. tanto particularescomo estatais, bem como de modelos de impressões de carimbosnotariais, além de documentos atribuídos a empresários eautoridades, até mesmo supostas "degravações" de conversastelefónicas (grifo nosso).

À guisa de exemplo, no Apenso XI, as páginas 1 a 7 do laudo deexame computacional n° 12.679112 trazem algumas dessasimagens de assinaturas, logotipos e carimbos. Também noApenso XI, os Anexos 1 a 18 do laudo de exame computacional no12.679112 contêm o emblema de Furnas Centrais Elétricas 5/A,bem como inúmeros modelos de notas promissórias, algumas dasquais preenchidas, com o emblema da Samarco (Anexos 4 e 12).O Anexo 19 contém documento com o emblema da Câmara dosDeputados consistente supostamente em correspondência entre"Deputado José Carlos Aleluia" e "Deputado Gilberto Kassabna qual este encaminha àquele um 'relatório" sobre a quantia deR$22.983. 000, 00 "arrecadada" junto a determinadas empresas"repassada' ' para os Srs.Antônio Carlos Pannunzio, Eduar oJorge Caldas Pereira e José Aníbal, ambos responsáveis pe a

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campanha de Gera/do Alckmin e de José Serra Os Anexos 36 a39 contêm carimbos 13123 escaneados de tabeliões. O Anexo 24consiste de correspondência' de Dimas Fabiano Toledo a CarlosFelipe Amodeo, supostamente datada de 03 de abril de 2005 -conteúdo criado em2810312008 -, na qual aquele encaminharia"relatórios confidenciais dos valores arrecadados por mim,através de FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS SÃ., juntamentecom as demais empresas geradoras,Jbrnecedoras, prestadoras deserviços do segmento elétrico e instituições financeiras, os quaisforam repassados para diversos políticos da base de sustentaçãodo GOVERNO LULA, dentre outros beneficiados

Destaca-se ainda, no Apenso VI, às fls. 140211420, o Laudo deExame Grafotécnico e Documentoscópico n° 54.175-11,elaborado pela Seção Técnica de Documentoscopia do Institutode Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, encaminhadoaos autos da ação penal n° 0024.08.181.1 65-5/2"VCBH por meiode oficio datado de 12 de dezembro de 2011. O laudo objetivavaaferir a autenticidade da assinatura aposta em algunsdocumentos apreendidos em poder de NILTON ANTONIOMONTEIRO quando de sua prisão, consistentes em supostasdegravações de conversas que denegriam a imagem de diversasautoridades, tudo como se pode ver àsfls. 8431884 do Apenso W.As degravações" eram feitas em papel timbrado de .1. Engler -Advogados Associados. Traziam timbres cartoriais e a assinaturade "Dr. Joaquim Engler Filho. O exame pericial concluiu pela

,falsidade das assinaturas atribuídas a Joaquim Engler Filho(grifo nosso).

Interessante observar um outro incidente ocorrido no trâmite daação penal n° 0024.081181.] 65-5/2"VCBH: foi forjada uma cópiado auto de apreensão às fls. 1.183 e seguintes desses autos, destafeita fazendo constar reprodução falsa de assinatura do Promotorde Justiça Adriano Botelho Estrela, motivando o MinistérioPúblico de Minas Gerais por meio do Coordenador do Centro deApoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais(CA OCrim), a requisitar à Delegada de Polícia do Departamentode Falsificações e Defraudações de Belo Horizonte a instauraçãode inquérito policial. Esse auto de apreensão forjado acaboureproduzido na página 26 da edicão de 14 de novembro de 2012da revista Carta Capital, no bojo da matéria "De volta à origem"o que ocasionou o encaminhamento, pela Procuradoria- Geral deJustiça de Minas Gerais, do Oficio n° 108/2012-SCI-PGJà chefiaAda redação da revista, esclarecendo sobre a improcedência definformação ali veiculada, tudo como consta da, nota publicada

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no si/e oficial do Ministério Público de Minas Gerais, anexa(Doc. 06), obtida no endereçohttp:/Vwlt'w. mv. m.gov . hr/portal/yuhlic/no/icia/index/id/41 376.

Ao mais, pode-se consignar que, na denúncia da ação penal n°0024. 0& 181, 165-5/2"VCBH, refere-se que apenas na comarca deBelo Horizonte ANTONIO NILTON MONTEIRO respondetambém às ações penais de números 0024.05.878818-3,0024.06.001.850-4, 0024.06.935.696-2, 0024.06935.819-0 e0024.06.998.151-2.

Tudo Isso demonstra, a mais não poder, que NILTON ANTONIOMONTEIRO não era uma fonte confiável e, por essa razão,qualquer documento que dele proviesse deveria ser avaliado comredobrada cautela."

18. Não está completo o perfil de Nilton Antonio Monteiro enem se sabe se é possível completá-lo. Segundo o Ministério Público do Estadode Minas Gerais, esta querida testemunha do Senhor Procurador Geral daRepública "... vem cometendo delitos impunemente há mais de uma década". Etempo suficiente para que muitas provas de crimes praticados por NiltonMonteiro tenham se perdido. Não todas, porém.

19. Na denúncia oferecida pelos Procuradores da Repúblicaacima referidos, para caluniar o Mm. Gilmar Mendes, Nilton Monteiro montouum "Relatório de movimentação financeira" da campanha da reeleição doGovernador Eduardo Azeredo ao Governo de Minas Gerais, ocorrida em 1998,sob a administração das empresas SMP&B Comunicação Ltda. e DNApropaganda Ltda. A segunda lista, em continuação à primeira, intitulava-se"Saída de recursos arrecadados com as fontes pagadoras". E, neste - já na suasegunda versão - fez inserir o nome de "Gilmar Ferreira Mendes/AGU (via Gov.Eduardo Azeredo/Pimenta da Veiga" (apenso 49).

20. Na sua sanha de enodoar nomes, Nilton Monteiro não seacanha: lança os nomes de Eduardo Azeredo e Pimenta da Veiga, juntando-os aodo caluniado Mm. Gilmar Mendes. O perfil de Nilton Monteiro vai"melhorando" as cores. Mas o colorido forte de tal perfil vem a seguir.

21. De fato, em 26.11.2013, a defesa de Eduardo Azeredo fezjuntar aos autos o documento de fis. 10.723/10733, datado de 12.12.2013, peloqual se dava ciência ao juiz do oferecimento de "DENUNCIA" com 39 (trinta F\nove) laudas, com 24 (vinte e quatro) anexos distribuídos em 31 (trinta e u

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volumes e pedia - o que veio a obter - o decreto da prisão preventiva de NiltonMonteiro.

22. Nas suas alegações finais (fis. 10.425, itens 143, 144, 145), oSenhor Procurador Geral da República disse o seguinte:

"A propósito, ao se mencionar a confiabilidade da provaproduzida, deve-se tecer alguns comentários a respeito dotestemunho de Nilton Antonio Monteiro.

A defesa requereu a juntada de documentação por meio dapetição de f 10.722. Entre os documentos apresentados constacópia do pedido de prisão preventiva formulado pelo MinistérioPúblico do Estado de Minas Gerais contra Nilton AntonioMonteiro, em razão da sua suposta participação em delitos de

,falso testemunho e de estelionato, entre outros. Sem como trazerelementos para desfazer as provas produzidas contra si, afinalidade é unicamente de tentar desacreditar o testemunho porele prestado. Sem razão e cabimento, todavia.

É que a suposta prática de ilícitos penais por Nilton Monteiroem momento algum invalida seus depoimentos, pois os delitos aele imputados sequer possuem relação com os fatos oraapurados. Ademais, há elementos suficientes nos autos quecorroboram os depoimentos prestados por essa testemunha e háprovas de que Nilton Monteiro tinha relacionamento com aspessoas envolvidas na campanha à reeleição de EduardoAzeredo" (grifamos).

23. Da afirmação do Senhor Procurador Geral da Repúblicaacima grifadas, só se pode concluir que leu ele a denúncia oferecida peloMinistério Público de Minas Gerais contra Nilton Monteiro. Caso contrário, talafirmação seria uma leviandade.

24. Mas, ao fazer tal afirmação, o Senhor Procurador Geral daRepública MENTIU, o que é deplorável quando se sabe que o processo penaltem corno escopo primordial a busca da verdade material. Aos fatos contidos nadenúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais contra NiltonMonteiro, a fraude levada a efeito contra Eduardo Azeredo está descrita e ele,Eduardo Azeredo, é tratado como vítima. Transcreva-se este trecho da denúncia.

ANEXO 14) FRAUDES QUE ÇJM4RAM EDUARDOAZEREDO (Deputado Federal por M )

9SRS - Quadra 02-Bloco8 . Edificio Empire Center . Salas 901,902, 903, 913 e 14.

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ESCRITÓRIO JOSÊ GERARDO GROSSI DE ADVOCACIAJosé Gerado Grossi

Maria Adelaide Penafort Pinto QueirósClaudio Demczuk de Alencar

Marcos Amarante Smith MalaCayle Grossi Pectersen

O deputado federal Eduardo Azeredo, ex-governador de MinasGerais, tornou-se alvo da quadrilha, a partir da falsificação deum suposto "recibo" de recursos ilegais que o ofendido teriaassinado em face de pagamento de despesas pessoais, durante acampanha eleitoral estadual de 1998.

Citado "documento" foi entregue por NILTON MONTEIRO aoSupremo Tribunal Federal e incorporado ao contexto probantede que se valeu o Ministério Público Federal para ofertar adenúncia contra referido membro do Legislativo.

Trata-se de uma cópia reprogra'fica de um papel identificadocorno "RECIBO ", no valor de R$ 4.500.00,00 (quatro milhões equinhentos mil reais), datado como se tivesse sido emitido em"Belo Horizonte, 13 de outubro de 1998 ", apresentando acimado nome da vítima Eduardo Brandão Azeredo, a cópia de umlançamento manuscrito.

A fraude chama atenção, prima fade, pela atitude que seria nãosó estúpida, como também inédita na política brasileira,consistente em literalmente passar recibo de caixa 2".

Todavia, inconsciente de que tudo o que NJLTON MONTEIROdeclara, apresenta ou redige é irremediavelmente falso, ciProcuradoria da República, também induzida a erro, não só oconsiderou uma das fontes fidedignas de informações quecorroboraram a acusação contra Eduardo Azeredo, como chegoua efetuar menção nominal ao falsário na denúncia, àsfls. 38 dapeça acusatória.

Na sessão do STF de análise do recebimento da denúncia,segundo informe da im prensa, o "recibo" forjado por NILTONMONTEIRO foi expressamente referenciado pelo Mm. RelatorJoaquim Barbosa e gerou pedido de vista feito pelo Mm, DiasTóffoli, que posteriormente acabou votando pelo não recebimentoda peça acusatória, sob a alegação de que o papel em questãoseria "o único documento que leva a vincula ção a EduardoAzeredo

O perito Mário Ricart Ramos, ao analisar o "recibo" emitiuparecer técnico pela inidoneidade de citada peça, enquanto queinformação técnica do Instituto Naciona de Criminalística(DITEC), do Departamento de Polícia Federal - Ministério daJustiça (Informação técnica 00312001 - IN/DITEC/DPF)afirmou que a falta do origina/ c4 suposto recibo comprometia avalidação do mesmo como profr/ç\

\.' loSBS - Quadra 02-BlocoS - Edificio Ênipio, Center - Salas 901 4, 903, 913 e 914

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ESCRITÓRIO JOSÉ GERARDO UROSSI DE ADVOCACIAJosé Gerardo Grossi

Maria A dei aide Penajort Pinto QueirósClaudio Demczuk de Alencar

Marcos Amarante Smllh MaiaCay/e Grossi Petíersen

Intimado há mais de dois anos por despacho do Mm. JoaquimBarbosa a apresentar o original da peça, NILTON MONTEIROaté hoje não o entregou ao STF, porque este original,obviamente, não existe.

Igualmente visando a prejudicar a vítima Eduardo Azeredo, entreoutros, o acusado NILTON MONTEIRO empreendeu afalsflcação da listagem do que viria a ser chamado "mensalãomineiro ", trazendo a relação de supostos beneficiários derecurso de caixa dois da campanha eleitoral de 1998 ao governodo estado.

E realizou esta fraude, empregando alguns documentos bancáriosverdadeiros relacionados com a campanha ao governo de MinasGerais em 1998, mesclando-os com peçasfalsas que envolviamnomes de diversas autoridades,que ora inserido, ora excluída,em inacreditáveis 04 versões da mesma lista que variavam aosabor dos interesses do falsário.

A J" versão da lista foi distribuída à imprensa por NILTONMONTEIRO em fins de julho de 2005, contendo 05 páginasxerografadas, com nomes dos pretensos beneficiários dossupostos pagamentos de caixa dois, ao lado de quantias a elesatribuídas. Esta ]a versão não continha data de elaboração, localou assinatura do pretenso responsável por sua confecção.

Em novembro de 2005, NILTON MONTEIRO entregou à PolíciaFederal uma 2" versão desta lista, agora preenchendo as lacunasdeixadas na versão anterior, deforma que a 2" versão é datadade meados de 2005, conJèccionada em BH, com autoria eassinatura atribuídas por NILTON MONTEIRO a também vítimaClaudio Mourão.

A 3" versão da lista foi a que NILTON MONTEIRO repassou àrevista Carta Capital e que acabou sendo irresponsavelmentePublicado pela revista no final de julho de 2012, em repor/agemrepleta de acusações levianas, inclusive de pagamento de propinaà vítima Gilmar Mendes, Ministro do STF. Esta 30 versão trazia adata de elaboração de 2810311999, com autoria agora passando aser atribuída à Marcos Valéria Fernandes de Souza.

A ação do grupo criminoso granjeou processo criminal não sócontraINLTON MONTEIRO e seu advogado DJNO MIRA GLIA,como i ta hém aos jornalistas MINO CARTA e LEANDROFOR 5.

IISBS - Quadra 02 -131° -1*0 Ernpirecenter - Saiu 901 902, 903, 913 e 914.

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Maria Adelaide Penafori Pinto QueirósClaudio Denczuk de Alencar

Marcos Amarante Smilh MalaCayle Grossi Pe/tersen

Finalmente, a 4" versão do rol de supostos envolvidos na tramamontada através dos papéis forjados é a que foi localizada porperícia no AD do computador apreendido com NILTONMONTEIRO (anexo 34 do laudo pericial 12.679112), versão, esta,que traz divergências de nomes e valores em relação às demaisversões, tendo a perícia verificado ter sido esta 4 ' listagem deenvolvidos, de fato criada em 27/02/2009, embora tivesse sidodatada como se tivesse sido feita dez anos ames, em 1999.

Também em relação a esta situação, de se lembrar quê oimputado NILTON MONTEIRO também efetuou possível falsacomunicação de crime em relação à vítima Eduardo Azeredo eterceiros tentando passar a ideia de ter sido vítima de um complóe de um atentado perpetrado por um conluio de alias Autoridadescontra sua vida e de familiares (incêndio em automóveisestacionados na residência do denunciado NILTON MONTEIRO- Inquérito 3.530 do STF). Com relação a esta situação, em0610812013, o Ministro Roberto Barroso proferiu decisãodeclinatória de competência acerca da referida representação, aofundamento de não ter encontrado na denúncia feita por NILTONMONTEIRO indícios de que o Deputado Eduardo Azeredo tenhacometido os crimes a ele imputados, remetendo os autos para aVara de Inquéritos da Comarca de Belo Horizonte.

Segundo consta, o fundamento da imputação de autoria dosuposto atentado acima mencionado são "degravações" jáconsideradas por perícia como falsas.

Ainda a propósito deste pretenso atentado, o acusado MARCOAURÉLIO FLORES CÁRONE, em artigos publicados no"novofornal" tem se valido da mera existência de referidoinquérito como se a mesma fosse prova induvidosa da autoriaimputada, mesmo estando ele ciente da falsidade doembasamento da alegação.

Exercendo o modus operandi tradicional da quadrilha em sevaler do Judiciário para tentar inverter os papéis de vítima ealgoz, além de todo o transtorno causado ao ofendido, odenunciado NILTON MONTEIRO ainda ajuizou em face davítima Eduardo Azeredo dois processos de indenização por danomoral de n° 7390280-95.2009.8.13.2004 (cc 0445378-53.2010.&13,0024), junto a 22' Vara Civel de BJ-L e 6790449-34.2009.8.13.0024 na 17" Vara Cível, tentando extor ir-lhe,desta forma, a quantia de RS60 000,00 (seiscentos m 1 cais -R$100.000,00naprimeiraeRS500.000,00nasegunãará J-

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Maria Adelaide Penafort Pinto QueirósClaudio Demczuk de Alencar

Marcos Á,naran/e S,nith HaiaGayle Grossi Pettersen

25. Desmentido o Senhor Procurador Geral da República,registre-se, como está dito na referida denúncia do MP de Minas Gerais, que sãovárias as vítimas deste falsificador e estelionatário e que sua conduta criminosasó foi alcançada quando se fez, com ordem judicial, em 20.10.2011, a apreensãode seu computador e a vistoria subsequente de seus discos rígidos. Aí aflorouurna penca de crimes, visando, não só "...auferir indevida vantagem econômica,como também para tumultuar a vida e manchar a honra dos ofendido; ". São 23"vítimas", incluído nelas Eduardo Azeredo (supra n° 24). Nas vezes - muitas -em que Nilton Monteiro buscava indevido proveito econômico, tinha ele, quasesempre, um mesmo proceder: "fabricava" um título de câmbio, normalmenteuma nota promissória; "fabricava" um termo de confissão de dívida, para dar aotítulo de câmbio, uma causa debendi; fazia uma cópia destes dois "documentos";comparecia a urna Delegacia de Polícia e fazia registrar, ali, um boletim deocorrência, dando conta do esquecimento dos originais em um táxi; com a cópiade tais documentos e a cópia do boletim de ocorrência, propunha contra suavítima uma ação de execução de título extrajudicial.

26. Assim aconteceu com a vítima Antonio Pontes Fonseca, dequem tentou receber R$ 4.000.000,00; a ação foi extinta porque Nilton Monteironão apresentou os originais dos "documentos". Assim aconteceu com as vítimasDimas Fabiano Toledo e o espólio de Carlos Felipe Amadeu das quais Niltoncobrava R$ 11.995.000,00. Neste caso, além dos "documentos" falsos, NiltonMonteiro inventou um "termo de acordo confidencial", também falso, pelo qualficaria impedido de apresentar tais documento em juízo. Assim aconteceu com avítima Danilo de Castro, de quem Nilton Monteiro cobrava uma dívida de R$17.500.000,00. Assim aconteceu com a vítima Vittorio Mediolli de quem NiltonMonteiro cobrava uma dívida de R$ 170.000.00000. Assim aconteceu com avítima Andrea Cassia Vieira, de quem Nilton Monteiro cobrava uma dívida deR$ 68.000.000,00. Assim aconteceu com a vítima Espólio de Ronald QuintãoJames de quem Nilton Monteiro cobrava a quantia de R$ 4.676.388,90. E por ai:Roberto da Cunha Vieira - R$ 2.563.758,50; espólio de Regis Figueiredo -11.028.000,00; espólio de Sergio Naya - R$ 907.013.402,00. Nilton Monteiro éfalsário e estelionatário megalomaníaco.

27. Nilton Monteiro e Claudio Mourão foram amigos (supra n°15). Romperam a amizade, e a denúncia do Ministério Público de Minas Geraisarrolou Claudio Mourão como vítima de Nilton Monteiro e o faz nestes termos

da ]1° Vara Criminal de

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Marcos Amarante Smith HaiaCayle Grossi Fettersen

Claudio Mourão tornou-se alvo da quadrilha também por motivode vingança, tendo em vista que acusara iVILTON MONTEIRO deter falsificado a assinatura (de Claudio Mourão) em papéis dochamado "Mensalão Mineiro

Assim, em 2110712009, NJLTOJV MONTEIRO distribuiu ação deindenização por dano moral contra Claudio Mourão (22" VaraCível, autos 002409650015-2), tentando obter do mesmo aquantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

.Nos autos 002409702973-0, que NILTON MONTEIRO ajuizouem 0911012009, tentando receber de Claudio Mourão umaindenização por dano moral no valor de R$ 200.000,00 (duzentosmil reais), houve extinção do feito em 0810312013.

Em 0811112010, NILTON MONTEIRO voltou à carga contraClaudio Mourão, e distribuiu ação de inadimplemento deobrigação no valor de R$ 1.168.609,40, na 35" Vara Cível (autosn° 2579760-46,2010.8.13.0024). Ofeito foi extinto por ausênciade pressupostos processuais em 1210412012. NILTONMONTEIRO, mesmo intimado pelo Juízo, não apresentou ooriginal da nota promissória executada.

Por ocasião da apreensão do computador de NILTONMONTEIRO, em 2011012011, a Polícia Judiciária localizou noHD uma minuta de uma nota promissória contra ClaudioMourão, no valor de R$ 625.000,00 (seiscentos e vinte e cinco milreais —JIs., 2513).

Claudio Mourão e Eduardo Brandão Azeredo foram vítimas deoutro tipo de golpe perpetrado pela organização criminosa doimputado NILTON MONTEIRO, através da produção e venda dedocumentos falsos.

Trata-se de um "documento" contendo falso "histórico degravações ", vendido por MONTEIRO à pessoa de MARCELOCAETANO DE MELO, por R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),calçados em uma nota promissória - desta vez verdadeira - , eque foi utilizado para fundamentar falsa notitia criminisprotocolizada por MARCELO CAETANO /unto ao MinistérioPúblico Federal em Minas Gerais, em de5favor de ClaudioMourão (lis. 815, dos autos n° 002408.181165-512° VaraCriminal de 11H).

É preciso que se destaque que o imputado NILTON MONTEIforjou diversos papéis intitulados 'históricos de gravaçõ

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ESCRiTÓRiO JOSÉ (3ERARDO UROSSI DE ADVOCACIAJosé Gerardo Grossi

Maria Adelaide Fenafori Pinto QueirósClaudio Demczuk de Alencar

Marcos Amarante Smith MoiaCayle Grossi Pettersen

para os quais jamais apresentou qualquer áudio, contra diversasde suas vítimas, em especial contra Claudio Mourão, imputando-lhe toda sorte de delitos para fazer valer sua vingança pessoalcontra o desafeto.

Em alguns destes papéis forjados, mais especificamente nachamada "histórico da vigésima primeira cravação" NILTONMONTEIRO refere-se ao próprio advogado, que é negro, como"aquele macaco", tentando atribuir falsamente à vitima ClaudioMourão o crime de injúria racial.

Perícia do Instituto de (]riminalística (Laudo 54.175-11, de0611212011) já atestou que tais "históricos de gravações" são

,falsos, tendo sido os diálogos produzidos pela quadrilha, mascom autoria atribuída a terceiros, para serem utilizados comoprova em processos cíveis e criminais para gerarconstrangimentos às pessoas supostamente envolvidas emencionadas, tentando subsidiar a imposição de prejuízosincalculáveis às vítimas do bando.

Mais uma vez, como de praxe na rotina da quadrilha, o sítio"NOVOJORNAL ", editado pelo imputado MARCO AURÉLIOCARONE, veio em socorro de NILTON MONTEIRO, com apublicação do artigo "Fundador do PSDB é prosseguida peloPSDB ", no qual coloca a pessoa de Marcelo Caetano não comovítima de um golpe perpetrado por MONTEIRO e sua quadrilhamas como alvo de "perseguição "política

28. Há outra estranha tentativa de Nilton Monteiro, desta feitaimputando a prática de ato ilícito ao Deputado Federal Rodrigo Maia, assimnarrada pelo Ministério Público de Minas Gerais:

'CASO DA VITIMA RODRIGO MAIA (Deputado Federal peloRJ):

Em maio de 2009, cerca de três anos depois de dar luz à fraudeda "Lista de Furnas ", NILTON MONTEIRO voltou ao cenáriopolítico nacional, desta vez para protocolizar junto ao SupremoTribunal Federal mais um recibo fraudulento de caixa dois,agora contra o Deputado Federal Rodrigo Mala (DEM/RJ), deacordo com matéria publicada no "Estado de São Paulo

A exemplo do que já havia feito contra o Dep. Federal EduardAzeredo, NILTON MONTEIRO tentou protocolizar no STF ti a

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ESCRITÓRIO JOSÉ GERARDO GROSSI DE ADVOCACIAJosé Gerardo Grossi

Maria Adelaide Penafori Pinto QueirósClaudio Demczuk de Álencar

Marcos A ,narante Srnith MalaGayle Grossi Petiersen

folha avulsa de papel oficio, com oito linhas, do que seria umrecibo pretensamente assinado em 2010912002 pelo DeputadoRodrigo Mala. Neste recibo, o deputado atestaria que haviarecebido R$ 20 000,00 (duzentos mil reais) de Dimas FabianoToledo, nos quais R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) teriam sidorepassados à campanha à presidência da República do ex-governador de São Paulo, José Serra.

Segundo consta em matéria da revista VEJA, referido 'recibo"foi sumariamente desconsiderado pelo Mm. Joaquim Barbosa."

29. E este - admite-se que incompleto - o perfil de NiltonAntonio Monteiro, a testemunha predileta do Senhor Procurador Geral daRepública. Pergunta-se: merece qualquer credibilidade? Presta-se paraenxovalhar a vida e a honra de um homem de bem, que é Eduardo Azeredo?

III - UMA OUTRA (TRISTE) TESTEMUNHA DO SENHORPROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA

30. Urna outra testemunha, cujo depoimento - prestado tão-somente na fase inquisitorial - é Vera Lucia Mourão de Carvalho. Trecho de uma"carta" sua foi transcrita nas alegações finais, assim:

'A lém disso, de extrema relevância, sacramentando ainverosshnilhanla da tese defensiva, há depoimentos edeclarações que demonstram que Eduardo Azeredo participou deuma reunião que sacramentou o desvio dos recursos públicosem favor de sua campanha à reeleição, bem como pelautilização do esquema montado por Marcos Valéria e seusasseclas para dissimular a origem pública dos valores desviados:

'(..) posso afirmar com certeza que o Sr. Clésio, gGovernador EDUARDO AZEREI3O, o Vice-GovernadorWALFRIDO DOS MARES GUIA, cLAUDIO MOURÃO,Denise Landim, Sr. MARCOS VALÊRIO, sua secretária eeu, Vera Mourão, fazíamos semana/mente reuniões paratratar de assuntos referentes à entrada e saída de verbas,doações de empresários e doações que entravam comoempréstimo, que seriam pagos após a eleição.A reeleição do Sr. EDUARDO AZEREDO era contacomo certa e, por isso, com a autorização dele vári s

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ESCRITÓRIO JOSÉ GERARDO GROSSi DE ADVOCACIAJosè Gerado Grossi

Maria Adelaide Penafon Pinto QueirósClaudia Dcniczuk de Alencar

Marcos Amarante Smilh MaiaCay/e Grossi Peüersen

acordos fõram firmados, porém, coma derrota, não foramcumpridas" (carta escrita por Vera Lucia Mourão deCarvalho Veloso, prima de Claudio Mourão, fis. 581/582).

31. Vera Mourão iniciou seu depoimento à Polícia Federal nodia 12 de janeiro de 2006 e nele começou a "baralhar o meio de campo". Disseela que "... é prima em primeiro grau de Claudio Roberto Mourão de Carvalho(depois seu desafeto); que em junho de 1994 foi convidada por Claudio Mourãopara trabalhar na campanha eleitoral de Eduardo Azeredo ao Governo de MinasGerais... que nestas reuniões (da campanha de 1994) eram apresentados osgastos feitos na semana ao Sr. Claudio Mourão e a Sra. Denise Landim, semprena presença do Sr. Eduardo Azeredo, Walfrido Mares Guia, Amilcar Martins,Marcos Valéria Fernandes de Souza, Letícia, além de outros envolvidos nacampanha... ", "... que permaneceu nesta função durante toda a campanha deEduardo Azeredo de 1994

32. A testemunha "embolara o meio de campo". Como se vê defis. 16/18 do apenso 6, Marcos Valério não era, ainda, sócio das empresas deCristiano Paz e Ramon Flollembach - SMP&B e DNA. E muito menosparticipara desta campanha eleitoral de 1994. "Embolado o meio de campo",a depoente teve um mal estar súbito, tendo sido chamado (sic) a assistência domédico da Polícia Federal que a atendeu ". O depoimento foi encenado,designando-se outro para a tarde - 16 horas - daquele mesmo dia (fis. 560).

33. O depoimento foi tomado. A ele juntaram-se duas cartas -uma sem data (fis. 577/583) e outra datada de 20.06.2005 (lIs. 584/590). Quandodo depoimento, tais cartas - a primeira sem endereçamento e a segundaendereçada ao Deputado José Eduardo Cardoso - já estavam escritas. Parecemum "treinamento" por escrito, do depoimento oral que viria a prestar (para evitarnovo mal estar?).

34. Estas cartas e o depoimento, sem dúvida, estampam umapessoa mentalmente doente que mistura fatos realmente ocorridos com fatosimaginados - e dentre esses, como de praxe, estupro e tentativas de homicídio,sequestros, assaltos, etc.

35. uma terceira carta (lis. 591) na qual Vera Lucia Mourãodeixa claro o que as mencionara nas suas cartas anteriores: o ódio a seuprimo Claudio Mo

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36. Em suma, dispondo o MPF destes depoimentos e destascartas, preferiu não arrolar Vera Lucia Mourao como testemunha. Percebeu,como a defesa, que se tratava de uma pessoa com evidentes perturbaçõesmentais.

37. Registre-se que, com a morte da testemunha José VicenteFonseca, o MPF tentou substituí-Ia por Vera Lucia Mourão de Carvalho.Procurada para ser intimada, a oficiala de justiça Ana Maria Verdolim Carvalhoexpediu a seguinte certidão:

'Certifico que em cumprimento ao mandado retro dirigi-me àRua Alvares Macid, n° 452, ap. 101 e sendo ali deixei de intimarVera Lucia Mourão de Carvalho uma vez que fui informada porMaria de Lourdes Barbosa que Vera Lucia M de Carvalhoencontra-se acamada sendo tetraplégica, não anda e não fala,usa Ira queostomia e não tem capacidade de entendimentoconforme informações também do marido e atestado médico paraos fins de direito.

38. A certidão acima transcrita vem acompanhada de RelatórioMédico que, ao lado de descrever tecnicamente os males da testemunha, afirmaque Vera Lucia Mourão está "totalmente dependente para todas as atividades davida diária sem perspectiva de melhora" (fis. 10.320).

39. Sabe-se que o contraditório, de recomendaçãoconstitucional, se presta, dentre o mais, para aferir a validade, a possibilidade, averacidade de depoimentos colhidos na fase inquisitorial de futuras ações penais.E de ressaltar, a propósito, o que está dito no art. 342, § 2° do Código Penal.Como se sabe, o art. 342 deste Código diz ser crime de falso testemunho "Fazerafirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, corno testemunha, perito,contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,inquérito policial, ou em juízo arbitral ". O § 2° deste dispositivo, contudo, criauma hipótese de indenidade, estabelecendo que "O fato deixa de ser punível se,antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata oudeclara a verdade

40. Na linha deste raciocínio, o que diria a testemunha VeraLucia Mourão de Carvalho se o seu inequívoco comprometimento mentalhouvesse sido curado. Ou se o seu confessado ódio a seu primo Claudio Mourãohouvesse arrefecido, voltada a antiga amizade que levou tal primo a obter paela cargo de confiança no Governo de Minas Gerais. Basta fazer este tipo eindagação para retirar qualquer credibilidade do que o Senhor Procurador Ge aí

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da República colheu daquela "carta denúncia" da qual retirou um trecho parapedir a condenação de Eduardo Azeredo.

IV - UMA TERCEIRA TESTEMUNHA: CARLOS HENRIQUEMARTINS TEIXEIRA

41. Carlos Henrique Martins Teixeira é advogado. Prestoudepoimento na fase de inquérito onde, dentre o mais, disse:

Que Claudio Mourão afirmou que Eduardo Azeredo e ClésioAndrade tinham pleno conhecimento dos gastos de campanha,dizendo inclusive que em algumas oportunidades repassouvalores diretamente para Clésio Andrade" (tis. 1.863)

42. Esta testemunha prestou depoimento, também, na açãopenal, e nela, dentre o mais, disse:

que ouviu de Claudio Mourão que Eduardo Azeredo e ClésioAndrade tinham pleno conhecimento dos gastos da campanha.."(fis. 10.095).

43. É, quanto a isto, assim, uma testemunha de "ouvir dizer".

44. Carlos Henrique Martins Teixeira é advogado, como sedisse. Em certo momento foi procurado por Claudio Mourão e Nilton Monteiropara propor uma ação de cobrança contra Eduardo Azeredo e Clésio Andrade.Cobrava-lhes quantia acrescida por mais de R$ 625.000,00 em ação "... que tinhasido proposta no STF......

45. Claudio Mourão, em seu depoimento à CPMI esclarece que:

"O SR. JORGE BITTAR (PT - L) - Esses R$ 625 mil sereferem a quê?O SI?. CLÃ UDJO ROBERTO MOURÃO DA SILVEIRA - Issoaqui não existe. Eu falei aqui anteriormente: eu só possoentender que esse meu advogado - porque tive conhecimentodisso aqui depois. Tenho uma outra petição, que para mim eraessa; ela foi mudada. Eu não devo um centavo para o Sr. NiltonMonteiro, ele não tem recursos para emprestar R$ 0,50 centavo.para ninguém. Não devo nada para ele, isso foi colocado aqu.Essas outras pessoas aqui são verdadeiras. Tenho mi

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testemunhas lá que conviveram comigo e com o Sr NiltonMonteiro. Não devo nada para ele. Imagino que ele, numadeterminada altura - quem apresentou ele para o advogado fuieu... Penso que ele falou para o advogado o seguinte - isso é umahipótese, mascomo eu penso, vou falar —: 'Olha, doutor fulanode tal, você deixa eu negociar isso aqui que eu vou ganhar muitodinheiro, O Claudio está com a cabeça quente, quer brigar, nãosei o quê... EU consigo ganhar um dinheiro com esse negócioaqui. Vou negociar'. Eu resisti a isso efui para a ação. Fui paraa ação, e «'e continuou insistindo nisso. Ele continuou insistindonessa hipótese de negociar, de procurar pessoas, o que eu nãopermiti.O SR. JORGE BITTAR (PT - LV - Consta que o s onhar teriadado uma procuração ao Sr. Nilton Monteiro. E o que ele temafirmado. -O SR. CLAUDIO ROBERTO MOURAO DA SILVEIRA - Seele tem alguma procuração minha, éjàlsfficada(Fls. 6.651)

46. No seu depoimento judicial, esse advogado - para quem onosso Código de Ética deve funcionar como uma urtiga - diz que "... a ação foimovida no STF, embora afiro adequado fosse a ]'Instância de Minas Gerais,no intuito de causar uma certa repercussão e propiciar um acordo entre aspartes" (fls. 10.095).

47. Fosse ético este advogado não deveria depor (Lei n°8.906/94, art. 7°, inciso XIX). Com este perfil e sendo testemunha de um mero"ouvi dizer", seu depoimento não se presta á condenação de quem quer que seja.Claudio Mourão afirma que este "... advogado entrou em conluio com NiltonMonteiro' (fls. 6.630). Este testemunho, além de imprestável, não constituiriauma prova ilícita?

V - IMPUTAÇÃO DE EDUARDO AZEREDO POR CULPA OBJETIVA

48. Nas eleições de 1994, Eduardo Brandão de Azeredo secandidatou e se elegeu Governador do Estado de Minas Gerais. Nas eleições de1998, valendo-se de reforma da Constituição Federal, candidatou-se à reeleição,não se afastando4'omo era permitido, da governança. Governava, pois, o Estadoe devia fazer e p ha política em seus 843 municípios, o que era, sem dúvida,uma tarefa hercú a.

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49. Organizou seu comitê de campanha e, no que mais interessaao julgamento desta ação penal, outorgou a Claudio Roberto Mourão deCarvalho, seu conhecido, ocupante de Secretaria em seu Governo, pessoa de suaconfiança, urna procuração pública mediante a qual lhe dava os seguintespoderes, também outorgados a Denise Pereira Landim e a Theofilo Pereira:

"com poderes gerais para a administração financeira dacampanha eleitoral do outorgante, para o cargo de Governadordo Estado de Minas Gerais nas eleições de 1998, nos termos daLei 9504197, podendo, para tanto, representá-lo nos atos quetenham esse fim, assinar contratos,termos e documentos,firmarrecibos, receber e dar quitação, representa-lo peranterepartições públicas ftderais, estaduais e municipais, e, ainda,perante instituições bancárias e financeiras, abrir e movimentarcontas bancárias em nome do outorgante, emitir e endossarcheques, requisitar saldos, extratos de contas, talões de cheques,efetuar depósitos e retiradas, movimentar fundos de investimento,dentro dos limites dos poderes ora outorgados, receber doações econtribuições nos termos do dispositivo nos artigos 23 s seguintesda já referida Lei, necessitando, sempre, da assinatura de pelomenos dois dos outorgados nos atos acima descritos, bem comoem qualquer outro que se fizer necessário ao fiel cumprimentodeste mandato

50. Não era, como se vê, um mandato no qual o mandante sereservava poderes; não era um mandato cujo mandante pretendesse praticar osatos de cuja prática incumbira os mandatários.

51. A campanha foi feita. O resultado das eleições - sem dúvidademocráticas - não foi favorável a Eduardo Azeredo. Em segundo turno, elegeu-se o saudoso Itamar Franco, ex-Presidente da República. As contas de campanhade Eduardo Azeredo foram aprovadas. O novo Governador tomou posse.

52. Examinamos o desenrolar da campanha. Claudio RobertoMourão da Silveira, no depoimento que prestou à CPMI dos Correios (fis.6.602), disse que:

gostaria de retroagir um pouco para dizer o seguinte: numprimeiro momento eu próprio adquiri, em meu nome pessoaliodos os carros dessa campanha, porque não tinha, naquelemomento doador, e o primeiro pleito que se tem numa campanhpolítica é veículo. Então adquiri em meu próprio nome - eu natinha dinheiro mas tinha crédito - todos os carros da campana

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(105 automóveis). Importava isso em R$ 1,6 milhão, que seriapagos até março do ano seguinte..."

53. Mais adiante (fls. 6.610), o Relator da CPMI,Deputado José Eduardo Cardozo, tem o seguinte diálogo com Claudio Mourão:

'O SR. RELATOR (José Eduardo Cardozo - PT - SP) - Aquelescarros que o senhor havia comprado com... Esse dinheiro.., Osenhor comprou os carros em nome próprio, mas os recursospara aquisição vieram de onde? Vieram desses empréstimos ounão?O SR. CLÃ UDIO ROBERTO MOURÃO DA SILVEIRA -Vieram do Banco VolkswagemO SR. RELATOR (José Eduardo Cardozo - PT - SP) - DoBanco Volkswagem que V Sa. teria comprado em nome próprio.O SR. CL4UDJO ROBERTO MOURÃO DA SILVEIRA - Eudevo ao Banco Volkwagem até hoje.O SR. RELATOR (.José Eduardo Cardozo - PT - SP,) —Querdizer. V.Sa. tirou o empréstimo em nome próprio.O SI?. CLAUDIO ROBERTO MOURAO DA SILVEIRA - Emnome próprio no Banco Volkswagem.O SR. RELA TOR (José Eduardo Cardozo - PT - SP) - ... ecomprou os carros. -O SR. CLÃ UDIO ROBERTO MOURÃ O DA SILVEIRA -Comprei parcelado. É.O SR. RELATOR (José Eduardo Cardozo -PT- SP) - VSa. fezisso com autorização de algum escalão superior da campanha oufoi uma decisão própria?O SR. CLÃ UDIO ROBERTO MOURAO DA SILVEIRA -Ninguém.O SR. RELATOR (José Eduardo Cardozo - PT - 5?) -Ninguém.O SR. CLA UDIO ROBERTO MOURÃO DA SILVEIRA -Minha decisão.O SR. RELATOR (José Eduardo Cardozo - PT - 5?) - Suadecisão?O 5K CLÃ UDIO ROBERTO MOURÃO DA SILVEIRA -Própria. É.O SR. RELA TOR (José Eduardo Cardozo - PT - SP) - Ou seja,tanto o candidato como o vice, com os respectivos partidos nãosabiam disso?• SR. CLA UDIO ROBERTO MOURÃO DA SILVEIRA - Não.• SR. RELATOR (José Eduardo Cardozo - PT - 5?) - Nãosabiam?OSR. CIA UDIO ROBER TO MOURÃO DA SILVEIRA —N

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O SR. RELATOR (José Eduardo Cardozo - PT - SP,) - Nemsuspeitavam que era essa aforma? -O SE. cLÃ UDIO ROBERTO MOURAO DA SILVEIRA - Não.Nunca souberam, só depois que acabou a campanha

54. Está aí a comprovação de que Eduardo Azeredo não tinhasequer notícia do que se fazia na área financeira de sua campanha. Seuprocurador - e, até então, homem de confiança - compra 105 caros "para acampanha" mas em seu nome. Nada diz ao candidato, o então GovernadorEduardo Azeredo.

55. Há, ainda, no depoimento de Claudio Mourão à CPMI umtrecho que vale ser transcrito:

'Acabou a campanha, eu o procurei para colocar o problema,ainda na expectativa de ter uma doação oficial para cobriraqueles custos. Também não objetivei fazer caixa dois. Ofato denão ter vindo dinheiro e ser um empréstimo e eu não pagar,aquilo acabou tendo de ficar no caixa dois, porque venceu oprazo eleitoral. Quando procurei o Eduardo, ele se negou aaceitar o caixa dois e recusou aceitar isso como legal, não quispagar, razão pela qual eu tentei ainda por algum tempo receber omeu dinheiro.

Enfim, como primeiro ato de campanha Claudio Mourão comprou 105 veículospara a pequena agência de seus filhos. Tais veículos seriam alugados àcampanha. Gerariam dinheiro para a agência. Ao final da campanha seriamvendidos. Mourão, assim, fazia um negócio no qual esperava ter lucro. Segundoinforma, não o teve.

56. Neste no início da campanha, Claudio Mourão buscou eobteve com Marcos Valério Fernandes de Souza um empréstimo de 2 milhões dereais, empréstimo que sequer foi comunicado a Eduardo Azeredo. De talempréstimo, Claudio Mourão disse haver pago 1 milhão a Marcos Valério.

57. Naquele ano - 1998 - como em muitos anos anteriores -seria realizado em Minas Gerais o chamado Enduro da Independência que, comoindica seu nome, acoi4ece no dia 7 de setembro. Naquele ano, além do Enduro daIndependência seria ealizados mais dois eventos: Iron Biker e CampeonatoMundial de Superero S.

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58. A empresa SMP&B Publicidade era titular do direito derealizar tais eventos - como a FIFA é titular do direito de realizar a Copa doMundo. Para tal realização, a SMP&B vendia cotas de patrocínio - como asestações de televisão, depois de comprarem da FIFA o direito de transmitir osjogos da Copa do Mundo, vendem as cotas aos patrocinadores. E a SMP&Bvendeu cotas do evento para três empresas (estatais? de economia mista?):Copasa, Comig e Bemge. O valor das duas primeiras cotas - da Copasa e daCornig - foi de R$ 1.500000,00 cada; o do Bemge foi de R$ 500000,00. OMinistério Público sustenta que essas quantias, altas a seu ver, se destinaram aabastecer as finanças da campanha de Eduardo Azeredo que, por isto, teriapraticado o crime de peculato.

59. Há, ao ver da defesa, uma imputação por culpa objetiva.Examine-se a denúncia, com escusas pelo fastio que esse exame encerra.Transcrevam-se todos os trechos da denúncia nos quais aparece o nome ou ocargo de Eduardo Azeredo. Parece à defesa ser esta a única forma de rebater taldenúncia abusiva, repetida nas alegações finais.

"A inicial penal em exame limitar-se-á a descrever os delitos quetiveram o comprovado envolvimento do Senador da RepúblicaEduardo Azeredo e do Ministro de Estado Walfrido dos MaresGuia, bem como os crimes intimamente a eles vinculados" (fis.5.936)

"Assim, tem início a parceria que resultaria, já em 1998, nodesvio de pelo menos três milhões e quinhentos mil reais doscofres públicos do Estado de Minas Gerais para a campanha dereeleição de Eduardo Azeredo, tendo como candidato à ViceClésio Andrade, e, anos mais tarde, nos fatos descritas nadenúncia oferecida no Inquérito ri' ?.245" (fis. 5.938).

"Aproximadamente dois anos após o ingresso de Clésio Andradee Marcos Valério na estrutura empresarial, inicia-se a montagemdo esquema que viabilizou o criminoso financiamento dacampanha eleitoral de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade" (fis.5.939).

"A presente denúncia, considerando o comprovado envolvimentode Eduardo Azeredo e Waifrido dos Mares Guia, cujas presençasno pólo passivo justificam a competência dessa Corte Suprema,abarca as imputações de desvios de recursos públicos praticadosem detrimento da Companhia de Saneamento de Minas Gerais -Copasa e da Companhia Mineradora de Minas Gerais - Comigno montante de um milhão e quinhentos mil reais cada um,desvio de quinhentos mil reais do Grupo Financeiro do Banco o

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Estado de Minas Gerais - Bemge, bem como as operações delavagem de ativos empreendidas em decorrência dos desvioscitados.

A partir da definição da chapa que concorreria ao cargo deGovernador do Estado de Minas gerais, composta por EduardoAzeredo, integrante do Partido da Social Democracia - PSDB, eClésio Andrade, filiado ao Partido da Frente Liberal, atualDemocratas, teve início a operação para desviar recursospúblicos da Copasa, da Comig e do Bemge em beneficio pessoaldos postulantes aos cargos de Governador e Vice,respectivamente" (fis. 5.940).

Diante da demanda de recursos que a campanha eleitoralexigiria, Eduardo Azeredo, Walfrido dos Mares Guias, ClaudioMourão e Clésio Andrade, tendo em vista a condição deintegrantes da cúpula do Estado de Minas Gerais e daorganização da campanha eleitoral, delinearam o modo deatuação que seria empregado para viabilizar a retiradacriminosa de recursos públicos da Copasa, Comig e Bemge.

Eduardo Azeredo, Waifrido dos Mares Guia e Claudio Mourão,em concurso com Eduardo Guedes, Ruy Lage (fato prescrito),Fernando Moreira, José Claudio Pinto Rezende (falecido), LauroWilson, Renato Caporali, José Afonso Bicalho, Gilberto Machado(fato prescrito), Sylvio Romero, Eduardo .Ivíundim, Jair Álonso deOliveira e Mauricio Horta (fato prescrito) viabilizariam a saídade recursos públicos da Copasa, Comig e Bemge.

SMP&B Comunicação, por seu turno, adotaria expedientecriminosos (lavagem) para proporcionar que os recursospúblicos desviados fossem utilizados, com aparência de licitude,na campanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade" (fis.5.940/5.941).

"Eduardo Azeredo foi eleito em 1994 para o cargo deGovernador do Estado de Minas Gerais. Em meados de 1998, éformalizada a chapa que concorreria à reeleição: EduardoAzeredo, pelo PSDB e Clésio Andrade, pelo PFL (atualDemocratas).

Com a definição da chapa foi formado o grupo que comandariaos destinos da campanha eleitoral. Esse núcleo é composto porEduardo Azeredo, Walfrido dos Mares Guia, Claudio Mourão eClésio Andrade.

Eduardo Azeredo era Governador do Estado de Minas Gerais efoi o principal beneficiário do esquema implementaq2\. Emboranegue ter participado dos fatos, as provas colhidas, qo o se veráao longo da denúncia, desmentem sua versão dejènsi a.

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Walfrido dos Mares Guia era Vice-Governador do Estado deMinas Gerais, eleito em 1994, época em que foi coordenadorgeral da campanha eleitoral. Na eleição de 1998, resolveucandidatar-se à Deputado Federal e figurou como um dosorganizadores da campanha de Eduardo Azeredo, inclusive emseu aspecto financeiro" (lis. 5.941/5.942).

"Na verdade, Claudio Mourão já era homem de confiança deEduardo Azeredo desde o inicio da década de 1990.

Com a perspectiva do começo da corrida eleitoral, o quadro erao seguinte: a) de um lado, ávidos por recursos, Eduardo Azeredo,Walfrido dos Mares Guia, Claudio Mourão e Clésio Andrade; eh) do outro lado, Clésio Andrade tinha como oferecer os serviçoscriminosos de seu grupo: Marcos Valéria, Cristiano Paz e RamonHollerbach" (fis. 5.944).

"A decisão de implantar o esquema coube aos integrantes dacúpula do Estado de MinasGerais e da campanha pela reeleição:Eduardo Azeredo, Walfrido dos Mares Guia, Claudio Mourão eClésio Andrade " (lis. 5.945).

"Por orientação do grupo profissional de Clésio Andrade(Marcos Valéria, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach), EduardoAzeredo, Waifrido dos Mares Guia e Claudio Mourão, porostentarem a função de cúpula do Estado de Minas Gerais,concordaram com o plano de que o repasse indevido de dinheiropúblico deveria ocorrer por meio do evento esportivo EnduroInternacional da Independência" (lis. 5.946).

Todos os denunciados tinham consciência que a captação derecursos para a disputa eleitoral teria como formato o quadrocriminoso descrito acima. Ressalte-se que o esquema não teriasucesso sem a participação de integrantes da cúpula do Estadode Minas Gerais e da campanha de reeleição. Na verdade, comovisto, à exceção de Clésio Andrade, as duas cúpulas eramformadas, sem prejuízo da participação de outras pessoas, pelosmesmos personagens: Eduardo Azeredo, Walfrido dos MaresGuia e Claudio Mourão.

Foram eles que deram as diretrizes para a atuação de EduardoGuedes, Ruy Lage, Fernando Moreira, José Claudio (falecido),Lauro Wilson, Renato Caporali, José Afonso Bicalho, GilbertoMachado, Sylvio Romero, Eduardo Mundim, Jair Álonso eOliveira e Mauricio Horta entregarem o total de três ,nilhõ s equinhentos mil reais para o grupo de Clésio Andrade, M c sValéria, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach" (fis. 5.947/5.9 ).

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Marcos Arnarante Srnhh MaioCaj'le Grossi Pdilersen

"Peça central dos crimes de peculato, Eduardo Guedes,o mesmoque já tinha assinado os Oficios para a Copasa e a Comig(tópicos posteriores), autorizou, pelo Estado de Minas Gerais epor orientação do seu chefe Eduardo Azeredo, que o contratopúblico fosse dado como garantia

Isso revela, mais uma vez, que a cúpula do Estado de MinasGerais estava absolutamente ciente do modelo de desvioimplementado '(lis. 5.950).

Eduardo Guedes. que ocupou na campanha eleitoral de 1994 dachapa de Eduardo Azeredo e Walfrido dos Mares Guia a funçãode coordenador de imprensa, também teve participação nacampanha eleitoral de 1998 (fis. 5.951).

"Sintomaticamente. Clésio Andrade negou em depoimento tercontribuído com recursos financeiros para a campanha eleitoralde 1998, apesar, segundo ele, dos pleitos de Eduardo Azeredo eClaudio Mourão (fis. 5.954).

É fato comprovado que Eduardo Azeredo foi um dos principaismentores de toda a gama de ilicitudes praticada. Nesse contexto,tinha ciência que estava recebendo, em sua conta de campanha(aberta em seu nome), duzentos mil reais do esquema.

Na verdade, além dos dois empréstimos assumidos pelosdenunciados, outros também foram adquiridos pelo grupoempresarial de Marcos Valério para injetar recursos nacampanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade

Contratos de mútuo celebrados à época da campanha de 1998.

(lis. 5.955)

"Eduardo Azeredo foi o principal beneficiário do esque aarticulado. Como Governador do Estado de Minas Gerais, e

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suporte para Eduardo Guedes Secretário de Estado da CasaCivil e Comunicação Social, ordenar os ilegais repasses daCopasa e Comig, bem como a garantir em nome do Estado oempréstimo n°06.002241.4 (R$ 9000.000,00).

Também determinou a entrega de valores do Bemge para aSMP&B Comunicação, parte (trezentos mil reais,) amparadaformalmente no evento Iron Biker, parte ('duzentos mil reais) semqualquer just4uicativa. ainda que meramente formal.

Embora negue conhecer os fatos, as provas colhidas desmentemsua versão defensiva.

Há uma série de telefonemas entre Eduardo Azeredo, MarcosValéria, Cristiano Paz e a empresa SMP&B, demonstrandointenso relacionamento do primeiro (Eduardo Azeredo) com osintegrantes do núcleo que operou o esquema criminoso derepasse de recursos para a sua campanha" (fis. 5.956).

"O próprio Eduardo Azeredo reconhece ter conhecido MarcosValéria antes da campanha eleitoral de 1998.

Eduardo Azeredo indicou seu homem de confiança ClaudioMourão para cuidar da parte financeira da eleição. Ele tinha,inclusive, uma procuração em nome de Eduardo Azeredo paraadministrar financeiramente a campanha.

O problema é que a derrota eleitoral de Eduardo Azeredo deixouClaudio Mourão com expressiva dívida que tinha sido contraídapor sua empresa Locadora de Automóveis União Ltda., cujossécios eram seus filhos.

Com o agravamento da sua situação financeira, Claudio Mourãorompeu com Eduardo Azeredo e resolveu cobrar a dívida que,segundo ele, era de um milhão e quinhentos mil reais" (fis.5.957)

"Diante da pressão de Claudio Mourão, que tinha sido peçachave no esquema da eleição de 1998 e, portanto, poderiainciriminar gravemente Eduardo Azeredo e seus colaboradoresda época, ele (Eduardo Azeredo) resolveu procurar os principaisenvolvidos nos crimes praticados em 1998 a fim de adotarprovidências para "acalmar" Claudio Mourão, mediante oatendimento, pelo menos parcial, de suas exigências.

Á pressão materializou-se, mostrando que Claudio Mourãorepresentava um risco sério e iminente, quando ele (ClaudioMourão). Utilizando a procuração outorgad por EduardoAzeredo para gerir financeiramente a campanha mit!u um títuloem favor da empresa Locadora de Automó ei União Lida.contra Eduardo Azeredo e o protestou em cartó io

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A operação abafa" é reveladora, pois reúne alguns dosprincipais personagens do esquema da campanha eleitoral de1998: Eduardo Azeredo, TValfrido dos Mares Guia, MarcosValéria e banco Rural.

Todos estavam preocupados com a possibilidade de ClaudioMourão, pressionado por dívidas,, revelar as operaçõesdelituosas ocorridas em 1998 e os incriminar me fatos delituososgraves. Basta lembrar que nessa época, 2002, todos os fatosverificados na campanha de reeleição de Eduardo Azeredo eramainda completamente desconhecidos dos órgãos de investigação.

O risco era muito grande. Claudio Mourão precisava serneutralizado.

Por solicitação de Eduardo Azeredo, a operação foi intermediadapor Waifrido dos Mares Guia.

Walfrido dos Mares Guia era Vice-Governador do Estado deMinas Gerais em 1998, eleito em 1994, quando foi o coordenadorfinanceiro da campanha. Em 1998, lança-se como candidato àDeputado Federal e participa ativamente dos destinos financeirose políticos da disputa eleitoral.

Ele negociou a contratação de Duda Mendonça, por intermédiode Zilmar Fernandes pelo montante de quatro milhões equinhentos mil reais, sendo que o valor oficialmente declaradodoi de apenas setecentos mil reais. Eduardo Azeredo também teveciência da negociação em curso". (fis. 5.957/5.960).

Walfrido dos Mares Guia sabia da captação ilícita de recursos econcorreu para a engrenagem ilícita de financiamento, razãopela qual não hesitou em participar da operação destinada aatender exigência de Cláudio Mourão, que cobrava de EduardoAzeredo o pagamento da dívida. Atender a demanda de CláudioMourão significava impedir qualquer tipo de publicidade para oscrimes perpetrados em 1998.

Referida operação teve os seguintes passos financeiro:

a) em 19 de setembro de 2002, Marcos Valéria repassasetecentos mil reais para Cláudio Mourão, depositandoseiscentos mil reais na conta da empresa Locadora deAutomóveis União Lida e cem mil reais na conta da empresaPublisoft Business Network Ltda,

b) além de depósitos do próprio Marcos Valério e da SAIR BComunicação, Marcos Valério é ressarcido por um depósito de

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R$ 507.134,00, oriundo da empresa Samos Participações Lida,cujo sócio majoritário, com 99% do capitai é Walfrido dosMares Guia; e

e) o valor de R$ 507.134,00, transferido para Marcos Valéria afim de quitar o repasse feito à Cláudio Mourão, foi obtido pelaSamos Participações Lida mediante empréstimo contraído noBanco Rural (contrato de mútuo n° 8511009102), em 26 desetembro de 2002, tendo como avalistas Eduardo Azeredo eWalfrido dos Mares da Guia. (fis. 5.960/5.962)

"Em 28 de março de 2005, Cláudio Mourão chegou a ajuizarperante o Supremo Tribunal Federal ação de indenização pordanos morais e materiais contra Eduardo Azeredo e ClésioAndrade. Alguns trechos merecem destaque:" (fis. 5.965).

Ainda no contexto de pressionar seus antigos parceiros naempreitada ilícita de 1998, registre-se que Cláudio Mourão, logoapós autorizar seu advogado Carlos Henrique Martins Teixeira aajuizar ação indenizatória (ti. 354), outorgou procuração ao Sr.Nilton Antônio Monteiro afim de que ele negociasse acordo emseu nome com Eduardo Azeredo e Clésio Andrade (fi. 332) ". (fis.5.967)

Todas as provas coletadas na fase pré processual revelam que oesquema verificado em Minas Gerais no ano de .1998, parafinanciar clandestinamente a disputa eleitoral, foi planejado eexecutado, sem prejuízo do envolvimento de outras (denunciadasnesse momento ou não), pelas seguintes pessoas: EduardoAzeredo, Walfrido dos Mares Guia, Clésio Andrade, CláudioMouráo, Eduardo Guedes, Marcos Valério, Cristiano Paz eRamon Hollerbach".(fls. 5.968).

"Na função de Secretário de Estado da Casa Civil eComunicação Social do Governo de Minas Gerais EduardoGuedes determinou, em nome do Estado de Minas Gerais, que aCopasa repqsasse um milhão e meio de reais para a empresaSMP&B CqWvnicação Ltda sob a justificativa de aquisição decota princi»al\çle patrocínio do evento Enduro Internacional da

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O chefe imediato de Eduardo Guedes era Eduardo Azeredo, quefoi um dos mentores do crime perpetrado e seu principalbeneficiário. " (fis. 5.968/5.969).

Fernando Moreira, que é filiado ao PSDB, mantém vínculopessoal, desde 1970, e profissional, desde 1991, com EduardoAzeredo". (fis. 5.970).

"A resposta é simples: como tudo era uma estratégia paradesviar recursos públicos em prol de Eduardo Azeredo e ClésioAndrade, lodos os detalhes e passos do esquema estavam pré-definidos, inclusive que Fernando Moreira e Ruy Lageatenderiam, como efetivamente atenderam, a ilegaldeterminação" (fis. 5.971).

Além do mais, qual o sentido de uma avaliação se o real objetivodo patrocínio era o de viabilizar recursos para financiar acampanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade?

O valor repassado pela Copasa para a SMP&B Comunicação fhidesviado para a campanha eleitoral de Eduardo Azeredo e ClésioAndrade, como será detalhadamente descrito mais adbnte. Pelasprovas produzidas na fase inquisitorial, um valor ínfimo foirealmente destinado para o evento esportivo" (fls. 5.973/5.974)

"O chefe imediato de Eduardo Guedes era Eduardo Azeredo, quefoi um dos mentores do crime perpetrado e seu principalbeneficiário" (fls. 5.975).

"Lauro Wilson, inclusive, assumiu o cargo de secretário doComitê Financeiro da campanha de Eduardo Azeredo e ClésioAndrade. Também Renato Caporali era filiado ao PSDB, tendocandidatado-se ao cargo de Vereador pela referida agremiaçãopolítica em 1994 e feito campanha para Eduardo Azeredo em1998 (lis. 2131215, Apenso 42)" (fis. 5.977)

"A resposta é simples: como tudo era uma estratégia paradesviar recursos públicos em prol de Eduardo Azeredo e ClésioAndrade, todos os detalhes e passos do esquema estavam prédefinidos, inclusive que José Cláudio (falecido), Lauro Wilson e

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Renato Caporali acatariam, como efetivamente acataram, ailegal determinação" (fis. 5.977/5.978).

Além do mais, qual o sentido de uma avaliação se o realobjetivo do patrocínio era o de viabilizar recursos para financiara campanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade?"

O numerário repassado pela Comig para a SMP&BComunicação foi desviado para a campanha eleitoral de EduardoAzeredo e Clésio Andrade, como será detalhadamente descritomais adiante. Pelas provas produzidas na fase inquisitorial, umvalor ínfimo foi realmente destinado para o evento esportivo"(fis. 5.980).

'O valor de três milhões de reais, supostamente destinado aoseventos esportivos está devidamente superfaturado paraproporcionar o desvio em benefício da campanha eleitoral deEduardo Azeredo e Clésio Andrade, bem como a remuneração deCristiano Paz, Ramon Hollerhach, Clésio Andrade e MarcosValério pelos serviços criminosos ". (fis. 5.985).

A investigação comprovou que Clésio Andrade, Marcos Valéria,Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, em parceria principalmentecom o Banco Rural, montaram um esquema de lavagem dedinheiro para financiar a campanha eleitoral de EduardoAzeredo e Clésio Andrade em 1998.

Esse esquema consistia nas seguintes etapas:

a) uma das empresas de Marcos Valério, Clésio Andrade,Cristiano Paz e Ramon Hollerhach obtia um empréstimo fictícioem uma instituição financeira;

b) o empréstimo obtido tinha dupla finalidade:

h. 1) ser investido na campanha eleitoral de Eduardo Azeredo eClésio Andrade; e

b.2 remunerar Marcos Valéria, Clésio Andrade, Cristiano Paz eR on Hollerbach pelos serviços criminosos prestados; e, por

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c) recursos públicos ou valores advindos de empresas privadascom interesses econômicos perante o Estado de Minas Geraiseram empregados para quitar o empréstimo.

Marcos Valéria, em algumas oportunidades, também eraremunerado por intermédio de repasses para sua esposa RenildaSouza.

No caso da Copasa, como comprova o Laudo de ExameEconômico-Financeiro n° 199812006-INC o valor de um milhãoe quinhentos mil reais foi empregado exatamente como descritoacima e será narrado a seguir" (fis. 5.987/5.988).

"O empréstimo em exame foi tomado pela SMP&B Comunicaçãopara financiar a campanha eleitoral de Eduardo Azeredo eClésio Andrade, conforme admitiram Cláudio Mourão, MarcosValério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. O fato de ClésioAndrade ter sido devedor solidário desse empréstimo demonstraque ele tinha plena ciência da operação de financiamento dacampanha, bem como concorreu intensamente para ela". (lis.5.989/5.990).

"O numerário restante, ou seja, valor líquido do empréstimomenos remuneração pela lavagem de dinheiro, foi repassadopara a campanha eleitoral de 1998 de Eduardo Azeredo e ClésioAndrade. Para obstruir o rastreamento, a forma de entrega foiem espécie, confirme operações descritas nos itens A , C e H doQuadro 26 acima transcrito ". (lis. 5.991).

"Graças ao trabalho desenvolvido na fase inquisitorial,identificou-se que o destinatário foi a campanha eleitoral deEduardo Azeredo e Clésio Andrade, revelando que a estratégiade efetuar os saques em espécie tinha por objetivo impedir aidentificação dos beneficiários (lavagem de dinheiro). O próprioCláudio Mourão admitiu que recebeu valores em espécie daSMP&B, inclusive em sua sede comercial". (lis. 5.992).

"Eduardo Azeredo, Cláudio Mourão, Walfrido dos Mares GuiaClésio Andrade (este último novamente figurou como devedsolidário) já tinham arquitetado o esquema pelo menos desdede julho de 1998, data do primeiro empréstimo. Assim, em 07 de

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agosto de 1998 colocaram em prática a etapa do plano quecompreendia o desvio de verbas públicas.Eduardo Azeredo, Cláudio Mourão e Walfrido dos Mares Guia,com o envolvimento doloso de Eduardo Guedes, Ruy Lage eFernando Moreira (no caso Copasa), entregaram lan milhão equinhentos mil reais para Cristiano Paz, Ramon I-follerbach,Marcos Valéria e Clésio Andrade como forma de completar ociclo dos crimes de peculato e lavagem de ativos. " (fis. 5.994).

Além das operações de lavagem viabilizadas pelos saques emespécie não identificados, essa específica operação de lavagem,mais sofisticada, foi composta das seguintes etapas:a) empréstimo n° 96001136-3 é revertido para a campanhaeleitoral de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade, além deremunerar os profissionais da lavagem,

b) empréstimo n°96001137-1 quita o empréstimo n°96.001136-3;

c) o valor de um milhão e quinhentos mil reais da Copasa quita oempréstimo 96.001.137-1.

A conclusão é que um milhão e quinhentos mil reais da Copasaforam investidos na campanha eleitoral de Eduardo Azeredo eClésio Andrade (peculat o) percorrendo, todavia, caminhotransverso (lavagem).

A outra parte do empréstimo foi quitada com recursosprovenientes da empresa DNA Propaganda, originados, por suavez, do contrato de mútuo n° 06.002241.4, firmado entre a DNAPropaganda e o Banco Rural, cujo objetivo também era financiara campanha eleitoral de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade.

Enfim, e esse detalhe é importante para caracterizar MarcosValéria, Clésio Andrade, Cristiano Paz e Ramon Hollerbachcomo profissionais do ramo de lavagem de capitais, a conclusãoa que se chega é que suas empresas não investiram um centavosequer na quitação do empréstimo. " (fis. 5.994/5.995).

Assim, pode-se afirmar, à luz das provas batias, que osoitocentos mil reais sacados em espécie no

ai 5 de agosto de

1998 foram entregues para a campanha eleita dos candidatosEduardo Azeredo e Clésio Andrade." (fis. 5.9 8)a

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Marcos A,narantc S,nith MalaCay/e (oossi Pettersen

"Ainda analisando a lista de beneficiários, há provas apontandoque os recursos foram investidos na campanha de reeleição deEduardo Azeredo ". (fis. 6003).

"Diante das provas colhidas, pode-se concluir que o montante deum milhão e quinhentos mil reais da Comig foi desviado para acampanha eleitoral de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade(peculato), sendo que parte desse valor foi objeto de manobra delavagem antes de alcançar o destino final (lavagem). " (tis. 6003).

"Eles decidiram que os patrocínios eram a melhor forma detransferir, com a mínima aparência de legalidade, os recursospara a campanha de Eduardo Azeredo por meio da empresa deMarcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e ClésioAndrade.

Conforme já descrito ao longo da denúncia, a utilização dospatrocínios como just ificativa formal dos desvios foi o mecanismoarquitetado e implementado por Eduardo Azeredo, Walfrido dosMares Guia, Cláudio Mouráo, Clésio Andrade, Marcos Valéria,Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. "(fis. 6.010).

"O destino do valor de quinhentos mil reais também foi acampanha de Eduardo Azeredo (Laudo Pericial n° 1998, fls.53154, Apenso 33):" (fis. 6.011)

60. Feita a leitura fastidiosa destas transcrições da denúncia oraem julgamento, pode-se dizer, repetindo o que se disse na resposta a ela feita, queesta é a

'a denúncia do 'Provavelmente ", do "possivelmente ", do"notadamente" (fis. 8, 12, 13, 17, 62 e 64, da inicial do MPF).Estas formas adverbiais do provável (que apresentaprobabilidade de acontecer), do possível (o que pode ser,acontecer ou praticar-se), do próximo (o que está perto, a poucadistância no espaço ou no tempo), do notado (do que se tomounota), à toda evidência não se compatibilizam com a noção defato, que é, repita-se, aquilo que realmente existe e, não, aquiloque po velmente exista, ou provavelmente exista, ou estejapróximf,e existir, ou que se anotou, sem atentar para arealidae.

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Marcos Árnarante Smith MalaCayle Grossi Petiersen

É, também, a denúncia do condicional (que indica ser a verdadede uma proposição dependente da verdade de outra). Nas folhas(87) de tal denúncia, numeradas pelo MPF, se encontram os seria(s 6, 7, 10, 12, ]& 17, 26, 30, 32 39, 40, 43, 47, 49, 53, 80); osteria (s. 7, 40, 82),- os resultaria (fi. 10); os viabilizaria (fl. 10);os comandaria 01. 11); os necessitaria 7. 12); os poderia (tis.13, 28); os receberia (fi. 13); os deveria (fl. .16); os repassaria (fi.16); os estaria (fi. 16); os cobraria (ti. 30) e os atenderia (fl. 42).Assim, por 34 (trinta e quatro vezes) a denúncia formulouproposição cuja verdade depende da verdade de outraproposição. E a denúncia não cuidou de comprovar a veracidadedaquela outra proposição. Esta, à toda evidência, não é umaforma apta para expor o falo criminoso, repetindo-se que fato éaquilo que realmente existe, que é real

61. Naquela resposta se disse mais e o que se disse deve serrepetido nestas alegações finais:

"Às fls. 10 diz que Eduardo Azeredo e co-denunciados"delinearam o modo de atuação que seria empregado paraviabilizar a retirada de recursos públicos da Copasa, Comig eBemge ". Logo adiante diz que Eduardo Azeredo e co-denunciados, agora em número maior, "viabilizaram a saída derecursos públicos da Copasa Comig e Bemge ". Para, emseguida, dizer que a empresa SMP&B adotou expedientes paraproporcionar que os recursos públicos devidos fossem utilizadoscom aparência de licitude na campanha de Eduardo Azeredo eClésio Andrade

Até aqui, como se vê, está a denúncia na velha forma dodenuncio A porque matou B '. Não diz ela como, quando, onde,

de que forma, por que meios, Eduardo Azeredo delineou,viabilizou, desviou. Trocado o nome de Eduardo Azeredo porqualquer outro, a denúncia continuaria a mesma.

Cuida a denúncia, a seguir, de obviedades: Eduardo Azeredoeleito, em 1994, Governador de Minas Gerais, concorrendo àreeleição e, naturalmente, participando da campanha eleitoral, jáque era o candidato ao Governo de Minas. No meio de taisobviedades, faz algumas afirmações: "Eduardo Azeredo eraGovernador do Estado de Minas Gerais e foi o principalbeneficiário do esquema implementado. Embora ,4egue terparticipado dos fatos, as provas coitadas,como se vqfc ao longoda denúncia, desmentem sua versão defensiva" Ols 11)

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É preciso deixar claro, desde logo, que Eduardo Azeredo não foibeneficiário de coisa alguma Beneficiária teria sido a campanhaeleitoral da qual, como se disse (supra ri ' 19125), enquanto setratava de finanças, de arrecadação de dinheiro, de doações,Eduardo Azeredo não participava. Não há qualquer prova - oumesmo indício - de que tenha participado de tais atividades nacampanha. Á leitura dos trechos dos depoimentos de RamonHollerbach, Cristiano Paz, Cláudio Mourão, transcritos ao pé dapágina 15 da denúncia, confirma que Eduardo Azeredo nãoparticipou da reunião em que se decidiu acerca de empréstimo daempresa DNA à campanha eleitoral.

A partir daí, a denúncia se torna abusiva. Diz que EduardoAzeredo - e três outros co-denunciados tomaram "a decisão deimplantar o esquema" (fis. 16). Mas, onde está aprova ou oindício, ainda que mínimo, da tomada de tal decisão por EduardoAzeredo

Diz a seguir, a denúncia, que Eduardo Azeredo e dois outros co-denunciados ".. por ostentarem a função de cúpula (sic) doEstado de Minas Gerais, concordaram com o plano de que orepasse indevido de dinheiro público deveria ocorrer por meio doevento Enduro Internacional da Independência ". Mas onde estáum indício, por mínimo que seja, desta concordância de EduardoAzeredo? Trata-se de abuso claro do poder de denunciar.

O abuso do poder de denunciar continua. ÀsJls. 17, sem qualquerbase, a denúncia diz que Eduardo Azeredo tinha "... consciênciade que a captação de recursos para a disputa eleitoral teria comoformato o quadro criminoso descrito acima

Adiante, a denúncia abusiva diz que Eduardo Guedesautorizou pelo Estado de Minas Gerais e por orientação de seucheJè Eduardo Azeredo, que o contrato público fosse dado emgarantia ". Neste tópico, a denúncia faz uma "chamada" para orodapé. Vai-se ao rodapé que nada diz que possa assegurar asqfirmações da denúncia. Porém, há mais. Um título de crédito,para com o poder público, precisa de "autorização "para dele seutilizar seu detentor para dá-lo em garantia de um empréstimobancário? Com as vênias devidas esta afirmação da denúncianão passa de uma bobqm. Cabe ao prestador do dinheiro - obanco - examinar o *c mento que comprova a existência docrédito e aceitá-lo ou niVo.

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De abusiva, a denúncia passa a leviana, d. v. Transcreve trechodo Relatório de Análise n° 78312006, no qual se diz que "Nocurso das análises referentes à quebra de sigilo bancário..." foralocalizado um depósito da empresa CARRO, Companhia deArtefatos de Borracha Ltda., 'que teve como beneficiário o atualSenador da República, Eduardo Brandão Azeredo, no valor deR5 200.000,00 .... ". A empresa CARBO é de propriedade deClésio de Andrade. Tal empresa doou R$ 200.000,00 para acampanha de Eduardo Azeredo. A doação está lançada naprestação de contas de campanha de Eduardo Azeredo feita aoTRE (doe. 2, p. & grifado). Para completar a leviandade, diz adenúncia que "E fato comprovado que Eduardo Azeredo foi umdos principais mentores de toda a gama de ilicitudes praticadas.Neste contexto, tinha ciência de que estava recebendo, em suaconta de campanha (aberta em seu nome) duzentos mil reais doesquema". Mas que esquema? Onde a empresa CARBO entra no"esquema"? Trata-se de um delírio acusatório."

62. O saudoso professor Frederico Marques, nos seus Elementosde Direito Processual Penal nos ensina que:

"O que deve trazer os caracteres de certa e determinada, na peçaacusatória, é a imputação. Esta consiste em atribuir à pessoa doréu a prática de determinados atos que a ordem jurídicaconsidera delituosos; por isso, imprescindível é que nela sefire,com exatidão, a conduta do acusado descrevendo-a o acusador,de maneira precisa, certa e bem individualizada" (Elementos,Vol. 11, p. 152, Bookseller, Campinas, SP, 1997).

63. O clássico João Mendes, citado por Eduardo Spinola Filho(Código de Processo Penal Brasileiro Anotado, vol. 1, p. 417, Editora Rio. 1980)dá-nos excelente lição do que deve ser a denúncia. Segundo o mestre paulista, adenúncia 'é uma exposição narrativa e demonstrativa. Narrativa, porque deverevelar o fato com todas as suas circunstâncias, isto é, não só a ação transitiva,como a pessoa que a praticou (quis), os meios que empregou (quibus auxiliis), omalefício que produziu (quid), os motivos que o determinaram a isso (cur), amaneira porque a praticou (quomodo), o lugar onde a praticou tubi), o tempo(quando). Demonstrativa, porque deve descrever o corpo de delito, dar as razõesde convicção ou presunção e nomear, as testemunhas e informantes

64. É certo que foi com base nestas lições - e em tantas outrasno mesmo sentido - que o eg. Supremo Tribunal Federal, mesmo em hipótesesde recebimento ou não de denúncia, tem delineado o que deve cont ela(Lembre-se de que no presente caso, a denúncia foi recebida por 5 votos a

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6. No julgamento do Inquérito n° 1.978/PR, de que foi relator oem. Ministro Celso de Meio, a ementa do acórdão que rejeitou a denúncia é umadestas lições:

Á imputação penal - que não pode constituir mera expressãoda vontade pessoal e arbitrária do órgão acusador - deve apoiar-Le base empírica idónea, que justifique a instauração depersecutio criminis sob pena de se configurar injusta situaçãode coação processual, pois não assiste, a quem acusa, o poder desuporte probatório mínimo.

O processo penal condenatório - precisamente porque nãoconstitui instrumento de arbítrio e de opressão do Estado -representa, para o cidadão, ex pressivo meio de conter e dedelimitar os poderes de que dispõem os órgãos incumbidos daatividade de persecução penaL O processo penal, que 3e rege porpadrões normativos consagrados na Constituição e nas leis,qualifica-se como instrumento de salvaguarda da liberdade doréu, a quem não podem ser subtraídas as prerrogativas e asgarantias asseguradas pelo ordenamento jurídico do Estado.Doutrina. Precedentes.

- Não há insto causa para a instauração de persecução penal, sea acusação não tiver,por suporte legitimador, elementosprobatórios mínimos, que possam revelar, de modo satisfatório econsistente, a materialidade do fato delituoso e a existência deindícios suficientes de autoria do crime. Não se revelaadmissível em juízo, imputação penal destituída de baseempírica idónea, ainda que a conduta descrita na peçaacusatória possa ajustar-se, em tese, ao preceito primário deincriminação.

- Impõem-se, por isso mesmo, ao Poder Judiciário, rígidocontrole sobre a atividade persecutória do Estado, notadamentesobre a admissibilidade da acusação penal, em ordem a impedirque se instaure, contra qualquer acusado, injusta situação decoação processual'. (DJ de 17.08.2007)

66. Outra lição se pode colher do julgamento do HCn°80.5421MG, de que foi relator, também, o em. Ministro Celso de Mello:

"O ABUSO DO PODER DEDE SEU CONTROLE JURIS

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- A imputação penal não pode ser a expressão arbitrária davontade pessoal do órgão acusador. A válida formulação dedenúncia penal supõe a existência de base empírica idônea,apoiada em prova lícita, sob pena de o exercício do poder deacusar - consideradas as graves implicações de ordem ético-jurídica que dele decorrem - converter-se em instrumento deabuso estatal, Precedentes.

A discussão em torno da ausência de justa causa para apersecução penal depende, essencialmente, quando suscitada emsede de Izabeas corpus, da inconstestabilidade dos fatossubjacentes à acusação criminal. Esse debate, no âmbitoprocessual do remédio heroico, não se viabiliza, sempre que seregistre dúvida fundada a propósito dos fatos alegados. E que aliquidez dos fatos constitui requisito inasfastável na apreciaçãoda justa causa penal, pois o remédio processual do 'habeascorpos' não admite dilação probatória, não permite o exameaprofundado de matéria fática e nem comporta a análisevalorativa de elementos de prova. Precedentes" (DJ de29.06.2001).

67. Assim, as imputações que se faz a Eduardo Azeredo sãofeitas por culpa objetiva.

VI - O "RECIBO" DE FLS. 341: UM COICE NA INTELIGÊNCIA

68. No dia 24.11.2005, Nilton Antonio Monteiro - cujo perfil,ainda incompleto, já está delineado nestas alegações finais - compareceu aoDepartamento de Polícia Federal e '... apresentou à autoridade os documentosabaixo relacionados

"Três (03) fotografias coloridas nas quais aparece a pessoa doSr. Cláudio Roberto Mourão de Silveira.Um (01) documento denominado RESUMO DAMOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA OCORRIDO NO ANO DE1988 NA CAMPANHA PARA A ELEIÇÃO AO GOVERNO DOESTADO DE MINAS GERAIS, PELO ATUAL SENADOR DAREPÚBLICA, SR. EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO EDO ATUAL VICE-GOVERNADOR, SR. CLÉSIO SOA RESDANDRADE', composto de três páginas assinadas/rubricadas p rCláudio Roberto Mourão da Silveira, com reconhecimento de

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firma efetuado pelo 2° Tabelionato de Notas BH datado de1611112005.Uma (01) fotocópia de um RECIBO relativo a R$ 4.500.000,00(Quatro milhões e quinhentos mil reais) recebidos das empresasSMP&B e DNA PROPAGANDA como sendo para saudarcompromissos diversos, por intermédio do coordenador dacampanha eleitoral, Sr. Cláudio Roberto Mourão da Silveira, eassinado por EDUARDO BRANDÃO DE AZEVEDO, CPF006534.466-91 - CIn°M-3.600.000Um (01) conjunto de fotocópias relativo à PETIÇÃO 3372-81179DO Supremo Tribunal Federal, em suas páginas 01114, 16119 e21/41

69. Aí está, pois, a "entrega" de "Urna (01) FOTOCÓPIA deum recibo de R$ 4500.000,00".

70. A denúncia não se refere a este recibo. Refere-se, isto sim, à"lista Claudio Mourão" que tal denúncia tem como autêntica - mas que, como sedisse e se reafirma, é falsa, ideologicamente falsa. Aliás, é uma lista em quatroversões, como se viu. Alude, apenas a tal recibo, na citação que faz da lista (1a)

de Claudio Mourão que, como se disse, é falsa.

71. Este recibo foi referido no voto do em. Relator de então,Mm. Joaquim Barbosa, e o foi nestes termos:

'Consta, ainda, dos autos, um recibo assinado por EduardoAzeredo, com data de 13 de outubro de 1998, que ClaudioMourão anexou à sua lista no qual o acusado afirma o seguinte(fls. 341, vol. 2): Recebi da SMP&B e da DNA Propaganda, aimportância de R$ 4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentosmil reais) para saldar (sic) compromissos diversos, porintermédio do coordenador de campanha eleitoral, Sr. ClaudioRoberto Mourão da Silveira, CPF n o 024.544.326-68 e ci n°Minas Gerais 699.771" (grifos no original).

72. Uma primeira pergunta: porque esta fotocópia de reciboestaria nas mãos de Nilton Monteiro e, não, nas mãos de Claudio Mourão porintermédio de quem o pagamento teria sido feito? Uma segunda pergunta: quemseria louco de firmar um recibo de "caixa dois" de campanha eleitoral,produzindo contra si a prova material do crime que teria praticado?

7 Em suma, a denúncia não se referiu a tal recibo. O acórdãom di te o qual a denúncia foi recebida, agarra-se a ele, como se transcreveuaci a.

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74. Por isto a defesa de Eduardo Azeredo, que sempre tevecerteza absoluta da sua falsidade, arguiu-a. Ao fazer a arguição, juntou à petiçãoum parecer técnico do perito Mauro Ricart Ramos (fis. 9.594/9.618) que, ao ladode atestar a falsidade da assinatura atribuída a Eduardo Azeredo, ao final teceu"considerações .e informações inerentes à matéria suscitada" e fez um breveperfil de Nilton Antonio Monteiro. E que algumas das falcatruas destedelinquente foram submetidas a seu exame. Diz o dr. Mauro Ricart Ramos:

'O perito permite-se, nesta oportunidade, tecer algunscomentários que acha pertinentes ao problema pericial proposto,até mesmo para entendimento, do aparecimento seguido, dedocumentos fraudados, todos veiculados pela mesma pessoa, ouseja, o Sr. Nilton Antonio Monteiro. Esta situação vemacarretando o envolvimento injusto, de políticos,empresários 'eadvogados,em situações constrangedoras que geram ocomprometimento da idoneidade das referidas pessoas que,repentinamente, são envolvidas em um turbilhão de acusações,motivadas pela irresponsabilidade de uma só pessoa.

Durante mais de vinte e oito anos, exerci, como Perito Criminaldo Estado do Rio de Janeiro, a função de Perito emDocumentoscopia, com dedicação em especial para a(irafotecnia, que é um capitulo importante da Ciência cujo tituloestá acima referido. Fui com muita honra, durante longos anos,Assistente do Perito Criminal, Prof Carlos Eboli, que dá nomeao atual Instituto de Criminalística do Rio de Janeiro, mestre daCriminalística, em particular, estudioso da Documentoscopia.

Creio que neste penado, sem falsa modéstia, adquiri razoávelbagagem técnica e experiência no que tange a realização deperíciasvisando apuração defraudes documentais, em todas assuas nefastas e prejudiciais modalidades.

Aposentado por tempo de serviço, em 1996, continuo estudando amatéria, bem com elaborando Laudos como Perito Judicial;Pareceres Técnicos para Advogados, Empresários e outrosprofissionais que solicitam, constantemente, os meus serviçosespecializados.

Nesta oportunidade, quero deixar consignado que, mesmo comtoda a experiência na área da fraude documental, fico perplexno que respeita a coragem e ousadia do SI. Nilton Anto oMonteiro que, de longa data, vem veiculando docume os

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espúrios (falsos), através da mídia ou mesmo direcionados paraórgão públicos e autoridades constituídas.Esse procedimento reprovável, pode ser facilmente identificado, ecomprovado, pelos inúmeros Laudos e Pareceres Técnicos, jáelaborados por diversos Peritos Grafotécnicos de inquestionávelexperiência, dentre os quais me incluo.

Para melhor demonstrar, a atuação obsessiva e prejudicial do Sr.Nilton Antonio Monteiro, registro que já realizei,aproximadamente, dez Perícias Grafotécnicas, solicitadas porIlustres Advogados e Empresários, com o objetivo de apurar aautenticidade de assinaturas lançadas em diversos documentos,veiculados pelo Si Nilton Antonio Monteiro, situação que causouproblemas políticos e prejuízos morais e constrangimentos apolíticos, empresários e advogados.

Vale consignar que todos, repito, todos os documentos por mimexaminados, eram produtos defraudes, processadas por meio defalsificação de assinaturas e de impressos.

Permito-me, nesta oportunidade, referir como exemplos dos fatosmencionados algumas das perícias que realizei, concluindo pelaocorrência defraudes. -

Em agosto de 2005, fomos contratados por renomado advogadodo Rio de Janeiro, Dr. Paulo Freitas Ribeiro, para a tarefa deexaminar: um (01) TERMO DE COMPROMISSOCONFIDENCIAL COM PROPOSÍTO ESPECIFICO, um (01)CONTRATO DE PATROCÍNIO ADVOGA TÍCIO; um (01)TERMO DE ACORDO PARA RESCISÃO DO CONTRATO DEPRESTAÇÃO DE SER VIÇOS ADVOGA TÍGIOS E SEU ADITIVOE OUTRAS AVENÇAS QUE ENTRE SI FAZEM NILTONANTONIO MONTEIRO E JOAQUIM ENGLER FILHO; e três(03) RECIBOS de valores diversos, objetivando esclarecerquanto a autenticidade ou falsidade das assinaturas que firmamos documentos em questão, em princípio atribuídas ao punho deJoaquim Engler Filho.

Concluímos que os inúmeros e evidentes elementos divergentesobservados permitiram indicar como falsas, os assinaturasatribuídas a Joaquim Engler Filho, que firmam O TERMO DECOMPROMISSO CONFIDENCIAL COM PROPOSITOESPECÍFICO; O CONTRATO DE PATROCÍNIOADVOCATÍCIO; O TERMO DE ACORDO PARA RESCISÃO DCONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOGA TÍCI 5E SEU ADITIVO E OUTRAS A VENÇAS QUE ENTRE SI FAZ M

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NILTON ANTONIO MONTEIRO E JOAQUIM ENGLER PILHO;e os três RECIBOS.No mês de setembro de 2005, recebemos do Dr. Paulo FreitasRibeiro, outra tarefa, ou se/a, examinar um outro documento, nocaso, uma PROCURA ÇA O tendo como Outorgante, SAMARCOMINERAÇÃO SÃ., e como Outorgado, NILTON ANTONIOMONTEIRO, com objetivo de esclarecer quanto a autenticidadeou falsidade da assinatura atribuída à Itamar Antonio da Silva,lançada na qualidade de representante legal da EmpresaSÃ MARCO MINERAÇÃO S.A.

Após os exames necessários, concluímos que a assinatura,atribuída à Itamar Antonio da Silva, na qualidade derepresentante legal da SÃ MARCO MINERAÇÃO S.A, lançada naPROCURAÇÃO, em questão, apresentava evidentes elementosque indicavam sua ,fàlsidade e, via de consequência, que não Jbiproduzida pelo punho gráfico em questão.

Atendendo a solicitação do Escritório Felipe Amodeo,examinamos em março de 2006, um documento que ficouconhecido como "LISTA DE FURNAS" na forma de cópiaxero gráfica, que é o procedimento usual do Sr. Nilton AntonioMonteiro, que apresenta iodos os documentos, sempre na formade cópias reprográficas, certamente com objetivo de dificultar osexames perícias que irão em futuro, apurar a idoneidade dosdocumentos.

A conclusão final foi a de falsidade da assinatura atribuída aoDr Dimas Fabiano Toledo, bem como falsos os impressosutilizados na confecção da lista.

Rferi em capitulo deste parecer, que se houvesse a oportunidadede examinar o original da tal lista, certamente encontraria maiselementos informativos para aduzir as minhas assertivas iniciais.

Passado alguns meses,o Sr. Nilton Antonio Monteiro, apresentauma Lista, que classifica como a original daquela que havíamosexaminado anteriormente.

Em agosto de 2006 fomos solicitados pelo Escritório FelipeAmodeo, para examinar o pretenso original, oportunidade emque, alcançamos o entendimento técnico que, a Lisa dita original,nada mais era que um novo documento forjado.

Ficou comprovado que a impressão da logomarca era difere teda Lista anterior (copia xérox); a formatação do texto ra

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totalmente diversa, e, finalmente a nova assinatura falsficada eraformalmente diferente da assinatura, também falsa, constante nalista em xérox, anteriormente periciada.

Novamente volta o Sr. Nilton Antonio Monteiro a ação, desta vezde forma absurda e inverossímil, que chega a ofender ainteligência das pessoas circunstancialmente envolvidas noepisodio, pela absoluta falta de coerência e sensatez do Sr. NiltonAntonio Monteiro, em juntar um documento falso, em processoJudicial em trâmite na Comarca do Rio de Janeiro.

Vamos aos fatos.

Nos autos do Processo de Inventário de Carlos Felipe Amodeo,de n° 2007.001.177821-3 em curso na 18 Vara de Orfãos eSucessões da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, tendo comohabilitante Nilton Antonio Monteiro, foi juntada às fls. 13, naforma de copia xerox, uma Nota Promissória com vencimentopara 27 de outubro de 2005, no valor de R$3.000.000,00 (trêsmilhões de Reais), em favor de Nilton Antonio Monteiro, pagávelem Belo Horizonte, constando uma assinatura de emissão,atribuída a Carlos Felipe Amodeo.

Interessante no caso, é que no reverso da nota promissória emquestão, está lançado o texto "Eu CARLOS FELIPE A MODEO,emitente do presente TITULO EXECUTIVO, garanto ao credordo mesmo, o Sr, NILTON ANTONIO MONTEIRO, a quitação nadata do vencimento. O não cumprimento do resgate o referidotitulo, obriga os meus sucessores herdeiros e meeira opagamento desta NOTA PROMISSORIA - Rio de Janeiro, 26 dejulho de 2005

É bom lembrar que Carlos Felipe Amodeo, faleceu em2811012005 e o titulo está datado de três meses antes do seuóbito.

Essa Declaração, no reverso da Promissória, atípica por sinal,nos remete a hipótese, bem provável, de que este documento foiforjado (falsificado) após o falecimento de Carlos FelipeAmodeo.

Ressalte-se que Felipe Amodeo, foi meu querido e fraterno amigopor mais de 25 anos e, em nenhum momento, eu como todos osadvogados de seu escrpt'rio, tomamos conhecimento de qualquervinculo de amizade ou negócios de Felipe Amodeo com o Sr.Nilton Antonio Monteiro.

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Na verdade o Escritório Felipe Amodeo, patrocinou o Dr. DimasFabiano Toledo, nos cavos das falsas Listas de Furnasapresentadas pelo SrNilton Antonio Monteiro,

O Parecer Técnico da lavra do Dr. Roberto Villarinho,respeitável e competente Perito Grafotécnico, demonstra comclareza e objetividade técnica, a faLvidade de emissão e rubrica,atribuídas a Carlos Felipe Amodeo, desacreditando mais umdocumento apresentado por Nilton Antonio Monteiro.

Este é o perfil do Si. Nilton Antonio Monteiro."

75. O Senhor Procurador Geral da República estava, assim, semdúvida, informado de quem era Niltori Antonio Monteiro.

76. Mesmo sabendo de quem se tratava - e sem nenhumareflexão - fez inserir nas suas alegações o seguinte:

"Apesar da veracidade desse documento ter sido negada equestionada pelo réu em sede de incidente de falsidade (apenso43) e o laudo realizado pelo Instituto Nacional de Critninalísticanão ter firmado deforma inequívoca a veracidade da assinaturaatribuída ao réu (fis. 54162 do apenso 44), é fundamental ver osargumentos assentados pelos expertos:

71..] Do confronto entre a escrita questionada e padrãoreferente à primeira etapa (figura 2), verificou-se ataquecm círculo da maiúscula 'E' seguido de laçada comprojeção à esquerda, apresentando traçado curvilíneodesvanecido no remate (setas vermelhas). Vê-se, ainda, naletra "E" do lançamento questionado em análise,convergências formais com a grafia padrão, emboracertos aspectos gráficos de sua génese tenham sidodissipados em função do documento ter sido fotocopiado,a exemplo do traço de remate (elipses tracejadasamarelas).

Os caracteres gráficos questionados imediatamente

similares aos padrões, os quais foram éigendrados porpresilha com aspecto gráfico da maiúsc/ilz "e" e traçadocurvilíneo inclinado à direita (setas azus)j_.

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Na sequência, vê-se convergência no traçado que formaa suposta maiúscula "8". de "Brandão' o qual écomposto por grande laçada ovalada à esquerda, cujodesenvolvimento culmina com uma haste de extremidadesem laçadas menores, tendo um pequeno arco deinclinação à sua direita como apêndice (setas verdes).

Na segunda etapa do confronto entre o lançamentoquestionado e padrão, são cote jados presumíveisifratismos relacionados à preposição e sobrenome "deAzeredo' Assim, foram verificadas converifênciasmorfológicas na preposição "de", formada por duaslaçadas inclinadas à direita, sendo a primeirarepresentativa da letra "d", produzida com maioramplitude em relação à segunda, referente à minúscula"e" (setas vermelhas).

Relativamente às convergências morfológicas atinentesao sobrenome "Azeredo", observa-se nos traços iniciaisum patente idiografismo (movimento gráfico peculiar decada punho escritor, de grande importância naindividualização da escrita), no qual são incluídas amaiúscula "A ", produzida por extenso ataque em ganchoe remate em presilha, e as minúsculas "z" e "e", sendoaquela formada por laçada maior, e esta por laçadadiminuta (setas verdes). Na continuação do grafismo,observam-se dois traços inclinados à direita, os quais,conforme observado nos padrões gráficos fornecidosencerram as minúsculas "d" e "o" (setas cruis

Não obstante o coteio levado a efeito, o qual demonstrouconvergências morfológicas entre a escrita questionada ea padrão, impende esclarecer que não há comoinequivocamente descartar a possibilidade delançamentos apostos em documentos fotocopiados seremoriundos de processo de montagem por intermédio detecnologia que permita a transposição de imagemdigitalizada de um determinado suporte para outro [..]

CONCLUSÃO

Consoante os exames levados a efeito na Seção 111 dopresente laudo, os signatários encontraramconvergências morfológicas entre o lançamento Ruide assinatura questionado J.../ e os padrões gráfiq1osapresentados em nome de Eduardo Brandia de Me, d

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[..], as quais podem ser confirmadas com a verificaçãodo documento original [.71 (fis. 58-61 do apenso 44).

Como se vê claramente, há inúmeras convergênciasmorfológicas de extrema importância e a única razão pela qualo laudo não pode assentar (questão técnica) a absolutacoincidência é que a perícia foi realizada em cópia xerogra'Jica.Mas não se pode perder de vista que, em nenhum momento, aperícia identificou qualquer dado que afastasse a veracidade daassinatura (pelo contrário, os indicativos coincidentes sãomuitos), bem assim jamais tenha assentado que haveria umaeventual 'montagem" no documento'.

77. Falsificar, ensina Antonio Houaiss (dicionário) é "... daraparência enganadora com o fim defraudar, de contrafazer alterando o valor,de fazer passar por verdadeiro o que não é". Falsificar uma assinatura é traçá-lao mais parecido que seja com a original. E natural, assim, que o laudo do INCindique convergências e divergências. Mas. convenha-se, erigir isto à condiçãode prova e, de prova para condenar quem quer que seja, é, d.v., um coice nainteligência.

78. Há mais, contudo. Em "Informação Técnica" que precedeuo laudo do INC - e no próprio laudo, posteriormente - o Sr. Perito do INC,Marcos de Jesus Morais, fez um alerta. Diz ele:

"Após esse tratamento digital para correção, retoques, melhoriaou mesmo modificação parcial da assinatura escaneada (como,por exemplo, em suas dimensões ou inclinação), esse lançamentoé inserido em um novo documento preparado com o conteúdodesejado. Esse documento fabricado pode ser então fotocopiada(inclusive podem ser feitas cópias de cópias) com o objetivo deeliminar possíveis vestígios do processo e aparentar ler sidocopiado de um original

Assim, nos casos em que se questionam a autenticiSde de umaassinatura em um documento em forma de cópia, a hipótese detransposição desse lançamento pode sempre ser levantada edificilmente será possível descarta-la. Isso faz com que um laudorealizado em cópias se/a facilmente contestado.

Independentemente da real possibilidade de montagem, o examegrafoscópico dos lançamentos não originais também apresentoutros importantes Jàtores limitamos. Algumas característicasescrita que são fundamentais para uma análise acurada podnão ser reproduzidas adequadamente, dependendo da qualid

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da cópia. É o caso dos traços feitos com leveza de punho; dospequenos gestos no início (ataques) ou no final das letras(remates); da distribuição da pressão e de determinadosmovimentos gráficos muito sutis

79. Este mesmo alerta foi feito no laudo do INC, em trechoreproduzido, em parte apenas, nas alegações finais do sr. Procurador Geral daRepública:

"Não obstante o cote/o levado a efeito, o qual demonstrouconvergências morfológicas entre a escrita questionada e opadrão, impende esclarecer que não há como inequivocamentedescartar a possibilidade de lançamentos apostos em documentosfotocopiados serem oriundos de processo de montagem porintermédio de tecnologia que permita a transposição de imagemdigitalizada de um determinado suporte para outro. Desta forma,os signatários não possuem elementos técnicos para concluíremquanto a autenticidade do lançamento gráfico exarado nodocumento questionado e consequentemente quanto afidedignidade do próprio documento" - apenso 44, fls. 61(grifamos a parte escamoteada na citação do Sr. ProcuradorGeral da República).

80. O então Relator do caso, em. Mm. Joaquim Barbosa, às fis.9.717 e com data de 15.12.2010, despachou, assim:

"Enviem-se os autos assim Jhrmados ao Instituto Nacional deCriminalística, para que responda:1) se é possível a realização de perícia grafotécnica no referidodocumento;2) sendo possível, se a assinatura ali firmada pertence ao réuEDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO, ficando o Instituto desdelogo autorizado a intimar o réu para colheita de seus padrõesgráficos e demais dados necessários para a realização da períciasolicitada por sua defesa;3) se necessário, a intimação de NILTON MONTEIRO parafornecer o original do referido recibo, pois, segundo alegadopela defesa, Jài ele quem entregou a cópia a ser submetida àperícia, e teria se comprometido a entregar o original à PolíciaFederal

81. No di 2 .04.2011 o em. Relator proferiu novo despacho(fis. 10. 166), do seguinte te r:

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"A par disso, indefiro a formulação das perguntas transcritas àsfls. 18 e 20 do presente Incidente, tendo em vista que eventualdepoimento do Senhor NILTON ANTONIO MONTEIRO, seadmitido por esta Corte, somente poderá ser colhido em juízo,sob o crivo do contraditório. Portanto, a intimação deve ter porfim, unicamente, a determinação de entre ga do orizinal dodocumento cuja cópia foi remetida à análise Dericial

82. Intimado, Nilton Monteiro não apresentou o "original" dodocumento - apresentou uma nova "cópia" xerográfica com firma reconhecida,por semelhança, em cartório. Muito provavelmente reconhecimento de firmafalso, eis que Nilton Monteiro tinha consigo "carimbos 12123, escaneado detabeliães; timbres cartorários" (supra n° 17).

83. Assim, o Senhor Procurador Geral da República estavaalertado, tanto pelo Sr. Perito que assinou a Informação Técnica, Marcos de JesusMorais, quanto pelos peritos que assinaram o laudo, Claudio Menezes da Silveirae Virgílio Mathieson Tavares, de "... que não há como inequivocamentedescartar a possibilidade de lançamentos apostos em documentos fotocopiadosserem oriundos de processo de montagem por intermédio de tecnologia quepermita a transcrição de imagem digitalizada de um determinado suporte paraoutro, o que não foi possível a verificação no presente laudo". Tratava-se de"documento" portado por Nilton Monteiro.

VII -AS LISTAS DE CLAUDIO MOURÃO

84. A "Lista Claudio Mourão" não é singular. É plural. São 4listas e, não, apenas uma. Iam sendo recheadas atendendo, em um primeiromomento, à conveniências de Nilton Monteiro e Claudio Mourão, então amigos.E, nos momentos subsequentes, apenas às conveniências e interesses de NiltonMonteiro, já inimigo de Mourão.

85. Citando laudo do INC, a denúncia diz que "O documento,portanto, é autêntico (fis. 5.963). Não é. E "ideologicamente falso". Só o fato deserem quatro e não uma lista, diferentes umas das outras, bastaria paracomprovar a falsidade de todas elas. A denúncia, assim, foi elaborada, partindode um suposto errado: a autenticidade da primeira lista.

86. Codito na denúncia que o MP/MG ofereceu contraNilton Monteiro e outr 5:

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"Igualmente visando a prejudicar a vítima Eduardo Azeredo,entre outros, o acusado NILTON MONTEIRO empreendeu afalsificação da listagem que do que viria a ser chamado"mensalão mineiro", trazendo a relação de supostosbeneficiários de recurso de caixa dois da campanha eleitoral de1998 ao governo do estado.

E realizou esta fraude, empregando alguns documentos bancáriosverdadeiros relacionados com a campanha ao governo de MinasGerais em 1998, mesclando-se com peças falsas que envolviamnomes de diversas autoridades, que ora inseria, ora excluía, eminacreditáveis 04 versões da mesma lista, que variavam ao sabordos interesses do falsário.

A 1° versão da lista foi distribuída à imprensa por IVJLTONMONTEIRO em fins de julho de 2005, contendo 05 páginasxerografàdas com nomes dos pretensos beneficiários dossupostos pagamentos de caixa dois, ao lado de quantias a eleatribuídas. Esta ]'versão não continha data de elaboração, localou assinatura do pretenso responsável por sua confecção (Anexo14—DOC. 07).

Em novembro de 2005, NILTOJ'/ MONTEIRO entregou à PolíciaFederal uma 2" versão desta lista, agora preenchendo as lacunasdeixadas na versão anterior, deforma que a 2° versão é datadade meados de 2005, confeccionada em 811, com autoria eassinatura atribuídas por NILTON MONTEIRO a também vítimaCaudio Mourão (Anexo 14— DOC. 08)

A 3" versão da lista foi a que NILTON MONTEIRO repassou àrevista Carta Capital e que acabou sendo irresponsavelmentepublicada pela revista no final de julho de 2012, em reportagemrepleta de acusações levianas, inclusive de pagamento de propinaà vítima Gilmar Mendes, Ministro do STF. Esta 3° versão trazia adata de elaboração de 281031199, com autoria agora passando aser atribuída à Marcos Valéria Fernandes de Souza (Anexo 14 -DOC. 09).

A ação do grupo criminoso granjeou processo criminal não sócontra NILTON MONTEIRO e seu advogado DINO MIRA GLIA,como também aos jornalistas MINO CARTO e LEANDROFORTES.

Finalmente, a 4" versão do rol de supostos envolvidos na tra amontada através dos papéis forjados é a que Jõi localizada arperícia no HD do computador apreendido com NIL O

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MONTEIRO (anexo 34 do laudo pericial 12.679112), versão, estaque traz divergências de nomes e valores em relação às demaisversões, tendo a perícia verificado ter sido esta 4° listagem deenvolvidos, de fato criada em 2710212009, embora tivesse sidodatada como se tivesse sido feita dez anos antes em 1999 (Anexo14—DOC. 10).

87. Da primeira lista a denúncia transcreve este tópico:

9°. Recursos destinados ao ex-Governador hoje Senador daRepública, Sr Eduardo Azeredo, no valor de R$ 4.500.000,00(quatro milhões e quinhentos mil reais), para compromissosdiversos (questões pessoais). ____ Repassado por mim comautorização das agências SMP&B e DNA Propaganda, conformerecibo anexo

88. Não havia "recibo" anexo. Como se mostrou, este "recibo"foi entregue, posteriormente à Polícia Federal (supra n° 68).

89. Relembre-se o "comportamento" de Nilton Monteiro quandobuscava, no Poder Judiciário, receber, por meio de fraudes, quantias milionárias.Falsificava uma nota promissória. Falsificava, também, uma "confissão dedívida", emprestando à promissória, uma causa debendi; xerográfica uma eoutra; registrava em delegacia de polícia o desaparecimento dos originais de taisdocumentos; e com a cópia xerográfica propunha ação em juízo.

90. No caso presente, elaborou a "Lista Claudio Mourão",inseriu nela o tópico que se transcreveu acima; e para emprestar-lhe veracidadeelaborou o "recibo", fotocopiou-o e o entregou à polícia.

91. A falsidade ideológica daquelas listas decorre do fato deterem sido, todas elas, elaboradas por Nilton Monteiro, sendo certo que a quartaversão foi encontrada no seu computador apreendido.

92. No seu voto proferido no julgamento da denúncia, o em.Mm. Dias Toffoli mostrou o absurdo da lista: teria sido arrecadada pelo comitêde campanha de Eduardo Azeredo: R$ 100.000000,00. Tem tal quantia comodissonante da realidade nacional.

93. Assim se vê que o "documento" que a denúncia tem porautêntico, não é um documento; são quatro documentos, todos ideologicamentfalsos, devendo-se lembrar que na 3a lista, a audácia de Nilton Monteiro perdi'os limites, imputando a um digno ministro desta Corte respeitável, a prática 4

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crime de corrupção. A lista - ou as listas - não são, apenas inautênticas; sãoprova material do cometimento do crime de calúnia.

VIII— UMA AÇÃO NO JUÍZO IMPRÓPRIO

94. Como se disse acima, o advogado Carlos Henrique MartinsTeixeira - juntamente com o advogado Silvio Mendonça Filho - propôs contraEduardo Azeredo e Clésio de Andrade uma ação indenizatória da qual era autor,Claudio Mourão (tis. 71/81 - apenso 2).

95. Mourão, anteriormente, havia "emitido" uma promissóriacontra Eduardo Azeredo. Utilizara-se daquela procuração que lhe fora outorgadapor Eduardo Azeredo para administrar as finanças de sua campanha. Emitida apromissória, levou-a a protesto que foi sustado em um primeiro momento.

96. Eduardo era candidato ao Senado e, por certo, com um títulode câmbio em protesto, teria dificuldades em conduzir sua campanha. Fez acordocom Mourão. Concorreu ao Senado e foi eleito (fis. 160 do apenso 2).

97. Em 28.03.2005 ajuizou a ação de indenização no SupremoTribunal Federal. Como esclareceu seu advogado, Carlos Henrique, pretendiacausar escândalo, obter notícias nos jornais, revistas e televisões. Obtida a"publicidade" que almejava, desistiu da ação.

98. A este tempo, Mourão e Nilton Monteiro, que haviam sidoamigos, tornaram-se desafetos. E que Nilton Monteiro havia apresentado aosórgãos de imprensa e à CPMI '... uma procuração assinada pelo declaranteonde o mesmo (declarante) concedia poderes a Nilton para que este negociassea dívida que o PSDB tinha junto ao declarante; que ao ser apresentado (sic) afotocópia do documento dejis. 101, o declarante informa que tal documento setrata de uma montagem."

99. Havendo convivido com Nilton Monteiro por algum tempo,Mourão pode esclarecer que "é uma montagem que ocorreu da seguinte forma: oteor da redação da procuração foi criado por Nilton Monteiro e ele pegou outrodocumento com a minha assinatura e montou este documento dejis. 101 ". Comose viu da opinião

' e três il. Peritos do INC, com o desenvolvimento da

tecnologia, é poss 1fazer este tipo de montagem que muito raramente seráalcançada por perí ia.

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100. Desistiu-se da ação proposta em juízo impróprio. As notíciasdesta "montagem" ganharam a mídia e a figura de Eduardo Azeredo, sem dúvida,foi maculada, indevidamente maculada.

IX - EMPRÉSTIMOS

101. Tanto a denúncia quanto as alegações finais dos SenhoresProcuradores Geral da República - um para a denúncia e outro para as alegações- dão notícia de alguns empréstimos feitos no decorrer da campanha eleitoral.São descritos com minudência. Apontam o prestador, o tomador, os garantes, aquantia emprestada, as datas da concessão do empréstimo e de seu vencimento.

102. Todos estes empréstimos feitos no curso da campanha temuma coisa em comum: a anuência de Eduardo Azeredo não figura em qualquerdeles. Como se disse, e se repete, Eduardo confiava a administração das finançasa Claudio Mourão. Não teve, durante a campanha, notícia sequer do que sepassava.

103. Denúncia e alegações finais, acentuam que Claudio Mourãoera homem de extremada confiança de Eduardo Azeredo. Para ficar, apenas, naera cristã, lembre-se de Jesus e Judas. A quebra de confiança, lamentavelmente, éda índole humana.

104. Ao se referir a estes empréstimos, denúncia e alegaçõesfinais dão relevo a um deles porque, dentre as garantias ofertadas pelo tomadorao prestador, estava um débito do Governo de Minas Gerais, representado porduplicata de nota fiscal extraída em decorrência de serviços prestados.

105. Com pedido de vênias, pede-se licença para explicar isto aosil. subscritores da denúncia e das alegações finais. No caso, há notícia de umalicitação. A empresa tomadora vence tal licitação e emite uma nota fiscal paraquem contratou o serviço. Sem dúvida esta nota fiscal indica o crédito daportadora e, em conseqüência, o débito do beneficiário do serviço prestado. Nãose trata, assim, de bem do Governo. Trata-se, isto sim, de débito do governo que,pago, o será ao prestador do serviço. E simples.

X - OS TELEFONEMAS

106. A denúncia, muito genérica, sustenta que (fis. 5

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"Há uma série de telefonemas entre Eduardo Azeredo, MarcosValério, Cristiano Paz e a empresa SMP&B, de,,zonstrandointenso relacionamento do primeiro (Eduardo Azeredo) com osintegrantes do núcleo que operou o esquema criminoso derecursos para sua campanha

107. Em nota de rodapé, a denúncia disse que:

'Foi o que constou no Relatório Final dos Trabalhos da CPMI'dos Correios" (documento n° 17 que instrui a denúncia, fi.1032): 'Ilação é possível de que Marcos Valério mantinharelacionamento com o então Governador, pois que se tem dadosque confirmam expressivo número de telefonemas entre aquelaautoridade e Marcos Valério, Cristiano Paz e SMP&B, emboranão se possa recusar que, por serem integrantes de um complexode publicidade aparada para sua campanha, evidentementedevesse ter contatos reiterados'. O Relatório de Análise n°006107, produzido pela Assessoria de Análise e Pesquisa daProcuradoria Geral da República (documento n° 04 que instrui adenúncia( revelou que houve 72 ligações telefônicas de MarcosValéria, SMP&B Comunicação e DNÁ Propaganda paraEduardo Azeredo no período compreendido entre julho12000 emaio12004 (vide fls. 08112 do Relatório ti 0 006107). Das 72ligações telefônicas, os telefonemas do próprio Marcos Valériorepresentam 57.

108. No Relatório de Análise no 006/2007, os peritos fizeram umaponderação - sem dúvida, lógica:

Diante desses fatos e, com o objetivo de verificar se na épocadas eleições de 1998 houve esses frequentes contatos telefônicosentre o telefone celular do Senador Eduardo Azeredo e linhastelefônicas ligadas ao empresário Marcos Valério Fernandes deSouza, sugerimos o afastamento do sigilo telefônico do telefonecelular (31)-9994-0045, em nome de Eduardo Bramido deAzeredo, cpf n° 006534.466-91, cuja operadora é a TelemigCelular, no período compreendido entre 07.011998 (data dainstalação da linha) até dia 31.12.1998" (fis. 6.159).

109. Isto não foi feito.

110. E, nas alegações finais foi dito qu

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"Chama a atenção nesse período após a eleição de 1998 aintensa troca de ligações entre Eduardo Azeredo, a SMP&B, aDNÁ Propaganda e Marcos Valério. Entre julho de 2000 e maiode 2004 foram 72 (setenta e duas) ligações, sendo que conversasdiretas entre o réu e Marcos Valéria totalizaram 57 (cinquenta esete).

Esse número expressivo de ligações denota, a mais não poder,um relacionamento muito próximo entre o réu e MarcosValéria, sendo mais um elemento, que, somado aos demais,comprova a inconsistência da versão defensiva de que EduardoAzeredo não teria nenhum conhecimento sobre o desvio devalores públicos para emprego em sua campanha à reeleição

111. Nestes dados, colhidos na denúncia e nas alegações finais,fica razoavelmente claro que as ligações telefônicas entre Marcos ValérioFernandes de Souza e Eduardo - pelos documentos acostados - tiveram inícioem 04.07.2001 (lis. 6.219). A campanha eleitoral havia terminado. As eleiçõesforam realizadas e em 01.01.1999 Eduardo Azeredo deixou o Governo de MinasGerais.

112. Na campanha eleitoral de 1998, Eduardo mal conheciaMarcos Valério. Não trocou telefonemas com ele. De tais telefonemas - emnúmero de 53- 16 foram dados em 2001 e 37 em 2002. Marcos Valério, sócio deempresa de publicidade buscava trabalhar na campanha da eleição de EduardoAzeredo a Senador, o que não ocorreu.

113. Assim, estes telefonemas, tão distantes da campanhaeleitoral de 1998 -- época em que se deram os fatos de que trata esta ação penal -não denotam coisa alguma. A denúncia e as alegações finais são, também nesteponto, intoleravelmente abusivas.

Xl —A DOSIMETRIA DA PENA

114. No dia subsequente àquele em que se deu publicidade amplaàs alegações finais do Senhor Procurador Geral da República, o subscritor destasalegações, sumamente assustado, se deparou com as manchetes dos jornais quehabitualmente lê. Na Folha de São Paulo: Procurador pede prisão de ex-governador tucano" (no texto pede que Eduardo Azeredo seja condenado a 22anos de prisão e pague multa de R$ 2,2 wilhões). No Correio Braziliense:"Procurador pede 22 anos de prisão para 71zredo. E, no Globo: "Procurador

pede 22 anos de prisão para o tucano Azerejo,4r\56

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115. Com o impacto de tais manchetes, naturalmente assustado,ao subscritor destas alegações pareceu que haviam revogado ou modificado,profundamente, o art. 59 do Código Penal. Que caberia, agora. ao MinistérioPúblico e não mais ao juiz a fixação e a dosimetria da pena. Consulta ao Código:o art. 59 estava íntegro. Mas a edição do Código era a de 2013. Consulta àinternet: art. 59 do Código estava íntegro.

116. Desconfiado, o subscritor desta alegações, muitoenvergonhado, telefonou a dois ilustres colegas que atuam na área penal e deambos ouviu que, ao que sabiam, o art. 59 do Código Penal estava íntegro.

117. Já mais calmo, o subscritor destas alegações entendeu que oSenhor Procurador Geral da República "em havendo condenação" fixava a penae fazia sua dosimetria. Foi reler, então, o art. 59 do Código Penal e lá encontrou oseguinte:

"O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à condutasocial, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstánciase conseqüências do crime, bem como ao comportamento davítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente parareprovação e prevenção do crime; (Redação dada pela Lei n°7.209, de 1.1.7.1984)

1- as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pelaLei ri' 7.209, de 11. 7.1984)

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11. 7.1984)

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa deliberdade; (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11. 7.1984)

IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, poroutra espécie depena, se cabível.

118. Com um olho no art. 59 do Código Penal e outro nasmanchetes dos jornais, foi que o subscritor tas alegações concluiu que oSenhor Procurador Geral da República, na lin a em futebolística, "jogou para atorcida". Uma lástima, sem maiores comentár s

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XII - AS IMPUTAÇÕES DE CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO EPECULATO E A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO

119. Ressalte-se que a análise aqui feita restringe-se à atipicidadedo que foi descrito como crime, visto que em nenhum momento a acusaçãoconsegue apontar ato, participação ou mesmo ciência do então governadorEduardo Azeredo, também em relação aos delitos de lavágem imputados.

120. A confusa imputação de diversos crimes de lavagem dedinheiro é um retrato da atual banalização do tipo penal em apreço. Longe deuma descrição fática que prove ou ao menos esclareça o suposto branqueamentode valores, tanto a denúncia, como as alegações finais da acusação são, nesteponto, um emaranhado de repetições da já obscura imputação de peculato.

121. Segundo as próprias palavras da acusação os delitos depeculato poderiam assim se resumir:

43• Em resumo, a SMP&B, em julho de 1998, adiantou altasquantias à campanha do réu, obtidos por empréstimos firmadosjunto ao Banco Rural S/A , que posteriormente foram saldadospor meio do desvio dos recursos públicos da COPASA, ocorridoem agosto do mesmo ano. O patrocínio da estatal ao enduro daIndependência foi um mero ardil utilizado pelo réu e seuscomparsa.s para dar aparente legalidade à empreitadacriminosa". (fls. 18 das alegações finais do MPF)

122. Segue ainda dizendo que:

56. Em resumo, Em resumo, a SMP&B, em julho de 1998,adiantou altas quantias à campanha do réu, obtidos porempréstimos firmados junto ao Banco Rural S/A , queposteriormente foram saldados por meio do desvio dos recursospúblicos também da COMIG, ocorrido em agosto do mesmo ano.Outra parte dos valores foi depositado em uma das contoscorrentes da SMP&B e acabou sendo repassado diretamente apessoas que trabalharam na campanha de Eduardo Azeredo(fls. 23 das alegações finais do MPF)

123. Sobre os supostos valores desviados do BEMGE, diz:

63. Assim, há provas incontestáveis de que a destituiçãorecursos do BEMGE para o Iron Biker foi também umutilizado para desviar recursos públicos do Estado de «i

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Gerais para a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo, nosmesmos moldes dos desvios de verba pública da COMJG e daCOPASÁ", (lis. 26 das alegações finais do MPF)

124. Em suas alegações finais o PGR pede a condenação do réuem 6(seis) delitos de lavagem de dinheiro descritos da seguinte forma:

"73. Em síntese, o procedimento da lavagem de dinheiro eracomposto das seguintes etapas:

a) formalização do Contrato de Mútuo n°96.00]136-3, revertidoem beneficio da campanha eleitoral de Eduardo Azeredo e ClésioAndrade. remunerando, ainda, os profissionais encarregados dalavagem;b) formalização do Contrato de Mútuo ti 0 96.001137-1 paraquitação do Contrato de Mútuo n°96001136-3; ee) o valor de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais)desviado da COPA SÃ quita parte do empréstimos n° 96.001137-1". (tis. 30 das alegações finais do MPF)

125. No item a citado, entende o MPF que três saques em espécieforam destinados à campanha do réu e configuram cada um deles um delito delavagem autônomo, sendo que as operações de empréstimos configurariam outro.

126. As duas outras imputações de lavagem de capitais seguemassim resumidas:

"88. De toda essa operação extrai-se a prática de mais 2 (dois)delitos de lavagem de dinheiro: o saque em espécie deR$800.000,00 (oitocentos mil reais) revertidos a CláudioMourão, e a operação com empréstimos fraudulentos, utilizadospara adiantar os quantias para a sua campanha à reeleição,que posteriormente foram desviadas da COMJG ". (fis. 36 dasalegações finais cio MPF)

127. É nítida a imersão da descrição tática do que foi chamado delavagem de dinheiro na própria estrutura que a acusação delineou para aocorrência do crime de peculato. Portanto, algumas considerações devem serfeitas.

128. Prieiramente, há nítida inviabilidade da ocorrência delavagem de dinheiro p s próprios termos da imputação que, aliás, se contradizde forma muito explíci

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"75. Nunca é demais realçar pontualmente que os elementosconfiguradores do delito de lavagem de dinheiro estão presentes:co a existência de crime antecedente (peculato); b) realização decomplexas operações financeiras, mesmo que prévias, paraocultar o destino final da verba pública desviada". (fis. 30 dasalegações finais do MPF)

129. Em todas as imputações de lavagem de dinheiro citadasacima a acusação foi bem clara em dizer que os supostos desvios foramrealizados para saldar supostas entregas de recursos à campanha realizadosanteriormente. Ora, não há crime antecedente algum! O suposto delito depeculato teria acontecido após as referidas operações.

130. Há uma nítida inversão dos elementos do tipo penal: nalavagem pressupõe-se a ocorrência de um delito antecedente para que o seuproveito, depois, venha a ser branqueado e, assim, ter aparência lícita. E o quediz o texto legal:

"Art. lo Ocultar ou dissimular a natureza, origem,localização, disposição, movimentação ou propriedade debens, direitos ou valores provenientes, direta ouindiretamente, de infração penal

131. Assim, a conduta descrita pelo PGR imputa ao réu prática deatos inclusive anteriores à suposta disponibilidade dos valores supostamenteprovenientes do peculato.

132. Considerando, no entanto, a absurda hipótese de violação aoprincípio da reserva legal ao se criar um novo tipo penal de "pré-lavagem", aindaassim os fatos imputados ao réu não seriam aptos a configuração deste delito.

133. Isto posto, outra questão crucial que impede que os atosdescritos possam ser tipificados como lavagem de dinheiro. E que na modalidadepeculato-desvio imputada, há o especial fim de agir "em proveito próprio oualheio" que, quando atingido, configura o mero exaurimento do delito depeculato.

134. Causa perplexidade, considerar no caso presente acontratação de empréstimos como lavagem de dinheiro. Tanto o empréstinoinicial como o seguinte foram contratados e pagos pela mesma empresa. ohouve interposta pessoa a intermediar os pagamentos, nem houve nen aocultação de que os valores seriam relacionados com o patrocínio da COPA A

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135. O segundo empréstimo teve como caução titulo relacionadoà empresa e depois, segundo a própria acusação, teria sido parcialmente quitadocom os recursos proveniente do patrocínio: Se isso é ocultação de origemimagino que o Ministério Público Federal deseje que se faça propaganda,campanhas publicitárias, anúncio em jornal, televisão para noticiar o pagamentode empréstimos por qualquer empresa, sob pena de estar lavando dinheiro.

136. O mesmo serve para a outra "engenhosa operação" depagamento de empréstimos com os recursos de patrocínio da COMJG. Não podeuma empresa, obtendo receita, saldar dívidas? Como isso fez os valoressupostamente oriundos de peculato serem menos rastreáveis ou, ainda pior, teremaparência de licitude?

137. Assim, como é também óbvio que o suposto o recebimentodos valores por saques em espécie (4 das imputações descritas) deve serconsiderado como mero proveito do suposto crime. Não há nenhuma ação que,apenas, tenha transformado qualquer numerário em dinheiro com aparência lícita.Há o exaurimento, apenas, do delito.

138. Não é por outro motivo que as descrições táticas imputadasdos delitos de peculato e lavagem realizadas na peça acusatória se confundem ese permeiam, para não dizer se repetem. A forma como descrita a realização dopeculato e seu exaurimento constituem a estrutura de apenas um delito.

139. A jurisprudência já se manifestou sobre o tema doexaurimento do peculato-desvio:

"CRIMINAL - PECULATO - AUTORIA E MATERIALIDADECOMPROVADAS - PRINCÍPIO DA BAGATELA OUINSIGNIFICÂNCIA INCABÍVEIS1. A autoria e a materialidade delitivas restaram devidamentecomprovadas, ante o material fático probatório colacionado, taiscomo relatórios de apuração administrativa e depoimentostestemunhais.2. No crime de peculato, o sujeito passivo da infração penal é aAdministração Pública, e a consumação do delito se dá com aviolação do dever de fidelidade do agente para com o Estado,sendo a vantaifem patrimonial a/cancad1, mero exaurimento.3. Recurso provido". (TRF3, N° Acala 2004.61.02.010156-4,Data de Publicação: O5/O5/200, Data de Julgamento:05105/2008, Relator LUIZ STEFANJNI)J

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140. Tal como descritos os fatos pela denúncia, o recebimentodos valores em espécie num primeiro momento faz parte da descrição do crimede peculato e ao final também serve como substrato tático para a imputação delavagem de dinheiro.

141. O mero recebimento em espécie da vantagem ilícita do crimede peculato (supostamente como forma de ocultação de sua natureza) nada maisé que seu exaurimento e, portanto, não pode configurar crime autônomo delavagem de dinheiro.

142. Essa questão foi, inclusive, objeto de voto da em. MinistraRosa Weber, no julgamento da Ação Penal n° 470, quando assim esclareceuquestão similar sobre a corrupção passiva:

"Quem vivencia o ilícito procura a sombra e o silêncio. Opagamento de propina não se faz perante os holo foles. A tividadedas mais espúrias, aproveita todas as formas de dissimulaçãopara a sua execução. Ninguém vai receber dinheiro paracorromper-se sem o cuidado de resguardar-se. Nessa ótica, (..) amanipulação do dinheiro objeto da propina traduz, dependendoda hipótese, (O a própria consumação do crime de corrupção ou(ii) o exaurimento deste mesmo crime.

(..)Já na corrupção passivo, sob a forma de solicitar, o crime éformal; mas sob a forma receber - e aqui peço venta, pelaprimeira vez a me manifestar sobre o tema nesta Casu, para nãoperfilhar a orientação jurisprudencial nela dominante -, o crime ématerial. No primeiro núcleo, basta a solicitação para realizar otipo: no segundo, todavia, pressupõe-se o efetivo recebimento dapropina por não se esgotar, o tipo, na mera aceitação davantagem indevida.Logo, em se tratando do núcleo solicitar, o efetivo recebimentoda propina constitui exaurimento do crime; no caso do núcleoreceber, a percepção da vantagem integra afase consumativa dodelito.

(..)Nessa linha, a utilização de um terceiro para receber a propina -com vista a ocultar ou dissimular o ato, seu objetivo e realbeneficiário-, integra a própria fase consumativa do crime dcorrupção passiva, núcleo receber, e qualifica-se coexaurimento do crime de corrupção ativa. Por isso, a meu j iz

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esse ocultar e esse dissimular não dizem necessariamente com odelito de lavagem de dinheiro...(págs. 1.084/1.086)

143. Mais adiante em seu r. voto, reafirma que:

"Na minha compreensão, e pedindo vênia aos que pensam deforma diversa - sem em absoluto esquecer da norma do art. 70 doCódigo Penal relativa ao concurso formal-, a maquiagem quecerca a percepção do dinheiro objeto da propina caracterizaapenas um meio para a consumação ou exaurimento dacorrupção passivo, dependendo do núcleo do tipo envolvido. Eenfatizo que a distinção que faço no aspecto, quanto à naturezade crime material do núcleo receber na corrupção passiva,enquanto exige resultado naturalístico, aqui não altera emabsoluto a conclusão, até porque também envolvido o núcleosolicitar vantagem indevida. O só recebimento maguiado,escamoteado, clandestina de vantagem indevida - mapuiaffem,fantasia ou dissimulação que pode ocorrer via interpostapessoa-. da por integrar a própria Lase consuma/iva dacorrupção missiva, seja por traduzir mero exaurimento docrime, não con/ij'ura lavagem de dinheiro. E isso justamenteporque o também chamado branqueamento de capitais consistejustamente em ocultar ou dissimular a origem criminosa doobjeto da lavagem, produto de crime anterior - a demandar, essaligação com o crime anterior, ciência da origem ilícita do bem-,para fins de reinseri-lo na economia formal "limpo ". (pág. 1.270,nosso o sublinhado)

144. Assim, como no caso do peculato-desvio, o efetivorecebimento do valor é mero exaurimento do delito, as lições acima citadas sãoperfeitamente adequadas ao presente caso.

145. Saques em espécie, se considerados como meio deocultação, nada mais são que a forma para que o crime de peculato possa serconsumado sem ser descoberto. E só pode ser considerado meio de dissimulaçãoda prática daquele crime, mera disposição segura do proveito econômico docrime antecedente.

146. É que a forma sub-reptícia, dissimulada, clandestina dorecebimen insira ao próprio crime de peculato, principalmente quando há seuexaurimen o.

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147. Além do mais, para se alcançar a prática do crime delavagem de dinheiro, são necessários outros atos distintos e posteriores da práticado crime antecedente de forma que seja possível a reinserção dos valores emcirculação normal através de branqueamento.

148. Não há na exordial acusatória a exposição de qualquer atoposterior à consumação do delito, que tenha sido realizado pelo réu, com ointuito de efetivar o branqueamento de valores, ou que tenha sido capaz de lhesconferir aspecto legal.

149. Em suma, no presente caso, a acusação não se desincumbiude provar a mais assertiva de suas afirmações contidas na denúncia sobre asuposta lavagem de dinheiro:

"SMP&B Comunicação, por seu turno, adotaria expedientescriminosos(lavagem) para proporcionar que os recursospúblicos desviados fossem utilizados, com aparência de licitude,na campanha de Eduardo Azeredo e Clésio Andrade. "(Fls.5.491)

150. Por um motivo muito simples: Ainda que se considerasseque aqueles recursos supostamente desviados tivessem sido utilizados nacampanha do réu, qual a aparência de ilicitude que a acusação conseguiu provar?

151. Não houve, de certo, nenhum ato, operação, fato ouembaralhamento que fosse capaz de possibilitar por exemplo que as supostasverbas fossem declaradas como despesa de campanha. Nunca isso ocorreu, nãohouve nenhum branqueamento de valores, nada do que foi dito seria capaz dereciclar o dinheiro supostamente desviado de modo a permitir sua utilizaçãocomo se lícito fosse.

152. Por outro lado, sabe-se que para a configuração do delito depeculato-desvio, além do dolo genérico - ação dirigida a um determinado fim -há a necessidade de que esta ação seja composta também por dolo específico: umespecial fim de agir, para que o desvio se reverta em proveito próprio ou alheio.

153. Conforme exaustivamente demonstrado, não há provaalguma do envolvimento do então governador Eduardo Azeredo na determinaçãoda aquisição de cotas de patrocínio dos eventos pelas empresas citadas nadenúncia. Sem ação não há dolo, isso é evidente.

154. Ainda que prejudicada pela assertiva anterior, analisemoselemento especial fim de agir "em proveito próprio ou alheio" sob o prisma jlaprova dos autos. Não há nenhuma prova, minimamente segura, que demon1t

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que os recursos expendidos na compra das cotas de patrocínio, tenham serevertido em beneficio de Eduardo Azeredo (que certamente não enriqueceu).

155. Parece que se tornou moda a tentativa de se aplicar a quasetudo, a teoria do domínio do fato. Nas alegações do Senhor Procurador Geral daRepública, o tema é abordado, com superficialidade.

156. Em artigo recentíssimo, "As duas faces do domínio de fato",o professor Nilo Batista, abordando o deplorável acontecimento ocorrido no Riode Janeiro, no qual um cinegrafista atingido por um rojão foi gravemente ferido efaleceu, fixa critérios para a eventual aplicação da teoria do domínio do fato. Dizo ilustre Professor:

"Nos crimes comissivos dolosos, é autor quem dispõe do domíniodo fato, ou seja, quem decide - solitária ou compartilhadamentecom algum coautor - sobre o "se", o quando" e o "como" dofrito típico. Mas o domínio do fato abrange o domínio do cursocausal que produzirá o resultado típico. Quando este cursocausal, por sua irregularidade ou inadequação, não é dominável,é desnecessário investigar o domínio do fato, ou seja, a autoria. Adominabilidade do curso causal constitui o pressuposto objetivodo domínio do fato.

O exemplo mais surrado da doutrina (o sobrinho que estimula otio a passear na montanha onde caem raios) será aqui"carioquizado ". A, sobrinho e herdeiro único de B, observandoque em determinada ocasião toda semana explodia uh bueiro daLighi - que pena que nosso Delegado e nossa mídia estivessementão distraídos, porque ninguém se recorda da notícia deinstauração de inquéritos policiais por aquelas explosões -convence-o, com o intuito de matá-lo, que o melhor lugar paraassistir ao pôr-do-sol no Árpoador é postado sobre um enormebueiro na calçada, sucedendo-se uma explosão e a morte de B.Pode este resultado morte ser imputado a A?

A resposta negativa proveio, em primeiro lugar, da teoria dacausa ção adequada, e para além dos trabalhos pioneiros de VonBar e von Kries, na segunda metade do século XIX, podemosrecorrer à filosofia de Spinoza: "chamo de causa adequadaaquela cujo efeito pode ser percebido clara e distintamente porela mesma; chamo de causa inadequada ou parcial, por outrolado, aquela cujo efeito não pode ser compreendido por ela sóAo lançamento de um rojão associa-se clara e distintamentcomo efeito a morte de um homem?! Uma segunda respo anegativa proviria da consideração de que não se pod ri

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reconhecer no sobrinho ambicioso a vontade de matar que é - eno direito penal brasileiro por imposição legal, releia-se o artigo.18, inc. 1 CP - a essência do dolo, e sim um mero desejo de que otio morresse. Como lembrava Welzel, um dos inúmerosdefensores dessa solução, em direito penal "querer" nãosignifica "querer ter" ou "querer alcançar", e sim "quererrealizar

157. Evidentemente não se pode atribuir a alguém o domínio deum fato de que se sequer tem ciência.

158. Eduardo Azeredo espera, confiante na sua absolvição.

P. Deferimento.

Brasília, 27 de fevereiro de 2014.

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