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7/26/2019 José Serra - 10 Diretrizes da nova PEB.doc http://slidepdf.com/reader/full/jose-serra-10-diretrizes-da-nova-pebdoc 1/3 10 Diretrizes da “Nova Política Externa Brasileira” de José Serra. 1. Refletir de modo transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade  brasileira e os interesses da sua economia, a serviço do Brasil como um todo, e não mais das conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no exterior. A ! ser" regida pelos valores do !stado e da #ação, não do governo e $amais de um partido. #ão romper" com as boas tradiç%es do &tamarat', mas colocar" estas tradiç%es em uso ainda muito mel(or. ). Atentos * defesa dos +ireitos umanos, das liberdades e da democracia em -ual-uer  país e -ual-uer regime político, em consonncia com as obrigaç%es assumidas em tratados internacionais e tamb/m em respeito ao princípio da não ingerência. 0. Brasil assumir" a especial responsabilidade -ue l(e cabe em mat/ria ambiental como detentor na Ama23nia da maior floresta tropical do mundo, de uma das principais reservas de "gua doce e de biodiversidade do planeta, assim como de matri2 energ/tica limpa e renov"vel, a fim de desempen(ar papel proativo e pioneiro nas negociaç%es sobre as mudanças do clima e desenvolvimento sustent"vel. 4e fi2ermos bem a lição de casa, poderemos receber recursos caudalosos de entidades internacionais interessadas em nos a$udar a preservar as florestas e reservas de "gua e biodiversidade do planeta, uma ve2 -ue o Brasil fa2 a diferença nessa mat/ria. 5. #a #6 e em todos os fóruns regionais e globais a -ue pertence, o governo brasileiro desenvolver" aç%es construtivas em favor de soluç%es pacíficas e negociadas para os conflitos internacionais e de uma ade-uação de suas estruturas *s novas realidades e desafios internacionais, ao mesmo tempo em -ue se empen(ar" para a superação dos fatores desencadeadores das fre-7entes crises financeiras e da recente tendência * desaceleração do com/rcio mundial. 8. Brasil não mais restringir" sua liberdade e latitude de iniciativa, por uma adesão exclusiva e paralisadora aos esforços multilaterais do mbito da 9:, como aconteceu desde a d/cada passada, em detrimento dos interesses do aís. #ão (" duvida de -ue as negociaç%es multilaterais da 9: são as ;nicas -ue poderiam corrigir as distorç%es sistêmicas relevantes, como as -ue afetam o com/rcio de produtos agrícolas. 9as essas negociaç%es, infeli2mente, não vêm prosperando com a celeridade e a relevncia necess"rias, e o Brasil, agarrado a elas, não vem prosperando com a celeridade e a relevncia necess"rias. 9anteve<se * margem da multiplicação da acordos bilaterais de com/rcio. multilateralismo -ue não aconteceu pre$udicou o bilateralismo -ue aconteceu em todo o mundo. =. &nício $unto ao 9+&: e com a :A9!>, em intensa consulta com os setores  produtivos, a acelerado processo de negociaç%es comerciais para abrir mercados para as exportaç%es, utili2ando pragmaticamente a vantagem do acesso a nosso grande mercado interno como instrumento de obtenção de concess%es negociadas na base da reciprocidade e-uilibrada. #ada seria mais e-uivocados nesta fase do desenvolvimento  brasileiro -ue fa2er concess%es sem reciprocidade. ?. 6m dos principais focos da ação diplom"tica em curto pra2o ser" a parceria com a argentina com a -ual passamos a compartil(ar referências semel(antes para a reorgani2ação da política e da economia. @unto com os demais parceiros precisamos

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10 Diretrizes da “Nova Política Externa Brasileira” de José Serra.

1. Refletir de modo transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses da sua economia, a serviço do Brasil como um todo, e não maisdas conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no

exterior. A ! ser" regida pelos valores do !stado e da #ação, não do governo e $amaisde um partido. #ão romper" com as boas tradiç%es do &tamarat', mas colocar" estastradiç%es em uso ainda muito mel(or.

). Atentos * defesa dos +ireitos umanos, das liberdades e da democracia em -ual-uer país e -ual-uer regime político, em consonncia com as obrigaç%es assumidas emtratados internacionais e tamb/m em respeito ao princípio da não ingerência.

0. Brasil assumir" a especial responsabilidade -ue l(e cabe em mat/ria ambientalcomo detentor na Ama23nia da maior floresta tropical do mundo, de uma das principaisreservas de "gua doce e de biodiversidade do planeta, assim como de matri2 energ/tica

limpa e renov"vel, a fim de desempen(ar papel proativo e pioneiro nas negociaç%essobre as mudanças do clima e desenvolvimento sustent"vel. 4e fi2ermos bem a lição decasa, poderemos receber recursos caudalosos de entidades internacionais interessadasem nos a$udar a preservar as florestas e reservas de "gua e biodiversidade do planeta,uma ve2 -ue o Brasil fa2 a diferença nessa mat/ria.

5. #a #6 e em todos os fóruns regionais e globais a -ue pertence, o governo brasileirodesenvolver" aç%es construtivas em favor de soluç%es pacíficas e negociadas para osconflitos internacionais e de uma ade-uação de suas estruturas *s novas realidades edesafios internacionais, ao mesmo tempo em -ue se empen(ar" para a superação dosfatores desencadeadores das fre-7entes crises financeiras e da recente tendência *desaceleração do com/rcio mundial.

8. Brasil não mais restringir" sua liberdade e latitude de iniciativa, por uma adesãoexclusiva e paralisadora aos esforços multilaterais do mbito da 9:, como aconteceudesde a d/cada passada, em detrimento dos interesses do aís. #ão (" duvida de -ue asnegociaç%es multilaterais da 9: são as ;nicas -ue poderiam corrigir as distorç%essistêmicas relevantes, como as -ue afetam o com/rcio de produtos agrícolas. 9as essasnegociaç%es, infeli2mente, não vêm prosperando com a celeridade e a relevncianecess"rias, e o Brasil, agarrado a elas, não vem prosperando com a celeridade e arelevncia necess"rias. 9anteve<se * margem da multiplicação da acordos bilaterais de

com/rcio. multilateralismo -ue não aconteceu pre$udicou o bilateralismo -ueaconteceu em todo o mundo.

=. &nício $unto ao 9+&: e com a :A9!>, em intensa consulta com os setores produtivos, a acelerado processo de negociaç%es comerciais para abrir mercados para asexportaç%es, utili2ando pragmaticamente a vantagem do acesso a nosso grande mercadointerno como instrumento de obtenção de concess%es negociadas na base dareciprocidade e-uilibrada. #ada seria mais e-uivocados nesta fase do desenvolvimento

 brasileiro -ue fa2er concess%es sem reciprocidade.

?. 6m dos principais focos da ação diplom"tica em curto pra2o ser" a parceria com a

argentina com a -ual passamos a compartil(ar referências semel(antes para areorgani2ação da política e da economia. @unto com os demais parceiros precisamos

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renovar o 9!R:46, corrigir o -ue precisa ser corrigido para fortalecê<lo, antes demais nada, -uanto ao próprio livre comercio entre os países membros, -ue ainda deixa adese$ar. ! de promover uma prosperidade compartil(ada, continuando a construir

 pontes, em ve2 de aprofundar diferenças, em relação * Aliança para o acífico, -ueenvolve :(ile peru e :ol3mbia, mais o 9/xico. !m relação ao 9/xico ser" priorit"rio

aproveitar plenamente o enorme potencial de complementaridade entre nossaseconomias e (o$e das nossas vis%es internacionais.

. Ampliar intercambio com parceiros tradicionais, como !uropa, !6A e @apão. A trocade ofertas entre 9!R:46 e 6! ser" o ponto de partida para avançar na conclusão deum acordo comercial -ue promova maior expansão do comercio e de investimentosrecíprocos, sem pre$uí2o aos legítimos interesses de diversos setores produtivos

 brasileiros. !xaminar as ofertas. :om !6A confiamos em soluç%es pr"ticas e de curto pra2o para a remoção de barreiras não tarif"rias e de regulação -ue entorpecem ointercmbio, -ue são no mundo de (o$e as essenciais. :om os !6A daremos ênfase *simensas possibilidades de cooperação em energia, meio ambiente, ciência, tecnologia e

educação.

C. 4er" priorit"ria a relação com parceiros novos da Dsia. !m particular a :(ina, estegrande fen3meno econ3mico do s/culo >>&, e a Endia. !staremos empen(ados ematuali2ar o intercmbio com Dfrica, o grande vi2in(o do outro lado do Atlntico. #ão

 pode essa relação restringir<se, como se pretendeu, * laços fraternos do passado e *correspondências culturais, mas sobretudo for$ar parcerias concretas no presente e parao futuro. Ao contr"rio do -ue se procurou difundir entre nós, a Dfrica moderna não pedecompaixão, mas espera um efetivo intercmbio econ3mico, tecnológico e deinvestimentos. #esse sentido, a solidariedade estreita e pragm"tica com os países do suldo planeta terra continuar" a ser uma diretri2 essencial da diplomacia brasileira, mas aestrat/gia sul<sul correta, não a -ue c(egou a ser praticada com finalidades publicit"rias,escassos benefícios econ3micos e grandes investimentos diplom"ticos. s diferenteseixos de relação do Brasil com o mundo não são contraditórios nem excludentes,sobretudo dado o taman(o da nação. 6m país do taman(o do Brasil não escol(e ourepele parcerias, busca<as, todas com intensidade, inspirado no seu interesse nacional.Famos tamb/m aproveitar as oportunidades oferecidas pelos foros inter<regionais comoutros países em desenvolvimento, como o caso dos BR&:4, para acelerar intercmbioscomerciais, investimentos e compartil(amento de experiências. ! com sentido de

 pragmatismo daremos atenção aos mecanismos de articulação, al/m da Dfrica, com os países "rabes.

1G. #as políticas de comercio exterior o governo ter" sempre presente a advertência -uevem da boa an"lise econ3mica, -ue nunca dever" ser es-uecida, apoiada em ampla esólida consulta com os setores produtivos. H ilusório supor -ue acordos de livrecom/rcio signifi-uem necessariamente a ampliação autom"tica e sustentada dasexportaç%es. 4ó (" um fator -ue garante esse aumento de forma duradouraI o aumentoconstante da produtividade e da competitividade. +aí a ênfase -ue ser" dada * reduçãodo custo Brasil, mediante a eliminação das distorç%es tribut"rias -ue encarecem asvendas ao exterior e a ampliação e moderni2am da infra<estrutura, por meio de parceriascom o setor privado, nacional e internacional. esforço de atração de investimentosestrangeiros ser" multiplicado.

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11. :olaborando com os minist/rios da $ustiça, da defesa e da fa2enda, com relação *receita federal, a proteção das fronteiras, o lugar geom/trico do desenvolvimento docrime organi2ado no Brasil. Jue se alimenta do contrabando de armas e mercadorias, edo tr"fico de drogas. !m especial nos empen(aremos em mobili2ar a cooperação dos

 países vi2in(os para uma ação con$unta contra essas pr"ticas criminosas.