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ÍNDICE

LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 4.827, DE 3 DE SETEMBRO DE 2003....................................15

DECRETO Nº 4.845, DE 24 DE SETEMBRO DE 2003...................................16

JURISPRUDÊNCIA

JULHO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Previdenciário

01 - Acumulação de benefício. RGPS. Regime Jurídico Único. Possibilidade. Contagemrecíproca...................................................................................................................1702 - Aposentadoria especial. Preenchimento de requisito. Idade mínima. Inexigibilidade.Correção monetária. Juros moratórios. Honorários. Advogado.......................................1703 - Aposentadoria especial. Professor. Necessidade. Totalidade. Tempo de serviço.Efetivo exercício. Magistério. Impossibilidade. Conversão..............................................1804 - Aposentadoria especial. Tempo de serviço. Atividade insalubre. Concessão. Benefícioprevidenciário. Termo inicial. Requerimento. Via administrativa.....................................1805 - Aposentadoria por idade. Autônomo. Requerimento. Via administrava. Contagem.Tempo de serviço. Descabimento. Cobrança. Juros de mora. Multa. Recolhimento.Contribuição previdenciária. Atraso..............................................................................1806 - Aposentadoria por idade. Complementação. Requisito. Idade. Período de carência.Vigência. CLPS. Direito adquirido. Aplicação da lei. Segurado. Desnecessidade.Simultaneidade. Preenchimento de requisito................................................................1807 - Aposentadoria por idade. Concessão. Atividade rural. Comprovação. Anterioridade.Requerimento. Admissibilidade. Início. Prova material. Documento. Nome. Parceiro.Complementação. Prova testemunhal..........................................................................1908 - Aposentadoria por idade. Concessão. Trabalhador rural. Pescador artesanal.Comprovação. Anterioridade. Requerimento. Início. Prova material. Complementação.Prova testemunha......................................................................................................1909 - Aposentadoria por idade. Relação de emprego. Parente. Preenchimento de requisito.Irrelevância. Diversidade. Período. Perda. Condição. Segurado......................................1910 - Aposentadoria por idade. Restabelecimento de benefício. Cabimento. Prova. Atividaderural. Possibilidade. Acumulação. Benefício previdenciário. RGPS. Regime estatutário......2011 - Aposentadoria por idade. Sentença. Justiça do Trabalho. Vinculação. INSS. Contagem.Tempo de serviço. Inocorrência. Prova documental. Reconhecimento. Atividade.Inexistência...............................................................................................................2012 - Aposentadoria por idade. Trabalhador rural. Bóia-fria. Requerimento. Viaadministrativa. Desnecessidade...................................................................................20

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13 - Aposentadoria por idade. Trabalhador rural. Preenchimento de requisito.Inocorrência. Prova. Comercialização. Produção. Inexistência........................................2014 - Aposentadoria por idade. Trabalhador rural. Prova. Exercício. Atividade agrícola.Custas.......................................................................................................................2015 - Aposentadoria por invalidez. Concessão. Comprovação. Incapacidade laborativapermanente. Atividade habitual. Idoso. Inferioridade. Escolaridade. Redução. Mercado detrabalho.....................................................................................................................2116 - Aposentadoria por invalidez. Concessão. Erro administrativo. Trabalhador rural.Arrimo de família. Conversão. Renda mensal vitalícia....................................................2117 - Aposentadoria por invalidez. Concessão. Jornalista. Doença grave. Incapacidadelaborativa permanente. Incapacidade civil. Impossibilidade. Reabilitação profissional......2118 – Aposentadoria por invalidez. Concessão. Perícia. Prova. Incapacidade laborativapermanente...............................................................................................................2219 - Aposentadoria por invalidez. Ilegalidade. Cancelamento. Inexistência. Saque. Período.Benefício previdenciário. Ex-cônjuge. Legitimidade. Requerimento. Restabelecimento depagamento. Pensão alimentícia...................................................................................2220 - Aposentadoria por invalidez. Opção. Beneficiário. Substituição. Aposentadoria portempo de serviço. Possibilidade. Compensação. Pagamento. Benefício previdenciário.Cabimento.................................................................................................................2221 - Aposentadoria por invalidez. Possibilidade. Fixação. Termo inicial. Incapacidadelaborativa..................................................................................................................2222 - Aposentadoria por tempo de serviço. Ação declaratória. Reconhecimento. Tempo deserviço. Cabimento. Termo inicial. Benefício previdenciário. Ajuizamento. Ação judicial....2323 - Aposentadoria por tempo de serviço. Atividade rural. Insuficiência. Prova documental.Exclusividade. Prova testemunhal. Impossibilidade.......................................................2324 - Aposentadoria por tempo de serviço. Atividade rural. Regime de economia familiar.Regulamento. Restrição. Prova. Descabimento. Trabalhador autônomo. Período.Inexistência. Contribuição previdenciária. Necessidade. Desconsideração. Conversão.Atividade insalubre. Aplicação da lei. Vigência. Efetivo exercício. Atividade profissional.Direito adquirido. Aposentadoria..................................................................................2325 - Aposentadoria por tempo de serviço. Comprovação. Desemprego. Prorrogação.Período. Inexistência. Recolhimento. Contribuição previdenciária. Manutenção. Condição.Segurado...................................................................................................................2426 - Aposentadoria por tempo de serviço. Concessão. Trabalhador marítimo. Contagem.Tempo de serviço.......................................................................................................2427 - Aposentadoria por tempo de serviço. Conversão. Tempo de serviço. Atividadeperigosa. Possibilidade. Objetivo. Restabelecimento de benefício. Mandado de segurança.Efeito. Período. Suspensão de benefício. Pagamento. Necessidade. Pedido. Viaadministrativa............................................................................................................2428 - Aposentadoria por tempo de serviço. Exclusividade. Prova testemunhal.Admissibilidade. Prova documental. Destruição. Enchente.............................................2529 - Aposentadoria por tempo de serviço. INSS. Renúncia. Possibilidade. Contagem.Tempo de serviço. Objetivo. Obtenção. Diversidade. Aposentadoria. Servidor público.Necessidade. Restituição. Valor...................................................................................2530 - Aposentadoria por tempo de serviço. Preenchimento de requisito. Enquadramento.Atividade insalubre. Possibilidade................................................................................2531 - Aposentadoria por tempo de serviço. Prova. Atividade rural. Documento. Titularidade.Terceiro. Admissibilidade. Termo inicial. Catorze anos. Tempo de serviço. Atividade

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insalubre. Conversão. Possibilidade. Aplicabilidade. Lei. Vigência. Período. Honorários.Laudo pericial............................................................................................................2632 - Aposentadoria por tempo de serviço. Prova. Atividade rural. Regime de economiafamiliar. Independência. Recolhimento. Contribuição previdenciária. Preenchimento derequisito. Tempo de serviço. Revisão de benefício. Cabimento. Aumento. Renda mensalinicial. Correção monetária. Juros moratórios. Honorários. Advogado.............................2633 - Aposentadoria por tempo de serviço. Prova. Atividade rural. Regime de economiafamiliar. Inexistência. Professor. Conversão. Tempo de serviço. Possibilidade.................2734 - Aposentadoria por tempo de serviço. Reconhecimento. Atividade rural. Cumulação depedidos. Conversão. Atividade insalubre. Impossibilidade. Decisão citra petita. Nulidade.Inocorrência. Possibilidade. Apreciação. Mérito. Juízo ad quem. Interpretação extensiva.Sucumbência recíproca...............................................................................................2835 - Aposentadoria por tempo de serviço. Restabelecimento de benefício. Atividadeurbana. Inexistência. Registro. CTPS. Início. Prova material. Laudo pericial. Autenticidade.Documento. Prova testemunhal. Idoneidade. Comprovação. Tempo de serviço...............2836 - Aposentadoria por tempo de serviço. Revisão de benefício. Concessão. Aposentadoriaproporcional. Aposentadoria integral. Utilização. Tempo de serviço. Motorista. Exército.Auxílio-doença...........................................................................................................2837 - Aposentadoria por tempo de serviço. Soma. Tempo de serviço. Simultaneidade.Exercício. Mandato eletivo. Período. Recolhimento. Contribuição previdenciária. Autônomo.Impossibilidade..........................................................................................................2938 - Aposentadoria proporcional. Atividade insalubre. Conversão. Aplicação da lei..........2939 - Aposentadoria proporcional. Concessão. Soma. Tempo de serviço. Reconhecimento.Processo judicial. Processo administrativo. Preenchimento de requisito..........................3040 - Aposentadoria proporcional. Concessão. Tempo de serviço. Atividade insalubre.Prova. Termo inicial. Data. Requerimento. Via administrativa.........................................3041 - Aposentadoria proporcional. Tempo de serviço. Atividade rural. Prova.Reconhecimento. Renda mensal inicial. Correção monetária. Juros moratórios. Honorários.Advogado..................................................................................................................3042 - Aposentadoria rural. Cancelamento de benefício. Comprovação. Fraude.Posterioridade. Processo administrativo.......................................................................3143 - Auxílio-acidente. Revisão de benefício. Renda mensal inicial. Base de cálculo. Saláriode contribuição. Data. Acidente. Conflito de competência. STJ. Fixação. Competênciajurisdicional. Justiça Federal........................................................................................3144 - Auxílio-doença. Gerente. Banco. Incapacidade laborativa temporária. Possibilidade.Reabilitação profissional. Diversidade. Atividade habitual...............................................3245 - Auxílio-doença. Necessidade. Complementação. Perícia médica. Comprovação.Incapacidade laborativa. Assistência judiciária gratuita. Garantia constitucional..............32 46 - Auxílio-doença. Restabelecimento de benefício. Tratamento médico. Necessidade....3247 - Auxílio-doença. Restabelecimento. Empregado doméstico. Incapacidade laborativapermanente. Possibilidade. Reabilitação profissional. Diversidade. Atividade habitual......3248 - Auxílio-doença. Restabelecimento. Perícia médica. Comprovação. Incapacidadelaborativa permanente. Segurado. Neoplasia malign.....................................................3349 - Benefício assistencial. Condição. Concessão. Incapacidade. Tutela antecipada.Cabimento. Remessa oficial. Execução provisória..........................................................3350 - Benefício assistencial. Indeferimento. Laudo pericial. Incapacidade laborativapermanente. Inexistência. Juiz. Possibilidade. Modificação. Pedido. Benefícioprevidenciário............................................................................................................33

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51 - Benefício de prestação continuada. Concessão. Deficiente. Doença mental grave.Reconhecimento. Perícia médica. Honorários. Advogado. Incidência. Parcela. Vencimento.Anterioridade. Prolação de sentença............................................................................3352 - Benefício de prestação continuada. Idoso. Maior de setenta anos. Certidão denascimento. Expedição. Determinação judicial. Presunção de veracidade. Honorários.Advogado..................................................................................................................3453 - Benefício previdenciário. Execução. Prestação vincenda. Implantação. Diversidade.Renda mensal............................................................................................................3454 - Benefício previdenciário. Índice. Reajuste..............................................................3455 - Benefício previdenciário. Revisão. Renda mensal...................................................3556 - Competência jurisdicional. Justiça Estadual. Restabelecimento. Benefícioprevidenciário. Acidente do trabalho............................................................................3557 - Dano irreparável. Justo receio. Quesito. Idade. Necessidade. Superioridade. Cincoanos. Limite legal.......................................................................................................3558 - Execução de sentença. Custas. Condenação. INSS. Necesssidade. Citação.Anterioridade. Intimação. Parcelamento. Valor. Limite legal...........................................3559 - Legitimidade passiva. INSS. Averbação. Tempo de serviço. Exercício. Atividadeprivada. País estrangeiro. Recolhimento. Contribuição previdenciária. Desnecessidade.Responsabilidade. Período. País estrangeiro.................................................................3660 - Pensão por morte. Beneficiário. Casamento. Posterioridade. Restabelecimento debenefício. Possibilidade. Pensionista. Ônus da Prova. Inexistência. Mudança. Situaçãofinanceira. Termo inicial. Data. Ajuizamento. Ação judicial. Tutela antecipada.................3661 - Pensão por morte. Concessão. Declaração de vontade. Segurado. De cujus.Possibilidade. Inscrição. Dependente. Sobrinho. Incapacidade labolativa permanente.Prova material. Prova testemunhal..............................................................................3762 - Pensão por morte. Concessão. Ex-cônjuge. Separação judicial. Posterioridade. Uniãoestável. Necessidade. Comprovação. Continuidade. Dependência econômica. Período.Separação judicial. Reexame necessário.......................................................................3763 - Pensão por morte. Concessão. Óbito. Filho. Prova. Dependência econômica.Beneficiária. Mãe. Termo inicial. Data. Óbito................................................................3764 - Pensão por morte. Concessão. Óbito. Responsável. Guarda de menor. Provadocumental. Dependência econômica..........................................................................3865 - Pensão por morte. Deferimento. Óbito. Pai. Beneficiário. Filho inválido. Sentença.Interdição de incapaz. Efeito ex tunc. Irrelevância. Posterioridade. Morte. Pai.................3866 - Pensão por morte. Direito. Dependente. Preenchimento de requisito. Aposentadoria.Anterioridade. Perda. Qualidade. Segurado. Analogia. Enquadramento. Atividadeprofissional. Atividade insalubre. Correção monetária. Índice oficial................................3867 - Pensão por morte. Esposa. Dependência econômica presumida. Filho menor.Concessão. Ex officio. Possibilidade. Manutenção. Qualidade. Segurado. Doença.Incapacidade laborativa. Cessação. Recolhimento. Contribuição previdenciária...............3968 - Pensão por morte. Ex-cônjuge. Separação de fato. Possibilidade. Pedido. Dependênciaeconômica. Posterioridade. Óbito. Benefício previdenciário. Termo inicial. Data.Requerimento. Via administrativa. Ajuizamento. Ação judicial........................................3969 - Pensão por morte. Filho inválido. Necessidade. Prova. Incapacidade. Anterioridade.Data. Óbito................................................................................................................4070 - Pensão por morte. Indeferimento. Ex-cônjuge. Separação de fato. Período. Vinteanos. Pedido. Benefício previdenciário. Dez anos. Posterioridade. Óbito. Dependênciaeconômica presumida. Descabimento. Prova. Inexistência. Exaurimento. Viaadministrativa. Desnecessidade. Via judicial. Independência..........................................40

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71 - Pensão por morte. Indeferimento. Óbito. Filho. Trabalhador rural. Prova. Dependênciaeconômica. Inexistência..............................................................................................4072 - Pensão por morte. Indeferimento. Óbito. Período. Vigência. Decreto. Exigência.Carência. Doença preexistente....................................................................................4173 - Pensão por morte. Litígio. Esposa. Concubina. Valor. Prova material. Provatestemunhal. Inexistência. Comprovação. União estável. Concessão. Benefícioprevidenciário. Cônjuge..............................................................................................4174 - Pensão por morte. Marido. Óbito. Esposa. Trabalhador rural. Possibilidade.Concessão. Posterioridade. Plano de benefícios............................................................4175 - Pensão por morte. Óbito. Avó materna. Guarda de menor. Neta. Irregularidade.Irrelevância. Concessão. Prova. Dependência econômica...............................................4176 - Pensão por morte. Óbito. Pai. Trabalho temporário. Município. Vinculação. RGPS.Beneficiário. Filho menor. Dependência econômica presumida.......................................4177 - Pensão por morte. Óbito. Trabalhador rural. Beneficiária. Companheira. Necessidade.Prova. União estável. Direito. Aposentadoria por idade..................................................4278 - Pensão por morte. Óbito. União estável. Direito. Companheira. Benefícioprevidenciário. Termo inicial. Maioridade. Filho.............................................................4279 - Restabelecimento de benefício. Indício. Fraude. Prova. INSS. Inexistência. Mandadode segurança. Cabimento. Anotação. CTPS. Presunção juris tantum. Relação deemprego....................................................................................................................4280 - Revisão de benefício. Aposentadoria proporcional. Conversão. Aposentadoria especial.Atividade insalubre. Aplicação da lei. Vigência. Efetivo exercício. Atividade profissional.Benefício previdenciário. Prescrição.............................................................................4281 - Salário-maternidade. Comprovação. Atividade rural. Descontinuidade. Período.Anterioridade. Início. Concessão. Benefício previdenciário. Prova testemunhal.Exclusividade. Inadmissibilidade..................................................................................4382 - Tempo de serviço. Atividade insalubre. Conversão. Aplicação da lei. Vigência. Efetivoexercício. Atividade profissional. Direito adquirido. Aposentadoria. Desnecessidade.........43 83 - Tempo de serviço. Atividade insalubre. Conversão. Cabimento. Atividade rural.Caracterização. Regime de economia familiar. Possibilidade. Juntada. Documento.Posterioridade. Prolação de sentença. Decorrência. Greve. Servidor público. JustiçaFederal......................................................................................................................4384 - Tempo de serviço. Atividade perigosa. Conversão. Aplicação da lei. Vigência. Efetivoexercício. Atividade profissional. Direito adquirido. Aposentadoria. Desnecessidade.Empregador. Modificação. Razão social. Inexistência. Prejuízo. Segurado.......................4485 - Tempo de serviço. Atividade urbana. Prova material. Prova testemunhal. Averbação.Reconhecimento. Tempo de serviço. Termo inicial. Catorze anos...................................4486 - Tempo de serviço. Certidão. Legitimidade passiva. INSS. Contagem recíproca.Professor. Conversão. Impossibilidade. Vínculo empregatício. Inexistência. Recolhimento.Contribuição previdenciária. Condição. Autônomo. Necessidade.....................................4487 - Tempo de serviço. Contagem. Posterioridade. Requerimento. Via administrativa.Anterioridade. Ajuizamento. Impossibilidade. Interesse de agir. Inexistência. Atividadeinsalubre. Conversão. Possibilidade..............................................................................4588 - Tempo de serviço. Reconhecimento. Ação declaratória. Cabimento.........................4589 - Tempo de serviço. Reconhecimento. Impossibilidade. Atividade profissional. Filho.Empresa. Família. Inexistência. Prova documental. Vínculo empregatício. Contribuiçãoprevidenciária............................................................................................................4690 - Tempo de serviço. Reconhecimento. INSS. Prova. Eficácia limitada. Sentença. Justiçado Trabalho. Fundamentação. Exclusividade. Prova testemunhal...................................46

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91 - Tempo de serviço. Soma. Certidão. Servidor público. Anulação. Sentença.Litisconsórcio passivo. Litisconsórcio necessário. INSS. Órgão público............................4692 - Tempo de serviço. Trabalhador autônomo. Necessidade. Comprovação. Efetivoexercício. Atividade profissional. Período. Atraso no pagamento. Contribuiçãoprevidenciária. Correção monetária. Termo inicial. Sucumbência recíproca. Parteprocessual. Assistência judiciária gratuita. Honorários. Advogado...................................46

Execução Fiscal

01 - Ação ordinária. Execução fiscal. Embargos do devedor. Inexistência. Conexão.Inadmissibilidade. Diversidade. Natureza jurídica. Dilação probatória. Incompatibilidade.Processo de execução. Litigância de má-fé...................................................................4702 - Adjudicação. Fazenda pública. Fixação. Prazo. Inexistência. Leilão. Licitante.Inocorrência..............................................................................................................4703 - Bem penhorado. Avaliação. Juiz a quo. Ex officio. Impossibilidade. Determinação.Reavaliação. Cabimento..............................................................................................4704 - Carta precatória. Parte processual. Informação. Juiz. Andamento do processo.Desnecessidade.........................................................................................................4705 - Compensação. Via administrativa. Pagamento a maior. Reconhecimento. Sentença.Crédito. Embargante. Comunicação escrita. Fazenda nacional. Inexistência. Prejuízo.Oferecimento. Embargos............................................................................................4806 - Depositário infiel. Descumprimento. Dever. Depreciação de bens. Necessidade.Depósito. Valor. Diferença. Avaliação. Bens..................................................................4807 - Direito de preferência. Crédito. Fazenda pública. Crédito hipotecário. Terceirointeressado................................................................................................................4808 - Embargos à arrematação. Executada. Irregularidade. Intimação. Reavaliação. Bem.Penhora. Redução. Valor. Preço vil. Caracterização.......................................................4809 - Embargos à arrematação. Inexistência. Intimação. Leilão. Terceiro. Garantidor.Prejuízo. Inocorrência.................................................................................................4810 - Embargos à execução. Desistência. Perda do objeto. Interesse de agir. Inexistência.Extinção do processo sem julgamento do mérito. Quitação. Débito tributário. Incentivofiscal. Previsão. Medida provisória...............................................................................4911 - Exceção de pré-executividade. Compensação. Débito. Agravante. Título da dívidapública. Decorrência. Suspensão do processo. Execução fiscal. Inadmissibilidade............4912 - Exceção de pré-executividade. Nulidade. Execução fiscal. Certidão da dívida ativa.Utilização. Informática. Questionamento. Autenticidade. Possibilidade. Incidente defalsidade....................................................................................................................4913 - Extinção do processo. Execução fiscal. Ex officio. Impossibilidade. Abandono dacausa. Indisponibilidade. Crédito. União federal............................................................4914 - Honorários. Advogado. Cabimento. Adesão. Refis. Anterioridade. Ajuizamento. Açãojudicial......................................................................................................................5015 - Honorários. Advogado. Pagamento. Devedor. Cabimento. Modificação. Reformatio inpejus. Descabimento. Refis. Renúncia. Direito. Extinção do processo com julgamento domérito. Discussão. Encargo. Imposição. Lei. Inadmissibilidade......................................5016 - Impenhorabilidade. Bens. Inaplicabilidade. Microempresa. Atividade profissional.Sócio. Exercício ilegal de atividade. Prejuízo. Sociedade civil..........................................5017 - Incidente processual. Exibição de documento. Execução fiscal. Inadmissibilidade.Compatibilidade de rito. Inexistência...........................................................................50

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18 - Incompetência. Tribunal Regional Federal. Declaração de nulidade. Sentença. Juiz dedireito. Ação anulatória. Ação de repetição de indébito. Conexão. Execução fiscal.Competência delegada. Inocorrência...........................................................................5119 - Intimação. Processo administrativo-fiscal. Nulidade. Necessidade. Qualidade.Preposto. Mandatário. Sujeito passivo. Tributo. Notificação. Aviso de recebimento.Domicílio tributário. Empresa. Contribuinte...................................................................5120 - Leilão. Suspensão. Cabimento. Existência. Crédito. Diversidade. Ação judicial. Trânsitoem julgado................................................................................................................5121 - Leiloeiro. Comissão. Ônus. Arrematante................................................................5122 - Meação. Direito. Co-proprietário. Metade. Preço. Arrematação................................5123 - Penhora. Insuficiência. Garantia. Totalidade. Dédito. Possibilidade. Embargos àexecução...................................................................................................................5224 - Refis. Levantamento. Penhora. Impossibilidade.....................................................5225 - Refis. Suspensão do processo. Execução fiscal. Prazo. Homologação. Opção.Levantamento. Penhora. Bem. Sócio............................................................................5226 - Remição. Bem arrematado. Parcelamento. Filho. Sócio. Possibilidade. Prejuízo.Exeqüente. Inexistência..............................................................................................5227 - Remição. Prazo. Destinação. Exercício de direito....................................................53

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Agricultor. Cárcere privado. Extorsão.Resultado. Morte. Agente do crime. Índio. Cobrança. Percentual. Produto agrícola.Arrendamento. Terra indígena. Prejuízo. Interesse. Comunidade indígena. Proteção. UniãoFederal......................................................................................................................5302 - Competência jurisdicional. Justiça federal. Concessão de serviço público.Irregularidade. Serviço de telecomunicação. Autorização. Agência Nacional deTelecomunicações. Inexistência. Conexão. Estelionato. Configuração.............................5303 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra o meio ambiente.Inexistência. Autorização. Desmatamento. Área de proteção ambiental. Réu. Engenheiro.Credenciamento. Ibama. Equiparação. Funcionário público federal.................................5304 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra o meio ambiente. Liberaçãode mercadoria. Circulação de mercadoria. Produto agrícola. Modificação. Composição.Interesse público. Meio ambiente. Saúde pública..........................................................5405 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra o sistema financeiro. Gestãofraudulenta. Empresa. Seguradora. Equiparação. Instituição financeira. Princípio dapersuasão racional. Nulidade. Inexistência...................................................................5406 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra o sistema financeiro.Administrador. Consórcio. Erro de proibição. Inexistência..............................................5507 - Prisão preventiva. Transferência. Preso. Presídio. Diversidade. Estado. Possibilidade.Motivo. Segurança pública..........................................................................................5508 - Substituição da pena. Pena privativa de liberdade. Pena restritiva de direitos.Prestação de serviços à comunidade. Réu. Motorista. Caminhão. Possibilidade. Execuçãoda pena. Período. Permanência. Cidade.......................................................................5509 - Trancamento de ação penal. Descabimento. Suspensão condicional do processo.Utilização. Período probatório. Cumprimento. Justiça estadual. Justiça Federal.Impossibilidade. Anulação. Ação penal. Incompetência. Juízo. Renovação. Denúncia.......56

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AGOSTO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 – Competência jurisdicional. Concurso material. Concussão. Usuário. SUS. JustiçaEstadual. Conexão. Estelionato. Previdência Social. Justiça Federal................................57

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Direito Previdenciário

01 - Benefício assistencial. Renda familiar. Valor superior. Limite legal. Circunstânciapreponderante. Inexistência. Meios de prover à própria manutenção.............................5702 – Pensão por morte. Percentual. Cota. Benefício previdenciário. Aplicação da lei. Leinova..........................................................................................................................57

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - Apropriação indébita. Contribuição previdenciária. Princípio da insignificância.........5802 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Falso testemunho. Justiça Eleitoral.Interesse público. União Federal..................................................................................5803 - Recolhimento. Parcela. Contribuição previdenciária. Anterioridade. Falência.Denúncia...................................................................................................................58

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Previdenciário

01 - Acumulação de benefício. Aposentadoria por idade. Pensão por morte. Antecipaçãode tutela....................................................................................................................5802 - Acumulação de benefício. Benefício assistencial. Aposentadoria por invalidez.Impossibilidade..........................................................................................................5903 - Aposentado. Empregado. Segurado obrigatório. Previdência social. Direito exclusivo.Salário-família. Reabilitação profissional.......................................................................5904 - Aposentadoria por invalidez. Desemprego. Segurado. Incapacidade laborativa.........5905 - Aposentadoria por invalidez. Segurado. Mandato eletivo. Vereador. Cancelamento debenefício. Ilegalidade..................................................................................................5906 - Aposentadoria por tempo de serviço. Insuficiência de provas. Atividade rural. Regimede economia familiar. Atividade remunerada................................................................6007 - Aposentadoria proporcional. Atividade insalubre. Tempo de serviço. Termo inicial.Data. Requerimento. Via administrativa. Correção monetária.........................................6008 - Benefício assistencial. Renda familiar. Limite legal.................................................61

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09 - Benefício previdenciário. Atraso no pagamento. Desconto. Imposto de renda. Limitelegal..........................................................................................................................6110 - Pensão por morte. Companheira. Litisconsórcio necessário. Esposa. Ausência. Citação.Nulidade....................................................................................................................6111 - Pensão por morte. Companheiro. Renda mensal vitalícia. Preenchimento de requisito.Aposentadoria por invalidez. Data. Óbito......................................................................6112 - Pensão por morte. Direito. Neto. Exercício de fato. Guarda de menor......................6213 - Pensão por morte. Direito. Viúva. Segurado. Período. Graça...................................6214 - Pensão por morte. Filha. Absolutamente incapaz. Dependência econômica presumida.Interdição de incapaz. Efeito ex tunc. Honorários. Advogado.........................................6215 - Pensão por morte. Trabalhador urbano. Omissão. Filho menor. Prescrição qüinqüenal.Correção monetária. Honorários. Advogado..................................................................6216 - Revisão de benefício. Correção monetária. Honorários. Advogado...........................6317 - Revisão de benefício. Índice. Reajuste. Preservação do valor real. Litispendência.Ação individual. Ação civil pública. Decadência e prescrição...........................................6418 - Salário-maternidade. Atividade pesqueira. Segurado especial. Regime de economiafamiliar. Prova material. Prova testemunhal..................................................................64

Execução Fiscal

01 - Crédito tributário. Direito de preferência. Penhora. Hipoteca. Cédula de créditoindustrial...................................................................................................................6402 - Embargos à execução. Contribuição previdenciária. Comércio. Produto agrícola. Basede cálculo. Exclusão. Frete. Honorários. Advogado........................................................6503 - Embargos à execução. Excesso de execução. CDA. Presunção de liquidez e certeza.Instrumento de trabalho. Impenhorabilidade................................................................6504 - Embargos à execução. Honorários. Advogado........................................................6505 - Embargos à execução. Sentença. Juros de mora. Precatório complementar. Coisajulgada......................................................................................................................6506 - Leilão. Avaliação. Valor total. Penhora. Anterioridade. Decretação de falência..........6607 - Litigância de má-fé. Execução. Sentença. Ação Civil Pública....................................6608 - Nomeação de bens à penhora. Bem móvel. Prova. Bem livre. Bem desembaraçado.Princípio da economia processual................................................................................6609 - Penhora. Localização de bens. Comarca. Execução. Oferta. Dação em pagamento...6610 - Precatório complementar. SELIC. Execução. Sentença............................................6711 - Precatório. Saldo remanescente. Correção monetária. IPCA-E.................................6712 - Refis. Embargos à execução. Desistência da ação. Condenação. Ônus dasucumbência. Honorários. Advogado...........................................................................6713 - Refis. Exclusão. Intimação pessoal. Desnecessidade. Suspensão do processo..Execução. Prova. Legalidade.......................................................................................6714 - Refis. Exclusão. Intimação. Contribuinte. Publicação. Imprensa oficial. Ilegalidade...6815 - Refis. Exclusão. Recurso administrativo. Suspensão do crédito tributário. Direito.Certidão....................................................................................................................6816 - Refis. Execução fiscal. Suspensão do processo. Custas...........................................6817 - Refis. Suspensão do processo. Execução fiscal. Exigibilidade. Pagamento. Custas.Honorários. Advogado. Posterioridade. Extinção do processo.........................................68

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Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - Apropriação indébita. Contribuição previdenciária. Refis. Pagamento. Extinção dapunibilidade...............................................................................................................6802 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Tráfico de entorpecente. Direito. Apelaçãoem liberdade. Inexistência..........................................................................................6903 - Descaminho. Contrabando. Princípio da insignificância. Inaplicabilidade...................6904 - Omissão. Recolhimento. Contribuição previdenciária. Crime continuado. Unificação depenas........................................................................................................................6905 - Omissão. Recolhimento. Contribuição previdenciária. REFIS. Posterioridade. Denúncia.Dolo. Crime continuado. Substituição da pena. Prescrição.............................................70

SETEMBRO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Direito Previdenciário

01 - Aposentadoria por idade. Atividade agrícola. Prova material. Nome. Pai. Requisito.Carência. Inexigibilidade.............................................................................................7102 - Aposentadoria por invalidez. Salário-de-benefício. Renda mensal. Atividadeprofissional. Tempo de contribuição.............................................................................7103 - Benefício previdenciário. Preservação do valor real. Garantia constitucional. Índice.Reajuste. Previsão. Medida provisória..........................................................................7204 - Precatório. Dispensa. Inclusão. Honorários. Advogado. Custas. Renúncia. Valor.Superioridade. Limite legal..........................................................................................72

Execução Fiscal

01 - Ação anulatória. Débito tributário. Conexão. Execução fiscal. Reunião de processos.7202 - Bem penhorado. Laudo de avaliação. Preço vil. Segunda praça. Impugnação.Embargos à arrematação. Preclusão. Refis. Homologação. Suspensão do processo.........7303 - Citação por edital. Lei de execução fiscal...............................................................7304 - Embargos do devedor. Apelação cível. Execução judicial. Conversão. Execuçãoprovisória. Impossibilidade..........................................................................................7405 - Refis. Homologação. Suspensão do processo.........................................................74

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - Competência jurisdicional. Justiça Estadual. Crime contra o meio ambiente. Comércio.Caça furtiva. Animal silvestre......................................................................................7402 - Competência jurisdicional. Justiça Estadual. Processo judicial. Contravenção. Bingo.7503 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime conexo. Tráfico internacional.Entorpecente. Homicídio. Prisão preventiva..................................................................7504 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra a honra. Servidor públicofederal. Exercício de função........................................................................................7505 - Execução provisória. Pena restritiva de direitos. Pena de multa...............................76

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Previdenciário

01 - Aposentadoria por idade. Preenchimento de requisito. Exercício. Atividade urbana.Período. Atividade rural. Regime de economia familiar. Descaracterização......................7602 - Aposentadoria por idade. Trabalhador rural. Regime de economia familiar.Descaracterização. Segurado especial. Plantação. Consumo. Família. Terreno urbano.Imóvel residencial......................................................................................................7603 - Aposentadoria por invalidez. Prova pericial. Incapacidade laborativa total. Termoinicial. Benefício previdenciário. Data. Ajuizamento. Ação judicial...................................7704 - Aposentadoria por invalidez. Requisito básico. Incapacidade laborativa permanente.Carência. Preenchimento de requisito. Benefício assistencial. Conversão. Aposentadoriapor invalidez. Possibilidade. Acumulação de benefício. Pensão previdenciária. Trabalhadorrural..........................................................................................................................7705 - Aposentadoria por tempo de serviço. Atividade insalubre. Reconhecimento do pedido.Tempo de serviço. Legislação anterior. Aplicabilidade....................................................7706 - Aposentadoria por tempo de serviço. Engenheiro. Enquadramento. Atividadeinsalubre. Aplicabilidade. Legislação. Período. Exercício. Atividade profissional...............7807 - Aposentadoria por tempo de serviço. Motorista. Caminhão. Atividade penosa. Tempode serviço. Conversão. Preenchimento de requisito.......................................................7808 - Aposentadoria por tempo de serviço. Preenchimento de requisito. Prova material.Prova testemunhal. Atividade rural. Atividade urbana. Autônomo. Prova. Recolhimento detributo. Contribuição previdenciária.............................................................................7809 - Aposentadoria por tempo de serviço. Restabelecimento de benefício. Inexistência.Prova. Fraude. Declaração expressa. Ex-empregador. Prova material. Prova testemunhal.Recolhimento de tributo. Contribuição previdenciária. Ônus. Empregador.......................7910 - Aposentadoria por tempo de serviço. Restabelecimento de benefício. Ônus da prova.Extravio de documento. Documento original. Irrelevância. Cópia autenticada. Presunçãode veracidade. Prova testemunhal...............................................................................7911 - Aposentadoria por tempo de serviço. RMI (Renda Mensal Inicial). Cálculo. Trabalho.País estrangeiro. Vinculação. Empresa brasileira. Suspensão. Contrato de trabalho.Obrigação tributária. Contribuição previdenciária. Inocorrência......................................8012 - Auxílio-doença. Necessidade. Prova. Qualidade de segurado. Regime de economiafamiliar. Atividade rural. Idade limite. Maior de catorze anos.........................................8013 - Benefício previdenciário. Restabelecimento de pagamento. Redução. Valor.Descabimento. Razões. INSS. Cobrança. CPMF (Contribuição Provisória sobreMovimentação Financeira). Alteração. Moeda nacional..................................................8014 - Benefício previdenciário. Revisão de benefício. Renda mensal. Limite legal. Não-incidência tributária. Imposto de Renda. Fixação de honorários. Advogado. Execução desentença. Cabimento..................................................................................................8015 - Pensão alimentícia. Relação jurídica. Ex-cônjuge. Segurado. Aposentadoria porinvalidez. Cancelamento de benefício. Contestação. Legitimidade ativa. Beneficiário.Pensão por morte. Habilitação. Ex-cônjuge. Remessa oficial..........................................8116 - Pensão por morte. Companheiro. Decadência. Prescrição qüinqüenal. Inocorrência.Segurado especial. Prova. Atividade pesqueira. União estável. Dependência econômicapresumida.................................................................................................................81

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17 - Pensão por morte. Companheiro. Prova. Convivência more uxorio. Dependênciaeconômica presumida. Termo inicial. Data. Óbito. Compromisso. Testemunha. Suspeição.Princípio da persuasão racional....................................................................................8118 - Pensão por morte. Dependente. Segurado. Inclusão. Regime Geral de PrevidênciaSocial. Maior de sessenta anos. Agravo retido. Ratificação. Inexistência.........................8219 - Pensão por morte. Óbito. Companheiro. Prova. União estável. Termo inicial. Data.Ajuizamento. Ação......................................................................................................8220 - Pensão por morte. Óbito. Marido. Motorista. Táxi. Segurado obrigatório. Benefícioprevidenciário. Termo inicial. Requerimento. Processo administrativo. Correção monetária.Honorários. Advogado. Juros moratórios. Custas..........................................................8221 - Pensão por morte. Óbito. Marido. Separação judicial. Convivência more uxorio.Dependência econômica presumida. Prova. Desnecessidade. Termo inicial. Benefícioprevidenciário............................................................................................................8322 - Pensão por morte. Óbito. Sócio-gerente. Segurado obrigatório. Prova. Efetivoexercício. Gestão. Empresa. Perda da qualidade de segurado. Inocorrência. Não-recolhimento de tributo. Contribuição previdenciária. Irrelevância..................................8323 - Pensão por morte. Separação de fato. Ex-cônjuge. Habilitação. Litisconsórcionecessário. Companheira. Anulação. Sentença.............................................................8324 - Pensão por morte. Suspensão de benefício. Descabimento. Fraude. Irrelevância.Período. Contribuição previdenciária. Cumprimento de requisito legal. Garantia.Pagamento. Prestação previdenciária. Revisão de benefício. Processo administrativo.Cerceamento de defesa. Inocorrência..........................................................................8425 - Precatório. Dispensa. Causa de pequeno valor. Requisição. Cabimento. Inferioridade.Limite legal................................................................................................................8426 - Tempo de serviço. Atividade insalubre. Auxiliar de enfermagem. Conversão. Laudopericial. Desnecessidade.............................................................................................8427 - Tempo de serviço. Atividade insalubre. Enquadramento. Categoria profissional........8428 - Tempo de serviço. Professor. Atividade insalubre. Conversão. Possibilidade.Legislação. Data. Exercício de função...........................................................................8529 - Tempo de serviço. Trabalhador doméstico. Declaração expressa. Empregador. Provamaterial. Reconhecimento do pedido. Termo inicial. Idade. Maior de catorze anos..........85

Execução Fiscal

01 - Bem de família. Impenhorabilidade. Alegação. Momento da ação. Embargos àarrematação. Possibilidade. Irrelevância. Locação. Imóvel.............................................8502 - Bem de família. Impenhorabilidade. Transferência. Domicílio. Necessidade. Locação.Irrelevância...............................................................................................................8603 - CDA (Certidão da Dívida Ativa). Valor. Débito. Ufir (Unidade Fiscal de Referência).Possibilidade. Preenchimento de requisito....................................................................8604 - Embargos à execução. Contribuição previdenciária. Incidência. Remuneração.Conselheiro. Cooperativa. Autônomo. Prestação de serviço...........................................8605 - Embargos à execução. Contribuição previdenciária. Incidência. Seguro de vida. Multamoratória. Refis. Encargo. Previsão legal. Execução fiscal. Ajuizamento. INSS.Inaplicabilidade..........................................................................................................8706 - Embargos à execução. Decretação da falência. Fato superveniente. Pedido. Síndico.Exclusão. Multa. Decisão extra petita. Inocorrência. Ônus da sucumbência. Massa falida.8707 - Embargos à execução. Intempestividade. Termo inicial. Intimação pessoal. Penhora.Reforço da penhora. Irrelevância. Prazo.......................................................................87

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08 - Embargos à execução. Interrupção de prazo. Prescrição. Pessoa jurídica. Sócio-gerente. Omissão. Negligência. Exequente. Inexistência................................................8809 - Embargos à execução. Isenção tributária. Contribuição previdenciária. Empresa.Comércio. Semente. Produto rural. Notificação de débito. Nulidade. Reexame necessário.Descabimento............................................................................................................8810 - Embargos à execução. Parcelamento de débito. Perda do objeto. Execução fiscal.Extinção do processo sem julgamento do mérito. Desistência da ação. Suspensão.Execução fiscal. Encargo. Substituição. Honorários. Advogado.......................................8811 - Embargos de terceiro. Penhora. Bem imóvel..........................................................8812 - Extinção do processo. Execução fiscal. Perda do objeto. Término. Falência..............8913 - Impenhorabilidade. Garagem. Complementação. Imóvel residencial........................8914 - Imunidade recíproca. IPTU. Bem. Autarquia. União federal.....................................8915 - Nomeação de bens à penhora. Bem móvel. Necessidade. Executado. Comprovação.Propriedade. Exequente. Recusa.................................................................................8916 - Penhora. Imóvel. Bem Hipotecado. Cabimento. Privilégio do crédito tributário.........8917 - Penhora. Insuficiência. Prosseguimento. Embargos. Irrelevância.............................8918 - Prescrição intercorrente. Declaração judicial. Ato de ofício......................................9019 - Redirecionamento. Execução fiscal. Sócio. Embargos de terceiro. Descabimento......9020 - Redirecionamento. Execução fiscal. Sócio-gerente. Cabimento. Dissolução desociedade comercial. Irregularidade. Citação. Sócio. Necessidade..................................9021 - Refis. Débito tributário. Inexistência. Honorários. Advogado. Parcelamento de débito.Preenchimento de requisito.........................................................................................9022 - Refis. Equiparação. Confissão de dívida. Prescrição qüinqüenal. Inocorrência.Pagamento parcial. Débito tributário............................................................................90

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - Cárcere privado. Servidor público federal. Cumprimento de ordem judicial. Mandadode busca e apreensão. Contrato. Arrendamento. Reserva indígena. Atipicidade. Conduta.Chefe. Índio...............................................................................................................9102 - Competência jurisdicional. Justiça Estadual. Estelionato. Recolhimento de tributo.Contribuição sindical. Diretor. Sindicato.......................................................................9103 - Competência jurisdicional. Justiça Estadual. Falsificação. CND. INSS. Licitação.........9104 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra o meio ambiente. Cultivo.Contrabando. Produto agrícola. Modificação. Composição..............................................9105 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra o meio ambiente. Exploraçãomineral. Autorização prévia. Inexistência.....................................................................9206 - Competência jurisdicional. Justiça Federal. Crime contra o sistema financeiro.Corrupção. Evasão de divisas. Comissão parlamentar de inquérito. Pedido. Ordem judicial.Quebra de sigilo bancário. Quebra de sigilo fiscal.........................................................9207 - Execução penal. Substituição da pena. Pena restritiva de direitos. Vinculação. Período.Pena privativa de liberdade.........................................................................................9308 - Execução provisória. Mandado de prisão. Trânsito em julgado. Interposição. Recursoespecial. Efeito devolutivo...........................................................................................9309 - Tráfico de entorpecente. Prisão em flagrante. Preenchimento de requisito.Equiparação. Crime hediondo......................................................................................94

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DECRETO Nº 4.827, DE 3 DE SETEMBRO DE 2003.

Altera o art. 70 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048,de 6 de maio de 1999.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisoIV, da Constituição, e de acordo com o disposto na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991,DECRETA:

Art. 1º O art. 70 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 demaio de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 70. A conversão de tempo de atividade sob condições especiais emtempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela:

MULTIPLICADORESTEMPO A CONVERTER

MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35)DE 15 ANOS 2,00 2,33DE 20 ANOS 1,50 1,75DE 25 ANOS 1,20 1,40

§ 1o A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sobcondições especiais obedecerá ao disposto na legislação em vigor na épocada prestação do serviço.

§ 2o As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiaisem tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se aotrabalho prestado em qualquer período." (NR)

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de setembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVARicardo José Ribeiro Berzoini

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DECRETO Nº 4.845, DE 24 DE SETEMBRO DE 2003.

Altera o art. 9º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048,de 6 de maio de 1999, e estabelece a regra de direito intertemporal de aplicação daalteração.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DAREPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, ede acordo com o disposto nas Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991,

DECRETA:

Art. 1o O art. 9o do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 demaio de 1999, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 9o ...........................................................

...........................................................

§ 8º ...........................................................

...........................................................

II - a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuáriaou pesqueira por intermédio de prepostos, sem o auxílio de empregados,observado o disposto no § 18.

...........................................................

§ 18. Não descaracteriza a condição de segurado especial a outorga de atécinqüenta por cento de imóvel rural, cuja área total seja de no máximoquatro módulos fiscais, por meio de contrato de parceria ou meação, desdeque outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividadeindividualmente ou em regime de economia familiar." (NR)

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partirde 22 de novembro de 2000 para fins da caracterização como segurado especial daPrevidência Social, mas não gerando efeitos financeiros retroativos.

Brasília, 24 de setembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVARicardo Jose Ribeiro Berzoini

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JURISPRUDÊNCIA

JULHO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Previdenciário

01 - PREVIDENCIÁRIO. EXERCÍCIO CONCOMITANTE DE ATIVIDADESVINCULADAS AO RGPS E AO REGIME PRÓPRIO. EMPREGADO E SERVIDORPÚBLICO. CONTAGEM RECÍPROCA. FRACIONAMENTO DO PERÍODO VINCULADOAO RGPS. ACUMULAÇÃO DOS BENEFÍCIOS. POSSIBILIDADE.

1. O exercício simultâneo de atividades vinculadas a regime próprio e ao regime geral,havendo a respectiva contribuição, não obstaculiza o direito ao recebimento simultâneo debenefícios em ambos os regimes.

2. O período contributivo não considerado para fins de contagem recíproca pode ser utilizadopara postulação de benefício no próprio RGPS, já que não há vedação da acumulação de benefíciosem regimes previdenciários diversos.

3. Embargos de declaração acolhidos.(EDAC Nº 2000.71.04.000005-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI,

5ª T./TRF4, maioria, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 243)

02 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL.FRESADOR. INEXIGIBILIDADE DE IDADE MÍNIMA. INTELIGÊNCIA DO ART. 57 DALEI 8.213/91. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS.

1. Por força do art. 57 da Lei nº 8.213/91, é inexigível idade mínima para a concessão deAposentadoria Especial àqueles que exerçam atividade profissional sujeita a condições especiaisque prejudiquem a saúde ou integridade física.

2. Demonstrados nos autos os requisitos necessários à concessão (carência e lapso temporalde 25 anos), possível o reconhecimento da especialidade do trabalho.

3. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas nºs 43 e 148 doSTJ, pelos índices oficiais.

4. Os juros moratórios são devidos no percentual de 1% ao mês a contar da citação, a teor dasSúmulas nº 204 do STJ e 03 do TRF4ª e precedentes do STJ, por se tratar de verba alimentar.

5. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a data daprolação da sentença/deste julgado, excluídas as parcelas vincendas, cabendo à parte-autora opagamento de 30% (trinta por cento) desse montante e ao INSS de 70% (setenta por cento), emvista da ocorrência de sucumbência recíproca não-equivalente. Suspensa, porém, a condenação emrelação à parte-autora, por litigar sob o pálio da Assistência Judiciária Gratuita.

6. Apelação do INSS e remessa oficial improvidas e apelação da parte-autora parcialmenteprovida.

(AC Nº 97.04.24247-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 311)

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03 - PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. ATIVIDADE ESPECIAL.PROFESSOR. CONVERSÃO PARA COMUM. IMPOSSIBILIDADE.

A Constituição Federal ao conferir o direito à aposentadoria especial após trinta anos, aoprofessor, e, após vinte e cinco anos, à professora, por efetivo exercício de função do magistério,exige que o requisito temporal seja cumprido exclusivamente na função de professor,impossibilitando, caso não cumprido pelo segurado o período integral de 30/25 anos, sejaconsiderada a especialidade e, em decorrência, veda a conversão da atividade de professor, quandoexercidada em tempo inferior ao previsto.

(EIAC Nº 1999.04.01.015808-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 3ªS/TRF4, Maioria, julg. em 12.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 431)

04 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. RECONHECIMENTO.Tendo a parte autora logrado comprovar que, no exercício de suas atividades como

ourives/joalheiro ficava exposto a condições prejudiciais à saúde, de modo habitual e permanente,não ocasional nem intermitente, é de ser reconhecido como de tempo de serviço especial, o que lheassegura o direito à aposentadoria especial, desde o requerimento administrativo.

(AC Nº 2001.04.01.002799-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA (CONVOCADO), 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 139,23/07/2003, p. 222)

05 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADEURBANA. RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES EM ATRASO. SEGURADOAUTÔNOMO. NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA E MULTA.

Sendo exigível, do segurado empresário, autônomo ou equiparado, o recolhimento decontribuições previdenciárias em atraso somente quando requer administrativamente a contagem dotempo de serviço, não há se falar em cumprimento de obrigação com atraso e, em decorrência,inexigível a cobrança de juros de mora, porquanto obrigação acessória à principal, que tem seuvencimento fixado pelo segurado, bem como não incide multa sobre a referida indenização,porquanto exercendo, o segurado, faculdade que a ordem jurídica lhe confere.

(AC Nº 2001.04.01.075777-0/RS, DES. FEDERAL NÉFI CORDEIRO, 6ª T./TRF4, maioria,julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 303)

06 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITOS NÃOSIMULTÂNEOS. QUALIDADE DE SEGURADO.

Nas hipóteses em que o segurado completa os requisitos etário e de carência no regimeanterior ao advento da Lei nº 8.213/91, o benefício a ser concedido é a aposentadoria por velhice,prevista na CLPS, e não a aposentadoria por idade. O art. 142 da Lei nº 8.213/91 - que, ao instituirtabela progressiva de prazo de carência, preservou os direitos dos segurados inscritos naPrevidência Social até 24 de julho de 1991 - não tem eficácia retroativa, desse modo nãoalcançando as situações já consolidadas sob a égide do regime anterior.

A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito ao benefício àquele que já tenharecolhido contribuições pelo número de meses equivalentes ao prazo de carência e posteriormentevenha implementar o requisito idade. Conforme entendimento recente do egrégio STJ, por sua 3ªSeção, não é necessário o preenchimento de todos os requisitos simultaneamente para a concessãodo benefício de aposentadoria por idade. Precedentes do STJ e TRF4R.

(AC Nº 2001.70.01.008376-0/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 672)

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07 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. PRINCÍPIO DEPROVA MATERIAL. PARCEIRO.

1. Comprovada, por razoável princípio de prova material, suplementada pela testemunhal, aatividade rurícola do segurado no período imediatamente anterior ao requerimento da aposentadoriapor idade, devida é sua concessão.

2. Face à notória dificuldade de apresentação de prova material da atividade agrícola pelosrurícolas, os documentos referentes a essa atividade, emitidos em nome do parceiro ou arrendatário,corroborados pela prova testemunhal, constituem prova material indireta hábil à comprovação dotempo de serviço rural prestado.

3. Remessa oficial improvida.(REO Nº 2000.72.02.001827-2/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DE

OLIVEIRA, 4ª T./TRF4, Unânime, julg. em 07.05.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 672)

08 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. PRINCÍPIO DEPROVA MATERIAL. PESCADORA ARTESANAL. CORREÇÃO MONETÁRIA.ÍNDICES. HONORÁRIOS. JUROS. CUSTAS.

1. Comprovada, por razoável princípio de prova material, suplementada pela testemunhal, aatividade pesqueira do segurado no período imediatamente anterior ao requerimento daaposentadoria por idade, devida é sua concessão.

2. A qualificação do segurado como pescador profissional em documento expedido por órgãode controle profissional não descaracteriza, por si, a condição de segurado especial, importandoverificar as condições em que a atividade foi exercida.

3. A correção monetária, nas obrigações de natureza alimentar, que caracterizam dívida devalor, é devida desde o vencimento de cada prestação.

4. Os índices de correção monetária aplicáveis são: IRSM (12/93 a 02/94); URV (03 a 06/94);IPC-r (07/94 a 06/95), INPC (07/95 a 04/96) e IGP-DI (a partir de 05/96)

5. Os honorários advocatícios devem ser fixados em 10% do valor das parcelas da condenaçãovencidas até a data da sentença (Súmula 111/STJ).

6. Os juros devem ser fixados em 12% ao ano, a contar da citação, afastando-se o disposto noart. 1062 do CC por se tratar de verba de natureza alimentar.

7. Tendo a ação tramitado na Justiça Estadual de Santa Catarina, as custas são devidas pormetade, a teor do art. 33, § único da LC 156/97 daquele estado.

8. Apelação provida.(APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.04.01.019528-0/SC, DES. FEDERAL A A RAMOS DE

OLIVEIRA, Órgão: Quinta Turma do TRF da 4ª Região, Decisão: Unânime, julg. em 02.04.2003,DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 699)

09 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RELAÇÃO DEEMPREGO ENTRE PARENTES. PREENCHIMENTO DAS CONDIÇÕES APÓS A PERDADA QUALIDADE DE SEGURADO. POSSIBILIDADE. ART. 142 DA LBPS.

1. O trabalho prestado a familiares muitas vezes se dá como colaboração e não comoemprego. Trata-se tal condição, porém, de presunção, que deve ceder à uniforme prova em sentidocontrário, que bem atesta a relação de emprego.

2. O segurado inscrito na Previdência Social até 24 de julho de 1991, faz jus a tabelaprogressiva prevista na regra de transição do art. 142, da Lei nº 8.213/91, independentemente quevenha a perder a qualidade de segurado.

3. Preenchidos os requisitos de idade mínima e carência, para a obtenção da aposentadoria poridade.

4. Precedentes do STJ informam como melhor a interpretação de que pode dar-se a reuniãodos requisitos em diferentes momentos, mesmo quando o preenchimento da condição idade ocorraem época onde já tenha o interessado perdido a condição de segurado, se anteriormente cumprido o

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requisito de carência.5. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a decisão

judicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as parcelasvincendas (Súmula 111 – STJ).

(AC Nº 2001.04.01.077261-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 349)

10 - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – RURÍCOLA –RESTABELECIMENTO – PROFESSORA MUNICIPAL.

1 – Não há óbice à percepção de duplo benefício, provindo de fontes diversas (regime geral daprevidência e fundo de previdência dos servidores municipais). O que a Lei 8.213/91 não admite é acumulação de benefícios com idêntico fato gerador.

2 – Comprovado o exercício de atividade rural no período de carência, a autora tem direito aorestabelecimento de seu benefício, desde a data do cancelamento.

(AC Nº 2000.71.07.002060-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVIERA, 5ª T./TRF4, maioria, julg. em 02.04.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 245)

11 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. SENTENÇATRABALHISTA. PROVA MATERIAL. AUSÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.

1. A sentença trabalhista, não vincula o INSS na contagem de tempo de serviço comosegurado, já que diversas as partes e o objeto das lides.

2. Ausente sequer início de prova documental, resta não reconhecer a controvertida atividadevinculada ao regime previdenciário.

(AC Nº 2001.71.00.001759-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 551)

12 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA PORIDADE. TRABALHADOR RURAL. BÓIA-FRIA. PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE.

Se a autarquia previdenciária sistematicamente nega o benefício aos chamados trabalhadoresrurais “bóias-frias”, deles não se pode exigir prévio requerimento administrativo.

(AG Nº 2003.04.01.009427-2/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVEIRA, 5ª T./TRF4, Maioria, julg. em 21.05.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 461)

13 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADERURAL. REQUISITOS NÃO DEMONSTRADOS. CONSUMO PRÓPRIO.

1. Para a caracterização do trabalho na condição de segurado especial, faz-se necessário que aprodução obtida seja comercializada, não sendo suficiente que o produto da colheita sirva apenaspara consumo próprio.

2. Restando incomprovado nos autos o exercício da atividade laborativa rural na condição desegurada especial, não há como ser concedida a aposentadoria por idade rural.

(AC Nº 2000.72.06.001828-3/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 20.05.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 302)

14 - PREVIDÊNCIA SOCIAL. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DAAPOSENTADORIA RURAL POR IDADE. COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DEATIVIDADES AGRÍCOLAS. CUSTAS JUDICIAIS. ISENÇÃO HETERÔNOMA.INVIABILIDADE.

1. Para a concessão de aposentadoria rural por idade, necessário o preenchimento dosrequisitos de idade mínima (60 anos para o homem e 55 anos para a mulher) e prova do exercício daatividade rural no período de carência, isoladamente ou em regime de economia familiar, de acordo

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com a tabela constante do art. 142 da Lei nº 8.213/91.2. Provada a atividade rural através de início razoável de prova material, complementada por

prova testemunhal idônea, a parte autora faz jus ao benefício pleiteado, a contar da data dorequerimento administrativo, a teor do art. 49 da Lei nº 8.213/91.

3. Não há interesse recursal do autor em rever sentença no que atendeu à sua postulação.4. As custas judiciais, segundo a orientação pacífica do STF, têm natureza jurídica tributária.

Assim, o artigo 24-A da Lei 9.028/95 (instituído pela MP 1.984-15, de 09/03/2000 - atualmente2.180-35, de 24.08.01), o qual estabelece que a União, suas autarquias e fundações, são isentas decustas em quaisquer foros e instâncias, tem aplicação apenas às causas que tramitam no JudiciárioFederal, pois inviável em nosso sistema tributário, na hipótese, a instituição de isenção heterônoma.

5. Ainda que a isenção integral das custas não se justifique, são elas devidas por metade, ateor do artigo 33, parágrafo único, da Lei Complementar nº 156/97 do Estado de Santa Catarina, naredação dada pela Lei Complementar nº 161/97.

(AC Nº 2002.04.01.025391-6/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA (CONVOCADO), 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 139,23/07/2003, p. 224)

15 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADEDEFINITIVA PARA A ATIVIDADE HABITUAL. TRABALHADOR RURAL. CIFOSETORÁCICA.

Constatada pela perícia judicial a incapacidade definitiva do segurado, portador de “CifoseTorácica”, para o exercício da sua atividade laborativa habitual, é de ser-lhe concedido o benefíciode aposentadoria por invalidez, tanto mais quando a idade avançada e a baixa instrução não lhepermitem competir no mercado de trabalho.

(AC Nº 2002.04.01.017807-4/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 716)

16 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ RURAL. CHEFEOU ARRIMO DE FAMÍLIA. REGIME ANTERIOR À LEI-8.213/91. RENDA MENSALVITALÍCIA.

1. Embora constatado erro administrativo na concessão da aposentadoria por invalidez rural àAutora (DIB 1989), já que não se trata de chefe ou arrimo de família, uma vez presente a invalideze comprovado o exercício de atividade rural anteriormente, assim como a ausência de rendimentos,cabível a conversão do benefício para renda mensal vitalícia, de acordo com a legislação vigente aotempo da cessação do benefício (1993).

2. Apelação provida em parte.(AC Nº 2000.04.01.080231-9/SC, Rel. a Exma. Sra. Juíza Federal ELIANA PAGGIARIN

MARINHO, 5ª T./TRF4, Maioria, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 499)

17 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO JUDICIAL.INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O TRABALHO. TRANSTORNO AFETIVOBIPOLAR.

Constatada pela perícia a incapacidade definitiva do segurado, jornalista de profissão eportador de “transtorno afetivo bipolar”, para a sua atividade profissional habitual, bem como paraos atos da vida civil, sem chance de reabilitação para outra função, é de ser-lhe concedido obenefício de aposentadoria por invalidez.

(AC Nº 2000.71.00.005854-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 693)

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18 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.REQUISITOS.

Comprovado pela perícia oficial, em cotejo com o restante conjunto probatório, que osegurado padece de moléstia, que o incapacita total e permanentemente para o exercício de suasatividades laborativas, é de ser mantida a decisão que determinou a outorga de aposentadoria porinvalidez a contar do requerimento administrativo.

(REOAC Nº 1999.70.01.007670-9/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE,6ª T./TRF4, maioria, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 298)

19 - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – BENEFÍCIOBLOQUEADO POR FALTA DE SAQUE – ILEGALIDADE – PENSÃO ALIMENTÍCIA DAEX-ESPOSA.

1 – Hipótese em que a autora tem legitimidade para postular o restabelecimento de sua pensãoalimentícia, invocando como causa de pedir a ilegalidade do cancelamento do benefício de seu ex-marido, porquanto dele depende a subsistência de sua pensão alimentícia e sobre esta ocancelamento produziu reflexos.

2 – O bloqueio do pagamento do benefício por falta de saque por mais de 60 dias não tembase legal e ofende o princípio do contraditório (art. 5º, LV, da CF/88).

3 – A ex-esposa, titular de pensão alimentícia, não pode ser privada de seu meio de sustento,sem que para tanto ela tenha sido notificada para tomar as providências que entendesse cabíveis.Nem sempre a beneficiária de pensão alimentícia tem contato com o seu mantenedor e odesaparecimento deste autoriza o requerimento da declaração judicial de morte presumida para finsde pensão provisória por morte (art. 74, III, c/c art. 78 da Lei nº 8.213/91), benefício que foiinstituído em favor do dependente que não pode mais contar com a subsistência que o seguradoproporcionava e é devido desde a data da declaração judicial.

(AC Nº 2001.04.01.061306-0/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVEIRA, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 28.05.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 712)

20 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. OPÇÃO POR APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.IMPOSSIBILIDADE DE AUFERIR, CONCOMITANTEMENTE, AMBOS OSBENEFÍCIOS.

Ainda que a aposentadoria por invalidez tenha sido corretamente paga, sua substituição, porlivre opção do autor, pela aposentadoria por tempo de serviço não impede que os valores recebidosem relação àquela sejam compensados com os valores das parcelas devidas a título de aposentadoriapor tempo de serviço.

(AG Nº 2002.04.01.056463-6/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 559)

21 - EMBARGOS INFRINGENTES. PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TERMO A QUO. DEMONSTRAÇÃO DAINCAPACIDADE LABORATIVA.

1. A jurisprudência prevê que a data do termo inicial do benefício de aposentadoria porinvalidez deve ser a do laudo pericial que comprova as alegações do segurado apenas quando, nessaperícia, for impossível determinar, com precisão, a data de início da incapacidade laborativa.Contudo, quando se tiver certeza de que a data do início da incapacidade é anterior à elaboração dopróprio laudo, então esse será o termo a quo do benefício.

2. Embargos infringentes desprovidos.(EIAC Nº 2000.72.00.003662-1/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DE

OLIVEIRA, 3ª S./TRF4, Maioria, julg. em 12.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 430)

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22 - PREVIDENCIÁRIO. PRESCRIÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA. EXAME DEFATOS. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. CONCESSÃO DE APOSENTADORIAPOR TEMPO DE SERVIÇO. REQUISITOS. MARCO INICIAL. CÔMPUTO DE PERÍODOTRABALHADO APÓS O REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. CUSTASPROCESSUAIS.

1. Em matéria previdenciária, prescrevem apenas as prestações não reclamadas antes dos 5anos do ajuizamento.

2. Cabível ação declaratória ao reconhecimento de tempo de serviço, pois o autor pretendenão apenas declaração de existência de fato, mas sim atribuir qualificação jurídica ao fato que vise aestabelecer vínculo jurídico entre ele e o INSS.

3. Descabe se cogitar de falta de interesse de agir pela ausência de prévia postulaçãoadministrativa quando contestado o pedido.

4. A parte autora faz jus à concessão de aposentadoria por tempo de serviço quandopreenchidos os requisitos dos artigos 52 e seguintes da Lei Previdenciária.

5. Deve o marco inicial do benefício ser contado do ajuizamento do pedido, porquanto não épossível sua fixação na data do requerimento administrativo, quando se busca o cômputo do períodotrabalhado posteriormente a esta data.

6. Custas por metade (LC/SC nº 161/97).(AC Nº 2002.04.01.023732-7/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10/06/2003, , DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 522)

23 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. PROPORCIONAL. LABOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.INEXISTÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 149 DO STJ. SENTENÇA MANTIDA.

1. Prova documental insuficiente à caracterização de início de prova material não autoriza oreconhecimento de labor rural, para efeito de concessão de aposentadoria por tempo de serviço,considerado reciprocamente a labor urbano.

2. A prova testemunhal é instrumento subsidiário à convicção do magistrado, ao corroborarinício de prova material trazida aos autos; hipótese em que aplicável a Súmula 149 do SuperiorTribunal de Justiça ("A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividaderurícula, para efeito da obtenção de benefício previdenciário").

3. Apelação improvida.(AC Nº 2000.04.01.089929-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ª

T./TRF4,unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 541)

24 - PREVIDENCIÁRIO. RURAL. ESPECIAL. CONVERSÃO. PROFISSÃO.LAUDO. MOTORISTA AUTÔNOMO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E PERICIAIS.CUSTAS.

1. A contagem do tempo de atividade rural, em regime de economia familiar, deve serextraída do conjunto probatório, não podendo o regulamento impor restrições à prova que nãoestejam previstas em lei.

2. A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos deconversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direitoadquirido à aposentadoria.

3. Os períodos em que o autônomo não prestou contribuições não pode ser considerado paraefeito de conversão da atividade especial.

4. Se o laudo pericial confirma que o autor, na qualidade de motorista autônomo, estavasubmetido a ruídos superiores a 80 dB, deve ser considerada a atividade como especial até 05 demarço de 1997, quando o Decreto 2.172, substituiu inteiramente o Decreto 53.831/64.

5. Quando sucumbente o INSS, são devidos honorários advocatícios de 10% (dez por cento)

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sobre o montante das parcelas vencidas até a data da sentença6. Os honorários periciais devidos pelo INSS devem ser reduzidos por força da Resolução nº

227 do Conselho da Justiça Federal, editada em 15 de dezembro de 2000.7. Sucumbente o INSS na Justiça Estadual, deverá arcar com metade das custas, a teor da

Súmula 2 do extinto TARGS.8. Apelação do INSS e remessa oficial parcialmente providas.(AC Nº 2000.04.01.105572-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, Unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 444)

25 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.SITUAÇÃO DE DESEMPREGO COMPROVADA. PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DEGRAÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Comprovada a situação de desemprego pelo autor, através da juntada das cópias da carteirade trabalho, uma vez que não é imprescindível o registro no Ministério do Trabalho e daPrevidência Social, em razão que este não é o único meio de prova.

2. Prorrogado o período de graça em 36 meses, nos termos do § 2º do art. 15 da Lei nº8.213/91.

3. Honorários devidos em 10% do valor das parcelas vencidas até a decisão judicialconcessória do benefício, excluídas as vincendas.

(AC Nº 2001.04.01.005716-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 347)

26 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. REQUISITOS. ATIVIDADE ESPECIAL. MARÍTIMO. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS.

1. A parte autora faz jus à concessão de aposentadoria por tempo de serviço quandopreenchidos os requisitos dos arts. 52 e seguintes da Lei Previdenciária.

2. A cada 255 dias embarcado, o segurado marítimo faz jus ao cômputo de um ano de trabalhoem terra. 3. Nas ações previdenciárias, os honorários advocatícios devem ser fixados no percentualde 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, assim consideradas as parcelas devidas até aprolação da sentença.

(AC Nº 2000.71.00.014639-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17/06/2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 510)

27 - PREVIDENCIÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – APOSENTADORIA PORTEMPO DE SERVIÇO – SUSPENSÃO – ELETRICIDADE – ATIVIDADE ESPECIALDESCONSIDERADA – ILEGALIDADE.

1 – Até sobrevir a regulamentação da Lei 9.032/95 pelo Decreto nº 2.172/97, continuaramaplicáveis os Decretos nºs. 53.831/64 e 83.080/79, no tocante aos agentes prejudiciais à saúde ou àintegridade física neles elencados.

2 – O fato de não constar no Anexo IV do Decreto nº 2.172/97 a exposição à eletricidade, nãosignifica que deixou de existir a possibilidade de aposentadoria especial por atividades perigosas.

3 – As atividades de risco, ainda quando delas não resultem danos diretos ao trabalhador,envolvem um maior desgaste emocional, pela tensão permanente a que o expõem, motivo pelo qualdevem ser incluídas entre aquelas que causam danos à saúde, inclusive a saúde psíquica que,sabidamente, tem reflexos na saúde física do trabalhador.

4 – Admitido que as atividades perigosas se incluem na previsão constitucional (art. 202, § 1º,da Constituição Federal) e, igualmente, na previsão legal (art. 57 da Lei 8.213/91), e ausente aregulamentação administrativa de suas hipóteses, configura-se uma lacuna de regulamentação, quecompete ao Judiciário preencher.

5 – A exposição ao risco de choques elétricos de voltagem superior a 250 volts não deixou de

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ser perigosa, só por não ter sido catalogada pelo Regulamento. Não é só potencialmente lesiva,como potencialmente letal, e o risco de vida, diário, constante, permanente, a que se submete otrabalhador, sem dúvida lhe ocasiona danos à saúde que devem ser compensados com aproporcional redução do tempo exigido para ser inativado.

6 – Comprovada a especialidade das atividades exercidas pelo segurado, é devida a conversãodo respectivo tempo especial e sua soma ao período de atividade comum, na forma do § 5º do art.57 da Lei nº 8.213/91, para fins de restabelecimento de aposentadoria.

7 – Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação aperíodo pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial (Súmulanº 271 do STF).(AMS Nº 2002.70.03.004113-1/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DE OLIVIERA,5ª T./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 234)

28 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.PERÍODO DE ATIVIDADE COMPROVADO. PROVA TESTEMUNHAL. ENCHENTE.CORREÇÃO MONETÁRIA.

1. Presente satisfatória prova oral, corroborada com indício de prova material, é de seconsiderar plenamente comprovado o exercício da atividade controvertida, sendo concedidaaposentadoria por tempo de serviço.

2. Comprovação da atividade baseada quase que exclusivamente na prova testemunhal, umavez que os documentos pertencentes as empresas foram destruídos pela enchente, devidamentecomprovada pela ocorrência policial.

3. A correção monetária deve incidir a partir do momento em que devida cada parcela,conforme a Lei nº 6.899/81 e Súmulas 43 e 148 do STJ.(AC Nº 2001.70.09.000654-4/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ª T./TRF4,unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 550)

29 - PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. CONTAGEM DO TEMPO PARA APOSENTADORIA NA CONDIÇÃO DESERVIDOR PÚBLICO. RESTITUIÇÃO DOS PROVENTOS RECEBIDOS DO INSS ATÍTULO DE APOSENTADORIA.

O segurado tem direito à renúncia da aposentadoria concedida pelo INSS, visando aconcessão de aposentadoria em outro regime previdenciário, contando o tempo que foi somado peloInstituto para conceder o benefício, desde que sejam restituídos os valores recebidos da AutarquiaPrevidenciária a título de benefício.

Precedentes deste Regional.(AC Nº 1999.71.11.003915-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 540)

30 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. REQUISITOS. ATIVIDADE ESPECIAL. AUXILIAR DE SOLDADOR E DEFUNDIÇÃO. HIDROCARBONETOS. RUÍDO. JUROS DE MORA.

1. A parte autora faz jus à concessão de aposentadoria por tempo de serviço quandopreenchidos os requisitos dos artigos 52 e seguintes da Lei Previdenciária.

2. O enquadramento como atividade especial é possível quando comprovado o exercício deatividade profissional sujeita a condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física da parteautora.

3. Conforme expressamente previsto no art. 173 da Instrução Normativa nº 57, de 10 deoutubro de 2001, até 05 de março de 1997, considera-se como atividade especial a efetiva exposiçãodo trabalhador, de forma habitual e permanente, a níveis de ruído superiores a oitenta decibéis.

4. Juros de mora de 1% ao mês (REsp. Nº 311.182-PE), a contar da citação.

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(AC Nº 1999.71.02.004417-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 341)

31 - PREVIDENCIÁRIO. RURAL. DOCUMENTO EM NOME DE TERCEIRO.IDADE. ESPECIAL. CONVERSÃO. RUÍDO. AGENTES BIOLÓGICOS.DESNECESSÁRIO LAUDO CONTEMPORÂNEO ANTERIOR A LEI 9.032/95.CORREÇÃO PELA LEI 6.899/81. CUSTAS. JUSTIÇA ESTADUAL DE SANTACATARINA. HONORÁRIOS PERICIAIS.

1. Em matéria de prova, a restrição à sua produção somente pode dar-se por disposição legalou pela natureza do fato. É possível a apresentação de documentos em nome de terceiros,comprovando tempo de serviço rural, para fins de obtenção de aposentadoria por tempo de serviço.

2. A atividade rural, independentemente do recolhimento das contribuições previdenciárias,somente pode ser computada a partir dos 14 anos de idade.

3. A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos deconversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direitoadquirido à aposentadoria.

4. Até 05 de março de 1997, data do Decreto 2172, é considerada especial a atividade cujonível de ruído é superior a 80dB.

5. O Decreto 83.080/79, anexo I, código 1.3.1 enquadra como atividade especial os “trabalhos permanentes em que haja contato com carnes, vísceras, glândulas, sangue, ossos, pêlos,dejeções de animais infectados”. Os agentes biológicos são previstos no Decreto 2.172/97, código3.0.0.

6. Não se pode exigir laudo contemporâneo do segurado para as atividades exercidas antes doadvento da Lei 9.032/95. Se a perícia realizada em juízo confirma a exposição aos agentes nocivosestá caracterizada a atividade especial.

7. A correção monetária deve ter como termo inicial o vencimento da dívida, atualizadas asparcelas pelo IGP-DI, incidindo juros a contar da citação.

8. Quando sucumbente, o INSS é responsável pelo pagamento da metade das custas, sedemandado na Justiça Estadual de Santa Catarina – Lei Complementar 156/97, com a nova redaçãodada pela LC 161/97, ambas do Estado de Santa Catarina.

9. No caso de sucumbência, deve o INSS ressarcir o autor dos honorários periciais por eleadiantados.

10. Apelação do INSS e recurso adesivo do autor improvidos. Remessa oficial parcialmenteprovida.(AC Nº 2000.04.01.088355-1/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal ALEXANDRE ROSSATO DASILVA ÁVILA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 31.10.2002, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 227)

32 - PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. PRELIMINARES SEMDESCRIÇÃO – APELAÇÃO NÃO CONHECIDA. REVISÃO DE BENEFÍCIO.APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. PROPORCIONAL PARA INTEGRAL.ATIVIDADE RURAL EXERCIDA EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.EXISTÊNCIA DE PROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVATESTEMUNHAL. INEXIGÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕESPREVIDENCIÁRIAS. RECONHECIMENTO. PREENCHIMENTO DO TEMPO DESERVIÇO MÍNIMO DE 35 ANOS. MAJORAÇÃO DO COEFICIENTE DE CÁLCULO DARMI. CORREÇÃO MONETÁRIA – APELAÇÃO NÃO CONHECIDA. JUROSMORATÓRIOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – APELAÇÃO NÃO CONHECIDA.CUSTAS PROCESSUAIS – APELAÇÃO NÃO CONHECIDA - ISENÇÃO.

1. Preliminares da parte-ré não apreciadas, pois que sequer arroladas no corpo da apelação.Recurso não conhecido nesta parte.

2. Havendo prova documental, suficiente à caracterização de início de prova material,

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corroborada por prova testemunhal, é de se considerar plenamente comprovado o exercício daatividade rural em regime de economia familiar.

3. O reconhecimento da atividade rural, em regime de economia familiar, no período anteriorà Lei 8.213/91, independe do recolhimento das contribuições previdenciárias, salvo para contagemdo tempo de serviço em outro regime previdenciário.

4. Preenchido o tempo de serviço mínimo de 35 anos, é devida a revisão da aposentadoria doautor com a majoração da renda mensal inicial a 100% do salário-de-benefício na forma do art. 53,inciso II, da Lei nº 8.213/91.

5. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas 43 e 148 do STJ,pelo IGP-DI. Apelação não conhecida nesse tocante.

6. Incidirão ainda juros moratórios à razão de 6% ao ano (limite do decisum), a contar dacitação, pois que verba de caráter alimentar, na forma das Súmulas 204 do STJ e 03 do TRF da 4ªRegião.

7. Os honorários advocatícios, a cargo do INSS, são devidos no percentual de 10% sobre ovalor das parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, excluídas as parcelas vincendas, ateor da Súmula 111 do STJ e conforme entendimento pacificado na Seção Previdenciária desteTRF. Apelação não conhecida nesta parte.

8. Ajuizada a demanda quando ainda vigente o art. 128 da Lei 8.213/91, é a mesma isenta dopagamento de custas processuais. Apelação não conhecida neste ponto.

9. Apelação conhecida em parte e, nesse limite, improvida e remessa oficial parcialmenteprovida.

(AC Nº 2000.04.01.095995-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 265)

33 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. LABOR RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIARDESCARACTERIZADO. ATIVIDADE ESPECIAL. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.PROFESSORA. RECONHECIMENTO. AVERBAÇÃO. HONORÁRIOS.

1. Na falta de início de prova material, não restando comprovado o exercício da atividaderural, e tampouco a imprescindibilidade da atividade para a subsistência da família (art. 11, VII, §1°, da Lei n° 8.213/91), é de ser indeferido o pedido de reconhecimento de tempo de serviço ruralem regime de economia familiar.

2. Relativamente ao enquadramento da atividade como especial, uma vez prestado o serviçosob a égide de legislação que o ampara, o segurado adquire o direito à contagem como tal, bemcomo à comprovação das condições de trabalho na forma então exigida.

3. A atividade de professora possui tempo diferenciado de aposentadoria, mas não seconfunde com atividade especial/insalubre.

4. Viável a conversão do respectivo tempo de serviço até 29-06-81, uma vez que com apromulgação da Emenda Constitucional nº 18 a profissão de professora foi retirada do rol dasatividades do Decreto 53.831/64, recebendo tratamento constitucional diferenciado, o qual exigeefetivo/exclusivo exercício da função pela totalidade do tempo previsto como necessário àaposentação.

5. Ausente o requisito de tempo de serviço, devida a averbação do tempo de reconhecido.6. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre valor atualizado da causa, cabendo à

parte-autora o pagamento de 30% (vinte por cento) desse montante e ao INSS de 70% (oitenta porcento), em vista da ocorrência de sucumbência recíproca não-equivalente.

(AC Nº 2001.04.01.011485-7/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 302)

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34 - PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. DECISÃO PARCIAL.NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. ACRÉSCIMO DA ATIVIDADE RURAL.CONVERSÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL. COZINHEIRA. FRIO. SUCUMBÊNCIARECÍPROCA.

1. Sendo a decisão citra petita, pode desde logo o juízo ad quem apreciar a lide, caso oprocesso já contenha todas as provas necessárias para prestar a tutela jurisdicional, interpretando-seextensivamente a nova disposição do art. 515, § 3º do CPC.

2. Ostenta a condição de segurado especial aquele que apresenta início de prova material quecomprova o exercício da atividade agrícola, devidamente corroborado por testemunhos verossímeis.

3. A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos deconversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direitoadquirido à aposentadoria.

4. A exposição ao agente nocivo frio apenas ocasionalmente, não acarreta o direito àclassificação da atividade como especial para fins de jubilação, quando a autora desempenha afunção de cozinheira.

5. Sendo insuficiente o tempo para concessão de qualquer benefício, é caso de sucumbênciarecíproca, pelo que, sendo a parte beneficiária da justiça gratuita, impõe-se a condenação de ambasno pagamento de honorários advocatícios para o patrono da outra, respeitados os termos da Lei1.060/50.

6. Sucumbindo parcialmente na Justiça Estadual, o INSS deverá pagar metade das custas aque foi condenado, ou seja, ¼ do valor devido, nos termos da Súmula 2 do TARS.

7. Apelação parcialmente provida.(AC Nº 2001.04.01. 001933-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, Unânime, julg. em 25/06/2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 446)

35 - PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE APOSENTADORIA PORTEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE URBANA PRESTADA SEM REGISTRO EM CTPS.INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO POR TESTEMUNHAS. PERÍCIAGRAFODOCUMENTOSCÓPICA.

1. Restando comprovado nos autos, mediante início de prova material corroborado por provatestemunhal idônea, o trabalho exercido em atividade urbana sem o devido registro em CTPS, é deser restabelecida a aposentadoria por tempo de serviço.

2. O Laudo de Perícia Grafodocumentoscópica efetuado por perito criminalista informando aautenticidade do documento analisado constitui início razoável de prova material, que corroboradopor testemunhas, é hábil a comprovar o período de trabalho alegado pelo autor.

(AC Nº 2001.70.03.005842-4/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10/05/2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 514)

36 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO PROPORCIONAL PARA INTEGRAL. LABOR ESPECIAL. CONVERSÃO.UTILIZAÇÃO DO TEMPO NO QUAL SERVIU AO EXÉRCITO E ESTEVE EMAUXÍLIO-DOENÇA. RMI ELEVADA PARA 100%. JUROS MORATÓRIOS DE 1% AOMÊS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (SÚMULA 111 DO STJ).

1. Conta como tempo de serviço comum o período no qual esteve o segurado especial(motorista) servindo ao Exército, bem como em gozo de auxílio-doença.

2. Impõe-se a revisão do benefício de Aposentadoria proporcional para sua transformação emintegral, com RMI de 100% do salário-de-benefício, uma vez que atingidos mais do que 35 anos deatividade, somados o tempo de labor especial (devidamente convertido pelo fator 1.40) e os demaisperíodos acima mencionados.

3. Em benefícios previdenciários atrasados, os juros moratórios são devidos no percentual de1% ao mês a contar da citação.

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4. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a data daprolação da sentença, excluídas as parcelas vincendas (Súmula nº 111 do STJ).(AC Nº 97.04.54449-9/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ª T./TRF4,unânime, julg. em 23.04.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 507)

37 - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. SOMA DO TEMPO DEEXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO MUNICIPAL AO TEMPO DE SERVIÇOCONCOMITANTE, COMO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. DESCABIMENTO.

1 - Tempos de serviço concomitantes não se somam para a aposentadoria, refletindo-seapenas no cálculo do respectivo salário-de-benefício (Lei 8.213/91, art. 32).

2 - Na hipótese de tempo de exercício de mandato eletivo como edil (art. 55, IV, Lei8.213/91), concomitante a período de recolhimento como contribuinte individual, também não éadmitida a soma, seja no Regime Geral, seja na hipótese de o edil estar sujeito a regimeprevidenciário próprio do Município, caso em que se aplicam as regras da contagem recíproca,igualmente vedatórias daquela soma (art. 96, II, Lei 8.213/91).(AC Nº 2001.04.01.073279-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DE OLIVEIRA, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 289)

38 - PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADES EXERCIDAS EMCONDIÇÕES ESPECIAIS. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE ATS PROPORCIONALHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E CUSTAS. APRECIAÇÃO EM SEDE DE REEXAMENECESSÁRIO. INVIABILIDADE.

1. Como a Lei 9.711, de 20.11.98, resultante da conversão da MP 1.663-10, de 28.05.98, nãocontém dispositivo determinando a expressa revogação do § 5º do artigo 57 da LB (as MPs queantecederam a lei tinham dispositivo neste sentido), em verdade revogação de tal dispositivo nãohouve. Assim, não há óbice à conversão de tempo de atividade especial em tempo comum.

2. A efetiva revogação dos diplomas legais que autorizavam aposentadoria especial porcategoria profissional (cite-se como exemplo o Engenheiro Eletricista - Lei 5.527/68, c.c. Decreto n.53.831/64) veio a ocorrer somente com a edição da Medida Provisória 1.523, de 11.10.96, depoisconvertida na Lei 9.528, de 10.12.97 (ver artigo 15 desta Lei). Assim, até 11.10.96 é possível oenquadramento da atividade como Especial segundo o grupo profissional (ocupação), nos termos doAnexo II do Decreto 83.080/79 e do Item 2 (e respectivos sub-itens) do Quadro Anexo do Decreto53.831/64.

3. Até 05 de março de 1997 (Decreto 2.172), devem ser considerados para fim deenquadramento de atividade como especial segundo os agentes nocivos, o Anexo I do Decreto83.080/79 e o Item 1 (e respectivos sub-itens) do Quadro Anexo do Decreto 53.831/64, observando-se a situação mais benéfica para o segurado, pois referidos atos normativos vigeram até tal data deforma concomitante.

4. Tendo o autor logrado comprovar que, no exercício de suas atividades ficava exposto aoagente frio, previsto nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, é de ser reconhecido como de tempo deserviço especial os períodos laborados sob essas condições até 5.3.97, o que lhe assegura o direito àconcessão do benefício de Aposentadoria por Tempo de Serviço proporcional, a contar da data dorequerimento administrativo.

5. A jurisprudência consolidou o entendimento de que no caso de extinção do processo semapreciação do mérito, bem como no caso de improcedência dos embargos do devedor opostos emexecução fundada em título judicial, não se cogita de reexame necessário. Como em muitos destescasos há condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários e custas (ou quando menos aoreembolso destas), resulta daí a conclusão de que não cabe reexame quanto a tais rubricas do atosentencial. Em verdade as disposições sentenciais relativas a honorários e custas versam sobresimples consectários que não têm necessária ligação com a matéria de fundo, porque ligados estãoao destino do processo e não ao da lide de direito material. Assim, salvo se houver modificação da

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sentença, por força do reexame, quanto ao direito material, de modo a implicar automática alteraçãoda repartição dos ônus sucumbenciais, resta vedado ao Tribunal, em sede de reexame, apreciarquestões ligadas a honorários advocatícios as custas.

(ACNº 2002.04.01.024830-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA, 5ª T./TRF4,Unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 452)

39 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. PROPORCIONAL. SOMA DE TEMPO DE SERVIÇO RECONHECIDO EMPROCESSO JUDICIAL COM TEMPO DE SERVIÇO POSTERIOR RECONHECIDOADMINISTRATIVAMENTE. MARCO INICIAL: DATA DO SEGUNDOREQUERIMENTO. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS LEGAIS ANTES DAEMENDA CONSTITUCIONAL 20/98. APLICAÇÃO DAS REGRAS ANTERIORES.INEXIGÊNCIA DE PEDÁGIO. CORREÇÃO MONETÁRIA.

1. Uma vez reconhecido judicialmente o tempo de serviço do segurado, não cabe ao INSSdesconsiderá-lo, sob pena de afronta à coisa julgada.

2. Tendo o segurado consolidado seu direito à percepção do benefício de aposentadoria portempo de serviço antes da EC 20/98, inexigível o “pedágio” de 40% previsto na alínea “a”, § 1º, art.9º da EC 20/98, sendo aplicáveis as regras antigas da Lei 8.213/91 para a concessão do benefício,quais sejam: carência e tempo de serviço.

3. Preenchidos os requisitos de tempo de serviço e carência, é devida a aposentadoria portempo de serviço proporcional, desde a data do segundo requerimento administrativo.

4. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas 43 e 148 do STJ,pelos índices oficiais.

5. Apelação e remessa oficial improvidas.(AC Nº 2000.70.01.008848-0/PR, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ª

T./TRF4, unânime, julg. em 24.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 274)

40 - PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADES EXERCIDAS EMCONDIÇÕES ESPECIAIS. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIAESPECIAL.

Tendo o autor logrado comprovar que, no exercício da atividade de frentista, estava exposto acondições prejudiciais à saúde e à integridade física, de modo habitual e permanente, é de serreconhecido como de tempo de serviço especial, o que lhe assegura o direito à concessão dobenefício de Aposentadoria por Tempo de Serviço proporcional, a contar da data do requerimentoadministrativo.(AC Nº 2001.70.01.005217-9/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JUIZ FEDERAL RICARDOTEIXEIRA DO VALLE PEREIRA (CONVOCADO), 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003,DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 267)

41 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO PROPORCIONAL. TEMPO RURAL INDEFERIDO POR OCASIÃO DOPRIMEIRO REQUERIMENTO E POSTERIORMENTE RECONHECIDO. CORREÇÃOMONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Levando-se em consideração que o pedido se refere ao 1º processo administrativo, o qualestá na sua totalidade presente no feito, entendo ser despicienda a juntada do 2º processoadministrativo, haja vista que deverá ser valorada a prova apresentada pelo requerente ao INSSquando do 1º pedido, a fim de verificar-se se era apta a fundamentar a sua pretensão.

2. Tendo o segurado levado ao conhecimento da Autarquia todos os documentos necessáriosao reconhecimento do labor rural, no lapso controverso, injustificável o indeferimento do pedido deaposentadoria, haja vista que já computava o mesmo tempo suficiente para a pretendida

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aposentação.3. Devida a concessão, em favor do autor, do valor equivalente a aposentadoria proporcional

com RMI fixada em 70% do salário-de-benefício, entre 26/08/97 (data do 1º requerimento) até10/12/99 (data da concessão da aposentadoria).

4. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas 43 e 148 do STJ,pelo IGP-DI.

5. Os juros moratórios são devidos à razão de 1% ao mês, a contar da citação, na forma dasSúmulas 204 do STJ e 03 do TRF da 4ª Região e precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

6. Os honorários advocatícios, a cargo do INSS, são devidos no percentual de 10% sobre ovalor das parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, excluídas as parcelas vincendas, ateor da Súmula 111 do STJ e conforme entendimento pacificado na Seção Previdenciária desteTRF.

(AC Nº 2000.04.01.135762-9/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 314)

42 - PREVIDENCIÁRIO. CANCELAMENTO DE BENEFÍCIO. FRAUDE.Demonstrando a autarquia previdenciária, por documentos surgidos após encerrado o

processo administrativo de concessão da aposentadoria rural, que em mais da metade do períodoequivalente ao de carência exercia a autora atividade urbana financeiramente relevante, correto foi ocancelamento realizado do benefício por fraude.

A mentira quanto a fato impeditivo da aposentadoria de segurado especial, configura fraude,que não é purgada pelo decurso do tempo.

(AC Nº 2002.04.01.006642-9/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, Maioria, julg. em 10/05/2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 522)

43 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. AUXÍLIO-ACIDENTE.CONFLITO NEGATIVO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL FIRMADA PELOSTJ. RECÁLCULO DA RMI - QUARENTA POR CENTO DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO DIA DO ACIDENTE ATUALIZADO ATÉ A DATA DACONCESSÃO DO BENEFÍCIO. LIMITE DO PEDIDO. CORREÇÃO MONETÁRIA.CUSTAS PROCESSUAIS.

1. Firmada a competência da Justiça Federal para o julgamento da lide em sede de conflitonegativo junto ao Superior Tribunal de Justiça, não cabe mais discutir a questão, em que pese oposicionamento deste TRF no sentido de que competente para a apreciação de causas acidentárias éa Justiça Estadual, mesmo em se tratando de revisão de benefício previdenciário.

2. Sendo o salário-de-contribuição do dia do acidente superior ao valor do auxílio-doençaacidentário, deve o benefício de auxílio-acidente ser calculado com base naquele, devidamenteatualizado até a data da concessão. No caso, deve ainda ser limitado o montante apurado ao valorindicado na exordial, sob pena de ser proferida decisão ultra petita, extrapolando os limites da lide.

3. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas 43 e 148 do STJ,pelos índices oficiais.

4. O INSS é isento do pagamento de custas processuais no Foro Federal, por força do art. 4º,inciso I, da Lei nº 9.289/96, sequer adiantadas pela parte-autora.

5. Apelação da parte-autora parcialmente provida. Apelação do INSS e remessa oficialimprovidas.

(AC Nº 2000.04.01.096010-7/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 27.05.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 313)

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44 - PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RESTABELECIMENTO. GERENTEDE BANCO. LAUDO JUDICIAL. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA PARA A ATIVIDADEHABITUAL E POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL.

Constatada pela perícia a incapacidade temporária do segurado, portadora de “depressão ecérvico braquialgia com dor irradiada para os membros superiores”, para o trabalho quenormalmente exerce, a atividade de gerente de banco, inclusive com chance de reabilitação paraoutra função, é de ser-lhe restabelecido o benefício de auxílio-doença.

(AC Nº 2000.72.02.002936-1/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 689)

45 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. ASSISTÊNCIAJUDICIÁRIA GRATUITA. PERÍCIA MÉDICA. EXAME ESPECÍFICO PARA AVERIFICAÇÃO DA INCAPACIDADE LABORATIVA. DÚVIDA QUANTO À SUANECESSIDADE. RESSALVA.

1. A Constituição Federal garante a assistência jurídica integral e gratuita aos quecomprovarem insuficiência de recursos (art. 5º, LXXIV). Cabe ao Judiciário dar a essa garantia suamáxima eficácia. Não é admissível que, concedido o benefício, se exija do seu destinatário odesembolso de custas extrajudiciais que, obviamente, ele não tem como suportar.

2. O modo de operacionalizar essa garantia, contudo, deve ser adequado caso a caso. Hipóteseem que não foi possível constatar a certeza quanto à absoluta indispensabilidade da feitura doexame de eletroneuromiografia, para verificação da existência de incapacidade laborativa dosegurado, com vista à obtenção do benefício de auxílio-doença.

3. Agravo de instrumento parcialmente provido para, mantendo a realização da perícia,determinada pela decisão recorrida, ressalvar sua complementação, mediante aeletroneuromiografia, ou outro exame solicitado pelo perito, sem ônus para o segurado, emdecorrência do benefício de assistência judiciária a ele concedido.

(AG Nº 2003.04.01.007715-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVEIRA, 5ª T./TRF4, Unânime , 21.05.02003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 676)

46 - PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA PORINVALIDEZ.

1. Sendo o autor portador de hipertiroidismo, e tendo o perito afirmado que só após àrealização de prolongado tratamento poderia voltar a o exercício de funções laborativas, tem orequerente direito ao restabelecimento do auxílio-doença.

2. As custas do INSS são devidas pela metade conforme a Súmula 02 do extinto TARGS.(AC Nº 2000.04.01.105567-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ª

T./TRF4, unânime, julg. em 27.05.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 541)

47 - PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RESTABELECIMENTO.EMPREGADA DOMÉSTICA. LAUDO JUDICIAL. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARAA ATIVIDADE HABITUAL. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. POSSIBILIDADE.

Constatada pela perícia a incapacidade definitiva da segurada, portadora de “estenose mitral”,apenas para o trabalho que normalmente exerce, a atividade de empregada doméstica, com chancede reabilitação para outra função, é de ser-lhe restabelecido o benefício de auxílio-doença.

O laudo médico apresentado pela autarquia deve ser conclusivo a respeito da capacidade dosegurado, para que se justifique o cancelamento administrativo do benefício de auxílio-doença.

(AC Nº 2000.71.05.001736-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 688)

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48 - PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RESTABELECIMENTO.INCAPACIDADE LABORATIVA. NEOPLASIA GÁSTRICA E ASTENIA.

Constatada pela perícia judicial a incapacidade definitiva do segurado, portador de “neoplasiagástrica e astenia”, para o exercício de qualquer atividade laborativa, é de ser-lhe restabelecido obenefício de auxílio-doença.

(AC Nº 2001.72.07.000085-1/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal FEDERAL PAULOAFONSO BRUM VAZ, Órgão: Quinta Turma do TRF da 4ª Região, Decisão: Unânime ,04/06/2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 684)

49 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL.BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA.MANUTENÇÃO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ART. 475, II, DO CPC.

1. Na hipótese de benefício assistencial ao deficiente, não é de se exigir que ele se encontreincapacitado para os atos triviais da vida diária, bastando que sua condição de saúde exija apermanente atenção de terceiros (o que equivale à incapacidade para a vida independente, referidapelo parágrafo 2º do art. 20 da Lei 8.742/93).

2. Tratando-se de benefício assistencial, deferido a pessoas hipossuficientes, o fundado receiode dano irreparável, um dos pressupostos para a antecipação da tutela, decorre da própria condiçãodo beneficiário, que faz presumir inadiável a prestação postulada, necessária que é para sua própriasubsistência física.

3. A irreversibilidade do provimento, meramente econômica, não é óbice à antecipação datutela, em matéria previdenciária ou assistencial, sempre que a efetiva proteção dos direitos à vida, àsaúde, à previdência ou à assistência social não puder ser realizada sem a providência antecipatória.

4. A norma do art. 475, II, do CPC, que institui a remessa oficial das sentenças contrárias àUnião, ao Estado e aos Municípios, estendida às autarquias pela Lei 9.469/97, não é óbice àantecipação da tutela.

(AG Nº 2003.04.01.010694-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVEIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 309)

50 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AMPAROASSISTENCIAL. LEI Nº 8.742/92. INCAPACIDADE PERMANENTE. AUSÊNCIA.

1. Pode o magistrado adaptar o pedido ao benefício devido, já que “eventual engano noencaminhamento do beneficio correto não elide o direito” (TRF4, AC 0452699-7/97-SC, 5ª T.,Maioria, Rel. Juiz Élcio Pinheiro de Castro, DJ 24-03-99 pg:000810) , inclusive adaptando o direitoà nova situação legal vigente.

2. Inexiste o direito ao benefício assistencial considerando que o laudo pericial concluiu pelaausência de incapacidade permanente para a vida independente e para o trabalho.

(AG Nº 2002.04.01.004395-8/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 313)

51 - PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA.CONCESSÃO. LAUDO PERICIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Deve ser concedido o benefício de prestação continuada a portador de retardo mentalprofundo CID-10: 73.1, reconhecido através de perícia médica.

2. Os honorários de advogado, rateados pela União e INSS, incidem num total de 10% sobre ovalor das parcelas vencidas até a sentença de concessão do benefício, excluídas as parcelasvincendas.

3. Apelação da União e remessa oficial parcialmente providas, e apelação do INSS improvida.(AC Nº 2001.04.01.018904-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 464)

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52 - PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA.CONCESSÃO. PESSOA IDOSA COM MAIS DE 70 ANOS. CERTIDÃO DENASCIMENTO EXPEDIDA POR DETERMINAÇÃO JUDICIAL. PRESUNÇÃO DEVERACIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Deve ser concedido o benefício de prestação continuada a pessoa idosa com mais de 70anos de idade, pobre e analfabeta e que não possui condições de prover a própria manutenção, bemcomo a impossibilidade de que sua família o faça.

2. O INSS não pode recusar a fé pública a certidão de nascimento, lavrada somente em 1997,atestando como data de nascimento da autora, como sendo 17 de fevereiro de 1909, tendo em vistaque sendo documento extraído por determinação judicial gera presunção de veracidade, até provaem contrário.

3. Os honorários de advogado, rateados pela União e INSS, incidem num total de 10% sobre ovalor das parcelas vencidas até a sentença de concessão do benefício, excluídas as parcelasvincendas.

4. Apelação da União e remessa oficial parcialmente providas.(AC Nº 1999.71.02.002018-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 267)

53 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO.EXECUÇÃO DE PARCELAS VINCENDAS. IMPLANTAÇÃO DA NOVA RENDAMENSAL.

1. A execução de título judicial concernente às parcelas vincendas dá-se por meio da simplesimplantação da nova renda mensal do benefício previdenciário.

2. Agravo de instrumento provido para que o benefício seja implantado sem a necessidade dainstauração de ação de execução, mediante intimação do executado e sob pena de multa, se for ocaso, a ser cominada pelo Juiz da execução.(AG Nº 2003.04.01.011460-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DE OLIVEIRA, 5ªT./TRF4, Unânime, julg. em 11.06.2003,, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 461)

54 - PREVIDENCIÁRIO. REAJUSTE EM MAIO/94 – CONSIDERANDO O FAS DEFEVEREIRO/94. REAJUSTES EM MAIO/96 (IGP-DI), JUNHO/97 (7,76%), JUNHO/99(4,61%) E JUNHO/2000 (5,81%).

1. Com o advento da MP nº 434/94, posteriormente convertida na Lei n° 8.880/94, rompeu-seo sistema de reajustes previsto nas Leis nºs 8.542/92 e 8.700/93, não subsistindo, portanto, oreajuste quadrimestral e as antecipações mensais deixando de ser devido, então, qualquer reajusteem maio/94.

2. Tendo a Medida Provisória 1.415/96 adotado a variação acumulada do IGP-DI paraatualização dos benefícios previdenciários em maio/96, não há se cogitar do emprego de qualqueroutro indexador.

3. A Medida Provisória n° 1572-1/97 ao fixar o reajuste de 7,76%, em junho de 1997, nãoviola o princípio de manutenção do valor real estabelecido na Constituição Federal.

4. Da mesma forma descabe a aplicação da variação do IGP-DI para reajuste dos benefíciosem junho/99 e junho/2000 quando devem ser considerados os percentuais previstos,respectivamente, nas MPs nºs 1.824/99 e 2060/2000.

(AC Nº 2001.72.07.003466-6/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 11.01.2003, DJ2 nº 144, 30/07/2003, p. 547)

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55 - PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL. REVISÃO. INDEXADORESEQUIVALENTES AOS APLICADOS AOS SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO.UTILIZAÇÃO. INCABIMENTO. PRECEDENTES STF, STJ E DESTA CORTE.

1. A CF/88, diversamente do tratamento dado às justas e prévias indenizações pordesapropriação onde restou garantida cláusula de preservação do valor real de forma incondicionada(art. 184, caput) oportunizando aos expropriados escolha de índice que melhor reflita perda dopoder aquisitivo da moeda, aos benefícios previdenciários, garantiu preservação de valor realcondicionada à lei, ou seja, delegou ao legislador ordinário a escolha do índice, tolhendo osbeneficiários de eleger, dentre os existentes, aquele que melhor conviesse aos beneficiários daprevidência.

2. No RE n. 219.880/RN, o rel. Min. Moreira Alves, D.J. de 6.8.1999, a 1ª Turma decidiu queo art. 201, § 4º , da Constituição “deixou para a legislação ordinária o estabelecimento dos critériospara essa preservação. E, para isso, a legislação tem adotado indexadores que visam a recompor osvalores em face da inflação, não dando margem, evidentemente, à caracterização dainconstitucionalidade dela a alegação de que, pela variação que pode ocorrer entre esses índicespelo critério de sua aferição, se deva ter por inconstitucional um que tenha sido menos favorávelque o outro. Para essa declaração de inconstitucionalidade seria mister que se demonstrasse que oíndice estabelecido em lei para esse fim é manifestamente inadequado, o que não ocorre no caso”.

3. Não se consideram inconstitucionais os índices estabelecidos pelas seguintes normas: MP1.572-1/97 (7,76%); MP 1.663/98 (4,81%); MP 1.824/99 (4,61%) e MP 2.002/2000 (5,81%), hojealterada para MP 2.187-13/2001 e, por fim, a MP 2.129/2001 (7,66%), visto que a maioria dessasregras estabelecidas pelo Poder Executivo também já foram convertidas em lei. Precedente STJ:REsp 499.427, j. 6-5-2003, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, unanimidade. Precedentes tambémdas Colendas 5ª e 6ª Turmas desta E. Corte.

(AC Nº 2003.04.01.014772-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VICTOR LUIZ DOSSANTOS LAUS, 6ª T./TRF4, maioria, julg. em 24.06.2003, DJ2 nº 144, 30/07/2003, p. 565)

56 - PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RESTABELECIMENTOBENEFÍCIO ACIDENTÁRIO. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL.

O art. 109, inciso I, da Constituição Federal exclui da competência da Justiça Federal o examede ações que versem sobre acidente do trabalho.

(AG Nº 2002.04.01.046910-0/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, Maioria, julg. em 18.03.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 524)

57 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. FUNDADO RECEIO DE DANOIRREPARÁVEL. CARACTERIZAÇÃO.

Para caracterizar o fundado receio somente no quesito idade é necessário que esta sejasuperior em cinco anos ao limite legal. Se homem, cujo limite são 60 anos, a idade deverá ser igualou superior a 65 anos; se mulher, cujo limite são 55 anos a idade deverá ser igual ou superior a 60anos.

(AGA Nº 2002.04.01.054089-9/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17/06/2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 524)

58 - I. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO.EXECUÇÃO DE SENTENÇA. II. CUSTAS PROCESSUAIS. NATUREZA. NECESSIDADEDE CITAÇÃO. ART. 730 DO CPC. III. LEI Nº 10.259/2001. § 3º DO ART. 100 DA CF/88. IV.FRACIONAMENTO DA EXECUÇÃO. NÃO-OCORRÊNCIA.

1. As custas judiciais são taxas e, por essa razão, estão sujeitas ao princípio da anterioridadetributária.

2. As custas integrais do processo são devidas à escrivania. Se o INSS for condenado, noprocesso de conhecimento, a pagá-las, correta sua intimação, contudo, deverá ser precedida de

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prévia citação, nos termos do art. 730 do CPC.3. A Lei nº 10.259/2001, ao ampliar o valor máximo para pagamento direto ao segurado,

independentemente da expedição de precatório, regulou o § 3º do art. 100 da CF/88, sendo essedispositivo válido não só para as causas aforadas nos juizados especiais, mas para todas as outras,protocoladas fora da sua competência.

4. Não haverá fracionamento na execução se essa for originária e de valor inferior a 60(sessenta) salários mínimos.

5. Não deve ser conhecida irresignação relativa à parte reconsiderada da decisão recorrida.(AG Nº 2002.04.01.040857-2/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DE

OLIVEIRA, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 458)

59 - PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. LEGITIMIDADE.OMISSÃO. PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÃO.

1. Embargos parcialmente acolhidos para sanar a omissão no que diz respeito a preliminar deilegitimidade de parte que, por tratar-se de matéria de ordem pública, pode ser analisada de ofícioem qualquer instância.

2. É o INSS parte legítima para compor o pólo passivo da lide, pois pretende o autor apenas aaverbação de tempo de serviço prestado no Uruguai em atividade privada, com base no Acordo dePrevidência Social-Brasil/Uruguai.

3. Desnecessário o pagamento de nova contribuição previdenciária no Brasil, já que aresponsabilidade financeira pelo tempo de trabalho exercido no Uruguai é daquele País (art. 8º,incisos I e II do Acordo Administrativo)

(EDAC Nº 2000.04.01.075791-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 299)

60 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CANCELAMENTO DOBENEFÍCIO EM VIRTUDE DE NOVAS NÚPCIAS. SÚMULA 170 DO EX-TFR. REMESSAOFICIAL. CABIMENTO. COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE DO BENEFÍCIO. ÔNUSDA PENSIONISTA. TERMO INICIAL DO RESTABELECIMENTO DA PENSÃO. VERBAHONORÁRIA. CUSTAS PROCESSUAIS. CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA NOBOJO DA SENTENÇA. AGRAVO RETIDO.

1. Por força da Lei nº 9.469/97 dá-se por interposta a remessa oficial.2. Na aplicação da legislação previdenciária à época do óbito, é ônus da autora comprovar a

necessidade de continuar percebendo o benefício, mesmo com novas núpcias, já que a Súmula 170do ex-TFR atenuou a previsão legal.

3. A prova testemunhal é forte no sentido de que o novo matrimônio não trouxe qualquermelhoria na situação econômica da pensionista.

4. O art. 10, da Lei nº 9.711/97, estabelece que à correção monetária do débito judicialprevidenciário deve ser aplicado o IGP-DI.

5. Nas ações de natureza previdenciária, a verba honorária deve ser fixada na razão de 10%sobre o valor da condenação, assim entendido o montante das parcelas vencidas até a data daprolação da decisão concessória, consoante Súmula 111 do STJ.

6. Inexistente prévio requerimento administrativo de restabelecimento da pensão (sustada seteanos antes do ajuizamento da ação), o termo inicial deve ser o próprio ajuizamento da ação.

7. A procedência da ação justifica a verossimilhança do direito para a concessão de tutela naprópria sentença.(AC Nº 2002.04.01.006903-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ª T./TRF4,unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 557)

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61 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE. INSCRIÇÃOPOST MORTEM. DEPENDENTE. DECLARAÇÃO DE PRÓPRIO PUNHO DOSEGURADO FALECIDO. SOBRINHA. INCAPACIDADE PERMANENTE PARA OTRABALHO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS PROCESSUAIS.

1. A declaração de vontade do segurado falecido, conjugada com a prova material etestemunhal produzida nos autos, permite a inscrição post mortem da autora, sobrinha do segurado,como sua dependente designada.

2. Verificada a incapacidade permanente para o trabalho através de perícia judicial, faz ela jusao benefício inclusive após a maioridade.

3. Os honorários advocatícios incidem tão-somente sobre as parcelas vencidas até a data daprolação da sentença.

4. As custas processuais são devidas por metade, na forma da Lei Complementar 156/97, coma nova redação dada pela LC 161/97, ambas do Estado de Santa Catarina.

5. Apelação e remessa oficial parcialmente providas.(AC Nº 2000.04.01.138974-6/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 462)

62 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DO EX-MARIDO. UNIÃOESTÁVEL APÓS A SEPARAÇÃO JUDICIAL. DISPENSA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA.REEXAME NECESSÁRIO. CONDENAÇÃO NÃO EXCEDENTE A SESSENTASALÁRIOS MÍNIMOS. APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI 10.352/01, QUEACRESCENTOU O § 2º AO ARTIGO 475 DO CPC.

1. Consoante precedentes do extinto TFR o reexame necessário não constitui recurso, estandosimplesmente a sentença sujeita a condição quanto à sua eficácia. Afastada a condição pelo direitonovo, este se aplica imediatamente aos processos pendentes, independentemente da data da prolaçãoda sentença, que era ato processual complexo e adquire, desde logo, a natureza jurídica de atoprocessual simples (TFR. AGREO NUM:0063811 ANO: UF:SP. TURMA:04. RELATORMINISTRO CARLOS MARIO VELLOSO, DJ 25-06-82).

2. Faz jus à pensão por morte a ex-mulher que volta a viver com o ex-marido, em uniãoestável, desde que comprovada a continuidade do auxílio econômico por parte do “de cujus” após aseparação.

(AC Nº 1999.72.00.010681-3/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA (CONVOCADO), 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 134,16/07/2003, p. 266)

63 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DE FILHO.DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO. TERMO INICIAL. ÓBITO. LEI8213/91. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Estando demonstrado, pelo conjunto probatório, que o segurado falecido contribuía para osustento da família, mesmo que tendo ido residir em outra cidade pouco antes do seu óbito, édeferida a pensão em favor da mãe requerente.

2. Para a concessão da pensão por morte, quando o óbito se deu anteriormente à Lei 9528/97,o termo inicial do benefício é a data do óbito, sendo irrelevante o momento do pedidoadministrativo. Inteligência do artigo 74 da Lei 8.213/91.

3. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a decisãojudicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as parcelasvincendas (Súmula 111 – STJ).

(AC Nº 2001.04.01.024204-5/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 302)

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64 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE RESPONSÁVEL PELAGUARDA DE MENOR. COMPROVADA A DEPENDÊNCIA ECONÔMICA.

Tendo a prova documental demonstrado que os segurados falecidos contribuíam para osustento da menor de forma integral, auxiliando-o também na formação moral e em sua proteção, édeferido o benefício de pensão.

(AC Nº 2002.04.01.010729-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 557)

65 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE PAI. FILHO INVÁLIDO.INTERDITADO. SENTENÇA DE INTERDIÇÃO. EFEITO EX TUNC.

1. A sentença de interdição apenas reconhece a situação preexistente de incapacidade dointerditando, em face do quadro psiquiátrico, gerando efeito ex tunc.

2. Ainda que decretada a interdição após o óbito do genitor segurado, a perícia realizada deixaclaro a invalidez preexistente, com conseqüente direito à pensão previdenciária.

(AC Nº 2002.04.01.032624-5/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 558)

66 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DO ESPOSO. PREENCHIMENTODOS REQUISITOS À APOSENTADORIA ANTES DE OCORRIDA A PERDA DAQUALIDADE DE SEGURADO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E CUSTAS.APRECIAÇÃO EM SEDE DE REEXAME NECESSÁRIO. INVIABILIDADE.

1. A teor do disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 102 da Lei de Benefícios, se, antes deperder a qualidade de segurado, o “de cujus” já havia preenchido os requisitos para aposentação,segundo a legislação em vigor à época, o direito à pensão fica resguardado a seus dependentesprevidenciários.

2. Embora a atividade de tratorista desempenhada pelo “de cujus” não conste expressamentedo rol das atividades profissionais sujeitas a condições de periculosidade, penosidade einsalubridade, previsto nos anexos aos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, é possível o seuenquadramento por analogia, mediante a constatação de que o trabalho se realiza pela exposição aosmesmos agentes nocivos ali nominados ou pela verificação de que a atividade do segurado o expõea tais agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física.

3. Não há interesse recursal em rever sentença no que atendeu à postulação do apelante.4. Tendo o feito tramitado perante a Justiça Estadual, deve a Autarquia responder pela metade

das custas devidas, consoante a Súmula 2 do extinto Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul.5. Para fins de atualização monetária, aplicáveis os índices oficiais, e jurisprudencialmente

aceitos, quais sejam: ORTN (10/64 a 02/86), OTN (03/86 a 01/89), BTN (02/89 a 02/91), INPC(03/91 a 12/92), IRSM (01/93 a 02/94), URV (03 a 06/94), IPC-r (07/94 a 06/95), INPC (07/95 a04/96) e IGP-DI (a partir de 05/96), sem prejuízo da utilização dos índices expurgados referidos nasSúmulas 32 e 37 desta Corte e daqueles que a jurisprudência vier a reconhecer como tais, devendo-se observar os períodos das incidências respectivas, no caso concreto.

6. A jurisprudência consolidou o entendimento de que no caso de extinção do processo semapreciação do mérito, bem como no caso de improcedência dos embargos do devedor opostos emexecução fundada em título judicial, não se cogita de reexame necessário. Como em muitos destescasos há condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários e custas (ou quando menos aoreembolso destas), resulta daí a conclusão de que não cabe reexame quanto a tais rubricas do atosentencial. Em verdade as disposições sentenciais relativas a honorários e custas versam sobresimples consectários que não têm necessária ligação com a matéria de fundo, porque ligados estãoao destino do processo e não ao da lide de direito material. Assim, salvo se houver modificação dasentença, por força do reexame, quanto ao direito material, de modo a implicar automática alteraçãoda repartição dos ônus sucumbenciais, resta vedado ao Tribunal, em sede de reexame, apreciarquestões ligadas a honorários advocatícios as custas.

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(AC Nº 2001.04.01.001156-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 500)

67 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ESPOSA. PRELIMINARES DEINCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO E FALTA DE INTERESSE DE AGIR –AFASTADAS. SEGURADO COM DOENÇA INCAPACITANTE. AUSÊNCIAINVOLUNTÁRIA DE CONTRIBUIÇÃO À PREVIDÊNCIA SOCIAL. INEXIGÊNCIA.MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO ATÉ O ÓBITO. CONCESSÃO DOBENEFÍCIO. EXTENSÃO EX OFFICIO AOS FILHOS MENORES. DEFERIMENTO DAANTECIPAÇÃO DE TUTELA. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS PROCESSUAIS.

1. É competente a Justiça Estadual para julgar ações previdenciárias nas comarcas em que nãohouver Vara Federal (art. 109, §3º, da CF/88).

2. Indeferido o benefício em sede administrativa, é legítimo o interesse de agir da parte-autora, já que presente a pretensão resistida (art. 5º, inciso XXXV, da CF/88).

3. A concessão de pensão por morte a dependente de segurado do RGPS depende dopreenchimento de dois requisitos: qualidade de dependente e prova da qualidade de segurado do decujus ao tempo do óbito.

4. Presumida a dependência econômica (cônjuge) e comprovada a manutenção da qualidadede segurado do falecido até a data de seu óbito, porquanto o recolhimento das contribuiçõesprevidenciárias cessou em decorrência da doença que o deixou incapacitado para o trabalho e olevou à morte, é devida a pensão à autora desde a data do óbito de seu cônjuge, a teor do art. 74,inciso I, da Lei nº 8.213/91.

5. Constatada a existência de filhos menores do casal, deve o benefício ser estendido, deofício, também a esses até os seus respectivos 21 anos.

6. Presente a verossimilhança do direito e o receio de dano irreparável, deve ser concedida aantecipação da tutela, viabilizando a implantação imediata do benefício.

7. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas 43 e 148 do STJ,pelos índices oficiais.

8. Os juros moratórios são devidos à razão de 1% ao mês, a contar da citação, na forma dasSúmulas 204 do STJ e 03 do TRF da 4ª Região e precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

9. Os honorários advocatícios, a cargo do INSS, são devidos no percentual de 10% sobre ovalor das parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, excluídas as parcelas vincendas, ateor da Súmula 111 do STJ e conforme entendimento pacificado na Seção Previdenciária desteTRF.

10. Às ações previdenciárias tramitadas na Justiça Estadual de Santa Catarina, aplica-se aregra do parágrafo único do art. 33 da LC nº 156/97, com a redação dada pela LC nº 161/97, ambasdaquele Estado, devendo as custas processuais a cargo do INSS serem pagas por metade.

(AC Nº 2001.04.01.062745-9/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 13/05/2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 512)

68 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DE EX-MARIDO. SEPARAÇÃO DE FATO. INEXISTÊNCIA DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA.COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE ATUAL DO BENEFÍCIO. TERMO INICIAL.HONORÁRIOS.

1. Comprovada a necessidade atual do benefício, ainda que inexistente a dependênciaeconômica na data do óbito, pode a ex-esposa pleitear alimentos – direito indisponível -, na formade pensão, se deles vier a necessitar.

2. A posterior habilitação de dependente gera direito à pensão a contar do requerimentoadministrativo de habilitação ou, na falta deste, do ajuizamento da ação.

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3. As parcelas em atraso serão corrigidas monetariamente, desde o vencimento de cadaparcela, pelo IGP-DI, com base na Lei nº 9711/98, art. 10.

4. Honorários advocatícios reduzidos para 10% sobre as parcelas vencidas até a decisãojudicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as vincendas.

(AC Nº 2000.70.10.004356-4/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 345)

69 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DA MÃE. FILHA MAIORINVÁLIDA. PERÍCIA INCOMPLETA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA DATADE INÍCIO DA INCAPACIDADE. SENTENÇA ANULADA.

A filha maior inválida, para fazer jus ao pensionamento por morte da mãe, deve comprovarque sua invalidez remonta à data do óbito. “In casu”, não se podendo extrair, quer da períciajudicial, quer de quaisquer outros elementos constantes dos autos, a data do início da incapacidadeda autora, impõe-se a complementação da prova pericial, anulando-se a sentença com tal intuito.(AC Nº 2000.04.01.039308-0/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA (CONVOCADO), 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 134,16/07/2003, p. 302)

70 - PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE PENSÃO POR MORTE DEEX- ESPOSO. SEPARAÇÃO DE FATO. VIAS ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA.INDEPENDÊNCIA. QUALIDADE DE SEGURADO. IMPUGNAÇÃO EM GRAU DEAPELAÇÃO. ART. 515, PARÁGRAFO 1º, DO CPC. AUSÊNCIA DE PROVA DADEPENDÊNCIA ECONÔMICA OU NECESSIDADE DO BENEFÍCIO.

1. Desnecessário o prévio esgotamento das vias administrativas face a independência dasesferas administrativa e judiciária.

2. Inexistindo qualquer manifestação da ré quando da contestação no sentido da qualidade desegurado do falecido, há impossibilidade de impugnação somente em grau de apelação, nos termosdo art. 515, parágrafo 1º, do CPC.

3. Separada de fato a autora há mais de vinte anos, período em que sequer sabia se estava vivoo ex-marido, e sobrevivendo por dez anos após o óbito deste para, somente então, postular pensão,não pode ser presumida a dependência econômica da ex-esposa.

4. Não havendo provas da dependência econômica à época do óbito, ou atual necessidade dealimentos, ônus que lhe competia, não faz jus a autora ao benefício de pensão por morte.(AC Nº 2002.04.01.049922-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ª T./TRF4,unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 559)

71 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE FILHO. ATIVIDADE RURALEM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. NÃO-COMPROVAÇÃO DA DEPENDÊNCIAECONÔMICA.

1. A dependência econômica exige demonstração de habitual colaboração financeira,indispensável à sobrevivência.

2. A colaboração curta ou eventual e a existência de suficiente fonte independente de renda,afastam a categoria jurídica de dependência econômica, requisito necessário à pensão dosdependentes de classe diversa da primeira – art. 16, § 4º da Lei nº 8.213/91.

3. Tendo falecido rurícola, ainda jovem, a mera redução posterior da área plantada pelos paisindica redução de renda e não necessariamente a dependência econômica, que deveria ter sidocumpridamente demonstrada.

4. Improcedência da pensão pleiteada pelos pais.(AC Nº 2001.04.01.063998-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ª

T./TRF4, unânime, julg. em 10.06. 2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 303)

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72 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DO MARIDO.ÓBITO EM 1981. VIGÊNCIA DO DECRETO 83.080/79. EXIGÊNCIA DE CARÊNCIA.DOENÇA PREEXISTENTE.

Na vigência do Decreto 83.080/79, o cumprimento da carência de doze contribuições mensaisera indispensável para a concessão do benefício de pensão por morte. “In casu”, embora o “decujus” tenha falecido em virtude de doença que, em princípio, o dispensaria de cumprir o período decarência, por força do disposto no inciso II do art. 33, tal isenção não se lhe aplica, porquanto adoença era preexistente à filiação à Previdência Social.

(AC Nº 2000.04.01.073797-2/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA (CONVOCADO), 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 134,16/07/2003, p. 267)

73 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. LITIGIO ENTRE ESPOSA ECONCUBINA. VALORIZAÇÃO PROVA DOCUMENTAL.

1. Havendo divergência entre a prova material e testemunhal, em relação a existência ou nãode companheirismo, durante vigência casamento do segurado falecido, deve ser reconhecida aquelaem relação a esta .

2. A não esposa não tem direito à pensão por morte quando não provada a existência de uniãoestável.

3. Apelação improvida.(AC Nº 2000.04.01.096109-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 6ª

T./TRF4, unânime, julg. em 24.06.2003, DJ2 nº 144, 30/07/2003, p. 566)

74 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DA ESPOSA. SEGURADAESPECIAL. ÓBITO ANTERIOR A LEI 8213/91. IMPOSSIBILIDADE.

Pacificado está nesta Corte que mesmo ante a constitucional isonomia entre os cônjuges,somente com a Lei nº 8213/91 surge o benefício rural à esposa e a conseqüente possibilidade depensão ao marido.

(REO Nº 2002.04.01.040019-6/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 523)

75 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DA AVÓ. GUARDA DE FATO.COMPROVADA A DEPENDÊNCIA ECONÔMICA.

1. Mesmo não regularizada a guarda do menor perante o poder Judiciário, possível é averificação da dependência econômica e moral, configurando a guarda de fato do menor.

2. Tendo a prova oral demonstrado que o segurado falecido contribuía para o sustento domenor de forma integral, auxiliando-o também na formação moral e em sua proteção, é deferido obenefício de pensão.

(AC Nº 1999.71.09.001461-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 341)

76 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE GENITOR. FILHA MENOR.FALECIDO. SERVIDOR TEMPORÁRIO DO MUNICÍPIO DE CAMPO NOVO.VINCULAÇÃO AO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. INCAPACIDADEPRESUMIDA. ART. 16, INCISO I C/C § 4º DA LEI Nº 8.213/91.

1.O servidor vinculado à Administração Pública, por contrato temporário, está sujeito àsregras da Previdência Social.

2. Nos termos da Emenda Constitucional nº 20/98 os ocupantes de cargos temporáriostambém são sujeitos às regras do Regime Geral da Previdência Social.

3. A dependência econômica é presumida em se tratando de filha menor, nos termos do incisoI c/c § 4º do art. 16 da Lei nº 8.213/91.

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(AG Nº 2001.04.01.085464-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 320)

77 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DECOMPANHEIRO. TRABALHADOR RURAL. BENEFÍCIO DE AMPARO.APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. PROVA DA ATIVIDADE RURAL E UNIÃOESTÁVEL.

Comprovando a autora, por meio de prova documental corroborada por prova testemunhal,que à época do deferimento do benefício de “amparo” seu falecido esposo fazia jus ao benefício deaposentadoria rural por idade, já que mantida a qualidade de segurado, e, ainda, comprovada aunião estável com o segurado, possui direito à pensão rural por morte.(AC Nº 1999.70.00.030342-0/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ª T./TRF4,unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 298)

78 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DECOMPANHEIRO. UNIÃO ESTÁVEL QUANDO DO ÓBITO.

1. A prova material demonstra a convivência “more uxório”, sendo presumida a dependênciaeconômica, entre companheiros.

2. Estando a autora a receber diretamente a integralidade da pensão devida ao filho, somentepossuirá interesse financeiro a partir da maioridade deste, quando cessaria a pensão, especialmenteconsiderando que sequer litigou neste feito contra o direito de seu filho – que não integrou a lide.

(AC Nº 1999.71.00.016053-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 266)

79 - PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. RESTABELECIMENTODE BENEFÍCIO. INDÍCIOS DE FRAUDE NA CONCESSÃO. PROVA QUE CABE AOINSS. ANOTAÇÃO NA CTPS COM PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE VERACIDADE.

1.Tratando-se de ação mandamental na qual o impetrante objetiva o restabelecimento debenefício previdenciário, sustado pelo INSS sob o argumento de que há indícios de fraude naconcessão, uma vez não comprovada, pela Autarquia, cabalmente, a referida fraude, há que sejulgar procedente o pedido, para restabelecer o benefício.

2. A anotação na CTPS dos períodos em discussão fazem agir em favor do seguradopresunção juris tantum da relação de emprego em discussão, cabendo ao INSS, da mesma forma, aprova em contrário.

3. Apelo provido.(AMS Nº 2000.71.00.000847-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 276)

80 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. CONVERSÃO DEAPOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO PROPORCIONAL EM ESPECIAL.PRESCRIÇÃO. ATIVIDADE ESPECIAL. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. LITÓGRAFO.AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS. RECONHECIMENTO. CONVERSÃO.IMPLEMENTAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO. CORREÇÃO MONETÁRIA.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Em se tratando de benefícios previdenciários a prescrição atinge somente as parcelasanteriores aos cinco anos do ajuizamento da ação.

2. Relativamente ao enquadramento de atividade como especial, uma vez prestado o serviçosob a égide de legislação que o ampara, o segurado adquire o direito à contagem como tal, bemcomo à comprovação das condições de trabalho na forma então exigida.

3. Comprovando o formulário emitido pela empresa a exposição a agentes insalubres e oexercício de atividade enquadrada como especial, conforme os Decretos que regem a matéria,

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possível o reconhecimento da especialidade do trabalho prestado.4. Perfeito o tempo de serviço especial (30 anos), é devida a conversão da aposentadoria

proporcional por tempo de serviço do autor em aposentadoria especial, alterando-se a RMI para95% do salário-de-benefício.

5. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas 43 e 148 do STJ,pelos índices oficiais.

6. Os honorários advocatícios, a cargo do INSS, são devidos no percentual de 10% sobre ovalor das parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, a teor da Súmula 111 do STJ econforme entendimento pacificado na Seção Previdenciária deste TRF.

7. Apelação prejudicada em parte e, no restante, improvida, remessa oficial improvida.(AC Nº 2001.04.01.014134-4/PR, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, Unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 435)

81 - PREVIDENCIÁRIO – SALÁRIO-MATERNIDADE – RURÍCOLA.1 – A teor do parágrafo único do art. 39 da Lei 8.213/91, para a segurada especial é garantida

a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove oexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 meses imediatamenteanteriores ao do início do benefício.

2 – É incabível o reconhecimento da atividade rural com base em prova exclusivamentetestemunhal (Súmula n.º 149 do Superior Tribunal de Justiça). Há que ser comprovada essaatividade, por início de prova material, corroborada por prova testemunhal.

3 – Comprovado o exercício das atividades rurais pela segurada nos doze meses anteriores àdata do nascimento de seu filho, ela que faz jus à percepção dos proventos correspondentes aobenefício de salário-maternidade, devidos desde a data do parto.

(AC Nº 2001.04.01.081156-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVEIRA, 5ª T./TRF4, Unânime, julg. em 21.05.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 713)

82 - PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO DA FUNÇÃO DEBOLEIRO DE VIDROS EM ATIVIDADE COMUM. RUÍDO. POSSIBILIDADE.HONORÁRIOS.

1. A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos deconversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direitoadquirido à aposentadoria.

2. A função de boleiro de vidros é análoga a do soprador de vidros, admitindo a classificaçãocomo especial por força do Decreto 83.080/79 , Anexo II, item 2.5.5.

3. Até 05 de março de 1997, data do Decreto 2172, é considerada especial a atividade cujonível de ruído é superior a 80dB.

4. Quando sucumbente o INSS, são devidos honorários advocatícios de 10% ( dez por cento )sobre o montante das parcelas vencidas até a data da sentença.

5. Apelação do INSS improvida. Remessa oficial improvida.(AC Nº 2000.04.01.139755-0/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, Unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 722)

83 - PREVIDENCIÁRIO. DOCUMENTOS JUNTADOS APÓS A APELAÇÃO.ATIVIDADE RURAL. CONVERSÃO ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. AJUDANTE DEMOTORISTA.

1. Admite-se a juntada de documentos após a sentença, quando a demora ocorre em virtude dedemora ocasionada por greve dos servidores do Judiciário Federal.

2. A apresentação de atestado de boa conduta, título eleitoral, documento certificando a

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parceria rural e a inscrição como produtor rural, noticiando a condição de agricultor do autor e doseu genitor permite a averbação do período de trabalho em regime de economia familiar.

3. A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos deconversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direitoadquirido à aposentadoria.

4. Até 05 de março de 1997, data do Decreto 2172, é considerada especial a atividade cujonível de ruído é superior a 80dB. O ruído superior a 90 db admite a conversão até 28 de maio de1998.

5. É possível o enquadramento do ajudante de caminhão como trabalhador sujeito àaposentadoria especial e à respectiva conversão do tempo laborado para comum (Decreto 53.831/64item 2.4.4), quando comprovado o exercício típico daquele cargo, pois a atividade era presumidaespecial.

6. Apelação do autor parcialmente provida. Apelação do INSS e remessa oficial improvidas.(AC Nº 1999.71.12.000399-5/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal ALEXANDRE ROSSATO

DA SILVA ÀVILA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 493)

84 - PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL. VIGIA.MUDANÇA DA RAZÃO SOCIAL DA EMPREGADORA. COMPROVAÇÃO.

1. A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos deconversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direitoadquirido à aposentadoria.

2. É possível o enquadramento do vigia/vigilante como trabalhador sujeito à aposentadoriaespecial (EI 1999.04.01.082520-0/SC).

3. A comprovada mudança da razão social da empregadora torna possível a emissão deformulários SB/40 com a nova denominação, sem prejuízo para o segurado.

4. Apelação do autor provida.(AC Nº 2000.04.01.141200-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, Unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 722)

85 - PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO URBANO. PROVA MATERIALCORROBORADA COM PROVA TESTEMUNHAL. RECONHECIMENTO DOTRABALHO A PARTIR DOS 14 ANOS. CUSTAS PROCESSUAIS. ISENÇÃO. FOROFEDERAL.

1. Havendo prova documental, suficiente à caracterização de início de prova, corroborada porprova testemunhal, é de se considerar plenamente comprovado o exercício da atividade urbana.

2. Determinado a averbação do tempo de serviço pleiteado para fins de contagem no regimeurbano.

3. Quanto à pretensão de admitir trabalho urbano a partir dos doze anos de idade, tem estaTurma entendido não ser admissível a contagem de período de trabalho para fins previdenciáriosantes dos quatorze anos.

4. No Foro Federal, é a Autarquia isenta do pagamento de custas processuais (art. 4º, inciso I,da Lei nº 9.289/96), devendo apenas reembolsar aquelas efetivamente adiantadas pela parte autora.

(AC Nº 2001.71.07.001018-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 353)

86 - PREVIDENCIÁRIO. CERTIDÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEMRECÍPROCA. LEGITIMIDADE. INSS. PROFESSOR. CONVERSÃO.IMPOSSIBILIDADE. AUTÔNOMO. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES.COMPROVAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA.

1. O INSS é parte legítima para responder a ação onde o autor pretende reconhecimento detempo ficto em certidão de tempo de serviço.

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2. É possível a apreciação de matéria de mérito não conhecida pelo juiz de primeira instância,decorrente da nova redação do art. 515 do CPC.

3. A atividade de magistério não é considera especial para fins de conversão.4. Professor horista em curso pré-vestibular não mantém relação de vínculo empregatício ,

cabendo a ele recolher e comprovar o pagamento correspondente na condição de autônomo.5. Apelação improvida.(AC Nº 1999.71.00.016300-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 264)

87 - PREVIDENCIÁRIO. ESPECIAL. CONVERSÃO. OPERADOR DERETROESCAVADEIRA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO POSTERIOR AOREQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO. JUROS. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS.

1. A lei vigente por ocasião do exercício da atividade é que deve ser observada para efeitos deconversão do tempo de serviço especial para comum, mesmo que ainda não exista o direitoadquirido à aposentadoria.

2. Até o advento da Lei 9.032/95 era possível o enquadramento por categoria profissional ouagente nocivo, sem necessidade de laudo técnico, a exceção do ruído, pela presunção de quedeterminadas atividades eram exercidas sob condições especiais.

3. O exercício de função análoga àquela dos “trabalhadores em escavações a céu aberto”,conduzindo retroescavedeira, permite a conversão sob o código 2.3.2 do Decreto 53.831/64.

4. O ruído superior a 90 dB pode ser enquadrado no Decreto 83.080/79, item 1.1.5.5. Não é possível computar o tempo de serviço entre o requerimento administrativo e o

ajuizamento da ação por falta do interesse de agir. Carência de ação acolhida.6. A correção monetária deve ter como termo inicial o vencimento da dívida, atualizadas as

parcelas pelo IGP-DI.7. Os juros moratórios, tendo em vista o caráter alimentar dos benefícios previdenciários,

devem ser fixados em 01% ao mês, a contar da citação.8. Quando sucumbente o INSS, são devidos honorários advocatícios de 10% ( dez por cento )

sobre o montante das parcelas vencidas até a data da sentença.9. Apelações do INSS e do autor improvidas. Remessa oficial parcialmente provida.

(AC Nº 1999.71.10.007464-9/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 496)

88 - PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DETEMPO DE SERVIÇO URBANO. SÓCIO-QUOTISTA. RETIRADA DE PRO LABORE.PROVA. DISPENSA.

1. Cabe a ação declaratória para reconhecimento do tempo de serviço para finsprevidenciários (Súmula 242 do STJ).

2. Dispensa-se a comprovação da retira do pro labore quando constam dos autos o contratosocial e as guias de recolhimento das contribuições correspondentes.

3. Precedentes do STJ.4. Acolhido tão somente o pedido declaratório, os honorários advocatícios são calculados

sobre o valor atualizado da causa.5. Apelação parcialmente provida.(AC Nº 2000.04.01.116002-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 144, 30/07/2003, p. 506)

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89 - PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO.EMPRESA FAMILIAR. AUXÍLIO EVENTUAL.

1. O auxílio dos filhos em empresa familiar não se caracteriza como vínculo empregatício,especialmente quando não há prova efetiva do registro em CTPS e recolhimento de contribuiçõesprevidenciárias.

2. Apelo improvido.(AC Nº 2000.04.01.124667-4/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, Unânime, julg. em 25/06/2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 445)

90 - PREVIDENCIÁRIO – TEMPO DE SERVIÇO RECONHECIDO EMRECLAMATÓRIA TRABALHISTA – EFICÁCIA PROBATÓRIA NO ÂMBITOPREVIDENCIÁRIO.

1 – Evidenciado o objetivo único de obtenção de efeitos perante a Previdência Social, asentença prolatada em reclamatória trabalhista não é prova confiável, mormente se o reclamado,irmão do reclamante, reconheceu a procedência do pedido.

2 – Hipótese em que nem mesmo o entendimento mais liberal no sentido de que a sentençatrabalhista é passível de ser utilizada como início de prova material, a ser complementada pelaprova testemunhal, pode ser adotado, pois a sentença que julgou procedente a reclamatóriatrabalhista baseou-se tão-somente no depoimento de três testemunhas, que são as mesmas ouvidasna ação de cunho previdenciário, o que gera fundadas dúvidas sobre a idoneidade dessa prova.

(AC Nº 2001.71.07.002330-7/RS, DES. FEDERAL A A RAMOS DE OLIVEIRA, 5ª TRF4,unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 289)

91 - PREVIDENCIÁRIO – MANDADO DE SEGURANÇA – CERTIDÃO DE TEMPODE SERVIÇO – SERVIDOR PÚBLICO – INSS E IAPAR – LITISCONSÓRCIO PASSIVONECESSÁRIO – SENTENÇA ANULADA.

Hipótese em que configurado o litisconsórcio passivo necessário do INSS com o IAPAR, jáque a certidão requerida seria destinada à soma do tempo de serviço nela documentado com oprestado no regime estatutário, propiciando a aposentadoria do impetrante no respectivo sistemaprevidenciário.

(AMS Nº 2001.70.01.006652-0/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVEIRA, 5ª T./TRF4, Maioria, julg. em 30.05.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 484)

92 - PREVIDENCIÁRIO. AUTÔNOMO. ATRASO. RECOLHIMENTO DASCONTRIBUIÇÕES. COMPROVAÇÃO. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. CORREÇÃOMONETÁRIA. HONORÁRIOS.

1. Para cômputo como tempo de serviço, deve o autônomo comprovar o efetivo exercício daatividade referente ao período em que recolheu as contribuições com atraso.

2. A inscrição em dívida ativa junto à Prefeitura pela falta de alvará, indica que o autorexerceu a atividade de autônomo no referido período.

3. A correção monetária deve ter como termo inicial o vencimento da dívida, atualizadas asparcelas pelo IGP-DI.

4. Havendo sucumbência recíproca e sendo a parte beneficiária da justiça gratuita, impõe-se acondenação de ambas no pagamento de honorários advocatícios para o patrono da outra.

5. Apelação do INSS e remessa oficial parcialmente providas.(AC Nº 2000.04.01.120173-3/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ª

T./TRF4, Unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 434)

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Execução Fiscal

01 - EXECUÇÃO FISCAL E AÇÃO ORDINÁRIA. CONEXÃO. AUSÊNCIA DEEMBARGOS À EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. MULTA. MÁ-FÉ PROCESSUAL.

1. Havendo ação ordinária e/ou consignatória concomitante com execução fiscal sem quetenha sido interposto embargos, é inadimissível a conexão tendo em vista a natureza diversa entre asações.

2. Dilação probatória é característica inerente do processo de conhecimento que não secoaduna com o processo de execução no qual traz consigo a prova pré-constituída.

3. Ausente a conexão com a ação anulatória, não há que se falar em suspensão da execuçãofiscal, até o trânsito em julgado daquela.

4. Cabível a aplicação de multa por litigância de má-fé uma vez a agravante, embora alertadapela Fazenda Nacional e pelo Juízo de que os débitos exigidos no executivo fiscal são diversos dosdiscutidos nas ações em que alega existir prejudicialidade externa, insiste em recorrer, do que seevidencia intuito manifestamente protelatório.

(AG Nº 2002.04.01.057379-0/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.05.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 477)

02 - EXECUÇÃO FISCAL. ADJUDICAÇÃO PELA FAZENDA PÚBLICA.MOMENTO. 50% DO VALOR DA AVALIAÇÃO. POSSIBILIDADE.

1. Não tendo o legislador fixado prazo para o pedido de adjudicação pela Fazenda Pública, nahipótese de leilão sem licitantes, não pode o Julgador monocrático considerar que tal pleito não foiefetuado no momento oportuno.

2. Adjudicação por 50% do valor da avaliação, consoante assegura o art. 98, §§ 7º e 11 da Lei8212/91.(AG Nº 2003.04.01.005870-0/SC, Rel. O Exmo. Sr. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDASOARES, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 01.07.2003, DJ2 Nº 139, 23/07/2003, p. 191)

03 - EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AVALIAÇÃO.REDUÇÃO PELO JUIZ DO VALOR DO BEM APÓS A PRIMEIRA PRAÇA.

Em que pese haver a possibilidade do juiz, de ofício, determinar nova avaliação dos benspenhorados e decidir de plano sobre o respectivo laudo, a ele não é dada a tarefa de avaliador, nãose justificando a redução do seu valor em 30% após a primeira praça, ainda que entenda evidente asuperavaliação dos bens e que o preço fixado dificulte a alienação judicial. Cabe-lhe nomear peritooficial ou pessoa habilitada para proceder à valoração correta dos bens.

Agravo de instrumento provido.(AG Nº 2002.04.01.044770-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOÃO SURREAUX

CHAGAS, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 03.06.2003, DJ2 Nº 144, 30/07/2003, P. 453)

04 - PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. INFORMAÇÕES SOBREANDAMENTO DE CARTA PRECATÓRIA.

Sendo a carta precatória um instrumento de comunicação à disposição do juízo da causa parafazer cumprir atos que originalmente seriam de sua atribuição, a princípio, não é ônus da parteinformar sobre o seu andamento.

Agravo de instrumento provido.(AG Nº 2003.04.01.002841-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOÃO SURREAUX

CHAGAS, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 27.05.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 135)

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05 - EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. COMPENSAÇÃO NA ESFERAADMINISTRATIVA. COMUNICAÇÃO DO PROCEDIMENTO À FAZENDA NACIONAL.SELIC. LIMITE CONSTITUCIONAL.

1. Não obstante o disposto no art. 16, § 3º da Lei 6830/80, é possível a convalidação judicialdo encontro de contas efetivado na esfera administrativa com base no art. 66 da Lei 8383/91.

2. Embora o crédito da Embargante esteja reconhecido por sentença, esta não comunicou oprocedimento de compensação à Fazenda Nacional, impedindo sua oposição em sede de embargos.

3. A partir de abril de 1995, aplicável a taxa SELIC aos créditos da Fazenda Pública, frente aodisposto no art. 161, § 1º, do CTN e art. 13 da Lei 9.065/95.

4. Carece de regulamentação a norma constitucional que limita os juros reais em 12% ao ano.(AC Nº 2001.70.00.027835-5/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDA

SOARES, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 265)

06 - DEPOSITÁRIO FIEL. CUMPRIMENTO DE DEVER. DEPÓSITO DEVALORES.

Não tendo o agravante cumprido com seu dever de depositário fiel, tendo em vista o estado deconservação e manutenção do bem, é de ser depositado o valor referente à diferença entre aprimeira e a Segunda avaliações do bem.

(AG Nº 2002.04.01.011308-0/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 458)

07 - TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. DEVOLUÇÃO DE VALORESCONVERTIDOS EM RENDA DO INSS. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO HIPOTECÁRIO.DESNECESSIDADE. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PREFERÊNCIA.

O crédito do INSS goza de preferência em relação ao crédito hipotecário, de modo queinfundada a ordem de devolução dos valores convertidos em renda da autarquia, decorrentes dearrematação do bem penhorado em execução fiscal, pelo fato de subsistir hipoteca em favor deterceiro.(AG Nº 2002.04.01.022326-2/RS, REL. O EXMO. SR. DES. FEDERAL DIRCEU DEALMEIDA SOARES, 2ª T./TRF4, UNÂNIME, JULG. EM 03.06.2003, DJ2 Nº 124,02/07/2003, P. 539)

08 - EMBARGOS À ARREMATAÇÃO. INTIMAÇÃO. PENHORA. PREÇO VIL.Não tendo sido a executada, regularmente intimada da reavaliação que reduziu de forma

significativa o valor do imóvel, caracterizando-se a alienação por preço vil, merece ser mantida asentença que anulou a arrematação e todos os atos que se seguiram após a decisão de reavaliação.

(AC Nº 2001.04.01.017850-1/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 258)

09 - TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À ARREMATAÇÃO. TERCEIRO GARANTIDOR.LEILÃO. INTIMAÇÃO.

1. A Lei de Execuções Fiscais é omissa na necessidade de intimar o terceiro que ofertou bemem garantia em nome do devedor, dos atos de alienação judicial.

2. No caso, o terceiro garantidor teve conhecimento das datas designadas para o leilão doimóvel, pois o representante legal da devedora é sócio e gestor de negócios de ambas as empresasenvolvidas na execução fiscal.

3. A suposta ausência de intimação não acarretou prejuízos ao terceiro, pois os embargosforam opostos antes da realização da adjudicação, possibilitando, ainda, a remição do bem, nostermos do artigo 641 do CPC.

(AC Nº 2000.70.07.000998-5/PR, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal SÉRGIO RENATOTEJADA GARCIA, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 24.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 263)

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10 - EMBARGOS À EXECUÇÃO. MP 75/2002. EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DEMÉRITO. DESISTÊNCIA. HONORÁRIOS. ENCARGO DE 20% DO DECRETO 1.025/69.

1. A adesão aos benefícios fiscais previstos na Medida Provisória nº 75/2002, com a quitaçãodo débito discutido, em qualquer fase do processo judicial, configura fato novo superveniente aoajuizamento da ação, nos termos do artigo 462 do CPC, em relação ao qual o julgador, não pode sefurtar de examinar. A circunstância de que a adesão ao pagamento do débito, em conformidade comdiploma legal em questão, acarreta a perda do objeto dos embargos, por falta de interesse de agir,razão pela qual, torna-se despicienda a apreciação dos recursos. Entretanto, in casu, ante a expressadesistência da empresa embargante, com a renúncia ao direito, nos termos do art. 14 da MP 75/02,deve o processo ser extinto sem julgamento do mérito, com fulcro no 269, V do Código de ProcessoCivil.

2. O encargo de 20% do Decreto-Lei nº 1.025, de 1969, é sempre devido nas execuções fiscaisda União e substitui, nos embargos, a condenação do devedor em honorários.

(AC Nº 2000.04.01.042941-4/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 450)

11 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.PEDIDO DE SUSPENSÃO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.

1. A exceção de pré-executividade tem utilização restrita a casos raros, devendo ser evitadaqualquer tentativa de ampliação que desvie o natural processo de enfrentamento da dívida fiscal: osembargos.

2. A compensação do débito da agravante com títulos da dívida pública e a conseqüentesuspensão da presente execução fiscal não são matérias que possam ser ventiladas em sede deexceção.

(AG Nº 2003.04.01.009431-4/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DECASTRO LUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 463)

12 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. CDA. EXCEÇÃO DEPRÉ-EXECUTIVIDADE. CHANCELA MECÂNICA.

1. A regra, na execução fiscal, é a de que a parte executada deverá suscitar toda a matéria útilà defesa nos embargos do devedor (Lei nº 6.830/80, art. 16, § 2º). Excepcionalmente, é admitida achamada exceção de pré-executividade, por meio da qual, inclusive antes da penhora, o juiz podeser advertido acerca de questões suscetíveis de conhecimento ex officio.

2. A tendência mais atual é a agilização do procedimento de cobrança dos tributos por meioda utilização dos recursos eletrônicos (informática), devendo ser atribuído, a priori, aos respectivosregistros impressos a mesma credibilidade conferida a um documento vazado pelo modotradicional, por meio manual.

3. Surgindo fundada dúvida acerca da autenticidade, poderá o devedor suscitar incidente defalsidade.(AG Nº 2002.04.01.057381-9/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTROLUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 85)

13 - TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXTINÇÃO. ABANDONO DA CAUSAPELO EXEQÜENTE. ART. 267, III, DO CPC. INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 240, STJ.

1. Não pode o juiz, de ofício, extinguir a execução, com base no art. 267, III, do CPC, ou seja,por abandono da causa, em razão de estarem em discussão os créditos da União Federal, ou de suasautarquias, os quais são indisponíveis, por força de lei.

2. A extinção do processo, por abandono de causa pelo autor, depende do requerimento do réu- Súmula 240 do STJ.

3. Apelação provida.

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(AC Nº 2003.04.01.017501-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DECASTRO LUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 221)

14 - EXECUÇÃO FISCAL. ADESÃO DO DEVEDOR AO REFIS ANTERIORMENTEAO AJUIZAMENTO DO FEITO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO.

Perfeitamente cabível a condenação da exeqüente ao pagamento de honorários advocatíciosao patrono da executada, à medida em que, tendo esta sido demandada em juízo por valores jáparcelados, através do REFIS, viu-se compelida a constituir Procurador nos autos, apresentandodefesa, a qual foi acolhida pelo julgador a quo.

(AC Nº 2001.71.00.006055-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal WELLINGTON M DEALMEIDA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 224)

15 - EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. ADESÃO AO REFIS. RENÚNCIA AODIREITO EM QUE SE FUNDA A AÇÃO. DESISTÊNCIA PARCIAL. DESCABIMENTO.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. LEI 10.189/01. IMPEDIMENTO DE REFORMATIO INPEJUS.

1. Ao aderir ao Programa de Recuperação Fiscal – REFIS, a empresa sujeita-se às condiçõesimpostas pela legislação que o instituiu (Lei nº 9.964/2000), dentre elas a renúncia ao direito, o queimplica extinção do processo na forma do art. 269, V, do CPC.

2. O decreto de regência do REFIS permite que o Contribuinte deixe de incluir os créditosdiscutidos judicialmente que assim permaneçam, por sua opção, mas não permite a discussãoapenas dos encargos legais. Além disso, as matérias que a Recorrente pretende continuar discutindo,não foram ventiladas na inicial.

3. Cabível a condenação em honorários advocatícios do devedor renunciante em face daadesão ao REFIS. Precedentes da 1º Seção desta Corte (EIAC nº 2001.04.01.049180-0/RS).

4. O disposto no art. 5º, § 3º, da MP nº 2.061, de 29.09.00, aplica-se somente à composiçãodos débitos na via administrativa.

5. Por outro lado, incabível a modificação dos honorários advocatícios fixados na sentença em1% sobre o valor da causa, para evitar a reformatio in pejus para a Recorrente.(AC Nº 2003.04.01.020783-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDASOARES, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 277)

16 - BENS ÚTEIS E NECESSÁRIOS. IMPENHORABILIDADE. EXERCÍCIOILEGAL DA ATIVIDADE.

1. Uma vez que o inciso VI do art. 649 dispõe que os livros, as máquinas, os utensílios e osinstrumentos, necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão são absolutamenteimpenhoráveis, não vislumbro qualquer óbice, não há qualquer óbice a que o dispositivo se apliqueàs microempresas onde os sócios atuem pessoalmente, como seria o caso da agravante.

2. No descaso da empresa para com a fiscalização do órgão profissional responsável há maiorprejuízo ao contexto social em que se insere a agravante do que na potencial inviabilização de suaatividade com a penhora dos bens que lhe são úteis e necessários.

(AG Nº 2001.04.01.076565-0/PR, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 30.04.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 456)

17 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. INCIDENTE DEEXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS.

1. No rito do processo executivo não é prevista nenhuma atividade instrutória nem sentençade mérito propriamente, tendo a Fazenda-exeqüente sua matéria probatória limitada aos contornosda reação do executado. Se esta ainda não sucedeu, qualquer incidente suscitado está acomprometer a própria presunção de liquidez, certeza e exigibilidade de que goza o respectivo títuloexecutivo extrajudicial, o qual deve previamente também incluir no âmbito da sua constituição os

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responsáveis pelo débito.2. A responsabilidade tem de ser apurada anteriormente à formação da própria CDA.3. Não há espaço para o incidente de exibição de documentos no restrito processo da

execução fiscal.(AG Nº 2002.04.01.052549-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTROLUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 239)

18 - IMPOSTO DE RENDA. AÇÃO ANULATÓRIA CUMULADA COM REPETIÇÃODE INDÉBITO AJUIZADA EM COMARCA DA JUSTIÇA ESTADUAL QUE NÃO É SEDEDE VARA FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. REMESSA AO EGRÉGIO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

1. A delegação de competência ao juiz estadual do domicílio do devedor para processarexecução fiscal, sempre que a comarca não for sede de vara federal (art. 15, I, da Lei 5.010/66), nãoabrange ações anulatórias ou de repetição de débito, ainda que conexas com executivos fiscaistramitando perante a justiça estadual.

2. O Tribunal Regional Federal é incompetente para anular sentença de juiz estadual nãoinvestido de jurisidição federal, conforme inteligência da Súmula nº 55, do STJ. 3. Remessa dosautos ao Egrégio Tribunal de Justiça da Estado do Paraná.

(AC Nº 2003.04.01.020146-5/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDASOARES, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 20.05.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 531)

19 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE DA INTIMAÇÃO EMPROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE DA AÇÃO DE EXECUÇÃOFISCAL.

1. É nula a intimação recebida por quem não seja preposto ou mandatário do sujeito passivotributário. Tampouco pode se dar validade à notificação por AR realizada em endereço que não sesabe se é o domicílio tributário da empresa-contribuinte.

2. Anulados a execução fiscal, por nulidade do lançamento, e o processo administrativo fiscal,desde a intimação do sujeito passivo.(AC Nº 1999.04.01.006658-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal SÉRGIO RENATO TEJADAGARCIA, 2ª T./TRF4, maioria, julg. em 27.05.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 181)

20 - EXECUÇÃO FISCAL. SUSPENSÃO DE LEILÃO. CRÉDITOS EM OUTRAAÇÃO.

Existindo créditos em favor da Autora em outra demanda, na qual já ocorreu trânsito emjulgado, cabível a suspensão de leilão marcado em execução fiscal, para evitar a forma maisgravosa de cobrança de débitos.(REOAC Nº 2000.04.01.064955-4/PR, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal SÉRGIO RENATO TEJADAGARCIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 257)

21 - PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. COMISSÃO DO LEILOEIRO –ÔNUS DO PAGAMENTO.

A comissão do leiloeiro é ônus do arrematante (Lei nº 6.830/80, art. 23, § 2º) e não doexecutado, sendo infactível transferi-lo a esse, máxime na ausência de circunstância forte aexcepcionar a ordem legal.(AG Nº 2002.04.01.025547-0/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal AMAURY CHAVES DEATHAYDE, 4ª T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 246)

22 - EXECUÇÃO FISCAL. CO-PROPRIETÁRIO. RESERVA DA MEAÇÃO.METADE DO VALOR DA ARREMATAÇÃO.

Para que seja preservado o direito de meação do co-proprietário basta a reserva da metade do

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preço obtido na arrematação, e não da avaliação, principalmente considerando-se que, em muitoscasos, o bem acaba sendo alienado por valor inferior ao da avaliação.(AG Nº 2003.04.01.018975-1/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDASOARES, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 01.07.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 183)

23 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORAINSUFICIENTE. EMBARGOS.

A circunstância de os bens penhorados serem insuficientes para garantir a satisfação integraldo crédito não retira do devedor a faculdade de embargar a execução, além do que ao Fisco édeferido requerer reforço da penhora insuficiente.(AG Nº 2002.04.01.057015-6/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DE CASTROLUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 85)

24 - ADESÃO AO REFIS. DESCONSTITUIÇÃO DA PENHORA.IMPOSSIBILIDADE.

A adesão ao REFIS implica a manutenção das garantias prestadas na execução fiscal e nãoimporta a desconstituição da penhora, conforme se extrai do art. 3º da Lei nº 9.964/2000 e arts. 10,§ 1º e 12 do Decreto nº 3.431/2000.(AG Nº 2003.04.01.017276-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDASOARES, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 24.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 137

25 - EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. SUSPENSÃO. ADESÃO AO REFIS.PENHORA.

A adesão ao Programa de Recuperação Fiscal-REFIS não importa em extinção dos embargosà execução fiscal, mas apenas a sua suspensão durante o decurso do prazo para homologação daopção, se a empresa embargante não questiona o débito incluído no programa, mas tão-somentebusca a suspensão da execução fiscal, com o levantamento da penhora que recaiu sobre bem desócio.

Agravo de instrumento desprovido.(AG Nº 2001.04.01.068400-5/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOÃO SURREAUX

CHAGAS, 2ª T./TRF4, unânime, julg. em 05.03.2002, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 537)

26 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. REMIÇÃO A PRAZO PELO FILHO DOSÓCIO. POSSIBILIDADE.

1. A jurisprudência, alargando a aplicação do art. 787 do CPC, vem admitindo que o filho dosócio ou sócios pode remir os bens arrematados, cumprindo a intentio legis de possibilitar que estesse transfiram para um dos membros da família e não para estranhos, sem prejudicar a satisfação docrédito ajuizado.

2. É certo, de outra parte, que a legislação não cogita de remição a prazo, porém não a veda.Com efeito, se o CPC admite que a arrematação se dê sem o pagamento imediato da totalidade dopreço (art. 700), parece intuitivo que, se é ensejado, pietatis causa, o resgate do bem arrematado porum parente do executado, este possa fazê-lo em simetria com as mesmas condições dadas aoarrematante, em todos os aspectos.

3. Nesta perspectiva, na medida em que simplesmente exigido o depósito do “preço por quefoi alienado” (art. 787), há margem para uma exegese sistemática, resultante da conjugação daessência da remição com a própria arrematação, podendo ambos os institutos ser igualados até olimite em que não causar prejuízo à parte exeqüente.

(AG Nº 2003.04.01.000247-0/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DECASTRO LUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 227)

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27 - REMIÇÃO DE BENS. PARCELAMENTO.Deduzido a tempo e modo legais o pedido de remição de bens, contudo o prazo de 24 horas

previsto no artigo 788 do CPC é para o exercício do direito de remir, e não para efetivar opagamento do devido. Assim, “no silêncio da lei, deve entender-se que o depósito do quantumnecessário ao deferimento da remição pode ser feito nos 5 dias subseqüentes, por aplicação doartigo 185, sendo aceitável a forma parcelada.

(AG Nº 2003.04.01.018038-3/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal ALCIDES VETTORAZZI,2ª T./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 276)

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - INDÍGENAS. COMPETÊNCIA FEDERAL.1. Denúncia por extorsão e cárcere privado contra indígenas que causaram conflito, com

resultado morte, ao buscar cobrar percentual sobre plantio em terra cultivada dentro da reservaindígena. Caso em que se vislumbra condutas violentas provocadoras de instabilidade e utilizaçãoincorreta de áreas da Reserva, afetando os interesses de toda aquela comunidade indígena.

2. Competência Federal para processar e julgar o feito, frente aos termos dos arts. 109, IV eXI, e 231, da CF, visto o obrigação da União em proteger e fazer respeitar todos os bens dosindígenas.

3. Recurso em sentido estrito provido.(RSE Nº 2002.04.01.041639-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VOLKMER DE

CASTILHO, 8ª T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 134, 16/07/2003, p. 371)

02 - COMPETÊNCIA. ARTIGO 183 DA LEI 9.472/97 E ARTIGO 171 DO CP.CENTRAL TELEFÔNICA CLANDESTINA. ESTELIONATO. CONEXÃO.COMPETÊNCIA FEDERAL.

Tendo em vista a natureza do delito e o interesse da União em explorar, concederautorizações, permissões e concessões para os serviços de telecomunicações, e sua fiscalização ficarpendente de regulação pela Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, compete à JustiçaFederal o julgamento e o processamento do feito, e por conexão, o crime de estelionato deve serapreciado conjuntamente. Caso em que os réus instalaram uma central telefônica clandestina emFoz do Iguaçu, promovendo a realização de ligações, na maioria destinadas ao Oriente Médio, comprejuízo material à concessionária. Interesse público federal e interesse material da empresa, lesadopela conduta.

(RSE Nº 2002.70.02.007518-1/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VOLKMER DECASTILHO, 8ª T./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 736)

03 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. CRIME CONTRA A FLORA.ENGENHEIRO FLORESTAL. IBAMA. COMPETÊNCIA.

1. É competente a Justiça Federal para processar e julgar os delitos contra a flora quandoafetarem bens, serviços ou interesses da União, de suas entidades autárquicas ou empresas públicas.Assim como, para apurar a prática de delito contra o meio ambiente, previsto na Lei nº 9.605/98,consistente no desmatamento, sem autorização, de área de preservação permanente sujeita àfiscalização do Ibama.

2. A competência da justiça federal também é atraída pelo fato das infrações penais seremimputadas a engenheiros credenciados junto ao Ibama, que são considerados funcionários públicosfederais para fins penais.

3. Recurso em sentido estrito provido.(RSE Nº 2000.72.02.001692-5/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOSÉ LUIZ B. GERMANO

DA SILVA, 7ª T./TRF4, unânime, julg. em 24.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 572)

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04 - COMPETÊNCIA. LIBERAÇÃO OU DESCARTE DE ORGANISMOSGENETICAMENTE MODIFICADOS (SOJA TRANSGÊNICA) SEM PERMISSÃOLEGAL. CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE PREVISTO NO ARTIGO 13, INCISO V,DA LEI 8974/95. ÁREA DE INTERESSE NACIONAL. NECESSIDADE DE PRÉVIOPARECER DA COMISSÃO TÉCNICA DE BIOSSEGURANÇA (CTNBIO) EAUTORIZAÇÃO DOS MINISTÉRIOS DA UNIÃO (SAÚDE, AGRICULTURA E MEIOAMBIENTE).

A necessidade de prévio Parecer Consultivo da Comissão Técnica de Biossegurança(CTNBio) para a manipulação, circulação e liberação de Organismos Geneticamente Modificadospara a produção de soja transgênica conforme disciplina a Lei Federal nº 8.974/95, e o interessenacional relacionado concretamente como o meio ambiente e a saúde pública, justificam o interesseda União, e conseqüentemente a competência da Justiça Federal para o julgamento e oprocessamento do feito, com base no que dispõe o artigo 109, inciso IV, da Constituição Federal.Competência da Justiça Federal. Recurso provido para, mantida a competência federal, determinarao juízo que se pronuncie sobre o recebimento ou não da denúncia.

(RSE Nº 2002.71.05.001912-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VOLKMER DECASTILHO, 8ª T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p. 580)

05 - PENAL E PROCESSO PENAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL. NULIDADE INEXISTENTE. EMPRESACONSTITUÍDA PARA OPERAR COM SEGUROS. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA POREQUIPARAÇÃO. GESTÃO FRAUDULENTA. ART. 4º DA LEI Nº 7.492/86. PROVA DAMATERIALIDADE E AUTORIA. INOCORRÊNCIA DO CRIME DO ART. 8º DA MESMALEI. CONDENAÇÃO. DOSIMETRIA. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DELIBERDADE.

1. A competência se define no momento em que iniciada a ação penal. Quando da análise deadmissibilidade da pretensão acusatória, havia indícios suficientes para determinar-se o recebimentoda denúncia pela prática de “crime federal”, no caso, contra o Sistema Financeiro (Lei nº 7.492/86).

2. O processo penal pátrio rege-se pelo princípio da livre convicção ou persuasão racional.Formado o convencimento do Magistrado e exteriorizado este de forma fundamentada, não há falarem nulidade em face de não ter o sentenciante respondido a argumentação da defesa posta nasalegações finais.

3. Os réus, responsáveis por instituição financeira, por equiparação (art. 1º, I, da Lei nº7.492/86), operaram com fraude no mercado, no momento em que entregaram ao Banestadodisquetes com listagem de correntistas para débito em conta relativo a prêmios de seguros, débitosestes não autorizados pelos clientes, já que não haviam firmado qualquer contrato de seguro, epassaram referidos valores para conta de sua empresa, incidindo o art. 4º da Lei nº 7.492/86, crimede gestão fraudulenta.

4. Comprovadas a materialidade e autoria, devem os réus responder pelo delito previsto noreferido artigo 4º da Lei nº 7.492/86.

5. Para a configuração do crime previsto no art. 8º da Lei nº 7.492/86, faz-se necessário que oagente faça uso de violência ficta, ou grave ameaça, vez que o tipo se assemelha à “concussão”, oque não ocorreu na espécie.

6. Se todas as circunstâncias judicias são favoráveis aos réus, não havendoagravantes/atenuantes, ou causas especiais de aumento/diminuição, deve a pena ser fixada nomínimo legal, no caso, 03 anos de reclusão. Redução da pena de multa de acordo com entendimentodesta Turma para a espécie.

7. Preenchendo os réus as condições do art. 44, I, II e III, do CP e tendo sido condenados apenas superiores a um ano, deve ser substituída a pena privativa de liberdade por duas penasrestritivas de direitos, consistentes em prestação pecuniária e prestação de serviços à comunidade.

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8. Apelações, do Ministério Público Federal e da defesa, parcialmente providas. Extinta apunibilidade do réu Irani pela ocorrência da prescrição pela pena em concreto.

(ACR Nº 2002.04.01.021401-7/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOSÉ LUIZ B.GERMANO DA SILVA, 7ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p.348)

06 - PENAL. CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. ART. 17 DALEI Nº 7.492/86. ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIOS. COMPETÊNCIA. ERRO DEPROIBIÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO. MATERIALIDADE, AUTORIA E TIPICIDADE.CONDENAÇÃO. PRESCRIÇÃO RETROATIVA.

1. Conforme jurisprudência desta Turma é da Justiça Federal a competência paraprocessamento e julgamento dos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional praticados pordirigentes de administradoras de consórcios. Precedentes.

2. O administrador de consórcios tem a obrigação de se informar a respeito da licitude ouilicitude de determinadas condutas em sua atividade empresarial, não podendo se amparar noconceito de erro de proibição para justificar o cometimento de práticas ilícitas.

3. Não havendo comprovação do erro de proibição inevitável, não há falar na exclusão daculpabilidade.

4. Comprovadas materialidade, autoria e tipicidade, não havendo causas excludentes deilicitude ou culpabilidade, impõe-se a condenação dos réus nas penas do art. 17 da Lei nº 7.492/86.

5. Verificando que entre a data dos fatos e a data do recebimento da denúncia transcorreu oprazo prescricional aplicável, impõe-se a declaração da extinção da punibilidade dos réus.

(ACR Nº 2002.04.01.025089-7/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VLADIMIR FREITAS, 7ªT./TRF4, maioria, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 139, 23/07/2003, p. 349)

07 - HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. TRANSFERÊNCIA DE PRESÍDIOPARA OUTRA UNIDADE DA FEDERAÇÃO POR FALTA DE SEGURANÇA.POSSIBILIDADE.

Ao preso provisório é assegurado o direito de permanecer custodiado em estabelecimentopenal próximo da localidade em que reside a sua família, sendo possível, entretanto, suatransferência para outro presídio desde que constatados os motivos concretos de interesse público,entre eles, a falta de segurança.

(HC Nº 2003.04.01.021560-9/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOSÉ LUIZ B. GERMANODA SILVA, 7ª T./TRF4, maioria, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 728)

08 - PENAL. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. SUBSTITUIÇÃO. FORMA DECUMPRIMENTO DA PENA RESTRITIVA. § 3º DO ART. 46 DO CP. ART. 66, V, ‘A’, EART. 148 DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS.

1. Não há qualquer óbice ao cumprimento da pena restritiva de direitos, de prestação deserviços à comunidade ou à entidades públicas, mesmo sendo o réu caminhoneiro e realizandolongas viagens, sendo apenas necessário que o mesmo comprove realizar tais viagens para quepossa, então, acordar com o juízo de execução da pena uma forma de cumprimento das horasdevidas nos dias em que estiver na cidade.

2. Apelação improvida.(ACR Nº 2002.04.01.025111-7/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOSÉ LUIZ B.

GERMANO DA SILVA, 7ª T./TRF4, unânime, julg. em 17.06.2003, DJ2 nº 129, 09/07/2003, p.571)

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09 - HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. PACIENTESDENUNCIADOS PELOS MESMOS FATOS PERANTE A JUSTIÇA ESTADUAL EFEDERAL. SUSPENSÃO CONDICIONAL DE PROCESSO NA JUSTIÇA ESTADUAL.CUMPRIMENTO DO PERÍODO DE PROVA. ANULAÇÃO DO FEITO PORINCOMPETÊNCIA.

A anulação do feito na Justiça Estadual, por incompetência, não permite o aproveitamento documprimento de prova perante aquele Juízo, em face da suspensão condicional do processo, parafins de trancamento de ação penal na Justiça Federal, na qual os réus foram denunciados pelosmesmos fatos.

(HC Nº 2003.04.01.018815-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOSÉ LUIZ B. GERMANODA SILVA, 7ª T./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 124, 02/07/2003, p. 727)

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AGOSTO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSO PENAL. ESTELIONATO ECONCUSSÃO. DENÚNCIA ÚNICA. INCOMPETÊNCIA. NULIDADE RELATIVA.PRECLUSÃO. CONCUSSÃO. JUSTIÇA FEDERAL. CONEXÃO. COMPETÊNCIA.REVOGAÇÃO DE LIMINAR.

1. Vários delitos cometidos de forma continuada em concurso material, narrados em uma sódenúncia. Procedimento correto. Precedentes. 2. O juiz recebe a denúncia por um simples despacho.Porém, se entender que um dos crimes tipificados não é de sua competência, determinará,fundamentadamente, a cisão processual para que o fato seja processado no juízo competente. Se ojuiz não declarar sua incompetência, cabe à defesa suscitá-la na primeira oportunidade processual.Se não fizer, eventual nulidade, por ser relativa, preclui. 3. O crime de concussão praticado contraparticulares conveniados com o SUS/INAMPS é de competência da Justiça Comum. Porém, emconexão com estelionato cometido contra a Previdência Social, essa competência se desloca para aJustiça Federal. Habeas conhecido e indeferido.

(HC Nº 80.751-8 (410), Rel. o Exmo. Sr. Min. MARCO AURÉLIO, RIO GRANDE DOSUL, 2ª T./STF, maioria, julg. em 09.04.2002, DJ1 nº 166, 29.08.2003, p. 35)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Direito Previdenciário

01 - RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. ASSISTÊNCIA SOCIAL.BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. COMPROVAÇÃO DE RENDA PERCAPITA NÃO SUPERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO. DESNECESSIDADE.

1. A impossibilidade da própria manutenção, por parte dos portadores de deficiência e dosidosos, que autoriza e determina o benefício assistencial de prestação continuada, não se restringe àhipótese da renda familiar per capita mensal inferior a 1/4 do salário mínimo, podendo caracterizar-se por concretas circunstâncias outras, que é certo, devem ser demonstradas.

2. Recurso não conhecido.(RESP Nº 464.774 - SC (2002/0117238-6), Rel. o Exmo. Sr. Min. HAMILTON

CARVALHIDO, 6ª T./STJ, unânime, julg. em 03/12/2002, DJ1 nº 147, 04/08/2003, p. 465)

02 - PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE.ALTERAÇÃO DE COTAS FAMILIARES. ART. 75 DA LEI 8213/91, COM REDAÇÃODADA PELA LEI 9032/95. EFEITO IMEDIATO DA NOVA LEI.

O dispositivo legal que majorar o percentual relativo às cotas familiares de pensão por mortedeve ser aplicado a todos benefícios previdenciários, independentemente da lei vigente na data dofato gerador do benefício. Destarte, tal entendimento não autoriza, de forma alguma, aretroatividade da lei, mas sim sua incidência imediata, alcançando todos os casos. Eventuaisaumentos no percentual dos benefícios, portanto, só valerão a partir da vigência da lei nova, não sepodendo admitir a aplicação em período anterior.

Recurso provido.(RESP Nº 421.172-RS (2002/0032572-4), Rel. o Exmo. Sr. Min. FELIX FISCHER, 5ª

T./STJ, unânime, julg. em 14.06.2003, DJ1 nº 147, 04/08/2003, p. 363)

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Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - PENAL. RECURSO ESPECIAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA DECONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.

Não se pode reconhecer como penalmente irrelevante - como ofensa ínfima ao bem jurídico -a omissão de recolhimento que ultrapassa acentuadamente, em termos de valor, o patamar mínimoestabelecido na esfera extra-penal para a promoção da ação judicial de cobrança.

Recurso provido.(RESP Nº 473.485 - RS (2002/0131286-6), Rel. o Exmo. Sr. Min. FELIX FISCHER, 5ª

T./STJ, Unânime, julg. em 10/06/2003, DJ1 nº 147, 04/08/2003, p. 374)

02 - PENAL. PROCESSUAL. FALSO TESTEMUNHO EM PROCESSO ELEITORAL.ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.

1. Nos termos do art. 109, inciso IV, da Constituição Federal, compete à Justiça Federalprocessar e julgar infração penal de falso testemunho praticado em detrimento da União, que teminteresse na administração da justiça eleitoral.

2. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal, ora suscitante.(CC Nº 34.702 - SP (2002/0028263-8), Rel. a Exma. Sra. Min. LAURITA VAZ, 3ª S./STJ,

Unânime, julg. em 25/06/2003, DJ1 nº 157, 18/08/2003, p. 150)

03 - PENAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RECOLHIMENTO PARCIALANTES DA DENÚNCIA E ANTES DA FALÊNCIA DA EMPRESA. ART. 16 DO CÓDIGOPENAL. APLICABILIDADE.

1. Tem aplicabilidade a letra do art. 16 do Código Penal, impondo a redução da pena restritivade liberdade, quando o acusado, responsável pela empresa, poucos dias antes da decretação de suafalência, regulariza o recolhimento de contribuições previdenciárias descontadas dos salários e nãorecebidas. O pagamento em causa, ainda que parcial, pois promovido sem a incidência da multa edos juros moratórios, incluindo-se no montante recolhido apenas o principal acrescido de correçãomonetária, antes do recebimento da denúncia, não extinguindo a punibilidade (art. 34, da Lei9249/95), pelo menos ameniza "em homenagem à conduta do acusado o rigor penal", como ensinaDELMANTO.

2. Recurso especial conhecido e provido para reduzir a pena imposta pela sentença em 2/3(dois terços).

(RESP Nº 450.229 - RS (2002/0087780-6), Rel. o Exmo. Sr. Min. FERNANDOGONÇALVES, 6ª T./STJ, Unânime, julg. em 20/03/2003, DJ1 nº 147, 04/08/2003, p. 463)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Previdenciário

01 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO.PENSÃO POR MORTE RURAL. CUMULAÇÃO COM APOSENTADORIA POR IDADEURBANA. POSSIBILIDADE. II. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA.IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DO PERICULUM IN MORA.

I. Segundo precedentes desta Corte, é possível a cumulação de aposentadoria por idade urbanacom pensão por morte rural.

II. A antecipação dos efeitos da tutela não poderá ser deferida quando não houver notícia dequaisquer fatos que possam evidenciar a situação de premência, justificativa da antecipadaprestação jurisdicional de mérito.

III. Agravo de instrumento do INSS provido.

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(AG Nº 2003.04.01.013700-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DEOLIVEIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 13.08.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 759)

02 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. ACUMULAÇÃO DEBENEFÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE. TUTELA ANTECIPADA. REQUISITOS NÃOIMPLEMENTADOS. DESCARACTERIZAÇÃO.

1. O beneficiário de amparo social não tem direito à sua acumulação com a aposentadoria porinvalidez, a teor do art. 20, § 4º da Lei nº 8.742/93.

2. Não havendo fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, não há falar emantecipação dos efeitos da tutela, de que trata o art. 273 do CPC.

3. Agravo de instrumento provido.(AG Nº 2003.04.01.009419-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 12.08.2003, DJ2 nº 164, 27/08/2003, p. 789)

03 - PREVIDENCIÁRIO. ARTS. 11, § 3º E 18, § 2º, DA LEI Nº 8213/91.INCONSTITUCIONALIDADE. NECESSIDADE DE CONTRAPRESTAÇÃO. REVISÃODE APOSENTADORIA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSSIBILIDADE.

1. Os arts. 11, § 3º e 18, § 2º , da Lei nº 8.213/91 estabelecem que o aposentado pelo RGPSque retorna à atividade é segurado obrigatório e, mesmo contribuindo, não terá direito à prestaçãoalguma, exceto salário-família e reabilitação, quando empregado.

2. A contribuição para a Previdência Social não pressupõe uma contraprestação por partedesta, não sendo inconstitucional o art. 18, § 2º, da Lei nº 8213/91.

(AC Nº 2000.71.00.001817-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 215)

04 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DESEGURADO. DESEMPREGADO. REGISTRO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO.DESNECESSIDADE. LAUDO JUDICIAL. INCAPACIDADE DEFINITIVA. SEQÜELASDE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL GRAVE.

É inexigível, para efeito de ampliação do período de graça (art. 15, § 2º, da LB), que osegurado comprove nos autos que a sua condição de desempregado está registrada no Ministério doTrabalho, bastando apenas a apresentação da CTPS. Precedentes.

Tendo a perícia constatado a incapacidade do segurado, portador de “seqüelas de acidentevascular cerebral grave”, sem chance de reabilitação para o trabalho, deve-lhe ser concedido obenefício de aposentadoria por invalidez.

(AC Nº 2000.72.02.001802-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 04.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 756)

05 - PREVIDENCIÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - APOSENTADORIA PORINVALIDEZ - BENEFICIÁRIO ELEITO VEREADOR DE SEU MUNICÍPIO -CANCELAMENTO DO BENEFÍCIO - ILEGALIDADE.

1 - Se a patologia que acomete o segurado e que motivou a concessão de sua aposentadoriapor invalidez persiste, o ato que cancela o benefício, em razão dele ter sido eleito vereador, ofende oart. 5°, “caput” e inciso I, da Constituição Federal, que asseguram a igualdade, sem distinção dequalquer natureza. Claramente esse ato, sobre ser restritivo e limitador de direitos, não secompadece com os critérios de elegibilidade relativos aos demais cidadões que estejam no gozo dosseus direitos políticos, aposentados ou não, para os quais nenhuma limitação ao exercício dacidadania foi imposta pela Carta Constitucional e pelas Leis Complementares n°s 64/90 e 81/94.

2 - Qualquer aposentado, seja qual for a espécie de seu benefício, estando no pleno gozo deseus direitos políticos e desde que não seja analfabeto, poderá ser eleito para cargos junto aosPoderes Executivo e Legislativo. Nem mesmo aos deficientes físicos foi imposta limitação para o

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exercício e permanência em tais cargos.3 - O art. 46 da Lei n° 8.213/91, quando dispõe que o aposentado por invalidez que retornar

voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, está referindo-se àatividade de prestação de serviços em geral e não à dos ocupantes de cargos eletivos, que não seincluem na categoria de prestadores de serviços.

4 - Apelação provida. Segurança concedida.(AMS Nº 2001.70.00.029769-6/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal A A RAMOS DE

OLIVEIRA, 5ª T./TRF4, maioria, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 212)

06 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. SOMADE ATIVIDADE RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.

1. A soma de atividade urbana com rural, esta em regime de economia familiar, é permitidapela Lei nº 8.213/91 para concessão de qualquer benefício previdenciário.

2. O regime de economia familiar estará caracterizado onde o trabalho seja desenvolvidosomente pelos membros da unidade familiar, sendo porém autorizada a “troca de dias” com outrospequenos agricultores, ou regimes de mutirão em épocas de plantio ou colheita. O fato de um dosmembros da família exercer atividade remunerada ou receber proventos de aposentadoria naqualidade de trabalhador urbano não afasta, de plano, a qualificação dos demais como seguradosespeciais. Necessária a existência de comercialização dos produtos produzidos, ou parte deles, ou,ainda, no mínimo intenção de venda das sobras de produção, após reserva do necessário paraconsumo próprio.

3. No âmbito judicial a qualidade de segurado especial é comprovada através de documentos edepoimentos testemunhais, aplicando-se o poder de livre valoração da prova pelo juiz (artigo 131do CPC). Como início de prova material é viável a apresentação de documentos onde conste onome de outro membro do grupo familiar.

4. Hipótese em que, apesar de presente prova indicando o trabalho rural da família e dopróprio Autor, não restou configurado regime de economia familiar, merecendo ser mantida asentença que deu pela improcedência do pedido postulado na inicial.

5. Apelação do Autor improvida.(AC Nº 2000.04.01.070290-8/RS, Rel. a Exma. Sra. Juíza Federal ELIANA PAGGIARIN

MARINHO, 5ª T./TRF4, Unânime, 25/06/2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 210)

07 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. PROPORCIONAL. ATIVIDADE ESPECIAL. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.EMPRESAS PESQUEIRAS. RECONHECIMENTO. CONVERSÃO. IMPLEMENTAÇÃODOS REQUISITOS -CARÊNCIA E TEMPO DE SERVIÇO. CORREÇÃO MONETÁRIA.

1. Relativamente ao enquadramento da atividade como especial, uma vez prestado o serviçosob a égide de legislação que o ampara, o segurado adquire o direito à contagem como tal, bemcomo à comprovação das condições de trabalho na forma então exigida.

2. Comprovando os formulários emitidos pelas empresas e o laudo judicial o desenvolvimentoda atividade sob os efeitos de agentes insalubres, conforme os Decretos que regem a matéria,possível o reconhecimento da especialidade do trabalho prestado.

3. Devidamente comprovada a insalubridade do labor, é devida a sua conversão para tempo deserviço comum, pois que anterior à edição da MP nº 1.663/98, publicada em 29-05-98 e convertidaposteriormente na Lei nº 9.711/98.

4. Preenchidos os requisitos de tempo de serviço e carência, é devida a aposentadoria portempo de serviço proporcional, desde a data do requerimento administrativo.

5. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo apartir da data em que deveria ter sido paga cada parcela, nos termos das Súmulas 43 e 148 do STJ,pelos índices oficiais.

6. Apelos e remessa oficial parcialmente providos.

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(AC Nº 1999.71.01.000658-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS CERVI, 5ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 755)

08 - PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL.LIMINAR EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RENDA FAMILIAR SUPERIOR AO LIMITELEGAL. IMPOSSIBILIDADE. PERICULUM IN MORA. INOCORRÊNCIA.

É razoável a fixação legal de critérios e limites para a concessão do benefício de prestaçãocontinuada, já que se trata de verba assistencial da União em favor de quem nada tem, não podendoo juiz afastar esses limites para abranger aos que pouco têm, razão pela qual o fumus boni iurisfavorece à agravante.

(AG Nº 2002.04.01.007163-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 24.06.2003, DJ2 nº 154, 13/08/2003, p. 185)

09 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PAGAMENTO DEVALORES DECORRENTE DE AÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DESCONTO DE IMPOSTODE RENDA NA FONTE. RESTITUIÇÃO.

1. Na Ação Civil Pública nº 1999.61.00.003710-0/SP, proposta pelo MPF, foi deferido opedido de tutela antecipada em caráter liminar, para determinar ao INSS que se abstenha de efetuaro desconto na fonte do IR, nas hipóteses de pagamento realizado a destempo e de forma acumulada,administrativa ou judicialmente, de benefícios ou pensões previdenciárias ou assistenciais, comvalores originais inferiores ao limite de isenção tributária.

2. A decisão na Ação Civil foi proferida com alcance nacional, de modo que deve sercumprida também no âmbito da 4ª Região.

3. O entendimento da Terceira Seção deste Tribunal consolidou-se no sentido de que o INSSnão deverá proceder o desconto do IRPF no caso de pagamentos acumulados ou atrasados, porresponsabilidade da Previdência Social, oriundos de concessão, reativação ou revisão de benefíciosprevidenciários e assistenciais, cujas rendas mensais originárias sejam inferiores ao limite deisenção do aludido tributo, sendo reconhecido por rubrica própria (EIAC nº 1998.04.01.078304-3).

4. Agravo de instrumento provido.(AG Nº 2003.04.01.009467-3/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 05.08.2003, DJ2 nº 164, 27/08/2003, p. 789)

10 - PROCESSO CIVIL. PENSÃO POR MORTE POSTULADA PORCOMPANHEIRA. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DA ESPOSA. NULIDADE.LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO.

- É imprescindível a citação da esposa do “de cujus”, na qualidade de litisconsorte passivanecessária, em ação ajuizada pela companheira objetivando a concessão de pensão por mortequando aquela já está habilitada ao recebimento do benefício, sob pena de nulidade do processo.

(AC Nº 2000.04.01.145471-4/SC, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 164, 27/08/2003, p. 647)

11 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DO COMPANHEIRO, TITULARDE RENDA MENSAL VITALÍCIA A INVÁLIDOS. PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS À CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.

O benefício de Renda Mensal Vitalícia é de natureza assistencial e caráter pessoal, sendoincompatível a sua transmissão “causa mortis” na forma de pensão a dependentes e/ou sucessoresdo beneficiário. “In casu”, tendo restado comprovado que o “de cujus” já havia implementado, àépoca do óbito, os requisitos para a concessão de aposentadoria por invalidez, faz jus a parte autoraao benefício de pensão por morte almejado.

(AC Nº 2001.04.01.064711-2/PR, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 164, 27/08/2003, p. 658)

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12 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA DE FATODO AVÔ. DIREITO À PENSÃO.

1. A nova redação dada pela Lei nº 9.528/97 ao parágrafo 2º do art. 16 da Lei nº 8.213/91 nãoteve o efeito de excluir o menor sob guarda do rol de dependentes previdenciários, pois a guarda,nos termos do artigo 33 do ECA, ainda vigente, confere à criança e ao adolescente a condição dedependente para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.

2. É possível o reconhecimento do direito à pensão, ainda que não formalizada a guardajudicial, se comprovado que de fato o menor estava sob a guarda do avô no período que antecedeuao óbito.

3. Na vigência do artigo 74 da Lei 8.213/91, em sua redação original, a pensão é devida desdea data do óbito.

(AC Nº 2000.04.01.112163-4/RS, Rel. p/acórdão o Exmo. Sr. Juiz Federal JUIZ FEDERALRICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Órgão: Quinta Turma do TRF da 4ª Região,Decisão: Maioria, 25 de junho de 2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 214)

13 - PREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE DO MARIDO - PERDA DAQUALIDADE DE SEGURADO - INOCORRÊNCIA.

1 - Se antes do término do período de graça o falecido já não tinha condições de trabalhar, elenão chegou a perder a qualidade de segurado e tinha direito ao benefício de aposentadoria porinvalidez, pois para efeito de benefício por incapacidade, o fato de o segurado deixar de trabalharpor motivo de doença não impede a concessão do benefício.

2 - A teor do § 4º do art. 16, I, da Lei nº 8.213/91, a dependência econômica é presumida.(AC Nº 2000.04.01.123918-9/SC, Rel. p/acórdão o Exmo. Sr. Juiz Federal LUIZ CARLOS

CERVI, 5ª T./TRF4, maioria, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 211)

14 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE GENITORES. FILHAABSOLUTAMENTE INCAPAZ. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA.SENTENÇA DE INTERDIÇÃO. EFEITOS EX-TUNC.

1. Tratando-se de filha inválida a dependência econômica é presumida, nos termos do inciso Ie § 4º do art. 16 da Lei nº 8.213/91.

2. Incapacidade amplamente comprovada pelo exame do conjunto probatório constante dosautos.

3. A sentença de interdição apenas reconhece a situação preexistente de incapacidade dainterditanda, em face do quadro psiquiátrico, gerando efeito ex tunc.

4. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a decisãojudicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as vincendas(Súmula 111 do STJ).

(AC Nº 2002.04.01.050122-5/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 154, 13/08/2003, p. 185)

15 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE TRABALHADOR URBANO.DECRETO 89.312/84. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E CUSTAS. APRECIAÇÃO EMSEDE DE REEXAME NECESSÁRIO. INVIABILIDADE.

1. Comprovada a condição de segurado da Previdência Social do de cujus e tendo o óbitoocorrido na vigência do Decreto 89.312/84, fazem jus a esposa e os filhos menores à pensão pormorte, face à dependência econômica presumida, nos termos do disposto nos arts. 10, inciso I, e 47.“In casu”, o cálculo da renda mensal da pensão deverá ser feito conjugando-se o disposto nosartigos 21, I e 48 daquele diploma.

2. Considerando que a pensão por morte é devida aos dependentes do segurado, a omissão dainclusão do nome dos filhos menores no pólo ativo da demanda, por falha do procurador, aliada à

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ausência de determinação de emenda da inicial, pelo julgador singular, não prejudica o recebimentodo benefício, tendo em vista o interesse preponderante dos menores.

3. Reconhecida a prescrição das parcelas vencidas anteriormente ao qüinqüênio que precedeua data da entrada do requerimento do benefício de pensão na esfera administrativa somentepertinentes à cota-parte individual da viúva, uma vez que, não correndo a prescrição contramenores, a cota familiar não pode ser atingida por este instituto.

4. Para fins de atualização monetária, aplicáveis os índices oficiais, e jurisprudencialmenteaceitos, quais sejam: ORTN (10/64 a 02/86), OTN (03/86 a 01/89), BTN (02/89 a 02/91), INPC(03/91 a 12/92), IRSM (01/93 a 02/94), URV (03 a 06/94), IPC-r (07/94 a 06/95), INPC (07/95 a04/96), IGP-DI (a partir de 05/96) e IPCA-E (a partir de 01/2002), sem prejuízo da utilização dosíndices expurgados referidos nas Súmulas 32 e 37 desta Corte e daqueles que a jurisprudência vier areconhecer como tais, devendo-se observar os períodos das incidências respectivas, no casoconcreto, afastado o uso da UFIR.

5. A jurisprudência consolidou o entendimento de que no caso de extinção do processo semapreciação do mérito, bem como no caso de improcedência dos embargos do devedor opostos emexecução fundada em título judicial, não se cogita de reexame necessário. Como em muitos destescasos há condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários e custas (ou quando menos aoreembolso destas), resulta daí a conclusão de que não cabe reexame quanto a tais rubricas do atosentencial. Em verdade as disposições sentenciais relativas a honorários e custas versam sobresimples consectários que não têm necessária ligação com a matéria de fundo, porque ligados estãoao destino do processo e não ao da lide de direito material. Assim, salvo se houver modificação dasentença, por força do reexame, quanto ao direito material, de modo a implicar automática alteraçãoda repartição dos ônus sucumbenciais, resta vedado ao Tribunal, em sede de reexame, apreciarquestões ligadas a honorários advocatícios as custas.

(AC Nº 1999.04.01.021349-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 21.05.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 214)

16 - PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO.1. O prazo extintivo de todo e qualquer direito ou ação previsto no art. 103, caput, da Lei

8.213/91 (com a redação dada pela MP 1.523-9, de 27-06-97, convertida na Lei nº 9.528, de10/12/97, alterada pela Medida Provisória nº 1.663-15, de 22/10/98, que por sua vez foitransformada na Lei nº 9.711, de 20/11/98), consiste em inovação em matéria de revisão do ato deconcessão de benefício e, portanto, não pode ser aplicado retroativamente.

2. Não há interesse recursal em rever sentença no que atendeu à postulação do apelante.3. Deve ser aplicada, nos salários de contribuição componentes do PBC, a correção monetária

integral, incluindo-se o IRSM de fevereiro de 1994 (Lei nº 8.880/94, art. 21 e § 1º).4. O novo cálculo da RMI deve observar o teto de que trata a Lei nº 8.213/91, bem como a

regra do § 3º do art. 21 da Lei 8.880/94.5. Os honorários advocatícios, para ações de cunho previdenciário, devem ser fixados sobre o

valor da condenação, considerando-se como tais as parcelas vencidas até a prolação da sentença.Precedentes jurisprudenciais.

6. Tendo o feito tramitado perante a Justiça Federal, o INSS está isento do pagamento dascustas judiciais (art. 8º, § 1º, da Lei 8.620/93).

7. Na ausência de recurso da parte autora, é de manter-se sentença no que determina, para finsde atualização monetária, a aplicação do INPC a partir de junho de 1998, sob pena de “reformatio inpejus” ao INSS.

(AC Nº 2001.71.07.003243-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 756)

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17 - PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL. LITISPENDÊNCIA ENTRE AÇÃOINDIVIDUAL E AÇÃO CIVIL PÚBLICA: INEXISTÊNCIA. DECADÊNCIA.PRESCRIÇÃO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. REAJUSTAMENTOS EM JUNHO/97.JUNHO/99. JUNHO/00. JUNHO/01. REAJUSTE ADMINISTRATIVO. ÍNDICESLEGITIMAMENTE ESTABELECIDOS. URV. LEI 8.880/94. MANUTENÇÃO DO VALORREAL DOS BENEFÍCIOS QUANDO DA CONVERSÃO.

1. O prazo decadencial previsto na Lei nº 9.528/97, que alterou a redação do art. 103 da Lei nº8.213/91, não se aplica retroativamente aos benefícios concedidos antes de sua vigência, tendo emvista a regra inserta no art. 6º da LICC.

2. A prescrição qüinqüenal prevista no art. 103 da Lei nº 8.213/91, em sua redação originária,atinge apenas as parcelas individualmente, e não ao fundo de direito em que se baseiam.

3. Não se configura litispendência entre ação individual e ação civil pública, ante adiversidade de parte e pela natureza da sentença perseguida.

4. É constitucional o índice de 7,76% previsto pela Medida Provisória 1572-1/97 para oreajuste dos benefícios previdenciários em junho de 1997, orientação a ser seguida também emrelação aos reajustes de junho/99 (4,61%), junho/2000 (5,81%), e junho/2001 (7,66%), efetuadosmediante a utilização de índices legitimamente estabelecidos pelas MP’s 1.824/99 e 2.022/00, epelo Decreto nº 3.826, de 31/05/2001.

5. O entendimento adotado recentemente pelo Plenário do STF, no julgamento unânime doRecurso Extraordinário nº 313.382-9/SC, em data de 26/09/2002, sendo relator o Min. MaurícioCorrêa, afirma a constitucionalidade da palavra “nominal” constante do inciso I do artigo 20 da Lei8.880/94.

6. Tendo o INSS cumprido a legislação vigente à época da conversão dos benefícios em URV,não há que se falar em ofensa ao princípio constitucional insculpido no artigo 201, § 4º, da CF/88, oqual garante o reajustamento dos benefícios para assegurar-lhes o valor real.

(AC Nº 2002.71.07.005095-9/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 10.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 776)

18 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. SALÁRIO-MATERNIDADE. PESCADORA ARTESANAL. DEMONSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO DESEGURADA ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.

1. A concessão do benefício de salário-maternidade está regrada no art. 39, § único, c/c art. 73da Lei n.º 8.213/91.

2. A designação de segurado especial encontra-se no art. 11, VII, da Lei n.º 8.213/91.3. Existindo nos autos documentos que caracterizam razoável início de prova material,

corroborados pelos depoimentos das testemunhas ouvídas em juízo, de que a autora exerciaatividade de auxílio ao seu marido na atividade pesqueira em regime de economia familiar, tem-secomo presentes os requisitos legais para a concessão do benefício de salário-maternidade

4. Apelação provida.(AC Nº 2001.72.07.001199-0/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 12.08.2003, DJ2 nº 164, 27/08/2003, p. 784)

Execução Fiscal

01 - EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. HIPOTECA. CÉDULA DE CRÉDITOINDUSTRIAL. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PREFERÊNCIA.

Inobstante as disposições contidas nos art. 57 e 59 do Decreto-lei 413/69, aplicável às cédulasde crédito comercial por força do art. 5º da Lei 6.840/80, de que os bens vinculados à cédula decrédito industrial não serão penhorados ou seqüestrados por outras dívidas do emitente ou doterceiro prestante da garantia real, e que no caso de execução judicial deve satisfazer primeiramente

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à liquidação da cédula, tal privilégio não se sobrepõe à preferência do crédito tributário, por forçado disposto no art. 186 do Código Tributário Nacional.

(AC Nº 2001.04.01.061173-7/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 592)

02 - EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIASOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO RURAL. BASE DE CÁLCULO. FRETE.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. O valor do frete não se inclui no valor do produto real, para fins de contribuiçãoprevidenciária. Precedentes desta Corte.

2. Mantidos os honorários advocatícios da sentença, pois fixados em valor inferior ao padrãoutilizado por esta Turma, bem como em face da inexistência de recurso da parte interessada em suamajoração.

(AC Nº 2003.04.01.029458-3/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal DIRCEU DE ALMEIDASOARES, Turma Especial/TRF4, unânime, 29 de julho de 2003, DJ2 nº 154, 13/08/2003, p. 154)

03 - EMBARGOS À EXECUÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. EXECESSO DEEXECUÇÃO. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. BEM IMPENHORÁVEL. INSTRUMENTOS.ATIVIDADE PROFISSIONAL. ARTIGO 649, VI DO CPC

1. A teor do disposto no § 1º do artigo 6º da Lei nº 6830/80, não é necessário que os autos doprocesso administrativo acompanhem a inicial da execução fiscal, que é instruída tão-somente coma Certidão de Dívida Ativa, mesmo porque tal documento, além de ser público e permitir o livreacesso dos executados para consulta

2. No caso, o embargante teve várias oportunidades provar o alegado, sendo que sequeraponta quais provas pretenderia efetuar e seu motivo.

3. A CDA possui presunção de liquidez e certeza, a qual somente pode ser elidida por meio deprova robusta e não por meras alegações.

4. Penhorar os bens indispensáveis ao exercício da profissão é inviabilizar a própriasobrevivência do executado. Por isso, que a jurisprudência vem estendendo esse privilégio à firmaindividual, em que seu titular vive do trabalho pessoal próprio.

(AC Nº 2002.04.01.026734-4/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 93)

04 - HONORÁRIOS. EXECUÇÃO. EMBARGOS. DUPLA INCIDÊNCIA.Opostos os embargos à execução, a verba honorária fixada quando da prolação da sentença,

substitui os honorários fixados provisoriamente, que tem sua razão de ser apenas no caso depagamento imediato.

(AG Nº 2001.04.01.085711-8/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 616)

05 - EMBARGOS À EXECUÇÃO DE SENTENÇA. JUROS DE MORA EMPRECATÓRIO COMPLEMENTAR. HOMOLOGAÇÃO DA CONTA DE LIQUIDAÇÃO.INCLUSÃO DE ÍNDICES. COISA JULGADA.

1. Os juros de mora não são devidos no período compreendido entre a data da apresentaçãodos precatórios judiciários e o último dia do exercício seguinte.

2. Se há conta de liquidação homologada por sentença transitada em julgado, é com basenesse cálculo que a execução deve ser lastreada, isto é, os valores da memória de cálculoapresentada à execução devem corresponder àqueles obtidos na conta elaborada na fase deliquidação, de forma que se a conta homologada não contemplou os combatidos expurgosinflacionários das Súmulas 32 e 37/TFR-4ªR agora, em fase de execução complementar, não podemser considerados no cálculo exeqüendo, sob pena de ofensa à coisa julgada.

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(AC Nº 2000.04.01.134229-8/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 606)

06 - EXECUÇÃO FISCAL. LEILÃO. AVALIAÇÃO DOS BENS. PENHORA DE BENSANTERIOR À DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA.

1. Se o agravante concordou com a avaliação global dos bens penhorados, não há razão para asua individualização no leilão.

2. Tendo a penhora de bens sido realizada em momento anterior à decretação da falência, aexecução fiscal deve prosseguir normalmente, inclusive com a realização de leilão. Todavia, ocrédito apurado em leilão deverá ser comunicado ao juízo falimentar, oportunizando-se ahabilitação dos credores preferenciais no próprio juízo da execução fiscal para o recebimento doproduto da arrematação.

(AG Nº 2001.04.01.086067-1/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 128)

07 - EXECUÇÃO DE SENTENÇA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MÁ-FÉ.AJUIZAMENTO DE AÇÃO IDÊNTICA. PROSSEGUIMENTO.

1. Considera-se litigante de má-fé aquele que ajuíza ações idênticas, em juízos distintos,buscando cobrar os mesmos valores, evidenciando intenção clara de locupletamento sem justacausa.

2. A multa por litigância de má-fé está limitada ao percentual de 1% sobre o valor da causa,nos termos do art. 18 do CPC.

3. Mostra-se indevido condicionar o prosseguimento da execução somente na hipótese derecolhimento da multa, porque a Fazenda Nacional possui meios próprios para exigir seus créditos,e ainda porque se trata de litisconsórcio facultativo, no qual os demais autores não têm qualquerresponsabilidade com a conduta do autor excluído do feito.

(AG Nº 2002.04.01.014804-5/PR, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 621)

08 - TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. MÓVEIS. RECUSA DOEXEQÜENTE. BENS LIVRES E DESEMBARAÇADOS. ART. 656 E 667 DO CPC. ART. 15DA LEF.

1. Na nomeação à penhora de bens móveis (equipamento fabril), mostra-se razoável aexigência da exequente no que concerne à prova de pleno desembaraço do equipamento ofertado,dada a dificuldade na alienação de bens quando da existência ônus sobre os mesmos.

2. Embora o artigo 15 e incisos, da Lei de Execuções Fiscais preveja, em qualquer fase doprocesso, o deferimento da substituição da constrição a pedido da exequente ou do executado, háque se recusar a nomeação de bens não comprovadamente desembaraçados, vez que, emobservância à economia processual, deve-se reduzir a possibilidade da realização de uma segundapenhora por desistência do credor (art. 667, III, do Código de Processo Civil).

3. Agravo de instrumento improvido.(AG Nº 2001.04.01.079453-4/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal WELLINGTON M DE

ALMEIDA, 1ªT./TRF4, maioria, julg. em 23.04.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 128)

09 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. DAÇÃO EM PAGAMENTO. PENHORA SOBREBENS NA COMARCA ONDE TRAMITA A EXECUÇÃO.

1. O fato do bem ofertado estar sendo objeto de dação em pagamento conforme a MP n.º1.586/97 não condiciona nem a aceitação da autarquia do mesmo como garantia da dívidaexeqüenda nem o juízo da execução, tendo em vista a independência entre as esferas administrativae judicial.

2. A penhora deve incidir sobre bens localizados na comarca da execução, não sendo

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admissível, a não ser em situações especiais, a penhora de bem localizado em outro Estado, quandoexistentes outros bens no local da execução.

(AG Nº 2001.04.01.016949-4/SC, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 154, 13/08/2003, p. 108)

10 - PRECATÓRIO COMPLEMENTAR. JUROS DE MORA. APADECO.1. O art. 17 da lei nº 10.259/2001 veio impedir o fracionamento do valor da execução ou

expedição de precatório complementar para fins de pagamento parcialmente em precatório eparcialmente em requisição de pequeno valor. Possível, portanto, a requisição complementar, foradestes casos, comprovadamente.

2. Os valores constantes na requisição de pequeno valor ou precatório devem obedecer oscritérios da sentença que transitou em julgado. A partir da entrega, a rpv deve ser paga em atésessenta dias, corrigindo-se os valores pelo ipca-e.

3. Nas execuções de sentença individual decorrentes de ação civil pública promovida pelaapadeco, ficou determinada a incidência tão somente de selic, sem juros de mora. Entre a requisiçãodo precatório e o efetivo pagamento, inexiste inadimplência, também não são devidos os juros.

(AG Nº 2003.04.01.008042-0/PR, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 608)

11 - TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SALDO REMANESCENTE EMPRECATÓRIO. CORREÇÃO MONETÁRIA. EXTINÇÃO DA UFIR. IPCA-E.

1. Sendo a correção monetária mera recomposição do poder de compra da moeda decorrentede perdas inflacionárias, faz-se necessária sua incidência sobre os créditos devidos.

2. Após a extinção da UFIR, o IPCA-E deve ser utilizado na atualização de precatórios, deacordo com a Resolução nº 242 do Conselho da Justiça Federal.

(AG Nº 2002.04.01.003812-4/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 605)

12 - TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. DESISTÊNCIA. REFIS.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 26 DO CPC. LEI 9.964/2000. QUANTUM A SERARBITRADO. LEI 10.189/2001. ART. 5°, § 3°. APLICAÇÃO DA REGRA GERAL.

1. A desistência dos embargos à execução motivada pelo ingresso no Programa deRecuperação Fiscal - REFIS - acarreta a condenação da embargante ao pagamento dos ônussucumbenciais, nos termos do art. 26 do CPC e do § 3º, do art. 13, da Lei 9.964/2000.

2. A regra insculpida no art. 5º, § 3º, da Lei n. 10.189/2001 é endereçada à autoridadeadministrativa com incumbência de administrar e executar o REFIS, não servindo ao propósito delimitar a fixação de honorários advocatícios, os quais deverão ser arbitrados à luz da regra geralcontida no art. 20 e seguintes do CPC.

3. Honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor controvertido, consoanteprecedentes da Turma.

4. Apelação provida.(AC Nº 2000.71.10.000923-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DE

CASTRO LUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 04.06.de 2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 91)

13 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DO REFIS. INTIMAÇÃOPESSOAL. DESNECESSIDADE.

Em que pese entender ser desnecessária a intimação pessoal, quando da exclusão do REFIS,por ato do Comitê Gestor, na ausência de elementos que possam levar à certeza da legalidade ounão da exclusão da empresa do REFIS, é de ser manter suspensa a execução até a efetivacomprovação da legalidade do ato.

(AG Nº 2002.04.01.018933-3/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZ

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LEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 607)

14 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA. TUTELA ANTECIPADAPARA PERMANECER NO REFIS. NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO CONTRIBUINTESOBRE A EXCLUSÃO.

1. Avulta a ilegalidade do § 1º do art. 2º da Portaria Interministerial nº 21/2000, dos Ministrosde Estado da Fazenda e da Previdência e Assistência Social, no ponto em que dispensou anotificação pessoal da pessoa jurídica optante do REFIS das resoluções e portarias expedidas peloComitê Gestor.

2. A forma pela qual tomou a agravada conhecimento da sua exclusão do REFIS (viapublicação oficial) implicou a quebra da sistemática legal prevista para a cientificação dos atosprocessuais administrativos, sistemática que só excepcionalmente prevê a intimação via publicaçãooficial, para aquelas hipóteses de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílioindefinido.

(AG Nº 2003.04.01.010613-4/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DECASTRO LUGON, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 154, 13/08/2003, p. 81)

15 - CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA. INTERPOSIÇÃO DERECURSO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DO CRÉDITO. EXCLUSÃO DO REFIS.

A interposição de recurso administrativo contra ato que excluiu o impetrante do REFIS,suspende a exigibilidade tributária.

(AMS Nº 2002.71.12.002044-1/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 154, 13/08/2003, p. 113)

16 - REFIS. PAGAMENTO DE CUSTAS. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL.Suspenso o executivo fiscal, ante a inclusão da empresa no programa de recuperação fiscal,

não há que se falar em pagamento de custas judiciais, porquanto são devidas apenas ao final doprocesso.

(AG Nº 2001.04.01.071458-7/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 25.06.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 620)

17 - REFIS. CUSTAS PROCESSUAIS. SUSPENSÃO DO PROCESSO.A suspensão do processo de execução, pela opção ao programa do REFIS, não autoriza o

pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios, que deverão ser pagos apenas nomomento da extinção do processo.

(AG Nº 2001.04.01.024433-9/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, maioria, julg. em 11.06.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 128)

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - HABEAS CORPUS. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. REFIS.EXCLUSÃO. REINCLUSÃO POSTERIOR PELO COMITÊ GESTOR. DENÚNCIA.RECEBIMENTO. PAGAMENTO INTEGRAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

A reinclusão, pelo Comitê Gestor, de empresa excluída do Programa de Recuperação Fiscal –REFIS, em data anterior a denúncia, afasta a possibilidade de seu recebimento.

O adimplemento integral das parcelas objeto da adesão ao REFIS resulta na extinção dapunibilidade dos réus, relativamente aos fatos narrados na peça acusatória, com fulcro no artigo 34da Lei n.º 9.249/95.

(HC Nº 2003.04.01.024690-4/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOSÉ LUIZ B. GERMANODA SILVA, 7ª T./TRF4, unânime, julg. em 05.08.2003, DJ2 nº 159, 20/08/2003, p. 798)

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02 - HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 12 DA LEI 6.368/76.APELAÇÃO EM LIBERDADE. POSSIBILIDADE. DESCLASSIFICAÇÃO PARATRÁFICO INTERNO. COMPETÊNCIA.

Tratando-se de crime de tráfico de entorpecentes, que traz implícita a marca da periculosidadedo agente, não há direito líquido e certo deste apelar em liberdade, só porque seja primário e possuabons antecedentes. O inciso LVIII do art. 5º da CF/88 visa apenas impedir a inclusão do nome doagente no rol dos culpados enquanto não transitar em julgado a condenação, não lhe outorgando odireito à liberdade até que isso aconteça.

A competência da Justiça Federal para julgar crime de tráfico internacional de entorpecentes éfixada no momento em que a denúncia é oferecida, sendo mantida, inclusive, ainda que hajadesclassificação para tráfico interno na decisão final, pelo princípio da perpetuatio jurisdictiones eaplicação analógica do art. 81, caput, do CPP.

Ordem de habeas corpus denegada.(HC Nº 2003.04.01.028941-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOÃO SURREAUX

CHAGAS, Turma Especial/TRF4, unânime, julg. em 29.07.2003, DJ2 nº 154, 13/08/2003, p. 144)

03 - PENAL. DESCAMINHO. CONTRABANDO. DENÚNCIA REJEITADA.PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA JURÍDICA. INAPLICABILIDADE. REITERAÇÃODA CONDUTA. NATUREZA DOS BENS.

1. Quando o acusado responde a outros processos criminais por contrabando ou descaminho,não faz jus ao reconhecimento da insignificância, sob pena de incentivo à impunidade;

2. Ademais, embora esta Corte já tenha decidido que a primeira e a segunda figura típicas doart. 334 do CP se equivalem para fins de reconhecimento de delito de bagatela, na hipótese, talmedida não se mostra adequada em razão da natureza dos bens contrabandeados;

3. Provimento ao recurso para anular a decisão e determinar o recebimento da denúncia.(RSE Nº 2002.71.09.000715-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 7ª

T./TRF4, unânime, 19 de agosto de 2003, DJ2 nº 164, 27/08/2003, p. 800)

04 - PROCESSO PENAL. AGRAVO EM EXECUÇÃO. FALTA DERECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DESCONTADAS DOSEMPREGADOS. VÁRIAS CONDENAÇÕES. EMPRESAS DIVERSAS ADMINISTRADASPELO MESMO RÉU. CONTINUIDADE DELITIVA. CIRCUNSTÂNCIASSEMELHANTES. ART. 71 DO CP. UNIFICAÇÃO DAS PENAS. ART. 66 DA LEP.

1. Quando o réu, em vários procedimentos criminais, foi denunciado pela apropriação decontribuições previdenciárias em períodos subseqüentes, a hipótese é de aplicação da regraestatuída no artigo 71 do Código Penal.

2. Define-se a continuidade delitiva pela homogeneidade das condições objetivas de tempo,lugar, maneira de execução e outras semelhantes. Nenhuma dessas circunstâncias, isoladamente,exclui a aplicação do benefício, pois sua avaliação deve ser feita em conjunto.

3. No que pertine ao lugar, a jurisprudência e a doutrina têm admitido a continuação daprática de crimes inclusive em municípios diversos, integrados na mesma região. Assim, com maiorrazão deve ser reconhecido o favor legal quanto ao administrador de duas empresas cuja gerência écentralizada, com sedes e filiais em cidades próximas (Caxias do Sul, Antônio Prado e Canela).

4. In casu, tendo em conta a reiteração da conduta por 100 (cem) oportunidades, unifica-se apena tomando por base a mais grave das reprimendas aplicadas nos vários processos (três anos)acrescida de 2/3 (dois terços), totalizando, portanto, 5 (cinco) anos de reclusão.

5. Em conseqüência, o regime inicial para cumprimento da sanção carcerária é o semi-aberto.(AGPN Nº 2002.71.07.013514-0/RS, Rel. p/acórdão o Exmo. Sr. Des. Federal VOLKMER

DE CASTILHO, 8ª T./TRF4, maioria, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 164, 27/08/2003, p. 801)

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05 - PENAL. OMISSÃO DE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕESPREVIDENCIÁRIAS. LEI Nº 8.212/91, ART. 95, ALÍNEA D. PROGRAMA DERECUPERAÇÃO FISCAL. LEI Nº 9.964/2000. PARCELAMENTO DO DÉBITO. LEI Nº9.249/95. DOLO ESPECÍFICO. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.DOSIMETRIA. CRIME CONTINUADO. PENA DE MULTA. INAPLICABILIDADE DOART. 72 DO CP. QUANTIDADE DE DIAS-MULTA. SUBSTITUIÇÃO DA PENAPRIVATIVA DE LIBERDADE. ART. 44, DO CP. PRESCRIÇÃO.

1. A opção pelo REFIS, posterior à denúncia não obsta o curso da ação penal, emconformidade com o art. 15, da Lei 9.964/2000.

2. Em não havendo prova do parcelamento anterior à denúncia, não constitui-se este em causaextintiva da punibilidade, nos termos do art. 34, da Lei nº 9.249/1995.

3. Não há necessidade de ser provado o especial fim de agir do agente, porque o dolo, nocrime previsto no art. 168-A, do CP, constitui-se na vontade livre e consciente de descontar ascontribuições dos salários e deixar de repassá-las ao INSS, para financiamento da seguridade social,independentemente da intenção específica de se apropriar daqueles valores.

4. A incidência da causa supra legal de exclusão da culpabilidade, caracterizada pelasdificuldades financeiras, depende de robusto conjunto probatório nos autos, a demonstrar a totalimpossibilidade do cumprimento das obrigações junto à Previdência Social, em razão de séria crisefinanceira da empresa, com repercussão na vida pessoal dos administradores.

5. No crime continuado, em se tratando de delito único, a pena de multa deve ser unificada,inaplicável o art. 72 do CP. Precedentes do STJ e desta Corte.

6. A quantidade de dias-multa deve ser consentânea com o quantum da pena de reclusão.7. Mesmo havendo condenações de primeiro grau, em favor ao princípio da presunção da

inocência, faz jus o acusado à substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito, ateor do art. 44 do CP.

8. Ocorre a prescrição se entre a data do recebimento da denúncia e da sentença que fixou apena-base em 02 anos, transcorreram mais de 04 anos, desconsiderada, no caso, a continuidadedelitiva.

(ACR Nº 2002.04.01.038683-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ FERNANDOWOWK PENTEADO, 8ª T./TRF4, unânime, julg. em 18.06.2003, DJ2 nº 149, 06/08/2003, p. 219)

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SETEMBRO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Direito Previdenciário

01 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURÍCOLA.ATIVIDADE RURAL. COMPROVAÇÃO. ROL DE DOCUMENTOSEXEMPLIFICATIVO. ART. 106 DA LEI 8.213/91. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.CARACTERIZAÇÃO. PERÍODO DE CARÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.INEXIGIBILIDADE. ARTIGOS 23 E 143 DA LEI 8.213/91. AGRAVO INTERNODESPROVIDO.

I - O rol de documentos hábeis à comprovação do exercício de atividade rural, inscrito no art.106, parágrafo único da Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, e não taxativo, sendoadmissíveis, portanto, outros documentos além dos previstos no mencionado dispositivo.

II - Na hipótese dos autos, houve o necessário início de prova material, pois o autorapresentou os seguintes documentos em nome do pai: a) escrituras públicas de compra e venda deimóvel rural de 1970 e 1975; b) transcrição no Registro de imóveis em 1970 da compra de imóvelrural; c) cadastro no INCRA de imóvel rural no período de 1966 a 1977 de 4,6 hectares, semregistro de empregados; d) ficha no sindicato dos Trabalhadores Rurais de Armazém de 1971; e)certidão de que teria se qualificado como lavrador quando da matrícula do Autor em 1971, o quetambém lhe aproveita. Portanto, tendo trabalhado na agricultura juntamente com seus pais e demaismembros de sua família, dificilmente terá documentos em seu nome, sendo ilegítima a exigência deprova material em seu nome. A jurisprudência desta Eg. Corte é robusta ao considerar válidos osdocumentos em nome dos pais ou do cônjuge para comprovar atividade rural.

III - No tocante à exigência da carência, o trabalhador rural tem direito ao benefício daaposentadoria previdenciária, desde que comprovados os requisitos de idade e de atividade rural.Não é exigível o período de carência de contribuições, ex vi do artigo 26, III, c/c o artigo 143 da Lei8.213/91.

IV - Agravo interno desprovido.(AGRG NO RESP Nº 504.131 - SC (2003/0027786-2), Rel. o Exmo. Sr. Min. GILSON DIPP,

5ª T./STJ, unânime, julg. em 21.08.2003, DJ1 nº 187, 29/09/2003, p. 325)

02 - RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. ARTIGO 44, ALÍNEA "A", DA LEI Nº 8.213/91. COMPROVAÇÃO DACONTRIBUIÇÃO. NECESSIDADE.

1. "A aposentadoria por invalidez consistirá numa renda mensal correspondente a ‘80%(oitenta por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze)contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-benefício;’ " (artigo 44,alínea "a", da Lei nº 8.213/91, na sua redação primitiva).

2. É defeso, no cálculo da parte variável da renda mensal da aposentadoria por invalidez, arecorrência a tempo de atividade a que não corresponda tempo de contribuição.

3. Recurso provido.(RESP Nº 239.974 – RS (1999/0107418-5), Rel. o Exmo. Sr. Min. HAMILTON

CARVALHIDO, 6ª T./STJ, unânime, julg. em 21.08.2003, DJ1 nº 182, 22/09/2003, p. 393)

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03 - RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. REAJUSTE DE BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO. FAS. REAJUSTE PELO IGP-DI. MEDIDA PROVISÓRIA 1.415/96 ELEI 9.711/98.

O texto constitucional garante a manutenção, em caráter permanente, do valor real dobenefício. Entretanto, delega ao legislador o estabelecimento dos índices a serem aplicados.Portanto, se as normas contidas na Lei 9.711/98 decorreram de Medidas Provisórias, não há que sefalar em inconstitucionalidade das normas posteriormente editadas para o reajustamento dosbenefícios que também foram provenientes de outras MPs.

A Medida Provisória 1.415, posteriormente convertida na Lei 9.711/98 determinou o IGP-DIcomo índice a ser utilizado para o reajuste dos benefícios em manutenção, em primeiro de maio de1996.

A referida Medida Provisória também determinou o mesmo índice para os benefíciosmantidos pela Previdência Social com data de início posterior a 31 de maio de 1995, devendo sercalculado entre o mês de início, inclusive, e o mês imediatamente anterior ao reajuste.

Por fim, não se consideram inconstitucionais os índices estabelecidos pelas seguintes normas:MP 1.572-1/97 (7,76%); MP 1.663/98 (4,81%); MP 1.824/99 (4,61%); MP 2.022/2000 (5,81%),hoje alterada para MP 2.187-13/2001 e, por fim, a MP 2.129/2001 (7,66%), visto que a maioriadessas regras estabelecidas pelo Poder Executivo também já foram convertidas em Lei.

Recurso não conhecido.(RESP Nº 492.599 – RS (2003/0010350-9), Rel. o Exmo. Sr. Min. JOSÉ ARNALDO DA

FONSECA, 5ª T./STJ, unânime, julg. em 19.08.2003, DJ1 nº 177, 15/09/2003, p. 355)

04 - PREVIDENCIÁRIO - RECURSO ESPECIAL - ART. 128 DA LEI 8.213/91, COMREDAÇÃO DADA PELA LEI 10.099/2.000 - DISPENSA DE PRECATÓRIO - RENÚNCIA -VERBAS ACESSÓRIAS - CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - LIMITELEGAL.

- O art. 128, § 6º, da Lei 8.213/91, com nova redação dada pela Lei 10.099/2.000, que nasações previdenciárias, exclui a necessidade da expedição de precatório para quitação de divida depequeno valor, determina expressamente o valor da execução em R$5.180,25, por autor,abrangendo todas as verbas devidas, inclusive os honorários advocatícios e as custas, tanto queimplica em quitação total do pedido inicial e determina a extinção do processo executório.

- Precedentes desta Corte.- Recurso conhecido e provido.(RESP Nº 411.623 – PR (2002/0015202-2), Rel. o Exmo. Sr. Min. JORGE SCARTEZZINI,

5ª T./STJ, unânime, julg. em 19.08.2003, DJ1 nº 177, 15/09/2003, p. 348)

Execução Fiscal

01 - PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL EEXECUÇÃO FISCAL. CONEXÃO. ART. 103 DO CPC. REGRA PROCESSUAL QUEEVITA A PROLAÇÃO DE DECISÕES INCONCILIÁVEIS.

1. Dispõe a lei processual, como regra geral que é título executivo extrajudicial a certidão dedívida ativa da Fazenda Pública da União, Estado, Distrito Federal, Território e Município,correspondente aos créditos inscritos na forma da lei (art. 585, VI do CPC).

2. Acrescenta, por oportuno que a propositura de qualquer ação relativa ao débito constantedo título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.(§ 1º, do 585, VI do CPC).

3. A finalidade da regra é não impedir a execução calcada em título da dívida líquida e certapelo simples fato da propositura da ação de cognição, cujo escopo temerário pode ser o de obstar oprocesso satisfativo desmoralizando a força executória do título executivo.

4. À luz do preceito e na sua exegese teleológica colhe-se que, a recíproca não é verdadeira;

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vale dizer: proposta a execução torna-se despiscienda e portanto falece interesse de agir apropositura de ação declaratória porquanto os embargos cumprem os desígnios de eventual açãoautônoma.

5. Conciliando-se os preceitos tem-se que, precedendo a ação anulatória, a execução, aquelapassa a exercer perante esta inegável influência prejudicial a recomendar o simultaneus processus,posto conexas pela prejudicialidade, forma expressiva de conexão a recomendar a reunião dasações, como expediente apto a evitar decisões inconciliáveis.

6. O juízo único é o que guarda a mais significativa competência funcional para verificar averossimilhança do alegado na ação de conhecimento e permitir prossiga o processo satisfativo ouse suspenda o mesmo.

7. Refoge à razoabilidade permitir que a ação anulatória do débito caminhe isoladamente daexecução calcada na obrigação que se quer nulificar, por isso que, exitosa a ação de conhecimento,o seu resultado pode frustrar-se diante de execução já ultimada.

8. Reunião das ações no juízo suscitante da execução fiscal, competente para o julgamento deambos os feitos.

9. Precedentes do E. STJ, muito embora nalguns casos somente se admita a conexão quandoopostos embargos na execução e depositada a importância discutida.

10. Recurso Especial desprovido.(RESP Nº 517.891 - PB (2003/0037673-4), Rel. o Exmo. Sr. Min. LUIZ FUX, 1ªT./STJ,

unânime, julg. em 02.09.2003, DJ1 nº 187, 29/09/2003, p. 169)

02 - RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS ÀARREMATAÇÃO. IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA AVALIAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.PRECLUSÃO. PREÇO VIL. INOCORRÊNCIA. OPÇÃO PELO REFIS. HOMOLOGAÇÃOTÁCITA. SUSPENSÃO DO PROCESSO. HIPÓTESE NÃO VERIFICADA.

Não impugnado o laudo de avaliação do bem penhorado no momento oportuno, não se devetrazer a discussão aos autos por ocasião dos embargos à arrematação, em razão da preclusão damatéria.

Vale ressaltar, por oportuno, que preço vil é aquele muito abaixo da avaliação atualizada dobem, independentemente de sua relação com o montante da dívida.

In casu, o valor pelo qual o imóvel foi arrematado em segunda praça não se afigura preço vil,pois equivalente a 60% (sessenta por cento) do valor do imóvel.

Somente a homologação da opção ao REFIS suspende a execução fiscal, a qual ocorre,tacitamente, decorrido o prazo de setenta e cinco dias da formalização, se não houver manifestaçãoexpressa do Comitê Gestor.

A simples opção pelo REFIS não pode ensejar o desfazimento da arrematação, pois osembargos à arrematação foram opostos antes do prazo legal para homologação da opção, quando seaperfeiçoa a transação.

O recurso especial também não prospera no que toca à divergência jurisprudencial, porque arecorrente não cuidou de juntar as cópias dos vv. julgados paradigmas e realizar o devido cotejoanalítico, a fim de demonstrar as circunstâncias que identificam ou assemelham os casosconfrontados.

Recurso não conhecido.(RESP Nº 465.482 – RS (2002/0118898-8), Rel. o Exmo. Sr. Min. FRANCIULLI NETTO, 2ª

T./STJ, unânime, julg. em 10.06.2003, DJ1 nº 172, 08/09/2003, p. 294)

03 - PROCESSO CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - CITAÇÃO POR EDITAL: LEF ECPC.

1. A LEF é bem mais drástica que o CPC, em se tratando de citação editalícia, permitindoessa modalidade de chamamento se não retornar o aviso de recebimento da carta citatória (art. 8º,III da Lei 6.830/80).

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2. O art. 231 do CPC impõe outras condições para que se faça a excepcional citação, maspermite que possa a lei estabelecer diferentemente (art. 231, III).

3. Jurisprudência do STJ em divergência.4. Recurso especial provido.(RESP Nº 504.869 – PR (2003/0031448-0), Rel. a Exma. Sra. Min. ELIANA CALMON, 2ª

T./STJ, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ1 nº 172, 08/09/2003, p. 311)

04 - PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. APELAÇÃO DE SENTENÇA QUEJULGOU IMPROCEDENTES OS EMBARGOS DO DEVEDOR. PROSSEGUIMENTO DAEXECUÇÃO COMO DEFINITIVA. IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DEEXECUÇÃO DEFINITIVA EM PROVISÓRIA.

1. A execução provisória pode converter-se em definitiva, bastando para isso que sobrevenhao trânsito em julgado da sentença. O oposto, todavia, não ocorre. A execução que inicia definitivapode ser suspensa, por força dos embargos, mas não se transforma em provisória. Assim, pendenterecurso da sentença que julgou improcedentes os embargos do devedor, a execução prossegue comodefinitiva.

2. Havendo risco de irreversibilidade da execução definitiva, tornando inútil o eventual êxitodo executado no julgamento final dos embargos, poderá o embargante, desde que satisfeitos osrequisitos genéricos da antecipação de tutela (fumus boni juris e periculum in mora), socorrer-se deuma peculiar medida antecipatória, oferecida pelo art. 558 do CPC: a atribuição de efeitosuspensivo ao recurso. O mesmo efeito é alcançável, com relação aos recurso especial eextraordinário, como "medida cautelar", nas mesmas hipóteses e pelos mesmos fundamentos.

(AGRG NO AG Nº 491.895 – RJ (2003/0019755-6), Rel. o Exmo. Sr. Min. JOSÉDELGADO, 1ªT./STJ, maioria, julg. em 17.06.2003, DJ1 nº 172, 08/09/2003, p. 229)

05 - PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. ADESÃO AO REFIS. SUSPENSÃO DAEXECUÇÃO FISCAL.

1. As execuções fiscais somente poderão ser suspensas após a exigida homologação, e nãocom a simples opção da empresa pelo REFIS.

2. Recurso provido.(RESP Nº 443.718 - PR (2002/0079905-2), Rel. o Exmo. Sr. Min. JOÃO OTÁVIO DE

NORONHA, 2ª T./STJ, unânime, julg. em 26.08.2003, DJ1 nº 182, 22/09/2003, p. 296)

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. COMERCIALIZAÇÃO DE CARNE DEESPÉCIMES DA FAUNA SILVESTRE. POSSÍVEL CRIME AMBIENTAL. LESÃO ABENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO NÃO-DEMONSTRADA.COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. RECURSO DESPROVIDO.

I- Não há ilegalidade na decisão que confirma o não recebimento da denúncia, declinando dacompetência, para que a Justiça Comum Estadual processe e julgue feito que visa à apuração depossível crime ambiental, quando não restar demonstrada a existência de eventual lesão a bens,serviços ou interesses da União, a ensejar a competência da Justiça Federal.

II- Cancelamento da Súmula n.º 91/STJ.III- Recurso desprovido.(RESP Nº 505.841 - AM (2003/0011173-7), Rel. o Exmo. Sr. Min. GILSON DIPP, 5ª T./STJ,

Unânime, julg. em 26/08/de 2003, DJ1 nº 187, 29/09/2003, p. 329)

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02 - CRIMINAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. FUNCIONAMENTO DE BINGOSEM AUTORIZAÇÃO DO ÓRGÃO COMPETENTE. CONTRAVENÇÃO PENAL.SÚMULA N.º 38/STJ. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.

I. Hipótese em que foi instaurado, perante a Justiça Comum Estadual, procedimento criminalpara apurar a prática, em tese, de manutenção, facilitação ou realização de jogo de bingo, semautorização legal (art. 75, da Lei n.º 9.615/98).

II. Fundamentos do Juízo Estadual Suscitado que se orientam no sentido de que é competentea Justiça Federal para processar e julgar o feito, pois cabe à União autorizar a instalação de jogos debingo, bem como fiscalizar essa atividade.

III. Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de feito que visa à apuração de fatoprevisto como contravenção penal.

IV. Eventual lesão a bens, serviços ou interesses da União que não enseja a fixação dacompetência da Justiça Federal.

V. Incidência da Súmula n.º 38 deste STJ.VI. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito do Juizado Especial

Criminal do Foro Regional de Itaquera/SP, o Suscitado.(CC Nº 39.369 – SP (2003/0100233-3), Rel. o Exmo. Sr. Min. GILSON DIPP, 3ª S./STJ,

unânime, julg. em 13.08.2003, DJ1 nº 182, 22/09/2003, p. 258)

03 - PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO INTERNACIONAL DEENTORPECENTES. HOMICÍDIO. CONEXÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇAFEDERAL. SÚMULA 122/STJ. PRISÃO PREVENTIVA. PROTEÇÃO À TESTEMUNHAS.CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL.

I - O homicídio qualificado perpetrado contra delator dos co-réus, praticado com o intuito deassegurar impunidade pelo crime de associação para o tráfico internacional, configura a hipótese deconexão inscrita no art. 76, II, do CPP.

II - Compete à Justiça Federal, a teor da Súmula 122/STJ, o processo e julgamento unificadodos crimes conexos de competência federal e estadual, na espécie, respectivamente, os delitos detráfico internacional de entorpecentes e homicídio qualificado.

III - Demonstrando o magistrado, de forma efetiva, a circunstância concreta ensejadora dadecretação da prisão preventiva, consistente na proteção à integridade física das testemunhas, restasuficientemente motivado o decreto prisional fundado na conveniência da instrução criminal.

Ordem denegada.(HC Nº 25.716 – RJ (2002/0163285-8), Rel. o Exmo. Sr. Min. FELIX FISCHER, 5ª T./STJ,

Unânime, julg. em 19/082003, DJ1 nº 182, 22/09/2003, p. 347)

04 - CRIMINAL. HC. CRIME CONTRA A HONRA DE FUNCIONÁRIO PÚBLICOFEDERAL, EM RAZÃO DE SUAS FUNÇÕES. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.DIREITO PERSONALÍSSIMO. JUÍZO DE CONVENIÊNCIA DO OFENDIDO PARA APROPOSITURA DA AÇÃO. SUBSISTÊNCIA DA AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA,NOS CASOS DE OFENSA CONTRA FUNCIONÁRIO PÚBLICO PROPTER OFFICIUM.LEGITIMIDADE CONCORRENTE PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO.CONFIGURAÇÃO, EM PRINCÍPIO, DE DELITO CONTRA A HONRA DA PESSOA DODELEGADO FEDERAL E, NÃO, DE DESACATO. ORDEM DENEGADA.

I. O processo e julgamento de crimes praticados contra a honra de funcionário público federal,quando relacionados com sua função, compete à Justiça Federal. Incidência da Súm. 147.Precedentes.

II. A honra sempre foi direito personalíssimo, não apenas em função da classificação feitapela Constituição Federal de 1988.

III. Em função do caráter subjetivo do dano, o legislador submeteu ao juízo de conveniênciado ofendido a promoção da ação penal privada. Contudo, permanece a ação penal pública

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condicionada, nos casos de ofensa contra funcionário público em razão de suas funções, com viasde se resguardar a integridade da função pública – disposição antiga que não foi afetada pela CF/88.

IV. Nos casos de crime contra a honra de funcionário público propter officium, admite-se alegitimidade concorrente, tanto do ofendido quanto do Ministério Público, para promover a açãopenal. Precedentes do STF e desta Corte.

V. Hipótese em que o paciente pretendeu, em princípio, atingir a pessoa do delegado federal.Se pretendesse atingir a imagem da polícia federal, o delito seria o de desacato e públicaincondicionada a ação, mas a competência da justiça federal permaneceria.

VI. Ordem denegada.(HC Nº 23.412 - PR (2002/0082771-0), Rel. o Exmo. Sr. Min. GILSON DIPP, 5ª T./STJ,

Unânime, julg. em 02/07/de 2003, DJ1 nº 187, 29/09/2003, p. 287)

05 - HABEAS CORPUS. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO E MULTA.EXECUÇÃO PROVISÓRIA. PERMISSÃO EM RELAÇÃO ÀS PRIMEIRAS.TRANSCURSO DO PRAZO DA ACUSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE RECURSO COMEFEITO SUSPENSIVO. REPRIMENDA PECUNIÁRIA. EXIGÊNCIA DE TRÂNSITO EMJULGADO. ART. 50 DO CP. ORDEM CONCEDIDA EM PARTE.

À semelhança das penas privativas de liberdade, as restritivas de direito, mesmo tendo a Leide Execuções Penais indicado no seu art. 147 o trânsito em julgado da decisão, podem ter seucumprimento iniciado de forma provisória, desde que transcorrido o prazo recursal da parte doórgão acusatório e a discussão ordinária tenha-se exaurido.

Quanto à pena de multa a situação é outra, porquanto o apenado só é encaminhado aoprocedimento executório após decorridos 10 (dez) dias do trânsito em julgado da decisãocondenatória, a teor do que determina o art. 50 do Código Penal. A partir deste prazo é que oquantum debeatum será submetido à procuradoria fazendária para início da execução forçada, sendoque, solvido no decêndio legal, não há que se falar em procedimento expropriatório.

Ordem concedida em parte para suspender a execução da pena de multa até o trânsito emjulgado da condenação, permitida, desde logo, a execução quanto às restritivas de direito.

(HC Nº 23.704 - RS (2002/0091261-8), Rel. o Exmo. Sr. Min. JOSÉ ARNALDO DAFONSECA, 5ª T./STJ, Unânime, julg. em 02/09/2003, DJ1 nº 187, 29/09/2003, p. 288)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Direito Previdenciário

01 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. LEI Nº 8.213/91.REQUISITOS. ATIVIDADE URBANA CONCOMITANTE. DESCARACTERIZAÇÃO DOREGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.

1. Improcede o pedido de aposentadoria rural por idade quando não atendidos os requisitosprevistos nos arts. 48 e 143, II, da Lei nº 8.213/91, ainda que indiretamente.

2. O exercício de atividade urbana (taxista) concomitante com a rurícola é incompatível com oregime de economia familiar de que trata o art. 11, § 1º, da Lei nº 8.213/91.

3. Apelo e Remessa oficial providos.(AC Nº 2000.70.04.000556-4/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 19.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 607)

02 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORRURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. AUSÊNCIA DE COMERCIALIZAÇÃODE PRODUTOS AGRÍCOLAS.

A plantação de culturas ao redor de residência localizada na cidade, para consumo próprio,

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sem fins de comercialização, descaracteriza a condição de segurada especial da requerente.(AC Nº 2002.04.01.018617-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUM

VAZ, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 09.09.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 556)

03 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INÍCIO DOBENEFÍCIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Nas ações em que se objetiva a aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, o julgadorfirma seu convencimento, via de regra, com base na prova pericial.

2. Concede-se a aposentadoria por invalidez se a perícia médica concluir que a incapacidadeda parte autora é total e permanente, e decorre de deformidade por seqüela de fratura.

3. Inadmissível o cancelamento do pedido de benefício, quando a incapacidade já foiconstatada por médico da autarquia (fl. 91), apenas por descumprimento de diligência que não eraexigível ao segurado.

4. Correta, no caso, a fixação do início do benefício de aposentadoria por invalidez na data doajuizamento da ação.

5. Não se conhece do tópico do apelo que importaria em reformatio in pejus. Hipótese em queo provimento da irresignação do INSS acerca dos honorários advocatícios implicaria majorar acondenação. Ausente o interesse jurídico em recorrer.

6. Apelação conhecida em parte e, nessa extensão, improvida. Remessa oficial improvida.(AC Nº 2002.04.01.028473-1/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 27.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1108)

04 - PREVIDENCIÁRIO. AMPARO ASSISTENCIAL CONVERTIDO EMAPOSENTADORIA INVALIDEZ URBANA. CONDIÇÃO DE SEGURADO. DIREITOADQUIRIDO. CUMULAÇÃO COM PENSÃO RURAL. POSSIBILIDADE.

1. A aposentadoria por invalidez exige duplo requisito: incapacidade laboral permanente ecarência.

2. Precedentes do STJ informam como melhor a interpretação de que pode dar-se a reuniãodos requisitos em diferentes momentos, mesmo quando o preenchimento da condição invalidezocorra em época onde já tenha o interessado perdido a condição de segurado, se anteriormentecumprido o requisito de carência.

3. Demonstrada a incapacidade laboral permanente da autora, devida é a conversão dobenefício administrativamente concedido de amparo assistencial em aposentadoria por invalidez.

4. É possível cumular o benefício de aposentadoria por invalidez urbana com a pensão rural,por apresentarem fatos geradores diversos e pressupostos básicos também distintos. Precedentes doSTJ.

(AC Nº 2000.71.02.003578-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 623)

05 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES QUÍMICOS. CIMENTO. INSALUBRIDADERECONHECIDA. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. JUROS DE MORA.

1. Nos casos de aposentadoria especial, o enquadramento das atividades por agentes nocivosdeve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral, e sua prova depende daregra incidente em cada período.

2. Comprovando o formulário emitido pela Empresa, o desenvolvimento da atividade sob osefeitos de agente insalubre, em conformidade com o disposto nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, épossível o reconhecimento da especialidade do trabalho prestado.

3. Presentes os requisitos de tempo de serviço e carência, é devida a aposentadoria por tempode serviço.

4. Em benefícios previdenciários atrasados, os juros moratórios são devidos no percentual de

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1% ao mês a contar da citação.(AC Nº 2000.71.05.006391-5/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ª

T./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 587)

06 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.ATIVIDADE ESPECIAL. ENGENHEIRO CIVIL. INSALUBRIDADE RECONHECIDA.LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.

1. Nos casos de aposentadoria especial, o enquadramento das atividades por agentes nocivosdeve ser feito conforme a legislação vigente à época da prestação laboral, e sua prova depende daregra incidente em cada período.

2. Demonstrado o trabalho como engenheiro civil e o enquadramento legal de agentesnocivos, é devido o cômputo como especial do período de efetivo labor nessa atividade.

3. Presentes os requisitos de tempo de serviço e carência, é devida a aposentadoria por tempode serviço.

(AC Nº 1999.71.00.007288-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 07.08.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 908)

07 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO. APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. PROPORCIONAL. LABOR ESPECIAL. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.MOTORISTA DE CAMINHÃO. ATIVIDADE PENOSA. AGENTE AGRESSIVO RUÍDO.AGENTES BIOLÓGICOS. RECONHECIMENTO EM PARTE. CONVERSÃO.IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS ATÉ 15-12-98. INAPLICÁVEL A EC Nº 20/98.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Relativamente ao enquadramento de atividade como especial, uma vez prestado o serviçosob a égide de legislação que o ampara, o segurado adquire o direito à contagem como tal, bemcomo à comprovação das condições de trabalho na forma então exigida.

2. A atividade profissional de motorista de caminhão pode ser enquadrada como penosa nosDecretos nºs 53.831/84 e 83.080/79 até 28-04-95, bastando a simples comprovação do seuexercício. Após essa data, com a edição da Lei 9.032/95, passou-se a exigir para o reconhecimentoda especialidade, a efetiva exposição do segurado a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.

3. Comprovado o exercício da atividade de motorista de caminhão nos períodos anteriores a28-04-95 e o desenvolvimento da atividade sob os efeitos de agentes insalubres de forma habitual epermanente nos períodos posteriores, possível o reconhecimento da especialidade do trabalhoprestado.

4. Devidamente provada a penosidade/insalubridade do labor, é devida a sua conversão paratempo de serviço comum, pois que anterior a edição da MP nº 1.663/98, publicada em 29-05-98 econvertida posteriormente na Lei nº 9.711/98.

5. Presentes os requisitos de tempo de serviço e carência até 15-12-98, data imediatamenteanterior à publicação da Emenda Constitucional nº 20, é devida a aposentadoria proporcional portempo de serviço pelas regras então em vigor, com RMI de 82% do salário-de-benefício.

6. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a data daprolação da sentença, excluídas as parcelas vincendas (Súmula nº 111 do STJ).

(REO Nº 2000.71.02.000546-9/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. FederalJUIZ FEDERALGUILHERME PINHO MACHADO, Órgão: Sexta Turma do TRF da 4ª Região, Decisão: Unânime,07 de agosto de 2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 586)

08 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. TEMPODE SERVIÇO RURAL. PROVA MATERIAL CORROBORADA COM PROVATESTEMUNHAL. COMPROVAÇÃO DO TRABALHO RURAL. LABOR URBANO.AUTÔNOMO. PROVA DO RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES.

1. Havendo prova documental, suficiente à caracterização de início de prova, corroborada por

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prova testemunhal, é de se considerar plenamente comprovado o exercício da atividade rural.2. Reconhecido o tempo de serviço no qual o autor laborou como autônomo, em razão da

comprovação feita em relação ao recolhimento das contribuições previdenciárias, além de certidãoexpedida pela Prefeitura Municipal no sentido de que o autor esteve inscrito como barbeiroautônomo nos períodos em questão.

3. Presentes os requisitos de tempo de serviço e carência, é devida a aposentadoria por tempode serviço.

(AC Nº 2002.04.01.036748-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 29.04.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 921)

09 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.RESTABELECIMENTO. FRAUDE E MÁ-FÉ. NÃO COMPROVAÇÃO. EXERCÍCIO DEATIVIDADES URBANAS. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. DECLARAÇÃO EX-EMPREGADOR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.

1. Se o conjunto probatório não demonstra a causa motivadora do cancelamento do benefício(existência de fraude), é indevida a suspensão de aposentadoria por tempo de serviço operada pelaAutarquia.

2. Não pode a segurada ser penalizada pela existência de irregularidades na documentaçãoque embasou a concessão do seu benefício, quando as mesmas, além de não terem sidocomprovadas, decorrem da conduta equivocada de terceiros e da própria administração.

3. O tempo de serviço pode ser comprovado pela apresentação de início de prova material,complementado por prova testemunhal idônea (art. 55, § 3º, da LBPS).

4. Para que fique caracterizado o início de prova material, não é necessário que osdocumentos apresentados comprovem, ano a ano, o exercício da atividade laboral, porquanto sedeve presumir a continuidade nos períodos imediatamente próximos.

5. Admite-se a declaração de ex-empregador como início de prova material, desde quecomplementada por prova testemunhal idônea. Precedentes desta Egrégia Corte e do Colendo STJ.

6. O recolhimento das contribuições previdenciárias do segurado empregado é ônus doempregador, conforme dispõe art. 25, I, do Regulamento de Custeio.

(AC Nº 2001.71.00.001005-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 09.09.2003 , DJ2 nº 179 1709/2003, p. 900)

10 - PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO.RESTABELECIMENTO. EXIGÊNCIA DE DOCUMENTOS ORIGINAIS EXTRAVIADOS.DISPENSA PROVA DOCUMENTAL E TESTEMUNHAL CONCLUSIVAS.

1. As cópias autenticadas têm o mesmo valor dos originais, cedendo a presunção apenasdiante da comprovada falsidade. No caso, o INSS, embora solicite os originais, não alega o falso,tampouco o comprova, preferindo transferir à autora o ônus de comprovar a veracidade dosdocumentos, que, autenticados por notário público, gozam da presunção de veracidade, nos termosdo art. 365, III, do CPC. Dispõe o art. 389 do CPC que incumbe o ônus da prova, quando se tratarde falsidade de documento, à parte que a argüir.

2. As testemunhas, ouvidas em juízo, com precisão e clareza de detalhes, confirmaram que aautora, desde tenra idade, trabalhou na fábrica de conservas e compotas, desempenhando atividadesque costumeiramente eram atribuídas a crianças, tais como colocar rótulos, lavar latas, colocar caldae salmoura, separar as que tivessem com produto estragado.

3. Se a condenação não excede o valor previsto no § 2º do art. 475 do CPC, descabe oreexame necessário.

(AC Nº 2001.71.00.024654-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 09.09.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 555)

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11 - PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. APOSENTADORIA PORTEMPO DE SERVIÇO. RECÁLCULO DA RMI. ANOTAÇÃO EM CTPS. PRESTAÇÃODE SERVIÇOS NO EXTERIOR.

1. As anotações em CTPS presumem-se verdadeiras, salvo prova de fraude, conforme dispõeo art. 18 do Decreto 89.312/84 (CLPS).

2. A prestação de serviços no exterior, visando ao aperfeiçoamento profissional do segurado,mediante autorização e incentivo da empresa brasileira, que se beneficia deste conhecimento, nãoimplica suspensão do contrato de trabalho, tampouco das obrigações previdenciárias desta.

(EIAC Nº 2000.04.01.096130-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 3ª S./TRF4, unânime, julg. em 14.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 885)

12 - PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR. AUXÍLIO-DOENÇA. LIMITE ETÁRIO. MENOR DE 14 ANOS. NÃOCOMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO.

Para os fins de caracterizar o trabalho rural em regime de economia familiar somente pode sercomputado o trabalho do menor acima de 14 anos (art. 11, inciso VII, da Lei nº 8.213/91), idade emque se pode atribuir ao trabalho do menor a relevância jurídica e econômica.

Para a concessão do auxílio-doença é necessária a comprovação da condição de segurada daPrevidência Social.

(AC Nº 2002.04.01.041163-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 20.08.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 553)

13 - PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO. REDUÇÃOINDEVIDA. PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS.

1. Deve ser restabelecido o valor do benefício previdenciário reduzido em cerca de 35% deum mês para outro (abril/maio de 1996), notadamente pela manifesta improcedência das alegaçõesdo INSS no sentido de ter havido alteração no padrão monetário nacional e implementação dacobrança da CPMF neste período.

2. As custas processuais devidas pelo INSS deverão ser pagas por metade em Santa Catarina,a teor do disposto no parágrafo único do art. 33 da Lei Complementar nº 156, de 15-05-97, com anova redação dada pela Lei Complementar nº 161, de 23-12-97, ambas daquele Estado.

3. Apelação improvida e remessa oficial parcialmente provida.(AC Nº 2002.04.01.029643-5/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 27.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1108)

14 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PAGAMENTO DEVALORES ATRASADOS PELO INSS. LIMITE DE ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. NÃO-INCIDÊNCIA DE IR. VERBA HONORÁRIA FIXADA EM EXECUÇÃO. CABIMENTO.

1. A 3ª Seção deste Tribunal consolidou entendimento no sentido de reconhecer a isenção deIR dos valores pagos, a destempo, decorrentes de revisão de renda mensal de benefícioprevidenciário, cujas prestações mensais originárias sejam inferiores ao limite de isenção dotributo.(EIAC nº 1998.04.01.078304-3, Rel. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DO VALLEPEREIRA, DJU, Seção II, de 02-04-2003, p. 598).

2. É devida a verba honorária, mesmo nas execuções não embargadas, a qual é ora fixada em5% sobre o montante devido. Precedentes do STJ e da Corte Especial do TRF da 4ª Região.

3. Agravo de instrumento provido.(AG Nº 2003.04.01.011090-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 10.09.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 602)

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15 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO ALIMENTÍCIA. RELAÇÃO JURÍDICA QUE SEFORMA ENTRE ALIMENTADA E ALIMENTANTE. DESCONTO DE BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO POSTERIORMENTE EXTINTO. SUSPENSÃO DO PAGAMENTODA COTA PENSIONAL. POSSIBILIDADE. REMESSA OFICIAL DEVIDA.

1. Por força do art. 1º da Lei nº 10.352/01, que deu nova redação ao § 2º do art. 475 do CPC,hoje não é mais a remessa oficial condição para o trânsito em julgado das sentenças comcondenação ou controvérsia recursal de até 60 salários mínimos. Não fixada em sentençacondenação em quantia certa, é devida a remessa oficial.

2. O pagamento de pensão alimentícia é relação particular entre o segurado e a ex-esposa.3. A discussão do cancelamento de aposentadoria por invalidez somente cabe ao benefíciário

segurado, e não a terceira pessoa estranha à relação previdenciária.4. Provando a alimentada o evento morte do segurado, ser-lhe-á garantida a habilitação ao

benefício de pensão, na forma da lei.(AC Nº 2001.71.11.002063-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ª

T./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 630)

16 - PREVIDENCIÁRIO. PRESCRIÇÃO/DECADÊNCIA. CONCESSÃO DE PENSÃOPOR MORTE DE COMPANHEIRO TRABALHADOR RURAL. PESCADOR. PROVA DAATIVIDADE RURAL E DA UNIÃO ESTÁVEL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. O prazo decadencial previsto na Lei n° 9.528/97, que alterou a redação do art. 103 da Lein° 8.213/91, não se aplica retroativamente aos benefícios concedidos antes de sua vigência, tendoem vista a regra inserta no art. 6° da Lei de Introdução ao Código Civil.

2. Em matéria de concessão de benefícios previdenciários a prescrição qüinqüenal atinge asparcelas individualmente, e não ao fundo do direito em que se baseiam.

3. Havendo prova documental (inclusive admitida pela própria lei), corroborada por provatestemunhal, é de se considerar comprovado o exercício da atividade artesanal de pesca.

4. Provada a convivência “more uxorio”, por meio das provas materiais e testemunhais, épresumida a dependência econômica, entre companheiros.

5. O fato do falecido haver exercido outras atividades, em épocas anteriores, nãodescaracteriza a condição de segurado especial quando do óbito.

6. Tampouco a comercialização direta do produto da pesca afasta a sua condição de seguradoespecial, uma vez que explorava a atividade primária de pesca sem o auxílio de empregados.

7. São devidos os honorários advocatícios em 10% sobre as parcelas vencidas até a decisãojudicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as parcelasvincendas.

(AC Nº 2001.04.01.080921-5/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1127)

17 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE COMPANHEIRO.COMPROMISSO DE TESTEMUNHA SUSPEITA. IRRELEVÂNCIA. COMPROVAÇÃODA CONVIVÊNCIA MORE UXORIO. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA.DATA INICIAL DO BENEFÍCIO.

1. O compromisso legal indevidamente tomado de testemunha suspeita não invalida a prova,pois realizado como lembrança do crime de falso testemunho – no qual não incide o informante – enão como critério de valoração da prova, que é exercido livremente pelo juiz (princípio dapersuasão racional).

2. Como para a prova da convivência marital e dependência econômica, não veio a Lei8.213/91 a exigir início de prova material, é válida a amplitude do princípio processual da persuasãoracional.

3. Clara a convivência more uxorio, a dependência econômica é presumida.

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4. Ocorrendo o óbito do segurado na vigência da Lei nº 9.528/97 e havendo mora de mais detrinta dias para o requerimento, este se torna o termo inicial do benefício.

(AC Nº 1999.71.12.001098-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1119)

18 - PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO RETIDO. AUSÊNCIA DERATIFICAÇÃO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE. LEI Nº 3.807/60 E DECRETONº 72.771/73. INGRESSO NO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA APÓS SESSENTAANOS DE IDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Agravo retido não conhecido, por ausência de ratificação e pedido expresso de apreciaçãopelo Tribunal.

2. Apesar de a Lei nº 3807/60 prever o direito à pensão aos dependentes do segurado que aofalecer, aposentado ou não, houvesse realizado doze contribuições mensais, o Decreto nº 72.771/73,que regulamentou a referida Lei, acabou por excluir o direito dos dependentes ao benefício dapensão por morte, para o caso de o segurado ter se filiado ao regime da previdência social apóscompletar sessenta anos de idade.

3. Não pode mero decreto regulamentador, emanado do Executivo, extrapolar os limites da leiregulamentada, ou, ainda, como na espécie, criar restrições que a própria lei previdenciária nãopreviu.

4. Afastada a limitação imposta pelo decreto regulamentador e presentes os demais requisitoslegais, deve ser reconhecida a pensão por morte.

5. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a decisãojudicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as vincendas(Súmula 111 do STJ).

(AC Nº 2002.04.01.043423-6/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 635)

19 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DECOMPANHEIRO. UNIÃO ESTÁVEL. CONCUBINATO IMPURO. MARCO INICIAL.

1. Demonstrado, mediante início de prova material corroborado por prova testemunhalidônea, a convivência marital entre a requerente e o “de cujus”, é de ser concedido o benefício depensão por morte à autora.

2. A existência de esposa não constitui óbice ao reconhecimento do direito à parte autora,porquanto as novas diretrizes constitucionais erigiram a união estável ao status de casamento,devendo ser reconhecido, para fins de direito previdenciário, os efeitos decorrentes do concubinato,mesmo que impuro.

3. Inexistindo comprovação nos autos de requerimento administrativo, o marco inicial dobenefício deve-se dar a partir do ajuizamento da ação, porquanto somente a partir desta dataconsidera-se a autora habilitada, nos termos do art. 76 da Lei 8.213/91.

(AC Nº 2000.71.10.002149-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 18.02.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 587)

20 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE ESPOSO. CORREÇÃOMONETÁRIA. HONORÁRIOS. JUROS DE MORA. CUSTAS.

1. Decorre a filiação automaticamente do exercício da atividade de taxista, desempenhadapelo falecido, que assim caracterizava-se como segurado obrigatório da previdência social, gerandoa conseqüente filiação o direito de sua esposa à pensão, independente do recolhimento decontribuições “post mortem”.

2. A pensão é devida desde a data do requerimento administrativo a teor do que dispõe o art.74, II, da Lei nº 8.213/91.

3. A correção monetária deve ser calculada na forma prevista na Lei n° 6.899/81, incidindo a

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partir da data em que deveria ter sido paga cada parcela. Após o advento da MP 1416/96 esucessivas reedições, adota-se o IGP-DI como índice de correção monetária em débitosprevidenciários, a partir de 05/96.

4. Os honorários advocatícios são devidos em 10% sobre as parcelas vencidas até a decisãojudicial concessória do benefício pleiteado nesta ação previdenciária, excluídas as vincendas(Súmula 111 do STJ).

5. Em benefícios previdenciários atrasados, os juros moratórios são devidos no percentual de1% a contar da citação.

6. Às ações previdenciárias tramitadas na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul se aplica ocomando da Súmula 02 do TA/RS, devendo as custas processuais devidas pelo INSS serem pagaspor metade.

(AC Nº 2000.04.01.137738-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 622)

21 - PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE.COMPROVAÇÃO DA PERMANÊNCIA DA CONVIVÊNCIA MARITAL APÓSSEPARAÇÃO JUDICIAL. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA.RECONHECIMENTO DA QUALIDADE DE DEPENDENTE. MARCO INICIAL DOBENEFÍCIO. IRREPETIBILIDADE DAS PARCELAS PERCEBIDAS POR DEPENDENTEEM IGUALDADE DE CONDIÇÕES.

1. Comprovado através do conjunto probatório que mesmo havendo a separação judicial, aconvivência marital entre a demandante e o de cujus continuou existindo, de forma estável epública, faz jus a autora à concessão do benefício de pensão por morte, sendo desnecessária acomprovação da dependência econômica, porquanto presumida nos termos do § 4º do art. 16 da Lei8.213/91.

2. De acordo com a legislação de regência, qualquer inscrição ou habilitação posterior queimporte em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ouhabilitação (art. 76, segunda parte, da Lei 8.213/91).

(AC Nº 2000.72.04.003117-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 624)

22 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. PERDA DA QUALIDADE DESEGURADO. SÓCIO-GERENTE. SEGURADO OBRIGATÓRIO.

1. O sócio-gerente de pessoa jurídica vincula-se à Previdência Social na qualidade desegurado obrigatório, na forma do art. 11, inc. III, da Lei 8.213/91, vigente à data do óbito.

2. Comprovado o efetivo exercício das atividades de gestão da empresa, não há perda daqualidade de segurado do de cujus, independentemente da falta do recolhimento tempestivo dascontribuições devidas.

(AC Nº 2000.72.07.000121-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, maioria, julg. em 07.08.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 912)

23 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. SEPARAÇÃO DE FATO.COMPANHEIRA HABILITADA. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO.ANULAÇÃO DA SENTENÇA.

1. A companheira precisa integrar a lide, como litisconsorte necessária, já que passível de seratingida pela eventual sentença concessória da posterior habilitação da esposa – restando-lheconseqüentemente menor cota da pensão.

2. Descumprida a integração de litisconsorte necessária, é anulada a sentença, para que sejapromovida a citação e defesa da companheira.

(AC Nº 2002.04.01.038526-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 634)

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24 - PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO POR MORTE DESEGURADO. SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO. FRAUDE EM BENEFÍCIO ORIGINÁRIO.EXISTÊNCIA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO REGULAR. PERÍODOQUESTIONADO DESNECESSÁRIO PARA A MANUTENÇÃO DA APOSENTADORIA.

1. Constando dos autos que a Autarquia Previdenciária propiciou à pensionista o direito dedefesa e de acompanhamento do processo administrativo, eis que intimada para tanto, tendo,inclusive, interposto recurso à Junta de Recursos, resta afastada qualquer violação ao seu direito dedefesa.

2. Desnecessário o exame da pretensa fraude de período de trabalho e contribuições, porquesuficiente o tempo/contribuições restantes para manter a aposentação, tornando-se daí devidoapenas o recálculo do benefício.

(REOMS Nº 1999.72.00.010918-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 622)

25 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RPV. FRACIONAMENTO.POSSIBILIDADE QUANTO AO VALOR INCONTROVERSO, DESDE QUE O LIMITEGLOBAL NÃO ULTRAPASSE 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. CF/88 (ART. 100); LEI 10.099/00(ART. 128 DA LB); LEI 10.259/01 (ARTS. 3º E 17), RESOLUÇÃO CJF 258/02 (ARTS. 2º E5º).

1. Possível a satisfação do principal via Requisição de Pequeno Valor, em face de que omontante da aludida parcela, não atacada por embargos, tornou-se incontroverso, além do que, sesomado ao valor remanescente devido a título de honorários, não excede o teto previsto para aquelaforma simplificada de pagamento.

2. Ao vedarem o fracionamento da execução, os dispositivos constitucionais einfraconstitucionais tiveram por escopo proibir que o seu objetivo seja alcançado pelo usoconcomitante das duas alternativas de pagamento – precatório e RPV – e isso porque essa última,mercê do seu rito abreviado, foi reservada exclusivamente ao patamar de 60 salários mínimos,considerado razoável pelo legislador, enquanto os débitos de maior monta, em face da repercussãosobre as finanças e políticas públicas, tiveram sua liberação condicionada ao primeiro.

(AG Nº 2003.04.01.017146-1/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DEABREU, 6ª T./TRF4, maioria, julg. em 01.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1143)

26 - PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONVERSÃO DE TEMPODE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. ATIVIDADES DE ENFERMAGEM.EXPOSIÇÃO AOS AGENTES NOCIVOS À SAÚDE. CARACTERIZAÇÃO DAATIVIDADE ESPECIAL.

1. O trabalho desenvolvido em atividade de atendente de enfermagem, exposto a agentesnocivos de natureza biológica, deve ser considerado como especial.

2. Possibilidade de conversão do tempo de serviço da atividade especial para comum, sendodesnecessário laudo pericial por se tratar de atividades de enfermagem, mormente quando existelaudo emitido pela empresa.

3. Agravo de instrumento provido.(AG Nº 2001.04.01.056660-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NYLSON PAIM DE

ABREU, 6ª T./TRF4, unânime, julg. em 12.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 607)

27 - MANDADO DE SEGURANÇA. PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DEATIVIDADES EXERCIDAS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. COBRADOR DE ÔNIBUS EVIGILANTE.

1. A efetiva revogação dos diplomas legais que autorizavam aposentadoria especial porcategoria profissional (cite-se como exemplo o Engenheiro Eletricista - Lei 5.527/68, c.c. Decreto n.

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53.831/64) veio a ocorrer somente com a publicação da MP 1.523, de 11.10.96, depois convertidana Lei 9.528, de 10.12.97 (ver artigo 15 desta Lei). Assim, até 13.10.96 (véspera da publicação daMP 1.523/96) é possível o enquadramento da atividade como especial segundo o grupo profissional(ocupação), nos termos do Anexo II do Decreto 83.080/79 e do Item 2 (e respectivos sub-itens) doQuadro Anexo do Decreto 53.831/64.

2.Tendo o Impetrante exercido atividade considerada especial – cobrador de ônibus evigilante -, devem os períodos laborados de 1.11.62 a 25.5.63, 11.6.85 a 1.4.91, 14.12.91 a 17.9.92e 1.10.92 a 13.10.96, ser considerados especiais com a devida conversão pelo fator 1,40.

(AMS Nº 2001.71.02.000734-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal RICARDO TEIXEIRA DOVALLE PEREIRA, 5ª T./TRF4, unânime, julg. em 02.09.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 552)

28 - MANDADO DE SEGURANÇA. PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DEPERÍODO LABORADO EM ATIVIDADE ESPECIAL PARA COMUM. PROFESSOR.APLICAÇÃO DA NORMA VIGENTE À ÉPOCA DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO.DECRETO 53.831/64. EC Nº 18/81.

1. O enquadramento como atividade especial é possível quando comprovado o exercício deatividade profissional sujeita a condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física da parteautora.

2. Exercida a atividade de professor em períodos anteriores à vigência da EmendaConstitucional nº 18/81, que criou forma especial de aposentadoria para os professores, deve serobservada, para fins de conversão de atividade especial em comum, a lei vigente à época doexercício da atividade, ainda que não exista direito adquirido à aposentadoria.

(AMS Nº 2001.04.01.084776-9/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 588)

29 - PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO DOMÉSTICO. COMPROVAÇÃO.INÍCIO DE PROVA DOCUMENTAL. RECONHECIMENTO DO TRABALHO A PARTIRDOS 14 ANOS DE IDADE.

1. A Declaração firmada pelo empregador, referente a período de trabalho anterior à Lei5858/79, constitui-se em suficiente prova material, suficiente à comprovação do tempo de serviçopleiteado pela autora.

2. Corroborando a prova testemunhal, é de se considerar plenamente comprovado o exercícioda atividade de doméstica.

3. O pedido somente pode ser reconhecido a partir da data em que a autora completou 14 anosde idade, nos termos do art. 7º, inciso XXXIII, da CF/88.

(AC Nº 2001.04.01.032096-2/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal NÉFI CORDEIRO, 6ªT./TRF4, unânime, julg. em 07.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 626)

Execução Fiscal

01 - EMBARGOS À ARREMATAÇÃO. BEM DE FAMÍLIA. LEI 8009/90.POSSIBILIDADE.

1. A impenhorabilidade absoluta estabelecida pela Lei nº 8.009/90, sendo matéria de ordempública, apreciável até mesmo de ofício, pode ser alegada a qualquer momento na instância deprimeiro grau, mesmo em sede de embargos à arrematação.

2. Se a orientação predominante no STJ é no sentido de que a impenhorabilidade prevista naLei n. 8.009/90 se estende ao único imóvel do devedor, ainda que este se ache locado a terceiros,por gerar frutos que possibilitam à família constituir moradia em outro bem alugado, tenho queperfeitamente aplicável tal entendimento ao caso em tela, em que único bem do embargante se tratade um terreno onde o mesmo está construindo sua casa, morando com sua família em um imóvel

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alugado..3. Quanto à exclusão do ora embargante do pólo passivo da execução e citação dos demais

sócios, não merece acolhida o apelo, porquanto tal matéria está preclusa, tendo em vista que taldefesa deveria ter sido oferecida em sede de embargos à execução, quando foi devidamenteintimado da penhora.

(AC Nº 1999.70.00.029024-3/PR, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 889)

02 - BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE.A transferência de domicílio por necessidade de serviço, com locação de imóvel residencial e

aluguel de outro na nova cidade, não tem o condão de descaracterizar o primeiro como bem defamília.

(AG Nº 2003.04.01.022470-2/SC, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 921)

03 - TRIBUTÁRIO. PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL. CDA.VALOR DO DÉBITO EXPRESSO EM UFIR. REQUISITOS FORMAIS.INDEFERIMENTO DA INICIAL.

1. A lei não exige que o valor do débito venha expresso na CDA em moeda corrente nacional,sendo possível sua fixação em UFIR. Precedente da Primeira Seção desta Corte.

2. A Certidão de Dívida Ativa – CDA pode ser corporificada em mais de um documento (v.g.anexo) e completada em mais de um momento, admitindo emendas até a sentença (art. 2º, § 8º, Lei6.830/80). Hipótese de acolhimento da inicial.

(AC Nº 2001.71.00.003351-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.08.2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 686)

04 - EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO ART. 1º, I EII, DA LC 84/96. COOPERATIVA DE TRABALHO. DISTINÇÃO DE COOPERATIVA DEPRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE A EMPRESA.POSSIBILIDADE. ART. 3º. PRESUNÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA DA CDA.

1. Ainda que os conselheiros fiscais das cooperativas não estejam inseridos no art. 12, da Leinº 8.212/91, que arrola os segurados obrigatórios da Previdência Social, com base no princípio dasolidariedade social são exigíveis as contribuições previdenciárias sobre a remuneração por elespercebidas.

2. A Constituição Federal de 1988, por meio dos arts. 146, III, c, e 174, pretendeu conferirtratamento privilegiado, inclusive em matéria tributária, às cooperativas. Ocorre que do textoconstitucional a única conclusão invencível é que os atos cooperativos não tipificam certashipóteses de tributos, como aqueles que incidem sobre o lucro; todavia, não estão protegidos pornorma constitucional que impeça sua tributação, sob o benefício da imunidade ou isenção.Entendimento da Corte Especial deste Tribunal.

3. A contribuição previdenciária prevista no art. 1º, II, da Lei Complementar nº 84/96 incidesobre o repasse feito pela cooperativa de trabalho dos valores pagos ao autônomo pela empresa emcontraprestação ao serviço por essa tomado. Não tem relevância, pois, o fato de que a cooperativanão seja destinatária do serviço.

4. Nada impede que a empresa seja destinatária dos serviços médicos que contrata, pois ébeneficiada pela manutenção da saúde de sua força de mão-de-obra. Precedentes da 1ª Seção destaCorte e do Superior Tribunal de Justiça.

5. A cooperativa de prestação de serviços, por seu caráter de intermediadora entre o autônomoe o tomador do serviço, é espécie do gênero cooperativa de trabalho, estando sujeita à obrigaçãotributária do art. 1º, II, da LC nº 84/96.

6. Após o advento a EC 20/98 - que alterou a dicção do art. 195 da Carta Magna - a exação

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inquinada foi recepcionada com status materialmente ordinário.7. Inabalada a presunção de veracidade do ato administrativo impugnado, incabível a

desconstituição da CDA a fim de aplicar a disciplina do art. 3º da LC 84/96.(AC Nº 2002.04.01.044465-5/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal JOEL ILAN PACIORNIK,

2ª T./TRF4, unânime, julg. em 05.08.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 748)

05 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO.INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MULTA MORATÓRIA.CONFISCO. INOCORRÊNCIA. ARTIGO 35 DA LEI 8212, COM A REDAÇÃO DADAPELA LEI 9528/97. LIMITE TEMPORAL JULGADO INCONSTITUCIONAL PELACORTE ESPECIAL DO TRF 4ª REGIÃO. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DEPENALIDADE MAIS BENIGNA. ARTIGO 106, II, “C”, DO CTN. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. ADESÃO AO REFIS. ENCARGO DE 20% PREVISTO NO DECRETO-LEI 1025/69.

1. Há incidência da contribuição previdenciária sobre valores pagos a título de seguro de vidaem grupo, porquanto caracterizam-se como salário-utilidade.

2. O princípio do não-confisco é dirigido a tributos e não à multa moratória.3. O limite temporal previsto no artigo 35 da Lei 8212/95, com redação dada pela Lei

9528/97, foi julgado inconstitucional pela Corte Especial deste Tribunal (Argüição deInconstitucionalidade na AC nº 1998.04.01.020236-8/RS), pelo que aplicável o percentual de 40%nele previsto aos fatos geradores ocorridos antes de 1º de abril de 1997, com base no artigo 106, III,“c”, do CTN.

4. O encargo legal de 20% previsto no Decreto-Lei 1025/69 é devido somente nas execuçõesfiscais promovidas pela União (Fazenda Nacional) e não nas ajuizadas pelo INSS.

5. Apelação parcialmente provida.(AC Nº 2003.04.01.024367-8/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal WELLINGTON M DE

ALMEIDA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 20.08.2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 627)

06 - EMBARGOS À EXECUÇÃO. DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA. FATOSUPERVENIENTE. HONORÁRIOS

A decretação da falência, posteriormente ao ajuizamento da ação fiscal e à oposição dosembargos à execução, configura fato novo, da qual o julgador não pode deixar de examinar, naforma do art. 462 do CPC, não configurando assim, julgamento extra petita, o pedido veiculadopelo síndico da massa falida de exclusão da multa, inobstante não ter sido requerido na inicial dosembargos. Ocorre que, tão logo cientificado da falência ocorrida, requereu o INSS, a exclusão damulta relativamente à massa falida e que os juros seriam pagos ao final do processo falimentar, casohouvesse disponibilidade financeira. Merece, desta forma, reforma a sentença quanto aos ônus dasucumbência, devendo a massa falida arcar com a totalidade dos honorários advocatícios.

(AC Nº 2000.04.01.081016-0/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 27.08.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 373)

07 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. INTEMPESTIVIDADE. LEI Nº 6.830/80,ART. 16, INC. III. REFORÇO. REABERTURA DE PRAZO. IMPOSSIBILIDADE.

1. O termo inicial da fluência do prazo de oferecimento de embargos na execução fiscal é aintimação pessoal da penhora, nos termos do inciso III do art. 16 da Lei nº 6.830/80.

2. O reforço da penhora não tem o condão de reabrir o prazo para oferecimento de embargos àexecução.

3. Apelação improvida.(AC Nº 1999.71.12.003192-9/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZ

LEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 623)

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08 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. SÓCIO-GERENTE.ARTIGO 125, III, DO CTN. AUSÊNCIA DE OMISSÃO OU NEGLIGÊNCIA DOEXEQÜENTE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Nos termos do artigo 125, inciso III, do CTN, a interrupção da prescrição em relação àpessoa jurídica também aproveita aos sócios-gerentes.

2. Havendo a citação da pessoa jurídica e permanecendo o fisco perseguindo o valor emcobrança, não sendo a demora no redirecionamento do feito aos sócios por ele provocada, não háfalar em prescrição intercorrente. Precedente do STJ.

3. Honorários advocatícios fixados em 10% do valor conferido à causa.(AC Nº 2000.72.07.002905-8/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal WELLINGTON M DE

ALMEIDA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 20.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 388)

09 - EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. REMESSA OFICIAL. ART. 475, § 2º, DOCPC. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DOPRODUTO RURAL. COMERCIANTE DE SEMENTES. ISENÇÃO.

1. Publicada a sentença posteriormente à vigência da Lei n. 10.352/01, que modificou o art.475 do CPC, bem como sendo o direito controvertido de valor inferior a 60 salários mínimos, nãose aplica o reexame necessário.

2. A empresa comerciante de sementes e mudas, devidamente inscrita no Ministério daAgricultura, é isenta do recolhimento da contribuição previdenciária sobre a comercialização doproduto rural (art. 77, § 2º, da CLPS expedida pelo Decreto nº 89.312/84 e art. 25, § 4º, da Lei nº8.212/91).

3. Considerando que a Embargante enquadra-se na hipótese de isenção, não sendo possívelidentificar as notas fiscais autuadas, cabível a manutenção da sentença que decretou a nulidade danotificação fiscal.

(AC Nº 2003.04.01.029677-4/RS, Rel. o Exmo. Sr. Juiz Federal JOEL ILAN PACIORNIK,2ª T./TRF4, unânime, julg. em 19.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 971)

10 - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PARCELAMENTO ESPECIAL.DESISTÊNCIA. HONORÁRIOS.

A adesão ao parcelamento especial, previsto na Lei 10.689/03, acarreta a perda do objeto daação e sua conseqüente extinção sem julgamento de mérito por falta de interesse processual, naforma do art. 267, VI do CPC. Havendo, contudo, pedido expresso de desistência da ação, com arenúncia do direito sobre o qual se funda, deve o processo ser extinto nos termos do art. 269, V doCPC, mantendo-se suspensa a execução fiscal até a quitação das parcelas. Não são devidoshonorários advocatícios em favor da União por tratar-se de embargos à execução fiscal, tendo emvista que o encargo de 20% do Decreto-lei 1.025/69, que é sempre devido nas execuções fiscais daUnião, substitui a condenação do devedor em honorários advocatícios.

(AC Nº 2002.72.08.002743-2/SC, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 27.08.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 404)

11 - ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE TERCEIRO.Constrição sobre arquibancada que, apesar de ser de concreto pré-moldado, é também

removível, não se tratando de bem móvel, mas de imóvel por destinação, nos termos do disposto noart. 43. inc. III, do CC/16.

Enquadrando-se a espécie nos arts. 1.046 e seguintes, do CPC, os embargos devem seracolhidos.

(AC Nº 2002.72.07.007718-9/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI,4ª T./TRF4, unânime, julg. em 20.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 525)

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12 - TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXTINÇÃO. PERDA DO OBJETO.ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA.

Encerrada a falência, nada mais há que se possa requerer à massa falida, restando sem objetoa execução fiscal. Fica ressalvada, no entanto, a possibilidade de ajuizamento de execuçãodiretamente contra o responsável, se e quando localizado.

(AC Nº 2003.04.01.005633-7/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.08.2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 661)

13 - EMBARGOS INFRINGENTES. IMPENHORABILIDADE. BOX-GARAGEM.Incabível a penhora sobre garagens, uma vez que representam parte integrante de qualquer

imóvel residencial, não podendo ser comercializadas separadamente.(EIAC Nº 2001.04.01.076986-2/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal LUIZ CARLOS DE

CASTRO LUGON, 2ª S./TRF4, maioria, 18 de agosto de 2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 606)

14 - TRIBUTÁRIO. PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. AUTARQUIAFEDERAL. IMUNIDADE RECÍPROCA.

A execução fiscal não deve recair sobre bens da Autarquia Federal em face da imunidaderecíproca (art. 150, VI, “a”, e § 2º, da CF/88).

(AC Nº 2000.71.00.039104-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 13.08.2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 686)

15 - TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. MÓVEIS. RECUSA DOEXEQÜENTE. ART. 656 E 667 DO CPC. ART. 15 DA LEF.

1. Na nomeação à penhora de bens móveis (máquina de solda), mostra-se razoável a exigênciada exeqüente no que concerne à prova de propriedade bem como o estado em que se encontra.

2. Embora o artigo 15 e incisos, da Lei de Execuções Fiscais preveja, em qualquer fase doprocesso, o deferimento da substituição da constrição a pedido da exeqüente ou do executado, háque se recusar a nomeação de bens não comprovadamente desembaraçados, vez que, emobservância à economia processual, deve-se reduzir a possibilidade da realização de uma segundapenhora por desistência do credor (art. 667, III, do Código de Processo Civil).

3. Agravo de instrumento improvido.(AG Nº 2002.04.01.048649-2/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal WELLINGTON M DE

ALMEIDA, 1ªT./TRF4, unânime, 20 de agosto de 2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 664)

16 - PENHORA. IMÓVEL HIPOTECADO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO.Inexiste óbice à penhora de imóvel já gravado com hipoteca em favor de terceiro, tendo em

vista que os créditos tributários gozam de privilégios sobre os demais, nos termos dos arts. 184 e186 do CTN.

(AG Nº 2003.04.01.023356-9/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 658)

17 - AGRAVO LEGAL. INSUFICIÊNCIA DA PENHORA. PROSSEGUIMENTO DOSEMBARGOS.

Tendo em vista a faculdade do credor de solicitar o reforço da penhora ou a substituição dosbens penhorados, a insuficiência da penhora com vistas à garantia da totalidade do débitoexeqüendo, não constitui óbice ao processamento dos embargos, conquanto conflita com o princípioda ampla da defesa.

(AGLEGAL NO AI Nº 2001.04.01.081426-0/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIALÚCIA LUZ LEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 421)

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18 - TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE.

A prescrição, em matéria tributária, estando prevista como causa de extinção do própriocrédito tributário no art. 156 do CTN, equipara-se à decadência quanto a tal aspecto. Se não há maiscrédito, a execução perde o objeto, o que pode ser conhecido de ofício.

(AC Nº 2003.04.01.024064-1/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal PAULO AFONSO BRUMVAZ, Órgão: 1ªT./TRF4, maioria, julg. em 13.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 936)

19 - EMBARGOS DE TERCEIRO. REDIRECIONAMENTO. ILEGITIMIDADE.SÓCIO.

Redirecionada a execução fiscal contra o sócio, a oposição a ser feita é pela via dos embargosà execução, não tendo legitimidade para opor embargos de terceiro, principalmente tendo-se emconta que os mesmos foram oferecidos já em fase de realização do leilão.

(AC Nº 2000.71.06.000732-5/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 425)

20 - PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DASOCIEDADE. REDIRECIONAMENTO CONTRA SÓCIO-GERENTE. NECESSIDADE DEPRÉVIA CITAÇÃO DA PESSOA FÍSICA.

. Citada a executada na pessoa de seu representante legal e não tendo sido encontrados benspassíveis de penhora em nome da mesma, não é possível impedir o redirecionamento da execução,quando sua dissolução é irregular, desde que devidamente citados os sócios, como pessoas físicas,para assegurar-lhes a ampla defesa e o contraditório.

. Decisão monocrática reformada em parte.

. Agravo parcialmente provido.(AG Nº 2003.04.01.003524-3/PR, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal SILVIA GORAIEB, 3ª

T./TRF4, Maioria, julg. em 12.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1021)

21 - EXECUÇÃO FISCAL. HONORÁRIOS. DÉBITO NÃO-TRIBUTÁRIO.PARCELAMENTO. PRESTAÇÕES FIXAS. ART 13 DA LEI Nº 9.964/2000. REFIS.PERCENTUAL SOBRE O FATURAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.

Não se cuidando de débito tributário, os honorários advocatícios poderão ser parcelados ematé 60 (sessenta) prestações (art. 13 da Lei nº 9.964/2000) inexistindo previsão legal para que opagamento ocorra em percentual incidente sobre o faturamento.

(AG Nº 2002.04.01.028030-0/RS, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA LÚCIA LUZLEIRIA, 1ªT./TRF4, unânime, julg. em 06.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 426)

22 - TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CONFISSÃO DO DÉBITOVIA DCTF. ADESÃO AO REFIS. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. PAGAMENTO DODÉBITO. NÃO-COMPROVAÇÃO.

1. A declaração feita pelo sujeito passivo da obrigação tributária sem a interveniência dosujeito ativo tem eficácia constitutiva do crédito tributário.

2. A adesão ao Programa de Recuperação Fiscal – REFIS equivale a confissão irretratável dodébito, sendo, nos termos do art. 174, par. único, IV, do CTN, causa interruptiva da prescrição.

3. Com a exclusão do REFIS reiniciou-se o prazo prescricional, que só se interrompeu com acitação do devedor, sem que, no entanto, houvesse se completado o prazo qüinqüenal previsto emlei.

4. O pagamento integral do débito não foi comprovado nos autos, havendo unicamentedemonstração de adimplemento parcial, cujos valores foram amortizados do total devido, porocasião da propositura da ação executiva fiscal.

5. Apelação improvida.

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(AC Nº 2003.04.01.027672-6/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal FÁBIO ROSA, 2ª T./TRF4,unânime, julg. em 19.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 460)

Direito Penal e Direito Processual Penal

01 - INDÍGENAS. REGIME CONSTITUCIONAL.Caso em que Delegado e Escrivão Federal, procurando cumprir mandado de busca e

apreensão de contratos de arrendamento em reserva indígena, restaram mantidos em cárcere privadopor ordem do cacique da aldeia. Atos que, em tese, caracterizariam ilícitos penais, mas que,considerados à luz do regime constitucional dos indígenas, não se demonstrou fossemincompatíveis com a sua própria ordem social, costumes ou valores. Prova que, ao contrário, indicaausência de dolo. Recurso provido.

(ACR Nº 2001.04.01.009668-5/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VOLKMER DECASTILHO, 8ª T./TRF4, unânime, julg. em 27.08.2003, DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 978)

02 - PENAL. PROCESSO PENAL. ESTELIONATO. CONTRIBUIÇÃO SINDICALRECOLHIDA AO LARGO DA REDE BANCÁRIA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇAFEDERAL. ANULAÇÃO DO FEITO.

1. Cuidando-se de indevido recebimento de contribuição sindical pelos próprios dirigentes dosindicato, não há se cogitar de ofensa a bens, interesses ou serviços da União, tendo em conta amanutenção do crédito.

2. A competência para apreciar eventual estelionato (eis que a suposta fraude causou prejuízoexclusivamente às empresas por não quitado o débito), é da Justiça Estadual.

3. Provimento para anular o feito.(ACR Nº 2002.04.01.034329-2/SC, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal ÉLCIO PINHEIRO DE

CASTRO, 8ª T./TRF4, maioria, julg. em 13.08.2003, DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1156)

03 - PENAL. FALSIFICAÇÃO E USO DE CND DO INSS. PARTICIPAÇÃO EMPROCESSO LICITATÓRIO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL.INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO A BENS OU INTERESSES DA AUTARQUIAPREVIDENCIÁRIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. PRINCÍPIO DACONSUNÇÃO. SÚMULA Nº 107 DO STJ.

Hipótese em que a inexistência de ofensa a bens, serviços ou interesses da União, de suasentidades autárquicas ou empresas públicas, porquanto o indiciado tentou ludibriar, com o uso dodocumento falsificado, processo licitatório de sociedade de economia mista estadual, firma-se acompetência da Justiça Estadual para o processo e julgamento do feito, incidindo, na espécie, oentendimento da Súm. nº 107 do Superior Tribunal de Justiça.

(RSE Nº 2002.72.00.012660-6/SC, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA DE FÁTIMAFREITAS LABARRERE, 7ª T./TRF4, maioria, julg. em 26.08.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p.975)

04 - PROCESSO PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. LIBERAÇÃO EDESCARTE DE ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGMS) NO MEIOAMBIENTE. ARTIGO 13, INCISO V, DA LEI Nº 8.974/95. PLANTIO DE SOJATRANSGÊNICA. AFETAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA. POSSÍVEL VÍNCULO COM ODELITO DE CONTRABANDO (ART. 334, CP). CONTROLE EFETUADO PELACOMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA. PREJUÍZO A BENS-INTERESSES DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. RECURSOPROVIDO.

1. Dispõe o artigo 13, inciso V, da Lei nº 8.974/95 constituir crime “a liberação ou o descarte,

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no meio ambiente, de organismo geneticamente modificado (OGM) em desacordo com as normasestabelecidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e constantes naregulamentação desta lei.”

2. A proteção do meio ambiente, sendo direito fundamental de 3ª geração (logo, indivisível ede titularidade difusa) afeta o núcleo social no seu âmago – e não apenas uma parcela do ente estatal– de modo que eventual ofensa, apesar de aparentemente localizada, atinge o território nacional,ultrapassando limites municipais ou estaduais.

3. Disso resulta que não ficarão adstritas a uma unidade federativa as possíveis conseqüênciasda liberação desordenada dos transgênicos, o que, por si só, já configuraria lesão a bens-interessesda União capaz de atrair a competência da Justiça Federal, nos termos do art. 109, inciso IV, daMagna Carta.

4. Se não bastasse, o prejuízo à saúde pública em virtude da transgenia também é assazsuficiente para fixar a competência federal, uma vez ainda permanecerem incógnitos os possíveismalefícios que podem advir da ingestão de alimentos geneticamente modificados – o que, por certo,repercutirá não apenas no Estado-Membro em que praticado o fato típico, mas também no restantedo país e mesmo internacionalmente.

5. Ademais, o fato de ficarem as áreas onde se dá o manuseio de OGMs sujeitas, de acordocom o art. 7o da Lei nº 8.974/95, ao controle e fiscalização da CTNBio – órgão diretamente ligado àPresidência da República – apenas ratifica a ineludível jurisdição federal sobre as demandasreferentes aos transgênicos.

6. Mister ressaltar, ainda, que delitos como os elencados no art. 13 da lei em debateencontram-se intimamente vinculados ao contrabando (art. 334 do CP, de alçada federal) eis que, namaioria absoluta dos casos – tendo em vista a restrição para comercializar-se OGMs no Brasil – taisprodutos transgênicos acabam ingressando no país por meios clandestinos.

7. Recurso em sentido estrito provido para, firmando a competência da Justiça Federal,determinar ao Juízo monocrático que se pronuncie acerca do recebimento (ou não) da denúncia.

(RSE Nº 2002.71.05.001913-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal ÉLCIO PINHEIROCASTRO, 8ª T./TRF4, unânime, julg. em 20.08.2003, DJ2 nº 169, 03/09/2003, p. 653

05 - CRIME AMBIENTAL. COMPETÊNCIA. EXTRAÇÃO DE AREIA. ART. 55 DALEI Nº 9.605/98. LICENÇA. RENOVAÇÃO. RIGORISMO BUROCRÁTICO.

Compete à justiça federal processar e julgar causa envolvendo extração de areia, visto que osrecursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da união.

Constitui crime ambiental, a extração irregular de substância mineral, ou seja, sem acompetente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida.

Não deve ser punido com uma sanção penal, aquele que procurou de forma diligente legalizarsua atividade mineradora, mesmo que obtida após a ocorrência dos fatos por questões meramenteburocráticas.

(ACR Nº 1999.71.12.002939-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VOLKMER DECASTILHO, 8ª T./TRF4, maioria, julg. em 27.08.2003, DJ2 nº 184, 24/09/2003, p. 608)

06 - MANDADO DE SEGURANÇA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO.CPI DO BANESTADO. INVESTIGAÇÃO DE CORRUPÇÃO E REMESSA ILEGAL DEDIVISAS PARA O EXTERIOR. CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRONACIONAL. LEI 7.492/86. QUEBRA DOS SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL DEDIRETORES DO BANCO À ÉPOCA DOS FATOS APURADOS. LEGITIMIDADE.COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ARTIGO 109, VI, DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL.

As Comissões Parlamentares de Inquérito, em vista do disposto no artigo 58, § 3º, daConstituição Federal, possuem “poderes de investigação própria das autoridades judiciais” podendo,assim, fundamentadamente e diante de causa provável que legitime a medida, decretar a quebra de

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sigilo bancário e fiscal.Na espécie, a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos impetrantes foi determinada por ordem

judicial em atendimento de pedido formulado pelo Presidente da CPI do Banestado, pelo Presidenteda Assembléia Legislativa e pelo Procurador- Geral da Assembléia Legislativa do Estado doParaná.

Consoante o artigo 109, VI, da Constituição Federal, “aos juízes federais compete processar ejulgar: os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra osistema econômico financeiro e a ordem econômico-financeira”.

Daí a competência da Justiça Federal, pois a Lei 7.492/86 (Lei do Colarinho Branco) que tratados delitos praticados contra o Sistema Financeiro Nacional, dá concretude ao comandoconstitucional.

Ordem judicial de quebra de sigilo efetuada regularmente e com suficiente fundamentação,não se caracteriza como abusiva ou ilegal.

Segurança denegada.(MS Nº 2003.04.01.030655-0/PR, Rel. a Exma. Sra. Desa. Federal MARIA DE FÁTIMA

FREITAS LABARRERE, 7ª T./TRF4, unânime, julg. em 09.09.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p.976)

07 - AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. CUMPRIMENTO DA PENA RESTRITIVADE DIREITOS EM TEMPO INFERIOR À METADE DA PENA PRIVATIVA DELIBERDADE APLICADA NA SENTENÇA. POSSIBILIDADE. PRESTAÇÃO DESERVIÇOS. ARTIGOS 55 E 46, § 4º, DO CÓDIGO PENAL.

1. Dispõe o art. 55 do Código Penal que a pena restritiva de direitos consistente na prestaçãode serviços à comunidade deve ter o mesmo período de duração da pena privativa de liberdadesubstituída, com a ressalva da hipótese prevista no art. 46, § 4º, do CP, que faculta ao condenado àpena superior a 1 (um) ano cumprir a pena substitutiva em menor tempo, não inferior à ½ (metade)da pena corporal fixada.

2. A prestação de serviços à comunidade tem caráter repressivo e educativo, proporcionandoao sentenciado oportunidade para que reflita sobre a reprovabilidade de sua conduta. Por isso,vincula-se ao lapso temporal da reprimenda carcerária.

3. No caso, além de os relatórios de prestação de serviços fornecidos pela instituiçãoconveniada informarem que a pena teria sido cumprida em lapso temporal inferior ao permitido pelalei, verifica-se neles, ainda, a existência de algumas irregularidades, retirando-lhes a credibilidade.

4. Recurso desprovido, com o prosseguimento da execução penal.(AGPN Nº 2003.71.00.024912-3/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal JOSÉ LUIZ B.

GERMANO DA SILVA, 7ª T./TRF4, unânime, julg. em 26.08.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p.974)

08 - PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. MANDADO DEPRISÃO. PENDÊNCIA DE RECURSO ESPECIAL. INEXISTÊNCIA DE EFEITOSUSPENSIVO. POSSIBILIDADE.

Estando esgotada a instância de apelação e ocorrendo o trânsito em julgado para a acusação, amera interposição de Recurso Especial ou Extraordinário não impede a expedição do Mandado dePrisão, porquanto tais recursos não estão providos do efeito suspensivo, mas apenas o devolutivo.Dessa forma, é permitido o início da execução provisória dos mandamentos contidos na sentença.

(HC Nº 2003.04.01.034116-0/RS, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal TADAAQUI HIROSE, 7ªT./TRF4, unânime, julg. em 02.09.2003 , DJ2 nº 179, 17/09/2003, p. 974)

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09 - HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EMFLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. CRIME HEDIONDO. VEDAÇÃO.ALEGAÇÃO DE DESCONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DA DROGA.IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA.

Embora o simples fato de se tratar de crime hediondo por equiparação não seja suficiente paradeterminar a segregação cautelar, presentes os pressupostos que autorizam a referida medida, comono caso de delito de tráfico internacional de drogas com características de organização criminosa,revela-se incabível a liberdade provisória. A tese defensiva de desconhecimento da existência dadroga, por implicar em necessária dilação probatória, não se coaduna com a via estreita daimpetração.

Habeas corpus denegado.(HC Nº 2003.04.01.034123-8/PR, Rel. o Exmo. Sr. Des. Federal VOLKMER DE CASTILHO, 8ª T./TRF4, unânime, julg. em 27.08.2003,

DJ2 nº 174, 10/09/2003, p. 1155)