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KAKÁ BARBOZA Caminhos Cantantes Terra Eleita

KAKÁ BARBOZA Caminhos Cantantes - static.fnac-static.com fileÉ expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer forma ou meio gráfico, eletrónico ou mecânico,

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É na língua materna que aprendi a

escrever o que escrevo exaltado pela

mundivivência e pelo paisagístico da

terra. Cedo comecei a exprimir as

emoções delas advenientes, a vincular

as minhas convicções e a colocar as

pedras nas torres que construo tanto

na música como na poesia. É igual-

mente no estudo e na apropriação das

duas línguas da nossa cultura – o cabo-

verdiano e o português – que se afina

e se afirma o fio tecedor da linguagem

e da mensagem poética, onde o pulsar

das palavras marca o ritmo das via-

gens do autor pelos Caminhos Can-

tantes da Terra Eleita.

Esta obra identifica um tempo portador de

pactos, de retornos e de inícios, envolvendo

sessenta e cinco textos com os pés fincados

no mesmo centro e de olhos postos nos graus

da girante da bússola determinante da aven-

tura crioula, assentes numa poética porta-

dora de novos rumos e viagens, de pontes

sobre o mar que rola novos sonhos, de mãos

inventoras do molhado que não se tem, de

cultura no corpo da comunicação, mas, tam-

bém, terreiro da reconstituição permanente

do sujeito poético, cutelo, onde, hasteio o pen-

dão identitário, residência da alma do poeta

debruçada na janela da vida vivida prenhes

de caminhos vindouros.

Carlos Alberto Barbosa Kaká Barboza–

– é natural da Ilha de S. Vicente. Viveu a sua

infância e juventude na Vila de Assomada –

Santa Catarina. É músico, e compositor, poeta

e contista com seis livros publicados,

na Kriolu, e

na Finata – poesia em caboverdiano e

e , poesia e

Cântico às Tradições, contos em língua portu-

guesa. Integra a Selecta de Poesia e Prosa em

Língua Portuguesa; Cabo Verde Cem Poemas

Escolhidos; Cabo Verde Prosa Literária Pós-

-independência; Literatura Entre Irmãos – Cabo

Verde e Brasil e DiVersos com poesia e prosa.

É autodidacta.

Vinti

Xintido Letradu Son di ViraSon

Konfison

ChãoTerra Maiamo Gaveta Branca

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CantantesTerra Eleita

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Caminhos Cantantes

Terra Eleita

KAKÁ BARBOZA

É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer

forma ou meio gráfico, eletrónico ou mecânico, inclusive fotocópia, esta obra.

As transgressões serão passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor.

Não participe ou encoraje a pirataria eletrónica de materiais protegidos.

O seu apoio aos direitos dos autores será apreciado.

Editor: Pedro Cardoso Livraria

FICHA TÉCNICA

Título: Caminhos Cantantes – Terra Eleita

Autor: Kaká Barboza

Capa: Pedro Mota

Imagem da capa: Ryhor Bruyeu | Dreamstime.com

© Autor. Direitos de edição reservados à Pedro Cardoso Livraria

para edição em Língua Portuguesa

1ª Edição – Março de 2018.

Impressão e acabamentos: ARTIPOL – Artes Tipográficas, Lda.

ISBN: 978-989-8894-05-2

Depósito Legal: 439156/18

Tiragem: 500 Exemplares

S u m á r i o

Nota do autor 7

Caminhos Cantantes

vivificação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 alvorada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 hino. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 ilha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 mar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 milho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 tempo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 calendário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 lugares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 poesia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 cantares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 memorações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 rincões de noventa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 dança dos corvos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 caminhos cantantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

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N o t a d o a u t o r

O presente livro é um desenho de ideias, de ciclos, de percur-

sos e de diálogos cerrados com a terra e com as gentes no período de tempo que vai de dois mil e dez a dois mil e doze, ano em que o autor completou os sessenta e cinco anos de vida, cômputo que totaliza os poemas da colectânea em presença.

Ciclos porque o livro divide-se em vagas ditadas pela razão sentinte e em alumiações do espírito que combinadas e concilia-das produziram músicas e ritmos que cadenciam a marcha do poeta pelos caminhos da terra eleita. O desenho começa pelo silêncio forçoso da Vivificação – cântico à memória da mãe do poeta – como se a morte fosse a fonte energizante dos textos vaza-dos na folha, das interlocuções e extensões da palavra, passando pela Alvorada momento simbolizante do levantar dos olhos e da voz do poeta perante o mundo, para no Hino prestar continência ao paisagístico, á vida que se abre com o sol sobre o mar, sobre a terra e as gentes, sobre a existência, sendo a Ilha o bico da calçada, ponto de partida para a meta encovada na metáfora lavrada nos versos e nas essências que povoam a narrativa.

Os poemas do livro Caminhos Cantantes – Terra Eleita – cantam o homem e a estrada das suas aventuras, a estrada da memória, o palco da vida, onde a ilha, o mar, o milho, o tempo, o calendário, os lugares, a poesia, os cantares, as memorações, os rincões dos anos, a dança dos corvos, a terminar em caminhos cantantes que dão titulo à obra, são visões que tomam assento no discurso poético a cumprimentar e a dizer adeus aos ciclos carregados de virtudes e de contradições, de certezas e de incer-tezas, de utopias e de inquietudes expressas de forma amena e outras vezes de modo vigoroso, a reclamar e a incitar os que com o poeta habitam o mesmo espaço, o mesmo ambiente, caminham

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a mesma estrada, visitam os mesmos lugares, sentem as mesmas emoções e vivem a mesma história.

Em vários momentos o autor quase se afoga na generosidade da terra por si eleita, terra também de todos, para teimosamente respirar alto e apelar ao labor, à construção de uma vida de dignidade, de progresso colectivo e de liberdade total, expresso em poemas quentes, para, numa espécie de despedida deixar no rastro do caminho o sentir das palavras, quiçá, um discurso cantado numa espécie de Finaçon-clássico, evocando autentici-dade e militância «o quente da fornalha dos meus dias/ é ardume que me suporta o caminho/ que move meu domo e meus hábitos/ haja o que tiver não me dói o destino».

Os presados leitores terão a oportunidade de também se con-frontarem com a experiência de como o pensamento em cabo-verdiano se transplanta e vaza-se na folha em branco no portu-guês, idioma igualmente da nossa cultura, correndo as duas línguas como rios paralelos em cujas margens o mesmo chão.

O Autor,

Carlos Alberto Barbosa – Kaká Barboza –

Caminhos Cantantes

Terra Eleita

1 1

v i v i f i c a ç ã o

cân t ico à memór ia da mãe

Mar ia da Graça Barbosa Amado

rendido no secado terral meu palpitar resvalava vacilante sobre os deuses que dispõem dos serescurvado no teu nobre jazigo meu pulsar deslizava hesitante sobre o tempo que o silêncio enobrece.

envolto nos braços negros do lenho que abril a lápide enlaça há preces e cânticos ao alto por ti graça maria que no supernal tu ‘alma engrandece.

se na tumba imóvel jaz o teu perfume no canto e na poesia teu ser revivifica se lá no etéreo repouso dos extintos tuas culpas e tuas falhas não lenificar no meu peito varão incapaz de vacilarem tua graça floram pazes e carinhos

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a l vo r a d a

pedra amor! terra flor! eira nossa! meu orgulho! o brasão é júbilo e vigor! é lúcida chama de julho!

é rubra glória o esforço! o tom escarlate é alvoroço!áureo é celebrar os anos de grandeza do teu chão o hino em teu louvor é fé alma e crença no amanhã

terra amor! medra flor! que o cântico é de amor dez estilhas de rejúbilo de braveza e de regozijo.

É na língua materna que aprendi a

escrever o que escrevo exaltado pela

mundivivência e pelo paisagístico da

terra. Cedo comecei a exprimir as

emoções delas advenientes, a vincular

as minhas convicções e a colocar as

pedras nas torres que construo tanto

na música como na poesia. É igual-

mente no estudo e na apropriação das

duas línguas da nossa cultura – o cabo-

verdiano e o português – que se afina

e se afirma o fio tecedor da linguagem

e da mensagem poética, onde o pulsar

das palavras marca o ritmo das via-

gens do autor pelos Caminhos Can-

tantes da Terra Eleita.

Esta obra identifica um tempo portador de

pactos, de retornos e de inícios, envolvendo

sessenta e cinco textos com os pés fincados

no mesmo centro e de olhos postos nos graus

da girante da bússola determinante da aven-

tura crioula, assentes numa poética porta-

dora de novos rumos e viagens, de pontes

sobre o mar que rola novos sonhos, de mãos

inventoras do molhado que não se tem, de

cultura no corpo da comunicação, mas, tam-

bém, terreiro da reconstituição permanente

do sujeito poético, cutelo, onde, hasteio o pen-

dão identitário, residência da alma do poeta

debruçada na janela da vida vivida prenhes

de caminhos vindouros.

Carlos Alberto Barbosa Kaká Barboza–

– é natural da Ilha de S. Vicente. Viveu a sua

infância e juventude na Vila de Assomada –

Santa Catarina. É músico, e compositor, poeta

e contista com seis livros publicados,

na Kriolu, e

na Finata – poesia em caboverdiano e

e , poesia e

Cântico às Tradições, contos em língua portu-

guesa. Integra a Selecta de Poesia e Prosa em

Língua Portuguesa; Cabo Verde Cem Poemas

Escolhidos; Cabo Verde Prosa Literária Pós-

-independência; Literatura Entre Irmãos – Cabo

Verde e Brasil e DiVersos com poesia e prosa.

É autodidacta.

Vinti

Xintido Letradu Son di ViraSon

Konfison

ChãoTerra Maiamo Gaveta Branca

K A K Á B A R B O Z A

Caminhos

CantantesTerra Eleita

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