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Justiça americana trava Google Quarta-feira, Março 23, 2011 O acordo que permitiria a criação da maior biblioteca virtual do mundo foi rejeitado. A Google teria o direito de reproduzir obras, mesmo sem serem de domínio público e sem o consentimento prévio dos seus autores. O convénio foi considerado como não sendo “justo, nem adequado, nem razoável”, pelo juiz federal de Nova Iorque, Denny Chin, que rejeitou ontem o acordo da Google com os editores e autores dos Estados Unidos. O juiz considerou que “enquanto a digitalização de livros e a criação de uma biblioteca universal digital beneficiaria muitas pessoas”, o acordo “ia longe demais”, pois permitia que fossem publicados livros sem a devida autorização, com uma vantagem acrescida sobre outros concorrentes. A decisão, de 48 páginas, revela ainda que a aprovação deste tipo de mecanismo “é uma questão que ajusta-se mais ao Congresso que ao Tribunal”. A Google chegou a um acordo inicial em Outubro de 2008 com o Grémio de Autores e a Associação de Editores Americanos, onde a empresa pagaria 125 milhões de dólares pelos direitos da digitalização de obras para poder disponibilizá-las como livros electrónicos e áudio-livros. A digitalização seria feita nas bibliotecas públicas americanas ou universidades. Em contrapartida, compensaria os editores e autores com 63% do lucro obtido. Contudo, após as críticas verificadas com o convénio, as partes concordaram em reduzir o número de livros incluídos. Empresas como a Microsoft e Amazon pediram, ainda no ano passado, a rejeição do acordo, por considerarem que seria uma violação à legislação de direitos de autor. Segundo o acordo, os autores poderiam posteriormente reclamar um pagamento ou exigir a remoção da obra. O convénio previa ainda um valor para indemnizar os autores e editores e para pagar as possíveis despesas judiciais. Limitava-se às obras de autores dos EUA, Austrália, Reino Unido e Canadá.

Justiça americana trava Google

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Justiça americana trava Google

Quarta-feira, Março 23, 2011

O acordo que permitiria a criação da maior biblioteca virtual do mundo foi rejeitado. A

Google teria o direito de reproduzir obras, mesmo sem serem de domínio público e sem

o consentimento prévio dos seus autores.

O convénio foi considerado como não sendo “justo, nem adequado, nem razoável”, pelo

juiz federal de Nova Iorque, Denny Chin, que rejeitou ontem o acordo da Google com

os editores e autores dos Estados Unidos. O juiz considerou que “enquanto a

digitalização de livros e a criação de uma biblioteca universal digital beneficiaria muitas

pessoas”, o acordo “ia longe demais”, pois permitia que fossem publicados livros sem a

devida autorização, com uma vantagem acrescida sobre outros concorrentes. A decisão,

de 48 páginas, revela ainda que a aprovação deste tipo de mecanismo “é uma questão

que ajusta-se mais ao Congresso que ao Tribunal”.

A Google chegou a um acordo inicial em Outubro de 2008 com o Grémio de Autores e

a Associação de Editores Americanos, onde a empresa pagaria 125 milhões de dólares

pelos direitos da digitalização de obras para poder disponibilizá-las como livros

electrónicos e áudio-livros. A digitalização seria feita nas bibliotecas públicas

americanas ou universidades. Em contrapartida, compensaria os editores e autores com

63% do lucro obtido. Contudo, após as críticas verificadas com o convénio, as partes

concordaram em reduzir o número de livros incluídos. Empresas como a Microsoft e

Amazon pediram, ainda no ano passado, a rejeição do acordo, por considerarem que

seria uma violação à legislação de direitos de autor.

Segundo o acordo, os autores poderiam posteriormente reclamar um pagamento ou

exigir a remoção da obra. O convénio previa ainda um valor para indemnizar os autores

e editores e para pagar as possíveis despesas judiciais. Limitava-se às obras de autores

dos EUA, Austrália, Reino Unido e Canadá.

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Em 2004, a Google lançou o serviço de pesquisas em livros.

A empresa pretende rentabilizar os livros em formato digital, também a partir do recurso

a anúncios publicitários. Após o anúncio da decisão, a Google afirmou estar já a

deliberar as próximas decisões a tomar.

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