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Joseph Mengele, o "Anjo da Morte", morre no Brasil O doutor Josef Mengele, o infame médico nazista que realizou terríveis experiências médicas no campo de extermínio de Auschwitz, morreu de ataque cardíaco no Brasil em 7 de fevereiro de 1979 enquanto nadava, embora seu corpo só tenha sido identificado em 1985. Mengele nasceu em 16 de março de 1911, em Gunzburg, Alemanha. Seu pai fundou a Karl Mengele & Sohne, uma fábrica que produzia equipamentos agrícolas na Bavária. No colégio, Mengele estudou inicialmente filosofia, imbuindo-se das teorias racistas de Alfred Rosenberg, que defendiam a inata superioridade moral e intelectual dos arianos. Posteriormente, graduou-se médico na Universidade de Frankfurt. Logo em seguida alistou-se na SA (Sturm Abteilung – Divisão de Assalto), a força paramilitar do Partido Nazista. Mengele estava tão entusiasmado com o nazismo que em 1934, aos 23 anos, juntou-se à equipe de pesquisa do Instituto Nazista de Biologia Hereditária e Higiene Racial.

Joseph Mengele

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Page 1: Joseph Mengele

Joseph Mengele, o "Anjo da Morte", morre no BrasilO doutor Josef Mengele, o infame médico nazista que realizou terríveis

experiências médicas no campo de extermínio de Auschwitz, morreu de ataque

cardíaco no Brasil em 7 de fevereiro de 1979 enquanto nadava, embora seu corpo

só tenha sido identificado em 1985.

Mengele nasceu em 16 de março de 1911, em Gunzburg, Alemanha. Seu pai

fundou a Karl Mengele & Sohne, uma fábrica que produzia equipamentos agrícolas

na Bavária. No colégio, Mengele estudou inicialmente filosofia, imbuindo-se das

teorias racistas de Alfred Rosenberg, que defendiam a inata superioridade moral e

intelectual dos arianos.

Posteriormente, graduou-se médico na Universidade de Frankfurt. Logo em

seguida alistou-se na SA (Sturm Abteilung – Divisão de Assalto), a força

paramilitar do Partido Nazista. Mengele estava tão entusiasmado com o nazismo

que em 1934, aos 23 anos, juntou-se à equipe de pesquisa do Instituto Nazista de

Biologia Hereditária e Higiene Racial.

Mengele, o primeiro da direita para esquerda

Page 2: Joseph Mengele

Segunda Guerra

Quando irrompeu a Segunda Guerra, Mengele era o médico oficial junto a SS

(Schutzstaffel – Tropa de Proteção), esquadrão de elite de proteção de Hitler que

mais tarde emergiu como força policial secreta que desencadeou campanhas de

terror em nome do nazismo. Em 1943, Mengele foi designado para uma posição

que o marcou com a infâmia bem-merecida de “O Anjo da Morte”. O chefe da SS,

Heinrich Himmler, nomeou Mengele como o doutor chefe do campo de extermínio

de Auschwitz na Polônia.

Mengele, com suas características luvas brancas, supervisionava a triagem dos

prisioneiros que chegavam ao campo de Auschwitz para mandá-los a um imediato

extermínio ou para trabalhos torturantes, gritando “direita” ou “esquerda”

determinando o destino de cada um. Ansioso por fazer avançar sua carreira

médica, publicando algum trabalho "inovador", começou então a fazer experiências

com prisioneiros judeus ainda vivos.

A guisa de “tratamento” médico, Mengele injetava ou ordenava que se injetasse

em milhares de internos substâncias as mais diversas, do petróleo ao clorofórmio,

a fim de estudar seus efeitos químicos. Entre outras atrocidades, arrancava os

olhos de cadáveres de ciganos para estudar sua pigmentação e levava a efeito

incontáveis estudos e experiências horripilantes com gêmeos.

Leia mais:

1942: Cúpula nazista decide exterminar os judeus

1935: Adolf Hitler promulga leis de perseguição aos judeus

1945: Exército Vermelho liberta campo de concentração de Auschwitz

1925: Sete meses depois de sair da prisão, Hitler publica "Mein Kampf"

1944: Grupo de 800 crianças ciganas é eliminado no campo de Buchenwald

Fuga de Mengele

Mengele tratou de escapar da prisão depois do fim da Guerra, inicialmente

trabalhando como empregado agrícola na Bavária, depois se mudando para a

América do Sul. Tornou-se cidadão paraguaio em 1959. Mudou-se mais tarde para

o Brasil onde se encontrou com outro ex-membro do partido nazista, Wolfgang

Gerhard.

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Wikipedia

A casa onde Mengele viveu no Paraguai

Em 1985, uma equipe multinacional de peritos forenses viajou ao Brasil em busca de Mengele. Chegaram à conclusão que um homem chamado Gerhard, que havia morrido em 1979 de infarto enquanto nadava, era na verdade Mengele. Registros das arcadas dentárias revelaram que Mengele havia assumido a identidade de Gerhard e era ele mesmo a vítima do ataque cardíaco, fatos estes confirmados por investigações da polícia de São Paulo.

Um relato ficcional da vida de Mengele após a Guerra foi descrito no filme Os Meninos do Brasil (1978), com Mengele sendo interpretado por Gregory Peck e elenco principal formado por Laurence Olivier, James Mason e Lilli Palmer.

Cúpula nazista decide exterminar os judeus

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Em 20 de janeiro de 1942, a convite de Reinhard Heydrich, chefe da Polícia de

Segurança (Sicherheitspolizei) e do Serviço de Segurança (Sicherheitsdienst - SD)

da Alemanha nazista, uma reunião entre representantes da SS, do Partido

Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e de vários ministérios

do Reich tratou da “solução final da questão judaica” (“Endlösung der Judenfrage”).

Page 4: Joseph Mengele

A discussão centrou-se no objetivo de expulsão dos judeus de todas as esferas da

vida do povo alemão.

O encontro aconteceu ao meio-dia na sala de jantar do palacete de Wannsee (à

beira do lago Wann), nos arredores de Berlim, e durou cerca de 90 minutos.

Foram discutidas medidas a tomar e o conceito de 'deportação' dos judeus para o

Leste Europeu foi alterado para "trabalho apropriado no curso do qual sem dúvida

uma grande porção será eliminada por causas naturais" e o "resto final será...

tratado de forma apropriada, porque, se libertado, iria agir como semente de uma

nova restauração judaica".

Heydrich tinha como objetivo o reconhecimento do seu próprio papel de liderança

nas deportações, bem como o envolvimento de ministérios e membros do Partido

importantes nas preparações para o assassinato dos judeus. Ao mesmo tempo,

deveriam ser resolvidos os conflitos das administrações de ocupação alemãs civis

na Polônia e nos territórios do Báltico e Leste Europeu (“Ostland”) com os líderes

da SS.

Os participantes fizeram propostas e levantaram objeções em nome dos

organismos a que pertenciam, mas em geral mostraram-se dispostos a colaborar.

Antes, em julho de 1941, Herman Goering, agindo sob instruções de Hitler, já

ordenara que Heydrich e Heinrich Himmler - na altura o número dois do regime -

apresentassem “tão logo quanto possível, um plano geral elencando as medidas

administrativas, materiais e financeiras necessárias que levassem à desejada

solução final da questão judaica”.

Heydrich convocou então Adolf Eichmann, chefe do Escritório Central da

Emigração Judaica, e 15 outros altos funcionários de diversos ministérios e

organizações nazistas para a reunião em Wannsee. A agenda tratou de um único

tema e se concentrou em elaborar um plano a fim de encontrar a “solução final”,

como Hitler havia exigido. Diversas propostas repulsivas e espantosas foram

abertamente discutidas, inclusive esterilização em massa e deportação para a ilha

de Madagascar.

Heydrich propôs simplesmente o transporte de judeus de todos os cantos da

Europa para campos de concentração na Polônia, onde encontrariam a morte.

Houve objeções a esta proposta, alegando-se que ela consumiria muito tempo. O

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que fazer com os que levassem mais tempo para morrer? O que fazer com os

milhões de judeus que ainda estavam na Polônia? Embora a expressão

“extermínio” não constasse das atas da reunião, a implicação estava implícita:

quem quer que resistisse às condições de um campo de trabalho forçado deveria

ser “tratado adequadamente”.

Meses mais tarde, as “caminhonetes de gás” com o componente Zyklon-B, em

Chelmno, na Polônia, mostraram-se ser a “solução” que estavam procurando – o

meio mais eficaz de matar grandes grupos de pessoas ao mesmo tempo. Os

fornos crematórios, que transformariam cadáveres em cinzas, acabariam por

completar a tarefa.

Todos os cuidados para manter sob sigilo o encontro de Wannsee foram adotados.

Não obstante, descoberta as atas da reunião forneceram provas decisivas durante

os Processos de Nurembergue.

Surgiu aí a expressão “Holocausto” que diz respeito à aniquilação de cerca de 6

milhões de judeus – dois terços da população judaica europeia anterior à Segunda

Guerra Mundial – que incluíam 4,5 milhões da Polônia, Ucrânia, Rússia e países

bálticos; 750 mil da Hungria e Romênia; 290 mil da Alemanha e Áustria; 105 mil

dos Países Baixos; 90 mil da França; 54 mil da Grécia.

O Holocausto foi único na História na prática do genocídio – a sistemática

destruição de um povo devido apenas à religião, raça, etnia, nacionalidade ou

preferência sexual – em escala jamais igualada. Além dos judeus, entre 9 e 10

milhões de pessoas – ciganos, eslavos, homossexuais e deficientes físicos – foram

exterminados.

Outros fatos marcantes da data:

07/02/1752: França censura publicação da "Enciclopédia"

07/02/1991: Aristide jura como primeiro presidente do Haiti eleito

democraticamente

07/02/1990: Partido Comunista da URSS abre mão da exclusividade do poder

político