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Judicialização da saúde

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  • 1. Judicializao da Sade Acesso a medicamentos, terapias, incorporao de novas tecnologias e seus impactos na Gesto de Sade. Patrcia Nobre, Adv, MSc, PhD. INCQS/FIOCRUZ Email: [email protected]

2. Judicializao : conceito 3. Poder LegislativoPoder ExecutivoPoder Judicirio 4. Fatores sistema brasileiro de controle de constitucio nalidade redemocr atizao Constitucionaliz ao abrangente 5. Sistema brasileiro de controle de constitucionalidade ( hbrido) Europeu controle por ao direta, que permite que determinadas matrias sejam levadas em tese e imediatamente ao Supremo Tribunal FederalAmericano controle incidental e difuso, pelo qual qualquer juiz ou tribunal pode deixar de aplicar uma lei, em um caso concreto que lhe tenha sido submetido, caso a considere inconstitucionalAlm desses... direito de propositura amplo, previsto no art. 103, pelo qual inmeros rgos, bem como entidades pblicas e privadas as sociedades de classe de mbito nacional e as confederaes sindicais podem ajuizar aes diretas. Nesse cenrio, quase qualquer questo poltica ou moralmente relevante pode ser alada ao STF. 6. Critrios sugeridos ao julgador 1. verificar se existe poltica pblica que diga respeito prestao de sade pleiteada no caso concreto; 2. na hiptese de que no haja a poltica estatal especfica, o Judicirio deve considerar: (a) a existncia de vedao legal para o fornecimento do medicamento, ou seja, os juzes devem verificar se o medicamento possui registro na Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa); (b) a existncia de deciso do SUS de no fornecer o medicamento, expressa em Protocolos Clnicos e Diretrizes Teraputicas do Sistema nico de Sade (SUS) atualizados; (c) se o medicamento encontra-se em fase de testes clnicos na indstria farmacutica; (d) se o tratamento alternativo oferecido pelo sistema pblico adequado para o caso especfico do paciente; (e) se o Executivo comprovou que haveria grave leso ordem, economia, sade e segurana pblicas na hiptese de concesso da tutela jurisdicional pretendida pelo paciente. Nesse voto o Ministro Gilmar Mendes insiste em que nenhum dos parmetros apresentados irrecorrvel, mas que nas hipteses suscitadas imprescindvel que haja instruo processual, com ampla produo de provas, o que poder configurar-se um obstculo concesso de medida cautelar. Sueli Gandolfi Dallari R. Dir. sanit., So Paulo, v. 14, n. 1, p. 77-81, mar./jun. 2013 7. Via de regra... Juzes de primeira instncia acolhem opleito, com antecipao de tutela (obrigando o gestor de imediato ao cumprimento da demanda at o julgamento do mrito da ao.) Frequentemente o polo passivo contm mais de uma pessoa da administrao pblica; Diversas pesquisas apontam que mais de 50% dos frmacos solicitados constam da RENAME ou de relaes de algum dos diversos programas governamentais. 8. Dos produtos no relacionados... a) Produtos usados para fins diversos dosb) c) d) e)constantes em sua autorizao para comercializao (off-label) Produtos no constantes nas listas de programas oficiais Produtos no registrados no pas Produtos novos e ainda em estudo ... 9. Como o julgador se comporta em sede recursal? Recentemente algumas decises vem obrigandoo gestor a prover o servio, terapia, produto solicitado porm respeitando os programas governamentais, citando-se decises das Ministras Eliana Calmon (STJ) e Ellen Gracie (STF) no sentido de uma maior padronizao do acesso a sade. No entanto uma tendncia ainda tmida. 10. O qu os indicadores apontam? Falta de adoo de critrios do judicirio para concesso dos pleitos em sadeFalha do Poder Executivo em fornecer assistncia farmacutica, e o acesso a tratamentos e terapias de apoio de maneira sistemtica. 11. Consideraes Pluralidade de Programas Pactuao entre os entes federativos (quem d o qu, a quem e quem paga). Falta de poltica para doenas raras ou negligenciadas Patient advocacy groups Relao de suspeita com a corporao mdica e indstria farmacutica Quem tem maior conhecimento naturalmente busca maior proteo judicial 12. Como reduzir demandas judiciais? Informar o paciente dos diferentes protocolos e programas ao qual ele pode aderir! Procurar atend-lo administrativamente (ex. sistema de pedidos administrativos do Rio de Janeiro). Melhorar a gesto de compras e dispensao. Trabalhar com as associaes de pacientes de maneira aberta e voltada a negociao de solues conjuntas. No demonizar as aes judiciais pois elas so um direito constitucional e portanto estaro sempre presentes em algum grau! Procurar identificar as demandas regionais e locais e firmar acordos para sua soluo com outros gestores (use do seu poder discricionrio se for preciso adiantar as coisas antes de criar regies de sade, etc) 13. Bibliografia Barroso LR. Judicializao, Ativismo Judicial e Legitimidade Democrtica. In < http://www.conjur.com.br/2008-dez-22/judicializacao_ativismo_legitimidade_democratica > acesso em 19 de novembro de 2013Dallari SG. Aspectos particulares da chamada Judicializao da Sade R. Dir. sanit., So Paulo, v. 14, n. 1, p. 77-81, mar./jun. 2013 Medeiros M, Diniz D, Schwartz IVD. A tese da judicializao da sade pelas elites: os medicamentos para mucopolissacaridose. Cincia & Sade Coletiva, 18(4):1089-1098, 2013 Ramos KA, Ferreira, ASD. Anlise da demanda de medicamentos para usso off label por meio de aes judiciais na Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais. R. Dir. sanit., So Paulo, v. 14, n. 1, p. 98-121, mar./jun. 2013 SantAna JMB, Pepe VLE, Osorio-de-Castro CGS, Ventura M. Essencialidade e assistncia farmacutica: consideraes sobre o acesso a medicamentos mediante aes judiciais no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2011:29(2):13844. Sartori Jr, D et al. Judicializao do acesso ao tratamento de doenas genticas raras: a doena de Fabry no Rio Grande do Sul Cincia & Sade Coletiva, 17(10):2717-2728, 2012