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Julho / Agosto de 2012 Nº 17 Desafios da abertura de capital Empresas devem preparar um projeto sólido e sustentável para se tornar públicas, e o Centro Global de Excelência em IPO, da Ernst & Young Terco, pode ajudar nesse processo Página 8 NORMAS ATUALIDADES TENDÊNCIAS MERCADO Instrução nº 509 Criação de Comitê de Auditoria Estatutário possibilita mais transparência e impacta positivamente no valor das empresas Página 3 Dois anos de IFRS Alterações trazidas pela adoção de novo padrão contábil foram bastante positivas Página 17 Assurance Journal Combate às fraudes Como os empresários podem evitar crimes que causam danos à imagem da organização? Página 14 TM Rio 2016

Julho / Agosto de 2012 AssuranceJournalFILE/Assurance_journal_17.pdf · Global de Excelência em IPO, ... Projeto gráfico e edição visual: ... A companhia pode começar a contar

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J u l h o / A g o s to d e 2 0 1 2 • N º 1 7

Desafios da abertura de capital Empresas devem preparar um projeto sólido e sustentável para se tornar públicas, e o Centro Global de Excelência em IPO, da Ernst & Young Terco, pode ajudar nesse processoPágina 8

N O R M A S • A T U A L I D A D E S • T E N D Ê N C I A S • M E R C A D O

I n st r u çã o n º 5 0 9 Criação de Comitê de Auditoria Estatutário possibilita mais

transparência e impacta positivamente no valor das empresas

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D o i s a n os d e I F R S Alterações trazidas pela adoção de novo padrão

contábil foram bastante positivas

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Co m ba te à s f ra u d esComo os empresários podem evitar crimes que causam danos à imagem da organização?

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Expectativas em alta

Assurance Journal é uma publicação do Departamento de Marketing destinada a profissionais ligados à administração de empresas e colaboradores da Ernst & Young Terco que aborda questões relevantes na migração para os padrões internacionais de contabilidade IFRS. As opiniões aqui expressas não devem ser utilizadas de maneira isolada para a tomada de decisão por parte das empresas. Isso porque existem particularidades pertinentes a cada empresa que podem, eventualmente, alterar o enfoque transmitido. Recomendamos que, antes de a decisão ser tomada, as empresas discutam esses pontos de vista com seus consultores. Estamos à disposição para discutir nossas opiniões e sua aplicação em cada caso.

Mais informações com:

Paul Sutcliffe [email protected]

Julio Braga Pinto [email protected]

Fernando Próspero [email protected] ou pelo e-mail [email protected]

Revisão técnica: Idésio Coelho [email protected]

Jornalista responsável: Alexandre Moschella (MTb 23.575/SP)

Reportagem: Andrea Allabi e Felipe Datt

Revisão: João Hélio de Moraes

Projeto gráfico e edição visual: Alex Rossetto e Alexandre Rugério

Julho/Agosto de 2012 • Nº 17

A atual crise econômica internacional está atingindo os países com intensidade desigual. A severidade da crise é perceptível fortemente em nações desenvolvidas da Europa, mas os efeitos dela no Brasil foram atenuados. Esse cenário turbulento provocou cautela nos investidores - que começaram a buscar opções mais conservadoras de aplicação - e nas empresas brasileiras, que preferiram conter o impulso de emitir ações no mercado para ter acesso a um novo pool de recursos. Apesar de os recursos estarem mais escassos, a procura pela capitalização por meio de IPO não desapareceu no País. E as perspectivas são favoráveis: a própria Bovespa acredita que exista potencial para 200 novas ofertas públicas iniciais de ações até 2015. Com o intuito de fornecer informações de alta qualidade e completas a respeito de todos os aspectos envolvidos na abertura de capital de uma companhia e dos riscos inerentes a esse processo, a Ernst & Young Terco mantém o Centro Global de Excelência em IPO. Nesta edição do Assurance Journal, André Ferreira, sócio-líder de Middle Market da Ernst & Young Terco, fala sobre esse espaço online - também conhecido como IPO Center - que traz toda a experiência de atuação da nossa empresa no Brasil e no exterior e oferece uma ampla assessoria, proporcionando análises e gráficos atualizados sobre a atividade de IPOs no Brasil e os principais desafios a serem considerados antes de transformar uma companhia privada em pública.

Todos esses negócios se baseiam em balanços auditados, em que há transparência nas transações financeiras e busca-se a governança corporativa. Aliás, esse último tema é o que está por trás da edição da Instrução nº 509 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em novembro do ano passado. Para as companhias que instalarem e mantiverem Comitê de Auditoria Estatutário (CAE), a Instrução proporciona extensão do rodízio de firmas de auditoria externa para 10 anos seguidos. Luiz Passetti, sócio de Auditoria da Ernst & Young Terco, explica a quais pontos as empresas devem se ater para criar um CAE e os benefícios que isso traz, como melhores práticas de governança e até o impacto positivo no valor de uma companhia.

A falta de transparência também pode causar danos significativos à imagem da empresa e vultosos prejuízos financeiros. A respeito de combate a fraudes nas companhias, José Francisco Compagno, sócio da área de Fraud Investigation e Dispute Services da Ernst & Young Terco, descreve o trabalho de sua equipe e como ela faz para reagir de forma rápida e imediata a denúncias de que algo incomum ocorre dentro de uma empresa.

Convidamos você a ler atentamente esta edição, que também traz notas e outras reportagens que antecipam tendências, podendo auxiliá-lo(a) no planejamento estratégico de sua empresa.

Boa leitura!

Sérgio Romani I Sócio-líder de Auditoria • [email protected]

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Mais transparência e melhores práticas

Com a meta de conduzir as empresas de capital aberto ao trilho do que o mercado entende como as melhores práticas de governança corporativa, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou a Instrução nº 509, em novembro do ano passado, alterando o rodízio de firmas de auditoria externa. A medida estabelece que as companhias que instalarem e mantiverem Comitê de Auditoria Estatutário (CAE), de acordo com as condições exigidas pela norma, poderão contratar auditor independente por até 10 anos seguidos. Portanto, foi duplicado o prazo de rodízio de auditores independentes, que atualmente é de cinco anos.

“O objetivo da CVM é fazer com que as companhias forneçam informações contábeis com elevado nível de confiabilidade e qualidade, apesar do alto grau de complexidade. A criação de um CAE representou um grande passo, bem mais profundo do que a possibilidade de realizar o rodízio de auditores a cada 10 anos. O pano de fundo é, certamente, fortalecer o ambiente de governança corporativa no mercado de capitais. Mas, para

Instrução nº 509 estabelece condições visando ao fortalecimento da governança, ao fornecimento de informações contábeis de alta qualidade e à maior transparência, o que pode impactar positivamente no valor das empresas

Por Andrea Allabi

responder a essas exigências, as empresas terão que investir não só em capital humano, como também na estrutura que governa esse sistema”, aponta Luiz Passetti, sócio de Auditoria da Ernst & Young Terco.

A mudança suscitou dúvidas entre as companhias, e, com o intuito de esclarecer algumas questões e incentivar o mercado em relação à adoção da Instrução nº 509, a Ernst & Young Terco realizou debates no Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG). “Em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), BM&FBovespa, CVM e Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca), realizamos eventos que abordaram as responsabilidades legais dos membros do CAE, a estruturação e o funcionamento dos comitês. Participaram grandes porta-vozes e palestrantes extremamente qualificados, como José Carlos Bezerra da Silva, superintendente de Normas Contábeis de Auditoria da CVM; Marcelo Trindade, que também já atuou na CVM; Gilmar Camurra, vice-presidente de Finanças

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da Telefônica, entre outros. Todos os eventos tiveram casa cheia, e agora estamos estudando a realização em outras capitais, devido ao grande interesse das pessoas pelo tema”, comenta Passetti. Ainda de acordo com ele, o principal ponto discutido nos encontros foi o tempo exíguo dos diversos membros de comitês de auditoria para se dedicar às empresas, já que também trabalham em diferentes órgãos. Outra questão que surgiu foi a necessidade de educação continuada: “É necessário fazer um plano direcionado aos membros especialistas em finanças e contabilidade do CAE”, afirma.

A instalação do CAE é facultativa e, portanto, as empresas podem optar por manter o atual sistema de rotações do auditor externo a cada cinco anos. “Do ponto de vista das empresas, não podemos negar que o CAE é

mais um órgão dentro da estrutura de governança para o qual os administradores precisam prestar contas. Além do custo

visível de contratar pelo menos três membros para o CAE, há o custo invisível, que é a demanda do CAE por diversas informações – o que irá gerar um gasto em razão do tempo dispensado pelos funcionários para obter esses dados, fazer relatórios e participar de reuniões”, analisa Passetti. Mas o investimento parece valer a pena. De acordo com estudo realizado pela Ernst & Young Terco, 82% dos investidores pagariam um valor adicional para companhias que apresentassem uma gestão de risco eficiente, e 61% dos investidores evitariam aplicar em empresas que apresentassem gestão de risco ineficiente ou inadequada. “A pesquisa mostra que pode compensar para as companhias a criação de um CAE, já que sua atuação e existência representam um fator de transparência e importante ferramenta para gestão de riscos”, constata Passetti.

Para implantar um Comitê de Auditoria Estatutário, é necessário realizar uma série de procedimentos e atender a determinadas exigências. A respeito do assunto, Passetti esclareceu algumas questões importantes.

Veja na página ao lado:

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Assurance Journal • Vamos tomar como exemplo uma empresa que tem Comitê de Auditoria (CA) em funcionamento desde 2011 e modificou o estatuto até 30 de abril de 2012, transformando-o em Comitê de Auditoria Estatutário (CAE). Embora o atual auditor esteja completando cinco anos em 2011, a empresa precisa trocar de auditor para 2012? A companhia pode começar a contar novo prazo de 10 anos com o atual auditor a partir de abril de 2012, data de nomeação do CAE?

Luiz Passetti • Sim, ela vai precisar trocar de auditor em 2012. Em qualquer caso, o rodízio obrigatório deve ser observado. O regime de 10 anos valerá apenas para o novo auditor contratado após a implantação efetiva do CAE, desde que o Comitê de Auditoria tivesse cumprido com os requisitos da Instrução CVM nº 509/11 até 31 de dezembro de 2011 e tivesse formalizado a alteração do CAE no estatuto até 30 de abril de 2012.

Assurance Journal • Se a empresa possuir CA em funcionamento desde 2011 e tiver feito mudança no estatuto até 30 de abril de 2012, transformando-o em CAE, ela precisa selecionar novo auditor para 2012? O auditor novo, eleito para 2012, pode permanecer por cinco ou 10 anos?

Luiz Passetti • O novo auditor pode permanecer por até 10 anos, desde que a companhia, em 31 de dezembro de 2011, já possuísse Comitê de Auditoria instalado e em funcionamento e tenha feito a alteração estatutária até 30 de abril de 2012, além de cumprir com os demais requisitos da Instrução CVM nº 509/11.

Assurance Journal • Caso o Comitê de Auditoria não estivesse em funcionamento em 2011, mas tiver sido constituído em fevereiro de 2012 e o estatuto social alterado até 30 de abril de 2012, criando o CAE, o auditor externo que assume em 2012 pode agora ficar cinco ou 10 anos?

Luiz Passetti • Nesse caso, a companhia somente poderá usufruir do regime de 10 anos a partir de 2013, se assim

o desejar, com a contratação de um novo auditor diferente daquele

contratado em 2012 e daquele que efetuou a auditoria até 2011. Isso se deve ao fato de a Instrução CVM nº 509/11 requerer que o CAE esteja em funcionamento no exercício anterior à contratação do novo auditor. É importante

destacar que dessa forma

não é possível a manutenção do auditor de 2012 e também não seria viável a recontratação daquele que prestou serviços até 2011, em razão da regra de cooling-off de três anos para sua recontratação, o que também vale para o auditor contratado durante o exercício de 2012.

Assurance Journal • Suponhamos que o CAE não estivesse em funcionamento em 2011, mas que tenha sido criado durante 2012, após 30 de abril. Na empresa, portanto, houve a necessidade de troca de auditor externo para 2012. O auditor que assume em 2012 pode agora ficar cinco ou 10 anos?

Luiz Passetti • O mesmo vale para essa situação: a empresa somente poderá usufruir do regime de 10 anos a partir de 2013, com a contratação de um novo auditor, diferente daquele contratado em 2012 e daquele que efetuou a auditoria até 2011.

Assurance Journal • Se o Comitê de Auditoria estava em funcionamento desde 2011 e foi incluído no estatuto durante 2012, a empresa só deve trocar de auditores em 2013. Levando esse fato em consideração, o atual auditor pode estender o prazo de permanência já aproveitando o período de 10 anos?

Luiz Passetti • Nesse caso, não. O regime de 10 anos pode ser utilizado apenas para a contratação de um novo auditor pessoa jurídica. A passagem para o regime de 10 anos somente é possível quando satisfeitas duas condições: que o CAE esteja instalado e em funcionamento no exercício anterior ao de contratação, e que um novo auditor seja contratado.

Assurance Journal • Como o Comitê de Auditoria Estatutário deve trabalhar neste novo ambiente contábil, com a adoção do IFRS?

Luiz Passetti • O IFRS traz à tona uma série de julgamentos, como o de qual é a essência de uma transação financeira. E como as normas de IFRS são mais complexas, a existência de um especialista reforça o ambiente de governança corporativa. O CAE, na verdade, vai ajudar no processo de maturação e amadurecimento de aplicação das regras de IFRS.

Assurance Journal • A instalação do CAE é facultativa e, portanto, as empresas que desejarem poderão manter o atual sistema de rotações do auditor independente a cada cinco anos. Quais as vantagens de instalar o CAE?

Luiz Passetti • A criação de um CAE traz vários benefícios, mas talvez o maior deles seja o fortalecimento da governança corporativa e a ampliação da transparência na divulgação

dos dados de transações financeiras e no monitoramento da gestão de riscos. n

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Migrar para uma nova norma contábil é um desafio para qualquer corporação, ainda mais se tratando de IFRS, que reúne regras complexas e traz frequentemente novidades que impactam o dia a dia das companhias. Para elucidar algumas questões e oferecer ajuda às empresas, a equipe da Ernst & Young Terco promoveu a rodada “Conheça os pontos de maior atenção na preparação das Demonstrações Financeiras de 2011”, em seis cidades brasileiras. Outro tema abordado nesses eventos foi o “Grupo Modelo S.A. International GAAP”, uma publicação elaborada pela Ernst & Young Terco que contém as DFs de uma companhia manufatureira fictícia de capital aberto e de grande porte, constituída no Brasil.

Os sete eventos da rodada foram realizados entre janeiro e março deste ano, nas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e Campinas (SP). Cerca de 700 profissionais das áreas tributária,

contábil e financeira de diversas empresas, entre elas Schincariol, ThyssenKrupp, CPFL e ArcelorMittal Brasil, participaram dos encontros. Ainda houve palestras de profissionais da Ernst & Young Terco, como Sérgio Romani, sócio-líder de Auditoria; Paul Sutcliffe, sócio-líder de Mercado de IFRS; Cláudio Yano, diretor de Impostos; e Fernando Alberto Magalhães, sócio de Financial & Accounting Advisory Services (FAAS). Além de discutir temas importantes para a elaboração correta das DFs em 2012, a rodada de IFRS tinha como meta atualizar a agenda do International Accounting Standards Board (IASB) e tratar dos aspectos trabalhistas e tributários que geram questionamento por parte dos participantes do mercado.

“Obtivemos um feedback extremamente satisfatório em relação aos eventos. As pessoas mostraram interesse pelo assunto, e a demanda chegou a nos surpreender. Houve grande participação do público,

e o auditório ficou lotado em várias cidades onde estivemos”, revela Paul Sutcliffe. Uma pesquisa de satisfação realizada com os participantes dos encontros confirma a declaração do executivo. Em Campinas, 66% das pessoas presentes disseram que ficaram satisfeitas e 31% revelaram extrema satisfação com a qualidade da apresentação e a exposição do conteúdo. Em Curitiba, sobre a mesma questão, 72% disseram estar satisfeitas e 28% extremamente satisfeitas. O resultado também foi positivo em Florianópolis. Com relação à relevância e à pertinência dos temas tratados na ocasião, 51% das pessoas afirmaram estar extremamente satisfeitas e 46% satisfeitas. Ainda segundo Sutcliffe, as dúvidas mais recorrentes nos encontros disseram respeito ao sistema de novas regras; à maneira de declarar hedge accounting, joint ventures e outras formas de fusões e aquisições; e ao impacto dessas operações nas companhias. Para os próximos eventos, a pesquisa mostrou que os participantes desejam ter

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SOS empresasRodada de eventos de IFRS e publicação auxiliam companhias a elaborar as demonstrações financeiras de acordo com o novo padrão internacional de contabilidade

explicações mais detalhadas sobre Regime Tributário de Transição (RTT), Transfer Pricing e Sped PIS/Cofins.

Publicação de referência no mercado

A primeira edição da série Good Group, que foi publicada no Brasil, em 2009, recebeu o título “Banco Modelo S.A.”. Destinado aos executivos de bancos e instituições financeiras envolvidos nos processos de convergência, o primeiro volume continha apenas informações referentes às normas internacionais IAS, sem qualquer tipo de menção ao padrão brasileiro. Em 2010, a publicação ganhou o nome “Grupo Modelo S.A.”, e desde então é atualizada anualmente. A última edição, lançada em janeiro de 2012, serve de guia para os administradores de empresas, pois traz demonstrações financeiras consolidadas ilustrativas, baseadas nos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC.

“A adoção do IFRS foi feita com sucesso pelas empresas brasileiras,

mas os profissionais responsáveis pela preparação e divulgação das demonstrações financeiras precisam estar sempre atualizados em relação às últimas deliberações do CPC e às normas IFRS. Para ajudar as companhias a fechar o balanço e a entender os novos tipos de DFs, a Ernst & Young Terco lança todo ano uma edição revisada do Grupo Modelo. E quando mostramos esse estudo nos eventos, as pessoas se mostram muito interessadas, dizem que a publicação não vai sair do lado delas e que o volume vai ajudar muito no processo de divulgação de dados contábeis ao mercado”, relata Sutcliffe.

O objetivo é que, em 178 páginas, as empresas tenham em mãos exemplos de conteúdos e formatos de demonstrações financeiras e partam, a partir desses modelos, para elaborar as suas próprias DFs, adaptando-as da melhor maneira às situações de seus negócios. Por meio da publicação, que é baseada na realidade brasileira, as companhias do País podem ganhar

em agilidade e transparência na divulgação das informações, já que são obrigadas a reportar de acordo com os pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC, e não seguindo diretamente o padrão internacional. Portanto, todo esse processo é simplificado para os executivos das empresas, que têm acesso às novidades do ambiente contábil e aos temas complexos que vêm ganhando importância no cenário atual, como a combinação de negócios sob controle comum, a governança corporativa e a comunicação com o investidor. Além disso, o empresário encontra reportagens especiais sobre assuntos que estão em evidência hoje, entre eles a adoção de governança corporativa como forma de redução de riscos de fraudes contábeis, as novas regras de Auditoria e a integração dos relatórios contábeis e socioambientais. O conteúdo na íntegra da publicação “Grupo Modelo S.A.” está disponível para download no site www.ey.com.br. n 7

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I P O

Empresas precisam estruturar a governança e os sistemas internos, auditar balanços e elevar os níveis de transparência das informações antes de se tornar públicas

Por Felipe Datt

Lições de casa para quem busca o IPO

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Lições de casa para quem busca o IPO

As incertezas sobre os rumos da economia internacional e a consequente busca dos investidores por opções mais conservadoras de aplicação levaram as empresas brasileiras a puxar o freio no ímpeto de abrir o capital nos últimos anos. Apesar da expectativa de uma onda de ofertas públicas iniciais de ações (IPO - Initial Public Offering, na sigla em inglês), apenas 11 empresas abriram o capital na bolsa no ano passado - pouco se comparado aos 64 IPOs registrados em 2007. O número iguala o consolidado de 2010 e representa um leve crescimento ante 2009 (seis empresas) e 2008 (outras quatro), ano que marcou a crise do subprime nos Estados Unidos e do sistema financeiro global.

Os números tímidos, porém, não significam que o apetite pela capitalização por meio do lançamento de ações tenha desaparecido - a própria Bovespa acredita que exista potencial para 200 novos IPOs até 2015. Dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia que regula o mercado brasileiro de capitais, ratificam esse cenário. No ano passado, 13 companhias que se preparavam para lançar ações desistiram do IPO no último momento pela falta de interesse de investidores. Em 2008, foram 31. Na prática, houve um descompasso na precificação, o que significa que a diferença entre o que as companhias pediam pelos seus papéis e o que o mercado estava disposto a pagar foi considerada grande.

A espera pelas melhores condições de mercado e pela “janela de oportunidade” mais adequada não significa que as empresas tenham de ficar despreparadas. “As discussões em torno do mercado de capitais trouxeram à tona uma demanda por maior transparência nos negócios. Há uma quantidade muito maior de empresas brasileiras que buscam fazer a lição de casa estruturando sua governança e seus sistemas internos, auditando balanços e elevando os níveis de transparência das informações. Tudo isso é benéfico na condução dos negócios no dia a dia, independentemente de a capitalização acontecer ou não por meio de um IPO”, discorre André Ferreira, sócio-líder de Middle Market da Ernst & Young Terco.

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Conforme Ferreira, o papel das companhias é aproveitar o bom momento da economia brasileira, favorável para a execução de um plano de crescimento, utilizando os diversos canais existentes (aumento na oferta de crédito público e privado, fusões e aquisições ou ainda venda a um fundo de private equity) para se estruturar e rapidamente acessar o IPO em caso de abertura da janela. “Mas todos esses negócios se baseiam em balanços auditados, transparência e governança, temas que têm que estar na agenda das empresas. Eles melhoram o conhecimento e a eficiência do negócio, viabilizam acesso a outros canais de financiamento e a custos menores”, afirma.

O reforço de caixa gerado pela abertura de capitais não pode ser o objetivo principal das empresas que desejam se preparar para uma abertura. Ferreira lembra que o IPO não é uma atividade final, mas uma fonte de financiamento para a execução de um plano de negócios. A estruturação desse plano é um dos principais desafios de uma jornada que, dependendo do grau de preparação da companhia, pode tomar até três anos de esforços contínuos até a abertura. “Os investidores muitas vezes querem saber qual o plano estratégico da empresa para um período de cinco ou 10 anos e qual a viabilidade de tirar esse plano do papel. Sem um projeto sólido e sustentável, não há IPO”, conta João Albino Winkelmann, diretor do Bradesco Private.

Se a empresa está acostumada a explicar seu desempenho pelo fluxo de caixa, com o IPO terá de entender a sua contabilidade.

André Ferreira | sócio-líder de Middle Market da Ernst & Young Terco

Independentemente dos objetivos do plano de crescimento (ampliação de planta, aquisições de concorrentes, entrada em novos mercados), o processo da busca do IPO costuma ser demorado. Pesquisa da Ernst & Young Terco conduzida em 2011 com 32 empresas de diversos segmentos da economia que abriram seu capital desde 2004 mostra que 41% deram início à elaboração do plano estratégico de abertura entre seis e 12 meses antes do IPO, enquanto 25% começaram em um intervalo de tempo que variou de 12 a 24 meses.

Apesar de se mostrarem satisfeitas com os resultados da abertura de capital, quando questionadas sobre qual seria o tempo adequado de preparo, as companhias se revelaram mais conservadoras: um total de 63% sugeriu um prazo entre 12 e 24 meses, enquanto 25% indicaram um intervalo superior a dois anos. Os prazos alongados são justificados. Possíveis estruturações societárias, que podem envolver a cisão de áreas da empresa para deixar de lado, por exemplo, ativos que não farão parte da futura companhia aberta, implicam alterações tributárias muitas vezes onerosas e, sobretudo, processos demorados que precisam ser pensados com pelo menos um ano de antecedência.

As regulações do mercado para uma futura companhia aberta passam também a exigir balanços auditados dos três últimos exercícios, já em consonância com as normas

internacionais de contabilidade (IFRS), dinâmica que altera a forma de apurar a contabilidade da empresa e pode levar de um ano a um ano e meio para ser ajustada. “As empresas fechadas estão acostumadas a interpretar números e discuti-los internamente. Com o IPO, precisam explicar seu desempenho nos critérios dos investidores. Se a empresa está acostumada a explicar seu desempenho pelo fluxo de caixa, terá então de começar a exercitar o trabalho de entender sua contabilidade, que é a linguagem que o mercado exige”, avalia Ferreira.

A produção de um fluxo cada vez maior de informações, sua condução entre os diversos departamentos da empresa e a transparência com que serão repassadas ao mercado, de forma consistente e tempestiva, auxiliarão a administração na tomada de decisões e mostrarão um novo desafio para a futura companhia aberta: a necessidade de revisão de controles, sistemas e processos adequados para dar vazão ao negócio atual e ao plano de crescimento. “O IPO está, muitas vezes, vinculado a um plano de expansão dos negócios que vai gerar mais volume, maior complexidade das operações e uma ampliação geográfica diferenciada. É preciso investimentos em controles internos, sejam eles em processos, pessoas ou sistemas”, conta Ferreira.

O sócio-líder de Middle Market da Ernst & Young Terco explica que investir em um conjunto de controles internos e em sistemas de informação modernos e seguros facilita a construção da contabilidade, a condução da auditoria externa e o fluxo de informações gerado. Facilita, também, a futura compreensão das informações produzidas e o conhecimento em detalhes da companhia, que serão reportados

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a acionistas, futuros investidores e ao mercado em geral.

Estabelecer conceitos de governança corporativa, ou seja, implantar o sistema que regerá toda a organização da corporação, é de fundamental importância para a empresa que busca o crescimento e a futura abertura de capital. A governança funcionará como o elo que garante equidade entre as partes interessadas, sem privilégios de tratamento, com transparência total das informações divulgadas e a obrigação de prestação de contas ao mercado das demonstrações financeiras, auditorias, fatos relevantes e decisões tomadas pela administração. “Além dos custos e da adequação dos balanços, uma das grandes dificuldades de quem busca um IPO é a implantação da governança. Os investidores querem saber quem é o corpo executivo da empresa e esperam dele uma gestão profissional”, aborda Winkelmann, do Bradesco.

A montagem de um time especializado em mercado de capitais e focado no processo de transição para o mercado aberto é outro desafio para o sucesso da empreitada. Envolverá a abertura de uma nova área, o Departamento de Relações com os Investidores, e a chegada de um CFO ou controller para gerir o grande fluxo de informações geradas. A equipe será responsável pela estruturação dos controles internos, plano de negócios, condução da auditoria e informações prestadas ao mercado. “As melhores práticas indicam que é preciso se dividir em dois times. Um focado na transição e o outro no dia a dia da própria

empresa, que afinal precisa ser um negócio lucrativo e atrativo para os investidores”, conta Ferreira.

As reestruturações internas facilitarão a administração da companhia no pós-abertura, mas os desafios não terminam no dia do IPO. Ferreira entende que os primeiros anos de atuação como companhia aberta são os que trazem as maiores dificuldades às administrações. Isso porque envolvem mudanças culturais, tomadas de decisões colegiadas com o conselho de administração e a divulgação constante e transparente de informações financeiras, não financeiras e de fatos relevantes ao mercado. “Antes do IPO, a empresa se estrutura para construir e informar sua história. Depois, tem de

interpretar a contabilidade e informar periodicamente seu desempenho. A transparência é fundamental. A empresa ganha credibilidade, valoriza-se e passa a ter acesso mais barato ao mercado para realizar outras operações”, diz.

Ao mesmo tempo em que o grande ganho de liquidez com a venda dos papéis turbina o caixa da companhia, ela passa a contar com novos sócios, que exigem responsabilidade na tomada de decisões e esperam o crescimento nos negócios para justificar suas aplicações. Em outras palavras, que cobram a materialização de todos os planejamentos e investimentos prometidos. “O IPO não é um movimento apenas de geração de caixa”, finaliza Winkelmann. n

Centro de excelência em IPOCom o objetivo de oferecer informações completas sobre todos os aspectos que envolvem o processo de abertura de capital e os riscos envolvidos nessa operação, a Ernst & Young Terco inaugurou, no dia 29 de maio, o Centro Global de Excelência em IPO (www.ey.com/ipocenter). O espaço, também conhecido como IPO Center, traz análises e gráficos atualizados sobre a atividade de IPOs no Brasil, a localização geográfica das companhias abertas, os setores da indústria, os principais desafios a serem considerados antes de abrir o capital e qual Bolsa melhor atende aos diferentes planos de crescimento.

Um dos destaques é a ferramenta IPO Insights: Facts and Figures, com gráficos que mostram, desde 2009, o número de IPOs, o capital levantado por eles no Brasil e o Top 20 das principais operações no País. “O IPO Center representa a junção de toda a experiência de atuação em abertura de capital da Ernst & Young Terco no Brasil e no exterior. Trata-se de uma organização do conhecimento antes dividido em diversos departamentos da empresa, como controles internos, auditoria e impostos, e que agora está disponível aos clientes, que conhecerão as melhores práticas da trajetória de transição do mercado privado para o público”, expõe o sócio-líder de Middle Market da Ernst & Young Terco, André Ferreira.

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Muitas vezes, no ambiente das operações financeiras, as empresas se deparam com situações que se assemelham a um jogo de cartas. Você não pode optar pelas cartas que terá em mãos, mas pode escolher como utilizá-las para obter um bom resultado. Discernimento e informações adequadas são essenciais para que o gestor consiga tirar proveito das oportunidades e agir rapidamente em situações adversas.

Isso ficou evidente em 2008, quando muitas empresas tradicionais brasileiras se envolveram em perdas bilionárias causadas por operações em derivativos. As companhias embarcaram em apostas arriscadas com o dólar, sem aplicar a correta política de gestão de riscos financeiros. “O poder de alavancagem financeira dos derivativos é tão imenso quanto o seu poder de destruição”, afirma César Ramos, diretor executivo de Financial Accounting Advisory Services (FAAS) da Ernst & Young Terco.

Ramos é francês e está no Brasil há nove anos. Com mestrado em Finanças Corporativas e Mercados Internacionais de Capitais pela Sciences Po, em Paris – uma das universidades mais prestigiadas do mundo –, e mestrado em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade

O livro pode ser adquirido pelo site www.cesarramos.com ou solicitado pelo e-mail [email protected].

Estratégias de hedge

de São Paulo (FEA-USP), o executivo sentia falta de uma publicação em português que abordasse em profundidade o tema. Mesmo enfrentando a barreira da língua, lançou o livro Derivativos, Riscos e Estratégias de Hedge – Implementação, Contabilização e Controle, em parceria com a Ernst & Young Terco. “No Brasil, os derivativos começaram a ser utilizados na última década. Como o assunto é muito complexo, poucas pessoas têm especialização em mercados de capitais e regras de contabilização de derivativos e, até então, não havia uma publicação com esse enfoque na língua portuguesa”, registra Ramos.

A obra é a primeira de uma série de quatro livros sobre instrumentos financeiros que o autor pretende elaborar. Devido a sua conscientização ecológica, ele recusou o convite de duas editoras para o lançamento da obra, que é vendida sob demanda por meio de um site. “As vantagens de ser um autor independente são inúmeras. Eu tenho a liberdade de lançar novas publicações no momento que achar oportuno e faço atualizações com rapidez e facilidade, sem desperdícios de papel”, esclarece.

Voltado para gestores financeiros, contadores, tesoureiros, operadores de mercado e estudantes das áreas financeira e contábil, o livro

aborda aspectos práticos na hora de definir, implementar e monitorar estratégias eficazes de hedge envolvendo derivativos. Por meio de uma linguagem simples, o leitor fica sabendo como se proteger de riscos financeiros e de mercado com esse tipo de operação e realizar sua contabilização baseando-se nas normas brasileiras da CVM e nos princípios do International Financial Reporting Standards (IFRS).

O executivo explica que, atualmente, numerosas companhias ainda operam derivativos sem ter desenvolvido políticas de gestão e sistemas eficientes de monitoramento de riscos. “Um dos aspectos mais desafiadores para os gestores consiste na definição de estratégias políticas e de procedimentos de contabilização envolvendo instrumentos derivativos. É importante ressaltar que esse tipo de operação é bastante eficaz tanto para fins de hedge quanto para fins de especulação. Por esse motivo, dependendo da situação, os derivativos podem salvar uma empresa da falência – em caso de hedge – ou levá-la para a falência, em caso de especulação”, conclui. n

Diretor executivo da Ernst & Young Terco lança livro, em parceria com a companhia, em que aborda em detalhes os mecanismos, os riscos e as regras específicas de contabilização de operações em derivativos

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IBGC lança certificação para membros de CA Com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do Comitê de Auditoria Estatutário (CAE), o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) irá certificar os integrantes dessa atividade. O intuito é colaborar com a melhora do conhecimento desses profissionais, fornecendo uma espécie de “selo de qualidade”. Esse reconhecimento será concedido por meio de aprovação em teste, cujas questões estão sendo elaboradas em parceria com o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). Para obter o certificado, o membro do comitê de auditoria terá de possuir competências, atribuições e determinado perfil, que serão determinados pelos dois institutos. A metodologia de certificação deverá ficar pronta em alguns meses. n

Sócio de Auditoria da Ernst & Young Terco participa de mesa-redonda na CVM O sócio de Auditoria e líder de Quality and Risk Management (Q&RM) da Ernst & Young Terco, Idésio Coelho, participou de debate sobre Comitê de Auditoria (CA) realizado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), na sede da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Rio de Janeiro. O evento, realizado no primeiro trimestre deste ano, reuniu 115 participantes e teve como tema principal a “Instrução CVM nº 509 – Comitê de Auditoria – Reflexões”. Idésio Coelho, também diretor técnico do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), representou o instituto como debatedor e abordou a importância e a função do CA, que proporciona melhorias para a governança corporativa de uma empresa e aumenta a transparência das informações financeiras. n

A participação da iniciativa privada em aeroportos de São Paulo e Brasília pode abrir caminho para a desestatização dos portos. Segundo especialistas, a transferência da gestão dos portos à iniciativa privada já está prevista na Lei dos Portos, de 1993, e deve seguir o mesmo modelo utilizado na privatização dos aeroportos.

Hoje, passam pelos portos quase 95% das exportações do Brasil, e somente o investimento sob concessão do setor privado poderia promover uma modernização portuária.

Privatização entra na agenda do governo

Em fevereiro deste ano, o governo arrecadou R$ 24,5 bilhões com o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos. Considerando o valor mínimo de R$ 5,477 bilhões que o governo pedia pelos três aeroportos, o ágio total do leilão foi de 347%. O aeroporto de Guarulhos ficou com o consórcio Invepar, que ofereceu R$ 16,213 bilhões. O terminal de Viracopos, em Campinas, foi arrematado pelo consórcio Aeroportos Brasil, por R$ 3,821 bilhões. Já o aeroporto de Brasília foi arrematado pelo consórcio Inframérica Aeroportos, pelo valor de R$ 4,501 bilhões. n

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Um dos desafios das companhias brasileiras é conhecer e definir o modelo de compliance e disseminar suas diretrizes em toda a organização

Por Felipe Datt

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Empresas se armam para combater fraudes

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O primeiro passo é a denúncia. A desconfiança ou mesmo a evidência concreta de que práticas ilícitas estejam sendo perpetradas dentro da corporação chega pelos canais adequados à alta administração. A informação, então, é repassada para um time especializado em investigar a existência ou não desses crimes que, se concretizados, podem causar danos significativos à imagem da empresa perante clientes, investidores, acionistas, reguladores e sociedade e, dependendo do caso, podem afetar de forma adversa suas finanças. Os crimes são diversos: de atividades que envolvem roubo de ativos, como maquinário ou estoque, ao fornecimento de informações estratégicas para um concorrente, passando pelo suborno a funcionários de órgãos públicos.

Longe de ser um thriller policial, o cenário acima faz parte do dia a dia do trabalho do sócio da área de Fraud Investigation e Dispute Services da Ernst & Young Terco, José Francisco Compagno. À frente de uma equipe de 40 profissionais das mais diversas áreas (de contabilistas a advogados, de administradores a profissionais de Tecnologia da Informação), Compagno tem a difícil tarefa de reagir de forma rápida e imediata a denúncias de que algo fora do comum acontece dentro de uma empresa. “Uma das características do trabalho é que não existe um projeto igual ao outro, mas tendências que se repetem. A maior preocupação é coletar evidências de maneira rápida e silenciosa, sob o risco de elas perderem efeito”, comenta.

A investigação de fraudes no universo corporativo cresce à medida que ganham volume os casos de violações das mais diversas naturezas. Levantamento da Economist Intelligence Unit com 1.275 executivos de empresas globais aponta que 75% registraram algum tipo de violação de segurança como roubo de bens físicos e de informação, suborno, corrupção ou irregularidades financeiras em 2011.

Houve queda de 13 pontos percentuais em relação a 2010, o que aponta que as empresas estão adotando medidas preventivas a esse tipo de prática, mas aumentou, para 60%, o total de companhias que identificaram que as violações vieram de um funcionário ou fornecedor ligado à própria empresa. As fraudes cometidas por um funcionário ou fornecedor são as mais comuns, explica Compagno, porque envolvem profissionais que conhecem o ambiente da corporação e identificam mais facilmente as brechas nos controles internos.

Do universo de empresas entrevistadas, 25% relataram roubos de ativos físicos (computadores, maquinários em geral, estoque), 23% detectaram roubo de informações (planos estratégicos, documentos, tabelas de preços ou qualquer informação estratégica que possa ser usada por um concorrente), 20% destacaram fraude de fornecedores e outras 19%, casos de corrupção e suborno (em relação a terceiros, públicos ou privados).

Outras 21% relataram casos bastante comuns em empresas brasileiras, abrangendo os chamados conflitos de interesse interno. “Esses casos geralmente envolvem um membro interno da organização em busca de benefícios através da relação com algum fornecedor ou prestador de serviços específico. Os conflitos de interesse têm grande representatividade dentro dos casos que investigamos”, afirma Compagno.

Uma das etapas mais estratégicas dos investigadores é entender a fundo o caso e realizar um plano para coletar e preservar as evidências. O trabalho, sigiloso, envolve entrevistas, análises de documentos físicos e eletrônicos, acesso à base de dados dos suspeitos, informações contábeis, pesquisas realizadas em bases de dados externos, entre outros. “Não acessamos informações consideradas ilegais ou por meios julgados ilegais dentro do arcabouço da legislação brasileira. O contato é feito com um representante

É importante ter em mente que, por mais que existam mecanismos técnicos e adequados para prevenir fraudes, a natureza humana garante que elas sempre continuarão existindo.

José Francisco Compagno, sócio de Fraud Investigation e Dispute Services da Ernst & Young Terco.

da empresa, em muitos casos advogados externos, que fazem a gestão da investigação”, relata.

As investigações costumam ser rápidas, e os casos resolvidos em um prazo médio de um ou dois meses, dentro de planejamentos adequados que levam em consideração as características específicas do caso e da empresa. Compagno explica que, no Brasil, os principais casos envolvem fraude contábil, conflito de interesses e desvios de recursos financeiros. “Dentro de uma investigação de corrupção, por exemplo, verificamos os caminhos onde o caixa é gerado para pagar propina”, aborda.

Ação e reaçãoLevantamento da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), uma das maiores organizações antifraude do mundo, com um universo de 1.843 empresas espalhadas por 106 países do globo, mostra que, em 2010, as fraudes contábeis identificadas causaram rombos médios de 5% da receita das companhias. As perdas médias nos cofres totalizaram US$ 160 mil, ao passo que um quarto dos problemas detectados envolveu perdas superiores a US$ 1 milhão.

Estatísticas como essas colocaram o tema combate à fraude e à corrupção na agenda de grandes empresas nos

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Estados Unidos e na Europa. A boa notícia é que a tendência começa também a se espalhar nas companhias brasileiras. A abordagem passa pela tentativa de diminuição de futuros casos e pela criação de uma estrutura que permita uma resposta rápida e efetiva caso as violações sejam cometidas, visando proteger a imagem e, sobretudo, as finanças da corporação.

A estrutura dedicada ao assunto responde, atualmente, pelo nome de Ethics & Compliance, que busca adotar um código de ética verticalizado, que parte da alta administração e chega a todos os funcionários. Cabe a esse organismo ditar os exemplos a serem seguidos segundo a cultura da companhia, avaliar os riscos mais latentes de fraude e corrupção na organização, identificar e definir mecanismos e procedimentos para reduzir esses riscos, e, na última ponta, estar preparado para responder a esses incidentes. “O importante é saber que, por mais que existam mecanismos técnicos e adequados para prevenir fraudes ou outros atos impróprios,

a natureza humana garante que eles sempre continuarão existindo. Mas é importante que se crie um ambiente de prevenção”, conta Compagno.

A tendência das companhias globais em montar uma estrutura de Ethics & Compliance segue diferentes modelos. Podem ser desde um comitê de ética que reúna diretores de diversas áreas (Finanças, Recursos Humanos, Auditoria, Jurídico), com reuniões frequentes abordando o tema, a estratégias mais agressivas, com a criação da figura de um diretor de Compliance com maior autonomia e independência e que se reporte diretamente ao CEO.

No Brasil, o aumento do número de empresas que passaram a internacionalizar suas operações nos últimos anos, lançando papéis em Bolsas estrangeiras ou captando recursos em organismos multilaterais, também trouxe a necessidade maior de transparência e de ações objetivas que visam à redução desses riscos, em linha com as melhores práticas de companhias globais mais maduras. “Nos últimos três meses fui procurado por várias empresas brasileiras para estruturar uma área de Compliance. São companhias que buscam captar empréstimos no exterior, abrir uma subsidiária nos Estados Unidos ou listar seus papéis fora do Brasil”, conta Compagno.

Os governos também se mostram cada vez mais atentos em elevar o nível de integridade nas relações público-privadas e criar um ambiente mais favorável à ética nos negócios. No Brasil, tramita atualmente no Congresso o Projeto de Lei 6.826/10, que busca punir diretamente as empresas em casos de suborno às autoridades ou ilegalidades em processos licitatórios envolvendo seus funcionários. O projeto ratifica os acordos assinados pelo Brasil na Convenção da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) contra o Suborno de Funcionários

Públicos em Transações Internacionais e na Convenção Interamericana de Combate à Corrupção da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O projeto de lei coloca o Brasil em linha com países como Alemanha, Colômbia, Reino Unido e Estados Unidos, que já aprovaram legislações prevendo penalizações severas a casos de corrupção. Segundo o projeto de lei brasileiro, a empresa não poderá mais responsabilizar apenas o funcionário pelas eventuais práticas de corrupção. Entre as penalizações previstas à administração estão a proibição de participar de futuras licitações, multas que variam de 1% a 30% sobre o faturamento bruto anual, reparação do dano causado à administração pública e a proibição de repasses ou empréstimos públicos por um período que varia de dois a 10 anos. Caso não seja possível calcular o faturamento bruto da empresa, a multa pode chegar a R$ 6 milhões.

O PL 6.826/10 prevê punições apenas em casos de irregularidades envolvendo o setor público e o privado. No Reino Unido, a UK Bribery Act avançou na questão ao determinar que a administração é responsável legalmente por qualquer ato de funcionário ou representante que prometa ou garanta vantagens a terceiros (incluindo outras empresas) e que produza benefícios à companhia.

Segundo Compagno, o desafio das empresas brasileiras é conhecer e definir o modelo de compliance a ser adotado e disseminar suas diretrizes em toda a organização. Uma vez estabelecido, é preciso desenvolver um processo que, de forma organizada, responda a uma incidência de fraude, com definições claras de como será conduzida a investigação, seus participantes, como será feita a comunicação ao mercado e quais medidas administrativas serão tomadas contra o suspeito. “Esses procedimentos deveriam estar organizados para não ocorrerem as improvisações que detectamos”, finaliza. n

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Tarefacumprida

Apesar de algumas dúvidas durante o reporte de informações, o processo de migração para o novo padrão contábil está sendo bem-sucedido

Andréa Allabi

Desde 2010, quando foi adotado o padrão internacional de contabilidade, o International Financial Reporting Standards (IFRS), as companhias brasileiras tiveram de se adaptar, em curto prazo, a um novo modelo de reportar suas demonstrações financeiras. Com essa medida, as mudanças contábeis foram significativas, e naturalmente algumas dúvidas surgiram durante o processo de registro das informações. A despeito disso, as alterações trazidas por tais exigências foram bastante positivas. “Apesar de o mercado brasileiro ter se imposto um prazo muito curto para a adaptação e a adoção de todos os pronunciamentos feitos pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade

(IASB), podemos dizer que a implementação do IFRS foi um sucesso. Nós demos um passo importante na uniformização das informações e na questão de transparência e comparabilidade de dados. Guardadas as questões culturais e os negócios de cada país, hoje é possível comparar as demonstrações financeiras brasileiras com as de empresas estrangeiras, porque estamos alinhados com relação às práticas contábeis. Acredito que hoje possuímos um conjunto de DFs bastante robusto e, portanto, obtivemos sucesso nessa adaptação”, analisa Fernando Alberto Magalhães, sócio de Financial & Accounting Advisory Services (FAAS) da Ernst & Young Terco.

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empréstimos. As pessoas de cada área precisam se organizar principalmente para preparar as notas explicativas, cuja elaboração demanda muito tempo”, aponta.

Para agilizar o processo, Magalhães explica que é preciso que a companhia entenda primeiramente de onde vêm as informações, como elas são processadas, se sofrem muita interferência manual – pois isso faz com que o procedimento fique mais lento – e quais são os fatores que influenciam na compilação dos dados. Segundo ele, algumas informações percorrem um longo caminho antes de serem processadas na contabilidade: “O tempo de junção dos dados varia muito, porque depende do volume e da origem dessas informações, isto é, se decorrem de esclarecimentos anteriores. O que a Ernst & Young Terco tem orientado aos seus clientes é que inicialmente mapeiem esses principais indicadores para depois avaliar o cronograma e os mecanismos de fechamento e preparar algum diagnóstico de como acelerar o processo”.

Notas explicativas Durante esses dois anos de representação das demonstrações financeiras de maneira completa, o que se vê é que o volume de notas explicativas é muito grande e, a cada ano, fica maior. “Estamos aprendendo a lidar com as notas explicativas, que nada mais são do que as descrições das práticas contábeis, das políticas e das informações mais relevantes da companhia. Como estamos no segundo ano da utilização do IFRS, é natural que as empresas divulguem mais informações do que precisam”, revela Magalhães.

Quando comparamos o Brasil a um mercado mais maduro, como o europeu, percebemos que uma empresa europeia do mesmo segmento apresenta um volume

Magalhães pondera que a total adaptação por parte dos participantes do mercado ao novo padrão contábil será em longo prazo. O processo de migração não ficou restrito apenas às grandes corporações, mas também atingiu as pequenas e médias empresas brasileiras de capital aberto. E, apesar de terem atendido às exigências do IFRS, os requisitos referentes à mensuração e divulgação dos princípios ainda geram questionamento. A data-limite para a entrega das DFs do ano-calendário 2011 era até o fim de março para a maioria das empresas. Devido ao grau de complexidade da reunião e obtenção das informações que são prestadas na declaração, as companhias se preocuparam em acelerar o processo para não perder o prazo de envio. “As empresas têm um cronograma de fechamento que envolve vários departamentos, como o jurídico, financeiro, de processamento da folha de pagamento e de

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Hoje é possível comparar as demonstrações financeiras brasileiras com as de empresas estrangeiras, porque estamos alinhados com relação às práticas contábeis. Atualmente possuímos um conjunto de DFs bastante robusto e, portanto, obtivemos sucesso nessa adaptação.

Fernando Alberto Magalhães, sócio de Financial & Accounting Advisory Services (FAAS) da Ernst & Young Terco.

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menor de notas explicativas. Para Magalhães, a explicação para isso está em nosso aprendizado. “Em um ambiente novo, às vezes a tendência é prestar mais conta do que de fato é preciso. E um volume maior de informações não significa necessariamente um aumento na qualidade. Muitas vezes a empresa repete tanto o mesmo assunto que se perde o cerne da questão. Mas isso tem a ver com maturidade, pois estamos dentro da curva de aprendizado.” Portanto, as companhias precisam ficar atentas para não realizar uma cópia do que diz a regra contábil. Mesmo porque a repetição de informações representa um custo alto para as empresas, já que envolve o trabalho de toda uma equipe na preparação das DFs e na realização das atividades de auditoria. Uma orientação seria a companhia se ater ao que é relevante para ela e interpretar como aquele pronunciamento afetou a sua

Como aplicar o IFRSNa hora de adotar as normas do padrão internacional de contabilidade, as empresas ainda encontram dificuldades nos tópicos abaixo, em razão da complexidade de suas interpretações. Estes dois conceitos trouxeram uma mudança muito grande nas regras contábeis:

Investimentos financeiros • Ainda é ampla a interpretação dos contratos e a forma adequada de divulgar as operações e as transações financeiras, como derivativos. É preciso ficar atento para evitar erros, porque a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem feito revisões e comparado se a divulgação realizada pela empresa é coerente.

Valor de aquisição da empresa • Antes, a diferença entre os valores referentes ao pagamento pela empresa e patrimonial era denominado Goodwill ou Ágio por Rentabilidade. Hoje, a empresa tem de fazer uma avaliação dos ativos intangíveis para chegar ao valor de aquisição da companhia. Ou seja, é necessário fazer a avaliação da marca e carteira de clientes, entre outras coisas, para buscar os fundamentos econômicos que levaram o proprietário a pagar um preço maior do que o patrimonial registrado. Para chegar a um valor “exato”, as pessoas estão contratando avaliadores, já que a tarefa envolve alguns elementos e conceitos extremamente subjetivos.

de consultorias antes de tomar importantes decisões. Ao se deparar com a tomada de empréstimo, de contratação de um instrumento financeiro ou de operações que envolvam empresas controladas, coligadas ou joint ventures, as empresas querem saber antecipadamente quais serão os reflexos dessas ações em seus negócios. “Antes da adoção do IFRS, o contrato de leasing entrava como despesa, pois era considerado aluguel. Hoje, dependendo das características do contrato, pode ser encarado como dívida, já que a empresa vai contabilizar um ativo de seu balanço e aumentar seu endividamento”, analisa.

Diante desse conjunto de mudanças, a classe profissional de contadores também tem “sofrido” com esse novo aprendizado. Eles precisam de treinamento constante e intenso. O grande desafio para a categoria é se manter atualizada e absorver todas as alterações, apesar do volume de mudanças ser significativo. n

operação, sem se preocupar em descrever uma cópia exata do que diz a literatura contábil. Outra dica é a empresa fazer um benchmarking com seu segmento de mercado em outros países, como os da Europa, onde o IFRS já é adotado desde 2005, e fazer uma comparação com o que foi ou está sendo divulgado.

Valor justo “Hoje, no Brasil, há um volume de normas muito diferentes do que havia no País em 2009. Atualmente, elas são mais complexas, e as empresas encontram um grau de subjetividade bastante grande na avaliação desses princípios e de conceitos novos, como ‘valor justo’”, comenta Magalhães. “O significado de ‘valor justo’ não só suscita dúvidas como gera várias interpretações. Afinal, o que é valor justo? Como aplicar isso?”, pondera. Diante de tais questões, as companhias têm buscado a ajuda

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Estamos aprendendo a lidar com as notas explicativas, que nada mais são do que as descrições das práticas contábeis, das políticas e das informações mais relevantes da companhia. Como estamos no segundo ano da utilização do IFRS, é natural que as empresas divulguem mais informações do que precisam.

Fernando Alberto Magalhães, sócio de Financial & Accounting Advisory Services (FAAS) da Ernst & Young Terco.

A Ernst & Young Terco é referência em IFRS. Para entender e antecipar-se às mudanças fale com: Fernando Magalhães Sócio de Financial Accounting and Advisory Services ( 11 2573 5259

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