5
Clarins da Adufu h h Uberlândia - Edição n o 06 - Outubro/2010 Editado pela Seção Sindical dos Docentes da U.F.U. - Universidade Federal de Uberlândia A Professora Maria Vieira Silva, na UFU há 17 anos, relembra o início da carreira como professora da educação infantil no ano de 1984. Sobre o trabalho docente ela enfatiza que “a valorização do trabalho docente deve ser um eixo tangencial, incessante e ininterrupto, portanto, não podemos nos deixar seduzir pelo canto da sereia, o qual, por meio de um discurso sedutor, pode atrair, fascinar e cegar, tal como na Odisseia de Homero, mas pode também nos levar para profundezas de águas obscuras e à morte, simbolizada pelo imobilismo, resultado da sedução”. ADUFU-SS SEDIA EM 2011 O 30 O CONGRESSO DO ANDES-SN. Página 06 Informações: (34) 3236-3477 APOSENTADORIA: REMUNERAçãO CADA VEZ MAIS DESIGUAL ENTRE ATIVOS E APOSENTADOS. Página 03 O termo “aposentadoria” deveria sugerir um momento especial depois de anos de dedicação e trabalho. No setor público, em especial no caso dos docentes das Instituições de Ensino Superior, isso tem se transformado em pesadelo tanto para aquele que já se aposentou há algum tempo, quanto para quem aposentou-se recentemente ou ainda faz contas das perdas que terá com uma aposentadoria. Os preparativos para o 30º Congresso do ANDES-SN já se iniciaram. Além das reuniões da comissão local de organização, uma encontro com os representantes da comissão nacional foi realizada dias 06 e 07/10, na sede da ADUFU-SS. A Seção Sindical sedia de 14 a 20/02/11 o evento que, além de marcar os 30 anos do Sindicato Nacional, vai reunir docentes de todo o país. MARIA VIEIRA CONFESSA: “NãO PODEMOS NOS DEIXAR SEDUZIR PELO CANTO DA SEREIA” Páginas 04 e 05 EDITORIAL Há muito que os temas desta edição (aposentadoria, trabalho e carreira docentes e reforma do Estado) ocupam a agenda sindical do movimento docente, ainda que com ênfases diferentes ao longo do tempo. Página 02 CARAVANA DO ANDES-SN A cidade de Ituiutaba/MG, sede do Campus do Pontal, sediou no mês passado (24/9), a 1ª Caravana do ANDES-SN. Página 07 EVENTOS ADUFU Veja as fotos de algumas das atividades promovidas pela ADUFU-SS. Página 08 Visite nosso site: www.adufu.org.br R. Nélson de Oliveira, 711 34 3236 3477 CAFÉ CONFESSOR A REFORMA DO ESTADO E AS QUESTÕES CANDENTES NO INTERIOR DA UNIVERSIDADE BAILE ADUFU Página 02 Em especial, dois aspectos que vivenciamos hoje, no interior da universidade pública em geral, e na UFU, em particular, guardam estreita relação com o conteúdo da reforma do Estado ou reforma do aparelho do Estado. Refiro-me ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto e regimento da UFU.

l u h - admin.agenciar8.com.bradmin.agenciar8.com.br/uploads/arquivos/2016/06/13/f05e130cd4c21f2... · ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto

  • Upload
    vukiet

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: l u h - admin.agenciar8.com.bradmin.agenciar8.com.br/uploads/arquivos/2016/06/13/f05e130cd4c21f2... · ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto

Clarins da Adufuh

hUberlândia - Edição no 06 - Outubro/2010

Editado pela Seção Sindical dos Docentes da U.F.U. - Universidade Federal de Uberlândia

A Professora Maria Vieira Silva, na UFU há 17 anos, relembra o início da carreira como professora da educação infantil no ano de 1984. Sobre o trabalho docente ela enfatiza que “a valorização do trabalho docente deve ser um eixo tangencial, incessante e ininterrupto, portanto, não podemos nos deixar seduzir pelo canto da sereia, o qual, por meio de um discurso sedutor, pode atrair, fascinar e cegar, tal como na Odisseia de Homero, mas pode também nos levar para profundezas de águas obscuras e à morte, simbolizada pelo imobilismo, resultado da sedução”.

A D U F U - S S S E D i A E m 2 0 1 1 o 3 0 o c o n g r E S S o D o A n D E S - S n .

Página 06 informações: (34) 3236-3477

APoSEntADoriA: rEmUnErAção cADA vEz mAiS DESigUAl EntrE AtivoS E APoSEntADoS.

Página 03

O termo “aposentadoria” deveria sugerir um momento especial depois de anos de dedicação e trabalho. No setor público, em especial no caso dos docentes das Instituições de Ensino Superior, isso tem se transformado em pesadelo tanto para aquele que já se aposentou há algum tempo, quanto para quem aposentou-se recentemente ou ainda faz contas das perdas que terá com uma aposentadoria.

Os preparativos para o 30º Congresso do ANDES-SN já se iniciaram. Além das reuniões da comissão local de organização, uma encontro com os representantes da comissão nacional foi realizada dias 06 e 07/10, na sede da ADUFU-SS. A Seção Sindical sedia de 14 a 20/02/11 o evento que, além de marcar os 30 anos do Sindicato Nacional, vai reunir docentes de todo o país.

mAriA viEirA conFESSA: “não PoDEmoS noS DEixAr SEDUzir PElo cAnto DA SErEiA”

Páginas 04 e 05

EDitoriAlHá muito que os temas desta edição (aposentadoria, trabalho e carreira docentes e reforma do Estado) ocupam a agenda sindical do movimento docente, ainda que com ênfases diferentes ao longo do tempo. Página 02

cArAvAnA Do AnDES-SnA cidade de Ituiutaba/MG, sede do Campus do Pontal, sediou no mês passado (24/9), a 1ª Caravana do ANDES-SN. Página 07

EvEntoS ADUFUVeja as fotos de algumas das atividades promovidas pela ADUFU-SS.

Página 08

Visite nosso site: www.adufu.org.br

R. Nélson de Oliveira, 71134 3236 3477

cAFÉ conFESSor

A rEFormA Do EStADo E AS QUEStÕES cAnDEntES no intErior DA UnivErSiDADE

bAilE ADUFU

Página 02

Em especial, dois aspectos que vivenciamos hoje, no interior da universidade pública em geral, e na UFU, em particular, guardam estreita relação com o conteúdo da reforma do Estado ou reforma do aparelho do Estado. Refiro-me ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto e regimento da UFU.

Page 2: l u h - admin.agenciar8.com.bradmin.agenciar8.com.br/uploads/arquivos/2016/06/13/f05e130cd4c21f2... · ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto

CLARINS DA ADUFU Página 03hCLARINS DA ADUFUPágina 02 h

Há muito que os temas desta edição (aposentadoria, trabalho e carreira docentes e reforma do Estado) ocupam a agenda sindical do movimento docente, ainda que com ênfases diferentes ao longo do tempo.

O pano-de-fundo é a reforma do Estado, como bem aponta o artigo do professor Leonardo Barbosa e Silva. Os recursos públicos são disputados pelos investimentos na infraestrutura, áreas sociais, folha de pagamento, previdência social e, principalmente, dívidas externa e interna. Para que sobrem crescentes fatias orçamentárias aos interesses do capital financeiro-especulativo, de que são expressões estas dívidas, os gastos com as demais frentes “devem” diminuir. Para tanto, um Estado “enxuto” (naquilo que atenderia à maioria social e aos assalariados do setor público) deve se estabelecer, ao mesmo tempo em que terceirizações, ampliação dos tempos de contribuição e de serviço, são adotadas em larga escala, entre outras medidas.

As revisões do estatuto e regimento geral da UFU são parte constitutiva desse embate e podem representar ou um avanço no sentido da universidade pública, gratuita, de qualidade e laica, ou um recuo, rumo ao que pretendem forças sociais identificadas com a acumulação privada.

Por isto as propostas de carreira docente que o governo tem veiculado - apresentadas em mesa de negociação e/ou veiculada à Andifes por e-mail - apontam para mais precarização do trabalho (aumentando o número de aulas por professor, por exemplo) e para modalidades privatistas de financiamento das atividades nas universidades (legalizando as escancaradas formas de afronta ao regime de dedicação exclusiva).

Na entrevista com a professora Maria Vieira, o “canto da sereia” da competição e estratificação individualistas na categoria é analisado como sério agravante para o distanciamento dos projetos coletivos, conduzindo ao imobilismo face à ofensiva sobre direitos conquistados com muitas lutas e a autonomia do trabalho intelectual.

EDitoriAl A rEFormA Do EStADo E AS QUEStÕES cAnDEntES no intErior DA UnivErSiDADE

rEmUnErAção cADA vEz mAiS DiFErEntE EntrE AtivoS E APoSEntADoS.

Em especial, dois aspectos que vivenciamos hoje, no interior da universidade pública em geral, e na UFU, em particular, guardam estreita relação com o conteúdo da reforma do Estado ou reforma do aparelho do Estado. Refiro-me ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão dos estatuto e regimento da UFU.

Trata-se de um importante momento para os docentes das IFES. O Governo Federal e as entidades de representação da categoria, dentre elas o ANDES, estão em pleno processo de negociação para a formulação dos novos parâmetros para a carreira. Para além da vida profissional de cada um de nós, está em jogo a concepção que temos de sociedade e nisto se inserem os papeis que o aparelho estatal deve cumprir. A carreira expressa um projeto de país, valores e ações a serem desenvolvidas por cada docente dentro de uma trajetória profissional.

O governo federal lançou, ainda em junho deste ano, uma minuta de projeto de lei que sintetiza sua proposta. Além de referendar em parte a regulamentação já existente (PUCRCE), adiciona um conjunto de novidades que aponta para a flexibilização do caráter público da Universidade e a perda de direitos.  Logo em seu artigo 13, item X, a minuta apresenta uma forma de remuneração ainda não prevista nos regulamentos vigentes. Intitulada “retribuição por projetos institucionais de pesquisa e extensão”, a proposta permite que se flexibilize e fracione ainda mais a remuneração docente, tornando-a variável e condicionada, tal como sugere o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, de 1995. Como se sabe, o contracheque de um docente é preenchido por seu vencimento básico, pela retribuição por titulação e pela Gemas. A luta histórica do ANDES/SN advoga uma única linha no contracheque, objetivando incorporar os penduricalhos remuneratórios que foram criados para permitir, a um só tempo, o condicionamento da remuneração a critérios produtivistas, assim como a sua não incorporação às aposentadorias. Com a proposta da minuta, a lógica é aprofundada, uma vez que mais um elemento variável participará da composição da remuneração dos docentes. Neste caso, pagos por empreito, os docentes deverão, semestralmente, renovar seus projetos para que suas remunerações não sofram variações.

O outro aspecto que merece atenção diz respeito ao processo de revisão do estatuto e do regimento da UFU. Poder-se-ia, inicialmente, tomar como objeto a forma adotada pela comissão que capitaneia a revisão, fundamentalmente dependente da participação da comunidade por meio eletrônico. É bem verdade que a reforma administrativa consagrou a e-governo, ou governo eletrônico. Todavia, a participação da comunidade

nos processos decisórios por meio eletrônico não privilegia a construção de espaços públicos e coletivos de elaboração e decisão. Ainda que o envio de qualquer proposta esteja condicionado a assinatura de um público mínimo de 30 proponentes, a ausência de um processo institucional de debate, convencimento e deliberação, o esvazia de seu necessário conteúdo democrático. Difusos, grupos e unidades, os participantes elaborariam propostas não alinhadas a eixos de princípios. Deste modo, o formato eletrônico, muito embora conceda agilidade, descaracteriza e deslegitima o texto final de que devem ser compostas as cartas regulatórias da vida universitária.

No entanto, o aspecto da revisão que guarda maior conexão com a reforma administrativa está contido no seu conteúdo e não na sua forma. Para ser mais preciso, está no documento-guia das mudanças institucionais desenvolvido pelo MPOG. O documento intitula-se Manual de Orientação para Arranjo Institucional de Órgãos e Entidades do Poder Executivo Federal e foi produzido para orientar a chamada “engenharia institucional”, a criação ou a modificação de instituições, bem como para delimitar as transformações nos regimentos e estatutos da administração pública direta e indireta.

Já nas primeiras páginas se pode ler que o manual inclui-se no instrumental do Gespública. Este programa foi criado no ano de 2005, através do decreto-lei 5.378, Programa Nacional de Desburocratização e Gestão Pública, uma fusão dos antigos PQSP (Programa de Qualidade no Serviço Público) e “D” (Programa Nacional de Desburocratização), ambos do governo FHC. Um programa que sintetizava a busca pela qualidade e pela desburocratização – simplificação e desregulamentação de processos - focado em resultado. Ele está imbuído da missão de difundir a gestão por resultado para além do poder executivo federal através de parcerias voluntárias com outros poderes e entidades e em outros níveis de poder público, até mesmo transferindo a coordenação dos projetos para a própria região em que ele é implementado.

Daí se conclui que o processo de reforma do Estado não estacionou nos anos 1990, mas segue silencioso até os dias de hoje, no interior das políticas governamentais.

Por Professor Leonardo Barbosa e Silva

Professor Antônio Almeida

Professor Eugênio A. de Paula

O termo “aposentadoria” deveria sugerir um momento especial depois de anos de dedicação e trabalho. No setor público, em especial no caso dos docentes das Instituições de Ensino Superior, isso tem se transformado em pesadelo tanto para aquele que já se aposentou há algum tempo, quanto para quem aposentou-se recentemente ou ainda faz contas das perdas que terá com a aposentadoria.

Na avaliação do ANDES-SN, um dos pontos basilares da carreira docente é a integralidade do salário e a paridade. Isso foi reafirmado nas várias instâncias deliberativas do Sindicato Nacional, bem como nas reuniões dos representantes do ANDES-SN com o governo federal nesse segundo semestre. Em 24/8/10, a direção do ANDES-SN reafirmou os princípios defendidos pelo Sindicato que contemplam a isonomia salarial, que implica na incorporação das gratificações; a paridade e integralidade na aposentadoria; a garantia de reenquadramento dos docentes aposentados para a posição correspondente na nova carreira, entre outros.

Diferente da posição do ANDES-SN, o representante do Ministério do Planejamento manifestou sua posição contrária da defendida pelo representação sindical dos docentes. Durante as discussões da Carreira, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP, Duvanier

Paiva Ferreira deixou claro a intenção do governo em relação a aposentadoria no serviço público. “O governo trabalha no sentido de igualar as condições de aposentadoria no serviço público com as condições em que se dá no regime geral”, disse ele, durante reunião em Brasília, no dia 24/8/10. No entendimento dele, o docente aposentado não continua na carreira. “É preciso afastar essa ideia de que o docente que aposentou continua na carreira: remuneração variável por desempenho é só para remunerar desempenho e não pode ser alcançada por aposentados e a política do governo tem sido remunerar por desempenho como instrumento de gestão”, disse.

Uma realidade - O professor do Instituto de História da UFU e ex-presidente da ADUFU-SS, Antônio Almeida, em uma das reuniões promovidas recentemente pela Seção Sindical para discutir a carreira, utilizou a comparação salarial como argumento para rejeitar a proposta do governo que abandona os aposentados e fere o princípio da paridade entre ativos e inativos.

Uma comparação entre o professor que se aposentou na classe de adjunto, antes da implementação da classe de associado e se o governo implementar mais uma classe para cima (a classe Sênior) deixando os aposentados de lado, a diferença salarial entre o aposentado e o da ativa vai ficar absurda. Nos cálculos do professor, sabendo que hoje já há alguma diferença em valores absolutos com o recente reajuste obtido pelos docentes, um professor doutor, dedicação exclusiva, que se aposentou no topo da carreira, como adjunto IV, pela proposta do governo estaria recebendo R$7.913,30. “Outro professor, também doutor, com dedicação exclusiva, que permanecer na ativa, quando atingir o topo da nova classe proposta (Sênior IV) estaria ganhando R$ 13.920,53. Ou seja, entre dois professores com as mesmas características, o aposentado estaria recebendo R$6.007,23 a menos do que o outro que permaneceu na ativa”, demonstrou ele.

Com 36 anos de trabalho, desses 33 na UFU, o professor da Faculdade de Matemática da UFU, Eugênio Antônio de Paula, teve publicado no Diário Oficial da União em 1/8/10 sua aposentadoria. Sem saber exatamente como ficaria o salário, quando da entrevista, uma certeza ele tinha: a remuneração iria diminuir. “Vou esperar o próximo pagamento para saber quanto vou perder inicialmente, estou calculando cerca de R$800 a R$900,00 a menos.

Expedienteinformativo mensal da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia - Rua Nélson de Oliveira, 711 - Santa Mônica. 38408-204 - Tel.: 3236-3477 - Uberlândia/MG. Edição nº 6 - Uberlândia/MG, Outubro/2010 E-mail: [email protected] - Home page: www.adufu.org.br - Tiragem 2000 exemplares.Diretoria Executiva: Gestão “ADUFU PELA BASE” - Presidente: Gislene Alves do Amaral (Educação Física); Vice-presidente: Edilson José Graciolli (Depto. Ciências Sociais - Fafcs/UFU); Secretária-geral: Maria Alice Vieira (Instituto de Ciências Agrárias - ICIAG); 1º. secretário: Carlos Humberto de Oliveira (Caju) - (ESEBA); 1º. Tesoureira: Yaico Dirce Tanimoto de Albuquerque (Instituto de Química); 2º. Tesoureiro: Tiong Hiap Ong (Aposentado/Eng. Mecânica); Secretária de Formação Sindical: Jorgetânia da Silva Ferreira (História); Secretário Cultural: Luiz Carlos Avelino da Silva (Psicologia); 1º. Suplente: Fátima Conceição Ferreira (ESTES) e 2º. Suplente: Cintia Rodrigues de Oliveria Medeiros (Facip/Pontal). Redação e Composição: Rubens de Castro - Mtb MG-05281-JP. Projeto Gráfico e Diagramação: Blues Comunicação - Fotos: Rubens de Castro e Djalma Dias. Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria. Contribuição: Assessoria de Imprensa do ANDES-SN.

Como aposentado não recebe o ´vale coxinha’ sei que vou perder, pelo menos, R$304,00”, disse. Em conversa na semana passada, o professor confirmou a diminuição do salário para os patamares projetados.

Sobre a diferença remuneratória entre ativos e aposentados, Eugênio sempre considerou a paridade como algo essencial. “Sempre achei a paridade mais importante do que a aposentadoria integral, pois sem paridade, acontecerá o que acontece no Regime Geral, onde muita gente se aposenta pelo teto do INSS e , depois de 2 ou 3 anos, está com o salário muito achatado”, avalia.

Para reverter o quadro, o professor acredita que o caminho é mobilização. “Espero que o Movimento Docente consiga mobilizar a categoria para mantermos a Aposentadoria Integral e a Paridade”. Na avaliação de Eugênio, é preciso encontrar um modo de informar a Sociedade Brasileira a verdade sobre o tão falado “buraco” na Previdência Social e suas causas que são manipuladas pelos governos, desde sempre. Ele ainda lembra que seria muito bom que a população soubesse, por exemplo, que a contribuição dos servidores é sobre o total dos vencimentos e não até um teto como ocorre no Regime Geral. “Costumo dizer aos colegas e amigos que, se formos considerar todas as variáveis, não aposentamos. Espero estar errado”, completou.

Para o 1º Vice-Presidente do ANDES-SN Luiz Henrique Schuch conforme propõe o projeto, a transposição (em

vez de reenquadramento) é geradora de enormes injustiças e distorções, especialmente pela impropriedade da Tabela de Correlação, constante no Anexo, e também por outros dispositivos (Art.5º e outros). “Quando analisado no seu conjunto, o projeto evidencia verdadeira mini-reforma previdenciária focada no achatamento dos proventos dos docentes, em via de burla aos princípios constitucionais da paridade, da integralidade, da coisa julgada e do direito adquirido”, analisa.

Observamos que a discussão sobre aposentadoria está intrinsecamente ligada ao debate em curso sobre a reestruturação da carreira dos docentes das IFES. A ADUFU-SS tem se posicionado em favor de uma carreira que valorize o trabalho docente e respeite os direitos dos(as) professores(as), com estabilidade nas regras para toda a vida profissional. A diretora da ADUFU-SS Jorgetânia Ferreira lembra que “aposentadoria não pode ser assunto para os(as) docentes com mais tempo de casa porque os(as) mais novos(as) nas atuais regras já se aposentarão em piores condições. Da mesma maneira a carreira não pode ser pensada como assunto que interessa só aos docentes de contratação mais recente. É preciso que a luta seja de todos(as) docentes”.

Page 3: l u h - admin.agenciar8.com.bradmin.agenciar8.com.br/uploads/arquivos/2016/06/13/f05e130cd4c21f2... · ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto

CLARINS DA ADUFU Página 05hCLARINS DA ADUFUPágina 04 h

cAFÉ conFESSor

A Professora Maria Vieira Silva, na UFU há 17 anos, é a nossa entrevistada desta edição do Café Confessor. Durante a entrevista a professora fala da sua trajetória, relata as experiências profissionais até chegar ao ensino superior. Ela também faz um paralelo sobre a UFU comentando o passado, o presente e o ambiente de trabalho na Universidade.

clarins – Professora, fale um pouco sobre sua trajetória?Maria Vieira - Iniciei minha trajetória profissional em 1984 como professora da educação infantil na rede municipal de ensino. O início desta trajetória coincide com o processo de abertura política após 21 anos de regime militar na realidade brasileira. Vivenciávamos um momento de rearticulação e fortalecimento dos movimentos sociais e sindicais. Um pouco mais tarde, ingressei no Centro de Defesa dos Direitos Humanos. Embora essa entidade fosse laica, desenvolvíamos trabalhos conjuntos com entidades vinculadas aos movimentos eclesiais de base, ligado à Teologia da Libertação como “pastoral operária”, “pastoral da terra”, “pastoral carcerária”. A entidade também era vinculada à Anistia Internacional, a qual investia muito na formação de quadros para desenvolver trabalhos comunitários. Assim, fora da academia tive minhas primeiras incursões nas teorias políticas e dei meus primeiros passos para compreender os fundamentos da mais-valia, ainda que de uma forma incipiente. Internamente, formávamos um grupo, com posições distintas mas coesas e orgânicas no trabalho e nas ações. Sob a liderança de nosso querido

Tiago Adão Lara, desenvolvíamos estudos, planejamentos e trabalhos em comunidades na perspectiva política e não-filantrópica. Hoje, aos 80 anos, ele continua militando na incessante luta em prol de uma sociedade mais justa. Em 1986 iniciei minha trajetória acadêmica no Curso de Pedagogia/UFU, onde tive uma aproximação com o movimento estudantil. Naquele momento, vivenciei, de perto, a dura realidade das pessoas em situação de analfabetismo funcional e absoluto quando atuei na Educação de Jovens e Adultos. Ainda na Educação Básica, atuei como professora do Curso de Magistério no Colégio José Inácio e participei, também, de gestão de escolas na condição de supervisora escolar. Atuei na Educação  Básica até 1992 quando ingressei na Educação Superior por meio dos processos de contratação precarizada na rede privada e também na modalidade de professor substituto na UFG e mesmo na UFU. Trabalhei, também, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e ingressei na UFU em 1993 na área de Políticas Educacionais, onde atuo até hoje. Quando ingressei na UFU, participei do GT de Política Educacional, coordenado por Alaíde e Theresa, quando acompanhamos o processo de tramitação dos vários “substitutivos” da LDB nas instâncias legislativas, mediante a vinculação com o “Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública”. Entre 2002 e 2005, priorizei ações conjuntas com movimentos sociais. Juntamente com a Prof. Profa. Myrtes e o Prof. Arlindo, desenvolvemos atividades extensionistas no Assentamento Zumbi dos Palmares. A satisfação é algo meio subjetivo. Sem

juízos de valor de legítimo ou ilegítimo, bom ou mau, a satisfação pode estar em outros focos. O que quero dizer é que a Universidade Pública é uma conquista histórica que nos oferece um leque de possibilidades, dentre elas, o exercício de sua função social. A luta pela sua defesa é incessante.

clarins – Professora, fale para nós sobre a UFU passado e presente e o ambiente de trabalho na universidade. Maria Vieira - É possível observar territórios bastantes distintos relativos aos anos 1990 e anos 2000.  Em linhas gerais, observamos, dentre múltiplos aspectos,  que o ensino e a extensão ficaram um pouco às margens das prioridades, ações e preocupações acadêmicas  nos anos 2000, em detrimento do protagonismo assumido pela pesquisa e pela pós-graduação na referida década. O mais grave é que a sustentação de tal protagonismo é alicerçada em uma lógica referenciada na dimensão produtivista e meritocrática presente nos quesitos da avaliação sistêmica assumida pela CAPES.   clarins – E a questão da avaliação? Maria Vieira - Se por um lado os processos de avaliação do trabalho docente são importantes, por outro lado lidamos com processos avaliativos de natureza meritocrática e quantitativa com escalas de produtividade que, em muitos casos, produzem uma lógica de produção intelectual não condizentes com a realidade, então, me parece que, em alguns casos, a própria instituição institucionaliza o “faz-de-conta”. É comum hoje, por exemplo, uma espécie de “consórcio”

para a publicação de trabalhos com permutas entre os pesquisadores para a alimentar a insaciabilidade do “dragão” da produtividade. Por outro lado, não tem sido raro acontecer alguns descredenciamentos de Programas de Pós-Graduação de verdadeiros ícones da produção do conhecimento, autores de teorias extremamente densas e originais da produção intelectual e científica brasileira. Então, é  preciso enfrentar esses paradoxos da produtividade  com reflexões aprofundadas para gerar, também, alternativas como tradução da resistência.   clarins – o ambiente de trabalho? Maria Vieira - Quanto ao ambiente de trabalho, penso que essa é uma dimensão que oscila entre a  satisfação/insatisfação, ou seja, a satisfação/insatisfação é uma linha muito tênue para aqueles que assumem a causa da Universidade Pública. Se por um lado há a burocracia “positiva” que pode contribuir para garantir relações de trabalho mais equitativas e menos corporativas, por outro lado há uma burocracia inócua e sem sentido pautada numa dimensão gerencialista e legalista divorciada da realidade. Se por um lado instauramos fóruns de natureza democrática, ainda lidamos com práticas autocráticas, patrimonialistas e personalistas, ou seja, as relações assimétricas de poder estão presentes em nosso cotidiano de forma viva, seja no âmbito das micro-relações, seja em nossas relações com as agências de fomento e demais espaços institucionais.

Há também outras insatisfações referentes às políticas governamentais

e que impactam em nosso cotidiano, seja de forma sutil e pontual ou de forma explícita e  estrutural. A título de exemplo, podemos fazer referências a duas das principais ações do governo Lula para a educação superior: REUNI e Banco de Professor Equivalente, medidas decretadas em abril de 2007, cujos efeitos são nocivos à dignidade das condições de trabalho docente e à autonomia universitária. Um outro aspecto diz respeito à hiper intensificação do trabalho. Em determinadas circunstâncias, temos que dedicar um enorme excedente de tempo para cumprir as atividades assumidas. Esse excedente de tempo, em algumas situações, se acentua em função do senso de responsabilidade institucional e pelo compromisso com o trabalho coletivo e, em outros casos, por conta de um burocracia tacanha e irracional.  Quando falamos, também, em excedentes de trabalho, penso que não é possível ignorar a questão específica da trabalhadora mulher. Embora, historicamente, tenhamos tido intensas conquistas, ainda temos excedentes de trabalho na gestão da vida doméstica. Minimizar os efeitos dessas construções sociais é também uma tarefa cotidiana. 

Mas, em linhas gerais, gosto de meu trabalho, sobretudo, no potencial de liberdade política que temos, e que podem se materializar na conjugação do trabalho acadêmico com os movimentos sociais por meio da extensão e da pesquisa.    clarins – Falando da profissão docente, qual sua importância e os seus desafios?

o chamado “produtivismo na universidade” e seus impactos?Maria Vieira - A produtividade opera em nome de um discurso do projeto científico de produção do conhecimento. Contudo, no âmbito das atuais políticas neoliberais, esses mecanismos são convertidos em programas políticos de ações que estão em sintonia com um  processo mais amplo de destruição metódica da coletividade, pois visa pôr em questão todas as estruturas coletivas por meio, por exemplo, da individualização dos salários e das profissões em função das competências individuais e da

atomização dos t r a b a l h a d o r e s que dela resulta; coletividades para a defesa de direitos dos trabalhadores, s i n d i c a t o s , a s s o c i a ç õ e s , c o o p e r a t i v a s ; a própria família. Esses mecanismos de flexibilização, pelo fato de serem os

grandes co-responsáveis pela abolição da “solidariedade coletiva”, são constituidores da lógica do “salve-se quem puder”, pois contribuem decisivamente para o acirramento de políticas de favorecimento pela capitalização daquilo que nos torna produtivos e, em nível macro, não é possível ignorar os efeitos sobre a gradativa redução dos direitos sociais dos trabalhadores, o descrédito de tudo que é público e para a sacralização do mercado.   clarins – o que você acha de uma mudança na carreira docente que destina classes apenas aos professores que atuarem na pós-graduação? Maria Vieira - Particularmente, penso que esse é um ingrediente a mais para fermentar a lógica da hierarquização, da meritocracia e da segregação no âmbito institucional. Também não é possível desvincular essa proposição de uma perspectiva de divisão do movimento docente no sentido de contribur para minar das resistências por meio de rituais de poder que podem conferir status diferenciados entre os pares mediante categorias diferenciadas. Segrega-se, assim, a “sub-categoria”, supostamente menos qualificada e menos apta, devendo ficar circunscrita aos limites do ensino ou da extensão. A autonomia docente e intelectual foi uma árdua conquista histórica e não podemos naturalizar sua incorporação às lógicas excludentes que primam pela hierarquização. A valorização

do trabalho docente deve ser um eixo tangencial, incessante e ininterrupto, portanto, não podemos nos deixar seduzir pelo canto da sereia, o qual, por meio de um discurso sedutor, pode atrair, fascinar e cegar, tal como na Odisseia de Homero, mas pode também nos levar para profundezas de águas obscuras e à morte, simbolizada pelo imobilismo, resultado da sedução.   clarins – Fale sobre sua participação na ADUFU-SS e o papel do movimento docente no contexto atual.Maria Vieira - Atuei na gestão colegiada da ADUFU no início dos anos 2000. Em 2001, assumimos uma greve muito longa e vivenciamos naquele contexto um processo muito rico de articulação com o SINTET e o DCE o qual culminou nas atividades “UFU na Praça”. Conseguimos, em praça pública, chamar ao diálogo sujeitos participantes do espaço acadêmico, representantes dos movimentos sociais, do poder público e a própria população para pensar os rumos da educação e da Universidade Pública, foi um momento histórico. Montamos barracas, realizamos exposições de trabalhos acadêmicos e de trabalhos comunitários,  desenvolvemos densos debates políticos em praça pública. Não quero manifestar aqui uma visão romântica e idílica do movimento sindical com esse relato de experiência, mas esse resgate é no sentido de evidenciar que a defesa da universidade pública deve estar articulada com diferentes sujeitos coletivos afinados com essa bandeira. Por isso defendo as assembleias universitárias e, no caso específico do Estatuto da UFU, a estatuinte com a manifestação de todos os segmentos.

Atualmente, temos presenciado o “ápice” de um longo processo de cooptação das lideranças político-sindicais, de institucionalização da política de fragmentação e divisão dos movimentos sociais e sindicais, por meio da negociação individualizada com as categorias profissionais é o movimento da roda-viva cantada por Chico em um outro contexto: “a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá”. O sindicato tem que pautar sua luta na defesa intransigente da democracia e da autonomia política como aspecto tangencial e potencializar todas as ações em prol da valorização do trabalho docente, fator decisivo que justifica a existência da categoria e do sindicato enquanto sujeito coletivo.

Maria Vieira - Penso que a profissão e profissionalização docente é um processo que deve conjugar qualificação e valorização profissional, sendo que este último elemento tem que ser aclamado quase como um mantra [risos]. Em termos epistemológicos, a importância da profissão docente se manifesta  nas dimensões de produção e transmissão dos conhecimentos e aos valores que deseja-se disseminar nas relações sociais. Nesse processo se articulam a veiculação das sínteses oriundas das diferentes áreas do conhecimento e as significações valorativas em torno de determinados fenômenos. Isso equivale a dizer que a transmissão dos c on h e c i m e nto s derivada da função docente não ocorre de forma neutra e a-política, mas está ancorada em princípios, c r e n ç a s , concepções e ideologias. Assim, a importância da profissão docente se materializa precipuamente mediante duas perspectivas indissociáveis: a produção e a socialização do conhecimento vivo e a contribuição na formação das identidades dos sujeitos da educação. Contudo, para a materialização dessa dimensão, é fundamental boas condições de trabalho para o exercício da docência e a intensificação dos processos de qualificação profissional, fato que requer uma política salarial e de carreira incentivadora e estimulante, despertando o interesse e atração à área, condizente ou equivalente ao que se considera “carreira estratégica de estado”, como  afirma Lisboa.   clarins – na sua opinião, as mudanças no cotidiano do trabalho docente têm impactado negativamente a qualidade de vida dessa categoria? Maria Vieira - As inovações tecnológicas mais usuais (como lap top,  celular, internet, pen drive, Skype, etc.) são invenções fenomenais e importantíssimas para a vida atual. Contudo, elas são também as principais responsáveis pela fusão entre a vida doméstica e a vida social, entre a esfera pública e a privada, tendo em vista a nova composição de tempo e de espaço que elas permitem. Neste caso, há também uma tendência  crescente para cruzamentos entre o tempo do ócio e do trabalho, do lazer e da capitalização do lazer.       clarins – Qual sua visão sobre

“... a Universidade Pública é uma conquista histórica que nos oferece um leque de possibilidades, dentre elas, o exercício de sua função social. A luta pela sua defesa é incessante...”

Page 4: l u h - admin.agenciar8.com.bradmin.agenciar8.com.br/uploads/arquivos/2016/06/13/f05e130cd4c21f2... · ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto

CLARINS DA ADUFU Página 07hCLARINS DA ADUFUPágina 06 h

A cidade de Ituiutaba/MG, sede do Campus do Pontal, sediou no mês passado (24/9), a 1ª Caravana do ANDES-SN. Com a temática “Novos docentes: antigos e novos desafios”, o evento compõe a estratégia da direção nacional do ANDES-SN de fomentar o debate nos campi avançados, aproximando o sindicato do cotidiano dos(as) docentes, principalmente os novos professores.

Organizado pela Secretaria Regional Leste do ANDES-SN e pela ADUFU-SS, a atividade foi dividida em três Rodas de Conversa, sobre: 1 - Expansão e condições de trabalho; 2 - Carreira docente e aposentadoria e 3 - ANDES-SN: desafios do nosso sindicato na luta pela valorização do trabalho docente. Participaram, como expositores das temáticas, os professores Luiz Henrique Schuch - 1º vice-presidente do ANDES-SN, Antônio de Almeida – ADUFU-SS e Ricardo Roberto Behr - 2º vice-presidente da Secretaria da Regional Leste. A discussão sobre o cotidiano docente nos campi avançados, especialmente a partir da experiência dos(as) docentes do Campus do Pontal da UFU, demonstrou a precariedade das condições de trabalho expressa no número de horas-aula, na sobrecarga de atividades administrativas e falta de estrutura física (salas de aula, laboratórios, equipamentos). “O que constatamos é que essas condições de trabalho têm prejudicado a saúde dos professores, levando-os a adoecer”, disse a diretora da ADUFU-SS, professora Jorgetânia da Silva Ferreira.

Ao abordar o tema da Carreira Docente, o professor Luiz Henrique Schuch destacou a implicação entre o projeto de universidade e a carreira docente, que no caso das IFES foi conquistada em 1987 por meio do Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos (PUCRCE) e que vem sendo aviltada na prática, com a perda

EvEnto com ProFESSorES Do PontAl DiScUtE “novoS DocEntES: AntigoS E novoS DESAFioS”

cArAvAnA Do AnDES-Sn

ADUFU-SS participa das discussões sobre carreira Docente

A ADUFU participou e ajudou a construir os princípios basiladores da carreira. O conteúdo será transformado em Texto de Resolução para debate e definição no 30º Congresso do ANDES-SN, em fevereiro de 2011.

PrincÍPioS SobrE oS QUAiS o movimEnto DocEntE ProPÕE A rEEStrUtUrAção DA cArrEirA• Carreira única para todos os docentes das IFES;• Estabilidade nas regras da carreira para toda a vida profissional;• Perspectiva de desenvolvimento na carreira que valorize o tempo de

serviço, a formação continuada e a Dedicação Exclusiva entendida como regime preferencial para o trabalho docente. O desenvolvimento na carreira deve ser dissociado de qualquer tipo de avaliação produtivista;

• Valorização do trabalho docente e suas atividades próprias, que devem ser estruturadas a partir da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, entendida a educação como processo de construção social e histórica do conhecimento;

• Recuperação de condições de trabalho adequadas para o exercício pleno e indissociável do ensino, da pesquisa e da extensão;

• Reconstrução do espaço público e do trabalho coletivo para a produção acadêmica nas IFES;

• Respeito à determinação constitucional da autonomia universitária, do exercício da docência e da administração da carreira pela própria instituição;

• Avaliação dos planos de trabalho dos docentes em instâncias colegiadas, no âmbito da avaliação institucional e da autonomia universitária;

• Aposentadoria com integralidade e paridade, incorporando todos os direitos dos docentes em atividade;

• Garantia de transposição dos docentes aposentados, com enquadramento que corresponda à posição relativa ao topo da carreira no momento em que se deu a aposentadoria. Da mesma forma, a transposição dos docentes em atividade também deve preservar todos os direitos e o posicionamento na carreira;

• Isonomia salarial em valor integral correspondente a cada posição na carreira, o que implica a incorporação das gratificações -uma linha só no contracheque- com direito permanente à remuneração global, progressivamente em percentuais fixos conforme a evolução na carreira.

30o congrESSo Do AnDES-Sn SErá SEDiADo Em UbErlânDiA.

A ADUFU-SS sediará o 30º Congresso do ANDES-SN. Receber um congresso de nosso sindicato é, sem dúvida, uma alegria, especialmente quando este marca seus 30 anos e também uma grande responsabilidade. A diretoria da ADUFU-SS e a comissão organizadora local do congresso sentem-se desafiadas a contribuir para que o Congresso de Uberlândia seja bem organizado e os(as) participantes encontrem boas condições de trabalho e convívio.

A convocação do 30º Congresso do ANDES-SN já foi encaminhada às Seções Sindicais e ocorrerá no período de 14 a 20 de fevereiro de 2011, na cidade de Uberlândia - MG, sob a organização da ADUFU Seção Sindical, com o tema central: AnDES-Sn 30 AnoS: Universidade Pública, trabalho acadêmico e crítica social.

O documento, além trazer as regras para participação do evento, estabeleceu o calendário prévio para contribuições ao Caderno de Textos que será até o dia 16 de novembro de 2010.

Participam da Comissão organizadora do Congresso, pela direção nacional do ANDES-SN, os professores: Márcio Antônio de Oliveira – Secretário Geral; Almir Serra Martins Menezes Filho – 2º Tesoureiro e Maurício Alves da Silva – 1º Vice-Presidente Regional Planalto. Representando a ADUFU-SS, as professoras Jorgetânia da Silva Ferreira, Maria Alice Vieira e Solange Bretas. A comissão local é composta de diversos docentes, que têm se reunido para pensar a infra-estrutura do congresso, as atividades culturais, a produção de material de divulgação e de memória dos 30 anos do ANDES-SN.Reunião da comissão nacional e local de organização do 30o Congresso do ANDES-SN.

Professores participaram das discussões da 1a Caravana do ANDES-SN.

A Assembleia Geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia - ADUFU-SS, que ocorreu em 09 de setembro de 2010, manifesta seu apoio ao movimento estudantil da UFU, particularmente aos estudantes que estão sendo criminalizados, em função de terem participado da manifestação política e cultural  “É proibido Proibir”, em 12 de março de 2010, durante a reunião do Conselho Diretor da UFU, encerrada abruptamente pelo reitor, impedindo que os estudantes apresentassem suas reivindicações acerca da

política de utilização dos espaços dos campi dessa Instituição.

Considerando que:a)      Vivemos em um regime democrático no qual a participação dos movimentos sociais é pressuposto  fundamental;b)          Que o artifício à criminalização dos movimentos sociais reflete o autoritarismo presente no aparelho do Estado -  marcando a administração superior da UFU que

preferiu o recurso à polícia à busca do entendimento e dos dispositivos regimentais que contemplariam tal situação - e tem como objetivo desmobilizar os atores coletivos supracitados;c)          Que o movimento estudantil agiu de forma pacífica e legítima, na defesa dos interesses dos estudantes e não em nome próprio, na defesa do uso público dos espaços da universidade;d)      Considerando que o episódio da quebra da porta ocorreu foi um acidente, tendo docentes, técnicos e estudantes testemunhado

a boa fé dos estudantes, A assembleia geral da ADUFU-SS afirma seu apoio aos estudantes vitimados pelo inquérito da Polícia Federal em que são acusados pelos crimes de cárcere privado, depredação do patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha.Os discentes não podem ser punidos por buscarem exercer sua cidadania de forma pacífica porque a universidade assim os ensina.  Uberlândia, 09 de setembro de 2010.

moção DE APoio AoS EStUDAnDES DA UFU

da isonomia, paridade, integralidade. Foram debatidos também os efeitos deletérios do projeto do governo para a carreira docente, pois fere a autonomia universitária, desconstroi o regime de dedicação exclusiva e impõe mais perdas aos docentes.

Na discussão sobre os desafios de nosso sindicato pela valorização do trabalho docente, o professor Antônio de Almeida abordou as dificuldades dos trabalhadores para sua organização na conjuntura atual, destacando a dimensão simbólica da dominação capitalista, que tem gerado individualismo, recolhimento à vida privada e esvaziamento dos espaços públicos. O professor ressaltou que essa lógica tem impacto sobre o trabalho docente nas universidades, sendo um dos elementos que dificulta a inserção dos(as) professores(as) no ANDES-SN.

A professora Maria Alice Vieira (1ª Secretária da Regional Leste e Secretária Geral da ADUFU-SS) ressaltou a importância desta 1ª Caravana do ANDES-SN por propiciar às seções sindicais trocar experiências sobre temáticas centrais para a vida dos docentes e perspectivas de lutas comuns, marcando, portanto, o início das caravanas na regional.

O professor Luiz Henrique Schuch considerou o evento como algo muito positivo. “É empolgante testemunhar o encontro de professores que ingressaram há pouco em uma unidade universitária recente, com professores que já experimentaram vários momentos da universidade brasileira, seus ciclos institucionais e seus espaços de organização sindical através do ANDES sindicato nacional. Foi exatamente esta modalidade de encontro que tornou tão rica a experiência da “CARAVANA” promovida pela Regional Leste e ADUFU até o Campus do Pontal da UFU, em suas diversas rodas de debates e confraternização”, disse o professor.

Page 5: l u h - admin.agenciar8.com.bradmin.agenciar8.com.br/uploads/arquivos/2016/06/13/f05e130cd4c21f2... · ao debate recente sobre a carreira docente e o processo de revisão do estatuto

CLARINS DA ADUFUPágina 08 h

EvEntoS ADUFU - notAS

Revisão do Estatuto

Seminário PCHs

Colegiada

Colegiada 2

Assembleia

Boteco 2

Boteco

Reunidos no dia 18/08/10, no Anfiteatro do Bloco B, Campus Santa Mônica, ADUFU-SS, DCE-UFU e Sintet-UFU realizaram o Seminário “ESTATUTO E REGIMENTO GERAL DA UFU: do almejado à vivência atual”. O evento foi dividido em duas partes: uma com resgate histórico de construção do atual estatuto e regimento da UFU, com a explanação de representantes indicados pelas entidades. A segunda parte foi reservada para o debate e participação dos presentes.

O Grupo de Trabalho de Política Agrária e Meio ambiente da ADUFU-SS e a Secretaria da Regional Leste do ANDES-SN promoveram no dia 20/8, na cidade de Ituiutaba/MG, o seminário ampliado “A Importância socioambiental da bacia do Rio Tijuco e os impactos das PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) na região”. O evento realizado na Câmara Municipal da cidade tijucana reuniu expositores que, além de abordarem o tema, também participaram de um debate com o público presente.

Os professores do Campus do Pontal se reuniram e escolheram, no dia 31/08/10, os representantes para a Direção Colegiada da ADUFU-SS.

Professores durante reunião da Direção Colegiada da ADUFU-SS em 21/09/10. Na pauta, a discussão e encaminhamentos da Carreira docente abordando os itens 3 e 4 do roteiro de debate (Carreira Única e Estrutura).

AG da ADUFU-SS realizada em 09/09/10 e que apontou alguns posicionamentos da base sobre a Carreira Docente para o ANDES-SN.

No último dia 15/10, a ADUFU realizou a edição do Boteco em homenagem ao professor pelo seu dia. O evento reuniu docentes e familiares que ao final foram homenageados.

O Início do semestre ADUFU-SS realiza mais uma edição do Boteco da ADUFU-SS. Espaço para confraternização entre os professores.

No dia 27/8/10, a Comissão realizou uma panfletagem na entrada da Reitoria da UFU. Antecedendo a reunião do Conselho Universitário, os representantes das entidades entregaram o documento “POR QUE REVISAR O ESTATUTO E O REGIMENTO GERAL DA UFU DE FORMA DEMOCRÁTICA”.

Representantes da Comissão durante panfletagem dia 8/10, na portaria do Restaurante Universitário, no Campus Santa Mônica.

A Comissão tem realizado várias reuniões discutindo e construído formas para o debate democrático. No detalhe acima, reunião ocorrida na sede da ADUFU-SS, em 01/09/10.