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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP KELLY CRISTINA LACERDA PEREIRA CRESCIMENTO INICIAL DE Copaifera langsdorffii DESF., UMA ESPÉCIE DE INTERESSE COMERCIAL, EM DIFERENTES AMBIENTES CAMPO GRANDE – MS 2014

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP

KELLY CRISTINA LACERDA PEREIRA

CRESCIMENTO INICIAL DE Copaifera langsdorffii DESF., UMA ESPÉCIE

DE INTERESSE COMERCIAL, EM DIFERENTES AMBIENTES

CAMPO GRANDE – MS

2014

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KELLY CRISTINA LACERDA PEREIRA

CRESCIMENTO INICIAL DE Copaifera langsdorffii DESF., UMA ESPÉCIE

DE INTERESSE COMERCIAL, EM DIFERENTES AMBIENTES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento

Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp,

como parte dos requisitos para a obtenção do título

de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento

Regional.

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira

Profa. Dra. Rosemary Matias

Prof. Dr. José Antônio Maior Bono

CAMPO GRANDE – MS

2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que sempre esteve comigo em minha caminhada.

A minha mãe Helia Lacerda Pereira que sempre me aconselhou e

esteve ao meu lado, que nunca poupou esforços para que eu pudesse realizar

meus sonhos, acreditando em mim e dando apoio. A minha irmã Débora

Pereira Ortega, a quem quero ser sempre espelho. Jair Ortega Dias pelo

incentivo.

Aos familiares que me apoiaram e acreditaram no meu potencial.

Agradeço a minha avó Maria Nazareth Lacerda Pereira que sempre me

ajudou nos momentos difíceis, trazendo palavras de conforto e apoio.

Ao Felipe Cardozo de Souza pelo amor, companheirismo, cumplicidade

e paciência em todos os momentos.

A todos os técnicos, colegas, amigos e professores que de alguma

forma contribuíram sem medir esforços a completar essa caminhada em minha

vida.

As amigas de longa data Ana Carolina Rosa e Elvia Silvia Rizzi que

sempre estiveram ao meu lado nos momento em que muito precisei e aos

sorrisos compartilhados.

Aos meus queridos orientadores: Ademir Kleber Morbeck de Oiveira e

Rosemay Matias que sempre foram fonte de inspiração.

A todos vocês meu mais sincero obrigado.

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SUMÁRIO

1. Resumo Geral .................................................................................................7

2. General Summary ..........................................................................................8

3. Introdução Geral ............................................................................................9

4. Revisão de Literatura ..................................................................................11

5. Referências Bibliográficas ..........................................................................15

6. Artigos ..........................................................................................................24

Artigo 1 .............................................................................................................24

Diferentes luminosidades e substratos a base de cas ca de arroz

carbonizada no crescimento inicial de Copaifera langsdorffii....................24

Resumo .............................................................................................................24

Abstract ............................................................................................................25

Introdução ........................................................................................................25

Material e Métodos ...........................................................................................26

Resultados e Discussão ..................................................................................27

Conclusão .........................................................................................................33

Referências Bibliográficas ..............................................................................33

Artigo 2 .............................................................................................................37

Produção de mudas de Copaifera langsdorffii utilizando diferentes

luminosidades e substratos a base de vermicomposto ..............................37

Resumo .............................................................................................................37

Abstract ............................................................................................................37

Introdução ........................................................................................................38

Material e Métodos ...........................................................................................39

Resultados e Discussão ..................................................................................41

Conclusão .........................................................................................................47

Referências Bibliográficas ..............................................................................47

7. Conclusão Geral ...........................................................................................52

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1. Resumo Geral

O Cerrado possui recursos naturais de interesse socioeconômico para a

população dessa região, que vem sendo ameaçados pelo avanço das

atividades antrópicas. Por ser área de expansão agropecuária no País, a

ocupação e exploração do Cerrado faz com que sua cobertura vegetal seja

reduzida a pequenos remanescentes, afetando o bioma; Sendo assim, por

meio dete trabalho, situado dentro da linha Sociedade, Ambiente e

Desenvolvimento Regional Sustentável, objetivou-se avaliar o desenvolvimento

inicial em sol pleno e sombreamento em diferentes substratos de plântulas de

Copaíba (Copaifera langsdorffii). As plântulas, após atingirem a altura de 7 cm

acima do substrato, foram transplantadas para sacos de cultivo, contendo os

substratos (1), Arenoso, 80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada (2),

60% arenoso + 40% casca de arroz carbonizada (3), 60% arenoso + 20%

vermicomposto (1), 80% arenoso + 40% vermicomposto (1), 60% arenoso +

40% argiloso (4), 40% arenoso + 60% argiloso (4), submetidos a dois níveis de

sombreamento, pleno sol (0% de sombreamento - PS) e 30% de

sombreamento(SM). O experimento foi conduzido por 150 dias, em

delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições, no esquema

fatorial 7 x 2 x 5 (7 substratos, 2 intensidades luminosas e 5 períodos). Todos

os tratamentos apresentaram plântulas com aumento no comprimento do caule

e diâmetro do coleto, em ambas às intensidades luminosas, em todos os

períodos analisados. Para a massa seca total, da raiz e da parte aérea das

mudas de copaíba, também ocorreu aumento de massa a partir dos 90 dias

nas duas intensidades luminosas e todos os substratos. Conclui-se que os

melhores substratos foram os com 20% de casca de arroz carbonizada e com

20% de vermecomposto por apresentar as melhores médias na maioria dos

parâmetros analisados.

Palavras-chave : Pau-de-oleo, Copaíba, Reflorestamento.

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2. General Summary

The Cerrado has natural resources of socioeconomic interest to the population

of that area, which is being threatened by the advance of human activities.

Being area of agricultural expansion in the country, the occupation and

exploitation of the Cerrado makes its vegetation cover is reduced to small

remnants, affecting the biome; Thus, by work, situated within the line Society,

Environment and Sustainable Regional Development, aimed to evaluate the

initial development in full sun and shading of seedlings in different substrates

Copaiba (Copaifera langsdorffii). After reaching height of 7 cm above the

substrate, were transplanted to the cultivation bags containing substrates (1)

Sandy, 80% sand + 20% carbonized rice hull (2), 60% sand + 40% carbonized

rice husk (3), 60% sand + 20% vermicompost (1), 80% sand + 40%

vermicompost (1), 60% + 40% sandy clay (4), 40% + 60% sandy clay (4 ),

under two levels luminosity,sun (0% shading - PS) and 30% shading (SM). The

experiment was conducted for 150 days in a completely randomized design with

five replications in a factorial 7x 2 x 5 (7 substrates, two light intensities and 5

periods). All treatments showed seedlings with increase in stem length and

stem diameter in both the light intensities in all periods analyzed. For the dry

mass of the root and shoot of seedlings copaiba also occurred mass increase

from 90 days in the two light intensities and all substrates. We conclude that the

best substrates were 20% of carbonized rice husk and 20% vermecomposto to

present the best averages in most parameters.

Key-words: Pau-de-oleo, Copaíba, reforestation

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3. Introdução Geral

A complexidade e heterogeneidade nas diferentes fitofisionomias do

bioma está relacionada a fatores edáficos e topográficos, além da ocorrência

do fogo (OLIVEIRA-FILHO et al., 1989), bem como a influência dos biomas

vizinhos, indicando a existência de padrões de distribuição geográfica das

espécies vinculadas a essas formações (BRANDÃO e ARAÚJO, 2001; COLLI,

2005; SOUZA, 2005).

O Cerrado possui recursos naturais de interesse socioeconômico para a

população dessa região, que vem sendo ameaçados pelo avanço das

atividades antrópicas, dificultando a exploração desses recursos como fonte

alternativa de renda e alimentação.

Por ser área de expansão agropecuária no País, a ocupação e

exploração do Cerrado faz com que sua cobertura vegetal seja reduzida a

pequenos remanescentes, afetando a fauna e flora deste bioma (KLINK e

MACHADO, 2005; SILVA et al., 2008). Além de utilizar a vegetação para

extração de madeira, empregada na construção civil e fabricação de móveis,

também é utilizada na obtenção de combustível, artesanato, alimentação e na

medicina popular (BOTREL et al., 2006).

Observando-se que a população dessa região utiliza essa vegetação

nativa como fonte de renda, estudos sobre a reprodução de espécies nativas

tornam-se necessários, pois as técnicas de produção de mudas dessas

espécies são pouco conhecidas para sua correta utilização.

Por ser uma etapa importante e com conhecimento ainda restrito,

estudos a respeito da propagação e o comportamento de espécies sob

diferentes condições ambientais, como luminosidade e substrato, são

essenciais na produção de mudas, buscando a recomposição de ecossistemas

e também a correta extração dessas espécies (NOGUEIRA et al., 2003).

Dentre essas espécies arbóreas está Copaifera langsdorffii Desf.,

popularmente conhecida como copaíba, copaíba vermelha, pau-de-óleo, podoi,

ou óleo vermelho, pertencente à família Fabaceae: Caesalpinioideae. Tem sua

ocorrência distribuída nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do

Sul, São Paulo e Paraná e ocorre tanto em matas primárias como em

formações secundárias (LORENZI, 2002).

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Apesar de seu grande potencial de utilização, vem sofrendo com a

exploração predatória devido as suas propriedades medicinais (OLIVEIRA et

al., 2012). Com isso torna-se importante a busca por meios de renovar e

garantir a população ainda presente.

Diante de disso, este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento

inicial plântulas de Copaíba, em ambiente de pleno sol e sombreamento, com

diferentes tipos de substratos através de avaliações do comprimento do caule,

diâmetro do coleto e massa seca da parte aérea, raiz e total.

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4. Revisão de Literatura

O bioma Cerrado está localizado na região central do Brasil,

apresentando diferentes paisagens e estando entre os de maior biodiversidade

a ser preservada do planeta (MYERS et al., 2000). Sua fisionomia é composta

pela presença de gramíneas e estrato lenhoso não muito denso, sem a

presença de dossel contínuo, tendo como característica uma vegetação típica

de savanas, com poucas formações florestais (RIBEIRO e WALTER, 2008).

É considerado como o bioma com a flora mais rica do planeta, com

cerca de 6.429 espécies catalogadas (MENDONÇA et al., 1998), hospedam

muitas espécies endêmicas (FELFILI et al., 2005), com cerca de 11.627 plantas

superiores, compondo uma das mais diversificadas floras do mundo

(MENDONÇA et al., 2008). Entretanto, esse bioma é um dos mais ameaçados

ecossistemas do mundo, considerado um “hot spot” da biodiversidade

(MITTERMEYER et al., 1999). Sua vegetação está sendo intensamente

retirada para implantação de áreas agrícolas, levando assim ao possível

desaparecimento de algumas espécies encontradas apenas nesse bioma.

Essa substituição por atividades voltadas ao agronegócio foi ampla

(SANO et al., 2002; SANO et al., 2008), sendo o Cerrado, hoje, uma das

áreas onde se concentra grande parte da atividade agropecuária do país

(MOREIRA et al., 2012). Estima-se que 50% do bioma já foram modificados

mediante o corte e a queima, para dar lugar às monoculturas como a soja,

algodão, milho e áreas de pastagens (KLINK e MACHADO, 2005; SILVA et al.,

2008), que ocorre muitas vezes de forma desordenada.

A família Fabaceae é muito utilizada na recuperação de ambientes

degradados devido sua capacidade de se associar aos microrganismos do

solo, bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos que facilitam a

absorção de água e nutrientes, reduzindo a necessidade de correção do solo

(LIMA et al., 2007), tornado seu estudo importante.

Entre os gêneros dessa família com interesse econômico do Cerrado

está Copaifera, composto por 72 espécies, sendo que destas, 16 são

endêmicas do Brasil, com ocorrência principalmente na Amazônia e no Cerrado

(ALENCAR, 1982; VEIGA JÚNIOR e PINTO, 2002). Dentre as espécies que

compõem este gênero, está a Copaifera langsdorffii Desf. (Caesalpinioideae),

conhecida popularmente como Copaíba . Essa espécie, que pode atingir cerca

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de 40 m de altura, é uma planta decídua ou semidecídua, comumente

encontrada em áreas de transição do Cerrado para floresta latifoliada

semidecídua (CARVALHO, 2003; LORENZI, 2002). Também conhecida como

copahu pelos indígenas, era muito utilizada como cicatrizante no umbigo de

recém-nascidos e ferimentos de guerra (FERREIRA, 1999; LEITE, 2001).

Por ser um ótimo fixador, o óleo retirado da copaíba é utilizado em

indústrias de perfumes, sabonetes, cremes, condicionadores, hidratantes e

xampus. No norte do Brasil, é utilizado como combustível, gerando energia

para iluminação pública (VEIGA JÚNIOR e PINTO, 2002), além de usado como

secativo e solvente para pinturas de porcelana. Sua madeira é comercializada

com frequência, uma vez que apresenta boa durabilidade na natureza, sendo

muito utilizada na carpintaria e produção de carvão (VEIGA JUNIOR e PINTO,

2002; CARVALHO, 2004; FREIRE et al., 2006) e em marcenaria (LOUREIRO,

1979).

De fácil identificação devido ao forte aroma exalado, seu óleo possui

indicações etnofarmacológicas, utilizado nas vias urinárias, respiratórias,

ferimentos no útero, infecções, ulcerações, afrodisíaco, antitetânico,

antireumático, dores de cabeça, picadas de cobra, entre outros (AZEVEDO et

al., 2004; AGRA et al., 2008).

Com base nas propriedades e utilidades da copaíba, e para que a

utilização da espécie seja feita de maneira racional, é necessário a produção

de mudas. A uniformidade das mudas determinará o sucesso para produção,

sendo está relacionado com o vigor da semente que será utilizada (FERREIRA

e BORGHETTI, 2004). Além disto, o conhecimento da biologia e ecofisiologia

da germinação e formação de plântulas trazem subsídios para que se

compreenda a sobrevivência e regeneração natural, além das etapas da

comunidade vegetal estudada (VÁZQUEZ-YANES e OROZCOSEGOVIA,

1993).

Estudos sobre germinação de sementes possibilitam um maior

conhecimento sobre a fisiologia e morfologia da espécie através de respostas

encontradas na germinação e no desenvolvimento do embrião e plântula

(BASKIN e BASKIN, 2001). Para a germinação é necessário conhecer as

condições ambientais favoráveis, especialmente, água, oxigênio, temperatura e

o substrato (RAVEN et al., 2007).

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A escolha do substrato, para estudos de germinação e formação inicial

de plântulas, deve estar ligada as exigências das sementes, o que está

relacionado ao tamanho e formato desta, facilidade na contagem e avaliação

das plântulas (BRASIL, 2009). Este fator influência na germinação e

crescimento das plântulas, considerada a fase mais crítica, pois é nesse

momento que estas necessitam se fixar rapidamente no solo (BRASIL, 2009;

CARVALHO e NAKAGAWA, 2012).

Sabendo que o crescimento é a fase mais critica de seu ciclo, pois é

nessa fase que a planta tende a aprofundar suas raízes no solo, o tipo de

substrato é de suma importância para sua sobrevivência (CASAGRANDE

JÚNIOR et al., 1996). Os mais recomendados são papel (toalha, filtro e mata-

borrão), areia e solo (BRASIL, 2009). Mesmo não sendo mencionadas nas

Regras de Análise de Sementes (RAS), a vermiculita e o pó de coco estão

sendo utilizados nas análises de germinação de sementes e formação de

plântulas de espécies florestais (MELO et al., 2005; PACHECO et al., 2006).

O substrato utilizado no cultivo e na produção de mudas é de extrema

importância, pois exerce influência direta sobre a estrutura, aeração, retenção

de água e infestação por patógenos (VILLAGOMEZ et al., 1979). Além de

fornecer nutrientes inorgânicos, água e oxigênio (RAVEN, 2007).

Dentre os substratos utilizados está o vermicomposto, considerado um

dos melhores, pois além de incluir matéria orgânica, auxilia na retenção de

umidade, melhorando a textura do solo e disponibilizando nutrientes às plantas

(YADAV e GARG, 2009).

Outro composto que tem mostrado grande eficiência é a casca de arroz,

que apresenta grande espaço de aeração do substrato, pois facilita a

oxigenação para as raízes, beneficiando o desenvolvimento radicular. Porém

apresenta baixa capacidade de retenção de água, além de pH próximo a

neutralidade, o que aumenta à resistência a decomposição (MELLO, 2006;

MAUAD et al., 2004)

Os substratos argilosos apresentam mais de 35% de argila pura, que

dificulta a absorção da água pela menor porosidade e provocando o

escoamento pela superfície. Contudo é um solo que oferece maior retenção de

água, rico em alumínio, ferro, manganês, com baixo teor de nitrogênio e

fósforo, o que pode ser prejudicial. Alguns solos argilosos têm suas partículas

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unidas fortemente, formando grumos, aumentando sua porosidade e a

infiltração da água no solo, sendo o ideal para cultivo (CAPECHE et al.,

2004; MORELLI, 2010).

Os solos arenosos são compostos por quartzo (sílica pura) provenientes

da decomposição de arenitos ou quartzitos. São granulosos com bastante

permeabilidade e mais seco. Devido a rápida percolação da água ocorrer até

camadas mais profundas, dificulta a sobrevivência de micro-organismos e

plantas. Na dependência de outros fatores, a vegetação que ocupa áreas com

este tipo de solo é adaptada a condições mais restritivas de sobrevivência

(DNIT, 2006; PORTAL BRASIL, 2014).

A intensidade luminosa é outro fator importante para a germinação e

desenvolvimento das plântulas, pois afeta a taxa fotossintética (FERREIRA et

al., 1977). Para KOZLOWISKI et al. (1991) e RICKLEFS (2011), a luminosidade

interfere no crescimento devido aos seus efeitos sobre a fotossíntese, abertura

dos estômatos e síntese de clorofila, formando a base da cadeia alimentar.

Sendo também fonte de energia térmica, criando as condições adequadas à

vida.

Alterações na incidência da luz aumenta o ganho de carbono total das

plantas, que varia entre as espécies, clima, quantidade e qualidade da luz

(PACHECO e PAULILO, 2009). Logo, para uma produção de mudas de boa

qualidade, é necessário analisar a disponibilidade de radiação luminosa (LIMA

et al., 2011).

Sua interferência pode ser analisada através da massa seca da matéria,

altura, relação da raiz com a parte aérea e o diâmetro do coleto. Por sua vez,

determina se a plântula poderá ou não ser transferida para o campo, sendo que

este deve ter no mínimo 5 mm (GONÇALVES et al., 2000).

As diferentes luminosidades causam mudanças na morfologia e

fisiologia das plantas; porém cada planta tem características próprias (SCALON

et al., 2003). Este fator é o responsável pelo acúmulo de matéria seca que

auxilia no crescimento e com isso, pode ser analisada a adequabilidade aos

climas de determinadas regiões (BENICASA, 2003; MELO e CUNHA, 2008).

Muitas espécies apresentam área foliar maior com sombreamento, e os

diferentes padrões de altura da parte aérea demonstram variações no

crescimento e sobrevivência (WALTERS e KOZAC, 1965)

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A capacidade de resposta a disponibilidade de luz varia entre as

espécies arbóreas (THOMPSON et al., 1992). Sendo divididas em heliófilas

(pioneiras), que necessitam da incidência direta da luz para que ocorra a

germinação e seu crescimento, e as umbrófilas (clímax), que podem ter seu

desenvolvimento e germinação tolerantes ao sombreamento inicial (SWAINE e

WHITMORE, 1988).

Um método bastante utilizado em estudos sobre intensidade luminosa

com diferentes espécies é o sombreamento artificial, feito com auxilio de tela

de sombreamento, permitindo quantificar os efeitos da luminosidade (RÊGO e

POSSAMAI, 2006).

A carência de conhecimentos sobre produção de mudas coloca em risco

os programas de conservação, sendo fundamentais estudos sobre os fatores

que influenciam nesse processo. O que motivou o desenvolvimento desse

trabalho.

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5. Referências Bibliográficas

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24

Artigo I

Diferentes luminosidades e substratos a base de cas ca de arroz

carbonizada no crescimento inicial de Copaifera langsdorffii

Kelly Cristina Lacerda Pereira

Resumo

O Cerrado possui recursos naturais de interesse socioeconômico, atraindo

atenção de agropecuaristas e sua ocupação e exploração reduz sua cobertura

vegetal. Sendo assim, este trabalho está dentro da linha Sociedade, Ambiente

e Desenvolvimento Regional Sustentável. Objetivou-se avaliar o

desenvolvimento inicial em sol pleno e sombreamento em diferentes substratos

de plântulas de Copaíba (Copaifera langsdorffii). Após atingirem a altura de 7

cm, foram transplantadas para sacos de plantio contendo quatro substratos:

Arenoso (1), 80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada (2), 60% arenoso

+ 40% casca de arroz carbonizada (3) e, 60% arenoso + 40% argiloso (4).

Estes foram mantidos em dois níveis de sombreamento, pleno sol (0% de

sombreamento - SM) e 30% de sombreamento (SM), O experimento foi

conduzido por 150 dias em delineamento inteiramente casualizado, com cinco

repetições, no esquema fatorial 4 x 2 x 5 (4 substratos, 2 intensidades

luminosas e 5 períodos). Todos os substratos apresentaram aumento no

comprimento do caule e diâmetro do coleto, em ambas às intensidades

luminosas e em todos os períodos analisados. Para a massa seca total, da raiz

e da parte aérea. Conclui-se que o melhor substrato é o PS2, por apresentar as

melhores médias na maioria dos parâmetros analisados.

Palavras-chave: Podoio, Árvores do Cerrado, Mudas Nativas

Abstract

The Cerrado has natural resources of socio-economic interest, attracting

attention of ranchers and their occupation and exploitation reduces vegetation

cover. Thus, this work is within the line Society, Environment and Sustainable

Regional Development. The objective was evaluating the initial development in

full sun and shading of seedlings in different substrates Copaiba (Copaifera

langsdorffii). After reaching a height of 7 cm were transplanted into planting

bags containing four substrates: Sandy (1), 80% sand + 20% carbonized rice

25

hull (2), 60% sand + 40% carbonized rice husk (3) and 60% + 40% loamy (4).

These were kept on two levels of shading, full sun (0% shading - SM) and 30%

shading (SM), the experiment was conducted for 150 days in a completely

randomized design with five replications in a factorial 4 x 2 x 5 (4 substrates, 2

light intensities and 5 period). All substrates showed an increase in stem length

and stem diameter into both light intensity and in all periods analyzed. For the

dry mass of the root and shoot. We conclude that is the best substrate PS2, by

presenting the best averages in most parameters.

Key-words : Podoio, Trees of Cerrado, Native Seedlings

Introdução

O Cerrado é considerado o segundo bioma brasileiro em extensão,

compreendendo quase um quarto do território nacional, com 204,7 milhões de

hectares (SANO et al., 2008; MENDONÇA et al., 2008) e suas fitofisionomias

tem como característica uma vegetação savânica, com mínima ocorrência de

formações florestais (RIBEIRO e WALTER, 2008), que hospedam muitas

espécies endêmicas (FELFILI et al., 2005), com cerca de 11.627 plantas

superiores nativas, compondo uma das mais diversificadas floras do mundo

(MENDONÇA et al., 2008).

Estas espécies vêm sofrendo níveis significativos de perturbação devido

ao avanço das fronteiras agropecuárias, a especulação imobiliária e em menor

proporção, a construção de usinas hidrelétricas e exploração mineral, entre

outros impactos. Nesse sentido, vem crescendo o uso de espécies nativas para

atender projetos de conservação, recuperação e uso sustentável dessas áreas

e a projetos silvipastoril (REIS, 2007)

Entre os representantes vegetais deste bioma se encontra a espécie

Copaifera langsdorffii, espécie arbórea com até 40 metros de altura,

pertencente a família Fabaceae: Caesalpinioideae. Popularmente conhecida

como copaíba, óleo de copaíba, copaíba vermelha, copaíba da várzea, pau-de-

óleo ou podoio, tem sua ocorrência nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul,

Minas Gerais, Paraná e São Paulo (CARVALHO, 2005; LORENZI, 2002). Pode

ser encontrada tanto em formações primárias como em secundárias, suas

folhas são compostas e as sementes, envoltas por arilo que servem de atração

para os pássaros, sendo essas disseminadas por eles (LORENZI, 2002).

26

A copaíba produz um óleo que é utilizado na medicina popular e

silvícola, para diversas finalidades, tais como adstringente, antibiótico,

antiinflamatório, antimicrobiano, anti-séptica, cicatrizante da pele e do couro

cabeludo, desinfetante, diurético, energizante, expectorante, laxante e tônico

(RAIN TREE, 2014).

Por ter uma madeira lisa, muito durável sob condições naturais, grande

resistência ao ataque de xilófagos e baixa permeabilidade, é muito indicada

para construção civil, confecção de móveis e por fornecer sombra. Pode ser

ainda utilizada na arborização urbana e rural, além plantio em áreas

degradadas e preservação permanente (LORENZI, 2002) além de ser utilizada

na produção de carvão (LOUREIRO, 1979)

Devido à importância da espécie e aos problemas expostos, por meio

desse objetivou-se avaliar o crescimento inicial, em sol pleno e sombreado, em

diferentes substratos de plântulas de copaíba.

Material e Métodos

As sementes de C. lagsdorffii foram coletadas de 13 matrizes em área

de Cerrado, município de Terenos (Lat. S 20°26’32”, Long. O 54°51’37”, alt.

437 m.), Mato Grosso do Sul, Brasil, em Agosto de 2013. Estas foram

acondicionadas em sacos de papel e transportadas para laboratório de

Pesquisa em Sistemas Ambientais e Biodiversidade, onde foi feita a triagem,

sendo eliminadas sementes com sinais de predação ou mal formadas. Os

experimentos de laboratório e em campo foram conduzidos na Universidade

Anhanguera-Uniderp, Unidade Agrárias, Campo Grande-MS (Lat. S 29°

44’019’’, Long. O 54°54’043’’ alt. 619 m.)

As sementes foram colocadas em bandejas de alumínio sob e sobre três

folhas de papel germitest, vedadas com papel filme e mantidas em câmara de

germinação com fotoperíodo de 12 horas diárias de luz branca (quatro

lâmpadas fluorescentes de 20 W, ±660 lux). Para que a germinação ocorresse,

os papéis foram encharcados com água destilada até que as sementes

ficassem túrgidas; após esse processo, eram transferidas para outra bandeja

com papéis pouco umedecidos. Quando apresentaram 1 cm de raiz, foram

transferidas para bandejas de polietileno expandido, contendo vermiculita como

substrato, com rega sendo feita com água destilada, quando necessário.

27

Após atingirem a altura de 7 cm acima do substrato, foram

transplantadas para sacos de cultivo com 25 cm de altura x 15 cm de largura x

7,5 cm de diâmetro com capacidade para 1 L, com furos na base, contendo os

diferentes substratos, sendo que cada recipiente recebeu uma única.

O experimento foi conduzido por 150 dias em delineamento inteiramente

casualizado, com cinco repetições, no esquema fatorial 4 x 2 x 5 (4 substratos,

2 intensidades luminosas e 5 períodos – 30, 60, 90, 120 e 150 dias),

totalizando 200 unidades experimentais, sendo avaliados dois níveis de

sombreamento, pleno sol (0% de sombreamento - PS) e 30% de

sombreamento – com auxilio de tela de sombreamento (SM).

Os substratos utilizados foram:

• Arenoso (1)

• 80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada (2)

• 60% arenoso + 40% casca de arroz carbonizada (3)

• 60% arenoso + 40% argiloso (4)

As mudas foram mensuradas e avaliadas quanto à altura da parte aérea

(cm) (considerada como a distância do colo da planta até o ápice mais alto),

utilizando régua graduada (cm) e diâmetro do coleto, por meio de paquímetro

digital (mm). Após a mensuração, todas as plantas foram separadas em parte

aérea e raiz e secas em estufa de circulação forçada de ar a 60 °C até por três

dias. Posteriormente foi avaliado o peso seco da parte aérea (g), peso seco da

raiz (g) e o peso seco total (g).

Os dados referentes ao período de 150 dias foram submetidos à análise

de variância e quando ocorreu significância, foi feita a comparação das médias

pela ANOVA e teste de Tukey em nível de 5% (p< 0,05).

Resultados e Discussão

De acordo com os dados obtidos, pode ser observado que todos os

substratos apresentaram aumento no comprimento de seu caule, sendo que o

melhor resultado ao final do experimento (150 dias) foi notado no substrato

com adição de 40% de argila (PS4) com 32,56 cm (Figura 1) com exceção do

S3 em pleno sol, que manteve seus comprimentos estatisticamente iguais até o

final do experimento (9,6 cm) (Figura 1).

28

Os resultados obtidos diferem do obtido por LOPES et al. (2013), ao

analisar a altura das mudas de Copaifera langsdorffii em ambiente de pleno sol

e casa de vegetação, que não observaram diferenças significativas entre eles.

y = -0.25x2 + 2.606x + 4.084R² = 0.985

y = 0.178x2 - 0.017x + 7.1R² = 0.978

y = -0.015x2 + 0.612x + 6.776R² = 0.914

y = -1.837x2 + 18.66x - 13.5R² = 0.836

y = 0.065x2 + 0.907x + 5.64R² = 0.907

y = 0.022x2 + 1.610x + 5.384R² = 0.955

y = -0.707x2 + 6.168x + 0.364R² = 0.986

y = 0.152x2 + 0.428x + 5.504R² = 0.985

0.00

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

40.00

30 60 90 120 150

Com

prim

ento

do

caul

e (c

m)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 1. Comprimento (cm) dos caules de Copaifera langsdorffi em substrato

(1) arenoso, (2) 80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada, (3) 60%

arenoso + 40% casca de arroz carbonizada e (4) 60% arenoso + 40% argiloso,

em diferentes períodos em (PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de

sombreamento, Campo Grande – MS de 2013-2014.

Para o plantio, essa espécie tem preferência por solos que variam de

franco-argilosos a argilosos e drenagem regular (CARVALHO, 2005), o que

justifica o PS4 apresentar melhor comprimento no decorrer do experimento.

Geralmente as plântulas tendem a apresentar maior crescimento com o

aumento da luminosidade até que está se estabilize ou apresente queda a

partir de certas intensidades luminosas (TURNER, 2001).

Para o diâmetro do coleto também foi observado aumento no diâmetro

do coleto em todos os tratamentos, mantendo suas médias iguais, com

exceção do substrato PS3 que manteve seus dados iguais até o final do

experimento – 3,56 mm aos 150 dias (Figura 2).

29

y = -0.065x2 + 0.834x + 1.994R² = 0.959

y = 0.147x2 - 0.264x + 2.804R² = 0.978

y = 0.016x2 + 0.046x + 2.936R² = 0.875

y = -0.004x2 + 0.433x + 2.114R² = 0.909

y = 0.000x2 + 0.566x + 2.168R² = 0.931

y = -0.065x2 + 1.031x + 1.518R² = 0.987

y = 0.002x2 + 0.548x + 2.424R² = 0.973

y = 0.022x2 + 0.358x + 2.284R² = 0.956

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

30 60 90 120 150

Diâ

met

ro d

o co

leto

(mm

)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 2. Diâmetro (mm) dos coletos de Copaifera langsdorffi em substrato (1)

arenoso, (2) 80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada, (3) 60% arenoso

+ 40% casca de arroz carbonizada e (4) 60% arenoso + 40% argiloso, em

diferentes períodos em (PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de

sombreamento, Campo Grande – MS de 2013-2014.

Para que as mudas tenham condições de serem transferidas para o

campo, elas devem apresentar 5 mm de coleto no mínimo (GONÇALVES et al.,

2000). O que pode ser observado nos substratos PS2 (5,15 mm), SM2 (5,00

mm) e SM3 (5,31).

Aos quatro meses as plântulas de Amburana cearensis (Allemao) A.C.

Smith (Fabaceae) apresentaram diâmetro de coleto de 3,34 mm em pleno sol e

2,78 mm em 50% de sombreamento (RAMOS et al., 2004). Resultados

menores que o encontrado neste trabalho.

Quanto à massa seca da parte aérea todos os substratos analisados

apresentaram alocação de massa (Figura 3). Contudo os melhores resultados

foram observados em pleno sol, no substrato PS2, com 2 g e com

sombreamento nos substratos SM2 (1,78 g) e SM3 (1,96 g) (Figura 3).

30

y = -0.009x2 + 0.238x - 0.036R² = 0.999

y = 0.107x2 - 0.216x + 0.312R² = 0.973

y = -0.061x2 + 0.508x - 0.312R² = 0.989

y = -0.053x2 + 0.476x - 0.286R² = 0.945

y = 0.01x2 + 0.11x + 0.124R² = 0.942

y = 0.07x2 - 0.036x + 0.21R² = 0.992

y = 0.084x2 - 0.111x + 0.322R² = 0.947 y = 0.009x2 + 0.045x + 0.192

R² = 0.986

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

30 60 90 120 150

Mas

sa s

eca

da P

.A. (

g)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 3. Massa (g) da parte aérea (P.A.) de Copaifera langsdorffi em

substrato (1) arenoso, (2) 80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada, (3)

60% arenoso + 40% casca de arroz carbonizada e (4) 60% arenoso + 40%

argiloso, em diferentes períodos em (PS) ambiente de pleno sol e (SM) com

30% de sombreamento, Campo Grande – MS de 2013-2014.

Resultados contrario ao encontrado por SALLES et al. (2006), que

trabalhando com Acacia mearnsii de Wild observaram que ao acrescentar 50%

de casca de arroz carbonizada ao solo influenciou negativamente nas mudas

produzidas.

A casca de arroz tem sido muito utilizada pelos agricultores por se tratar

de um substrato praticamente inerte, que não reage com os nutrientes da

adubação e por possuir longa durabilidade sem alteração de suas

características físicas (CARRIJO et al., 2002).

Ao trabalhar com espécies arbóreas do cerrado SOBRINHO et al. (2010)

obtiveram os maiores diâmetros trabalhando com substratos sem o acréscimo

de casca de arroz carbonizada. Resultados diferentes ao apresentado neste

trabalho.

31

A massa seca da raiz também apresentou aumento na alocação de

massa até o final do tratamento (Figura 4), apresentando menor acúmulo, ao

final, no tratamento PS3, com 0,7 g (Figura 4).

Isso pode ter ocorrido devido a alta quantidade de casca de arroz

presente nesse solo, causando a redução de microporos no substrato, levando

a diminuição da capacidade de retenção de água do solo (GUERRINI e

TRIGUEIRO, 2004), o que pode ter ocasionado a diminuição da massa seca

nesse tratamento.

y = 0.048x2 + 0.146x - 0.118R² = 0.972

y = 0.132x2 - 0.397x + 0.452R² = 0.973

y = -0.059x2 + 0.500x - 0.336R² = 0.990

y = 0.015x2 + 0.181x - 0.052R² = 0.990

y = 0.052x2 + 0.016x + 0.174R² = 0.990

y = 0.042x2 + 0.116x - 0.018R² = 0.911

y = 0.132x2 - 0.429x + 0.566R² = 0.960

y = 0.046x2 - 0.079x + 0.31R² = 0.999

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1.40

1.60

1.80

2.00

30 60 90 120 150

Mas

sa s

eca

da r

aiz

(g)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 4. Massa (g) da raiz de Copaifera langsdorffi em substrato (1) arenoso,

(2) 80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada, (3) 60% arenoso + 40%

casca de arroz carbonizada e (4) 60% arenoso + 40% argiloso, em diferentes

períodos em (PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de sombreamento,

Campo Grande – MS de 2013-2014.

Em FONSECA et al. (2006) pode ser observado que sob 50% de

sombreamento obtiveram maior alocação de massa nas raízes. A maior

alocação de massa fornece maior função para plantas no campo,

principalmente em áreas degradadas, aumentando suas chances de

32

sobrevivência, pois essa característica irá garantir sustentação e uma maior

área para absorção de água e nutrientes (ALMEIDA et al., 2005).

A massa seca total de todas as plântulas apresentaram aumento em sua

alocação de massa em todos os substratos em ambas as intensidades

luminosas (Figura 5).

Ao final do tratamento (150 dias) as melhores médias foram observadas

nos substratos PS2 (3,86 g), SM2 (3,33 g) e SM3 (3,76 g).

y = 0.038x2 + 0.390x - 0.16R² = 0.986

y = 0.239x2 - 0.604x + 0.756R² = 0.972

y = -0.119x2 + 1.000x - 0.64R² = 0.991

y = -0.038x2 + 0.657x - 0.338R² = 0.982

y = 0.062x2 + 0.126x + 0.298R² = 0.984

y = 0.114x2 + 0.072x + 0.2R² = 0.969

y = 0.216x2 - 0.541x + 0.888R² = 0.953

y = 0.056x2 - 0.039x + 0.508R² = 0.998

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

30 60 90 120 150

Mas

sa s

eca

tota

l (g)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 5. Massa (g) total de Copaifera langsdorffi em substrato (1) arenoso, (2)

80% arenoso + 20% casca de arroz carbonizada, (3) 60% arenoso + 40%

casca de arroz carbonizada e (4) 60% arenoso + 40% argiloso, em diferentes

períodos em (PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de sombreamento,

Campo Grande – MS de 2013-2014.

Aos 100 dias as mudas de Acacia mangium Wild. (Fabacea)

apresentaram valores médios de 1,69 g com acréscimo de 20% de casca de

arroz carbonizada e 1,55 g com 40% de casca de arroz carbonizada

(FAVALESSA, 2011). Valores semelhantes ao encontrado neste trabalho no

período de 90 dias.

As mudas de copaíba apresentam baixa exigência nutricional para seu

desenvolvimento, sendo capazes de ajustar a produção de massa seca da

parte aérea frente às mudanças nutricionais do ambiente (DUBOC et al., 1996).

33

Neste estudo ficou evidente que esta espécie se adapta facilmente

mesmo em condições restritas, alocando massa seca independente do

substrato utilizado.

Conclusão

Conclui-se que a Copaifera langsdorffii obteve um bom desenvolvimento

em todos os parâmetros analisados, sendo que o substrato com acréscimo de

20% de casca de arroz (S2), foi o que apresentou as melhores médias

analisadas, independente da intensidade luminosa, além de alocar mais massa

seca no caule, raiz, peso seco total e diâmetro do coleto.

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37

Artigo II

Produção de mudas de Copaifera langsdorffii utilizando diferentes

luminosidades e substratos a base de vermicomposto

Kelly Cristina Lacerda Pereira

Resumo

O Cerrado possui recursos naturais de interesse socioeconômico, atraindo

atenção de agropecuaristas e sua ocupação e exploração reduz sua cobertura

vegetal. Sendo assim, este trabalho está dentro da linha Sociedade, Ambiente

e Desenvolvimento Regional Sustentável. Objetivou-se avaliar o

desenvolvimento inicial em sol pleno e sombreamento em diferentes substratos

de plântulas de Copaíba (Copaifera langsdorffii). Após atingirem a altura de 7

cm, foram transplantadas para sacos de plantio contendo quatro substratos:

Arenoso (1), 80% arenoso + 20% vermicomposto (2), 60% arenoso + 40%

vermicomosto (3) e, 40% arenoso + 60% argiloso (4). Estes foram mantidos em

dois níveis de sombreamento, pleno sol (0% de sombreamento - SM) e 30% de

sombreamento (SM), O experimento foi conduzido por 150 dias em

delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições, no esquema

fatorial 4 x 2 x 5 (4 substratos, 2 intensidades luminosas e 5 períodos). Todos

os tratamentos apresentaram aumento no comprimento do caule e diâmetro do

coleto, alocação de massa seca em ambas às intensidades luminosas e em

todos os períodos analisados. Conclui-se que de acordo o melhor substrato são

o PS2 e SM2, por apresentar as melhores médias na maioria dos parâmetros

analisados.

Palavras-chave: Fabaceae, Húmus, Coleto.

Abstract

The Cerrado was natural resources for socio-economic interest, attracting

attention of ranchers and their occupation and exploitation reduces vegetation

cover. Thus, this work is within the line Society, Environment and Sustainable

Regional Development. The objective was evaluating the initial development in

full sun and shading of seedlings in different substrates Copaiba (Copaifera

langsdorffii). After reaching a height of 7 cm were transplanted to growing bags

containing four substrates: Sandy (1), 80% + 20% vermicompost (2), 60% +

38

40% vermicompost (3), and 40% sand + 60% clay (4) . They were kept on two

levels of shading, full sun (0% shading - SM) and 30% shading (SM), the

experiment was conducted for 150 days in a completely randomized design with

five replications in a factorial 4 x 2 x 5 (4 substrates,2 light intensities and 5

period). All treatments showed an increase in stem length stem diameter and

dry mass allocation in the light intensity and in all periods analyzed. For the dry

mass of the root and shoot. We conclude that according substrate are the best

the PS2 and SM2, by presenting the best averages in most parameters.

Key-words : Fabaceae, Humus, Collect

Introdução

O Cerrado é o segundo bioma brasileiro em extensão, compreendendo

quase um quarto do território nacional, com 204,7 milhões de hectares (SANO

et al., 2008; MENDONÇA et al., 2008). É considerado como o bioma com a

flora mais rica do planeta, com cerca de 6.429 espécies catalogadas

(MENDONÇA et al., 1998). Entretanto, esse bioma é um dos mais

ameaçados ecossistemas do mundo, considerado um “hot spot” da

biodiversidade (MITTERMEYER et al., 1999).

O sucesso em programas de reflorestamento e recuperação de áreas

degradadas exige mudas de boa qualidade, com capacidade de adaptação as

condições em campo, desenvolvendo sistema radicular bem desenvolvido

(Melo e Cunha, 2008). O plantio direto pode levar a perda das sementes, em

consequência da profundidade da semeadura, a umidade disponível

(CARDOSO et al., 2008).

A falta de informação sobre o comportamento das espécies nativas leva

a uma diminuição na capacidade de reposição florestal (BARBOSA et al.,

2004), fazendo-se necessário estudos sobre produção de mudas.

A escolha do substrato para formação inicial de plântulas é muito

importante, pois exerce influência direta sobre a estrutura, aeração, retenção

de água e infestação por patógenos (VILLAGOMEZ et al., 1979), além de

fornecer nutrientes inorgânicos, água e oxigênio (RAVEN, 2007).

Um substrato que tem mostrado grande eficiência é a casca de arroz,

que apresenta grande espaço de aeração do substrato, o que facilita a

oxigenação para as raízes, beneficiando o desenvolvimento radicular; porém

39

apresenta baixa capacidade de retenção de água, além de pH próximo a

neutralidade, o que aumenta à resistência a decomposição (MELLO, 2006;

MAUAD et al., 2004).

Os argilosos apresentam mais de 35% de argila pura, que dificulta a

absorção da água pela menor porosidade e provocando o escoamento pela

superfície. Alguns solos argilosos têm suas partículas unidas fortemente,

formando grumos, aumentando sua porosidade e a infiltração da água no solo,

sendo o ideal para cultivo (CAPECHE et al., 2004; MORELLI, 2010).

Outro fator importante para a germinação e o crescimento de plântulas é

a intensidade luminosa, que pode variar entre as espécies (CLAUSSEN, 1996).

Saber qual a melhor condição de luminosidade para o crescimento das

plântulas para cada espécie se torna importante para que haja sucesso nos

projetos de reflorestamento (FONSECA et al., 2006)

Dentre as espécies encontradas no bioma Cerrado está a Copaifera

langsdorffii Desf. conhecida popularmente como copaíba, copaíba vermelha,

pau-de-óleo, podoi, ou óleo vermelho, pertencente à família Fabaceae:

Caesalpinioideae. Tem sua ocorrência distribuída nos Estados de Minas

Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná e ocorre tanto em

matas primárias como em formações secundárias (LORENZI, 2002).

Apresentar crescimento lento e pode alcançar de 25 – 40 metros de

altura, tendo a capacidade de viver por 400 anos (CARVALHO, 2003). Essa

espécie é usada no tratamento sinusites, úlceras, rins, pele inflamada, garganta

e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (ALMEIDA et al., 1998).

Utilizada também em programas de recuperação de áreas degradadas ou

sistemas agroflorestais (PEREIRA, 2011).

Diante da importância da espécie, objetivou-se no presente trabalho

avaliar o desenvolvimento inicial em sol pleno e sombreamento em diferentes

substratos de plântulas de copaíba.

Material e Métodos

As sementes de C. lagsdorffii foram coletadas de 13 matrizes em área

de Cerrado, município de Terenos (Lat. S 20°26’32”, Long. O 54°51’37”, alt.

437 m.), Mato Grosso do Sul, Brasil, em Agosto de 2013 acondicionadas em

sacos de papel e transportadas para laboratório de Pesquisa em Sistemas

40

Ambientais e Biodiversidade, onde foi feita a triagem, sendo eliminadas

sementes com sinais de predação ou mal formadas. Os experimentos de

laboratório e em campo foram conduzidos na Universidade Anhanguera-

Uniderp, Unidade Agrárias, Campo Grande-MS (Lat. S 29° 44’019’’, Long. O

54°54’043’’ alt. 619 m.)

Teste de Germinação

As sementes foram colocadas em bandejas de alumínio sob e sobre três

folhas de papel germitest, vedadas com papel filme e mantidas em câmara de

germinação com fotoperíodo de 12 horas diárias de luz branca (quatro

lâmpadas fluorescentes de 20 W, ±660 lux). Para que a germinação ocorresse,

os papéis foram encharcados com água destilada até que as sementes

ficassem túrgidas; após esse processo, eram transferidas para outra bandeja

com papéis pouco umedecidos. Quando apresentaram 1 cm de raiz, foram

transferidas para bandejas de polietileno expandido, contendo vermiculita como

substrato, com rega sendo feita com água destilada, quando necessário.

Crescimento Inicial

Após atingirem a altura de 7 cm acima do substrato, foram

transplantadas para sacos de cultivo com 25 cm de altura x 15 cm de largura x

7,5 cm de diâmetro, com furos na base, contendo os diferentes substratos,

sendo que cada recipiente recebeu uma única plântula (altura x 15 de largura x

7,5 de diâmetro e furos na base).

O experimento foi conduzido por 150 dias em delineamento inteiramente

casualizado, com cinco repetições, no esquema fatorial 4 x 2 x 5 (7 substratos,

2 intensidades luminosas e 5 períodos – 30, 60, 90, 120 e 150 dias),

totalizando 200 unidades experimentais, sendo avaliados dois níveis de

sombreamento, pleno sol (0% de sombreamento - PS) e 30% de

sombreamento (SM).

Os substratos utilizados foram:

• Arenoso (1)

• 60% arenoso + 20% vermicomposto (2)

• 80% arenoso + 40% vermicomposto (3)

• 40% arenoso + 60% argiloso (4)

41

As mudas foram mensuradas e avaliadas quanto à altura da parte aérea

(cm) (considerada como a distância do colo da planta até o ápice mais alto),

utilizando régua graduada (cm) e diâmetro do coleto, por meio de paquímetro

digital (mm). Após a mensuração, todas as plantas foram separadas em parte

aérea e raiz e secas em estufa de circulação forçada de ar a 60 °C até por três

dias. Posteriormente foi avaliado o peso seco da parte aérea (g), peso seco da

raiz (g) e o peso seco total (g)

Os dados referentes ao período de 150 dias foram submetidos à análise

de variância e quando ocorreu significância, foi feita a comparação das médias

pela ANOVA e teste de Tukey em nível de 5% (p< 0,05).

Resultados e Discussão

O substrato vermicomposto apresenta três características fundamentais

para o desenvolvimento das plântulas. Auxiliando na disponibilidade de

nitrogênio, cálcio, potássio, magnésio e fósforo. Aumentando também, a

aeração, drenagem, retenção de água e nutrientes. Além de auxiliar na

ativação microbiológica, aumentando a estrutura do solo (ARTUR et al., 2007).

A Figura 1 mostra que houve aumento significativo no comprimento dos

caules de copaíba em todos os substratos e luminosidades. Ao final do

tratamento (150 dias) não houve diferença estatística entre as médias de todos

os substratos e luminosidade.

Por ser rico em humos e apresentar reguladores de crescimento vegetal

(auxinas) responsáveis pela expansão das células vegetais e crescimento

radicular, influenciando na maior absorção de água e nutrientes (ZANDONADI

et l., 2007; 2010).

ANDREAZZA et al. (2013) trabalhando com ipê amarelo observou que

em solo com acréscimo de 20% e 50% de vermicomposto ao solo arenoso

proporcionou um maior desenvolvimento do caule. Resultado semelhante ao

encontrado no presente trabalho.

42

y = -0,25x2 + 2,606x + 4,084R² = 0,985

y = -0,355x2 + 3,740x + 2,606R² = 0,978

y = -0,174x2 + 2,437x + 4,364R² = 0,958

y = -0,055x2 + 1,512x + 5,068R² = 0,839

y = 0,065x2 + 0,907x + 5,64R² = 0,907

y = 0,035x2 + 1,395x + 5,264R² = 0,996

y = -0,724x2 + 6,247x + 0,292R² = 0,987

y = -0,202x2 + 2,305x + 4,076R² = 0,854

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

30 60 90 120 150

Com

prim

ento

do

caul

e (c

m)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 1. Comprimento (cm) dos caules de Copaifera langsdorffi em substrato

(1) arenoso, (2) 80% arenoso + 20% vermicomposto, (3) 60% arenoso + 40%

vermicomposto e (4) 40% arenoso + 60% argiloso, em diferentes períodos em

(PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de sombreamento, Campo

Grande – MS de 2013-2014.

O coleto também apresentou aumento em seu diâmetro ao final do

tratamento (150 dias) em todos os substratos e intensidades luminosas.

Contudo as médias finais não se diferenciaram estatisticamente.

Por apresentar crescimento lento, as mudas desta espécie ficam prontas

para o plantio, geralmente, nove meses após a semeadura das sementes

(CARVALHO, 2005), o que foi parcialmente comprovado por este experimento.

A medida do colete é importante, pois as mudas com maior diâmetro são

as melhores, pois garante maior sustentação a plântula (FARIAS et al., 1997;

TUCCI et al., 2007).

43

y = -0,065x2 + 0,834x + 1,994R² = 0,959

y = 0,069x2 - 0,004x + 2,938R² = 0,958

y = 0,021x2 + 0,349x + 2,456R² = 0,806

y = -0,024x2 + 0,599x + 1,702R² = 0,976

y = 0,000x2 + 0,566x + 2,168R² = 0,931

y = -0,102x2 + 1,225x + 1,4R² = 0,951

y = -0,112x2 + 1,339x + 1,346R² = 0,967

y = -0,098x2 + 1,033x + 1,818R² = 0,934

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

30 60 90 120 150

Diâ

met

ro d

o co

leto

(mm

)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 2. Diâmetro (cm) do coleto de Copaifera langsdorffi em substrato (1)

arenoso, (2) 80% arenoso + 20% vermicomposto, (3) 60% arenoso + 40%

vermicomposto e (4) 40% arenoso + 60% argiloso, em diferentes períodos em

(PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de sombreamento, Campo

Grande – MS de 2013-2014.

Quanto à alocação de massa seca da parte aérea todos os substratos

apresentaram aumento em sua massa, em ambas as intensidades luminosas

(Figura 3). Contudo os melhores resultados foram observados nos substratos

PS2 (1,49 g), PS3 (1,33 g), SM2 (1,2 g) e SM3 (1,57 g).

Aos cinco meses as mudas de ipê amarelo apresentaram peso seco da

parte aérea de 1,44 g com acréscimo de 25% de vermicomposto ao substrato

arenoso e com o acréscimo de 50% esse valor foi menor (0,78 g)

(ANDREAZZA et al., 2013).

ANDREAZZA et al. (2013) trabalhando também com mudas de leucena

com o acréscimo de 25 e 50% as mudas apresentaram ganho na alocação de

massa (1,56 g e 1,33 g respectivamente). Resultados iguais ao encontrado

neste trabalho.

44

SOUZA et al. (2003) notaram que com a adição de 40% de

vermicomposto, o peso da massa seca da P.A. de Anonna muricata L.

apresentou aumento.

y = -0,009x2 + 0,238x - 0,036R² = 0,999

y = -0,023x2 + 0,466x - 0,312R² = 0,923

y = -0,046x2 + 0,573x - 0,406R² = 0,894

y = -0,011x2 + 0,258x - 0,148R² = 0,987

y = 0,01x2 + 0,11x + 0,124R² = 0,942

y = -0,014x2 + 0,323x - 0,06R² = 1

y = 0,001x2 + 0,329x - 0,134R² = 0,982

y = 0,003x2 + 0,173x - 0,006R² = 0,965

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

30 60 90 120 150

Mas

sa s

eca

da P

.A. (

g)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 3. Massa (g) seca da parte aérea (P.A.) de Copaifera langsdorffi em

substrato (1) arenoso, (2) 80% arenoso + 20% vermicomposto, (3) 60%

arenoso + 40% vermicomposto e (4) 40% arenoso + 60% argiloso, em

diferentes períodos em (PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de

sombreamento, Campo Grande – MS de 2013-2014.

Com relação a massa seca das raízes de C. langsdorffi pode ser notado

que, como nos tratamentos anteriores, houve aumento na alocação de massa

no sistema radicular (Figura 4). Entretanto ao final do tratamento (150 dias) as

médias não apresentaram diferenças estatísticas entre si. Apresentando

médias superiores a 1,04 g.

SILVA et al. (2007) também observaram que em condições de intenso

sombreamento (70% e natural), ocorreu uma queda no peso seco acumulado

na raiz, comparado com tratamentos com maiores níveis de luz (sol pleno e

45

50% de sol). Diferente dos encontrado com as mudas de copaíba, que

apresentaram valores iguais em ambas as luminosidades (Figura 4).

SIEBENEICHLER et al. (2008) trabalhando com a espécie Tabebuia

heptaphylla (Vell.) tol. (Ipê roxo de sete folhas) observaram que nos ambientes

de pleno sol e com 50% de luz, as raízes apresentaram maior peso seco.

y = 0,048x2 + 0,146x - 0,118R² = 0,972

y = 0,052x2 + 0,066x - 0,05R² = 0,983

y = 0,051x2 - 0,002x + 0,068R² = 0,943

y = 0,035x2 + 0,103x - 0,028R² = 0,999

y = 0,052x2 + 0,016x + 0,174R² = 0,990

y = 0,031x2 + 0,061x + 0,082R² = 0,995

y = -0,01x2 + 0,292x - 0,154R² = 0,992

y = 0,067x2 - 0,112x + 0,26R² = 0,942

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

30 60 90 120 150

Mas

sa s

eca

da r

aiz

(g)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 4. Massa (g) seca das raízes de Copaifera langsdorffi em substrato (1)

arenoso, (2) 80% arenoso + 20% vermicomposto, (3) 60% arenoso + 40%

vermicomposto e (4) 40% arenoso + 60% argiloso, em diferentes períodos em

(PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de sombreamento, Campo

Grande – MS de 2013-2014.

Analisando a Figura 5, pode-se observar que, também, houve aumento

na alocação de massa total em todos os substratos e luminosidades (Figura 5).

Ao final dos tratamentos as médias não apresentaram diferença estatística

entre si, em nenhum dos substratos e em ambas as intensidades luminosas

(Figura 5).

46

y = 0,038x2 + 0,390x - 0,16R² = 0,986

y = 0,028x2 + 0,534x - 0,372R² = 0,961

y = 0,005x2 + 0,571x - 0,338R² = 0,923

y = 0,023x2 + 0,367x - 0,182R² = 0,997

y = 0,062x2 + 0,126x + 0,298R² = 0,984

y = 0,017x2 + 0,385x + 0,022R² = 0,998

y = -0,008x2 + 0,621x - 0,288R² = 0,990

y = 0,070x2 + 0,060x + 0,254R² = 0,954

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

30 60 90 120 150

Mas

sa s

eca

tota

l (g)

DIAS

PS1

PS2

PS3

PS4

SM1

SM2

SM3

SM4

Figura 5. Massa (g) seca total de Copaifera langsdorffi em substrato (1)

arenoso, (2) 80% arenoso + 20% vermicomposto, (3) 60% arenoso + 40%

vermicomposto e (4) 40% arenoso + 60% argiloso, em diferentes períodos em

(PS) ambiente de pleno sol e (SM) com 30% de sombreamento, Campo

Grande – MS de 2013-2014.

O vermicomposto é muito utilizado como condicionador de solo pela alta

densidade e teor de húmus no substrato, e sua boa retenção de água (KÄMPF,

2000), o que justifica o bom resultado encontrado na análise com adição do

vermicomposto. Por apresentar boa aeração, capacidade de retenção de água

como característica, este substrato vem sendo uma opção na produção de

mudas, uma vez que é gerado de subprodutos da agricultura e pecuária

(BICCA et al., 2011).

A espécie C. langsdorffii apresenta fácil adaptação, se desenvolvendo

em condições limitadas, alocando massa seca mesmo em ambientes com

déficit nutricional (DUBOC et al., 1996).

Resultados semelhantes foram evidenciados neste trabalho, uma vez

que esta espécie alocou massa seca independente do substrato utilizado.

47

Conclusão

Diante dos parâmetros analisados nota-se que a copaíba apresentou

melhor desenvolvimento, tanto da parte aérea, diâmetro do coleto e alocação

de massa em ambas as intensidades luminosas. As melhores médias foram

encontradas no substrato com acréscimo de 20% de vermicompoto (PS2 e

SM2).

A espécie apresentou grande capacidade adaptativa, podendo ser

utilizada em programas de reflorestamento associada a espécies pioneiras,

pois tem comportamento tolerante ao sombreamento.

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52

7. Conclusão Geral

Conclui-se que o crescimento de Copaifera langsdorffii resultou em um

bom desenvolvimento, em todos os parâmetros analisados, sendo que o

substrato com acréscimo de 20% de casca de arroz e 20% de vermicomposto

os que apresentaram as melhores médias analisadas

O substrato com adição de 40% de casca de arroz carbonizada e em

ambiente de pleno sol foi o que apresentou menor valor, sendo não indicado

para produção de mudas desta espécie