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PREÇOS; No Rio 5500 Nos Eslados.... $600 _Í5L__ AN0 XXVIII O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores RIO DE JANEIRO, 14 DE OUTUBRO DE 1931 ^ banhb de cachorro l_|âU' N. 1.358 a <SfTt. t? AA «_^_^_j_^_E^^^ \S^*\._r«¦ ^-\) l_j^ cri L- ~j Foi um3 idéa desastrada que passou pela cabeça de Goiabada: Ir á casa de seu Carvalhâes e llie propor fazer.- ...a propaganda da banha de cachorro que ele fabrica No dia seguinte, então, de uma janela na Avenida saiam -grossos rolos de Turno e a multidão começava a correr prevendo um incêndio. Quando chegou o Corpo de Bom- beiros. Goiabada apareceu á janela e desdobrou um... ... grande cartaz. Depois, si não fosse a forca que fez a policia, Goi.bada estaria agora envolvido em panos de arnica.

l j^ cri - ~j - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01358.pdfcombinaram burlar ZéAssim, pois, qttfado elle bo- oi ratos todos avançaram sobre a mesma trrai.crndo*

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PREÇOS;

No Rio 5500Nos Eslados.... $600

_Í5L__

AN0 XXVIII

O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitoresRIO DE JANEIRO, 14 DE OUTUBRO DE 1931

^ banhb de cachorro l_|âU'N. 1.358

a

<SfTt. t? «_^_^_j_^_E^^^

\S ^*\. _r «¦ ^-\ )

l_j^ cri - ~jFoi um3 idéa desastrada que passou pela cabeça de

Goiabada: Ir á casa de seu Carvalhâes e llie propor fazer.-...a propaganda da banha de cachorro que ele fabrica Nodia seguinte, então, de uma janela na Avenida saiam

• -grossos rolos de Turno e a multidão começava a correrprevendo um incêndio. Quando chegou o Corpo de Bom-beiros. Goiabada apareceu á janela e desdobrou um...

... grande cartaz. Depois, si não fosse a forca que fez apolicia, Goi.bada estaria agora envolvido em panos dearnica.

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O TIC0-T1CU . — 2 14 — Outubro — 1!

ZE' MACACO CAÇA RATOS POR SUGESTÃO

1 ^-^ggP !?=¦* 11 T*.

Sabendo que os incômodos roedores são doidos num quadro de madeira de'xaa- janelinha alçapão... 0por queijo Z. Macaco pintou um queijo dc minas do porem (le um lado tuna ... não \c fizeram esperar t...

peguei/ i

. . ¦ radiantes se atiraram com V. Zé Macaco facilmente, escondido apar.hava-os Ma», os ratos são laVdot,vontade ao magnífico queijo, um por um, pila janelinha alça;' • voltarem • •

... combinaram burlar Zé Assim, pois, qttfado elle bo- oi ratos todos avançaram sobre a mesma trrai.crndo*Macaco, tou a mia paira apanha-tos lhe gritos dc dor|

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14 Outubro 1931 — o O TICO-TICO

Justiça Divina f<

Eram dois irmãos, Paulo e Ju-randir.

J'ati!o era mau, não estudava crespondia mal ao mestre que pro-curava com bons mudos iiistrui-1 o,

Desrespeitava os pais, zombandodov seus cabelos brancos.

Jurandir era o contrario: doei! ci ' diente. Estudava com grandeforça de vontade.

CCram. Jurandir tornou-souni bom rapaz, c trabalhava sus-tentando a família.

Paulo era vadio, e crescendo tor-nou se peor. Andava metido pela3taberuas, bebendo em companhia devagabundo».

Sabend i que Jurandir tinha •.dado dentro de sua cas? um cofrecom grandes economias, resolveufoul

As im pen ou, assim o fez.I ii", noite, sabendo que seu ir-

mão tinha saído e que sua mãe es*tava sozinha, resolveu aproveitari. momento favorável.

rir a porta, notou !que sua mãe dormia. Entrou semfazer ruido, e era tãn graníle o seureceio, (pie por mais leve que pi-

¦• parecia dentro da sua consci-encií. que seus i resoavampor ioda a casa.

encontrou o esconderijoond .1 o dinheiro, a mãeacordou e tli^sc:

E's tu, Jurandir: julgcie que voltava.

-Mal acabou de pronunciar essasivras, sentiu (|tre duas mãos lhe

amarravam um lenço na 1- .ca, ¦;'.-. epie reconheceu, a de Pau-

1". a di/cr:Cala-te! Xão sou o* Jurandir.

^ .in somente roubar o dinheiroi

I,; -.:•!¦¦ •¦¦ ias palavras, retirou-.indo a mãe quasi a doía-

iecer de dor.Em seguida, tomando um peque-'* i bote, que se achava ã beira dura

rio que corria nos fundos dc suafugiu, receando aparecer a

qualquer momento o irmão.tva tão satisfeito, por se ver

possuidor de lanto dinheiro, quo bote, levando comsigo V-.ixuti^miSr-irem notou que a noite estava mais mão sabia nadar.

escura, e que grossas nuvens negrasse espalhavam por todo o firma-mento.

Quando estava longe da casa pa-terna, principiaram a cair grossas

de chuva, o vento começavaa zünir medonha e sinistramente.

Em dado momento, o vento, so-

prando com mais violência, virou o

Prestes a jnorrer afogado, pòd-apenas balbuciar estas palavra-: -—

Oh! Deus Onipotente, quanto éj'. Roubei o dinheiro do iieu

irmão e é de justiça que cu morrasem o aproveitar..

E desapareceu no meio das aque subiam cada vez mais.

YOLANDA SAPHIRA

LINDOS DENTES!...O elogio que todos gostariam de oavir,

pois uma linda dentadura, além do eacamdá a quem a possue, é a prova nuds calai deliara satide perfeita c trato aprimorado.

Evitae a cárie, as geugivas descarnadas eo mau hálito, usando a

PASTA ORIENTALi um centímetro sc.bre a c o va

iêcca.)o complemento usae ainda

O ELIXIR DE SAÚDE"ÜRÍENTAL"

t, ¦ vos proporcionará uni pa'adaragradável, garantindo a asèpcia daume i e dis vias resj

torÍ23.

r_a_^L___HI _BJÜÍi :.i r-/*.-—''v-J;- nrniVi'

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O TICO-TICO 4 — 14 — Outubro — IA 1

T TL I I, O Gr O"Dize-me, Walter: que desejas ser?

Um grande general?Um rei de alto poder,

c senhor de tezouro sem igual?"O filho respondeu,

numa exaltada voz de quem delira,a sonhar acordado: — Papai, eu

queria ser piquira! -" E tu, Maria Eliza, que me dizes?

Queres ser, com certeza,uma loura princesa— como ha noutros paísis?

Essa, talvez, do palácio encantado,que, segundo a avózinha tem contado,

a todos embeléca?"Animando as feições de querubim,a filhinha contesta: — Eu, cá por mim,

gostava mais de ser uma boneca.

Theophilo Barbosa

(Do livro Poesia da Escola)

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MARIA RIBEIRO DEALMEIDA

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Kua Sachet, 34 — Kio

Paulo

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UM BOM PRESENTEé o livro intitulado

A FLORA DAS MARAVILHASpelo Dr. Ribeiro de Almc'd_, filho, que ensini diver-lindo quanto ha de bom cm nossa terra, por meo <ie

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_n_-K I1 JVOAf_. ..,.. _- 1"_y,"'_.—e r

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O LADRÃO E O URSO(Conto de Ada Moraes)

Certa vez dois homens que conduziam um ursopara o vender numa feira, chegaram, alta noite, numhotel e alugaram um qarto para passar a noite.

O hospedeiro havia vendido, naquele dia, um por-co muito gordo e colocou o urso no chiqueiro, em lo-gar do porco.

Uma hora depois, chegou um ladrão para roubaro porco, ignorando que este já tivesse sido vendido.

Abriu, devagarinho, a porta do chiqueiro, entrou,e, no escuro, agarrou o urso, pensando que era oporco.

O urso pôs-se de pé, soltou um horrível uivo eabraçou de tal modo o ladrão que este não se podiamexer.

Ao mesmo tempo lhe enterrava as unhas nascosi

O infeliz gatuno, assustado e sentindo atrozes do-ícs. pôs-se _ soltar agudos gritos.

Todas as pessoas do hotel acordaram e se precipi-taram para o ligar donde partiam os gritos.

Com grande dificuldade os donos do urso conse-guiram desembaraçar o ladrão já todo ensangüentado.

Então i entregarão] á policia que o prendeu pormu poucos de meses.

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o TICO -TICO¦ii fe^il^fem^â^feã.

ReJator-Chefe: Carlos Manhücs — Dire.or - Gerente A. de Souza e SilvaAssinatura — Brasil: 1 ano. 25J000; 6 meses. 13J000; — Estrangeiro: 1 ano, CCrfOOÜ; 6 meses, 35J0OO.

A* assinaturas começam sempre no dia 1 do mês em que forem tomadas e serão aceitas anual ou semestraluieu-te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou car-ta registrada com valor declarado), deve ser dirigida á Rua da Quitanda, 7 — Rio. Telefones: Gerencia: 2-4544.

Escritório: 2-5260 Diretoria: 2-5264Sucursal, em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador Feijó, 27 8' andar, sahs 86 e tí7.

CiCOQfà

O DIA DA AMERICAMeus netinhos:

O dia de ante-ontem foi con-sagrado, com inúmeras soleni-dades, á America e á Criança.A America é a maravilhosa re-gião da terra onde todas as re-alizações progressistas têm sur-gido e triunfado; a Criança éa esperança risonha do homemculto e forte que fará o mundoglorioso e feliz de amanhã.

Como todos os meus neti-n**os sabem, foi a 12 de Outu-bro de 1492 que o genovêsChristovão Colombo, comsuas caravelas Santa Maria,Pinta e Nina, descobriram omaravilhoso continente de quefaz parte o Brasil. Festejan-do, com manifestações brilhan-tes de civismo, esse aconteci-

mWl^WMMMMMMA^iWMMAVMMnmWBm

CHRISTOVÃO COLOMBO

mento, os homens tiveram dealiar a criança a essas mesmasmanifestações. E agiram coma maior felicidade.

Os meninos de hoje, jovensque serão os homens de ama-•ihã, têm o dever de conheceros feitos luminosos dos ante-

passados e, hanrindo desses fei-tos a sã inspiração, imitar es-ses mesmos homens cm reali-zações que condusam ao en-

gradecimento da Pátria e aobem estar da humanidade.

E' por isso, meus netinhos,

que, no mesmo dia em que secomemora o feito do desço-brimento do continente ame-ricano, tambem se rende umculto de grande homenagem ácriança — o varão valoroso deamanhã. Vocês, que se a asso-ciaram, sem duvida, ás festasde culto á America e de vene-ração a vocês mesmos, não sedescuidem da tarefa de estu-dar a vida e cultuar a memó-ria dos grandes homens de to-dos os tempos. Imitando asboas ações, realizando o tra-balho nobre de estudar, de cre-ar , de ser útil á familia e ápátria é que se formam a sgrandes individualidades.

Ave America! Ave Criança!

VÔVi3

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O TICO- T I C O 6 — 14 Outubro — 1931

"O TICO-TICO" MUNDANOCIMENTOS_#¦

• • Nasceu a me-nina Brazilia, filhinha<lo Sr. Lauro de Al-meida Silva c <le DonaCorina M. Siiva.

- Recebeu o nome de l'aulo o pado menino que.tu Li 2 deste mês c a alegria ntai »r do distinto casalDr. Mauro Viaona-D. Olga Vianna.

* O li- «lo Sr. Adaucío <!e Campos e de sua eD. Mcrc.d.s «le Campos acha-se enriquecido pelo n >ci-mento «le úiu lindo menino que i<>\ registrado com o ide Nela

V. A T I Z A D 0 S

• Foi levado á pia balismal no dia 4 «leste mês omenino André*, filho do Sr. Américo de Mendonça e deD. Celina V. de Mendonça.

For; in padrinhos dc André o Sr. Jo.-é de Moliiia e suaesposa D. Célia de Molina.

1. O JARDIM..." I E sta.n «1 *)

num jardim no Fon-. . aprecei as nr-

moeas flores: Chris-tino Rocha, um lirio;

fsa Reynier, uma sempre-viva; Merval Monteiro, um aiperfeito; Jovem Rejm.cr, uni cravo; [saias Rej-ner, um ;;; oÀsotis; Nelito Saramago, um cravo de Petropolis; Alice

. uma cravina; Ary Gouvêa, um cravo desfolhado;Machado; am gira-sol; Irene Lopes, uma açucena; _.-

zira .Monteiro, uma camelia; Guilhermiua, uma perpetua;Conceição Mendes, uma violeta; Ludovico Reynier, ummira; Antônio ]., Um mal-me-qüer; Helhi Monteiro,orquídea; Zaira Reyuier, um copo *!e leite; Mon-uiro. uma margarida; Deita Reyíier, uma angélica; LuiaTavora, um crisantemo; Paulito, um botão de rosa; .Marilia.uma palma de Santa Kita; Eugênio, um narciso; Dorinha,uma flor dc cera; Durval. um botão de ouro; Alcina. umamagnoTa; C rünhos, um bogari, e eu, pjr ser apreciador..

das Pores. — M. A. Ii. i.

A N 1 V E R S A R 1 U S DHtO TICO-TICO"v • i«v. anos o menino

Ary. filhinho do Sr. Álvaroienezes.• Conceição de

ar, nossa prendada ami-.1, festejou ontem a-cm dc seu a-.iivc;

natalicio.*¦ Passou a 10 de-te

mês a data u.talicia do et-tudioso Oscar de Siqueira,

. assinante residente eml'c'o Ilorzonte.

• Festeja h o j e a:,cm de sua data ; ta

.icia a graciosa Hilda, filhado Sr. Amaro dc M*

í - Arribai dc Mirai.-da, i.Os_o estudioso anti]nho, festejou a 1 deste mêsa passagem «lo seu aniversário natalicio.

• Fez anos a «S «lo corrente mês o talentoso jovemAldo de Magalhãe.

H M L E I I. \ o . . .

- •• Estão cm leilão 03 seguintes rapazes e .senhor:-tas da Rua Lins dc Vasconcellos: Quanto dão .'-li et-perteza do João X.? pelos cabelos deLourdes? pe'o sorriso dc Aloysio? pelavoz de Kadyr pelos lábios de Edith ?pela linda voz de Carmen B.? pela gra-«;a dc Beatriz? pela altura «le Mario?pelo sorriso dc An'.onicta? pela elcgan-cia de (bina? pelo sorriso do Eu-?dyd

? Estão cm leilão os seguintesmeninos e meninas «Ic IQuanto «ião pela gordura dc Od.iini?pela altura de Margarida? pelos olhosd; Alice? pelas travessuras «le Renato?pelo nariz dc Dulce? pela inoce*João Coelho? pelos dentes de Francis-co? pelas gargalhadas dc Aricléa?

cabelos de Arlctc? pela lielcz.-i dcBetan'a? pela alegria dc Dirce? pelavoz dc Diva? pelas graças dc Epcl.t aniabilidade da Maria Lúcia?pela bondade t\o Renato? pela inciguir.da Mariazinha? e peli minha lingua

f..

ii o prtsente numero entro O TICO-TICO noteu vigésimo sétimo anno de vido. Poi a n dtOutubro dr rpoj que apareceu o primeiro numerod'0 TICO-TICO, todo cobrido, enchendo da mais

alegria <¦ criançada, realizando um ideal dogente miúda. Vintt e seis unos depois podemos, coinjustificada orgulho, d z,'r, que O TICO-TICO cresceu,ompliou o seu programo, que tem como finalidade

ear e instruir a infância. E' para a criança queO TICO-TICO tem vivido, operando, sem esmoreci-mentos, o maior obra d, educação racional que seimagine. Rendendo, neste numero, a merecida ho-

• igem àqueles que dirigiram esta revista — Car-doso Júnior, Renato de Castro, Eurycles de Mattos,

Lopes dos Reis e Oswaldo Silva- — O TICo-TICO saúda com a maior dos alegrias os seus

ires de leitores do Brasil e do estrangeiro.

6. A G A 1 0 I- A

um tucano, c eu, uma

X 0 CIJIEJIA,

;' : Passeando cm pri-moroso bosque, encontrei osseguintes pássaros «h RuaLins Vasconcelos. Hilda,uma pomba rola; Célia, umlindo canário belga; Euni-cc, uni beija-ílor; Wand.i,nm lindo biquinho dc lacro;Ruth, um sabiá; Beatriz,um coleiro; Maria, uni pi.a-pau; Zuracy, um papa-arroz; Adalberto, um lindopapagaio; Washington, unimimo.-o rouxinol; Maninho,um feiticeiro bem-te-vi;José Hija, um bonito peri-«pito; Alzira, uma bonitaaraponga; redro Paulo, unigalo da -crr:.;, Marieta,uma andorinha; Roberto,

raaviosa pombinha.

1 SR. vfií-v^'- KJ ¦tu W&k I * I^f III __P

v-9 Foram c.nlratadoi para uni grande film talos meninos c meninas seguintes: Arthur, o Ronald Coman;Paulita, a Joan Cra-.vford; Augusto, o John GUb-rt; Zizi,a Grcta Garbo; Paulo, o Ramon Novarro; Olivia, a Alice

Whitc; Oscar, o Douglas Fahhãnks;Maria de Lourdes, a Marlcne Dietnch;Victor, o Bncter Kcaton; Marina, aNorma Sbearer; Octavio, o Xüs As-ther; Ruth. a Marion Davics; Al-fredo, o John Barrymoorc; Xidia, aMarion Nizon; Arthur, o Bcn Lyou;Dulce, a Norma Talmadgc; Maro, oHaroM I.!*>><!; Ròska, ¦ R-cquel Toi-

"u;tl. u Carlito; Suzana, :.Gloria Sv.aiisoii; Orestes, o Olympio

x*ocmia, a Lia Tora; Ma-noel, o Hoot Gibson; Luizinha. a RnthCU.ford; Raulin«>, «> .Conrad Nagel,

SECÇAO DA DOCE IR A...

¦ * Rccci'.. .Io encontrada. : 250 gr-, da brn«l.«le da Ly-

dia; 150 grs. do * ihir da Anto-.i.eta;300 gr-x da simplicidade «Ia Guiomar;400 grs. «b. voz da Filhinha; 250 grs.

.. da Maria 1

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H — Outubro — 1931 O TICO-TICO

iJ mm. WKMlr ™l\ Nc~"*""*^n. ^•a^^"^/ ^^

té**i

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*" •*-**-* ¦

PASSARINHOS, PASSARINHOS

P&ssarinboj passarinhos —

Alma cantante das matas —

Cirmlo uni canto bonitoA" vc/. surda tia-, cascatas t

Passarinhos; riassarriilios —

Alma moça o*a Riwesta —

Cantando a ventura amigaDe uma alma sempre em fe ta I

arinhos, passarinhos —

Cantores que vêm pelo arComo se fossem cantigas

Q-.ie andassem a esvoaçar ¦

Cantigas — voz de saudadeDu um coração, a chorai !Cantai, cantai passarinhos,One é um conso'o esse cantar.

Gorgeio ãt passarinhe —

Coma é terno es.se caníar )

li' bem a alma tias arvores

Um qtieUn.HK a segredar !

Cantarei dc passarinhosLembram fontes a chorarCom saudades de águas clarasO.-c partiram para o mar !

Águas que foram, correndo,

A cantar pelos caminhos,

m irmãs

Dq canto <los passarinhos !

C A R L O S M A N II A li S

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j^êaa»^> jj*•«9E5S3J

tr"^^?t^S ——.

i imtifl ; í

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O TICO-TICO

1 I

_ s — 14 _ Qutubro — 1931

A's vezes no melhortía comida um dente...

...ruim estraga todoprazer. Assim...

ODENTE

FURADO...aconteceu ao nosso ...aqui desesperado deFrederico, que vemos... dor. Lá se foi o ...

...sossego do Fredericoporque êle mordeu..,

..no dente canado Podeser, que a fumaça de um...

«.cigarro melhore a dor.Qual nada, talvez a dor...

...passe com um trago â-:licor. Tambem água fria...

msmm.—————

«HHstií 1f m* 1'¦ sPssH

¦ • bsbsBMIbP^ bbbbbbI

BBBBBBBBBSBBSm^^BBBBB«m ^mUMi ^ssssWMsfr*^^^^^^^^^^^^^* 1

^«sssss^^S^-*^«ssssS»»P^^BiH»vW m\\ :\\\\\\\

í.não adianta. Experimen- r* mau Até a mu1her dotar um pouco o calor não... Frederico tem que sofrer.

Tambem a aplicação dumemplastro não melhorará...

...a dor de dentes? Talveztomando um suador...

' &Ê {'wrmW mmu

¦BBa^BBBBBBBsl SBBsT '~

í^JJm mT^

/A * -. *^ '^c * . *i

^^kiLP (m ^^ s4

—passa a dor. Mas o calor ó ...debatendo de dor o po-demais!!! Está se,... bre homem. Frederico...

...está desesperado Ô ulti-mo rerurso; — o dentista.

Bom dia, disse o dentista.Que tem o dente? Ai, Ai,..

_. aqui está o dente todocariado. Frederico...

...observa com medo o den-tista que volta solicito.

1 mWBBBtrM Bm BsStL!-- Bàm tm.

9fm~JmWfíÊ PWSP'j PhhI

|^M^' j...Coitado do Frederico!Que susto a torquês Ma*..

...o dente tem que ser ar '

rançado, Um pouco deforça e. aqui está o dente...

.. diabólico. Com ...de Frederico o Falta só pagar a mjnti nosso amigosurpresa e alegria... maldito dente..,, consulta. E aqui,., > .continuando...

com toda alegria seu jan-tar.

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14 — Outubro — 1931 — 9 O TICO-TICO

Asaventuras

doGato Felix

(Desenho dc Pat Sullivan

— Exclusividade do "0

TICO-TICO" para o Brasil)

\ ™

____ÍS^<mI fi ' r^- ______E_B_________________I

Esta ave do paraiso está tão triste. Preci- Que é qüe lhe causa aborrecimento,so alegrá-la! — disse Gato Felix. ave do paraiso? Vamos!

f ^ m»^m Jy *v 4 4. JI —¦ft-r- X*!'lyíZmMmW T___i t_Ít '*¦ rr^*l

i í^" Bft£_ 3~ ¦¦ ¦ ¦-.. r . ^9 ____E_____S___E___ll____ÍQ__ãÉ9___D_______B_______Í

Toda a gente está contente. Olhe pa- Mas é ou não é uma vergonha? A Estou tão triste, é verdade, mas tambémra mim, veja como sou alegrei ave do paraiso ainda está triste. sei rir.

tf© .rffM I iy /^y W "

./^

Vou mostrar as minhas habilida- ...equilibrista. Vamos, ave do pa-' ... .este equilíbrio. E o aquário partiu-se nades. Eis como danso e sou... raiso. Alegre-se um pouco, olhe.^. cabeça de Gato Felix.

rrç-—p m-

3 ma———^mÁ ' I__ *_ C^-ÍÍJv1- "^ \ Vv 113-'mTf iK /___& __V .'¦ /--, .¦ BfljjgM| 1_R.('L/£L-L)'-._F_2_j .v^l ___r^*#_fc-

fc_^<&'

_? n^«

£?nm CSpaíar U para surPreender ° P* ...loulou, peludo vira-latas que pôde espanador«•ao. Mas ondc posso cncontrar um espanador? servir de espanador. E o cãozinho pas-«qui está esse,.Q sou a ser <t *

_-S^'^^ft-4gste>»i_» __^-^g__v-<-|>^_^^pSy^V>»^^*^p

'¦ 1 -Tr* l '',: -__^^^H ¦_. ¦ [

(Continua)

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O TICO-TICO 10 — 14 — Outubro — 1931

ímMlSTORíA- DA'MUSlCA—^t> peea SEniioiiA^cnuriAnTil4EiriI<irá' T T' í LB

)\s

melo-

dias

do

norte,

de

6rieg

PDWARÜ Grieg-, o maior dos compositores*-' scandinavos, foi um notável nacionalista.Iniroduzia a musica popular da Noruega ire-

quentemente nas suas composições. Tornou co-nhccidas na Europa e M America as melodiastristes do Norte, que são, ás vezes, de grande'je'eza.

GR1EG nasceu cm Bergen, na Noruega, cm

1843. Primeiramente estudou musica comsua mãe. Enquanto ela cuidava da cozinlia cha-mava a atenção do menino quando este conietinqualquer erro nos seus exercícios dc piano. Orapaz era um pouco atrazado c não demons-trava muito pendor para a mus ca. Só maistarde revelou o seu talento.

pOI o violinista romântico Ole Buli que fez* dc Grieg um grande musico. O grande vio-linista era mulo amigo d; familia e convenceuo pai do menino de que devia mandar Edwardpara Lcipzig, afim de estudar. Grieg estrrva detal modo aíeiçoado ás tradições do Norte, quelutou com grandes dificuldades entre os profes-sores a'emães.

/^¦RIEG encontrou-se com Ibsen. o grande^"* autor dramático, qne lhe pediu que com-puzesse alguma coisa para a sua obra poeti-ca Pccr Gynt. O numero de musica mais po-pular desta obra é An'üra's Dance, que repre-senta uma moça bcuVr.a dansando com aí» companheiras.

Page 11: l j^ cri - ~j - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01358.pdfcombinaram burlar ZéAssim, pois, qttfado elle bo- oi ratos todos avançaram sobre a mesma trrai.crndo*

14 — Outubro — 1931 11 — O T I C O-T I C ü

Bn_____PH__l' f ' ^___l' H ' ___W_________M^_________l_B______P-_iW____H_____BWÍ^__! W [\<^y^^^^L\\H_ Á _v_!--_^^___.Lv v_^_H ^-j. * xsv* yf hç?-v vv9 _¦__/___! {___ I r_. _*~ __>^^B_

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___MÍ_____fc_!!_I_J' lll_____fcMSPBB^ ^ww^jfli

QUERERE PODERO Antonico era considerado um

dos melhore:? meninos que frequen-tavam a escola da vila.

-Muito assíduo e aplicado, tiravasempre as melhores notas e, poresse motivo, era muito estimadopelo professor e p<da maioria doscolegas.

O Zézé, o Néco e o Chico, accontrario, eram endiabrados c va-dios e por isso não obtinham notaspara promoção; e como em todasas travessuras eram companheirosficaram conhecitlos pela alcunha d.:mundo, diabo e carne.

Certa ocasião ficaram esperandoo Antonico e convidaram-no parafaltar á aula. E como este não acei-tasse o convite ficaram indignadose o desafiaram para uma briga.

Não se incomodando com as in-solencias dos três colegas, seguiuAntonico para a aula, enquanto elesficaram e. .udando um meio de sevingarem de tão nobre atitude.

Uni dia cm que o Antonico nã_respondeu á chamada, um deles I?-vantou-se c disse:

¦— Professor! o Antonico moveio, porque foi com outros me-ninos, jogar pedras nas criaçõesdaquele chacarciro que mora lá pc-1"- lados do tanquinho.

E' verdade! confirmaram o.outros dois; nós vimos.

O professor fingiu acreditar, po:3já tinha recebido aviso dos pais d)Antonico, que ele se achava doente.

Bem, disse o professor; logoque ele volte á escola, será punidopor essa falta.

Os três endiabrados ficaram mui-t'> satisfeitos.

Quando o Antonico voltou, o pro-ir, ao terminar a aula mandou-o

y%=yfX,

ficar, e bem assim os três acusado-res, despedindo os demais.

— Agora vamos todos á chácaralá do tanquinho, disse o professor.

O Antonico não sabia do que setratava.

Saíram. Lá chegados o protesso?mandou chamar o chacareiro, e es-te assim que o avistou cumprimeu-tou-o e disse:

«--ç_a___8f____i*_?i\ Ã

S_^No

Eu coidieço bem três dessesmeninos, e apontou-os um a uni;são três endiabrados que vêm jogarpedras nas minhas criações; e seeu soubesse quem eram seus pai-,,teria ido fazer queixa; e se conii-nuassem me veria obrigado a lhesbater.

Então o professor lhes disse:Yiocês, além de serem pouco

estudiosos e muito travessos, aindatêm o feio vicio da mentira, e le-vantaram um falso contra seu co-lega, o Antonico, que é um meninode comportamento exemplar.

Daqui mesmo vou pessoal-

mente levar este caso ao conheci-mento de seus pais, para que elesos corrijam; e tirar o recreiopelo espaço de um mês; e se ape-sar disso vocês não se comporta-rem como devem, eu os eliminareida escola a bem da disciplina.

Levada a queixa aos seus pai..,foram eles castigados como merc-ciam, e ficaram sem recreio porespaço de um mês.

Findo esse tempo, o professorchamou-os, deu-lhes conselhos pa-ra que se emendassem, e mandou-os pedir desculpas ao Antonico.

Este desculpou-os, e eles, enver-gonhados, pediram ao professorque não os ficasse querendo mal,

e os desculpasse tamlx^m; e que, seele os atendesse, promteiam da-quele dia em diante se comporta-rem muito bem, estudando combastante vontade paia que nos exa-mes alcançassem as melhores notas.

O professor respondeu-lhes:Que podiam contar com a

sua amizade, uma vez que cimi-prissem com o que acabavam dcprometer.

Dese dia em diante os três queeram chamados "os endiabrados",se corrigirem, cumpriram o quehaviam prometido e, no fim doano, quando prestaram os exames,obtiveram notas ótimas e ganha-ram bonitos prêmios.

No encerramento das aulas, o

professor felicitou-os pelo fiel cum-primento da promessa que fizeram.e disse que esperava que continuas-sem sempre a proceder da mesmamaneira, e que não se esquecessemdaquele ditado popular que diz:

Querer c poder.LEO TARDO

MARTI- N « /\MO

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O TICO-TICO -- 12 14—'Outubro— 1-31

U* Ivl B <2> M -M "E K I IT OA mãezinha de Lauro esteve mui-

to '-'nente.;

Agora, graças ao bom Deus, jáCita convalescendo .i

E uma vez, ao almoço, desejou

comer umas hervinhas.

Lauro, como um bom filho, par-tiu, correndo pela rua, cm deman-

da á horta do "seu Joaquim Ia

pertinho do cinema.

Ele nem parou para ver os car-*

tazes dos "films". Ele sabia que o

relógio da igreja havia soado já as

onze horas e o almoço da mama?

estava atrazado.

Foi depressa, depressa. Num ins-

tante chegou á horta do português.Comprou umas folinhas de bertá-

lha, beiii fresquinhas e baratinhas;

Cidisa é uma linda e interessan-te menina de 8 anos. Já está na es-cola, mas é tão teimosa a pequenitaque só por isso não alcança boaspotas,;

Certa vez sua mãe comprou umasombrinha de seda azul muito bo-nita e logo a menina pensou cmusá-la.

Tor mais que sua mãe dissesse

que a sombrinha era de moça, Ci-ílisa teimava em experimentá-la.

Um dia a mamãe foi fazer umavisita.-

"seu" Joaquim, então, que aprecia

muito os bonitos modos do menino,

deu-lhe uma laranja bonita, chei-

rosa e vermelhinha que fazia gosto!

~- ¦PHB-91 \JAmWlLaWm\

Lauro agradeceu e partiu corren-

do! Passou pelo cinema, pela leite-

ria, pelo ca f é.. .*

Como deveria estar boa aquela

A TEIMOSAFicando cm casa, Cidisa achou

boa a ocasião de usar a sombrinha.Apesar das grossas nuvens que se

acumulavam no céu, anunciando

um temporal, a menina foi^ todavaidosa, passear, sem licença dl

mamãe.Na rua, ao vê-la com uma som-

brinha de gente adulta, todos seriam. /

Mas Cidisa estava toda contente"

c nem reparava no tempo.-

Ao virar uma esquina, porém,levantou-se uma grande ventania c

Cidisa viu-se muito embaraçadacom a sombrinha aberta.

O vento soprava forte e não pa-recia ter pena da menina que gira-va na rua como um catavento^

fruta! E ele que gostava tanto dí

laranja!

Já sentia, até, água na Doca1

Mas, ao virar a esquina apareceu-

Jie, á frente, uma velhinha. ..

, i— Uma esmolinha pelo amor de

Deus, meu bom menino! •*Lauro olhou para ela... Coitada?

i

Era uma mendiga, com a pele tão

enrugadinha como a casca da la-

ranja. Tinha as faces encovadas e

o cabelo branquinho. . .— Uma esmolinha pelo amor de

Deus, meu bom menino!

E Lauro, que não tinha nem um

níquel no bolso, pôs-lhe a laranjai

na mão c partiu, rua abaixo, cor-

rendo para casa....

Lúcia F. Guimarães (9 anos) (

A sombrinha foi-lhe arrebatadadas mãos e só depois de muito cor-rer poude Cidisa alcançá-la.*

Mas. .. em que estado! , • ,Pensava ter salvo a linda som-

brinha da mamãe, quando o vento,soprando mais fortemente, a virou

pelo avesso. *v

Cidisa ficou muito aflita e cho-rando, com a sombrinha virada namão, voltou para casa, arrependidade sua teimosia.

' Neuza Guimarães

mrar

I »¦¦ ¦¦-- -»«*^. ..»*^—

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14 — Outubro 1931 13 O TICO-TICO

S T A S

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¦¦'**> ÍV r -X^l» -L*n^H mfmY* iLmmar mommmvf^^%c. . "¦' mm^*:^ammaÊ2£#9M ¦ .v^B ^Lme* ^m\

11 IEscoteiros c alunos do Colégio Brasil, no dia da iiiaugu-

ração do pavilhão dos escoteiros c do retraio doTenente Senna Campos.

Aspecto da festa infantil, realizada porocasião da passagem do aniversário do

Fluminense I7. C..'.^^^•Si*S*SiiNi^^/SA1^'»,^*N^/N^S*S^/\i*/Sí^i^N^^*^^.A#*^V^^^ V

ir

6,25! No céu. ainda azul conn

anil vêem-se nuvens ruseas como o

rosto de uma donzela formosa.

A tarde morre! O sol ha multo

que se deitou. O trabalho excessi-

VO, de alumiar o dia inteiro a ter-ra cansou-o, c ele vai repousar no

/ôfo leito dc nuvens.

Como está belo o céu! Que me-lancolia pesa sobre a terra! Umasuave tristeza invade-nos o coração,e, nessa hora sublime, em que os

9 procuram seus ninhos pa-ra repousar, sentimos nós a ai-ma elevar-se ao Crcador e os la-hios murmurarem uma prece. ..

Hora sublime, cc

(AO FREDDYSIXHO)

O o''Vistes a sujeição com que o vos-

so cão vos reconhece, a prontidãocom que chamado açode, o amorcom que vos segue, e o alvoroço na-tural com que. vindo de fora, vossai a receber, e a saltos vos feste-ja- e pelo contrario, se vos disfar-çastes, c cobristes o rosto com umamascara, esse mesmo cão, ladran-d 1, remete a vós, e como estranho,ou inimigo dá rebate contra vós cmvossa prepria casa.'"'

brisa suave agita as palmas de ura

coqueiro que vejo ao longe creto

e firme erguer suas verdes folhas

ao céu...

E, na igreja próxima, oiço a voz

Sonora, do sino, anunciar aos cris-

tí.os a hora divina em que o anjo

anunciou a Maria o próximo nasci-

jnento do Messias!

E' a hora da Ave-Maria!

Então ajoelhando-me conlrita,

faço o sinal da cruz e peço á Vir

, gem Maria a vida e a saude dz

meus pais, dc meus manos, e da-

queles que se lembram de mim.

Yolanda Vae dc Lima

9• \RTt- ~"-ft —M..r ^ IT?/ ..4.,-u \--

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O TICO-TICO — 14 — 14 — Outubro — 1931

O t eu da declamação(MONÓLOGO)

(Cclmhiha, a conscicnciosa, per fei-ta e mais interessante deciamadora dc.nonologos, couia a sua historia... (fajt"

ida dc menino)*Não s.i porque razão, mas o que é fato

1*7 que dizem aí, com alaridoE disto fazem grande espaihafato,Qua sou ms-ido a gente e intrometido.

r .jue? Penso eu porque recito,Dadã-CO ver i rirE e:n qualquer reunião, eu não h<De. em programa completo, me exibir.Com arte c graça digo o verso, a prosa...,Eu sei fazer um gesto de tragédia,Eu imito a mulher pretenciasaE também qualquer üpo de comedia.;Vejam i't como diz o meu papaiQuando falha comigo, liem zangado:"O senhor 'stá vadio, assim não vai. .."Stá saido de mais, muito assanhado..."'Forem se assim é meu temperamento,Sorrir, brincar e ver sempre a alegria,Pois a vida é um só minuto, é um momento,Muitas vezes nem chega a ser um dia.De quem tem cara triste dc detentoE falando parece cantochão,Corro ás léguas, nem quero chegar junto.Pois posso, até também ficar chorão.As titias, então, meu Deus do céu!...Nunca vi cousa igual; impertinentes,Fazem sempre terrivel escarcéu,Chamam todas as cousas de indecentes....Comigo talham quasi todo o diaPorque recito, danso, riu e cantoE e.n casa, em vez de risos e alegria.Querem que eu vire frade ou seja santo...Dizem que sou menino, não sou gente,Maluco e cousas mais que me aborrecem,Me causam tédio, eu fico descontente.P«>is, elas do que é bom nada conhecem!. ..Então quando estou diante de um espelhoEstudando ema "pose", um tipo, um gestoFicam fulas, me chamam de fedelho.O descontentamento é manifesto.

por btrra, w por malvadês,Num jsstp exagerado eu já recito,C-hando de soslaio para as tres...-Eu bato com o pé c dou um grito:(..','. i "Deus, Oh, Deus! Onde estás que-

• respondil*m que mundo, em que c_lrela, tu te escondesEmbuçado nos céus!?Ha d ;- mil amos te mandei meu grito( e desde tão corre o infinito....

. senhor Deus?rmorraste um dia. . ."

tttia.7.Meu Deus, pra cjtie eu disse cousa tal!...

O barulho _ medonho, e tão daninhoQue termina a altas horas e... afinal,Forque houve pedido... do vizinho!....E assim passo a vida, aperriado,Sem poder expandir minhas idéas

J )c um artista cio verso declamado,Aplaudido por todas as platéas!Angela Vargas e até Margarida,Grandes artistas da dcclamação,Garanto e juro pela própria vida,Num concurso, comigo, perdeão!....'modéstia, não é, da minha parte,Pois eu sei, estou vendo, aquele moçoDizer, pois ele entende bem tia arte:"O menino é madeira, é bicho, é osso!"Em qualquer reunião é sempre assim,( I sucesso é na certa, e dá na vista,Ficam todos a olhar liem para mim,Táo pequeno a bancar de grande artista!Portanto, já estou muito conhecidoDe \6s, meus bons amigos e amiguinhasE agora, aqui, vos fa^o um só pedido:Não vos deixeis levar por intriguinhas. ..Y<m-mc embora contente e satisfeitoE um prazer bem ..i..icr inda terei.E* que direis, falando m.i- respeito,One da dcclamação eu so. o Rei.

AUGUSTO YY .XDKRIJ.Y FILTIO

jffggjfto"

Si .ItfrV;*- 'À!í,\ Cf /

Sc o homem tivesse, cm proporção ao seu tamanho, a forçada pulga, poderia pular 1200 vtses o seu próprio peso epoderia arrastar uma quantidade fornada. >-<*, ri pre-

sentada por uma fila dc caminhões cheios dc ateru.

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14 — Outubro 1931 15 O TICO-TICO

JL resposta, cie Mate MariaMãe Maria, a preta velha,Mãe de tanto sinhò branco,Demonstrava inteligênciaNo longo olhar triste e franco.

Na sua triste existênciaMuito havia padecidoA's mãos de "senhores" mausA quem houvera servido..

Mas não guardava rancorNo seu grande coração.Para quem a maltrataraTeve ela sempre o perdão.

De pele preta, retinta,Mas de alma branca c lão leveComo sua carapinhaIgual a flocos de neve,

Contava ao seu sinhôzinhoLindas historias de fadasEm que havia bravos príncipesE princezas encantadas.

O menino era curiosoDe olhar penetrante, vivo,Querendo saber de tudoA causa justa, ,o motivo:

•v *?v< *•¦ . vj* v í-tíür ate-*'

Ir ^PraJ— Por que você, mãe Maria,Tem a cara preta, assim,K o cabelo é branco, alvinho,Como as flores do jasmim?

E mãe "\ faria responde,Olhar perdido á distancia. —¦

Recordando seu passado,O tempo da sua infância:

Sou preta porque, na vida,O preto é a côr da desgraçaQue persegue a inís. escravos.Meus pobres irmãos de raça.

E meu cabelo está brancoPorque nunca me lamentoDo mal que já me fizeram...Branco é a cor do esquecimento...

Como camelias entreabertasNo colo de mãe Maria,Muito branco, ressonande,O "sinhôzinho" dormia...

Eustorgio War.dcrlyr .¦**>*'*ri*ss-<^+***^s*****j^**'ij^\r^'J***j*^^s*s*s***^^

.A. g-enerosid.a.d.e cio ^a.ssaloNo palácio do rei, os fidalgos c

vassalos ricamente vestidos, olha-vam, com desprezo, para o paço.Quando uma pobre criança, mortadc frio, não tendo mãe, nem tãopouco pai, pediu um abrigo a umdos vassalos, c este, sem lhe daratenção enxotou-a com os pés. Duaslagrimas rolaram dos olhos da pc-bre criança e esta lançou-lhe umolhar tão meigo que este não pou-de resistir é disse:

¦— Não posso dar-te um abrigo,porque, se assim fizesse, seria mor-

to; mas, também não posso enxo-tar-te. Pega este dinheiro c me

perdoa cA pobre criança mudou logo de

fisionomia e, alegre como nunca,agradeceu ao bom vassalo, e partiu.

Dois anos mais tarde, o reinovizinho declarou guerra ao rei Fer-nando, e este um dia, vendo quenão podia resistir, quis render-se,mas era tarde porque já entravam

pelo paço e uma bala atingiu aobom vassalo que tinha ido defetvder o rei, c este, ferido mortalmen-

te no peito, rolou pelas escada dopalácio azul.

Momentos depois, ouviu uns pas-sos e viu se aproximar um jovenque, pegando-lhe a cabeça e pon-do-a no colo, disse:

»— Eu sou aquele menino a quemtu salvaste a vida.

Então, o vassalo, com os olhosmarejados de lagrimas, exala o seaultimo suspiro.

Carlos Alberto Marinho

(\2 anos de idade).

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G R A N D E P R E S E P E DE NATAL- pagina de armar n° 10¦: . ¦,' ¦ ,-*.•. ¦'¦•"

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«.continua no próximo numeroJ

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T I C O-T I C O ls — 14 — Outubro — 1931

ISSO NÃO TEM IMPORTÂNCIA...As pessoas mais velhas co.stv.mam

d:/.er que ''pelo airear das velas seconhece o barqueiro" — começou o tioJI'.:;orio ao sentar-se no sofá.

E continuou como se a responderuma interrogação:

— Pois é verdade. Os meninos pre-guiçosos e vadios como tu és procuramsempre justificar qualquer f.lta com a

liecida frase: "Isso não tem im-..meia". E' por conta de frases

coma es.a que sc ocorrem as ma'oresinjustiças e os maiores vicios, defeito!moraes e inapfdões para a triunfo.é0c:al.

Tn deves ficar sabendo desde hojeque ''tudo tem importância", oa viste?Tudo tem importância! O mundo écomo é c não corvo nos parece que

'•ria ser. Fumar um cigarro ás es-condidas do papai parece não fp r im-portencia, mas é o começo de um vicioque irá escravizar inteiramente umaexistência. Dessa maneira as vontadesmais enérgicas poderão ser inutilizadaspor um cigarro inicial "sem impor-tanc a",

Uma caligrafia boa ou má aos olhosdo futil não tem importância... Poisos ingleses já perderam uma batalhadecisva por causa de _nia péssimacaligrafia, que deu origem a má inter-

pretação de ordem superior,

Tudo tem importanca, rapaz.

Tudo quanto fizeres seja com en'.u?i-,'isiiio, atenção e dedicação na concien-cia de que tem importância. Cada im-

períeção no trabalho é como que sinal,ate>tado ou marca da tua personalidade.O teu trabalho é como reflexo de timesmo, de tua alma, de tua inteligência.

Estudando, nunca passes de uma li-

ção para outra sob o pretexto dafalta de importância. Quasi sempre aslições mais úteis ao nosso espirito sãoaquelas que menos nos agradam.

^

Todos os grandes homens que se dis-tinguiram pela cultura, para vencer arel>e!d;a d próprio espirito, a fa!ta degosto pelo livro comum a quasi todoo mundo na infância, começaram portransformar o e^udo num habito.

Transformado o estudo em habito,cm necessidade ilo espirito, rapaz, estátransformado tambem em prazer, emdivertimento, delicia inteletual. Enessas condições tu aprenderás com amaior fsciTdade as línguas que teapetecerem, a ciência que te aprouver,tu serás talentoso, admrado, forte.respeitado, por mais humilde que .-cjaa tua condição. O saber é como o so!,não ha inveja, má fé, maledicencúque lhe diminua o brilho.

O, outros meninos, despeitados, na-turalmentc procurarão diminuir-te ovalor, mas o teu valor depende unicie exclusivamente de ti mesmo e ter-minará por convencer a eles próprios.

Alguns chegarão ao ponto de criticar-te, de procurar ridicular._-.r-te. Nãoos ouça. Isso constituirá mais umaprova da tua energia, es>a energia di-v'n« que consiste na tenacidade, na re-si-tencia passiva a tudo o qu. possadesviar-nos do bom caminho.

Nem todo conselho te servirá, rapaz.Deus te deu um cérebro para julgar,d'scernir, ou não te haveria feito ho-mem. O Criador fala a ti dentro datui própria consciência. Todo meninotem noção do bem e do mal, a menosque seja mentecapto. Eduque portantoa tua vontade, disc'plinc-a e serásforte.

O maior triunfo no mundo consteem triunfarmos sobre as nossas pro-prias fraquezas, em fazer prevalecer emnós o bem.

Ha os que dizem que este mundo _muito mal feito, que os homens sãotodos maus, que nada presta, que o soldevia ser quadrado, que tudo estáerra'lo. Os que procuram insinuar quea justiça faliu, que não ha sinceridade,bondade, amor ou caridade na almados outros homens.

Não, rapaz. Esses são os que falha-iam, os que perderam todo o est muloporque queriam tudo sem luta, traba-lho; os que não tiveram energia sufi-

Awhot oi ¦ At»M tUln c» pfvvía-r!."

ciente pira erguer-se á altura dos seusideais e acabaram por ver no mundo,nos outros homens imperfeições quesão só deles. Na velhice essas criatu-ras se tornam prejudiciais aos moços,desestimulando-os, matando-lhes o en.u-sia-mo para a luta, envenenando-lhes aalma com o fel do seu pessim.moterrível.

Não os ouça, rapazes. Fuja deles, d vsua conversa pemic"osa. Esses homenstransformam a sua fraqueza em per-versid-ule e acabam od:ar.do tudo quan-to é bom. A maldade sempre anda aolado da fraqueza; já reparaste isso?Um homem forte física, mental e moral-mente é sempre bom. Só o fraco é queencara os outros homens como inim-gos a quem sc deve combater portodos os meios.

Crer numa humanidade só compostade perversos, id:o'.as, deshonestos, ountmundo só feito de imperfeições, é verna creação uma série de incoerênciase absurdos, é descrer da bondade, d.iperfeição e da s*bedor'a do Crcador.

Sê bom, aplicado, rapaz, e serástambem forte. Sat:sfe:to contigo mes-mo, conciente do teu valor, com acerteza de que estás sempre proce-dendo bem, a tua palavra terá umacnerga, um poder de convicção que tefará triunfar sempre. Comece pordecorar que "tudo tem importância'' etemi nc por saber esquecer os malesque te procuram fazer. Não guardarásmaguas de ninguém, rancor, nem ódio,pois isso só faria mal a ti mesmo,ou viste?

E tio Honorio ergueu-se. Foi dor-m r. Um bom sujeio aquele ti Ho-i-orio...

EPAMINONDAS

-_--*'/__-f* _____V-_.»_^_/___rÇ* ___J3-n_.r-^-*w-HD_«e ÉBB&tnm.*. *f «Kl* fie ry*\V ^y -*¦ * jTjb^SL Sei

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14 — Outubro — 1931 — 19 O TICO-TICO

jjP f£f ^ RIO AMAZONAS fi^^^SO mais importante dos rios que

banham o Brasil é o rio Amazonas.

O rio Amazonas é o rio mais

volumoso do mundo.-i

Nasce nas altas montanhas 'dó

Perti, atravessa uma parte do Peru

e entra no território do Brasil na

localidade de Tabatinga. Ao pene-trar no Brasil em Tabatinga já tem

dois quilômetros e meio de largura.

O rio Amazonas recebe diversos

nomes no seu percurso. Antes de

entrar no Brasil tem o nome de

Maranhão; ac entrar, toma o no*

me de Soliraões que conserva atiS

receber o seu afluente, o Rio No-

«ro Dai até o oceano tem o nome

de Amazonas..

Recebe numerosos afluentes quecontribuem para aumentar conside-

ravelmente o seu volume de água

no seu percurso.j

M y. J%-99

Os principais afluentes do rio

Amazonas são: na margem direita

o rio Javary, que separa o Brasil

do Peru, o rio Jatahy, o rio Juruá,

o rio Purús, o tio Madeira, o rio

Tapajós e c rio Xingu..

Na margem esquerda: c ric Içá,

o rio Yapurá e o ric Negro.

Na superfície do Amazonas cres-

ce uma flor lindissima — a Vitoria

Regia e em baixo de suas folhas,

os jacarés fazem seus ninhos.

O rio Amazonas é tão grande

que os estrangeiros o apelidaram de''Mar doce em movimento".

O rio Amazonas é o orgulhe dos

brasileiros.:

Escola de Aplicação de S. Car-

los, 5 de Agosto de 1931.

Maria Josephina Bastos — 4o.

ano feminino.

.Todos me. chamam travessaPelo meu gênio bregeiro,Pois não ha quem não conheçaEste bicho carpinteiro 1

Se ha alguma coisa estragada,Sc algum prato se quebrou....Sempre sou eu a culpada,Quem tudo isso praticou!

Se rasgo as folhas douradasDo meu livro de orações,Vovó promete palmadas,Castigo c beliscões,

Não é coisa que mereça,Desse modo, castigar,Todos me chamam travessaPorque eu gosto de brincar 1

* fô\ jÉ^\ T-\*Ca!'^*^

_S_ travessaErúi\cisca Tuttoihnondo

Ante-hontem, a gata MaltczaOs três filhinhos comeu....Já esperava, com certeza,Oue dissessem que fui eu!

Sc chove, se faz mormaço.Vejam só que mangação!Tudo, tudo, sou que façoMuitas vezes sem razão.

Se da mãezinha costuraVou com a tesoura cortar,— "Que impossível criatura!Põe-se a vovó a gritar!

E ela, que vê bem de perto,Todo este meu proceder,Quer quem faz um certo, é certo,Diz, que um cento ha de fazer 1

Sou sempre a autora de tudoEmbora não seja, eu sou;Reino, ás vezes, não me iludo,Mas nessa onda nâo vou!

Hei de ser sempre a travessa!Sempre a travessa eu hei de serE embora ás vezes mereça,Nunca o deviam dizer!

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O TICO-TICO 20 14 — Outubro — 1931

?23a___33^sír_32í03^^

Nos dias de sol só cogitamosde roupas claras, roupas ale-gres, roupas que nos ponhamde acordo com a beleza da es-tação. Assim é q u e teremosuma invasão de roupas de "bro-

derie anglaise" agora e por to-do o verão próximo vindouro.A "broderie anglaise" facilitaorganisar u m vestido leve ebonito. As moças que levamtempos e tempos bordando, ca-prichosamente, um vestidinhode "lingerie" para o verão de-vem estar contentes com a vol-ta da "broderie anglaise". Masmesmo assim,ainda é muitoagradávelusar um ves-tido que pre-paramos cari-nho sa men te,bordando e co-sendo a ponto,1ansiosas pelodia em que opossamos ves-tir. Todas as"bro de ri e s"por aí expôs-tas são encan-tadoras. Que

maior encanto, porém, queaquele de termos "construído"

o vestido que fará inveja á nos-sa amiga e nos proporcionaráo prazer de o ver espiado pelasoutras, na rua?

Assim, continuemos a culti-var a arte do bordado. Quan-do não seja para as nossas pro-prias roupas, que ao menos de-monstremos a nossa capacida-de artística na "lingerie" d ecasa, numa almofada para onosso "studio", numa cortina,na boneca do telefone, no abat-jour a que nos acolhemos como livro para as horas de lazer

ou de cisma...X \

X \

waM _—- *-¦ ¦—_.___r // // /V/___i

^_^_-____^^^^)( Ifí^^^^^^^^^j^^^

Aqui temos, em primeiro lo-gar, um jogo de toalha e guar-danapos para um pequeno ai-moço cujo prato principal é opeixe. E' pois,

"lingerie" depeixada...' Pelo que vêem asleitoras os pontos são de ca-deia, simplis-imos, e festonadolargo. Linha brilhante, de cor,indicada para linho de tonai-idade crua.

Tal desenho tambem paraum abat-jour, uma camisinhade "baby", uma almofada.

Bordadas a ponto de "bour-

don" duas folhas justapostasservem para as camisinhas,blusas, gola e camisa de dor-mir como a s gravuras destapagina indicam.

Temos, por fim,duas bonecas d etelefone lindamen-te trajadas. A decima, de "taffetas"

azul dc pervin-ca bordado aouro no corpe-te e na metadeda saia. D a"ruche de taf-feras", dividi-da por fita de

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14 — Outubro — 1931 — 21 O TICO-TICO

que serve de go-Ia e de mangas;sob-saia de "taffe-tas" num dos tonsda estamparia do"taffetas" preto.

S.

veludo azul mais forte, para,baixo temos uma barra lisa.

A outra boneca está lindanum vestido de "taffetas" pretoeom estamparia alegre, rodea-do de renda óca, da mesma

* * MW \l iTttmr

u^à!*affüJO tesouro

_Era uma vez... e a vovó de Ju-ha, enterrando a agulha no croché"com que trabalhava, começou a se-guiute historia:

"—Havia dois irmãos, uma meni-,-n;* e um menino, que se chamavam0'ga e Luiz, filhos de pais pobres,•for isso tinham de trabalhar e, en-quanto os pais e o irmão iam tra-balhar em uma roça, a menina fi-cava tratando do serviço domes-tico..

Uni domingo, depois do almoço,os meninos pediram licença para ira matta. Seus pais, depois de faze-rem muitas recomendações, deixa-ram-n'os e eles foram com muitocuidado.

Chegando a certo ponto, os me*íiinos pararam para descansar, quan-(do avistaram um grande cofre e, emçinia deste, a chave. Como não po*

diani levá-lo porque era muito pesa-do, abriram-no e, tirando o tesouroque continha, levaram-no para casa.

Quando chegaram a esta, mostra-ram-no aos pais que ficaram ma-ravilhados deante de tanta riqueza.

Logo após, comprando uma casamais confortável, viveram felizes, eOlga, já moça, casou-se com umrobusto rapaz, dono dc uma loja eLuiz tornou-se um engenheiro defama.

Os pais, já velhos, sorriam, vou-do a felicidade... .

Hariia Severiano (o anos)

A oração do pretinho pobreHa na rua onde moro, ladeadi

de casinhas de sapé, cobertas depalhas e cordas com roupas nosquintais, um pretinho pobre, órfãode pai e mãe, que tem no coração atristeza sem par da orfandade e nocérebro os castelos, de brinquedosde sua meninice!...

Toda a tarde, quem fôr á ca*SÍnha de sua avózinha, pelas seishoras, o encontra abismado numatristeza imensa.

Outro dia, encontrei-o ante o tos-co santuário a rezar, baixinho, en-tre lagrimas que corriam pela ne-gra face, uma oração triste parti-da do coração: — Màc do céu,quando é que os olhinhos do pre-tinho pobre poderão buscar os ôlhi-nhos lindos daquele ente que foi aminha mamãezinha aqui na terra?

Carlos Leite Mjia

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O TICO-TICO __ ¦>¦>

_ 14 — Outubro — 1931

)\ lâmpada da |el cidadeO r ;r.o das fa:i..:<. m_r„vIIli«vo (

nal onde a toda "Ilusão" enchi, ie fai-tas.is a Imaginação daqueles que a_

i 4o reino encantado, ora umpaís feliz sob o domínio da melhor õc to-das _s tados; — "a Felicidade'.'.

T'm dia, porfr. o mnnljdns mortais er.. avas-alado por lulas osofrimentos enorme», a fada Ffrliekla«¦rn multo caridosa r« s«.-ivcu vlsit.-lo. con-ta__o minorar Rs iorej do coraçuo li.mrt-no. Tencio-Ara Ir .tainha, mas a "Ilusão"a fada (Vs sonhos, Q/ie Idealizava umavtagci.i, tanto pi to rupNco-, quo

i uiitiu que ela lho. oom unia unica condlgio:

de nâo :i sua influci:.mortais como era sen costu-

¦quêlcs ««ne- dcl_ _.>ai i-i.¦-. '¦¦¦¦. partir--..

Au _ 3 aproximarem «i.-i terra, aabrilhavam na

um dia de ri-iin.-iv.ra. A "llu-ou: — "10' i-ste o mundo doa

, eorn tanta beleza quo inn-porta • arrebata a imaginação no «mento proo-•'• — Que ironia!... nmrmttioutra. N_o C- a beleza exterior que tradu.B v. Mitura, in.is _a aparências

amas d tas fl0re_que se lhes tocares te san-

grani os dedos; quanto mata, que, da d_rno ie uma sombra que os í

re: —- "ã realidade"... — e o anta-«•io to tez entre ambas. Nilo tardou multo.tando u.u rebanho pequenino... o

. a uma angustia, que transpa-rini-nto: — "Por qua

quando a natureza canta"'.'atou-lha a bondosa fada. — "Qua

me imporia _ natnresa, se o meu rebanhotem sido aniquilado pala peste, o só merestam esta» ovelhas:tor... c, erguendo os ojhos para ««'lindas fadas que -vam como

1. iras como "- raios do sol, osenti- que de uma lhe vinha um

Influxo do paz e dc esperança que o feareviver, enquanto da outra uma «»fljr___ode ideal ivreal-zav.-l. como soem *i, es, envolto* sempre no jptUni.s-iu.. da _o_M fantaaia... tão fugaz!... —

tor nunca mais ponde •da "Ilusão".

i: a Te! eidaile', sentindo qn_ -i su.conipaul.c-ira faltar;, ao jaranitnto q«J i«-

..'¦ra. concordou ínlão. tin ik-i.âr .mortais as disti::- as e_C«>lh<Assim, penetraram nos lares do esteta, do

I • i '..ni tm-ifada maravl Io, no-loii. que aquelas criaturas sonharam cou-

Q .;isi <_l_o ImpoSesqueoendo-ae da própria vida, Inebi

tos chimerios a que a¦"Iluslo fascinava, tornando-os seus eacra-\...s"... tento o poetatudo um sonho, c a vi«la não foi mala queum mui!:... paia o puta. para o esteta qricsino para. o astlsta embriagado por suas.variações divinas. Caminharam cni nnu-.-.ão do um palácio soberbo qu.- avista-

— Os tardfns onde o arts tecera os>rn<_s nào se comparavai-t

caminhos que ambas haviam percorri-luando entraram a fada "Ilusfio" fi-

tou a sua companheira rom um o!!triunfo, enquanto a "IVlicIdado" d-inors-trava surpresa a oo_fu__o do que estava

:la inacreditável: Lu-. ndor, vestidos luzuo-

i ¦• nrlaa fadas num--saram as mulheres morta

¦ ¦

m rejuvemplandecer «.- < enampagnecm profusão c a musica diabólica. Infer-uai, Je uma Ja_--ba_d que nã.» s- podi:.¦i sons harmoniosos t

i"us Instrumentos mngluos.Tudo Isto perturbara a fada Feiiela, que tanto uiü ã buniani-rtade n_o . como oshomer i.avam tendo o

envolto cm la-grlmas asamento oprtsopor orgailhos decmedidi .des o ou-nas fraqui zas >. forain doquo oa sentimentos da ilusão", não os

So pensar eajmj que na vi-: :ais tudo i iio como O

pr< i rio pensam, nto.lanlo a fada -Ilusão" procurou a

havia partido sim dizero iiestin., qu tomara, iiei.--.andM escritoaumente num papel doirado, que lastima-va que os mortais .--coibido Hsua companheira no engano fatal de que.ela era _ «t-tdadeira "-"elld-fid*".

¦¦a quo, passou lauto tempo... osI leiam o -

«.-... .. e andam .-. pro aravl-"i'e!ici<lnl. " .trã-lanunca, i!as nu-DUra* da "i.

KRS. HEUvTN

m^**r^*v^s*>at^*v*s**aa*<^***^*r<S'*r>j****r^^^

O OPERÁRIO"Porque nos deixas tão cedo!"Desprezas a companhia?

(Fala 0 chefe do folguedoAo menino que partia. ..)

"Xão foste aqui bem tratado,"Ocupando um bom logar?"Xão te faças dc rogado!"Fica entre nós a brincar".

"Devo ajudar o paizinho"Xa tenda de sapateiro:"Ele trabalha sozinho..."Diz, modesto, ao companheiro,

Que responde, desdenhoso:"Pois vai a sola bater... „"Que brinquedo tão formoso!

"Muito te deve entreter!"

E o menino, decidido,Sereno, mas altaneiro.Replica, então, comovido,A'qucle t"iu zombeteiro:

"Já folguei... Sou operário:"Após o deccanço. a lida.."O trabalho é itecessariq."Da força, praser e vida!

"Partindo... aqui vos deixando,"Sei o tempo aproveitar:"Enquanto ficais radiando,".Vou á tenda trabalhar!"

Virgilio Cardoso de Oliveira(Do "Mosaico Infantil").

Uma de deiesanuvem

j^-^P^S^^^^giMgl^^,. y ..—'^ wr*____^B

A esquecidaMONÓLOGO

..-? - ftazip/SCirf

A lebre io mar, que . uma csf:c:c âc peixe, qttan Ipor seres maiores c mais fartes, emite um 0.c uma grande cortina de liquido fnirpureo, que lo'i: cv

agitas, facililar.do-lhe, assim, a fi

Sou de todas a menorE não mereço censura,Trago os meus versos de córPra fazer minha figura!...Na festa dos amiguinhosTudo dança, canta c fala...

(Esquecendo-se dos versos e procurando nosbolso)

Mas meu Deus! Os meus versinhos?!Oh!... Deixei-os «•,*_;f-,-n dr. mala...

Augusto Wanderley Filho

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14 — Outubro — 1931 — 2.5 — O TIC O-T I C O

»A_"V I O ______ E -T __á.

Entre as fores diversas que c-n»feitavain o jardim do "paraiso", di-zem que a rosa, com seu donaire er-cantador, conseguiu o titulo de rai-nha das flores.

Ura, um dia, o jardineiro Ceies-te quis fazer um bouquet das fio-res mais belas e mais cheirosas, pa-ra enfeitar c altar onde se celebra-ria o casamento do primeiro ho-mera e da primeira mulher que spchamavam "Adão e Eva". Num(lia de luz, as rosas, umas verme-lhas, outras amarelas, outras aindabrancas como os lirios, baloiçavamnum porte altivo, acariciadas pelovento. As orquídeas, os cravos, aspapoulas graciosas, assim como osmanacás c as madresilvas, conver-savam entre si, da pose que uma

<las rosas "Palmeron" ostentava,*-em sequer lhes dirigir um olhar ouuma palavra: — "Tola", dizia umcravo impertigando-sc e olhando arainha das flores com desdém —"até

parece a noiva, com tanto en-tusiasmo".

— "Quem sabe", falava a orqut*»dea, "se nós não seremos as dama-;t V0-ês os cavalheiros de honra?!"

Risos e gargalhadas resoaram naamplidão do paraiso — e a fnem esquer se dignou ofender-sedu que diziam seus companheiros•*— que orgulho-a!

rV tardinha, o ciepusculo invadiaa tc-ra toda como um pequeno véuetereo, suave, que pouco a poucose desdobrando envolvesse o rostointeiro, numa cor mais forte, como

se vai acentuando ao cair da noite.K a rosa ainda conservava a mes-

ma posição glacial c indiferente atudo quanto se passava em voltadela.

Xisto, um rumo- aumentando gra-dativamente, fez todas as floresvoltarem-se ao m e s m o tempo,curiosas, para o mesmo ponto.

Eram os anjos que vinham Lus*-car as flores para a grande festa.

A rosa_ irritou-se: — "Como po-diam ver-lhe o garbo, a beleza e afrescura, numa hora tão tardia emque tudo desaparecia naquele véusuave do crepúsculo?"

E apesar daquelas flores que tan-to falavam da rosa quererem con-tradizè-la, não o puderam, porqueacharam que ela estava com a ra-zãD.

— "Enfim"... disse a resa, en-direitando-se no galho com alti-vez... "por engano cometem-se mui-tos erros"... e calou-se.:

Aproximaram-se os arcanjos! ai-vos como a neve e os olhos azues.de um azul claro esplendcnte, co-mo se refletissem o próprio céu.Um deles trazia em uma das mãosuma tesoura, enquanto o outro comuma bandeja doirada, esperava asordens do primeiro. E. então, asfli .res balançaram tremulas, nos ga-lhos, quando o anjo veio na dire-çio das roseiras, cortando algumas

. as mais pequena? — depois,qs cravos, as orquideas e alguns

manacás, enquanto a rosa cnrub.s-cia, de magna

Até que, voltando-se para uaicanteiro pequenino, o arcanjo seabaixou e retirou do meio de uma

porção de folhagens c ervas, lindasvioletas que, ocultas, perfumavam ojardim como as melhores essênciasdivinas. — Que gemido doloroso seescutou então?! — a rosa, vaidosac orgulhosa, caíra do galho e fe-rira-se nos próprios espinhos —morrendo dc orgulho, inveja e des-peito. O enviado celeste voltem-se 2apanhou-a des folhada entre os de-dos finos e delicados, dizendo: —"Vede, flores formosas, quantomal fazem o orgulho, a inveja c apresunção!

E como sobresaem aos olhos doCreador a humildade e a modéstia,que encarnados na mimosa violeta,de longe, se evolam como um per-fume subtil?"

Depois, como que descansando cmeditando o enviado celestial acre,-centou: — ".. . E como a rainhadas flores — serão as creaturas!

a rosa esqueceu-se de que ti-nha espinhos, assim como o homemse esquecerá de que estes sentimen-tos, tão feios, representarão as sua?próprias fraquezas.

E a noite caiu silenciosa r* trí-tt.,enquanto as flores que ficara*..olhavam lacrimosas para a roso An

cheia de espinhos.

MRS. MERVYN

éêféí%&JF^ & f&A~.?&i,.hW^e, >c*^^^H**ft*_Vr*Mtô.i*»

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O TIC 0-T 1 C O - 24 14 —Outubro — 19.. 1

Asaveniuras

doRatinhoCuriosc

(Desenhos de Walt Disney cU.~D. Iwcrks cxclushidadl yg^ft. f/ _para O TICO-TICO. fl*.1"

todo o Brasil).

i/ ,j ___^j^?*<\^ ™^^B^v. _Bl_h_ i t^ ^ -*v \\\^l_______________________0*^

^*j_l| I -" i ,____ ..,vy^-v! fer "Como se fosse um truc E dizia: — Se eu encontrasse mais E foi, assim pensando, ficarde mágica, o Gatão es- um pouco de molho dè peixe seria debaixo de uma arvore. Mastava sem nès na cauda, feliz! Ratinho Curioso espetou...r

/ / Jl jt^ -y j^r ^^y __J^i / _3____^T _____ri _F j^í^ _^_i-^______ _____P^____^-^™^™'^____r^^^Í3_)' ""^ _i í

.. .um alfinete na cauda do Gatão que deu ...livro. Depois, cançado, o Gatão Gatão acordou e foi se embora comum milhão de saltos pelo ar, gritando de dormiu e Ratinho Curioso deu-lhe a cauda cheia de nós. Enquanto isso,dor, enquanto Ratinho Curioso lia um... .vários nós na cauda. Ratinho Curioso...r^7

"--^jr^Kife «!lSP*£

...com a garrafa de molho de peixe E de longe ainda viu o Gatão tocando E Ratinho Curioso ainda percebeu queresolveu partir. rabeca ao clarão da Iuâ. o Gatão desatara os nós que tinha...

I 11 IL. j

...na cauda. Ratinho Curioso desejava ,,. marinheiro forte e robusto e per-que alguém lhe explicasse o modo de guntou: — O senhor gosta de molhodesatar nós da cauda. Encontrou um... de ptixe? — Nunca provei essa..»

.bebida, mas *amos ver o que cia é!respondeu o marinheiro.

(Continua)

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&®m©

$_ot@.»Colaboração dc LrnzSa c Gdlvão.nifo,

eKcibtivamantc, P^J o TTOCO -TTIICO

_______ Bi, ~~~l__^_R_P_^_^_^_M9_tt___^_H_KÍ_H __^HB__

Aproveitando a ausência do jardineiro.Réco-Réco armou um balanço numa dasarvores do quintal. Havia muito tempoque essa proeza estava planejada, mas o"seu" Manoel era inflexível e não consen-tia, pretextando evitar o estrago das. ..

..arvores. Azeitona, como sempre, foiescalado para ficar vigiando os arredores.Com olho vivo o nosso amigo espiavapara aqui e para acolá, pronto a d.ir oalarme logo que houvesse perigo. O ba-b.nço tinha ficado um mimo! A

\_w__WW ___V_____\

I^^^^^^BM —WK / _m\lr--C_W_W li __Mm________\P^-_¦¦_¦ m_W¦ s^ \___^m7//_m-'— /^mmemtmi Bft/^^^^a BP™jí2^^^=^==5shbi _wr\\fí\\___\________ fi^y^. ~_m_r_\^_4^^S\ ___________

^__m \W_--**~~— ff li? _\___rrl± ^/_2x&_\ ^P^^^^ ^!

.. .impulso do braço forte de Bolão, ia evinha que era um gôso, recordando aRéco-Réco aquela celebre viagem feita dcavião, na aventura do enorme papagaio.— Eu também quero ir! gritou Bolão,que suava em bicas, depois de fazer o...

... amigo ir e vir, pelos ares um sem nu-mero de vezes,

E quando o balanço parou Reco desceu, não sem um pouco de pena, para queBolão também experimentasse o brin-quedo.

Réco-Réco, porém, sozinho, não tiniraforça para elevar Bolão a grande altura.:Bolão pesa seu pedacinho! Foi chamado.'então, o amigo Azeitona e, combinandoas forças, deram o impulso desejado aoesplendido balanço.

_^fl__»

^^S_CU I • if^yl ; W\_____w__\ ____\\\w_W__\_\\ I m^_\y& "5 "^iV* '

_____â àk^_fc^ ___Ik>F^Ln >^^^^^

^^^^^puc bs^—^^^^^^^í^ L___ffh^< l5 r^xRadiante, Bolão ia e vinha, pelo ar. Que

coisa deliciosa! Como haveria de ser bomvoar, mesmo, de verdade! Mas eis que,numa daquelas, Bolão avistou sobre omuro, a dormir, o "Roncador". Depois dePassar a noite a caçar ratos, o bichano es-tav.i a descar.çar ao sol.

— Mais força! — gritou Bolão para osamigos. Vou dar um susto ao amigo"Roncador"! Se bem ele recomedou, me-lhor o fizeram Réco-Réco e Azeitona. Ospés de Bolão atingiram o bichano, masnosso herói perdeu o equilíbrio e foi pro-jetado por cima do muro.

Deu uma cambalhofa em regra! Foi umsusto formidável. E, quando Réco-Réco eAzeitona derem volta, pelo portão, acha-ram Bolão no chão, a lamentar-se. poisfora cair sobre o taboleiro de um vende-r'or de cbacaxís e se espetara todo, jogan-do a carf,a r.o chão e dchtando o homem

. furioso 1

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O TICO- T I C 0 26 - 14 — Outtil.ro — 193!

I Consultório da CriançaVERMINOSE

C mstittte verdadeiro habito paramuitas famílias, dar durante oano, pelo menos, dois lombrijjjuei-ros ou vtfrmiftfgos ás crianças.

Existem mesmo algumas que emtodos os minguantes propinam aosfilhos esses medicamentos.

]•'.' positivamente errado e muitasvezes prejudicial, sem um exame defezes consciencioso, receitar logoum d s chamados lombrigueiros,somente pelo fato da criança estarum pouco pálida, apresentar "pa-

nos" no rosto, ter um Bono agitado,r os dentes, cocar o nariz,

r muito de farinha, etc., etc.Outras vezes ;i< crianças apresen-tam convulsões e logo as pessoasda ca<a dizem que se trata de um"ataque dc bichas".

Uma crença, também, muito eu-raivada em nosso meio c que osvertues aparecem nas crianças por-que estas comem muito assucar oumuito pão.

Os vermes intestinais provem sem-pre de fora dó organismo e são as

próprias crianças que se infestam,ou sujando as mãos na terra ondebrincam, levando em seguida in-conscientemente os dedos á 1x_ca ooao nariz, ou comendo saladas, fru-Ias c outros alimentos contamina-

L'm habito que devemos com-bater é a tendência natural que têmos meninos para brincar o ¦_ «>sanimais (cães c gatos) qua-á sem-

pre muito sujos c além dis*eles grandes portadores de vermes.Não nos devemos orientar pelaprimeira informação que recebe*mus. () fato da familia dizer que acriança tem botado "muita bicha''«ti que come muito assacar não ésuficiente. O exame das fezes e oe>:ame da criança tornam-se indis-'•! aplicação do ver-

;0. O primeiro vai-nos mostrarqual o verme que predomina e ot xame da criança vai-nos indicar

., veraiifugo dc i|.ie devemoslançar mão o cm que dose deveráser ministrado.

observações importantes. Poismuitas vezes o vermifugo não pre-

judica. pelo contrario, dá ótimosresultados, mas, não são, infeliz-mente, raros os acidentes graves _até mesmo mortais que em outros

i eles provocam..\s doses exageradas são muitas

vezes motivo de sérios aborrecimen-tos. As crianças doentes dos rins, d >coração, do figado, etc, só commuito cuidado e, assim mesmo, yoa vista medica é que poderão tomaralgum vermifug'.

Entre os vermes que mais fie-quentemente atingem a infância te-mos a assinalar os seguintes: o e.xiuTO, também chamado saltão ou bi-cho carpinteiro, as tenias ou solita-rias, as .vearides ou lombrigas otricocefalo i verme de linha),-«o an-

Dês o lar do filho pobreTé o lar do filho rico,Com seus contos, entra nobre.A revista, "O Tico-Tio/*.

A'. C.

1 ÁSTÁa^^^mmW^^mrfrkmkIHTm in ií___-WRi

O MENINO...O RAPAZ.»O HOMEM!

ATRAVEZ DAVIDA,

oin qualquer idade sócompram...

.NOGAMIZEIRG28/32 Assembléa

cilostoaio mi verme da opitação,etc. Como evitamos as vermin '-.s?

. Cortando rente as unhas das cri-ancas c obrigando-as a escová-lasantes das refeições e após a< deje-ções: impedindo que brinquem naterra, muitas vezes poluída de fe-ze.s, andarem descalças O meno.possivel, não fazerem USO de sala-das cruas, oã) terem tanta intimi-dade cr m os gatos e os cáes, usaremcalções ou melhor macacões de mo-do que durante o SOU i llã ) iinssamcocar a região anal, levando em se-guida os dedos contaminados áboca, t

.*< IRRESPONDEXCIA

MME. Xl.l/XIXIIA (Rio) —O caso de sua filhinha é muito di-ficil de responder pelo jornal. Sc-ria muito bom que a levasse an con-soitorío dc Higiene Infantil, noEdifício da .Saúde do Porto, (per-io do Mercado). Nas segunda-,quartas e sextas-feiras, á uma hora«Ia tarde. J.' necessário exame.

MME A. TORRES (Rio) —Para as assaduras que -na filhinhaapresenta acon-elho usar com-pressas de Acetafiquido. K' um bom

. preparado.MME ALMEIDA RIBEIRO

K.oiaz; — O seu filhinho devemamar de três cm três horas— seis vezes durante o -lia. Durai!-te a noite, caso ele chore muito,jxide dar mais uma vez o seio. C m-vem dar antes do seio uma colher,das de chá, de Cazcon. demancha-do num pouco dágua. Xão tem im-portancia o que a senhora mandoulizcr a respeito da cabecinha dele.

AVISO — As consultas sobre regi-mes alimenUres e doenças das cri.in-i;_s podem ser dirigida, ou para o con*sulturio ou para a residência doDR. OCTAVIO ÂNGELO DA VC1GADiretor do Instituto Pa.teur do *Rio deJaneiro. Dos Consultórios dc Hif*Infantil CD. ... S. IM- Medico de Crè-che da Casa dos Expostos. Espccialida-dc: Doenças das Crianças — Rc3Í:-.cialimentar;-:. Residência: Rua T.trdi.n Do-tanico, 174 — Telefone 6-0327 — Con-sultorio. Rna Assembléa, 87 — Telcfo-ne 2-2n_4 — ?.a_, 4a. c C as — De 4 ás

í heras.

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14 Outubro 1931 17 — o Tico-Tiro

^jnrvr^^- ~~ '=~-~~—_^^;-'

___

0 sapo encantado

No sertão, muitíssimo longe, ha-via uma aldeia de anõezinhos quoeram do tamanho de uma criançade io anos.

Todas as manhãs, os anões iampara a floresta procurar minas deouro, praia, platina, brilhantes, e&-meraldas, etc.

Os anõezinhos se levantavam á- 5horas, tomavam um caldo de fru-tas e levavam o almoço, dentro ú;«mas cestinhas feitas de vimc.

As anãs ficavam nas suas casaspara fazer o jantar.

Os anõezinhos se alimentavamde ervas e frutas.

Numa das pequeninas casas daaldeia morava um casal, Ilsilha cBilotte.

ilsilha era muito tagarela.A aldeia toda já sabia de cor e

salteado a vida inteira dela.Tudo o que se falasse perto dela

era como se a gente espalhasse por•"da a redondeza.Numa manhã foram todos os

anõezinhos para o trabalho das mi-"as. Havia já duas horas que anda-vam e nada de vestígios das minas.<)s anõezinhos estavam desanima-d°s> ([liando um deles, o Bilotte,avistou unia gruta muito pequeni-na c escura. Pediu a um compa-"beiro unia lanterna c a pôs naabertura da gruta.

Logo que clareou o interior dacaverna, os anõezinhos puderamV(-'r uni enorme sapo.

Mas era um sapo tão grande que°s anões caíram todos sentados; cmesmo alguns com vertigem.

Bilotte perguntou¦— Mas que será isto?Que sapo enorme!'— Eu sou um pobre sapo, res-

Pondcu o monstro, com a voz mui-to rouca. Sou encantado, mas nãofaço mal a ninguém; ha 500 anos,Cnguli uma pedra c ela fie

K^^^s^^o^Nt¦JL> T^-r S&sJna minha garganta e agera voumorrer. Ai! ai!

Não, disse Bilotte; eu te levopara casa e minha mulher tira essapedra; vamos!

O sapo deu um pulo para a ca-beca do anãc.

Bilotte começou a gritar quandoviu aquele colosso na sua cabeça,mas o sapo só tinha tamanho, poisera leve como uma pluma.

No caminho os anões quasi quearrebentavam de tanto rir do gei-to de Bilotte e das caretas do sapo.

Ao chegar cm casa, Bilotte entre-gou o sapo a Ilsilha e disse:

Achei este sapo, ele está en-gasgado com uma pedra que engu-liu ha 500 anos. Veja se você con-segue tirá-la. Olhe que este sapoé encantado e sábio!

lisilha, lidou, lidou, mexeu, rc-mexeu e afinal conseguiu tirar apedra.

O sapo então disse:Já que me salvaste a vida,

quero recompensar-te. Que queresque te faça?

Ilsilha, depois de muito pensar ede dar voltas á memória, respon-deu:

I-'.u, Sr. Sapo, quero que meensine um geito de possuir unia va-liosa jóia.

Ah! Ah! disse o sapo; é ta-cil. Fala menos c ficarás dona de

>sy_SBa_ÍfiS5S Kk'Í< ,A ' _ v •'WmmWititi&m^r-'^

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um grande tesouro, talvez o maisvalioso desta aldeia.

Jlsilha agradeceu muito, iras pou-co tempo depois se esqueceu, s Üipor 110 lixo a pedra; mas ao pegarnela, viu que ?ra unia linda esnu-ralda.

Ilsilha não cabia em si de conten-te, e entusiasmada dizia:

Que fortuna tenho agora! osapo já foi para a toca, ele nempensa sequer que estava engasgadocom uma riqueza destas! Vou mos-trá-la a Bilotte!

Bilotte! que beleza !Ilsilha, disse este, se você qiti-

ser conservar este grande tesouro,não fale a ninguém porque já seique todos vão cubiçá-lo.

Ilsilha não se continha.Poucos minutos depois da saída

de Bilotte, a tagarela foi á porta ecomeçou:

Falo eu não? Falo! Não! Bi-lotte fica bravo! Ora! Enüío eutenho medo da braveza de Bilotte!Não, não falo! Mas quem pode metirar a pedra? E nem que peçameu não dou! Por isto falo: —"•Olhem o que eu achei! Uma cs-incralda linda! Olhem! Olhem!Vejam que beleza! K' minha! Sóminha!"

Em breve, toda a aldeia estavana frente da casa de Ilsilha.

Até se esquecerarh do jantar.Pobres maridos!Só á ultima hora é que as gran-

des preguiçosas se lembraram dacomida.

Correram para suas casas e pu-zeram as verduras no fogo.

Ilsilha, que já estava arrependi-dissima e desesperada, dizia:

— Porque falei! que desgraça,meu Deus! Agora, o mal já estáfeito! Daqui a pouco chega Bilottee a comida não está pronta! Osanões com certeza vão se zangarcom minhas pobres companheiras

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O TICO-TICO ~ 28 — 14 Uutuoro — 193

I^IÇLA.OSilencioso, pequenino e humilde,

vertiginosamente corria um filctcdágua cristalina sobre musgoso lei-to de pedras e grotões.

Ora em linha reta, ora cm cur-vas, corria sempre, sempre, semnunca se deter.

No seio da mata, seu débil mur-murio apenas era ouvido pelos pas-sarinhos e borboletas eme ali, na-quele doce recanto, brincavam ese banhavam cm suas límpidaságuas de regato amigo.

A grama rasteira e fofa e as alon-gadas hastes do capim cheiroso rc-verdeciam despreocupadamente na-quela mansão do silencio.

Ao entardecer, o sol purpurinocoando-se por entre as ramadas dafloresta, incidia seus derradeirosraios sobre a corrente hialina, dan-do-lhe uns tons roseos com colora-ções amarelas que a tornavam maisbela e quasi magestosa.

E a noite chegava...As estrelinhas e a lua, do céu,

vinham mirar-se naquele fiel espe-

lho que jamais perderia seu brilho.E o regato sempre a correr, si-

lcncioso, pequenino e humilde, pron-to a- saciar a sede de qualquer vi-andante quc por ali passasse, ou dcalgum animalzinho que, sedento,

.viesse ao seu encontro.Uma tarde, cheia de vida e ca-

lor, tropegos, chegaram àquele ta-gar três homens. Cansados poruma penosa viagem, ali pararam,agradecendo á Divina Providenciao conforto daquele rincão e a fres-cura bahamica daquelas águas.

Reparadas as forças e aplacada asede que os torturava iam partir,quando divisaram uma lapide cema seguinte inscrição:

"Procura parecer-te com este ma-

nâttcial".Analisado o dizer, o primeiro.

ura senhor qu- pelos trajes pareciaser rico, disse'.

— Creio que isto significa: "de-vemos ser como este manancial;sempre ativos, sem nunca nos dc-termi

O segundo proferiu:Conforme penso, "devemos

ser caritativos como ele".O terceiro, taciturno, não profe-

riu palavra.Que dize.-: — perguntaram os

outros com ansiedade. Que signifi-ca esta frase?

E o raancebo de olhar azul c pia-cido que havia pouco se separara desua mãe, respondeu:

O murmúrio dessa agua quecorre assim tão fresca e pura diz-me que: "assim também, devemossempre ser puros c cumpridores de

devercs". *

È os três continuaram a jornadainterrompida. .

Silencioso, pequenino c humilde,corria, vertiginoso, o rio cristalino,entre musgos e seíxos reluzentes...

Yvonne Reis dc Athayde

não têm culpa! A culpada sou eu!Somente eu! Ah, por quc tenho eulingua?! Antes fosse muda ou nãosoubesse falar!

Outra anã dizia furiosa:Anda fogão! Cozinha!

Uma outra mais danada, recla-rnava:

Este fogo não acende? Tam-bem a couve está dura! E o relo-gio anda tão depressa!

Logo ouviu-se um rumor. Vãochegando os maridos, cansados,empoeirados e com fome.

Entra Bilotte cm sua casa.Encontra Ilsilha em prantos.

Que tens, Ilsilha? disse cie.Fizcram-te alguma coisa? Perdestca valiosa pedra? Que foi? Conta!

Eu gri... tei da por... taque ti... nha u. .. ma es. .. me....rai... da. To... dos vi... erama... qui e nós nos es..,! quc...ce... mos do jan... tar. Lu cque te... nho a cul... pa!

Eu não te disse, Ilsilha, qucnão falasses? E agora? E' capa/*:que nos roubem a esmeralda.

Um grande barulho veio inter-romper a converse

Era um vozerio! Uma algazarra!Ilsilha e Bilotte foram á janela o

puderam ouvir:Veja se ístO é comida que sc

apresente! Que cenoura dura! Qua.-ime quebra os dentes!

Olhem este repolho! Isto éque não como! Prefiro morrer deíome a comer uma coisa destas!

As mulheres, então, contaram aosmaridos tudo o que tinha se pas-sado. Estes combinaram ir rou-bar o tesouro, naquela noite.

O resto da tarde passou-se muitobem. Ilsilha foi deitar-se cedo.

Bilotte ficou ainda lendo maisuma meia hora.

Depois foi deitar-se também.Assim que apagou a luzinha da

cülieceira, ouviu um rumor; sen-tou-sc na cama e novamente e •afiou. Então percebeu quc estavam

ndo a porta.Acordou Ilsilha, arranjaram uma

trouxinha, pegaram a esmeralda esaíram depressa, pelos fundos da

que davam num quintal.

Pularam a cerca c correram parao lado da mata.Os outros anões arrombaram a

]<* rta e não encontrando a esme-ralda voltaram para suas casas.

Depois de muito andar, Ilsilha r*.' ftt-, cansados, deitaram-se uarelva.

Dali a pouco estavam dormindo.De repente Ilsilha deu um gran-de grito!- Ai! Bilotte! Bilotte! Uma on-

ça!;tc olhou c viu uma enorme

ruça que vinha descendo um bar-*anco.Os dois anões correram para uni

me, na margem de um rio.Com o susto, Ilsilha deixou cair

a esmeralda que rolou para dentrud'agua.

Ilsilha chorou muito ma*, não havia mais remédio. Era o castigo desua tagarelice.

BELLAH DE MACEDO SOARES

(Do livro "Historias da FadaAzul".

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14 — Outubro — 1931 29 — O TICO-TICO

"RESULTADO DO CONCURSO X. 3.ÕS1

1Solucionistas: — Rubem Aguiar, Mcnar-

dro Simões, Abnlr Neves César, Júlio Ri-beiro. Llllaa Portella Ottoni, Arlette Brasi-lano. Yvonne Guimarães Cariíia, Ruy Ma-Balhacs, Vera dc Carvalho. Paulo Hered!alio 8a, Paulo ile Silva Losado, Da>sy n. doCarvalho, Walter Martins, Tbeodora doMello, Natalina Ramos, Pedro Parati to «IoBarros, Theofredo Borges, LM* de Mello,Maria Auxiliadora, Jrene Cerqueira Com' s.Honis Tesaltore, Lula sà Magalhães, U«r"o-ne YV. i;<_.-ar>», Hclio Ferreira Mendes,J.uiz Henrique, José Geraldo Evangelista,Díbulo D. Maranhio, Esmeralda de LimaKi,ciro, Gcnrudo Kirst, José Altair D>as,Onelia Feltosa, Geralda Ilimz. .Milton Doy-le, Eimar Helena Tarquintos, Yvette 8a-ehltella, Roberto C. Ferreira, Zéztnho Gui-maràes, Martha Maria Monteiro, llarryHergan, Clara Martins Soares. Rodolpho C.Camargo, JamUe Japur, Myiian de SouzaLopes, Alayr S.1 dos Santos, Epitacio Ale--\;mdre, Maria Zilda do Abreu Gomes, "VVil-1 n de Moura. Maria B. Rocha, Alceu deCamargo, Geraldo Leito Cintra, Pessoa C.Silva, Bracemin Bracclni, Keula Suntos,Francisco Carlos da Luz, Roberto de KritoPereira, Maria Nilda Carneiro, NaiaretíDuartej Honorio Pereira, Maria de Lourdes

alho, José do Araujo Pinheiro, MariaL. Garitano, Leda G. Moreira, Luiz Fer-liando Gonçalves, Beatriz Mello Nogueira,Oswaldo Cândido de Souza, Levmo deSouza, lidcMndo M. de Carvalho, Decio

de Oliveira, Ayrton Segundino, LéaRibeiro, Dylson Baptista, Carlos GuUhermoMax, Benedicto Ventura, Haroldo CarvalhoRocha, LDKan Borges, Octavio MauricJoSantos, Edmundo Sodré, Jorge Feres Lian.Célia Machado, Sylvia Murray Sandt, LuizAlfredo Cardoso, Maria Ignez, Muclo Eu-valdo Lody, Humberto Polll. José AguiarPereira, Vicente Mammona, CeUo A. Lima,Murilo Ferreira dos Santos, Eurico B. L>-¦in, Njison Franeiollr- Leonardo Mita.Luizinho Moura Azcvodo, Arcanlo Martinsde Araujo, Yolanda Barros Freire, Sydneyde Souza, Marina Vaz Lima, Antônio Mar-«lues Lima, Raul Costa Lima, Paulo Rezen-** Léa Lacerda, Luiz Fanttorio, JulicttaFreire do Souza, Rosemondc de Castro,2-da Mazzlllo, Ddlson Santos Abreu, Vlnl-e'o da Motta, Léo Pires Pinto, VenlzellosDialitaqul, -José Nascimento, Eduardo Klrs-ten, Anathalia Malta, Cyro Ribeiro da Fon-¦eea. Lima Duarte, Yvonne Reis, AntônioAugusto Gaspar, Paulo H. Camargo, N-l->y B. Lima, Cordelio Lconc, Lázaro Mat-to». Mario Gigliottl, Álvaro Alves de F~-*>**, Donato Renato, Kené da Silva Frei-tas, Claudlnho Fernandes, NUton N. de_**r*Ita_t, Roberto Rochas, Maria José Ca-va!cantt Marttni, Danilo Guerra, Jo_o Bap-Usta Ramos, Mario Macieira, Joaquim Men-"es, Annette Mello. Antônio Machado, Ma-r_|-a Bastos da Silva, Natividade Dias do»Santo*, Naly Garcia, Lima Ruarte, Sylvio»»i'llam A. Silva. José Geraldo Barret».rcdda de Oliveira, Alda de Oliveira, NeyJoaquim Laper, Bonifácio de Biase. Waltergroria Cuida, HeUton Motta Haydt. Octa-v'o José Pagano, Luiz de Britto. José Fran-

cisco Taulo, Carlos José Mattos. JoaquimCastro, Daisy Lorice, Rachel Cool», AnnaCarneiro, Avelino Dias de Almeida. YvonnoCheh, Hilza Costa Fernandes, Helena Re-zendo, Anna Macieira Aguiar, Pedro CarlosX. Rocha, Antônio Naseimento Lourenço,Maria Helena Palhares Pereira, HerclüaAntunes, Helena José S. de Oliveira, JoüoMaurício Cardoso, Yedda Abreu Lima, Hen-rique Bastia.» Neves, Antônio Pimentel,Direo Marvtovanl, Benedicto Moura, Balhin»Camargo. Milton Barros do Campos, MariaApparecida, Manoel Morgado, Luzinette X.ile Abreu, Adriano Marques, Cláudio Em-manoel Corrêa, Maria Eliza Costa, MariaDutra Lima, Jorge Carlos Áreas, Pilar Leo-

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nardo. Hélio Madeira. Nival Medeiros Cor-i."a, Fausto Fataijl, Emílio M. Alves, Dy-léa Boltgen, João Hermlni» Bettge, Sebas-ti&o Botto de Barros, Adelmo M. Botto õeBarros. Adevaldo Cardoso Botto de Barios,João de Souza, Oswaldo Lemos de Souza.Paulo R. Meirelles, Silva Araujo, EstclFransratt!, Alice VeechWttt', Jenny Coivy.Manoel Alves Costa, Jayme C. Vianna. Al-zira Mendes da Silva, Delza Pereira deSouza, Eurico Crespo Pereira, Helmo KrebsAquino, Américo Florentino, Elza GomesPinto, Benedicto Casado, Raymundo B. daSilveira, Cyro Nogueira Baptista, Elza de.Menezes Leão, Assumpta Bertassi. Sylvio

8. M. Raymundo, Taulo Augusto Daibelly,WalkjrrtB dos Santos Alves, Reynaldo Mel-Io, Nemeçio de Almeida Filho, Eliette deCan-alho, Anadir Vieira dos Santos, Hele-na Sueinl Penna, Glanco Penna Oliveira,José Carlos Corrêa, Alberto de Figueiredo,l^ranscisco Simões. Lauro Augusto Gomes,Luiz Carlos de Scixas, Therezinha de Je-sus II. Amaral, Edison Lyra, Sully T.Baltar, Arlosto Barra, Geraldo Parais",Maria Apparecida, Ary Martins Amaral,Annita Aguiar, Nivaldo Benthin, AdamoSchoeair, Ida do Coutto, Helena de ouve-ra, Oscar Gouveia, Maria Annita Pires,1'nlilio Aderito de Albuquerque, Talita Sam-paio da Fonseca, José Ruivo, Tupy CorreiaPorto, Mario Ignacio Lameira, Rubem DiasLeal, Olavo Setúbal, Marina de Freitas,Erecenclo de Almeida Pinto, Reny Bezerra.Sebastião Graças Alvarenga, Rubem dosSantos, Lygia Sehmidt, Raymunlo Bltlen-curt, Ary Bundinhy.

Foi premiada, com um lindo Hvro de hisr»t-jiias infantis, a concurrente:

HELENA REZENDE

de 12 anos de idade e moradora em NovaRezende, Estado de Minas Gerais.

RESULTADO DO CONCURSO N. 3.5S.

Reejiostas certas:

l* — Nüo.2» — Linho — Linha •3» — Caso — Casa.4» — Clara.5" — Cajá.

SolueUmUtaat — Atvaro Alves de FariasiEmmanocl t>sar do Farias,. Lorlval Laurode Farias, Jorgo VUlon, Edmar Helena Tar-<luino, Arlette Medeiros, Ignez Oliveira daSilva, Képler Santos, Maria Helena N.Rangel, Paulo H. Camargo Ferreira, Ru-bem Aguiar, Thereza Setúbal. EHete deCarvalho, Diniz Araujo Jorge, Natalina Ra-mos, Orchidéa Pereira de Oliveira, NlclaAlba Rezende, Raul Costa Filho, Mariade Andrade, Maria Guiomar Esteves Dias,Heloisa Tavares, José Ferreira, José Anto-Blo, Theodora Mello, Hermenegildo A. Car-valho, Braccinin Braccint, Flavio AlonsoMaia, Rnbem Costa, Floripes da C. Silva,-Maria Thereza Castanheiro, Musa d'AngeloCastanheiro, Vinlcio dVAngelo Castanheiro,José de Araujo Rezende, Roberto Rocha.Clamir de M. Antunes, Léa Lacerda, AcirKaumgTatz, Antônio Gonçalves Oliveira, Hil-da Dias Corrêa, Miehol Aragüo, YolandaVaz Lima. Maurício Paulo, Marina Vaz Li-ma, Martha Maria M. Salles, Helena S.Albuquerque, Maria Ruth Lopes Range!,Maria Apparecida, llarry Bergan, PauloRezende, Heloísa Oliveira, Myrian <"re Sou-za Lopes, Dlna Maria das Neves, Alayr 8Ados Santos, Jorge Campos, Darcy A. Pinto,Delphim P. da Costa. Maria Helena Varei-Ia. Célia Soares, Antenor Mangani, ElzaFerraz Zenoblo. Maria L. Cavalcanti, "Wan-

da B. Cavalcanti, Luiz Durval Carneiro.Helena Luiza Arcai, Alice Talamei, Maria

PROFESSORAS RA AS FESTAS ESC ::ES 1

'-¦^¦----------b-^^----.-.--'

Na organização tios prograir. as para as festas escolares lutam as senhoras professorascom a falta de monólogos, cançon etas, duetos, coros, poesias e diálogos propr.os para ascrianças. E' que não é grande o numero de livros escritos sobre o assunto. Ha, no entanto,uni repertório de <udo que é necessário para organização dos programas de festas escola- ¦res. E' o Teatro d'0 Tico-Tico, de Eustorgo Wanderley, o apreciado escritor e poeta que >todo o Brasil conhece. N

No Teatro d'0 Tico-Tico, que a Livraria Pimenta de Mello & C, Rua Sachet, 34 — íRio, vende pelo preço de 5$000. (Pelo Correio, registrado, 6$000), ha a mais completa <¦<•*- >lerão de CANÇONETAS, DUETOS, COROS. COMÉDIAS, FARÇAS, SAINETES, CE- SNAS-COMICAS, DIÁLOGOS, FOESIAS, MONÓLOGOS, etc. A's senhoras professei ;Irecomendamos tão útil e inferes sante coletânea de teatro infantil. ^

-_!«'--.-.-.••¦.-.¦.V. ,-_.%_-."k%n.-_.i_rt__-_-_-»"_-_.,."^^^r.'_^r--»"_^*

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O TICO-TICO 30 14 ( lutubro — I9.il

da Gloria Sallc?. Maria N. Duarte. Josédo Araujo Pinheiro, Margarida II. Uiutro,'/.ivira QulmarSea Pinheiro. 03tvaldo Oan-

. I.e.ino de üouza, lldelindo M. daCTvalIio, Dacio 3oiA de Oüvcira, ÁlvaroCieüio, àltariza, Bastos Coelho, DyTson Bap-

Ltltian Borges Cruz, Joaquim C. doAndrade. J"r2<_, r< r.-s L'an, llarolvj B).Civnllw. I.0(l:i de Farta Pinto. Hrra—rt Ca*Candeias; Senna, orlando de Castro. Sylvu. -Ire Freitas. Marilia >v. crespo, Ptút» C.Kevea da Rocha. Artetbe d.» Almeida. Wal-kjrr*a João Maurício Cardoso.Jkai Maria de Jesus Ca -tio, Guarex G. Ferreira, .l.-ão Rodrlsuea d.PouLn, Nilza Braga N. da Gama, Acihcl-mo .Aí. Botto, Adevaldo Cardoso B< a da!'.,:. io ¦ ioucah

Oliveira, tíil-[lino Feroand a, Mnria[.ourd < . - Adelia de oliveira. Jor-

as, Odette Abrana, Na d ir Ca-rultua ii Mario Sysab, Evandro'ampos ] lutra de Lima,Darcy Machado Silva, Carlos MCarlos Guillicrnie Alax, Haydli-:-., iSdlaon Pontes, Augusta Ribeiro l

i ¦¦ i-'a ilo Ali tonas, Zitca Baetn5!ello, Josú Martins Guedes, Man e| Tortrl-nho. Américo Florcntino, Alberto Barth,l'a ulo Bvan: kl. Ed Man

i, Mirai--roz do Carmo, Dora Ni . WalterM. io Lopes : loa

Marilia Martins <!,, An-' ... Fábio Mo-I • u, Heliton Moita IJay-''¦¦. . ftotx rto do B

Vt •¦ Cintra, Mai Ina d ¦¦ I raças Alvarenga, Ari i-

e ¦'. ,i,. Mello, M i-t.i i Doyle, Milton Carlos Oall, Carmen J;—ues, Jorge A . i. no W. do Ito-¦¦ •''-¦-¦'¦ Gi raldo B. de Almel Ia, r .

>": ta, Marilia Pagano. Kav-' lio Moraes, Maria do Carmo 'j.Werneck, Washington Costa Jardim.

Foi premiado, cm um lindo livro de Ws-para crianças, o concurrente:

ItUÍNALDO MELLO MOBAK3<i. 7 «noa .1 Idade a residente 6 rua Cam-\;,. I.t Pia ii. . Cap tal.

C O X C U R SO N. 9<J

Para os leitores desta Capital c dosEstados próximos

Perguntas:

I" — Qual o sobrenome que noaumentativo é jo

(2 silaba-0.Jorge Cama

PÍLULAS

m\ » É m\ m J9 n at^^aTÉ trT aTT^i i-^\

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2" — Qual o animal feroz quetambem c medida dc peso?

(2 silabas).-

Celta Campos dc Rezende

3a — Qual o nome de homem queé particípio presente de verbo?

(3 silabas).-Da mesma

4" >— Orai é a ave cujo nomesc lê tanto ás direitas conto ásavessa-?

(3 silabas).

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14 — Outubro — 1931

CONCURSO N. 3.59 5

Para <>s "fatores

desta Ca fitai e dos Eftadt

31 -- O TICO-TICO

TENDES FERIDAS, ESPI-NHAS. MANCHAS. Ul.CE-RAS» ECZEMAS, cia fim qual-quer moléstia dc origem SY-

PHILITICA?usae o poderoso

Elixir de Nogueira

do Pharmc0.

João da

j C li i m 1 c o

;íi va sa-veira

Recortem os pedaços do clichêacima e formem com eles o retratode 1). I

Vs soluções devem ser enviadas áredação d'0 Tico-Tico, separadasdas de Outros quaisquer concursose acompanhadas, não só do valef|tie vai publicado a seguir e tem o11. 3.595, como tambem da assina-tura e declaração de idade e resi-dência do concurrtnfé.

Pata este concurso, que será en-

cerrado no dia 9 de Novembrovindouro, daremos com i prêmio,por sorte, entre as soluções certa-,um rico livro dc historias infantis

GRANDEDEPURATIVO DO SANGUE

Vinho Creosotado

mmPARA OCONCURSO

imwwjk'

?n1

í* o-3V0>

NARRAÇÃO HISTÓRICANa guerra do Paraguai, entre os áe lutas corporais, apossaram se do

muitos exemplos de patriotismo navio brasileiro.que vimos nos brasileiros, lia este *' comandante paraguaio mandoudigno dc maior admiração: que descessem a bandeira brasilei-

Era João Guilherme Grèenhalg ra, que altiva c magestosa se en-

gnarda-marinha do navio Tar- entrava no mastro, e iças^em a pa-l a". raguaia, 1 ara humilhação dos bra-

Na batalha do Riacluielo, ests sileiros. João Guilherme Grèenhalgnavio foi abordado p< r vários va- não consentiu* não se conformou 5 " a«ri-verde pendão

, ro.paraguaios; como a nossa for- o 111 isto, e, nao se contendo, alve-

ça «.ra menor, os paraguaios, depois jou o comandante, decepando-lhc £»/i Thomc Mac!:.

Do Pharm. Chitn.João da Silva SilveiraPODEROSO I-ORT1-FiCANTE PARA OSANÊMICOS E DE-

l'A\Jt'ERAÜOS.Empregado com me-cesso nas Tosse».Lironchilcs e Fraqueja

Geral.

cabeça, punindo-o pela sua audáciainaudita.

Eis aí um belo exemplo de pátrio-: embora soubesse a sorte que'Tava, Grèenhalg não consen-

tiu aquela afronta á bandeira de suapátria

Os verdadeiro? patriotas são as-sim; prezam a pátria mais do qu;a tudo.: mais do que a própria vi-da. Xo entanto, muitos brasileirosnão conhecem, jamais ouviram fa-

nome desse heroe que morreubarbaramente, más não cònsé

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ALIMENTAÇÃO E SAÚDEMc Cuilur.i c Simmoi

(Traducção do Dr. Arnaldo de Moraes)

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Page 31: l j^ cri - ~j - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01358.pdfcombinaram burlar ZéAssim, pois, qttfado elle bo- oi ratos todos avançaram sobre a mesma trrai.crndo*

AS AVENTURAS DO CHIQUINHO A LINGÜIÇA

O professor estava indignado. Chiquinho nio soubea llçáb e ja contava cinco notas "más" naquele mes. lieidc dizer a seus pais que retirem de casa este cachorro eaquele pretinho. ._

... porque ambos o distraem muito! I£. tomando o chapéu

. a bengala ia retirar-se. quando „i .receu uma das primascie Chiquinho. O professor apresentou ? sua queixa e loise embora.

Chiquinho, porem, enquanto o professor se queixa-va a prima, pregava-lhe no botão do 'paletot" uma lin-guica. Na rua. os cáes 'vira-laias" sentiram o cheiro tio• l.licioso petisco e. _»

i^,__^T- mz^^ç. (_H___,__1 ,' • 1» >f A ^ _È J^\ â*_-_ ^IGâí A '->

.. .acompanharam o proiessor. De repente um cão avan-çou na lingüiça que os outros tambem disputavam e co-rneçou a luta O professor, sem compreender o que sepassava,..,

.. .supôs a principio que era a sua pessoa que estava sen-do atacada. Vendo, porém. Chiquinho. Benjamim e Ja-gunço correrem, a bom correr, compreendeu tudo e voi-tou á casa para relatar o casn

Chiquinho levou uma surra de chinelo. i. i .tande,que licou alguns dias a panos de água com _a£ Oloi na altura do deiito-vadia.ão c de-n dcuo aomestre