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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA JULIANA BAZZAN ARSAND DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODO DE SCREENING POR LC-QTOF-MS E MÉTODO QUANTITATIVO POR LC-MS/MS PARA ANÁLISE DE ANTIBIÓTICOS DA CLASSE AMINOGLICOSÍDEOS EM ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Porto Alegre, fevereiro de 2015.

JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

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Page 1: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

JULIANA BAZZAN ARSAND

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODO DE

SCREENING POR LC-QTOF-MS E MÉTODO

QUANTITATIVO POR LC-MS/MS PARA ANÁLISE DE

ANTIBIÓTICOS DA CLASSE AMINOGLICOSÍDEOS EM

ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Porto Alegre, fevereiro de 2015.

Page 2: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

JULIANA BAZZAN ARSAND

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODO DE

SCREENING POR LC-QTOF-MS E MÉTODO

QUANTITATIVO POR LC-MS/MS PARA ANÁLISE DE

ANTIBIÓTICOS DA CLASSE AMINOGLICOSÍDEOS EM

ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL

Dissertação apresentada como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre em Química

Prof. Dra. Carla Sirtori

Orientadora

Prof. Dra. Tânia Mara Pizzolato

Co-orientadora

Page 3: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

III

A presente dissertação foi realizada inteiramente pelo autor, exceto as

colaborações as quais serão devidamente citadas nos agradecimentos, no período

entre Março/2013 e Fevereiro/2015, no Instituto de Química da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul e no Laboratório Nacional Agropecuário do Rio

Grande do Sul sob Orientação da Professora Doutora Carla Sirtori e co-orientação

da Professora Doutora Tânia Mara Pizzolato. A dissertação foi julgada adequada

para a obtenção do título de Mestre em Química pela seguinte banca examinadora:

Comissão Examinadora:

Dr. Rodrigo Barcellos Hoff – MAPA

Prof. Dr. João Henrique Zimnoch dos Santos – PPGQ/UFRGS

Profa. Dra. Liane Lucy de Lucca Freitas – PPGQ/UFRGS

Juliana Bazzan Arsand

Page 4: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

IV

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família por todo incentivo e apoio para minha qualificação

profissional, por todo amor, exemplo, dedicação e compreensão. Em especial aos meus

pais, que nunca mediram esforços para que еu chegasse até esta etapa da minha vida.

Agradeço às minhas orientadoras, Prof. Dra. Carla Sirtori e Prof. Dra. Tânia

Mara Pizzolato, pelo apoio e confiança durante esses anos, sempre incentivando e

orientando em busca do conhecimento científico e em minha formação como

pesquisadora e como pessoa.

Agradeço ao Dr. Rodrigo Hoff e ao Dr. Fabiano Barreto pela oportunidade de

fazer parte da equipe do Laboratório de Resíduos de Pesticidas e Medicamentos

Veterinários do LANAGRO/RS, bem como pela confiança, aprendizado, amizade e

apoio ao longo destes anos.

Agradeço à todos os meus colegas de laboratório RPM pela ajuda, incentivo,

amizade, companheirismo, pela disponibilidade constante em ajudar, pelos

ensinamentos, pelas correções e revisões de resultados, que foram essenciais para minha

formação e para o desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço à amiga Aline Nectoux pela parceria, apoio e pelas horas de estudos

juntas.

Agradeço à CAPES pelo apoio financeiro.

Page 5: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

V

SUMÁRIO

Índice de tabelas VIII

Índice de figuras X

Índice de anexos XI

Glossário de siglas e abreviaturas XII

Resumo XIV

Abstract XVI

1. Introdução 1

2. Objetivos 3

2.1 Objetivo geral 3

2.2 Objetivos específicos 3

3. Revisão bibliográfica 4

3.1 Contextualização 4

3.2 Legislação 5

3.3 Aminoglicosídeos 6

3.4 Preparo de amostra 10

3.5 Análise de aminoglicosídeos por cromatografia a líquido acoplada a

espectrometria de massas

11

3.5.1 Separação por cromatografia líquida 11

Page 6: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

VI

3.5.2 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas

triplo quadrupolo (LC-MS/MS) – Método de quantificação

12

3.5.3 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas

quadrupolo-tempo de voo (LC-qTOF-MS) - Método de triagem

(Screening)

14

4. Materiais e Métodos 15

4.1 Reagentes, padrões e materiais 15

4.2 Preparo das soluções estoque, intermediária e de trabalho 16

4.3 Métodos 17

4.3.1 Análise instrumental 17

4.3.1.1 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas

triplo quadrupolo (LC-MS/MS)

17

4.3.1.2 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas

quadrupolo-tempo de voo (LC-qTOF-MS)

19

4.3.2 Avaliação da supressão iônica no LC-MS/MS com ionização

por eletrospray

19

4.3.3 Amostragem 20

4.3.4 Preparação da amostra: extração e clean up 20

4.3.5 Planejamento fatorial 21

4.3.6 Validação do método 22

Page 7: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

VII

5. Resultados e Discussão 23

5.1 Parâmetros selecionados para análise por LC-MS/MS 23

5.2 Parâmetros selecionados para análise por LC-QTOF-MS 29

5.3 Determinação da supressão iônica no LC-MS/MS com ionização

por eletrospray

30

5.4 Preparo de amostra 32

5.4.1 Planejamento fatorial 33

5.5 Parâmetros de desempenho do método de quantificação por LC-

MS/MS

40

5.5.1 Limite de detecção e limite de quantificação 40

5.5.2 Linearidade 41

5.5.3 Especificidade 42

5.5.4 Exatidão, Precisão, Limite de Decisão (CCα) e Capacidade de

Detecção (CCβ)

42

5.5.5 Recuperação 45

5.5.6 Extensão de escopo 45

5.6 Parâmetros de desempenho do método qualitativo por LC-QTOF-

MS

48

6. Avaliação de custos 50

7. Conclusões 51

8. Referências 53

Page 8: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

VIII

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Limite máximo de resíduo (LMR), estabelecidos pela Comissão

Europeia, para os aminoglicosídeos abordados neste trabalho.

6

Tabela 2. Número de formulações contendo aminoglicosídeos disponíveis no

Brasil conforme o Compêndio de Produtos Veterinários - SINDAN (CPVS).

8

Tabela 3. Formas farmacêuticas, vias de administração e períodos de carência

das formulações contendo aminoglicosídeos disponíveis no Brasil.

9

Tabela 4. Variáveis e níveis empregados no planejamento fatorial 24 com

triplicata do ponto central.

21

Tabela 5. Condições experimentais codificadas utilizadas na otimização do

processo extrativo.

22

Tabela 6. Parâmetros de ionização e do analisador utilizados por LC-MS/MS

e LC-qTOF-MS.

24

Tabela 7. Estrutura e fórmula molecular dos analitos em estudo com os

respectivos parâmetros de razão m/z utilizados na análise mediante LC-

MS/MS.

27

Tabela 8. Faixa de m/z para o espectrômetro de massas e tempo de retenção

de cada analito no LC-qTOF-MS.

29

Tabela 9. Variáveis e níveis empregados no delineamento de composto

central e condições experimentais codificadas.

35

Tabela 10. Valores de LMR e nível de validação, LOD e LOQ para cada

analito para leite e músculo bovino, suíno e de frango.

40

Tabela 11. Equações de reta e coeficiente de determinação (r²) para cada

analito em matriz leite.

42

Page 9: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

IX

Tabela 12. Valores máximos de coeficiente de variação (CV) inter-dia e intra-

dia de acordo com a concentração teórica dos analitos determinados através

da equação de Horwitz.

43

Tabela 13. Valores determinados para a matriz leite de exatidão, CV intra-

dia, CV inter-dia, recuperação, CCα e CCβ para cada analito nos três níveis de

fortificação (50, 100 e 150 LMR) em três dias.

46

Tabela 14. Valores determinados para a matriz músculo bovino de exatidão,

CV intra-dia, CV inter-dia, recuperação, CCα e CCβ para cada analito nos três

níveis de fortificação (50, 100 e 150 LMR) em três dias.

47

Tabela 15. Valores determinados para a matriz músculo de frango e suíno de

CV, recuperação, CCα e CCβ para cada analito determinados na extensão de

escopo.

48

Tabela 16. Valores CCβ em relação ao LMR para cada analito nas matrizes

leite e músculo (bovino, suíno e de frango).

49

Tabela 17. Estimativa de custo considerando a análise de 100 amostras de

leite, comparando com método publicado por Kaufmann et al.

51

Page 10: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

X

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Estrutura química representativa dos aminoglicosídeos. 7

Figura 2. Figura representando o esquema do modo de avaliação da

supressão iônica (circulado na figura) no sistema de LC-MS/MS.

20

Figura 3. Cromatograma dos analitos em estudo obtido no modo SRM

utilizando a coluna HILIC.

25

Figura 4. Cromatograma dos 10 analitos em solvente analisados no modo

SRM nas condições estabelecidas no LC-MS/MS.

26

Figura 5. Gráficos da supressão iônica da neomicina (NEO),

espectinomicina (SPC) e da tobramicina (TBR), comparados com o

cromatograma dos dez analitos em estudo.

31

Figura 6. Supressão iônica da diidroestreptomicina (DHSTR) em músculo

bovino, suíno e de frango.

32

Figura 7. Superfície de resposta e gráfico de contorno obtidos pelo desenho

de composto central para os analitos apramicina (APR), tobramicina (TBR)

e neomicina (NEO). Dados obtidos no software estatístico Minitab 16.

37

Figura 8. Fluxograma do preparo de amostra para a matriz leite. 39

Figura 9. Fluxograma do preparo de amostra para a matriz músculo de

bovino, suíno e frango.

39

Figura 10. Cromatograma no LC-qTOF-MS dos analitos em leite na

concentração do CCβ, considerando as faixas de massa estipuladas e seus

tempos de retenção.

50

Page 11: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

XI

ÍNDICE DE ANEXOS

Tabela I. Condições empregadas nos diferentes métodos de extração/clean up

e técnicas cromatográficas publicadas até o presente momento para diferentes

aminoglicosídeos em matrizes de origem animal.

58

Tabela II. Condições cromatográficas avaliadas neste trabalho. 60

Figura I. Supressão iônica em solvente e em extrato branco de leite para cada

analito.

62

Figura II. Supressão iônica em solvente e em extrato branco de músculo

bovino, suíno e de frango para cada analito.

64

Tabela III. Resultados do experimento fatorial para o procedimento de

preparo da amostra para cada analito.

67

Figura III. Cromatogramas dos analitos em amostra de leite mostrando as

respectivas transições e tempos de retenção.

77

Figura IV. Curvas analíticas em matriz com desvio padrão de cada

concentração.

78

Page 12: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

XII

GLOSSÁRIO DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AMC: amicacina

APR: apramicina

CAD: gás de colisão

CE: energia de colisão

CUR: gás de cortina

CXP: potencial de saída da célula de colisão

DHSTP: diidroestreptomicina

DP: voltagem no orifício de entrada (declustering potential)

DTM: destomicina

EDTA: ácido etilenodiaminotetracético

EP: potencial de entrada

ESI+: eletrospray no modo positivo

FIA: análise de infusão em fluxo

GNT: gentamicina

GS1: gás da fonte 1

GS2: gás auxiliar

HGR: higromicina

HILIC: Cromatografia Líquida de Interação Hidrofílica

IS: voltagem do spray de íons

JSM: josamicina

KAS: kasugamicina

KNM: kanamicina

LANAGRO/RS: Laboratório Nacional Agropecuário do Rio Grande do Sul

LC-MS/MS: Cromatografia a líquido acoplada a Espectrometria de Massas em modo Tandem

LC-qTOF-MS: Cromatografia a líquido acoplada a Espectrometria de Massas por Tempo de Voo

LLE: extração líquido-líquido

LMR: Limite máximo de resíduo permitido

LOD: limite de detecção

LOQ: limite de quantificação

m/z: razão massa/carga

MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Page 13: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

XIII

MSPD: dispersão de matriz em fase sólida

NEO: neomicina

NET: netilmicina

NFPA: ácido nonafluorpentanóico

PNCRC: Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes

PRM: paramomicina

RIB: ribostamicina

SPC: espectinomicina

SPE: extração em fase sólida

SRM: monitoramento de reações selecionadas (do inglês selected reaction monitoring)

SSM: sisomicina

STP: estreptomicina

TBR: tobramicina

TCA: ácido tricloroacético

Page 14: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

XIV

RESUMO

A presença de compostos de uso veterinário em produtos de origem animal é uma

grande preocupação em termos de saúde pública. A utilização descontrolada de

antibióticos como medicamentos veterinários pode levar ao desenvolvimento de

resistência bacteriana, podendo prejudicar a eficácia destas drogas no uso em humanos.

Os aminoglicosídeos são antibióticos extensivamente utilizados na criação de animais

para o tratamento de infecções bacterianas ou para a promoção do crescimento. A União

Europeia estabeleceu níveis máximos de resíduos permitidos (LMRs) para os

aminoglicosídeos em vários alimentos de origem animal. O governo brasileiro

implementou um plano de controle que avalia os resíduos de medicamentos veterinários

em produtos de origem animal. Neste trabalho, foram desenvolvidos método

quantitativo por cromatografia a líquido acoplada a espectrometria de massas triplo

quadrupolo em modo tandem (LC-MS/MS) e método de screening utilizando

cromatografia a líquido acoplada a espectrometria de massas com analisador por tempo-

de-voo (LC-qTOF-MS) para a determinação simultânea dos aminoglicosídeos

espectinomicina, tobramicina, gentamicina, kanamicina, higromicina, apramicina,

estreptomicina, diidroestreptomicina, amicacina e neomicina em leite e em músculo

bovino, de aves e suíno. Como método de extração utilizou-se procedimento com ácido

tricloroacético e clean up por precipitação a baixa temperatura e C18 a granel. Os

métodos por LC-MS/MS e LC-qTOF-MS foram validados de acordo com a Diretiva da

Comissão Europeia 2002/657/CE. Os resultados obtidos no método quantitativo para

recuperação, precisão, linearidade, especificidade, limites de decisão (CCα) e

capacidades de detecção (CCβ) nestas matrizes foram considerados satisfatórios. Os

dados de limite de detecção (LOD) e limite de quantificação (LOQ) foram estabelecidos

a partir dos LMRs, variando de 5 a 100 ng g-1

para LOD e 12,5 a 250 ng g-1

para LOQ.

As recuperações variaram de 36,8 a 98%, e os coeficientes de variação ficaram entre 0,9

e 20,2%, observando-se que todas as curvas foram feitas com nas próprias matrizes a

fim de minimizar os efeitos de matriz que são intrínsecos para os casos estudados neste

trabalho. Os valores de CCβ obtidos no método qualitativo foram entre 25 e 250 ng g-1

,

considerados satisfatórios para os analitos nessas matrizes. O método proposto mostrou-

se simples, fácil e adequado para a análise de um grande número de amostras por dia a

um baixo custo.

Page 15: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

XV

Palavras-chave: resíduos, alimentos de origem animal, LC-MS/MS, LC-qTOF-MS,

aminoglicosídeos, medicamentos veterinários.

Page 16: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

XVI

ABSTRACT

The presence of several substances in animal products has been a major public concern.

The use of antibiotics drugs as veterinary medicines might lead to the development of

bacterial resistance, which might undermine the efficacy of these drugs in human use.

The aminoglycosides are antibiotics that have been extensively employed in animal

husbandry for the treatment of bacterial infections, but also as growth promotion. The

European Union has issued strict maximum residue levels (MRLs) for aminoglycosides

in several animal origin products. The Brazilian government implemented a control plan

that assesses the residues of veterinary medicines in animal products. A quantitative

method based on liquid chromatography tandem mass spectrometry (LC–MS/MS) and a

screening method by liquid chromatography mass spectrometry with time-of-flight

system (LC-qTOF-MS) has been developed for simultaneous determination of the

aminoglycosides spectonomycin, tobramycin, gentamicin, kanamycin, hygromycin,

apramycin, streptomycin, dihydrostreptomycin, amikacin and neomycin in milk and in

bovine, poultry and swine muscles. A simple extraction method was developed using

trichloroacetic acid and clean up with low temperature precipitation and C18 bulk. The

LC–MS/MS and LC-qTOF-MS methods were validated according to the European

Union Commission Directive 2002/657/EC. Adequate performance characteristics were

obtained for recovery, precision, calibration curve, specificity, decision limits (CCα)

and detection capabilities (CCβ) in all matrices tested. The detection limit (LOD) and

limits of quantification (LOQ) was established from MRL ranging from 5 to 100 ng g-1

for LOD and 12.5 to 250 ng g-1

to LOQ. Recoveries ranged from 36.8 to 98.0% and the

coefficient of variation from 0.9 to 20.2%, noting that all curves have been made into

their own matrices in order to minimize the matrix effects which are intrinsic to the

cases studied in this work. The CCβ values obtained in qualitative method were

between 25 and 250 ng g-1

, considered satisfactory for the analytes in those matrices.

The proposed method proved to be simple, easy, and adequate for high-throughput

analysis of a large number of samples per day at low cost.

Keywords: residues, food of animal origin, LC-MS/MS, LC-qTOF-MS,

aminoglycosides, veterinary drugs.

Page 17: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

1

1 INTRODUÇÃO

O monitoramento de resíduos de medicamentos veterinários em alimentos de

origem animal é realizado em muitos países a fim de garantir a segurança alimentar e a

conformidade das práticas da medicina veterinária1.

Medicamentos veterinários são amplamente utilizados na criação de animais no

tratamento e prevenção de doenças. O uso extensivo destes medicamentos pode levar ao

armazenamento de resíduos em produtos de origem animal, tais como carne e leite. O

consumo desses produtos contaminados com resíduos de medicamentos veterinários

pode causar reações alérgicas em seres humanos geneticamente predispostos e pode

afetar negativamente o sistema imunológico humano2.

Dentre os vários medicamentos utilizados na medicina veterinária, os

antimicrobianos são empregados tanto devido a sua atividade terapêutica e/ou

profilática bem como aditivos para a promoção do crescimento do animal3. A presença

destes fármacos em alimentos implica no risco de desenvolvimento de resistência entre

as bactérias, que pode diminuir a eficácia dessas drogas como medicamentos de uso

humano. Portanto, é importante dispor de métodos de análise capazes de monitorar o

uso ou abuso potencial destes fármacos nas práticas veterinárias4.

Para cada fármaco, é determinado o seu período de carência, que é o intervalo de

tempo, em horas ou dias, que deve ser observado entre a aplicação do agente e a

liberação para o consumo do produto (carne, leite, ovos e mel) oriundo do animal

tratado. É o período entre a administração do fármaco até a sua biotransformação e

excreção, de acordo com a sua farmacocinética. Nesse período não deve haver o

abatimento do animal ou coleta de leite. Respeitar o período de carência é, portanto,

essencial para que o alimento não possua resíduo do produto em níveis acima do limite

máximo permitido (LMR), de modo a assegurar que a presença de resíduos, quando

existirem, esteja dentro dos limites permitidos, ou seja, aceitável e seguro para a saúde

humana5.

A gestão e execução de um programa de monitoramento destinado a identificar

os produtos químicos utilizados na pecuária, para fins de controle de doenças e

promoção de crescimento, são significativamente dependentes da química analítica

durante as etapas de triagem, identificação e confirmação de resíduos de fármacos. Para

Page 18: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

2

cumprir os requisitos regulatórios, é necessário empregar métodos analíticos sensíveis,

seletivos e confiáveis2.

Atualmente, as técnicas de cromatografia a líquido acoplada a espectrometria de

massa são muito utilizadas por serem ferramentas poderosas para a análise de resíduos

de medicamentos veterinários6

devido à sua alta sensibilidade, possibilitando a

quantificação em nível de traços (ng g-1

) de resíduos em diferentes matrizes. Aliada à

sensibilidade, apresentam também grande seletividade, pois permitem a identificação

inequívoca dos analitos de interesse, tanto pelo tempo de retenção, como pelo espectro

de massas. Dentre os sistemas de espectrometria de massas acoplados às técnicas

cromatográficas, tem-se o triplo quadrupolo, que é uma técnica em que três quadrupolos

são utilizados em sequência (QqQ-MS ou MS/MS); o sistema de quadrupolo seguido de

analisador de tempo de voo (qTOF-MS), onde os íons produzidos na fonte de ionização

do espectrômetro são acelerados através de um “tubo de voo” para serem identificados e

o íon-trap MS (IT-MSn), quadrupolo tridimensional que captura os íons que são

introduzidos em seu interior e os mantêm “aprisionados” até que uma determinada

radiofrequência seja aplicada e torna os íons de certa razão m/z instáveis, de forma que

são libertados do trap7. Todos estes sistemas são utilizados em estudos confirmatórios e

de quantificação, cada um com sua especificidade.

No que diz respeito aos analitos que foram objeto deste estudo, ou seja, os

antimicrobianos da classe aminoglicosídeos, estes são isolados a partir de espécies de

Streptomyces ou Micromonospora, agindo diretamente na síntese proteica das bactérias.

Como fármacos, são utilizados em gado leiteiro para tratar mastites, no tratamento da

leptospirose em bovinos, ovinos, caprinos e suínos, e também no tratamento de várias

infecções causadas por bactérias gram negativas8. As concentrações séricas observadas

com as doses terapêuticas estão próximas das doses tóxicas (baixo índice terapêutico).

A toxicidade celular é característica comum dos aminoglicosídeos (exceto a

espectinomicina), em função de sua absorção para o meio intracelular. Seus efeitos

tóxicos mais importantes são nefrotoxicidade (dano causado por certas substâncias, nos

rins ao nível glomerular, tubular, intersticial e vascular), ototoxicidade (dano aos

sistemas coclear e/ou vestibular resultante de exposição a substâncias químicas) e

bloqueio neuromuscular9. Logo, o consumo de alimentos de origem animal, tais como o

leite e a carne, que podem conter resíduos de aminoglicosídeos, representa risco

potencial para a saúde dos seres humanos10,11

.

Page 19: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

3

Nesse contexto, o monitoramento de resíduos de aminoglicosídeos em amostras

de alimentos faz parte do conjunto de necessidades de implementação no escopo dos

órgãos fiscalizadores. O desenvolvimento de métodos analíticos capazes de detectar e

quantificar os analitos de forma inequívoca e que sejam rápidos, de baixo custo e

gerando a menor quantidade de resíduos possível, é de extrema importância para o

monitoramento do cumprimento da legislação relacionada à presença desses compostos,

garantindo a qualidade e segurança do alimento que chega ao consumidor.

Portanto, foram desenvolvidos e validados neste trabalho métodos para a análise

de dez aminoglicosídeos utilizados na medicina veterinária a fim de detectá-los e

quantificá-los em matrizes de origem animal.

O trabalho foi realizado em colaboração com o Laboratório Nacional

Agropecuário (LANAGRO/RS), no setor de análise de Resíduos de Pesticidas e

Medicamentos Veterinários (RPM) que dispôs de toda a infraestrutura necessária como

material para os métodos de extração/clean up, equipamentos de LC-MS/MS tanto para

screening como para análise quantitativa.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver e validar método de screening por LC-qTOF-MS e método

confirmatório por LC-MS/MS para determinação e quantificação de antibióticos da

classe aminoglicosídeos em leite bovino, músculo de bovino, de suíno e de frango, em

atendimento ao Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A partir do objetivo geral descrito, derivam-se os objetivos específicos desse

estudo que foram:

- Estabelecer as condições de análise por cromatografia a líquido acoplada a

espectrometria de massas (LC-qTOF-MS e LC-MS/MS) para os analitos alvo;

- Avaliar métodos de preparo de amostra envolvendo extração/clean up (extração

líquido-líquido (LLE), desproteinização e dispersão em fase sólida) simples, rápidos, de

Page 20: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

4

baixo custo e de baixo impacto ambiental, gerando menos resíduo em comparação aos

métodos encontrados na literatura;

- Validar as metodologias desenvolvidas de acordo com as normas específicas

estabelecidas pela Diretiva 2002/657/EC;

- Implementar as metodologias desenvolvidas e validadas para o controle de

qualidade e de fiscalização exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), dentro do escopo do PNCRC.

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O aumento dos dados relativos à análise de risco de diferentes substâncias

presentes nos produtos de origem animal levou a uma maior preocupação com a

regulamentação dos níveis máximos de resíduos permitidos de diversos fármacos de uso

veterinário. Neste contexto, o uso de antimicrobianos na medicina veterinária é feito

com finalidade mais ampla do que as tradicionalmente utilizadas em seres humanos.

Além do uso terapêutico e profilático, o médico veterinário emprega os antimicrobianos

na metafilaxia, ou seja, prevenção mediante o uso de antimicrobianos. O uso dos

fármacos de uso veterinário desperta interesse por parte dos consumidores de produtos

de origem animal, quer pela possibilidade real de remanescerem resíduos nos produtos

derivados dos animais tratados, quer por aspectos ligados ao desenvolvimento de

resistência bacteriana em especial no caso dos antibióticos12

.

Considera-se de extrema importância um sistema eficiente de controle sobre

níveis de resíduos, bem como, um programa para controle do uso de medicamentos

veterinários e sua possível presença no final da cadeia alimentar, isto é, quando o

produto chega ao consumidor. Por efeito, torna-se possível o monitoramento de forma

completa que permita a aplicação de políticas eficazes de segurança alimentar12

.

O gerenciamento e a execução de um programa de regulamentação com o

objetivo de identificar os medicamentos utilizados pela pecuária são significativamente

dependentes de métodos de triagem, de identificação e quantificação de resíduos de

medicamentos6.

Page 21: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

5

No Brasil, esse gerenciamento é realizado pelo MAPA através do PNCRC,

programa federal de inspeção e fiscalização das cadeias produtivas de alimentos,

baseado em análise de risco, que visa monitorar a efetividade dos controles

implementados pelos sistemas de produção e a respectiva qualidade e segurança dos

produtos de origem animal e vegetal disponibilizados ao comércio e ao consumo. Este

monitoramento oficial é realizado por meio da verificação da presença e dos níveis de

resíduos de substâncias químicas potencialmente nocivas à saúde do consumidor13

.

As análises laboratoriais são realizadas nos laboratórios da Rede Nacional de

Laboratórios Agropecuários (Laboratórios Nacionais Agropecuários – LANAGROs) e

em laboratórios privados ou públicos credenciados pelo MAPA, todos com acreditação

do Inmetro na Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005.

3.2 LEGISLAÇÃO

O limite máximo de resíduo permitido (LMR) é definido como a concentração

máxima de resíduo resultante do uso na medicina veterinária em alimentos, expressa em

mg kg-1

, g kg-1

ou ng kg-1

do peso do produto fresco, recomendada ou que se permita

legalmente ou que se reconheça como aceitável na parte interna ou externa de um

alimento . A Tabela 1 mostra o LMR para os aminoglicosídeos abordados neste estudo

em amostras de alimentos de origem animal. Os valores de LMR são estabelecidos e

definidos pelo Codex Alimentarius (órgão ligado à Organização Mundial de Saúde –

OMS) como a concentração máxima de resíduo tolerável no alimento e é baseado na

ingestão diária aceitável (IDA) do composto, definida como a quantidade máxima de

resíduos que, se ingerida diariamente durante toda a vida, não oferece risco apreciável à

saúde, determinada a partir do NOEL (do inglês, no observed effect level), um índice de

toxicidade é determinado no processo de avaliação toxicológica.

A regulamentação é cumprida quando os resíduos estão abaixo do LMR ou

quando o composto não é detectável com a melhor metodologia analítica disponível.

Quando o resíduo é quantificado acima de seu LMR, a amostra é considerada violada.

No caso de medicamentos proibidos ou não aprovados para uso, o menor nível de

detecção obtido com o método de screening é utilizado para definir a necessidade de

análises confirmatórias6.

Para garantir que os antibióticos são usados apenas em situações aprovadas e

para controlar a sua utilização em animais, as amostragens são realizadas nos

Page 22: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

6

abatedouros e as amostras avaliadas quanto à presença de resíduos dos fármacos

utilizados na medicina veterinária. Essas análises devem seguir a Diretiva 2002/657/CE

da Comissão Europeia14

e o Guia de Validação do MAPA15

, que estabelecem a

validação de um método analítico através de estudos laboratoriais, avaliando se os

parâmetros de desempenho analítico atendem às exigências para a aplicação analítica

pretendida.

Tabela 1. Limite máximo de resíduo (LMR), estabelecidos pela Comissão Europeia, para

os aminoglicosídeos abordados neste trabalho.

Antibiótico LMR leite

bovino

(µg kg-1

)

LMR músculo bovino,

suíno e de frango

(µg kg-1

)

Estreptomicina 200 500

Diidroestreptomicina 200 500

Apramicina * 1000

Gentamicina 100 50

Kanamicina 150 100

Espectinomicina 200 300

Neomicina 500 500

Amicacina * *

Tobramicina * *

Higromicina * *

(*) Não tem valor de LMR estabelecido. Nos casos em que os valores de LMR não estejam estabelecidos

adotou-se nesse trabalho um valor intermediário relativo aos LMR dos demais analitos.

Fonte: adaptado da Comissão Europeia.

3.3 AMINOGLICOSÍDEOS

Aminoglicosídeos são moléculas constituídas por dois ou mais aminoaçúcares

unidos por ligação glicosídica à hexose ou aminociclitol, que geralmente está em

posição central8, como representado na Figura 1.

Page 23: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

7

(A)

(B)

Figura 1. Estrutura química representativa dos aminoglicosídeos. (A) neomicina; (B)

tobramicina. Os asteriscos mostram os grupamentos aminas e as linhas de clivagem

mostram os açúcares de cada molécula.

Fonte: Turnipseed et al, 2009.

Todos os aminoglicosídeos agem pelo mesmo mecanismo, exercendo seu efeito

bactericida ao se ligarem à subunidade 30S do ribossomo, diminuindo a síntese proteica

e levando à leitura incorreta do RNA mensageiro, causando alteração no funcionamento

da membrana celular com saída de constituintes essenciais ao funcionamento da célula,

Page 24: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

8

provocando a morte celular. Inibem o crescimento de algumas bactérias gram-positivas

e diversas bactérias gram-negativas9.

Aminoglicosídeos são extensivamente utilizados na criação de animais para o

tratamento de infecções bacterianas ou promoção do crescimento e suas doses

terapêuticas estão próximas às doses tóxicas. A Tabela 2 apresenta um resumo dos

produtos veterinários destinados a aves, bovinos e suínos que possuem

aminoglicosídeos em sua composição utilizados no Brasil atualmente que possuem

registro no MAPA, de acordo com Compêndio de Produtos Veterinários - SINDAN

(CPVS)16

.Várias dessas formulações são utilizadas em diferentes espécies de animais,

logo, muitas delas se repetem entre as três espécies abordadas neste trabalho.

Tabela 2. Número de formulações contendo aminoglicosídeos disponíveis no Brasil

conforme o Compêndio de Produtos Veterinários - SINDAN (CPVS).

Aminoglicosídeo Espécie do animal nº de formulações

contendo o composto

Aves 2

Apramicina Bovinos 1

Suínos 2

Aves 0

Diidroestreptomicina Bovinos 14

Suínos 11

Aves 5

Espectinomicina Bovinos 4

Suínos 7

Aves 3

Estreptomicina Bovinos 36

Suínos 29

Aves 8

Gentamicina Bovinos 21

Suínos 13

Aves 1

Kanamicina Bovinos 0

Suínos 1

Aves 9

Neomicina Bovinos 28

Suínos 13 Fonte: adaptado do Compêndio de Produtos Veterinários - SINDAN (CPVS).

Page 25: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

9

Muitas destas formulações veterinárias apresentam associações com outros

fármacos de diferentes classes terapêuticas, mais comumente antiinflamatórios não

esteroidais e antimicrobianos das classes sulfonamidas e β-lactâmicos, o que pode levar

a um aumento do seu período de carência. A maioria das formulações é administrada

por via oral (através de premix que são adicionados na ração ou na água do animal) ou

por via intramuscular profunda. Já quando a indicação é tratamento de mastite em

vacas, existem muitas formulações que utilizam a via de administração intramamária.

Os aminoglicosídeos mais utilizados na medicina veterinária são estreptomicina,

gentamicina e neomicina. Apramicina e diidroestreptomicina são utilizadas

exclusivamente na medicina veterinária, enquanto os demais aminoglicosídeos também

têm uso em humanos. A Tabela 3 apresenta uma síntese das formas farmacêuticas

contendo aminoglicosídeos, via de administração e período de carência.

Tabela 3. Formas farmacêuticas, vias de administração e períodos de carência das

formulações contendo aminoglicosídeos disponíveis no Brasil.

Aminoglicosídeo Formas

farmacêuticas

Vias de

administração

Período de carência

Apramicina pó solúvel oral 28 dias músculo

premix oral 28 dias músculo

Diidroestreptomicina solução injetável intramuscular 30 dias músculo; 3 dias leite

solução injetável intramuscular 30 dias músculo; 3 dias leite

Espectinomicina premix oral 7 dias músculo; 2 dias leite

pomada tópica nenhum

Estreptomicina premix oral 12 dias músculo ; 2 dias leite

solução injetável intramuscular 30 dias músculo; 5 dias leite

suspensão intramamária 14 dias músculo; 4 dias leite

Gentamicina solução injetável intramuscular 30 dias músculo; 4 dias leite

premix oral 14 dias músculo

Kanamicina solução injetável intramuscular 15 dias músculo de ave; 22

dias músculo suíno

Neomicina premix e líquido oral 5 dias músculo; 2 dias leite

suspensão intramamária 5 dias leite

Fonte: adaptado do Compêndio de Produtos Veterinários - SINDAN (CPVS).

Page 26: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

10

Portanto, o monitoramento da presença destes compostos em produtos de origem

animal é de extrema importância tanto no que diz respeito à possibilidade de

desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos11

, como para garantir a segurança à

saúde humana.

Os aminoglicosídeos representam desafio analítico considerável, devido a isso,

essas substâncias são menos frequentemente analisadas do que outros medicamentos

veterinários. De acordo com Kaufmann e McGlinchey, as principais características que

acarretam inconvenientes nas diferentes etapas de preparo da amostra e análise são: a

elevada polaridade devido aos vários grupamentos amino e hidroxil em suas estruturas,

a ausência de grupos cromóforos e fluoróforos e a tendência a estabelecer fortes

ligações com as proteínas da matriz4,14

. Há indicações que a eficácia de extração se

correlaciona inversamente com o número de aminas primárias na estrutura de um

determinado aminoglicosídeo. Grupos amina adjacentes são capazes de formar quelatos

com vários íons carregados. Esse problema pode ser suprimido pela adição de reagentes

de ligação como complexos com EDTA4.

3.4 PREPARO DE AMOSTRA

De um modo geral, as etapas de extração e clean up, nos procedimentos

analíticos para a determinação de compostos em nível de traços em amostras que

possuem matrizes complexas, são consideradas etapas críticas. Vários métodos de

purificação como extração em fase sólida (SPE)4,10,11,14,18

, SPE on-line17

e dispersão de

matriz em fase sólida (MSPD)19

foram utilizadas para a extração de aminoglicosídeos.

Na maioria dos métodos publicados até o presente momento é utilizada a SPE,

geralmente precedida de extração com solvente orgânico e desproteinização da matriz

com ácido4.10,17,20

. Neste caso, a extração com solvente orgânico como acetonitrila é

usada seguida de clean up com hexano, a fim de retirar a gordura proveniente da matriz3

e a desproteinização é comumente utilizada na extração de antibióticos em matrizes

biológicas para remover possíveis interferentes na análise, melhorando a recuperação

dos analitos de interesse.

Métodos de triagem multirresíduos permitem analisar simultaneamente de forma

qualitativa um grande número de medicamentos de diferentes classes farmacológicas.

Page 27: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

11

Alguns destes métodos que incluem aminoglicosídeos, utilizam principalmente a

extração líquido-líquido (LLE)2,3,6,21

.

A Tabela I dos ANEXOS apresenta os principais métodos publicados para a

preparação de amostras visando à determinação de aminoglicosídeos em alimentos de

origem animal. No levantamento realizado, observa-se que, na maioria das

metodologias já publicadas, apenas alguns aminoglicosídeos são analisados. No entanto,

como esta classe de compostos tem grande utilização na medicina veterinária, a inclusão

de todos os aminoglicosídeos disponíveis no mercado em um único procedimento

analítico é fundamental para os órgãos de controle e fiscalização.

3.5 ANÁLISE DE AMINOGLICOSÍDEOS POR CROMATOGRAFIA A

LÍQUIDO ACOPLADA A ESPECTROMETRIA DE MASSAS

O acoplamento da cromatografia a líquido com a espectrometria de massas,

permite a utilização da versatilidade das diferentes combinações dos espectrômetros de

massas existentes do mercado. Neste trabalho, foram utilizados dois destes sistemas que

serão abordados a seguir.

3.5.1 Separação por cromatografia líquida

A separação dos componentes presentes na amostra por cromatografia a líquido

leva em conta o ajuste mais adequado dos parâmetros cromatográficos. Para os

aminoglicosídeos esta etapa requer atenção especial, pois a retenção desses compostos

em coluna de fase reversa é inaqueda devido à sua alta hidrofilicidade10

, dificultando

também a inclusão desses compostos em métodos multirresíduos, onde é analisada

simultaneamente uma gama variada de compostos, com as demais classes de

antimicrobianos utilizadas na medicina veterinária, que têm características mais

apolares.

A utilização de colunas de interação hidrofílica (HILIC), em que uma fase

estacionária fortemente polar é utilizada em combinação com uma fase móvel com alta

porcentagem de solvente orgânico, aparece como alternativa para a separação destes

analitos3,10,18,22,23,24

. Grupos polares ligados na superfície da fase estacionária sofrem

solvatação, retendo o analito mais fortemente. Vale lembrar que a separação

Page 28: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

12

cromatográfica está baseada na polaridade e no grau de solvatação dos analitos sendo

que a retenção pode combinar mecanismos de adsorção, partição e de troca iônica25

.

A utilização de um aditivo pareador iônico na fase móvel também atua como

uma poderosa ferramenta para a separação de aminoglicosídeos11

. O pareador iônico faz

uma modificação dinâmica na superfície da fase estacionária, auxiliando na retenção

dos analitos em colunas de fase reversa. Existem vários mecanismos propostos, sendo

classificados basicamente como estequiométricos e não estequiométricos26

.

No estequiométrico, o reagente de par iônico de carga oposta a do analito na fase

móvel forma um par iônico neutro, solúvel na fase orgânica, o que leva a um

aumentando da afinidade pela fase estacionária apolar (fase reversa)27

.

No não estequiométrico, o reagente de par iônico é adsorvido na superfície

apolar da fase estacionária com um grupo ionizado orientado na direção do meio

aquoso, atuando como um trocador iônico dinâmico. O analito é então atraído por forças

eletrostáticas para o grupo ionizado28

.

3.5.2 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas triplo

quadrupolo (LC-MS/MS) – Método de quantificação

O sistema de LC-MS/MS é bastante adequado quando se necessita de elevada

sensibilidade e critérios de identificação mais rigorosos. Quando se utiliza o sistema de

espectrometria de massas em tandem, a quantificação é realizada por SRM (do inglês:

selective reaction monitoring), em que duas transições específicas são utilizadas, sendo

a mais intensa para quantificar e a outra para confirmar a identidade química7. Desta

forma podem-se obter valores de sensibilidade adequados para atender às exigências das

agências de controle internacionais.

Quando da utilização da cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de

massas, a ionização pode se dar de várias formas. Para substâncias mais lábeis em

termos de fragmentação, como é o caso dos antimicrobianos, os sistemas de ionização

mais utilizados são o ESI (do inglês: Eletrospray Ionization) e APCI (do inglês:

Atmospheric Pressure Chemical Ionization). Além disso, a ionização pode ser

conduzida no modo positivo, onde o analito é carregado positivamente, e no modo

negativo, onde é carregado negativamente. De um modo geral, os antimicrobianos

utilizados nesse estudo apresentam melhor resposta quando ionizados no modo

positivo4,10,11,17

, neste caso, o íon molecular terá a estrutura [M+H+].

Page 29: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

13

Na ionização ESI, o líquido no qual o analito de interesse se encontra dissolvido

passa através de um capilar, a vácuo, mantido sob alta voltagem. Na saída do capilar são

formadas pequenas gotas altamente carregadas (“spray”) que são dessolvatadas ao se

deslocarem em sentido contrário ao posicionamento de um eletrodo. À medida que

ocorre a dessolvatação, o tamanho das gotas é reduzido até o ponto em que a força de

repulsão entre as cargas similares fica maior que as forças de coesão da fase líquida,

ocorrendo uma “explosão coulômbica”. Os íons gerados são transferidos para o interior

do espectrômetro de massas por uma série de dispositivos de focalização. Na ionização

por APCI, o eluente da coluna cromatográfica passa através de um nebulizador

pneumático no qual gotas são geradas e dessolvatadas. O “spray” formado passa por

uma região aquecida na qual o vapor é seco, formando espécies neutras que passam

através de uma corona de descarga. Um campo é aplicado na corona, e o analito é

ionizado7.

Após a etapa de ionização, os analitos seguem para o analisador. O analisador

híbrido de triplo quadrupolo consiste em dois quadrupolos com um segundo quadrupolo

entre eles que atua como célula de colisão, permitindo a análise de massas em tandem.

Os íons se dirigem desde a fonte de ionização para o primeiro quadrupolo, onde é

selecionado o íon precursor. Após a célula de colisão está disposto um quadrupolo final

e o detector fotomultiplicador. Os instrumentos de triplo quadrupolo têm quatro

possíveis modos de operação: análise dos íons produto (product-ion scan), seguimento

da reação selecionada (SRM- selected reaction monitoring), perda neutra constante

(constant neutral loss) e análise do íon precursor (precursor-ion scan) 7

. Esses quatro

modos de operação correspondem às opções de trabalho dos quadrupolos 1 e 3 em

modo de varredura completa de íons (full scan) ou de monitoramento do íon

selecionado (SIM).

No modo product-ion scan, é feita a varredura dos íons. No primeiro quadrupolo é

isolado o íon de interesse que, em seguida, é fragmentado na célula de colisão. No

quadrupolo final é feita a varredura dos íons produzidos a partir da fragmentação do íon

de interesse para obtenção do espectro de massas. Por sua vez, no modo de operação

SRM, um íon precursor selecionado no primeiro quadrupolo é fragmentado na célula de

colisão e íons produtos são monitorados no quadrupolo final. Já o modo constant

neutral loss permite observar íons que se fragmentam perdendo uma massa de estrutura

química específica e neutra. É realizada no triplo quadrupolo varrendo-se todos os

estágios de MS/MS simultaneamente para comparar as diferenças entre as massas

Page 30: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

14

varridas. Finalmente, quando o modo precursor-ion scan é selecionado, a varredura é

realizada quando o primeiro quadrupolo é ajustado para transmitir íons dentro de um

intervalo de m/z de interesse, os quais são fragmentados na célula de colisão, para que

no quadrupolo final sejam transmitidos íons de uma única razão m/z 7.

Após o analisador, se encontra o detector do espectrômetro de massas, sendo que

este último pode ser uma multiplicadora de elétrons, um MCP (do inglês: Multichannel

Plate Detector), entre outros.

3.5.3 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas

quadrupolo-tempo de voo (LC-qTOF-MS) - Método de triagem

(Screening)

Métodos de triagem para multirresíduos são capazes de analisar qualitativamente

ou semi-quantitativamente analitos de várias classes que possam ser extraídos

simultaneamente no mesmo procedimento de preparo de amostra e analisados no

mesmo método cromatográfico e condições no espetrômetro de massas. Os métodos

multirresíduos quando associados a testes de triagem eficientes, permitem otimizar de

forma bastante relevante a eficiência analítica do laboratório, inclusive sob o ponto de

vista financeiro, pois são capazes de analisar considerável número de compostos em

uma única análise, reduzindo assim, tanto a quantidade de amostra necessária como o

tempo total para obter o resultado.

Um sistema LC-qTOF-MS consiste em um quadrupolo e célula de colisão

adaptado de um instrumento triplo quadrupolo acoplado a um analisador de tempo de

voo com aceleração ortogonal para MS/MS. Consequentemente, o analisador qTOF-MS

tem a capacidade de análise do MS, assim como modos de operação em MS/MS. Em

modo MS/MS, o equipamento seleciona um íon precursor no primeiro quadrupolo, o

qual é fragmentado mediante CID (do inglês collision induced ionization - técnica de

fragmentação de baixa energia), na célula de colisão e realiza a análise de massas dos

íons fragmento no analisador por tempo de voo (TOF, do inglês time of flight),

proporcionando um espectro de massa exata dos íons produto em full-scan. Assim, o

LC-qTOF-MS possibilita o desenvolvimento de métodos de multirresíduos com alta

especificidade na identificação das substâncias por meio da caracterização da massa

exata dos analitos de interesse com quatro algarismos decimais, evitando falsos

positivos. Além disso, permite a exploração pós-análise dos dados da amostra e a

Page 31: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

15

avaliação da presença de metabólitos e analitos non-target sem a necessidade de padrão

analítico7.

A ionização ocorre da mesma forma que no LC-MS/MS descrito anteriormente,

e a análise ocorre no analisador TOF, onde a separação dos íons está baseada na terceira

lei de Newton. Fundamentalmente, o princípio de funcionamento deste analisador está

baseado na medida de tempo que levam os íons gerados e acelerados com a mesma

energia na fonte de íons, para alcançar um eletrodo coletor localizado a uma distância

pré-determinada. À medida que os íons possuem a mesma energia, mas diferentes

massas, estes chegarão ao coletor em momentos diferentes, dependendo da sua massa,

carga e energia cinética.

A exatidão na medida das massas proporcionada por um analisador TOF é muito

mais alta que para qualquer outro instrumento, devido a excelente separação e detecção

de íons no tubo de voo, permitindo erros inferiores a 5 ppm na exatidão da medida de

massas dos íons (esse valor é aceito para verificação da composição elementar). Para

alcançar tal exatidão de massas esses instrumentos requerem uma frequente calibração

do espectrômetro de massas. A calibração on-line é vital para evitar flutuações que

podem acontecer durante a realização da análise.

Desta forma, buscando não apenas atender aos parâmetros necessários, no que

diz respeito à sensibilidade e seletividade, este trabalho foi desenvolvido para também

disponibilizar metodologia analítica de screening confiável, que permita a redução no

tempo total de emissão de laudos com relação à presença de resíduos de

aminoglicosídeos em produtos de origem animal, permitindo a inclusão do mesmo no

escopo do PNCRC.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 REAGENTES, PADRÕES E MATERIAIS

Os padrões dos antimicrobianos utilizados no desenvolvimento do trabalho

foram: sulfato de tobramicina (TBR) (Sigma-Aldrich, grau de pureza 98%), sulfato de

estreptomicina (STR) (Dr Ehrenstorfer, grau de pureza 96%), sesquissulfato de

diidroestreptomicina hidratado (DHSTR) (Dr Ehrenstorfer, grau de pureza 99%), sulfato

Page 32: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

16

de kanamicina (KNM) (Dr Ehrenstorfer, grau de pureza 94,5%), hidrato de higromicina

B (HGR) (Dr Ehrenstorfer, grau de pureza 84,3%), sulfato de gentamicina hidratado

(GNT) (Dr Ehrenstorfer, grau de pureza 97%), diidrocloridrato de espectinomicina

pentaidratado (SPC) (Fluka, grau de pureza 99,3%), sulfato de apramicina (APR)

(Fluka, grau de pureza 95%), sulfato de neomicina (NEO) (Dr Ehrenstorfer, grau de

pureza 90%) e hidrato de amicacina (AMC) (Dr Ehrenstorfer, grau de pureza 99%).

Como solventes foram utilizados: água ultrapura (Milli-Q) com resistividade

controlada em 18,2 Mm e acetonitrila grau LC Mass Spec (Tedia, grau de pureza

99,9%) e os demais reagentes empregados foram: ácidotricloroacético (TCA) (Vetec,

grau de pureza ≥ 99%), ácido nonafluorpentanóico (NFPA) (Sigma-Aldrich, grau de

pureza 97%), Chromabond® Sorbent C18 ec, (Macherey-Nagel) e ácido

etilenodiaminotetracético (EDTA) (Vetec).

4.2 PREPARO DAS SOLUÇÕES ESTOQUE, INTERMEDIÁRIA E DE

TRABALHO

As soluções padrão estoque (1 mg mL-1

) individuais foram preparadas

dissolvendo-se em torno de 10 mg do padrão analítico de cada composto em água

ultrapura em balão volumétrico de 10 mL. A massa de cada um dos padrões analíticos

empregados foi corrigida de acordo com a pureza e considerada a massa correspondente

ao cátion do sal, dado que o padrão analítico comercial estava na forma de sal de cada

um dos compostos analisados.

A solução intermediária dos analitos para a matriz leite foi preparada

adicionando 100 L da solução estoque GNT, 150 L da solução estoque KNM, 200

L das soluções estoque SPC, STR e DHSTR, e 500 L das soluções estoque APR,

NEO, AMC, TBR e HGR, em balão volumétrico de 10 mL, completado com água

ultrapura. Esse pool (mistura) é balanceado em função dos diferentes LMRs dos

analitos, o que determina a faixa de trabalho que será utilizada.

A solução de trabalho para leite foi preparada diluindo-se cinco vezes a solução

intermediária. Nas amostras de leite, a adição de 50 L da solução de fortificação em 1,0

mL de amostra equivale a 100 ng g-1

para o analito GNT, 150 ng g-1

para o analito KNM,

200 ng g-1

para SPC, STR e DHSTR, e 500 ng g-1

para os analitos APR, NEO, AMC,

TBR e HGR.

Page 33: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

17

Para a matriz músculo, não foi utilizada solução intermediária. A solução de

trabalho consiste em 50 L da solução estoque GNT, 100 L da solução estoque KNM,

000 L das soluções estoque SPC, 500 L das soluções estoque STR, DHSTR, NEO,

AMC, TBR e HGR, e 1000 L da solução estoque APR, em balão volumétrico de 10 mL,

completado com água ultrapura. A adição de 100 L desta solução em 10 g de músculo

equivale a 50 ng g-1

para GNT, 100 ng g-1

para KNM, 300 ng g-1

para SPC, 500 ng g-1

para

STR, DHSTR, NEO, AMC, TBR e HGR, e 1000 ng g-1

para APR.

4.3 MÉTODOS

4.3.1 Análise Instrumental

4.3.1.1 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas triplo

quadrupolo (LC-MS/MS)

O sistema LC-MS/MS usado foi um cromatógrafo a líquido Agilent 1100 Series

acoplado a um espectrômetro de massas API 5000 Applied Biosystems (AB Sciex,

Foster City, CA).

O desenvolvimento da metodologia por LC-MS/MS foi realizado através da

otimização da fragmentação do analito (infusão), otimização das condições da fonte de

ionização (FIA) e otimização das condições da cromatografia líquida.

Na etapa de infusão utilizou-se o fluxo contínuo do padrão dos analitos na

concentração de 200 ng mL-1

em água, com fluxo de 10 µL min-1

, utilizando uma

seringa conectada a uma bomba, com ionização por eletrospray no modo positivo (ESI

+). A infusão permite que seja vista uma resposta imediata do sinal quando é feita

alguma mudança nos parâmetros de massas e, portanto, é realizada a fim de otimizar a

ionização e fragmentação do analito. Na infusão ocorre a otimização de parâmetros do

equipamento relacionados aos compostos de interesse, como gás de colisão (CAD, que

controla a pressão do gás na célula de colisão), voltagem do orifício de entrada (DP, do

inglês Declustering Potential, controla a voltagem no orifício de entrada do

triploquadrupolo), potencial de entrada (EP, do inglês Entrance Potential, controla o

potencial de entrada dos analitos), potencial de saída da célula de colisão (CXP, do

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18

inglês Collision Cell Exit Potential, controla o potencial da saída da célula de colisão) e

energia de colisão (CE, do inglês Collision Energy, controla o potencial aplicado na

célula de colisão).

Em seguida foi realizada análise de infusão em fluxo (FIA, do inglês flow

injection analysis). A análise por FIA consiste em melhorar as condições de ionização

do analito, de forma que a maior parcela possível de moléculas do analito seja

convertida para a forma ionizada. A solução padrão dos analitos foi injetada pelo

amostrador automático na corrente do cromatógrafo a líquido, sem a coluna. Durante o

processo de otimização, múltiplas injeções da solução são feitas, com alteração dos

parâmetros entre as injeções. Essa etapa ocorre na fonte de ionização do equipamento.

Os principais parâmetros otimizados nessa etapa são: gás da fonte (GS1, controla o gás

de nebulização), gás auxiliar (GS2, controla o gás auxiliar), temperatura (TEM,

temperatura do heater), gás de cortina (CUR, do inglês Curtain Gas, o gás com fluxo

entre o curtain plate e o orifício de entrada para o triplo quadrupolo) e voltagem do

spray de íons (IS, do inglês Ion Spray Voltage, controla a voltagem aplicada à agulha

que ioniza a amostra na fonte).

Por fim, foram selecionadas as duas transições mais abundantes de cada composto

(a primeira tomada como quantificadora, e a segunda como qualificadora) e

estabelecido o método de análise no modo SRM. Todos os dados foram processados

no software Analyst versão 1.4.2 (AB Sciex).

Após a otimização das condições da espectrometria de massas, foi realizada a

otimização das condições de cromatografia a líquido. Os fatores que devem ser

considerados é o modo de ionização selecionado, a coluna analítica a ser utilizada (fase

estacionária, diâmetro, comprimento e tamanho de partícula), a fase móvel utilizada,

pois a composição tem de garantir uma boa ionização e uma boa separação

cromatográfica (pH, solventes, aditivos), gradiente da fase móvel e fluxo. A coluna

cromatográfica utilizada foi uma Waters XTerra MS C18 (2,1 × 100 mm, 3,5 µm), com

uma pré-coluna SecurityGuard (Phenomenex) C18 (4,0 × 3,0 mm, 5 μm). Foi utilizada

uma fase móvel binária, onde a aquosa foi 10 mM de NFPA e a orgânica 10 mM de

NFPA em acetonitrila.

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19

4.3.1.2 Cromatografia a líquido acoplada a espectrômetro de massas quadrupolo-

tempo de voo (LC-qTOF-MS)

O sistema LC-qTOF-MS usado foi um cromatógrafo líquido Agilent 1100 Series

associado a um espectrômetro de massas API 5600 Applied Biosystems (AB Sciex,

Foster City, CA).

Os parâmetros de ionização foram otimizados a partir dos definidos por LC-

MS/MS, porém, em uma análise por tempo de voo, não são monitorados

exclusivamente os analitos de interesse como no modo SRM, e sim é feito um scan da

amostra e a identificação das substâncias é feita por meio da caracterização da massa

exata (com incerteza no máximo de 5 ppm) dos analitos de interesse e pelo seu tempo

de retenção. Logo, não é feita a otimização de ionização individual para cada analito. A

análise de dados é feita pelo software Multiquant 2.1.1.

4.3.2 Avaliação da supressão iônica no LC-MS/MS com ionização por

eletrospray

A supressão iônica foi determinada por infusão pós-coluna de solução

contendo os analitos de interesse, na concentração de seus LMRs em NFPA 10

mM:água ultrapura:acetonitrila, na proporção de 2:1:1, respectivamente.

Simultaneamente, através da coluna cromatográfica, é realizada a análise do solvente

puro, e, em seguida, de um extrato de matriz branca isento dos analitos de interesse

obtida através do processo de preparo de amostra estabelecido, descrito a seguir. A

primeira análise corresponde à intensidade dos analitos na presença da fase móvel, sem

a presença da matriz, cuja interferência é avaliada pela segunda análise. A Figura 2

apresenta um esquema de como é realizada a avaliação da supressão.

Page 36: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

20

Figura 2. Figura representando o esquema do modo de avaliação da supressão iônica

(circulado na figura) no sistema de LC-MS/MS.

Fonte: a autora.

4.3.3 Amostragem

As amostras selecionadas para estudo foram leite bovino e músculo bovino,

suíno e de frango, provenientes de produtores, para análise pelo PNCRC, previamente

analisadas pelo laboratório RPM do LANAGRO/RS.

As amostras foram coletadas por Fiscais Federais Agropecuários seguindo o

procedimento do Manual de Coleta de Amostras do PNCRC/Animal29

, em

estabelecimentos inspecionados em várias regiões do país, de acordo com a

programação anual de análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA) e, posteriormente, remetidas ao LANAGRO.

As amostras foram coletadas, identificadas, embaladas e lacradas, congeladas,

acondicionadas em caixas isotérmicas e enviadas ao laboratório29

. No laboratório as

amostras são homogeneizadas, uma alíquota de 1 mL de leite e 10 g de músculo, é

separada e congelada novamente até o dia da análise.

4.3.4 Preparação da amostra: extração e clean up

Foram avaliados procedimentos de extração da amostra utilizando soluções de

ácido tricloroacético (TCA) em diferentes concentrações e processos de clean up

utilizando partição com hexano, dispersão em fase sólida e purificação a baixa

temperatura utilizando freezer (-20ºC) e ultrafreezer (-70ºC). Após estudo preliminar, as

Page 37: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

21

condições experimentais do método de maior eficiência foram otimizadas mediante a

realização de um planejamento fatorial 24.

4.3.5 Planejamento fatorial

Foi realizado um planejamento fatorial 24

com ponto central para avaliar

variações nas etapas do processo extrativo, sendo que as variáveis foram: volume de

amostra, volume do extrator, concentração de TCA e tempo de refrigeração, assim

como apresentado na Tabela 4. As condições experimentais utilizadas na otimização do

processo extrativo estão na Tabela 5. O fator de resposta utilizado para avaliação foi

área do pico cromatográfico. Os dados foram tratados utilizando a planilha eletrônica

previamente descrita por Teófilo et al30

.

Tabela 4. Variáveis e níveis empregados no planejamento fatorial 24 com triplicata do

ponto central.

Fatores (-) 0 (+)

1 Volume amostra 1 mL 5 mL 9 mL

2 Volume extrator 1:1 1:2 1:3

3 % TCA 5 10 15

4 Tempo congelamento (freezer) 20 min 40 min 60 min

Resposta: área do pico cromatográfico. Fonte: a autora.

Page 38: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

22

Tabela 5. Condições experimentais codificadas utilizadas na otimização do processo

extrativo.

Ensaio 1 2 3 4

1 (-) (-) (-) (-)

2 (+) (-) (-) (-)

3 (-) (+) (-) (-)

4 (+) (+) (-) (-)

5 (-) (-) (+) (-)

6 (+) (-) (+) (-)

7 (-) (+) (+) (-)

8 (+) (+) (+) (-)

9 (-) (-) (-) (+)

10 (+) (-) (-) (+)

11 (-) (+) (-) (+)

12 (+) (+) (-) (+)

13 (-) (-) (+) (+)

14 (+) (-) (+) (+)

15 (-) (+) (+) (+)

16 (+) (+) (+) (+)

17 0 0 0 0

18 0 0 0 0

19 0 0 0 0

Fonte: a autora.

4.3.6 Validação do método

O procedimento de validação foi realizado de acordo com a Decisão da

Comissão Europeia 2002/657/EC32

para métodos de resíduos de medicamentos

veterinários. Foram avaliados limite de detecção (LOD), limite de quantificação (LOQ),

CCα, CCβ, especificidade, linearidade, exatidão, precisão intra-dia e inter-dia.

A quantificação é realizada usando curvas de calibração de tipo standard

addition solvent. Amostras brancas são fortificadas com solução padrão e submetidas ao

Page 39: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

23

processo extrativo completo. Curvas são preparadas usando o equivalente a 0,0, 0,25,

0,5, 1,0, 1,5 e 2,0 vezes o valor do LMR.

A concentração dos analitos nas amostras é calculada utilizando a equação da

reta, obtida pela injeção dos padrões da curva, plotados como a razão de áreas no eixo

das ordenadas e a razão das concentrações nominais no eixo das abscissas. As amostras

desconhecidas têm sua concentração calculada através da regressão linear, utilizando a

equação da reta obtida.

O procedimento de validação inclui a análise de 21 amostras brancas fortificadas

com solução padrão em três diferentes níveis de concentração (50%, 100% e 150% do

LMR), com a curva de calibração, três tissue standards (extrato de amostras brancas

onde é adicionado a solução padrão na concentração do LMR após processo extrativo),

amostra branca e padrão em solvente. Esse procedimento foi realizado três vezes, em

três dias diferentes. Também foram analisadas 20 amostras brancas diferentes para

avaliar a especificidade.

Para os analitos que não possuem o valor de LMR definido, foi adotada a

concentração de 500 ng g-1

como nível de validação para as matrizes leite e músculo.

Para validação de método qualitativo, a decisão da Comissão Europeia

2002/657/EC preconiza o valor de capacidade de detecção ou CCβ, que representa a

menor quantidade de substância que pode ser detectada, identificada e/ou quantificada

em uma amostra com uma probabilidade de erro aceitável de 5%32

. O procedimento de

validação no LC-qTOF-MS inclui a análise de 20 amostras brancas fortificadas com a

solução de trabalho. Para que o erro seja até 5%, o analito deve ser identificado em pelo

menos 19 das 20 amostras.

Também foi realizada a análise de 20 amostras brancas para a avaliação da

especificidade.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 PARÂMETROS SELECIONADOS PARA ANÁLISE POR LC-MS/MS

As soluções dos padrões analíticos foram analisadas separadamente para a

otimização de ionização e de fragmentação de cada composto. A ionização por

Page 40: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

24

eletrospray no modo positivo (ESI +) foi a que apresentou os melhores resultados para

estes compostos. Todos os analitos obtiveram resposta satisfatória de ionização no

modo positivo (ESI+) devido as suas características estruturais, e a adição de 0,1% de

ácido fórmico melhorou a sensibilidade e resolução. Selecionaram-se as duas transições

mais abundantes de cada analito. A mais intensa foi definida como quantificadora e a

segunda como confirmatória.

Após o ajuste dos parâmetros de ionização, realizou-se a otimização da fonte de

ionização (por FIA). Os resultados estão descritos na Tabela 6, juntamente com os

parâmetros utilizados no LC-qTOF-MS, descritos a seguir.

Tabela 6. Parâmetros de ionização e do analisador utilizados por LC-MS/MS e LC-

qTOF-MS.

Parâmetros LC-MS/MS LC-qTOF-MS

Ioniz

ação

ES

I +

CUR 30 psi 30 psi

GS1 55 psi 55 psi

GS2 55 psi 55 psi

TEM 600ºC 600ºC

IS 5500 eV 5500 eV

Anal

isad

or

CAD 8 psi ̶

EP 10 eV ̶

DP variável 100 eV

CE variável 20 eV

CXP variável ̶

Dwell time 50 msec ̶ CUR: gás de cortina; GS1:gás da fonte 1; GS2: gás auxiliar; TEM: temperatura; IS: voltagem do spray de

íons; CAD: gás de colisão; EP: potencial de entrada; DP: voltagem do orifício de entrada; CE: energia de

colisão; CXP: potencial de saída da célula de colisão. Fonte: a autora.

Posteriormente, foi otimizado o método de separação cromatográfica.

Inicialmente, tentou-se utilizar uma coluna de interação hidrofílica (Hypersil GOLD

HILIC, 150 × 2,1 mm, 5 µm) dado que, assim como mencionado na seção 3.5.1, as

colunas de interação hidrofílica poderiam melhorar a sensibilidade por LC-

MS/MS3,10,18,22,23,24

. Foram avaliadas diversas condições cromatográficas, variando a

Page 41: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

25

concentração de tampão e de ácido na fase móvel, como mostra a Tabela II em

ANEXOS. Observou-se que quanto maior a concentração de tampão (acetato de

amônio) e de ácido, melhor a resolução dos picos cromatográficos. Porém, infelizmente

não se obteve sensibilidade satisfatória para as concentrações desejadas, além de

resolução inadequada dos picos cromatográficos, como se pode ver na Figura 3.

Figura 3. Cromatograma dos analitos em estudo obtido no modo SRM utilizando a

coluna HILIC.

Fonte: a autora.

Optou-se então trabalhar com uma coluna de fase reversa utilizando pareador

iônico na fase móvel. Como fase estacionária, foi utilizada uma coluna Waters XTerra

MS C18 (2,1 × 100 mm, 3,5 µm), com temperatura controlada a 40ºC, com pré-coluna

SecurityGuard (Phenomenex) C18 (4,0 × 3,0 mm, 5 μm). Foi utilizada fase móvel

binária, com fluxo de 300 µL min-1

, e o tempo total da análise de 10 minutos. A fase

móvel A foi uma solução aquosa com 10 mM de NFPA (ácido nonafluorpentanóico), e

a fase móvel B, acetonitrila com 10 mM de NFPA. O gradiente para a separação

cromatográfica otimizado consiste de uma composição inicial de 95% da fase A que

decresce linearmente até 10% em 4 minutos. Essa condição é mantida por 4 minutos e,

AMINOGLICOSÍDEOS

1.0 6.0 7.0

3.8e5

Inte

nsity, cp

s

1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0Time, min

3.8e5

Inte

nsity, c

ps

Page 42: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

26

em seguida, cresce linearmente até 95% durante 1 minuto e se mantém nessa condição

por mais um minuto, totalizando 10 minutos de análise. O tempo de equilíbrio entre as

análises é de 4 minutos na condição inicial.

A utilização de pareador iônico é necessária devido à alta hidrofilicidade dos

aminoglicosídeos, o que dificulta a sua retenção em colunas de fase reversa

convencionais. A adição de NFPA na fase móvel auxilia na retenção dos analitos na

coluna C18 e facilita sua ionização, aumentando o sinal no MS/MS31

.

Finalmente, foram obtidos os cromatogramas no modo de aquisição SRM

definindo o tempo de retenção de cada analito, como mostra a Figura 4. As condições

de SRM para cada analito estão na Tabela 7.

Figura 4. Cromatograma dos 10 analitos em solvente analisados no modo SRM nas

condições estabelecidas no LC-MS/MS.

Fonte: a autora.

4.0 5.0 6.0 8.0 9.0

1.03e5

Inte

nsity, cp

s

4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0

Time, min

1.03e5

Inte

nsity

, cp

s,

Page 43: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

27

Tabela 7. Estrutura e fórmula molecular dos analitos em estudo com os respectivos

parâmetros de razão m/z utilizados na análise mediante LC-MS/MS.

Estrutura molecular Fórmula

molecular

[M+H]+ ID Q3 CE (eV) CXP

(eV)

Espectinomicina

C14H24N2O7 351,0

SPC 1 333,0 23 36

SPC 2 207,0 29 22

Tobramicina

C18H37N5O9 468,2

TBR 1 163,3 31 26

TBR 2 145,0 29 16

Gentamicina

C21H43N5O7 478,2

GNT 1 157,3 30 10

GNT 2 322,4 20 10

Kanamicina

C18H36N4O11 485,2

KNM 1 163,1 33 24

KNM 2 205,2 33 16

Higromicina

C23H29NO12 528,3

HGR 1 177,1 37 26

HGR 2 352,1 29 16

Page 44: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

28

Apramicina

C21H41N5O11 540,3

APR 1 217,2 35 24

APR 2 378,2 23 14

Estreptomicina

C21H39N7O12 582,0

STR 1 263,0 43 30

STR 2 246,0 47 26

Diidroestreptomicina

C21H41N7O12 584,0

DHSTR 1 263,0 41 28

DHSTR 2 246,0 47 26

Amicacina

C22H43N5O13 586,2

AMC 1 264,0 35 28

AMC 2 425,3 25 26

Neomicina

C23H46N6O13 615,3

NEO 1 293,1 35 16

NEO 2 323,2 31 18

ID: identificação; Q3: transição; CE: energia de colisão; CXP: potencial de saída da célula de colisão.

Fonte: a autora.

Page 45: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

29

5.2 PARÂMETROS SELECIONADOS PARA ANÁLISE POR LC-QTOF-

MS

Durante as análises mediante LC-qTOF-MS, utilizou-se o mesmo método

cromatográfico otimizado para LC-MS/MS.

A faixa de m/z estabelecida para aquisição de dados para o espectrômetro de

massas foi de 100 a 1000 Da. Foi realizada a calibração do espectrômetro de massas

entre cada análise utilizando o calibrante APCI Positive Calibration Solution for the AB

SCIEX TripleTOF Systems de ionização no modo positivo.

A análise por LC-qTOF-MS permite alta especificidade na identificação das

substâncias por meio da caracterização da massa exata dos analitos de interesse com

quatro algarismos decimais considerando um erro de no máximo 5 ppm, além do tempo

de retenção.

Os resultados foram satisfatórios para todos os analitos em ambas as matrizes. A

Tabela 8 apresenta a faixa de m/z e os tempos de retenção de cada analito nas análises

de LC-qTOF-MS.

Tabela 8. Faixa de m/z para o espectrômetro de massas e tempo de retenção de cada

analito no LC-qTOF-MS.

Analito Faixa de m/z Tempo de

Retenção (min)

AMC 586,2906 - 586,2966 6,43

STR 582,2705 - 582,2765 6,34

DHSTR 584,2861 - 584,2921 6,35

SPC 351,1737 - 351,1797 6,20

APR 540,2851 - 540,2911 6,57

TBR 468,2640 - 468,2700 6,53

HGR 528,2300 - 528,2500 6,32

NEO 615,3171 - 615,3231 6,71

KNM 485,2429 - 485,2489 6,47 KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC: espectinomicina; AMC:

amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR: tobramicina.

Fonte: a autora.

Page 46: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

30

5.3 DETERMINAÇÃO DA SUPRESSÃO IÔNICA NO LC-MS/MS COM

IONIZAÇÃO POR ELETROSPRAY

A supressão iônica foi determinada através da infusão pós-coluna da solução de

trabalho dos analitos em solvente, simultaneamente com a análise de solvente puro e do

extrato da matriz definida como branco, através da coluna cromatográfica para avaliar

as interferências da matriz. Observou-se, para a matriz leite, uma área de supressão em

torno de 6 minutos (Figura I em ANEXOS), que poderia interferir na análise visto que o

primeiro analito tem tempo de retenção de 6,32 minutos. Esse comportamento já era

esperado dado que a desvantagem do uso de pareador iônico é justamente causar

supressão iônica. Porém, devido às características dos analitos em questão já

mencionadas anteriormente, a análise na ausência do pareador iônico torna-se inviável.

A Figura 5 apresenta a supressão iônica dos analitos NEO, SPC e TBR em relação ao

cromatograma para os dos dez analitos em estudo, na matriz leite. A NEO tem tempo de

retenção em 6,77 minutos, logo, a faixa de supressão não afeta o seu perfil

cromatográfico. A SPC tem tempo de retenção em 6,32 minutos, coincidindo com a

faixa de supressão. Já a TBR apresenta um perfil um pouco diferente que os demais,

porém, também apresenta zona de supressão entre 6 e 6,5 minutos e seu tempo de

retenção é em 6,7 minutos. Essa supressão não interferiu de forma significativa as

análises dos dez analitos em matriz.

Page 47: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

31

Figura 5. Gráficos da supressão iônica da neomicina (NEO), espectinomicina (SPC) e

da tobramicina (TBR), comparados com o cromatograma dos dez analitos em estudo.

Fonte: a autora.

Page 48: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

32

Para a matriz músculo também se observa uma área de supressão entre 1,5 e 2

minutos, e outra em torno dos 6 minutos, a qual é mais representativa devido aos

tempos de retenção dos analitos. Observa-se também que o comportamento do sinal foi

bem similar para as três espécies avaliadas. A Figura 6 apresenta a supressão iônica para

a DHSTR em solvente e em músculo bovino, suíno e de frango. A supressão iônica dos

demais analitos está na Figura II em ANEXOS.

Da mesma forma que para a matriz leite, essa supressão já era esperada devida a

utilização do pareador iônico e não se mostrou significante durante as análises.

Figura 6. Supressão iônica da diidroestreptomicina (DHSTR) em músculo bovino,

suíno e de frango.

Fonte: a autora.

5.4 PREPARO DE AMOSTRA

Para o preparo de amostra, utilizou-se extração por desproteinização e diferentes

procedimentos de clean up foram avaliados.

A desproteinização é comumente utilizada na extração de antibióticos em

matrizes biológicas para remover possíveis interferentes na análise, melhorando a

recuperação dos analitos em interesse. Para isso, utiliza-se geralmente solventes

orgânicos como acetonitrila ou ácidos como o ácido tricloroacético (TCA). Kaufmann et

0,00E+00

9,00E+04

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

Page 49: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

33

al indicam que a integralidade da desproteinização induzida por TCA na extração de

aminoglicosídeos nessas matrizes são critérios importantes. Concentrações abaixo de

2% produzem extratos turvos, dificultando o clean up. Já a utilização de maiores

concentrações de TCA melhoram significativamente a recuperação de alguns

aminoglicosídeos4. Para a etapa de extração, foram avaliadas diferentes concentrações

de TCA em água e acetonitrila. Foram avaliados procedimentos de clean up da amostra

como partição com hexano, dispersão em fase sólida e purificação a baixa temperatura

utilizando freezer (-20ºC) e ultrafreezer (-70ºC).

O TCA promove a desproteinização, comumente usada na extração de

antibióticos em matrizes biológicas onde a remoção de interferências é necessária,

mantendo recuperações adequadas analitos de interesse14

. Na maioria dos casos, utiliza-

se somente acetonitrila para desproteinização, porém isso não se aplica aos

aminoglicosídeos, pois devido a sua alta polaridade, necessitam da presença de água,

mesmo em baixa quantidade, para que o processo de extração seja eficiente.

O procedimento de clean up que obteve melhor resultado foi purificação a -20ºC

seguida de dispersão com C18 a granel. Uma vez escolhidas as condições iniciais, foi

realizado o planejamento fatorial descrito, no item 4.3.5.

5.4.1 Planejamento fatorial

Em um planejamento fatorial são investigadas as influências de todas as

variáveis experimentais de interesse e os efeitos de interação na resposta ou respostas.

Se a combinação de k fatores é investigada em dois níveis, um planejamento fatorial

consistirá de 2k

experimentos. Normalmente, os níveis dos fatores quantitativos são

nomeados pelos sinais – (menos) para o nível mais baixo e + (mais) para o nível mais

alto, porém o que importa é a relação inicial entre o sinal dado e o efeito obtido, não

sendo um critério definido a nomeação dos sinais. Os sinais para os efeitos de interação

de 2ª ordem e de ordem superior entre todas as variáveis do planejamento, realizando

todas as combinações possíveis, são obtidos pelo produto dos sinais originais das

variáveis envolvidas. Desta maneira, é possível construir as colunas de sinais para todas

as interações. Em muitos casos, a realização de repetições autênticas pode ser algo

inconveniente por diversas razões. Para contornar este infortúnio e obter uma boa

estimativa dos erros, um experimento é normalmente incluído no centro do

planejamento, em que o valor médio dos níveis de todas as variáveis é empregado. São

Page 50: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

34

os conhecidos experimentos no ponto central (nível zero). Deste modo, é possível

avaliar a significância dos efeitos ou coeficientes, tanto em planejamentos de triagem

(completos ou fracionários) como em metodologias de superfície de resposta. Além

desta vantagem, recomenda-se este tipo de experimento pelas seguintes razões: o risco

de perder a relação não linear entre os intervalos é minimizado e é possível estimar um

modelo razoável e verificar se há falta de ajuste30

.

Os volumes de amostra avaliados foram 1 mL, 5 mL e 9 mL. Os volumes de

solvente extrator foram uma, duas e três vezes o volume da amostra. A concentração do

TCA foi avaliada em 5%, 10% e 15%. Por fim, o tempo de congelamento foi variado

em 20, 40 e 60 minutos.

Os resultados estão expressos na Tabela III em ANEXOS. A variável empregada

como fator de resposta foi a área do pico. Analisando os gráficos da distribuição normal

foi possível verificar que, de um modo geral, as variáveis mais significativas foram a 2

(volume do solvente extrator em relação ao volume da amostra) e a 3 (concentração de

TCA), e que elas são inversas, ou seja, uma apresenta melhor desempenho no nível -1

enquanto a outra no nível +1. Além disso, o efeito da variável 3 foi positivo em 9 dos 10

analitos, o que indica que ela deve ser utilizada no nível +1, ou seja, 15% de TCA. Já a

variável 4 (tempo de congelamento), apesar de não tão significativa para a maioria dos

analitos, se mostrou melhor no nível -1, ou seja, 20 minutos. Assim, as melhores

condições foram: 1 mL de amostra, 1 mL de solvente extrator, 15% de TCA e 20

minutos de congelamento.

Com o menor volume de amostra e o menor volume do extrator obteve-se o

melhor procedimento de extração. Esse dado é importante visto que não há nenhum

procedimento de concentração do extrato devido à inviabilidade de evaporação pela

grande quantidade de fase aquosa do procedimento, o que gera mínima quantidade de

resíduo. Já para a concentração do ácido no extrator, o melhor resultado foi com a maior

concentração (15%). Kaufmann et al. relata a necessidade de ácidos para a extração dos

analitos da matriz4. Em geral, os métodos publicados utilizam concentrações mais

baixas devido à etapa de SPE posterior à extração, onde deve haver a correção do pH

para a eluição4. Para a etapa de clean up utilizando purificação a baixa temperatura, o

menor tempo de congelamento avaliado (20 minutos) obteve melhor resposta, que é

importante quando se considera um laboratório de rotina onde há grande número de

amostras a serem analisadas no menor espaço de tempo possível.

Page 51: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

35

Considerando que as variáveis volume do solvente extrator e a concentração de

TCA no solvente extrator foram as mais influentes, foi realizado um desenho de

composto central com quatro pontos axiais e três repetições para o ponto central,

conforme Tabela 9. A análise dos dados e modelagem matemática foi processada

utilizando o software estatístico Minitab 16 (Minitab, State College, PA, EUA) com

delineamento aleatório. A partir dos dados de área dos picos cromatográficos, foi

calculada a regressão, e, os modelos matemáticos foram validados utilizando ANOVA.

Os gráficos de contorno e de superfícies de resposta foram obtidos da mesma forma.

Como a variável 1 utiliza diferentes volumes de solvente extrator, foi feita correção pelo

fator de diluição para a análise dos dados.

Tabela 9. Variáveis e níveis empregados no delineamento de composto central e

condições experimentais codificadas.

Variáveis Axial Central axial

-1,41 -1 0 1 1,41

Variável 1:volume extrator (mL) 0,6 1 2 3 3,4

Variável 2: %TCA 3 5 10 15 17

Experimentos Variável 1 Variável 2

1 -1 -1

2 -1 1

3 1 -1

4 1 1

5 0 0

6 0 0

7 0 0

8 -1,41 0

9 0 -1,41

10 1,41 0

11 0 1,41

TCA: ácido tricloroacético.

Fonte: a autora.

As análises dos modelos para Neomicina, Apramicina e Tobramicina mostraram

adequação aos modelos propostos, ou seja, sem falta de ajuste (Lack-of-Fit) e com

coeficiente de determinação superior a 0,70 (NEO= 0,8074; APR= 0,7319; TBR=

0,7753). As interações dos fatores A e B foram excluídas dos modelos a fim de

Page 52: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

36

melhorar sua adequação aos dados experimentais, em função da ausência de

significância estatística (α=0,05). Os componentes quadráticos dos fatores, igualmente,

não apresentaram significância, no entanto, melhoraram seus coeficientes de

determinação. Os componentes lineares dos fatores A e B apresentaram-se

estatisticamente significativos para o modelo da NEO e da TBR, exceção feita a APR

que apresentou significância estatística apenas para o fator B. A superfície de resposta e

o gráfico de contorno para esses analitos estão representados na Figura 7.

A superfície de resposta e o gráfico de contorno do modelo da NEO evidenciam

que há um ponto ótimo experimental (A=0,5-0,8; B= 0,5-1,0), sendo que o fator A e B

chegam a um platô em torno dessa região. O modelo da TBR apresentou aspectos

similares ao modelo da NEO, entretanto, com ausência do platô na região próxima ao

ótimo experimental. A despeito disso, a diluição deve ser considerada, em termos

práticos, pois a quantificação dos analitos é realizada a partir da área do pico

cromatográfico, e quanto maior a diluição realizada no processo de preparo de amostra,

menor será o sinal. Assim, apesar da região ótima ter se mostrado próxima ao nível +1

do fator A (volume de solvente extrator), foi optado por trabalhar no nível -1 para evitar

maiores diluições.

A superfície de resposta da APR evidenciou uma aproximação ao modelo linear

com clara influência do fator B (concentração de TCA). Por meio do gráfico de

contorno fica evidente que o aumento das concentrações de TCA no solvente extrator

leva a um aumento da área do sinal cromatográfico do analito em questão.

Os demais analitos, muito embora tenham apresentado adequação quando ao

parâmetro da falta de ajuste dos modelos, não obtiveram valores de coeficiente de

determinação satisfatório, ou seja, a maior variabilidade experimental não foi explicada

pelos modelos propostos. Visto que os analitos anteriormente analisados são

representativos dos demais, as conclusões obtidas a partir destes foram aplicadas a

todos.

Page 53: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

37

Figura 7. Superfície de resposta e gráfico de contorno obtidos pelo desenho de

composto central para os analitos apramicina (APR), tobramicina (TBR) e neomicina

(NEO). Dados obtidos no software estatístico Minitab 16.

Fonte: a autora.

Page 54: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

38

A partir dos resultados dos planejamentos fatoriais, estabeleceu-se a condição de

compromisso, ou seja, a melhor condição para analise simultânea dos 10 analitos em

estudo. A partir de 1,00 0,1 mL de leite, adiciona-se 50 µL de solução de EDTA 150

mM, homogeneíza- e mantém-se em repouso por 10 minutos. Em seguida, adiciona-se 1

mL da solução de TCA 15% em acetonitrila:água (1:1) e homogeniza-se. Após as

amostras são mantidas em mesa agitadora durante 20 minutos, e então centrifugadas por

10 minutos a 4.000 rpm. Do sobrenadante resultante, 1 mL é transferido para microtubo

de centrífuga de 1,5 mL e mantido em freezer por 20 minutos, seguido de centrifugação

por 10 minutos a 12.000 rpm. Em seguida, o sobrenadante é transferido para microtubo

de centrífuga de 1,5 mL contendo 25 mg de C18 a granel, agitadas em vórtex e

centrifugadas por 10 minutos a 12.000 rpm. Posteriormente, 500 μL são transferidos

para vial de plástico contendo 500 μL de NFPA 10 mM e 20 μL são analisados no

sistema de LC-MS/MS, conforme fluxograma na Figura 8. A Figura III em ANEXOS

mostra o pico cromatográfico com as duas transições no modo SRM para cada analito

na amostra.

Para a matriz músculo das espécies bovino, suíno e de frango utilizou-se o

mesmo procedimento de extração, porém com algumas alterações. A extração foi

realizada com 10 0,1 g de amostra e 10 mL do solvente extrator. Essa maior

quantidade de amostra é necessária para que a homogeneização no ultra-turrax fique

adequada. O procedimento de clean up não foi alterado. A Figura 9 apresenta o

fluxograma de preparo de amostra para músculo.

A utilização de EDTA é necessária porque alguns aminoglicosídeos tendem a

complexar com metais presentes na matriz24

. Mesmo concentrações relativamente

pequenas de EDTA são suficientes para melhorar a recuperação de compostos afetados4.

Todo o procedimento foi realizado em material de plástico, pois os analitos em

questão tem afinidade com vidro, devido aos vários grupos hidroxilas em suas

estruturas, podendo haver comprometimento dos mesmos.

Page 55: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

39

Figura 8. Fluxograma do preparo de amostra para a matriz leite. Fonte: a autora.

Figura 9. Fluxograma do preparo de amostra para a matriz músculo de bovino, suíno e

frango. Fonte: a autora.

Page 56: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

40

5.5 PARÂMETROS DE DESEMPENHO DO MÉTODO DE

QUANTIFICAÇÃO POR LC-MS/MS

De acordo com a Diretiva 2002/657/CE da Comissão Europeia, os seguintes

parâmetros foram avaliados: limite de detecção (LOD), limite de quantificação (LOQ),

linearidade, especificidade, recuperação, limite de decisão (CCα), capacidade de

detecção (CCβ), precisão intra-dia e inter-dia e exatidão32

.

5.5.1 Limite de detecção e limite de quantificação

O limite de detecção (LOD) é o resultado único e simples que, associado a uma

probabilidade, pode ser distinguido do valor de um branco adequado. O limite de

quantificação (LOQ) é a menor concentração de analito capaz de ser determinada com

um nível aceitável de precisão e veracidade33

. Os limites de detecção e de quantificação

foram determinados em matrizes brancas fortificadas com a solução de trabalho em

concentrações diluídas. Para o limite de detecção, considera-se a concentração onde a

relação sinal/ruído seja acima de 3, e para o limite de quantificação, acima de 10. Os

valores de LOD e LOQ para cada analito estão apresentados na Tabela 10.

Tabela 10. Valores de LMR e nível de validação, LOD e LOQ para cada analito para

leite e músculo bovino, suíno e de frango.

Leite Músculo bovino, suíno e de frango

Analito

LMR e

nível de

validação

(ng g-1

)

LOD

(ng g-1

)

LOQ

(ng g-1

)

LMR e

nível de

validação

(ng g-1

)

LOD

(ng g-1

)

LOQ

(ng g-1

)

GNT 100 15 25 50 5 12,5

KNM 150 15 37,5 100 15 25

STR 200 30 50 500 50 125

DHSTR 200 20 50 500 50 125

SPC 200 20 50 300 30 75

AMC 500 50 125 500 50 125

APR 500 50 125 1000 100 250

HGR 500 50 125 500 50 125

NEO 500 50 125 500 50 125

TBR 500 50 125 500 50 125 GNT: gentamicina; KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC:

espectinomicina; AMC: amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR:

tobramicina. Fonte: a autora.

Page 57: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

41

5.5.2 Linearidade

Linearidade é a capacidade de o método produzir resultados diretamente

proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo

especificado, com curvas de calibração que podem ser adequadamente ajustadas pela

equação de uma reta15

.

A relação matemática utilizada para o cálculo da concentração dos analitos pode

ser obtida usando o modelo conhecido como regressão linear, determinada pelo

método dos mínimos quadrados, representada na equação da reta abaixo:

y = ax + b

Onde:

y = resposta medida (absorbância, altura ou área do pico, etc.);

x = concentração;

a = inclinação da curva de calibração – sensibilidade;

b = interseção com o eixo y, quando x = 0.

A linearidade foi definida a partir das curvas analíticas na matriz com 6 níveis de

concentração, onde o valor do LMR foi utilizado como ponto central. As equações de

reta resultantes para os analitos em leite estão sintetizadas na Tabela 11, juntamente

com o coeficiente de determinação r². As respectivas curvas estão apresentadas na

Figura IV em ANEXOS. Para análise de resíduos, o MAPA utiliza como critério interno

valores de r² superior a 0,95 para que uma equação de reta seja considerada satisfatória.

Todos os analitos apresentaram linearidade satisfatória no intervalo de trabalho

de zero a 2 vezes da concentração do LMR de cada analito em leite e em músculo

bovino, suíno e de frango.

Page 58: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

42

Tabela 11. Equações de reta e coeficiente de determinação (r²) para cada analito em

matriz leite.

GNT: gentamicina; KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC:

espectinomicina; AMC: amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR:

tobramicina.

Fonte: a autora.

5.5.3 Especificidade

A especificidade foi avaliada pela análise de 21 amostras brancas diferentes para

cada matriz a fim de avaliar a presença de possíveis interferentes da amostra. Não foi

identificado nenhum interferente nas amostras nos tempos de retenção dos analitos de

interesse.

5.5.4 Exatidão, Precisão, Limite de Decisão (CCα) e Capacidade de Detecção

(CCβ)

Os valores de exatidão, precisão, CCα e CCβ foram determinados analisando 21

amostras brancas fortificadas com solução padrão em três diferentes níveis de (50%,

100% e 150% do LMR), e em três dias diferentes.

A exatidão reflete a proximidade entre o valor medido e um valor de referência

considerado verdadeiro. A exatidão é determinada comparando a média dos valores para

cada concentração com o seu valor teórico32

. Para concentrações acima de 10 µg kg -1

,

Analito Equação da reta r²

SPC y = 243,05x + 2822,9 0,9988

TBR y = 395,98x + 20670 0,9990

GNT y = 167,8x + 1266,7 0,9980

KNM y = 429,89x + 3972,8 0,9981

HGR y = 210,39x + 5914,5 0,9973

APR y = 185,37x + 4935,1 0,9988

STR y = 78,271x + 160,76 0,9987

DHSTR y = 740,93x + 4012,1 0,9995

AMC y = 98,01x + 1222,3 0,9990

NEO y = 97,098x + 3610,7 0,9969

Page 59: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

43

são aceitos valores de recuperação dentro do intervalo de -20% a +10% da concentração

teórica32

. Os resultados foram satisfatórios para todos os analitos nas matrizes validadas.

De acordo com a Diretiva 657/CE/2002, a precisão do método é o grau de

concordância entre resultados de ensaios independentes calculados sob a forma de

coeficiente de variação (CV) 32

. A repetibilidade é o resultado de ensaios independentes

do mesmo método, com o mesmo material de ensaio, no mesmo laboratório, realizado

pelo mesmo operador e utilizando o mesmo equipamento em um mesmo dia. A precisão

intra-dia relaciona os resultados de diferentes replicatas obtidos em um mesmo dia de

análise, e a precisão inter-dia relaciona os resultados obtidos em dias diferentes32

. O

critério utilizado foi a equação de Horwitz, um parâmetro de desempenho normalizado

indicando a aceitabilidade dos métodos de análise no que diz respeito à precisão, ou

seja, o valor de CV máximo aceitável para a concentração teórica.

Para precisão intra-dia, a equação de Horwitz é definida como CV = 2(1 – 0,5 log C)

,

onde C é a concentração teórica34

. A precisão inter-dia é calculada pelo CV intra-dia

multiplicado por 1,5.

A Tabela 12 apresenta os valores máximos de CV em porcentagem estabelecidos

pela equação de Horwitz para as concentrações utilizadas neste trabalho.

Tabela 12. Valores máximos de coeficiente de variação (CV) inter-dia e intra-dia de

acordo com a concentração teórica dos analitos determinados através da equação de

Horwitz.

Concentração

(ng mL-1

)

CV inter-dia

(% máx)

CV intra-dia

(% máx)

25 27,9 18,6

50 25,1 16,7

75 23,6 15,8

100 22,6 15,1

150 21,3 14,2

200 20,4 13,6

250 19,7 13,1

300 19,2 12,8

500 17,8 11,8

750 16,7 11,1

1000 16,0 10,7

1500 15,1 10,1

Fonte: a autora.

Page 60: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

44

Os valores calculados estão de acordo para todos os analitos em todas as

matrizes, exceto para a GNT na matriz músculo de frango, em que o CV intra-dia foi de

19,7% na concentração de 50 ng g-1

, enquanto o máximo aceitável segundo a equação

de Horwitz para essa concentração é de 16,7%. Pode-se observar que em alguns casos a

variação foi maior nas análises intra-dia comparado às inter-dia, que teoricamente

seriam maiores, considerando os fatores como variações de temperatura e até mesmo

pequenas variações intrínsecas ao processo de preparo de amostra e análise

instrumental.

O Limite de Decisão (CCα) e Capacidade de Detecção (CCβ) são parâmetros

definidos na Decisão 2002/657/CE que medem o desempenho do procedimento

analítico, levando em consideração a incerteza da medição no nível de concentração no

chamado nível de interesse. CCα significa o limite a partir do qual se pode concluir com

uma probabilidade de erro α que uma amostra é não conforme. CCβ significa o menor

teor de substância que pode ser detectado, identificado e/ou quantificado numa amostra

com uma probabilidade de erro de β. No caso de substâncias com LMR já estabelecido,

a capacidade de detecção é a concentração à qual o método é capaz de detectar

concentrações no LMR com uma certeza estatística de 1 – β. Para substâncias

permitidas, o valor de α e de β é 5%32

.

A incerteza global foi determinada pela metodologia Top-Down, que consiste em

usar a incerteza de reprodutibilidade, obtida em ensaios colaborativos, ou a incerteza de

precisão intermediária (reprodutibilidade intralaboratorial), obtida em estudo de

validação interna, ou ainda de dados de controle de qualidade de longo prazo, como

uma estimação da incerteza do resultado analítico15

. É uma expressão superestimada,

que não discrimina as contribuições gerais e o erro de reprodutibilidade intralaboratorial

do método. Não existe um valor máximo permitido, porém, quanto maior esse valor,

maior a incerteza do método. Os valores de CCα desse trabalho foram satisfatórios,

resultando em incerteza em torno de 13% para leite, 19% para músculo bovino, 15%

para frango e 8% para suíno. Os resultados estão expostos na Tabela 13 para leite,

Tabela 14 para músculo bovino e Tabela 15 para músculo de frango e suíno.

No caso de procedimento analítico já validado, pode ser realizada a extensão de

escopo incluindo novo analito ou matriz. Para a inclusão de nova matriz, os seguintes

estudos devem ser apresentados: linearidade; seletividade, exatidão, recuperação e

precisão, de forma a comprovar que a inclusão de nova matriz não altera o desempenho

Page 61: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

45

do método. A determinação de CCα e CCβ deve ser também refeita para a nova

combinação matriz-analito15

.

5.5.5 Recuperação

A recuperação foi determinada considerando a concentração de cada analito no

LMR. O cálculo é feito utilizando o sinal de cada pico do analito, pela comparação entre

amostras de tipo padrão de tecido (do inglês: tissue standard (TS)), considerado como

100% e as amostras com adição de padrão antes da extração (R). Os cálculos foram

realizados de acordo com a seguinte equação:

Recuperação (%) = R / TS × 100

Os resultados de recuperação estão incluídos na Tabela 13 para leite, Tabela 14

para músculo bovino e Tabela 15 para músculo de frango e suíno.

Os valores de recuperação foram satisfatórios, especialmente para a matriz leite,

com valores acima de 85%. Para músculo, os valores foram acima de 56% para bovino

e 54,5% para suíno, no entanto, para alguns analitos os resultados foram ainda

melhores, passando de 90% de recuperação. Os resultados para músculo de frango

foram os que obtiveram menores recuperações, com uma média de 40%.

5.5.6 Extensão de escopo

Após a validação do método para a matriz músculo bovino, foi feita a inclusão

de músculo de frango e suíno. De acordo com o Guia de Validação e Controle de

Qualidade Analítica do MAPA, não é necessário realizar todo o processo de validação

novamente15

. Para cada espécie a ser incluída, é feita uma análise que consiste na curva

analítica, vinte replicadas da amostra fortificadas na concentração do LMR e três TS. A

partir disto, é possível determinar a precisão através do CV, a recuperação e os valores

de CCα e CCβ para cada espécie15

. Também é realizada a análise de vinte amostras

brancas a fim de avaliar a seletividade para essas matrizes. Os resultados estão expostos

na Tabela 15.

Page 62: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

46

Tabela 13. Valores determinados para a matriz leite de exatidão, CV intra-dia, CV

inter-dia, recuperação, CCα e CCβ para cada analito nos três níveis de fortificação (50,

100 e 150 LMR) em três dias.

Analito

Nível de

Fortificação

ng g-1

Exatidão

%

CV intra-

dia%

CV inter-

dia%

Recuperação

%

CCα

ng g-1

Incerteza

%

CCβ

ng g-1

100,0 108,3 6,9 0,9

SPC 200,0 102,2 4,9 8,3 88,0 230,8 15,4 261,7

300,0 101,1 3,2 8,2

250,0 104,8 6,1 1,2

TBR 500,0 106,1 4,1 7,5 95,0 564,2 12,8 628,5

750,0 104,8 4,8 5,2

50,0 105,9 9,9 4,3

GNT 100,0 112,5 6,0 11,1 87,0 118,9 18,9 137,9

150,0 104,0 6,6 4,8

75,0 105,3 6,0 1,4

KNM 150,0 105,1 4,0 6,7 92,0 167,4 11,6 184,7

225,0 104,7 4,2 4,7

250,0 106,3 5,0 1,2

HGR 500,0 103,4 5,5 6,2 87,0 565,0 13,0 630,0

750,0 101,8 4,8 5,1

250,0 105,6 5,7 1,6

APR 500,0 104,0 4,6 4,7 94,0 546,2 9,2 592,5

750,0 102,6 3,7 1,8

100,0 105,3 6,8 2,3

STR 200,0 101,8 4,9 5,4 89,0 226,4 13,2 252,7

300,0 100,1 4,3 6,2

100,0 105,9 5,1 1,3

DHSTR 200,0 102,6 4,7 4,7 91,0 225,6 12,8 251,3

300,0 100,6 4,2 6,5

250,0 107,5 6,1 1,4

AMC 500,0 102,1 4,5 5,1 91,0 560,1 12,0 620,2

750,0 101,8 3,8 5,8

250,0 106,9 7,6 4,3

NEO 500,0 108,0 6,0 8,3 93,0 571,6 14,3 643,1

750,0 100,7 2,7 4,7 GNT: gentamicina; KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC:

espectinomicina; AMC: amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR:

tobramicina. Fonte: a autora.

Page 63: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

47

Tabela 14. Valores determinados para a matriz músculo bovino de exatidão, CV intra-

dia, CV inter-dia, recuperação, CCα e CCβ para cada analito nos três níveis de

fortificação (50, 100 e 150 LMR) em três dias.

Analito

Nível de

Fortificação

ng g-1

Exatidão

%

CV intra-

dia%

CV inter-

dia%

Recuperação

%

CCα

ng g-1

Incerteza

%

CCβ

ng g-1

150 115,2 8,9 20,2

SPC 300 98,8 4,1 10,5 69,0 400,8 33,6 501,6

450 98,0 3,0 14,3

250 112,0 7,4 2,3

TBR 500 105,0 3,8 3,7 84,0 577,5 15,5 655,0

750 107,6 2,6 6,1

25 109,0 7,1 3,6

GNT 50 103,7 4,7 6,0 64,3 62,4 24,8 74,9

75 100,8 10,1 4,8

50 107,4 5,5 5,4

KNM 100 100,0 5,8 2,3 57,0 129,3 29,3 158,6

150 104,8 2,2 4,3

250 109,8 4,8 3,3

HGR 500 100,4 4,4 1,8 69,0 587,1 17,4 674,2

750 103,1 1,9 1,4

500 111,2 6,1 4,9

APR 1000 103,4 4,4 1,0 91,0 1187,0 18,7 1374,1

1500 105,8 2,7 4,0

250 109,0 8,8 2,0

STR 500 101,2 4,9 1,5 59,0 592,0 18,4 684,0

750 103,6 3,2 3,0

250 111,5 5,5 3,4

DHSTR 500 102,3 4,2 1,1 81,0 590,1 18,0 680,2

750 104,1 2,8 2,7

250 107,0 6,1 7,0

AMC 500 101,3 3,9 4,8 56,0 563,4 12,7 626,9

750 106,3 3,1 4,6

250 120,5 10,2 10,0

NEO 500 112,3 6,8 6,0 57,0 610,9 22,18 721,8

750 118,1 9,3 4,4 GNT: gentamicina; KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC:

espectinomicina; AMC: amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR:

tobramicina.

Fonte: a autora.

Page 64: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

48

Tabela 15. Valores determinados para a matriz músculo de frango e suíno de CV,

recuperação, CCα e CCβ para cada analito determinados na extensão de escopo.

MÚSCULO DE FRANGO

Analito

Nível de

Fortificação

ng g-1

CV

%

Recuperação

%

CCα

ng g-1

Incerteza

%

CCβ

ng g-1

SPC 300 10,0 40,7 345,5 15,2 300,0

TBR 500 8,1 37,2 564,6 12,9 629,3

GNT 50 19,7 37,1 68,6 37,2 87,2

KNM 100 8,3 36,8 114,0 14,0 128,1

HGR 500 4,3 45,0 538,1 7,6 576,2

APR 1000 5,7 39,6 1099,2 9,9 1198,5

STR 500 12,1 41,5 605,2 21,0 710,3

DHSTR 500 10,0 41,4 586,1 17,2 672,2

AMC 500 5,7 44,2 549,1 9,8 598,3

NEO 500 6,9 38,3 563,1 12,6 626,1

MÚSCULO SUÍNO

Analito

Nível de

Fortificação

ng g-1

CV

%

Recuperação

%

CCα

ng g-1

Incerteza

%

CCβ

ng g-1

SPC 300 3,7 98,0 318,7 6,2 337,4

TBR 500 4,9 71,7 541,2 8,2 582,4

GNT 50 5,3 90,5 54,6 9,1 59,1

KNM 100 5,6 67,0 110,2 10,2 120,5

HGR 500 3,6 89,6 531,2 6,2 562,5

APR 1000 4,2 78,7 1069,4 6,9 1138,7

STR 500 3,5 76,3 530,4 6,1 560,9

DHSTR 500 3,3 97,1 528,5 5,7 557,0

AMC 500 5,3 54,5 547,3 9,5 594,6

NEO 500 6,8 58,6 556,8 11,4 613,7 GNT: gentamicina; KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC:

espectinomicina; AMC: amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR:

tobramicina.

Fonte: a autora.

5.6 PARÂMETROS DE DESEMPENHO DO MÉTODO QUALITATIVO

POR LC-QTOF-MS

De acordo com a Diretiva 657/CE/2002, os parâmetros de validação para

métodos qualitativos são CCβ e seletividade. O CCβ representa a menor quantidade de

Page 65: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

49

substância que pode ser detectada, identificada e/ou quantificada em uma amostra com

uma probabilidade de erro aceitável de 5%32

.

Para a determinação do CCβ, vinte amostras brancas foram fortificadas com a

solução de trabalho em diferentes concentrações para cada analito e analisadas pelo

mesmo método de extração descrito anteriormente. Foi verificada a presença de sinal no

tempo de retenção através da detecção da massa exata de cada analito, tendo-se um erro

aceitável de no máximo uma a cada vinte análises. A razão sinal-ruído do pico

cromatográfico deve ser maior que três. A Tabela 16 resume os valores de CCβ de cada

analito obtidos para as matrizes leite, músculo bovino, suíno e de frango, e a Figura 10

mostra o pico cromatográfico de cada analito na matriz leite considerando a faixa de

massa estabelecida. Os resultados foram satisfatórios para todos os analitos nas

concentrações de 25% de seus LMRs, exceto a gentamicina, pois não foi possível

detectá-la.

A avaliação da seletividade do método foi realizada pela análise de 20 amostras

brancas. Não foram identificados interferentes que pudessem contribuir com erro nos

procedimentos de identificação dos analitos.

Tabela 16. Valores CCβ em relação ao LMR para cada analito nas matrizes leite e

músculo (bovino, suíno e de frango).

Leite Músculo bovino,

suíno e de frango

Analito LMR

(ng g-1

)

CCβ

(ng g-1

)

LMR

(ng g-1

)

CCβ

(ng g-1

)

KNM 150 37,5 100 25

STR 200 50 500 125

DHSTR 200 50 500 125

SPC 200 50 300 75

AMC 500 125 500 125

APR 500 125 1000 250

HGR 500 125 500 125

NEO 500 125 500 125

TBR 500 125 500 125 KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC: espectinomicina; AMC:

amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR: tobramicina.

Fonte: a autora.

Page 66: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

50

Figura 10. Cromatograma no LC-qTOF-MS dos analitos em leite na concentração do

CCβ, considerando as faixas de massa estipuladas e seus tempos de retenção.

KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina; SPC: espectinomicina; AMC:

amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO: neomicina; TBR: tobramicina.

Fonte: a autora.

6 AVALIAÇÃO DE CUSTOS

Elaborou-se uma estimativa de custos para a realização de análise de 100 amostras

de músculo, considerando mais 15 amostras controles, comparando o método proposto

neste trabalho com o método proposto por Kaufmann et al4, onde é utilizado clean up

por SPE. As quantidades e os valores estimados estão expressos na Tabela 17. Pode-se

observar que o método aqui proposto, onde se procurou uma alternativa à SPE, torna-se

muito mais em conta no ponto de vista financeiro, além de todos os aspectos

relacionados ao tempo de análise e geração de resíduos, pois se considerarmos a análise

de 50 amostras por dia, o consumo médio de solventes é de 5 mL por análise de leite e

15 mL por análise de músculo e o tempo de análise é de aproximadamente 15 horas,

Page 67: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

51

considerando o tempo de preparo de amostra (aproximadamente 3 horas) e análise

instrumental (10 min de análise mais 4 min de equilíbrio por cada análise).

Tabela 17. Estimativa de custo considerando a análise de 100 amostras de músculo,

comparando com método publicado por Kaufmann et al.

Método proposto neste trabalho Método proposto por Kaufmann et al.

Item Quantidade Valor (R$) Item Quantidade Valor (R$)

acetonitrila 750 mL 36,00 Acetonitrila 4000 mL 192,00

TCA 165 g 122,00 TCA 60 g 45,00

Eppendorf 230 ud 9,20 OASIS MCX 115 ud 4000,00

C18 a

granel 2,9 g 1,83 HFBA 2 mL 55,60

NFPA 800 µL 42,00

Total 211,03 Total 4292,60 Fonte: a autora.

7 CONCLUSÕES

O desenvolvimento de métodos analíticos para determinação de resíduos em

alimentos é de extrema importância para garantir a segurança alimentar ao consumidor.

A determinação de níveis de antibióticos em alimentos, incluindo a classe de

aminoglicosídeos, é uma prioridade e, portanto, o desenvolvimento de métodos cada vez

mais rápidos, confiáveis e sensíveis para sua extração e posterior análise qualitativa e

quantitativa é de grande interesse, já que se encontram em concentrações ínfimas nas

matrizes.

Em relação aos resultados deste trabalho, os objetivos geral e específicos foram

alcançados, pois o método de preparo de amostra proposto apresentou-se adequado para

os parâmetros avaliados, sendo de fácil e rápida execução utilizando pouco volume de

solvente sendo adequado para análise de rotina de um número considerável de amostras

diárias (n ± 50/dia). A realização de um planejamento fatorial permitiu a otimização de

forma eficiente do processo de preparo de amostra. A análise por LC-MS/MS no modo

SRM permitiu a identificação e quantificação dos compostos, sendo uma ferramenta de

análise extremamente sensível e confiável. O screening por LC-qTOF-MS apresentou

Page 68: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

52

resultados satisfatórios considerando a razão sinal/ruído para os analitos em matriz na

concentração de 25% de seus LMRs. Além disso, permite adicionar outros compostos

similares futuramente, sendo uma ferramenta útil para análises de rotina,

proporcionando diminuição na quantidade de amostra e aumento da capacidade

laboratorial.

Os métodos desenvolvidos e validados aqui serão implementados no escopo de

análises do PNCRC animal/MAPA, pelo LANAGRO/RS.

Page 69: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

53

8 REFERÊNCIAS

1. LEHOTAY, S., MASTOVSKA, K., LIGHTFIELD, A., NUNEZ, A., DUTKO,

T., NG, C., BLUHM, L. Rapid analysis of aminoglycoside antibiotics in bovine

tissues using disposable pipette extraction and ultrahigh performance liquid

chromatography–tandem mass spectrometry. Journal of Chromatography A, v

1313, 2013.

2. BOUSOVA, K., SENYUVA, H., MITTENDORF, K. Quantitative multi-

residue method for determination antibiotics in chicken meat using turbulent

flow chromatography coupled to liquid chromatography–tandem mass

spectrometry. Journal of Chromatography A, v 1274, 2013.

3. CHIAOCHAN, C., KOESUKWIWAT, U., YUDTHAVORASIT, S.,

LEEPIPATPIBOON, N. Efficient hydrophilic interaction liquid

chromatography–tandem mass spectrometry for the multiclass analysis of

veterinary drugs in chicken muscle. Analytica Chimica Acta, v 682, 2010.

4. KAUFMANN, A., BUTCHER, P., MADEN, K. Determination of

aminoglycoside residues by liquid chromatography and tandem mass

spectrometry in a variety of matrices. Analytica Chimica Acta, v 711, 2012.

5. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Produtos veterinários.

Orientações para o uso responsável. Brasília, 2008.

6. MARTOS, P. A., JAYASUNDARA, F., DOLBEER, J., JIN, W., SPILSBURY,

L., MITCHELL, M., VARILLA, C., SHURMER, B. Multiclass, Multiresidue

Drug Analysis, Including Aminoglycosides, in Animal Tissue Using Liquid

Chromatography Coupled to Tandem Mass Spectrometry. Journal of

Agricultural and Food Chemistry, v 58, 2010.

7. CHIARADIA, M. C., COLLINS, C. H., JARDIM, I. C. S. F. O estado da arte da

cromatografia associada à espectrometria de massas acoplada à Espectrometria

Page 70: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

54

de massas na análise de compostos tóxicos em alimentos. Química Nova, Vol.

31, 2008.

8. TURNIPSEED, S. B,. CLARK, S. B., KARBIWNYK, C. M., ANDERSEN, W.

C., MILLER, K.E., MADSON, M.R. Analysis of aminoglycoside residues in

bovine milk by liquid chromatography electrospray ion trap mass spectrometry

after derivatization with phenyl isocyanate. Journal of Chromatography B, v

877, 2009.

9. OLIVEIRA, J. F. P., CIPULLO, J. P., BURDMANN, E. A. Nefrotoxicidade dos

aminoglicosídeos. Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, v 21, 2006.

10. GREMILOGIANNI, A. M., MEGOULAS, N. C., KOUPPARIS, M. A.

Hydrophilic interaction vs ion pair liquid chromatography for the determination

of streptomycin and dihydrostreptomycin residues in milk based on mass

spectrometric detection. Journal of Chromatography A, v 1217, 2010.

11. ZHU, W., YANG, J., WEI, W., LIU, Y., ZHANG, S. Simultaneous

determination of 13 aminoglycoside residues in foods of animal origin by liquid

chromatography–electrospray ionization tandem mass spectrometry with two

consecutive solid-phase extraction steps. Journal of Chromatography A, v

1207, 2008.

12. MAURICIO, A.d.Q., LINS, E.S., ALVARENGA, M.B. A National Residue

Control Plan from the analytical perspective-The Brazilian case. Analytica

Chimica Acta, v. 637, n 1-2, 2009.

13. http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/paginainicial/

pncrc, acessado em 20 de janeiro de 2015.

14. McGLINCHEY, T. A., RAFTER, P. A., REGAN, F., McMAHON, G.P. A

review of analytical methods for the determination of aminoglycoside and

macrolide residues in food matrices. Analytica Chimica Acta, v. 624, n. 1,

2008.

Page 71: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

55

15. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Guia de Validação e

Controle de Qualidade Analítica. Brasília, 2011.

16. http://www.cpvs.com.br, acessado em 25 de janeiro de 2015.

17. TAO, Y., CHEN, D., YU, H., HUANG, L., LIU, Z., CAO, X., YAN, C., PAN,

Y., LIU, Z., YUAN, Z. Simultaneous determination of 15 aminoglycoside(s)

residues in animal derived foods by automated solid-phase extraction and liquid

chromatography–tandem mass spectrometry. Food Chemistry, v 135, 2012.

18. OERTEL, R., NEUMEISTER, V., KIRCH, W. Hydroplilic interation

chromatography combined with tandem-mass spectrometry to determine six

aminoglycosides in serum. Journal of Chromatography A, v 1058, 2004.

19. STUBBINGS, G., BIGWOOD, T. The development and validation of a

multiclass liquid chromatography tandem mass spectrometry (LC–MS/MS)

procedure for the determination of veterinary drug residues in animal tissue

using a QuEChERS (QUick, Easy, CHeap, Effective, Rugged and Safe)

approach. Analytica Chimica Acta, v 637, 2009.

20. HONG, Y., LEE, S., KIM, H., HWANG, Y. Simultaneous Analytical Method

for the Neomycin, Gentamicin Residues in Seafood. Journal of Applied

Biological Chemistry, 2010.

21. DE ALWIS, H., HELLER, D. N. Multiclass, multiresidue method for the

detection of antibiotic residues in distillers grains by liquid chromatography and

ion trap tandem mass spectrometry. Journal of Chromatography A, v 1217,

2010.

22. HEATON, J., SMITH, N. W. Advantages and Disadvantages of HILIC; a Brief

Overview. Chromatography Today, may/june, 2012.

Page 72: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

56

23. JIANG, W., APPELBLAD, P., JONSSON, T., HEMSTRÖM, P. Analysis of

aminoglycosides with a Zwitterionic HILIC Stationary Phase and Mass

Spectrometry Detection, Chomatography Today, may/june, 2011.

24. KAHSAY, G., SONG, H., SCHEPDAEL, A. V., CABOOTER, D., ADAMS, E.

Review: Hydrophilic interaction chromatography (HILIC) in the analysis of

antibiotics. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, april, 2013.

25. BABIN, Y., FORTIER, S. A high-throughput analytical method for

determination of aminoglycosides in veal tissues by liquid

chromatography/tandem mass spectrometry with automated cleanup. Journal of

AOAC Internacional, v 90, 2007.

26. CECCHI, T. Ion pairing chromatography. Critical Reviews in Analytical

Chemistry, v 38, 2008.

27. HORVATH, C. High Performance Liquid Chromatography – Advances and

Perspectives, v 1, 1980.

28. MEYER, V. R. Practical High-Performance Liquid Chromatography. 2nd

, John

Wiley & Sons, 1996.

29. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de Coleta de

Amostras do PNCRC/MAPA. Brasília, 2011.

30. TEÓFILO, R. F., FERREIRA, M. M. C. Quimiometria II: planilhas eletrônicas

para cálculos de planejamentos Experimentais, um tutorial, Química Nova, v 29,

2006.

31. BERRADA, H., MOLTÓ, J. C., MANES, J., FONT, G. Determination of

aminoglycoside and macrolide antibiotics in meat by pressurized liquid

extraction and LC-ESI-MS. Journal of Separation Science, v 33, 2010.

Page 73: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

57

32. European Commission, Commission Decision (2002/657/EC) of 12 August

2002, Off. J. Eur. Union, L221 (2002).

33. INMETRO, Orientações sobre validação de métodos de ensaios químicos. In

DOQ-CGCRE-008, 01, R., Ed. 2003.

34. HORWITZ, W., RICHARD, A. The Horwitz Ratio (HorRat): A Useful Index of

Method Performance with Respect to Precision. Journal of AOAC

International, v 89, 2006.

Page 74: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

58

ANEXOS

Tabela I. Condições empregadas nos diferentes métodos de extração/clean up e técnicas cromatográficas publicadas

até o presente momento para diferentes aminoglicosídeos em matrizes de origem animal.

Analito Matriz Extração / clean-up Técnica

instrumental

Coluna

Analítica Referência

SPC, STP, DHSTP, AMC,

KNM, PRM, APR, TBR, SSM,

NEO, GNT

rim, fígado,músculo

(bovino), peixe

extração com TCA

seguida de SPE de troca

iônica

UPLC-MS/MS Kinetex C-18 (2.1 mm

x150 mm x2.6 um) 4

SPC, STP, DHSTP, AMC,

KNM, PRM, APR, TBR, GNT

C1,C2 C1a, NEO, HGR

músculo, fígado e rim (suíno

e de frango), mel, leite

bovino

extração com TCA

seguida de SPE LC-ESI-MS/MS

Capcell Pak C18 UG120

(150mm x2.0mm x 5 um) 11

SPC, STP, DHSTP, AMC,

KAN, PRM, APR, TBR, GNT

C1, NEO, HGR, RIB, KAS,

SSM, NET

músculo, fígado (suíno,

bovino e de frango), rim

(bovino e suíno), leite bovino

e ovos

extração com tampão

fosfato seguida de SPE de

troca iônica

LC-MS/MS

CAPCELL PAK ST

(150mm x 2.0 mm x 3

um)

17

STP, DHSTP leite extração com TCA

seguido de SPE LC-ESI-MS/MS

IPC (X Terra MS C18

50mm x2.1mm, 5 um)

HILIC (HILIC Fortis

100mm x3.0mm, 3um)

10

Multiclasses incluindo SPC,

STP, DHSTP músculo de frango LLE LC-ESI-MS/MS

HILIC (ZIC–HILIC

2.1mm x100mm, 3.5 um) 3

Multiclasses incluindo SPC, STP, NEO, GNT, KNM, AMC

músculo bovino LLE LC-ESI-MS/MS ZIC-HILIC (50mm 2.1

mm, 5 um) 6

GNT, NEO frutos do mar SPE LC-ESI-MS/MS C18 20

Page 75: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

59

Multiclasses incluindo KNM,

JSM, NEO músculo de frango LLE

Cromatografia de fluxo

turbulento e LC-ESI-

MS/MS

Turbo Flow TM 2

DHSTP, GNT, NEO músculo, rim e fígado de

vitela online SPE LC-ESI-MS/MS Nucleosil C18 25

SPC: espectinomicina; STP: estreptomicina; DHSTP: diidroestreptomicina; AMC: amicacina; KNM: kanamicina; PRM:paramomicina; APR: apramicina, TBR: tobramicina; SSM: sisomicina; NEO: neomicina; GNT: gentamicina; HGR: higromicina; RIB:

ribostamicina; KAS: kasugamicina; NET: netilmicina; DTM: destomicina; JSM: josamicina.

Fonte: a autora.

Page 76: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

60

Tabela II. Condições cromatográficas avaliadas neste trabalho.

Condição Coluna FM Gradiente Obs.

A B tempo %B

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Formiato de amônio 10 mM + 0,1%

ácido fórmico

Acetonitrila + Formiato de amônio

10 mM (10% H2O) + 0,1% ácido

fórmico

6 95 Não reteve todos os

analitos. 1 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 10 mM + 0,1%

ácido acético

Acetonitrila + Acetato de amônio

10 mM (10% H2O) + 0,1% ácido

acético

6 95 Não reteve todos os

analitos. 2 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 10 mM +1%

ácido acético

Acetonitrila + Acetato de amônio

10 mM (10% H2O) + 1% ácido

acético

6 95 Sem separação entre

os picos, picos com

caudas.

3 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 5 mM + 1%

ácido acético

Acetonitrila + Acetato de amônio 5

mM (10% H2O) + 1% ácido acético

6 95 Menor sensibilidade

comparado à

condição 3.

4 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 15 mM +1%

ácido acético

Acetonitrila + Acetato de amônio

15 mM (10% H2O) + 1% ácido

acético

6 95 Não houve melhora

em relação à

condição 3.

5 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 50 mM +1%

ácido acético

Acetonitrila + Acetato de amônio

50 mM (10% H2O) + 1% ácido acético

6 95 Melhora dos

formatos dos picos.

Sem separação entre eles.

6 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 100 mM + 1%

ácido acético

Acetonitrila + Acetato de amônio

100 mM (10% H2O) + 1% ácido

acético

6 95 Aumento de

sensibilidade e leve

separação entre os

picos.

7 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 100 mM + 1%

ácido acético Acetonitrila +1% ácido acético

6 95

Baixa resolução. 8 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Formiato de amônio 100 mM + 1%

ácido fórmico

Acetonitrila +Formiato de amônio

10 mM + 1% ácido fórmico

6 95

Picos com caudas. 9 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm, Formiato de amônio 150 mM + 1% Acetonitrila +Formiato de amônio 6 95 Melhor em relação à

Page 77: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

61

10 5 µm ácido fórmico 10 mM + 1% ácido fórmico 4 20 condição 9.

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 150 mM + 1,5%

ácido fórmico

Acetonitrila + Acetato de amônio

100 mM (10% H2O) + 1% ácido

fórmico

6 95 Aumento de

sensibilidade e leve

separação entre os

picos.

11 4 20

10 20

Hypersil GOLD HILIC, 150 × 2,1 mm,

5 µm

Acetato de amônio 250 mM + 1,5%

ácido fórmico Acetonitrila +0,2% ácido fórmico

6 95 Sem melhoria.

Sensibilidade ainda

insuficiente.

12 4 20

10 20

Kinetex HILIC 100A 100 × 2,1 mm, 2,6

µm

Acetato de amônio 250 mM + 1,5%

ácido fórmico Acetonitrila +0,2% ácido fórmico

6 95

Sem melhoria. 13 4 20

10 20

14 Waters XTerra MS C18 2,1 × 100 mm,

3,5 µm NFPA 10 mM Acetonitrila + NFPA 10 mM

4 5 Melhor condição

avaliada. Separação

dos picos

cromatográficos,

melhor resolução dos picos e maior

sensibilidade.

4 90 8 90 9 5

10 5

Fonte: a autora.

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62

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

SPC

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

APR

0,00E+00

1,00E+04

2,00E+04

3,00E+04

4,00E+04

5,00E+04

6,00E+04

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

TBR

-100

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

STR

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

GNT

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

DHSTR

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

KNM

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

AMC

Page 79: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

63

Legenda: Matriz Solvente

Figura I. Supressão iônica em solvente e em extrato branco de leite para

cada analito. GNT: gentamicina; KNM: kanamicina; STR: estreptomicina; DHSTR: diidroestreptomicina;

SPC: espectinomicina; AMC: amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO:

neomicina; TBR: tobramicina.

Fonte: a autora.

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

HGR

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

NEO

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64

0,00E+00

1,00E+04

2,00E+04

3,00E+04

4,00E+04

5,00E+04

6,00E+04

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

SPC

0,00E+00

1,00E+04

2,00E+04

3,00E+04

4,00E+04

5,00E+04

6,00E+04

7,00E+04

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

TBR

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

GNT

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65

0

5000

10000

15000

20000

25000

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

0,00E+00

1,00E+04

2,00E+04

3,00E+04

4,00E+04

5,00E+04

6,00E+04

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

KNM

HGR

APR

Page 82: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

66

Figura II. Supressão iônica em solvente e em extrato branco de músculo bovino,

suíno e de frango para cada analito. GNT: gentamicina; KNM: kanamicina; STR:

estreptomicina; SPC: espectinomicina; AMC: amicacina; APR: apramicina; HGR: higromicina; NEO:

neomicina; TBR: tobramicina. Fonte: a autora.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

AMC

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

0 2 4 6 8 10

SOLVENTE

BOVINO

SUINO

FRANGO

STR

NEO

Page 83: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

67

Tabela III. Resultados do experimento fatorial para o procedimento de

preparo da amostra para cada analito.

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 174489 ± 1277,333 136,6 5E-05

1 -1 -1 -1 -1 2,36E+05 245952,0 1 162,5 ± 2783,882 0,058 0,9588

2 1 -1 -1 -1 2,80E+05 260864,5 SG 2 -97837,5 ± 2783,882 35,14 0,0008

3 -1 1 -1 -1 1,51E+05 131864,5 SG 3 21587,5 ± 2783,882 7,754 0,0162

4 1 1 -1 -1 1,18E+05 127952,0 SG 4 -41087,5 ± 2783,882 14,76 0,0046

5 -1 -1 1 -1 2,73E+05 253864,5 SG 12 -33337,5 ± 2783,882 11,98 0,0069

6 1 -1 1 -1 2,52E+05 261952,0 SG 13 -13412,5 ± 2783,882 4,818 0,0405

7 -1 1 1 -1 1,63E+05 172952,0 SG 14 12412,5 ± 2783,882 4,459 0,0468

8 1 1 1 -1 1,24E+05 104864,5 SG 23 -19412,5 ± 2783,882 6,973 0,02

9 -1 -1 -1 1 1,03E+05 112952,0 SG 24 23412,5 ± 2783,882 8,41 0,0138

10 1 -1 -1 1 2,11E+05 191864,5 SG 34 14837,5 ± 2783,882 5,33 0,0334

11 -1 1 -1 1 1,56E+05 136864,5 124 -9587,5 ± 2783,882 3,444 0,075

12 1 1 -1 1 9,13E+04 101252,0 134 4337,5 ± 2783,882 1,558 0,2595

13 -1 -1 1 1 2,33E+05 213864,5 SG 234 -21662,5 ± 2783,882 7,781 0,0161

14 1 -1 1 1 2,36E+05 245952,0 SG 1234 14337,5 ± 2783,882 5,15 0,0357

15 -1 1 1 1 1,17E+05 126952,0 0,05

16 1 1 1 1 1,21E+05 101864,5

17 0 0 0 0 1,45E+05 174489,5

18 0 0 0 0 1,49E+05 174489,5 50 50

19 0 0 0 0 1,56E+05 174489,5

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 6E+10 14 4,31E+09 3,092 0,142417

Resíduos 6E+09 4 1,4E+09

F. Ajuste 6E+09 2 2,76E+09 89,05 SG 0,011105

Erro Puro 6E+07 2 31000000

Total 7E+10 18

% variação explicada 91,54

% máx. de variação explicável 99,91

Apramicina

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

16/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

1

2

3

4 12

13

14

23

24

34

124 134

234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-120000 -80000 -40000 0 40000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 84: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

68

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 120842,1 ± 606,97698 199,09 3E-05

1 -1 -1 -1 -1 1,37E+05 145179,6 1 -2100 ± 1322,8757 1,5875 0,2533

2 1 -1 -1 -1 1,47E+05 134754,6 SG 2 -71800 ± 1322,8757 54,276 0,0003

3 -1 1 -1 -1 7,81E+04 65854,6 SG 3 35675 ± 1322,8757 26,968 0,0014

4 1 1 -1 -1 6,86E+04 76779,6 SG 4 -6625 ± 1322,8757 5,008 0,0376

5 -1 -1 1 -1 2,05E+05 192754,6 SG 12 -22050 ± 1322,8757 16,668 0,0036

6 1 -1 1 -1 1,81E+05 189179,6 SG 13 -11525 ± 1322,8757 8,7121 0,0129

7 -1 1 1 -1 1,09E+05 117179,6 SG 14 10075 ± 1322,8757 7,616 0,0168

8 1 1 1 -1 8,38E+04 71554,6 SG 23 -22775 ± 1322,8757 17,216 0,0034

9 -1 -1 -1 1 7,02E+04 78379,6 SG 24 10825 ± 1322,8757 8,1829 0,0146

10 1 -1 -1 1 1,64E+05 151754,6 34 -1350 ± 1322,8757 1,0205 0,4148

11 -1 1 -1 1 1,16E+05 103754,6 SG 124 -16875 ± 1322,8757 12,756 0,0061

12 1 1 -1 1 5,94E+04 67579,6 134 900 ± 1322,8757 0,6803 0,5665

13 -1 -1 1 1 1,83E+05 170754,6 SG 234 -8800 ± 1322,8757 6,6522 0,0219

14 1 -1 1 1 1,83E+05 191179,6 SG 1234 15850 ± 1322,8757 11,981 0,0069

15 -1 1 1 1 9,31E+04 101279,6 0,05

16 1 1 1 1 8,78E+04 75554,6

17 0 0 0 0 1,08E+05 120842,1

18 0 0 0 0 1,09E+05 120842,1 50 50

19 0 0 0 0 1,13E+05 120842,1

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 3E+10 14 2,414E+09 4,5947 0,0758111

Resíduos 2E+09 4 525374704

F. Ajuste 2E+09 2 1,044E+09 149,11 SG 0,0066619

Erro Puro 1E+07 2 7000000

Total 4E+10 18

% variação explicada 94,146

% máx. de variação explicável 99,961

Amicacina

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

1

2

3

4

12

13

14

23

24

34

124

134

234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-80000 -60000 -40000 -20000 0 20000 40000 60000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 85: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

69

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 159731,6 ± 2558,0969 62,442 0,0003

1 -1 -1 -1 -1 1,93E+05 203219,1 1 -7837,5 ± 5575,2429 1,4058 0,295

2 1 -1 -1 -1 1,97E+05 180631,6 SG 2 -107637,5 ± 5575,2429 19,306 0,0027

3 -1 1 -1 -1 9,58E+04 79431,6 SG 3 42387,5 ± 5575,2429 7,6028 0,0169

4 1 1 -1 -1 9,63E+04 106519,1 4 -12162,5 ± 5575,2429 2,1815 0,1609

5 -1 -1 1 -1 2,95E+05 278631,6 12 -16087,5 ± 5575,2429 2,8855 0,102

6 1 -1 1 -1 2,38E+05 248219,1 13 -20662,5 ± 5575,2429 3,7061 0,0657

7 -1 1 1 -1 1,36E+05 146219,1 14 14287,5 ± 5575,2429 2,5627 0,1245

8 1 1 1 -1 1,00E+05 83631,6 SG 23 -33362,5 ± 5575,2429 5,984 0,0268

9 -1 -1 -1 1 1,09E+05 119219,1 24 16087,5 ± 5575,2429 2,8855 0,102

10 1 -1 -1 1 2,16E+05 199631,6 34 -4337,5 ± 5575,2429 0,778 0,518

11 -1 1 -1 1 1,43E+05 126631,6 124 -20462,5 ± 5575,2429 3,6702 0,0669

12 1 1 -1 1 8,28E+04 93019,1 134 3712,5 ± 5575,2429 0,6659 0,574

13 -1 -1 1 1 2,53E+05 236631,6 234 -8587,5 ± 5575,2429 1,5403 0,2634

14 1 -1 1 1 2,32E+05 242219,1 1234 20462,5 ± 5575,2429 3,6702 0,0669

15 -1 1 1 1 1,09E+05 119219,1 0,05

16 1 1 1 1 1,09E+05 92631,6

17 0 0 0 0 1,39E+05 159731,6

18 0 0 0 0 1,56E+05 159731,6 50 50

19 0 0 0 0 1,35E+05 159731,6

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 7E+10 14 4,799E+09 4,7586 0,0715137

Resíduos 4E+09 4 1,009E+09

F. Ajuste 4E+09 2 1,893E+09 15,223 0,0616395

Erro Puro 2E+08 2 124333333

Total 7E+10 18

% variação explicada 94,336

% máx. de variação explicável 99,651

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

Diidroestreptomicina

1

2

3

4 12

13

14

23

24

34

124

134

234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-150000 -100000 -50000 0 50000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 86: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

70

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 33600 ± 411,88484 81,576 0,0002

1 -1 -1 -1 -1 3,93E+04 42700,0 SG 1 -4012,5 ± 897,6822 4,4698 0,0466

2 1 -1 -1 -1 2,20E+04 21512,5 2 212,5 ± 897,6822 0,2367 0,8349

3 -1 1 -1 -1 4,05E+04 40012,5 3 2662,5 ± 897,6822 2,966 0,0974

4 1 1 -1 -1 2,91E+04 32500,0 4 -3287,5 ± 897,6822 3,6622 0,0671

5 -1 -1 1 -1 3,32E+04 32712,5 SG 12 -6937,5 ± 897,6822 7,7282 0,0163

6 1 -1 1 -1 3,68E+04 40200,0 13 1962,5 ± 897,6822 2,1862 0,1604

7 -1 1 1 -1 4,86E+04 52000,0 SG 14 9212,5 ± 897,6822 10,263 0,0094

8 1 1 1 -1 2,08E+04 20312,5 SG 23 -7262,5 ± 897,6822 8,0903 0,0149

9 -1 -1 -1 1 1,00E+04 13400,0 24 -1712,5 ± 897,6822 1,9077 0,1967

10 1 -1 -1 1 3,70E+04 36512,5 34 537,5 ± 897,6822 0,5988 0,6101

11 -1 1 -1 1 4,54E+04 44912,5 124 -562,5 ± 897,6822 0,6266 0,5949

12 1 1 -1 1 2,32E+04 26600,0 134 837,5 ± 897,6822 0,933 0,4493

13 -1 -1 1 1 3,98E+04 39312,5 SG 234 -5037,5 ± 897,6822 5,6117 0,0303

14 1 -1 1 1 3,82E+04 41600,0 SG 1234 13212,5 ± 897,6822 14,718 0,0046

15 -1 1 1 1 1,64E+04 19800,0 0,05

16 1 1 1 1 3,40E+04 33512,5

17 0 0 0 0 4,00E+04 33600,0

18 0 0 0 0 4,34E+04 33600,0 50 50

19 0 0 0 0 4,07E+04 33600,0

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 2E+09 14 122234911 1,7351 0,3154957

Resíduos 3E+08 4 70447813

F. Ajuste 3E+08 2 137672292 42,711 SG 0,0228775

Erro Puro 6E+06 2 3223333,3

Total 2E+09 18

% variação explicada 85,862

% máx. de variação explicável 99,677

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

Gentamicina

1

2

3

4

12

13

14

23

24

34 124

134

234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-10000 -5000 0 5000 10000 15000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 87: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

71

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 290578,9 ± 3055,0505 95,114 0,0001

1 -1 -1 -1 -1 3,83E+05 396078,9 1 -15125 ± 6658,3281 2,2716 0,1511

2 1 -1 -1 -1 3,40E+05 315953,9 SG 2 -168375 ± 6658,3281 25,288 0,0016

3 -1 1 -1 -1 1,82E+05 157953,9 SG 3 73875 ± 6658,3281 11,095 0,008

4 1 1 -1 -1 1,77E+05 190078,9 4 -22375 ± 6658,3281 3,3605 0,0783

5 -1 -1 1 -1 4,92E+05 467953,9 SG 12 -34625 ± 6658,3281 5,2003 0,035

6 1 -1 1 -1 4,19E+05 432078,9 13 -20375 ± 6658,3281 3,0601 0,0923

7 -1 1 1 -1 2,58E+05 271078,9 14 27875 ± 6658,3281 4,1865 0,0526

8 1 1 1 -1 2,07E+05 182953,9 SG 23 -46625 ± 6658,3281 7,0025 0,0198

9 -1 -1 -1 1 1,80E+05 193078,9 SG 24 34125 ± 6658,3281 5,1252 0,036

10 1 -1 -1 1 3,77E+05 352953,9 34 375 ± 6658,3281 0,0563 0,9602

11 -1 1 -1 1 2,81E+05 256953,9 SG 124 -49625 ± 6658,3281 7,4531 0,0175

12 1 1 -1 1 1,53E+05 166078,9 134 -1375 ± 6658,3281 0,2065 0,8555

13 -1 -1 1 1 4,27E+05 402953,9 234 -26125 ± 6658,3281 3,9237 0,0592

14 1 -1 1 1 4,24E+05 437078,9 SG 1234 41125 ± 6658,3281 6,1765 0,0252

15 -1 1 1 1 2,26E+05 239078,9 0,05

16 1 1 1 1 2,11E+05 186953,9

17 0 0 0 0 2,46E+05 290578,9

18 0 0 0 0 2,68E+05 290578,9 50 50

19 0 0 0 0 2,70E+05 290578,9

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 2E+11 14 1,289E+10 5,7824 0,0513657

Resíduos 9E+09 4 2,229E+09

F. Ajuste 9E+09 2 4,28E+09 24,136 SG 0,0397842

Erro Puro 4E+08 2 177333333

Total 2E+11 18

% variação explicada 95,292

% máx. de variação explicável 99,813

Higromicina

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

1

2

3

4 12

13

14

23

24

34

124

134

234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-200000 -150000 -100000 -50000 0 50000 100000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 88: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

72

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 131752,6 ± 1277,3327 103,15 9E-05

1 -1 -1 -1 -1 1,60E+05 165552,6 1 -2337,5 ± 2783,8822 0,8397 0,4895

2 1 -1 -1 -1 1,66E+05 153790,1 SG 2 -73212,5 ± 2783,8822 26,299 0,0014

3 -1 1 -1 -1 9,75E+04 85290,1 SG 3 34637,5 ± 2783,8822 12,442 0,0064

4 1 1 -1 -1 8,24E+04 87952,6 SG 4 -15012,5 ± 2783,8822 5,3926 0,0327

5 -1 -1 1 -1 2,16E+05 203790,1 SG 12 -21462,5 ± 2783,8822 7,7096 0,0164

6 1 -1 1 -1 2,01E+05 206552,6 13 -10862,5 ± 2783,8822 3,9019 0,0598

7 -1 1 1 -1 1,22E+05 127552,6 14 10237,5 ± 2783,8822 3,6774 0,0666

8 1 1 1 -1 9,58E+04 83590,1 SG 23 -21487,5 ± 2783,8822 7,7185 0,0164

9 -1 -1 -1 1 7,95E+04 85052,6 SG 24 13112,5 ± 2783,8822 4,7101 0,0422

10 1 -1 -1 1 1,69E+05 156790,1 34 2412,5 ± 2783,8822 0,8666 0,4775

11 -1 1 -1 1 1,17E+05 104790,1 SG 124 -13387,5 ± 2783,8822 4,8089 0,0406

12 1 1 -1 1 7,07E+04 76252,6 134 -2837,5 ± 2783,8822 1,0193 0,4153

13 -1 -1 1 1 1,93E+05 180790,1 234 -8212,5 ± 2783,8822 2,95 0,0983

14 1 -1 1 1 1,89E+05 194552,6 SG 1234 15287,5 ± 2783,8822 5,4914 0,0316

15 -1 1 1 1 1,05E+05 110552,6 0,05

16 1 1 1 1 9,74E+04 85190,1

17 0 0 0 0 1,08E+05 131752,6

18 0 0 0 0 1,19E+05 131752,6 50 50

19 0 0 0 0 1,15E+05 131752,6

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 3E+10 14 2,458E+09 4,0179 0,0944411

Resíduos 2E+09 4 611692155

F. Ajuste 2E+09 2 1,192E+09 38,464 SG 0,0253395

Erro Puro 6E+07 2 31000000

Total 4E+10 18

% variação explicada 93,361

% máx. de variação explicável 99,832

Kanamicina

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

1

2

3

4 12

13

14

23

24

34

124

134 234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-80000 -60000 -40000 -20000 0 20000 40000 60000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 89: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

73

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 146831,6 ± 2591,1794 56,666 0,0003

1 -1 -1 -1 -1 1,16E+04 -3818,4 1 23262,5 ± 5647,3445 4,1192 0,0542

2 1 -1 -1 -1 8,37E+04 82794,1 SG 2 48112,5 ± 5647,3445 8,5195 0,0135

3 -1 1 -1 -1 1,95E+05 194094,1 SG 3 62337,5 ± 5647,3445 11,038 0,0081

4 1 1 -1 -1 2,85E+05 269581,6 SG 4 -105837,5 ± 5647,3445 18,741 0,0028

5 -1 -1 1 -1 2,45E+05 244094,1 12 -8462,5 ± 5647,3445 1,4985 0,2727

6 1 -1 1 -1 2,84E+05 268581,6 13 -5087,5 ± 5647,3445 0,9009 0,4627

7 -1 1 1 -1 3,05E+05 289581,6 14 -14262,5 ± 5647,3445 2,5255 0,1275

8 1 1 1 -1 2,54E+05 253094,1 SG 23 -48637,5 ± 5647,3445 8,6125 0,0132

9 -1 -1 -1 1 1,17E+05 101581,6 SG 24 -55562,5 ± 5647,3445 9,8387 0,0102

10 1 -1 -1 1 8,95E+04 88594,1 SG 34 -65837,5 ± 5647,3445 11,658 0,0073

11 -1 1 -1 1 1,15E+05 114094,1 124 9562,5 ± 5647,3445 1,6933 0,2325

12 1 1 -1 1 9,38E+04 78381,6 SG 134 38437,5 ± 5647,3445 6,8063 0,0209

13 -1 -1 1 1 8,67E+04 85794,1 SG 234 40037,5 ± 5647,3445 7,0896 0,0193

14 1 -1 1 1 1,30E+05 114581,6 1234 12462,5 ± 5647,3445 2,2068 0,1581

15 -1 1 1 1 7,16E+04 56181,6 0,05

16 1 1 1 1 1,13E+05 112094,1

17 0 0 0 0 9,09E+04 146831,6

18 0 0 0 0 1,13E+05 146831,6 50 50

19 0 0 0 0 1,06E+05 146831,6

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 1E+11 14 8,96E+09 4,5663 0,0765934

Resíduos 8E+09 4 1,962E+09

F. Ajuste 8E+09 2 3,797E+09 29,762 SG 0,032508

Erro Puro 3E+08 2 127570000

Total 1E+11 18

% variação explicada 94,111

% máx. de variação explicável 99,809

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

Neomicina

1

2

3

4

12 13

14 23

24 34

124

134 234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-150000 -100000 -50000 0 50000 100000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 90: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

74

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 131431,6 ± 1737,1079 75,661 0,0002

1 -1 -1 -1 -1 1,76E+05 178706,6 1 -5125 ± 3785,9389 1,3537 0,3085

2 1 -1 -1 -1 1,66E+05 155131,6 SG 2 -72750 ± 3785,9389 19,216 0,0027

3 -1 1 -1 -1 8,95E+04 78631,6 SG 3 21700 ± 3785,9389 5,7317 0,0291

4 1 1 -1 -1 1,01E+05 103706,6 4 -12075 ± 3785,9389 3,1894 0,0858

5 -1 -1 1 -1 2,19E+05 208131,6 12 -9350 ± 3785,9389 2,4697 0,1322

6 1 -1 1 -1 1,74E+05 176706,6 13 -9650 ± 3785,9389 2,5489 0,1256

7 -1 1 1 -1 1,16E+05 118706,6 14 12025 ± 3785,9389 3,1762 0,0865

8 1 1 1 -1 9,09E+04 80031,6 SG 23 -19525 ± 3785,9389 5,1572 0,0356

9 -1 -1 -1 1 9,91E+04 101806,6 24 11650 ± 3785,9389 3,0772 0,0914

10 1 -1 -1 1 1,64E+05 153131,6 34 4850 ± 3785,9389 1,2811 0,3286

11 -1 1 -1 1 1,25E+05 114131,6 SG 124 -19700 ± 3785,9389 5,2035 0,035

12 1 1 -1 1 7,67E+04 79406,6 134 8250 ± 3785,9389 2,1791 0,1612

13 -1 -1 1 1 1,85E+05 174131,6 234 -10875 ± 3785,9389 2,8725 0,1028

14 1 -1 1 1 1,92E+05 194706,6 1234 13975 ± 3785,9389 3,6913 0,0662

15 -1 1 1 1 9,50E+04 97706,6 0,05

16 1 1 1 1 9,90E+04 88131,6

17 0 0 0 0 1,01E+05 131431,6

18 0 0 0 0 1,13E+05 131431,6 50 50

19 0 0 0 0 1,15E+05 131431,6

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 3E+10 14 2,163E+09 3,4073 0,1226628

Resíduos 3E+09 4 634846513

F. Ajuste 2E+09 2 1,212E+09 21,146 SG 0,0451553

Erro Puro 1E+08 2 57333333

Total 3E+10 18

% variação explicada 92,263

% máx. de variação explicável 99,651

Espectinomicina

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

1

2

3

4

12 13

14

23

24

34

124

134

234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-80000 -60000 -40000 -20000 0 20000 40000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 91: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

75

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 15158,42 ± 656,54599 23,088 0,0019

1 -1 -1 -1 -1 1,77E+04 19272,2 1 -613,75 ± 1430,9088 0,4289 0,7098

2 1 -1 -1 -1 2,05E+04 18718,4 SG 2 -12273,75 ± 1430,9088 8,5776 0,0133

3 -1 1 -1 -1 8,27E+03 6488,4 3 4958,75 ± 1430,9088 3,4655 0,0741

4 1 1 -1 -1 8,24E+03 9812,2 4 -1866,25 ± 1430,9088 1,3042 0,3221

5 -1 -1 1 -1 3,41E+04 32318,4 12 -1663,75 ± 1430,9088 1,1627 0,3649

6 1 -1 1 -1 2,11E+04 22672,2 13 -2446,25 ± 1430,9088 1,7096 0,2295

7 -1 1 1 -1 1,14E+04 12972,2 14 2728,75 ± 1430,9088 1,907 0,1968

8 1 1 1 -1 8,26E+03 6478,4 23 -4491,25 ± 1430,9088 3,1387 0,0883

9 -1 -1 -1 1 8,80E+03 10372,2 24 2033,75 ± 1430,9088 1,4213 0,2911

10 1 -1 -1 1 1,97E+04 17918,4 34 -78,75 ± 1430,9088 0,055 0,9611

11 -1 1 -1 1 1,27E+04 10918,4 124 -3421,25 ± 1430,9088 2,391 0,1393

12 1 1 -1 1 6,36E+03 7932,2 134 2281,25 ± 1430,9088 1,5943 0,2519

13 -1 -1 1 1 2,29E+04 21118,4 234 -1028,75 ± 1430,9088 0,7189 0,5468

14 1 -1 1 1 2,64E+04 27972,2 1234 181,25 ± 1430,9088 0,1267 0,9108

15 -1 1 1 1 8,69E+03 10262,2 0,05

16 1 1 1 1 9,09E+03 7308,4

17 0 0 0 0 1,28E+04 15158,4

18 0 0 0 0 1,79E+04 15158,4 50 50

19 0 0 0 0 1,31E+04 15158,4

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 1E+09 14 67887399 4,3461 0,0831021

Resíduos 6E+07 4 15620366

F. Ajuste 5E+07 2 23050733 2,8145 0,2621577

Erro Puro 2E+07 2 8190000

Total 1E+09 18

% variação explicada 93,831

% máx. de variação explicável 98,383

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

Estreptomicina

1

2

3

4 12

13

14

23

24

34

124

134

234

1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-15000 -10000 -5000 0 5000 10000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 92: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

76

Fonte: adaptado de Teófilo et al.

Identificação:

Respostas Estimadas Erro t ( 2 ) p

Ensaio X1 X2 X3 X4 y ŷ SG Média 391842,1 ± 3379,5048 115,95 7E-05

1 -1 -1 -1 -1 4,61E+05 480342,1 1 20375 ± 7365,4599 2,7663 0,1096

2 1 -1 -1 -1 7,76E+05 719217,1 SG 2 -161875 ± 7365,4599 21,978 0,0021

3 -1 1 -1 -1 5,43E+05 486217,1 3 -4625 ± 7365,4599 0,6279 0,5942

4 1 1 -1 -1 3,93E+05 412342,1 SG 4 -178875 ± 7365,4599 24,286 0,0017

5 -1 -1 1 -1 5,65E+05 508217,1 SG 12 -101125 ± 7365,4599 13,73 0,0053

6 1 -1 1 -1 5,73E+05 592342,1 SG 13 -32375 ± 7365,4599 4,3955 0,0481

7 -1 1 1 -1 3,87E+05 406342,1 14 -1625 ± 7365,4599 0,2206 0,8459

8 1 1 1 -1 3,02E+05 245217,1 SG 23 -57625 ± 7365,4599 7,8237 0,0159

9 -1 -1 -1 1 2,39E+05 258342,1 24 25625 ± 7365,4599 3,4791 0,0736

10 1 -1 -1 1 3,84E+05 327217,1 SG 34 81875 ± 7365,4599 11,116 0,008

11 -1 1 -1 1 3,03E+05 246217,1 SG 124 38375 ± 7365,4599 5,2101 0,0349

12 1 1 -1 1 2,04E+05 223342,1 134 28125 ± 7365,4599 3,8185 0,0622

13 -1 -1 1 1 4,58E+05 401217,1 234 -20625 ± 7365,4599 2,8002 0,1074

14 1 -1 1 1 4,76E+05 495342,1 1234 -16875 ± 7365,4599 2,2911 0,1491

15 -1 1 1 1 2,47E+05 266342,1 0,05

16 1 1 1 1 2,58E+05 201217,1

17 0 0 0 0 2,75E+05 391842,1

18 0 0 0 0 3,00E+05 391842,1 50 50

19 0 0 0 0 3,01E+05 391842,1

20 0 0 0 0 n° de parâmetros (p) 15

21 0 0 0 0 n° total de observações (n) 19

n° de níveis (m) 17

0,05

FV SQ nGL MQ Fcalc. p

Regressão 3E+11 14 2,388E+10 1,6153 0,3437581

Resíduos 6E+10 4 1,478E+10

F. Ajuste 6E+10 2 2,935E+10 135,24 SG 0,0073402

Erro Puro 4E+08 2 217000000

Total 4E+11 18

% variação explicada 84,97

% máx. de variação explicável 99,89

Tobramicina

Planejamento Fatorial Completo 24 com Ponto Central

Todas as Interações

Análise de Variância - Modelo Linear

17/10/2014

Efeitos

Data:

Planejamento

Parâmetros para a ANOVA

Nível de significância (α)

Nível de significância (α)

1

2

3

4

12

13

14

23

24

34

124 134

234 1234

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-200000 -150000 -100000 -50000 0 50000 100000

Val

or

no

rmal

esp

erad

o

Efeitos

Gráfico de Probabilidade Normal

Page 93: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

77

Figura III. Cromatogramas dos analitos em amostra de leite mostrando as

respectivas transições e tempos de retenção. Fonte: a autora.

Page 94: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

78

GNTy = 167,28x + 1266,7

R2 = 0,998

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

0 50 100 150 200

KNM

y = 429,98x + 3972,8

R2 = 0,9981

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

0 50 100 150 200 250 300

SPC

y = 243,05x + 2822,9

R2 = 0,9988

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

0 50 100 150 200 250 300 350 400

STRy = 78,271x + 160,76

R2 = 0,9987

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

0 50 100 150 200 250 300 350 400

(A) (B)

(C)

(D)

Page 95: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

79

DHSTR

y = 740,93x + 4012,1

R2 = 0,9995

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

0 50 100 150 200 250 300 350 400

AMC

y = 98,01x + 1222,3

R2 = 0,999

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

0 200 400 600 800 1000

APR

y = 185,37x + 4935,1

R2 = 0,9988

0

50000

100000

150000

200000

250000

0 200 400 600 800 1000

HGRy = 210,39x + 5914,5

R2 = 0,9973

0

50000

100000

150000

200000

250000

0 200 400 600 800 1000

(E)

(F)

(G)

(H)

Page 96: JULIANA BAZZAN ARSAND - UFRGS

80

Figura IV. Curvas analíticas em matriz com desvio padrão de cada concentração. (A) GNT, (B) KNM, (C) SPC,

(D) STR, (E) DHSTR, (F) AMC, (G) APR, (H) HGR, (I) NEO, (J) TBR. Fonte: a autora.

NEO

y = 97,098x + 3610,7

R2 = 0,9969

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

0 200 400 600 800 1000

TBR

y = 395,98x + 20670

R2 = 0,999

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

400000

450000

500000

0 200 400 600 800 1000

(I)

(J)