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Ano 2 - 008 - Agosto/2011 Distribuição Gratuita - venda proibida Uma Entrevista com Claudia Mota Klass KlassNews D ance Dicas para vencer a luta contra a balança José Luiz da mais dicas de como escolher sua sapatilha de ponta Carlinha fala do lado bom e ruim dos festivais de dança

Klass D · 2011-09-08 · Pela primeira vez o encontro Mundial de street dance chega ao Brasil e o ... Deus não a agraciou com um cor-pinho magro, o jeito é manter um equilíbrio

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Ano 2 - 008 - Agosto/2011Distribuição Gratuita - venda proibida

Uma Entrevista com

Claudia Mota

KlassKlassNewsD ance

Dicas para vencer a luta contra a balança

José Luiz da mais dicas de como

escolher sua sapatilha de ponta

Carlinha fala do lado bom e ruim dos

festivais de dança

Índice

ExpedienteDiretor Executivo: Yuri KraszczukJornalista responsável: Rita CorreiaDiagramação: Liana RienteDesigner Gráfico: Liana RienteCirculação: Regional (Rio de Janeiro)Produção:Mariana FariasCarla MartinsInstituto AkatuRoberta Camargo

As matérias são de total responsa-bilidade de seus autores

Publicidade: (21) 9523 7470Tiragem: 5.000

Contato: (21) 2569 0034Shopping 45 3º piso loja 334Praça Saens Pena/RJ - Brasil

Palavra do EditorCaros Amigos, É sempre muito bom poder lhes es-crever. Como Sempre não posso deixar de agradecer a todos que neste um ano de existência nos enviaram e-mails e mensagens através de nos-so blog e nos enviaram sugestões, é muito bom saber que vocês estão acompanhando nosso trabalho.A página Dance Klass KIDS continua sendo um diferencial e vem rece-bendo diversos desenhos de nossas leitoras mirins, este mês escolhemos o desenho da bailarina Carolina Ta-pajos Bentes Souza de 8 anos. Te-mos mais um joguinho dos 7 erros para se divertirem e a história do ballet Romeu e Julieta.O Fisioterapeuta José Luiz este mês, nos traz uma síntese dos cui-dados que devemos ter ao ir a uma loja para comprar uma sapatilha de ponta. Estes cuidados apesar de ób-vios são de muita importância, e infelizmente não são seguidos até por alunas que já usam pontas há muito tempo. A professora Carla Martins, nosso querida amiga Carlinha fala da im-portância dos festivais na vida de um bailarino.Nossa nova colaboradora Mariana Farias fala sobre o encontro Mun-dial de street dance , O SDC Brasil, evento que pela primeira vez o che-ga ao Brasil e traz nomes importan-tes como Caleaf Sellers e Buddha Stretch que trabalharam com artis-tas consagrados como Mariah Carey e Diana Ross e Michael Jackson.Neste Mês de Setembro a Kerche e Kerche esta completando 18 anos

de vida e passa a ser considerada como uma loja tradicional no ramos de materiais para dança, que por sua vez trás uma super promoção para seus clientes. Saiba mais em www.danceklass.com.brGostaria mais uma vez de agradecer a todos que colaboraram para que, pudéssemos levar a vocês assuntos atuais e diferenciados, Muito obri-gado.Espero que gostem das matérias e se quiserem obter mais detalhes sobre elas, ou até mesmo sugerir algum outro assunto, envie um e-mail para nosso endereço, [email protected] , não se esqueçam de enviar também os desenhos de seus filhos, ele pode sair na próxima edição. A resposta para o jogo dos sete erros , assim como o jornal, estão disponíveis em nosso blog http://danceklassnews.wordpress.com Boa Leitura e até o próximo.

Yuri Kraszczuk

Yuri Kraszczuk

Espaço do LeitorVocê pode entrar em contato conosco através do nosso blog.

Acesse o Blog, entre no Facebook e siga-nos no Twitter.E não de esqueça! Mande sugestões de matérias, opniões, dúvidas e

críticas para o e-mail: [email protected]://danceklassnews.wordpress.comwww.facebook.com/danceklass

http://twitter.com/KercheeKerche

Coluna do José Luiz e SDC BrasilPágina 3

A luta contra a balança Página 4

Entrevista com Claudia MotaPágina 5

Coluna da Carlinha Página 6

Dance Klass KidsPágina 7

Dança

SDC Brasilpor Mariana Faria

Pela primeira vez o encontro Mundial de street dance chega ao Brasil e o lugar escolhido para esse importan-te acontecimento foi a Cidade Ma-ravilhosa. O circo voador- um dos cenários culturais mais importantes do país- acolherá esse importante marco na história da dança de rua. O SDC Brasil possibilitará ao púbico o contato com profissionais expe-rientes que acompanham o proces-so de transformação e consolidação das danças de rua pelo mundo a fora. Através de workshops, mesa redonda, batalhas e outras ativida-des que o evento proporciona, os participantes poderão aprimorar co-nhecimentos, trocar ideias, e ainda participar de competições com prê-mios em dinheiro. É também uma possibilidade para descobrir novos talentos que estão espalhados pelo país.Integrando o evento, a III batalha urbana do SPDRJ, terá premiações por cada estio: Loking, Popping, House e Hip Hop. O 1° lugar ga-nhará R$1.500, o 2° lugar R$600 e o 3° lugar R$300, além de troféus e brindes. É o maior prêmio dado em batalhas no Brasil. E para julgar es-sas competições estão renomados nomes da dança nacional e inter-nacional.O evento tem a direção de Michell Baes e contará com a presença de importantes nomes da dança de rua, entre eles estão os americanos Caleaf Sellers e Buddha Stretch. O primeiro trabalhou com artistas con-sagrados como Mariah Carey e Dia-na Ross. Já Streetch teve o privilégio de trabalhar com Michael Jackson e também foi indicado para dois prê-mios da MTV de melhor coreografia para os vídeos de Will Smith. Com-pletando o time internacional temos o Alemão Flockey-considerado um dos maiores lokers da atualidade- e o Francês Iron Mike que é campeão das mais importantes batalhas mun-diais. Ainda participarão mais doze profissionais brasileiros de incrível competência Serão cinco dias de intensas ativida-des que atendem não somente ao público relacionado à dança, mas também àqueles que têm a curio-sidade e apreciam o street dance. Aproveite a oportunidade para so-mar conhecimento, dividir emoções e esbanjar alegria. Não fique de fora! Faça sua inscrição, e garanta

seu passaporte para a diversão.

Os preços estão bem acessíveis:DEMOS:- R$ 5,00 (inteira)- Entrada gratuita para estudantes da Rede Pública de Ensino, portan-do documento da escola, do ano de 2011. NOITES DE PERFORMANCES- R$ 15,00 ( inteira)- R$ 7,50 (meia entrada para estu-dantes e terceira idade) III BATALHA URBANA - SPDRJ- R$ 20,00 ( inteira)- R$ 10,00 (meia entrada para estu-dantes e terceira idade) WORKSHOPS1º dia – R$ 100,00 – 5 aulas2º dia – R$ 120,00 – 6 aulas3º dia – R$ 120,00 – 6 aulas4º dia – R$ 60,00 – 3 aulas Visite o site para saber mais infor-mações sobre o evento: www.sdcbrasil.com.br

Com participação de Caleaf Sellers e Buddha Stretch

Saúdepor José Luiz

O texto desta coluna este mês, nada mais é do que uma síntese dos cui-dados que devemos ter ao ir a uma loja para comprar uma sapatilha de ponta. Estes cuidados apesar de ób-vios são de muita importância, e infelizmente não são seguidos até por alunas que já usam pontas há muito tempo. A primeira coisa a ser seguida é: não espere sua sapatilha ficar inu-tilizável para depois ir comprar ou-tra, você pode não achar o modelo ou a numeração de sua sapatilha preferida para pronta entrega, te-nha sempre uma sapatilha nova de reserva.Quase toda bailarina tem seu jeito próprio de proteger os dedos com o uso da sapatilha de ponta, umas usam esparadrapo, outras ponteiras de tecido ou de silicone, e de acor-do com o tipo de material, irá pro-duzir maior ou menor volume den-tro da sapatilha, portanto, se você quer comprar o tamanho certo de sapatilha, leve as suas ponteiras e experimente suas novas sapatilhas, com as ponteiras que você usa no dia a dia.Ainda com relação ao tamanho ide-al, um erro muito comum é calçar a sapatilha e subir imediatamente nas pontas para verificar o tamanho, e como já foi explicado em outro arti-go, devemos definir o tamanho com o pé todo apoiado no chão, pois o pé quando na posição sobre as pontas, em media é dois números menor do que quando todo apoiado no chão, logo o tamanho é definido com o pé todo apoiado no chão e quanto à sobra de tecido que apa-recerá no calcanhar, isto ocorre em parte porque a sapatilha está sem as fitas e o elástico.Um fato curioso que acontece quando as jovens bailarinas estão experimentando suas novas sapati-lhas, é olhar para baixo para ver a sapatilha e conseqüentemente abaixar a cabeça, por um meca-nismo de compensação natural, se projetamos a cabeça para frente, o quadril vai para trás, e se o qua-dril é deslocado para trás, já não ficamos totalmente sobre a base de apoio da sapatilha, o que faz com que não se tenha uma real noção de como a sapatilha esta no pé. Quando se experimenta a sapatilha, procure olhar o seu pé pelo espelho a fim de minimizar a inclinação da cabeça para frente, permitindo as-sim, que o centro de equilíbrio do corpo se desloque para a platafor-ma de apoio da sapatilha.Vou explicar melhor com os dese-nhos abaixo.Quando estamos parados sobre os

Dicas na hora da compradois pés, nosso eixo de equilíbrio encontrasse distribuído sobre o triangulo azul, sendo que a bacia esta mais ou menos posicionada no ponto central da figura azul.A figura acima demonstra uma pes-soa na meia ponta. Reparem que a

base de equilíbrio (azul) reduziu sig-nificativamente e o ponto de equilí-brio da bacia deslocou-se para fren-te (X no meio da área verde).O desenho acima mostra o des-locamento do centro de equilíbrio. No balão 01 o pé todo apoiado

no chão, em 02 o centro de equi-líbrio quando na meia ponta e em 03 na ponta. Observando este des-locamento podemos concluir que se desejamos alinhar a ponta com o joelho e quadril, para ficar com um pé bonito, devemos evitar olhar

para baixo ou até mesmo “desen-caixar” o quadril, pois se a bacia se desloca para trás, arrasta o pé para trás também.Espero ter achado e até o próximo artigo.José Luiz Bastos Melo

Curiosidades

A luta contra a balançapor Mariana Faria

A bailarinas temem só de pensar em subir nela. Para muitas meninas que praticam a dança o peso é um grande problema. Não fique aí você achando que é a única. A intensa luta contra a balança costuma ser presente nesse cenário.Poucas são aquelas que conseguem comer tudo sem engordar e se Deus não a agraciou com um cor-pinho magro, o jeito é manter um equilíbrio na alimentação. Frituras e doces são retirados do cardápio e passam a ser um luxo te-los nos finais de semana. As frutas e barri-nhas de cereais tornam verdadeiras companheira das bailarinas. Não é fácil, mas elas sabem que para se-guir carreira profissional é preciso de uma dedicação no todo, e isso inclui ter uma disciplina com o que se come.Hábitos alimentares adequados pro-porcionam ao organismo condições para uma vida saudável. A qualida-de de uma refeição é fundamental para aqueles que praticam exercí-cios físicos. Os nutrientes contidos nos alimentos dão força, resistência e disposição para a realização das

Atenção: Bailarina consciente não fica sem comer e nem faz dietas malucas. Um corpo que dança precisa ser saudável. Se você está com uns quilinhos a mais o mais recomendável é

ir a um nutricionista.

atividades. Portanto a alimentação regrada além de ajudar a manter o corpo da bailarina, ela proporciona benefícios para a saúde do corpo. Para quem está de fora não imagi-na o esforço que é para manter as estéticas que a dança impõe. Mas enquanto existir um padrão, não tem jeito, o melhor a ser feito é fechar a boca e resistir às guloseimas. Porém sem paranóias. Afinal, a saúde e o bem estar são primordiais.

Algumas dicas que ajudam a manter o corpo em forma:

Pode apostar frutas peixe verduras sucos cereais

Tome cuidado hambúrgueresdocesfriturasrefrigerantesbiscoitos recheados

“Hábitos alimentares

adequados propor-

cionam ao organis-

mo condições para

uma vida saudável.”

Entrevista

Carismática, com personalidade forte e decidida. Assim é Cláudia Mota, primeira bailarina do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ). Cláudia é reconhecida pelo seu talento nas apresentações de dança clás-sica. O Dance Klass News foi até os bastidores dos ensaios de “Romeu e Julieta”, próximo ballet de repertório a ser apresentado no Theatro Muni-cipal pela companhia, para conferir a outra face da bailarina.DK: Quando você começou a dan-çar e como você entrou para o mundo do ballet?CM: Tinha 4 anos, e minhas ami-gas do colégio dançavam ballet, por isso pedi à minha mãe para me matricular nas aulas. Aos 8 anos, surgiu a oportunidade de fazer a prova para o ingresso na “Escola de Danças Maria Olenewa”, que prepa-ra os bailarinos para entrarem no TMRJ. Eram mais de 100 crianças, e fui a única aprovada. Entrei para a “Escola”, e com 14 anos já estava estagiando aqui no Theatro. Partici-pei de muitos concursos, internacio-nais e nacionais. Foi ótimo, mais um desafio pessoal do que uma com-petição. Isso me ajudou a ter frie-za para entrar nesse palco gigante do Theatro e carregar um corpo de baile inteiro. Quando tinha 16 anos me formei na Escola de Danças e fui para a Europa, fazer audições. Fui sozinha, com a “cara e a cora-gem”. Não falava língua estrangeira nenhuma. Entrei na Ópera de Avig-non, no sul da França, mas naquela época eles não aceitavam bailarinos menores de 18 anos para serem empregados. Teria que estagiar e fazer estágio de novo não com-pensaria financeiramente. Fiz aulas para me aprimorar em Zurique, por dois meses, e fui criar experiência no Bèjart Ballet, na Suíça. Ao retor-nar para o Brasil, recebi um convite para ir trabalhar em Cuba, no Ballet de Camaguey, com Fernando Alonso na direção da companhia.DK: Nessa volta ao Brasil, o que ocorreu? Como você voltou aos pal-cos?CM: Fui me preparar com o “Ballet Dalal Aschar”, com o Sérgio Lobato e a Miriam Guimarães, e fui aprova-da em primeiro lugar numa audição não-pública, em 1996. No segundo ano meu aqui no TMRJ, já estava fazendo primeiro-papel, com Fran-cisco Timbó. Um ballet maravilhoso, Le Pressage, de Thatyana Leskova e começaram a surgir grandes papéis e solos. Surgiram também oportuni-dades de fazer ballets com remon-tadores renomados, como Natalia Makarova e Wladimir Vassiliev. DK: Trabalhar com coreógrafos es-trangeiros é algo muito importante. Como ficou o seu ego?CM: Sempre mantive minha cabe-ça no lugar. Nunca me deixei levar pelo deslumbramento. Por exemplo,

quando a Natalia Makarova esteve aqui, em 2001, eu já havia trabalha-do com ela em “La Bayadère”. Ela me chamou para conversar e disse: “Quero que você aprenda ‘Odete e Odile”, o papel principal do “Lago”. E tive a coragem de dizer a ela que era impossível, que agradecia muito, que eu precisava fazer alguns outros solos, e que não ia conse-guir fazer direito. Levei quase uma semana para responder a ela que “não”. Recusei o papel. Não me sen-tia preparada para fazer um papel-título tão importante. E em 2003, na gestão do Richard Craigon, estava ensaiando “Giselle”, e sempre fazia a “Mirtha”, até que um dia ele me disse que precisava de uma baila-rina para fazer “Giselle” e me con-vidou para trabalhar. Eu vivia num rótulo, seria “Mirtha” para o resto da vida. Jamais imaginei fazer “Gi-selle”. Calhou de uma bailarina ter se machucado, e eu dancei. Durante os ensaios aconteceu a coisa mais maravilhosa da minha carreira, que foi o reconhecimento da companhia. Passamos o ballet completo na sala de ensaio, e fui fazer a cena da loucura de “Giselle” pela primeira vez. (...) Quando terminei a cena da loucura, ficou uma pausa de 10 se-gundos. Começaram a gritar e bater palma, e foi uma choradeira, até porque choro muito nesta cena, é muito emotiva para mim. A cena me lembra muito o trabalho que tive com a Eugenia Feodorova, que aqui no TMRJ foi minha grande mestra. (...) Foi a primeira pessoa para quem contei que eu iria fazer Giselle e ela me contou toda a história do ballet, de várias bailarinas que fize-ram o papel. Depois de “Giselle”, fiz “Lago”. Era um sonho; fiz os dois papéis de uma vez só. A partir daí foi maravilhoso. Em 2007, Marcelo Misaildis me nomeou primeira-baila-rina e fui por indicação da Makaro-va para os Estados Unidos fazer um intercâmbio com o ABT (American Ballet Theater) e com o San Fran-cisco Ballet. DK: Você é garota-propaganda da Ballare. Como isso aconteceu? CM: Estava em Joinville, entrei no stand e adorei as coisas da Balla-re. Era um negócio bem artesanal, a moça fazia em casa as peças e vendia no festival. Sempre voltei lá, e acabei ficando amiga da dona, a Viviane. Um dia ela me convidou

para fazer fotos para o catálogo da marca. Fizemos a primeira sessão de fotos, e o catálogo ficou lindo! Isso já faz uns cinco anos, hoje em dia a “Ballare” exporta para vários países. Represento a marca, tenho uma linha com o meu nome, que ajudei a criar e elaborar. São pro-dutos de ótima qualidade.DK: E quanto aos patrocínios? CM: Tenho uma parceria com a “Gaynor-Minden” (marca de sapa-tilhas norte-americana). A empresa patrocina alguns bailarinos ao redor do mundo. Estava em casa à tarde descansando, tocou o telefone, e uma pessoa falando em inglês co-migo. Já conhecia a “Gaynor”, pois comprei uma sapatilha em Nova Ior-que para experimentar. Como eles devem ter cadastro dos clientes, sabiam que sou primeira-bailarina e me perguntaram se não queria ser patrocinada pela marca. Quando

Claudia Motapor Roberta Camargo

entrei no site para ver o que era com calma, descobri que a “Gaynor” patrocina as melhores bailarinas do mundo! Só tinham as maiores estre-las, fiquei muito feliz com o reco-nhecimento num site de uma sapati-lha que é mundialmente usada. Hoje em dia minha foto está lá no meio, e eu recebo as sapatilhas, collants, mochilas, essas coisas.DK: Quais as dicas você dá para as pessoas que estão querendo seguir carreira?CM: Ter muita paciência e perseve-rança. Já quis jogar as sapatilhas para o alto várias vezes, porque a gente lida com muitas pessoas, mui-tas situações diferentes, como as dores que persistem mesmo após anos de ballet, além de termos que separar o pessoal do profissional, vir para cá fazer aulas mesmo com a cabeça cheia de problemas. Mas tem muita coisa boa. A única coisa que é muito ruim para todos os bailarinos brasileiros é que a gente não dança. DK: Como vocês não dançam? Há sempre espetáculos de vocês no TMRJ.CM: Sim, mas temos um número reduzido de espetáculos por tempo-rada. São 3 meses de preparo para “Romeu e Julieta” e apenas nove es-petáculos. É ridículo. Isso é unânime. Entendemos que a casa precisa de dinheiro e de convidados dançando. Nós que somos da casa precisamos dançar. É muito bom e chato ao mesmo tempo, porque precisamos ver trabalhos estrangeiros, é ótimo que bailarinos de fora dancem co-

Claudia Mota

nosco, mas é muito chato quan-do você perde 5 espetáculos para os estrangeiros e você só dança 3 ou 2 apresentações. Acaba que o TMRJ fica sem identidade, sem uma marca forte. Ficamos só no nome de algumas pessoas importantes e esquecem de valorizar as pessoas que hoje estão carregando o TMRJ nas costas. Isso acontece comigo, e acontece com quem está entrando agora, acontecerá lá no futuro. (...) É um trabalho muito árduo e des-gastante para entrarmos em cena só dois dias. (...) Aqui, nós só temos quatro temporadas para dançar. É quase nada. Enquanto que dança-mos vinte vezes, tem companhias que dançam mais de 40 apresenta-ções. Até companhias bem menores que a nossa fazem isso. É um absur-do termos uma estrutura tão boa e só trabalharmos nesses quatro perí-odos. (...) É uma questão muito séria e sou muito à vontade para expor isso porque já falei com a presiden-te da fundação. Ela sabe que é um problema. Compreendo que temos que atender aos patrocinadores e investir no TMRJ, mas acho que a gente poderia estar dançando mais. Temos muitos talentos que preci-sam ser valorizados.DK: Você virou coreógrafa da Co-missão de Frente da São Clemente. Como foi isso?CM: Já trabalhava na Viradouro. Fiquei cinco anos no Carnaval, in-clusive na Unidos da Tijuca. Neste último ano eu só desfilei, e sur-giu este convite. A direção da São Clemente está querendo renovar a escola, e me chamaram, foi outra coisa inusitada. Jamais imaginei que alguém me convidaria para ser co-reógrafa de comissão de frente. Vou trabalhar com o enredo Musicais, o que é perfeito. Só poderei começar a ensaiar depois que a temporada acabar. Terei só 3 meses para mon-tar, mas é um tempo bom. (...) É uma escola muito simpática, que já está no grupo especial, e eles estão investindo muito neste ano. (...) Que-remos que as pessoas vejam a São Clemente com outros olhos. DK: E para o futuro? O que você pretende? Vai virar professora, vai ter uma companhia própria...?CM: Vou ser mãe, mas não penso em abrir um lugar, aliás, eu não penso em nada. Deixo a vida acon-tecer. Já planejei tanta coisa, e jamais imaginaria ser primeira-bai-larina do TMRJ, achava tão impos-sível. Hoje encaro tudo com mais seriedade, e a experiência de vida ajuda muito. Vou deixando aconte-cer. Vou me aposentar pelo Estado como funcionária pública e vou ver o que acontece.

Confira a entrevista completa no nosso blog:

http://danceklassnews.wordpress.com

Carla Martins

Dança

Inegavelmente os concursos de dan-ça que ocorrem ao longo do ano são fundamentais na vida de to-dos os bailarinos. Quer seja como oportunidade de introdução de um iniciante em suas primeiras vezes no palco, como amadurecimento por tempo em cena para o bai-larino intermediário, para que este se sinta à vontade diante do pú-blico e holofotes, como um ensaio real para os mais adiantados e por fim a busca da perfeição no caso dos profissionais. Busca esta muitas vezes inacessível, mas sempre em meta. Estes concursos trazem muitas fe-licidades mas também trazem frus-trações. E bem sabemos que isso quase sempre está relacionado aos julgadores, pois são a fonte de cada resultado. São suas notas que de-terminam a ordem das classifica-ções. Certo?Nem sempre! Para início de conver-sa os resultados são médias tiradas de notas de mais de uma pessoa que está julgando. Naturalmente cada julgador tem sua especialidade, às vezes mais de uma, mas nunca uma única pessoa tem o poder total de escolha do vencedor.Aí é que está o X da questão: O jurado dá sua nota somente pela técnica?Pela sincronia? Pelo carisma? Ou simplesmente porque lhe agradou mais?Acredito que, quando alguém se propõe a julgar precisa ser capaz,

A Importância dos Festivais por Carla Martins

totalmente imparcial e principalmen-te comentar com coerência a nota que foi dada. No caso dos balés de repertório (conjunto, variações e etc..) há pontos específicos para o julgamento, até porque muitas esco-las concorrem com o mesma core-ografia, mas o que acontece quan-do se julga as coreografias de jazz, sapateado ou street? Já que seus coreógrafos tem total liberdade de criação. Se torna, acredito eu, muito difícil julgar. Por isso, coreógrafos e bailarinos do Brasil, não tenham medo de ousar. Criem, experimen-tem, dêem a cara a tapa, escutem as críticas com atenção, porque isso é acúmulo de experiência, se você não foi premiado dessa vez, procu-re saber o que faltou, não desista. Ganhar ou perder é inerente do ser

‘Estes concursos trazem muitas felicidades mas também trazem

frustrações. E bem sabemos que isso quase sempre está relacionado aos

julgadores, pois são a fonte de cada

resultado.”humano, perdemos agora para ga-nharmos um pouco mais a frente. Trabalhe duro, porque concursos queridos amigos indiscutivelmente são um mal necessário, deles é que são revelados talentos e o artísti-co se renova. E vamos combinar... é maravilhosa a atmosfera de um grande concurso. E as compras??? A gente sempre acaba gastando mais do que pode.Ai.. ai... ADORO VOCÊS!!!! Até a pró-xima.CARLA MARTINS

Na cidade de Verona vivem as fa-mílias Montecchio e Capulleto. Estas carregam uma grande inimizade en-tre si. Pertencentes a estas famílias, dois grupos (amigos de Teobaldo e amigos de Romeu) distintos costu-mam frequentar uma determinada praça e não é de se espantar que estes sempre que aparecem por lá arrumem brigas. Numa dessas bri-gas o príncipe presencia tudo e dei-xa um alerta para que eles ponham fim nessa rixa. Porém a procura de mais confusões, o grupo de Romeu decide entrar na festa dos Capu-lettos mascarados. Mal sabiam eles a confusão que estava para acon-tecer.Romeu e Julieta se conhecem e se apaixonam sem saber quem real-mente são, mas logo depois aca-bam por descobrir que suas famílias são inimigas. Mas ainda assim Ro-meu se declara para ela e os dois assim prometem que não vão deixar a inimizade de suas famílias destru-írem esse grande amor. Os dois então recorrem ao Frei Lourenço que apesar de adverti-los sobre a desobediência às suas famílias, realiza o casamento. Logo após a pequena cerimônia Teobaldo aparece na praça e as brigas voltam a acontecer. Romeu tenta acalmar seu amigo Mercúcio, mas nesse mo-

mento Teobaldo fere o rapaz, que acaba por morrer. Assim Romeu por vingança a seu melhor amigo, parte para cima do primo de Julieta.O príncipe inconformado com as consequências expulsa Romeu da cidade. Julieta fica arrasada com a morte do seu primo, mas seu amor por Romeu é mais forte e ela o perdoa.Romeu parte após ter uma noite de núpcias com Julieta as escondidas e um novo pretendente é anunciado à jovem moça. Ela se desespera e procura ajuda do frei Lourenço. Este lhe entrega um frasco com uma po-ção que a fará dormir, de maneira que todos pensem que está morta, e assim Romeu a encontre no tú-mulo e fuja com ela. Porém a no-tícia de que Julieta está morta se espalha rapidamente, antes até de que o mensageiro enviado pelo Frei pudesse falar que era apenas uma trapaça. Desesperado, ele compra um veneno e vai ao túmulo da sua amada. Acreditando que ela está morta, Romeu se envenena. Julieta acorda e ao ver seu amor sem vida, se suicida também com um punhal, pois não consegue se imaginar lon-ge do seu grande amor. Depois de tanta tragédia, as famílias se juntam para enfrentar a dor e acabam por eliminar antigos desentendimentos.

A Magia do Balletpor Mariana Farias

Dance Klass Kids

A vida não faz sentido sem seu grande amor? Para Julieta parece não ter significado viver sem a presença de Romeu. A história de hoje é baseada na Obra de Willian Shakespeare, e foi adaptada para o balé em 1935 por Sergei Prokofiev.

Carolina Tapajos Bentes souza - 8 anos

Envie o desenho de sua filha ou filho para o nosso e-mail ([email protected]) e ele poderá ser publicado na próxima edição!

Romeu e Julieta