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1 Junho de 2011 Sumário BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO......................................................................................................... 2 Boletim do Tempo para 20 de junho (CHUVA) ......................................................................... 2 Boletim Técnico CPTEC.............................................................................................................. 8 Nível 250 hPA ........................................................................................................................ 8 Nível 500 hPA ........................................................................................................................ 8 Nível 850 hPA ........................................................................................................................ 9 Superfície............................................................................................................................... 9 20

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Junho de 2011

Sumário

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO......................................................................................................... 2

Boletim do Tempo para 20 de junho (CHUVA) ......................................................................... 2

Boletim Técnico CPTEC .............................................................................................................. 8

Nível 250 hPA ........................................................................................................................ 8

Nível 500 hPA ........................................................................................................................ 8

Nível 850 hPA ........................................................................................................................ 9

Superfície ............................................................................................................................... 9

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BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

Boletim do Tempo para 20 de junho (CHUVA)

As imagens de satélite do dia 20 de junho (Figura 01) mostraram bastante nebulosidade na

costa do Pará desde as primeiras horas do dia. Apenas a região mais ao sul do Estado

apresentou céu praticamente limpo, com apenas algumas nuvens rasas em baixos níveis. As

18:00 GMT, já se observava a presença de convecção profunda em todo o litoral paraense e

Estado do Amapá.

Na imagem das 21:00 GMT (Figura 02), observou-se que as áreas sob a convecção profunda se

estendeu por parte do Estado do Pará, porém de forma desorganizada. Também se observa

que a zona de convergência intertropical estava em sua posição mais ao norte e bastante

ativa. Havia nebulosidade próximo a costa leste do nordeste e um sistema frontal na região sul

do Brasil.

Através da Figura 03, que mostra os sistemas convectivos as 21:00 GMT, é possível verificar

que os sistemas mostrados acima sobre a costa paraense já estavam em sua fase madura e

com sua minoria em estágio de dissipação.

O acumulado de precipitação entre as 12:00 GMT de 20 e as 12:00 GMT de 21 de junho (Figura

04) mostra a precipitação associada com os eventos convectivos. Sobre Bélem, o acumulado

ultrapassou os 60 mm/dia.

Quando se observa a intensidade de precipitação medida pelos disdrômetros parsivel e joss

(Figura 05), instalados no sítio Outeiro, entre os horários das 22:36 e 23:15 GMT, tem-se um

pico as 22:40 GMT de 52,6 mm/h. Nos pluviômetros a máxima taxa de precpitação ocorreu as

22:39 com intensidade de 45,7 mm/h e 61 mm/h nos pluviômetros 1 e 2, respectivamente.

O CAPPI do radar meteorológico (Figura 06) Banda X instalado em Belém mostra a

refletividade das células convectivas a 2 km, no momento em que passou sobre a região as

22:34 GMT. A refletividade do sistema atingiu 45 dBZ, o que equivale a mais de 25 mm/h de

intensidade de chuva.

O RHI (Figura 07) no azimute de Outeiro revela a estrutura vertical do sistema. A refletividade

da célula mostrada ultrapassou 40 dBZ as 22:40 GMT e o sistema alcançou os 13 km de altura.

Por fim, os dados coletados na torre meteorológica instalada no sítio Outeiro revelam as

variações de temperatura, umidade, velocidade e direção do vento antes e após a passagem

da linha de instabilidade (Figura 08). A temperatura variou em torno de 1,5°C. Observou-se

uma diminuição da umidade, seguida de um aumento. Nestes instantes, a variação foi de

quase 5%. Quanto a velocidade do vento, observou-se um pico as 22:40 GMT de 6,3 ms-1. Na

direção, percebe-se que o vento foi de leste-sudeste.

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(a)

(b)

(c)

(d)

Figura 1. Imagens do Satélite GOES-12 às (a) 00:00 GMT, (b) 06:00 GMT, (c) 12:00 GMT e (d)

18:00 GMT do dia 20 de junho de 2011 recortadas para o Estado do Pará.

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Figura 2. Imagem do Satélite GOES-12/METEOSAT às 21:00 GMT do dia 20 de junho de 2011.

Figura 3. Sistemas convectivos observados na imagem das 21:00 GMT do satélite GOES

determinado pelo sistema FORTRACC (CPTEC/DSA) no dia 20 de junho de 2011 e sua fase no

ciclo de vida (amarelo-crescimento, vermelho-maturação, verde-dissipação). Fonte: DSA/INPE.

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Figura 4. Precipitação diária (mm) estimada por satélite sobre o Estado do Pará entre as 12h do

dia 20 de junho de 2011 e as 12h do dia 21 de junho de 2011. Fonte: DSA/INPE.

Figura 5. Taxa de precipitação estimada pelos disdrômetro parsivel, disdrômetro joss e por

dois pluviômetros instalados no sítio Outeiro para evento observado no dia 20 de junho de

2011.

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Figura 6. Radar meteorológico

Figura 7. RHI (Range Height Indicator

de 2011 às 22:40 GMT.

Radar meteorológico Banda x das 22:34 GMT do dia 20 de junho de 2011.

Range Height Indicator) do sistema observado sobre Belém no dia

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de 2011.

no dia 20 de junho

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(a) (b) Figura 8. (a) Temperatura (°C) e umidade relativa (%) e (b) direção (°) e velocidade (m/s) do

vento entre as 22:30 e as 23:30 do dia 20 de junho de 2011 no sítio Outeiro.

Por Clênia R. Alcântara

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Boletim Técnico CPTEC

Nível 250 hPA

Na análise da carta sinótica de altitude (250 hPa) da 00Z do dia 20/06, nota-se a presença de um amplo anticiclone com centro em torno de 10S/57W entre o norte do MT e sul do PA. Ao leste deste anticiclone, no oceano Atlântico observa-se um cavado amplificado, que atuou nos últimos dias reforçando a instabilidade observada no nordeste da Região Nordeste. A combinação da circulação entre ambos os sistemas, anticiclone e cavado, provoca difluência no escoamento que atua de forma mais significativa no extremo norte do país. Esta difluência gera divergência neste nível e a conseqüente atividade convectiva nos níveis mais baixos da atmosfera. O Jato Subtropical (JST) prolonga-se do Pacífico ao Atlântico, cruzando o continente na altura do norte da Argentina e Regiões Sul e Sudeste do Brasil, contornando a borda sul do anticiclone citado acima. O ramo norte do Jato Polar (JPN) está acoplado ao JST e contorna, sobre o Pacífico, um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) intenso. Este sistema tem continuidade pelo sul do continente e Atlântico. Observa-se uma bifurcação na saída de ambos os jatos o que provoca difluência entre o RS, Uruguai e Argentina. Além disso, observa-se que há uma advecção de vorticidade ciclônica em direção ao leste da Argentina e sul do RS. O ramo sul do Jato Polar (JPS) apresenta três ramos ao longo domínio.

Nível 500 hPA

Na análise da carta sinótica de nível médio (500 hPa) da 00Z do dia 20/06, observa-se um

reflexo do padrão sinótico descrito em altitude com a presença de um anticiclone sobre o MT

com centro por volta de 16S/58W. Deste centro anticiclônico se desprende uma crista que

passa pelo MS e SP. A presença deste anticiclone provoca a subsidência do ar que inibe o

desenvolvimento de nuvens. Além disso, a compressão adiabática causada por ele eleva a

temperatura, e ainda juntamente com o entranhamento de ar mais seco dos níveis acima

favorece os baixos valores de umidade relativa do ar, principalmente no período da tarde. Ao

leste desta área anticiclônica nota-se a presença de uma área de cavado que atua sobre o

Nordeste do país. Este cavado aliado à convergência de umidade em baixos níveis e a

difluência em altitude tem provocado chuva significativa em parte do RN, com acumulado de

chuva em torno de 58 mm em 24h (até as 9h desta segunda-feira) em Natal-RN. Um

significativo vórtice ciclônico (VC) é notado sobre o Pacífico com fortes ventos e significativo

gradiente de altura geopotencial, o que mostra que esta área encontra-se bastante

baroclínica. Esta área baroclínica atinge também o da Argentina e Uruguai, onde atuam

sistemas frontais em superfície. Há baroclinia também no Pacífico ao sul de 50S, no sul do

continente ao sul de 40S de forma menos significativa e no Atlântico ao sul de 30S, associado à

atuação das correntes de jato.

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Nível 850 hPA

Na análise da carta sinótica de nível baixo (850 hPa) da 00Z do dia 20/06, observa-se uma área

de circulação anticiclônica sobre o Atlântico a leste de 40W, associada ao anticiclone

migratório com características subtropicais influenciando parte da Região Sudeste do país. Este

sistema favorece ventos de nordeste e favorecem tempo sem nuvens significativas. Nota-se

um cavamento no escoamento na costa leste da Região Nordeste que favorece a convergência

de umidade neste setor. Associado também ao padrão anticiclônico notam-se ventos de

quadrante norte em direção ao Uruguai e parte da Região Sul do Brasil. Isto reforça o

transporte de ar relativamente quente do sul da região amazônica, o que colabora para

instabilizar a atmosfera. Estes ventos são associados ao Jato de Baixos Níveis (JBN)

favorecendo ainda, a instabilidade de uma onda frontal em superfície sobre parte da Argentina

e Uruguai. Uma área de baixa pressão atua no Atlântico, se estendendo até o Uruguai,

associada a um sistema frontal em superfície.

Superfície

Na análise da carta sinótica de superfície das 00Z do dia 20/06, observa-se um sistema frontal,

ondulando estacionária no norte da Argentina e fria sobre o Uruguai, seguindo até uma baixa

pressão de 1006 hPa posicionada sobre o Atlântico, em 35S/52W. Outro sistema frontal é

observado sobre o Pacífico, muito próximo a costa do Chile, com ciclone extratropical de 995

hPa centrado em 35S/77W, associado ao sistema neste momento barotrópico equivalente.

Sistemas frontais transientes são observados ao sul de 50S, tanto no Pacífico quanto no

Atlântico. A alta migratória com características subtropicais (associada a ASAS) está

posicionada em 44S/36S, com valor de 1029 hPa. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) está

posicionado em torno de 35S/105W com núcleo de 1031 hPa. Um pulso deste sistema penetra

pelo sul do continente, e está associado à alta pós-frontal sobre o continente. A Zona de

Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 7N e 10N sobre o oceano Pacífico, e sobre

o Atlântico este sistema oscila em torno de 6N e 9N.