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anos Informavo do mercado de trabalho paulista Estudo especial OS JOVENS DENTRO E FORA DO MERCADO DE TRABALHO A população jovem – aqui consideradas pessoas de 16 a 29 anos de idade – compõe 21% da popula- ção total brasileira, como também da paulista. Na análise das condições de avidade dos jovens, deve-se considerar os estudos – situação principal entre os mais jovens – e o trabalho. Tomando como referência essas duas avidades, há algumas combinações picas, como a de estudo e trabalho, estudo e desocupação, e estudo e subocupação por insuficiência de horas semanais trabalhadas. No Gráfico 1 pode-se observar, no estado de São Paulo, a proporção dos jovens de 16 a 20 anos, 21 a 24 anos e 25 a 29 anos nessas e em outras duas condições de avidade: apenas cuida dos afazeres doméscos e não estuda, nem trabalha, nem está desocupado, nem cuida dos afazeres doméscos. O que sobressai é a preponderância dos estudos para os mais jovens e a do trabalho para os demais. Entre os biênios 2012-2013 e 2017-2018, período que abrange a crise econômica, a parcela de jo- vens – em especial a dos mais jovens – diminuiu entre os que só trabalhavam e os que estavam fora da força de trabalho (só estudavam; só cuidavam dos afazeres doméscos; e os que não estavam em nenhuma dessas situações) e aumentou expressivamente entre os que estavam desocupados ou subocupados. Esses movimentos veram seus efeitos estendidos sobre as situações combinadas com os estudos. A desagregação dessa população em subgru- pos, permite dar destaque aos mais jovens – neste texto, aqueles com 16 a 20 anos de idade –, detentores das maiores taxas de de- socupação, devido às dificuldades históricas de inserção no mercado de trabalho, seja na obtenção do primeiro trabalho, ou por sua maior volalidade em uma ocupação. O Gráfico 2 trata apenas desses jovens, em cada uma das condições de avidade analisa- das, em cinco áreas geográficas: Brasil, estado de São Paulo (ESP), Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), estado de São Paulo sem a Região Metropolitana de São Paulo (ESP sem RMSP) e mu- nicípio de São Paulo (MSP). De modo geral, os diferenciais são maiores entre Brasil e estado de São Paulo do que entre as áreas do estado. No entanto, pode-se destacar a maior proporção de jovens de 16 a 20 anos, no Brasil, que só estudavam (30,3%), que estavam subocupados (6,8%) e só cuidavam dos afazeres doméscos (3,0%), e a menor proporção, junto com o município de São Paulo, dos que só trabalhavam (16,1%). No município de São Paulo, também se observam as maiores proporções de jovens que estudavam e estavam desocupados (13,6%) e dos que não estudavam, nem trabalhavam, nem cuidavam dos afazeres doméscos (7,2%), em contraposição à menor parcela dos que só cuidavam dos afazeres doméscos (1,1%). Na RMSP, ressalta-se a maior proporção de jovens que só estavam desocupados (13,2%) e, no estado sem a RMSP, a maior parcela dos que só trabalhavam (19,7%). Essas informações mostram a relevância das polícas públicas para a juventude, em especial aque- las voltadas para a educação e o mercado de trabalho. Imagem de Gerd Altmann por Pixabay Jovens de 16 a 20 anos Estado de São Paulo – 2017-2018 26,3% só estudavam 18,9% só trabalhavam 12,4% estavam desocupados

Jovens dentro e fora do mercado de trabalho · 2019. 10. 17. · OS JOVENS DENTRO E FORA DO MERCADO DE TRABALHO A população jovem – aqui consideradas pessoas de 16 a 29 anos de

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  • anos

    Informativo do mercado de trabalho paulista Estudo especial

    OS JOVENS DENTRO E FORA DO MERCADO DE TRABALHOA população jovem – aqui consideradas pessoas de 16 a 29 anos de idade – compõe 21% da popula-ção total brasileira, como também da paulista.

    Na análise das condições de atividade dos jovens, deve-se considerar os estudos – situação principal entre os mais jovens – e o trabalho. Tomando como referência essas duas atividades, há algumas combinações típicas, como a de estudo e trabalho, estudo e desocupação, e estudo e subocupação por insuficiência de horas semanais trabalhadas.

    No Gráfico 1 pode-se observar, no estado de São Paulo, a proporção dos jovens de 16 a 20 anos, 21 a 24 anos e 25 a 29 anos nessas e em outras duas condições de atividade: apenas cuida dos afazeres domésticos e não estuda, nem trabalha, nem está desocupado, nem cuida dos afazeres domésticos. O que sobressai é a preponderância dos estudos para os mais jovens e a do trabalho para os demais.

    Entre os biênios 2012-2013 e 2017-2018, período que abrange a crise econômica, a parcela de jo-vens – em especial a dos mais jovens – diminuiu entre os que só trabalhavam e os que estavam fora da força de trabalho (só estudavam; só cuidavam dos afazeres domésticos; e os que não estavam em nenhuma dessas situações) e aumentou expressivamente entre os que estavam desocupados ou subocupados. Esses movimentos tiveram seus efeitos estendidos sobre as situações combinadas com os estudos.

    A desagregação dessa população em subgru-pos, permite dar destaque aos mais jovens – neste texto, aqueles com 16 a 20 anos de idade –, detentores das maiores taxas de de-socupação, devido às dificuldades históricas de inserção no mercado de trabalho, seja na obtenção do primeiro trabalho, ou por sua maior volatilidade em uma ocupação.

    O Gráfico 2 trata apenas desses jovens, em cada uma das condições de atividade analisa-das, em cinco áreas geográficas: Brasil, estado de São Paulo (ESP), Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), estado de São Paulo sem a Região Metropolitana de São Paulo (ESP sem RMSP) e mu-nicípio de São Paulo (MSP).

    De modo geral, os diferenciais são maiores entre Brasil e estado de São Paulo do que entre as áreas do estado. No entanto, pode-se destacar a maior proporção de jovens de 16 a 20 anos, no Brasil, que só estudavam (30,3%), que estavam subocupados (6,8%) e só cuidavam dos afazeres domésticos (3,0%), e a menor proporção, junto com o município de São Paulo, dos que só trabalhavam (16,1%).

    No município de São Paulo, também se observam as maiores proporções de jovens que estudavam e estavam desocupados (13,6%) e dos que não estudavam, nem trabalhavam, nem cuidavam dos afazeres domésticos (7,2%), em contraposição à menor parcela dos que só cuidavam dos afazeres domésticos (1,1%). Na RMSP, ressalta-se a maior proporção de jovens que só estavam desocupados (13,2%) e, no estado sem a RMSP, a maior parcela dos que só trabalhavam (19,7%).

    Essas informações mostram a relevância das políticas públicas para a juventude, em especial aque-las voltadas para a educação e o mercado de trabalho.

    Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

    Jovens de 16 a 20 anosEstado de São Paulo – 2017-2018

    26,3% só estudavam18,9% só trabalhavam12,4% estavam desocupados

  • anos

    Informativo do mercado de trabalho paulista Estudo especial

    GRÁFICO 1JOVENS, POR CONDIÇÃO DE ATIVIDADE, SEGUNDO FAIXA ETÁRIAESTADO DE SÃO PAULO – 2012-2018

    Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua; Fundação Seade.(1) Subocupados por insuficiência de horas trabalhadas: pessoas que trabalharam menos de 40 horas semanais em um único trabalho ou no

    conjunto de todos os seus trabalhos, mas que gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais horas. Para o período 2012-2013 foram utilizadas as horas efetivamente trabalhadas e para 2017-2018, as horas habitualmente trabalhadas, devido a mudanças no questionário.

    16 a 20 anos

    21 a 24 anos

    25 a 29 anos

    Só trabalha Só estádesocupado

    Só estásubocupado

    (1)

    Estuda etrabalha

    Estuda e estádesocupado

    Estuda e estásubocupado

    (1)

    Só estuda Só cuida dosafazeres

    domésticos

    Não estuda,nem trabalha,

    nem cuidados afazeresdomésticos

    Em %

    25,0

    7,53,0

    18,5

    4,7 2,4

    27,5

    2,78,7

    18,912,4

    5,0

    14,611,0

    4,0

    26,3

    1,95,9

    Só trabalha Só estádesocupado

    Só estásubocupado

    (1)

    Estuda etrabalha

    Estuda e estádesocupado

    Estuda e estásubocupado

    (1)

    Só estuda Só cuida dosafazeres

    domésticos

    Não estuda,nem trabalha,

    nem cuidados afazeresdomésticos

    Em %

    54,5

    7,94,4

    14,5

    1,7 0,36,0 5,2 5,5

    47,2

    15,0

    5,5

    15,4

    3,4 0,55,3 3,3 4,2

    Só trabalha Só estádesocupado

    Só estásubocupado

    (1)

    Estuda etrabalha

    Estuda e estádesocupado

    Estuda e estásubocupado

    (1)

    Só estuda Só cuida dosafazeres

    domésticos

    Não estuda,nem trabalha,

    nem cuidados afazeresdomésticos

    Em %

    66,3

    6,9 4,18,1

    0,8 0,5 1,67,0 4,8

    62,8

    11,65,7 8,6

    1,4 0,2 1,54,6 3,6

    2012-13 2017-18

  • Informativo do mercado de trabalho paulista Estudo especial

    Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua; Fundação Seade.(1) Subocupados por insuficiência de horas trabalhadas: pessoas que trabalharam menos de 40 horas semanais em um único trabalho ou no

    conjunto de todos os seus trabalhos, mas que gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais horas. Para o período 2017-2018 foram utilizadas as horas habitualmente trabalhadas.

    GRÁFICO 2JOVENS DE 16 A 20 ANOS, POR CONDIÇÕES DE ATIVIDADEBRASIL, ESTADO DE SÃO PAULO, REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO SEM RMSP E MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – 2017-2018

    30,3

    13,8

    8,0

    6,0

    26,3

    14,6

    11,0

    4,0

    24,9

    14,9

    13,0

    3,5

    27,6

    14,4

    9,1

    4,4

    26,5

    14,6

    13,6

    3,5

    Só estuda

    Estuda e trabalha

    Estuda e está desocupado

    Estuda e está subocupado (1)

    16,1

    9,0

    6,8

    3,0

    7,0

    18,9

    12,4

    5,0

    1,9

    5,9

    18,0

    13,2

    4,8

    1,8

    5,8

    19,7

    11,7

    5,2

    2,0

    6,0

    16,1

    12,0

    5,2

    1,1

    7,2

    Só trabalha

    Só está desocupado

    Só está subocupado (1)

    Afazeres domésticos

    Não estuda,nem trabalha,

    nem cuida dos afazeresdomésticos

    Em %

    MSP

    RMSPESP sem RMSP

    ESPBrasil

    SEADEGovernador do Estado

    João DoriaVice-Governador do Estado

    Rodrigo GarciaSecretário de Governo

    Rodrigo Garcia

    Presidente do Conselho CuradorCarlos Antonio Luque

    Diretor ExecutivoDalmo Nogueira Filho

    Diretor-adjunto deMetodologia e Produção de Dados

    Carlos Eduardo Torres Freire

    Diretor-adjunto Administrativo e Financeiro

    Silvio Aleixo

    Chefe de GabineteSérgio Meirelles Carvalho