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José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
4
J o s é d'A M a r
ILHA DO PESSEGUEIRO
A/s LENDA/s
enC/O/ANTADA/s em redondILHAS
AIVADOS Verão de 1989
Penedo Gordo - BEJA Outono de 1989
ILHA DO PESSEGUEIRO ANO NOVO 92
Penedo Gordo - BEJA 93/94 Porto Covo - Sines - 1995
Amora / Seixal 1996 Seixal - Amora - e-libro 2003 08
Seixal – Vale de Milhaços - Bubok 2017 11
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Ficha Técnica
título ILHA DO PESSEGUEIRO A/s LENDA/s enCA/O/NTADA/s em redondILHAS
Autor José d’A Mar - um dos 1001 deNÓMIOS de José Rabaça Gaspar
@ JORAGA, C 486-33c Penedo Gordo – BEJA
1ª versão, Verão de 1989 Aivados, à vista da Ilha do Pessegueiro
2ª versão, Outono de 1989
Penedo Gordo, Beja
3ª versão, Sines, Ano Novo de 1992
4ª versão Penedo Gordo, Beja, Outono de 1993/94
Porto Covo – Sines 1995
Amora 1996
Edição 2003 08 – e-libro.net – Buenos Aires - ISBN 1-4135-0117-6 (em papel)
Edição 2017 11 - Bubok
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Dedicatória
...em viagem...
na sequência do livro A MAR este livro é dedicado ao Tio Zé Moleiro
sua esposa Lídia e filhos, a todos os habitantes da Ribeira dos Aivados e
arredores, representados na família do Senhor Amândio
que sempre nos acolheram com enorme simpatia e a todos os amigos que como eu
ficaram apaixonados pela Costa Alentejana e Porto Covo
donde se pode avistar a Ilha do Pessegueiro...
espero estar a contribuir para que à beleza do Mar e
das suas praias continuem a juntar a beleza da sua poesia e das
suas lendas
e assim se vá transformando O MAR em A MAR…
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Apresentação «Nenhum homem é uma ilha isolada…»
John Donne
Mas… ...a ILHA
é uma ILHA.
aqui materializada na ILHA DO PESSEGUEIRO
pois
para materializar um LUGAR onde os sonhos se
realizam
Thomas More inventou a ILHA da UTOPIA
...e o nosso Épico...
Inventou a ILHA DOS AMORES
então A ILHA é... possivelmente a TERRA
O PLANETA, que todos chamam TERRA
e o poeta decide chamar PLANETA MAR A MAR... AMAR…
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Conta a lenda que a ilha do pessegueiro
não era ilha, era terra e à terra estava ligada e num dia de procela
todo envolto em nevoeiro, não era dia, era noite
e a pouca luz que havia desfigurava aumentava
ou então diminuía as formas que as coisas tinham,
aconteceu o milagre uma coisa nunca vista...
nessa noite que era dia
quando num ai, de repente a neblina levantou,
todos viram com espanto que aquele bocado de terra
que pertencia à baía e fechava o porto inteiro que então não era porto mas era costa escarpada onde por fado habitavam
os pescadores daqueles sítios que serviam os senhores
daquele castelo assombrado daquele castelo prisão
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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onde viviam guardados por altos muros de pedra
com todos os seus segredos...
nesse dia que era noite ZÁS!
num momento, num instante o porto que era completo ou antes, costa escarpada
e a baía fechava... ZÁS!
num momento, num instante apareceu com uma falha
uma baía, enseada e todos pensaram que o mar
engolira o que faltava.
Olhando depois ao longe ao passo que o sol abria,
dia e noite distinguia e a luz deixava ver
melhor para além do mar... puderam pois todos ver
o que houvera acontecido...
durante a noite, esse dia em que tudo estava escuro
e então nada se via ou tudo se via bem
mas dum modo bem diferente
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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daquele de ver normalmente... o mar bramiu e urrou
toda a noite, todo o dia, em colossal alarido
que abafava todo o grito que a angústia humana gritava
e num instante, momento transformou aquela terra que antes fechava a baía
num grande, estranho navio com proa, castelo, gáveas, velas, mastros e cordames
e ali o deixou atracado entre pedras e rochedos
a navegar e parado estando perto, estava longe
da terra donde fugira deixando aberta a baía da ilha do pessegueiro.
O que tinha acontecido?
O MAR, senhor poderoso!,
numa fúria nunca vista, arrebatara o lugar,
aquele pedaço de terra naquela costa escarpada onde havia uma cabana, pobre casebre de canas com tabua entrelaçadas
que para se apoiar
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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e melhor se defender dos ventos e tempestades
das forças da natureza e da força dos senhores que tudo ali dominavam
do alto do seu castelo daquele castelo prisão,
se encontrava encostada a um velho pessegueiro coisa rara nunca vista
por todo o sítio em redor e lá vivia guardada,
como envolta em nevoeiro a donzela mais formosa das imensas redondezas
que eram daqueles senhores que viviam no castelo,
aquele que se ergue em terra orgulhoso e altaneiro e de lá, soberbamente com gesto rude e irado governavam por inteiro
tudo o que era gente e gado o que o mar e terra davam
tudo era sua pertença e assim tudo regiam
comendo bebendo folgando
enquanto milhares de escravos
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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fossavam pescavam
aravam para que nada faltasse
aos senhores daquele castelo ensombrado e assombrado que os pobres nunca viam mas entreviam, sentiam
em seus corcéis galopando por praias, montes e vales
e de tudo se apossando e com rigor ordenando
que tudo o que ali havia, fosse gente, gado ou fruto, da terra fosse ou do mar, que tudo a eles pertencia
e a eles, servir deviam para rir e para folgar...
e além das belas princesas que viviam entre muros...,
belas? ninguém sabia pois nunca as puderam ver...,
tudo o que era donzela, ou filha de pescadores
ou então de camponeses..., também a eles pertencia
para cevar seus prazeres...
e dentre aquelas donzelas, de todas a mais cobiçada,
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era aquela da cabana, encostada ao pessegueiro,
na falésia ao pé do mar, que não tinha pai ou mãe ou ninguém os conhecia,
mas era, em todo aquele reino, a mais bela de entre todas,
assim o diziam todos em segredo ou altas vozes
se o caso o permitia, mas ninguém sabia ao certo donde viera, para onde ia,
nem sequer era sabido como ali ela vivia
naquela cabana velha encostada ao pessegueiro,
tecida de canas e junco que medrava ali na areia
e se chamava tabua para tecer cestos, cadeiras, muros, telhados de casas
que eram cabanas casebres tugúrios, pobres barracas,
covas, tocas de miséria como aquela da donzela
que vivia na cabana encostada ao pessegueiro
na falésia ao pé do mar na terra que havia de dar,
mais tarde, depois da lenda,
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origem, raiz de um povo que todos hoje conhecem como gente de Porto Covo
pela cova que ficou da ilha que navegou
para mil braças de distância...
mas essa donzela bela que vivia na cabana
encostada ao pessegueiro na falésia ao pé do mar! essa jovem mulher bela que é difícil de contar como era sua beleza
que deslumbrava o olhar... essa jovem, mulher bela,
por artes, mistério, encanto tinha os cabelos doirados,
muito longos ondeados que às vezes pareciam verdes
ou azuis, da cor do mar e como ele formado em ondas
que se ofereciam ao vento ou então caiam soltos a cobrir o corpo todo
como se fosse um vestido muito belo e colorido
dum tecido nunca visto que só usam as princesas das lendas maravilhosas
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contadas para encantar...
e assim corria solta por escarpas e fraguedos
pelas longas praias de areia bordadas de algas, malhões
ou então...
diziam aqueles que ouviam aos que diziam que viam que aquela bela donzela
se lançava ao mar sem custo em voo leve de ave
do mais alto das falésias e como se fosse um peixe
mal precisava nadar houvesse sol ou luar
fendia, cortava as águas e dançava com as ondas
que a vestiam com espuma a enlaçavam, despiam, a agarravam, largavam
para mergulhar mais fundo, e falava com os peixes
com as algas e as conchas com os búzios e sereias
ou com os seres encantados que vivem nas profundezas dum mar cheio de segredos todo envolto num mistério que só vê quem sabe olhar
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fechando os olhos, morrendo... que só vê quem sabe amar...
ora consta, conta a lenda, como as lendas de encantar
que o povo sabe contar... que essa donzela bela
não era pobre nem rica, nem filha de pescador
que passa a vida a remar nem do camponês que luta
na labuta desta terra... vivia ali encantada
fugida de longes terras ou trazida pelos ventos numa viagem perdida
que naufragou ali perto e arrastada com os restos
do naufrágio, as marés ali a depositaram para viver isolada
livre feliz encantada sempre em contacto com o mar
e com as gentes do lugar que havia de ser Porto Covo depois da lenda acabada...
até que foi cobiçada por um dos grandes senhores
que ali tudo mandavam e reinavam
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sobre gados e colheitas sobre as gentes e a terra que toda a eles pertencia
e eles, como parte da terra, não tinham eira nem beira nem vontade nem desejo
que não fosse dos senhores....
julgando-a filha de pobres servos da gleba ou escravos camponeses pescadores...
um daqueles grandes senhores deslumbrado pelo encanto do que ouvia e se contava,
quis fazê-la sua amante, o que era honra subida
que os grãos senhores concediam àquela gente humilhada, usando para seu deleite
os encantos que ela tinha ou todos diziam que tinha, um corpo belo de Vénus,
cabelos de Afrodite olhos com luz das estrelas e seios brancos de rolas,
membros de estátua de mármore com mistérios escondidos
como o cosmos infinito enfim,
toda ela era um encanto, deslumbramento fascínio
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como ali todos diziam porque ao certo ninguém vira
como era toda inteira embora a vissem de perto
e com ela convivessem a saudassem, ajudassem,
ela saudava ajudava mas não sabiam ao certo
aquilo que os seduzia encantava ou deslumbrava com tão completo fascínio,
porque em tudo ela era igual às outras mulheres da terra,
às gentes lá do lugar... mas no fundo, um não sei quê!,
todos sabiam, sentiam, que ela tinha possuía algo muito especial
que não se via, mas viam, que a todos seduzia,
fascinava, deslumbrava...
uns que espreitavam de longe e que a viram nadar...
diziam que a viam ao longe, onde ninguém se atrevia,
toda nua envolta em ondas, vestida de espuma branca que turvava o seu olhar, e saltar brincar com elas como se fosse do mar,
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diziam: não há beleza
que se possa comparar para se dizer, contar
com palavras ou pinturas ou artes de retratar...
ela era gente, era deusa, era mulher e donzela,
não namorava ninguém, ninguém que eles conhecessem,
mas de certo era amada e estava apaixonada
por algum donzel do mar por um duende ou um príncipe,
um rei senhor poderoso daqueles reinos mais profundos
que há por baixo das águas e têm poder, riquezas
que nunca foram sonhadas pelos senhores doutros reinos
que há em cima da terra...
e quando o senhor do castelo que reinava em toda a terra
e até em todo o mar, como ele pensava, coitado!,
decidiu ir cativá-la, para a levar como amante
o que era subida honra
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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por ele ser dono de tudo, cativar uma donzela
que vivia pobremente numa cabana encostada a um velho pessegueiro
que ficava na colina mais à beirinha do mar...
vrrrruuuuummmm zzzzz sssss vrrr sssss pum!
nessa noite o nevoeiro engoliu-a por inteiro, a terra toda, a colina
onde morava a princesa que era uma pobre donzela
e tudo ficou escuro como o breu
embora fosse de dia e tempo de lua cheia!...
zzzzz sssss brrrruuuummmm vrrr sssss plum!!!
a lua escondeu-se toda o sol desapareceu
e o mar correu para longe dos lugares onde chegava deixando aberto segredos que a água sempre cobria
cidades caves palácios cavernas grandes medonhas
com tesouros fabulosos mas foram só uns momentos
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da noite que era de dia em que o olhar humano não perscrutava nem via
porque a luz o deslumbrava ou a noite o impedia...
e numa noite tremenda em que ninguém sabe se o era
pois devia ser de dia e tudo se confundia
com uma fúria subida... o mar que tinha fugido
voltou com ondas revoltas com uma fúria dobrada
e, na crista de uma onda, dizem que o donzel do mar
galopou em mil cavalos com seus guerreiros marinhos mais numerosos que estrelas
e com dardos lanças raios e com armas nunca vistas
invadiram toda a terra mudando o dia em noite e rasgando a escuridão
com clarões que deslumbravam arrancaram a colina onde vivia a donzela que vivia na cabana
encostada ao pessegueiro que se erguia na falésia mais à beirinha do mar
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e a fizeram navegar como um navio fantasma
e a mudaram em ilha erguida em frente ao castelo
onde reinava o senhor que a queria cativar....
e na ilha que emergiu
nova mesmo em frente do castelo
onde a tirania reina, o donzel e sua gente
com os grandes poderes do mar construíram para a donzela
um castelo semelhante em tudo ao do outro lado,
só que o dela era encantado... tempo antes na falésia
como uma simples cabana encostada a um pessegueiro,
e agora é uma ilha toda de mar rodeada
onde ela como princesa estava presa... sendo livre...
prisioneira, sendo deusa para fazer o que queria
e até para decidir se era livre ou se prendia porque o amor e paixão podem ser uma prisão
para escolher livremente
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se ama para ser livre ou se é livre não amando
não vivendo o vida em cheio como deve ser vivida....
...mas seguindo a nossa história, esta lenda de encantar
conta o povo que transmite a sua sabedoria
através das suas lendas ou pela sua poesia...
que o senhor daquele castelo
que ia para cativar a donzela da cabana
encostada ao pessegueiro que julgava abandonada
por não ter pai nem ter mãe nem amigo protector...
mas que afinal era amada por aquele donzel do mar
que era senhor de mil reinos imersos nas profundezas ocultos no fundo mar... esse senhor insensato cheio de raiva e furor
por ver fugir sua presa, mandou armar num instante
tudo o que pudesse vogar barcos jangadas batéis
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para tomar de assalto a ilha usando de violência e resgatar a donzela
que assim se lhe escapava e segundo o que ele pensava
a ele pertencer devia (o que era subida honra!)
como tudo ali afinal fosse terra fosse fruto
fosse gente ou animal!...
então... a lenda conta que o mar se pôs calmo a baloiçar
e os deixou navegar até se aproximarem
com todo o seu arsenal até meio do canal
sem sinal de se vingar... e quando todos pensavam
que a ia alcançar a colina feita ilha
onde havia uma cabana encostada ao pessegueiro
onde vivia a donzela
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sempre envolta em nevoeiro brilhando em plena luz
com seus encantos mistérios cobertos por seus cabelos que eram verdes e azuis doirados da cor do mar
como seus olhos brilhantes que reflectiam o sol
e a cor do mar imenso com beleza redobrada que a todos fascinava
pois era um deslumbramento, um encanto sedutor
que inspirava o respeito e um amor verdadeiro
de todos que a conheciam!
mas de repente, de súbito!??? zzzzz sssss, vrrrruuuuummm, pãooooo, pum!
quando aquele grande senhor a ia mesmo alcançar
a ilha do pessegueiro... zzzzz sssss! prrrruuuuummm, bão, pum!
uma onda levantou-se uma onda grande enorme abriu um fosso profundo onde a onda se formou
e logo se afundou com um barulho inaudito...
e os barcos e batéis com aquele grande senhor
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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que levava remadores camponeses pescadores tudo obrigado a remar...,
ali foram engolidos com os barcos destruídos em mil bocados partidos que à praia vieram dar
trazendo em cima das ondas os corpos dos pescadores camponeses e pastores que foram a remadores
e se agarraram às tábuas salvadoras dos batéis
e, milagre! estavam vivos e correram para terra onde foram acolhidos
pelas famílias e amigos e subiram às falésias
para olhar, saudar o mar que assim os tinha salvo dum trabalho revoltados
e oferecia ali perto aquela ilha encantada
toda envolta em nevoeiro... um mistério! ali plantada
mesmo ao alcance da mão duns remos ou duma vela
ou dumas braçadas fortes... mas longe, o suficiente para sonhar, imaginar
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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que a liberdade e o sonho a felicidade e o bem
estão sempre longe, bem perto mesmo ao alcance da mão daquele que quiser ousar
usar a imaginação para se deixar fascinar
para viver e para sonhar e fazer do sonho a vida que vale a pena viver
mesmo depois de morrer que é dar vida a novo ser
sempre sempre em espiral sempre a vida a renovar
em constante movimento em permanente mudança
que mantém viva a esperança de viver eternamente
no nosso cosmos imenso de mil galáxias estrelas
em constante crescimento em constante criação
que provoca o encantamento de criar sempre de novo algo que nunca existiu
e ninguém pode abarcar mesmo com a imaginação
um mundo que é sempre um outro e não pode ficar velho
como este mundo acabado
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de donos, amos tiranos que dominam causam danos
por se tornarem senhores do pensar e do sentir
e do fazer... que é de todos de todos e cada um
que pode viver, sonhar, e sobretudo AMAR
enquanto a vida durar... e dura para todo o sempre
sempre, sempre eternamente!...
...passada aquela desgraça em que o mar em seu furor
destruiu barcos e vidas mas só dos grandes senhores
e varreu com seu pavor as ambições desmedidas dos que julgam dominar as terras gentes e gado...
pôde ver-se que a desgraça era um milagre, uma graça pois nenhum daquela raça
que vivia de sugar a vida que era doutros
nem um sobrou para contar ou deixar sua semente...!
isso pensam os que sonham poder viver e amar!!!
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...conta a gente, ainda espantada do assombro daquele dia que foi uma noite escura
embora de lua cheia e foi tudo escuridão
e um brilho deslumbrante durante a noite e o dia
que tudo o que acontecia era verdade e mentira fruto da imaginação
porque ninguém pôde ver ao certo o que aconteceu mesmo aquilo que viveu e sendo mentira verdade
sonho querer e desejo foi tão real e tão certo
como a vida que viviam sem a poderem viver!
conta a gente do lugar que a donzela da cabana
encostada ao pessegueiro que havia na colina
toda envolta em nevoeiro alcandorada no mar
que todos podiam ver e depois foi arrastada
para longe, perto da terra... ali fundou o seu reino
na ilha nova criada
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onde não pode existir o ódio e a tirania
que reinam em tantos povos!...
conta a gente, conta a lenda, que essa donzela bela cuja beleza era tanta
que ninguém sabe contar... inda vive nessa ilha
vivendo ali escondida à vista de toda a gente
rodeada de animais peixes, aves voadoras
naquele castelo encantado vivendo de amor paixão
sempre sempre renovado pelo seu donzel do mar que no mar é rei senhor de reinos de maravilha...
e... usando o seu poder,
desde então, desde esse dia, ela, a bela, a perseguida,
ali vive a sua vida protegendo os pescadores camponeses e pastores... todos os trabalhadores
que fazem o mundo belo os poetas, sonhadores,
os que vivem seus amores com tormentos e paixão
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toda a grande multidão que constrói um mundo novo
e povoa o mundo inteiro mesmo para lá das estrelas
pelo universo infinito....
até o ti Zé Moleiro lá da Ribeira da Azenha
que conta contos patranhas como os melhores contadores com mentiras e com manhas
que são verdade a fingir como usam os caçadores pescadores e outros tais poetas e sonhadores....,
diz, afirma:
NUNCA MAIS desde esse tempo, esse dia
em que a ilha se formou,
NUNCA MAIS, houve senhores a reinar naquele castelo
do lado de cá do mar que só viviam à custa
dos outros que mourejavam sofriam e trabalhavam
para eles... só rir, folgar, comer beber a fartar...
e se aqui aconteceu pode acontecer no mundo
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em cada canto da terra onde inda existem tiranos e pobres escravizados...
- Isso era bom! é bem certo!
mas o certo e verdadeiro é que nada disso é certo
que esteve aí a contar nem pode ser de verdade -
diz o tio Zé Moleiro pró poeta deslumbrado... - Isso era bom! é verdade!
que o mundo vivesse em paz e todos fossem felizes e o desejo não faz mal
pois se todos o quiserem isso pode acontecer... -
Ele que o diz, é porque sabe e pelos sinais que ali há: salas grandes e cozinhas celas bastas e guaritas
com trincheiras bem talhadas na pedra dura cavadas... - aquilo ali foi caserna!? foi cadeia?! foi prisão!?
com presos muito perigosos a levar para o outro lado
para o castelo da ilha toda de mar rodeado
que tem tanques salgadeiras e umas celas quadradas
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que ficam cheias com água até ao peito de um homem quando chega a preia-mar
e serviria para dar tormentos até matar
os presos mais atrevidos que ousavam denunciar
abusos dos senhorios e convinha isolar
do povo, arraia miúda que, se abrisse bem os olhos com um só gesto, uma acção
mudava este mundo velho de abusos e ambições
num mundo novo fraterno onde fosse permitido sonhar! viver ilusões!
como cantam os poetas, os artistas criadores!!!
E afinal, meus senhores, minhas senhoras, donzelas, meus meninos e meninas,
todos meus queridos leitores e ouvintes do planeta com a alma de poetas ficai sabendo: afinal,
tudo o que aqui foi contado não passa de puras tretas
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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enroladas numas petas... pois, como todos sabemos
afinal não há castelos muito menos encantados...
havia só fortalezas e cadeias e prisões
pra matar a liberdade e inventar os papões
que regem a sociedade e podem ser pais e mães professores e doutores ministros e presidentes
ou polícias e ladrões rufias que metem medo com armas e autoridade
pra manter longe do povo algum que vê a verdade
e diz aos outros que dormem: ACORDAI. Abram os olhos!
Isto bastava afinal pra acabar com todo o mal...
mas isto soava mal aos ouvidos dos senhores
dos amos e ditadores... e quer queiramos quer não o mal sempre há-de existir como desde sempre existe luz e sombra, dia e noite
e pra uns terem que farte outros hão-de ter só parte
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ou nada que dê prazer!... É a Lei. é o Destino, ele é a sina é o fado
desde sempre destinado aos escolhidos da sorte
ou do azar! É o norte e é o sul,
o nascente e o poente que rege a humanidade com letal fatalidade!...
Mas, para saber a verdade, vale a pena perguntar porque teria acabado
aquele castelo assombrado da ilha do pessegueiro?
e tanto o do lado do mar, o da ilha verdadeira,
como o do lado da terra que também se chama ilha
talvez por ser rodeado pela ribeira do queimado
e a ribeira do seixal ou simplesmente por estar mesmo à beirinha do mar
muito perto do da ilha e com ela faz um todo
que dá nome a Porto Covo e atrai gente, turistas
de todos os cantos do mundo?!
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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porque teria acabado!
não se sabe. ninguém sabe. mas pode a gente deitar-se
a sonhar, a adivinhar, que um dia terá havido
em que as coisas mudaram e os presos que ali estavam
encerrados nessas celas com a água até ao peito
à espera duma sorte que era a morte certa e dura
ou, encontrar na loucura dos sonhos dos contos lendas
ou na poesia, na arte a arte de dali fugir
nas asas da liberdade... um dia, talvez, quem sabe?
saíram de lá por milagre os presos ali fechados
todos soltos, libertados por muitos milhares de mãos
de vozes e corações que gritaram aos senhores:
BASTA! FIM! Ponto final. Agora é a nossa vez....
E para a história seguir
como sempre tem seguido com o bem e com o mal
de mãos dadas como irmãos...
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aqueles guardas e senhores terão lá ido parar
às celas dos prisioneiros pra assim dar ocupação
àquele castelo prisão e assim se dar razão ao ditado, ao rifão
que até se diz popular por ser uma lei comum
e estar sempre a acontecer: que sempre ter de haver
o bem e o mal, bons e maus ricos, pobres, juntamente
felizes e infelizes uns com sorte, outros azar!
enfim! o fado, o destino desta vida em sociedade
desde que o homem na terra procura a felicidade...
enfim! para acabar esta história
desta parte que contamos aqueles guardas e senhores que antes foram opressores
de poetas sonhadores camponeses pescadores ali morreram salgados
nas salgadeiras do peixe e depois, o mar senhor
o vento e as tempestades
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as aves do céu e o ar as gaivotas e os corvos tomaram conta da ilha
para a purificarem.
Assim, a ilha sem nada, cheia de vida e de cor, a Ilha do Pessegueiro
que nunca teve nenhum! A Ilha que foi passagem
de milhares de prisioneiros desta vida pra melhor... ou talvez, foi só escolho
onde encontraram a morte uns navegantes de longe, pescadores mais atrevidos
perdidos no nevoeiro que procuravam a terra no porto de Porto Covo,
um porto côncavo, fundo que dá refúgio seguro!...
ou talvez, mui simplesmente
A Ilha do Pessegueiro é Ilha dos Passageiros
dos que iam de viagem ou a Ilha dos Pesqueiros
das Pesqueiras onde há peixe, dos camponeses pastores
pois ali, perto do mar todos eram pescadores...
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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era ilha do Peixeiro que pesca ou vende peixe?
ou a ilha da Peixeira que é tanque grande profundo
para criação do peixe? era talvez um PESQUEIRO?
e depois com a evolução que as palavras sempre têm
numa língua a renovar-se as pessoas começaram
a dizer: é o PEIXEGUEIRO, PEXIGUEIRO PEXEGUEIRO
por causa do muito peixe que ali houve e inda há
e depois um erudito ou um génio do lugar
que emenda o povo que sabe aquilo que quer dizer
pegou nos livros e disse: é ILHA DO PESSEGUEIRO
desde que levem os pêssegos de um outro qualquer lugar!
temos de educar o povo que nunca sabe o que diz...
Peixada ou Peixaria não é nome que bem soe
a ouvidos delicados que come peixe, só no prato!
De qualquer modo essa ilha
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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ali tão perto, bem longe, aquela ilha encantada
toda envolta em nevoeiro, até no nome que tem!
...um mistério! ali plantada,
mesmo ao alcance da mão, duns remos ou duma vela
ou dumas fortes braçadas... mas longe o suficiente pra sonhar, imaginar
que a liberdade e o sonho a felicidade e o bem...
tudo está longe, bem perto ali ao alcance da mão como fruto pra colher
para o que quiser ousar usar a imaginação
pra viver e pra sonhar e fazer do sonho a vida que vale a pena viver
sempre sempre, até morrer que não é morte é vida, é dar vida a novos seres é ser semeado na terra alimentar o seu ventre e dar vida novamente
sempre sempre em espiral! sempre a vida a renovar
em constante movimento
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
50
em permanente mudança que mantém viva a esperança
de viver eternamente nas asas do pensamento
em constante criação que nasce do encantamento
de criar imaginar um mundo que é sempre novo
e quando é velho, acabado como o dos senhores tiranos que dominam, causam danos
por se tornarem em amos do pensar e do sentir
e do fazer... que é de todos, de todos e cada um
que pode viver sonhar e viver sempre a amar
enquanto a vida durar..., e quando isso acontece
a violência e a força, a arrogância e opressão!...
então, a vida morreu por não ser já vida viva e morrendo faz nascer
uma nova vida viva.
Mesmo assim, sendo mentira todas as lendas da ilha!
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
51
e mesmo que não exista a donzela da cabana
que por ser feita de canas entrançadas com tabua
estava, para estar segura, encostada ao pessegueiro que nunca houve na ilha nem tão pouco na colina sobranceira sobre o mar como varanda mirante...
mesmo que isso não exista e a beleza da dama
que habitava essa cabana ou o castelo da ilha
seja só uma invenção com longos cabelos de oiro que a cobriam toda inteira
e assim, cobriam, mostravam uma beleza de sonho
que não se vê, adivinha!... e tinha olhos azuis
verdes, negros, cor do mar!... e brincava com as ondas que a vestiam de espuma mergulhando, esvoaçando
como sereia ou golfinho e assim (a)parecia nua
vivendo a vida feliz procurando o seu amor o seu destino o seu fado
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
52
que era um donzel do mar sempre pronto prá salvar
das garras da ambição e do desejo malsão
e fez dela uma princesa que vive naquele castelo encantado, nunca visto,
que todos pensam ruínas pois só o vêem de fora
e não vão imaginar aquilo que a ilha cobre
e vai ao fundo do mar!... mesmo assim, sendo mentira
tudo o que aqui se contou AQUELA ILHA É UM GRITO É UM SIGNO É UM SINAL
É UM SÍMBOLO, É UM INDÍCIO, UM ÍNDICE
uma certeza mentira que os poetas cantadores
e os contadores de histórias sabem de cor desde sempre,
e sempre ser verdade tal como é também mentira...
é signo da solidão de todo o que tem na vida um grande amor, a paixão de criar um mundo belo
no nosso mundo que o é.
Assim,
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
53
quer o autor desta lenda que se chama: Zé dA MAR porque O MAR é feminino
em tantas línguas do mundo!, que a ILHA DO PESSEGUEIRO
é um SIGNO verdadeiro do AMOR que vem dA MAR
e ainda da LIBERDADE que conjuga o verbo AMAR
e leva à FELICIDADE!... porque prisões para prender
a liberdade dos povos ou impedir o amor
de crescer e dar amor é como ousar, desejar,
querer o mar aprisionar ou querer agarrar o ar
pretender segurar o vento ou prender o pensamento!...
é como querer pretender esgotar a água ao mar,
não querer a luz a brilhar metê-la numa prisão
toda envolta em escuridão!... é querer fogo sem arder
é querer aves sem ter asas e crer que podem ser aves
sem ter asas pra voar!... é como querer entre os dedos
guardar a areia da praia!...
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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é crer que pode um tanque prender a água das fontes
é crer que pode a barragem segurar a água aos rios
que correm livres pró MAR... QUE CORREM LIVRES PRA/MAR
para AMAR... se o construtor imprudente não abrir um furo, escape para a deixar correr livre... quando a água se juntar,
crescer, trepar as paredes, da prisão que lhe fizeram
com a pretensa ilusão de a conseguir parar,
de a impedir de correr sempre livre para O/A MAR...
quando alguém conseguir isso, quando isto acontecer... esgotar a água ao mar
ou prender o pensamento ou prender a água aos rios,
então construam prisões para prender o AMOR
e matar a LIBERDADE!...
é este o símbolo o signo da ILHA DO PESSEGUEIRO
que o poeta zé d'AMAR sem pedir licença às lendas
e aos donos de as contar
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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sonhou um dia acordado porque era noite com lua com clara luz a brilhar!!!
e essa clara luz da lua que é clara de enfeitiçar
poetas e sonhadores desenhava ali nas águas
uma estrada sobre A MAR que ia da beira da praia
mesmo em frente do olhar e ia até ao infinito
ao encontro das estrelas e se perdia no cosmos
do universo sem parar... e sempre que se perdia nesse universo estelar
sem encontrar a estrela que lá sonhava encontrar pra com ela se encantar
e encantado se encontrar voltando de novo às fontes
onde tem suas raízes lá bem no cimo das serras
fontes que lançam as águas correndo por vales e montes
e se vão lançar à MAR espelhando então nas águas
a estrela que sonhava só lá no alto encontrar!...
e um dia lá na serra
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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que chamaram da estrela depois de muito correr e gastar sete sapatos
de ferro que se não gastam descobriu que eram verdade
os nomes que as gentes davam às pessoas e lugares!...
havia mesmo uma estrela de luz clara e verdadeira
uma estrela deslumbrante que como a água das fontes
se lançava pelos vales e ia lançar-se à MAR
sem nada a poder parar.
e então o Zé dA MAR ali, nA MAR à espera
já cansado de esperar de tão longe a procurar,
já quase mesmo a afogar-se, mergulhou fundo nA MAR
à procura da estrela que espelhava as suas águas
e viu que era ilusão ali a estrela encontrar
pois ela brilhava no céu sem se deixar alcançar... e para se livrar da morte
e da profunda ilusão num dia de nevoeiro
que era de sol a brilhar,
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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na ilha do pessegueiro inventou toda esta estória para guardar na memória
a magia do olhar da luz clara dessa estrela que um dia viu brilhar...
e aprendeu que o sonhar também faz parte da vida e inventando esta lenda
como os contos de encantar assim se livrou da morte
por mais de mil e um dias por mais de mil noites e uma
inventando sem parar mil histórias para contar
para enfim se/me encontrar para enfim se/me encantar...
PARA ENFIM (se/me) VOS FASCINAR.!!!
Mas NÃO não é assim essa lenda
da ILHA DO PESSEGUEIRO.
Contaram-ma lá na terra que se chama PORTO COVO.
A lenda é duma princesa que veio de muito longe
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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dumas terras sempre brancas que ficam no mar do norte
onde o frio e a brancura e o mar se dão as mãos
mas como o mar é A MAR O AMOR rima com A MORTE
com o frio e a brancura com a dor e com a sorte.
Conta-se então, meus amores que em tempos muito antigos
cujos já ninguém se lembra houve uma grande revolta
nos países lá do norte e que a princesa mais bela
que era a herdeira do trono não no-lo pôde ocupar
por ter dado o seu amor a alguém que não devia..
não devia, se dizia, diziam os que mandavam até no amor dos outros...,
pois o seu apaixonado não tinha sangue real e daí lhe veio o mal.
Tendo deixado o seu trono e o reino em confusão
lançou-se atrás do Amor com toda a sua Paixão.
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Mas aqueles que entendiam ser a princesa traidora
e por isso não devia fugir para ser feliz...
raptaram o seu amor e fazendo-a prisioneira meteram-na num navio
que a levasse para bem longe onde nunca encontraria o amor que procurava.
Navegou sempre para sul o navio que a levava e por ventos e marés
não se sabe por qual sorte talvez um grande naufrágio
aqui veio ela parar com guardas e carcereiros
a esta ilha perdida que chamam do Pessegueiro
muito perto duma terra que se chama Porto Covo
que nada sabiam das terras lá do norte donde vinha.
Assim os seus carcereiros
ali lhe deram prisão construindo a fortaleza
a da ilha e outra em frente sem dar qualquer ilusão
de possível salvação nem por terra, nem por mar...
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Ali passou os seus anos mais belos da sua vida a princesa lá do norte a chorar a sua sorte
sempre virada pró mar misturando suas lágrimas
amargas com o mar salgado sonhando com o seu amor
que podia, talvez quem sabe?, aparecer disfarçado
numa barca ou num veleiro como um bravo marinheiro
ou um pobre pescador navegando em seu pesqueiro
que trouxesse a salvação a alegria de viver,
a vida, o amor a sorte em lugar da negra morte.
Ali morreu a princesa?
Não se sabe, ninguém viu. Mas um dia de repente soldados e carcereiros
deixaram aquele castelo e também a fortaleza... Terá voltado pró norte para o seu país natal...
que encontrou de novo a paz?... Terá vindo o salvador
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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que a conseguiu libertar para viver seu amor?
Não se sabe, diz a lenda, nas lendas nunca se sabe ao certo o que se passou,
porque fica sempre a parte p'rá arte, imaginação.
Mas há quem diga, é verdade,
que a princesa solitária passava os dias chorando a olhar sempre pró mar
vendo passar os pesqueiros navios, barcos e velas
vindos de longe e de perto... e ali tanto chorou
tantas lágrimas correram misturadas com o mar
que a sua cela se encheu de água verde, água salgada que ao fim de muitos anos
ali morreu afogada nas lágrimas que choraram os seus olhos já cansados e gastos de olhar o mar que já não viam passar
os barcos a navegar.
Mas
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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mesmo depois de morta quando a lançaram ao mar
o seu corpo hirto, morto transformou-se em jangada
e o seu véu de princesa tornou-se uma vela larga
que a levou de viagem talvez, quem sabe, talvez
à procura do amado por quem tanto tanto tempo
tanta lágrima chorou. Que terá acontecido
ao amado tão chorado? Foi também pelos soldados
noutra ilha desterrado? Terá fugido e morrido exausto de a procurar
a toda a roda do mundo?
São sempre assim estas lendas mesmo tristes de chorar
e mesmo com morte no fim
deixam-nos sempre a esperança que na última viagem
os dois corpos se encontraram e pela força do amor
em peixes se transformaram em sereia e em delfim
reinando nas profundezas desse imenso mar sem fim...
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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enfim felizes n'A MAR
onde AMAR não tem medida.
Mas ainda há mais lendas, cada um inventa a sua, pois cada um se fascina pelo que é fascinante
para si...!
Uma princesa do Norte vê que o filho corre perigo de ser condenado à morte como os bebés de Belém
que Herodes mandou matar... Ele era herdeiro do trono mas parentes afastados
usurparam o lugar que deveria ocupar
e vivendo seria eterna ameaça
para eles e seus descendentes...!
A mãe, a princesa aflita com a ajuda dos fiéis
consegue fugir de barco para salvar o seu filho
que corre tamanho perigo!!!
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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Por onde fugir? Para onde ir?
Os reinos seus aliados Já assinaram tratados com os usurpadores...
- Vamos para longe, à deriva correr nas asas da sorte correr nas asas do vento dando costas à estrela
que sempre no firmamento nos apontará o Norte.
Correram pelos sete mares entre perigos e procelas e numa grande tormenta
que abriu o barco pelo meio foram parar c'os destroços
à Ilha do Pessegueiro. O deus poderoso dos vikings
que correram todo o mar com os seus barcos fantasmas
não permitiu que a fuga acabasse a aventura da fuga desesperada.
Ali sozinha com o filho aquela mãe heroína
de todos desconhecida consegue que o filho se salve
e cresça senhor dos mares sem temer perseguidores mandados pelo inimigo...
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Mas um dia Oh! que desgraça em que o príncipe partira
para explorar o mar os esbirros que correram
do mundo as sete partidas assaltam de noite a ilha
e raivosos por não terem o filho para matar
dão cruel morte à mãe tão feroz e tão horrenda
que os seus gritos estridentes chegaram ao filho valente que voou para a salvar... Já não encontrou a mãe que fora lançada ao mar mas jurou solenemente
com a mão bem estendida sobre aquele túmulo imenso que a vingança sem perdão
seria total e tremenda:
- espalhar por todo o mundo a paz que vem das estrelas
- enfeitiçar toda a gente com a magia dA MAR.
- que AMAR seria imenso sempre sempre em movimento
e do tamanho d'A MAR...
Esta jura impressionante
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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restituí-lhe a mãe de novo e agora em cada lugar
em todos os cantos da Terra... como a água vem das fontes mesmo dos cumes da Serra
correndo sempre para A MAR também todos os seres vivos
vindos do ventre da Terra correm sempre para AMAR.
Não!!! Não é nada disto ainda
a lenda que ouvi cantar... Há muitas lendas contadas
pelas gentes do lugar... A do Chico da viola do Vizir de Odemira
que por amor morreu novo... ou as outras que imagina cada qual que ali sentado numa pedra à beira mar sonha tudo quanto quer
e se põe a inventar...
É esta a magia da ILHA, da Ilha do Pessegueiro
e nas páginas que não há cada um pode escrever
as lendas que ouviu contar
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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ou aquelas que inventou de tanto as imaginar
e para si são a verdade por assim as ter sonhado
e guardado dentro de si para sempre...
...
mas conta ainda uma lenda muito antiga e esquecida ou LENDA POR INVENTAR
por quem outra quer contar e outros sempre espantar...
que aquela ilha - magia - em risco de se perder
não era do PESSEGUEIRO nem de PESQUEIRO de mar... nem talvez do PISCEGUEIRO...
de PIXIS - lá do latim... por um feito acontecido
desses que soam nos fados e já de todo esquecido
por velhos cantores e bardos aquela ilha chamou-se
A ILHA DOS ENFORCADOS!!! quem sabe essa lenda? quem?
É isso que vamos ver correndo as terras que bordam
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essA MAR cheio de LENDAS e histórias p'ra enca(o)ntar e gentes para as contar...
Faltava depois contar
Outra LENDA a do QUEIMADO … Foi na Invasões Francesas
… os soldados, quais danados destruíram a Ermida
e queimaram a Senhora que atiraram ao mar
para enfim desaparecer...
não sabiam os malvados que o MAR não era O MAR
mas A MAR que lembra AMAR e na maré veio a Santa
que os pescadores recolheram e, reerguida a Ermida ali veneram a Santa
A Senhora do Queimado A Nossa Senhora da ILHA
Que se ergue do meio d'A MAR…
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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...há sempre mais uma LENDA PARA AS OUTRAS AUMENTAR...
E QUEM SABE? A NOVA LENDA
VAI SEMPRE LENDO AFINAL A OUTRA LENDA CONTADA
OU TENTANDO LENDO A LENDA
DAR-LHE UM SENTIDO FINAL REVELANDO MIL SINAIS MIL MISTÉRIOS REVELAR
QUE FICAM SEMPRE PERDIDOS NO FUNDO OCULTO DO MAR
DA MAR D'AMAR
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SENTEI-ME UM DIA A OLHAR A ILHA DO PESSEGUEIRO TODA CERCADA DE MAR
TODA ENVOLTA EM NEVOEIRO
Rodeada de mil sonhos De mil lendas quais sinais Que indicam os portais Do mistério que nós somos O que seremos!? Que fomos!?... Sentei-me e via só mar... A Ilha ali a vogar Nas ondas que vêm, vão... Era sonho? Era ilusão? Sentei-me um dia a olhar...
Que segredos, que Magia? Quanto mistério escondido Neste espaço ali perdido Transformado numa ilha Tão pequena, mas que brilha Qual ara, pedra de altar À doce luz do luar... Como um castelo fantasma Cheio de lendas e fadas Toda cercada de mar...
Bem ali na minha frente Abriam-se os horizontes De mil nascentes, mil fontes Que seguiam a poente Da minha alma doente... Guiada por um marinheiro Voava esbelto veleiro Que correra sete Mundos E vinda dos mares profundos A Ilha do Pessegueiro.
São mil lendas, mil sinais Que abarcam todo o universo E nos vão dizendo em verso Segredos que os nossos pais Já deixaram nos anais Nas lendas do Mundo inteiro Como segredo primeiro Na tradição transmitida Que desvenda toda a vida Toda envolta em nevoeiro
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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Quando eu era pequenino acabado de nascer eu mal sabia falar e gostava de ouvir contar contos para adormecer! Eram mouros, eram fadas vindas pelas madrugadas ou em noites de luar... Eram as lindas donzelas encerradas em castelos tranças louras, olhos belos, tristes, tristes, a chorar! Eu ficava impressionado com tudo aquilo que ouvia... depois, quando adormecia, punha-me a sonhar com elas... Agora que já sei ler nas folhas que os livros têm nelas aprendo também contos lindos, coisas belas... e tudo o que os livros ensinam com carinho e com amor... É milagre redentor de suas letras singelas! Poema do Tio Zé Moleiro, Ribeira dos Aivados, Porto Covo, O poeta de cabelos brancos e olhos azuis que me contou tantas lendas, contos, patranhas e poesia... tantas histórias com tanta fantasia... e conhece com os pés e com as mãos, cada pedra e cada recanto das falésias do mar entre Porto Covo e Vila Nova de Mil Fontes, a ponto de me ensinar o esconderijo secreto onde tem a sua cana de pescar... Com ele, a minha homenagem à poesia popular e aos contadores de histórias, que seriam a continuação normal desta/s publicação/ões
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ANEXOS
LENDA DA NOSSA SENHORA DA QUEIMADA – PORTO COVO, SINES
TEIXEIRA DA SILVA
.A Ilha do Pessegueiro, que integra a
freguesia de Porto Covo, tem como
tradição uma lenda que se refere ao
milagre de Nossa Senhora da Queimada.
Essa lenda diz-nos que em meados do
século XVIII (dezoito) chegaram a esta
ilha piratas provenientes do norte de
África, que logo foram enfrentados por um eremita que
mantinha uma ermida invocada a Nossa Senhora. Contudo, a
refrega terá sido breve, dado que o religioso foi assassinado, a
capela completamente saqueada e a imagem da santa foi
atirada para as chamas.
Quando os piratas agressores bateram em debandada,
regressaram os habitantes de Porto Covo, que verificaram os
enormes danos que lhe haviam sido infligidos, mas que ainda
assim, resolveram dar uma sepultura cristã ao eremita.
Porém, quanto à imagem e apesar de esta ser afincadamente
procurada, não a localizaram de início. Após haverem iniciado
novas buscas, agora abrangendo toda a ilha, vieram a
descobri-la, miraculosamente intacta, no meio de uma moita
que tinha sido incendiada. De imediato, recolheram a imagem
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
78
e construíram, propositadamente para ela, uma nova ermida,
a cerca de um quilómetro de distância do local onde fora
descoberta.
Essa ermida, entretanto ampliada, deu lugar à hoje chamada
Capela de Nossa Senhora da Queimada, que ainda é um local
de imensa veneração, não só da própria população, bem como
de outros povos vizinhos. .
(Baseado in “Ilha do Pessegueiro, sua história e origens”, by publicação autárquica)
.
Pesquisa e adaptação de
TEIXEIRA DA SILVA, AJ
Gondomar, Porto, Portugal
http://www.faroldanossaterra.net/2016/06/07/lenda-da-nossa-senhora-da-
queimada-porto-covo-sines/
Forte de Nossa Senhora da Queimada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_do_Pessegueiro
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LENDA DO MENINO DA GRALHA - Ilha do Pessegueiro, Sines
POR - Maria Luisa – 2016 05 05 - https://www.facebook.com/groups/alentejosuasterras/
«Do tempo em que o Forte da Ilha do Pessegueiro, era ocupado pelos Mouros se conta esta lenda.
Um capitão mouro...
vivia no referido forte com um grupo de soldados, sua mulher e filhos. Tinha a seu cargo a defesa da fortaleza e o treino dos seus soldados. Sonhava, ele, fazer do seu filho (criança de 8 anos), um grande guerreiro, corajoso e forte, destemido e sanguinário.
Porém o menino detestava as armas e fugia aos treinos a que o pai o submetia. Gostava muito de brincar e tinha um coração bondoso, tanto para com a gente como para todos os animais. Afeiçoou-se de tal maneira a uma gralha, que era ela o seu passatempo favorito. Onde estava o menino lá estava o pássaro, o pai enfurecido do seu desinteresse pelas artes da guerra, ameaçou-o de matar a gralha se ele não deixasse de brincar com ela. Então, uma noite quando todos dormiam o menino pegando na sua companheira gralha
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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resolveu fugir para que seu pai não matasse a sua amiguinha.
Muitos dias se passaram. Todas as buscas foram em vão pois não encontravam o pobre menino. Chorava a mãe, arrependia-se o pai. Quando voltaram a ver o seu filho, já ele estava morto junto a uma fonte num vale, com a sua amiga gralha pousada no seu corpo, morta também. Desde ai, aquela fonte ficou conhecida como a "Fonte da Gralha".
Nota: Esta fonte encontra-se debaixo da água da nova barragem, construída na herdade da Cabeça da Cabra, e muita gente ali residente se lembra perfeitamente dela.
http://cheirar.blogspot.pt/2008/09/
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A ILHA – na e-libro 2003
Ano: 2003 Tamanho: 592 KB Formato: PDF Sinopse: ...a ILHA é a ILHA – todas as ILHAS que emergiram do MAR ou de A MAR... aqui materializada na ILHA DO PESSEGUEIRO... ou a ILHA DO
PESQUEIRO, onde havia tanques para a salga do peixe! uma pequena ilha despovoada que existe em Portugal, na Costa Vicentina, em frente a uma pequena povoação, que se chama Porto Covo e se pode avistar de quase todas as dunas e praias, que se estendem desde Sines e até Vila Nova de Mil Fontes... É, talvez, a ILHA inventada pelo Épico no Canto IX do seu imortal Poema os Lusíadas — a ILHA DOS AMORES... onde os Nautas LUSOS se transformam em Deuses-Argonautas... É, talvez, a TERRA com todos os Continentes, que não passam de pequenas Ilhas que surgiram da imensidão do MAR ou de A MAR — o PLANETA a que todos chamam TERRA, mas que o Poeta decide chamar PLANETA MAR — A MAR, a remeter para o verbo AMAR… ver: A MAR. As LENDAS, aqui efabuladas, são uma invenção do autor, que assina José D’A MAR, um deNómio de José Rabaça Gaspar, como acontece na outra obra intitulada A MAR e assim se assume, mais uma vez, como um Homem seduzido
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pelo MAR, ou antes por A MAR; como Nauta, que nunca andou nas Caravelas, mas nelas “navega” sem cessar por todo o Universo; como Marinheiro; nunca manobrou os Navios em que viajou, a não ser em sonhos; como Homem de A MAR, que gosta de mergulhar e nadar e de se perder nas ondas de A MAR, mas que tem um profundo respeito por A MAR e continua, há mais de seis décadas, à procura da sua ILHA... in A MAR... Em papel e-libro.net -- https://e-libro.net/libros/libro.aspx?idlibro=1922
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A ILHA – adaptação ao teatro “O OUTRO LADO” - Fátima Borges
Para o “O OUTRO LADO” – Associação Cultural ALMADA – 2017 10/11
para a XXI mostra de teatro de Almada
Tempestade
Os painéis giram
As luzes acendem brancos amarelos
Ciclorama – azul escuro / amarelo – relâmpago
Sons trovões
Gritos – homens mulheres
....mulheres
....
....
A tempestade e o nevoeiro envolvem o público
Toda esta cena é fora do palco junto ao público, o
senhor e as mulheres estão sentados no público
Aparece a princesa ao longe a dançar entre o
nevoeiro mas nas escadas desaparecendo...
Senhor do lado contrário da princesa – sentadas
no público irão deslocar-se para o proscénio sem
entrar no palco – o mar
SENHOR: - não há beleza
que se possa comparar
para se dizer, contar
com palavras ou pinturas
ou artes de retratar...
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1ª mulher: - ora consta, conta a lenda,
como as lendas de encantar
que o povo sabe contar...
2ª mulher: - que essa donzela bela
não era pobre nem rica,
nem filha de pescador
que passa a vida a remar
nem do camponês que luta
na labuta desta terra...
3ª mulher: - vivia ali encantada
fugida de longes terras
ou trazida pelos ventos
numa viagem perdida
que naufragou ali perto
e arrastada com os restos
do naufrágio,
SENHOR: - as marés
ali a depositaram
para viver isolada
livre feliz encantada
sempre em contacto com o mar
e com as gentes do lugar
que havia de ser Porto Covo
depois da lenda acabada...
1ª mulher: - até que foi cobiçada
por um dos grandes senhores
que ali tudo mandavam
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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e reinavam
sobre gados e colheitas
sobre as gentes e a terra
que toda a eles pertencia
e eles, como parte da terra,
não tinham eira nem beira
nem vontade nem desejo
que não fosse dos senhores....
2ª mulher: - julgando-a filha de pobres
servos da gleba ou escravos
camponeses pescadores...
um daqueles grandes senhores
deslumbrado pelo encanto
do que ouvia e se contava,
quis fazê-la sua amante,
o que era honra subida
que os grãos senhores concediam
àquela gente humilhada,
usando para seu deleite
os encantos que ela tinha
ou todos diziam que tinha,
SENHOR: - um corpo belo de Vénus,
cabelos de Afrodite
olhos com luz das estrelas
e seios brancos de rolas,
membros de estátua de mármore
com mistérios escondidos
como o cosmos infinito
enfim,
toda ela era um encanto,
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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deslumbramento fascínio
como ali todos diziam
3ª Mulher; - porque ao certo ninguém vira
como era toda inteira
embora a vissem de perto
e com ela convivessem
a saudassem, ajudassem,
ela saudava ajudava
mas não sabiam ao certo
aquilo que os seduzia
encantava ou deslumbrava
com tão completo fascínio,
porque em tudo ela era igual
às outras mulheres da terra,
às gentes lá do lugar...
1ª mulher: - mas no fundo, um não sei quê!,
todos sabiam, sentiam,
que ela tinha possuía
algo muito especial
que não se via, mas viam,
que a todos seduzia,
fascinava, deslumbrava...
2ª mulher:- diziam que a viam ao longe,
onde ninguém se atrevia,
toda nua envolta em ondas,
vestida de espuma branca
que turvava o seu olhar,
e saltar brincar com elas
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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como se fosse do mar,
3ª mulher: - ela era gente, era deusa,
era mulher e donzela,
não namorava ninguém,
ninguém que eles conhecessem,
mas de certo era amada
e estava apaixonada
por algum donzel do mar
por um duende ou um príncipe,
um rei senhor poderoso
daqueles reinos mais profundos
que há por baixo das águas
e têm poder, riquezas
que nunca foram sonhadas
pelos senhores doutros reinos
que há em cima da terra...
1ª Mulher: - e quando o senhor do castelo
que reinava em toda a terra
e até em todo o mar,
como ele pensava, coitado!,
decidiu ir cativá-la,
para a levar como amante
o que era subida honra
por ele ser dono de tudo,
cativar uma donzela
que vivia pobremente
numa cabana encostada
a um velho pessegueiro
que ficava na colina
mais à beirinha do mar...
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vrrrruuuuummmm zzzzz sssss vrrr sssss pum!
Tempestade ainda maior
No palco onde já estavam os biombos fixos e os
articulados que tb estavam em pé
PRINCESA; - (do lado do público na ilha...)
...passada aquela desgraça
em que o mar em seu furor
destruiu barcos e vidas
mas só dos grandes senhores
e varreu com seu pavor
as ambições desmedidas
dos que julgam dominar
as terras gentes e gado...
pôde ver-se que a desgraça
era um milagre, uma graça
pois nenhum daquela raça
que vivia de sugar
a vida que era doutros
nem um sobrou para contar
ou deixar sua semente...!
isso pensam os que sonham
poder viver e amar!!!
No palco Entra POSEIDON seguido dos seres
marinhos
Sons do mar – música poderosa
As Ninfas dançam com os painéis (recolher as
caudas dos vestidos)
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
96
Poseidon fala poderoso na frente indo sentar-se
junto de um biombo que deverá ter um género de
trono no final
POSEIDON; - nessa noite o nevoeiro
engoliu-a por inteiro,
a terra toda, a colina
onde morava a princesa
que era uma pobre donzela
e tudo ficou escuro
como o breu
embora fosse de dia
e tempo de lua cheia!...
(Bate com o tridente e começa trovões e a
escurecer...
a lua escondeu-se toda
o sol desapareceu
e o mar correu para longe
dos lugares onde chegava
deixando aberto segredos
que a água sempre cobria
cidades caves palácios
cavernas grandes medonhas
com tesouros fabulosos
mas foram só uns momentos
da noite que era de dia
em que o olhar humano
não perscrutava nem via
porque a luz o deslumbrava
ou a noite o impedia...
e numa noite tremenda
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
97
em que ninguém sabe se o era
pois devia ser de dia
e tudo se confundia(senta-se)
NINFA : - dizem que o donzel do mar
galopou em mil cavalos
com seus guerreiros marinhos
mais numerosos que estrelas
e com dardos lanças raios
e com armas nunca vistas
invadiram toda a terra
mudando o dia em noite
e rasgando a escuridão
com clarões que deslumbravam
arrancaram a colina
onde vivia a donzela
que vivia na cabana
encostada ao pessegueiro
que se erguia na falésia
mais à beirinha do mar
e a fizeram navegar
como um navio fantasma
e a mudaram em ilha
erguida em frente ao castelo
onde reinava o senhor
que a queria cativar....
Ninfa: - e na ilha que emergiu
nova
mesmo em frente do castelo
onde a tirania reina,
o donzel e sua gente
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
98
com os grandes poderes do mar
construíram para a donzela
um castelo semelhante
em tudo ao do outro lado,
só que o dela era encantado...
tempo antes na falésia
como uma simples cabana
encostada a um pessegueiro,
e agora é uma ilha
toda de mar rodeada
onde ela como princesa
estava presa... sendo livre...
prisioneira, sendo deusa
para fazer o que queria
e até para decidir
se era livre ou se prendia
porque o amor e paixão
podem ser uma prisão
para escolher livremente
se ama para ser livre
ou se é livre não amando
não vivendo a vida em cheio
como deve ser vivida....
POSEIDON : - ninguém pode abarcar
mesmo com a imaginação
um mundo que é sempre um outro
e não pode ficar velho
como este mundo acabado
de donos, amos tiranos
que dominam causam danos
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
99
por se tornarem senhores
do pensar e do sentir
e do fazer... que é de todos
de todos e cada um
que pode viver, sonhar,
e sobretudo AMAR
enquanto a vida durar...
e dura para todo o sempre
sempre, sempre eternamente!...
Ninfa: - conta a gente, conta a lenda,
que essa donzela bela
cuja beleza era tanta
que ninguém sabe contar...
inda vive nessa ilha
vivendo ali escondida
à vista de toda a gente
rodeada de animais
peixes, aves voadoras
naquele castelo encantado
vivendo de amor paixão
sempre sempre renovado
pelo seu donzel do mar
que no mar é rei senhor
de reinos de maravilha...
e...
Ninfa: - usando o seu poder,
desde então, desde esse dia,
ela, a bela, a perseguida,
ali vive a sua vida
protegendo os pescadores
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
100
camponeses e pastores...
todos os trabalhadores
que fazem o mundo belo
os poetas, sonhadores,
os que vivem seus amores
com tormentos e paixão
toda a grande multidão
que constrói um mundo novo
e povoa o mundo inteiro
mesmo para lá das estrelas
pelo universo infinito....
Poseidon: - E afinal,
ouvintes do planeta
com a alma de poetas
ficai sabendo: afinal,
não há castelos
muito menos encantados...
havia só fortalezas
e cadeias e prisões
pra matar a liberdade
e inventar os papões
que regem a sociedade
e podem ser pais e mães
professores e doutores
ministros e presidentes
ou polícias e ladrões
rufias que metem medo
com armas e autoridade
pra manter longe do povo
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
101
algum que vê a verdade
e diz aos outros que dormem:
ACORDAI. Abram os olhos!
Isto bastava afinal
pra acabar com todo o mal...
mas isto soava mal
aos ouvidos dos senhores
dos amos e ditadores...
e quer queiramos quer não
o mal sempre há-de existir
como desde sempre existe
luz e sombra, dia e noite
e pra uns terem que farte
outros hão-de ter só parte
ou nada que dê prazer!...
É o norte e é o sul,
o nascente e o poente
que rege a humanidade
com letal fatalidade!...
Ninfa: - De qualquer modo essa ilha
ali tão perto, bem longe,
aquela ilha encantada
toda envolta em nevoeiro,
até no nome que tem!
...um mistério!
Ninfa: - ali plantada,
mesmo ao alcance da mão,
duns remos ou duma vela
ou dumas fortes braçadas...
mas longe o suficiente
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
102
pra sonhar, imaginar
que a liberdade e o sonho
a felicidade e o bem...
tudo está longe, bem perto
ali ao alcance da mão
como fruto pra colher
para o que quiser ousar
usar a imaginação
pra viver e pra sonhar
e fazer do sonho a vida
que vale a pena viver
sempre sempre, até morrer
que não é morte é vida,
é dar vida a novos seres
é ser semeado na terra
alimentar o seu ventre
e dar vida novamente
sempre sempre em espiral!
sempre a vida a renovar
em constante movimento
em permanente mudança
que mantém viva a esperança
de viver eternamente
nas asas do pensamento
em constante criação
que nasce do encantamento
de criar imaginar
As ninfas entusiasmadas
Ninfa: - AQUELA ILHA É UM GRITO/
Ninfa: - É UM SIGNO Ninfa: - /É UM SINAL/
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
103
Ninfa: - É UM SÍMBOLO, / Ninfa: - É UM
INDÍCIO,/ Ninfa: -
UM ÍNDICE
Assim,
Ninfa: - quer o autor desta lenda
que se chama: Zé dA MAR
Ninfa: - porque O MAR é feminino
em tantas línguas do mundo!,
Ninfa: - que a ILHA DO PESSEGUEIRO
é um SIGNO verdadeiro
Ninfa: - do AMOR que vem dA MAR
e ainda da LIBERDADE
Ninfa: - que conjuga o verbo AMAR
e leva à FELICIDADE!...
Ninfa: - porque prisões para prender
a liberdade dos povos
Ninfa: - ou impedir o amor
de crescer e dar amor
Ninfa: - é como ousar, desejar,
querer o mar aprisionar
Ninfa: - ou querer agarrar o ar
pretender segurar o vento
Ninfa: - ou prender o pensamento!...
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
104
Ninfa: - é como querer pretender
esgotar a água ao mar,
Ninfa: - não querer a luz a brilhar
metê-la numa prisão
toda envolta em escuridão!...
Ninfa: - é querer fogo sem arder
Ninfa: - é querer aves sem ter asas
e crer que podem ser aves
sem ter asas pra voar!...
Ninfa: - é como querer entre os dedos
guardar a areia da praia!...
Ninfa: - é crer que pode um tanque
prender a água das fontes
Ninfa: - é crer que pode a barragem
segurar a água aos rios
que correm livres pró MAR...
Ninfa: - QUE CORREM LIVRES PRA/MAR
para AMAR...
Ninfa: - é este o símbolo o signo
da ILHA DO PESSEGUEIRO
que o poeta zé d'AMAR
sem pedir licença às lendas
e aos donos de as contar
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
105
sonhou um dia acordado
porque era noite com lua
com clara luz a brilhar!!!
e essa clara luz da lua
que é clara de enfeitiçar
poetas e sonhadores
desenhava ali nas águas
uma estrada sobre A MAR
que ia da beira da praia
mesmo em frente do olhar
e ia até ao infinito
ao encontro das estrelas
e se perdia no cosmos
do universo sem parar...
Ninfa: - e sempre que se perdia
nesse universo estelar
sem encontrar a estrela
que lá sonhava encontrar
pra com ela se encantar
e encantado se encontrar
voltando de novo às fontes
onde tem suas raízes
lá bem no cimo das serras
fontes que lançam as águas
correndo por vales e montes
e se vão lançar à MAR
espelhando então nas águas
a estrela que sonhava
só lá no alto encontrar!...
Ninfa: - e um dia lá na serra
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
106
que chamaram da estrela
depois de muito correr
e gastar sete sapatos
de ferro que se não gastam
descobriu que eram verdade
os nomes que as gentes davam
às pessoas e lugares!...
havia mesmo uma estrela
de luz clara e verdadeira
uma estrela deslumbrante
que como a água das fontes
se lançava pelos vales
e ia lançar-se à MAR
sem nada a poder parar.
Ninfa: - e então o Zé dA MAR
ali, nA MAR à espera
já cansado de esperar
de tão longe a procurar,
já quase mesmo a afogar-se,
mergulhou fundo nA MAR
à procura da estrela
que espelhava as suas águas
e viu que era ilusão
ali a estrela encontrar
pois ela brilhava no céu
sem se deixar alcançar...
(As ninfas em desacordo , cada uma fala para seu
lado)
1ª Ninfa: - Mas NÃO
não é assim essa lenda
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
107
da ILHA DO PESSEGUEIRO.
2ª:Ninfa - Contaram-ma lá na terra
que se chama PORTO COVO.
3ª Ninfa:- espalhar por todo o mundo
a paz que vem das estrelas
1ª Ninfa:- enfeitiçar toda a gente
com a magia dA MAR.
2ª Ninfa: - que AMAR seria imenso
sempre sempre em movimento
Todas: - e do tamanho d'A MAR...
Poseidon: - ( dirigindo-se ao público) Não!!!
(Bate com o tridente)
...há sempre mais uma lenda
para as outras aumentar...
e quem sabe?
a nova lenda
vai sempre lendo afinal
a outra lenda contada
ou tentando
lendo a lenda
dar-lhe um sentido final
revelando mil sinais
mil mistérios revelar
que ficam sempre perdidos
no fundo oculto do mar
da mar
d'amar
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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As ninfas desaparecem ocultando-se debaixo dos biombos
PRINCESA – (mais 3 ninfas)
Sentei-me um dia a olhar... A Ilha do Pessegueiro
Toda cercada de mar... Toda envolta em nevoeiro
Rodeada de mil sonhos De mil lendas quais sinais Que indicam os portais Do mistério que nós somos O que seremos!? Que fomos!?... Sentei-me e via só mar... A Ilha ali a vogar Nas ondas que vêm, vão... Era sonho? Era ilusão? Sentei-me um dia a olhar...
Que segredos, que Magia? Quanto mistério escondido Neste espaço ali perdido Transformado numa ilha Tão pequena, mas que brilha Qual ara, pedra de altar À doce luz do luar... Como um castelo fantasma Cheio de lendas e fadas Toda cercada de mar...
Bem ali na minha frente Abriam-se os horizontes De mil nascentes, mil fontes Que seguiam a poente Da minha alma doente... Guiada por um marinheiro Voava esbelto veleiro Que correra sete Mundos E vinda dos mares profundos A Ilha do Pessegueiro.
São mil lendas, mil sinais Que abarcam todo o universo E nos vão dizendo em verso Segredos que os nossos pais Já deixaram nos anais Nas lendas do Mundo inteiro Como segredo primeiro Na tradição transmitida Que desvenda toda a vida Toda envolta em nevoeiro
(a circulatura do quadrado)
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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A ILHA
Figurinos de “A ILHA” pela Ass. Cul. “o OUTRO LADO”
21ª Mostra de Teatro ALMADA
Novembro de 2017
A peça leva-nos a evocar a/s LENDA/s da Ilha do Pessegueiro como lugar onde se podem realizar todos os sonhos… Autor – José d’A MAR (um deNÓMIO de José Rabaça Gaspar)
Adaptação, Encenação e Direcção de Actores – Fátima Borges
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
110
Figurinos – “o Outro Lado”, Ana Califórnia (Calif)
Costura e confecções – Ana Maria Silva Luz e Som – David Rabaça
Luz e Som – Patrícia Vieira
Design – Nuno Quá
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Interpretação:
1ª Mulher - 1ª Ninfa – Sónia Silva
2ª Mulher - 1ª Ninfa – Antónia Ventura
3ª Mulher - 1ª Ninfa Carla Nogueira
Princesa – Susana Fonseca
Senhor Feudal e Poseidon – o Senhor dos Mares—Pedro Bernardino
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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A ILHA de José d’A MAR
Figurinos para a ILHA, de Ana Califórnia
As 3 Mulheres
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Imagens da representação na XXI mostra de Teatro de Almada – 2017 11 9 a 19
no dia 18 de Novembro de 2017 (imgs de Luís Aniceto e Vítor Cid)
(as mulheres do povo… as alcoviteiras que dão conta do que se diz e conta… por aquelas bandas… ) – Sónia Silva, Antónia Ventura, Carla Silva Nogueira…
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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(O Senhor daquelas Terras e Gentes…) Pedro Bernardino
(as alcoviteiras e o Senhor Feudal…)
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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(A bailarina – a misteriosa Donzela da Ilha… ) – Susana Fonseca
(Poseidon – o senhor dos Mares…) – Pedro Bernardino
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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(As ninfas…) – Carla Silva Nogueira, Sónia Silva,
Antónia Ventura
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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Os actores, com o autor (José d’a MAR)
– José Rabaça Gaspar
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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Primeira peça do Grupo - “DÚVIDA”, de John Patrick Shanley – 2016 11 12 2ª e 3ª representação 2017 09 09 e 09
SINOPSE É Esta primeira peça - “DÚVIDA”. É esse o desafio... Onde está a verdade? Do lado de quem julga? Do lado do que é julgado?... Se duvido, logo penso... logo existo... logo tenho de decidir... como parte integrante de uma comunidade... A peça leva-nos ao Bairro de Bronx, Nova York, 1964, onde encontramos uma congregação Católica que vive um conflito entre a rígida Irmã Aloysius, directora da escola, e o padre Flynn, um religioso moderado que pauta a sua Vida por ideias flexíveis e pela modernidade. Apresentada na XXª Mostra de Teatro de Almada – em 12 NOVEMBRO 2016 | SÁBADO | 19H00 - TEATRO-ESTÚDIO ANTÓNIO ASSUNÇÃO - Associação Cultural O Outro Lado FICHA TÉCNICA: Dúvida de John Patrick Shanley - ENCENAÇÃO Fátima Borges - TRADUÇÃO Rolanda Teixeira Lopes - INTÉRPRETES Ana Califórnia, Ângela Santos, Carla Silva Nogueira e Pedro Bernardino – CENOGRAFIA - O Outro Lado – FIGURINOS - O Outro Lado / Ana Maria Silva - DESIGN - Nuno Quá - LUZ e SOM - David Rabaça – AGRADECIMENTOS: Câmara Municipal de Almada, Teatro Extremo e José Rabaça Gaspar.
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Fotos de Luís Aniceto e Vítor Cid na apresentação
Ana Califórnia e Carla Silva Nogueira – Irmã Aloysius e
Irmã James
Pedro Bernardino - padre
Flynn
Irmã Aloysius, padre Flynn e Irmã James
Ângela Santos - Sra. Mueller,
mãe de Donald Mueller
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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1ª criação deste Grupo – 2016 11 12
2ª e 3ª representação de o OUTRO LADO no Teatro Estúdio António Assunção – 2017 09 08 e 09
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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Índice Conta a lenda ............................................................................................ 11 ora consta, conta a lenda, .......................................................................... 20 diziam: ...................................................................................................... 24 ...mas seguindo a nossa história, ............................................................... 28 ...passada aquela desgraça ........................................................................ 34 conta a gente do lugar ............................................................................... 35 E afinal, meus senhores, ............................................................................ 41 Mas, para saber a verdade, ....................................................................... 43 Mesmo assim, sendo mentira .................................................................... 50 A lenda é duma princesa ........................................................................... 59 Mas ainda há mais lendas, ......................................................................... 67 mas conta ainda uma lenda ....................................................................... 71 Outra LENDA a do QUEIMADO ................................................................... 73 ...há sempre mais uma LENDA ................................................................... 74
SENTEI-ME UM DIA A OLHAR .............................................................. 75
Quando eu era pequenino .................................................................. 76
ANEXOS .......................................................................... 77
LENDA DA NOSSA SENHORA DA QUEIMADA – PORTO COVO, SINES ........... 77 LENDA DO MENINO DA GRALHA ................................................................ 79 A ILHA – na e-libro 2003 ............................................................................ 81 Álbum de algumas imagens ....................................................................... 83 Capa e contra Capa da edição na e-libro – 2003 08 ..................................... 88 A ILHA – adaptação ao teatro “O OUTRO LADO” - Fátima Borges ............... 90 Sentei-me um dia a olhar... ...................................................................... 108 Figurinos de “A ILHA” pela Ass. Cul. “o OUTRO LADO” ............................. 109 Figurinos para a ILHA, de Ana Califórnia .................................................. 113
Imagens da representação na XXI mostra de Teatro de Almada – 2017 11 9 a 19 ............................................................................................ 121
Primeira peça do Grupo - “DÚVIDA”, de John Patrick Shanley – 2016 11 12 ............................................................................................................... 128
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Outras obras do autor
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impressas em papel José Rabaça Gaspar & seus deNÓMIOS - aminhaTEIAnaREDE www.joraga.net
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A MAR – Autor: José d’A MAR – Maio / Junho de 2003 – 102 pp. Um deNómio de José Rabaça Gaspar. A MAR - Como a água das fontes e dos rios, a VIDA, todas as VIDAS, correm sempre para O MAR… A MAR… AMAR… Nestes poemas com a influência de Camões, Torga e Borges, é proclamada a subversão: O MAR é A MAR! ISBN 950-502-602-5 /e 6 – Preço para transferir €3 - Em papel – $7.28 mais custos de envio. (in LP euros 7.5)
A ILHA – Autor: José d’A MAR – Julho / Agosto de 2003 – 80 pp. Um deNómio de José Rabaça Gaspar. A ILHA, na sequência de A MAR, é um poema carregado de LENDAS e pretende ser um desafio para que os leitores descubram a MAGIA de criarem a sua própria ILHA em A MAR.... ISBN 1-4135-0116/7-8/6 - Preço para transferir €3 - Em papel – $6.44 mais custos de envio. (in LP euros 7.5)
A FEIRA – Autor: José Penedo de Castro – Set/ Out 2003 –154 pp. Um deNómio de José Rabaça Gaspar. José Penedo de Castro é um cigano andarilho de FEIRAS que tenta mostrar com palavras e imagens o movimento e o colorido destes centros de Encontros e desEncontros... Publicou também, na mesma editora, como José d’A MAR – A MAR e A ILHA. ISBN 1-4135-0126/7-5/3 - Preço para transferir €3 - Em papel – $9.80 mais custos de envio. (in LP euros 10)
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
134
A COBRA – Autor: José Penedo – Dez 2003 / Jan 2004 – 184 pp. Um deNómio de José Rabaça Gaspar. Em A COBRA, José Penedo, outro deNómio como José d’A MAR, e José Penedo de Castro, canta-nos aqui, em BALADAS, as Lendas do Touro e da Cobra (uma LENDA de BEJA?) e o enCanto das Fontes... numa espécie de sinfonia em três Andamentos e várias Cantatas... ISBN 1-4135-0135/6-4/2 - Preço para transferir €3.5; em papel – $10.64 mais custos de envio. (in LP euros 10)
A SERPE – Autor: José Penedo de Serpa, Março / Abril de 2004 – 118 pp. Outro deNómio de JRG, como José d'A MAR, José Penedo de Castro e, e José Penedo, canta agora AQUI, as Lendas da SERPE, que pode ser o Rio ANA, e as origens de SERPA e Mértola... ISBN 1-4135-0142/3-7/5 - Preço para transferir €3 - Em papel – $7.68 mais custos de envio. (in LP euros 7.5)
A MOURA – Autor: José Penedo de Moura, Maio / Junho de 2004 – 136 pp. José Penedo de Moura, outro deNómio de JRG, canta agora AQUI, através de 10 “vozes” – autores diferentes, as Lendas da MOURA, cidade cristã, com nome pagão – ou a UTOPIA da CONVIVÊNCIA (im)Possível!!! ISBN 1-4135-0164/5-8/6 - Preço para transferir €3 - Em papel – $8.30 mais custos de envio. in LP euros 10)
ALFÁTIMA – Autor: José da Serra do Vale do Zêzere, Julho / Setembro de 2004 – 124 pp. Com este livro sobre a LENDA da MOURA – ÁLFÁTIMA – o autor, decide regressar ao FUTURO, à sua STerra – Serra da Estrela – Manteigas, com 10 Lendas da Moura encantada, à espera de uma libertação gloriosa, com Cristãos e Mouros… A HUMANIDADE, um só POVO, com o tesouro da sua polícroma diversidade interCULTURAL. ISBN 1-4135-0185/6-0/9 - Preço para transferir €3.5 - Em papel – $8.30 mais custos de envio. in LP euros 10)
NOMINALIA – Autor: Herminia Herminii – Março de 2005 – 526 pp. - Uma TRILOGIA da minha STerra – Serra da Estrela, Manteigas, a minha Terra na Serra… NOMINALIA é uma Sinfonia vastíssima e caótica cujas notas não são outra coisa senão NOMES: terras, lugares, apelidos, alcunhas, expressões… de Serra da Estrela, Manteigas, terra do autor ISBN 1-4135-3547/8-X/8 - Preço para transferir €5 - Em papel – $19.80 mais custos de envio. (in LP euros 15)
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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O PASTOR – Lenda do Pastor dos Hermínios – por Viriato dos Hermínios – previsto para ser editado na e-libro.net, em Setembro de 2005 Novembro de 2005 (2º de uma outra trilogia da Serra da Estrela) O PASTOR - LENDA/s do PASTOR DOS HERMÍNIOS – é só uma MENSAGEM fascinante ditada pela ESTRELA – A SERRA, do Pastor que conquistou os MONTES ERMOS! Viriato dos Hermínios foi encarregado de a divulgar a quem a quiser ouvir. Há mais 5 lendas complementares. ISBN 1-4135-3600/1-X/8 - Preço para transferir €2.62; papel–US$ 9.80 (más gastos de envío). (in LP euros 10)
MANTEIGAS – uma Terra na Serra enoVELADA em Lendas – Lenda da Fundação mítica de Manteigas, por Hermes do Zêzere - previsto para ser editado na e-libro.net, em Novembro de 2005 – Março 2006 (enfim a outra TRILOGIA sobre Manteigas, Serra da Estrela, com ALFÁTIMA e O PASTOR). Manteigas enoVELADA em muitas lendas e A LENDA de como foi descoberto o lugar onde hoje é MANTEIGAS e do PORQUÊ de ser este nome usado, contrariamente ao uso corrente, no plural - manteigas... & o que são OU PODEM SER os ribeiros e ribeiras e caminhos e estradas… que serpenteiam pela Serra... ISBN 1-4135-3613/4-8/X - Preço para transferir €2.62 - Em papel – US$ 11.20 (e envío). (in LP euros 10)
GRITOS NA SOLIDÃO – Décimas de INOCÊNCIO DE BRITO – um POETA popular de S. Matias, Beja – Um Mestre esquecido e ignorado – José Rabaça Gaspar (coord.) Cremilde de Brito, Manuel de Sousa Aleixo - Junho 2006 – Inocêncio de Brito —1853? – 1938?— foi um notável Mestre na Arte de versar em Décimas “construindo” importantes temas com um profundo fundamento como a Morte, a Guerra, a Mulher… ISBN 1-4135-3624-7 - Para transferir €3.05 em papel - US$ 14.72 (más gastos de envio) in LP euros 12.5)
Também publicado na BUBOK…
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
136
ISBN 972 9171 03 3
OUTROS EM COLABORAÇÃO: «OS LOBOS DE MANIAMBA» Moçambique 1968 / 1970» Memórias da CART2326, Janeiro de 2005, com 156 pp., tem recolha de dados, organização, plano, digitalização e apresentação (c/ versão do CANCIONEIRO DO NIASSA).
DEIXAS… As DÉCIMAS e Os Poetas Populares… colaboração no jornal “Há Tanta Ideia Perdida”, da Confraria do Pão… Alentejo, Alandroal, Terena…
OUTROS EM COLABORAÇÃO: "Que modas?...que modos? (actas do 1º. Congresso do Cante Alentejano) (dos GRUPOS CORAIS ALENTEJANOS)", edição de FaiALentejo, Horta, Faial, Açores, com 360 pp. – colaboração.
OUTROS EM COLABORAÇÃO: «Lendas da Moura SALÚQUIA», Março de 2005, com mais de duas dezenas de versões, uma Edição de “Moura Salúquia” AMCM, 250 pp., tem prefácio e colaboração de 10 versões da lenda e uma Décima;
A FAMÍLIA DOS RABAÇA – projecto em execução e estudo até 2010…
- Com os ascendentes e descendentes da Avó Encarnação Rabaça e Avô Manoel Paiva
os PAIVA RABAÇA – com origem em Manteigas – Serra da Estrela
(Pode ser pedido o livro em PDF ao autor: [email protected]
A ILHA A Ilha do Pessegueiro enca/o/ntada em redondILHAS
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LENDAS DE BEJA – O TOURO E A COBRA E OUTRAS LENDAS E MITOS JRG, com o deNómio de José Penedo, conta e/ou reconta Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras lendas e mitos – que se pode OUVER na voz do Povo e nas Letras das Estrelas. Em Word e PDF – 314 e 436 páginas – em estudo para tentar publicação em formato de papel a pedido… (Publicado em BUBOK – 2012)
Luciano Pinto Martinho – LUCIANO PAPELARIA – Rua Quinta do Paço, 2 – Loja 8 – 2845-129 CRUZ DE PAU – Tel e Fax 212241099
Uma transliteração de José Rabaça Gaspar, a comemorar os 500 anos de 4 de Março de 1514 – 4 de Março de 2014 – um legado para as gerações futuras… Corroios, 1 de Junho de 2013. Passo a passo, letra a letra, palavra a palavra, frase a frase, cada pessoa pode encontrar os dados base para fazer a sua leitura deste documento com mais de 500 anos e, possivelmente, tirar ensinamentos para o presente e para o futuro... Nota - A encomenda deste livro em formato papel, poderá, em princípio, necessitar de uma licença expressa da fiel depositária deste documento, a Câmara Municipal de Manteigas, embora a finalidade deste trabalho seja essencialmente para promover a aprendizagem e a partilha do conhecimento... (Publicado em BUBOK – 2014)
José d’a MAR um deNómio de José Rabaça Gaspar
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BIO(BIBLIO)GRAFIA Nota: deNómios de José Rabaça Gaspar. (www.joraga.net ) Não são um pseudónimo nem um heterónimo (exclusivo de Pessoa) mas um neologismo inventado, um NOME (outro), anjo ou demónio, musa inspiradora, que escreve através do autor, o livro ou cada um dos poemas do autor.
José RABAÇA GASPAR – usando 1001 deNÓMIOS diversos... Professor de Língua e Literatura Portuguesa, já dispensado do Ensino Oficial, é de novo aluno. Nasceu na Serra da Estrela, Manteigas (1938), tirou o Curso Superior de Filosofia e Teologia, na Guarda, e exerceu a sua actividade, desde 1961 em várias localidades da Serra – Loriga, Gouveia, Covilhã e Ferro, passando depois pela Academia Militar, em Lisboa, antes de cumprir o Serviço Militar em Moçambique - Metanguala, Maúa e Nampula, (4 anos) tendo passado algum tempo em Angola - Luanda e Benguela. Frequentou depois, em Paris, um Curso intensivo de Animação Cultural, para os Povos em Desenvolvimento e Alfabetização, com Paulo Freire, e esteve, 4 anos, nos Serviços de Apoio aos Emigrantes Portugueses na Alemanha onde frequentou Cursos de Alemão e leccionou Português. De regresso a Portugal, em 1975, esteve primeiro a trabalhar nas Cooperativas Agrícolas como trabalhador agrícola, na Alfabetização e Animação Cultural tendo ingressado no ensino Oficial em 1976. Leccionou em Rio Maior, Setúbal, Caldas da Rainha e cerca de 20 anos em Beja, Alentejo, procurando levar os alunos a aprender o melhor da Língua e da Literatura Portuguesa, a partir das suas raízes culturais. A Poesia Popular, as Canções, o Contos, as Lendas, os Provérbios e os usos e costumes, bem como a maneira característica de FALAR (saudações, nomes, alcunhas, expressões regionais...) serviam, normalmente, de base para aprender toda a gramática e “riqueza” da Língua e da Literatura. Com mais de 20.000 páginas de Recolhas e Textos dispersos por mais de 200 obras alguma das quais podem ser consultadas em http://www.joraga.net – um ESPAÇO na NET – aminhaTEIAnaREDE... desde 09.2002. PUBLICAÇÕES
2008 – Participação em três Antologias da ABRALI, Junho d 2008: - VIDE VERSOS – Poesia em Liberdade; - NAVEGANTES DAS LETRAS – Antologia Literária Internacional; – POEGRAPHIA - Antologia Poética Internacional; … Poema, «…de noite ouvindo as estrelas, declamado por Celso Brasil. Em preparação, Outubro, Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras Lendas & Mitos… Para a Alma Alentejana – IPSS – colaboração no boletim e proposta de criação do núcleo animAlentejo e AlentejoemRede, junho – XIV Congresso – Alentejo XXI – Julho… Reestruturação em MOODLE das principais Páginas de joraga.net, em
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MOODLE, para uma maior interactividade, como: – eAlentejo – Alice Galeria - e A Minha Teia na Rede – Família dos Rabaça e todos os outros… Livro da FAMÍLIA dos RABAÇA – em estudo para imptimir…
2007 – Participação na USALMA, Universidade Sénior de Almada, no Plano e execução da Área de Estudos sobre o Alentejo – propostas de trabalho e palestras mensais…e criação em MOODLE do eAlentejo… – Para UNISSEIXAL (Universidade Sénior do Seixal e Casa do Educador) o livro mágico sobre o Alentejo que pode ver em resumo no YouTube… e pedir para ver completo, com diaporama sobre o Alentejo. – Centenário do Pai Elísio – 2007.08.09.
2006 – Junho – GRITOS NA SOLIDÃO – Décimas de Inocêncio de Brito, um Poeta Popular de S. Matias, Beja, um Mestre ignorado e esquecido! – José Rabaça Gaspar (coord.) Cremilde de Brito, Manuel de Sousa Aleixo – in www.e-libro.net – Centenário da Mãe Prazeres – 2006.12.15.
2006 – Março – MANTEIGAS – uma Terra na Serra enoVELADA em LENDAS, por Hermes do Zêzere (no prelo, na e-libro)
2005 – Novembro – O PASTOR – LENDAS do Pastor dos Hermínios, por Viriato dos Hermínios, in www.e-libro.net
2005 – Março - "Que modas? ...que modos? (actas do 1º. Congresso do Cante Alentejano em Nov. de 1997)", edição de FaialAlentejo, Horta, Faial, Açores – colaboração com resumo da comunicação apresentada e participação em debates.
2005 – Março – OS LOBOS DE MANIAMBA – Edição da Cart2326, recolha de dados, organização, plano, digitalização e apresentação.
2005 – Março – Lendas de Moura, edição de “Moura Salúquia” AMCM* – Prefácio, colaboração e apresentação. -*Associação das Mulheres do Concelho de Moura
2005 – Março – NOMINALIA, com o deNómio de Herminia Herminii, in www.e-libro.net
2004 – Setembro – ALFÁTIMA, com o deNómio de José da Serra do Vale do Zêzere, in www.e-libro.net
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2004 – Maio – A MOURA, com o deNómio de José Penedo de Moura, in www.e-libro.net
2004 – Abril – O Canto do CANTE – DEIXAS – as DÉCIMAS e os Poetas Populares, colaboração regular, no Jornal “Há Tanta Ideia Perdida” da Confraria do Pão, Alentejo, Alandroal, Terena…
2004 – Fevereiro – A SERPE, com o deNómio de José Penedo de Serpa, in www.e-libro.net
2003 – A GUERRA68/70 – LOBOS DE MANIAMBA – Memórias da Guerra Colonial da CART 2326 – Moçambique 1968/1970. (ver tb. in www.joraga.net com o Cancioneiro do Niassa e Canções de Guerra contra a Guerra...)
2003 – Dezembro A COBRA, com o deNómio de José Penedo, in www.e-libro.net
2003 – Outubro – A FEIRA, com o deNómio de José Penedo de Castro, in www.e-libro.net (ver em Poesia e Vanguardia)
2003 – Julho – A ILHA, com o deNómio de José D’A MAR, in www.e-libro.net (ver em Poesia e Vanguardia).
2003 – Maio – A MAR, com o deNómio de José D’A MAR, in www.e-libro.net (ver em Poesia e Vanguardia).
2003 – Fevereiro – Mértola – As Vozes do Silêncio – in www.joraga.net - Alentejo – Mértola...
2002 – Lenda/s do Pastor da Serra da Estrela (5 EXEMPLARES impressão e encadernação manual)
2002 - LENDA/s de ALFÁTIMA (5 EXEMPLARES impressão e encadernação manual)
2001 – Ceifeiro e Mil e Uma Noites - Grito do Índio, A LENDA do Pastor da Serra da Estrela, e NOMINALIA (5 EXEMPLARES impressão e encadernação manual)
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2000 – Dezembro – in Revista Arquivo de Beja – Vol. XV, série III - PRESÉPIO - AUTO DE NATAL de S. Matias, Beja
1999 – Dezembro – in Revista Arquivo de Beja – Vol. XII, série III – Décimas de Inocêncio de Brito – GRITOS NA SOLDÃO.
1998 – Agosto – in Revista Arquivo de Beja – Vol. VII e VIII, série III – DÉCIMAS – Uma Linguagem Comum Ibero Americana
1997.01 – 1996.12 – SERPA enCANTADA EM LENDAS – Serpa Antiga – separata de SERPA INFORMAÇÃO, 4º série, n.º 17 (12.000 exemplares).
1997 - Dezembro – in Revista Arquivo de Beja – Vol. VI, série III – MOURA - 10 LENDAS - UMA LENDA – A Moura Amor A Morte - A Magia ou a Utopia da Convivência (im)possível.
1996 - Dezembro – in Revista Arquivo de Beja – Vol. II e III, série III – INSTITUTO ALENTEJANO DE CULTURA (IAC/D).
1996 – Setembro – AUTO DA VISITAÇÃO (DO VAQUEIRO) -NATAL NA ESCOLA OU A MAGIA DE TUDO RENOVAR – proposta de várias re/cr(i)eações. Ed. Da Escola Secundária João de Barros, Corroios, (50 exemplares impressão e encadernação manual).
1996 - Abril – in Revista Arquivo de Beja – Vol. I, série III – A/s LENDA/s do TOURO E DA COBRA – Uma lenda de Beja?
1995 Abril / Maio - A/s FEIRA/s – A FEIRA DE CASTRO EM VÃS REDONDILHAS – Brochura policopiada, (500 exemplares) ed. Escola Secundária João de Barros, Corroios e Junta de Freguesia de Corroios.
1995 Abril / Maio – ILHA DO PESSEGUEIRO – A/s LENDA/s enCoANTADAS em redondILHAS – Edição policopiada (100 exemplares) Junta de Freguesia de Corroios.
1995 – Março / Dezembro in LER EDUCAÇÃO Nºs 17/18 – Revista da Escola Superior de Educação de Beja – A LITERATURA (CULTURA TRADICIONAL) e o Desenvolvimento e a urgente criação de um INSTITUTO ALENTEJANO DE CULTURA /DESENVOLVIMENTO.
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1994 – Abril e Maio O CANTO DO CANTE – in Jornal Terras do Cante Ano I, 1ª série, Nº 2 e Nº 3, Alcáçovas, Évora.
1987 (1989) – POETAS POPULARES DO CONCELHO DE BEJA – introdução, selecção, Anexos e Estudo final, arranjo gráfico, paginação e trabalho em processador de texto – Editora Câmara Municipal de Beja – Concelhia DGAEE (Direcção-Geral de Apoio e Extensão Educativa, Beja, 1987.
1985/87 – Outubro, Évora – A Linguística e a Análise Literária como contributo para o Desenvolvimento do Alentejo – in ACTAS do I CONGRESSO SOBRE O ALENTEJO, III volume, pp. 1127 - 1131
1980/85 - Professor na Escola Secundária Nº 1 de Beja (antes Liceu de Beja e depois Diogo de Gouveia), com trabalhos desenvolvidos na actualização de Autos de Gil Vicente e recolhas de Contos e Lendas, Décimas e Literatura Popular...
1979/80 - Professor na Escola Secundária de Caldas da Rainha, com trabalhos de recolhas e jornalismo...
1976/79 - Professor na Escola Secundária de rio Maior com trabalhos sobre as cheias do Ribatejo e minas de Sal-gema...
1975/76 - Trabalho de Alfabetização em Cooperativas Agrícolas – AZAGRO – Torre Bela, Aveiras, Azambuja... Uma brochura de 36 páginas sobre a Torre Bela e Cooperativas AZAGRO e uma dezena de volumes com estudos, notas e recolhas…
1972/75 - Na Alemanha, Mainz, Frankfurt, Darmstadt... trabalho com emigrantes, jornais e opúsculos, como as canções de protesto. Frequência de Cursos/s de Alemão na Universidade de Mainz e Trier e em Boppard, no Ghöte Institut, apontamentos e notas e apresentações em Slide Show e ilustradas com postais; Lecionar Cursos de Português para estrangeiros no INLINGUA, Frankfurt e Wiesbaden.
1971 Set. Out. Nov. – Curso no INOEDEP, em Paris. Evangelização e Desenvolvimento – Notas do Curso no INODOEP – Paris, Cadernos, notas e rascunhos – INOEDEP, Av. Reille, Paris, com José Luzia, José Alberto, Luís Osório e um grupo de brasileiros…
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1971.08 - Alemanha, Mainz, férias de trabalho com emigrantes portugueses. A oportunidade de ter uma visão privilegiada dos emigrantes portugueses…
1970/71 - Trabalhos em Nampula, no Bairro Muhala, Diocese com D. Manuel Vieira Pinto, Colégio Vasco da Gama e Missão de S. Pedro e Anchilo. Centenas de apontamentos e notas para cursos e celebrações nas escolas das Missões dos Redentoristas, folheto da paróquia em construção no bairro de negros, a construção da Palhota (Igreja, Escola e sala de reuniões e Festas…)
1967/70 - Academia Militar em Lisboa, Serra do Pilar em Vila Nova d Gaia, Porto e Viana do Castelo e dois anos mais um em África, responsável pelo Jornal do Batalhão de Artilharia 2838, em Metangula, Maúa e Nampula, «Os LOBOS»... (1967.10) Discurso de um Comandante de Companhia, no final do 1º Curso para Capelães Militares, na Academia Militar, Gomes Freire, Lisboa; (1968/70) Em África – OS LOBOS - Jornal do Batalhão – BART 2838 11 números do Jornal do Batalhão e centenas de folhas em stencil... (1968/70) volume - ÁFRICA I – Moçambique – Em Missão na Guerra, (1970/72) volume ÁFRICA II – A OUTRA Guerra – em Missão Missionária; ÁFRICA III – Cartas e Memórias Cartas Fotos de uma Paixão que foi Amor impossível...; 1968 realizado em 1994) MEMÓRIAS DE GUERRA – CART 2325 – 68 MOÇAMBIQUE 70 – com José Ribeiro Portilha e (Missa sobre o Mundo de uma Guerra em África, Miandica 1 de Abril de 1968 e CANCIONEIRO DO NIASSA);
1961/67 - Trabalhos desenvolvidos em Loriga; Gouveia, nos Jornais locais; Covilhã, no Jornal Notícias da Covilhã; no Ferro, criando uma página separata do Ferro, no Notícias da Covilhã. (1961/68 já na vida activa) Estudos sobre a Bíblia, Teologia e as Notas sobre Pastoral, cadernos e fichas de trabalho; (1964) Estudos e notas sobre os Cursos de Cristandade, intervenção com apoio de Padre Atanásio no Fundão; (1964/66) Notas e missivas de um Chefe Regional de toda a Diocese da Guarda, para os Exploradores, nos tempos de Coadjutor do Padre José de Andrade na Covilhã; (1965) Criação de Veladas de Armas para Escuteiros... Lobitos – Exploradores – Caminheiros... na Covilhã e em Barco… Criação de um texto para O CAMINHO DA CRUZ, prosa poética para uma dramatização, por José Simão de Cirene, revisto em 1991; (1966) Palestras para Jovens da JAC, no Ferro e Minas da Panasqueira;
1954/61 – Desde o Curso de Filosofia e Teologia, Seminário Maior da Guarda, imensos trabalhos publicados em órgãos Regionais e da Escola e muitos
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preparados para publicação: (1954/57) Cadernos de Escutismo e Guia de Patrulha; Fichas e cadernos de trabalhos; (1957 Verão) Relato de uma Viagem pela Europa, até Inglaterra – Jamboree Internacional de 1957; (1958) Colaboração no Jornal Ecos de Manteigas, Director, Dr. José Esteves Gaspar de Carvalho; (1958/59) Colaboração na VITA PLENA, Revista do Seminário Maior da Guarda, coord. de José Bernardino Duarte; (1960) Tradução de um Livro inglês sobre Escutismo, como treino da língua e registo de ideias; FALO para COMUNICAR a SOLIDÃO… que se estende até 1988…
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JORAGA
trabalho acabado de escrever e realizar em WinWord
C 486-66 - hp Desk Jet 550C para complementar com ilustrações e estudo dos signos -
símbolos... por @ JORAGA
Penedo Gordo, Beja 1994/95
Amora 1995/96. Buenos Aires - e-libro – 2003 08
Associação Cultural “O Outro Lado” – 2017 11 Almada – 21ª Mostra de Teatro – 2017 11